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Comissão Controlo da Infecção Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, E.P.E. Helena Pereira (Enfª núcleo executivo da CCI)

Comissão Controlo da Infecção - APIHSpaulding. 2 Em matéria de reprocessamento de DM as recomendações da CCI são:\爀 一 漀 爀攀瀀爀漀挀攀猀猀愀爀 䐀䴀 搀攀猀椀最渀愀搀漀猀

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Comissão Controlo

da Infecção

Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, E.P.E.

Helena Pereira (Enfª núcleo executivo da CCI)

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(Re)utilização de dispositivos médicos (DM)implica o reprocessamento do dispositivo em conformidade com os requisitos essenciais

legalmente estabelecidos

• normas nacionais (Decreto-Lei n.º 145/2009)

• europeias (Directiva n.º 2007/47/CE)

• …

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Riscos relacionados com o reprocessamento:

• alterações na constituição e desempenho do dispositivo;

• biocontaminação remanescente;

• persistência de substâncias químicas após oreprocessamento;

• necessidade de validação de todas as fases do processo;

• informação muitas vezes escassa e ambígua por parte dofabricante;

• falta de um sistema nacional de avaliação prévia da suautilização.

Apresentador
Notas de apresentação
Os riscos relacionados com o reprocessamento, como todos nós sabemos, são de diversa ordem, entre eles salientamos: alterações na constituição e desempenho do dispositivo; biocontaminação remanescente; persistência de substâncias químicas após o reprocessamento; necessidade de validação de todas as fases do processo; informação muitas vezes escassa e ambígua por parte do fabricante; falta de um sistema nacional de avaliação prévia da sua utilização, baseado em critérios de custo-efectividade como propõe o grupo técnico para a reforma hospitalar, no seu relatório final. Queremos nós CCI aqui realçar que na avaliação deste custo efectividade serão concerteza considerados os riscos potenciais do reprocessamento dos DM e os custos associados em caso de ocorrência de algum evento adverso. Para além destes riscos, importa também considerar as condições existentes nas instituições de saúde, quer seja de construção arquitectónica e circuitos, quer seja de recursos humanos e técnicos existentes para o reprocessamento, assegurando a rastreabilidade dos DM.
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Apresentador
Notas de apresentação
No IPO de Coimbra, desde 2003 que existe uma boa articulação entre a CCI e a Central de Esterilização, sendo que a partir de 2008 a enfª do núcleo executivo da CCI passou a chefiar também a CE. Assim, a CCI em colaboração com a Central de Esterilização, tendo por base as recomendações nacionais e europeias, atrás já referidas e as condições arquitectónicas, orgânicas e funcionais da nossa instituição dedicou um capítulo (capítulo V) do Manual de Controlo da Infecção (disponível na intranet), ao reprocessamento de DM, capítulo este que se encontra neste momento em revisão por dois motivos. O primeiro porque foram alterados os métodos de esterilização a baixa temperatura disponíveis e o segundo porque de acordo com os processos de acreditação os documentos mesmo que não tenham alterações tem que ser revistos periodicamente.
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Recomendações da CCI

• Não reprocessar DM designados pelo fabricante como “deuso único” (DMUU);

• No reprocessamento de DM com indicação para tal –dispositivos de uso múltiplo – devem ser respeitadas asindicações do fabricante,… cabendo no entanto aoreprocessador (serviços ou central de esterilização) a decisãode reprocessamento, após avaliação da possibilidade dedescontaminação e da inspecção cuidada de cada DM emrelação a alterações do design, características físicas efuncionalidade.

• A escolha do método de reprocessamento para osdispositivos médicos baseia-se também na classificação deSpaulding.

2

Apresentador
Notas de apresentação
Em matéria de reprocessamento de DM as recomendações da CCI são: Não reprocessar DM designados pelo fabricante como “de uso único” (DMUU), pois trata-se de dispositivos que após um único uso perdem as características originais ou que, em função de outros riscos, não devem ser reutilizados.2 A Directiva n.º 2007/47/CE proíbe o reprocessamento de DMUU sem o cumprimento de requisitos técnicos que assegurem o controlo de qualidade do processo e do produto final, pelo que não pode ser efectuado nas organizações hospitalares já que estas não dispõem de condições técnicas. Em Portugal o Decreto-Lei n.º 145/2009, de 17 de Junho transpõe para a ordem jurídica interna a directiva n.º 2007/47/CE. No reprocessamento de DM com indicação para tal – dispositivos de uso múltiplo – devem ser respeitadas as indicações do fabricante, nomeadamente as respeitantes às condições de reprocessamento e n.º de vezes que o DM pode ser sujeito ao reprocessamento adequado, cabendo no entanto ao reprocessador (serviços ou central de esterilização) a decisão de reprocessamento, após avaliação da possibilidade de descontaminação e da inspecção cuidada de cada DM em relação a alterações do design, características físicas e funcionalidade. A escolha adequada do método de reprocessamento para todos os artigos contaminados ou com suspeita de contaminação (incluindo dispositivos médicos) baseia-se também na classificação de risco de transmissão de infecção, usando-se a classificação de Spaulding.
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DM não críticos, a maioria são reprocessados nos própriosserviços utilizadores, quer seja de forma manual quer seja deforma mecânica

DM semi-críticos, alguns são reprocessados nos própriosserviços, através de desinfecção química ou termoquímica,mas um número considerável é reprocessado na central deesterilização

Apresentador
Notas de apresentação
DM não críticos, a maioria são reprocessados nos próprios serviços utilizadores, quer seja de forma manual quer seja de forma mecânica (estetoscópios, urinóis e arrastadeiras). DM semi-críticos, alguns são reprocessados nos próprios serviços, através de desinfecção química ou termoquímica, nomeadamente os endoscópios reprocessados de forma mecânica e de algum material de laboratório também reprocessado de forma mecânica, mas um número considerável é reprocessado na central de esterilização (material de pneumologia, material da histopatologia). Possuímos duas máquinas de lavar/desinfectar DM de barreira sanitária.
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DM críticos, são reprocessados na central de esterilizaçãopor vapor saturado (a 134ºC durante 5 min. ou 121ºC durante20 min.) ou por peróxido de hidrogénio.

Apresentador
Notas de apresentação
DM críticos, são reprocessados na central de esterilização por vapor saturado (a 134ºC durante 5 min. ou 121ºC durante 15 min.) ou por peróxido de hidrogénio. .
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Nas fases de lavagem/desinfecção mecânica e deesterilização os ciclos são controlados pelos registos e portestes químicos e biológicos.

LAVAGEM/

DESINFEÇÃO

ESTE

RIL

IZAÇ

ÃO

VAPORPERÓXIDO

Apresentador
Notas de apresentação
Nas fases de lavagem/desinfecção mecânica e de esterilização os ciclos são controlados pelos registos e por testes químicos e biológicos
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• Este deve ser efectuado no mais curto espaço de tempopossível;

Recomendações gerais para o reprocessamento:

• Secar, com material absorvente, os DM que não sãoreprocessados de imediato;

• A limpeza manual só deve ser utilizada quando não épossível ou não está disponível um método mecânico eefectuada em local próprio, não nos lavatórios das mãos;

• Os DM devem ser desmontados e abertos antes de iniciar oprocesso de reprocessamento;

Apresentador
Notas de apresentação
Recomendações gerais para o reprocessamento: Este deve ser efectuado no mais curto espaço de tempo possível; Secar, com material absorvente, os DM que não são reprocessados de imediato; A limpeza manual só deve ser utilizada quando não é possível ou não está disponível um método mecânico (com evidência das condições do processo e menos risco para os profissionais) e deve ser efectuada em local próprio, não nos lavatórios das mãos; Os DM devem ser desmontados e abertos antes de iniciar o processo de reprocessamento;
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• Utilizar produtos adequados, nas diluições recomendadasrespeitando os tempos de actuação indicados pelo fabricante;

Recomendações gerais para o reprocessamento:

• Passar os DM bem por água quente para remover todos osresíduos dos produtos, em caso de limpeza manual;

• Secar bem todos os DM e inspeccioná-los cuidadosamente;

• Acondicionar devidamente os DM reprocessados;

• Manusear os DM reprocessados cuidadosamente e o menorn.º de vezes possível;

• Respeitar os prazos de validade;• Inspeccionar a embalagem dos DM esterilizados, antes dautilização dos mesmos.

Apresentador
Notas de apresentação
Utilizar produtos adequados, nas diluições recomendadas respeitando os tempos de actuação indicados pelo fabricante; Passar os DM bem por água quente para remover todos os resíduos dos produtos, em caso de limpeza manual; Secar bem todos os DM e inspeccioná-los cuidadosamente; Acondicionar devidamente os DM reprocessados; Manusear os DM reprocessados cuidadosamente e o menor n.º de vezes possível; Respeitar os prazos de validade; Inspeccionar a embalagem dos DM esterilizados, antes da utilização dos mesmos.
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Constrangimentos ao reprocessamento de DM:• Falta de conhecimentos relacionados com oreprocessamento de DM;• Pressão para a rápida disponibilização dos DM, semresultados dos testes biológicos;

• Falta de parecer da CCI ou da Central de Esterilizaçãoaquando da aquisição dos DM;• Informação insuficiente ou ambígua, da parte do fabricante,quanto ao reprocessamento dos DM;

Apresentador
Notas de apresentação
Constrangimentos ao reprocessamento de DM: Falta de conhecimentos relacionados com o reprocessamento de DM, nomeadamente quais as fases do processo e os timings para cada uma; Pressão para a rápida disponibilização dos DM, sem resultados dos testes biológicos; Falta de parecer da CCI ou da Central de Esterilização aquando da aquisição dos DM; Informação insuficiente ou ambígua, da parte do fabricante, quanto ao reprocessamento dos DM;
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Constrangimentos ao reprocessamento de DM:

• Deficiências no acondicionamento dos DMcontaminados enquanto aguardamreprocessamento ao fim-de-semana;

• DM com design de difícil limpeza (lúmens e articulações);

• Qualidade dos materiais que constituem os DM e dosconsumíveis que são necessários ao reprocessamento;

Apresentador
Notas de apresentação
Deficiências no acondicionamento dos DM contaminados enquanto aguardam reprocessamento ao fim-de-semana; DM com design de difícil limpeza (lúmens e articulações); Qualidade dos materiais que constituem os DM e dos consumíveis que são necessários ao reprocessamento;
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Constrangimentos ao reprocessamento de DM:

• Necessidade de inspecção cuidada relativamente aalterações na estrutura e funcionalidade dos DM;

• Controlo do número de reutilizações;

Apresentador
Notas de apresentação
Necessidade de inspecção cuidada relativamente a alterações na estrutura e funcionalidade dos DM; Controlo do número de reutilizações;
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• Dificuldade em efectuar a rastreabilidade de todo oprocesso de reprocessamento;

Constrangimentos ao reprocessamento de DM:

• Elevado número de manipulações dos DM reprocessadosaté serem usados;

• Deficientes condições de armazenamento dos DM apósreprocessamento.

Apresentador
Notas de apresentação
Dificuldade em efectuar a rastreabilidade de todo o processo de reprocessamento; Elevado número de manipulações dos DM reprocessados até serem usados; Deficientes condições de armazenamento dos DM após reprocessamento;
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Dado que no actual contexto legal existem lacunas emrelação ao reprocessamento de DM, deverá ser revistoo enquadramento legislativo desta actividade

Por questões económicas e ambientais é desejável areutilização de DM, mas existe uma premissafundamental:

o DM reprocessado não pode constituir nunca maior risco, para o cliente e para os profissionais de saúde,

do que um novo

Obrigada!

Apresentador
Notas de apresentação
Para concluir, entendemos que: Dado que no actual contexto legal existem lacunas em relação ao reprocessamento de DM, deverá ser revisto o enquadramento legislativo desta actividade Por questões económicas e ambientais é desejável a reutilização de DM, mas existe uma premissa fundamental: o DM reprocessado não pode constituir nunca maior risco, para o cliente e para os profissionais de saúde, do que um novo