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investimento
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Tiago Missaka (CNPI-T)
Analista técnico
Economista formado pela UNESP, iniciou na Bolsa de Valores há mais de 10 anos.
Sua trajetória profissional passou desde a assessoria de investimentos, mesa
institucional, docência em Análise Técnica, até Análise e Consultoria de
Investimentos. Atualmente como Analista CNPI-T, dedica-se a P&D de novos
modelos quantitativos à sua sala de trades ao vivo, para ajudar pessoas como
você a gerar riqueza com seus investimentos.
Sobre os autores
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Renato Falcão
CEO da Omega Invest
“ Investidor desde 2007, especialista em análise gráfica por Ondas de Elliot e
Fibonacci e Otimização de Modelos quantitativos. Já ministrou aulas sobre estes
temas para mais de 5 mil alunos em todo o Brasil. Sócio Diretor da Omega Invest,
é responsável pela área de Alocação Estratégica da empresa.“
Sobre os autores
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INTRODUÇÃO AO MUNDO QUANTITATIVO
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Fatos sobre o mundo quanitativo
O investimento em mercados financeiros através de
algoritmos e robôs de investimento é uma realidade
comum à maior parte das economias desenvolvidas em
que existem mercados de ações e títulos devidamente
amadurecidos. Para se ter idéia, nos EUA, em que 85% das
pessoas físicas investem suas economias no mercado de
ações, os algoritmos já são responsáveis por mais de 70%
do volume total de transações. No Brasil, ainda é inferior a
10% a participação de algoritmos no volume total de
operações.
>70%
<10%
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Mas funciona mesmo?
Para se ter uma idéia do potencial da utilização de algoritmos
para orientar tomadas de decisão envolvendo risco, vamos
utilizar o exemplo do fundo quantitativo Medallion,
administrado pela gestora do bilionário americano James
Simons desde 1988. O fundo, considerado como um dos
melhores hedge funds da história, opera exclusivamente
modelos quantitativos que se aproveitam de distorções de
preços em ações, treasuries, câmbio, commodities e outros
derivativos, apresentando média de retorno anual líquido
superior a 30% desde sua fundação. O mesmo ultrapassou por
muitos anos a performance de grandes nomes como o fundo
Quantum , de George Soros, porém com um detalhe: sem nível
significativo de correlação com os principais índices de ações
norte-americanos.
Jim Simons, um dos 100 mais ricos do mundo (Wikipedia)
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O que são estratégias quantitativas?
Trading system, modelo quantitativo e setup, são sinônimos que definem as
estratégias de negociação em bolsa que possuem suas regras de entrada, projeção
e saída (com ganho ou perda) 100% objetivas. Essas regras devem ser exatas,
descritas de forma minunciosa, e podem ser definidas por qualquer critério
quantificável que envolva preço, tempo, volume, indicadores, ou até mesmo fluxo
de ordens. Basicamente, a pergunta a ser feita é se o conjunto de regras é objetivo
ao ponto de ser possível “ensiná-las a uma máquina”, independente de seu desejo
de automatizar ordens ou operar manualmente. Só é possível dizer que uma
estratégia é de fato quantitativa se a descrição é suficientemente completa e
objetiva de modo a jamais, diante de qualquer uma das infinitas variáveis de
mercado às quais a estratégia poderia ser exposta, ser requerido o auxílio do juízo
de valor do próprio trader para uma tomada de decisão.
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Exemplo de uma estratégia Ainda sem fazer menção às definições de “melhor” ou “pior”, até porque isto dependeria de um conjunto verdadeiramente extenso de variáveis que veremos adiante, um exemplo bastante simples de modelo quantitativo é o cruzamento de duas médias móveis. Digamos que a nossa estratégia consista em efetuar compras na abertura seguinte a um fechamento em que uma média móvel de preços mais curta cruze para cima de uma mais longa (sinal de compra), e mantenha as posições de forma a acompanhar uma tendência que se desenvolva, até o momento em que houver um fechamento confirmando cruzamento na direção contrária (sinal de venda), ponto em que, não somente zeraremos a posição comprada, mas com a mesma quantidade de ações iniciaremos uma operação vendida a descoberto, em uma manobra conhecida como “virada de mão”. Você percebe que, por mais que seja muito simples, este é um setup, já que não é possível que duas pessoas com a mesma descrição entendam orientações diferentes da proposta?
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Suponhamos agora um outro exemplo, no qual para definir nossas operações utilizemos o seguinte conjunto de regras: Se um fechamento for negativo em relação anterior, iremos comprar na abertura da barra seguinte e encerrar a posição ao seu fechamento, independente do resultado. Observa que, mesmo com um setup que só depende de preço e tempo, novamente não dependemos de variáveis externas para a tomada de decisão?
Exemplo de uma estratégia
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TRADING IDEAS: OPERANDO CONFORME A “PERSONALIDADE” DO ATIVO
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Trading Ideas
IFR
RETRAÇÕES
ZIGZAG
Para ser rentável, uma estratégia deve capturar de movimentos das massas em sua origem, para então assumir posições favoráveis a estes, com um gerenciamento de risco que permita benefícios entre os erros e acertos. Para isto, devemos observar atentamente aos PADRÕES de movimentação dos preços de ação para ação. Cada papel negociado em bolsa têm uma determinada “personalidade”, expressa em diferentes unidades de tendência e ruído. Neste contexto, uma trading idea consiste em, após observação detalhada do comportamento dos preços do ativo, propor um conjunto inicial de regras que pareça coerente e adaptivo àquelas movimentações observadas. Este é um ponta-pé inicial do trabalho que, com o direcionamento adequado e melhores ferramentas, pode ser lapidado até atingir o Estado da Arte. Somente após algumas trading ideas, podemos partir para exercícios de avaliação e comparação de estratégias. Em outros termos, é possível dizer que são a “alma” de uma estratégia.
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Por trás dos trading systems direcionais
As três filosofias estratégicas
Tendência Nesta árvore, todo o objetivo consiste em operar na direção da tendência sem limites de ganho quando grandes movimentos se estabelecerem. Em geral, captura o sinal de um rastreador de tendência (a exemplo de uma média móvel) e só irá se desfazer desta posição quando do sinal contrário, trabalhando com “viradas de mão”.
Recuo à média Aqui, o conceito já é outro. O objetivo não é o de identificar o início dos chamados “movimentos bem-informados”, aqueles que dão início às tendências. O que esta escola busca explorar são os pontos em que as movimentações já deixaram de ser consistentes e passam a ser puro efeito-manada, tornando-se oportuna a adoção de posição contrária buscando a “normalização” dos preços. É comum o uso de osciladores de preço ou bandas para tal.
Rompimentos Em meio ao contraste entre os mundos opostos das tendências e recuos à média, surge um modelo híbrido, muitas vezes comum a um maior leque de ativos operáveis. A operação de rompimentos nasce da idéia de comprar o rompimento de uma resistência a favor de uma tendência de alta, vender a perda de um suporte a favor de um rally de pânico, ou mesmo, operar o rompimento de um pivot de reversão de tendência. Aqui, o balizador é um indicador que defina topos e fundos de forma objetiva, ou mesmo acuse os chamados “candles guerrilha”, que se rompidos para um dos lados, tendem a desenvolver movimentações amplas e voláteis.
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Gráficos para cada linha de estratégia
Na expectativa de tornar a sua vida mais fácil, bem como mais claro o entendimento dos conceitos apresentados, separamos 3 exemplos gráficos reais, para que se entenda o tipo de comportamento que abre oportunidade para cada aplicação estratégica. O primeiro deles será o exemplo de gráfico típico da operação de tendência: a série contínua do contrato futuro de Boi Gordo da BM&F, em time frame diário.
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Exemplo de seguidor de tendência
Diremos que a trading idea mais evidente, pelo menos até este momento, seria uma envolvendo filosofia seguidora de tendência pois: 1. Há poucos cruzamentos entre média móvel de 9 períodos (curta) e de 20 períodos (longa) dentro da
janela de um ano. Isto nos demonstra facilidade em sinalizar e manter uma tendência, pelo menos no histórico.
2. O indicador de topos e fundos PIVOT MM aponta poucos momentos em que não há fundos nem descendentes nem ascendentes, mas sim afunilados.
3. As bandas de Bollinger apontam, na maior parte do tempo, para uma mesma direção, com inclinação relevante (e não lateral ou em aberturas e fechamentos constantes)
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Exemplo gráfico oportuno para trading idea de recuo à média
Agora vejamos um exemplo que caminha para o extremo oposto. A ação de CCRO3, no gráfico diário, dentro da amostra da figura abaixo, representa sinais claramente contrastantes para elaboração de trading idea.
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Exemplo de filosofia de recuo à média
Diremos que a trading idea mais evidente, pelo menos até este momento, seria uma envolvendo filosofia de recuo à média pois: 1. Há um maior número de cruzamentos entre média móvel de 9 períodos (curta) e de
20 períodos (longa) ao ano. Isto nos demonstra dificuldade em sinalizar e manter uma tendência, pelo menos no histórico. Com isto, há muitos sinais “falsos”.
2. O indicador de topos e fundos PIVOT MM aponta uma série de momentos em que não há fundos nem descendentes nem ascendentes, mas sim afunilados.
3. As bandas de Bollinger apontam, na maior parte do tempo, para uma direção lateral ou em aberturas e fechamentos constantes, e não para uma mesma direção.
4. É frequente a ocorrência de velas com pavios muito maiores do que os corpos. Isto nos apresenta maior nível de ruído.
Assim sendo, é mais provável que, ao desenvolver movimentos voláteis, abra oportunidade de um posicionamento contrário aguardando seu retorno à média.
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E quando o contraste não for tão radical?
Existem, ainda, gráficos em que é alternada a presença de alguns fatores de cada filosofia. Por exemplo, um ativo que demonstre poucos cruzamentos de médias, as bandas ainda direcionais mas com maior frequência de “abertura de boca”, mas que tenha seu indicador pivot mm trazendo um maior número de lateralizações, e também alguns candles de elevada volatilidade. Neste caso, a trading idea mais sensata a projetar é a baseada em rompimentos. E é este o exemplo de PETR4, gráfico diário, abaixo. Como pode ver, tudo vai depender do papel que quisermos operar!
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Exemplos de trading ideas de tendência
Médias móveis Já vimos em exemplos anteriores de que se trata uma estratégia baseada em cruzamentos de médias móveis. Existem também os que consideram o cruzamento puro e simples do preço em relação a UMA média móvel, assim como os que consideram o cruzamento de 3 ou mais médias para confirmar entrada. Tudo isto terá impacto direto na frequência e no nível de acerto das operações, mas desde que os ganhos, quando do desenvolvimento de tendências, sejam ilimitados por gatilho, tendem a explorar adequadamente os ativos com comportamento gráfico sujeito a isto.
IFR superando ou perdendo a linha de 50
É isto mesmo, você não leu errado! O IFR, apesar de ser um indicador de oscilação tradicionalmente utilizado como sinalizador de oportunidades de recuo à média, quando da entrada ou saída das chamadas zonas de sobre-compra ou sobre-venda, serve de bom sinalizador de continuidade de uma tendência. Exemplo na próxima página...
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No exemplo a seguir é possível observar todos os casos em que o IFR (janela inferior) superou 50, gerando sinal de compra (sinal “Ok”), e todas as vezes em que passou para baixo de 50 (sinal “X”), em ambos os casos gerando “virada de mão” da operação até então em aberto. As setas informam ponto de partida e fim, sendo verdes quando de lucro, e vermelhas quando de prejuízo. Neste exemplo , como o gráfico demonstou comportamento bastante tendencioso, apenas uma curta operação não teria sido lucrativa.
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Exemplos de trading ideas de recuo à média
IFR saindo de área “sobre” O IFR, como famoso “indicador pêndulo”, aponta quando o mercado está sem fôlego para prosseguir em uma determinada direção. Quando acima de 80, dizemos que está sobre-comprado, ou seja, há pouco espaço para subir. Quando abaixo de 20, dizemos que está sobre-vendido. Na análise gráfica seria um erro, no entanto, apontar que que não há espaço algum, pois ele pode continuar seguindo a direção até se aproximar do 0 ou 100. Logo, existe a estratégia de, quando abaixo de 20, manter-se atento, para assim que sair da área “sobre”, abrir compra na abertura seguinte, a ser encerrada somente no retorno à área ou na linha de 50. O oposto vale para vendas. Abrir vendas quando, uma vez acima de 80, torna abaixo, com objetivo na linha de 50, e zeragem assumindo perdas em caso de voltar para a área “sobre”. Para que não haja frequência muito baixa, recomenda-se o uso de IFR curto, como o IFR(5) por exemplo.
Banda de Bollinger “sai fora-volta dentro” As Bandas de Bollinger têm por objetivo apontar quando o papel está apresentando uma oscilação em relação à própria média superior ao esperado em uma distribuição normal, o que se representa por um afastamento superior a dois desvios-padrão. Uma tradicional estratégia com o indicador consiste em abrir posição comprada quando o papel tem um fechamento que estoura a banda inferior e, em um próximo fechamento, retorna para dentro das bandas. Neste caso, é aberta operação com objetivo no recuo à média. O oposto vale para operações vendedoras.
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No exemplo a seguir é possível observar todos os casos em que o IFR (janela inferior) desenvolveu seus sinais de compra e de venda pela regra de saída das áreas “sobre”. As setas informam ponto de partida e fim, sendo verdes quando de lucro, e vermelhas quando de prejuízo. Neste exemplo , como o gráfico demonstou comportamento bastante ruidoso, a maior parte das operações foi lucrativa, apesar de não ter tido um risco x retorno na prática favorável.
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No exemplo a seguir é possível observar todos os casos em que as Bandas de Bollinger (pontilhadas em cinza) geraram seus sinais de compra e venda conforme a discrição, nas aberturas seguintes aos sinais de entrada, atingimento de alvo, ou saída com prejuízo. As setas informam ponto de partida e fim, sendo verdes quando de lucro, e vermelhas quando de prejuízo. Neste exemplo , como o gráfico demonstou comportamento bastante ruidoso, apenas uma curta operação não teria sido lucrativa.
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Exemplos de trading ideas de rompimento
Rompimentos pró-tendência e pivot O indicador proprietário Pivot MM tem o objetivo de identificar topos e fundos de forma objetiva, de acordo com o nível de volatilidade que se aplica ao mercado, para então calcular o que é ou não considerado como rally e o que é ou não considerado como mero ruído dentro da tendência. A estratégia básica consiste em operar um rompimento a favor da tendência, tomando a distância entre este rally e o último fundo marcado (no caso de uma operação comprada) e duas vezes esta mesma distância a partir do rompimento como ponto de stop gain. Quando se quebra uma sequência de topos e fundos em uma direção (exemplo: descendentes tornam-se ascendentes), efetua-se a compra no rompimento que causa o chamado pivot, com as mesmas regras de gain e loss.
Rompimento de candle de guerrilha
Um candle de guerrilha pode ser definido por qualquer critério que o defina como um candle pequeno em relação aos demais da sequência anterior. A partir do momento em que é identificado, marcam-se a sua máxima e sua mínima, e para o lado que romper, gera-se uma operação compradora ou vendedora inicial, a qual poderá ter 1 ou mais viradas de mão no mesmo ponto. A efeito de exemplo, vamos dizer que o candle de guerrilha aparece quando é o menor dos últimos 3 e seu corpo é menor do que a soma dos pavios inferior e superior. Quando do estouro de uma de suas extremidades, alvo de 1x a distância entre as extremidades a favor do movimento e STOP na extremidade contrária com até uma virada de mão.
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No exemplo a seguir é possível observar um caso de resistência rompia pró-tendência, a qual atingiu stop loss, e um segund caso de pivot de baixa, o qual atingiu stop gain da posição vendida a descoberto.
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No exemplo a seguir é possível observar cinco ocorrências do referido candle guerrilha da descrição anterior. Destes, o primeiro foi acionado em compra e bateu o Gain. O segundo, abriu compra, foi stopado, virou mão e bateu gain na operação vendida. O terceiro abriu uma venda que atingiu gain. O quarto abriu primeiramente uma operação de compra, virou mão para venda, e encerrou ambas no prejuízo. O quinto abriu uma venda e atingiu gain logo na sequência. O objetivo deste exercício é cristalizar o encontro de padrões, e não substituir etapas de avaliação e backtest.
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GERENCIAMENTO DE RISCO OBJETIVO
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O manejo de risco também PRECISA ser objetivo
Todo este processo de conversão de trading ideas em descrições teve o intuito de tornar objetivo o que, até então, poderia ser um conhecimento tácito e não explícito, e também discricionário ao invés de objetivo. O primeiro passo foi percorrido, no entanto, de nada vale ter um setup gerador de entradas objetivo, se não for possível quantificar o tamanho de posição da mesma forma. De acordo com o mundialmente famoso psicólogo e autor de best-sellers na área de análise gráfica e finanças comportamentais, Dr. Alexander Elder, o manejo de risco é mais importante do que todo o procedimento de análise. Somos obrigados a concordar, vez que a análise não tem uma capacidade que o manejo
de risco possui: A de te fazer sobreviver no mercado a um período de estresse (perdas consecutivas) de sua estratégia. Sendo assim, o seu manejo de risco precisa estar estritamente alinhado com o tipo de trading idea, o ativo que se opera (se é mercado à vista, ou mercado futuro, vez que o futuro envolve alavancagem natural), além da definição de seu colchão de liquidez, coisa que somente o processo de avaliação e backtesting poderá definir com precisão. Iremos falar sobre duas formas bastante diferentes entre si, de definir tamanhos de posição: Capital fixo alocado e antimartingale.
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Modelo de capital fixo alocado: Neste modelo, iremos sempre operar uma mesma quantidade de volume financeiro de ações por trade. No entanto, para evitar a “curva de ruína”, em que para recuperar uma perda de 50% é preciso rentabilizar 100% de sua operação, utiliza-se um colchão de liquidez em dinheiro na conta. Este colchão de liquidez deve ser, no mínimo, compatível com o indicador de backtest Máximo Drawdown, que veremos na sequência. Modelo Antimartingale: Modelo com uma série de benefícios, no entanto, somente aplicável a operações em que se tem conhecimento do ponto de stop da operação ANTES da entrada no trade, o que não ocorre em sistemas seguidores de tendência e alguns de volatilidade. Basicamente, determina-se um capital-base para o manejo de risco. Em seguida, é selecionado um valor em percentual deste capital que será exposto ao risco por operação, valor este que irá definir a quantidade de títulos a operar. Por exemplo, se tenho R$100.000,00, meu percentual de exposição é 1%, e a distância entre entrada e stop de uma operação, em preço, é de R$2,00, a quantidade de ações a operar será de 500 títulos. É um modelo que traz como principal vantagem a possibilidade de reduzir prejuízos financeiros após uma sequência de perdas e aumentar exposição ao risco quando está ganhando, uma condição psicologicamente confortável para muitos. Isto porque, caso você tenha, por exemplo, uma perda de R$5.000,00, seu limite de risco não será mais de 1% sobre R$100.000,00, mas sim sobre R$95.000,00. O mesmo é válido quando recuperamos o capital e começamos a operar em campo positivo. Com capital a R$110.000,00, seu manejo de risco irá automaticamente arriscar 1% sobre este valor atualizado, possibilitando o efeito de juros compostos na curva de capital.
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O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA - BACKTEST
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Não é por ser objetiva que necessariamente será rentável
Não basta construir uma estratégia objetiva. Ela precisa, comprovadamente, vir de um bom histórico de aplicação, que dê respaldo estatístico para que a mesma torne-se parte integrante do portfolio de estratégias. E é neste sentido que torna-se imprescindível o procedimento de backtesting, que consiste no processo de avaliação de uma estratégia através de sua aplicação em momentos passados, sendo utilizado para validar a eficiência de um setup com base em preço, tempo e/ou volume, dados em que os valores fechados demonstram elevada verossimilhança em relação à aplicação prática. O backtesting nos retornará o resultado final da sequência de trades, bem como a evolução da curva de capital em forma gráfica. No entanto, mais importante do que isto é a capacidade analítica que nos fornece dos indicadores de capacidade de geração de resultados, mensuração de riscos e comparação de benefícios. Vamos a eles!
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Slippage e custos operacionais
Tenha cuidado!
Um dos maiores erros de traders que operam através de estratégias é o de não contabilizar custos operacionais e slippage em sua curva de capital. A incidência destes pode mudar uma curva de capital da água para o vinho, em especial quando estamos falando sobre high frequency trading ou afins. Custos operacionais: Custos “vísíveis” nos relatórios operacionais como notas de corretagem e extratos. Incluem-se nesta lista os custos de corretagem, emolumentos, taxa de liquidação, outros bovespa, custo com aluguel de ações (BTC), tarifa de termo, quando aplicável, etc. Slipage: Curso da distorção por entrada à mercado. É uma espécie de custo “invisível” que inviabiliza grande parte dos modelos de Day Trade no Brasil. Ignorá-lo pode levar a perdas irreversíveis.
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Indicadores da capacidade de geração de resultado
Nível de acerto
50% 60% 70% 75% 80%
Um dos primeiros indicadores de performance que a maioria dos traders conhece na prática. O nível de acerto consiste em uma métrica muito importante. Tê-lo em níveis baixos nas estratégias de recuo à média pode ser um grande risco, enquanto tê-lo elevado em estratégias seguidoras de tendência é praticamente impossível. Consiste na representação percentual, com base na amostra, de quantas operações realmente atingiram o objetivo de lucro proposto (Stop Gain), frente ao total de operações.
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Pay/Off Ratio
O Pay/Off Ratio representa a relação risco versus retorno na prática. É calculado como sendo igual à média de lucro por operação encerrada no positivo, dividido pela média de prejuízo por operação encerrada no negativo. Em um exemplo prático, podemos dizer que: Uma estratégia que acerta 30% dos trades, mas quando ganha, proporciona lucros em média 5 vezes maior do que o saldo de cada operação encerrada no prejuízo, apesar do nível de acerto baixo, é muito atrativa na prática devido ao seu Pay/Off de 5 x 1. Este é um dos indicadores mais importantes, pois é o que tem mais espaço para ser otimizado, na busca pela melhor rentabilidade, em especial nas estratégias de rompimento.
Indicadores da capacidade de geração de resultado
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Suponhamos que da bateria de testes de duas trading ideas, obtivemos os seguintes resultados:
Estratégia 1 com 90% de acerto Pay off de 5 x 1 Estratégia 2 com 50% acerto Pay off de 1,5 x 1 Qual é a melhor estratégia? Se você respondeu que é a Estratégia 1, de fato a este momento não é possível dizer se você está certo. Isto porque com as informações fornecidas não temos como chegar, ao final das contas, em uma métrica real de benefício. Isto porque de nada adiantam os números da Estratégia 1, se a mesma nos gerar 1 sinal a cada 2 anos, enquanto a Estratégia 2, com seus números um pouco mais discretos, poderia ser uma verdadeira máquina de fazer dinheiro, caso produzisse mais de uma operação por semana. É aí que entra a frequência, como um indicador da velocidade de evolução da curva de capital.
Frequência Indicadores da capacidade de geração de resultado
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Notou que esta página está em cor diferente das demais? Pois é, foi proposital! De nada adianta olharmos para nível de acerto, pay/off ou frequência de forma isolada. Precisamos encontrar uma forma de analisar a resultante dos três itens, e o indicador “expectativa por trade” está aí para nos ajudar neste objetivo. A expectativa por trade é calculada como sendo: [Nível de acerto x média de ganho por operação encerrada no positivo + Nível de erro x média de perda por operação encerrada no negativo] Para os exemplos da página anterior, simulando que a média de perda por operação encerrada no negativo de ambas é de R$1.000,00, temos: Estratégia 1: E(x)= 90% x (R$5.000)+ 10% x (-R$1.000) E(x)= R$4.500,00 - R$100,00 E(x)= +R$4.400,00 Estratégia 2: E(x)= 50% x (R$1.500,00) + 50% x (-R$1.000) E(x)= R$750,00 – R$500,00. E(x)= +R$250,00 Veja que o motivo de calcularmos a expectativa por trade, é a possibilidade de conciliarmos este indicador com a performance para conhecer a “esperança matemática no período”. Mantendoo os exemplos da página anterior, se na Estratégia 1, temos 1 sinal a cada 2 anos, nossa esperança matemática ao longo dos 12 meses é de R$4.400,00. Pode não ser ruim, mas vamos agora calcular a esperança da Estratégia 2: Sendo uma operação por semana, e sendo 104 semanas na janela de 24 meses, encontramos para esta estratégia, mesmo com piores números de Pay/Off e Nível de acerto, uma expectativa de lucro de R$26.000,00 ao final do período. Por este motivo, fica claro que a Estratégia 2 ganha de longe no quesito “capacidade de resultados”.
Consolidando os indicadores vistos até então
Expectativa por trade
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Máximo Drawdown
2008 2015
Medida de risco: Obtido nas análises de underwater, o máximo drawdownconsiste no máximo decaimento na curva de capital antes da superação de um topo (limite de ganhos) anterior. Pode ser expresso em valores percentuais ou financeiros. Útil para determinação de viabilidade do modelo e para determinação de modelos de manejo de risco de capital fixo alocado , bem como para o controle sobre o comportamento de risco da estratégia e adequação da dosagem no contexto de uma alocação. Em um exemplo prático, uma estratégia ter um máximo drawdown de 10% significa que se o trader iniciasse suas operações (com uma carga de azar um pouco além da conta) no momento em que o máximo de ganho da estratégia cessa, e é dado o início ao pior momento de perdas, teria chegado a acumular perda de 10% em algum momento durante o percurso da estratégia, para só depois recuperar.
Indicador de mensuração de risco
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Gostamos de utilizar dois indicadores de comparação de benefícios quando o assunto é comparar estratégias: • Recovery factor: Mede a capacidade de recuperação de prejuízos de uma estratégia. Calculado como
[resultado financeiro do backtest / máximo drawdown ]. • Vantagens: Promove uma leitura da probabilidade de ocorrência de um período de perdas como
o máximo drawdown, com base na amostra. Deve ser dito que estamos falando de probabilidades, e que na prática, nada impede que o limite de máximo drawdown seja, inclusive, superado.
• Desvantagem: Se a estratégia é sustentável a longo-prazo, naturalmente espera-se que quanto maior a base de dados testada, maior será o resultado, e mais próximo do obtido inicial será o máximo drawdown. Em sendo estas premissas verdadeiras, uma estratégia mais antiga, mas que eventualmente não esteja passando por seus melhores dias em uma janela mais curta, ganhará de uma estratégia com base de dados mais curta.
Indicador de comparação de benefícios
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O segundo indicador é o: • Retorno anualizado / máximo drawdown: O próprio nome já é sugestivo quanto à base de cálculo. O
retorno anualizado pode ser obtido multiplicando-se a expectativa por trades pelo número de ocorrências médio observado em janelas de 12 meses. Assim o fazendo, encontraremos um índice em que, o maior número positivo obtido representará a melhor estratégia dentre o rol de elencáveis.
• Vantagens: Leitura com menor viés do tamanho da amostra. • Desvantagens: Temos como inconsistência que o tamanho da amostra ainda se faz presente, mas
de uma forma indireta, no máximo drawdown. Pode ser assumido que um máximo drawdown de 20 anos é mais representativo do que um obtido em 2 anos. Esta é uma característica que este indicador simplesmente não enxerga.
Indicador de comparação de benefícios
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ETAPAS FINAIS
40
Otimização
50%
40%
80%
60%
A B C D
Diferentes parâmetros para as mesmas estratégias podem gerar grandes diferenças nas estatísticas finais. O poder de otimizar os parâmetros é o que confere a possibilidade de “capturar” a essência do papel operado.
Parametrize!
Uma das vantagens de robôs e planilhas de backtest é a possibilidade de simular em tempo hábil, diferentes
parâmetros de Alvo, Stop Loss, Breakeven, Trailling Stops, Stop por tempo e horários de negociação.
Cuidado com o Overfitting Se sua otimização só for efetiva em uma “fatia” da base histórica ou reduzir consideravelmente a frequência (filtros), você pode correr o risco de esta “melhora” na verdade ser consequência de um “alinhamento de planetas”.
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O processo de construção de estratégias
Idéia e descrição
Primeiro teste
Aumento e compreensão
Otimização + Walk Forward
Operação real
Tudo começa com uma trade idea
discricionária, para depois
descrevermos o que é de fato o
padrão
Surge um primeiro teste de
conceito, manual, em base
de poucos meses ou
papéis.
É hora de aumentar os testes! A
automação torna-se fundamental.
Automatizar te dá capacidade de otimizar
parâmetros. Vá em frente, mas cuidado
com o Overfitting.
Nada te dará mais sensação de controle do que começar a
testar seu conceito na prática. Comece no DEMO, até entender o backoffice
envolvido
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