Autor: Maria Lúcia de Souza Soares

NRE: Wenceslau Braz

Escola: Escola Estadual Newton Sampaio

Disciplina: História (x) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio

Disciplina da relação interdisciplinar 1: Educação Artística

Disciplina da relação interdisciplinar 2:Geografia

Conteúdo estruturante: Dimensão cultural

Conteúdo específico: Movimento de contestação no Brasil e no mundo

“Compreender, interpretar as diferenças da realidade.Superar conflitos que delas resultam – é uma necessidade.Isto é fácil de praticar?”

Fontes: www.fotomundo.com.br www.royaltifree.com.br

Todas as evidências até o presente momento revelam-nos que a cultura é

um fato humano. A cultura é o traço distintivo entre as sociedades animais e

humanas. O fato dos seres humanos viverem em grupo, relacionando-se cria a

cultura, assim o homem é um ser histórico que vive numa cultura produzida por ele

mesmo. É, portanto a cultura um produto social.

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IDENTIFICAÇÃO IDENTIFICAÇÃO

No final do século XX com a influência da revolução tecnológica e os

conseqüentes avanços no campo da informática e comunicação, a informação e o

conhecimento são profundamente inseridos na cultura das sociedades.

As transformações do papel que a mulher passa, aliados a isso, a exercer

na sociedade são fatores responsáveis pela emergência das diferenças culturais e

que deram origem ao que denominamos de multiculturalismo.

A autora Maria do Rosário assim define multiculturalismo:

“...nada mais é do que o fato de várias culturas se encontrarem no mesmo espaço e tempo. Quando no mesmo país, numa cidade, num mesmo bairro, várias culturas se encontram e procuram coexistir, tem-se o multiculturalismo. Multi (muitas) culturalismo (culturas). (KNECHTEL, 2003, p.30).

A pós-modernidade dá uma definição ao multiculturalismo, que é a aceitação

do diferente como diferente e não com o desigual ou inferior, e, portanto,

socialmente, o multiculturalismo é visto como uma filosofia anti-racista.

Segundo Paulo Freire (1996, p. 151), “É preciso ler tanto a palavra quanto o

mundo”.

Fazendo uma leitura do mundo, da realidade percebemos que as diferenças

são visíveis. Muitas vezes grupos associados ao autoritarismo, a violência, aos

interesses econômicos e políticos, não respeitam, exploram, excluem e até matam

na pretensa intenção de imporem seus valores. Segundo o educador citado acima

são indispensáveis

“...disponibilidade permanente à vida, entrega de corpo inteiro, pensar critico, emoção, curiosidade, desejo, que se vai aprendendo na relação com o oposto de mim. Quanto mais me dou a experiência de lidar com as diferenças, sem preconceito, tanto melhor me conheço e construo meu perfil...” (FREIRE, 1996, p.152).

Formar os grupos, discutir sobre o que já foi visto e depois redigir um texto,

explicitando a opinião do grupo, sobre o quanto estamos disponíveis, abertos a

aceitar e conviver solidariamente com o diferente.

HÁ QUEM AFIRME: NÃO EXISTE RACISMO NO

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ATIVIDADE 1ATIVIDADE 1

BRASIL

“Temos orgulho de ser brancos, descendentes de europeus e não devemos abrir mão disto”

“Ordem, Prosperidade, Ciência e Beleza tornam a raça branca excepcional.”

Sabe de quem são os lemas acima mencionados? São de dois grupos ultra-

racistas: Skinheads White Power e a Ku-Klux-Klan.

Abaixo colocaremos textos para vocês lerem e analisarem sobre quem são

esses grupos e como eles lidam com a diferença.

TEXTO 1Dos três grupos com tendências neonazistas de São Paulo, o mais radical é o

Skinheads White Power que é também o mais racista. Segundo o delegado da Policia Federal, João Câncio Pereira, que a dois anos investiga esses grupos, os Skinheads surgiram em São Paulo em 1986. Os integrantes são jovens da periferia de São Paulo, de classe média para baixo que trabalham para pagar os estudos. Vestem-se de roupas escuras, calçam coturnos e usam suspensório – modelo inspirado nos operários ingleses, de onde o movimento surgiu – e raspam a cabeça. “É um dos movimentos mais organizados, porque é mundial”, explica o delegado. Nos fins de semana seu programa é se reunir para discutir idéias nazistas. Detestam negros, judeus e nordestinos.Fonte: Jornal do Brasil, 25 de Outubro de 1992

TEXTO 2A Ku-Klux-Klan é um movimento fundado a 129 anos(1867), formado por brancos

que pretendem “proteger a raça, os valores da constituição e os valores cristãos” Lema: “Poder Branco, Orgulho Branco, Unidade Branca – nossa raça é nossa segurança”Inimigos: Negros, Judeus, Estrangeiros e Homossexuais. Trajes: Usam roupas brancas em ocasiões especiais, como cerimônias. Cobrem seus rostos para esconder suas identidades. Número estimado de militantes nos EUA: 5 mil Número total de organizações racistas nos EUA: 17 mil Os Crimes da KKK em 1994: 18 Assassinatos, 146 Agressões, 12 Incêndios criminosos, 15 Conflitos, 48 Cruzes incendiadas, 38 molestamentos, 228 vandalismos. Algumas ocorrências: Em 29/01/94 um grupo de jovens insulta um jovem negro; em 03/02/94 o símbolo de KKK é pichado na caixa de correio de um negro, o qual recebe ameaças por telefone. Fonte: Folha de São Paulo, 11 de Junho de 1996.

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TEXTO 3PAI ACUSA LOJAS AMERICANAS DE RACISMO E VAI À JUSTIÇA NO PARANÁ

UMA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OCORREU ANTEONTEM, MAS NÃO HOUVE ACORDO

Um auxiliar administrativo de Curitiba (PR) pede na Justiça R$ 14 mil das Lojas Americanas por danos morais. Ele e o filho, de 15 anos, dizem que sofreram constrangimento e discriminação racial por parte de um funcionário da loja. Uma audiência de conciliação entre as partes ocorreu anteontem no 1º Juizado Especial Cível, mas não houve acordo. Segundo a ação, o auxiliar administrativo Gesse Gomes, 36, e o filho compraram chocolates e chicletes na loja da rede no shopping Mueller, em 15 de julho. Ao saírem, o alarme que acusa a passagem de produtos sem pagamento disparou. Um funcionário abordou Gomes e o filho. Aos gritos, segundo a ação, disse: "Parem imediatamente. Abram as bolsas e coloquem todos os pertences para fora". Ao filho de Gomes, falou: "Você, crioulinho, pegou alguma coisa da loja?". De acordo com a ação, o funcionário pediu que eles esvaziassem os bolsos. Mesmo assim, o alarme não foi desligado. Depois, o pai percebeu que no bolso da camisa do filho havia um "pendrive" (memória portátil de computador). "Quando tirei o "pendrive" do bolso, ele [filho] passou normalmente pelo equipamento [de alarme]. Aí meu filho começou a chorar. Estou gastando com psicólogo até hoje. Ele não sai na rua com medo."O funcionário, que, segundo a ação, não é segurança, mas repositor de prateleiras, teria virado as costas e dito: "São todos negros, não valem nada". "Meu filho não quer entrar em shoppings. Fica dizendo que os seguranças vão pegá-lo. Ele e um amigo estão pensando que não vão deixá-los andar na praça de alimentação dos shoppings porque são negros", disse. Andréa Lima, advogada do caso, diz que pediu à loja as cenas, que foram gravadas. A empresa, disse, não pediu desculpas, o que foi feito pela associação de lojistas do shopping. Uma nova sessão para apresentação das testemunhas e contestação da defesa foi marcada para 3 de dezembro. Uma cliente da loja, que afirmou ter presenciado os fatos, apresentou-se como testemunha.Outro ladoEm nota, as Lojas Americanas informaram que "o processo ainda está em andamento e que a empresa aguarda determinação da Justiça".Fonte: Folha de São Paulo, 29 de agosto de 2007.

ÀS VEZES UMA COSTUREIRA PODE ALINHAVAR O CURSO DA HISTÓRIA

Será que a “diferença” pode ser considerada como algo negativo?

Compositores e poetas se referem à diversidade (no sentido de diferente)

como algo que enriquece. Por que então que muitas vezes a diversidade é usada

como instrumento de opressão e exploração de alguns grupos?

Em seguida veremos um texto que mostra o comportamento de pessoas que

fizeram a opção pela luta contra as injustiças sociais e são para nós exemplos de

coragem e cidadania.

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TEXTO 4

Quem foi Rosa Parks?

Era uma costureira negra de 42 anos que após um dia de trabalho Montgomery, Alabama (EUA) entra em um ônibus para retornar à sua casa, quando um homem branco exige que ela saia do banco para ele se acomodar.

Rosa recusou-se a sair, desafiando as regras que exigiam que pessoas negras se sujeitassem a abrir mão de seus lugares no transporte público para pessoas brancas.A costureira foi presa, julgada e condenada por conduta desordeira e multada em 14 dólares.

No dia seguinte após sua prisão 50 líderes da comunidade afro-americana liderados pelo pastor Martin Luther King Jr, organizaram um boicote contra as companhias de ônibus que durou 381 dias.Um ano após (1956) o caso Rosa Parks foi encerrado e a segregação entre brancos e negros no ônibus foi declarada inconstitucional.

Fonte: http://www.1.folha.uol.com.br

Informações sobre Rosa Parks: Documento eletrônico. on line. Disponível

em: http://escolabiblica.blogspot.com/2005/10/rosa-parks.html.

Vídeo de Rosa Parks. Documento eletrônico. on line. Disponível em:

http://tvxuxa.globo.com/Tvxuxa/pordentrodoassunto

Reúnam-se em grupos releiam os textos 1, 2, 3 comentem e respondam as

questões abaixo:

a) O que vocês encontraram de semelhante entre os grupos Skinheads e

Ku- Klux- Klan?

b) A maneira desses grupos lidarem com a diferença é praticando a

violência. Comente e registre o ponto de vista dos participantes do grupo, sobre a

questão da violência.

c) Com relação ao texto 4, respondam: Que lição de vida nos deixou Rosa

Parks? Qual sua contribuição para a humanidade?

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”A única coisa que me incomodou foi ter esperado tanto tempo para fazer este protesto”.

ATIVIDADE 2ATIVIDADE 2

d) No texto 3 o funcionário da loja disse duas frases: “Você, crioulinho,

pegou alguma coisa da loja?” e “São todos negros, não valem nada”. Ficando

evidente o tratamento de discriminação racial. Qual a penalidade aplicada segundo a

lei 9.459 de 13 de Maio de 1997?

Lei 9.459 de 13 de Maio de 1997. Documento eletrônico. on line.

Disponível em: http://www6.senado.gov.br/sicon/ListaReferencias.action.

REFLETINDOREFLETINDO

Segundo Valente (1999, p.63) “...aceitar as diferenças enriquecer-se com elas

continua ser um problema que hoje ninguém sabe resolver porque supõe o

reconhecimento da alteridade...”

Você já ouviu esta palavra? Sabe o que significa ALTERIDADE?

O significado de alteridade está no Documento eletrônico. on line.

Disponível em: www.adital.com.br/site/noticia.asp?.

a) Leia o texto e comente com o grupo e escreva a compreensão do mesmo

sobre alteridade.

b) Como seria o mundo se este conceito fosse praticado pela maioria? Que

transformações iríamos ver?

c) Vamos organizar um painel de apresentação dos textos, para que todos

os alunos da escola tenham acesso.

IDEOLOGIA RACIAL

Já ouviu falar disto?

Pois bem a ideologia racial nasceu no exato momento em que os europeus

necessitavam de justificativas para continuar explorando os povos “diferentes”, ou

seja: os escravizados.

Vamos entender como isso vem acontecendo ao longo da história.

Já na antiguidade, homens de destaque, justificavam a escravidão e o

conseqüente tratamento desigual:

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ATIVIDADE 3ATIVIDADE 3

Platão (428/27 a.C.-347 a.C)

Aristóteles (384-322 A.C.)

Para explicar a fórmula do racismo pode-se dizer que,

Com base nos estudos darwinianos - repetimos, realizados em animais e vegetais, pensadores como o francês Joseph-Auguste de Gobineau, o alemão Richard Wagner e o inglês Houston Stewart Chamberlain, utilizaram a teoria da seleção natural, dentre outros argumentos, para tentar explicar a sociedade humana. (BENTO, 2005, p. 25).

Eles concluíram então que alguns grupos humanos eram fortes e outros

fracos. Os fortes teriam herdado certas características que os tornavam superiores e

os autorizavam a comandar e explorar outros povos. Por sua vez, os fracos teriam

outras características que os tornavam naturalmente inferiores e, portanto,

predestinados a ser comandados.

Desse modo, diferenças do tipo físico passaram a ser utilizadas para

classificar seres-humanos. Passaram a ser relacionadas a diferenças intelectuais e

morais, dando origem à idéia de raça. Nasceu a forma básica do racismo:

Portadores de pele escura (negros e não-europeus) = raça inferior; portadores de

pele alva (brancos) = raça superior. (BENTO, 2005, p.25)

Os brasileiros sempre valorizaram o que vinha de fora, o que era importado.

Da Europa veio a idéia de que a raça branca era superior. Assim o grupo dominante

também queria um Brasil superior e (branquinho). Mas, como isto iria se concretizar

se mais da metade da população era negra (Censo de 1872). Era preciso branquear

o Brasil e a solução foi incentivar a vinda de muitos imigrantes europeus estimulando

a miscigenação (mistura de raças). Essa era a ideologia do branqueamento –

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A nossos jovens mais valentes e melhores, além de outras e recompensas, será permitido variedades de uniões, porque pais dessa natureza deverão ter o maior numero possível de filhos.

Havia homens que, por natureza, estavam predestinados a serem livres e a comandar; e outros a serem escravos, e serem comandados.

carregada fortemente da idéia do branco empreendedor, disciplinado e inteligente e

do negro preguiçoso e incapaz de raciocinar.

“A esta altura podemos finalmente definir o que seja racismo: uma ideologia

que defende a hierarquia entre grupos humanos, classificando-os em raças

inferiores e raças superiores.” (BENTO, 2005, p. 25).

a) O que vocês pensam a respeito de construir uma civilização com base na

escravidão?

b) Foram trazidos para o Brasil entre 1520 a 1850 cerca de 4 milhões de

africanos. Entre 1871 e 1920 chegaram cerca de 3.390.000 imigrantes europeus.

Comente com seu grupo e anote os comentários, sobre os motivos do incentivo do

governo brasileiro à vinda de imigrantes nesse momento.

c) Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revelam que

dos 22 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza, 70% são

negros; entre os 53 milhões de pobres do país, 63% são negros. Por que a maioria

da população pobre no Brasil é negra se durante 350 anos, tempo que durou a

escravidão, o principal produtor de riqueza foi o trabalhador negro?

d) Juntamente com seu grupo dê uma definição para palavra racismo.

DIREITO À DIFERENÇA

Após a segunda guerra a indústria conhece um imenso progresso,

especialmente nos EUA. Esse crescimento é acompanhado por importantes

progressos técnicos, nas ciências e pesquisa, meios de comunicação. Assim é

elaborada uma cultura de massa que, informada pelo desenvolvimento industrial,

possibilita o ingresso de grande parte da população no mercado. As ofertas de

produtos, respeitando um certo padrão, tem como resposta o surgimento de

necessidades de consumo e gostos homogeneizados – surge então a reação da

contracultura reclamando o direito à diferença.

Nesta época teve início uma grande revolução comportamental com o

surgimento do feminismo e dos movimentos civis em favor dos negros e

homossexuais. Surgem os movimentos de comportamento como os hippies.

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ATIVIDADE 4ATIVIDADE 4

O movimento hippie foi a mais popular manifestação contra a cultura de

massa surgida na década de 1960 na Europa e nos EUA. Sob o lema “Paz e Amor”

os jovens reivindicavam paz no mundo. Eram contrários ao capitalismo, usavam

drogas como promotoras da transformação interior, buscavam a liberação sexual, e

novas formas de se relacionar com o sagrado.

O movimento mais relacionado ao hippie que ocorreu no Brasil foi o

tropicalismo. Um movimento cultural que revolucionou a música popular brasileira,

criticava a forma de governo ditatorial e buscava maior liberdade de expressão.

Muitos de seus participantes foram exilados por apresentarem em suas músicas,

críticas ao governo.

Fontes: www.fotomundo.com.br. www.royaltifree.com.br

O Hip-hop foi um movimento cultural que surgiu na década de 60 nos EUA e

chega ao Brasil mais notadamente na rua 24 de Maio em São Paulo, trazendo o

RAP- um estilo musical dotado de batidas aceleradas com pouca melodia, sua letra

é cantada de forma discursiva com muita informação. A sigla RAP significa ritmo e

poesia. O ritmo do RAP é posto pelo DJ (disc Jockey) e a letra é cantada pelo MC

(Mestre de Cerimônia, também chamado de rapper ou tagarela).

Com o crescimento do movimento, seus adeptos foram expulsos da rua 24

de Maio por comerciantes e policiais, transferiram-se para a estação do metrô São

Bento onde fazem suas apresentações ao ar livre. No início de sua existência os

temas das letras do RAP giravam em torno de assuntos como festas e diversão que

aos poucos foram substituídos por outros temas como desigualdade social e

combate ao racismo. “Vale a pena destacar certas conexões do break e do grafite

com o RAP dos hip-hops, mesmo sabendo que estas duas expressões,

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especialmente o grafite, ocupam um lugar de menor destaque no mundo do hip-hop

nacional”. (HERSCHMANN, 2001, p.200).

O break dança inventada pelos porto-riquenhos através da qual

expressavam sua insatisfação com a política e a guerra do Vietnã, apresentavam em

performance que imitavam os helicópteros da guerra ou mesmo os soldados que

voltavam mutilados. Já o grafite é um termo tão antigo que os romanos em sua

sociedade usavam o carvão para escrever nas paredes de suas construções. Eram

manifestações de protestos, palavras proféticas, ordens comuns e outras formas de

divulgação de leis e acontecimentos públicos, como se fossem mensagens em

cartazes.

No final da década de 60 e início de 70 jovens norte-americanos

restabeleceram esta forma de arte, mas desta vez não com o carvão e sim com

tintas spray, criando um novo diálogo de grafite, colorido e muito mais rico, tanto

visualmente quanto no conteúdo de mensagens que são passadas.

Informações sobre este movimento no Documento eletrônico on line.

Disponível em: www.culturahiphop.com.br .

Leia abaixo alguns trechos de um Rap de M.V. Bill cujo título é Atitude Errada.

Um dois três quatro cinco seisMV Bill está de volta tentando conscientizar vocês......Sem armas, unidos, sem violência, entre nósVamos ter a certeza que na luta não estamos sós......Tapa na cara, soco no olho, tiro no peito, sangue no chãoTem que ser trocado por um simples aperto de mão...

Atitude errada isso tem que mudarO problema da comunidade é falta de informaçãoSem referência larga a escola, cabeça virada vira ladrãoDroga confunde a cabeça, você não tem dinheiro entãoRouba, deu mole malandro foi preso desse jogo agora...

A solução do problema não é puxar o gatilhoPode começar dando educação para o seu filhoNão se acabe nas drogas espera chegar sua horaMV Bill adverte quem com a droga se meteAcaba na vala boiando, otário, furado, crivado de balaCom um tiro no peito e na cara

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a) “Tapa na cara, soco no olho, tiro no peito, sangue no chão tem que ser

trocado por um aperto de mão” Que relação vocês fariam do texto acima com o

conceito de alteridade?

b) O autor do rap associa falta de informação com o abandono da escola.

Vocês concordam? Comentem.

c) No terceiro trecho do RAP o autor comenta sobre a violência das armas,

das drogas. Coloque o posicionamento do grupo a respeito das violências

provocadas pelas armas e pelas drogas.

REFLETINDOREFLETINDO

O Brasil ao longo da sua história estabeleceu um modelo de

desenvolvimento excludente, impedindo que milhões de brasileiros tivessem acesso

à escola, a moradia, a trabalho, a saúde, etc.

Vejamos alguns dados da Síntese de Indicadores Sociais 2002, lançada pelo

IBGE:

Confirmam que o traço mais marcante da sociedade brasileira é a desigualdade;

Que em todos os estados brasileiros as mulheres ganham menos que os homens;

Mostram que a desigualdade por cor é mais forte que por gênero; Homens pretos e pardos ganhavam em 2001, 30% a menos que as

mulheres brancas; Do total de pessoas que faziam parte do 1% mais rico da população, 88%

eram de cor branca. Enquanto que entre os 10% mais pobres 68% se declaram de cor preta ou parda.

População com 15 anos ou mais, entre os pretos e pardos 36% eram analfabetos funcionais, entre os brancos 20% estavam nesta condição;

Estudantes que freqüentavam o ensino médio: brancos 60%, pretos e pardos 32%;

Pessoas com curso de nível superior segundo o IBGE, censo demográfico 2000, brancos (82,8%) pretos (2,1%) amarela (2,3%) parda (12,2%) indígena (0,1%);

Segundo dados do balanço social Ibase os negros são apenas 13,7% de pessoal efetivo das empresas e ocupam somente 4,3% das posições de chefia;

Na faixa dos 14 aos 19 anos, os homicídios de negros são 17,2% superior aos dos brancos.

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ATIVIDADE 5ATIVIDADE 5

Fonte: Documento eletrônico on line. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias

Em 21 de março de 2003 o Governo Federal criou a SEPPIR (Secretaria

Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) e instituiu a Política

Nacional de Promoção da Igualdade Racial, colocando assim a questão racial na

agenda nacional.

Vocês sabem o que quer dizer a sigla IDH? Significa – Índice de

Desenvolvimento Humano. E segundo Mauricio Santoro – Pesquisador do Ibase, é

um dos indicadores sociais mais respeitados do mundo. O IDH elaborado pelo

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento reúne dados sobre

educação, esperança de vida e renda.

O sociólogo Marcelo Paixão, coordenador do observatório afro-brasileiro e

professor da UFRJ, calculou o IDH brasileiro separadamente (brancos/negros). O

resultado foi o seguinte 0,820 para população branca e 0,712 para população negra.

“O IDH da população negra é equivalente ao que fica entre El Salvador e

China, na 107ª posição (em 175 nações). Já a população branca apresentou IDH

equivalente ao Kuwait, 46° posição”

A nossa constituição diz que: “todos somos iguais perante a lei”,mas

sabemos que não basta estar escrito na lei para dar condições de igualdade a todos.

a) Pesquise sobre o objetivo e as ações propostas pela SEPPIR acessando

o site: http://www.planalto.gov.br/seppir/.

b) Faça uma pesquisa para sabermos o IDH de nosso município, estado,

país.

c) Pesquise quais os países com os índices (IDH) mais altos. Em que

posição o Brasil se encontra?

d) Comente a opinião do grupo sobre que medidas são necessárias para

garantir “igualdade para todos”.

O desafio está lançado. É fácil superar esses conflitos? Que ações você acha que podem ser desenvolvidas para essa superação?

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ATIVIDADE 6ATIVIDADE 6

FONTES

Documento eletrônico on line. Disponível em http://escolabiblica.blogspot.com. Acessado em 20 de nov. de 2007.

Documento eletrônico on line. Disponível em: http://tvxuxa.globo.com/Tvxuxa/pordentrodoassunto. Acessado em 12 de dez. de 2007.

Documento eletrônico on line. Disponível em: http://www6.senado.gov.br/sicon/ListaReferencias.action. Acessado em 15 de dez. de2007.

Documento eletrônico on line. Disponível em: www.adital.com.br/site/noticia.asp. Acessado em 15 de dez. de 2007.

Documento eletrônico on line. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias. Acessado em 28 de nov. de 2007.

Jornal Folha de São Paulo. 2007.

REFERÊNCIAS

BENTO, Maria Aparecida Silva. Cidadania em preto e branco: discutindo as relações raciais. 3 ed. Ática, 2005.

FONSECA, Maria Nazaret Soares (org.) Brasil Afro-Brasileiro. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 22 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.

HERSCHMANN, Micael. Mobilização, Ritmo e poesia. In: FONSECA, Maria Nazaret Soares (org.) Brasil Afro-Brasileiro. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001

KNECHTEL, Maria do Rosário. Multiculturalismo e processos educacionais. 21 ed. IBOPEX, 2003.

VALENTE, Ana Lucia. Educação e diversidade cultural: um desafio da atualidade. 1 ed. Moderna, 1999.

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