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Ed. nº 57 Fev a Jul/15
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Louvor e gratidão a Deus pelos 25 anos de Fundação
da Comunidade Mar a Dentro
Com os mesmos sentimentos de
Cristo Jesus
Duc in Altum2
Lembrar com gratidão o passado, viver com paixão o presente, abrir-se com confiança ao futuro.
Antônio Dilben Rabelo FlemingFundador e Moderador Geral
Palavra do Fundador
Quando anos atrás, o então Papa João Paulo II, con-cluindo a Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte,
dirigiu-se à Igreja com as palavras: “Sigamos em frente, com esperan-ça! Diante da Igreja abre-se um novo milênio com um vasto oceano onde se aventurar com a ajuda de Cristo” (NMI, 58); sentimos como que aque-la Carta fosse para nós mais uma con-firmação de nosso Carisma, de nossa missão de ir Duc in Altum, Mar a Dentro! São João Paulo II realmente nos iluminou com o seu pontifica-do. Foi justamente neste período que nasceu a Comunidade Católica Mar a Dentro. Desde então procuramos, como este santo Papa nos ensinou, lembrar com gratidão o passado, vi-ver com paixão o presente, e abrir-se com confiança ao futuro.
Foi justamente com esta con-fiança nas mãos providenciais do Pai que a Comunidade foi fundada 25 anos atrás. Animado pelo convite à Evangelização promovido pelo hoje beato Paulo VI, através da Exorta-ção Apostólica Evangelii Nuntiandi, eu iniciara um trabalho de evangeli-zação na Academia Militar das Agu-lhas Negras, a convite do capelão da Academia. Tempos depois outros se juntaram a este convite da Igreja e ou-vindo mais uma vez o ensinamento de
Paulo VI entendemos o que ele que-ria dizer quando dizia: “aqueles que acolhem com sinceridade a Boa Nova, por virtude desse acolhimento e da fé compartilhada, reúnem-se portanto em nome de Jesus para conjuntamen-te buscarem o reino, para o edificar e para o viver. Eles constituem uma comunidade também ela evangeliza-dora” (EN 13).
O Senhor, nos chamava a con-tinuar aquele antigo trabalho de uma forma nova, integral, sem reservas ou limite. Éramos uma nova fundação, uma comunidade com o desejo de evangelizar e a preocupação de comu-nicar a verdade, de levar todos a uma confiança mais profunda na Palavra de Deus. Confiando na ordem do Se-nhor de ir “Mar a Dentro”, queríamos educar, formar homens novos, mu-lheres novas, para um mundo novo. Por meio da Formação, transmitir aos cristãos certezas sólidas, ancoradas na Palavra de Deus. Por meio da Inter-cessão, levar os filhos de Deus a uma confiança e a um abandono total nas mãos amorosas e providentes do Pai. Por meio do Acolhimento, fazer com que cada um sinta o Amor de Deus, que não rejeita a ninguém. Com o tempo fomos percebendo sempre mais profundamente a que o Senhor Jesus nos chamava, qual era o especí-fico de nossa Comunidade. Hoje, após
estes 25 anos, podemos afirmar com tranquilidade que o nosso Carisma, é ir Mar a Dentro, a nossa identidade é ir como discípulos e ministros da obe-diência e da paz, e a nossa missão é formar, educar homens novos e mu-lheres novas para um mundo novo, nos serviços do acolhimento, da inter-cessão e da formação. Esse é o nosso chamado! Esse é o modo de agir que nos distingue do mundo e que nos une a Cristo e sua Igreja.
Ao longo de nossa história tive-mos grandes papas que nos ensinaram que a santidade é a meta de todo cris-tão, e para que sejamos santos como o Pai é santo, é necessário olharmos para o Filho de Deus, para o seu co-ração, para os seus sentimentos. São Paulo, exortando os filipenses à san-tidade, diz que é necessário termos os
Com os sentimentos de Cristo rendemos graças ao Pai pelos 25 anos de fundação
A Pesca Milagrosa (detalhe). Raphael. Capela Sistina, Vaticano
Duc in Altum 3
mesmos sentimentos de Cristo Jesus (Fl 2,5). Entretanto somente podemos cultivar os mesmos sentimentos de Cristo se renovarmos a nossa escuta à Palavra de Deus. É a partir desta aten-ção renovada à Palavra de Deus que se pode atingir o ideal cristão de san-tidade e de intimidade com Deus, na oração. O Papa Emérito Bento XVI nos ensina que essa relação íntima en-tre Deus e o homem se exprime por meio de sua Palavra, à qual o homem é convidado livremente a acolher e deixar-se transformar por ela, pois ele mesmo é o destinatário desta Pala-vra que não quer senão estabelecer com ele um diálogo perene de amor (Verbum Domini, 22).
Essa é a obra que o Espírito Santo deseja rea-lizar em todos nós: plas-mar, configurar, moldar o nosso coração em amor, em generosidade, em humildade, em obediência a Deus, segundo o coração do Filho de Deus! Não me refiro a um simples imitar a Jesus, ou repetir suas palavras, ou seguir seu exemplo, mas falo de uma mudança radical no nosso
modo de pensar, de agir, de ser. Nesse sentido a leitura da Palavra de Deus e a oração são meios privilegiados pelos quais podemos nos deixar conduzir pelo Espírito, crescer na consciência de pertencer a Cristo e de ser amado por Ele. Somente seguindo esse itine-rário poderemos começar a pensar, agir, amar, rezar como Ele! A busca constante de assemelhar-se a Cristo é o caminho de todos os batizados; não é uma opção, é uma necessidade. No ano passado o Papa Francisco disse
que “ter os mes-mos sentimentos de Cristo signifi-ca pensar como Ele, querer o bem como Ele, ver como Ele, caminhar como Ele. Significa fa-zer o que Ele fez e com os mes-mos sentimen-
tos seus, com os sentimentos do seu Coração” (03/01/2014). Essa é a graça que devemos pedir constantemente por meio de nossas orações, de nos-sos sacrifícios; essa precisa ser nossa tarefa diária e nela devemos colocar toda nossa inteligência, todas as nos-
sas forças, todo o nosso coração. Essa é a graça a qual o próprio Senhor nos convida quando diz: Vinde e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração (Cf. Mt 11, 28-29).
É justamente com a compreen-são desta profunda ligação entre to-dos nós e o Cristo, por meio de sua Palavra, que a Comunidade Católica Mar a Dentro se lança ao anúncio, à evangelização. Queremos hoje, assim como ontem, aqui e agora, oportuna e inoportunamente, com o nosso anún-cio e com o nosso testemunho, favo-recer para que cada pessoa possa per-ceber a presença de Cristo Jesus em sua própria vida, possa assim permitir ao Divino Espírito que transforme o seu coração em um coração como o do Filho.
Cantando, louvando, relem-brando e revivendo cada etapa desses 25 anos, olhando para o passado com gratidão e lançando-se para o futuro com confiança, queremos assim como o fez Cristo Jesus, louvar e bendizer ao Pai por seus inúmeros benefícios.
Encontros marcantes: Dilben entrega um exemplar da Regra a João Paulo II e a Bento XVI. Ao longo da nossa história tivemos grandes Papas que nos ensinaram que a santidade é a meta de todo cristão.
“Ter os mesmos sentimentos de Cristo
significa pensar como Ele, querer o bem como Ele, ver como Ele, caminhar como Ele. Significa fazer o que Ele fez e com os mesmos sentimentos
seus, com os sentimentos do seu Coração”
Papa Francisco
Ano Jubilar4
A Celebração Eucarística aconte-ceu no dia 15 de março, na Basílica de Santa Teresinha na Tijuca, que é um dos locais de missão da Comunidade. Quem presidiu a Santa Missa foi nos-so Arcebispo, o Cardeal Dom Orani João Tempesta, OCist. Concelebra-ram Dom Antônio Augusto Duarte e Dom Roque Costa Souza, Bispos auxiliares da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom José Ubiratan Cos-ta, Bispo Diocesano de Itaguaí (RJ) e Dom Roberto Lopes, OSB Vigário Episcopal para a Vida Consagrada e a Causa dos Santos. Concelebraram também nossos irmãos sacerdotes Pe. Douglas Cardoso Metran (Cofunda-dor e Formador Geral) e Pe. Marce-lo José da Silva Sampaio (Superior da Missão de Lugano, Suíça) e os ami-gos sacerdotes Padre Licinho (Ação Missionária Arquidiocesana), Padre Silmar Alves Fernandes (Antiga Sé Nossa Senhora do Carmo), Frei Paulo e Frei Fábio (Hospital São Francisco na Providência de Deus), Frei Edglê, OCD (Vigário Paroquial da Basílica de Santa. Teresinha). Ao final da Santa Missa tivemos ainda a presença do Pa-dre Leandro Lênin (Reitor Seminário Menor) e do Frei Fábio Magno, OCD (Pároco da Basílica Santa Teresinha).
Celebração na Basílica de Santa Teresinha foi momento de fraternidade, encontro e reencontro entre irmãos e amigos da Comunidade.
Celebração dos 25 anos no Rio de Janeiro
Os membros da Comunidade com Dom Orani e demais bispos e sacerdotes.
Nosso Fundador, Antônio Dilben, com alguns membros da Comunidade e amigos.
Dom Orani: “Vivência do amor e do perdão deve contagiar muitos corações”.
Toda a Comunidade de Vida e Aliança estava representada: nosso Fundador, Antônio Dilben Rabelo Fleming; Padre Douglas, Padre Mar-celo José, Silvio Stumpf (Superior da Casa de São Paulo) Vilma Alber-ti e Cláudia Melo, membros da Casa de Iturama; Ana Maria Carletti, da Missão de Belém do Pará; Marilena Soares, membro de Aliança de São Paulo; Rosemeiri Passoni, membro de Aliança de Apucarana; Elaine Al-meida, membro de Aliança de São José do Rio Preto. Estiveram também presentes grande número de amigos, benfeitores e familiares dos membros da Comunidade.
Ao final da Celebração, tivemos a oportunidade de ouvir algumas pa-lavras do nosso Fundador, Antônio Dilben, que expressaram grande grati-dão a Deus e a muitos amigos. Ele fez memória do início da Comunidade
que se deu nesta cidade do Rio de Ja-neiro, quando os primeiros membros vieram de Resende (RJ) para começar os estudos no Mosteiro de São Bento e também a missão na Arquidiocese, primeiramente nesta Basílica de San-ta Teresinha. Dilben recordou ainda o tempo vivido em Petrópolis, região serrana do Rio. Por fim, ele agradeceu a Dom Orani por sua presença sem-pre amiga e incentivadora na imagem do Bom Pastor.
Agradecemos a todos os amigos e benfeitores que nos ajudaram a tor-nar possível essa celebração tão feliz! Agradecemos, usando as palavras de nosso Fundador ao final de seu discur-so: “Obrigado a todos. Obrigado mais uma vez Dom Orani, por sua amizade e por estar aqui conosco hoje. Obriga-do a Maria, mãe da Comunidade Mar a Dentro. Obrigado Senhor! Por causa de Tua Palavra lançamos as redes!”
Morgana ColomboFotos: Mar a Dentro
Em missão 5
Comunidade promove Congresso sobre Família
Realizado nos dias 21 e 22 de mar-ço, o “Congresso sobre a Família”, reuniu cerca de 270 pessoas no Colé-gio Santo André, em São José do Rio Preto – SP. O encontro destinou-se àqueles que trabalham com a Pasto-ral Familiar, aos sacerdotes, religiosos e a quem busca aprofundar-se sobre “a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”, tema sobre o qual desenvolveram-se as palestras.
O Congresso, promovido pela Co-munidade Mar a Dentro, pela Diocese de São José do Rio Preto e pela Pasto-ral Familiar, teve como conferencista o sacerdote Prof. Manuel Jesus Arro-ba Conde, CMF, doutor em Utroque Iure (Direito Civil e Canônico) pela Pontifícia Universidade Lateranense, onde leciona, além de ser mestre em Teologia Dogmática. Prof. Arroba ocupa cargos importantes em Roma e na Santa Sé. Atualmente foi convoca-do pelo Papa Francisco para colaborar com o Sínodo sobre a Família, além
Com a presença de renomado professor e canonista da Santa Sé, Congresso tratou do tema “a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.
Momento de oração conduzido pelo Pe. João Paulo, da Missão de Rio Preto. Antônio Dilben, nosso Fundador. Pe. Douglas Metran, cofundador e Formador Geral
Dom Tomé, Bispo de Rio Preto, e Pe. Marcelo José, Superior da Casa de Lugano (Suíça).
Participantes do encontro em momento de adoração ao Santíssimo Sacramento. Pe. Arroba durante palestra.
Família deve ser “sal da terra e luz do mundo” no anúncio do Evangelho.
de ser autor de numerosos livros e ar-tigos.
No primeiro dia (21), o Pe. Arroba falou sobre temas como a Família e o Matrimônio no magistério de Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI, en-fatizando a continuidade e a evolu-ção que cada um desses papas trou-xe ao assunto a respeito da família e do matrimônio; falou também sobre a importância da preparação ao ma-trimônio diante das exigências e dos desafios das mudanças sociais atuais. Por fim, concluiu abordando o tema da mentalidade divorcista e o proble-ma da exclusão da indissolubilidade, ou seja, do temor de assumir um com-promisso para sempre.
No domingo (22), Pe. Arroba tra-tou de temas ligados à vocação e à missão da família para a sociedade
e para a Igreja nos dias atuais e da necessidade de um novo anúncio do Evangelho que parta da família.
Além dos momentos de estudos com Pe. Arroba, o Congresso teve momentos de oração, de adoração, além da Santa Missa, presidida tan-to no sábado como no domingo por Dom Tomé Ferreira da Silva, Bispo diocesano de São José do Rio Preto.
Agradecemos ao Pe. Arroba e a to-dos aqueles que colaboraram para que este rico momento pudesse acontecer, além de todos aqueles que participa-ram do Congresso. Que as reflexões desses dias possam ajudar a compre-ender melhor o papel do Matrimônio e da Família em nosso mundo e na nossa Igreja, levando a Família a se tornar sujeito da Nova Evangelização, como “sal da terra e luz do mundo”.
Pe. Gildasio VilanovaFotos: Mar a Dentro
Em missão6
Retiro Espiritual na Semana SantaEncontro aconteceu em em nossas casas de Iturama e Belém do Pará, e proporcionou uma profunda vivência do mistério do Tríduo Pascal através da liturgia, meditações e convivência fraterna.
Tivemos a alegria de reviver, neste ano, o Tríduo Pascal na dinâmica do Retiro de Páscoa, que aconteceu em nossas casas de Iturama (MG), sede da Comunidade, e em Belém do Pará. Este retiro, de modo particular, pro-cura levar os participantes a viver pro-fundamente o que é celebrado na Li-turgia, mergulhando em cada dia do Tríduo no mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus.
Em Iturama o tema do retiro foi: “Por suas chagas fomos curados” (Is 53,5), que nos remete à leitura do Pro-feta Isaías, do servo sofredor que, pelo seu sofrimento, nos cura e nos salva.
Para meditar nessa figura do servo so-fredor, na sexta-feira santa os jovens prepararam para uma encenação da Paixão, muito bela e comovente.
Além dos momentos de pregação e de celebração, pudemos viver a alegria desse tempo em comunidade, na pre-sença dos amigos de fé, que com seu testemunho nos dão também a força para retomar o caminho diário com a certeza de que não estamos sós, mas que o Cristo ressuscitado caminha co-nosco, caminha com sua comunidade.
Na Missão de Belém o retiro foi re-alizado no CCFC (Centro de Cultura e Formação Cristã). Neste ano fomos
convidados a refletir sobre o infinito amor do Pai, que nos deu seu próprio Filho para nos salvar. Cerca de 60 pessoas estiveram conosco neste tem-po de grande graça. As celebrações li-túrgicas foram realizadas na Paróquia São Pio X – que fica junto ao CCFC – e presididas pelo Pe. José Luiz Fer-nandes (pároco) e Pe. Jayme Pereira (vigário). No domingo encerramos pela manhã com a Missa da Ressur-reição presidida pelo Pe. Giovanni Martoccia, SX, seguida de uma pro-cissão com o Santíssimo Sacramento. Ao final, celebramos o café da manhã festivo de Páscoa.
Belém: Momento de oração durante o retiro. Belém: Procissão com o Santíssimo após a Missa da Ressurreição
Bênção após a Vigília Pascal na Casa de Nazaré
Pe. Douglas Metran, nosso cofundador e Formador Geral
durante a Vigília Pascal. Procissão do Senhor Morto, na Sexta-Feira Santa
Via Sacra. Encenação preparada pelos jovens de Iturama levou à meditação e oração.
Maicon da SilvaFotos: Mar a Dentro
Ano Jubilar 7
Celebração realizada na Igreja São Judas Tadeu de Campo Limpo comemorou também sete anos de missão da Comunidade em São Paulo foi marcada pela alegria e pelo louvor, como um grande momento de gratidão e de fraternidade
A missão de São Paulo celebrou o Jubileu dos 25 anos de fundação da Comunidade e os sete anos de missão na capital paulista.
A Missa do Jubileu aconteceu dia 11 de abril na Paróquia de São Judas Tadeu, Diocese de Campo Limpo, paróquia que nos acolheu desde o iní-cio de nosso trabalho nessa diocese. A Santa Missa foi presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, Bispo Au-xiliar da Arquidiocese de São Paulo, e concelebrada pelo Pe. Douglas Me-tran, Cofundador e Formador Geral da Comunidade. Estava presente tam-bém o Diácono Permanente Paulo Possa, da Diocese de Campo Limpo.
Muito nos alegrou a presença de nosso Fundador, Antônio Dilben Ra-belo Fleming e do Cofundador, Padre Douglas, de Mônica Perroni e Vilma Alberti, da Casa de Nazaré, em Itura-ma; de Morgana Colombo Nadin, Su-periora da Missão do Rio de Janeiro; de Márcia Maria, da Missão de São José do Rio Preto, todos da Comunidade de Vida; estiveram presentes também Rosemeiri Passoni (Apucarana, PR) e Elaine Almeida (São José do Rio Pre-to), ambas da Comunidade de Alian-ça. Todos os membros da Missão de São Paulo estiveram presentes: Silvio Stumpf, Superior da missão, Márcio José, Bruno Monteiro e Helton Mon-teiro da Comunidade de Vida; e Ma-rilena Soares, Laércio e Eliane Lúcio, Osmarina Viana e Rosely de Sá, da
Comunidade de Aliança.Contamos com a presença de mui-
tos amigos e benfeitores, paroquianos, alunos do discipulado, amigos vindos de outros bairros, além de familiares dos membros da Comunidade, todos que nos ajudam a ir Mar a Dentro em nossa missão.
Ao final da Celebração, Pe. Manoel Viana, Pároco da Paróquia de Santa Suzana e Vigário Episcopal da Dio-cese de Campo Limpo, fez a leitura da mensagem de Dom Luiz Antônio Guedes, Bispo Diocesano de Campo Limpo, para nosso Jubileu. Nosso Fundador, Antônio Dilben, expres-
sou grande gratidão a Deus, fazendo memória da abertura da casa de mis-são de São Paulo, de todos os amigos da missão e daqueles que no início da missão foram e ainda hoje são sinais da providência e misericórdia do Se-nhor para conosco.
Agradecemos ao Senhor que nos deu a possibilidade de celebrar juntos esse momento tão especial em nossa Comunidade. Agradecemos a todos aqueles que em nossa missão de São Paulo avançam conosco Mar a Den-tro. Continuemos juntos, joguemos nossas redes sem medo, confiemos, pois na nossa barca está o Senhor!
Missa Jubilar na Missão de São Paulo
Ação de graças. Dom Devair Araújo e Pe. Douglas Metran durante a Santa Missa.
Nosso Fundador, Antônio Dilben
Santa Missa controu com a participação de grande número de fieis, entre membros da Comunidade, amigos e benfeitores
Pe. Manoel Viana, Vigário Episcopal, durante leitura da
mensagem de Dom Luiz Antônio, Bispo de
Campo Limpo.
A partir da esquerda: Elaine, Vilma, Dilben, Dom Devair, Silvio e Helton (à frente); Atrás: Márcio, Diác. Paulo, Pe. Douglas, Morgana, Bruno e Pe. Manoel.
Bruno MonteiroFotos: Mar a Dentro
Em missão8
Realizamos no dia 19 de abril em Belém (PA) a segunda “Páscoa na Ilha”. O evento aconteceu em Ilha Longa, local onde realizamos missão durante todo o ano, e foi possível gra-ças à generosidade de muitos corações e ao apoio sempre presente dos Ami-gos da Ilha, grupo de voluntários que nos ajudam em nossa missão junto aos ribeirinhos. Os alimentos e bombons foram arrecadados ao longo do mês de março, numa proposta de ser um gesto concreto de caridade no tempo quaresmal. Ao todo cerca de 40 famí-lias foram beneficiadas com esse gesto de amor ao próximo.
Logo cedo nos reunimos no porto de Icoaraci para levarmos alimentos, bombons e sobretudo a Boa Nova de Cristo ressuscitado aos corações dos
nossos irmãos. Ao chegar à ilha fomos recebidos pelos moradores que nos aguardavam. Tivemos a Santa Mis-sa presidida pelo pároco de Cotijuba (ilha à qual pertence Ilha Longa), Pe. José Reinaldo Ferreira.
Após a Eucaristia houve um mo-mento de louvor e brincadeiras com as crianças; ao final foi servido um lanche preparado pelos Amigos da Ilha e em seguida foram distribuídos alimentos e bombons para as crianças.
O que é a Páscoa na Ilha?A ideia da Páscoa na Ilha surgiu
em 2014 ao constatarmos a necessi-dade dos ribeirinhos, que nessa épo-ca do ano ficam sem recursos, devido à escassez do açaí, do camarão e dos peixes, que além de fonte de alimenta-ção, são também fonte de renda para
os moradores das ilhas. Inspirados pela prática do Natal das Ilhas, que realizamos anualmente em várias ilhas atendidas pela Comunidade, lançamos aos Amigos da Ilha – um grupo de voluntários que nos ajudam em nos-sa missão – o convite para que esse gesto pudesse se repetir nesse período de tanta necessidade na vida de nossos irmãos. Eles acolheram com alegria o convite e nos ajudaram a arrecadar ali-mentos, que foram levados às famílias daquela localidade.
Agradecemos a todos os que nos ajudaram a vivenciar mais uma vez essa graça, aos que colaboraram com alimentos, doces, com sua presença e orações para que a o amor de Cristo pudesse alcançar o coração de nossos irmãos ribeirinhos.
Missão de Belém realiza 2ª Páscoa na Ilha
Graças à generosidade de muitos corações, foi possível levar ajuda material e espiritual aos nossos irmãos ribeirinhos
Evangelização e caridade. Amigos da Ilha chegam à capela de Ilha Longa
Ribeirinhos chegam para a celebração trazendo a imagem do padroeiro da capela
Pe. José Reinaldo, pároco de Cotijuba, durante a Santa Missa
Pe. José Reinaldo, pároco de Cotijuba, durante a Santa Missa
O grupo de voluntários “Amigos da Ilha”, enquanto aguardam a chegada do barco.
Maicon da SilvaFotos: Mar a Dentro
Em missão 9
Pelo sexto ano consecutivo a casa da Comunidade Mar a Dentro em São Jose do Rio Preto recebeu a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Naza-ré, a mesma que percorre no 2º do-mingo de outubro as ruas de Belém, atraindo multidões.
Neste ano, tivemos a graça de partilhar a alegria e celebrar a Euca-ristia com a presença da imagem em quatro paróquias: Santa Teresinha do Menino Jesus, no dia 30/04; São João Apóstolo e Nossa Senhora das Dores, no dia 01/05; Basílica Menor de Nos-sa Senhora Aparecida, no dia 02/05; e Catedral de São José, no dia 03/05.
Na Basílica, Dom Tomé Ferreira da Silva, Bispo diocesano, presidiu a Celebração Eucarística, levando-nos a refletir sobre a importância da Virgem Maria no plano de salvação da huma-nidade. Em seguida, a imagem seguiu em procissão à casa das Irmãs de Je-sus crucificado para um momento de oração. De lá, saiu em procissão (Mini Círio, nome que faz alusão ao Círio de Nazaré) até o CEFA (Centro de Es-piritualidade, Formação e Aconselha-mento São João XXIII), concluindo com a missa campal presidida pelo Pe. Douglas Metran, nosso Cofundador e Formador Geral. Durante a noite foi realizada uma vigília de oração com adoração ao Santíssimo Sacramento. No domingo(03), seguiu novamente em carreata à Sé Catedral, onde Dom Tomé presidiu, mais uma vez, a Euca-ristia e recitou a oração de consagração à Nossa Senhora de Nazaré. À tarde, no CEFA, diversas pessoas veneraram a imagem, participando dos louvores, petições, intercessões e oração do ter-ço. Às 18h, a imagem foi conduzida à Paróquia Menino Jesus de Praga.
Para concluir, com a Santa Missa na Comunidade Mar a Dentro, ren-demos graças a Deus por tudo aquilo que vivenciamos durante os dias de
Rio Preto recebe a Visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré
visita da imagem, pois experimen-tamos a presença materna de Maria numa profunda experiência eclesial.
Além das paróquias, a imagem peregrina visitou outros locais, como o Hospital da Criança e o CAPACC (Casa de Apoio ao Paciente com Cân-cer), levando a um profundo momento de fé entre cantos e orações marianas.
Nossa Comunidade louva a Deus e agradece de todo coração aos amigos e benfeitores e a todos os que torna-ram possível esse grande momento de graça. Nosso especial agradecimento à Diretoria do Círio de Nazaré pela dis-ponibilidade e testemunho de fé. Com confiança, aguardamos com alegria a próxima visita em 2016!!!
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1- Nosso Fundador e Moderador Geral, Antônio Dilben no momento da Acolhida da Santa em nossa casa; 2- Visita à nossa casa na Vila Azul, área rural de Rio Preto; 3- Pe. João Paulo Macedo com as crianças e adolescentes do Discipulado Mirim e Infanto Juvenil; 4 e 5- Aco-lhida e procissão na Basílica Menor Nossa Senhora Aparecida; 6- Santa Missa na Paróquia São João e Nossa Senhora das Dores; 7- Pe. Douglas Metran, cofundador e Formador Geral, durante visita a hospital da cidade; 8- Mini Círio realizado no sábado (02/05).
Pe. Gildasio VilanovaFotos: Mar a Dentro
Em missão10
Aconteceu em São José do Rio Preto, nos dias 26 e 27 de maio, o II Fórum de Bioética promovido pela Comunidade Mar a Dentro.
Dom Fernando Chomali Garib, Arcebispo de La Santissima Concepi-ón no Chile foi o conferencista desses dois dias de estudos. Ele é Doutor em Moral pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma e Mestre em
Bioética pela Pontifícia Universidade Lateranense, além de ser membro da academia Pontifícia para a Vida, Con-gregação da Santa Sé.
A Bioética hoje é um dos campos com maior repercussão, visto que trata de temas delicados e polêmicos como a defesa da vida, aborto, euta-násia, obstinação terapêutica entre outros. Nós, como católicos, somos
constantemente chamados a nos po-sicionarmos diante dessas temáticas. O Fórum foi uma grande oportunida-de para conhecer melhor esse campo, buscando uma formação e informa-ção cristã a respeito das questões de Bioética.
Agradecemos a Dom Chomali pela sua disposição e a todos os que parti-ciparam desse momento conosco.
Comunidade Mar a Dentro realizou em São José do Rio Preto o II Fórum de Bioética
Encontro realizado no CEFA teve como conferencista Dom Fernando Chomali, e tratou do tema “Relações humanas: por uma bioética existencial e integral”.
aniversário de nosso Fundador, Antônio DilbenNo dia 03 de maio celebramos o dom da vida de nosso Fundador e Moderador Geral, Antônio Dilben. A data foi comemorada com muita gratidão a Deus e a Nossa Senhora de Nazaré, a quem o Dilben tanto ama e nos
ensina a amar.
Para todos nós o Dilben é alguém muito especial.
O chamado de Deus o leva Mar a Dentro, e ele vai, sem medo de responder ao que Deus lhe pede.
Querido Dilben, nesse ano do Jubileu de nossa Comunidade, agradecemos imensamente pelo teu sim, como fundador e como nosso pai. Nosso
coração se une ao teu, para louvar ao Criador pelo dom de tua vida.
Pe. Gildasio VilanovaFotos: Mar a Dentro
Em missão 11
Evento faz parte das comemorações do Ano Jubilar da Comunidade e em preparação ao XVII Congresso Eucarístico Nacional.
A Missão de Belém realizou de 01 a 03 de junho a Semana Eucarís-tica 2015, que teve como objetivo ser um evento preparatório para o XII Congresso Eucarístico Nacional, que será celebrado em 2016 na capital pa-raense. O evento foi também parte da programação do Ano Jubilar da Comunidade e 10 anos de missão na Amazônia.
A programação foi aberta com Celebração Eucarística presidida por Dom Alberto Taveira Corrêa, Ar-cebispo Metropolitano de Belém do Pará. Durante a Santa Missa aconte-ceu a Instituição dos Ministros Extra-ordinários da Eucaristia que servem na Comunidade. Em sua homilia, Dom Alberto manifestou sua alegria pela vivência desse tempo dedicado à reflexão e adoração ao Senhor que se doa na Eucaristia. Ele agradeceu a Comunidade pela iniciativa e destacou a importância do nosso carisma para a Igreja: “o que me admira na Comu-nidade Mar a Dentro é a profundida-de e a seriedade com que é vivida sua vocação e missão”, disse o Arcebispo.
Ao final da Missa Dom Alberto expôs o Santíssimo Sacramento para a ado-ração, que se estendeu até o final da programação.
Nos dias 02 e 03 houve momen-tos de formação para os participantes abordando o tema da Eucaristia e o Congresso Eucarístico. Na terça-feira (02) a formação foi ministrada pelo Mons. Raimundo Possidônio, vigário geral da Arquidiocese, que abordou os fatos e o contexto histórico do Con-gresso e suas respectivas edições, en-focando particularmente o primeiro realizado em Belém em 1953.
No dia seguinte Dom Teodoro Mendes Tavares, eleito Bispo Coadju-tor de Ponta de Pedras, PA – que na
época era Bispo Auxiliar de Belém – falou sobre a Eucaristia e sua cen-tralidade na vida e missão da Igreja. Encerramos a Semana Eucarística na Missa e Procissão de Corpus Christi juntamente com toda a Arquidiocese.
Essa semana foi um tempo de lou-vor e gratidão a Deus pela misericór-dia em nossa história. Contemplando o Cristo na Eucaristia cultivamos em nós os mesmos sentimentos de Cristo (Fl 2,5). Esse evento foi muito impor-tante para nós, pelo fato de estarmos vivendo junto com a Igreja de Belém este tempo de graça que é o Ano Eu-carístico, nos preparando através da formação e da oração para o Congres-so Eucarístico de 2016.
Semana Eucarística na Missão de Belém
Adoração. Dom Alberto Taveira no início da Semana Eucarística
Maicon da SilvaFotos: Mar a Dentro
Vocação12
Aliançados Mar a Dentro vivem tempo de fraternidade, oração e formação na Casa de Nazaré, em Iturama
Os membros da Comunidade de Aliança Mar a Dentro se reuni-ram para seu retiro anual, que neste ano aconteceu entre os dias 04 e 07 de junho na Casa de Nazaré, sede da Comunidade, em Iturama (MG). Du-rante o encontro foram realizadas pa-lestras, partilhas e momentos de refle-xão silenciosa. Foi também um tempo de muita partilha e convivência fra-terna entre os membros, que vieram de diversas partes do Brasil para esse momento especial em suas vidas e de toda a Comunidade.
As meditações foram conduzidas pelo nosso Fundador e Moderador Geral, Antônio Dilben, pelo Pe. Dou-glas Metran (cofundador e Formador Geral da Comunidade), Pe. João Pau-
lo Macedo, Mônica Lopes, Morgana Nadin (moderadora da Aliança) e Sil-vio Stumpf (superior da Casa de São Paulo).
Na sexta-feira (05) durante a Eu-caristia presidida pelo Pe. José Car-los Alexandre (pároco de Santa Rita e Diretor Espiritual da Comunidade) e concelebrada pelo Pe. Douglas Me-tran e Pe. João Paulo, os membros renovaram seus Compromissos dian-te do Fundador e Moderador Geral. Neste ano fizeram os primeiros Com-promissos Brígida Chaves Borges (de Iturama), Gileuda Martins (de Belém do Pará), Renato e Flávia Renata Gle-riano (de São José do Rio Preto); tam-bém Aline Romana (Iturama) e Maria Tereza dos Santos (Rio Preto) fize-ram primeiros Compromissos como Aliança Consagrada.
Sobre a Comunidade de Aliança
A Comunidade de Aliança Mar a Dentro é formada por homens e mulheres, jovens e adultos, que vivem a sua vocação Mar a Dentro inseridos na sociedade, testemunhando sua vivência do Evangelho de Nosso Senhor e a riqueza da experiência formativa na vida comunitária. Dedicam-se à sua família, à profissão que assumem junto à sociedade e às atividades missionárias da Igreja através da Missão Mar a Dentro. Dentro desta vocação Mar a Dentro, encontram-se também pessoas que, vivendo em suas famílias e assumindo sua profissão, se consagram (Aliança Consagrada) e através da Virgindade Consagrada (celibato), são sinais do Reino no mundo em que vivem.
Retiro anual da Comunidade de Aliança
Vocação. Membros Aliançados no dia da Renovação dos Compromissos.
Antônio Dilben, nosso Fundador, durante a Santa Missa em que nossos irmãos renovaram seus Compromissos.
Morgana ColomboFotos: Brígida Borges/ Leda Martins
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Duc in Altum 13
É desafiador para o nosso tem-po compreender e estarmos atentos às necessidades pre-
sentes no coração e na busca de cada pessoa, sobretudo, quando em meio à turbulência do dia-dia ou na distração de tantos outros atrativos, somos sur-preendidos por momentos em que nos sentimos incapazes, vazios e impoten-tes. De fato, quando tudo nos parecia estar preparado, calculado, medido e programado, o imprevisto nos assalta e junto com ele o desespero.
É assim que a presença de Ma-ria no casamento em Caná da Galileia se revela marcante especialmente pelo silêncio e a discrição com que é movi-da, sua prontidão e serviço, a ousadia e a confiança de quem sabe que será atendida e ouvida, certamente porque também sabe ouvir e se colocar a ser-viço. A sua percepção e a sua disposi-ção trazem o dom de organizar, trans-formar e despertar a fé a partir de uma experiência profunda de abandono e confiança.
“Eles não têm mais vinho”. É nas entrelinhas desta frase que encon-tramos o mistério da falta, da ausência
e da necessidade daquilo que essen-cialmente conduz nossa vida e nossa vocação: o amor. Quando o amor nos falta, nossos corações – e por conse-quência nossas ações –vêem-se con-templados na imagem das talhas de pedras frias e vazias e quando não marcados pelo gosto amargo do nosso amor próprio. É confiando, porém, no convite a enchermos nossa talha de água que o milagre pode acontecer em nossas vidas, fazendo nossa a experi-ência vivida pelos serventes daquela festa. A partir da nossa prontidão e confiança certamente provaremos a doçura do amor, do vinho novo que nos é oferecido pela transformação daquilo que há em nós e de tudo aqui-lo que somos. Seremos surpreendidos pela diferença do gosto do amor trans-formado pela intercessão de Maria e pela presença de Jesus.
Poderemos dizer então: mas por que servir o vinho melhor no fi-nal? Por que só agora provar este sa-bor? Encontraremos dentro de nós mesmos a resposta clara e simples: para sentirmos a doçura do vinho novo é preciso provar muitas vezes o gosto do vinho velho e amargo das
nossas experiências e desobediências, da nossa dureza, dos nossos medos e inseguranças. Quando transformados por este amor que Jesus injeta em nós podemos amar sem medidas, sem se cansar e sem medo de que o nosso amor venha a perecer ou se acabar. Este amor não se esgota, não se esvai, pelo contrário: gera vida e se multipli-ca a partir de uma experiência concre-ta vivenciada na festa da vida, das lu-tas, das fraquezas, dos saltos e das quedas. Ele sempre estará lá para no-vamente nos transformar e mudar o gosto da nossa existência.
Enchei as talhasSilvio Stumpf
Superior da Missão de São Paulo
Espiritualidade
A partir da nossa prontidão e confiança certamente provaremos a doçura do amor, do vinho novo que nos é oferecido pela transformação daquilo que há em nós e de tudo aquilo que somos.
Especial14
Com os olhos da mente, fixe-mos o ícone da Virgem Mãe, Maria, que caminha com o
Menino Jesus nos braços. Introdu-Lo no templo, introdu-Lo no povo, leva--O para encontrar o seu povo.
Os braços da Mãe são como que a “escada” pela qual o Filho de Deus desce até nós, a escada da con-descendência de Deus. Ouvimo-lo na primeira Leitura, tirada da Carta aos Hebreus: Cristo “teve de assemelhar--Se em tudo aos seus irmãos, para Se tornar um Sumo Sacerdote miseri-cordioso e fiel” (2, 17). É duplo o ca-minho de Jesus: desceu, fez-Se como nós, para subir ao Pai juntamente co-nosco, fazendo-nos como Ele.
Podemos contemplar o âmago deste movimento, imaginando a cena evangélica de Maria que entra no tem-plo com o Menino nos braços. Nossa Senhora caminha, mas o Filho cami-nha antes d’Ela. Ela leva-O, mas é Ele que A leva neste caminho de Deus que vem a nós para podermos ir até Ele.
Jesus percorreu a nossa própria estrada para nos indicar a via nova, um “caminho novo e vivo” (cf. Hb 10, 20) que é Ele próprio. E, para nós consa-grados, esta é a única estrada, sem al-ternativa, que, em concreto, devemos percorrer com alegria e perseverança.
O Evangelho alude cinco vezes à obediência de Maria e José à “Lei do Senhor” (cf. Lc 2, 22.23.24.27.39).
Jesus não veio para fa-zer a sua vontade, mas a vontade do Pai; e isso – disse Ele – era o seu “alimento” (cf. Jo 4, 34). De igual modo, quem segue Jesus, abraça a via da obediência, imitando a “condes-cendência” do Senhor, abaixando-se e assumindo a vontade do Pai até ao ani-quilamento e à humilhação de si mes-mo (cf. Fl 2, 7-8). Para um religioso, progredir significa abaixar-se no servi-ço, isto é, fazer o mesmo caminho de Jesus, que “não considerou como uma usurpação ser igual a Deus” (Fl 2, 6). Abaixar-se, fazendo-se servo; abaixar--se para servir.
E esta via toma a forma da re-gra, moldada segundo o carisma do fundador, sem esquecer que a regra insubstituível, para todos, é sempre o Evangelho. Depois o Espírito Santo, na sua criatividade infinita, exprime--o também nas várias regras de vida consagrada que nascem, todas, da “se-quela Christi”, isto é, deste caminho de abaixar-se servindo.
Através desta “lei”, os consa-grados podem alcançar a sabedoria, que não é uma aptidão abstrata, mas é obra e dom do Espírito Santo. Um sinal evidente de tal sabedoria é a ale-gria. Sim, a alegria evangélica do reli-gioso é consequência do caminho de abaixamento com Jesus… E, quando estivermos tristes, faremos bem se nos
interrogarmos: “Como estamos a vi-ver esta dimensão ‘kenótica’?”
Na narração da Apresentação de Jesus no Templo, a sabedoria é re-presentada por dois anciãos, Simeão e Ana: pessoas dóceis ao Espírito Santo (é aqui nomeado três vezes), conduzi-das por Ele, animadas por Ele. O Se-nhor concedeu-lhes a sabedoria atra-vés dum longo caminho pela via da obediência à sua lei; obediência, que, por um lado, humilha e aniquila, mas, por outro, acende e guarda a esperan-ça, fazendo-os criativos, porque esta-vam cheios de Espírito Santo. Os dois celebram uma espécie de liturgia à vol-ta do Menino que entra no Templo: Simeão louva o Senhor e Ana “prega” a salvação (cf. Lc 2, 28-32.38). Como no caso de Maria, também o velho Si-meão toma o Menino nos seus braços, mas, na realidade, é o Menino que o agarra e conduz. Assim o exprime, de forma clara e concisa, a liturgia das primeiras Vésperas da Festa de hoje: “senex puerum portabat, puer autem senem regebat”. Tanto Maria, mãe jovem, como Simeão, “avô” ancião, levam o Menino nos braços, mas é o próprio Menino que conduz a ambos.
Para um religioso, progredir significa abaixar-se no serviço, isto é, fazer o mesmo caminho de Jesus, que “não considerou como uma usurpação ser igual a Deus” (Fl 2, 6).
Abaixar-se para servirAno da Vida Consagrada
Homilia do Papa Francisco. Festa da Apresentação do Senhor 2015. XIX Dia Mundial da Vida Consagrada
Especial 15
É curioso notar que neste caso, criativos, não são os jovens mas os an-ciãos. Os jovens, como Maria e José, seguem a lei do Senhor pela via da obediência; os anciãos, como Simeão e Ana, vêem no Menino o cumprimento da Lei e das promessas de Deus. E são capazes de fazer festa: são criativos na alegria, na sabedoria. Mas é o Senhor que transforma a obediência em sabe-doria, por ação do Espírito Santo.
Às vezes, Deus pode conceder o dom da sabedoria mesmo a um jovem inexperiente; basta que esteja disponí-vel para percorrer a via da obediência e da docilidade ao Espírito. Esta obe-diência e docilidade não são qualquer coisa de teórico, mas trilham a lógica
da encarnação do Verbo: docilidade e obediência a um fundador, docilidade e obediência a uma regra concreta, docilidade e obediência a um supe-rior, docilidade e obediência à Igreja. Trata-se de docilidades e obediências concretas.
Através da perseverança no caminho da obediência, amadure-ce a sabedoria pessoal e comunitá-ria e, assim, torna-se possível tam-bém adaptar as regras aos vários tempos: na realidade, a verdadeira “atualização” é obra da sabedoria, forjada na docilidade e na obedi-ência.
O robustecimento e a renovação da vida consagrada acontecem através de um grande amor à regra e também da capacidade de observar e escutar os anciãos da Congregação. Assim o “de-pósito”, o carisma de cada família re-ligiosa é guardado conjuntamente pela obediência e pela sabedoria. E, através deste caminho, somos preservados de viver a nossa consagração de manei-ra superficial, de forma desencarnada, como se fosse uma gnose que acaba-
ria por reduzir a vida religiosa a uma “caricatura”: uma caricatura na qual se realiza um seguimento sem renúncia, uma oração sem encontro, uma vida fraterna sem comunhão, uma obedi-ência sem confiança e uma caridade sem transcendência.
Hoje também nós queremos, como Maria e como Simeão, tomar Jesus nos braços para que Ele Se en-contre com o seu povo; mas de certe-za só o conseguiremos, se nos deixar-mos arrebatar pelo mistério de Cristo. Guiamos o povo para Jesus, se, por nossa vez, nos deixarmos guiar por Ele. Isto é o que devemos ser: guias guiados.
Que o Senhor, por intercessão de Maria nossa Mãe, de São José e dos Santos Simeão e Ana, nos conceda o que antes Lhe pedimos na oração da Coleta: “apresentarmo-nos diante [d’Ele] plenamente renovados no es-pírito”. Assim seja!
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