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Comportamento Agudo da Pressão Arterial Pós-Caminhada em Diferentes
Intensidades em Indivíduos Hipertensos
Autores: Carlos Otávio de Oliveira – Universidade Gama Filho, Bocaiúva MG
Ricardo Tadeu Resende – Universidade Gama Filho, Contagem MG
Marília dos Anjos Dumont de Pinho – Universidade Gama Filho, Patos de Minas MG
Cristiano Lino Monteiro de Barros – Centro Universitário de Patos de Minas, Patos de
Minas MG.
Autor Correspondente - Carlos Otávio de Oliveira, Avenida Dr. Tereziano Magalhães,
nº 285, Bairro Esplanada, Telefone (38) 3251-5518, celular (38) 9922-5006, Bocaiúva
MG, [email protected].
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RESUMO
Introdução - Há vários estudos que determinam a hipotensão pós - exercícios (HPE),
principalmente com exercício de natureza aeróbia como a caminhada orientada (CO).
Entretanto, poucos estudos têm comentado sobre a intensidade ideal para promover a
maior hipotensão aguda pós-exercícios. Objetivo – O objetivo do presente estudo foi
diagnosticar uma intensidade na qual a HPE aguda fosse mais acentuada após várias
sessões de CO baseado na intensidade, freqüência cardíaca, pressão arterial, PSE,
VO2 Pico e Duplo Produto (DP). Métodos – Oito participantes do PSF de Bocaiúva MG,
com idade entre 43 a 71 ± 9,51 anos sendo 4 homens, todos hipertensos sob
tratamento farmacológico regular foram submetidos a seis dias não consecutivos de CO
em esteira ergométrica plana. Resultados - A média da PAS e PAD foi
significativamente menor 40 minutos após a CO em relação ao repouso em quase
todas as intensidades estudadas, sendo que a 6,5 km/h foi destacada a diferença
significativa em relação ao grupo controle, o que correspondeu à média da FC entre
134 a 146 bpm, o VO2 pico entre 67% a 82%, a PSE nº 13 e o DP a 21.420
mmHg•bpm. Conclusão - Os resultados apresentados confirmam que devido a fatores
fisiológicos, a caminhada orientada de 40 minutos na esteira ergométrica plana atua
como uma terapia hipotensora sendo de suma importância para os portadores da
hipertensão arterial controlada. Diante do estudo exposto, consideramos necessário um
estudo de âmbito longitudinal para dirimir algumas dúvidas suscitadas durante análise
dos resultados, bem como permitir maior precisão nas conclusões.
Palavras-Chaves: Hipertensão, exercício físico, hipotensão pós exercício.
ABSTRACT
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Acute Comportment of Post – Walk Arterial Pressure at Different Intensities in
People who suffer from Hypertension
Introduction - There are many studies that determine the post - exercise hypotension
(PEH), especially because of aerobic nature exercises such as the oriented walk (OW).
Besides that, just few studies have commented about the ideal intensity to promote the
highest acute post-exercise hypotension. Goal – This study intention was to diagnose
an intensity so that the acute PEH could be more accentuated after many OW sessions
based on the intensity, heart frequency, arterial pressure, ESP, VO2 peak and double
product (DP). Methods – Eight participants from Bocaiuva’s PSF (MG) with age
between 43 and 71 ± 9.51 years, between whom 4 were men, all of them suffering from
hypertension under regular pharmacologic treatment were submitted to OW on a plane
ergo metric treadmill during six non-consecutive days. Results – The average of SAP
and DAP was significantly lesser 40 minutes after the OW in comparison with the repose
in almost all intensities that were studied. When doing 6.5 km/h, it was emphasized the
significant difference in relation to the group under control, which corresponded to a
heart frequency average between 134 and 146 beats per minute, the VO2 peak was
between 67% and 82%, the ESP number 13 and the DP was 21.420 mmHg.bpm.
Conclusion - The results presented ratify that due to physiologic factors, the forty-
minute oriented walk on the plane ergo metric treadmill acts like a hypo tensor therapy,
which is really important for controlled arterial hypertension porters. Finally, we consider
it’s necessary a study of lengthwise ambit to solve some raised doubts during the
analysis of the results, as well as permitting a greater precision on the conclusions.
Key-words: Arterial pressure, physic exercise,
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INTRODUÇÃO
Justificativa Objetiva Para o Estudo
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um fator de risco poderoso e o mais
importante para doenças cardiovasculares1. A pressão arterial (PA) é definida pelo
produto do débito cardíaco e pela resistência periférica total, sendo que a PA pode ser
influenciada tanto pela força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias, como
pela resistência imposta por estas ao fluxo sanguíneo2. Segundo a V Diretriz Brasileira
de Hipertensão Arterial, a classificação dos valores de medida casual referente à PA
ótima é <120mmHg para pressão arterial sistólica (PAS) e < 80mmHg para pressão
arterial diastólica (PAD), valores normais são <130mmHg para PAS e < 85mmHg para
PAD, sendo que valores acima são considerados como HAS3. No Brasil, a HAS é
considerada a doença mais prevalente nos adultos de diversas regiões, consistindo na
1ª causa de aposentadoria por invalidez e 40% dos óbitos4.
Estudos epidemiológicos vêem demonstrando uma correlação inversamente
proporcional entre o nível de atividade física e a HAS, reforçando a teoria de que
pessoas fisicamente ativas têm menos riscos de se tornarem hipertensas5. Uma das
formas de diminuição da PA de repouso é a prática regular de exercícios físicos, o que
promove a queda pressórica abaixo dos valores verificados no período pré-exercício.
Este fenômeno é denominado de hipotensão pós-exercício (HPE)5.
A HPE pode ser benéfica para o controle da PA em hipertensos, porém, a
quantidade, o tipo e a intensidade dos exercícios ainda são controversos5. Apesar de
tais controversas, alguns estudos verificaram uma atuação mais acentuada e
prolongada da HPE em sessões de exercícios mais prolongados a partir de 25
minutos6. Outros estudos sugerem que o exercício realizado entre 30 a 80% do VO2
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pico promove reduções semelhantes na PA pós-exercício em indivíduos normotensos7.
Dentre os exercícios físicos sugeridos, os de natureza aeróbia, como a
caminhada orientada (CO), são mais indicados devido à sua funcionalidade hipotensora
(Gobel et al., 1999 citado por Farinatti et al., 2003)8. A CO é uma atividade realizada
com repetições sistemáticas orientadas com relação à periodização aplicada, ou seja:
volume, intensidade, ritmo, coordenação e solicitação de grandes grupos musculares.
A CO provoca uma série de respostas fisiológicas nos sistemas corporais e, em
especial, no sistema cardiovascular e baroceptor9. Com o objetivo de manter a
homeostasia celular devido ao aumento das demandas metabólicas, alguns
mecanismos são acionados. Esses mecanismos funcionam sob a forma de arcos
reflexos constituídos de receptores e neurônios especiais embora, muitas etapas destes
mecanismos ainda não foram completamente elucidadas 9,10.
Os efeitos fisiológicos da CO podem ser classificados em agudo imediatos ou
tardios e crônicos. Os efeitos agudos imediatos são provenientes de uma sessão
isolada de exercício11, e são observadas imediatamente durante ou após uma sessão
de treinamento como os aumentos da freqüência cardíaca (FC) e da PAS8. Já os efeitos
agudos tardios podem ocorrer até 24h após uma sessão de treinamento, tendo, como
exemplos, a discreta redução pressórica principalmente nos hipertensos (considerações
do I Consenso Nacional de Reabilitação Cardiovascular)8, a expansão do volume
plasmático, a melhoria da função endotelial (síntese do óxido nítrico), a ação e aumento
da sensibilidade insulínica na musculatura esquelética10. As adaptações crônicas são
as alterações provocadas no corpo através de várias sessões isoladas de exercício
como: o aumento do consumo máximo de oxigênio, hipertrofia muscular, bradicardia
fisiológica, hipertrofia ventricular esquerda (adaptação do mecanismo de Frank
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Starling), hipotensão arterial e angiogênese, acarretando em aumento do fluxo
sanguíneo para os músculos esquelético e cardíaco10,11.
Os mecanismos que influenciam a queda pressórica pós exercícios físicos estão
relacionados a fatores hemodinâmicos, humorais e neurais12.
Durante a CO espera-se um aumento linear tanto da PAS assim como a FC
devido ao predomínio do sistema nervoso autonômico simpático e da produção
hormonal das catecolaminas (descargas adrenérgicas). Após o organismo atingir o
estado estável é observado um equilíbrio destas variáveis. Já a PAD mantém os
valores de repouso ou tem uma discreta alteração para mais ou para menos em até 15
mm/hg9.
Objetivo do Estudo
iagnosticar uma intensidade ótima para que a HPE aguda fosse mais acentuada
após várias sessões de treinamento baseado na intensidade, FC, PAS, PSE, VO2 Pico
e Duplo Produto (DP).
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MÉTODOS
Amostra
Os sujeitos analisados neste estudo foram recrutados do Programa de Saúde da
Família (PSF) em Bocaiúva MG. O PSF desenvolve atividades físicas e recreativas
duas vezes por semana com supervisão de Profissionais de Educação Física no
Bocaiúva Tênis Club para aproximadamente 150 voluntários de ambos os sexos. Antes
de iniciar a programação esportiva os participantes são avaliados por uma equipe de
Enfermeiros do PSF. Dentre os participantes deste programa federal de saúde, oito
(quatro homens e quatro mulheres) que apresentam hipertensão controlada por
farmacológicos foram escolhidos para participar de uma série de CO, de intensidade
progressiva em esteira ergométrica na clínica Fisiocenter em Bocaiúva-MG com
acompanhamento de um Profissional de Educação Física. Todos os voluntários
estavam sob tratamento farmacológico regular para hipertensão, os quais incluíam
diuréticos, inibidores da ECA (enzima de conversão da angiotensina II), beta-
bloqueadores, antagonista dos canais de cálcio e vasodilatadores. Para saber a FC real
dos voluntários que usavam beta-bloqueadores foi realizado o fator de correção da FC
com relação à dose do medicamento13. Os mesmos voluntários após a realização dos
testes foram submetidos à situação controle.
Todos os participantes foram devidamente informados do anonimato de sua
identidade de acordo com a resolução 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde (CNS)
e como procederiam as caminhadas. Os critérios de exclusão foram: não atingir a
velocidade mínima de 6,5 km/h, PAD > 130 mm/Hg e não conseguir realizar a CO na
esteira mesmo após passar por um período de adaptação.
Inicialmente foi realizada uma avaliação física dos voluntários com intuito de
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caracterização da amostra. A massa corporal foi medida através de uma balança digital
(Plena) com precisão de 100 gramas. A estatura foi determinada através de um
estadiômetro com o auxílio de uma fita antropométrica (Sanny) com precisão de um
centímetro. Já as circunferências da cintura e quadril foram medidas utilizando-se uma
fita antropométrica (Sanny) com precisão de um centímetro. As características físicas
da amostra estão ilustradas na Tabela 1.
Teste de VO2 Pico
No primeiro dia os voluntários foram submetidos à avaliação física, descrita
anteriormente, e também a um teste cardiorrespiratório máximo para determinar a
potência aeróbia máxima.
O VO2 pico foi determinado utilizando um protocolo indireto conforme proposto
por Balke (citado por Araújo,1984)14. O protocolo de Balke em esteira consiste em um
teste com velocidade constante de 5,4 km/h na esteira ergométrica, com acréscimo de
1% na inclinação a cada minuto até a exaustão com as mãos livres. A importância de
avaliar o VO2 pico foi diagnosticar qual a velocidade máxima de caminhada entre cada
voluntário. Durante a realização do VO2 pico utilizou-se uma esteira ergométrica
(Moviment RT 250), porém, durante as sessões da CO foi utilizada a esteira
ergométrica plana de marca (Physicus). Os voluntários que não tinham habilidade em
caminhada na esteira ergométrica foram familiarizados dias antes de iniciar os testes.
Convém ressaltar que três voluntários foram eliminados porque não atingiram a
velocidade mínima estabelecida que era 6,5 km/h. Durante os testes as variáveis
fisiológicas FC, PA, PSE e DP foram aferidas simultaneamente ao final de cada
aumento da intensidade.
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Para avaliar a intensidade da CO neste estudo foi utilizada a escala de
Percepção subjetiva de esforço (PSE) de Borg & Noble (1974)15 -18, FC, PAS, PAD e o
DP. O DP é definido pelo produto da FC x PAS, sua correlação com o consumo de
oxigênio do miocárdio (MVO2) faz com que o DP seja um bom indicador do trabalho do
coração durante esforços físicos contínuos de natureza aeróbia8. O ACSM considera
que o DP é um indicador de sobrecarga cardíaca, uma ação terapêutica de
medicamentos e é procedimento clínico de cardiologia8.
Para quantificar a intensidade da FC foi utilizado o protocolo FCReserva de
Karvonen (1957)19. A FC foi medida através de um cardiofrequencímetro da Polar
(modelo S610i). A PA foi mensurada pelo método auscultatório, utilizando um
esfigmomanômetro aneróide de ponteiro de marca (Bie) previamente calibrado contra
coluna de mercúrio e adaptado ao tamanho do braço do voluntário e um estetoscópio
cardiológico de marca (Rappaport). A PA foi aferida sempre no mesmo braço em que
apresentou o maior valor conforme observado no primeiro dia da análise.
Os procedimentos para coleta das variáveis fisiológicas FC, PAS, PAD PSE, e
DP dos voluntários durante este estudo procederam da seguinte forma: ao chegar à
clínca Fisiocenter o voluntário ficava assentado ± 10 minutos, momento em que eram
mensuradas as coletas pré-exercício. Após a coleta pré-exercício, os voluntários
iniciavam a caminhada que duravam precisamente 40 minutos, durante as CO eram
realizadas as coletadas a cada 10 minutos. Após a CO (pós-exercício) os voluntários
permaneciam de repouso (assentados) por mais 40 minutos, momento em que também
a cada 10 minutos eram coletadas somente a PAS e PAD. Após todas as coletas
realizadas individualmente, foram observados em algum momento dentro do tempo
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estabelecido pós-exercício, qual seria a queda da PAS e PAD pós-exercício
comparando com o pré-exercício.
O grupo controle foi analisado da mesma forma, porém, o voluntário ficava em
pé e parado na esteira (desligada) por 40 minutos onde a cada 10 minutos eram
coletadas somente a PAS e PAD. Após o tempo estipulado, o voluntário assentava-se e
era novamente coletada a PAS e PAD a cada 10 minutos até atingir o tempo
estabelecido (40 minutos).
Programa de Treinamentos – Caminhada Orientada de Intensidade Progressiva
Ao chegarem à clínica onde os estudos foram realizados, os voluntários ficavam
sentados em média 10 minutos, momento este em que eram aferidas a PA e a FC pré-
exercício. Em seguida iniciava-se a caminhada proposta que tinha duração de 40
minutos na esteira ergométrica sem inclinação. As variáveis fisiológicas FC, PAS, PAD
e PSE foram coletadas de 10 em 10 minutos durante os 40 minutos da caminhada.
Durante os 40 minutos pós-exercício somente a PAS e a PAD foram mensuradas. As
CO foram realizadas sempre no mesmo horário ao longo de sete dias alternados, ou
seja, segundas, quartas e sextas-feiras.
A situação controle foi realizada em apenas um dia entre todos os voluntários, os
quais permaneciam em pé (estático) por 40 minutos na esteira ergométrica desligada,
sendo que a cada 10 minutos era medida a PAS e a PAD. Após este procedimento, os
indivíduos permaneciam mais 40 minutos sentados, para a medida, a cada 10 minutos,
da PAS e da PAD. Os procedimentos diários do estudo estão descritos na Tabela 2.
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Análise Estatística
Para análise descritiva da amostra utilizou-se média ± desvio padrão (DP) das
variáveis estudadas.
Para as comparações das variáveis pré e pós-exercício foi utilizado o teste t de
Student pareado. Para as comparações das variáveis de todos os grupos entre si foi
utilizada a ANOVA one way seguida de um teste post hoc de Tukey quando apropriado.
O nível de significância utilizado para todos os testes foi de p < 0,05.
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RESULTADOS
Nas tabelas seguintes apresentaremos os resultados gerais com os sujeitos que
compuseram a amostra. Será destacado a média e desvio padrão da PAS e PAD.
Tabela 2 - Características físicas da amostra:
DP – Desvio Padrão; VO2 Pico – consumo pico de oxigênio
A média da PAS foi significativamente menor no grupo controle e pós-exercício
em relação ao pré-exercício em todas as intensidades estudadas com exceção de 4,0 e
4,5 km/h. Os resultados podem ser observados na Tabela 3.
*Diferença significativa (p<0,05) em relação à Pré-exercício. ** Maior diferença significativa entre a PAS antes x PAS depois
Na figura abaixo será apresentado o comportamento médio da PAS no grupo
controle, antes e após a CO entre todos os participantes da amostra nas respectivas
intensidades estudadas.
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13
128 129 131 133 131 137 135119 121 122
115 111 117110
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Controle* 4,0 km/h 4,5 km/h 5,0 km/h* 5,5 km/h* 6,0 km/h* 6,5 km/h**
Velocidade da Este ira (km/h)
Co
mp
ort
am
en
to M
éd
io d
a P
AS
Pré
e
Pó
s C
O
PAS Pré CO PAS Pós CO
*Diferença significativa (p<0,05) em relação à Pré-exercício. ** Maior diferença significativa entre a PAD antes x PAD depois
A média da PAD foi significativamente menor no pós-exercício em relação ao pré-
exercício em todas as intensidades estudadas, com exceção da velocidade de 4,0
km/h. Os resultados podem ser observados na Tabela 4.
*Diferença significativa (p<0,05) em relação à Pré-exercício. ** Maior diferença significativa entre a PAD antes x PAD depois
Na figura abaixo será apresentado o comportamento médio da PAD no grupo
controle, antes e após a CO entre todos os participantes da amostra nas respectivas
intensidades estudadas.
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*Diferença significativa (p<0,05) em relação à Pré-exercício. ** Maior diferença significativa entre a PAD antes x PAD depois
De acordo com os resultados apresentados a média das variáveis fisiológicas
apresentaram as seguintes características: a FC ficou entre 134 a 146 bpm, o VO2 pico
entre 67% a 82%, a PSE ficou no nº 13 e o DP a 21.420 mmHg•bpm e a intensidade
que apresentou a maior diferença significativa foi diagnosticada a 6,5 km/h tanto nas
PAS quanto na PAD.
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Discussão
Há vários estudos que determinam a HPE físicos diversos principalmente com
exercício de natureza aeróbia como a caminhada1-12,20-23, mas poucos têm comentado
sobre a intensidade ideal para promover a maior hipotensão aguda pós-exercícios. É
interessante lembrar que em alguns estudos recentes12 o ACSM tem relatado que
exercícios aeróbios com menores volumes e intensidades moderadas têm promovido
melhores resultados na queda da pressão arterial24. Ao contrário, Ishikawa-Takata et
al.25 demonstraram que exercício aeróbio com maiores intensidades foram eficientes
para reduzir a PA e isto ficou evidenciado também neste estudo.
A redução aguda da PA mostrada neste estudo induz aos mecanismos do
exercício aeróbio12 apesar de que durante a situação controle também foi diagnosticada
alteração significativa da PAS e PAD na amostra estudada.
Alguns autores atribuem a redução pressórica após exercício físico em
hipertensos a alterações humorais relacionadas à produção de substâncias vasoativas
como o peptídeo atrial natriurético12,23, melhora na sensibilidade à insulina12,23, redução
nos níveis da renina plasmática, bem como aumento na produção de óxido nítrico, além
da redução da noradrenalina plasmática, sugerindo redução da atividade nervosa
simpática, associada ao aumento da prostaglandina o que inibe a liberação de
noradrenalina nas terminações nervosas simpáticas12. Embora haja relatos de que os
níveis de noradrenalina diminuem com o treinamento apenas nos indivíduos
hiperadrenérgicos12.
Todos os mesmos voluntários foram submetidos à situação controle na qual
permaneciam em pé (estático) na esteira ergométrica por 40 minutos e após o tempo
estabelecido ficavam mais 40 minutos sentados para a medida da PAS e PAD a cada
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10 minutos, assim como ocorreu nas CO. O comportamento da PAS e PAD neste
estudo verificou que todas as intensidades apresentaram resposta hipotensora, com
exceção de 4,0 km/h.
Vale ressaltar que três voluntários foram eliminados deste estudo porque tiveram
exaustão e não atingiram a velocidade mínima na caminhada proposta para este estudo
que era 6,5 km/h.
Os resultados do presente estudo mostraram que 40 minutos de exercício por
dia foram eficientes para reduzir significativamente a pressão arterial de pacientes
hipertensos controlados de forma aguda, o que corrobora com os resultados mostrados
por Campane e Gonçalves20.
Ao analisar os resultados, devemos observar alguns comentários sobre a
limitação do método adotado.
O método utilizado neste estudo para a mensuração da PAS é provido de erros,
já que foi utilizado o método auscultatório aneróide de ponteiro. O método direto apesar
de ser mais preciso e confiável, não deve ser utilizado na CO porque reveste-se de
riscos consideráveis para os voluntários como dor, espasmo arterial, trombose,
estenose, síncope vaso-vagal, hemorragia, etc. Sendo assim, esta técnica extrapolaria
os limites éticos da investigação científica (Perloff et al., 1993 citado por Polito et al.,
(2004)26. O método Finapréss é um método não invasivo que mede a pressão arterial
de modo contínuo, simultaneamente ao método direto. Utiliza a técnica
fotopletismográfica aplicada indiretamente no dedo médio da mão através de regulação
pneumática. O método finapréss possibilita um registro da PA semelhante ao método
direto, sem os possíveis riscos associados a procedimentos invasivo. Também este
método não é indicado para ser aplicado durante a prática de exercícios físicos devido
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à delimitação dos movimentos e ao alto custo financeiro do equipamento (Perloff et al.,
1993 citado por Polito et al., (2004)26.
Farinatti, Paulo T.V. & ASSIS, Bruno F.C. B et al., (2000), afirmam em alguns
estudos que houve alta relação com valores obtidos entre o método auscultatório e
direto27.
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Conclusão
Os resultados apresentados neste estudo confirmam que devido a fatores
fisiológicos hemodinâmicos, humorais e neurais, a CO de 40 minutos na esteira
ergométrica plana atua como uma terapia hipotensora, sendo assim de suma
importância para os portadores da hipertensão arterial controlada.
Os resultados confirmaram ainda que a média da PAS e PAD foi
significativamente menor em relação ao repouso em quase todas as intensidades
estudadas, sendo que a intensidade 6,5 km/h foi destacada a maior diferença
significativa em relação ao repouso e ao grupo controle.
Enfim, diante do estudo exposto, consideramos necessário um estudo de âmbito
longitudinal para dirimir algumas dúvidas suscitadas durante a análise dos resultados,
bem como permitir maior precisão nas conclusões.
Agradecimentos
Os autores agradecem a todos os voluntários que contribuíram para a realização
deste estudo.
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91 90 93 92 8998 94
81 85 85 84 8089
80
0
20
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100
120
Controle* 4,0 km/h 4,5 km/h* 5,0 km/h* 5,5 km/h* 6,0 km/h* 6,5 km/h**
Velocidade da Esteira (km/h)
Com
porta
men
to M
édio
da
PAS
Pré
e Pó
s CO
PAD Pré CO PAD Pós CO
ANEXOS Tabelas e Figuras
Tabela 1 - Características físicas da amostra:
Tabela 2 – Procedimentos de como procederam aos experimentos:
Tabela 3 – Média da PAS Tabela 4 – Média e PAD
Figura 1 – Comportamento da PAS no Grupo Crontrole e Pré e Pós CO
Figura 2 – Comportamento da PAD no Grupo Crontrole e Pré e Pós CO
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