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249 CONCLUSÕES . 5 CONCLUSÕES Após a laminação a quente os alumínios de pureza comercial (AA1100, AA1050 e AA1070), no estado “como recebido”, apresentaram tamanhos de grãos similares e precipitados alinhados na direção de laminação, já o alumínio super puro (AA1199) possuía grãos macroscópicos (oligocristalinos) e não apresentou precipitados em sua microestrutura. A fração volumétrica de precipitados no alumínio AA1050, quando comparado com a dos alumínios AA1100 e AA1070 foi a menor, pois os precipitados estavam finamente dispersos pela matriz (alumínio) e partículas menores que 0,3 μm não foram consideradas devido ao limite de resolução do microscópio óptico ser dessa ordem. A condutividade elétrica foi utilizada para confirmar a presença de átomos de soluto em solução sólida e nos alumínios no estado “como recebido” ela aumentou com o aumento do teor de pureza. Nos alumínios de pureza comercial no estado “como recebido” grande parte do Fe está presente na forma de precipitados (Al 3 Fe), devido a sua baixa solubilidade no alumínio, e o volume de precipitados aumenta conforme aumenta o percentual de ferro presente nos alumínios de pureza comercial, fazendo com que a microdureza aumente com a diminuição do teor de pureza. Os alumínios de pureza comercial após serem recozidos a 400 ºC por 1 hora apresentaram tamanhos de grãos similares entre si e maiores do que no estado “como recebido”, porém após recozimento a 400 ºC por 24 horas o alumínio AA1100 apresentou um crescimento exagerado de grão. Durante o recozimento dos alumínios de pureza comercial no estado “como recebido” a 400 ºC por 24 horas ocorreu precipitação de Fe e Si em excesso na matriz, pois a condutividade elétrica após recozimento a 400 ºC por 24 horas é maior do que no estado “como recebido” e após recozimento a 400 ºC por 1 hora. A microdureza dos alumínios de pureza comercial recozidos a 400 ºC por 1 e por 24 horas praticamente foram as mesmas, pois para os alumínios da série 1XXX o aumento de dureza, para um alumínio de mesma composição, é determinado pelo grau de deformação, devido os mesmos não serem tratáveis termicamente, ou seja, nos alumínios de pureza comercial o endurecimento ocorre por deformação, por refino de grão e por dispersão de precipitados. Os três alumínios de pureza comercial apresentaram endurecimentos por deformação (encruamentos) crescentes com o teor de soluto e temperaturas de recristalização muito próximas. Por outro lado, o alumínio super puro apresentou temperatura para completa recristalização bem mais baixa. As funções de distribuição de orientação (FDO), calculadas a partir de figuras de pólo obtidas por difração de raios X, mostraram que, na superfície, os alumínios de pureza

Conclu So Es

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Conclusão

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  • 249 CONCLUSES .

    5 CONCLUSES

    Aps a laminao a quente os alumnios de pureza comercial (AA1100, AA1050 e AA1070), no estado como recebido, apresentaram tamanhos de gros similares e precipitados alinhados na direo de laminao, j o alumnio super puro (AA1199) possua gros macroscpicos (oligocristalinos) e no apresentou precipitados em sua microestrutura. A frao volumtrica de precipitados no alumnio AA1050, quando comparado com a dos alumnios AA1100 e AA1070 foi a menor, pois os precipitados estavam finamente dispersos pela matriz (alumnio) e partculas menores que 0,3 m no foram consideradas devido ao limite de resoluo do microscpio ptico ser dessa ordem. A condutividade eltrica foi utilizada para confirmar a presena de tomos de soluto em soluo slida e nos alumnios no estado como recebido ela aumentou com o aumento do teor de pureza. Nos alumnios de pureza comercial no estado como recebido grande parte do Fe est presente na forma de precipitados (Al3Fe), devido a sua baixa solubilidade no alumnio, e o volume de precipitados aumenta conforme aumenta o percentual de ferro presente nos alumnios de pureza comercial, fazendo com que a microdureza aumente com a diminuio do teor de pureza.

    Os alumnios de pureza comercial aps serem recozidos a 400 C por 1 hora apresentaram tamanhos de gros similares entre si e maiores do que no estado como recebido, porm aps recozimento a 400 C por 24 horas o alumnio AA1100 apresentou um crescimento exagerado de gro. Durante o recozimento dos alumnios de pureza comercial no estado como recebido a 400 C por 24 horas ocorreu precipitao de Fe e Si em excesso na matriz, pois a condutividade eltrica aps recozimento a 400 C por 24 horas maior do que no estado como recebido e aps recozimento a 400 C por 1 hora. A microdureza dos alumnios de pureza comercial recozidos a 400 C por 1 e por 24 horas praticamente foram as mesmas, pois para os alumnios da srie 1XXX o aumento de dureza, para um alumnio de mesma composio, determinado pelo grau de deformao, devido os mesmos no serem tratveis termicamente, ou seja, nos alumnios de pureza comercial o endurecimento ocorre por deformao, por refino de gro e por disperso de precipitados. Os trs alumnios de pureza comercial apresentaram endurecimentos por deformao (encruamentos) crescentes com o teor de soluto e temperaturas de recristalizao muito prximas. Por outro lado, o alumnio super puro apresentou temperatura para completa recristalizao bem mais baixa.

    As funes de distribuio de orientao (FDO), calculadas a partir de figuras de plo obtidas por difrao de raios X, mostraram que, na superfcie, os alumnios de pureza

  • 250 CONCLUSES .

    comercial tm uma textura tipo fibra de cisalhamento {113}uvw. Aps laminao a frio, na superfcie, os alumnios comerciais apresentaram alm das texturas de cisalhamento,

    (113) ]233[ , a textura S (123)[634] tpica de material laminado. Aps tratamentos trmicos a 250, 300, 350 e 500 C, por 1 hora, os alumnios de pureza comercial apresentaram textura de cisalhamento e textura S (123)[634], quase idnticas s do estado como recebido, porm a 350 C a textura cubo {001}100 foi encontrada, sendo que a mesma tpica de material recristalizado. Quanto ao alumnio super puro no foi possvel obter resultados de textura utilizando a tcnica de difrao de raios X, por possuir gros muito grandes e por esta razo

    sua textura foi estudada por difrao de eltrons retroespalhados (EBSD). A textura encontrada na superfcie do alumnio AA1199 laminado a frio com aproximadamente 70% de

    reduo em espessura foi a cubo {001}100, textura tpica de material recristalizado e aps tratamentos trmicos a 150, 200, 250, 300, 350 e 500 C por 1 hora a mesma textura foi encontrada.

    O stio preferencial de nucleao nas ligas de pureza comercial, para baixa

    deformao, parece ser os contornos de gros e as bandas cbicas (350 C a textura cbica foi encontrada), tambm nucleao em bandas de cisalhamento encontrada. Controlando o tratamento termomecnico possvel manter a textura de deformao no material recristalizado. O refinamento do gro controlado pela pureza do alumnio. Graus de

    deformao em torno de 70% no levam a obteno de texturas fortes, tpicas de recristalizao de ligas de alumnio quando submetidas a altas deformaes (> 90%), mesmo tendo sido encontradas neste trabalho.

    Apesar de serem raras em alumnio, maclas de recozimento foram encontradas com

    certa freqncia no alumnio super puro aps laminao a frio com aproximadamente 70% de reduo em espessura e tratamentos trmicos a 400 e 500 C por 1 hora.

    A determinao das curvas de recristalizao indica que as temperaturas de recristalizao para os alumnios de pureza comercial, laminados com aproximadamente 70 e

    80% de reduo em espessura, ficaram muito prximas possibilitando otimizao de cargas de forno de tratamento trmico. Em outras palavras, possvel, em escala industrial, compor uma

    carga de forno com alumnios de diferentes corridas e com redues a frio levemente diferentes, sem comprometer o amolecimento e o tamanho de gro final.

    Nos alumnios comercialmente puros laminados a frio com aproximadamente 80% de

    reduo em espessura e tratado isotermicamente a 250 C por 1 hora foi observado por microscopia eletrnica de transmisso arranjos celulares de discordncias. Esse arranjo celular

  • 251 CONCLUSES .

    das discordncias j era esperado, pois o alumnio tem alta EDE e se recupera rapidamente.