16
1 Ano XVII - Nº 57 - Março, Abril e Maio / 2014 - Rua Piauí, 220, 5º andar - Santa Efigênia - BH/MG CEP: 30150-320 TURISMO TERAPÊUTICO Conheça as estâncias naturais do Circuito das Águas e suas alternativas de ecoturismo pág. 12 Pesquisa da UFV se dedica à produção de bebidas isotônicas com utilização do soro do leite pág. 11 Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e projeta crescimento para o setor leiteiro nos próximos dez anos págs. 08 a 10 COM FOCO NO FUTURO REPOSIÇÃO CRIATIVA Impresso Fechado Pode ser aberto pela ECT

com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

  • Upload
    vudang

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

1

Ano

XVI

I - N

º 57

- Mar

ço, A

bril

e M

aio

/ 201

4 - R

ua P

iauí

, 220

, 5º a

ndar

- S

anta

Efig

ênia

- BH

/MG

CEP

: 301

50-3

20

Turismo TerapêuTico

Conheça as estâncias naturais do Circuito das Águas e suas alternativas de ecoturismopág. 12

Pesquisa da UFV se dedica à produção de bebidas isotônicas com utilização do soro do leitepág. 11

Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e projeta crescimento para o setor leiteiro nos próximos dez anospágs. 08 a 10

com Foco No FuTuro

reposição criaTiva

Impresso FechadoPode ser aberto pela ECT

Page 2: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

2

Temos assistido ao longo dos últimos anos esforços para a melhoria da qualidade e produ-tividade leiteira, exercidos pela indústria e pelos governos, em suas esferas estadual e federal. En-tretanto, nada é comparável aos objetivos do Mais Pecuária, o plano mais ousado e mais completo já visto no mercado da pecuária leiteira, lançado no início deste ano pelo Governo Federal, e cuja sua real implementação espero ver iniciada já em 2015.

Um dos grandes focos dessa nova atuação está voltado para a exportação de leite. Quando abordamos esse tema, tratamos implicitamente de qualidade, produtividade e custos de produ-ção competitivos, o que traz inúmeras vantagens para a indústria. O conjunto de ações previstas pelo Mais Pecuária, caso se efetivem, favorecerão a cadeia produtiva do leite, de modo a inserir, de-finitivamente, o Brasil entre os players mundiais.

É importante ressaltar que o aumento da produção ao volume pretendido deve ser tra-balhado em paralelo com estímulo ao consumo interno, por meio de ações de marketing que in-formem sobre a importância do consumo regu-lar de laticínios. É fato: produção e consumo têm que andar de mãos dadas, caso contrário, todo o esforço para a melhoria de qualidade, produção e produtividade será desperdiçado.

Durante os últimos anos, também temos visto, infelizmente, um verdadeiro descompro-misso do Governo Federal com o Serviço de Inspeção Federal. A cada ano, mais e mais fiscais federais agropecuários se aposentam sem que aconteça a reposição necessária de pessoal. Sem

uma inspeção eficiente, não vislumbro horizon-te claro para o crescimento do setor.

Essa questão esbarra diretamente na difi-culdade de implantação do novo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA). Não é possível pensarmos em uma indústria moderna sem a contrapartida de legislação que permita desen-volvimento de produtos. A burocracia que hoje impera desestimula a cadeia do leite.

Temos todas as qualidades e facilidades para incorporarmos o que está no papel. Com dedicação e trabalho firme poderemos enca-rar o futuro do leite no país como um negócio promissor. Nele, estarão contemplados os pro-dutores e as indústrias que, independentemen-te das políticas públicas, assimilarem os eixos estruturantes mencionados, somados a um modelo de gestão que assegure resultados con-sistentes. Quanto à implementação do Plano Mais Pecuária, fica a nossa dúvida: será?

Boa leitura!Guilherme OlintoPresidente do Silemg

Lean

dro

Bifa

no

ediTorialexpedieNTe

ANO XVII / Número 57 / Março, Abril e Maio de 2014SILEMG / Endereço: Rua Piauí, 220 / 5º andar / Santa EfigêniaCEP: 30150-320 / BH/MG / Tel: (31) 3223-1421www.silemg.com.br / [email protected]: BimestralImpressão: Gráfica Del Rey / Tiragem: 3.500

DIRETORIA EXECUTIVAGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodocePresidentePaulo Bartholdy Gribel - Laticínios São Vicente de Minas LtdaVice-presidenteJoão Lúcio Barreto Carneiro - Laticínios Porto Alegre LtdaDiretor AdministrativoGuilherme Silva Costa Abrantes - Laticínios Dona Formosa LtdaDiretor FinanceiroAlessandro José Rios de Carvalho - Laticínios Verde Campo LtdaDiretor Tecnológico

DIRETORIA ADJUNTAAntônio Fernandes de Carvalho - Laticínios Union LtdaArmindo José Soares Neto - Coop. Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais/ItambéBernardo Bahia - Laticínios MB LtdaCarlos da Silveira Dumont - Coop. dos Produtores Rurais do Serro LtdaCarlos Eduardo Abu Kamel - Coop. dos Produtores Rurais de Itambacuri LtdaCarlos Henrique Pereira - Forno de Minas Alimentos S/ACarlos Roberto Soares - Dairy Partners Americas Manufacturing/DPA NestléCícero de Alencar Hegg - Laticínios Tirolez LtdaClaudinei Ribeiro Chaves - Laticínios Bom Gosto LtdaEstevão Andrade - Laticínios PJ LtdaGiovanni Diniz Teixeira - Coop. Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais/ItambéGuglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos LtdaHumberto Esteves Marques - Barbosa & Marques S/AIvan Teixeira Cotta Filho - Cottalac Indústria e Comércio LtdaJaime Antônio de Souza - Laticínios Bela Vista LtdaJoão Bosco Ferreira - Coop. Central Mineira de Laticínios Ltda/CemilJosé Antônio Bernardes - Embaré Indústrias Alimentícias S/AJosé Márcio Fernandes Silveira - CristaulatJosé Samuel de Souza - Coop. Agropecuária de Raul Soares LtdaJuarez Quintão Hosken - Laticínios Marília S/ALéo Luiz Cerchi – Scalon & Cerchi LtdaLúcia Alvarenga - Laticínios Lulitati LtdaMarcelino Cristino de Rezende - Nogueira e Rezende Indústria de Laticínios LtdaMarcos Alexandre Macedo Narciso - Laticínios Vida Comércio e Indústria LtdaMarcos Sílvio Gonçalves - Indústria de Laticínios Bandeirantes LtdaMaurício Chucre de Castro Silva- Puroleite Industrial LtdaOlavo Imbelloni Hosken - Laticínios Marília S/ARicardo Cotta Ferreira - Coop. Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais/ItambéRodrigo de Oliveira Pires - Brasil Foods S/AValéria Cristina Athouguia Dias - Indústrias Flórida LtdaVicente Roberto de Carvalho - Vicente Roberto de Carvalho e Cia. LtdaWelson Souto Oliveira - Coop. de Laticínios Vale do Mucuri LtdaWellington Silveira de Oliveira Braga - Laticínios Bela Vista LtdaWilson Teixeira de Andrade Leite - Laticínios Vitória Ltda

CONSELHO FISCAL EFETIVOJosé Nilton Gomes Barbosa - Coop. dos Produtores de Leite de Leopoldina de Resp. LtdaLuiz Fernando Esteves Martins - Barbosa & Marques S/ARoberto de Souza Baeta - Cayuaba Agroindustrial LtdaCONSELHO FISCAL SUPLENTEAna Paula Reis Lopes - Laticínios Nutrileite Ind. e Com. LtdaElias Silveira Godinho - Laticínio Sevilha LtdaRamiz Ribeiro Junqueira - Laticínios Curral de Minas LtdaDELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG - EFETIVOSGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodoceFrancisco Rezende Alvarenga - Alvarenga & Cia. LtdaDELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG - SUPLENTESLuiz Fernando Esteves Martins - Barbosa & Marques S/AValéria Cristina Athouguia Dias - Indústrias Flórida Ltda

Jornalista responsável: Flávia Rios (06013 JP)Projeto Editorial: Rede Comunicação de ResultadoEdição: Jeane Mesquita e Licia LinharesRedação: Juliana Soares, Mariana Menezes, Rodrigo Zavagli, Tiago Penna e Vanessa SoaresProjeto Gráfico, Diagramação e Ilustrações: Obah Design

mais pecuária: será?

Page 3: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

3

Após voltar a ser comercializada no Brasil, a Oreo, marca de biscoito recheado mais vendida no mundo, lançou uma campanha publicitá-ria para instigar no brasileiro o hábito de comer biscoito com leite. Essa prática, muito presente entre os consumidores norte-americanos, não é vivenciada no Brasil.

Intitulada “Pai e Filho”, a propaganda mostra a forma mundialmente conhecida de consumir o produto: abrir, provar e curtir o biscoito degustando um copo de leite. Esta é a segunda ação de marketing da Oreo no país. Em fevereiro deste ano foi lançada a campanha “Is This Love”, que alcançou quase 5 milhões de visualizações no YouTube. O filme comemora a chegada do produto no Brasil. De acordo com a Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib), o setor movimenta R$ 7 bilhões por ano no país.

giro No mercado

Novo hábiTo eNTre os brasileiros

A Lácteos Brasil (LBR) e a BRF, duas das maiores empresas do segmento lácteo nacional, colocaram ativos à venda, o que deve refletir em importantes mudanças no mercado.

O objetivo da BRF, que inclui as marcas Sadia, Perdigão, Batavo, Elegê e Qualy Sadia, presente em mais de 120 países, é expandir ainda mais a sua atuação. O caminho mais estratégico é a internacionaliza-ção, ou seja, fazer novas aquisições e parcerias com empresas do ramo no exterior e, assim, aumentar as vendas. Além da parte láctea, a maior parte da expansão será destinada para os produtos de cadeia agrope-cuária, como aves, suínos e bovinos.

Já para a LBR, colocar os seus ativos à venda significa redirecio-nar o negócio no mercado, bem como suas marcas Parmalat, Poços de Caldas, Boa Nata, LeitBom, Bom Gosto, DaMatta, Ibituruna, São Gabriel e Líder. Em fevereiro de 2013, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial, com uma dívida de R$ 1 bilhão. Desde então, vem adotando medidas de redução de custos e despesas. Uma delas foi a diminuição do número de fábricas de 31 para 12.

Este movimento abre caminhos para um possível investimento da francesa Lactalis, a principal do setor mundial. No ano passado, o seu faturamento foi estimado em €15,7 milhões.

aTivos à veNda

Marca de biscoitos Oreo lança campanha publicitária em rede nacional

Page 4: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

4

giro Nos associados

O Laticínios Verde Campo, há 14 anos no mercado, se tornou a primeira empresa do se-tor brasileiro a fabricar alimentos com leite cer-tificado pelo Programa Alimentos Seguros para a Cadeia Produtiva do Leite (PAS-Leite). A iniciativa avalia o controle sanitário de brucelose e tuber-culose e as análises enviadas para as pesquisas de resíduos de inibidores e antibióticos no leite.

Para conquistar a certificação, o laticínio realizou treinamentos e consultorias com suas equipes sobre a importância da organização e hi-gienização dos processos de produção e verificou o nível de higiene da ordenha, a qualidade do ar-mazenamento e a segurança do leite.

O leite certificado está sendo usado na produção de iogurte e produtos Lacfree. O cer-tificado do PAS-Leite traz para o consumidor a segurança e a garantia que o leite utilizado é con-fiável e que está livre de contaminantes químicos e fraudes.

pioNeirismo No mercado

Fábi

o A

nton

ialli

Mais opções. Mais soluções.A missão da SPX é oferecer soluções inovadoras para ajudar o mundo a atender à crescente demanda por alimentos de maior qualidade sem perder o

sabor. Com foco na inovação e no desenvolvimento, trabalhamos com componentes de alta qualidade e sistemas de engenharia personalizados a fim

de oferecer soluções completas para todo e qualquer processo. Escolha uma companhia líder de mercado com marcas que você conhece e confia.

Rua João Daprat, 231 – São Bernardo do Campo, SP, Tel.: (11) 2127-8278, E-mail: [email protected]

BomBAS ∙ VálVulAS ∙ TroCAdorES dE CAlor ∙ HomogEnEizAdorES ∙ SiSTEmAS dE EVAPorAção E SECAgEm ∙ EquiPAmEnToS dE ProCESSo

O Programa PAS-Leite visa à adoção de boas práticas que resulta em um produto com qualidade superior e maior valor agregado. São 112 itens de adequações para a empresa. A iniciativa conta com o apoio do Sebrae Minas, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Serviços Nacionais de Aprendizagem Rural (Se-nar) e Industrial (Senai) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, por meio da Embrapa Gado de Leite.

entenda mais

O produtor Agnaldo Gonçalves Pereira recebe certificado das mãos do diretor comercial do Laticínio Verde Campo, Álvaro Gazolla

Page 5: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

5

poNTo de visTa

* Por Dr. Wagner Beskow

Equilibrar alta produtividade por vaca e por hectare com baixo custo por litro de leite produzido, obtendo alto resultado econômico líquido e bem-estar animal, é a proposta do Sistema Intensivo a Pasto com Suplementação (SIPS). Resultado de 21 anos de pesquisa, a metodologia promove todos esses benefícios e gera satisfação aos envolvidos.

A metodologia é apresentada a empresas, cooperativas, sindicatos e interessados por meio de palestras e cursos. O público-alvo é formado por produtores, técnicos de diversos níveis, alunos e professores de áreas relacionadas, e também por aqueles profissionais que desejam entrar na atividade. Com o curso de capacitação sobre o SIPS, os participantes se surpreendem como é possível tornar algo complexo, como é o nosso setor, em uma solução simples de se operar.

O SIPS funciona como um conjunto de procedimentos, potencializando a ingestão do alimento mais completa e barata que conseguimos produzir: o pasto de alta qualidade. Porém, devido ao limite que a alimentação impõe, de 17 litros produzidos por vaca ao dia, é preciso fornecer ao animal um concentrado (“ração”) balanceado. Somado a isso, o Sistema Intensivo conta com alternativas de minimização das oscilações sazonais de oferta de pasto, começando por ajustes no manejo e podendo, também, utilizar irrigação, silagem de milho e de cana-de-açúcar ou uma combinação entre os dois.

Sistema Intensivo a Pasto com Suplementação é alternativa para a criação de um pasto de alta qualidade

meTodologia iNovadora

O estudo propõe, ainda, uma lógica totalmente diferente de fornecimento de ração, baseada em pastagem, e não em confinamento com base em silagem. Além disso, há um sistema próprio de criação de bezerras, preparando-as para serem “pastejadoras” de alta produção por cabeça. Sobretudo, a capacitação prepara os participantes para tomar o controle do próprio negócio.

As diversas experiências com o SIPS têm conseguido resultados excelentes, como o aumento em até 700% da renda líquida do produtor. A produção por vaca chega a dobrar, a produção de leite por hectare ao ano cresce três vezes e os custos são reduzidos em até 25%. Muito mais leite com menos custo por litro: isso é ganhar duas vezes. O SIPS também obtém retornos significativos em saltos de produção em qualquer propriedade do país. Mas, para isso, é necessário visar ao resultado econômico líquido e aceitar que são os próprios empresários, produtores e técnicos o freio do avanço que desejam. O SIPS põe abaixo a briga ideológica do confinamento versus pasto, mostrando que ambas as escolas têm muito a nos ensinar, e o caminho mais inteligente é manter a mente aberta, com os pés no chão.

*Pesquisador e consultor da Transpondo (www.transpondo.com.br)

Arq

uivo

pes

soal

Page 6: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

6

eNTrevisTa

O Governo Federal lançou, em 17 de fevereiro deste ano, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária (Embrapa), o Mais Pecuária. Criado com o objetivo de fo-mentar de forma sustentável a pecuária bovina de leite e de corte em um período de dez anos, o plano vai se estruturar em dois pro-gramas, o Mais Leite e o Mais Carne (confira na pág. 8).

Dentre as ações previstas para o Mais Leite, estão o estímulo ao aumento do uso de inseminação artificial no país e de reprodutores nacionais melhorados no comércio de sêmen. A meta é de que 50% das doses de sêmens comercializadas venham de touros nacionais e 25% do rebanho seja inseminado.

O Mais Leite também visa elevar o consumo de leite e deriva-dos, além de expandir as exportações. Estima-se que o consumo de leite pelo brasileiro aumente em mais de 20% e que 210 litros sejam consumidos por habitante ao ano. Outro crescimento esperado é

a exportação de pelo menos 1,5 bilhão de litros de leite/ano. Para isso, a meta é capacitar 650 mil produtores e trabalhadores rurais até 2023, além de 10 mil técnicos que atuam no campo.

Segundo o Mapa, a iniciativa privada é vista como parceira no plano, por meio da aplicação de créditos tributários do PIS/Cofins em projetos de fomento direcionados ao fornecedor do leite. Po-rém, a renegociação com a indústria ainda não foi concretizada.

Para falar sobre o plano Mais Pecuária e as perspectivas do mercado laticinista para os próximos anos, o Silemg Notícias con-vidou o deputado federal e ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Antônio Andrade. Confira o bate-papo a seguir.

Como o senhor avalia o atual cenário da pecuária leiteira no país?

A pecuária de leite no Brasil vem passando por grandes trans-formações. Todos os sistemas de produção de leite evoluíram mui-

Para o deputado federal Antônio Andrade, esses serão os resultados com a implantação do plano Pecuária para a indústria laticinista nos próximos anos

maior compeTiTividade e mais qualidade

Valte

r Cam

pana

to

Deputado federal Antônio Andrade avalia os benefícios do programa Mais Pecuária para o setor nacional

Page 7: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

7

to, especialmente, no aspecto tecnológico. No passado, importá-vamos tecnologias, que nem sempre funcionavam em nosso país. Com a Embrapa e as universidades nós adaptamos, desenvolvemos e criamos tecnologias. O atual cenário é que possuímos uma pecu-ária leiteira capaz de ser competitiva mundialmente.

O Governo Federal lançou, em fevereiro, o plano Mais Pe-cuária. Quais ações previstas e benefícios gerados o senhor des-tacaria?

Nosso entendimento é que, para o setor laticinista, have-rá uma grande melhoria na qualidade do leite produzido no país. Destacaria o eixo de Incorporação de Tecnologia, que visa promover ações que levem as tecnologias geradas pela nossa pesquisa para o produtor rural.

Diante das ações propostas pelo Governo, como senhor vislumbra o setor leiteiro nos próximos 10 anos?

À semelhança do que ocorre com a pecuária de corte, cremos que com as ações propostas no plano tenhamos um setor leiteiro ainda mais competitivo, capaz de alimentar nossa população com produtos de qualidade e exportar os excedentes, ajudando no supe-rávit de nossa balança comercial e fortalecendo a economia do país.

Qual é o caminho para a indústria mineira continuar como líder do setor e ampliar seu crescimento?

A indústria mineira, pela tradição histórica e competência de-monstrada, para crescer e consolidar a liderança, deve permanecer fiel aos seus princípios, isto é, trabalhar intensamente, de maneira leal a seus fornecedores de leite e consumidores, com foco na qua-lidade e excelência dos produtos, que distinguem Minas Gerais de todo o país.

O Regulamento de Inspeção Industrial de Produtos de Ori-gem Animal (RIISPOA) vem passando por uma revisão desde o ano passado. Qual a importância desse documento e de sua atualização para a indústria de laticínios no país?

A modernização do RIISPOA sempre foi uma prioridade na minha gestão à frente do Mapa. É necessário modernizar este regu-lamento, pois, hoje, os tempos são outros, especialmente quando comparado à década de 1950, ocasião de sua publicação. A indús-tria precisa de um regulamento compatível com as inovações tec-nológicas que transformaram os processos produtivos.

Em que ponto está a revisão do documento? Qual é a pre-visão para que novo RIISPOA seja sancionado pelo Governo e aplicado na prática?

Antes de minha saída do Mapa, finalizamos a revisão do do-cumento e o submetemos à Casa Civil da Presidência da República para sua publicação. Nossa expectativa é que a aplicação seja ime-diata, tão logo seja publicado.

“À semelhança do que ocorre com a pecuária de corte, cremos

que com as ações propostas no plano, tenhamos um setor

leiteiro ainda mais competitivo, capaz de alimentar nossa população com produtos

de qualidade e exportar os excedentes”

Page 8: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

capa

8

maior compeTiTividade e eFiciêNciaPlano Mais Pecuária do Governo Federal pretende aumentar a produção, produtividade, consumo interno e exportação de leite no país

Foto

s: Sh

utte

rsto

ck

Page 9: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

Para o Governo Federal, a produção de leite e de carne é vista como prioritária e tem potencial para ampliar significativamente o alcance de sua produção nacional. Atualmente, cerca de 115 mil produtores, 8,5% dos estabelecimentos, são responsáveis por mais de 53% do leite produzido no país, ou seja, a grande maioria, 91,5%, produz 46,9% do total necessário.

A fim de melhorar a produtividade e competitividade da pecuária bovina de leite e de corte, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (Mapa) lançou, em fevereiro de 2014, o Plano Mais Pecuária, com a contribuição da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Em-brapa), de câmaras setoriais, de parlamentares e do setor produtivo.

O programa projeta aumentar a produção nacional para 46,8 bilhões de litros de leite por ano e a produtividade em 40%, pas-sando de 1,4 mil litro de leite por vaca ao ano para 2 mil litros e crescendo em dez vezes o total de leite a ser exportado, alcançando a marca anual de 1,5 bilhão de litros. Atualmente, são exportados quase 150 milhões de litros por ano.

A execução do Plano Mais Pecuária será realizada por meio dos programas Mais Leite e Mais Carne, e cada um deles contará com projetos e ações desenvolvidos dentro de quatro eixos estruturan-tes: Melhoramento genético; Ampliação de mercado; Incorporação de tecnologias; e Segurança e qualidade dos produtos.

O primeiro âmbito pretende disponibilizar até 2023 252 mil tou-ros reprodutores por ano e permitir que a oferta de sêmen de gado leiteiro nacional seja de pelo menos 50%. O segundo busca expandir o consumo interno do leite em 23%, além de ampliar as exportações de derivados do produto. Já o terceiro eixo investirá na capacitação e assistência técnica em manejo alimentar, saúde e nutrição de 10 mil técnicos e 650 mil trabalhadores e no desenvolvimento de pesquisas e projetos para soluções tecnológicas. Por fim, o quarto eixo pretende inspecionar com rigor todo o leite captado pela indústria, para dimi-nuir a incidência de zoonoses e combater a clandestinidade no abate.

De acordo com João Cruz Reis Filho, chefe da Assessoria de Gestão Estratégica do Mais, a expectativa é que o Plano Mais Pecuá-ria transforme o setor e promova o crescimento e a competitivida-de do mercado: “Esperamos que esse programa tenha um efeito ca-talisador na pecuária nacional, seja ela de leite, seja de corte. Nosso objetivo é elevar a competitividade da pecuária por meio das ações coordenadas pelos seus quatro eixos”, explica.

A busca por esses resultados também é compartilhada por Gui-lherme Olinto, presidente do Silemg: “Esta é a iniciativa mais ousada e mais completa que vimos nos últimos anos para a pecuária leiteira. Assistimos esforços para a melhoria da qualidade e produtividade do leite exercidos pela indústria e pelos governos, entretanto, nada com-parável aos objetivos do Plano Mais Pecuária”, acrescenta.

As metas e sua total implementação são de curto, médio e longo prazo, e estão previstas para serem efetuadas nos próximos dez anos. O sistema de gestão do programa será realizado pelo Ministério da Agricultura, por meio de um comitê gestor e um comitê executivo.

o futuro da produção leiteiraEm outubro de 2013, a Federação das Indústrias do Estado de

São Paulo (Fiesp) divulgou um documento intitulado Outlook Fiesp 2023: projeções para o agronegócio brasileiro. A partir de diversas pes-quisas sobre informações nacionais e internacionais e da análise do setor primário da cadeia produtiva do leite, foram estabelecidos pos-síveis cenários da perspectiva do agronegócio brasileiro para 2023, explicitados no documento.

O Mais Leite e Mais Carne serão desenvolvidos dentro dos eixos Melhoramento genético; Ampliação de mercado; Incorporação de tecnologias; e Segurança e qualidade dos produtos

Page 10: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

10

De acordo com o diagnóstico, o Brasil é hoje o sexto maior produ-tor de leite do mundo, com 5% de participação ou 32,9 milhões de to-neladas ao ano, no entanto, sua presença nas exportações ainda ocorre de forma tímida, e as importações do país, convertidas em “equivalente leite fluido”, representam apenas 3,5% do consumo doméstico.

Analisando de forma conservadora, o cenário de lácteos con-sidera a hipótese de que o Brasil manterá sua presença atual no co-mércio mundial, importando somente produtos específicos, como queijos e leite em pó, mas, não em quantidades crescentes. Porém, de acordo com o estudo, há uma pequena possibilidade de o país se tornar relevante no mercado internacional na próxima década.

Guilherme Olinto concorda e diz que, caso o Plano Mais Pecu-ária seja efetivado em sua totalidade, será possível colocar o Brasil entre as potências mundiais de exportação. No entanto, ele alerta:

“O conjunto de ações previstas no plano, caso se efetive, favorecerá a cadeia produtiva do leite, de modo a inserir de forma definitiva o Brasil entre os players mundiais. Mas, o crescimento da produ-ção tem que vir acompanhado do crescimento de consumo; caso contrário, todo o esforço para melhoria de qualidade, produção e produtividade irão por água abaixo”.

Segundo João Cruz, as ações do Plano Mais Pecuária contribuirão para que os produtos sejam qualificados e ganhem mais espaço no co-mércio internacional. “O eixo Ampliação de Mercado, por exemplo, terá como foco a expansão do consumo interno e a inserção internacional. As atividades complementares das secretarias de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, por meio do fomento, e de Defesa Agropecuária, por meio da inspeção, garantirão os atributos de quali-dade do nossos produtos para os próximos anos”, vislumbra.

boas perspectivasO estudo da Fiesp estima que a produção brasileira de leite cres-

cerá 3,2% ao ano, partindo de 32,9 bilhões de litros em 2012 para 46,7 bilhões de litros em 2023. Após a elaboração do Plano Mais Pecuária e das metas estabelecidas pelo Mais Leite, as expectativas do setor são de que esses números aumentem consideravelmente.

Porém, será necessário aprimoramento do serviço oferecido pelo Governo e a desburocratização na indústria láctea para que o progra-ma se desenvolva em sua plenitude. “Temos que transpor algumas bar-reiras igualmente difíceis. A primeira é a fonte financeira de custeio do plano. A segunda é o investimento em pessoal a ser contratado pelo Mapa. Sem serviço eficiente de inspeção não enxergo horizonte claro para crescimento do setor”, detalha Guilherme Olinto. “Outra questão que dificulta o crescimento da cadeia é a longa espera pela implanta-ção do novo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produ-tos de Origem Animal. Não é possível pensarmos uma indústria mo-derna sem a contrapartida de legislação que permita desenvolvimento de novos produtos e sem a burocracia que hoje impera e desestimula a cadeia do leite”, finaliza.

A produção brasileira de leite crescerá 3,2% ao ano, partindo de 32,9 bilhões de litros em 2012 para 46,7 bilhões de litros em 2023.

Page 11: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

11

tros fins, entre eles, o soro. Na fabricação de queijos, por exemplo, apro-ximadamente 75% da produção são compostas pelo soro de leite. Nesse sentido, a possibilidade da fabricação da bebida isotônica representa o aproveitamento de 100% do principal ingrediente desse tipo de indústria. Outra vantagem é que, como muitos laticínios já possuem a tecnologia de membranas e a operação não apresenta altos graus de complexidade, a necessidade seria apenas de treinamento dos operadores.

“No momento, estamos em processo de registro de patente. Es-tudos que visam avaliar a possível aceitação do produto no mercado, a adaptação à legislação e a viabilidade da produção e distribuição ficariam a cargo de possíveis parceiros da iniciativa privada que possam se interes-sar pelos nossos resultados”, explica Edimar.

Algumas vantagens competitivas já foram identificadas. Além de per-mitir a utilização de 100% do leite, este novo processo oferece, natural-mente, nutrientes ricos não presentes nos isotônicos do mercado, como as vitaminas do complexo B e os sais minerais fósforo, cálcio e magnésio.

radar acadêmico

Ass

esso

ria d

e Co

mun

icaç

ão S

ocia

l/UFV

Tecnologia: Isotônico elaborado à base de soro do leite produzido pela indústria de laticínios

Pesquisador responsável: Edimar Aparecida Filomeno Fontes, pro-fessora do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa

Um grupo de pesquisadores do departamento de Tecnologia de Ali-mentos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), tem se dedicado a um projeto de produção de bebidas isotônicas com o uso do soro do leite.

O início da pesquisa aconteceu em 2008, ano em que a professora e pesquisadora de Tecnologia de Alimentos, Edimar Fontes, passou a integrar o corpo docente da instituição e coordenar o estudo da produção dos iso-tônicos. Na ocasião, outros profissionais da área, como os seus atuais parcei-ros, Paulo César Stringheta e Antônio Fernandes Carvalho, já se dedicavam às pesquisas com sistemas de membranas, inovação tecnológica utilizada por laticínios com diferentes finalidades, como a esterilização de leite.

Um dos principais experimentos do grupo tem como objetivo o isola-mento da proteína do soro, componente aplicado em diversos setores da in-dústria alimentícia, a exemplo da produção de suplementos. Além da proteína, o soro é composto por lactose, minerais e vitaminas hidrossolúveis. Quando a proteína é retida, o restante, que ao passar pelas membranas de ultrafiltração recebe o nome de permeado, apresenta uma composição natural muito seme-lhante às bebidas isotônicas produzidas no mercado. E ainda tem a vantagem de não conter aditivos químicos, como conservantes e corantes artificiais.

Ao longo da cadeia produtiva das indústrias de laticínios, quantida-des consideráveis de componentes do leite são reaproveitadas para ou-

Pesquisa da UFV permite utilizar o soro do leite na produção de bebidas isotônicas

iNovação No mercado

O suor provocado pela prática de esportes e atividades físicas tem como consequência a perda de líquidos e sais minerais, que são im-portantes para o equilíbrio do organismo. Desenvolvidos com a fina-lidade de repor líquidos e eletrólitos perdidos no suor, os isotônicos são bebidas à base d’água, sais minerais (essencialmente sódio e po-tássio) e carboidratos. Recebem esse nome por possuírem a fórmula próxima ao do plasma, facilitando a absorção orgânica.

bebidas isotônicas

Professora Edimar Fontes coordena estudo para produção de isotônico à base de soro de leite

Page 12: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

coNTaNdo hisTÓriasTrilhas de miNas

A região Sul de Minas Gerais é conhecida por sua tranquilidade e belezas naturais, com paisagens formadas por vales, montanhas, serras e cachoeiras. O clima frio e aconchegante das montanhas é um convite para os amantes de esportes ao ar livre, como o ecoturismo.

É também em meio a Serra da Mantiqueira que o turista encontra o Circuito das Águas, com suas instâncias hidrominerais com propriedades medicinais e terapêuticas. São diversas fontes e balneários para banhos, mas-sagens e momentos de harmonia e equilíbrio para o corpo e a mente. Além de diversos parques naturais com espécies de fauna e flora preservadas.

O Circuito das Águas integra dez municípios: São Lourenço e Ca-xambu, que são as cidades-polo, Cambuquira, Lambari, Baependi, Cam-panha, Heliodora, Conceição do Rio Verde, Carmo de Minas e Soledade de Minas. Quem viaja para momentos de descanso e relaxamento nas

águas termais encontra uma rica paisagem histórica nas cidades, com casarões e museus, e uma gastronomia diversa, com doces, iogurtes e queijos caseiros, feitos pelos diversos laticínios localizados na região.

Um deles é o Laticínio Fazenda Areado, na cidade de Heliodora. Fundada por Mendes Ferreira, em 1996, a indústria é responsável pela produção do iogurte Top Milk, vendido para comércios locais e de cidades do estado de São Paulo. “Só fabricamos para o segmento de iogurtes e o nosso diferencial é o uso apenas de leite integral em sua preparação, uma característica difícil de encontrar no mercado na atualidade”, revela o empresário.

Segundo ele, esse diferencial competitivo chama muito a aten-ção dos visitantes que vão à cidade para conhecer as instâncias hidro-minerais. “Temos muitos compradores que são turistas. Eles chegam

o paraíso do circuiTo das águasNatureza, lazer, tranquilidade e instâncias terapêuticas em um só lugar

Foto

s: Es

cada

s Pro

duçõ

es

As cachoeiras de Baependi são conhecidas por suas características termais e terapêuticas

Page 13: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

em Heliodora, conhecem o nosso produto e, na maioria das vezes, vêm pessoalmente até a fazenda para comprar.” O Laticínios Fazenda Areado produz, em média, 140 toneladas de iogurte por mês, nos sabores morango, pêssego, coco e banana, maçã e cereais.

matéria-prima diferenciadaNa cidade vizinha Soledade de Minas está o Laticínio Leite Alvorada,

especializado na produção de queijos finos Val di Fiemme. Desde 1993, o seu proprietário Vicente Marin Munhoz vem inovando no mercado, com a fabricação de produtos com matéria-prima especiais, como é o caso do leite de ovelhas. “Buscamos sempre o diferencial. Por isso, implantamos um novo pasto em nossa fazenda e começamos a criar ovelhas e, agora, estamos produzindo queijos a base do leite delas”, revela Vicente.

A fábrica produz por dia, em média, 1.800 Kg de queijos com leite de vacas de 11 tipos diferentes e 100 Kg com leite de ovelhas de seis tipos. O empresário explica que essa diversidade atrai os olha-res dos turistas que visitam a cidade. “Eles ficam curiosos quando encontram tantas variedades de queijos. Para anteder melhor o con-sumidor, montamos uma loja na estação de trem da cidade e ofere-cemos uma degustação dos queijos”, detalha o empresário.

Os produtos podem ser encontrados ainda em algumas cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Brasília e em alguns comércios de Belo Horizonte.

Div

ulga

ção

águas termaisConheça mais sobre as cidades que integram o Circuito das Águas:

São Lourenço: a grande atração é o Parque das Águas, com seis fon-

tes minerais e terapêuticas.

Caxambu: o Parque das Águas, com 12 fontes de águas minerais,

tem a maior concentração de águas carbogasosa do mundo, que são ricas

em sais minerais.

Baependi: destaca-se pelos passeios de ecoturismo, como trilhas

nas montanhas, trekking, rapel, montanhismo e alpinismo.

Cambuquira: encontramos o Pico do Piripau, uma rampa natural a

1250 metros de altitude, ideal para a prática do voo livre.

Campanha: é a mais antiga cidade do Sul de Minas, com diversas

cachoeiras e fontes termais.

Carmo de Minas: conserva a tranquilidade das cidades do interior

de Minas. Possui diversas fontes, cachoeiras e montanhas, como o Pico

Agudo, que proporciona uma vista panorâmica da cidade e das monta-

nhas em volta.

Conceição do Rio Verde: o Parque das Águas de Contendas oferece

fontes hidrominerais gasosa, ferruginosa, alcalina e magnesiana, ideias para

ajudar nos problemas respiratórios de alergias, pressão arterial, sequelas reu-

máticas, sistema nervoso como estresse, dores musculares e para a pele.

Heliodora: cidade serrana com montanhas, cachoeiras, fontes e

grutas. Para os praticantes de alpinismo, há montanhas como Pão de Açú-

car, Pedrão e Pedra do Ovo.

Lambari: possui seis fontes de águas terapêuticas no Parque das

Águas, além de piscinas e duchas de águas minerais. As águas medicinais

são usadas para beber e como remédios medicinais.

Soledade de Minas: destaca-se pelos trabalhos artesanais de palha a

taboa e argila e produção de mel e doces caseiros, que podem ser encon-

trados na Feira de Artesanato.

Parque das Águas em Caxambu atrai turistas de diversas partes do país

O Lacticínio Leite Alvorada é especializado na produção de queijos finos Val di Fiemme

Page 14: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

14

coNTaNdo hisTÓriassaÚde com sabor

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a dia-betes tipo 2 está entre as doenças que mais preocupam os órgãos de saúde pública, devido ao número cada vez maior de pessoas que a desenvolvem. Estima-se que 371 milhões indivíduos no mundo têm diabetes tipo 2, dos quais 13,4 milhões são brasileiros, o que leva o Brasil a ocupar a 4ª posição na lista dos países que apresen-tam a doença, atrás da China, Índia e Estados Unidos, respectiva-mente. O diabetes tipo 2 está ligado ao aumento dos níveis de açúcar

no sangue – uma condição conhecida como hiperglicemia. Isso ocorre porque o organismo não utiliza de forma correta a insulina (hormônio produzido pelo pâncreas, que permite a entrada de glicose nas células para ser transformada em energia), impedindo que as células do corpo absorvam a glicose de modo adequado.

O endocrinologista Wilson Miranda explica que a doença está ligada à genética, mas, também, ao estilo de vida do paciente. “É im-portante ter controle e uma alimentação saudável e praticar exer-

um aliadomuiTo saudávelO consumo de iogurte com baixo teor de gordura ajuda na prevenção do diabetes tipo 2

hábitos saudáveis

Para controlar e prevenir o diabetes tipo 2, fique atento às seguintes orientações, dadas pela nutricio-nista Roberta Rodrigues:• Beba 2 litros de água por dia. • Se alimente a cada 3 horas. • Evite doces, chocolates, refrigerantes, entre outros

alimentos que contêm açúcar em sua composição. • Não consuma frutas em conservas ou enlatadas, pois

elas são preparadas com caldas contendo açúcar. • No lugar do sal, tempere a comida com ervas (ce-

bola, salsinha, coentro). • Evite o consumo de produtos ricos em calorias,

gorduras e sal como batata frita, salgadinhos, san-duíches e enlatados.

Shut

ters

tock

Page 15: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

15

cícios físicos. Das pessoas que são portadoras de diabetes, cerca de 90% apresentam o diabetes tipo 2. Ela ocorre, geralmente, em pessoas obesas com mais de 40 anos de idade, embora na atualidade é diag-nosticada com maior frequência em jovens, em virtude de maus hábi-tos alimentares, sedentarismo e estresse da vida urbana”, acrescenta.

Para evitar o aumento desta estatística, é preciso se conscien-tizar em relação às formas de prevenção. A simples adoção de io-gurtes com baixo teor de gordura (inferiores a 3,9%) na dieta é uma delas. Os resultados de uma pesquisa feita pela Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha (Inglaterra), apontam que esse produ-to é um grande aliado para diminuir os riscos. Os resultados foram publicados em março deste ano, na revista especializada Diabetolo-gia da Associação Europeia para o Estudo de Diabetes (EASD).

O estudo comparou os hábitos alimentares de pessoas com e sem a doença e descobriu que a prevalência do diabetes é signifi-camente menor entre aquelas que consomem o iogurte com baixo teor de gordura, ao menos quatro vezes por semana. Quatro copos de 125 gramas do alimento semanal reduz até 28% o risco de diabe-tes. Em uma análise complementar, os pesquisadores descobriram que substituir lanches (bolos, biscoitos e salgados) pelo iogurte re-

sulta em um risco 47% inferior para a diabetes tipo 2. Também foi apontado que outros laticínios com baixo teor de gordura, como o queijo cottage, contribuem para a prevenção em até 24%.

como se prevenirA nutricionista Roberta Rodrigues conta que o mercado ofe-

rece uma variedade de iogurtes com baixo teor de gorduras. “Po-demos encontrar nas prateleiras várias marcas com os produtos desnatados, light e zero. O iogurte é um alimento rico em nutrien-tes essenciais à saúde, como cálcio, vitamina A, Complexo B e sais minerais, por isso, é um alimento que pode ser consumido sempre.”

Ela também orienta que o paciente diabético ou com risco de desenvolver a doença deve ser estimulado a consumir alimentos ri-cos em fibras, que podem ser servidos com iogurtes. “Elas são im-portantes para ajudar a manter os níveis de glicose normais, pois diminuem o tempo de esvaziamento do estômago, dificultando a absorção de glicose. Pode-se, então, acrescentar algumas fontes de fibras, como aveia, cereais integrais, linhaça e frutas ao iogurte, fa-zendo uma perfeita combinação”, finaliza.

qual a diferença?

diabetes 1 diabetes 2É uma doença autoimune, em que o organismo produz pouca ou ne-nhuma insulina. É necessário que o paciente tome doses diárias de insu-lina para manter o controle da gli-cose. Menos de 10% dos diabéticos têm a doença.

A maior incidência é por fatores he-reditários e acomete mais os indiví-duos na fase adulta. O nível de insu-lina no organismo é normal, mas os tecidos se tornam resistentes a sua ação, o que impede a absorção da glicose, gerando o aumento da taxa de açúcar na corrente sanguínea.

Page 16: com Foco - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_57.pdf · Governo Federal lança Plano Mais Pecuária e ... culdade de implantação do novo ... degustando

16