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bruno-salazar
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1. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO
Este instrumento está insculpido no capítulo V, Título VII – Do Processo
e do Procedimento. O referido instituto levará o juiz a seguir dois meios
distintos. Sanadas eventuais irregularidades, o juiz, depois de ler as
manifestações das partes, terá de verificar se o processo tem condições de ser
julgado ou não no ‘estado’ que se encontra. Ocorrem casos em que, concluída
a fase postulatória e saneados eventuais vícios, estando assim todos os
elementos necessários para o julgamento nos autos, sem abrir a fase
instrutória, resultando então num julgamento antecipado, através de uma
sentença terminativa ou definitiva, dividindo-se em três seções que
posteriormente será abordada na presente pesquisa; e ocorre em segundo
caminho a ser seguido, a necessidade de produção de provas, sendo
necessário o saneamento do processo, tendo como objetivo preparar o
processo para a fase instrutória;
No primeiro caminho, ocorrem três possibilidades de Julgamento
conforme o estado do processo:
a) Extinção do processo, nas hipóteses dos artigos 267 e 269,
incs. II a V;
b) Julgamento antecipado do mérito (da lide);
c) Saneamento do Processo;
1.1 Extinção do processo
Vem disposto no art. 329, do CPC “Ocorrendo qualquer das hipóteses
previstas nos artigos 267 e 269, II e V, o juiz declarará extinto o processo”.
Segundo Marcus Vinicius Rios Gonçalves, os dispositivos mencionados
abordam a resolução sem julgamento de mérito (art.267), e a resolução de
mérito, quando o juiz não aprecia o pedido das partes (no caso das chamadas
“falsas sentenças de mérito”). Sendo as possibilidades de renúncia do direito,
transação, reconhecimento jurídico do pedido ou reconhecimento de
decadência e prescrição.
O elencado no art. 329, o juiz poderá extinguir o processo sempre que
apresente uma dessas causas. Se com a apresentação da inicial, verificar que
falta uma das condições, determinará o seu indeferimento, com fulcro o art.
267,I. Ou, se na fase de instrução, houver transação, ou reconhecimento do
pedido, os homologará, e extinguirá o processo, com julgamento de mérito.
Como demonstrado, a aplicação do art. 329, não se mostra restrita à
alguma fase do processo, mas sim a todo e qualquer momento em que uma
das causas se verificar nos autos.
1.2 Julgamento antecipado do mérito (da lide)
A fase postulatória concluída, o juiz verifica se já existe nos autos
elementos suficientes para o julgamento do pedido, ou se ocorre a necessidade
de produção de provas em audiência.
Quando verifica-se os elementos suficiente, promoverá o julgamento
antecipado do mérito, que pressupondo-se a não necessidade de outras
provas. Ocorrendo assim, a não designação de audiência preliminar (art. 331,
CPC). Porém, nada limita ao juiz proceder com a audiência preliminar caso
quando houver fortes possibilidades de conciliação entre autor e réu.
Verifica-se que há três possibilidades em que o julgamento antecipado
caberá:
a) Quando não houver contestação do réu, ou quando ocorrer a
revelia, presumir-se-á verdadeiros os fatos narrados na inicial
(Art. 330,II, CPC).
b) Quando a questão de mérito for de direito e de fato, mas sem
haver a necessidade de produção de provas em audiência
(art. 330, I, CPC).
c) Quando a questão for exclusivamente de direito (Art. 330, I).
Passando-se nesses casos, diretamente da fase postulatória e ordinária
para a decisória, sem que, entre elas ocorra a fase instrutória.
1.3 Saneamento do Processo
Ocorre mediante Audiência Preliminar, prevista no art. 331, do CPC: “Se
não ocorrer qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes, e versar
a causa sobre os direitos que admitem transação, o juiz designará audiência
preliminar, a realizar-se no prazo de trinta dias, para a qual serão as partes
intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou
preposto, com poderes para transigir”.
Habitualmente, essa audiência tem sido chamada de “tentativa de
conciliação”, mas essa designação faz referência a apenas um dos atos nela
praticados. O juiz determinará se houver acordo, uma série de providências,
sanear o processo, fixando pontos controvertidos e decidindo a respeito das
provas necessários para tal procedimento saneador.
O juiz, poderá não designar audiência preliminar, acontecendo quando o
objeto do litígio não permitir a transação, não servindo a audiência apenas
como uma tentativa para a conciliação, mas apenas ela exige a presença das
partes, se impossível, os demais atos, como o saneamento, a fixação dos
pontos controvertidos e a decisão sobre as provas poderá ser dada fora da
audiência; Quando houver causa de extinção do processo ou de julgamento
antecipado da lide, sendo a audiência designada em momento que for
necessária a fase de instrução, estando entre suas finalidades a de fixar os
pontos que serão objeto da prova, e quais deverão ser produzidas; E quando
as circunstâncias da causa mostrar-se ser improvável a sua obtenção, não
havendo razão para se eximir da audiência, apenas porque as partes
controvertem, ou porque as pretensões estão distantes. Só ocorrerá a dispensa
se para o juiz ficar evidenciado que é impossível o acordo, ou se verifique
litígio, tal animosidade, que não justifique a tentativa.
O artigo 331, do CPC, não aborda, entre as atribuições do juiz na
audiência preliminar, a de sanear o processo, examinando eventuais
preliminares e corrigindo nulidades e irregularidades saneáveis.
Em razão que, ele só designará a audiência preliminar “se ocorrer
qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes”, ou seja, se não era
um momento acolher alguma das preliminares e julgar extinto o processo (art.
329, CPC) nem de determinar a regularização (art. 327).
Sendo assim, se o juiz designou a audiência, é de pensar que não
estavam presentes tais qualidades. Então, ainda, pode ocorrer que alguma
preliminar ou questão inerente à regularidade do processo tenha ficado por
apreciar, e essa será a oportunidade para o magistrado providenciar tal feitio.
Então que, o art. 331,2º, menciona ainda, se não obtida a conciliação
entre as partes, o magistrado acabará decidindo sobre as questões
processuais pendentes.