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http://dx.doi.org/10.35265/2236-6717-211-9295 FORTALEZA-CE. EDIÇÃO 211. V.9. ANO 2021. COMO AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS CONTRIBUEM PARA O ENSINO [ver artigo online] Daniella Oliveira 1 RESUMO Esse projeto teve como objetivo relacionar sobre a teoria de Howard Gardner, que mostra as múltiplas inteligências e sua capacidade como mecanismo pedagógico para a aprendizagem. São oitos tipos de Inteligência: musical, corporal cinestésico, lógico matemática, linguística, espacial, interpessoal, intra- pessoal e naturalista. É necessário substituir a testagem tradicional pelo método que irá contribuir para a melhoria da educação. Investigar como cada criança aprende, compreender a subjetividade de cada indivíduo, cada um pertence ao seu mundo e nele vem as experiências trazendo consigo os conhecimen- tos para a aprendizagem significativa segundo as teorias de Piaget, Vygotsky, entre outros. Destaca-se, ainda, a responsabilidade dos professores em diversificar as suas estratégias de ensino para lecionar os conteúdos. Palavras-chave: Teoria, Inteligências, Múltiplas, Aprendizagem, Educação. HOW MULTIPLE INTELLIGENCES CONTRIBUTE TO TEACHING ABSTRACT This project aims to relate the theory of Howard Gardner, which shows the multiple intelligences and their ability as a pedagogical mechanism for learning. There are eigth types of intelligence: musical, kinesthetic, logical mathematical, linguistic, spatial, interpersonal, intrapersonal and naturalistic. It is necessary to replace traditional testing with the method that will contribute to the improvement of edu- cation. To investigate how each child learns, to understand the subjectivity of each subject, each one belongs to his / her world and experiences, bringing with them the knowledge for meaningful learning according to Piaget, Vygostky, among others. Also noteworthy is the responsibility of teachers to di- versify their teaching strategies to teach the contents. Keywords: Theory, Intelligence, Multiple, Learning, Education. 1 Ocupação/formação, instituição a qual esteja ligado, Estado e endereço eletrônico.

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http://dx.doi.org/10.35265/2236-6717-211-9295

FORTALEZA-CE. EDIÇÃO 211. V.9. ANO 2021.

COMO AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

CONTRIBUEM PARA O ENSINO [ver artigo online]

Daniella Oliveira1

RESUMO

Esse projeto teve como objetivo relacionar sobre a teoria de Howard Gardner, que mostra as múltiplas

inteligências e sua capacidade como mecanismo pedagógico para a aprendizagem. São oitos tipos de

Inteligência: musical, corporal cinestésico, lógico matemática, linguística, espacial, interpessoal, intra-

pessoal e naturalista. É necessário substituir a testagem tradicional pelo método que irá contribuir para

a melhoria da educação. Investigar como cada criança aprende, compreender a subjetividade de cada

indivíduo, cada um pertence ao seu mundo e nele vem as experiências trazendo consigo os conhecimen-

tos para a aprendizagem significativa segundo as teorias de Piaget, Vygotsky, entre outros. Destaca-se,

ainda, a responsabilidade dos professores em diversificar as suas estratégias de ensino para lecionar os

conteúdos.

Palavras-chave: Teoria, Inteligências, Múltiplas, Aprendizagem, Educação.

HOW MULTIPLE INTELLIGENCES

CONTRIBUTE TO TEACHING

ABSTRACT

This project aims to relate the theory of Howard Gardner, which shows the multiple intelligences and

their ability as a pedagogical mechanism for learning. There are eigth types of intelligence: musical,

kinesthetic, logical mathematical, linguistic, spatial, interpersonal, intrapersonal and naturalistic. It is

necessary to replace traditional testing with the method that will contribute to the improvement of edu-

cation. To investigate how each child learns, to understand the subjectivity of each subject, each one

belongs to his / her world and experiences, bringing with them the knowledge for meaningful learning

according to Piaget, Vygostky, among others. Also noteworthy is the responsibility of teachers to di-

versify their teaching strategies to teach the contents.

Keywords: Theory, Intelligence, Multiple, Learning, Education.

1 Ocupação/formação, instituição a qual esteja ligado, Estado e endereço eletrônico.

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INTRODUÇÃO

A teoria das inteligências múltiplas criada em 1994, por Howard Gardner era um pes-

quisador e psicólogo, essa teoria trouxe uma grande contribuição para a psicologia cognitiva. A

proposta de Howard Gardner trouxe muitas mudanças no âmbito escolar e um novo conceito

de inteligência.

Antes dessa descoberta a teoria que era mais trabalhada era do Alfred Binet em parceria

com Théodore Simon, que criou um teste de inteligência que media o QI (quociente de inteli-

gência), mas sua área de atuação se limitava apenas à matemática e à linguagem. As teorias das

inteligências múltiplas vieram para descontruir o conceito de inteligência de Binet e Simon.

Esse trabalho se propõe a pesquisar sobre as teorias de inteligências múltiplas, investigar

as formas de aprender e ensinar. A intenção é ver como cada criança aprende por meio do seu

meio social, pois podem ter influências significativas, Howard Gardner é um psicólogo cogni-

tivo e educacional, estudou na Universidade de Harvard, conhecido em especial pela sua teoria

das inteligências múltiplas. Em 1983 Gardner e sua equipe de pesquisadores divulgaram a teoria

das inteligências múltiplas questionando a visão predominante de inteligência centrada em ha-

bilidades linguísticas e lógico matemáticas.

O enfoque dessa escrita é apresentar teorias que foram criadas ao longo dos anos, relaci-

onadas às inteligências múltiplas, e discutir de que forma podemos tornar presente na vida dos

alunos e professores, uma análise nas teorias de aprendizagens também será feita, pois precisam

ser averiguadas e discutir o que funcionou tempos atrás, e que hoje não funcionam mais.

Essa pesquisa teve a disposição de contribuir de forma significativa na metodologia de

ensino, visto que as inteligências múltiplas podem facilitar na aprendizagem da criança, quando

são estimuladas, pois existem tipos de inteligência e também formas de aprender. Hoje mensu-

rar o saber pelas avaliações escolares, transfigura-se uma avaliação muito vaga e desmitifica o

saber da criança, não necessariamente a criança será boa em todas as disciplinas, mas esse tipo

de avaliação não determina a inteligência dela.

Na teoria das inteligências múltiplas desenvolvida por Howard Gardner inicialmente

eram 7, porém foram acrescentadas mais duas inteligências, que são: Musical; corporal-cines-

tésica; lógico-matemática ou numérica; linguística ou de compreensão verbal; espacial ou vi-

sual; interpessoal (social); intrapessoal; naturalista; existencial, e ainda parece haver mais uma,

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que seria a décima, a inteligência pictográfica ou do desenho. Ao longo do trabalho explicare-

mos cada uma.

As inteligências múltiplas não são usadas em sua totalidade, o modelo que se faz presente

na escola, são os modelos tradicionais de ensino e esse modelo metodológico abordado, não se

enquadra na teoria de Howard Gardner. A dificuldade vista se engloba no modelo tradicional

de ensinar e isso acaba dificultando a aprendizagem do aluno.

A pretensão para essa questão é apresentar a teoria das aprendizagens na visão de Piaget

e Vygotsky, as teorias das inteligências múltiplas, suas formas de avaliação, jogos para estimular

as inteligências múltiplas e os modelos de ensino que são utilizados nas escolas, que podem ser

os modelos tradicionais, os modelos comportamentalistas, construtivista, montessoriana e frei-

riana.

Com essas teorias que iremos apresentar, podemos mostrar que um ambiente estruturado

na escola, favorece e influência na educação, e o professor precisa ter um olhar sensível para a

subjetividade da criança, reconhecendo que somos diferentes e temos limitações e com as limi-

tações apresentadas, podemos proceder com o uso das inteligências múltiplas, em direção ao

êxito escolar.

A subjetividade da criança/ adolescente precisa ser respeitada, pois cada pessoa tem a sua

identidade e crenças e rendimentos escolares diferentes, com a investigação da inteligência

múltipla, a consequência será uma aprendizagem, ampla no sentido de englobar condições fa-

voráveis, facilitando o conhecimento.

Um dos objetivos dessa pesquisa é investigar todas as teorias das inteligências múltiplas,

averiguar a inteligência corporal que está relacionada a dança e ritmos, analisar também a inte-

ligência emocional e discutir as teorias da aprendizagem. O objetivo específico dessa pesquisa

é traçar caminhos para a utilização das teorias das inteligências, caracterizar as teorias das

aprendizagens, conhecer melhor a inteligência emocional.

DESENVOLVIMENTO

O conceito de inteligência muda ao longo dos anos, para o grande influenciador da apren-

dizagem Piaget (1986) suas teorias têm muita relevância na pedagogia, psicologia e sociologia

e sua contribuição é necessária, Piaget (1986, p. 23) diz que que a inteligência não aparece no

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sujeito, montado, construída, pelo contrário precisa de desenvolvimento, portanto é um meca-

nismo que precisa de continuidade, a inteligência se torna processos adquiridos ao longo dos

anos, até mesmo para os sujeitos que demonstram certa aptidões para algo, como por exemplo

um talento na bateria, mesmo nascendo com o talento o sujeito precisa se desenvolver estu-

dando e treinado as técnicas.

Biólogo Suíço, Piaget (1896-1980) desenvolveu a Epistemologia Genética “baseada na

construção da inteligência e na construção do conhecimento e visa responder à questão não só

de como os indivíduos, sozinhos ou em conjunto, constroem conhecimentos, mas também por

quais processos e por que etapas eles conseguem fazer isso (ABREU, et. al. 2010).

A Teoria de Piaget (1924) valoriza a criança e compreende o processo de aprendizagem,

se forma a partir da interação social, ele procurou escrever sobre o desenvolvimento do conhe-

cimento, e abordaremos aqui como se dá a construção do conhecimento na visão de Piaget e os

quatros estágios de desenvolvimento.

Para Piaget (1924) à inteligência não é unilateral, mas é uma construção a partir das inte-

rações se construindo, se adaptando, pelo desenvolvimento cognitivo, aonde terá alterações nos

conceitos, alterações na linguagem, ao longo do crescimento pessoal.

A aprendizagem é trabalhada por significações, à abordagem sócio interacionista, inves-

tiga a troca de relação, influências que podem favorecer a aprendizagem, a interação se constrói

a partir: “Eu atuo enquanto recebo a troca da relação” é um processo adquirido ao longo do

tempo (COLLARES, 2003).

É essa inter-relação entre sujeito e objeto que o construtivismo de Piaget (1924) explora,

estruturando a teoria do desenvolvimento cognitivo, todavia o que seria objeto, objeto seria um

projeto a ser construído. Sujeito e objeto não terão existência prévia, eles se constituem mutu-

amente na interação, um exemplo de duas crianças brincando e explorando as atividades em

sala de aula. Segundo Piaget (1924 apud COLL, 1992, p. 170) o conhecimento não pode ser

algo predeterminado do nascimento, é algo que irá resultar através das percepções, informações,

que resulta na interação do sujeito com objeto, com o ambiente, com a cultura, intelecto e pes-

soal. O conhecimento se torna uma construção constante, podemos dizer que precisa ser um

hábito a ser desenvolvido, e a busca para esse desenvolvimento precisa ser as interações de

sujeito e objeto.

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O sujeito constrói seu conhecimento na interação com o meio tanto físico e social, essas

condições dependem do sujeito a interação entre sujeito e objeto como elemento fundamental

no processo de construção e do conhecimento próprio do homem (PIAGET, 1924).

As interações podem ocorrer no âmbito escolar e familiar através de brincadeiras, con-

versas com os pais, amigos, professores, porém a escola é mais propicio as interações, quando

se está na fase da infância e adolescência (PIAGET, 1924).

À aprendizagem, tem um forte vínculo direto com o meio social, os conhecimentos irão

depender dos significados que eles carregam, além das experiências aprender é a assimilação

ativa do conhecimento e de operação mentais (PIAGET, 1924).

Piaget (1970) tinha um grande interesse pela epistemologia genética do desenvolvimento,

e como isso estabeleceu uma divisão em estágios cognitivos pelos quais todos os seres humanos

passam, e que evoluem em sequência. De acordo com Piaget (1970 apud DALGALARRONDO,

2019, p. 547) no livro Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais, (terceira edição)

ele salienta quatro estágios de desenvolvimento, cada período do crescimento da inteligência,

deve ser formado por estruturas mentais e comportamentos distintos em qualidade e quantidade,

cada estrutura se desenvolve ao longo do crescimento da criança, passando pela fase da adoles-

cência e progressivamente, enriquecendo e contribuindo para a cognição do indivíduo.

O primeiro estágio é o período sensório-motor, ocorre nos dois primeiros anos de vida.

Ainda não há pensamento concreto, se tem atos reflexos congênitos, que são atividade que

acompanham desde o nascimento, os primeiros hábitos motores, a percepção e repetição

(quando o adulto faz algo e a criança tenta imitar, por exemplo, mexer a boca fazendo movi-

mentos com os lábios, criando um barulho sonoro), Ainda não existe linguagem, nem pensa-

mento concreto, existe atividades com movimentos, atividades focadas na coordenação do

corpo.

No período pré-operatório ocorre entre os 2 e 7 anos de idade, nesse tempo ocorre o de-

senvolvimento da linguagem, à inteligência interpessoal e as relações sociais. O brincar se torna

o principal instrumento de relação e no desenvolvimento cognitivo. Nesse período começa a

surgir o pensamento lógico, os objetos começam a ter significado (DALGALARRONDO,

2008).

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Segundo Piaget (1970 apud DALGALARRONDO, 2019, p. 548) o desenho, o brincar e

linguagem, irão se desenvolver plenamente e se tornam essenciais para o desenvolvimento cog-

nitivo da criança. A palavra irá se internalizando, formando uma linguagem interior, se tornando

a base do pensamento propriamente dito.

No período operatório-concreto que acontece entre 7 aos 12 anos de idade, a criança co-

meça a dominar os números, letras, escreve melhor e se tem melhor raciocínio (DALGALAR-

ROND, 2019).

Piaget (1976) conclui que a aprendizagem começa no desequilíbrio entre o sujeito e o

novo objeto. Para compreender isso 3 conceitos são fundamentais: à assimilação, à acomodação

e equilibração.

Piaget (1976) conclui que a aprendizagem começa no desequilíbrio entre o sujeito e o

novo objeto. Para compreender isso 3 conceitos são fundamentais: à assimilação, à acomodação

e equilibração.

Segundo Piaget (1976) à acomodação se dar pela consequência da assimilação, é a estru-

tura do corpo em sintonia, o intelectual e o biológico. À acomodação é processo de aprendiza-

gem é a atividade pelo qual os esquemas de ação e do pensamento se modificam em contato

com o objeto. A acomodação nos permite mudar os nossos pensamentos prévios, para podermos

assimilar o novo. Acomodação é o processo de incorporação de novas estratégias cognitivas

que levam à modificação do organismo e, desse modo, no comportamento, levando à comple-

tude do desenvolvimento cognitivo.

No processo de maturação da aprendizagem, são formados esquemas, e o que seriam es-

quemas? Os esquemas são estruturas mentais, consiste no desenvolvimento cognitivo que está

em uma completa mudança. Quando uma criança nasce ela apresenta poucos esquemas, porém

os esquemas para os adultos já se encontram desenvolvido (PIAGET, 1976).

Os esquemas servem como um roteiro, para conseguir interpretar o mundo. Um exemplo

para entender melhor: Quando o sujeito está dirigindo o seu carro, ele olha para o semáforo e o

sinal está amarelo, logo ele entende que precisa parar quando o sinal estiver vermelho. Com

isso entende-se que o sujeito já tem esquemas cognitivos sobre a regra de trânsito e esses es-

quemas permitem fazer essa previsão. A outra fase é a equilibração (PIAGET, 1976).

A equilibração é considera como um sistema auto regulador sobre à assimilação e aco-

modação. Quando o sujeito entra em contato com o novo, pode gerar uma certa resistência e a

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acomodação pode permanecer, a equilibração irá funcionar como um processo de modificações

(PIAGET, 1976).

O desenvolvimento das informações parte das questões ligadas ao indivíduo, conhecer as

perspectivas, identificar as estruturas que ele põe em ação para se constituir o saber. Segundo

Cavichia (2010, p. 14) salienta que incialmente a hereditariedade vem primeiro e tem uma

grande influência, que se adapta assimilando-se e acomodando-se, e se tronará um ciclo sem

fim, cujo irá expressar um processo que Piaget indicou que a gênese é construída e como ocorre

as mudanças ao longo dos anos. Isso significa que a inteligência como instrumento de adaptação,

unindo o equilíbrio, assimilação e acomodação, o resultado é a mente humana se adaptando

com as transferências, assim, se o sujeito constitui o objeto, ele se constitui ao se reconstituir

de volta.

Na concepção piagetiana, a inteligência deve ser vista como equilíbrio entre a assimilação

e a acomodação e as vezes, a representa como duas funções opostas uma à outra. Piaget (1976,

p. 126) diz que a equilibração é necessária para conciliar os conjuntos da maturação, a prática

dos objetos e da experiência social.

Piaget (1998) foi um dos defensores da teoria da escola ativa, segundo ele, cada pessoa

constrói ativamente o conhecimento. Ou seja, o aluno não é visto apenas como um sujeito pas-

sivo pronto para receber o conhecimento e com isso a interação com outras pessoas é bastante

significativa, não para que ensinem verdades estabelecidas, mas para facilitar o processo por

meio de atividades adequadas e considerando o estágio em que o aluno se encontra, por meio

da observação. Desta forma a criança consegue fazer suas próprias tentativas, elaborando um

pensamento próprio, e sendo ele sujeito ativo e fundamental para o seu processo de aprendiza-

gem. É importante lembrar conforme Piaget a educação deve ser orientada para a autonomia do

sujeito.

VISÃO DE VYGOSTKY

A teoria que difere de Piaget, e a teoria de Vygostky explica que o desenvolvimento não

pode ser entendido sem referência com o contexto social, Vygostky acreditava que a aprendi-

zagem se dava pelo meio social, ele enfatiza o processo histórico social e salienta os focos no

mecanismo pelo qual ocorre o desenvolvimento cognitivo (IVIC, 2010).

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Lev Vygostky nasceu em 1896 na Bielo-Rússia, de família judia, estudou direito, filosofia,

história, dedicou sua pesquisa na psicologia, e seu primeiro estudo foi; psicologia das artes,

ficou conhecido com as questões de distúrbios de aprendizagem e de linguagem das diversas

formas de deficiências congênitas e adquiridas ainda hoje é reconhecido pela teoria do desen-

volvimento (IVIC, 2010).

Sua teoria sofreu uma grande influência do marxismo, porém ganhou voz no leste europeu

na década de 60, depois da sua morte, morreu aos 38 anos jovem, Lev Vygostky deixou signi-

ficativas contribuições para se pensar a educação ele também é cognitivista, porém sua aborda-

gem é sócio interacionista (IVIC, 2010).

A psicologia sócia histórica vê o mundo psíquico como uma construção histórica e social,

assim como o nome já diz. Isso significa que o ser humano não nasce com uma essência uni-

versal, algo que já viria pronto, só esperando se desenvolver. Pelo contrário: segundo esta con-

cepção, o indivíduo é visto como um ser ativo e social, construído ao longo de sua vida por

meio das relações com outros indivíduos e com o meio que o cerca (IVIC, 2010).

Assim, não é possível separar o âmbito psicológico do mundo material e social, pois o

pensamento vai ter a forma que a cultura o faz ter. É através do contato com a cultura já cons-

truída que vai se dar o desenvolvimento. A existência é primeiramente exterior, social, para

depois ser internalizada como pensamento. Por exemplo, os objetos dos quais nos apropriamos

carregam consigo as aptidões já desenvolvidas pelas gerações anteriores para os usos e signifi-

cados daquele objeto (VYGOTSKY, 1978).

Portanto, é no processo de apropriação do mundo externo, por meio das relações sociais,

que se desenvolve o mundo interno da individualidade. Mas o processo é bilateral, ou seja,

conforme a pessoa atua no mundo e se relaciona com os outros, este mundo social também vai

sendo construído, numa relação de troca e transformação mútua (VIGOTSKY, 1978).

A linguagem para Vygostky (1978) se constitui pelo meio social que a criança vive, a

linguagem é um processo social, onde cada criança se desenvolve com a sua subjetividade. A

experiência social, cultural e histórica, irá possibilitar o sujeito a dominar e usar a cultura como

instrumento para se apropriar da linguagem. A linguagem é um momento de composição da

atividade racional da criança, ela tem autonomia para usar o intelecto e ocupa a mente nessas

ações primarias racionais, e começa a formação da atividade mais complexa (IVIC, 2010).

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AS INTELIGÊNCIAS MULTIPLAS – FORMAS DE APRENDER E ENSINAR

Segundo o autor Howard Gardner (1995) com seus estudos publicados pela sua teoria das

inteligências múltiplas, descrevem que existe uma capacidade inata no indivíduo, evidenciam

as diferentes formas do desenvolvimento e habilidades das crianças “normais” e superdotadas

de cada indivíduo.

O desenvolvimento das habilidades/inteligência é influenciado a partir da educação que

recebem e as oportunidades que encontram. Para Gardner (1995) cada indivíduo nasce com um

vasto potencial de talentos ainda não moldado pela cultura. Segundo ele, a educação costuma

errar ao não levar em conta aptidões sejam sufocadas pelo hábito nivelador de grande parte das

escolas.

Gardner (1995, p. 14) salienta que a inteligência é a capacidade de resolver problemas

ou de elaborar obras que sejam valorizadas no ambiente que estamos ou na cultura. Porém essa

teoria mudou ao longo dos anos, Gardner (2001, p. 46) começou a conceituar a inteligência

como um potencial biopsicológico, que significa uma mente que processa informações que

pode ser ativada no contexto cultural, para resolver problemas ou criar produtos (produtos aqui,

pode ser qualquer forma que facilite a aprendizagem) que sejam valorizados na cultura. Gardner

deixa as padronizações de lado, sobre a capacidade de inteligência, com isso ele difere da teoria

de Piaget, Vygotsky e todos aqueles que tem a padronização de fases de desenvolvimento, pois

Howard Gardner acredita que a criança possa estar em alguma fase especifica e não ter a idade

sugerida, isso é relativo na visão dele, pois cada criança tem a sua subjetividade e irá depender,

do contexto familiar, do ambiente, da cultura.

As inteligências de Gardner foram revisadas e ampliadas no começo eram 7, porém acres-

centou a inteligência naturalista e existencial. As teorias das inteligências múltiplas foram es-

tudadas por teóricos que questionavam o teste de QI, tendo destaque Howard Gardner que pro-

pôs uma nova concepção sobre aprendizagem, como vimos no primeiro capítulo, uma sinteti-

zação sobre os testes de QI, como foi o caso de Binet (ARMSTRONG, 2001).

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O desenvolvimento de cada inteligência está relacionado no fator biológico/genético e

nos resultados da interação com o meio. Todas as inteligências devem ser trabalhadas e estimu-

ladas através de atividades que o professor planejar, por que a maioria não aprende do mesmo

modo, a consequência é uma mistura de inteligências múltiplas, cada pessoa na sua individua-

lidade com algumas inteligências desenvolvidas e outras que precisam de mais atenção (RO-

CHA; BARONE, 2001).

É preciso reconhecer a existência de genialidade, altas habilidades, superdotação e talento, antes

de informar sobre as inteligências múltiplas é importante compreender a diferença de cada um.

Segundo o dicionário online de português, genialidade significa “qualidade de que tem uma

extraordinária capacidade intelectual; característica ou particularidade genial, brilhante ou ex-

traordinário”. O gênio é aquele que possui altas habilidades, superdotação ou talento, o gênio

consegue usar todas as suas características de forma inteligente/ criativa, produtiva, produzindo

obras relevantes (OUROFINO, 2007).

Altas habilidades se descrevem por pessoas que estão acima da média, tem mais de um domínio

intelectual, das relações sociais, afetivas, criativas, esportivas e psicomotoras (OUROFINO,

2007).

A superdotação quer dizer: Pessoa dotada de inteligência o atributo físico acima do co-

mum. Apresenta potencialidade elevada, apresentam notável desempenho para dança, artes, li-

derança, capacidade psicomotora (SILVEIRA BUENO, 1996).

O talento é “a pessoa que realiza com alto grau de qualidade, alcançando reconhecido

sucesso, algo que representa expressão de uma característica que a sociedade reconhece e apre-

cia, ou desempenha um nível de qualidade superior em alguma área que a sociedade aprecia”

(GUENTHER, 2000).

Os tipos de inteligência se relacionam entre si, cada pessoa tem a sua característica sendo

ela talentosa, com altas habilidades ou superdotação, o importante é buscar as ferramentas ne-

cessárias para estimular cada inteligência que está internalizada nela ou que irá se desenvolver

através dos estímulos (ANTUNES, 1998, p. 66).

Abordaremos a seguir os tipos de inteligência múltiplas e suas características.

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1) Lógico-matemática: Está anexa ao pensamento científico, pensamentos lógicos de raci-

ocínio, tem facilidade para levantar hipóteses, lidar bem com resoluções de questões. Essa in-

teligência está relacionada com físicos, matemáticos, uma personalidade famosa que expressa

bem essa inteligência é Einstein, ele desenvolveu a teoria da relatividade geral, um dos pilares

da física moderna ao lado da mecânica quântica (CORTEZZI, AYUB, 2000).;

2) Linguística ou de compreensão verbal: É comum em pessoas que tem facilidade em

escrever, consegue compreender as palavras, empregar nos contextos de forma adequada, pes-

soas que tem facilidade de aprender outros idiomas, são presentes em poetas, como Shakespe-

are, Machado de Assis, advogados entre outros (CORTEZZI, AYUB, 2000).;

3) Espacial ou visual: São pessoas que tem facilidade com o espaço, se orientam bem, tem

boa habilidade sobre os objetos, consegue avaliar sobre diferentes perspectivas, como por

exemplo os arquitetos, artistas plásticos, desenhistas, desenha com noções de profundidade,

sombra. São capazes de criar mapas e mapas mentais (PASSARELLI, 1995).;

4) Interpessoal: Segundo Gardner (1995 apud VERGARA, 2005, p. 198), “Estar baseada

numa capacidade nuclear de perceber distinções entre os outros; em especial, contrastes em

seus estados de ânimo, temperamentos, motivações e intenções”. A inteligência interpessoal

tem a capacidade de interagir de forma afetiva, consegue identificar e respeitar a singularidade,

se comunica bem, compreender as situações, essas características são líderes, psicólogos, pro-

fessores;

5) Intrapessoal: Capacidade de compreender a si mesmo, conhece suas habilidades e

suas limitações, conhece perceber os seus desejos com facilidade, seus sonhos e seus projetos.

Tem a auto avaliação e autoaceitação, personalidades assim são os filósofos, religiosos entre

outros (PASSARELLI, 1995).;

6) Musical: revela se a capacidade, facilidade de compreender notas músicas, compor

músicas, tocar instrumentos, identificar os ritmos. Personalidades que tem essa inteligência:

Adele, Mozart, Beethoven, Beyonce, Rihanna, entre outros (FONSECA, 2002).;

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7) Inteligência corporal-cinestésica: está relacionada na capacidade de usar o corpo

para as atividades, como por exemplo; atletas, atores, dançarinos, mímicos, essa inteligência

pode ser encontrada também, no dia a dia das pessoas, como andar de bicicleta, digitação no

aparelho, futebol, vôlei. Suas experiências se demonstram através do movimento corporais,

personalidades que tem essas características; Neymar, Pelé, Marta, Anna Pavlova (bailarina

Russa) entre outros (PASSARELLI, 1995).;

8) Inteligência naturalista: Essa inteligência revela a capacidade e sensibilidade para se

preocupar com o meio ambiente, animais, relação com a vida humana. Se preocupa com as

questões biológicas do país e do mundo, essa inteligência pode ter na profissão de Biólogo,

ecologistas, oceanógrafos, botânicos, podemos destacar personalidades com essas característi-

cas: Charles Darwin, Luísa Mel, entre outros (GÁSPARI; SCHWARTS, 2002).;

9)Existencial: Essa inteligência se refere a capacidade filosóficas, pensamos e refletimos

sobre a vida, pessoas com essas características, pessoas religiosas, até pessoas que fazem yoga

tem essa inteligência (GÁSPARI; SCHWARTS, 2002).;

Os estudos ainda dizem que podem ter outros tipos de inteligência como por exemplo a

inteligência emocional, que está se referindo a lidar com as emoções, lidar de forma inteligente

nas situações da vida. Segundo Dalgalarrondo (2008, p. 282) a inteligência emocional “ diz

respeito ao conjunto de capacidades relativas ao processamento de informações emocionais”.

A capacidade de conhecer as suas próprias emoções, administrar as suas emoções, motivar a si

próprio, reconhecer emoções em outras pessoas, manejar relacionamentos (CHIAVENATO,

2006, p. 204).

Antunes (1998, p. 66) afirma que pode ter outra inteligência múltipla a pictográfica ou

do desenho, são pessoas que tem facilidade para as artes, decoração, designer, marketing, ci-

nema, montagem de cenários.

Podemos trabalhar com todas as inteligências múltiplas, porém tem aquelas que são mais

desenvolvidas em nós, onde o indivíduo vive irá influenciar diretamente na personalidade, se

na cultura onde ela vive tem pessoas que apreciam a leitura, tem o hábito de ler, a chances para

desenvolver a inteligência linguística se torna muito grande (ANTUNES 1998).

As inteligências múltiplas e sua contribuição para a educação e as práticas educaci-

onais devem andar juntas, com um mesmo propósito, no livro as inteligências ao redor do

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mundo, salienta a cultura de cada país que usa as inteligências múltiplas. Primeiro ela nasceu

em solo americano e depois se espalhou ao redor do mundo, essas pessoas usam a teoria e

aplicam na maneira que desejam (GARDNER, 2009).

Um assunto muito importante são as avaliações tradicionais denominadas provas e testes.

Gardner (1995) pontua que as avaliações devem ser usadas como forma de instrumento, inves-

tigar as inteligências que foram desenvolvidas e aquelas que estão a baixo da média, na avalia-

ção pela Teoria de Gardner (1995) não tem testagem padronizada com caneta e folha, Gardner

salienta que:

Os meios de avaliação que sugerimos deveriam buscar fundamentalmente as capacidades de

resolver problemas ou elaborar produtos nos indivíduos, através de uma variedade de materiais.

A avaliação de uma determinada inteligência (ou de um conjunto de inteligências) deveria sa-

lientar problemas que podem ser resolvidos nos materiais daquela inteligência (GARDNER

1995, p. 34).

A avaliação de Gardner é para melhorar a aprendizagem da criança, onde as dificuldades

não definirão a criança, mas serão motivo para trabalhar e melhorar o conhecimento. Porém o

surgimento de problemas constantes que seriam a padronização do ensino não olhando a sub-

jetividade de cada pessoa é possível individualizar a educação, mas para isso precisamos co-

nhecer o aluno que está inserido na sala de aula (GARDNER, 1995).

Aprendendo sobre o aluno irá facilitar a aprendizagem, todavia é necessário o professor

buscar esse conhecimento e executar de forma ética e profissional, sempre vendo o melhor para

o aluno. É importante que cada professor busque se atualizar para aperfeiçoar o ensino. Hoje,

em 2019, temos a tecnologia a nosso favor a fim de contribuir com maneira que traga benefícios

para o aluno, a tecnologia possibilita ensinar a matéria de várias maneiras, possibilitando a

pessoa aprender segundo a IM (Inteligência Múltipla) mais desenvolvida (GARDNER, 2011).

MÉTODOS UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

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Os protótipos de escolas que iremos abordar serão tradicionais, construtivista, montesso-

riana, freiriana, escolas públicas, particulares e escolas comunitárias.

❖ Método tradicional

O modelo tradicional diz respeito ao ensino em que o professor ensina e o aluno aprende

sem argumentar, o professor tem voz e apenas ele pode acrescentar no conhecimento. Esse

modelo vem sendo criticado no século XXI, porém ele consegue resistir no tempo, por mais

que gere atualizações na escola tradicional a raiz ainda continua (SAVIANI, 1991).

A escola surgiu na Europa e na América do Norte, a organização dessa instituição se fez

pela sociedade burguesa. A constituição brasileira no artigo 205 diz que a educação é direito de

todos e dever do estado (PATTO, 1990).

O direito de todos à educação decorria do tipo de sociedade correspondente aos interesses da

nova classe que consolidaria no poder: a burguesia... Para superar a situação de opressor, pró-

pria do antigo regime e ascender a um tipo de sociedade fundada no contrato social celebrado

“ livremente” aos indivíduos, era necessário vencer a barreira da ignorância... A escola é erigida,

pois, no grande instrumento para converter súditos em cidadãos (SAVIANI, 1991, p. 18).

O ensino era apostado em professores poucos preparados para lecionar, a escola tradicio-

nal ainda se perpetua nos dias de hoje e preciso levantar a questão do porque ela permanece

ainda com esse estilo, e muitas escolas adotam esse estilo, as avaliações como testes e provas,

o professor com o conhecimento que soberano, alunos sentados enfileirados. Somos o produto

da escola que passamos ao longo da vida, a escola tem o poder de construir e descontruir muitos

paradigmas a escola influencia a partir da infância e isso significa ensinamentos e métodos de

ensino que são levados pelos sujeitos ao longo da vida (SAVIANI, 1991).

Segundo Saviani (1991) a escola tradicional diz respeito ao método expositivo as pessoas

já passaram e ainda passam por esse preceito, essa matriz foi formulada por Herbart, que são

os passos da preparação, apresentação, comparação e assimilação. Esse método corresponde da

generalização e da aplicação. Esse ensino tradicional diz respeito ao professor passar esse co-

nhecimento, focado apenas em transmitir o conteúdo de forma que o professor na maioria das

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vezes verbaliza o conteúdo. É o professor que organiza as informações e passa esse conheci-

mento e o aluno aprende na maioria das vezes sem questionar.

A estrutura do método de Saviani (1991) é salientada através dos exercícios, ele identifica

que o aluno aprende quando o exercício aplicado é feito corretamente, entende-se que o aluno

pode seguir para um novo conteúdo, caso a atividade esteja errada é necessário voltar e aplicar

novos exercícios. Outro teórico que enfatiza o método expositivo na escola tradicional é Mizu-

kami (1986) segue a mesma linha de pensamento de Saviani, aonde o professor é a única trans-

missão de conhecimento, e ainda acredita que o aluno pode aprender e fazer os exercícios de

forma automática.

Essa metodologia ainda é usada nos dias de hoje, muitas escolas ainda seguem o modelo

tradicional na estrutura pedagógica da escola. Ao longo dos anos outras teorias surgiram e for-

mulando outras teses de aprendizagem, saliento que o modelo tradicional ainda está empobre-

cido e precisa ser reformulado e atualizado. As características da escola tradicional não se limi-

tam, porém esses foram os pontos que foram relevantes para pesquisa (MIZUKAMI, 1986).

❖ Método construtivista

A segunda teoria que abordaremos é aquela baseada no construtivismo, construtivismo

foi descoberto em 1920 por Piaget. Segundo o dicionário online de português significa “Dou-

trina estética formulada para opor à escultura tradicional de massa uma escultura de vazio limi-

tado de arranjo de linhas e planos. ”

O construtivismo vem da filosofia, de que nada está pronto que tudo está sendo construído,

essa teoria acredita que o conhecimento não se esgote não é dado, ele é apenas construído ao

logo dos anos. A escola construtivista está ao redor do mundo, essa teoria segue a visão de

Piaget, no primeiro capítulo informamos sobre essa teoria e construção do conhecimento, mas

a questão que precisa ser levantada é como essa construção do conhecimento se aplica nas

escolas que usam para fins pedagógicos (COLL, 2007).

Coll (2007) salienta que o construtivismo não é somente uma construção de experiências,

leituras e atividades, mas é fruto de uma construção mental mediante da interpretação e com

essa experiência o sujeito interpreta da sua maneira. Não existe apenas uma forma de constru-

tivismo, essa teoria foi criada para esclarecer diferentes processos educacionais, ou propostas

pedagógicas.

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O modelo construtivista cognitivo se fundamenta em primeiro lugar analisar a dinâmica

da construção do conhecimento, o segundo passo é explicar essa dinâmica de que maneira ela

é afetada pela informação, como essa informação será apresentada na mente do aluno e a ter-

ceira seria o encontro cognitivo entre a informação dos conteúdos e entre os entendimentos de

novos conceitos, o aluno precisa organizar os assuntos novos e aqueles que já estavam no seu

cérebro (COLL, 2007).

Além do construtivismo cognitivo existe o construtivismo social, ele tem o enfoque na

construção social, na interação com o outro, tem também a relação com socioculturais, essa

parte da teoria seria a negação dos processos mentais, visto que acredita no desenvolvimento

com o outro, sua estrutura não se faz no individual, seria nas manifestações das práticas sociais,

no uso da linguagem (COLL, 2007).

Essas duas interpretações do construtivismo, sendo uma visando o lado individual e in-

terno e a outra visando o lado social e externo. Nuthall (1997) salienta que as perspectivas

linguísticas e sociocultural formulam os processos mentais e dentro da sala de aula essas rela-

ções consegue se constituir mutualmente. O que diferencia a teoria tradicional com a teoria do

construtivismo é essa promoção na relação entre aluno e professor, o professor com o papel de

mediar o aprendizado e não apenas o mestre do saber, com uma escola aonde a criança tenha

essa autonomia de criar hipóteses, de formular suas opiniões ao logo dos anos escolares.

Um ambiente escolar que estimule o desenvolvimento criativo, individual, social, cada

ambiente na escola tem a sua identidade e a criança a sua personalidade e esses elementos con-

tribuiu para a cognição, um conjunto de representações que constrói experiências para a iden-

tidade pessoal da criança. O modelo construtivista não age como o aluno sendo passivo na

aprendizagem, ele se torna ativo nas atividades, o aluno ser torna um modelo único, um método

que se torna valorizado é o trabalho em grupo, são situações que o professor propõe que irão

trabalhar a ação em grupo, estimular o senso crítico, a atividade (NUNTHALL, 1997).

Nunthall (1997) salienta que os ambientes podem ter várias representações para o sujeito,

pode habitar em várias culturas diferentes e o sujeito pode se mostrar diferentes nas situações,

levando consigo as experiências que estão sendo apresentadas por eles. Seria uma relação tran-

sacional, a escola que segue a linha construtivista, precisa estar atento as relações fluidas. Visto

que a construção do conhecimento pode acontecer na sala de aula e fora da sala, o ambiente

escolar precisa ser um espaço de vínculo. O homem é produto do ambiente para os empiristas,

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os empiristas são a teoria do conhecimento, eles acreditam que a teoria se dá através das per-

cepções sensoriais.

Coob e Yackel (1996) chegam a conclusão que a conexão entre construtivismo cognitivo

e construtivismo sociocultural, eles se relacionam apesar das diferenças. O construtivismo cog-

nitivo explica a aprendizagem e o construtivismo socioculturais buscas as chaves das atividades

da participação dos alunos na sala de aula.

Os objetivos do construtivismo são fundamentados na integração de articular a aprendi-

zagem nos processos de ensino, colocar em alcance os professores em contato com o conheci-

mento psicológico, promover um esquema organizado de resultados e pesquisas que envolve a

psicologia, a educação e psicoeducacionais, promovendo um olhar mais crítico para as avalia-

ções com isso favorecer um espaço de pesquisas com a intenção da melhoria da proposta peda-

gógica e com intervenção psicopedagogica. Elaboração de matérias didáticos, planejamento de

ensino para análise de práticas educacionais (FENSTERMARCHER & RICHARDSON, 1994).

A concepção construtivista não é repassar uma explicação alternativa ou um método a ser

seguido, nem uma teoria que agrupa superioridade, visto que a teoria construtivista vem para

esclarecer uma visão do funcionamento psicológico que orientem os profissionais da educação,

sendo eles professores, coordenadores de escolas e psicólogos (FENSTERMARCHER & RI-

CHARDSON, 1994).

A teoria Montessoriana foi criada por Maria Montessori em 1907, a teoria montessoriana

e chegou no Brasil em 1910, tem como objetivo usar o corpo, vontade e inteligência, para

aprendizado da criança, e são usadas através do brincar, a escola que escolhe essa metodologia

de ensino visa a liberdade da criança para ela escolher as brincadeiras que deseja, as ferramentas

necessárias e sem se importar com as escolhas dos outros que estão ao seu redor, essa teoria

visa a subjetividade e o brincar como ferramenta necessária, para a estimulação do conheci-

mento (MONTESSORI, 1965).

Marta Montessori criou o seu primeiro espaço de educação que se chamava “Casa de

Bambini” essa casa tinha a intenção de educar intelectualmente e educar para a sociedade com

valores e educação anos depois ela se muda para Barcelona, pois chefe de estado queria se

beneficiar da casa e tinha a intenção de educar as crianças para o fascismo, indo contra sobre a

perspectiva de Marta Montessori, anos depois abriu a escola na Espanha que se chamava ‘’se-

guir a criança”, viajou o mundo expandido o sistema montessoriano.

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Esse trabalho segundo a pesquisadora Montessori, foi através da observação, com essa

ferramenta ela pode perceber a criança e sua liberdade de expressão, a criança sem regras de

comportamento ela se expressa melhor e desenvolver melhor a criatividade, visto que a liber-

dade é regida na questão de promover, autonomia, independência e espontaneidade “as condi-

ções que tornam possível a manifestação dos caracteres naturais da criança” (MONTESSORI,

1965, p. 42).

Um ambiente adequado e organizado que favoreça a criança no desenvolvimento intelec-

tual, aonde a criança possa agir de forma exploratória, atividades que favoreçam o crescimento

da inteligência, os objetos precisam estar adequados para uso deles, favorecendo a coordenação

motora, controle de movimentos, auxilia e prepara para a independência seja fazendo atividades

em sala ou em ambientes abertos. Os professores têm o papel de orientar, mas é muito impor-

tante deixar as crianças escolherem as atividades (MONTESSORI, 1965, p. 58).

Montessori (1965), acredita que todo conteúdo passado precisa estar vinculado a vida, ela

salienta que não adianta passar informações técnicas para aprender a informação, ela precisa

aprender a viver na sociedade “A atividade da criança há de ser impulsionada pelo seu próprio

eu, e não pela vontade da mestra” (MONTESSORI, 1965, p. 97).

O brincar é muito importante na vida da criança, pois ativa o intelecto, promove criativi-

dade, a liberdade, flexibilidade, a criança desafia o outro e a si mesma, ela está preparada para

os desafios e encara com facilidade, pois o lúdico se torna atraente na vida dela. Existem duas

formas que podemos separar o brincar direcionado ao brincar livre ou com regras, ambos podem

ser executado através de atividades sendo elas; passeios, assistir televisão, brincar na

rua ou no parque brincadeiras que trazem formas educativas de ser ensináveis para a

criança, possibilitando uma ensino que ela aprenda e pratique, por exemplo uma brincadeira

que precise seguir regras, a criança precisa escutar as regras, executar de forma correta, para

seguir as normas estabelecidas, isso conclui que ela aprenderá regras que já estão na sociedade,

mesmo sendo um brincar livre (CUNHA, 2001).

Montessori (1965) critica o modelo tradicional na contestação sobre o comportamento da

criança, visto que no modelo tradicional a criança, segue regras, se sustenta como um aluno

silencioso, um aluno dedicado somente nas atividades manuais, copiando e escrevendo a maté-

ria feita em sala de aula. Montessori acredita que a criança/adolescente precisa ter a autonomia

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de se autodisciplinar, a criança precisa estar livre para tomar as suas decisões, a criança irá criar

um entendimento de respeito e segurança na prática. A liberdade na fase infantil, ajuda no de-

senvolvimento fisiológico e psicológico as manifestações podem ser positivas no começo da

infância favorecendo um melhor crescimento.

O método montessoriano propõe uma nova visão na educação, e essa visão se torna trans-

formadora de acordo com quem abraça essa teoria, tão recente e tão significativa, que contribui

de forma rica através dos sentidos, na socialização, no respeito na coordenação motora, influ-

enciando nas atividades dentro e sala de aula, mostrando que qualquer ambiente pode ser usado

para a descoberta da criança, as ferramentas podem estar ao ar livre e baseando os seus métodos

na liberdade e na subjetividade da criança (MONTESSORI, 1965).

❖ Método Freriana (Paulo Freire)

Paulo Reglus Neves Freire nasceu em 1921 na cidade de recife, foi um educador, filosofo

e escritor sua atuação começou em Pernambuco, sua primeira graduação foi direito, todavia

desistiu da área e mudou para língua portuguesa, trabalhou na fundação Oswaldo Cruz aonde

estudou, teve um papel muito importante na área serviços sociais, sua atuação aconteceu no

Serviço social de indústria (SESI). A atuação de Freire não esgota, teve muitos papeis impor-

tantes na sociedade e na educação, contribuindo de forma valiosa (ROMANELLI, 1998).

A escola por muito tempo foi predominada pelas elites da sociedade, a cultura e educação

eram transmitidas para os “importantes da sociedade”, e com isso a população acaba sofrendo

um distanciamento de cultura e educação. A história da educação começou a ser vinculada aos

interesses das elites e até nos dias de hoje essa luta de classes está acontecendo (ROMANELLI,

1998).

Freire (1980) salienta sobre a neutralidade na educação é um engano, visto que o educador

tem a liberdade para se expressar e agir da maneira que ele avalia sendo a mais correta e essa

liberdade pode ser um perigo para o conhecimento transmitido. Podemos questionar até que

ponto o educador está agindo de maneira que problematiza o conteúdo, questiona, analisa, para

fins pessoais, será que ele realmente é neutro, ou apenas pensa em si, na sua maneira de fazer

sentido.

Para o autor Gasparin (2005) atribui a atuação pedagógica com o foco nos conhecimentos

científicos, por meio da mediação do professor tirando o senso comum dos conteúdos, mas

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voltado para a parte técnica. Uma vez que, os conteúdos precisam ser enfatizados da maneira

que a opinião do professor não venha ser impositiva, mas uma maneira que venha ser trabalhado

nas mudanças sociais.

Freire (1992) enfatiza que a comunicação é uma ferramenta necessária para a aprendiza-

gem, o dialogo precisa estar presente entre professor e aluno, onde serão discutidos e avaliados

os conteúdos que faram parte da matéria. Um ambiente em que os alunos se sintam à vontade

para expressar a sua opinião, se sintam partes integrantes da construção pedagógica, e para isso

acontecer o professor precisa conhecer os seus alunos, estar disposto a ouvir a respeitar a dife-

rença, com isso pode se criar um ambiente de respeito, de cooperação e novas ideias podem

surgir. A partir das discussões e levantamentos de ideias, cabe ao professor usar a sua parciali-

dade e ser mediador enquanto os questionamentos surgem. Enquanto educador a parcialidade

precisa existir para não ocorrer riscos dos alunos se sentirem diminuídos, ou se sentirem incapaz

de formular as suas ideias.

Segundo Gadotti (1975) o ensinamento precisa fornecer um querer saber, querer dizer, querer

ser, e isso se faz através da transmissão de conhecimento, é através da comunicação que o co-

nhecimento será passado e o mestre em sala de aula precisa ter ética para passar o conhecimento

de forma integral. O ensinamento transmitido pelo professor terá multiplicidade através da co-

municação, sendo ela por fala, usando os sentidos. Ao observar o aluno enquanto verbaliza e

quando está em silêncio. Uma escuta interna e externa, dentro e fora da sala de aula. É neces-

sário a ressignificação da relação aluno e professor.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do presente estudo, possibilitou uma análise de como as inteligências

múltiplas podem favorecer na aprendizagem sobre todas as idades. É relevante ressaltar sobre

o pensamento de mensurar a inteligência, visto que existem várias inteligências e aquelas que

o sujeito tem mais habilidade e outras que precisam ser desenvolvidas, todavia o foco do traba-

lho foi nos anos inicias, nas primeiras etapas da escola. Considero que as teorias de Piaget e

Vygotsky são relevantes até nos dias atuais e acredito na teoria construtivista, sendo considerá-

vel o fato de que, para existir aprendizagem precisa acontecer a interação entre sujeito, objeto

e o ambiente onde está.

A escola que adota a teoria das inteligências múltiplas tem um grande avanço intelectual

e consegue enxergar na criança um desenvolvimento cognitivo, a criança aprende com instru-

mentos que possibilitam o despertar das habilidades, porquanto para Gardner a criança pode

estar em alguma fase segundo Piaget e ter uma idade diferente, o que irá diferenciar será a

maneira que a criança é incentivada no ensino.

Ao longo da pesquisa pude perceber a importância da implementação das inteligências

múltiplas na sociedade brasileira, visto que existem diferentes inteligências e culturas ao redor

do mundo. Um olhar mais humano para os alunos, uma implementação de ensino que vise

qualificar as potencialidades deles e não rotular alunos que não são aptos. E essa mensuração

de identificar o aluno que sabe ou não, se dá a partir das avaliações, sendo elas provas e testes.

Pude perceber que a avaliação tem pontos negativos do que positivos, uns dos pontos que posso

ressaltar, a questão do aluno antes mesmo de ver a prova, ele se sente incapaz, se acha burro,

pensa na nota vermelha, e quando o aluno sabe a matéria pode acontecer de o aluno ficar ner-

voso e dar o famoso branco, isso que foi apresentado são questões que se fazem presente nos

dias de hoje e muitas escolas e universidades usam esse meio para selecionar, categorizar aque-

les que sabem. Na minha concepção vejo que a avaliação, sendo ela prova, precisa ser um com-

plemento e não uma totalidade na educação. As inteligências múltiplas favorecem uma nova

visão das avaliações.

Uma ferramenta que achei interessante são os jogos para estimulação das inteligências

múltiplas. Os jogos favorecem para a criança, atenção, disciplina, competição, companheirismo

de equipe, possibilitam na movimentação do corpo na lateralidade, e isso para o sujeito que

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precisa desenvolver se torna valioso, e os jogos podem estimular as potencialidades das inteli-

gências múltiplas e contribuir de forma pedagógica

As inteligências múltiplas tornam a educação mais inclusiva, onde a individualidade terá

importância, onde categorizar não será importante, mas favorecer no crescimento das habilida-

des será valioso e com isso surgiu o meu terceiro capítulo, pois comecei a refletir sobre como

implementar a inteligência na sala de aula. Primeiro eu pensei que o professor teria esse papel,

todavia ao longo da construção do trabalho pude me atentar que as instituições precisam ter

essa metodologia como forma ativa na aprendizagem da criança.

Dada a importância do assunto, pude observar que precisam de aprofundamento nas teo-

rias da educação, esse trabalho teve a intenção de contribuir e fazer uma visão crítica dos mé-

todos utilizados na aprendizagem e mostrar que existem meios de aprender e ensinar usando

como ferramenta as inteligências múltiplas. Esse trabalho não esgota o conteúdo informado, é

importante ressaltar que novos estudos precisam ser feitos para a atualização do assunto e sur-

gimentos de novos conhecimentos e possibilidades.

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