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Washington,D.C.20431•Telefone12026237100•Fax12026237537•www.imf.org FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES EXTERNAS Comunicado de Imprensa n.º 13/14 (P) Fundo Monetário Internacional PARA DIVULGAÇÃO IMEDIATA Washington, D.C. 20431 EUA 16 de janeiro de 2013 FMI conclui sexta avaliação do Acordo EFF com Portugal e aprova desembolso de 838,8 milhões de euros O Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu hoje a sexta avaliação do desempenho de Portugal no contexto do programa económico apoiado por um acordo trienal ao abrigo do Programa de Financiamento Ampliado (EFF, na sigla inglesa) no montante de DSE 23,742 mil milhões (cerca de 27,51 mil milhões de euros). Concluída a avaliação, um montante equivalente a DSE 724 milhões (cerca de 838,8 milhões de euros) fica imediatamente disponível, perfazendo um total de DSE 19,126 mil milhões (cerca de 22,16 mil milhões de euros) em desembolsos ao abrigo do EFF. O Conselho de Administração aprovou também um pedido de dispensa da aplicação de critérios de desempenho para o final de dezembro de 2012. A dispensa é necessária porque a avaliação do Conselho estava programada para ocorrer após o final de dezembro porém antes da disponibilização dos dados necessários para aferir o cumprimento dos critérios de desempenho pertinentes. O Conselho de Administração também concluiu hoje a consulta com Portugal ao abrigo do Artigo IV referente a 2012. Uma Nota de Informação ao Público será emitida a este respeito. O acordo EFF foi aprovado em 20 de Maio de 2011 (ver Comunicado de Imprensa n. º 11/190 ) como parte de um pacote de financiamento coordenado com a União Europeia que ascende a 78 mil milhões de euros ao longo de três anos. Permite o acesso em caráter excecional a recursos do FMI equivalentes a 2 306 por cento da cota de Portugal na instituição. Ao término das discussões, a Sra. Nemat Shafik, Subdiretora-Geral e Presidente Interina do Conselho, declarou: “O esforço de políticas e reformas que está a ser empreendido pelas autoridades é extraordinário. Já foram obtidos progressos expressivos na prossecução do ajustamento

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Washington,�D.C.�20431�•�Telefone�1�202�623�7100�•�Fax�1�202�623�7537�•�www.imf.org�

FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES EXTERNAS

Comunicado de Imprensa n.º 13/14 (P) Fundo Monetário Internacional PARA DIVULGAÇÃO IMEDIATA Washington, D.C. 20431 EUA 16 de janeiro de 2013

FMI conclui sexta avaliação do Acordo EFF com Portugal e aprova desembolso de 838,8 milhões de euros

O Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu hoje a sexta avaliação do desempenho de Portugal no contexto do programa económico apoiado por um acordo trienal ao abrigo do Programa de Financiamento Ampliado (EFF, na sigla inglesa) no montante de DSE 23,742 mil milhões (cerca de 27,51 mil milhões de euros). Concluída a avaliação, um montante equivalente a DSE 724 milhões (cerca de 838,8 milhões de euros) fica imediatamente disponível, perfazendo um total de DSE 19,126 mil milhões (cerca de 22,16 mil milhões de euros) em desembolsos ao abrigo do EFF.

O Conselho de Administração aprovou também um pedido de dispensa da aplicação de critérios de desempenho para o final de dezembro de 2012. A dispensa é necessária porque a avaliação do Conselho estava programada para ocorrer após o final de dezembro porém antes da disponibilização dos dados necessários para aferir o cumprimento dos critérios de desempenho pertinentes.

O Conselho de Administração também concluiu hoje a consulta com Portugal ao abrigo do Artigo IV referente a 2012. Uma Nota de Informação ao Público será emitida a este respeito.

O acordo EFF foi aprovado em 20 de Maio de 2011 (ver Comunicado de Imprensa n.º 11/190) como parte de um pacote de financiamento coordenado com a União Europeia que ascende a 78 mil milhões de euros ao longo de três anos. Permite o acesso em caráter excecional a recursos do FMI equivalentes a 2 306 por cento da cota de Portugal na instituição.

Ao término das discussões, a Sra. Nemat Shafik, Subdiretora-Geral e Presidente Interina do Conselho, declarou:

“O esforço de políticas e reformas que está a ser empreendido pelas autoridades é extraordinário. Já foram obtidos progressos expressivos na prossecução do ajustamento

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orçamental e externo e verificou-se uma descida acentuada dos spreads da dívida soberana, o que abre boas perspetivas para a estratégia das autoridades de regresso aos mercados. Todavia, as perspetivas a curto prazo são incertas, e ainda restam enormes desafios económicos a vencer no médio prazo. Face a esta situação, as autoridades devem prosseguir os esforços para tornar o setor de bens transacionáveis mais competitivo, impulsionar o crescimento a longo prazo e avançar na consolidação orçamental.

Os objetivos orçamentais das autoridades continuam apropriados, desde que a evolução económica caminhe dentro do esperado. Contudo, é necessário um debate público sobre a melhor forma de distribuir a carga do considerável ajustamento orçamental que resta. Em vista da já elevada carga fiscal, é de louvar a avaliação em curso das despesas, que busca reequilibrar a combinação de medidas de ajustamento. No futuro, uma base de tributação alargada e o reforço da fiscalização do cumprimento das obrigações ajudariam a gerar o espaço para a descida das taxas do imposto sobre os rendimentos, especialmente o IRC, de modo a estimular o investimento e a competitividade. Foram feitos progressos significativos na agenda de reformas estruturais das finanças públicas, mas o rigor na sua aplicação ainda é fundamental para alcançar a consolidação orçamental duradoura.

As autoridades construíram um sólido historial na preservação da estabilidade financeira, mas é preciso continuar a monitorizar atentamente os riscos. Foram feitos progressos na manutenção da liquidez e capitalização da banca. A melhoria das condições de crédito será importante para facilitar a recuperação económica e garantir a desalavancagem ordenada das empresas altamente endividadas.

Os progressos realizados no tocante às reformas dos mercados de trabalho e de produtos, bem como na área judiciária, são encorajadores. Contudo, as autoridades devem prosseguir com determinação as reformas estruturais de modo a garantir melhorias duradouras em termos de competitividade, crescimento e emprego.

Para além dos esforços desenvolvidos a nível interno, a continuidade do apoio externo e o êxito das políticas de combate a crises na zona euro revestem-se de importância crítica. O apoio do Eurosistema é importante para conter a segmentação do mercado de crédito e melhorar a transmissão da política monetária.”