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Universidade Federal do Piauí UFPI Engenharia Mecânica Conformação Mecânica Disciplina: Engenharia e Ciência dos Materiais II Profª Adiana Nascimento

Conformação-Ciências dos Materiais II

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Page 1: Conformação-Ciências dos Materiais II

Universidade Federal do Piauí – UFPI

Engenharia Mecânica

Conformação Mecânica

Disciplina: Engenharia e Ciência dos Materiais II

Profª Adiana Nascimento

Page 2: Conformação-Ciências dos Materiais II

Introdução

A grande importância dos metais na tecnologia moderna

deve-se, em grande parte, à facilidade com que eles podem

ser produzidos nas mais variadas formas, para atender a

diferentes usos.

Os processos de fabricação de peças a partir dos metais no

estado sólido podem ser classificados em:

- Conformação Mecânica: volume e massa são

conservados;

- Remoção Metálica ou Usinagem: retira-se material

para se obter a forma desejada;

Page 3: Conformação-Ciências dos Materiais II

Classificação

Os processos de conformação mecânica podem ser

classificados de acordo com o tipo de força aplicada ao

material:

- Compressão direta: Forjamento, Laminação;

- Compressão indireta: Trefilação, Extrusão, Estampagem;

- Trativo: Estiramento;

- Dobramento: Dobramento(momentos);

- Cisalhamento: Corte.

Page 4: Conformação-Ciências dos Materiais II

Classificação

Dobramento

Forjamento

Laminação

Trefilação

Embutimento

(Estampagem)

Profundo

Estiramento

(Tracionamento)

Matriz

Cisalhamento

ExtrusãoExtrusão

Page 5: Conformação-Ciências dos Materiais II

Características

Os processos de conformação mecânica alteram a geometria

do material através de forças aplicadas por ferramentas

adequadas que podem variar desde pequenas matrizes até

grandes cilindros, como os empregados na laminação.

As operações de conformação mecânica são processos de

trabalho dentro da fase plástica do metal.

Trabalho mecânico primário _ produção de chapas, tarugos,

barras, etc.

Trabalho mecânico secundário _ produção de objetos

definitivos: fios, peças forjadas, peças estampadas.

Em função da temperatura os processos de deformação

classificam-se em trabalho a quente e trabalho a frio.

Page 6: Conformação-Ciências dos Materiais II

Características

Trabalho a quente

É realizado a uma temperatura superior a temperatura de

recristalização

Trabalho a frio

É realizado a uma temperatura inferior a temperatura de

recristalização, ainda que superior a temperatura ambiente.

A temperatura de recristalização é característica de cada

material e é definida como a menor temperatura na qual uma

estrutura deformada de um metal trabalho a frio é restaurada

ou é substituída por uma estrutura nova, livre de tensões, após

a permanência nessa temperatura por um determinado tempo.

Page 7: Conformação-Ciências dos Materiais II

Características

METAL TR

(°C)

TF

(°C)

Chumbo 15 327

Zinco 25 420

Alumínio 150 660

Cobre 200 1083

Ferro 450 1536

Níquel 600 1450

Tungstênio 1200 3410

Temperatura de recristalização e temperatura de fusão

Page 8: Conformação-Ciências dos Materiais II

Características

Como resultado da deformação mecânica a frio intensa,

ocorrem apreciáveis movimentos das imperfeições cristalinas,

principalmente discordâncias, ao longo dos planos de

deslizamento. Forma-se como que um rendilhado

tridimensional de discordâncias que, juntamente com a

distorção dos planos de escorregamento impedidos de avançar

pelos contornos dos grãos adjacentes, provoca uma desordem

no modelo cristalino normal, tornando mais difícil o

escorregamento ulterior e afetando assim as propriedades

mecânicas. É esse o fenômeno de encruamento.

Page 9: Conformação-Ciências dos Materiais II

Características

Vantagens e Desvantagens:

O trabalho a quente permite o emprego de menor esforço

mecânico e, para a mesma quantidade de deformação, as

máquinas necessárias são de menor capacidade que no

trabalho a frio;

A estrutura do metal é refinada pelo trabalho a quente, de

modo que sua tenacidade melhora;

O trabalho mecânico a frio pode alterar sensivelmente as

propriedades mecânicas: resistência e dureza aumentam;

ductilidade diminui;

O trabalho a quente deforma mais profundamente que o

trabalho a frio, devido à continuada recristalização que ocorre

durante o processo;

Page 10: Conformação-Ciências dos Materiais II

Características

Vantagens e Desvantagens:

O trabalho a quente exige ferramental de material de boa

resistência ao calor;

Outra desvantagem do trabalho a quente corresponde à

oxidação e formação de casca de óxido;

O trabalho a quente não permite, ainda, a obtenção de

dimensões dentro de estreitas tolerâncias;

O trabalho a frio não apresenta tais desvantagens; além

disso, produz melhor acabamento superficial.

Page 11: Conformação-Ciências dos Materiais II

Características

Anomalias que podem ser produzidas pelo trabalho mecânico:

Casca de laranja _ ocorre eventualmente na estampagem de

chapas, é relacionado com o tamanho do material. Caracteriza-

se por uma superfície extremamente rugosa, nas regiões que

sofreram deformação apreciável.

Linhas de distensão _ pode ocorrer em chapas de aços de

baixo carbono, quando o material é deformado na faixa de

escoamento. O defeito corresponde a depressões que

aparecem, em primeiro lugar, ao longo dos planos de máxima

tensão de cisalhamento; à medida que a deformação continua,

as deformações se espalham e acabam se juntando, de modo

a produzir uma superfície áspera.

Page 12: Conformação-Ciências dos Materiais II

Laminação: O metal é forçado a passar entre dois cilindros,

girando em sentido oposto, com a mesma velocidade superficial,

distanciados entre si a uma distância menor que o valor da

espessura da peça a ser deformada.

Forjamento: Processo de transformação de metais por

prensagem ou martelamento (é a mais antiga forma de

conformação existente).

Tipos

Page 13: Conformação-Ciências dos Materiais II

Extrusão: É um processo de conformação em que um bloco de

metal é forçado a passar através do orifício de uma matriz sob

alta pressão, de modo a ter sua seção transversal reduzida.

Estampagem: Compreende um conjunto de operações, por

intermédio das quais uma chapa plana é submetida a

transformações de modo a adquirir uma nova forma geométrica,

plana ou oca.

Tipos

ExtrusãoExtrusão

Page 14: Conformação-Ciências dos Materiais II

Pela laminação, o perfil obtido pode ser o definitivo e a peça

resultante pronta para ser usada; por exemplo, trilhos e vigas; ou

o perfil obtido corresponde ao de um produto intermediário a ser

empregado em outros processos de conformação mecânica,

como por exemplo, tarugos para forjamento e chapas para

estampagem profunda.

As diferenças entre:

- a espessura inicial e a final = redução total (Δh)

- a largura final e inicial = alargamento total (Δb )

- o comprimento final e inicial = alongamento total (Δl)

Δh = h0 –h1

Δb = b1 –b0

Δl = l1 – l0

Laminação

Page 15: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forças de laminação

Ângulo de contato

cos α = 1 – (h0 – h1)/2R

Como devem passar, na unidade

de tempo, por um determinado

ponto iguais volumes de metal,

pode-se escrever

b0h0v0 = bhv = b1h1v1

Laminação

Onde b é a largura da placa e v a velocidade a uma espessura h

intermediária entre h0 e h1.

Page 16: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forças de laminação

O ponto neutro (velocidade do cilindro = velocidade da placa). E

o ângulo central γ é chamado de ângulo neutro.

Laminação

A figura mostra que duas forças

principais atuam sobre o metal,

são elas:

- a normal N;

- a tangencial T ( força de atrito).

De AA a D:

_ o movimento da placa é mais

lento que o da superfície dos

cilindros e a força de atrito atua

no sentido de arrastar o metal.

De D a BB:

_ o movimento da placa é mais rápido que o da superfície dos

cilindros, a direção da força de atrito inverte-se, de modo que sua

tendência é opor-se à saída da placa.

Page 17: Conformação-Ciências dos Materiais II

Tipos de laminadores

Duo_ composto de dois cilindros de mesmo diâmetro, girando

em sentidos opostos, com a mesma velocidade periférica e

colocados um sobre o outro.

Laminação

Page 18: Conformação-Ciências dos Materiais II

Tipos de laminadores

Trio _ três cilindros são dispostos um sobre o outro; a peça é

introduzida no laminador, passando entre o cilindro inferior e o

médio e retorna entre o cilindro superior e o médio. Os modernos

laminadores trio são dotados de mesas elevatórias ou

basculantes.

Laminação

Page 19: Conformação-Ciências dos Materiais II

Tipos de laminadores

Quádruo_ compreende quatro cilindros, montados uns sobre

os outros; dois desses cilindros são denominados trabalho(os de

menor diâmetro) e dois denominados suporte ou apoio (os de

maior diâmetro). Estes laminadores são empregados na

laminação e relaminação de chapas que, pela ação dos cilindros

de suporte, adquirem uma espessura uniforme em toda a seção

transversal.

Laminação

Page 20: Conformação-Ciências dos Materiais II

Tipos de laminadores

Laminador universal_ em que se tem uma combinação de

cilindros horizontais e verticais; a figura representa o tipo

chamado “Grey”, empregado na laminação de perfilados

pesados;

Laminação

Page 21: Conformação-Ciências dos Materiais II

Tipos de laminadores

Laminador Sendzimir_ em que os cilindros de trabalho são

suportados, cada um deles, por dois cilindros de apoio. Este

sistema permite grandes reduções de espessura em cada

passagem através dos cilindros de trabalho.

Laminação

Page 22: Conformação-Ciências dos Materiais II

Laminação

Esquema de passes empregado para a laminação de um

trilho ferroviário

Page 23: Conformação-Ciências dos Materiais II

Laminação

Órgãos mecânicos de um laminador

As duas estruturas metálicas que constituem a cadeira de

laminação são chamadas gaiolas, as quais por meio de mancais

suportam os cilindros.

Os cilindros de laminação são peças inteiriças, fundidas ou

forjadas que apresentam uma parte central chamada corpo

(pode ser lisa ou apresentar reentrâncias(caneluras)).

Page 24: Conformação-Ciências dos Materiais II

Laminação

Órgãos mecânicos de um laminador

Nas extremidades dos cilindros ficam localizados os pescoços

que se apóiam em mancais. Após os pescoços, situa-se o trevo,

que é a parte que recebe o acoplamento para rotação.

No topo da gaiola situam-se parafusos que controlam a elevação

do cilindro superior, de modo a modificar a distância entre os

dois cilindro e permitir reduções diferentes. Esse ajustagem é,

geralmente, motorizado.

A transmissão do movimento de rotação do motor de

acionamento é feita por intermédio de uma caixa de pinhões.

Page 25: Conformação-Ciências dos Materiais II

Laminação

Operações de laminação

Adotando-se o critério de classificar os laminadores pela função

que executam, tem-se:

_ laminadores primários (desbaste), têm a função de transformar

os lingotes de metal em produtos intermediários ou semi-

acabados, como blocos, placas e tarugos.

_ laminadores acabadores, geram produtos acabados, tais como

perfilados em geral, trilhos, chapas, tiras etc.

A laminação de desbaste é sempre feita a quente; a laminação de

acabamento é geralmente iniciada a quente e, em casos de perfis

mais simples, como tiras e chapas, terminada a frio.

Page 26: Conformação-Ciências dos Materiais II

Laminação

Page 27: Conformação-Ciências dos Materiais II

Laminação

Page 28: Conformação-Ciências dos Materiais II

Laminação

Laminação de uma chapa de aço:

O lingote depois de aquecido(fornos-poço) à temperatura de

laminação, é levado ao laminador de desbaste.

Admitindo-se que as placas saídas dos desbaste apresentem uma

espessura de 28mm, as reduções serão as seguintes: 50%, 40%,

40%, 35%, 15% e 10%, saindo com uma espessura de 2,5mm.

Page 29: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Processo de transformação de metais por prensagem ou

martelamento.

Equipamentos: os martelos de forja ou martelos de queda e as

prensas.

Nos primeiros, golpes rápidos e sucessivos são aplicados no

metal, enquanto, nos segundos, o metal fica sujeito à ação de

força compressiva de baixa velocidade.

No forjamento por martelamento, a pressão atinge a máxima

intensidade quando o martelo toca o metal.

Na prensagem, atinge-se o máximo valor da pressão pouco

antes que ela seja retirada.

Page 30: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Martelo dupla ação

Neste equipamento, a massa

cadente é conectada a um

pistão contido em um cilindro

no topo do martelo.

Page 31: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

O martelamento produz deformação nas camadas superficiais, a

prensagem atinge as camadas mais profundas e a deformação

resultante é mais regular.

As operações de forjamento são realizadas a quente, ou seja, a

temperaturas acima das de recristalização do metal, embora

alguns metais possam ser forjados a frio.

A máxima temperatura de forjamento corresponde aquela em

que pode ocorrer fusão incipiente ou aceleração da oxidação e a

mínima corresponde àquela abaixo da qual poderá começar a

ocorrer encruamento.

Para os aços-carbono, a faixa usual de temperatura é 800º -

1000ºC.

Page 32: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forças atuantes na deformação

O corpo apresentado na figura abaixo, sujeito a ação da força

externa P. À ação dessa força, opõe-se uma reação interna do

metal, chamada de resistência ideal r, à sua deformação.

No caso da deformação livre(corpo livre que se dilata

lateralmente), o efeito da força P sobre a superfície S0 é um

achatamento livre do corpo. Supondo um achatamento elementar

dh, o trabalho elementar de deformação dT é expresso por

dT = P.dh

Page 33: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Chamando de resistência ideal à deformação de rd tem-se

rd = P/S

Então

dT = rd.S.dh = a.b.rd.dh

onde a e b são as outras dimensões do corpo

Como na deformação o volume permanece constante, tem-se

Vc = a.b.h ou dT = Vc.rd.dh/h

O trabalho total necessário para deformar o corpo de h0 a h1 é

0

1

0

1

][lnh

hdc

h

h dc

hrVT

h

dhrVT

Page 34: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Pela figura anterior, tem-se

S0h0 = S1h1 = Vc (volume constante)

ou

1

1

0

1

0 h

h

S

S

0

1lnS

SrVT

dc

Substituindo na equação do trabalho total, tem-se

Page 35: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

No caso da deformação vinculada, ou seja, forjamento em

matriz, o esforço de deformação é maior, pois o material sob

deformação é retido entre as paredes de um molde ou matriz,

além das paredes de uma cavidade perimetral para conter o

material em excesso.

Page 36: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Processos de forjamento

O forjamento é, pois, o processo de deformação a quente em

que, pela aplicação de força dinâmica ou estática, se modifica a

forma de um bloco metálico. Em linhas gerais, o termo

forjamento abrange os seguintes processos de conformação:

- prensagem, em que o esforço de deformação é aplicado de

forma gradual;

- forjamento simples ou livre, em que o esforço de deformação é

aplicado mediante golpes repetidos, com o emprego de matrizes

abertas ou ferramentas simples;

- Forjamento em matriz, que difere do anterior, porque é uma

deformação vinculada, obtida mediante o emprego de matrizes

fechadas;

Page 37: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Processos de forjamento

-recalcagem, em que se submete uma barra cilíndrica à

deformação de modo a transformá-la numa peça determinada;

uma variedade desse processo é a eletro-recalcagem, em que a

barra cilíndrica, em vez de ser previamente aquecida, atinge a

temperatura fixada de deformação na própria máquina de

recalcagem.

Page 38: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Prensagem

O processo é usado para a deformação inicial de grandes

lingotes, resultando produtos a serem posteriormente forjados

ou, então, para forjar os lingotes em grandes eixos, como os de

navio, ou para forjar peças de formas simétricas com seção

circular ou cônica.

As prensas são de grande capacidade, a qual pode atingir

50.000 toneladas; são acionadas hidraulicamente.

A pressão pode ser ajustada por meio de válvula de controle de

pressão. Assim, velocidade de deformação é controlada.

Devido a quase ausência de choque os custos de manutenção é

mais baixo que no martelamento.

O custo inicial de uma prensa hidráulica é, entretanto, maior do

que uma prensa mecânica de mesma capacidade e sua ação é

mais lenta.

Page 39: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Prensagem

Page 40: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Prensagem

Prensagem em matrizes fechadas é empregada na conformação

de peças de metais e ligas não-ferrosas, porque esses materiais

apresentam maior grau de plasticidade, necessária para

preencher as cavidades das matrizes, mediante operação de

esmagamento.

Outra vantagem reside no fato de não se necessitar de grandes

ângulos de saída ou conicidade nas matrizes, apenas 2º a 3º ao

contrário do forjamento em matriz, em que esses ângulos são

pelos o dobro.

Aplicação: na industria aeronáutica em peças de alumínio que,

pela prática eliminação de conicidade, exigem menos usinagem.

Page 41: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Prensagem

As pressões geralmente aplicadas, em t/cm2, variam de:

-0,7 a 2,8 latão

-1,4 a 2,8 alumínio

- 2,1 a 4,2 aço

- 2,8 a 5,6 titânio

Page 42: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Page 43: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento simples ou livre

Operação preliminar em que, a partir de blocos, tarugos etc.,

procura-se esboçar formas que, em deformações posteriores por

forjamento em matriz ou outro processo, são transformadas em

objetos de formas mais complexas.

Operações de natureza preliminar:

_ esmagamento de um disco metálico

(a) Esmagamento

Page 44: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento livre

_ conformação de uma flange numa extremidade de uma barra

cilíndrica

(b) Conformação de um flange

Page 45: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento livre

_ dobramento de uma barra redonda com auxílio de um cilindro

e dobramento de uma placa com o auxílio de uma matriz aberta.

(c) Dobramento de uma barra (d) Dobramento de chapa

Page 46: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento livre

_ dobramento de uma biela previamente esboçada.

Page 47: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento livre

_ corte a quente, com auxílio de martelo, bigorna, tenaz e

dispositivo semelhante a machado.

Page 48: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento livre

_ estiramento de uma barra, a qual, durante a operação, deve

ser girada e deslocada longitudinalmente como está indicado na

figura abaixo. No caso apresentado, a operação consiste em

martelamento livre. Permite a obtenção de seções quadradas,

hexagonais etc.

Page 49: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento livre

_ perfuração a quente de discos metálicos

Page 50: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento livre

_ estrangulamento de barra redonda ou de uma placa retangular,

ou seja, confecção de sulcos transversais.

Page 51: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento em matriz

Realizado em matrizes fechadas, que conformam a peça de

acordo com uma forma definida e precisa.

_Esboçamento, preparo

grosseiro da forma da peça

através de forjamento livre.

_O pedaço esboçado é

colocado sobre uma metade

da matriz, na bigorna.

_A outra matriz está presa ao

martelo.

_Pela aplicação de golpes

sucessivos, o material,

aquecido acima da

temperatura de

recristalização, flui e preenche

a cavidade das duas meias

matrizes.

Page 52: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento matriz

A matriz possui ainda uma cavidade na sua periferia,

propositadamente confeccionada, e que segue o perfil da peça,

com o objetivo de conter o excesso de material que deve ser

previsto, de modo a garantir total preenchimento da matriz e

produzir uma peça sã.

O volume de material a ser deformado corresponde a todas as

cavidades da matriz.

Na figura seguinte nota-se o preenchimento da cavidade do

molde, formando a rebarba. Com isso, facilita-se a contato

completo das duas metades da matriz e todas as peças são

obtidas com altura constante.

Page 53: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento matriz

Page 54: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento matriz

Forjamento convencional

Page 55: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento matriz

A fase final da operação de forjamento em matriz é o corte da

rebarba, pelo emprego de matrizes especiais de corte ou quebra

de rebarbas.

Page 56: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Matrizes

Sobremetal, para usinagem. O excesso de material é função da

das dimensões da peça. Recomenda-se o emprego da seguinte

regra:

_ para peças de pequenas dimensões, até 20mm de diâmetro ou

largura, - 0,5 a 1,0mm;

_ para peças de dimensões médias, entre 20mm a 80mm de

diâmetro ou largura – 1,0 a 1,5mm;

_ para peças de 80mm a 150mm de diâmetro ou largura, - 1,5 a

2,0mm;

_ para peças de 150mm até 250mm de diâmetro ou largura, -

2,0 a 3,0mm.

Page 57: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Matrizes

Ângulo de saída ou conicidade, para facilitar a retirada da

peça da cavidade da matriz.

_Superfícies internas – 5º a 7º

_ Superfícies externas – 7º a 8º

Para fins práticos procura-se manter constantes os valores

desses ângulos, em torno de 7º.

Page 58: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Matrizes

Concordância dos cantos, devido à possibilidade de ocorrerem

falhas em função da contração que se verifica a partir da

temperatura de forjamento até a temperatura ambiente. Assim,

deve-se evitar cantos vivos, que criam tensões e,

eventualmente, levam o metal a fissurar(2 a 5mm de

profundidade).

Raios de concordância em peças para forjamento em matriz

Page 59: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Matrizes

Tolerância, em função de um possível deslocamento de uma

matriz em relação à outra metade.

e, longitudinal

e1, transversal

Page 60: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Matrizes

Page 61: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Projeto das matrizes

Contração do metal

As matrizes devem ser construídas maiores, porque se isso não

ocorrer a peças resultante apresentará dimensões menores que

as projetadas. Na prática, considera-se os seguintes valores

para a contração:

Aço.......................1,0%( de 1020ºC a 20ºC)

Bronze.................. 0,8%( de 520ºC a 20ºC)

Latão.................... 0,9%( de 520ºC a 20ºC)

Cobre................... 0,8%( de 520ºC a 20ºC)

Ligas leves........... 0,9%( de 420ºC a 20ºC)

Page 62: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento matriz

Sistema de referência entre as duas meias matrizes

Para uma peça perfeita é necessário que as duas metades da

matriz coincidam, de modo que a cavidade da matriz superior

siga perfeitamente a cavidade da matriz inferior.

(a) por intermédio de

duas colunas opostas

diagonalmente.

(b) e (c) por intermédio

de sedes cônicas ou

inclinadas, na forma

de macho e fêmea.

(a) (b) (c)

Page 63: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento matriz

Canais de rebarba

A figura abaixo apresenta os tipos e a tabela seguinte dá

recomendações sobre as suas dimensões.

Page 64: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento matriz

Canais de rebarba

Page 65: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Forjamento matriz

Material das matrizes

Os materiais empregados na confecção das matrizes são aços

especiais – tipo ferramentas – caracterizados por conterem

carbono de médio a alto teor e elementos de liga como cromo,

níquel, molibdênio, tungstênio e vanádio. Exigem tratamento

térmico tanto mais complexo, quanto maior a quantidade e a

porcentagem de elementos de liga presentes.

Page 66: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Recalcagem

Trata-se essencialmente de um processo de conformação a

quente em que uma barra, tubo ou outro produto de seção

uniforme, geralmente circular, tem uma parte de sua seção

transversal alongada ou reconformada.

Page 67: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Recalcagem

Page 68: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Outro tipo de forjamento

Forjamento rotativo

É um processo de redução da área da seção transversal de

barras, tubos ou fios, mediante a aplicação de golpes repetidos,

com o emprego de um ou mais pares de matrizes opostas.

A peça a ser forjada, geralmente, é de forma quadrada, circular

ou apresenta qualquer forma simétrica em seção transversal.

Pelo processo, consegue-se reduzir, por exemplo, tubos a partir

de 35cm de diâmetro e barras a partir de 10cm de diâmetro

aproximadamente.

Normalmente, o processo é aplicado a frio em aços carbono com

0,20% ou menos de carbono. À medida que aumenta o teor de

carbono e elementos de liga, a forjabilidade rotativa diminui.

Page 69: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Outro tipo de forjamento

Forjamento rotativo

Exige tratamento térmico de coalescimento para máxima

deformabilidade. Com o tratamento a redução pode atingir 70%,

enquanto com estrutura normal, a redução só pode atingir 30% a

40%.

Alguns metais e ligas, menos ou pouco dúcteis, como aços-liga

devem ser deformados a quente.

O forjamento rotativo de tubos é feito com os objetivos

seguintes: redução dos diâmetro interno e externo, confecção de

conicidade numa extremidade, melhora da resistência, obtenção

de tolerâncias mais estreitas.

A figura seguinte mostra os métodos de forjamento rotativo.

Page 70: Conformação-Ciências dos Materiais II

Forjamento

Outro tipo de forjamento

Forjamento rotativo

(a) Matrizes cônicas, são abertas e fechadas rapidamente.

(b) A bucha gira e o tubo é avança longitudinalmente.(Tornearia)

Page 71: Conformação-Ciências dos Materiais II

Exercícios

Qual a classificação dos processos de conformação de acordo

com o tipo de força aplicada? Cite exemplos.

Defina temperatura de recristalização?

Em que consiste a laminação?

Quais os tipos de laminadores?

Em que consiste o forjamento?

Comente os processos de forjamento?

Page 72: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Realizada normalmente a frio, compreende um conjunto de

operações, por intermédio das quais uma chapa plana é

submetida a transformação de modo a adquirir uma nova forma

geométrica, plana ou oca.

A deformação plástica é realizada com o emprego de prensas de

estampagem, com o auxílio de dispositivos especiais chamados

estampos ou matrizes.

Compreende as seguintes operações:

_corte;

_ dobramento ou encurvamento;

_ estampagem profunda(pode ser realizada eventualmente a

frio).

Page 73: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Corte de chapas

O processo correspondente à obtenção de formas geométricas

determinadas, a partir de chapas, submetidas à ação de uma

ferramenta ou punção de corte, aplicada por intermédio de uma

prensa que exerce pressão sobre a chapa apoiada numa matriz.

No instante em que o punção penetra da matriz, o esforço de

compressão converte-se em esforço de cisalhamento e ocorre o

desprendimento brusco de um pedaço do material.

s_ espessura da chapa;

d_ diâmetro do punção;

s/d_ valor máximo de

1,2( para chapa de aço

e punção de aço

temperado);

_ a espessura da chapa

a ser cortada deve ser

igual ou menor que o

diâmetro do punção.

Page 74: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Corte de chapas

Matriz para corte

Principais componentes de uma matriz de corte:

A folga entre o punção e a

matriz depende da espessura

da chapa a ser submetida ao

corte e do tipo de material (ver

gráfico seguinte).

Page 75: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Corte de chapas

Matriz para corte

Quanto menores a espessura da chapa e o diâmetro

do punção, menor a folga; e vice-versa.

Aço duro

Aço doce

e latão

Alumínio e

metais leves

Page 76: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Corte de chapas

Matriz para corte

O punção deve apresentar seção conforme o contorno desejado

da peça a extrair da chapa; do mesmo modo, a cavidade da

matriz.

Page 77: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Corte de chapas

Esforço necessário para o corte

Q = p.e.σc

Onde

Q = esforço de corte ou de cisalhamento, em kgf;

p = perímetro da figura, mm;

e = espessura da chapa, mm;

σc = resistência ao cisalhamento do material, kgf/mm2.

Como

σc = 3/4 a 4/5 σt

σt = resistência à tração do material.

Page 78: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Corte de chapas

Puncionadeira CNC

Page 79: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Dobramento e encurvamento

Na figura abaixo as fases de operações simples de dobramento,

nas quais se procura manter a espessura da chapa ou evitar

qualquer outra alteração dimensional.

Page 80: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Dobramento e encurvamento

Em operações mais simples de dobramento, para obtenção de

elementos relativamente curtos, usam-se matrizes, montadas

em prensas de estampagem. Principais elementos de uma

dessas matrizes:

Page 81: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Dobramento e encurvamento

No dobramento dois fatores são importantes: o raio de curvatura

e a elasticidade do material. Devem-se evitar cantos vivos, para

o que devem ser fixados raios de curvatura que correspondem

de 1 a 2 vezes a espessura da chapa para materiais moles e de

3 a 4 vezes a espessura para materiais duros.

No caso de materiais duros, devido aos característicos de

elasticidade dos metais, é comum que, depois de realizado o

esforço de dobramento, a chapa tenda a volta para sua forma

primitiva, de modo que se recomenda se construir as matrizes

com ângulos de dobramento mais acentuados, além de realizar-

se a operação em várias etapas.

Page 82: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Dobramento e encurvamento

Determinação da linha neutra

Na obtenção de um elemento dobrado deve-se conhecer as

dimensões exatas da chapa.

Inicialmente, procede-se à determinação da linha neutra do

elemento dobrado, ou seja, a linha da seção transversal cuja

fibra correspondente não foi submetida a nenhum esforço, quer

de tração ou de compressão e que, em consequência, não

sofreu qualquer deformação.

Na determinação dessa linha neutra considere a figura seguinte:

Page 83: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Dobramento e encurvamento

Determinação da linha neutra

Uma tira de chapa do material que vai ser dobrado é submetida

a um dobramento preliminar. Seu comprimento é c e a sua

espessura e; dobrada a tira, mede-se os comprimentos a e b e o

raio r. Admitindo-se que o valor y corresponda à distância da

linha neutra, tem-se

c = a + b + π/2 ( r + y)

2c = 2a + 2b + πr + πy

Logo

y = [2(c – a – b)/ π] – r

Page 84: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Dobramento e encurvamento

Determinação da linha neutra

A linha neutra geralmente está situada na metade da seção

transversal quando a espessura da chapa é no máximo de um

milímetro. Em espessuras superiores, admite-se que a linha

neutra se situe a 1/3, aproximadamente, da curva interna.

Page 85: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Dobramento e encurvamento

Esforço necessário para o dobramento

Suponha-se uma chapa metálica colocada sobre uma matriz de

dobramento e sujeita ao esforço de dobramento.

P = (2. σf. b.e2)/3l

P = força necessária para o

dobramento, kgf

σf = tensão de flexão necessária

para obter a deformação

permanente, kgf/mm2 (admite-se

σf = 2σt )

σt = limite de resistência à tração,

kgf/mm2

b = largura da chapa, mm

e = espessura da chapa, mm

l = distância entre os apoios, mm

Page 86: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Encurvamento

A operação de encurvamento segue, em linhas gerais, os

mesmos princípios e conceitos explicados na operação de

dobramento. Geralmente, curvatura total, como a figura abaixo

mostra, exige várias etapas.

Page 87: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Estampagem profunda

É o processo de estampagem em que as chapas metálicas são

conformadas na forma de copo, ou seja, um objeto oco. As

aplicações mais comuns correspondem a cápsulas, carrocerias

e pára-choques de automóveis, estojos, tubos etc.

A figura seguinte permite estudar o comportamento das fibras do

material quando submetido ao processo de estampagem

profunda. O material está representado por um disco metálico A

de diâmetro D, do qual se originou o cilindro oco B, de diâmetro

d e altura h.

Admite-se que a espessura da chapa permanece constante.

Page 88: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Estampagem profunda

O disco do fundo do cilindro B

também não sofreu qualquer

alteração.

A parede cilíndrica, entanto, ficou

deformada, porque antes constituía a

curva circular h0, limitada pelos

diâmetros D e d.

Essa deformação está representada

pelas áreas hachuradas S0 e δ,

correspondentes, respectivamente,

ao elemento S0 da coroa de largura

h0 antes da deformação e ao

elemento δ na parede do cilindro B,

que resulta da mudança durante a

estampagem do elemento S0.

Page 89: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Estampagem profunda

Ao mesmo tempo que passa da forma trapezoidal para a forma

retangular δ, o elemento S0 dobra-se de 90º, resultando no

cilindro uma altura h maior que a altura h0 do elemento

trapezoidal.

Cada elemento estará solicitado, durante a estampagem, por

forças radiais de tração e forças tangenciais de compressão.

Page 90: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Estampagem profunda

Matriz para estampagem profunda

Page 91: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Estampagem profunda

Desenvolvimento de um elemento para estampagem

profunda

Como no caso do dobramento de chapas, é necessário, a partir

de um determinado desenho de peça a ser estampada,

conhecer-se o disco de chapa que será o ponto de partida para

o objeto estampado.

O método a ser exposto, resulta de experiências sucessivas,

aplica-se somente a objetos ocos com forma geométrica regular

ou com seção circular.

Para objetos mais irregulares, utiliza-se o método da tentativa e

erro.

Page 92: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Estampagem profunda

Desenvolvimento de um elemento para estampagem

profunda

Cálculo para objetos ocos de forma retangular:

onde,

D = diâmetro do disco inicial

d = diâmetro do cilindro copo

h = altura do copo

dhdD 42

Page 93: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Estampagem profunda

Operações de reestampagem

A redução teórica máxima que se obtém numa operação de

estampagem é cerca de 50% e mesmo nas condições mais

favoráveis não ultrapassa 60%. Assim, é praticamente

impossível obter-se, numa única operação de estapagem

profunda, um objeto oco com altura muito maior que o diâmetro.

Recorre-se, então, as operações de reestampagem, de vários

tipos como mostra a figura abaixo.

Page 94: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estampagem

Estampagem profunda

Prensas de estampagem

As prensas de estampagem

podem ser:

_mecânicas, em que o

volante é fonte de energia, a

qual é aplicada por

manivelas, engrenagens,

excêntricos;

_hidráulica, em que a

pressão hidrostática aplicada

contra um ou mais pistões

fornece a energia para o

esforço de deformação.

Page 95: Conformação-Ciências dos Materiais II

Extrusão

É um processo de conformação em que um bloco é forçado a

passar através do orifício de uma matriz sob alta pressão, de

modo a ter sua seção transversal reduzida.

Produz, geralmente, barras cilíndricas ou tubos; porém, formas

de seção transversal mais irregulares podem ser conseguidas

em metais mais facilmente extrudáveis como o alumínio.

Normalmente a extrusão é realizada a quente, devido ao grande

esforço necessário para a deformação; porém, como se verá

mais adiante, aplica-se também os processos de extrusão a frio.

A figura seguinte apresenta os dois tipos básicos de extrusão:

Page 96: Conformação-Ciências dos Materiais II

Extrusão

O bloco metálico é

colocado numa câmera e

forçado através do orifício

da matriz pelo êmbolo.

O êmbolo é oco e a ele

está presa a matriz; a

extremidade oposta da

câmera é fechada com uma

placa. O esforço necessário

à deformação é menor.

Page 97: Conformação-Ciências dos Materiais II

Extrusão

A figura abaixo representa o processo de extrusão de tubos.

O equipamento utilizado na extrusão consiste de prensas

horizontais, com capacidades normais de 1.500 a

5.000toneladas, embora prensas maiores sejam utilizadas.

Os metais e ligas extrudados compreendem aço, alumínio e

suas ligas, cobre e suas ligas etc. Alumínio e latão podem ser

extrudados de modo a produzir seções estruturais relativamente

complexas.

Page 98: Conformação-Ciências dos Materiais II

Extrusão

Extrusão a frio

Na extrusão traseira, o metal se movimenta em direção oposta à

do punção.

Page 99: Conformação-Ciências dos Materiais II

Extrusão

Extrusão a frio

Na extrusão dianteira, o metal se movimenta na mesma direção

do punção.

Page 100: Conformação-Ciências dos Materiais II

Extrusão

Extrusão a frio

Tipo Hooker, para produção de objetos longos e ocos.

Processo ironing, em que se procura, mediante pressão radial,

dimensionar as peças dentro das tolerâncias exigidas.

Page 101: Conformação-Ciências dos Materiais II

Extrusão

Os aços-carbono, de carbono até aproximadamente 0,20%, são

muito fáceis de extrudar a frio, e exemplos de peças obtidas

incluem, entre outros: pinos de pistões, retentores de molas de

válvulas etc.

A medida que o teor de carbono cresce, a extrusão a frio torna-

se mais difícil.

Os aços de carbono mais elevado exigem um tratamento térmico

de esferoidização, para conferir ao metal estrutura mais

adequada à extrusão.

Com esses aços de alto teor de carbono, produz-se, por

extrusão a frio, apoios de suspensão dianteira, porcas, eixos de

motores e geradores etc.

Os aços-liga, são ainda mais difíceis de extrudar a frio e a

esferoidização prévia é quase sempre necessária.

Page 102: Conformação-Ciências dos Materiais II

Extrusão

Vários princípios devem ser considerados ao planejar-se a

utilização do processo. Como exemplo:

_ o projeto das peças e das matrizes deve ser tal que o metal se

deforme apenas por esforços de compressão, visto que tensões

de tração ou combinadas podem levar à fratura;

_ a deformação do metal deve ser processada de modo

uniforme; por exemplo, a base de uma extrusão dianteira não

deve ser mais fina que a espessura da parede.

Na extrusão a frio são usadas geralmente prensas verticais

mecânicas; empregam-se, entretanto, prensas hidráulicas para

peças maiores.

Page 103: Conformação-Ciências dos Materiais II

Extrusão

Forças de extrusão

Chamando relação de extrusão a relação entre a área da seção

transversal inicial A0 e a área da seção transversal final Af, ou

seja,

R = A0/Af

A pressão de extrusão é aproximadamente uma função linear do

logaritmo natural de R. Assim, a força de extrusão P é expressa

por

P = kA0lnA0/Af

Os valores de K são dados na figura seguinte, para o campo

usual de temperaturas.

Page 104: Conformação-Ciências dos Materiais II

Extrusão

Forças de extrusão

Page 105: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estiramento(trefilação)

Aplica-se a operação em fios e arames, ou seja, em produtos de

seção muito menor que o comprimento, e em tubos.

Para a produção de fios e arames, parte-se de um produto semi-

acabado denominado fio-máquina, geralmente laminado, de

seção circular e de diâmetro não superior a 6,35mm.

Permite espaço

para o lubrificante

Verifica-se a redução

do diâmetro

Page 106: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estiramento(trefilação)

A maioria das matrizes para estiramento é feita de metal

duro(carboneto de tungstênio).

O fio-máquina a ser estirado(ou trefilado) é inicialmente

decapado.

Geralmente, reveste-se o fio-máquina ou barra com cal, que

atua como absorvente e portador do lubrificante no estiramento

a seco e como neutralizador de qualquer ácido remanescente da

operação de decapagem.

No processo de estiramento à seco, o lubrificante utilizado

consiste em graxa ou pó de sabão.

No estiramento úmido, o fio é submerso num fluido lubrificante

especial ou numa solução alcalina de sabão.

Page 107: Conformação-Ciências dos Materiais II

Estiramento(trefilação)

A figura abaixo apresenta esquematicamente quatro métodos

para estirar (a frio) tubos.

Os tubos, depois de produzidos por extrusão ou mandrilagem a

quente, são estirados a frio com o objetivo de obter tolerâncias

dimensionais mais estreitas, melhor acabamento superficial,

melhores propriedades mecânicas e redução de suas paredes.