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Associação de Praças do Estado do Paraná, pessoa jurídica de direito privado, reconhecida e declarada como Entidade de Utilidade Pública, sem fins lucrativos, regidas por normas de direito privado, não considerada militar , vem, respeitosamente perante todos os Profissionais de Segurança Pública do Estado do Paraná, informar que:Defesa de Policial Militar consegue desconsiderar acusação do Ministério Público de São Paulo por extravio de arma de fogo, e consegue extinção da punibilidade, por força do Art. 303, §4º, do CPM . por Jayr Ribeiro Junior. 41 – 9997-0871 [email protected] Segue recorte da tese: “3ª Auditoria acolhe razões da OCAA para desconsiderar nova sistemática do MP para acusar PMs que extraviam armas Em emblemático julgamento, advogados da OCAA fazem colegiado entender que não se deve usar o Direito Penal Militar de forma indevida No dia 24 de Junho de 2013, o Conselho Permanente de Justiça da 3ª Auditoria da Justiça Militar de São Paulo, ao julgar processo penal militar onde se apurou crime de extravio culposo de arma de fogo (artigos 265 c.c 266 do CPM) supostamente cometido por um policial militar do Batalhão de Itaquaquecetuba/SP, acolheu a tese defensiva para desclassificar o delito para peculato culposo, extinguindo a punibilidade em seguida, pelo fato do acusado ter reparado o dano com o ressarcimento ao erário do valor da arma extraviada. A questão que há anos vinha pacificada na Justiça Militar paulista, no sentido de que PMs que extraviavam armamentos eram responsabilizados nos moldes do artigo 303, § 3º do CPM (peculato culposo), foi atualmente alterada pelo Ministério Público ali atuante, que, entendendo necessário maior rigor na responsabilização penal do militar para evitar a conduta, resolveu denunciar os acusados por tal prática nos moldes dos artigos 265 e 266 do CPM (extravio culposo). Ocorre que a nova sistemática do Ministério Público, embora louvável em sua intenção de proteger a sociedade, evitando que armas de fogo de uso restrito cheguem às mãos de criminosos, para nós não foi realizada da melhor maneira. Tudo porque há muito já se viu a utilização do direito penal como forma de “remédio” a todos os males da sociedade, quando evidente que não é e nunca poderá ser. Já se produziu norma para considerar o homicídio qualificado como hediondo, logo após a morte da atriz Daniela Perez, e aqueles que cometeram tal crime após a nova sistemática, por óbvio, não foram impedidos pelo novo endurecimento legal. Já se produziu norma para aumentar o tempo para progressão a regime de cumprimento de pena nos crimes hediondos de 1/6 para 2/5 e nem assim tais crimes deixaram de ser cometidos. Agora se fala em redução da maioridade penal e no aumento das penas previstas para os crimes de concussão e corrupção. Será que a redução irá evitar que pessoas que ainda não possuam 18 anos, mas possam responder criminalmente, deixem de cometer crimes? Será que o corruptor e o corrupto pensarão no endurecimento legal a fim de não cometerem tais condutas? Evidente que não. As questões do cometimento de determinados crimes tem razões de variadas naturezas, haja vista a complexidade natural de qualquer povo. E é por isso que não se deve usar indevidamente o direito penal com uma determinada finalidade que não àquela que ele próprio se presta, por mais louvável que seja o objetivo.

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Associao de Praas do Estado do Paran, pessoa jurdica de direito privado, reconhecida e declarada como Entidade de Utilidade Pblica, sem fins lucrativos, regidas por normas de direito privado,no considerada militar, vem, respeitosamente perante todos os Profissionais de Segurana Pblica do Estado do Paran,informar que:Defesa de Policial Militar consegue desconsiderar acusao do Ministrio Pblico de So Paulo por extravio de arma de fogo, e consegue extino da punibilidade, por fora do Art. 303, 4, do CPM.por Jayr Ribeiro Junior. 41 [email protected] recorte da tese:3 Auditoria acolhe razes da OCAA para desconsiderar nova sistemtica do MP para acusar PMs que extraviam armasEm emblemtico julgamento, advogados da OCAA fazem colegiado entender que no se deve usar o Direito Penal Militar de forma indevidaNo dia 24 de Junho de 2013, o Conselho Permanente de Justia da 3 Auditoria da Justia Militar de So Paulo, ao julgarprocesso penal militar onde se apurou crime de extravio culposo de arma de fogo (artigos 265 c.c 266 do CPM) supostamente cometido por um policial militar do Batalho de Itaquaquecetuba/SP, acolheu a tese defensiva para desclassificar o delito para peculato culposo, extinguindo a punibilidade em seguida, pelo fato do acusado ter reparado o dano com o ressarcimento ao errio do valor da arma extraviada.A questo que h anos vinha pacificada na Justia Militar paulista, no sentido de que PMs que extraviavam armamentos eram responsabilizados nos moldes do artigo 303, 3 do CPM (peculato culposo), foi atualmente alterada pelo Ministrio Pblico ali atuante, que, entendendo necessrio maior rigor na responsabilizao penal do militar para evitar a conduta, resolveu denunciar os acusados por tal prtica nos moldes dos artigos 265 e 266 do CPM (extravio culposo).Ocorre que a nova sistemtica do Ministrio Pblico, embora louvvel em sua inteno de proteger a sociedade, evitando que armas de fogo de uso restrito cheguem s mos de criminosos, para ns no foi realizada da melhor maneira.Tudo porque h muito j se viu a utilizao do direito penal como forma de remdio a todos os males da sociedade, quando evidente que no e nunca poder ser.J se produziu norma para considerar o homicdio qualificado como hediondo, logo aps a morte da atriz Daniela Perez, e aqueles que cometeram tal crime aps a nova sistemtica, por bvio, no foram impedidos pelo novo endurecimento legal.J se produziu norma para aumentar o tempo para progresso a regime de cumprimento de pena nos crimes hediondos de 1/6 para 2/5 e nem assim tais crimes deixaram de ser cometidos.Agora se fala em reduo da maioridade penal e no aumento das penas previstas para os crimes de concusso e corrupo.Ser que a reduo ir evitar que pessoas que ainda no possuam 18 anos, mas possam responder criminalmente, deixem de cometer crimes?Ser que o corruptor e o corrupto pensaro no endurecimento legal a fim de no cometerem tais condutas?Evidente que no.As questes do cometimento de determinados crimes tem razes de variadas naturezas, haja vista a complexidade natural de qualquer povo.E por isso que no se deve usar indevidamente o direito penal com uma determinada finalidade que no quela que ele prprio se presta, por mais louvvel que seja o objetivo.Em relao aos fatos aqui narrados, o Ministrio Pblico procurou endurecer sua posio em relao aos militares que, por causas variadas, sempre na modalidade culposa, tem seus armamentos furtados do interior de unidades militares ou quando fora de servio.Para estes casos, sempre foi aplicado o delito previsto no artigo 303, 3 do Cdigo Penal Militar (peculato culposo), que assim dispe: ()Art. 303. Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem mvel, pblico ou particular, de que tem a posse ou deteno, em razo do cargo ou comisso, ou desvi-lo em proveito prprio ou alheio:Pena: recluso, de 3 (trs) a 15 (quinze) anos. () 3. Se o funcionrio ou militar contribui culposamente para que outrem subtraia ou desvie o dinheiro, valor ou bem, ou dele se aproprie:Pena: deteno, de 3 (trs) meses a 1 (um) ano. ()Ao se aplicar a lei ao caso concreto, com essa sistemtica, ao policial militar que tinha sua arma extraviada, era possibilitado o ressarcimento ao errio pblico com o pagamento do valor total da arma extraviada.Com tal aceitao por parte do militar infrator, se ele fizesse antes da sentena em que no poderia mais recorrer, era extinta a punibilidade. Se fizesse depois, a pena imposta era reduzida pela metade.A previso legal dessa sistemtica se encontra no 4 do artigo 303 do CPM.Na prtica, todos os militares que respondiam a esse delito, acabavam no sendo responsabilizados criminalmente.Da a vontade dos Promotores de Justia atuantes na JMESP de dar tipificao legal diversa da que vinha sendo dada para a hiptese.Passaram ento, ao invs de denunciar os PMs pelo peculato culposo, a acus-los da prtica do delito insculpido no artigo 265 do CPM, em sua modalidade culposa tratada no subsequente artigo.Vejamos a previso do referido artigo 265: ()Art. 265. Fazer desaparecer, consumir ou extraviar combustvel, armamento, munio, peas de equipamento de navio ou de aeronave ou de engenho de guerra motomecanizado:Pena recluso, at 3 (trs) anos, se o fato no constitui crime mais grave. ()Foi por esta razo, que policial militar acusado em processo crime militar contratou a OCAA para sua defesa na Justia Militar bandeirante, sendo a luta tarefa difcil e rdua.Era preciso combater as teses desenvolvidas por quase todos os promotores que militam naquela justia especializada, inclusive por ter, uma dedicada promotora de justia, na Obra publicada em comemorao aos 75 anos do TJM/SP, publicado artigo cientfico-doutrinrio respeito, com suas razes para se condenar os militares que extraviassem armas de fogo exatamente nos moldes do artigo 265.Com todo louvor ao esforo do culto Representante Ministerial, a conduta descrita na denncia no se subsume aos tipos penais retrodescritos. O artigo 265 trata de modalidade dolosa de extravio, por ao livre e consciente do agente em fazer extraviar equipamentos que guarnecem navio, aeronave ou engenho de guerra motomecanizado. Esses equipamentos (combustvel, armamento, munio ou outras peas),so os que guarnecem o veculo de batalha e no ho que ser confundidos com o equipamento(armamento e munio)de porte(obtidos como carga)do militar.Ademais, os dois verbos que inauguram a redao do aludido artigo 265 fazer desaparecer , do conta de sua naturezacomissiva, que se contrapem condutaomissivado militar que, por falha no dever de cautela, d azo para que outrem lhe subtraia o armamento que lhe foi entregue como carga pessoal.De mais a mais, o aludido artigo 266, do CPM, trata de extravio, ainda que culposamente, provocado pelo prprio agente e no por outrem. Logo, ainda que se vislumbre, no contexto, conflito aparente de normas, este se resolve pelo critrio da especificidade, haja vista que a norma do 3, do artigo 303 do CPM especficaao tratar de contribuio culposa para queoutremsubtraia, desvie ou se aproprie da res no caso furtiva.Em abono tese desenvolvida pela OCAA disposta acima,a hiptese tambm se traduz em clssica utilizao do direito penal para a recomposio do dano causado ao errio, o que justifica a causa especial de extino da punibilidade do 4 do artigo 303 do Cdigo Penal Militar.Subtrair do acusado essa benesse legalmente contemplada no dispositivo aludido, implica no s em direta afronta norma de regncia, mas ao primado constitucional sobre o qual erigido todo o sistema normativo.Floresce na melhor doutrina e jurisprudncia Ptrias a aplicao de entendimentos iluminados pelo farol exegtico da interveno mnima corolrio da dignidade da pessoa humana tais como, o princpio da insignificncia e at mesmo o paulatino banimento das hipteses de priso por dvida, seja civil, seja decorrente da criminalizao dos ilcitos tributrios onde o direito penal utilizado como ferramenta hbil a compelir o devedor ao pagamento do tributo devido, uma vez que o pagamento antes do oferecimento da denncia extingue a punibilidade e o seu parcelamento suspende a pretenso punitiva estatal.Com esses e outros argumentos trazidos em plenrio pelos advogadosJoo Carlos CampaninieAntonio Cndido Dinamarco, o CPJ da 3 Auditoria entendeu por bem retomar a sistemtica anterior de anlise desses casos, desclassificando o delito do artigo 265 c.c 266 para o artigo 303, 3 do CPM, extinguindo a punibilidade do agente pelo pagamento integral da arma de fogo extraviada, nos moldes do 4 do referido artigo.Segue abaixo parte pertinente da sentena: ()Oru se viu acusar do delito tipificado no art. 265 de extraviar armamento, na modalidade culposa.O verbo extraviar desencaminhar, dar destinao diversa ao objeto material do crime. Com efeito, assiste razo aos defensores. A conduta do acusado se subsume, em tese, ao delito de peculato culposo, vez que o acusado tinha a posse ou deteno dar arma de fogo da PM e, segundo a prova dos autos, culposamente, deu causa a quem outrem a subtrasse.Reza ao art. 303, 4, do CPM, que comete peculato culposo o militar que contribui culposamente para que outremsubtraiaou desvie o dinheiro, valor ou bem, ou dele se aproprie. (g.n.) Vale dizer, o acusado no extraviou a arma de fogo culposamente. Culposamente contribuiu para que terceiro dolosamente a subtrasse.Operando a desclassificao e havendo nos autos prova documental que o acusado reparou o dano que causou ao Estado, o Conselho Permanente de Justia aplicou o 4 do art. 303 do referido diploma legal que prev que caso de peculato culposo a reparao do dano, se precede a sentena irrecorrvel, extingue a punibilidade e absolveu o acusado.Parte dispositiva.Ante o exposto, o Conselho Permanente de Justia, por unanimidade de votos, desclassificou o fato para o tipo penal do art. 303, 3, do CPM, eABSOLVEUcom fulcro no art. 439, alneaf, CPPM, o2 Sgt PM 88-3 R.H.d.S.,pertencente ao efetivo do 35 BPM/M e qualificado nos autos.Intimar as partes.Registre-se a sentena.So Paulo, 24 de junho de 2013.Participaram do julgamento os juzes: nio Luiz Rosseto (Presidente), Ten Cel PM Marco Antonio Ramos de Almeida, Cap PM Wanderlei Cotting Viola, Cap PM Ronaldo Fabiano Borges e 1 Ten PM Daniel de Moura Castro.Fonte:Assessoria de Imprensa da Oliveira Campanini Advogados Associados.A justia tem numa das mos abalanaem que pesa o direito, e na outra a espada de que se serve para defend-lo, assim a balana deThemmisimperou.Venha fazer parte da famlia APRA!!!Respeitosamente,Curitiba, 28 de agosto de 2013.APRA PR

Citao favorvel:APELAO. DIREITO PENAL MILITAR. EXTRAVIO CULPOSO DE ARMAMENTO - INCRIMINAO NA FORMA CULPOSA CONDENAO - INCONFORMISMO - PLEITO DE ABSOLVIO POR INEXISTNCIA DE TIPICIDADE E AUSNCIA DE CONDUTA CULPOSA NO EXTRAVIO DO REVLVER -FURTO INDISCUTVEL DA ARMA - AUSNCIA DE QUALQUER CONDUTA DO RECORRENTE PARA A OCORRNCIA DO FATO - TESE DA EXTINO DA PUNIBILIDADE PELA PRESCRIO SUSTENTADA PELA PROCURADORIA GERAL DE JUSTIA - ACOLHIMENTO - RECURSO PREJUDICADO. A prescrio, tanto no Direito Penal comum como no Militar funciona como causa de extino da punibilidade. Uma vez verificada, deve ser decretada de ofcio, mesmo que existam elementos a indicar pela absolvio do acusado, pois a prescrio prejudicial de mrito. Apelao conhecida e julgada prejudicada.

(TJ-PR - ACR: 4279014 PR 0427901-4, Relator: Oto Luiz Sponholz, Data de Julgamento: 17/04/2008, 1 Cmara Criminal, Data de Publicao: DJ: 7634)

Citao favorvel:

PENAL MILITAR. EXTRAVIO DE ARMA E MUNIO. ABSOLVIO. DESCLASSIFICAO PECULATO CULPOSO. DEVER DE CUIDADO COM O BEM SUBTRADO. NEGLIGNCIA COMPROVADA. CONTRIBUIO CULPOSA PARA QUE OUTREM SUBTRAIA UM BEM. DEVOLUO DO PREJUZO AO ERRIO. EXTINO DA PUNIBILIDADE. PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO. 1. Comprovado que o ru contribuiu culposamente para que outrem subtrasse um bem pblico, a saber uma arma de fogo da Corporao Militar; e, diante da ausncia do dever de cuidado necessrio de cautela, fica configurado a ocorrncia do peculato culposo; e no o crime de extravio previsto nos artigos 265 c/c 266 do Cdigo Penal Militar. 2. Verificado o ressarcimento ao errio pblico do prejuzo causado, nos termos previsto no artigo 303, 4, do Cdigo Penal Militar, extingue-se a punibilidade. 3. Parcial provimento ao recurso.

(TJ-DF - APR: 20120111223840 DF 0024084-31.2012.8.07.0016, Relator: JOO TIMTEO DE OLIVEIRA, Data de Julgamento: 11/09/2014, 2 Turma Criminal, Data de Publicao: Publicado no DJE : 16/09/2014 . Pg.: 223)APELAO CRIMINAL - CRIME MILITAR - EXTRAVIO DE ARMA DE FOGO - MODALIDADE CULPOSA - PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENA POR FALTA DE JUSTA CAUSA PARA A CONDENAO - TEMA QUE CONFUNDE COM O MRITO - APRECIAO EM MOMENTO OPORTUNO - PRETENDIDA ABSOLVIO - ALEGADA AUSNCIA DE DANO ADMINISTRAO MILITAR EM RAZO DO RESSARCIMENTO DA ARMA - IMPOSSIBILIDADE - PRTICA DELITUOSA PROVADA - NEGLIGNCIA CONFIGURADA - RECURSO IMPROVIDO. No existe questo prefacial a ser julgada, quando o tema se confunde com o mrito, devendo ser apreciada a matria no momento oportuno. Mantm-se a condenao, se restou evidenciado nos autos, que o policial militar agiu negligentemente ao deixar sua arma de fogo em seu automvel, sem nenhuma vigilncia e de madrugada, em horrio de pouca circulao e quando estava de folga.

(TJ-MS - APR: 16814 MS 2005.016814-9, Relator: Des. Carlos Stephanini, Data de Julgamento: 08/02/2006, 2 Turma Criminal, Data de Publicao: 02/03/2006)

Comentrios uteis:O Ministrio Pblico Militar ofereceu denncia contra o apelante Roberto Soares Mosciaro, em razo da seguinte conduta delituosa assim narrada na pea vestibular acusatria:O denunciado, lotado na banda de msica/1 BPM, na cidade deCampo Grande/MS, no dia 19 de novembro de 2004, por volta das 3h e 30 min, ao sair da boate Frison Karaok, notou que orevlver cal. 38, marca Taurus, cautelado em seu nome h umano, deixado no interior do seu veculo (Tempra), que se encontrava estacionado na Rua 07 de Setembro, havia desaparecido.Aps o fato, o denunciado deslocou com seu automvel at o 1DP, situado na Rua Padre Joo Cripa, n 1581, centro, onde foi lavrado o boletim de ocorrncia n 13599/04, restando configurado o registro de furto ocorrido.Com sua conduta, o denunciado praticou crime de natureza militar (extravio de armamento), em sua modalidade culposa, postoque no h nos autos de IPM, a principio, indcios de que odenunciado tinha agido com dolo na sua conduta. Contudo, agiude forma negligente ao deixar o revlver da Corporao, cautelado em seu nome, no interior de seu veculo, que estava estacionado na Rua 07 de setembro, centro da cidade, local que no apresentava a segurana devida, em horrio de pouca circulao, ou seja, de madrugada, concorrendo com culpa no extravio do armamento que estava sob sua responsabilidade direta, causando, destarte, prejuzo Administrao Militar.

Outro comentriodecisivamente para a leso temporria causada ao patrimnio pblico, pois estava de folga, e o armamento a si acautelado foi deixado em situao vulnervel, de forma imprudente e negligente, tudo a caracterizar grave violao do dever de cuidado especfico e das normas gerais da corporao (fls. 02/03).Recebida a denncia, o processo teve o seu curso e culminou com a condenao dos acusados a seis meses de deteno, pena esta, porm, substituda pela pecuniria quinze dias-multa, no valor de 1/30 - um trinta avos do piso salarial vigente no pas, o dia-multa (fl. 161).

Comentrios:No que pertine responsabilidade penal pelo fato, vale frisar que o apelante concorreu decisivamente para a leso temporria causada ao patrimnio pblico, pois estava de folga e o armamento a si acautelado foi deixado em situao vulnervel sob o banco -, de forma imprudente e negligente, caracterizando grave violao do dever de cuidado especfico e das normas gerais da corporao.

Comentrios:Na verdade, o que importa considerar que o fato narrado na exordial acusatria e pelo qual o apelante restou condenado se amolda no tipo do artigo265, combinado com o artigo266, ambos doCdigo Penal Militar, posto que resultou, mesmo que temporariamente, no extravio do revlver e da munio, causado pela sua negligncia em no tomar os devidos cuidados para evit-lo, bem como por no ter seguido a orientao da corporao no sentido de que o armamento deve ficar sobre o corpo do militar, pois instrumento permanente de defesa prpria e de outrem, e que mesmo quando formalmente autorizada a posse da arma ao militar, estando de folga, dever a arma ser guardada em sua residnciaComentrios favorveis:Nas razes recursais, a defesa (fls. 164/169) pleiteia a reforma da deciso defendendo a absolvio por atipicidade da conduta, e subsidiariamente a desclassificao da conduta para o crime tipificado no art.303, 3, doCdigo Penal Militar(Peculato Culposo), e com consequente extino da punibilidade do ru, uma vez que comprovou o ressarcimento ao errio dentro do prazo previsto em Lei.A douta Procuradoria de Justia, s fls. 184/187, manifestou-se pelo parcial provimento do recurso, entendendo correta a desclassificao da conduta para o delito de peculato culposo, contudo, quanto extino da punibilidade, o apelante no faria jus, por ausncia de comprovao do ressarcimento do dano aos Cofres Pblicos.C

Citao(...) A vida em sociedade retira do homem o direito de fazer tudo o que desejar, quando e onde desejar. Os interesses de terceiras pessoas e da prpria comunidade lhe impem barreiras intransponveis.Nesse diapaso, o dever objetivo de cuidado o comportamento imposto pelo ordenamento jurdico a todas as pessoas, visando o regular e pacfico convvio social.No crime culposo, tal dever desrespeitado pelo agente com a prtica de uma conduta descuidada, a qual, fundada em injustificvel falta de ateno, emana de sua imprudncia, negligncia ou impercia (...).

Em que pese o artigo265doCdigo Penal Militartratar especificamente do termo "arma" e que por essa razo seria considerado norma especial, e consequentemente, aplicvel ao caso concreto, tenho que, aqui, sua aplicao no se mostra adequada.Isto porque, o verbo trazido no artigo 265 "fazer desaparecer", "consumir", ou "extraviar", o que, no condiz, nem de longe, com a conduta atribuda ao acusado, nem mesmo na modalidade culposa.De outro lado, apesar do artigo303do ordenamento militar fazer referncia a termo mais genrico, a saber, "dinheiro", "valor" ou "bem", fato que, a conduta imputada ao acusado, ou seja, o ato de contribuir culposamente para que outrem subtraia um bem se amolda muito melhor a este tipo penal e no ao delito de extravio de arma de fogo trazido nos artigos265c/c266doCdigo Penal Militar.Assim, entendo que deve ser acolhido o pedido defensivo, para desclassificar a definio jurdica da conduta atribuda ao acusado.