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2T13 COMPROMISSO 1

Encontro

A mensagem do céu para toda a terraApós um trimestre de estudos em que nos detivemos no primeiro livro do Antigo Tes-

tamento (Gênesis) aqui, na revista COMPROMISSO, voltamo-nos agora para o primeiro livro do Novo Testamento, cuja mensagem será alvo de nossa re" exão, meditação, recorda-ção e, mais do que isso, renovação de nosso aprendizado e ampliação de nosso compromisso ético com a mensagem de Cristo, conforme apresentada pelo Evangelho de Mateus.

Do passado para o presente – O texto de Mateus principia com o resumo da genealogia de Jesus, demonstrando que a criança que nasceu em Belém é, de fato, o Cristo anunciado pelos profetas e cuja história remonta aos tempos primevos da criação de Deus. Segundo o Evangelho de João, ele estava no princípio com Deus, na eternidade. No Apocalipse, o mesmo João reitera essa verdade dizendo que Jesus é o alfa e o ômega, ou seja, o princípio e o * m. Para Mateus, Jesus é também o Deus que age na história, de geração em geração, do passado para o presente.

No presente – O Deus da história é o Emanuel, Deus-conosco, Deus que intervém na história humana para manifestar o reino dos céus aos desgovernos e injustiças da terra. Mateus, portanto, revela Jesus como o Deus presente, aquele a quem o profeta João Batista dá testemunho de que ele é verdadeiramente o Cristo. Continua o evangelista mostrando Jesus presente na história, tanto nos grandes como nos singelos problemas da condição humana. Assim, ele enfrenta os poderes do mal, chama discípulos para sua seara, profere a maior mensagem já pregada (o Sermão do Monte), cura doenças e restaura vidas, convive com pobres e pecadores, ressuscita mortos, liberta endemo-ninhados, alimenta multidões com o pão material e com o ensino da Palavra, interfere na natureza, enfrenta opositores, submete-se voluntariamente à morte por amor aos pecadores, é sepultado e ressuscita triunfalmente dentre os mortos para a glória da vida, para a salvação de toda a criação. Jesus é Deus que faz história, que age na história e se mantém presente na história hoje.

Do presente para o futuro – O Deus presente traz a mensagem da plenitude de vida do céu para toda a terra. Ao subir aos céus ele comissiona seus seguidores, sob o poder do Espí-rito Santo, a darem prosseguimento a esta missão evangelizadora de proclamar, de ensinar, de praticar a vontade de Deus entre todas as pessoas da terra.

O Deus da história nos convoca a dar prosseguimento hoje, efetivamente, a esta tarefa missionária iniciada por Cristo. Desde o presente rumo ao futuro até o * nal dos séculos com a volta gloriosa de Jesus.

Que este trimestre de estudos bíblicos sob a perspectiva de Mateus nos faça ser mais ativos na história aprendendo com o exemplo de Cristo, o Deus que se fez presente ontem, se faz presente hoje e se fará presente sempre.

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2 COMPROMISSO 2T13

COMPROMISSO destina-se a adultos (36 a 64 anos), contendo lições para a Escola Bíblica Dominical. Os adultos de 65 anos em diante podem, obviamente, usar esta revista, mas a CBB destina a eles a revista REALIZAÇÃO, cuidadosamente preparada para a faixa etária da terceira idade

LITERATURA BATISTAAno CVII – Nº 426 – Abr.Maio.Jun. 2013

ISSN 1984-7475

Nossa missão: “Viabilizar a cooperação entre as igrejas batistas no cumprimento de sua missão como comunidade local”

COMPROMISSO

Publicação trimestral doDepartamento de Educação Religiosa da Convenção Batista BrasileiraCNPJ (MF): 33.531.732/0001-67Registro nº 816.243.760 no INPI

EndereçoCaixa Postal, 39836130 Rio de Ja nei ro, RJ Tels.: (21) 2157-5557

Direção GeralSócrates Oliveira de Souza

Coordenação Editorial

(RP/16897)

RedaçãoClemir Fernandes Silva

Produção Editorial

DistribuiçãoEBD-1 Marketing e Consultoria Editorial Ltda.

QUEM ESCREVEU

Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (1979-1982). Convalidação do curso

teológico pela Universidade Metodista de São Paulo (2009). Mestrando em Missio-

do Sul (1993-1994; 1999) pela Junta de Missões Mundiais da CBB. É professor no

do Estado do Rio desde 2000. É casado com Eliane Pitzer Jacob com quem tem três

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2T13 COMPROMISSO 3

SumárioSumário

Estudos da Escola Bíblica Dominical

Mateus: O Evangelho do Rei 7

Variedades

Defesa de crianças e adolescentes: duas sugestões práticas

“Se eu posso hoje o bem fazer”

3. Missões Mundiais

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4 COMPROMISSO 2T13

Ênfase do ano

Jesus é o grande defensor de crian-ças e adolescentes. O conhecido texto bíblico em que ele “briga” com seus próprios discípulos por causa das crianças é paradigmático e, por isso, tem muito a nos ensinar. Ele assume a causa das crianças sem voz e sem vez, as acolhe plenamente abençoando--as com sua presença e apoio efetivo e, além disso, transforma seus discí-pulos com seu ensino e grande exem-plo de abraçar e valorizar aqueles de quem a sociedade não dava valor.

No contexto em que vivemos, marcado por abusos e desrespeito a crianças e adolescentes, o que pode-mos fazer para efetivamente aben-çoá-las a exemplo de Jesus? Sei que há muitas maneiras e nossas igrejas já desenvolvem várias tarefas, sobre-tudo no contexto da Escola Bíblica Dominical. Porém, mais atividades assemelhadas podem ser praticadas. Aqui faremos duas sugestões de ati-vidades que podem ser desenvolvi-

Defesa de crianças e adolescentes: duas sugestões práticas

das por você, sua classe, sua igreja, seus amigos, sua família. Uma é mais simples e a outra mais complexa, mas ambas possíveis de serem reali-zadas.

1 Mutirão de oração em favor de crianças e adolescentes em vul-nerabilidade social – Mobilizar e motivar pessoas a participarem deste esforço que pode acontecer, inclusi-ve, nos cultos de sua igreja ou contex-to de sua família. Reunir dados sobre a situação de crianças em vulnerabili-dade social. Realizar a campanha de oração intercalando os dados com os momentos especí" cos de oração. Su-gerimos a data de 7, 8 e 9 de junho, quando acontece campanha seme-lhante em mais de 100 países, o Mu-tirão Mundial de Oração em favor de crianças e adolescentes. Para mais informações sobre esta campanha e como participar: www.bolanarede.org.br

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2 Mobilização contra a explora-ção sexual de crianças e adolescen-tes – Este é um grave problema que pode acontecer com qualquer crian-ça, inclusive no ambiente da família e no contexto da igreja. Conhecer este problema e buscar parceiros para a defesa de crianças adolescentes é um compromisso essencialmente cristão a exemplo do próprio Jesus.

Assim como o Mutirão de oração, esta atividade acontece também há vários anos e envolve igrejas, socie-dade civil, entidades públicas etc. Su-gerimos realizar algo semelhante em seu bairro ou cidade ou se juntando a quem já promove esta marcha. Ela acontece geralmente em 18 de maio. Conheça e participe. Mais informa-ções em www.bolanarede.org.br

Seja de fato um seguidor de Jesus, no estudo de sua Palavra e na prática de seus ensinos. Faça como Jesus, "bri-gue" pela defesa de crianças e adoles-centes.

Tema: valorização da nova geração

Ênfase: valorização e no cuidado da criança e

do adolescente

Divisa:

Hino do trimestre: “Se eu posso

Hiná-

rio para o culto cristão

Clemir Fernandes

Imagem: Morgue File

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6 COMPROMISSO 2T13

Hino do trimestre

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Introdução ao trimestre

O Evangelho de Mateus é a mensa-gem do Rei que, sendo Deus, se mani-festou em carne e osso, revelando o seu grande amor por nós. É o Evangelho da soberania de Deus Pai sobre a vida das pessoas e sobre toda a natureza. Ele co-meça revelando o Emanuel (que quer dizer: Deus conosco – 1.23) e termi-na com “eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”

Mateus O Evangelho do Rei

(28.20). Ele revela a soberania de Deus na história e nos exorta dizendo: e “este evangelho do reino será pregado por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o # m” (24.14).

Há algumas informações relevantes visando a nossa compreensão de todo o Evangelho para a comunidade de hoje. Trataremos a situação ambiental, o pro-pósito, a mensagem, a data e o autor.

Jesus e seus discípulos – Gravura de Gustave Doré

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SITUAÇÃO AMBIENTAL E PROPÓSITO

É muito relevante conhecer o contex-to, bem como o propósito do livro para nos situarmos na compreensão do texto e sua mensagem. Leitura, interpretação e aplicação são três princípios básicos para uma compreensão madura da Escritura e consequente testemunho cristão.

Um erudito do Novo Testamento nos dá uma dica interessante nesta dire-ção. “Na década após a Primeira Guerra Judaico-Romana, a igreja à qual Mateus escreveu ' cou algures entre a sua origem judaica e o que mais tarde se tornou uma igreja totalmente gentílica. Essa igreja ainda não estava preparada para admitir a sua separação do judaísmo, embora possa ser que o judaísmo a ti-vesse repudiado. Pelo menos, a igreja de Mateus ainda estava interagindo com o judaísmo (17.24-27; 23.1-12; 24.9). O cristianismo estava rapidamente se tor-nando menos judaico e mais gentílico. Os cristãos judeus precisavam compre-ender o signi' cado da lei e do templo (agora em ruínas) para si mesmos, tanto quanto o seu relacionamento com os gentios convertidos. Os cristãos gentios precisavam entender a natureza da liber-dade em respeito à Lei de Deus. Ambos os grupos precisavam compreender a re-lação do cristianismo com o judaísmo”.1

O Evangelho de Mateus tanto distan-cia quanto interage entre a sinagoga e a igreja. Mateus conhece as sinagogas como

sinagogas do judaísmo farisaico (4.23; 9.35; 10.17; 12.9; 13.54; 23.34) exceto em 4.23. Cada ocorrência do termo “sina-goga deles” é redacional, é obra editorial de Mateus. Marcos conhece a expressão (1.23,39), mas Mateus enfatiza.2

Os debates com o farisaísmo dão a entender um relacionamento contínuo, embora restringido. Mateus a' rma a va-lidade contínua da lei, tão importante para os fariseus. O que o aparta deles é a sua declaração de que em Cristo se en-contra uma melhor compreensão da lei (5.21-48; 9.13; 12.3,5,7; 16.6,11) e o seu verdadeiro cumprimento, em contraste com o mau entendimento e uso errado da lei por parte dos fariseus (9.4; 15.12-14; 22.18; 23.2). Mateus vê Jesus como cumprindo a lei, mas descobrindo a sua verdadeira intenção, dando a ela obedi-ência plena, expressa por ' m no amor, que se dá em serviço sacri' cial.3

Um dos principais propósitos de Ma-teus era argumentar que o verdadeiro juda-ísmo tinha o seu cumprimento em Cristo, e não no judaísmo farisaico centralizado em Jâmnia, cidade hoje denominada Ya-vneh (um concílio rabínico (farisaico) re-alizado no final do primeiro século d.C. e início do segundo d.C., que procurou, sob a direção do rabino Yochaman ben Zakai, dar um rumo ao judaísmo após a destrui-ção do templo de Jerusalém). Jesus Cristo é apresentado como “Filho de Davi, Filho de Abraão” (1.1.), e Mateus mostra como as alianças com Abraão e Davi se cumpri-ram em Jesus. A genealogia e nascimento

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Réplica do segundo templo, do período de Cristo – Imagem: Wikipédia

e narrativas da infância de Jesus (1-2) são construídas de tal forma a mostrar que Je-sus é Filho de Davi, mas também Filho de Deus, em quem as alianças com Abraão e Davi são cumpridas.4

A MENSAGEM DE MATEUS

Qual era a mensagem deste que foi cobrador de impostos, odiado pelos judeus? Considerando a sua experi-ência com Jesus, qual a mensagem que Mateus transmite a nós hoje?

Jesus é o cumprimento do Antigo Tes-tamento. A mais importante passagem nesta conexão é 5.17-20. Há outras correlações: 12.15-21 (Isaías 42.1-4); 8.16,17 (Isaías 53).

Jesus é o Rei (4.17). Este reino de Deus esperado é marcado por quatro caracte-rísticas no Antigo Testamento: justiça (Jr 23.5,6), paz (Ez 34.23-31), estabili-dade (Is 9.7) e universalidade (Zc 9.10).

Jesus é o Filho de Deus. O professor Jack Kingsbury, citado por Stott, ar-gumenta que o “Filho de Deus” é, na mente de Mateus, o título mais impor-tante dado a Jesus. É quase sempre usa-do por outros a respeito de Jesus: pelo Diabo ou demônios: 4.3,6; 8.29; pe-los inimigos de Jesus, em acusação ou zombarias: 26.63; 27.40,43; por Ma-teus, os discípulos ou outros em con-* ssão de fé: 2.15; 14.33; 16.16; 27.54; pelo próprio Deus: 3.17; 17.5; 21.37.

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Como título, ele tem três correla-ções: com Israel (Ex 4.22; Os 11.1; Mt 2.15; com a realeza (2Sm 7.13,14; Sl 2.7); com a deidade (Mt 11.25-27).

Jesus é o Mestre, o Cristo: 23.10; 18.15-35; 16.18; 18.17.

Jesus é o Salvador, o Filho do ho-mem: 20.27,28; 26.28; 1.21.

O Evangelho de Mateus é certa-mente o do Rei que governa, como indicamos anteriormente. Mas este Rei é diferente dos outros. Ele não gover-na com autoridade distante nem vive em esplendor pessoal. Ele se assenta num trono e julga as nações (25.31ss), mas somente porque “tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças” (8.17, citando Isaías 53.3,4). Ele governa como um servo, não com poder, mas com compaixão, não com autopromoção, mas com total abne-gação. Este é o coração pulsante da mensagem do Evangelho de Mateus – mensagem que o arrastou da vida de ganância e egoísmo para a vida de ser-viço deste Rei”.5

DATA E AUTOR

Embora este Evangelho receba ocasionalmente data entre as déca-das de 80 e 90 do primeiro século, o fato de a destruição de Jerusalém ser ainda considerada um acontecimen-

to futuro (24.2), parece exigir uma data mais recuada. Alguns pensam que Mateus foi o primeiro Evange-lho a ser escrito (por volta do ano 50 d.C.), ao passo que outros discordam alegando que só foi escrito na década de 60 d.C.6

Quem era Mateus? Era um co-brador de impostos judeu. Chamado também de Levi por Marcos e Lucas (Mc 2.14; Lc 5.27-29). Jesus lhe disse: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu (9.9). Ele chama a si mesmo de publica-no (10.3). Ele experimentou uma con-versão revolucionária. Somente Mateus se refere ao ensino direto de Jesus sobre o pagamento de imposto (17.24-27). Segundo Stott, há três características importantes do Evangelho de Mateus que podem ser delineadas a partir da sua experiência de conversão: 1) Ele aprendeu o que é misericórdia e perdão (Mt 6.12; Lc 11.4); 2) Ele desenvolveu uma nova visão do Rei (Mt 22.16; Mc 3.6); 3) Ele descobriu um novo dom de ensinar: sua narrativa estruturada; seu uso do Antigo Testamento; sua pre-ocupação acerca dos fariseus e seu estilo narrativo.7

Este é o Evangelho de Mateus, ins-pirado pelo Espírito Santo, revelado a um homem que seguiu e serviu a Cris-to, trazendo para nós um manancial de vida e testemunho cristão para a glória de Deus.

_____________________Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob

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NOTAS

Introdução ao Evangelho de Mateus. Comentário Broadman. Rio de Janeiro: Juerp, 1982. Vol. 8.

2 Ibid.

4 Ibid.

Homens com uma Mensagem. São Paulo: Editora Cristã Unida, 1996.

Introdução ao Evangelho de Mateus. São Paulo: Ed. Mundo Cristão, 1991.

Homens com uma Mensagem. São Paulo: Editora Cristã Unida, 1996.

OBRAS CONSULTADAS

Todas as parábolas da Bíblia. 9ª Reimpressão. São Paulo: Edito-ra Vida, 2009.MEYER, F. B. Comentário bíblico devocional

nia, 1992.Bíblia anotada. 1ª Edição. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1991.

Comentário Bíblico Broadman. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Juerp, 1982. Vol. 8.

Homens com uma mensagem. 1ª Edição. Campinas: Editora Cristã Unida, 1996.

Mateus – Introdução e comentário. 1ª Edição. São Paulo: Editora Mundo Cristão e Edições Vida Nova, 1980.

Mosaico de Deus. 1ª Edição. São Leopoldo: Editora Sinodal, 1968.

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EBD 1

“O Guia que há de apascentar o meu povo”

Texto bíblico Texto áureo

DIA A DIA COM A BÍBLIASegunda

Mateus

1.1-10

Terça

Mateus

1.11-17

Quarta

Mateus

1.18-25

Quinta Mateus

2.1-12

Sexta

Mateus

2.13-15

Sábado Domingo

Mateus

2.19-23

7 de abril

A manifestação de Cristo ao mun-do revela o amor de Deus. A vinda de Jesus, nascido de mulher, sob a lei, para resgatar os que estão debaixo da lei é a verdade pura do evangelho.

Veremos nesta exposição a genea-logia de Jesus; o milagre do seu nas-cimento; a alegria, o júbilo dos sábios do Oriente; a reação violenta de He-rodes, o Grande, e a � xação da resi-dência de José, Maria e Jesus em Na-zaré, onde o menino trabalhará com o pai na carpintaria até iniciar o seu ministério.

A GENEALOGIA (Mt 1.1-17)

O nosso objetivo nesta exposição bíblica é tratar a revelação de Jesus Cristo, o Rei. Ele, sendo Deus, entrou na história na pessoa de Jesus. A ge-

nealogia de� ne muito bem a sua hu-manidade. Genealogia vem do grego geneseos, que quer dizer "origem, na-tividade, nascimento, existência, vida".

As 14 gerações (grego: geneai), no versículo 17, denotam a veracidade his-tórica de Jesus Cristo, pois no passado obscuro, Deus escolhera uma família, a de Abraão, e, mais adiante, outra família dentro da família abraâmica, a de Davi, para ser o veículo pelo qual seu Filho entrasse no mundo. A nação judaica foi fundada e protegida por Deus, através dos séculos, para salvaguardar a linha-gem dessa família. A genealogia, como está em Mateus, é abreviada. Omitem--se alguns nomes. São 42 gerações que cobrem dois mil anos. Dividem-se em três partes, de 14 gerações, talvez para ajudar a memória: a primeira, cobrin-do mil anos; a segunda, 400 anos; e a

A primeira vinda de Cristo ao mundo

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terceira, 600 anos. São três grupos de 14. No terceiro grupo, entretanto, no-meiam-se só 13 gerações, dando-se a entender evidentemente que Maria seria a décima-quarta.

Não era comum nas genealogias judias aparecerem os nomes de mu-lheres. A mulher não era considerada uma pessoa para tal responsabilidade. Ela não exercia direitos legais. Era simplesmente possessão do seu pai ou do seu esposo, e era obrigada a fazer o que eles quisessem. Na sua ação de graça matutina, o judeu agradecia a Deus por não tê-lo feito gentio, escra-vo ou mulher. A simples presença de nomes femininos em uma genealo-gia é um fato extraordinário. Então, Jesus derruba a barreira que separa o judeu do gentio; o homem da mulher e o santo do pecador (Barclay: 22,23). Ele não veio chamar justos, mas peca-dores ao arrependimento (Mc 9.13).

A opinião comumente aceita é que Mateus dá a linhagem de José, mos-trando que Jesus é o herdeiro legal das promessas feitas a Abraão e a Davi; e Lucas dá a linhagem de Maria, mos-trando a descendência física de Jesus, "Filho de Davi segundo a carne" (Rm 1.3). Em Mateus 1.16, a expressão "da qual" mostra que a utilização do fe-minino singular no grego não deixa dúvidas de que Jesus nasceu apenas de Maria, e não de Maria e José. Esta é uma das evidências mais fortes para o nascimento virginal de Jesus. A ge-

nealogia de Maria, de acordo com a prática judaica, dependia do esposo. Estas genealogias, registradas mais detalhadamente em 1Crônicas 1 a 9, formam a espinha dorsal dos anais do Antigo Testamento, preservadas cui-dadosamente através dos séculos.

O MILAGRE DO NASCIMENTO DE CRISTO (Mt 1.18-25)

O nascimento do Senhor Jesus Cristo revela o milagre da entrada do eterno dentro do nosso tempo. O mis-tério é revelado na história.

Maria, no período do noivado em que aguardava coabitar com José, foi engravidada pelo Espírito Santo. José e Maria foram preparados pelo Senhor para a concepção de Jesus (1.20,21). Ele é da semente da mulher que veio para salvar os seres humanos (Gn 3.15; Mt 1.21).

O texto sagrado é muito esclarece-dor quando revela em 1.18, que, "es-tando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo". É importante destacar que Maria pas-sou com Isabel, sua prima, os três meses seguintes à visita que lhe fez o mensa-geiro celeste. Quando voltou a Nazaré e José soube do seu estado, este deve tê-lo levado a uma perplexidade estra-nha. Era, porém, um homem íntegro e justo, dispondo-se a resguardar a repu-

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tação de Maria do que ele supunha ser uma desmoralização pública ou coisa pior. Foi quando o anjo apareceu-lhe e explicou tudo (1.19-24). Podemos in-formar que a intenção evidente de Ma-teus foi mostrar que Cristo tivera uma origem sobrenatural.

OS SÁBIOS FICAM IMPRESSIONADOS

(Mt 2.1,2, 9-12)

Mesmo sendo considerados ho-mens sábios, eles saíram da Babilônia ou de países mais além, região onde a raça humana teve a sua origem, terra de Abraão e do cativeiro judaico, onde muitos judeus ainda viviam. Eram homens que pertenciam à classe de pessoas ilustres, eram conselheiros de reis. Talvez, estivessem familiarizados com as escrituras judaicas e sabiam da expectação existente pelo Rei ou pelo Messias. Certamente, eram homens de elevada posição social, pois tiveram acesso à presença de Herodes.

Geralmente são mencionados como "três magos", mas as Escrituras não dizem quantos foram. Provavelmente foram mais de três, ou pelo menos vieram com uma comitiva de dezenas ou centenas de pessoas, como medida de segurança, visto que não seria seguro um pequeno grupo viajar milhares de quilômetros de desertos infestados de malfeitores. A che-gada deles a Jerusalém foi bastante espe-tacular para alvoroçar a cidade inteira.

Eles sabiam a quem buscavam. He-rodes * cou alarmado (2.2,3). O rei convocou os religiosos e lhes indagou onde nasceria o Messias. A resposta foi imediata. Herodes chama os sábios, os questiona, enviando-os a Belém. A es-trela que viram no Oriente parou so-bre onde estava o menino Jesus (2.7-9). "Esta estrela, vista pelos magos, foi, sem dúvida, um fenômeno distinto, uma luz sobrenatural que, pela direta revelação de Deus, foi adiante deles e indicou-lhes o lugar exato; anúncio sobrenatural de um nascimento so-brenatural" (Halley, p. 370).

Os sábios do Oriente experimen-taram um grande e intenso júbilo ao verem a estrela (2.10). O texto gre-go usa o superlativo para expressar o sentimento desses homens diante de Jesus. Eles o adoraram e oferece-ram o melhor que tinham dos seus tesouros: ouro, incenso e mirra. "Os primeiros pais da igreja entendiam o ouro como símbolo da divindade de Jesus; o incenso, da sua pureza; e a mirra, de sua morte, uma vez que era usada para embalsamar" (Ryrie, p. 1.184). Após a visita ao menino Jesus, os sábios % zeram a vontade de Deus, retornando para a Babilônia.

A REAÇÃO DE HERODES (Mt 2.3-8, 16-18)

Uma pergunta que nos vem à men-te é: por que Herodes, o Grande, reage

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negativamente ao nascimento de Jesus Cristo? Porque ele representa toda a artimanha satânica que se manifesta no humanismo do rei. Herodes era um homem megalomaníaco, com sede de poder e um inimigo do reino de Deus.

Uma razão fundamental para o comportamento de Herodes era a sua origem. Os Herodes eram uma linhagem edomita de reis que, sob o governo romano, dominavam a Judeia pouco antes da aparição de Cristo. Herodes, o Grande, 37–3 a.C., subiu ao trono e o conservou por meio de crimes bárbaros, pois matou até sua esposa e dois filhos. Era cruel, astuto e de sangue frio. Foi ele quem matou os meninos de Belém, num esforço para eliminar Cristo. Seu filho, 33 anos mais tarde, matou João Batista (Mc 6.14-29), e escarneceu de Cristo (Lc 23.7-12). Herodes era descendente de Esaú, que odiava os judeus. Com a perse-guição empreendida por Herodes, José e Maria fogem com o menino para o Egito (2.13-15).

IMAGENS DA VIDA SIMPLES QUE CRISTO LEVAVA EM NAZARÉ

(Mt 2.19-23)

Após a morte de Herodes, um anjo do Senhor apareceu em sonho a José no Egito e ordenou a sua volta para a terra de Israel. José obedeceu e foi para as regiões da Galileia (v. 19-22).

Mateus não menciona que José e Maria tivessem residido anterior-mente em Nazaré. Sabemos isto de Lucas. Diz o texto (v. 23) que Jesus será chamado nazareno. Provavel-mente nazareno é um sinônimo para desprezível ou desprezado, já que Na-zaré era o lugar mais improvável para a residência do Messias.

Tudo nos leva a crer que Jesus trabalhou com o seu pai na car-pintaria até o tempo de realizar a sua missão como Salvador, como aquele que veio para servir e dar a sua vida em resgate de muitos (Mt 20.28).

APLICAÇÕES PARA A VIDA

1 gente. Ele nos ama profundamente. Você tem falado deste amor às pessoas?

2

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16 COMPROMISSO 2T13

EBD 2 14 de abril

Neste estudo enfocaremos o mi-nistério de João Batista, profetizado em Isaías 40.1-3. Um homem com-prometido com o Senhor Jesus, a sua revelação e com a ética do reino de Deus, realizando o batismo de arre-pendimento.

Veremos a sua simplicidade e a en-vergadura do seu ofício em ser o pre-cursor e aquele que batizou o Senhor Jesus Cristo no Rio Jordão, inaugu-rando o seu ministério. Foi nesse con-texto do batismo que a Trindade de Deus se manifestou de forma gloriosa.

Mais adiante estudaremos a ten-tação de Jesus, na sua humanidade, quando ele foi levado pelo Espírito ao deserto. Ato contínuo, o Mestre chama os seus primeiros discípulos para cumprirem a missão do reino de Deus.

“Percorria Jesus toda a Galiléia”

O preparo para a missão

Texto bíblico Texto áureo

DIA A DIA COM A BÍBLIA

Segunda Mateus

3.1-7

Terça Mateus

3.8-12

Quarta Mateus

3.13-17

Quinta Mateus

4.1-11

Sexta Mateus

4.12-17

Sábado Mateus

4.18-22

Domingo Mateus

4.23-25

QUEM FOI JOÃO BATISTA?(Mt 3.1-4)

João Batista era um homem de Deus, profeta do Senhor, levantado para anunciar a vinda do Senhor Jesus Cristo e participar da inauguração do seu ministério como Salvador. A sua história está ligada à profecia de Ma-laquias (4.1-6). Filho de Zacarias e Isa-bel. Ele era idoso e ela, além de idosa, era estéril. Mas como diz Lucas 1.37: “Porque para Deus não haverá impossí-veis em todas as suas promessas”.

Após o chamado período interbí-blico – entre o Antigo e o Novo Tes-tamento – que durou cerca de 400 anos antes de Cristo, sem profecia, aparece João Batista da parte de Deus apontando para o Cristo que haveria de se manifestar em carne ( Jo 1.14,

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29). João era um homem simples, que vivia no deserto da Judeia, usando ves-tes de pelos de camelo e um cinto de couro, alimentando-se de gafanhotos e mel silvestre (Mt 3.4). Um homem do povo, muito sério com as coisas de Deus, intrépido e ousado na pregação acerca do reino de Deus, enfatizando o arrependimento e a con� ssão de pe-cados.

O CONTEXTO DE JOÃO E A SUA MENSAGEM (Mt 3.5-10)

Sob o domínio de Roma, a Pales-tina – ambiente histórico-cultural de João – vivia uma tensão entre o do-mínio implacável do império romano e a libertação deste domínio. Havia muitos traumas e feridas no povo ju-deu. Tentativas de libertação foram frustradas e líderes, que se intitulavam messias e seus seguidores, foram mas-sacrados por Roma.

Era um ambiente hostil. Os gru-pos judaicos, as religiões de mistério, cobradores de impostos, governado-res, militares e políticos corruptos do-minavam num contexto de sofrimen-to do povo. Os publicanos cobravam mais impostos que deviam, tendo o apoio dos soldados que extorquiam a nação sofrida. Havia o jugo do tra-dicionalismo religioso, os pesados impostos e o fato de viver debaixo de um poder estrangeiro. Sabemos que a religião como sistema contribui com toda a sorte de corrupção, ferindo

princípios éticos, adulterando valores. A história comprova estas realidades.

“João, o último dos profetas de Israel, fora comissionado para pro-clamar uma mensagem semelhante e mais maravilhosamente evangélica. O reino de Deus estava para ser imedia-tamente manifestado em Israel em sua plenitude na pessoa e obra de nenhum outro senão o próprio Messias. Para esta grande chegada as pessoas pre-cisavam preparar o caminho em seus corações” (Tasker, p. 37).

A SUBMISSÃO DE CRISTO AO BATISMO (Mt 3.11-17)

Após o seu belíssimo testemunho acerca de Jesus Cristo (v. 11,12), João se prepara para batizá-lo no Rio Jor-dão. Fico pensando que privilégio, que honra para um homem batizar o Rei dos reis e Senhor dos senhores! Que honra João poder servir a Cristo Jesus! O Senhor Jesus solenemente se dirigiu para fazer toda a vontade do Pai (v. 13). O texto diz que João dissuadia ou "tentava impedir" Jesus para que fosse o contrário. A resposta do Mestre está intrinsecamente ligada à sua missão (v. 15). Batizado, Jesus saiu logo da água, e os céus se abriram e o Espírito de Deus, como pomba, desceu sobre ele (v. 16). Que imagem impressionante! Após a descida do Espírito, o Pai fala do seu prazer na vida do Filho, na sua obedi-ência (v. 17). A Trindade de Deus se manifesta de modo claro e inequívo-

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18 COMPROMISSO 2T13

co, impressionante, sendo um lenitivo para o nosso coração.

O batismo de Jesus nos remete para uma profunda re� exão acerca da nossa missão como seus discípulos. Como Jesus, devemos ser obedientes, humildes, submissos e prontos para o sofrimento, pois somos suas testemu-nhas. Um estudioso, falando sobre o batismo do Senhor, diz que "ele estava aceitando a sua missão. Como mem-bro do seu povo e parte da humanida-de, ele toma sobre si os pecados deles, e no batismo ele os atira de sobre si com santa ira, dedicando-se ao mes-mo tempo à sua santa vocação". O batismo de Jesus simboliza morte, se-pultamento e ressurreição. No nosso batismo, somos identi� cados plena-mente com ele.

O SIGNIFICADO DA TENTAÇÃO

DE JESUS (Mt 4.1-11)

Logo após o batismo, Jesus é levado pelo Espírito ao deserto para ser tenta-do pelo diabo (v. 1). O segundo Adão, perfeito, sem pecado, agora é subme-tido a uma prova na sua humanidade. O inimigo usa de so� sma como utili-zou no Éden. A expressão "se és Filho de Deus" ocorre duas vezes no texto (v. 3 e 6). De acordo com o teólogo alemão Dietrich Bonhoe� er, Jesus foi submetido a três tentações: carnal (v. 3); espiritual (v. 6) e total (v. 8,9). O diabo usou a Palavra de Deus de forma errada à semelhança de muitos hoje.

A sua interpretação era maldosa, per-versa e destruidora. Jesus, porém, usa a Palavra de Deus de forma correta, uma interpretação precisa, contextualizada, verdadeira e construtiva em sintonia perfeita com o Pai e o Espírito Santo. O diabo tenta tirar Jesus da sua missão, mas Jesus o vence respondendo magis-tralmente (v. 4-7,10).

Jesus deixa claro para o diabo a ve-racidade da sua missão em glori� car o Pai na salvação do ser humano perdi-do. Ele substanciou o seu ministério mostrando que o homem deve viver de toda a Palavra de Deus; não deve tentar o Senhor Deus e a ele deve dar o seu culto racional, a sua adoração sincera. Ser Filho de Deus para Jesus não era transformar pedras em pães, nem se jogar do pináculo do templo e nem ser dono de todos os reinos do mundo. Ele tem todo o domínio. A sua fome de 40 dias e 40 noites não era de pão e nem de poder, mas de fa-zer toda a vontade do Pai. “Em Jesus, que era o Filho inteiramente obedien-te a Deus, devia ser visto em perfeição tudo o que Israel, chamado por Deus do Egito para ser seu � lho, devia ser, mas que nunca havia sido, por causa de sua desobediência” (Tasker, p. 41). Impressiona-me a coroação da obedi-ência de Cristo e a derrota do diabo. Os anjos servem um banquete para aquele que foi obediente até à morte e morte de cruz sendo depois exaltado pelo Pai (Fp 2.8-11).

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2T13 COMPROMISSO 19

O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE JESUS – O CHAMADO DOS PRIMEIROS DISCÍPULOS

(Mt 4.12-25)

Após vencer o diabo, Jesus re-tirou-se para a Galileia. Mudou-se de Nazaré, onde fora criado, e foi para Cafarnaum, onde realizaria seu ministério para cumprir o que fora dito pelo profeta Isaías (9.1,2). Ali prega o arrependimento e a proxi-midade do reino dos céus (v. 16,17). Na sua caminhada junto ao Mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, que lan-çavam as redes ao mar, porque eram pescadores. Esta chamada está em Marcos 1.16-20 e um texto mais completo em Lucas 5.1-11.

Jesus os chama para servi-lo (v. 18,19). A resposta deles foi imediata (v. 20). Jesus chama mais dois, João e Tiago, � lhos de Zebedeu (v. 21), que respondem prontamente (v. 22). No

texto de Lucas, a chamada é prece-dida por uma pesca milagrosa, pois eles haviam trabalhado toda a noi-te e nada haviam apanhado. Neste texto, André não é mencionado. A lição preciosa é que Jesus chamou pescadores de peixes para se torna-rem pescadores de homens. Aqui está a essência do evangelho de Jesus Cristo (Lc 19.10).

No versículo 23 aparecem três verbos no gerúndio: ensinando, pre-gando e curando. Eles fazem parte do conteúdo programático do ministé-rio do Senhor Jesus. Na sinagoga, ele alcançava muitos judeus. Fora dela, havia muitos estrangeiros doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoninhados, luná-ticos, paralíticos. Ele curou a todos. E em todas as regiões da Palestina as multidões o seguiam (v. 24,25). Jesus tem o mesmo poder hoje. Infeliz-mente, há muitos exageros, enganos e charlatanismo em nome de Jesus.

APLICAÇÕES PARA A VIDA

1

2 vaidades, futilidades e excentricidades, sendo relevantes. João nos ensina a servir

a Cristo sendo coerentes em todo o nosso procedimento, fazendo toda a diferença.

3 Jesus foi tentado e venceu a tentação utilizando as Escrituras. Pela prática da

Palavra somos mais que vencedores.

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20 COMPROMISSO 2T13

EBD 3

"Ora a teu Pai que está em secreto"

Texto bíblico Texto áureo

DIA A DIA COM A BÍBLIA

Segunda

Mateus

5.1-16

Terça

Mateus

5.17-32

Quarta

Mateus

5.33-48

Quinta

Mateus

6.1-18

Sexta

Mateus

6.19-34

Sábado

Mateus

7.1-14

Domingo

Mateus

7.15-29

21 de abril

Temos nesta porção das Escrituras o chamado Sermão do Monte – o código de ética do reino de Deus. Jesus trabalha aqui especialmente as intenções do co-ração. Trata-se do conteúdo de uma vida feliz que é fazer a vontade de Deus.

A vida no reino de Deus é gover-nada pelo Rei. Somos seus súditos. Fomos criados e redimidos em Cristo para a obediência, desa� ados a cons-truir toda a nossa vida sobre a Rocha. Que o Espírito Santo nos auxilie na leitura, na interpretação e na aplica-ção deste texto inspirado.

AS BEM-AVENTURANÇAS – O CARÁTER DO CRISTÃO

(Mt 5.1-12)

São oito "sinais principais da conduta e do caráter cristãos, especialmente em

relação a Deus e aos homens, e as bên-çãos divinas que repousam sobre aqueles que externam estes sinais" (Stott, p. 11). A palavra grega para bem-aventurados é makarioi que revela o estado de pessoas felizes, que experimentam o gozo e a ale-gria que são divinos. Os humildes de es-pírito (v. 3) são aqueles que reconhecem a sua pobreza espiritual ou a sua falência espiritual diante de Deus, pois somos pe-cadores, sob a santa ira de Deus, e nada merecemos além do seu juízo. Os que choram (v. 4), Stott diz que são “felizes os infelizes a � m de chamar a atenção para o surpreendente paradoxo que contém”. A verdade é que existem lágrimas cristãs e são poucos os que a vertem. Os mansos (v. 5) são os que agem de maneira “gen-til”, “humilde”, “atenciosa” e, portanto, exercem autocontrole, sem a qual estas qualidades são impossíveis (Stott, p. 32).

Diretrizes para o viver cristão

Page 22: Compromisso JUERP

2T13 COMPROMISSO 21

Fome e sede de justiça (v. 6). Estes são os que Deus satisfaz. A justiça na Bíblia tem pelo menos três aspectos: o legal, o moral e o social. A justiça legal é a justi" cação, um relacionamento certo com Deus. A justiça moral é aquela conduta que agra-da a Deus. A justiça social é a pregada pelos profetas e trata da libertação do homem da opressão. Cristo satisfaz os três aspectos. Os misericordiosos (v. 7). É a qualidade de serem misericordiosos e terem compaixão dos outros, pois eles também são pecadores (Stott, p. 38). Os limpos de coração (v. 8). Os limpos de co-ração são os íntegros, livres da tirania de um “eu” dividido (Tasker). Só Jesus Cris-to, entre os homens, foi absolutamente limpo de coração, foi inteiramente sem malícia (Stott, p. 40). Os paci" cadores (v. 9). A sua vida é conduzida pela paz com Deus, consigo e com o próximo. Portanto, reconciliadora. Os perseguidos por causa da justiça (v. 10-12). Stott sa-biamente nos alerta que “a perseguição é simplesmente o con% ito entre dois siste-mas de valores irreconciliáveis”. A nossa resposta é o versículo 12.

INTERPRETANDO A LEI PARA O REINO – A INFLUÊNCIA E A

JUSTIÇA DO CRISTÃO (Mt 5.13-48)

Nos versículos 13 a 16, o Senhor faz duas a" rmações acerca do nosso testemunho. Ele utiliza dois elemen-tos essenciais à vida: sal e luz. O cris-

tão deve ser sal e luz. São metáforas para revelarem a nossa in% uência nes-te mundo. Plínio já dizia que nada é mais útil do que “o sal e o sol” (sale et sole).

O sal serve para dar sabor, conservar ou preservar, puri" car e revelar a sua in% uência. A luz foi feita para brilhar. Stott diz: “Para ter e" cácia, o cristão precisa conservar a semelhança com Cristo, assim como o sal deve preservar a sua salinidade”. Não podemos ser sal sem sabor, sem salinidade, pisado pelos homens. Que lástima, comenta A. B. Bruce, “de salvadores da sociedade a ma-terial de pavimentação de estradas!”

Somos a luz do mundo (v. 14-16). Não podemos " car escondidos entre as quatro paredes do templo. A nossa luz deve brilhar.

“O sal e a luz têm uma coisa em co-mum: eles se dão e se gastam, e isto é o oposto do que acontece com qualquer tipo de religiosidade egocentralizada” (Stott, p. 56).

Jesus não veio revogar a lei, mas cumpri-la (v. 17). Ele diz que tudo se cumprirá (v. 18). Ensina que a lei deve ser vista à luz dele mesmo. Os discípu-los devem viver a retidão no coração, além da letra (v. 20).

Nos versículos 21 a 48, o Mestre enfatiza que o homem é julgado pela intenção do coração. Nutrir um senti-mento raivoso por alguém ou falar pala-vras ofensivas signi" ca estar sob o juízo de Deus. "O ato de homicídio propria-

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22 COMPROMISSO 2T13

mente dito tem suas raízes na ira, hos-tilidade ou desprezo por outrem". Olhar para uma pessoa com intenção impura já adulterou ou se prostituiu com ela.

Não preciso jurar, mas dizer sim, sim; não, não. A palavra do cristão deve ser autêntica. Não devemos nos vingar, mas caminhar a segunda milha; não resistir ao perverso. A orientação de Jesus é muito sábia para o nosso bem. Sobre o amor ao próximo, o Mestre nos exorta a amar os nossos inimigos e orar pelos que nos perseguem. São ver-bos que denotam ordem e ordenam o nosso coração.

Aqui temos um resumo: “Portan-to, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (5.48).

A PIEDADE NO REINO: AMOR, ORAÇÃO E JEJUM

(Mt 6.1-18; 7.7-12)

O primeiro versículo é muito bem interpretado por A.B. Bruce: “Deve-mos mostrar quando tentados a es-conder e esconder quando tentados a mostrar”. A contradição aqui é apenas verbal, não substancial em relação à ex-pressão de Jesus “para que vejam as vos-sas boas obras”. Dar esmolas, orar e je-juar devem ser atitudes discretas (6.4).

Quanto à oração pessoal, além de ser na intimidade do quarto, no secre-to da comunhão com Deus, Jesus nos dá um modelo de oração que contem-pla a santidade de Deus; o seu reino; a

sua vontade em todas as dimensões; o seu suprimento para os discípulos; o perdão; o perigo da tentação e a sobe-rania de Deus (6.5-15).

No texto de 7.7-11, Jesus ensina que devemos pedir, buscar e bater. Ele usa os verbos no imperativo. Declara a disposição do Pai em nos atender, com-parando o coração mau do pai humano com o coração amoroso do Pai do céu.

No versículo 12 temos a chamada lei áurea: Tudo o que queremos que as pessoas nos façam devemos fazer a elas.

UM CORAÇÃO PARA O REINO – A AMBIÇÃO DO CRISTÃO

(Mt 6.19-34)

Jesus ensina claramente a diferença entre o tesouro da terra e o tesouro do céu. Há uma grande diferença de natu-reza. Completando seu ensino, ele faz a ligação do coração com o tesouro.

Em seguida, Jesus fala da condi-ção dos olhos (v. 22,23). A diferença entre os olhos bons, onde há luz, e os olhos maus, onde há trevas. O nosso olhar é produto da condição do nos-so coração. Os olhos são a janela da alma. Em seguida, Jesus, no versículo 24, fala que não podemos servir a dois senhores. Ou o homem serve a Deus ou às riquezas. Há muitos que estão buscando a teologia da prosperidade.

A vida do cristão deve ser simples, sem ansiedade, stress. Jesus nos chama a atenção para o perigo da ansiedade.

Page 24: Compromisso JUERP

2T13 COMPROMISSO 23

A nossa vida é muito mais importan-te do que a preocupação pelo comer, vestir e beber. Ele sugere uma terapia: olhar para a natureza tão bela.

A nossa prioridade é o reino de Deus e a sua justiça, e teremos o neces-sário para vivermos com contentamen-to. O segredo é viver cada dia, aprovei-tando muito bem cada oportunidade.

OS PADRÕES DE JULGAMENTO NO REINO –

OS RELACIONAMENTOS DO CRISTÃO (Mt 7.1-6, 13-29)

Nós não somos o critério ou o pa-drão de julgamento do próximo (v. 1-5). Os que julgam serão julgados. Como posso ver o cisco no olho do outro se tenho um pedaço de madeira no meu? Este é o ensino de Jesus. Não devemos insistir com aqueles que rejeitam e fa-zem chacota do evangelho de Cristo (v. 6). Eles não sabem o valor, a riqueza da mensagem à semelhança do porco que não sabe o valor de uma pérola.

O homem está diante de duas portas: a estreita, que conduz à vida eterna; e a larga, que leva à morte eterna.

Jesus nos alerta para o perigo dos falsos profetas que enganam o povo. Por fora são ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Fazer a vonta-de de Deus deve ser o centro da vida. Teremos muitas surpresas no dia do juízo (v. 22,23).

Aqueles que são do Senhor ouvem a sua Palavra e a praticam sendo com-parado a um homem prudente que edi% cou a sua casa sobre a rocha e re-sistiu às duras tempestades da vida. Os que ouvem e não praticam são compa-rados a um homem imprudente que construiu a sua casa sobre a areia ou sobre um solo batido, sem alicerce. Na tempestade, o estrago foi muito gran-de (v. 24-27).

O Sermão do Monte termina com as multidões maravilhadas e Mateus reconhecendo que Jesus falava com autoridade inquestionável.

APLICAÇÕES PARA A VIDA

1

responsavelmente.

2 Jesus nos ensina que o nosso interior transformado deve gerar ações trans-

formadoras nesta sociedade corrupta e perversa. Como sal e luz, somos ordenados a

já caracteriza o ato de pecar.

3

Page 25: Compromisso JUERP

24 COMPROMISSO 2T13

EBD 4

“O Filho do homem tem autoridade”

Texto bíblico Texto áureo – Mateus 9.6

DIA A DIA COM A BÍBLIA

Segunda

Mateus

8.1-17

Terça

Mateus

8.18-34

Quarta

Mateus

9.1-13

Quinta

Mateus

9.14-17

Sexta

Mateus

9.18-26

Sábado

Mateus

9.27-34

Domingo

Mateus

9.35-38

28 de abril

O texto de Mateus 8 e 9 é muito desa� ador. Ele trata de curas, poder sobre a natureza criada pelo Pai, po-der sobre os demônios, poder para perdoar, a questão do jejum, poder so-bre a morte e a necessidade urgente de se pregar o evangelho genuíno ao ser humano perdido.

Vamos estudar a pessoa e a obra de Cristo fazendo a sua intervenção em todas estas situações no contexto do reino de Deus. Jesus agirá poderosa-mente para curar, ressuscitar, domar a natureza, libertar os cativos, perdoar pecados e nos desa� ar à prática da pre-gação do seu evangelho aos pecadores sem salvação.

AS CURAS EFETUADAS POR JESUS (Mt 8.1-17, 28-34;

9.1-8, 19-22, 27-34)

O Senhor Jesus, na sua missão, cura as pessoas começando por um leproso, rejeitado pela sociedade. A lei levítica trazia regulamentações detalhadas so-bre a lepra, e era dever dos sacerdotes ver que fossem obedecidas. Os lepro-sos eram considerados impuros, física e cerimonialmente, vivendo fora da co-munidade (ver Levítico 13); e quando eram curados, a ação de graças por sua puri� cação tinha que ser acompanha-da por ofertas sacri� ciais (Tasker, p. 69). O leproso se aproxima de Jesus e

Os primeiros embates do Filho de Deus

Page 26: Compromisso JUERP

2T13 COMPROMISSO 25

reconhece o seu poder (8.2). O Senhor curou aquele homem e o recomendou a não alardear e a mostrar, como era previsto na lei cerimonial (Lv 14.1-32), ao sacerdote para servir de testemunho ao povo. Jesus veio cumprir a lei.

Outra experiência de cura foi a do servo do centurião romano. Esse o� -cial, muito bem aceito na comunidade judaica, chama Jesus de Senhor (8.8) e se humilha para solicitar a cura do seu servo. Sendo autoridade, ele se subme-teu à autoridade de Jesus (v. 9). Jesus se admirou da fé robusta daquele homem (v. 10). O Senhor revela a universalida-de do evangelho (v. 11,12). Depois dis-so, o Senhor disse ao homem: “Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E, naquela mesma hora, o servo foi curado” (v. 13).

O Senhor agora cura a sogra de Pedro e liberta possessos cumprindo a profecia de Isaías (v. 17; Is 53.4), põe à prova os que desejam segui-lo (v. 18-22) e propõe as condições essenciais (v. 20,22).

Jesus enfrenta uma grande tem-pestade no Mar da Galileia (8.23-27). Eram comuns tempestades como essas, com ondas de 2 a 3 metros de altura. Durante a tormenta, o Mestre dormia. Os discípulos, apavorados, o acordam e clamam por proteção. Jesus se levan-ta, os repreende e ordena ao mar que se acalmasse (v. 26). Quantas vezes � -camos a� itos pelas circunstâncias e nos esquecemos de que Jesus está conosco!

Os endemoninhados de Gadara vêm ao encontro de Jesus. A tempes-

tade no mar ilustra muito bem a tor-menta maligna dentro desses homens (8.28-34). Eles trouxeram pavor para aquele lugarejo, onde se criavam por-cos, detestados pelos judeus que ti-nham no porco um animal imundo e proibido (Lv 11.7; Dt 14.8). O mais importante para nós é o poder de Jesus não só sobre a natureza, mas sobre os demônios. Os resultados desse embate foram a libertação dos homens pos-sessos, sendo os espíritos mandados para uma manada de porcos que se precipitou despenhadeiro abaixo cau-sando “prejuízo” aos seus criadores e a rejeição a Cristo. Aquela comunidade incrédula considerava mais importante uma criação de porcos do que a liberta-ção de vidas preciosas. Aqui um princí-pio secular nefasto: coisas e animais são mais importantes que pessoas.

O Mestre foi para o outro lado do Mar da Galileia, para Cafarnaum, e ali curou um paralítico (9.1-8). Por ser o Deus encarnado, lhe perdoou os peca-dos e o curou (v. 2). A mudança foi radi-cal, pois o leito que o levava agora é car-regado por ele (v. 6,7). As multidões ao vê-lo curado, glori� caram a Deus (v. 8).

Mais tarde, Jesus viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria e disse-lhe: "Segue-me". Imediatamen-te, ele se levantou e o seguiu (v. 9). Ve-mos aqui uma chamada irresistível. Je-sus chama um homem ocupado com as coisas deste mundo para se ocupar integralmente com as coisas do reino de Deus.

Page 27: Compromisso JUERP

26 COMPROMISSO 2T13

Mateus promove uma festa em sua casa e convida Jesus e seus discípulos (v. 10-13). Os religiosos fariseus ques-tionam com os discípulos de Jesus o comer com os “publicanos” e “peca-dores” (v. 11). A resposta do Mestre foi fenomenal (v. 12,13). O reino de Deus é o reino dos doentes em trata-mento, dos rejeitados, onde há perdão e festa. Só entram os que con� am no mérito de Cristo. Jesus não veio cha-mar os que se acham sãos, perfeitos, obedientes a uma cartilha legalista, que con� am no sistema religioso que enfatiza o desempenho, mas os que necessitam de médico, que precisam da misericórdia, que nada possuem de si mesmos.

Questionado com relação ao je-jum pelos discípulos de João Batista (v. 14), Jesus ensina que a sua presen-ça dispensa o jejum (v. 15). Utiliza duas ilustrações: pano velho, pano novo; odre velho e vinho novo. Tasker diz que “as duas ilustrações com que esta passagem termina indicam a per-cepção de Jesus, cada vez mais de� -nida, de que havia incompatibilidade entre o velho Israel, paralisado pela justiça própria e sobrecarregado de vãs regulamentações, e o novo Isra-el humilhado pela consciência do pecado e voltado com fé para Jesus, o Messias, a � m de obter perdão. A velha vestimenta não aguentaria o re-mendo novo. O vinho novo do per-dão messiânico não seria conservado nos velhos e remendados odres do

legalismo judaico”. Tem muita gente trazendo práticas judaicas, do lega-lismo judaico, para dentro de nossas igrejas.

A VITÓRIA SOBRE A MORTE (Mt 9.18, 23-31)

Após dizer as verdades aos discí-pulos de João, Jesus é abordado por um chefe de sinagoga chamado Jai-ro, pois a sua filha havia falecido (v. 18). No caminho para a casa de Jai-ro, com os seus discípulos, o Senhor encontra uma mulher que tinha he-morragia durante 12 anos e não ha-via médico que a curasse. Ela toca a orla da veste de Jesus (v. 20) porque dizia consigo mesma: “Se eu apenas lhe tocar a veste, ficarei curada” (v. 21). O texto diz que Jesus se volta e vendo-a, disse-lhe: “Tem bom âni-mo, filha, a tua fé de salvou” (v. 22). E a mulher ficou curada.

Após esse milagre, Jesus chega à casa de Jairo para ressuscitar a sua � -lha de 12 anos, de acordo com Marcos e Lucas (v. 25). Termina o desespero e começa a esperança. Jesus é a ressur-reição e a vida. A doença e a morte são vencidas pelo seu poder.

Este mesmo Cristo perfeito cura dois cegos e um mudo endemoni-nhado (9.27-33). As multidões � cam maravilhadas com o poder de Jesus sobre a enfermidade e os demônios (v. 33). Os fariseus blasfemam contra ele (v. 34).

Page 28: Compromisso JUERP

2T13 COMPROMISSO 27

O DESAFIO DA MISSÃO (Mt 9.35-38)

Jesus percorria cidades, povoa-dos, vilarejos ensinando nas sinago-gas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades (v. 35). Há três verbos aqui que aparecem no gerúndio. A ideia é que Jesus tinha essas práticas como estilo de vida.

O Senhor via as multidões com compaixão. O seu coração fervilhava de amor e perdão, graça e aceitação, justiça e verdade. Ele via as multidões cansadas, exploradas, a* itas, doentes, como ovelhas que não têm pastor (v. 36). Que sensibilidade tremenda ti-nha o Senhor Jesus! Ele não queria julgar as multidões, mas salvá-las.

Não satisfeito, Jesus revela um diagnóstico triste: “A seara ou o cam-

po, na verdade, é grande, mas os tra-balhadores são poucos” (v. 37). Ao mesmo tempo em que o Mestre revela o diagnóstico, mostra a solução e no imperativo, isto é, numa ordem: “Ro-gai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara” (v. 38). A igreja deve orar intensamente para que mais obreiros se apresentem para servirem nas suas diversas áreas. Você está pronto a servir a Cristo dentro das condições impostas por ele? Alguém disse com muita sabedoria que “Deus não chamou pessoas extraordinárias para um trabalho comum, mas pessoas comuns para um trabalho extraordiná-rio”. É uma honra, um privilégio ser chamado para o ensino, a pregação e a cura de pessoas. O trabalho a ser desenvolvido, o per2 l do trabalhador e as condições serão magistralmente apresentadas por Jesus em Mateus 10.

APLICAÇÕES PARA A VIDA

1 Éramos imundos, mas Cristo derramou o seu precioso sangue para nos limpar

e nos tornar aceitos pelo Pai, apenas pela sua graça.

2

delas.

3 Jesus tem poder sobre as enfermidades e os demônios trazendo cura e liber-

aceitação, do perdão e da festa.

4 O Mestre teve compaixão ao ver o povo perdido em seus delitos e pecados.

Page 29: Compromisso JUERP

28 COMPROMISSO 2T13

EBD 5

DIA A DIA COM A BÍBLIA

Segunda

Mateus

10.1-22

Terça

Mateus

10.23-42

Quarta

Mateus

11.1-6

Quinta

Mateus

11.7-19

Sexta

Mateus

11.20-24

Sábado

Mateus

11.25-27

Domingo

Mateus

11.28-30

5 de maio

“Quem não segue após mim não é digno de mim”

O nosso texto versa sobre a escolha dos discípulos, a sua lista completa, as ins-truções, as admoestações, os estímulos, as di� culdades e a recompensas no cumpri-mento da missão do reino de Deus.

Além da escolha dos discípulos, te-mos o envio por parte de João dos seus discípulos a Jesus, as cidades impeniten-tes e a revelação de Jesus aos humildes, bem como o seu convite aos que estão cansados e oprimidos para os aliviar em si mesmo. Busquemos a orientação do Espírito Santo para compreendermos e vivermos este ensino precioso do Mestre.

A ESCOLHA (Mt 10.1-4)

O Senhor Jesus, tendo chamado os 12, deu-lhes autoridade sobre os espí-ritos imundos para os expelir e curar toda sorte de doenças e enfermidades

(v. 1). Em seguida, temos a lista com-pleta dos seus discípulos.

De acordo com Ryrie, o discípulo é alguém que é ensinado por outrem; ele é um aprendiz em sofrimento. Nos Evangelhos, a palavra é usada com fre-quência – discípulos de Moisés ( Jo 9.28); de João Batista ( Jo 3.25) e de Cristo. Judas é um exemplo de um discípulo não-salvo de Cristo, e houve outros que o abandonaram ( Jo 6.66).

Jesus agora os instrui para a missão do reino de Deus.

O DETALHAMENTO DA MISSÃO QUE OS DISCÍPULOS

RECEBERIAM (Mt 10.5-42)

Temos agora as instruções para os 12, as admoestações, os estímulos, as di� culdades e as recompensas.

Jesus prepara seus seguidores para a missão

Texto bíblico Texto áureo

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2T13 COMPROMISSO 29

1 As instruções para os 12 (10.5-15). Jesus, a princípio, de" ne o públi-co para o qual os discípulos deviam se dirigir (v. 5,6) e ordenou que pre-gassem a proximidade do reino de Deus, ou da soberania de Deus no coração do homem pelo evangelho. Jesus usa alguns verbos no imperativo indicando extrema relevância do seu poder diante das carências do povo sofrido (v. 8). Que nada faltará a eles se forem " éis no trabalho diligente (v. 9,10). De" ne também a casa onde eles devem " car a partir dos critérios de boas-vindas, de receptividade amo-rosa e a bênção da paz sobre essa casa. Ordena o juízo para a casa e a cidade que rejeitarem a mensagem do reino de Deus (v. 11-15).

2 As admoestações (10.16-23). O Senhor Jesus os alerta para os peri-gos que passam aqueles que o seguem, o custo alto dos que o amam – o sofri-mento – mas os encoraja dizendo que o Pai, pelo Espírito Santo, ministrará poder a eles para falarem conforme a sua vontade e faz promessas (v. 22).

3 Os estímulos (10.24-33). A ordem de Jesus é acompanhada de estímulos para o exercício da missão do reino. O Senhor volta a falar da perseguição implacável dos religio-sos judeus, bem como da sociedade idólatra e secular. Os discípulos não deviam temer os que matam o cor-po, mas não podem matar a alma

(v. 28). Deviam ter muita coragem, ousadia, confessando-o diante dos homens (v. 32).

4 As dificuldades (10.34-39). O Mestre nunca escondeu dos seus discípulos as lutas, dificuldades e obstáculos no cumprimento da missão do reino. Ele esclarece que a sua manifestação causaria divisão nos lares. Alertou-os acerca dos ini-migos do reino na própria casa dos que o seguissem (v. 34-36). Jesus não tinha prazer nesta divisão, mas era uma situação irreversível, con-siderando a rejeição do evangelho do reino. Nos versículos 37 a 39, ele fala de prioridade. Sendo ele a prioridade, os familiares ficariam em plano secundário. Se ele é a mi-nha primazia, devo amá-lo de todo o coração, alma e entendimento. Isto significa que Jesus é muito mais importante que eu mesmo (v. 39). Paulo tinha esta convicção quando disse aos gálatas: “Não mais eu, mas Cristo” (2.20), bem como aos fili-penses: “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (1.21).

5 As recompensas (10.40-42). O Mestre agora fala sobre a honra dos que o seguem. Todos aqueles que recebem os seus discípulos, o recebem também. Não é isto maravilhoso? O versículo 41 é magistral, pois fala do valor dos discípulos de Jesus. Vale a pena seguir e servir a Cristo pelo que ele é.

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30 COMPROMISSO 2T13

A PERGUNTA DE JOÃO BATISTA (Mt 11.1-19)

Após suas instruções aos 12, o Se-nhor Jesus partiu dali para ensinar e pregar nas cidades. Depois das instru-ções teóricas, Jesus mostra na prática como fazer.

Neste contexto, João Batista está preso e faz uma pergunta intrigante (v. 3). A resposta de Jesus está nos versícu-los 4 e 5, que revelam os sinais da sua divindade. Em seguida, Jesus dá um tes-temunho belíssimo de João. Vale a pena ler o texto e meditar nele (v. 7-15).

A vida de João contrasta em muito com a vida dos religiosos, daqueles que diziam que o último profeta tinha de-mônio (v. 18). Aliás, Jesus e João eram rejeitados pela aristocracia judaica, comprometida com o tradicionalismo.

O SOFRER DE CRISTO PELAS CIDADES PERDIDAS, PELAS

PESSOAS SEM DEUS (Mt 11.20-24)

Jesus condena as cidades de Cora-zim, Betsaida, Cafarnaum, dizendo que Tiro e Sidom, Sodoma e Gomorra, teriam menos juízo do que elas (v. 24). O diagnóstico de Jesus era perfeito. Ele conhecia muito bem o coração dos que viviam nessas cidades, tanto no Antigo Testamento quanto na sua época.

As ricas e iníquas cidades de Tiro e Sidom são denunciadas muitas ve-zes no Antigo Testamento. Mas Je-

sus a" rma que, se elas tivessem tido o privilégio de testemunhar um feito do Messias como o de alimentar mi-lagrosamente grande multidão, coisa que provavelmente se deu em campo aberto perto de Betsaida, o orgulho delas teria se derretido, e o seu genuíno arrependimento teria se mostrado nos sinais externos da lamentação e do je-jum. Por conseguinte, a sorte delas será mais afortunada do que a de Corazim e Betsaida quando vier o juízo.

A importante cidade de Cafarnaum, situada na costa do Mar da Galileia, pela qual passava a grande estrada de Damas-co ao Mediterrâneo, achava-se segura e próspera, satisfeita e autossu" ciente. Foi tentada a dizer – é o que Jesus deixa entrever pela forma da pergunta que ora lhe dirige (v. 23) – aquilo que Isaías re-tratou como sendo dito por Babilônia: "Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus e exaltarei o meu trono (...) subi-rei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo" (Tasker, p. 95,96). Jesus condena essa cidade pela dureza do coração e pela incredulidade. Como Jesus vê as cidades hoje?

A RAZÃO DA EXULTAÇÃO DE CRISTO E O SEU JUGO

(Mt 11.25-30)

Este é um dos muitos textos pre-ciosos da Bíblia. Ele só foi registrado por Mateus. Fala da revelação de Deus por meio do seu Filho Jesus aos peque-ninos, aos simples (v. 25). O mistério

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2T13 COMPROMISSO 31

foi revelado àqueles que o Pai deter-minou descortinar em sua soberania (v. 26). Há uma relação íntima entre o Pai e o Filho (v. 27). Jesus é categóri-co quando declara que “Todas as coi-sas me foram entregues por meu Pai”. Aqui temos a autoridade delegada pelo Pai ao Filho para cumprir todo o seu propósito na história da salvação. A soberania de Deus Pai é muito des-tacada neste texto.

Com base em sua autoridade de-legada pelo Pai, Jesus agora faz um convite a todos os que estão cansados e sobrecarregados e oferece o seu alívio (v. 28). Além disso, no versículo 29, ele usa dois verbos no modo imperati-vo: tomai e aprendei. Ele se caracteriza como manso e humilde de coração que oferece descanso aos que con! am nele.

Ele assevera que o seu jugo é suave e o seu fardo é leve (v. 29). O jugo de Je-sus não é obediência a uma lei externa, mas primordialmente lealdade a uma pessoa, que capacita o discípulo a fazer alegremente, e, portanto, facilmente, e sem a sensação de que está pelejan-do debaixo de um pesado fardo, o que aquele pessoa quer que ele faça. Onde quer que exista uma relação entre o discípulo e Jesus, (seu) jugo é suave, e o (seu) fardo é leve. Além disso, o cami-nho da vida que ele deseja que os seus discípulos sigam é a sua própria vida (Tasker, p. 97). Aqui temos claramente a revelação de Deus, o diagnóstico da condição humana e a solução pela obra de Cristo. Ele nos convida a descansar-mos nele. Isto quer dizer: con! armos em sua maravilhosa graça.

APLICAÇÕES PARA A VIDA

1

muitos obstáculos no cumprimento da missão de evangelizar e fazer discípulos, mas

2

3 com o Pai. Ela deve ser renovada todos os dias.

4 Jesus faz o maior de todos os convites aos cansados e oprimidos. Somos

portadores deste belíssimo e sempre atual convite. Precisamos ir a todos os lugares

para que sejam libertos e salvos.

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32 COMPROMISSO 2T13

EBD 6 12 de maio

DIA A DIA COM A BÍBLIA

Terça

Mateus

12.22-37

Quarta

Mateus

12.38-50

Quinta

Mateus

13.1-23

Sexta

Mateus

13.24-35

Sábado

Mateus

13.36-53

Domingo

Mateus

13.54-58

Segunda

Mateus

12.1-21

“É chegado a vós o reino de Deus”

O Mestre sempre teve o melhor método de ensino. Ele sempre falou ao coração do ser humano morto em seus delitos e pecados. Na sua didática, ele sempre priorizou a vida humana. Para ele, a pessoa é muito mais importante do que coisas e sistemas. A festa com os doentes é muito mais relevante do que estar com religiosos.

Ele utilizou as parábolas para co-municar os valores do reino de Deus. A sua metodologia sempre estimulou o ser humano a viver para o alto, para dentro e para o outro. Estas são as di-mensões do seu evangelho.

O ENSINO DE JESUS SOBRE A GUARDA DO SÁBADO (Mt 12.1-8)

Jesus sabiamente responde ao tra-dicionalismo acusador quando ele e

os seus discípulos estavam colhendo espigas e as comendo no sábado (v. 1,2). Para os fariseus, Jesus e os seus discípulos estavam agindo ilicita-mente. O Senhor responde citando o exemplo de Davi e os seus companhei-ros quando estavam com fome, além dos sacerdotes que violavam o sábado (v. 3-5). Ele enfatiza que é maior que o templo e é Senhor do sábado (v. 6-8). “Se Davi tinha direito de "violar" a lei, assim, com mais razão, tinha direito o Filho do grande Davi, e maior do que este – o Messias”. Jesus usa o profeta Oseias (6.6) para ensinar que a mi-sericórdia é mais importante do que o tradicionalismo religioso. Somos $ lhos de um Deus misericordioso e não legalista. Que o sábado foi feito por causa do ser humano e não vice--versa. O mais importante para nós

A metodologia de ensino do Mestre

Texto Bíblico Texto áureo

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2T13 COMPROMISSO 33

é que Jesus é Senhor do sábado, das regras legalistas e que as pessoas estão em primeiro lugar em qualquer escala de valores.

O ENSINO ACIMA POSTO EM PRÁTICA NA CURA DO HOMEM DE MÃO ALEIJADA (Mt 12.9-21)

Jesus entra na sinagoga e encon-tra lá um homem com uma das mãos seca. Era um aleijado. Os fariseus, não satisfeitos com a resposta anterior de Jesus sobre o sábado, perguntam se é lícito curar aquele homem nesse dia. Jesus responde com uma pergunta (v. 11). Jesus os coloca em xeque: o que é mais importante: tirar uma ovelha do buraco no sábado ou curar um homem no sábado? Jesus deixou claro que uma pessoa vale muito mais do que uma ovelha. Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem (v. 12). Ele curou aquele homem e os religiosos, enfurecidos, planejavam matá-lo (v. 13,14). A reli-gião é fria, insensível e extremamente legalista, violenta e implacável. O evan-gelho, por sua vez, aquece o coração, é sensível, gracioso, manso e perdoador.

OUTROS ENSINOS SOBRE O VIVER CRISTÃO (Mt 12.22-50)

O Senhor, neste texto, revela alguns dos seus preciosos ensinos. Ele cumpre a profecia de Isaías 42.1-4, que enfatiza o seu ministério de alcance mundial; cura um endemoninhado cego e mudo,

é acusado de expulsar os demônios pelo maioral dos demônios chamado Belzebu (Beelzeboul é a forma correta para o termo empregado aqui, sendo o príncipe dos demônios – v. 24); Ele os rebate dizendo que "todo reino di-vidido contra si mesmo # cará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si não subsistirá" (v. 25). Jesus os exorta dizendo que expulsa os demônios pelo Espírito Santo e aí é chegado o reino de Deus sobre vocês (v. 28). Dá instruções preciosas quanto à nossa luta contra as forças espirituais do mal.

Agora, ele trata acerca da blasfêmia contra o Espírito Santo (v. 31,32). Blas-femar contra o Espírito Santo é rejeitar a pessoa e a obra de Cristo. É o pecado da incredulidade e da rejeição veemen-te. "O pecado descrito é o de blasfêmia deliberada e arrogante, chamando de obra do diabo aquilo que inequivoca-mente é obra de Deus" (Stagg, p. 189). É quando o homem repele a ação do Espírito em sua vida para crer em Je-sus Cristo como Salvador e Senhor, convencendo-o do pecado, da justiça e do juízo e morrer nesta condição ( Jo 16.8-11). Sabemos que o viver cristão só é possível pelo Espírito.

Jesus, muito sabiamente, discorre sobre a árvore e seus frutos (v. 33-36), dando uma dura lição aos religiosos judeus que produziam frutos maus, chamando-os de raça de víboras, de gente traiçoeira e perversa. Em segui-da (v. 38-42), eles pedem um sinal. Aqui eles são modelo dos que vivem

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34 COMPROMISSO 2T13

pelas emoções. A resposta de Jesus foi muito objetiva ao citar o sinal do profeta Jonas. Semelhantemente, Je-sus deixa entrever aqui, Jonas, � gura-damente falando, foi "levantado dos mortos" para desincumbir-se da obra para a qual Deus o chamara (Tasker, p. 105). Então, Jesus usa o sinal de Jonas para testemunhar a sua morte e a sua ressurreição para cumprir a missão.

Mateus insere a história da visita que a mãe e os irmãos de Jesus lhe � zeram nes-te ponto da sua narrativa para esclarecer que nem toda a geração de Jesus era má (v. 46-50). Alguns mostraram que eram obedientes à vontade de seu Pai. Estes eram a sua família. A família de Deus são aqueles que fazem a sua vontade.

AS PARÁBOLAS DO TEXTO E SEUS ENSINOS (Mt 13.1-50)

O Mestre narra oito parábolas e as explica (v. 1-50). Todas as parábo-las revelam a natureza e o caráter do reino de Deus. Começamos com a parábola do semeador (v. 1-9). Somos semeadores espalhando a semente do evangelho no coração do ser humano. A semente cai à beira do caminho, no solo rochoso, entre espinhos e em boa terra. O Senhor utiliza o contexto da agricultura da região da Palestina. Utiliza a natureza para ensinar coisas espirituais. A semente deve ser lan-çada e os resultados não são da nossa alçada. A seguir, ele conta a parábola do joio e do trigo. No meio da lavou-

ra de trigo há joio. Ele se parece com o trigo, mas não é trigo. Mas precisa esperar a colheita para fazer a sepa-ração. O trigo é útil para alimentar o ser humano. O joio é inútil e deve ser queimado. Não sabemos quem é trigo e nem quem é joio, mas o Senhor sabe perfeitamente.

A parábola do grão de mostarda mostra que o grão é o menor de to-dos, mas se torna uma pequena árvore onde as aves do céu se aninham nos seus ramos. Assim é o reino dos céus, uma pequena semente, mas que se torna habitat para os que se achegam. O reino dos céus é comparado ao fer-mento que ensina o alcance do reino dos céus. As parábolas do tesouro es-condido e da pérola de grande valor mostram a riqueza incalculável do rei-no de Deus. A parábola da rede ensi-na a variedade de pessoas que entram no reino, mas haverá o juízo quando os anjos separarão os maus dentre os justos (v. 48-50).

APLICAÇÃO DAS PARÁBOLAS PARA HOJE

Gostaria de iniciar aqui com a pergunta dos discípulos: por que lhes falas por parábolas? A explicação está no contraste entre os duros de cora-ção, incrédulos, e os de coração sensí-vel, crédulos (v. 13-17). Aqui também destacamos a extrema relevância da soberania de Deus, dos seus propósi-tos em Cristo.

Page 36: Compromisso JUERP

2T13 COMPROMISSO 35

Na parábola do semeador, a se-mente do evangelho encontra várias reações ou os diversos solos. O que importa é semear com amor, oração e con� ança no Senhor, descansando em sua � delidade. O trabalho de conven-cimento no coração do ser humano é do Espírito Santo.

Na parábola do joio, o agricultor só verá a diferença entre ele e o trigo quan-do � zer a colheita. É importante ressal-tar que, na colheita, o joio está com suas raízes presas na terra (apego às coisas materiais); ele � ca ereto (é arrogante) e não tem fruto (é estéril). O trigo, por sua vez, tem suas raízes soltas da terra (não se apega às coisas materiais); se in-clina (se humilha); e tem seus cachos cheios de grãos (dá " uto). Aqui é a gran-de diferença entre os que não são e os que são do Senhor. Não nos enganemos: há muito joio por aí.

Na parábola do grão de mostar-da, podemos aprender a humildade do reino de Deus. Deus usa as coisas pequenas para fazê-las grandes. Ele confunde as coisas grandes por meio das pequenas. O reino de Deus atrai e é útil aos que creem.

Na parábola do fermento, apren-demos a exercer a nossa in# uência onde quer que estejamos permeando toda a sociedade com o evangelho de Cristo e in# uenciando a sociedade com o estilo de vida do Mestre.

Nas parábolas do tesouro e da pé-rola, aprendemos que precisamos re-nunciar às coisas de menor valor pelas de maior valor. Pagar o preço da re-núncia, da obediência. Paulo conside-rou tudo como perda, como sem valor ou esterco por causa do grande valor de Cristo, por causa da sublimidade do seu conhecimento (Fp 3.7-9).

APLICAÇÕES PARA A VIDA

1 religiosa ou civil. Nós não seguimos uma tradição religiosa, mas Cristo.

2

mais importante do que a organização.

3

Oremos pela conversão genuína das pessoas.

4 que querem viver piamente Jesus Cristo padecerão perseguições.

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36 COMPROMISSO 2T13

EBD 7 19 de maio

FALTOU A EBD 7

DIA A DIA COM A BÍBLIA

FALTOU A EBD 7

Terça

Mateus

14.13-21

Quarta

Mateus

14.22-36

Quinta

Mateus

15.1-10

Sexta

Mateus

15.11-20

Sábado

Mateus

15.21-28

Domingo

Mateus

15.29-39

Segunda

Mateus

14.1-12

Este texto é uma narrativa de con-trastes. A tristeza da morte de João Batista contrasta com a alegria da multidão ao ter pães e peixes multipli-cados por Jesus e da mulher cananeia que teve a sua � lha curada por Jesus.

Jesus revela os sinais da sua di-vindade andando sobre o mar e ma-nifestando todo propósito do Pai com a sua consciência de missão. Atentemos para o que o Espírito nos ensina pela vida e obra de Jesus Cris-to, nosso Senhor.

A MORTE DE JOÃO BATISTA (Mt 14.1-12)

Temos aqui uma trama bem ar-ticulada entre Herodes Antipas, o tetrarca da Galileia, Herodias, sua

“Partindo os pães deu-os aos discípulos”

Os sinais da divindade e poder de Jesus

Texto bíblico Texto áureo

cunhada e amante e a � lha desta que era fútil e louca, para matar João Ba-tista. A permissão de Deus diante de toda esta articulação maligna tem um propósito: ser glori� cado na vida de João, um homem íntegro, humil-de, coerente e corajoso. As pessoas de Deus são assim. João Batista denun-ciou veementemente o pecado do rei. Ele não era um mascote, mas um pro-feta de Deus. Os que tramaram fu-tilmente a sua morte semearam para receberem o duro juízo de Deus. A cabeça de João foi cortada e ofereci-da num prato à jovem fútil e insana. João perdeu a cabeça física, mas não a sua coerência. Os seus discípulos vieram certamente com muita triste-za levar o corpo daquele que era um exemplo de vida santa.

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2T13 COMPROMISSO 37

FALTOU A EBD 7FALTOU A EBD 7

OS SINAIS DA DIVINDADE DE JESUS (Mt 14.13-33; 15.32-39)

Após saber da morte do seu pre-cursor, o Senhor Jesus se retira num barco para um lugar deserto a � m de � car a sós com o Pai (v. 13). As multi-dões o seguiram por terra. Ao desem-barcar, vendo uma grande multidão, compadeceu-se dela e curou os seus enfermos. Que cena lindíssima! Jesus estava exausto e os discípulos, preo-cupados, sugere ao Senhor que despe-ça as multidões para que pudessem ir às aldeias comprar alguma coisa para comer. A resposta de Jesus foi direta: “Não precisam retirar-se; dai-lhes, vós mesmos, de comer”. A resposta-de-sa� o do Mestre foi tremenda. Os dis-cípulos disseram que só tinham cinco pães e dois peixes. O Senhor já sabia o que ia fazer. Ele sempre sabe. Nós é que não sabemos ou achamos que sabemos por nós mesmos. O Senhor usa uma estratégia (v. 18,19). Ele to-mou os cinco e dois peixes e ergueu os olhos ao céu e os abençoou. Todos comeram e se fartaram. Ainda sobra-ram 12 cestos de pães. E eram cerca de cinco mil homens, pois mulheres e crianças não eram contados. Foi um milagre. Jesus pode multiplicar os nossos poucos recursos se tivermos fé e trabalharmos diligentemente. O pouco nas mãos do Mestre pode ser transformado em muito para que se cumpra o seu propósito e o Pai seja

glori� cado. Aprendemos com este texto que temos uma responsabilida-de de ajudar os que mais precisam e fazê-lo com profundo amor cristão. Não é uma opção, mas uma ordem de Jesus dar de comer aos pobres e mais carentes.

Depois deste milagre, Jesus insistiu com os discípulos que fossem na fren-te e subiu ao monte para orar sozinho. Na quarta vigília da noite, foi encon-trar-se com os seus discípulos que es-tavam no barco açoitado pelas ondas porque o vento era contrário. Jesus es-tava andando sobre o Mar da Galileia. Ao verem Jesus, os discípulos � caram aterrados e achavam que era um fan-tasma e, tomados de medo, gritaram. Jesus se identi� cou e os acalmou e os encorajou. Pedro quis fazer um teste com o Mestre se oferecendo para ir ter com ele andando sobre o mar. Jesus o convida e ele começa a andar sobre as águas na direção do Senhor. Mas, com a força do vento, Pedro teve medo e, começando a submergir, gritou: “Salva-me, Senhor!” Jesus o repreen-deu: "Homem de pequena fé, por que duvidaste?" Pedro não passou no tes-te. Ele olhou para as circunstâncias e não para Jesus. Somos assim também. Precisamos con� ar na su� ciência de Cristo Jesus. Os discípulos que esta-vam no barco � zeram uma pro� ssão de fé (v. 33). Em Genesaré, muitos foram curados pelo poder de Jesus (v. 34-36).

Page 39: Compromisso JUERP

38 COMPROMISSO 2T13

CUIDADOS COM O TRADICIONALISMO

(Mt 15.1-20)

Jesus está em Jerusalém. Nesta ci-dade importantíssima para o judaísmo, alguns fariseus e escribas perguntaram a Jesus: Por que transgridem os teus discí-pulos a tradição dos anciãos? (v. 1). Jesus responde fazendo uma pergunta muito pertinente? Por que vocês transgridem o mandamento de Deus de honrar pai e mãe por causa da sua tradição? Esta ques-tão fez lembrar o pensamento do teólogo luterano Jaroslav Pelikan: “Tradição é a fé viva daqueles que já morreram. Tra-dicionalismo é a fé morta dos que ainda vivem”. Jesus não rejeita a tradição, mas o tradicionalismo. Este último era o caso dos religiosos judeus. Notamos que, nos versículos 5 e 6, Jesus condena de forma veemente a desculpa dos religiosos ju-deus de se eximirem da responsabilidade com o pai e a mãe a pretexto de dizerem: “É oferta ao Senhor aquilo que poderias aproveitar de mim”. Ele diz claramente: “Invalidastes a Palavra de Deus, por causa da vossa tradição”.

Jesus agora toca num ponto essen-cial que é a hipocrisia – a incoerência entre o que está no coração e o que se fala, se expressa ou se vive (v. 7-9). Era uma palavra do profeta Isaías no capítulo 29.13. Deve sempre haver coerência entre o que cremos e o que praticamos; entre o que sentimos e o que vivemos. A boca deve ser sem-

pre o resultado do coração. É por ela que devemos verbalizar quem somos. Mais adiante, o Senhor Jesus começa a tratar de outro assunto que é a con-taminação do homem. Não é o que entra que contamina o homem, mas o que sai da sua boca (v. 11). Jesus trata a questão essencial: a espiritualidade e a ética. As pessoas realmente espiritu-ais, que possuem uma espiritualidade bíblica, vivem a ética bíblica. Não são compartimentos estanques ou separa-dos. Jesus esclarece de forma magistral nos versículos 19 e 20 toda a gênese do comportamento humano. Enquanto os religiosos judeus – os tradiciona-listas – estavam preocupados com a aparência e com a prática do lavar as mãos (sabemos que isto é necessário por causa da saúde, mas não de� ne a espiritualidade e a ética de ninguém), Jesus coloca a relevância do interior, do coração, que de� ne o caráter do ser humano. Enquanto a religião como sistema focaliza o exterior e a aparên-cia, o evangelho, por sua vez, enfatiza o interior. Por trás de toda ação existe a motivação. Há coerência no evange-lho. Há coerência no cristão genuíno, nascido de novo.

O APARENTE POUCO CASO COM A MULHER CANANEIA

(Mt 15.21-28)

Esta mulher é um exemplo de fé genuína. Ela tinha uma � lha horrivel-

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2T13 COMPROMISSO 39

mente endemoninhada. Imaginemos o sofrimento desta mãe (v. 22). Ele cla-ma a Jesus e o chama de Filho de Davi. Pede compaixão. Além de Jesus não respondê-la, os discípulos sugerem que ela seja mandada embora. Jesus com-partilha no versículo 24 a prioridade da sua missão. A mulher insistiu (v. 25). Jesus, no versículo 26, fala, mais uma vez, da prioridade de se pregar a Israel, mas a mulher pede as migalhas, as so-bras do pão dos israelitas. Esta foi uma palavra de fé, de con� ança no Messias (v. 27). Jesus reconhece a fé daquela mulher por sua sinceridade e perseve-rança. Jesus curou a � lha da mulher ca-naneia (v. 28). Podemos aprender com

esta mulher a fé, a perseverança, a sin-ceridade e a humildade. Jesus quer ver estas qualidades em nós.

O Senhor cura coxos e cegos (v. 31). Posteriormente, ele multiplica os pães e peixes pela segunda vez (v. 32-39). Aquela multidão estava três dias com Jesus e sem comer direito. Aqui, são sete pães e alguns peixinhos (v. 34). Jesus deu graças e os partiu. Todos foram alimentados. Sobraram sete cestos. Foram quatro mil homens, sem contar mulheres e crianças. O nosso Deus, em Cristo Jesus, é o Deus da ampla su� ciência. Nada falta àque-les que o amam e o temem de todo o coração, com todas as suas forças.

APLICAÇÕES PARA A VIDA

1 morte de João, o Mestre se retirou para um lugar deserto. É muito difícil perder

gados.

2

espiritual com os famintos.

3

nismo autêntico está focado no coração, nas suas intenções e na totalidade da

nossa vida.

4

Page 41: Compromisso JUERP

40 COMPROMISSO 2T13

EBD 8 26 de maio

DIA A DIA COM A BÍBLIA

Segunda

Mateus

16.1-4

Terça

Mateus

16.5-12

Quarta

Mateus

16.13-23

Quinta

Mateus

16.24-28

Sexta

Mateus

17.1-13

Sábado

Mateus

17.14-23

Domingo

Mateus

17.24-27

“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”

O prenúncio do � m

Texto bíblico Texto áureo

Este texto revela duas coisas muito importantes: a divindade de Jesus e o compromisso do seu discípulo. Jesus enfrenta os fariseus e saduceus; ouve a con� ssão de Pedro, prediz a sua morte e ressurreição por duas vezes.

Na sua divindade, Jesus experimen-ta a trans� guração, a metamorfose com os seus discípulos mais chegados – Pedro, Tiago e João – bem como o testemunho da lei e dos profetas com a presença de Moisés e Elias. A lei e os profetas testi� cam da pessoa e obra de Jesus. Temos muitas lições praticas de valor permanente para aprendermos neste texto inspirado.

RAZÕES PARA UM MILAGRE (Mt 16.1-4)

Esse encontro com Jesus, empreen-dido pelos religiosos fariseus e saduceus, faz lembrar que existem três tipos de pessoas no mundo: As que vivem pelo sentimento, representadas pelos judeus (eles pedem sinal); as que vivem pelo pensamento representadas pelos gregos (eles buscam sabedoria) e as que vivem pela fé representadas por aqueles que creem na su" ciência da obra de Cristo. A base bíblica está em 1Coríntios 1.22-24.

Os religiosos judeus tentaram fazer uma “pegadinha” com Jesus (v. 1). Jesus

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2T13 COMPROMISSO 41

usou a meteorologia para levá-los à re-� exão (v. 2,3). Jesus os alertou acerca do sinal de Jonas (v. 4), e os incluiu na geração má e adúltera.

O “FERMENTO DOS FARISEUS”

ESTÁ PRESENTE HOJE? (Mt 16.5-12)

Há uma di! culdade por parte dos discípulos de compreenderem o ensino do Mestre. Ele os alerta para o perigo do fermento dos fariseus e dos saduceus (v. 12). Enquanto eles estavam preocupa-dos com o pão para se alimentar, Jesus os adverte sobre a pequenez do foco deles: o pão material (v. 8). Jesus lhes recorda de dois milagres dos pães para uma multidão de cinco mil homens, fora mulheres e crianças que não eram contados e outra de quatro mil (v. 9).

O evangelho de Cristo não precisa de aditivos. Notamos em nossos dias o evangelho sendo "turbinado" ou ‘"di-tivado" de estranhíssimas doutrinas e ensinos perniciosos. Vivemos uma ver-dadeira histeria judaica com objetos da religião como arca, dias santos e outros rituais. É como colocar o vinho novo em odres velhos. O evangelho dentro do sistema religioso judaico, centrado no tradicionalismo e legalismo.

A LEI DA CRUZ E VOCÊ (Mt 16.13-28)

Na contramão das intenções judai-cas, do mero tradicionalismo religio-

so, Jesus pergunta a seus discípulos o que o povo da Palestina diz quem ele é (v. 13). As respostas do povo são: Elias, João Batista, Jeremias ou algum dos profetas (v. 14). Agora, o Senhor pergunta aos discípulos (v. 15). Pedro, proativo, responde categoricamente: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.

No versículo 17, Jesus chama Pe-dro de bem-aventurado ou feliz por-que não foi ele, mas o Pai quem reve-lou a resposta. Jesus Cristo é a base, o fundamento da igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (v. 18). Ele promete a Pedro dar as chaves do reino dos céus para exercer uma função disciplinadora (v. 19).

Jesus os advertiu que não disses-sem que ele era o Cristo (v. 20). Em seguida, o Senhor começa a discorrer acerca do seu sofrimento, do cumpri-mento da missão que lhe foi dada pelo Pai (v. 21). Pedro o chama à parte e começa a reprová-lo pela exposição do Senhor ao sofrimento e tenta dis-suadi-lo do caminho da cruz (v. 22). No parágrafo anterior, o Senhor reve-la a Pedro quem é, mas agora é Satanás quem fala por Pedro e o Mestre, como lhe é peculiar, discerne e repreende o inimigo que fala pelo apóstolo (v. 23). O nosso grande perigo é cogitarmos das coisas dos homens em detrimento das coisas de Deus (v. 23).

Jesus magistralmente ensina que o seu discípulo deve negar-se a si mes-mo, tomar a sua cruz e segui-lo (v. 24). Enfatiza que quem quiser salvar

Page 43: Compromisso JUERP

42 COMPROMISSO 2T13

a sua vida e preservar-se, vai perdê-la, mas quem perder a sua vida por amor a ele há de achá-la ou preservá-la para a vida eterna (v. 25). Jesus ensina sa-biamente que a vida é muito mais importante do que as riquezas deste mundo (v. 26) e que retribuirá a cada um segundo as suas obras (v. 27). No versículo 28, Jesus deixa claro que al-guns dos seus não morreriam antes de vê-lo ressurreto.

O MELHOR ENTENDIMENTO DA TRANSFIGURAÇÃO

(Mt 17.1-13)

Antes de comentarmos a trans! -guração de Jesus, precisamos destacar a expressão “seis dias depois”, que se re-fere ao intervalo entre a con! ssão de Pedro em Cesareia de Filipe e a trans-! guração de Jesus. Esta referência tão exata de tempo é rara nos Evangelhos. Sabemos que a con! ssão de Pedro (Mt 16.16) tem tudo a ver com a reve-lação da divindade de Jesus no Mon-te da Trans! guração. O alto monte é identi! cado por tradição posterior como sendo o monte Tabor, mas o Hermom é o mais provável, pois ! ca mais perto de Cesareia de Filipe, cerca de 22km, e se levanta a uma altura de 3.000 metros.

Diz o texto que ele foi trans! gu-rado (v. 2). Segundo os estudiosos da língua grega, a palavra para trans-! gurado é metamorfose, que signi! ca transformar, alterar-se, mudar de uma

! gura terrestre para uma sobrenatural’. Segundo Ryrie, "a trans! guração ofe-receu aos discípulos uma antevisão da exaltação futura de Jesus e da vinda do reino" (Ryrie, p. 1.209).

Jesus estava acompanhado de Pedro, Tiago e João como quando Moisés subiu ao monte santo levan-do consigo Arão, Nadabe e Abiú (Ex 24.1). Moisés viu a glória do Se-nhor e a "pele do seu rosto brilhava por ter falado com ele" (Ex 34.29). Na transfiguração, o rosto daquele que é maior do que Moisés brilhou, não com glória refletida, mas com a glória semelhante aos raios do sol. Somente Mateus registra que o rosto de Jesus resplandecia como o sol, que as suas vestes se tornaram brancas como a luz, e que uma nu-vem luminosa (literalmente "uma nuvem de luz") os envolveu. Mas, como no Sinai, é a voz divina falan-do desde a nuvem, em si mesma um sinal da presença divina, que desper-ta o temor no coração dos apósto-los. "Ouvindo-a os discípulos, caíram de bruços, tomados de grande medo" (Tasker, p. 130,131).

Moisés e Elias representam o tes-temunho da Lei e dos Profetas acerca da glória de Cristo, da sua divindade. O próprio Senhor disse em Lucas 16.16: “A lei e os profetas vigoraram até João; desde esse tempo vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele”.

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2T13 COMPROMISSO 43

ENSINOS DA CONFISSÃO DE UM HOMEM DE POUCA FÉ

(Mt 17.14-21)

Depois da experiência no monte – uma experiência de contemplação da glória de Cristo, da sua divindade cuja tendência era de acomodação tipificada pelas três tendas sugeridas por Pedro – eles descem e encon-tram a multidão. Enquanto eles ti-veram uma fé fortalecida no Monte da Transfiguração, embaixo, na pla-nície, os outros nove discípulos são totalmente incapazes de curar um rapaz epiléptico. Tasker diz que "no

relato de Mateus, o pai do menino vem diretamente a Jesus, ajoelha-se diante dele e lhe pede que tenha pie-dade do seu filho sofredor, um luná-tico com tendências suicidas, que os discípulos de Jesus, o pai assinala, não conseguiram curar".

A experiência com o Senhor Jesus na sua glória revelada nas Escrituras deve necessariamente nos conduzir àqueles que Jesus ama e nos ordena a levar-lhes o seu evangelho. A glória de Cristo e o sofrimento do ser humano não são excludentes, mas convergen-tes. O menino foi liberto para a glória do Messias.

APLICAÇÕES PARA A VIDA

1

2 Muitas vezes, como os discípulos, não compreendemos o ensino de Jesus. Ele

nos alerta para o perigo das doutrinas legalistas e judaizantes que estão por aí, que

dão ênfase a sinais, aos sentimentos.

3 compromisso com Cristo vivendo e ensinando a sua doutrina. Cada um de nós deve

4 ensinam que devemos ter equilíbrio entre a nossa devoção, nossa contemplação da

grandeza, divindade de Jesus e o nosso serviço a ele, servindo às pessoas, tendo

compaixão dos que sofrem.

Page 45: Compromisso JUERP

44 COMPROMISSO 2T13

EBD 9 2 de junho

DIA A DIA COM A BÍBLIA

Segunda

Mateus

18.1-6

Terça

Mateus

18.7-14

Quarta

Mateus

18.15-27

Quinta

Mateus

18.28-35

Sexta

Mateus

19.1-12

Sábado

Mateus

19.13-22

Domingo

Mateus

19.23-30

Perdoar setenta vezes sete

Nestes dois capítulos veremos a di-versidade dos ensinos de Jesus. Trata-remos de humildade, do cuidado com o uso dos membros do nosso corpo para que não sirvam ao pecado e es-candalizem, e buscarmos aqueles que estão perdidos.

Consideraremos a importância de perdoar aqueles que erram contra nós, valorizar o casamento como institui-ção criada por Deus, abençoar as crian-ças à semelhança de Jesus, e considerar o Senhor muito mais importante do que as riquezas.

HUMILDADE, TROPEÇOS E OVELHA PERDIDA

(Mt 18.1-14)

A primeira coisa que nos é ensina-da neste texto bíblico é a necessidade de conversão, e esta manifestada sob a

forma de uma humildade como a de uma criança. Os discípulos de Jesus se aproximam e lhe fazem uma pergunta muito interessante: Quem é, porven-tura, o maior no reino dos céus? (v. 1). O Mestre chama uma criança e a coloca no meio deles (v. 2,3). Jesus usa o verbo converter e o liga com as atitu-des de uma criança. Então, o salvo pela graça tem as mesmas características de uma criança: simplicidade ou humil-dade, pureza, sinceridade, ! agilidade e con" ança. Em seguida, o Senhor Jesus fala de tropeços ou escândalos usan-do mais uma vez as crianças como al-guém muito frágil, dependente (v. 6).

Observemos que nos versículos 7-9, Jesus trata do perigo e prejuízo dos escândalos ou tropeços, bem como a necessidade de darmos bom testemu-nho com o nosso corpo. Os membros do nosso corpo devem ser totalmente

Ensinos fundamentais para os discípulos

Texto bíblico Texto áureo

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2T13 COMPROMISSO 45

Jesus garante a sua presença no meio daqueles que estão reunidos em seu nome. Onde há coerência entre o crer nele, o viver sob ele e para ele, aí a sua presença está garantida (v. 20).

Pedro, ao ouvir o ensino do Senhor, faz uma pergunta pertinente usando o que ele havia aprendido no judaísmo (v. 21). Jesus responde estabelecendo o seu principio (v. 22). Não há limite para o perdão porque é a graça de Deus que opera em nós. É neste contexto que Jesus conta uma parábola chamada “O credor incompassivo” (v. 23-35). “Somente podemos receber o perdão li-bertador se o passamos adiante de ime-diato. Estes dois pontos: "Perdoa-nos as nossas dívidas", e "assim como nós tam-bém perdoamos aos nossos devedores" são inseparáveis. O perdão é compará-vel ao bastão levado pelos desportistas numa corrida de estafeta. É preciso passá-lo à mão do outro; se continuar-mos correndo sozinhos, segurando-o desesperadamente com certeza sere-mos derrotados. Este bastão existe para ser passado adiante. O credor incom-passivo comete o erro de ignorar esta regra elementar, provocando assim a sua própria ruína” (� ielicke, p. 208).

O QUE JESUS ENSINA SOBRE O DIVÓRCO (Mt 19.1-12)

A partir de uma pergunta dos fa-riseus (v. 2), o Senhor Jesus ensina o princípio do casamento no reino de

enfraquecidos e submissos ao nosso es-pírito dominado pelo Espírito Santo. Isto signi! ca dizer que os membros do nosso corpo não devem ser usados para envergonhar o evangelho, mas para o seu testemunho poderoso e e! caz no mundo. Entraremos no céu por causa do que Cristo fez por nós na cruz e na ressurreição. O mérito é todo dele.

A referência aos anjos no versí-culo 10 quer dizer que os anjos têm um ministério, entre outros, especial de cuidar dos que herdam a salvação (Hb 1.14). Mas a sua principal ativi-dade é adorar ao Senhor, conforme Isaías 6.3.

Jesus faz uma a! rmação muito preciosa no versículo 11 e a ilustra nos versículos 12 a 14. Compare com 1Ti-móteo 2.1-4.

PACIÊNCIA E COMPREENSÃO (Mt 18.15-27)

O Mestre trata magistralmente uma questão fundamental seja na vida pessoal, seja na coletiva, que é a neces-sidade de disciplina. A sua fundamen-tação está no seu caráter. A disciplina pressupõe con! ontação, testemunho e desligamento (v. 15-17). Os publica-nos e pecadores não eram aceitos na comunidade da época. Nos versículos 18-20, temos o poder da disciplina ci-rúrgica, isto é, desligar aquele que não compartilha do consenso cristão do rol de membros da igreja.

Page 47: Compromisso JUERP

46 COMPROMISSO 2T13

Deus. Se por qualquer motivo o ho-mem judeu podia dar carta de divór-cio para sua mulher, Jesus ensina que não é assim no reino. Ele ensina que o casamento é um projeto de Deus, sen-do uma união física, emocional, ética e espiritual entre um homem e uma mulher, macho e fêmea, para viverem até que a morte os separe (v. 6). Nes-te assunto, temos muitas di� culdades nas igrejas, mas precisamos ser � rmes a partir do ensino da Palavra de Deus. “A questão do divórcio, além do seu valor intrínseco, revestia-se de espe-cial importância para os fariseus que vieram provar a Jesus que o assunto os dividia. O seguidores de Hillel (líder de uma escola de interpretação judai-ca) permitiam ao homem servir-se de qualquer pretexto para o divórcio, e os de Shammai (líder de uma outra esco-la) a� rmavam que só se podia admitir o divórcio em caso de adultério. Jesus, ao responder, superou a expectativa dos rabinos assim como a das regras civis, pelas quais Moisés permitiu di-vórcio legalizado à pessoa que, moral e religiosamente, já estivesse separada do cônjuge. Ele raciocinou pelos prin-cípios morais que Deus dotara o mun-do ao criar o ser humano. A intenção de Deus não era só que as pessoas casadas � cassem juntas, mas também que houvesse plena união do corpo e espírito em amor. Jesus não proibiu o segundo casamento da parte inocente, no caso de adultério (v. 9). O projeto

original de Deus é que o casamento dure até que a morte separe os cônju-ges.

Nos versículos 11 e 12, o Senhor reconheceu o valor do celibato quan-do assumido para melhor servir a Deus. Tinha, entretanto, que ser vo-luntário. É o Senhor que capacita a pessoa para esta vocação (1Co 7.7). O celibato imposto por decreto não é apoiado pela Palavra de Deus.

JESUS ABENÇOA AS CRIANÇAS (Mt 19.13-15)

Este texto está nos Evangelhos de Marcos e Lucas. Jesus tinha especial atenção para com as crianças. Os pais trouxeram os seus � lhos para serem abençoados por Jesus. Nós devemos fazer o mesmo. Orar por eles em todo o tempo. Como os discípulos, há muitos hoje que não têm paciên-cia com as crianças e as repelem (v. 13b). Jesus ordenou que eles deixas-sem as crianças chegarem até ele (v. 14). Precisamos trazer as crianças a Cristo Jesus para o receberem no coração. Ele declarou que as crianças pertencem ao reino dos céus. Antes, o Senhor já havia falado sobre isso ensinando aos discípulos que deviam ter as atitudes delas. Há uma identi� -cação das qualidades da criança com as qualidades exigidas do cidadão do reino de Deus.

Page 48: Compromisso JUERP

2T13 COMPROMISSO 47

OS ENSINOS SOBRE A RIQUEZA (Mt 19.16-30)

O jovem rico procura Jesus com uma pergunta na mente, chamando-o de Mestre (v. 16). Jesus responde com uma outra pergunta do coração (v. 17). O Senhor, sabendo das suas intenções, lembra-o de alguns mandamentos (v. 18,19). No versículo 20, ele responde positivamente e faz uma indagação. O Mestre mostra a insu% ciência da lei para resolver o seu problema que era muito sério. A lei aponta para Cristo, mas não salva. Aquele jovem vivia a religião, mas não o evangelho. O seu coração estava nas riquezas e não no Senhor. A sua pergunta foi a partir de sua curiosidade. Ele achava que praticando a religião e vivendo a sua vida centrada na riqueza lhe bastavam. Estava mais preocupa-do com a sua aparência do que com o seu coração. Voltando ao versículo 20, concluímos que o essencial para ele era a centralidade de Cristo (era o que lhe

faltava) em sua vida e não as riquezas. A indicação de Jesus para ele no versículo 21 revela o coração do evangelho – o ho-mem é muito mais importante do que bens. A resposta dele foi se retirar triste porque era dono de muitas proprieda-des (v. 22). Não é possível servir a Deus e às riquezas (Mt 6.24). O Senhor deve ser sempre a PRIORIDADE.

Interpretando a experiência do jovem rico para os seus discípulos, o Senhor Je-sus alerta sobre o perigo das riquezas (v. 23-30). Declara que há muita di% culda-de e uma quase impossibilidade de um rico entrar no reino dos céus (v. 23,24). Jesus usou uma hipérbole deliberada. A intenção era representar a salvação de um homem rico como nada menos do que um milagre, possível apenas para Deus.

Há um diálogo entre Jesus e os discípulos sobre salvação, renúncia e recompensa. Jesus ensina que nada é impossível para Deus e que os obe-dientes receberão a sua recompensa (v. 27-30).

APLICAÇÕES PARA A VIDA

1 2

o perdão de Deus em Cristo.

3

4 dos os dias.

5 nossa verdadeira riqueza e nossa primazia.

Page 49: Compromisso JUERP

48 COMPROMISSO 2T13

EBD 10 9 de junho

Veremos nestes dois capítulos que a salvação não é merecimento humano, mas graça de Deus; que estar à sua direi-ta ou à sua esquerda de Jesus é atribuição do Pai; Jesus curou dois cegos em Jericó; entrou triunfalmente em Jerusalém; pu-ri� cou o templo; amaldiçoou a � gueira infrutífera e enfatizou a sua morte na cruz pelo homem perdido.

SALVAÇÃO NÃO É MÉRITO HUMANO, MAS GRAÇA SOBERANA DE DEUS

(Mt 20.1-16)

Este texto é impressionante, pois ex-põe de maneira precisa a graça soberana de Deus versus o mérito do homem. O reino de Deus é um reino de fé e não da supre-macia da razão; de iniciativa de Deus e não do ser humano (2Co 5.15-20).

O reino do céu é semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Ele ajustou o salário dos primeiros trabalhadores em um de-nário por dia e mandou-os para a plantação (v. 1,2). Esse valor era o sa-lário mínimo diário dos soldados do império romano. Saindo pela terceira hora, isto é, às 9 horas da manhã, viu na praça outros que estavam desocu-pados.

“A praça pública era ponto de reunião para os que não tinham ser-viço, bem como operários avulsos” (v. 3). O proprietário saiu também perto da hora sexta (ao meio- dia) e da hora nona (15 horas); e ao “pôr--do-sol”, às 18 horas. A expressão undécima hora (v. 9) que, atualmen-te, num mundo de precisão mecâni-

DIA A DIA COM A BÍBLIA

Segunda

Mateus

20.1-19

Terça

Mateus

20.20-34

Quarta

Mateus

21.1-11

Quinta

Mateus

21.12-22

Sexta

Mateus

21.23-27

Sábado

Mateus

21.28-32

Domingo

Mateus

21.33-46

"O Filho do homem veio para dar a sua vida"

Chegada de Jesus a Jerusalém

Texto bíblico Texto áureo

Page 50: Compromisso JUERP

2T13 COMPROMISSO 49

ca, equivaleria a “cinco para as seis”. Foi nesse horário que ele encontrou outros desocupados. Todos recebe-ram o mesmo salário, conforme o combinado.

É interessante notar que no acerto do salário no # nal do expediente os úl-timos foram os primeiros a receber. En-tão, o fato de os últimos auferirem em primeiro lugar mostra que os judeus, os primeiros recebedores da chamada di-vina, não seriam os primeiros a recep-tar o galardão # nal, pois a salvação não vem pela herança racial, nem humana, mas da generosidade e graça divinas (v. 15). Do mesmo modo, a salvação, em si, é algo tão precioso, que não existe salvação de primeira classe, distinta de alguma outra classe inferior de salva-ção. Deus é soberano em todas as suas decisões (v. 16).

JESUS PREDIZ A SUA MORTE

E RESSURREIÇÃO (Mt 20.17-19)

Causa-me devoção toda a vez que leio acerca da maneira conscien-te com que Jesus falava da sua mor-te e da sua ressurreição. Ele destaca três atos da sua paixão: zombaria por parte dos romanos; sofrimento (açoites) e a morte por crucificação (v. 19). No final, ele revela a sua vitória sobre a morte, ressuscitando ao ter-ceiro dia.

ENTENDENDO O PEDIDO DA MÃE DE TIAGO E JOÃO

(Mt 20.20-28)

À luz do texto anterior, este pedido revela a falta de compreensão do que seja a vida cristã. As pessoas têm uma visão muito pequena do que seja o reino de Deus, pois buscam vantagens pessoais. A Teologia da Prosperidade tem o seu fun-damento no egocentrismo, na natureza de Adão. Ser cristão não é buscar o pódio, mas viver intensamente a simplicidade de Cristo neste mundo. A resposta de Jesus ao pedido da mãe de Tiago e João é sá-bia e inteligente (v. 23, 26-28). “O grego lutron signi# ca preço de libertação – o di-nheiro pago em favor de um escravo para que este possa sair livre. Cristo se deu por nós (Is 53.6; 2Co 5.21). É o sacrifício de Cristo que nos salva e não o martírio dos homens, muito embora, como Tiago, morram em prol do evangelho”. O reino de Deus não é um reino de senhores, mas de servos. Só há um Senhor. Alguém dis-se que o grande homem no mundo é ser-vido por muitos, mas o grande homem no reino serve a muitos.

ATENÇÃO DE JESUS AOS CEGOS (Mt 20.29-34)

“Somente Mateus nos informa que Jesus curou dois cegos, curando, talvez, um deles quando saía da velha Jericó e o outro quando entrava na nova Jericó (Mc 10.46; Lc 18.35)”. Os dois cegos de Jericó nos ensinam lições muito

Page 51: Compromisso JUERP

50 COMPROMISSO 2T13

relevantes. Como de� cientes visuais, alijados pela sociedade, eles clamam a Jesus con� ando no seu amor e na sua compaixão. A palavra que me encanta neste texto é “comovido” (v. 34). O que sensibiliza Jesus deve nos comover.

AS LIÇÕES DA ENTRADA TRIUNFAL DE JESUS EM

JERUSALÉM (Mt 21.1-11)

Jesus chega a Betfagé (casa do � go, Lc 19.29), ao Monte das Oliveiras, pla-neja a sua entrada em Jerusalém (v. 1-3) e a profecia se cumpre na sua vida (v. 4,5; Zc 9.9). Começa aqui o relatório da última semana da vida humana de Jesus que, sendo Rei, montou num jumenti-nho que ainda não tinha sido usado e entrou na cidade de Jerusalém a cami-nho da cruz.

A multidão o aclamava colocando as suas vestes e os ramos de árvores no seu caminho, dizendo: "Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas" (v. 9). Esta expressão hosana signi� ca salva, por favor que, por � m, veio a ser uma simples expressão do jú-bilo religioso.

A PURIFICAÇÃO DO TEMPLO E O ENSINO DA FIGUEIRA

INFRUTÍFERA (Mt 21.12-22)

Ao entrar no templo, o Senhor Je-sus depara com os cambistas que utili-

zavam o santuário de maneira profana. Não tinham percepção da grandeza do Senhor e da sua casa, da sua glória. Podemos perceber hoje que em mui-tas igrejas se faz do santuário um lugar de vantagens pessoais, de arrecadação de somas vultosas de dinheiro a partir da teologia de mercado. Estive numa igreja destas, onde o pastor tirou di-nheiro do povo seis vezes durante um encontro de uma hora e meia.

A intervenção de Jesus é malcom-preendida por muitos hoje, inclusive por muitos membros de igreja. O Mes-tre, usando o seu poder e autoridade, agiu com � rmeza e determinação em toda a vontade do Pai. De� niu o valor do santuário, o seu uso correto e o cha-mou de “casa de oração”. Isto contrasta com o covil de salteadores. O templo como casa de oração honra ao Senhor e serve às pessoas. Como covil de sal-teadores, o envergonha e se serve das pessoas. O coração dos cambistas, dos comerciantes inescrupulosos, não estava no Senhor, mas no lucro. Mas Jesus uti-liza adequadamente o templo para curar cegos e coxos que vinham a ele (v. 14). O Senhor usa o átrio externo do santuário – onde era permitido os cegos e os coxos � carem – como um hospital para curar feridos físicos e emocionais, mortos em seus delitos e pecados.

Neste texto (v. 15-17), encontramos o louvor dos meninos na contramão dos cambistas e religiosos. Jesus está aparen-temente citando o Salmo 8.2.

Page 52: Compromisso JUERP

2T13 COMPROMISSO 51

A experiência com a figueira ilustra muito bem a situação espiri-tual do povo de Israel – uma nação infrutífera apesar de todas as vanta-gens de que dispunha. Como igreja hoje não podemos ser omissos mas dar frutos sempre. Em qualquer es-tação (v. 20-22).

A AUTORIDADE DO REI (Mt 21.23-27)

Voltando ao templo, o Senhor Jesus é questionado pelos principais sacerdotes e anciãos do povo quanto à sua autoridade. Ele os responde uti-lizando a autoridade do batismo de João. “Na verdade, Jesus se recusa a aceitar o direito alegado pelos líderes de examiná-lo”.

“Cristo coloca a liderança da na-ção num dilema, perguntando-lhes que teste aplicariam no caso de João” (v. 25). O Senhor Jesus não estava interessado em defender a sua autoridade. Tudo o que ele possuía, e ele mesmo dizia, era recebido do seu Pai.

A PARÁBOLA DOS LAVRADORES MAUS

(Mt 21.28-46)

Iniciamos com uma pequena pa-rábola contada por Jesus (v. 28-32), quando um homem que tinha dois $ lhos mandou-os trabalhar na vinha. O primeiro disse que iria, mas não foi. O segundo, disse que não iria, mas, arrependido, foi. O Senhor per-gunta qual dos dois fez a vontade do Pai. A resposta foi: o segundo. Pode-mos dizer que o primeiro representa Israel e o segundo, os gentios (v. 32).

A parábola dos lavradores maus tra-ta da in$ delidade de Israel ao maltratar e matar os profetas, quando estes lhes foram enviados (v. 33-46). Por $ m, o Messias foi mandado e eles o mataram. A interpretação de Jesus é precisa (v. 42,45).

No versículo 44, o Senhor estabele-ce o juízo de Deus sobre os que rejeita-ram e mataram o seu Filho. Há uma co-nexão entre as parábolas (v. 31,32,43) para mostrar a grande oportunidade que Deus deu a Israel e ele desperdiçou por causa da sua in$ delidade.

APLICAÇÕES PARA A VIDA

1 graça de Deus por meio de Cristo.

2

3 ra espiritual pelo seu poder. Ele tem toda a autoridade em todo lugar.

4

na sua incredulidade.

Page 53: Compromisso JUERP

52 COMPROMISSO 2T13

EBD 11 16 de junho

Neste texto bíblico vamos abordar os preciosos ensinos de Jesus sobre o convite para as bodas ou festas; a pegadinha que os religiosos tentam fazer com Jesus sobre o imposto ser pago a César, ao império romano; a condenação imposta por Jesus àqueles que utilizam a revelação de Deus para condenar implacavelmente as pesso-as e não ensinam a graça de Deus, o evangelho, que liberta o que crê.

O ENSINO DA PARÁBOLA DAS BODAS (Mt 22.1-14)

Mais uma vez Jesus toca fortemen-te na rejeição da nação judaica ao pla-no do Pai para salvá-la. Neste texto, Jesus ensina que o reino dos céus é comparado a uma festa ou celebração de casamento do " lho do rei (v. 1,2).

O rei determina (soberania) aos seus servos que saiam pelo reino e chamem os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir (v. 3).

O rei enviou outros servos para convidar outras pessoas (v. 4). Ele deu ordem aos seus empregados para que contassem o que tinha na celebração (v. 4). Mais uma vez houve recusa na forma de indiferença e violência (v. 5,6). A reação do rei foi de ira, levan-do-o a enviar suas tropas que incen-diaram a cidade (v. 7). Ele declarou que a festa estava pronta, tudo estava arrumado, mas os convidados não eram dignos (v. 8).

O soberano agora abre a sua festa e manda os seus servos convidarem a todos que encontrarem pelo cami-nho. Eles trouxeram maus e bons e encheram o salão de festas (v. 10). En-

DIA A DIA COM A BÍBLIASegunda

Mateus

22.1-14

Terça

Mateus

22.15-33

Quarta

Mateus

22.34-46

Quinta

Mateus

23.1-12

Sexta

Mateus

23.13-22

Sábado

Mateus

23.23-28

Domingo

Mateus

23.29-39

“Ele não é Deus de mortos e sim de vivos”

O sermão profético de denúncia e crítica aos líderes religiosos

Texto bíblico Texto áureo

Page 54: Compromisso JUERP

2T13 COMPROMISSO 53

trando o rei, para ver os que estavam à mesa, notou um homem que não esta-va devidamente trajado ou com veste nupcial. O rei mandou os seus servos o tirarem da festa, o amarrarem, lan-çando-o fora (v. 13). "Muitos serão chamados, mas poucos escolhidos". Muitos chegam em nossas igrejas, mas poucos são realmente salvos (v. 14). Há muitos que estão nas celebrações, mas poucos estão preparados, vestidos adequadamente para a festa. É o que Jesus diz em Mateus 7.21: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entra-rá no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus”.

AS RESPOSTAS DO REI AOS RELIGIOSOS JUDEUS

(Mt 22.15-33)

Aqui notamos que Jesus respon-de aos herodianos – a seita de Hero-des; aos saduceus e aos fariseus, bem como é interrogado por estes. Os herodianos tinham uma filosofia: “a paz a qualquer preço”, pois defen-diam uma convivência pacífica com Roma. Pois bem, eles tentam pegar Jesus na questão dos impostos, per-guntando ao Mestre se era lícito pagar tributo a César ou não. Jesus responde: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. A resposta de Jesus os emudeceu e eles se retiraram (v. 22).

Este é um princípio fundamental em nossas relações. Somos cidadãos do céu e da terra. Os princípios do reino dos céus é que norteiam a nossa cidadania na terra. Excelentes cida-dãos do céu são excelentes cidadãos da terra. Devemos ser liberais na en-trega dos dízimos e das ofertas (Mt 23.23) e pagarmos os nossos impostos com honestidade. Não à in% delidade na mordomia cristã e não à sonega-ção, à corrupção. Os crentes devem ser o exemplo em tudo, inclusive na denúncia da corrupção e todo pecado social também instalado nas estrutu-ras públicas e privadas. Ser cidadão exemplar do reino dos céus signi% ca, muitas vezes, ir contra a ordem injusta do reino da terra.

Os saduceus utilizaram uma situa-ção cultural para tentar fundamentar o princípio deles de que não existe res-surreição dos mortos. A mulher % cou viúva de sete maridos. A pergunta deles foi: “Na ressurreição, ela será esposa de qual deles?” (v. 28). A resposta magis-tral de Jesus está no versículo 30. Além de responder sabiamente, Jesus faz uma apologia da ressurreição nos versículos 31,32. Vale a pena meditar neles.

Sabendo os fariseus que Jesus havia calado os saduceus, se reuniram em conselho e % zeram a seguinte pergun-ta: Mestre, qual é o grande manda-mento na lei? Jesus respondeu: Amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento e ao

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54 COMPROMISSO 2T13

próximo com a si mesmo (v. 37-39). Ainda disse: Destes mandamentos de-pendem a lei e os profetas (v. 40).

Agora o Senhor Jesus interroga os fa-riseus quanto à sua posição em relação ao Messias, de quem é � lho (v. 42). Davi, foi a resposta dos fariseus. Jesus argumenta que Davi é pai, mas o Messias ou o Cristo é seu Senhor (Salmo 110.1 com os ver-sículos 44,45). Então, “o Messias era ao mesmo tempo descendente humano de Davi e seu divino Senhor”. Ele é o Deus--homem, o Verbo que se fez carne e habi-tou entre nós (Jo 1.14).

O SERMÃO CONDENATÓRIO(Mt 23.1-12)

Neste parágrafo, o Senhor Jesus faz uma série de condenações das atitudes dos escribas e fariseus a partir de uma análise muito pertinente. Disse Jesus: eles se assentam na cadeira de Moisés (v. 2); agem com incoerência: ensinam certo, mas vivem errados (v. 3); im-põem fardos pesados e difíceis de car-regar (v. 4); praticam suas obras para serem vistos (v. 5); gostam do pódio (v. 6); apreciam ser ovacionados pelo pu-blico (v. 7).

O Mestre agora orienta os seus discípulos, fazendo uma distinção entre eles e os religiosos judeus. Que deviam considerá-lo como Mestre, vi-vendo como irmãos. Chamar Deus de Pai e a ele, Cristo, de guia. Servirem a partir da humilhação (v. 8-12).

ACUSAÇÕES CONTRA A CLASSE DOMINANTE

(Mt 23.13-39)

Aqui temos alguns “ais” proferidos por Jesus em relação à condição moral e espiritual dos escribas e fariseus. Eles estavam sendo obstáculos para que os homens chegassem ao reino dos céus (v. 13). Há pessoas que estão na igreja, mas não no reino. Dão um péssimo testemunho do evangelho, afastando pessoas de conhecerem a Cristo.

Os escribas e fariseus eram explorado-res de viúvas (v. 14). “Usavam sua posição como juristas para arranjar pendências contra viúvas ricas ou para fazer com que lhes legassem suas propriedades”. Eram especialistas em fazer prosélitos (segui-dores) da religião judaica, tornando-os � lhos do inferno duas vezes (v. 15).

Eles eram mercenários, interessa-dos no dinheiro do povo e guias de cegos (v. 16-22). Davam o dízimo sem a justiça, a misericórdia e a � delidade. O mais importante é entregar o dízi-mo a partir de um coração justi� cado, misericordioso e � el (v. 23).

Os religiosos judeus eram chama-dos guias de cegos. Eles coavam um mosquito e engoliam um camelo – uma linguagem metafórica usada por Jesus para dizer que eles viam um pe-queno defeito nas pessoas e as julga-vam, e não enxergavam as grandes fa-lhas em suas vidas (v. 24). Esses religio-sos judeus estavam mais preocupados

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2T13 COMPROMISSO 55

com o exterior, com a aparência do que com o interior. O sistema religioso vive com base na aparência, mas o evange-lho trabalha com o coração. O Senhor Jesus já havia tido um embate com os religiosos no capítulo 15, versículos 13 a 20 (vale a pena examinar este texto). O diagnóstico de Jesus acerca deles e seu sistema sempre foi preciso.

O grande perigo é a demagogia em qualquer ambiente, mas no ambiente religioso é pior ainda. Os líderes reli-giosos judeus usaram de demagogia ao serem confrontados por Jesus com re-lação à morte dos profetas do passado. Eles se eximiram de qualquer culpa, mas Jesus os acusa de serem � lhos dos que mataram os profetas. Se os profe-tas vivessem na sua época seriam mor-tos por eles (v. 29-32).

Neste embate, Jesus os chama de serpentes, utilizando mais uma vez uma metáfora, ressaltado a sua natu-reza má, traiçoeira e letal (v. 33).

Agora, Jesus coloca uma profecia de que eles – religiosos judeus – matarão profetas e mestres, açoitando-os em suas sinagogas e perseguindo-os impla-cavelmente. Ele os adverte que cairá so-bre eles todo sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até o sangue de Zacarias, � lho de Baraquias, que eles mataram entre o santuário e o altar (v. 34-36).

Nos versículos 37,38, Jesus faz uma acusação a Jerusalém dominada pelos religiosos perversos, mas, ao mesmo tempo, revela o seu grande amor pela cidade. Ele faz uma a� rmação segura no versículo 39, que deve ser compa-rada com Zacarias 12.10. É impressio-nante este texto!

Será que este sermão acusatório de Jesus, seguindo a rica tradição profética do Antigo Testamento, não se aplica perfeitamente a muitos líderes de nossas igrejas e denomina-ções hoje?

APLICAÇÕES PARA A VIDA

1

a fará germinar.

2

3

mente a atitude dos religiosos judeus que escravizavam o povo com regras e mais regras.

4 usam para acusar implacavelmente as pessoas a partir de uma religiosidade oca, legalista e perversa.

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56 COMPROMISSO 2T13

EBD 12 23 de junho

Estes dois capítulos falam de do-res, grande tribulação, a manifestação mais abundante do mal e necessidade do cristão se preparar, de vigiar em todo o tempo. O Senhor nos deixou dons e talentos para os multiplicarmos na caminhada do reino. É certo que seremos recompensados. No " nal, temos o grande julgamento. Todos os seres humanos serão julgados em Jesus Cristo (At 17.30,31).

O PRINCÍPIO DAS DORES (Mt 24.1-28)

Temos aqui o sermão que consi-dera as últimas coisas a ocorrer no contexto do " nal dos tempos. De uma maneira singular, Jesus inicia falando sobre o princípio de dores acompa-

nhadas de angústias profundas. Con-duz os discípulos para verem toda a estrutura do templo que havia sido construído por Herodes, o Grande, entre 20 a.C. e 64 d.C., e destruído por Roma no ano 70 d.C.

Os discípulos fazem uma pergunta (v. 3). Estavam ansiosos quanto ao " m dos tempos. O Senhor os alerta quan-to aos enganadores (v. 4,5). Discorre sobre os futuros acontecimentos: ru-mores de guerras; nação contra nação e reino contra reino (v. 7). Prepara os dis-cípulos para a realidade do sofrimento por causa do seu nome (v. 9). Alerta que haverá apostasia – abandono da fé (v. 10). Que a multiplicação da iniqui-dade produzirá frieza espiritual na igre-ja (v. 10,12). Aquele que perseverar até o " m será salvo (v. 13). O evangelho do

DIA A DIA COM A BÍBLIA

Segunda

Mateus

24.1-14

Terça

Mateus

24.15-28

Quarta

Mateus

24.29-41

Quinta

Mateus

24.42-51

Sexta

Mateus

25.1-13

Sábado

Mateus

25.14-30

“As minhas palavras não passarão”

Ensinos escatológicos de Jesus

Texto bíblico Texto áureo

Domingo

Mateus

25.31-46

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2T13 COMPROMISSO 57

reino será proclamado em todo o mun-do e então virá o � m (v. 14).

Jesus declara que haverá a grande tribulação. Toda a igreja passará por ela. O que Daniel profetizou se cumprirá (v. 15). O texto (v. 16-26) tem duas verten-tes: o período da invasão romana em 70 d.C., e os nossos dias. Jesus exorta quanto aos falsos profetas com as suas falsas "pro-messas" e a sua volta (v. 23-28).

Neste precioso texto (v. 29-41), te-mos as características da sua vinda como sendo um referencial para os textos esca-tológicos. Veremos sinais na natureza (v. 29) e a sua manifestação visível acompa-nhada dos seus anjos, reunindo os seus escolhidos (v. 30,31).

Em seguida, temos a metáfora da � -gueira (v. 32,33). “Esta geração” tem sido entendida como referência aos contempo-râneos de Jesus e o que estava por ocorrer como a destruição do templo e de Jerusa-lém, que vem a acontecer em 70 d.C.

Jesus a� rmou que a sua Palavra é mais importante do que os céus e a terra (v. 35). O nosso coração deve descansar na sua Palavra.

A sua vinda não pode ser datada. Ele virá de repente (v. 36). Só o Pai sabe.

Jesus discorre sobre os dias que antecederam ao dilúvio para ilustrar a sua vinda (v. 37-41).

A VIGILÂNCIA NECESSÁRIA (Mt 24.42-51)

Os versículos 42 a 51 nos exortam a que vigiemos. O cristão deve estar

preparado para a volta de Cristo. Ele usa a � gura do ladrão que não revela a hora que virá para roubar a casa. De-vemos fazer sempre o melhor até que ele venha para nos buscar. O mais im-portante, porém, é a palavra de Jesus: “Bem-aventurado o servo a quem o Senhor, quando vier, encontrar traba-lhando” (v. 46).

OS ENSINOS DAS PARÁBOLAS DAS VIRGENS E DOS

TALENTOS (Mt 25.1-30)

As duas parábolas seguintes falam de prontidão e diligência.

A parábola das virgens (v. 1-13) – “No tempo de Jesus, normalmente ha-via três estágios no processo matrimo-nial. Primeiro vinha o compromisso, quando era feito um contrato formal entre os respectivos pais da noiva e do noivo. A este seguia-se o noivado, ce-rimônia feita na casa dos pais da noiva, quando promessas mútuas eram feitas pelas partes contratantes diante de testemunhas, e o noivo dava presentes à sua prometida. "O homem e a mu-lher � cavam unidos um ao outro pela cerimônia de noivado, apesar de ainda não serem de fato marido e mulher; na verdade, tão obrigatório era o noivado que, se o homem morresse durante o período de sua duração, a mulher era considerada viúva; o cancelamento do noivado não era permitido; se, porém, acontecia tal coisa, era semelhante a

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58 COMPROMISSO 2T13

um divórcio". Finalmente, depois do transcurso de cerca de um ano havia o casamento, quando o noivo, acom-panhado dos seus amigos, ia buscar a noiva na casa do seu pai e a levava em cortejo de volta para sua casa, onde se fazia a festa de casamento. É bem pro-vável que seja este o cortejo que dez jovens da história são retratadas como indo encontrar, quer como damas de honra o% ciais da noiva, quer como criadas do noivo, quer como % lhas de amigos e vizinhos – não temos meios de sabê-lo”.

É bom destacar nesta primeira parábola que ela se relaciona com parousia (manifestação) do Filho do homem. O noivo é a % gura central. As dez virgens da história representam a igreja à espera do retorno do seu Se-nhor. Em que condição você está?

A parábola dos talentos (v. 14-30) – Jesus começa esta parábola dizen-do que o reino dos céus é semelhan-te a um homem que, ausentando-se do seu país, chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens para serem administrados. Foi isto que Jesus fez conosco. Estes foram dados de acor-do com a capacidade de cada servo. A oportunidade deve ser aproveitada ao máximo para, acima de tudo, glori% -car a Deus. Nesta parábola, os servos recebem do seu senhor os talentos (medida especí% ca para metais e um talento variava entre 25 e 35 quilos de prata). Um recebeu cinco talentos; e

os outros, dois e um, respectivamente. Os dois primeiros trabalharam mui-to, aproveitaram as oportunidades e devolveram mais cinco e mais dois, respectivamente. O que recebeu um, o enterrou motivado pelo medo e pela timidez. Não trabalhou e nem apro-veitou as oportunidades. Devolveu o mesmo que havia recebido. Os dois primeiros foram reconhecidos pelo senhor e chamados de servos bons e % éis. O último, quando do acerto de contas, foi chamado de mau e negli-gente. Como diz F. B. Meyer, “Cristo está sempre vindo para ajustar contas. Cada vez que tomamos a ceia do Se-nhor, cada aniversário nosso que pas-sa é como estar diante do tribunal de Cristo, que antecede o grande trono (2Co 5.10). Aqueles que receberam apenas um talento devem ser os mais cautelosos, visto que serão mais ten-tados a dizer: Já que só podemos fazer tão pouco, nada faremos. Aquilo que sabemos fazer melhor e que está mais de acordo com nossas circunstâncias, provavelmente, é o nosso talento. Se, sozinho, você não pode fazer muito, coopere com sua igreja, sob a orienta-ção do seu pastor (v. 27)”.

A VIDA ETERNA E O CASTIGO ETERNO (Mt 25.31-46)

Todo o contexto anterior tem tudo a ver com este. Somos responsáveis por tudo o que fazemos. Paulo a% rma esta verdade (Gl 6.7). Jesus conclui o capí-

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2T13 COMPROMISSO 59

tulo 25 ensinando e alertando para o juízo que virá. O que o ser humano foi em relação a Jesus Cristo certamente de� nirá a sua situação diante de Deus, o Pai (At 17.30,31).

Vivemos um tempo em que as pes-soas gostam do self-service (servindo-se a si mesmo). É estranho uma pessoa servir a outra sem remuneração. O Senhor Jesus pagou o preço para que servíssemos uns aos outros a partir do amor (1Co 13.4-8).

Os "benditos de meu Pai" são os que o amam e fazem a sua vontade. Os mal-ditos são os que vivem uma vida alie-nada do Senhor mesmo frequentando os templos. Teremos muitas surpresas naquele dia. No acerto de contas com o Rei, os que estiverem à direita serão chamados para a intimidade com o Pai. Os que estiverem à esquerda serão des-tinados para o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos.

“Assim como nas parábolas ante-riores das virgens e da riqueza con� a-da, neste quadro de grande julgamento não é tanto a prática do mal que evoca a censura mais severa, como a completa negligência da prática do bem. Os pe-cados de omissão são vistos como até mais condenáveis do que os pecados da comissão. A porta se fecha contra as virgens néscias por sua negligên-cia; o servo inativo é posto fora como alguém que não presta para nada por não ter feito nada; e os da esquerda são punidos severamente por deixarem de observar as muitas oportunidades que lhes foram dadas”. Martin Luther King disse: “Não me impressiona o grito dos maus, mas, sim, o silêncio dos bons”. Que recebamos do Senhor as seguin-tes palavras: “Muito bem, servo bom e � el; foste � el no pouco, sobre o muito te colocarei: entra no gozo do teu se-nhor” (Mt 25.23).

APLICAÇÕES PARA A VIDA

1 O cristão genuíno tem certeza de que Cristo está voltando. Este fato demanda

a prontidão. Sabemos que sofreremos por causa do seu nome. O cerco está se fe-

2 Jesus nos deixou dons e talentos e prometeu voltar para o ajuste de contas.

O que temos feito com eles?

3

que não estiverem em Cristo (os bodes) serão condenados e irão para o inferno,

importa com as pessoas perdidas sem Cristo?

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60 COMPROMISSO 2T13

EBD 13 30 de junho

A morte e a ressurreição de Jesus são pontos fundamentais da fé cristã. Nesta porção das Escrituras aborda-remos a paixão do Rei que se entrega por nós; o preço da traição; o sofri-mento atroz do Messias, profetizado por Isaías 53, a sua morte vergonhosa por cruci� cação; a sua ressurreição; a missão de fazê-lo conhecido e a pro-messa de que ele estará conosco até a consumação dos séculos.

A ÚLTIMA PÁSCOA (Mt 26.1-30)

O Senhor se prepara para o seu so-frimento profetizado em Isaías 53. Os acontecimentos registrados em 26.1-5 se deram na quarta-feira. A páscoa era a antiga festa religiosa judaica que re-lembrava a libertação do Egito.

Caifás, sumo sacerdote de 18-36 d.C., genro e sucessor de Anás, lide-rou uma reunião para planejar a mor-te de Jesus (v. 3-5).

O Mestre está na casa de Simão, o leproso, à mesa, inclinado, quase deita-do, tendo como base um dos cotovelos. A mulher chegou por trás e ungiu a ca-beça de Jesus (v. 6,7; Lc 7.36-50).

Os discípulos interpretaram a ati-tude da mulher de uma forma tacanha (v. 8,9). Há tanta gente assim em nossas igrejas. Jesus lhes chama a atenção (v. 10) e faz uma interpretação extraordi-nária (v. 11-13). Aprendamos com ela.

Judas inicia a triste história da trai-ção, acertando o seu valor – Trinta moedas de prata (v. 14,15). Já com o dinheiro da traição em mãos, Judas pro-cura agora o momento oportuno para

DIA A DIA COM A BÍBLIA

Segunda

Mateus

26.1-30

Terça

Mateus

26.31-56

Quarta

Mateus

26.57-75

Quinta

Mateus

27.1-31

Sexta

Mateus

27.32-56

Sábado

Mateus

27.57-66

Domingo

Mateus

28.1-20

“Não está aqui, porque ressurgiu”

Morte e ressurreição de Jesus e desa� os � nais aos seus discípulos

Texto bíblico Texto áureo

Page 62: Compromisso JUERP

2T13 COMPROMISSO 61

entregar o Senhor aos religiosos judeus (v. 16).

Jesus faz uma pergunta aos dis-cípulos (v. 17). Ele já havia acertado tudo para comer a páscoa com eles (v. 18-20). Chegada a tarde, pôs-se ele à mesa com eles e identi� ca o traidor (v. 20-25).

Em seguida, o Senhor celebra a Ceia (v. 26-29), que é um memorial da sua morte e ressurreição. Ele faz uma belíssima promessa no versículo 29. Ao saírem dali, cantaram um hino e foram para o Monte das Oliveiras (v. 30). Provavelmente, cantaram par-te dos Salmos 115-118, o tradicional Hallel (“Louvor”) da páscoa.

O PREÇO DA TRAIÇÃO (Mt 26.31-56)

Cristo fala da sua prisão e do seu sofrimento e a dispersão dos que o se-guiam (v. 31). Fala da sua ressurreição e o encontro na Galileia (v. 32). Pedro se levanta e duas vezes promete � delidade a Jesus (v. 33,35). No versículo 35, os outros discípulos dizem o mesmo. Je-sus prediz a negação de Pedro (v. 34).

O Senhor agora chega ao Getsema-ne (prensa de óleo ou azeite), no Monte das Oliveiras. É neste jardim que Jesus trava uma luta ferrenha entre fazer a sua vontade e a vontade do Pai (v. 39). Esta é a nossa luta diária, implacável. Jesus foi orar e quando se volta para os discípulos os vê dormindo (v. 40). O Mestre orou três vezes e três vezes os encontrou dor-

mindo (v. 40,43,45). Para os que estão dormindo, temos a exortação do Se-nhor (v. 41).

Jesus é preso como um fora da lei, um bandido (v. 47-56). Não rea-giu negativamente (v. 53-56). Todos os discípulos o deixaram e fugiram (v. 56).

JULGAMENTO E CONDENAÇÃO

(Mt 26.57-27.26)

Jesus foi preso e Pedro o seguia de longe (v. 58). Os líderes religiosos bus-cavam um testemunho falso contra o Mestre, mas ele guardou silêncio (v. 59,63). Consideraram-no réu de morte (v. 66). Foi humilhado, cuspido, mal-tratado e esbofeteado covardemente (v. 67-68).

Em seguida, Pedro foi identi� cado e negou que era discípulo de Jesus (v. 69-74). Após negar três vezes, o galo cantou (v. 74). Ao lembrar-se da palavra de Jesus que ele o negaria, Pedro chorou amargamente (v. 75). Jesus foi entregue ao governador Pilatos (27.1). Em segui-da, Judas, sabendo da condenação de Je-sus e tocado de remorso, atirou as trinta moedas no santuário e foi enforcar-se (v. 3-6). O dinheiro não foi aceito como oferta no santuário porque estava con-taminado de sangue. Jesus é conduzido a Pilatos (v. 11-26). O governador reco-nheceu a inocência dele, mas o povo, li-derado pelos líderes religiosos, resolveu cruci� car o Senhor (v. 15-25).

Page 63: Compromisso JUERP

62 COMPROMISSO 2T13

CRUCIFICAÇÃO, SEPULTAMENTO E RESSURREIÇÃO (Mt 27.26-28.15)

Jesus inicia a sua Via Crúcis – o ca-minho da cruz, do sofrimento atroz em nosso lugar. Ele foi ! agelado por um chicoteamento com ! agrum – um chicote com várias tiras de couro cri-vadas de pedaços de osso ou metal. Os romanos usavam este método com os assassinos e traidores (v. 26). Levaram-no para o pretório, que era a residência de Pilatos em Jerusalém. Toda a coorte (en-tre 300 e 600 soldados) estava ao seu redor (v. 27).

Líderes religiosos e a sociedade se uniram contra Jesus e o * zeram sofrer muito. Escarneceram dele e o espan-caram (v. 29,30). Tudo ele suportou por nós. Em seguida, o levaram para ser cruci* cado (v. 31). “A cruci* ca-ção era um método lento e doloroso de execução que os romanos haviam adotado dos fenícios. A vítima nor-malmente morria depois de dois ou três dias de sede, exaustão ou expo-sição ao sol, vento e clima. As mãos eram frequentemente cravadas à barra transversal, que era alçada e a* xada à barra vertical onde os pés eram então cravados. Uma pequena tábua, sobre a qual o cruci* cado se assentava, sus-tentava o peso do corpo. A morte era ocasionalmente apressada por meio da fratura das pernas, mas isso não aconteceu com Cristo ( Jo 19.33)”.

Jesus estava muito fraco em função do sofrimento atroz que lhe impuse-ram. Simão Cireneu, de Cirene, capi-tal da Cirenaica, no norte da África, foi obrigado a carregar a parte trans-versal da cruz. Finalmente, o levaram para o Gólgota, que signi* ca Caveira (v. 33). Deram-lhe de beber vinho e fel, que era uma espécie de analgé-sico para aliviar as dores, mas Jesus não quis beber, preferindo enfrentar a morte com o pleno uso das suas facul-dades (v. 34). Por cima da sua cabeça puseram uma escrita que tinha uma acusação: “ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS” (v. 37). Para os sol-dados romanos, tal acusação signi* ca-va insurreição. Pregado na cruz, Jesus é alvo de escárnio, zombaria e despre-zo (v. 39-44).

Da hora sexta (meio-dia) até a hora nona (três da tarde) houve trevas sobre toda a terra. Por volta da hora nona, o Senhor Jesus clamou em alta voz dizendo: Eli, Eli, lemá Sabactâ-ni, que quer dizer: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (v. 46). Foi nesse momento que o Pai vi-rou as costas para o Filho porque ele se tornou fealdade ou feiura absoluta, se tornou pecado por nós (Is 53.1-4; 2Co 5.21). Jesus clamou outra vez com grande voz e entregou o espírito (v. 50). O Senhor Jesus não foi morto diretamente por alguém, tampouco foi vencido por processos naturais. Ele entregou o seu espírito. Meditemos em João 10.17,18.

Page 64: Compromisso JUERP

2T13 COMPROMISSO 63

Com a morte de Jesus, algumas coisas impressionantes aconteceram (v. 51-53). O rasgar do véu signi� ca a abertura de um novo e vivo caminho pela obra de Jesus na cruz (Hb 10.20; Ef 2.11-22). O o� cial romano e seus comandados, pos-suídos de temor, disseram: “Verdadeira-mente este era Filho de Deus” (v. 54). Es-tavam ali mulheres íntegras e servidoras que o acompanhavam desde a Galileia (v. 55,56).

José de Arimateia, que era também discípulo, foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus e o governador mandou en-tregar (v. 58). Em seguida, tomou to-das as providências para sepultar Jesus (v. 59-66).

No primeiro dia da semana, o Se-nhor ressuscitou (v. 1-6). O que ele havia prometido em 26.32 se cumpriu (28.7,10). Maria Madalena e a outra Maria tiveram a experiência singular ao ver o Senhor ressuscitado (v. 9,10).

Podemos notar nos versículos 11 a 15 a desonestidade dos religiosos judeus em relação à ressurreição de Jesus.

MISSÃO DADA AOS DISCÍPULOS E A PROMESSA

DE JESUS (Mt 28.16-20)

Como Jesus havia determinado, os discípulos foram para a Galileia, re-gião norte da Palestina (v. 16). Ao se apresentar diante deles, houve duas re-ações: adoração e dúvida (v. 17). Estas palavras não combinam. São excluden-tes. A adoração é fruto da certeza, da fé.

Temos agora a chamada “Grande comissão” (v. 18-20). Jesus deu uma mis-são a eles e a nós também. O Senhor usa o absoluto: toda autoridade; to-das as nações; todas as coisas e todos os dias. Jesus tem todo o domínio. Ele quer que sejamos obedientes no cum-primento da missão. Debaixo da sua autoridade, façamos discípulos, ensi-nando-os e batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

É significativo lembrar que Mateus inicia com o Emanuel, Deus conosco (1.23), e termina com a promessa de Jesus: Estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos (28.20).

APLICAÇÕES PARA A VIDA

1 Os sofrimentos de Jesus, antes da sua morte e ressurreição, devem nos levar

a avaliar a nossa vida cristã. Todo o seu sofrimento nos mostra que o discípulo não

agradecemos as lições aprendidas?

2 jamais".

3 Jesus nos deixou uma ordem para ser cumprida. Não transformemos a Gran-

de comissão na Grande omissão.

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64 COMPROMISSO 2T13