Artigo Reviso

Comunicao como instrumento bsico no cuidarhumanizado em enfermagem ao paciente hospitalizado

Communication as a basic instrument in providing humanized nursing care for the hospitalizedpatient

La comunicacin como el instrumento bsico en el cuidar humanizado en enfermera al pacientehospitalizado

Gilvnia Smith da Nbrega Morais1, Solange Ftima Geraldo da Costa2, WilmaDias Fontes2, Alan Dionizio Carneiro3

RESUMOA humanizao uma expresso que vem sendo comumente usada no sentido de associao dos recursos tecnolgicos ao reconhecimento daindividualidade do paciente, compreendido como ser integral e ao mesmo tempo singular em suas necessidades. Considerando que a humanizaodo cuidado em enfermagem vem sendo bastante enfatizada nas instituies de sade e que a comunicao permite equipe compreender asnecessidades do paciente vulnerabilizado pela doena e hospitalizao, surge a necessidade de refletir a respeito da relevncia da comunicao noprocesso do cuidar humanizado em enfermagem. Sob esse prisma, o presente estudo, de natureza bibliogrfica, teve por objetivo destacar acomunicao como instrumento bsico no processo do cuidar humanizado em enfermagem ao paciente hospitalizado. A partir desta pesquisa osautores ressaltam a valorao do processo de comunicao como componente bsico na humanizao do cuidado em enfermagem.Descritores: Humanizao da assistncia hospitalar; Enfermagem/organizao & administrao; Comunicao

ABSTRACTHumanization is a term that is commonly used in association with technological resources and patient individuality, which considers patientsholistic and uniqueness needs. Humanization of nursing care has being emphasized in healthcare. Communication is a key factor that allowsthe healthcare team to understand the hospitalized patients needs. Thus, there is a need to reflect upon the relevance of communication toprovide quality humanized nursing care. Focusing on these aspects of nursing care, the objective of this bibliographic study was to describethe relevance of communication as basic instrument in providing humanized nursing care for the hospitalized patient. The study emphasizesthe importance of communication as a fundamental component of humanized nursing care.Keywords: Humanization of assistance; Nursing/organization & administration Communication

RESUMENLa humanizacin es una expresin que comnmente viene siendo usada en el sentido de asociacin de los recursos tecnolgicos al reconocimientode la individualidad del paciente, comprendido como ser integral y al mismo tiempo singular en sus necesidades. Considerando que lahumanizacin del cuidado en enfermera est siendo enfatizada en las instituciones de salud y que la comunicacin permite al equipocomprender las necesidades del paciente vulnerabilizado por la enfermedad y la hospitalizacin, surge la necesidad de reflexionar respecto ala relevancia de la comunicacin en el proceso del cuidar humanizado en enfermera. Bajo este prisma, en el presente estudio, de naturalezabibliogrfica, se tuvo por objetivo destacar la comunicacin como instrumento bsico en el proceso del cuidar humanizado en enfermera, alpaciente hospitalizado. A partir de esta investigacin los autores resaltan la valoracin del proceso de comunicacin como componente bsicoen la humanizacin del cuidado en enfermera.Descriptores: Humanizacin de la atencin; Enfermera/organizacin & administracin; Comunicacin

Autor Correspondente: Gilvnia Smith da Nbrega MoraisR. Prof. Rita Miranda, 228 - Jd. Treze de Maio - Joo Pessoa - PBCEP. 58025-208 E-mail: ga_anjim@hotmail.com

Artigo recebido em 01/08/2008 e aprovado em 01/12/2008

Acta Paul Enferm. 2009;22(3):323-7.

1 Mestre, Professora do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande UFCG Campina Grande (PB), Brasil.2 Doutora, Professora dos Cursos de Graduao e Ps Graduao em Enfermagem do Centro de Cincias da Sade da Universidade Federal da Paraba UFPB - Joo Pessoa (PB), Brasil.3 Ps-graduando (Mestrado) do Programa de Ps- Graduao em Enfermagem da Universidade Federal da Paraba UFPB - Joo Pessoa (PB), Brasil.

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INTRODUO

A internao hospitalar percebida como sendo umaexperincia desagradvel por quem a vivencia, uma vezque permeada pelo medo do desconhecido, pela utilizaode recursos tecnolgicos, muitas vezes invasivos edolorosos, pelo uso de uma linguagem tcnica e rebuscadaque aumenta a ansiedade do ser doente no que tange a seuquadro patolgico, pela inquietao em estar em umambiente estranho de estruturas rgidas que o descaracteriza,partilhando o mesmo espao fsico com pessoas fora deseu convvio familiar e ainda pela preocupao com suaevoluo clnica(1).

Somada a essa problemtica, no mbito da sade adoena passou a ser o cerne do saber reconhecidocientificamente, sobrelevando-se ao interesse pelo ser noqual ela se desenvolve(2). Com base nesse entendimento,o paciente rotulado pela doena a que est acometido,com nfase em seus sintomas e prognstico, bem comose observa uma valorizao exacerbada do fazer, emdetrimento do ser humano fragilizado pelo adoecimento.

Durante o processo de adoecimento e hospitalizao,a ateno da equipe de sade dirige-se essencialmente paraa doena e no para o indivduo doente. Assim, aindividualidade de cada paciente silenciada, no havendoespao para um cuidado que reconhea seus medos,inseguranas, preocupaes, necessidades, angstias eincertezas, ou mesmo que garanta a participao dopaciente como um indivduo autnomo, que tenha aliberdade de expressar o que sente, percebe e pensa sobrea sua condio de ser doente(3).

Desse modo, no mundo hodierno, a humanizaoapresenta-se como uma demanda crescente no resgateao cuidado como um processo de respeito e valorizaodo ser humano.

Humanizar significa acolher o paciente em sua essncia,a partir de uma ao efetiva traduzida na solidariedade,na compreenso do ser doente em sua singularidade e naapreciao da vida. abrir-se ao outro e acolher, solidriae legitimamente, a diversidade, tornando o ambiente maisagradvel e menos tenso, de forma a proporcionar aopaciente um atendimento mais seguro, afetuoso e terno.

Com efeito, no mbito hospitalar, fazem-se necessriosprofissionais que desenvolvam as habilidades emocionais,e que sejam capazes de sensibilizar-se com as situaesvivenciadas em seu cotidiano, evitando prestar um cuidadotecnicista, mas preparados para oferecer um cuidadohumanizado ao cliente, sem explorao, domnio oudesconfiana(4).

A expresso humanizao vem sendo comumenteempregada no sentido de associao dos recursostecnolgicos ao reconhecimento da individualidade dopaciente, compreendido como ser integral e, ao mesmotempo singular, em suas necessidades.

No mbito do cuidado, a humanizao encontrarespaldo na prtica profissional responsvel, no esforode tratar as pessoas respeitando suas reais e potenciaisnecessidades; reconhecendo o paciente comocoparticipante em seu processo de cura e reabilitao(5-6).

Portanto, o cuidado humanizado pressupe habilidadetcnica do profissional de sade no exerccio de suasfunes, alm de competncia pessoal evidenciada nacapacidade de perceber e compreender o ser pacienteem sua experincia existencial, satisfazendo suasnecessidades intrnsecas; favorecendo sobremaneira umenfrentamento positivo do momento vivido, alm depreservar a sua autonomia, ou seja, o direito de decidirquanto ao que deseja para si, para sua sade e seu corpo,por ser este direito uma das primeiras coisas diminudasou perdidas quando se adoece.

oportuno destacar que a humanizao do cuidadoem sade perpassa pelo respeito individualidade dapessoa, ao mesmo tempo em que suscita uma percepoholstica deste ser, extrapolando a compreensobiologicista da doena e contemplando os aspectospsicolgicos, sociais e espirituais que, direta ouindiretamente, influenciam no processo sade-doena.

A enfermagem, como profisso da rea de sade quepermanece mais tempo ao lado do cliente, tendo comoobjeto de trabalho o cuidado que procura estabelecervnculo, promover o encontro, construir relaes econhecer o outro(7), deve ser uma facilitadora napromoo da sade e do bem-estar bio-psico-scioespiritual e emocional do cliente, conduzindo-o smelhores formas de enfrentamento do processo dedoena e hospitalizao.

Para tanto, o cuidado em enfermagem deve serprestado de forma humana e holstica e sob a luz de umaabordagem integrada, sem excluir o cuidado emocional,mais abrangente e personalizado aos seus clientes,vislumbrando uma assistncia de qualidade. Todavia, asaes de Enfermagem s tm significado quando ocuidado resultante de um processo interativo, no qual aintencionalidade do agir e o conhecimento do que se esperade cada um no processo de cuidar sejam manifestadas(8).

Desse modo, os profissionais de enfermagem devemutilizar a comunicao como instrumento para humanizaro cuidado, dialogando com o paciente visando esclarecerdvidas quanto ao seu tratamento, exames diagnsticosou procedimentos clnicos, minimizando sua ansiedadecausada pela sua condio de passividade imposta peladoena e hospitalizao.

A interao dialgica entre o cuidador e o ser cuidadose apresenta como uma possibilidade de construo deprticas assistenciais humanizadas, logo, inegvel arelevncia da comunicao como a mola impulsionadorano que concerne humanizao do cuidado emenfermagem, visto que possibilita equipe compreender

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as necessidades do ser paciente vulnerabilizado peladoena e hospitalizao.

Diante do exposto, o presente estudo teve por objetivodestacar a comunicao como instrumento bsico noprocesso do cuidar humanizado em enfermagem aopaciente hospitalizado.

MTODOS

Trata-se de uma pesquisa de natureza bibliogrfica,consubstanciada na literatura pertinente ao tema proposto.Cumpre assinalar, que a modalidade deste tipo de estudofundamenta-se a partir da disseminao de contribuiestericas a respeito de um determinado assunto(9). Assimsendo, para a efetivao deste trabalho, os autores seguiramos seguintes passos metodolgicos.

Na primeira etapa, foi realizado um levantamento domaterial bibliogrfico sobre a temtica do artigo proposto,a partir de uma extensa reviso de literatura que ocorreuno primeiro trimestre de 2008. Foram includas fontesimpressas e on-line, a exemplo de livros e artigos deperidicos, produzidos at maro do referido ano,totalizando aproximadamente trinta refernciascontemplando a temtica.

No que se refere ao acesso s referncias impressas,ressalta-se que algumas delas foram adquiridas no acervoda Biblioteca do Programa de Ps-Graduao emEnfermagem da Universidade Federal da Paraba, e asdemais, no arquivo pessoal dos pesquisadores. As refernciason-line foram obtidas na base de dados Scientific ElectronicLibrary Online SciELO; Literatura Latino-Americana edo Caribe em Cincias da Sade LILACS e LiteraturaInternacional em Cincias da Sade MEDLINE.

Em seguida, foi selecionada, criteriosamente, toda abibliografia considerada relevante e pertinente ao objetivoproposto para o estudo. Portanto, elegeu-se, para elaboraodeste trabalho, o material bibliogrfico que versava sobre acomunicao como um instrumento bsico na prtica decuidado ou sobre a comunicao como uma ferramentapara humanizao da assistncia, sendo este o critrio deincluso utilizado pelos pesquisadores para elaborao desteartigo de reviso de literatura.

Em seguida, por meio de uma leitura atenta e minuciosade cada material, foram destacados trechos de acordo comcada tpico explorado e suas respectivas referncias, tendoem vista a viabilizao da referida pesquisa, a partir daelaborao de um texto preliminar, contemplando ospontos principais do estudo proposto.

Aps a elaborao deste, os autores buscaramidentificar lacunas no que tange a sua coerncia estrutural,subsidiando, subseqentemente, a redao final dorelatrio da pesquisa.

Cumpre assinalar que os pesquisadores levaram emconsiderao as observncias ticas contempladas no Cdigo

de tica dos Profissionais de Enfermagem Resoluo n.311/2007(10) do Conselho Federal de Enfermagem, no quese refere elaborao de trabalhos cientficos.

REVENDO A LITERATURA

A comunicao inerente ao comportamento humanoe permeia todas as suas aes no desempenho de suasfunes. Etimologicamente, o termo comunicar provmdo latim comunicare e significa pr em comum. Portanto, acomunicao pode ser entendida como um processo detroca e compreenso de mensagens enviadas e recebidas,a partir das quais as pessoas se percebem, partilham osignificado de idias, pensamentos e propsitos(11).

Comunicao envolve competncia interpessoal nasinteraes e a base do relacionamento entre seres humanos,alm de ser um processo vital e recproco capaz deinfluenciar e afetar o comportamento das pessoas(12).

O ato comunicativo, enquanto fenmeno interativo einterpretativo revela a relao necessria entre os sereshumanos uma vez que a partir do processocomunicacional que compartilhamos vivncias, angstiase inseguranas ao mesmo tempo em que satisfazemosnossas necessidades enquanto seres de relao.

Portanto, a comunicao um importante fator nacompreenso do mico, ou seja, do vivido pelas pessoas,sendo essencial para um cuidado em enfermagem quevislumbre melhor assistncia ao paciente que estvivenciando a ansiedade e o estresse decorrentes doprocesso de doena e hospitalizao.

A comunicao no cenrio hospitalar permite umcuidar autntico ao paciente, e no um simples tratar,porquanto permite a este exteriorizar suas necessidadesna busca de solues, com nfase em sua individualidade,promovendo um relacionamento interpessoal comoproposta de minimizar o processo de despersonalizaoexperienciado pelo ser hospitalizado a partir de umcuidado integral, percebendo o ser humano como serbiolgico, psicolgico, social e espiritual e no como umser fragmentado em seus sistemas funcionais.

Nesse enfoque, o cuidado em enfermagem como umaprtica assistencial humanizada, deve estar centrado nanecessidade de comunicao como estratgia deaproximar paciente-equipe, na reconstruo dorelacionamento entre o profissional de enfermagem e oser humano hospitalizado, repercutindo diretamente naqualidade do servio prestado pelas instituies de sadee no modo como este percebido pelo usurio.

A comunicao em enfermagem exercendo, umimportante papel no que tange a um cuidado competentee humanitrio, deve atingir um sentido mais amplo queprivilegie o paciente por meio de um relacionamentoteraputico, entendido como um processo interativo epersonalizado, envolvendo afinidade, compreenso e

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aceitao entre o enfermeiro e o paciente(13). Denota-seda, que o dilogo s ser cuidado se afetar o outronaquilo que o outro espera e deseja(7).

Com base nesse entendimento, necessrio que osprofissionais de enfermagem busquem se comunicar como paciente de modo atencioso, com respeito, utilizandouma linguagem acessvel, bem como priorizando acomunicao no-verbal; estabelecendo umacomunicao genuna, bem como oferecendo elementosnecessrios para a satisfao do ser pacientevulnerabilizado pelo processo de hospitalizao, aopropiciar um cuidado que auxilie o paciente a descreversua vivncia, priorizando o que ele pensa e sente.

Deste modo, a comunicao na relao paciente-profissional de enfermagem mostra-se como uminstrumento bsico na construo de estratgias quealmejem um cuidado humanizado como, por exemplo,utilizao de uma linguagem acessvel, valorizao daescuta atentiva, de um sorriso que expresse confiana, deum olhar que demonstre tranqilidade, de um toquecarinhoso que proporcione apoio e conforto, e umapalavra de nimo que eleve a auto-estima do paciente.

No tocante comunicao como instrumento parahumanizao do cuidar em enfermagem, essencial quea equipe desenvolva a sua percepo e sensibilidade, paraaproximar-se do outro e possibilitar a expresso plenado que comunica e do que comunicado, refletindo-seem um cuidado diferenciado(8).

oportuno destacar, que a promoo de um cuidadohumano perpassa por um processo comunicativo eficazentre profissional de enfermagem-paciente, expresso deforma verbal ou no-verbal e percebido a partir de umuniverso de significao comum no desenvolvimento daprtica de enfermagem, tendo como fio condutor a artede compreender e compartilhar mensagens enviadas erecebidas(1,14).

No processo comunicativo, importante salientarainda que a comunicao verbal e no-verbal fortalecemo vnculo afetivo entre o profissional de enfermagem e opaciente, proporcionando uma relao intersubjetiva comnfase nas necessidades individuais de cada ser doente.

Neste contexto, inegvel o valor da comunicaoverbal na relao profissional de enfermagem e paciente,visto que a linguagem bem postulada compreenso doser cuidado permite a este obter informaes no queconcerne a sua doena, tratamento clnico e prognstico,oferecendo elementos para satisfao do paciente umavez que se consubstancia numa forma de esclarecerquestes suscitadas, bem como auxilia na descrio daexperincia vivida pelo ser doente(13).

Por outro lado, a comunicao no-verbal permiteaos profissionais de enfermagem reconhecer os reaissentimentos dos pacientes diante da hospitalizao, almde ser um recurso importante no que tange apreenso

de dvidas emanadas no decorrer do processo decomunicao que deve ser efetivado a partir de umarelao de confiana entre pessoas. Por meio dacomunicao no-verbal, possvel perceber dificuldadesde verbalizao, insatisfaes do ser doente quanto aocuidado que vem recebendo, uma vez que nessacomunicao observa-se um processo de exteriorizaodo ser psicolgico(15).

A comunicao no-verbal, enquanto linguagemcorporal, destituda de palavras, mas cheia de expressoe significados, percebida como uma forma complexade interao interpessoal, da qual temos poucaconscincia, ocorrendo, por vezes, margem de nossocontrole, cujo conhecimento amplia nossa percepoprofissional e mais um instrumento para melhorar aqualidade da assistncia de enfermagem(16).

Urge destacar que a comunicao teraputicaconsubstanciada na linguagem verbal e no-verbal contribuipara a prtica de um cuidado humano em enfermagem epropcia um espao de aprendizagem para o paciente.Assim, possibilitar maior aproximao entre paciente eenfermeiro, pautada em uma relao de confiana.

Ao estabelecer um dilogo com o paciente hospitalizadocomo um instrumento para um cuidado humanitrio, oprofissional de enfermagem convidado a ouvir comcordialidade as necessidades deste, dando liberdade paraele abalizar solues, proporcionando, subseqentemente,bem-estar ao perceber que algum se preocupa com suacondio de ser vulnerabilizado pela doena.

Nesse sentido, fundamental instaurar aspectoscomunicacionais entre os profissionais de enfermagem eo paciente, gerando satisfao e um cuidado efetivo,acolhendo o ser doente como pessoa que temnecessidade de se relacionar e expressar suas angstias,seus medos, dvidas, principalmente no que concerne asua condio de ser passivo, imposta pela hospitalizao.

Assim, o princpio da comunicao, capacidade doser humano inter-relacionar-se com os outros, reivindicados profissionais de enfermagem esforos para que estaseja de plena assimilao e presteza, sem rachadurasocasionadas por preconceitos pessoais do profissional,bem como comportamentos autoritrios deste, uma vezque o processo comunicativo se apresenta como umaforma de estabelecer a relao de ajuda ao paciente, diantedo processo sade-doena vivenciado.

CONSIDERAES FINAIS

O mundo hodierno exige profissionais de sade cadavez mais capacitados, principalmente do ponto de vistatecnolgico, exigindo atributos e conhecimentos pararesponder s demandas impostas pelos avanos tcnico-cientficos. Dessa forma, as interaes interpessoaisacabam por assumir uma condio inferior,

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predominando a razo sobre a emoo, valorizando oter em detrimento do ser.

Logo, imperiosa a promoo de um cuidarhumanizado que preserve a dignidade do ser paciente,percebendo-o de forma holstica e integral, caracterizandoum encontro teraputico, a partir do qual o cuidador develevar em considerao as fraquezas que atingem o paciente.

Considerando que a enfermagem se apresenta comoum encontro entre o ser que cuida e o ser cuidado, possvel destacar que esta profisso exerce um papelfundamental na prtica do cuidar humanizado a partir deuma interao efetiva com o paciente hospitalizado,oportunizando uma comunicao genuna como umprocesso que visa criao de espaos que viabilizem asatisfao do ser doente em suas necessidades, ao permitira este partilhar sua vivncia, angstias, medos, ansiedadee inseguranas. Nesse enfoque, o cuidado, no sentido deuma prtica assistencial humanizada, deve estar centradona necessidade de comunicao como estratgia deaproximar o cuidador do ser cuidado.

A comunicao em enfermagem, ao permitir aconstruo de identidades subjetivas, colabora para umaassistncia de qualidade e humana que perpassa pelavalorizao do paciente em sua dignidade, considerando-o como um ser nico com caractersticas e necessidadesque lhes so inerentes.

Nessa perspectiva, a comunicao se apresenta comoum instrumento valoroso para um cuidado genuno ehumanizado uma vez que auxilia na descrio ecompreenso da experincia vivida pelo ser humano,vulnerabilizado pelo processo de adoecimento ehospitalizao, a partir de uma interao efetiva entre estee o profissional de enfermagem.

Vale ressaltar que a comunicao, como instrumentobsico para a humanizao da assistncia em enfermagemao doente, deve ser percebida, tanto a partir da linguagemverbal quanto da no-verbal, visto que a observao dosistema de comunicao verbal possibilita ao profissionalde enfermagem, na relao com o paciente, percebercaractersticas do no-verbal, reveladas em sinais, gestose movimentos que expressam mensagens e, dessa forma,compreender as necessidades reais do paciente.

Com este estudo, no se teve por finalidade produzirum novo conhecimento no mbito da enfermagem, mas,avivar discusses acerca da comunicao na prtica deenfermagem, com vistas a sua real efetivao. Emboramuito discutida no cenrio acadmico, pouco vivida,reafirmando-se a relevncia e o reconhecimento destacomo instrumento bsico na promoo do cuidarhumanizado em enfermagem, por permitir a expressointrapessoal do paciente e possibilitar o compartilhar desituaes entre este e os profissionais de enfermagem.

REFERNCIAS

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