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Conciliação: Justiça e paz social BH - NOVEMBRO - 2007 ANO 13 - NÚMERO 122 P u b l i c a ç ã o d a S e c r e t a r i a d o T r i b u n a l d e J u s t i ç a d o E s t a d o d e M i n a s G e r a i s Mais uma vez, o TJMG adere ao Movimento Nacional pela Conciliação, criado pelo Conselho Nacional de Justiça. De 3 a 8 de dezembro, a Semana da Conciliação vai enfatizar a realização de acordos, prática já ado- tada com sucesso na Justiça Comum (Centrais de Conciliação), nos Juizados Especiais, nos Juizados de Conciliação e na Central de Conciliação de Precatórios. Páginas 6 e 7 Marcelo Albert ENTREVISTA: DES. FERNANDES FILHO Página 9 EJEF TREINA GESTORES Página 10

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Conciliação: Justiça e paz

social

BH - NOVEMBRO - 2007ANO 13 - NÚMERO 122

Publicação da Secretaria do Tribunalde Justiça do Estado de Minas Gerais

Mais uma vez, o TJMG adere ao Movimento Nacional pelaConciliação, criado pelo Conselho Nacional de Justiça. De 3 a 8 de dezembro,a Semana da Conciliação vai enfatizar a realização de acordos, prática já ado-tada com sucesso na Justiça Comum (Centrais de Conciliação), nos JuizadosEspeciais, nos Juizados de Conciliação e na Central de Conciliação dePrecatórios.

Páginas 6 e 7

Marcelo Albert

ENTREVISTA: DES.FERNANDES FILHOPágina 9

EJEF TREINAGESTORESPágina 10

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02 N O V E M B R O / 2 0 0 7

E X P E D I E N T E

ParticipeInteressados em divulgarnotícias no próximo TJMGInformativo devem encaminhar omaterial à Ascom até o dia14/11/2007.

Os profissionais do Direito sintonizadoscom o Judiciário do Século XXI têm convicçãode que a palavra-chave para a solução de con-flitos nos tempos atuais é “conciliação”. Não seadmite hoje resolver controvérsias sem buscara composição amigável entre as partes e,dessa forma, buscar reverter disputas e ânimosalterados, em favor do diálogo e da harmonia.Por isso, a reedição do Movimento pelaConciliação, seguindo as diretrizes traçadaspelo Conselho Nacional de Justiça, é muitobem-vinda.

O Tribunal de Justiça de Minas Geraisadere à campanha, reunindo esforços para apromoção de acordos na Justiça Comum,Juizados Especiais, Juizados de Conciliação eCentral de Precatórios. A presidente doSupremo Tribunal Federal, ministra EllenGracie, fará a abertura da semana em BeloHorizonte, no dia 3 de dezembro.

Lembramos que o empenho para asolução pacífica das controvérsias vem sendoestimulado ao longo de todo o ano, visandodisseminar essa nova cultura de se fazerjustiça, com maior autonomia para os cidadãosresolverem suas próprias questões.

De 3 a 8 de dezembro, iremos nos dedicar,de um modo especial, a difundir a conciliação,levando o tema para a praça pública e locais degrande circulação de pessoas. Vamos agendaraudiências e dar visibilidade aos acordos obti-dos e às relações restauradas pelo espírito daconversa franca e honesta. Apresentaçõesartísticas, com atores e repentistas, darão otoque especial à Semana, enfatizando aimportância da conciliação.

Muito se discute sobre decisão judicial. Asentença põe fim ao conflito ou pereniza adesavença, criando um mal-estar interminável?Sabe-se que, não havendo a composiçãoamigável entre as partes, a solução do casopassa a uma terceira pessoa, o juiz, que põefim ao processo judicial. E, muitas vezes, a sen-tença consegue desagradar a ambas as partes.

É essencial perceber que conciliar signifi-ca também maior agilidade e, acima de tudo,representa simplificar – “Quem simplifica dizsim”. Buscar o pronto-atendimento é corres-ponder aos anseios da sociedade por umajustiça célere. O mundo tecnológico dita novasregras, redimensionando as expectativas rela-cionadas ao tempo de espera por soluções.

A primeira frase da Constituição Federalreforça que nossa sociedade está “compro-metida, na ordem interna e internacional, coma solução pacífica das controvérsias”.Avaliando que existe uma forte tendência dejurisdicionalização dos conflitos e que adecisão judicial, muitas vezes, não ameniza acontenda, podemos chegar à conclusão de queo incentivo à prática da conciliação corres-ponde ao desejo de se buscar a tão almejadapaz social.

“Conciliar é legal”, diz o CNJ – “e faz bem”,completamos com o espírito da mineiridade,propício ao diálogo, à boa conversa, à hospita-lidade e ao acordo. A conciliação é menosonerosa e exige apenas que exercitemos anossa capacidade de ouvir, de compreender, denão elegermos verdades absolutas e, acima detudo, de praticar o amor e a fraternidade.

Conciliar: uma forma de dizer simOrlando Adão Carvalho - Presidente

Tribunal de Justiça do Estado de Minas GeraisPresidente: Orlando Adão Carvalho; 1º Vice-Presidente: Isalino Lisbôa; 2º Vice-Presidente: Antônio Hélio Silva;3º Vice-Presidente: Carreira Machado;Corregedor-Geral: José Francisco Bueno;Superintendentes de Comunicação: AlexandreVictor de Carvalho e Fernando Botelho;Secretário Especial da Presidência: Luiz CarlosElói; Secretária do Presidente: SidneiaSimões; Assessora de ComunicaçãoInstitucional: Goretti Paiva; Gerente deImprensa: Wilson Menezes; JornalistaResponsável: Ione Bernadete Dias - RG n.1.929/MG; Revisão: Patrícia Melillo e IoneBernadete; Diagramação e ilustração: Shirleyde O. Moraes Sousa; Fotolito e Impressão:Lastro Editora Ltda. Ascom TJMG: Rua Goiás, 253 - 1º andar -Centro - Belo Horizonte - MG CEP 30190-030Tel.: 31 3237-6551 Fax: 31 3226-2715E-mail: [email protected] TJMG/Unidade Francisco Sales:31 3289-2520Ascom Fórum BH: 31 3330-2123TJMG InformativoE-mail: [email protected]

E D I T O R I A L

No mês de outubro, dois novos desembargadores pas-saram a fazer parte do TJMG. No dia 11, o juiz Alberto Henrique Costade Oliveira (esquerda) foi empossado no cargo de desembargador e,no dia 25, foi a vez de o juiz Marcos Lincoln dos Santos (direira)assumir outra vaga no mesmo cargo. Natural de Grão Mogol, AlbertoHenrique é bacharel em Direito pela UFMG e ingressou naMagistratura em 1989. Marcos Lincoln nasceu em Elói Mendes e égraduado em Direito pela Faculdade de Direito de Varginha.

Marcelo Albert Marcelo Albert

TJMG empossamais dois desembargadores

1 - Na página 10 do TJMG Informativo nº 121, o cargo de vice-presidente do Conselho de Supervisão eGestão dos Juizados Especiais é ocupado pelo desembargador Caetano Levi Lopes.2- A foto que faz fundo da capa do mesmo TJMG Informativo, repetida na página 6, é do professor RicardoFiuza. Ela foi tirada em 1973 para o Centenário do TJ e retrata o Tribunal da Relação, em Ouro Preto.

Erratas

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Trabalhador mirim é o nome dado aos adoles-centes que estão vivenciando a primeira experiên-cia no mercado de trabalho.

Há mais de vinte anos, a AssociaçãoProfissionalizante do Menor (Assprom) encaminhaadolescentes para o Tribunal de Justiça de MinasGerais (TJMG).

Com a proposta de formar integralmente ojovem através do trabalho, a associação seleciona etreina jovens para admissão em órgãos públicos eempresas privadas com as quais mantém contrato.Aqui, o treinamento é realizado para atender àdemanda do Tribunal.

“É uma grande contribuição social”, destaca asupervisora dos trabalhadores mirins, Marília Airesde Melo Silva. Segundo ela, hoje, 436 adolescentes(342 na capital e 94 nas comarcas do interior)desempenham atividades de coleta e entrega decorrespondência, documentos e encomendas;organizam pastas, preparam etiquetas, arquivampapéis, atendem ao telefone, anotam recados e au-xiliam em outras atividades, de acordo com a orien-tação da coordenação. Aqueles que têm um bomdesempenho contribuem com outras atividades dosetor.

Para ser um trabalhador mirim, é preciso terentre 15 e 18 anos, estar cursando, no mínimo, a 7ªsérie do ensino fundamental, comprovar baixarenda, ser aprovado em testes de português ematemática e ser um aluno freqüente.

“A Assprom tem uma ligação direta com asescolas, isso facilita o monitoramento da freqüên-cia escolar. Os jovens têm que freqüentar, no míni-mo, 75% das aulas. Por meio de assistente socialda associação, os jovens que têm deficiência esco-lar ou que não se adaptaram ao serviço recebemacompanhamento”, explicou Marília Aires.

O Tribunal de Justiça desenvolveu o Manual doTrabalhador Mirim, que é usado no treinamento deintegração dos recém-chegados. Muito colorido ecom uma linguagem própria para os adolescentes,o manual foi desenvolvido para que os jovens te-nham à mão regras de bom comportamento,deveres e benefícios.

Freqüência escolar

03N O V E M B R O / 2 0 0 7

I N S T I T U C I O N A L

Em 2008, será implantado o formulário de ava-liação de desempenho do trabalhador mirim paraacompanhar o desenvolvimento desses jovens.Assiduidade, iniciativa, zelo com o patrimônio, pro-dutividade e conduta serão avaliados trimestral-mente pelo supervisor imediato,

Roberson Magela Miranda, 22 anos, tornou-setrabalhador mirim em 2002, quando cursava a 1ªsérie do ensino médio. “Isso contribuiu para que euamadurecesse mais cedo e conquistasse o primeiroemprego. Em março de 2004, fui contratado comoauxiliar administrativo”, contou Roberson Miranda,atualmente lotado na Ascom do Fórum Lafayette.

Neste mês de novembro, o TJMG promove, pormeio da Diretoria Executiva da Gestão de Bens,Serviços e Patrimônio (Dirsep), em parceria com oDepartamento de Apoio Administrativo (Deapa), o6º Concurso Literário dos Trabalhadores Mirins doPoder Judiciário. “Meu primeiro emprego, experiên-cias que vivi, coisas que aprendi” é o tema destaedição que premiará ovencedor com ummicrocomputador, o 2ºcolocado com ummicrosistem e o 3ºlugar com um disc-man.

TJ propicia primeira experiência de trabalho

Concurso Literário

O TJMG conta com os serviços de 436 adolescentes

Elenice Rodrigues

Marce

lo Albe

rt

s jovenstêm quefreqüentar,no mínimo,

75% das aulasO

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Promover um Concurso de Redação deFrases em Unaí e implantar a Fundação Vem-Ser em Patos de Minas. Essas foram as medi-das tomadas pelos juízes do interior com ointuito de educar e conscientizar a comu-nidade local acerca dos problemas sociaisque mais preocupam suas comarcas.

Em Unaí, alunos do ensino fundamentale médio de escolas públicas e privadas estãoproduzindo textos para um concurso deredação de frases, cujo tema proposto é Porque não usar drogas? A escolha desse argu-mento surgiu após a diretora do Foro dacomarca de Unaí, juíza Karla Larissa Augustode Oliveira, perceber que grande parte dosdelitos cometidos por adolescentes nacidade era motivada pelo consumo de dro-gas.

A magistrada também se mostrou pre-ocupada com o consumo de álcool na cidadesem que as pessoas avaliem as conseqüên-cias do vício. “Assim, conscientizar e levar àscrianças o máximo de informações acercadas drogas serve como trabalho preventivopara a reflexão e discussão sobre o tema,aumentando a capacidade de enfrentamentodo problema, que é chaga local”, disse a juízaKarla Larissa.

O concurso é a primeira ação do recém-implantado projeto Valorize a Vida, que temcomo objetivo promover ações sociais rele-vantes e aproximar o Judiciário e a comu-nidade.

O projeto é uma iniciativa do PoderJudiciário de Unaí, em parceria com aSecretaria Municipal de Educação, SecretariaMunicipal de Desenvolvimento Social/Projeto Unaí Sem Drogas e FundaçãoMunicipal de Arte e Cultura.

I N T E R I O R

N O V E M B R O / 2 0 0 7 04

A Diretora do Foro de Unaí, Karla LarissaAugusto de Oliveira, idealizadora do concursode redação e frase

Rafaela Leal

VEM-SEROutro projeto do interior foi a implan-

tação da Fundação Vem-Ser, de proteção eassistência ao adolescente, em Patos deMinas.

Criada por um grupo de cidadãos dacidade, sob a coordenação do juiz da Vara daInfância e Juventude, Joamar Gomes VieiraNunes, a Fundação tem como objetivo areeducação e reinserção social daqueles quese encontram à margem da sociedade, alémde sugerir medidas para retirar do papel pro-postas do Estatuto da Criança e doAdolescente (ECA).

A situação vivida na comarca de Patosde Minas, como constatou o juiz JoamarNunes, é de quase completo descaso, situ-ação que gera insuportáveis taxas de violên-cia e prostituição infanto-juvenil. O juiz alertapara a necessidade de proteção integral aosmenores.

As causas diagnosticadasforam, entre outras, falta deestrutura familiar, desinfor-mação e despreparo dos pais,bem como ausência de vontadee de empenho das autoridadespúblicas para a elaboração deum projeto de atendimento aoadolescente em situação derisco social ou em conflito coma lei.

“Assim, para atenuar asconseqüências desse cenário -o que poderia ser consideradoum sonho -, surge a FundaçãoVem-Ser”, frisa o juiz.

naí e Patosde Minaspromovemações que

atendem crianças eadolescentes emsituação de riscosocial

u

Comarcas do interioradotam medidas emfavor dos jovens

Divulg

ação

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O presidente do Tribunal deJustiça de Minas Gerais, desembar-gador Orlando Adão Carvalho,definiu o reajuste nos valores daverba indenizatória de transportepara os servidores de 1ª Instância,que atuam como oficiais de Justiça,psicólogos, assistentes sociais ecomissários de menores. Os manda-dos urbanos passarão de R$3,00para R$4,50 e os rurais passarão deR$3,00 para R$6,00.

A verba indenizatória é oressarcimento das despesas comlocomoção para fazer citação, inti-mação e cumprir diligência fora dasdependências do Tribunal ou dojuízo de 1º grau onde esteja lotado.

Considerando a necessidade deatualização nos valores da verba, opresidente baixou a Portaria2.046/07, em junho de 2007, insti-tuindo um Grupo de Trabalho paradesenvolver estudos e apresentarpropostas para revisão da regula-mentação da verba indenizatória detransporte dos servidores da Justiçade 1ª Instância. O reajuste concedi-do foi uma das sugestões contidasno relatório apresentado pelo grupo,acolhida pelo desembargador.

Foram membros integrantesdo Grupo de Trabalho: o juiz diretordo Foro da capital, André LeitePraça, que presidiu os trabalhos;o juiz-coordenador dos JuizadosEspeciais de Belo Horizonte,

Vicente de Oliveira Silva, a assesso-ra jurídica da Secretaria dePlanejamento (Seplag), ElizabethAlvim Bonfioli, o gerente deControle de Receitas e RepassesEspeciais (Gerec), Leonardo H.Rodrigues, a gerente de SistemasJudiciários, Maria do Carmo MartinsCarneiro, e o coordenador daCentral de Guias do FórumLafayette, Olímpio GonçalvesPimenta.

Anteriormente, os servidoresrecebiam R$3,00 por mandadoefetivamente cumprido, no casodos oficiais de Justiça; ou diligên-cia efetivamente realizada, nocaso dos psicó-logos, assistentessociais e comis-sários de menores.

Os novos va-lores serão aplica-dos aos mandadosemitidos a partirde novembro de2007 e creditadosno mês de dezem-bro de 2007.

A Presidência acolheu, ainda,a proposta de serem intensifica-dos estudos para alteração da le-gislação pertinente, de modo apermitir a criação de uma verbaindenizatória fixa, para todos aque-les servidores que cumpremdiligências externas.

05N O V E M B R O / 2 0 0 7

I N S T I T U C I O N A L

Oficiais de Justiça, psicólogos,assistentes sociais e comissários

de menores têm direito aoressarcimento dos gastos com

transporte

Nanci Andrade

Marcelo Albert

s novos va-lores serãoaplicados aosmandados

emitidos a partir denovembro

O

TJ reajusta verba indenizatória

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André Lana

N O V E M B R O / 2 0 0 706

C O N C I L I A Ç Ã O

“Foi um feriado legal”. Essa fraseresumiu o sentimento de alívio de umaposentado, após chegar a um acordocom uma ex-empregada, em umaaudiência realizada no Juizado deConciliação de Belo Horizonte, no DiaNacional da Conciliação do último ano,comemorado em 8 de dezembro de2006.

A empregada doméstica reclamavao valor referente ao INSS que não foipago. “Ela trabalhava cuidando da minhamãe, que tem mal de Alzheimer. Fizemosum acordo para pagar o restante do quelhe devo em 24 vezes. Valeu demais”,comemorou o aposentado.

Casos como esse mostram o quantoé importante a conciliação para reduzirconflitos sociais.

Convencido de que o caminho a serseguido é o da conciliação e de que apopulação apóia e confia na forma ágil efácil de solucionar conflitos, o Tribunalde Justiça de Minas Gerais (TJMG) vaireeditar, neste ano, a Semana daConciliação, aderindo assim, mais umavez, ao Movimento Nacional pelaConciliação, do Conselho Nacional deJustiça (CNJ). A “pedra fundamental” jáfoi lançada.

O presidente Orlando Carvalho fezpublicar, no dia 20 de setembro, aPortaria nº 2099/07, que estabelece operíodo de 3 a 8 de dezembro para a rea-lização de atos de conciliação em Minase institui uma comissão especial, presidi-da pelo diretor do Foro da comarca deBelo Horizonte, juiz André Leite Praça.Essa comissão tem se reunido, semanal-mente, com a finalidade de elaborar,organizar e divulgar o evento.

O slogan de 2006, Conciliar é legal efaz bem, vai ser adotado mais uma vez.No ano passado, o TJMG promoveudiversas atividades durante a Semana efinalizou o “mutirão de audiências”, noDia Nacional da Conciliação, com maisde 1.200 acordos realizados, na capital eem comarcas do interior.

A expectativa é que, em 2007, acampanha consiga mobilizar e conscien-tizar ainda mais a população sobre aimportância de se tentar solucionar con-flitos por meio de acordos. Para isso, oTribunal de Justiça prepara uma grande

campanha, com informes e peçasteatrais em espaços públicos, econta com a participação da pre-sidente do Supremo TribunalFederal (STF), ministra EllenGracie, que fará a aberturaoficial da Semana Na-cional da Conciliação,no dia 3 de dezembro,direto de Belo Hori-zonte.

Além disso, estáprevisto um novo “mu-tirão de audiências”, comparticipação das várias co-marcas que aderiram ao movimentodeste ano. A crescente procura por parteda sociedade, a evolução e a expansãodos Juizados Especiais e de Conciliação,das Centrais de Conciliação na JustiçaComum e da Central de Conciliação dePrecatórios sinalizam um número aindamaior de acordos em dezembro.

Os números são significativos. OsJuizados Especiais, que no ano de 2000engatinhavam, com um acervo de cercade 2 mil processos, têm hoje um acervoque beira a casa de 560 mil processos. Evale lembrar: são 12 anos de efetivaçãodos Juizados Especiais em Minas, com aLei 9.099, de 1995, come-morados emsetembro deste ano.

A crescente demanda é acom-panhada por outros dados que demons-tram a importância dos Juizados.Atualmente, recebem cerca de 40% dasações da Justiça Comum. Somente noprimeiro semestre de 2007, mais de 80mil acordos foram realizados entre aspartes na fase de conciliação. Este étambém um ano de muitas realizações:foi criado o Conselho de Supervisão eGestão dos Juizados Especiais, presidi-do pelo desembargador José FernandesFilho, e a Justiça Eletrônica chegou aoJudiciário mineiro, justamente noJuizado Especial, com a implantação doprojeto-piloto. O Projudi, sistema criadoe fornecido pelo Conselho Nacional deJustiça (CNJ), encontra-se em pleno fun-

esquisa da AMBaponta o JuizadoEspecial como a3ª instituição

pública mais confiávelno Brasil

P

Semana da Conciliação de novo em de

Juizados Especiais

Marcelo Albert

Nas fotos acima, momentos daSemana da Conciliação do anopassado

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cionamento no Juizado Especial daUFMG, em Belo Horizonte.

Por fim, em outubro último, foidivulgado o resultado de uma

pesquisa encomendada pelaAssociação dos Magistrados

Brasileiros (AMB), queavaliou a imagem dasinstituições públicasbrasileiras (veja entre-vista com o desembar-

gador Fernandes Filhonesta edição e ofício da

presidente do STF, ministraEllen Gracie, ao lado). O Juizado

Especial está lá – terceira instituiçãobrasileira em que a população mais con-fia. Na frente, somente a Polícia Federale as Forças Armadas.

Dentre outros resultados, apesquisa aponta também o Judiciáriocomo o Poder mais confiável daRepública.

Os Juizados de Conciliação, que,neste ano, ganharam 19 novos postos noEstado, também apresentam dadosexpressivos, mostrando que a chamada“justiça informal” é um poderoso instru-mento de resolução de litígios.

Em 2006, os juizados receberam umtotal de 11.335 reclamações. Somentena primeira metade deste ano, já forammais de 10.500.

Além disso, até julho de 2007, foramrealizadas mais de 3.500 sessões deconciliação, com cerca de 2.400 acor-dos, contra um pouco mais de 4000sessões e 2.800 acordos contabilizadosem todo o ano passado. O índice deacordos passou de 67,75% para 68,82%.Hoje, Minas tem 324 postos dosJuizados instalados.

A Central de Conciliação dePrecatórios (Ceprec), por sua vez, confir-

Ofício da presidente do STF,ministra Ellen Gracie

07N O V E M B R O / 2 0 0 7

mou sua condição de referência no país.Comitivas de diversos estados,

como Mato Grosso do Sul, Paraná eEspírito Santo, vieram ao TJ, em 2007,para conhecer o trabalho realizado emMinas. A comitiva de Mato Grosso doSul, por exemplo, veio, em abril, buscarinformações para implantação de umacentral de conciliação de precatórios noTJMT.

A Ceprec atua no pagamento dedívida dos precatórios dos entes públi-cos, como Estado, Municípios e outrosentes ligados à administração pública.

Até agosto deste ano, a Central jáhavia promovido 518 audiências naesfera estadual, com 416 acordos, o querepresenta 80%. O índice foi ainda maiornas audiências envolvendo municípiosdo interior – 93% (74 audiências e 69acordos) - e o Instituto Mineiro de Agro-pecuária (IMA) – 100% (49 acordos).

Em outubro, o TJMG realizou, naconciliação itinerante, outras 45 audiên-cias no sul do Estado, envolvendo 16municípios, com 93,1% de acordos obti-dos.

Já as Centrais de Conciliação naJustiça Comum, regulamentadas em2003, demonstram, a cada ano, o porquêde sua criação e a sua importância para aredução do tempo de tramitação proces-sual.

Somente nos trêsprimeiros anos de atu-ação, mais de 140 milaudiências foram rea-lizadas e quase 100 milacordos, concretiza-dos. Em julho desteano, o número deaudiências já chegavaperto dos 30 mil.

Atualmente, das294 comarcas doEstado, 222 têm Central de Conciliaçãoinstalada. E a sua expansão não pára –até o final de 2007, estão previstas insta-lações de mais 17 centrais em comarcasdo interior do Estado.

o dia 3 de dezembro, a presidente do STF,ministra Ellen Gracie,abre, em Belo

Horizonte, a Semana Nacionalda Conciliação

NCentrais de Conciliação

Juizados de Conciliação

Conciliação de Precatórios

ezembro Grupo teatral na semana daConciliação de 2006

Marce

lo Albe

rt

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A Corregedoria-Geral de Justiçaapresentou ao Comitê Executivo osresultados alcançados no período dejaneiro a julho deste ano, por meio daimplantação do Gerenciamento pelasDiretrizes (GPD). Na avaliação do secretário dePadronização da 1ª Instância, Suporteao Planejamento e à AçãoCorreicional (Sepac), Renato CardosoSoares, o GPD possibilita a sistemati-zação de dados que promovem umareflexão conjunta acerca dos resulta-dos obtidos. O Relatório Global das Correi-ções Ordinárias tem como objetivolevantar o diagnóstico amplo e geren-cial, para a Corregedoria e adminis-tração do TJMG, sobre a situação dosserviços judiciários da PrimeiraInstância. As metas propostas noGPD foram construídas com base nasatribuições institucionais.

Para Renato Cardoso, a partici-pação das equipes tem permitido odesenvolvimento do planejamentosemestral de ações, com o foco deatuação sobre os maiores problemas. A meta traçada pela Corregedoria

- ter 100% do planejamento semestralpautado em informações que apon-tem as prioridades das ações de fis-calização em âmbito regional e esta-dual - permitiu a identificação dascomarcas e varas passíveis de açãocorreicional, por meio da verificaçãodos indicadores de desempenho. Aprioridade estabelecida foi a da fisca-lização das comarcas que apresen-tavam os índices mais desfavoráveis. No período, foram desenvolvidasações de orientação e fiscalização em32 comarcas e 71 varas do estadocom o objetivo de reduzir em 20% ataxa de acervo paralisado em cadavara. O índice total baixou de 74.135,registrado em janeiro, para 58.398,medidos em julho, o que demonstra oalcance da meta prevista para o perío-do.Já o plano de fiscalização nos

serviços notoriais e de registrodefiniu, como atuação, o desenvolvi-mento de ações nas comarcas nãofiscalizadas nos últimos cinco anos.Nesse sentido, o cronograma dasações correicionais planejadas para osemestre foi executado em sua totali-dade, exceto no mês de maio, em queforam realizadas 90% das ações pre-vistas.

08

I N S T I T U C I O N A L

N O V E M B R O / 2 0 0 7

Equipe da Sepac coleta osdados para o GPD

Nanci Leite

Ação correicional

GPD orienta ações da Corregedoria

Marcelo Albert

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TJMG Informativo – Como o senhor eos demais membros do Conselho deSupervisão e Gestão dos Juizados recebe-ram o resultado da pesquisa feita por“Opinião Consultoria”?

JFF: Ao tomar conhecimento dapesquisa, meu primeiro cuidado foi confirmaro resultado. Recebi do professor David DuarteLima, coordenador geral da pesquisa, a confir-mação e, ainda, o esclarecimento de que aexpressão “Juizados de Pequenas Causas”,usada na pesquisa, correspondia efetiva-mente a Juizados Especiais, pois inexistentesaqueles desde o advento da Lei nº 9.099, de1995.

TJMG Informativo – A que atribui resul-tado tão significativo?

JFF: Os Juizados, inovação daConstituição de 88, vieram para oferecer juris-dição ao pobre, ao carente, que não eram, atéentão, destinatários da jurisdição no Brasil. Achamada demanda reprimida trouxe para osJuizados grande número de processos, quequase nos esmagaram, na fase inaugural –sem prática, sem juízes, sem servidores, semsedes próprias.

TJMG Informativo – Que dificuldades

enfrentaram os Juizados? JFF: Além das dificuldades de ordem

material, os Juizados enfrentaram uma terrívelcampanha de desmoralização, da OAB e, até,de alguns magistrados. Considerada justiçade segunda classe, sobre inconvenienteporque poderia levar à perda de clientela, osJuizados hoje estão consolidados. Cedo sepercebeu que infundados os temores dealguns advogados, hoje destinatários de umaclientela crescente. Alguns magistrados aindaos consideram justiça não-qualificada, tudoresultado de cultura antiga, que será supera-da.

TJMG Informativo – Os Juizados têmrespondido a contento às expectativas dasociedade?

JFF: O resultado da pesquisa responde àpergunta. Mas é bom lembrar que, a partir dainstalação dos Juizados em Minas, em fins de1995, recebemos 4.899.843 reclamações,oferecemos solução a 4.337.027, fizemos4.386.504 audiências, restando um acervo de562.816 processos, que representam apenas11% da massa circulante.

TJMG Informativo – Qual seria oJuizado Especial ideal?

E N T R E V I S T A D e s e m b a r g a d o r J o s é F e r n a n d e s F i l h o

Recentemente, a empresa “Opinião Consultoria”, a pedido da Associaçãodos Magistrados Brasileiros (AMB), divulgou pesquisa, realizada no períodode 4 a 20 de agosto de 2007, sobre a imagem das instituições públicasbrasileiras, revelando que 71,8% dos entrevistados acreditam nos JuizadosEspeciais - terceira instituição mais confiável no País, logo depois da PolíciaFederal e das Forças Armadas, respectivamente, com 75,5% e 74,7%.

O ex-presidente José Fernandes Filho é, em grande parte, responsávelpela implantação dos Juizados Especiais no país, seja na condição de presi-dente da Comissão Executiva do Colégio de Presidentes dos Tribunais deJustiça, seja porque, desde sua instalação, dirigiu a Comissão Supervisora,hoje Conselho de Supervisão e Gestão dos Juizados Especiais.

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Patríci

a Melill

o

JFF: Nos Juizados Especiais, o juiz temque ser operoso e rápido. Bom juiz, para nós,é o que faz acordos, assim construtor da pazsocial, e não necessariamente o que prolatamuitas sentenças, revelando erudição. Asaudiências de conciliação devem ser mar-cadas dentro de vinte dias, e a elas deve estarsempre presente o juiz, e não só os concili-adores.

TJMG Informativo – O juiz leigo podesolucionar a falta de magistrados nosJuizados?

JFF: Sou contrário à figura do juiz leigo.Em primeiro lugar, porque enfraquecerá o juiztogado, restabelecendo, de alguma forma, afigura do vogal ou do juiz classista, já extirpa-dos da jurisdição trabalhista; em segundo,porque a clientela dos Juizados Especiais sesentirá discriminada pelo Estado, que, para osricos, tem juízes togados e, para os pobres,leigos; em terceiro, porque comprometerá aagilidade, pois o juiz togado terá que reexami-nar os processos concluídos pelo juiz leigo; serecusar aprovação aos processos concluídospelo leigo, criará insegurança nas partes.

TJMG Informativo – O senhor está sa-tisfeito com os juízes e com os Juizados deMinas?

JFF: São exemplares e merecem meudefinitivo respeito. Credito a eles o resultadoda pesquisa: anônimos, sem assessores, tam-bém a eles indispensáveis, dão testemunhoque me comovem. É claro que ainda temosmuitos acertos a fazer. Dia virá em que àdemanda crescente corresponderá um acervodecrescente, apesar da falta de patrimônio danossa clientela, o que dificulta a execução e,assim, pereniza o acervo. O apoio especialdos presidentes, corregedores, da Corte eColegiados do TJ tem sido imprescindível.Sem esse, que jamais nos faltou, não teríamosalcançado esta honrosa consagração nacional.

O desembargador Fernandes Filho preside oConselho de Supervisão e Gestão dos Juizados

Especiais

Juizados Especiais: Terceira instituição pública mais confiável do país

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primeira parte do treinamento foi aplicadapela equipe do Núcleo de Desenvolvimentode Competências Humano-Sociais (Nudhs).Os participantes assistiram ainda a palestrassobre temas atuais, como assédio moral esuas conseqüências para a saúde, mi-nistradas pelo psicólogo e jornalista ArthurLobato e pelo médico do TJMG Geraldo

Majela de AssisPereira.

A Gerência deDesenvolvimento eA c o m p a n h a m e n -to das Carreiras(Gedac), por meioda Coordenaçãode Orientação àLotação e Movimen-tação (Comov), aGerência de Saúdeno Trabalho (Gersat)

e a Coordenação de Controle da Prestaçãode Serviços Gerais (Cosec) também con-tribuíram na realização do Programa, apre-sentando aspectos do funcionamento des-ses setores, que estão diretamente rela-cionados ao tema abordado.

Uma das etapas do programa ofereceuaos gestores orientações básicas sobre aintegração das pessoas com deficiência. Ainiciativa se justifica, tendo em vista que oconcurso público prevê que 10% das 750vagas são reservados aos portadores dealguma limitação física, motora, auditiva ouvisual.

“Todos nós estamos vivendo ummomento difícil com o processo de substitui-ção dos terceirizados pelos efetivos. Mas oTribunal está nos orientando para enfrentaresta transição”. A opinião do gerenteFernando César Marçal, do 4º Cartório deRecursos a Outros Tribunais, confirma que oobjetivo do Programa de DesenvolvimentoGerencial, promovido pelaEscola Judicial Desembar-gador Edésio Fernandes(Ejef), foi atingido. Com otema Gestão com Pessoas– Módulo Inclusão, o cursoreuniu cerca de 190 coor-denadores e gerentes dasdiversas áreas do Tribunalde Justiça de Minas Geraisnos meses de setembro eoutubro.

O treinamento visoupreparar os gestores paraa inclusão não apenas dos aprovados no últi-mo concurso da 2ª Instância, mas tambémdos servidores com deficiência, explicou agerente de Formação Permanente da Ejef,Madalena Garcia. “O trabalho de inclusãoabrange toda a diversidade presente na insti-tuição”, disse, destacando que há algumtempo o TJMG não desenvolvia um treina-mento gerencial desse porte.

Gestão de pessoas, liderança deequipes, clima organizacional, relacionamen-to interpessoal e administração de conflitosforam alguns dos temas abordados. A

E S T R U T U R A

Reinaldo M. Gomes

O curso foi ministro pela Ejef a cercade 190 gerentes e coodenadores doTJMG

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Gestores aprendem a lidar com a inclusão

O palestrante, doutor em Educação pelaUFMG e diretor-geral da CoordenadoriaEspecial de Apoio à Pessoa Deficiente, daSecretaria de Desenvolvimento Social doGoverno de Minas Gerais, Flávio Couto eSilva de Oliveira, falou sobre a diversidade noambiente de trabalho. Segundo FlávioOliveira, que é deficiente visual, “todos nóssomos diferentes, temos algum tipo de defi-ciência, independente de sermos pessoasdeficientes”. A diversidade, aponta FlávioOliveira, não é uma coisa a ser tolerada. “Elaprecisa ser desejada”, advertiu.

Questionada sobre o tema, a servidorada Coordenação de Arrecadação e Contado-ria (Corac), Sandra Linhares Martino, desta-cou a importância de se aprender a trabalharcom as diferenças. “É preciso combater opreconceito de que o diferente é um proble-ma”, incentivou.

Opinião endossada pelo deficiente visu-al Danilo Bayão, lotado na Assessoria deComunicação Institucional (Ascom). “Quandoentrei no extinto Tribunal de Alçada, em2002, uma preocupação da Diretoria deRecursos Humanos era que eu exercesseuma função adequada e não ficasse nadependência completa de outras pessoas.Queriam que eu fosse um funcionário útil aoTribunal”, conta. A solução encontrada foi ouso de um programa de voz através de com-putador, que permite a leitura dos votosescritos. Bayão considera extremamenteimportante a adequação do deficiente àfunção que irá exercer.

E suas limitações não impediram queele desempenhasse outra atividade: comen-tários esportivos pela Rádio TJ. “Sou familia-rizado com a linguagem radiofônica. Essa éuma das coisas que mais gosto de fazer”,destaca.

Bayão manda um recado para aque-les que vêem na deficiência física umobstáculo para atingir seus objetivos: “Cadaum, dentro de sua capacidade e limitações,tem condições de servir bem ao Tribunal”.

Marce

lo Albe

rt

Preconceito

IntegraçãoTemas

odos nós somosdiferentes, temosalgum tipo dedeficiência, inde-

pendente de sermos pes-soas deficientes

T

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Para fechar o ano de 2007, a Galeriade Arte do Fórum Lafayette recebe asobras da artista plástica Vânia Barbosa.

A mostra é um misto de desenhos efragmentos de poemas dela e de poetasconsagrados, como Mário Quintana,Fernando Pessoa e Pablo Neruda. Ela dizque a poesia é uma união com a formaplástica. “É um acordo, não é umaagressão”, considera.

“Nos meus trabalhos, formo um que-bra-cabeça em que predomina um certomistério, pois tudo que escrevi não é lido.Às vezes é. E é isso que eu quero”, explicaVânia Barbosa.

A artista escreve e rasga poemas epensamentos, inserindo os fragmentos àobra. Observa que cada pedaço, por menorque seja, tem seu devido valor e depois vaifazer parte do todo. O resultado sãopalavras soltas, “semi-cobertas, legíveis ouilegíveis, misturadas, de pernas para o arou ausentes, caladas...” reflete.

Vânia gosta da experimentação dosmateriais e, principalmente, do rasgadocom a mão. “Prefiro rasgar o pão a cortá-

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Túlio Travaglia

Rosana Maria

lo”, comenta. Prefere, também, o contatodireto com a tela e a tinta, sem inter-mediários, como o pincel ou a espátula.

Vânia Barbosa nasceu em Pequi/MG.É bacharel em artes plásticas pela EscolaGuignard. Estudou com Orlando Castaño,Marco Túlio Resende, Karim Lambrecht,Cristina Kubisch.

Tem, em seu currículo, a participaçãoem diversos salões e exposições individu-ais e coletivas, dentro e fora do país, evárias premiações nacionais.

A Galeria, localizada na avenidaAugusto de Lima, 1.549, Barro Preto, inte-gra o Espaço Cultural Fórum Lafayette,coordenado pela Assessoria deComunicação Institucional – FórumLafayette, com patrocínio do Banco doBrasil e apoio da direção do Foro da comar-ca de Belo Horizonte. A curadoria é dePatrícia Limongi.

A abertura da exposição será dia 20 denovembro, às 19 horas, para convidados. Opúblico poderá visitá-la de 21 de novembrode 2007 a 24 de janeiro de 2008, de segun-da a sexta, das 8 às 18h.

Quebra-cabeça

A artista

C U L T U R A

Galeria do Fórum mostra arte em

desenhos e poemas

Um filme sobre memória,história e exclusão, Narradoresde Javé, da diretora ElianeCaffé, será exibido no EspaçoCultural Fórum Lafayette, nodia 28 de novembro, às 18h30,no pátio interno do FórumLafayette. A entrada é franca.

Javé um povoado que estáprestes a ser inundado para aconstrução de uma hidrelétri-ca. Seus moradores desco-brem que o local poderia serpreservado se tivesse umpatrimônio histórico de valor,comprovado em documentocientífico. Na tentativa detransformar o local em patri-mônio histórico, resolvem es-crever a sua história.

O filme foi rodado entrejunho e setembro de 2001, emGameleira da Lapa, cidade dointerior da Bahia. Foi lançadoem 2003 e tem 100 minutos deduração. A exibição foi auto-rizada pela MPLC Brasil -Empresa Brasileira de Licen-ciamento de Audiovisuais Ltda.

O Cine Fórum integra oProjeto Quarta Cultural, umarealização da Assessoria deComunicação Institucional –Núcleo Fórum Lafayette, como apoio da Direção do Foro daComarca de Belo Horizonte epatrocínio do Banco do Brasil.Informações pelo telefone (31)3330-2123 ou pelo [email protected].

Rosana Maria

Narradoresde Javé

é atraçãodo CineFórum

Obra que está emexposição na Galeria

Show de NatalEste ano, o TJMG irá comemorar o

Natal com um show do grupo 14 Bis. Aapresentação será no dia 15 de dezembro,às 20h30, no Minascentro. Mais infor-mações pelos telefones 3289-2230 e 3289-2225.

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Uma das histórias mais conhecidas detodos os tempos, o romance impossível deRomeu e Julieta foi transportado para a NovaIorque dos anos 50 e ganhou uma de suasversões mais aclamadas no cinema em AmorSublime Amor.O musical de 1961 é considerado umdos ícones do gênero, ganhou 10 Oscars –

IMPRES

SO

Remetente: Assessoria de Comunicação Institucional - TJMG | Rua Goiás, 253 - Térreo - Centro - Belo Horizonte - MG - CEP 30190-030

Daniel Oliveira

Dênia Ribeiro

C U L T U R A

Cine TJ apresenta: Amor Sublime Amor inclusive melhor filme e direção – e foi apon-tado o 51º maior filme de todos os tempospelo American Film Institute, em 2007. Adaptado de um musical da Broadway,

Amor Sublime Amor inicialmente trataria doromance entre um garoto católico e umamoça judia. O boom da imigração porto-riquenha no fim dos anos 40 e início dos 50,porém, mudou o plano dos produtores, resul-tando em um sucesso de público e crítica. Algumas letras, inclusive, forammudadas do espetáculo teatral para o filme,no sentido de ressaltar o preconceito de queos imigrantes eram vítimas à época.

O projeto Conto Sete em Ponto apresenta, no mês de dezembro, Contospara iluminar o Natal. Quatro histórias diferentes contadas por Beatriz Myrrha,Cristina Barbosa, Carla Marães e Pierre André em uma noite que promete reviv-er toda a magia do Natal.

O Conto Sete em Ponto será dia 6 de dezembro, às 19h, no Auditório doAnexo I do TJMG - rua Goiás 229, centro. Os convites podem ser obtidos gra-tuitamente na Assessoria de Comunicação Institucional e na Livraria Quixote(Savassi), na véspera e no dia do evento.

Coordenado pelas contadoras de histórias Daura Guimarães e RosanaMont’Alverne, o projeto Conto Sete em Ponto é uma realização do TJMG, comprodução da Ascom e patrocínio do Banco do Brasil.

C L I C K D O L E I T O R Não por acaso, o nome dessacadeia de montanhas de Queenstown -cidade ao sul da Nova Zelândia - é TheRemarkables (Os Notáveis). Ela podeser vista de qualquer ponto da cidade

Daniel Oliveira

Conto Seteem Ponto

O musical é o único caso da história doOscar em que a estatueta de direção foi divi-dida por duas pessoas: Robert Wise (O Diaem que a Terra Parou) e o coreógrafo JeromeRobbins (O Rei e Eu).

Amor Sublime Amor será exibido noCineclube do dia 29 de novembro, às 19h, noauditório do Anexo II do TJMG, na rua Goiás,253, 3º andar, Centro, com comentários dodesembargador Sérgio Braga. Curador damostra, ele faz apontamentos que rela-cionam o conteúdo do filme ao universo doDireito e da Justiça.

e faz parte dos SouthernAlpes (Alpes do Sul),que cortam ao meiotoda a ilha sul do país.Os Remarkables ficaramfamosos ao serem usadoscomo pano de fundo dasfortalezas de Saruman emO Senhor dos Anéis.Algumas cenas do filmetambém foram rodadas noalto das montanhas, comequipe e atores sendo leva-dos de helicóptero.Queenstown é uma cidadede 30 mil habitantes, co-nhecida como a capitalmundial dos esportes radi-cais.Daniel Oliveira – Ceimp –Ascom