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Comentário sobre Julgamento Conforme o Estado Do Processo

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Page 1: Comentário sobre Julgamento Conforme o Estado Do Processo

1. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO

Este instrumento está insculpido no capítulo V, Título VII – Do Processo

e do Procedimento. O referido instituto levará o juiz a seguir dois meios

distintos. Sanadas eventuais irregularidades, o juiz, depois de ler as

manifestações das partes, terá de verificar se o processo tem condições de ser

julgado ou não no ‘estado’ que se encontra. Ocorrem casos em que, concluída

a fase postulatória e saneados eventuais vícios, estando assim todos os

elementos necessários para o julgamento nos autos, sem abrir a fase

instrutória, resultando então num julgamento antecipado, através de uma

sentença terminativa ou definitiva, dividindo-se em três seções que

posteriormente será abordada na presente pesquisa; e ocorre em segundo

caminho a ser seguido, a necessidade de produção de provas, sendo

necessário o saneamento do processo, tendo como objetivo preparar o

processo para a fase instrutória;

No primeiro caminho, ocorrem três possibilidades de Julgamento

conforme o estado do processo:

a) Extinção do processo, nas hipóteses dos artigos 267 e 269,

incs. II a V;

b) Julgamento antecipado do mérito (da lide);

c) Saneamento do Processo;

1.1 Extinção do processo

Vem disposto no art. 329, do CPC “Ocorrendo qualquer das hipóteses

previstas nos artigos 267 e 269, II e V, o juiz declarará extinto o processo”.

Segundo Marcus Vinicius Rios Gonçalves, os dispositivos mencionados

abordam a resolução sem julgamento de mérito (art.267), e a resolução de

mérito, quando o juiz não aprecia o pedido das partes (no caso das chamadas

“falsas sentenças de mérito”). Sendo as possibilidades de renúncia do direito,

transação, reconhecimento jurídico do pedido ou reconhecimento de

decadência e prescrição.

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O elencado no art. 329, o juiz poderá extinguir o processo sempre que

apresente uma dessas causas. Se com a apresentação da inicial, verificar que

falta uma das condições, determinará o seu indeferimento, com fulcro o art.

267,I. Ou, se na fase de instrução, houver transação, ou reconhecimento do

pedido, os homologará, e extinguirá o processo, com julgamento de mérito.

Como demonstrado, a aplicação do art. 329, não se mostra restrita à

alguma fase do processo, mas sim a todo e qualquer momento em que uma

das causas se verificar nos autos.

1.2 Julgamento antecipado do mérito (da lide)

A fase postulatória concluída, o juiz verifica se já existe nos autos

elementos suficientes para o julgamento do pedido, ou se ocorre a necessidade

de produção de provas em audiência.

Quando verifica-se os elementos suficiente, promoverá o julgamento

antecipado do mérito, que pressupondo-se a não necessidade de outras

provas. Ocorrendo assim, a não designação de audiência preliminar (art. 331,

CPC). Porém, nada limita ao juiz proceder com a audiência preliminar caso

quando houver fortes possibilidades de conciliação entre autor e réu.

Verifica-se que há três possibilidades em que o julgamento antecipado

caberá:

a) Quando não houver contestação do réu, ou quando ocorrer a

revelia, presumir-se-á verdadeiros os fatos narrados na inicial

(Art. 330,II, CPC).

b) Quando a questão de mérito for de direito e de fato, mas sem

haver a necessidade de produção de provas em audiência

(art. 330, I, CPC).

c) Quando a questão for exclusivamente de direito (Art. 330, I).

Passando-se nesses casos, diretamente da fase postulatória e ordinária

para a decisória, sem que, entre elas ocorra a fase instrutória.

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1.3 Saneamento do Processo

Ocorre mediante Audiência Preliminar, prevista no art. 331, do CPC: “Se

não ocorrer qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes, e versar

a causa sobre os direitos que admitem transação, o juiz designará audiência

preliminar, a realizar-se no prazo de trinta dias, para a qual serão as partes

intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou

preposto, com poderes para transigir”.

Habitualmente, essa audiência tem sido chamada de “tentativa de

conciliação”, mas essa designação faz referência a apenas um dos atos nela

praticados. O juiz determinará se houver acordo, uma série de providências,

sanear o processo, fixando pontos controvertidos e decidindo a respeito das

provas necessários para tal procedimento saneador.

O juiz, poderá não designar audiência preliminar, acontecendo quando o

objeto do litígio não permitir a transação, não servindo a audiência apenas

como uma tentativa para a conciliação, mas apenas ela exige a presença das

partes, se impossível, os demais atos, como o saneamento, a fixação dos

pontos controvertidos e a decisão sobre as provas poderá ser dada fora da

audiência; Quando houver causa de extinção do processo ou de julgamento

antecipado da lide, sendo a audiência designada em momento que for

necessária a fase de instrução, estando entre suas finalidades a de fixar os

pontos que serão objeto da prova, e quais deverão ser produzidas; E quando

as circunstâncias da causa mostrar-se ser improvável a sua obtenção, não

havendo razão para se eximir da audiência, apenas porque as partes

controvertem, ou porque as pretensões estão distantes. Só ocorrerá a dispensa

se para o juiz ficar evidenciado que é impossível o acordo, ou se verifique

litígio, tal animosidade, que não justifique a tentativa.

O artigo 331, do CPC, não aborda, entre as atribuições do juiz na

audiência preliminar, a de sanear o processo, examinando eventuais

preliminares e corrigindo nulidades e irregularidades saneáveis.

Em razão que, ele só designará a audiência preliminar “se ocorrer

qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes”, ou seja, se não era

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um momento acolher alguma das preliminares e julgar extinto o processo (art.

329, CPC) nem de determinar a regularização (art. 327).

Sendo assim, se o juiz designou a audiência, é de pensar que não

estavam presentes tais qualidades. Então, ainda, pode ocorrer que alguma

preliminar ou questão inerente à regularidade do processo tenha ficado por

apreciar, e essa será a oportunidade para o magistrado providenciar tal feitio.

Então que, o art. 331,2º, menciona ainda, se não obtida a conciliação

entre as partes, o magistrado acabará decidindo sobre as questões

processuais pendentes.