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COMUNICAÇÃO TÉCNICA ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 171656 Pirólise rápida como alternativa para produção de biocombustíveis Ana Paula de Souza Silva Gerhard Ett Pôster apresentado na 4.Escola de Combustão, Belém, 2013 . A série “Comunicação Técnica” compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública. ___________________________________________________________________________________________________ Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A - IPT Av. Prof. Almeida Prado, 532 | Cidade Universitária ou Caixa Postal 0141 | CEP 01064-970 São Paulo | SP | Brasil | CEP 05508-901 Tel 11 3767 4374/4000 | Fax 11 3767-4099 www.ipt.br

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COMUNICAÇÃO TÉCNICA ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

171656

Pirólise rápida como alternativa para produção de biocombustíveis Ana Paula de Souza Silva Gerhard Ett

Pôster apresentado na 4.Escola de Combustão, Belém, 2013 .

A série “Comunicação Técnica” compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública. ___________________________________________________________________________________________________

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A - IPT

Av. Prof. Almeida Prado, 532 | Cidade Universitária ou Caixa Postal 0141 | CEP 01064-970

São Paulo | SP | Brasil | CEP 05508-901 Tel 11 3767 4374/4000 | Fax 11 3767-4099

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Hilton Belém Hotel 24 a 29 de junho de 2013 Belém-Pará

Realização: Apoio:

INTRODUÇÃO Em termos energéticos, biomassa é todo recurso renovável originado de

matéria orgânica, principalmente vegetal, utilizado para a produção de

energia, tendo como vantagem o aproveitamento direto, que pode ser feito

com a queima em fornos ou caldeiras e, ainda, em sistemas melhorados

como gaseificação e pirólise.

A pirólise rápida de materiais lignocelulósicos é um dos processos

termoquímicos de conversão de biomassa visando a otimização de produtos

líquidos. Segundo Aguado (1999) e Perez (2004), o maior rendimento líquido

é obtido em temperatura moderada e baixo tempo de residência. De acordo

com Bridgwater (2001), as condições operacionais da pirólise rápida

necessitam de temperaturas na faixa de 450 a 550ºC com curtos tempos de

residência dos vapores e biomassa com baixa granulometria produzindo

75% de líquidos, 12% de finos de carvão e 13% de gás.

Este trabalho foi realizado com o objetivo de abordar as possibilidades da

utilização do processo de pirólise rápida como alternativa para produção de

biocombustíveis.

MEDODOLOGIA A metodologia utilizada consistiu no levantamento e análise do estado da

arte sobre o processo de pirólise rápida considerando: as bases de dados

disponíveis no portal de periódicos da Capes; bibliotecas digitais de teses e

dissertações de universidades nacionais e internacionais; bancos de dados

bibliográficos das principais instituições de pesquisa e ensino superior

nacionais e internacionais, entre outros, direcionados para as palavras-

chaves: pirólise rápida, biomassa, bio-óleo e reatores.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A biomassa de materiais lignocelulósicos possui misturas complexas de

polímeros naturais de carboidratos que são a celulose, hemicelulose, lignina,

extrativos e cinzas. A composição da biomassa influenciará na distribuição

dos produtos obtidos por meio de pirólise rápida. De acordo com Arruda

(2009), a lignina, por exemplo, se decompõe no intervalo de uma ampla faixa

de temperatura comparada à celulose e à hemicelulose, que se degradam

rapidamente em faixas de temperaturas mais estreitas. A taxa e extensão da

decomposição de cada um destes componentes dependem dos parâmetros

do processo, tais como a temperatura e pressão do reator, além da taxa de

aquecimento da biomassa.

BagaçPlantio de Eucalipto. Foto Ana Silva

Figura 1: Bagaço de cana-de-açúcar. Foto: Weber Sian. Figura 2: Plantio de Eucalipto. Foto Ana Silva

No Brasil pelas condições favoráveis há abundância de biomassas que podem ser

plantadas como o eucalipto (Figura 1) e capim elefante e, ainda pode se utilizar os

resíduos florestais ou agrícolas como é o caso do bagaço (Figura 2) e da palha da

cana-de-açúcar.

.

De acordo com Bridgwater (2011), as principais características do processo

de pirólise rápida, visando máximas quantidades de líquido pirolítico (bio-

óleo) são:

• Altas taxas de aquecimento e de transferência de calor, requerendo uma

biomassa finamente moída;

• Temperatura de reação controlada em torno de 500°C;

• Baixo tempo de residência dos vapores, tipicamente menor que 2

segundos;

• Resfriamento rápido dos vapores.

O processo de pirólise rápida compreende ainda uma fase de secagem da

biomassa a teores de até 10% e uma de moagem da biomassa para obter

tamanho de partículas suficientemente pequeno.

Um dos componentes mais importantes do equipamento de pirólise rápida é

o reator e, há uma grande variedade de configurações de reatores sendo

pesquisados que mostram diversidade e inovação no cumprimento dos

requisitos básicos do processo de pirólise rápida. Segundo Bridgwater

(2011), o melhor reator ainda não está estabelecido, sendo que a maioria

apresenta rendimentos líquidos entre 65 e 75%.

O principal produto da pirólise rápida é o bio-óleo, conhecido também como

óleo de pirólise, bio-óleo bruto, alcatrão pirolítico, alcatrão pirolenhoso, licor

pirolenhoso, líquido de madeira, óleo de madeira, condensado da fumaça e

destilado da madeira. Trata-se de um líquido de coloração marrom escura,

quase negra, e odor característico de fumaça com composição química

elementar próxima à da biomassa. Segundo Almeida (2006), o bio-óleo é

uma mistura complexa de compostos oxigenados com uma quantidade

significativa de água. O bio-óleo apresenta características bem diferentes do

óleo combustível originário de fonte fóssil, como por exemplo menor poder

calorífico e maior densidade.

O bio-óleo pode ser utilizado como um substituto de óleo combustível ou

diesel em aplicações estáticas, incluindo caldeiras, máquinas, fornos e

turbinas (BRIDGWATER e PEACOCKE, 2000). Para queima em motores a

diesel, as principais dificuldades são a difícil ignição, formação de coque e

corrosividade. Para o uso direto em máquina à diesel, o bio-óleo precisa ser

aperfeiçoado ou misturado (HUBER et al., 2006). Experiências relevantes no

uso de bio-óleo para geração de eletricidade foram recentemente relatadas

por Chiaramonti et al. (2007). Vários produtos químicos incluindo

flavorizantes, hidroxi-acetaldeído, resinas e agroquímicos e fertilizantes

podem ser também extraídos ou derivados do bio-óleo. Outra alternativa

para o bio-óleo seria usá-lo como um fluido transportador de energia,

“energy carrier”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS O processo de pirólise rápida é um processo de conversão de biomassa em

energia densa em estado líquido (bio-óleo). Há uma grande variedade de

reatores que podem ser utilizados.

O bio-óleo pode ser produzido a partir de diferentes biomassas e apresenta

potencial para substituir matérias-primas na indústria do petróleo, contudo é

necessário pesquisas para melhorar as suas características tecnológicas.

Recomendam-se também estudos para aplicações químicas e industriais

visando a comercialização desse produto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUADO, R. Z. Combustion and pirolisis de residuos de madera en spouted bed conico. Tese de Doutorado, Universidade del País Vasco, 1999. Almeida (2006).

ALMEIDA, M.B.B. Bio-óleo a partir da pirólise rápida, térmica ou catalítica, da palha da cana de açúcar e seu co-processamento com gasóleo em craqueamento

catalítico. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Química, 2006, 149p.

ARRUDA, E.B. Estudo da pirólise de biomassa em leito de jorro. Relatório Parcial de Pós Doutorado. Programa: PRODOC/CAPES/UFU. UberlândIa, 2009. 84p.

BRIDGWATER, A., V.; PEACOCKE, G. V. C.. Fast pysolysis process for biomass. Renewable and Sustanaible Energy Reviews, 4, p. 1-7, 2000

BRIDGWATER, A.V. Towards the bio-refinery fast pyrolysis of biomass. Renewable energy world, Jan.-Feb., 2001.

BRIDGWATER, A.V., Rewiew of fast pyrolysis of biomass and product upgranding, Biomass and Bioenergy (2011), doi:10.1016/j.biombioe.2011.01.048

CHIARAMONTI, D.;OASMAA, A.;SOLANTAUSTA, Y.. "Power generation using fast pyrolysis liquids from biomass". Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 11, n. 6, ,

2007,p. 1056-1086.

HUBER, G. W.; IBORRA, S.; COMOA, A.. Synthesis of transportation fuels from biomass: chemistry, catalysis and engineering. Chemical Reviews, 106, p. 4044-

4098.2006.

PÉREZ, J. M. M., Testes em uma planta de pirólise rápida de biomassa em leito fluidizado: critérios para sua otimização. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de

Campinas, Faculdade de Engenharia Agrícola, 2004.

PIRÓLISE RÁPIDA COMO ALTERNATIVA PARA

PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS Ana Paula de Souza Silva e Gerhard Ett

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