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UTILIZADOS EM COSMTICOSOs conservantes so usados em muitos cosmticos para aumentar a vida til dos produtos, impedindo o desenvolvimento de bactrias, fungos, leveduras e mofos que podem causar doenas ou, simplesmente, prejudicar o bom aspecto do produto final. Um produto livre de microorganismos que possam causar danos sade humana, constitui uma exigncia crescente, principalmente por parte dos consumidores e tambm dos rgos responsveis pela vigilncia sanitria do Pas. As conseqncias de um creme ou shampoo contaminado recaem sobre o consumidor, que pode sofrer um dano sade devido populao de microorganismos, em sua pele ou cabelos ficar acima do normal, podendo se tornar patognico; contudo o crescimento de microorganismos pode ainda provocar mudanas de cor, odor e consistncia, resultando no abandono do produto pelo consumidor, reclamaes de produto junto empresa e nas conseqentes perdas financeiras e de imagem da marca ou da empresa como um todo. Embora ajam controvrsias quanto ao seu uso, vrios conservantes so aprovados e aplicados em uma infinidade de produtos cosmticos. Neste artigo, vamos conhecer quais so os principais.

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IntroduoConser vantes so substncias qumicas tambm conhecidas como preser vantes (traduo adaptada do ingls), cuja funo inibir o crescimento de microorganismos no produto, conservando-o livre de deterioraes causadas por bactrias, fungos e leveduras. Eles podem ter atividade bacteriosttica e/ou fungisttica. No funo do conservante compensar ms prticas de fabricao. Isto pode, inclusive, gerar microorganismos resistentes, porm mesmo que o fabricante possa oferecer um produto isento de contaminaes, o prprio consumidor inadver tidamente pode adicionar uma certa carga microbiana durante o seu uso, tornando-se necessrio prover o produto de algum sistema eficiente de conservao. No raro, o que se observa que o formulador deixa a escolha do conservante para o final do processo de desenvolvimento, havendo a tendncia em se lanar mo sempre dos mesmos tipos de ativos. Entretanto, com a rpida e enorme modernizao da cosmtica, para se selecionar o melhor sistema conservante para cada frmula, na sua melhor combinao de tipos de ativo e na concentrao ideal, preciso dominar o conhecimento

Conservantes so substncias qumicas, cuja funo inibir o crescimento de microorganismos no produto, conservando-o livre de deterioraes causadas por bactrias, fungos e leveduras.do t rinmio produto-conser vantesmicroorganismos. Como produto, importante considerar aqui sua composio qumica, embalagem e o processo de fabricao. O primeiro aspecto a ser considerado na escolha do conservante a regulamentao do uso de substncias de ao conservante permitidas, uma vez que de carter eliminatrio. No Brasil, atualmente as normas de BPFeC so estabelecidas

pela Portaria do Ministrio da Sade No 348 de 18 de agosto de 1997 e a lista de conservantes permitidos para produtos de higiene pessoal, cosmticos e perfumes consta da Resoluo RDC No 162 de 1 1 de setembro de 2001. A regulamentao varia de pas para pas. Por exemplo, na comunidade europia a diretiva para cosmticos 76/768 EEC que apresenta as mais de 60 substncias ativas em seu anexo VI, no entanto somente cerca de uma dzia destes so efetivamente usados pelo mercado. O Japo o pas que conta com a lista mais restritiva. Para se definir se a susceptibilidade do produto maior contaminao por bactrias, fungos ou leveduras, avalia-se inicialmente a atividade de gua do produto. Quanto mais aquosa, mais susceptvel a bactrias. Em geral, cremes e loes exigem atividade tanto bacteriosttica quanto fungisttica, fazendo-se necessrio utilizar misturas de conservantes de amplo espectro de atividade. O segundo passo para se selecionar um sistema conservante conhecer suas propriedades fsico-qumicas para se prever possveis incompatibilidades qumicas com os componentes da frmula e at de inativao do conservante. As propriedades organolpticas tambm devem ser consultadas, a fim de se prever

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possveis interferncias na cor, no odor e tambm no sabor, em caso de produtos para os lbios. Via de regra, o ideal adicionar os conservantes ao final do processo de manufatura aps a fase de resfriamento, pois geralmente um de seus componentes pode sofrer degradao. O conhecimento da flora potencialmente contaminante do produto requer a monitorao dos insumos, destacando-se a gua e as embalagens, das instalaes, dos equipamentos e do ar atravs de anlises microbiolgicas do tipo contagem, swab-test, nmero mais provvel e outras, e com base em padres dados em UFC/mL (unidades formadoras de colnias por mililitro). O monitoramento permite validar mtodos e procedimentos a fim de prevenir contaminaes medida que se combate o seu foco ou causa, bastando na maioria das vezes, determinar o tipo de clula bactria, fungo ou levedura no sendo necessria a identificao morfolgica, a menos que se trate de microorganismo muito reincidente principalmente no sistema de purificao da gua. A eficcia do sistema conservante s pode ser garantida atravs de testes de desafio, ou challenge Tests como so conhecidos, que consistem na inoculao do produto com microorganismos especificados pela CTFA (The Cosmetic,

Toyletry and Fragrance Association) e a constante monitorao da carga sobrevivente. Idealmente estes testes devem ser realizados durante os testes de estabilidade das amostras do teste de fbrica e acompanhados com anlises de determinao dos ativos conservantes para melhor interpretao dos resultados.

O conservante idealO conservante ideal no existe e por isso que se usam combinaes ou blends de conservantes. Um bom conservante deve apresentar atividade de amplo espectro, ou seja, deve eliminar todos os tipos de microorganismos, que incluem fungos, bactrias Gram positivas e Gram negativas. Em geral, substncias qumicas ativas contra bactrias no so ativas contra fungos e os ativos contra fungos no so efetivos contra bactrias. Outra propriedade que o conservante deve ser efetivo a baixas concentraes. Isso significa que os conservantes so, na realidade, uma forma de segurana e no acrescentam valor mercadolgico aos produtos, devendo ser usados as mais baixas concentraes possveis, de acordo com as exigncias. Baixos nveis de concentrao reduzem as chances de irritao e outras preocupaes de toxicidade.

O conservante ideal para uso em cosmticos tambm deve ser solvel em gua e insolvel em leo. Isso se deve ao fato de que os microorganismos crescem na fase aquosa e na interface gua-leo; assim, para serem mais funcionais, os conservantes devem ser acrescentados na fase aquosa. A estabilidade outra importante propriedade. O conservante deve ser estvel a qualquer temperatura e condies de pH que sejam utilizadas durante o processo de fabricao dos cosmticos. Porm, na realidade, sabemos que nenhuma combinao orgnica estvel em calor elevado ou condies de pH extremas. Os conservantes devem ser, ainda, incolores e inodoros, ou seja, no devem acrescentar cor ou odor ao produto, bem como no devem reagir com outros ingredientes para formar cores ou odores. Devem ser compatveis com todos os ingredientes e no devem perder atividade na sua presena. O conservante ideal deve funcionar durante a fabricao e ao longo da vida til dos cosmticos. Deve apresentar facilidade de analise usando mtodos atuais populares; e deve ser de fcil controle, bem como no inflamvel e no txico. Assim, como ainda no foi encontrado o conservante ideal que atende a todos esses critrios, vamos conhecer, a seguir,

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OS PARABENO ABENOS QUADRO 1 - OS PAR ABENOS Nome INCI Benzilparabeno Butilparabeno Etilparabeno Isobutilparabeno Isopropilparabeno Metilparabeno Propilparabeno Benzylparaben Butylparaben Ethylparaben Isobutylparaben Isopropylparaben Methylparaben Propylparaben Nmero CAS 94-18-8 94-26-8 120-47-8 4247-02-3 41 1-73-5 9 99-76-3 94-13-3 Nmero EINECS 202-31 1-9 202-318-7 204-399-4 224-208-8 224-069-3 202-785-7 202-307-7

os conser vantes mais utilizados na fabricao de cosmticos. No se trata de uma antologia dos conservantes, mas sim, de um levantamento dos tpicos principais relativos aos preservantes mais usados pelo setor. Ao lado dos mais comuns, existem outros que sero apresentados de forma resumida na forma de um quadro global (Quadro 13). As combinaes ou blends oferecidas pelos grandes nomes do setor no sero apresentadas; porm so produtos altamente efetivos, tais como, para citar somente alguns, as linhas MikroKill, da Arch Personal Care; Nipaguard, da Clariant; Elestab, da Cognis; Germaben, da ISP; Glydant e Geogard, da Lonza; Paragon, da McIntyre; Merguard, da Nalco; Neolone, da Rohm & Haas; Euxyl, da Schlke & Mayr; e outros.

Existem outras categorias de conservantes que no sero abordadas no presente artigo, tais como os preservativos que so tambm ingredientes ativos, os conser vantes naturais, os antioxidantes e os agentes quelantes.

Os parabenosSo os steres do cido parahidroxibenzoico. O cido parahidroxibenzoico antimicrobiano, porm a medida que o pH aumenta, dissocia-se na forma (inativa) de sais. O pH mais alto, com ainda alguma atividade, um pH de 8. Por isto, os parabenos so raramente usados em pH>6. Os ons de ferro podem causar essa dissociao em nveis de pH menores. As regulamentaes da Unio

Europia e do Brasil permitem o uso de no mximo 0,4% de cada parabeno e um mximo de 0,8% de parabeno total, no produto cosmtico. No Japo permitido no mximo 1% de parabeno total, para qualquer produto cosmtico. Os parabenos incluem o metilparabeno, etilparabeno, propilparabeno, butilparabeno, isopropilparabeno, isobutilparabeno e benzilparabeno. Os parabenos so na maioria ativos contra fungos. Apresentam atividade contra bactrias Gram positivas, mas so considerados fracos contra bactrias Gram negativas. A limitao no uso de parabenos est na quantidade que pode ser dissolvida na gua. Os parabenos s funcionam em fase aquosa. Os parabenos so inativados (parcialmente ou completamente) por

DOS PARABENO ABENOS 100 QUADRO 2 - SOLUBILIDADE DOS PAR ABENOS (gramas por 100 gramas) 25C gua, 25C Benzilparabeno Butilparabeno Etilparabeno Metilparabeno Propilparabeno 0,.01 0,02 0,17 0,25 0,05 gua, 80C 0,05 0,15 0,86 2,00 0,30 Propilenoglicol 1 3 1 10 25 22 26

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OS SAIS PARABENO ABENOS QUADRO 3 - OS SAIS DE PAR ABENOS Nome INCI Butilparabeno sdico Etilparabeno sdico Metilparabeno potssico Metilparabeno sdico Propilparabeno sdico Sodium Butylparaben Sodium Ethylparaben Potassium Methylparaben Sodium Methylparaben SodiumPropylparaben Nmero CAS 36457-20-2 35285-68-8 261 12-07-2 5026-62-0 35285-69-9 Nmero EINECS 253-049-7 252-487-6 247-464-2 225-714-1 252-488-1

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CONSERVANTESfortes ligantes de hidrognio, tais como os compostos altamente etoxilados, como os polisorbatos e out ros compostos, como os derivados de celulose, protenas e lecitinas. Podem tambm ser absorvidos por muitos tipos de argilas ou compostos semelhantes. Os parabenos so pH dependentes. A ordem de adio ou o mtodo pelo qual os parabenos so acrescentados s formulaes freqentemente determina se eles sero inativados. Os melhores mtodos para incorporar parabenos em uma formulao incluem: pr-dissoluo em um solvente apropriado, como o propileno glicol, adio do sal a temperat ura ambiente (os sais de parabeno so altamente solveis em gua) e ajuste do pH a faixa cosmtica, ou adicionar o parabeno em p a temperatura de emulsificao (75-80C), na fase aquosa. Adicionar parabenos na fase oleoso no recomendado, uma vez que os parabenos funcionam somente em fase aquosa. Tambm, adicionar os parabenos na gua antes de aquecimento pode resultar em um tempo significativamente maior para dissolvlos. Aquecendo-os em gua para dissolvlos pode causar saponificao em emulses aninicas, j que a base colocada junto, ao mesmo tempo. Os parabenos so steres orgnicos e esto sujeitos saponificao; as condies para que isto acontea dependem da combinao de temperat ura, pH e tempo. Os parabenos podem ser absorvidos por recipientes de polietileno. Os parabenos e seus sais so disponveis como ps puros.

Os preservantes que reagem com acetilacetonaFormaldedo. O formaldedo um dos produtos qumicos mais comuns de uso atual. o aldedo mais simples, de frmula molecular H2CO e nome oficial IUPAC metanal. O formaldedo um gs. normalmente utilizado em soluo aquosa a cerca de 37% em massa contendo metanol como preservativo contra a polimerizao, sendo tambm conhecido como formalina. A toxicidade da formalina e do formaldedo, o gs anidro, muito diferente. O formaldedo em concentraes acima do limite classificado como carcinognico humano e tm sido relacionado com cncer dos pulmes e nasal e com possvel cncer no crebro e leucemia. O formaldedo permitido pela Unio Europia em at 0,2% como formaldedo livre, menos em produtos orais, onde o limite de 0,1%; proibido em aerossis. Produtos com mais de 500 ppm de formaldedo (formaldedo livre total de qualquer fonte) devem conter aviso na etiqueta. No Brasil, o formaldedo permitido em at 0,1% em produtos orais, at 0,2% em todos os outros usos e at 5% em produtos para endurecer unhas, sendo proibido em aerossis. No Japo, o formaldedo proibido. O formaldedo bastante ativo principalmente contra bactrias e mostra tambm boa atividade contra fungos. inativado por protenas e gelatina. estvel em pH de 3 a 9. altamente voltil, podendo evaporar dos produtos acabados pela simples ao de abrir e

fechar o recipiente. uma substncia qumica muito reativa e apresenta forte odor. Pode reagir com componentes de fragrncia, amnio e ferro. Tem ao sensibilizante e irritante na pele. O formaldedo um produto natural, presente em todas as clulas do corpo humano. Tambm encontrado em frutas, como mas, uvas e pras. solvel em gua e melhor incorpor-lo na formulao a frio, devido a sua volatilidade. DMDM Hidantoina. produto da reao de 2 moles de formaldedo com 1 mole de dimetil Hidantoina, formando o dimetilol dimetil Hidantoina ou 1,3Dimetilol-5-5-dimetilhidantoina). O produto comercial est disponvel como soluo em gua a 55%, p anidro ou soluo a 55% em propileno glicol. A soluo aquosa contm at 2% de formaldedo livre. O DMDM Hidantoina muito ativo contra bactrias e fraco contra fungos. Mostra mais baixa atividade na presena de bissulfetos e reaes com o cido dehidroactico e a avobenzona. estvel em pH de 3 a 9 e em temperaturas at 80C, onde libera formaldedo. O Brasil e a Comunidade Econmica Europia permitem at 0,6% do ingrediente ativo em qualquer produto. A DMDM Hidantoina solvel em gua e propileno glicol. Na forma lquida facilmente adicionado aos produtos; em p, precisa ser pr-dissolvido em gua. Imidazolidinil ura. uma uria heterocclica de substituio, produzida pela reao de alantona com formaldedo. comercializada na forma de p branco, puro. O produto muito solvel

OS PRESERVANT ANTES REA ACETIL ACETONA TILACE QUADRO 4 - OS PRESERVANT ES QUE RE AGEM COM ACETIL ACETONA Nome INCI Formaldedo DMDM Hidantoina Imidazolinidil ura Quatrnio 15 Diazolidinil ura Hidroximetilglicinato de sdio Metenamina Formaldehyde DMDM Hydantoin Imidazolidinyl urea Quaternium 15 Diazolidinyl urea Sodium Hydroxymethylglycinate Methenamine Nmero CAS 50-00-0 6440-58-0 39236-46-9 51229-78-8 7849 1-02-8 701 61-44-3 100-97-0 Nmero EINECS 200-001-8 229-222-8 254-372-6 223-805-0 278-928-2 274-357-8 202-905-8COSMTICOS & PERFUMES

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PRESERVANT ANTES REA ACETIL ACETONA TILACE OS PRESERVANT ES QUE RE AGEM COM ACETIL ACETONA

DMDM Hidantoina

em gua (200 gramas/ 100 gramas), insolvel em leo e tem solubilidade limitada em propileno glicol. Apresenta grande atividade contra bactrias Gram positivas e Gram negativas, mas nenhuma atividade contra fungos. Demonstra sinergismo com parabenos Na Unio Europia e no Brasil permitido o seu uso em nvel mximo de 0,6%. No Japo, os novos regulamentos permitem sua utilizao em at 0,3%, em produtos rinse-off, desde que conste no rtulo do produto a advertncia: No deve ser usado por crianas ou por pessoas hipersensveis a formaldedo. A melhor maneira de incorpor-lo via soluo 50/50 com gua e adicionlo aps a adio de fragrncias. Quatrnio-15. Quatrnio-15. o cloreto de cis-1-(3cloroalil)-3,5,7-triaza-1-azoniadamantano, ou cloroalilcloreto de metenamina. um derivado da hexamina. Apresenta amplo espectro de atividade, sendo mais ativo contra

bactrias Gram negativas e mais fraco contra fungos. muito solvel em gua e insolvel em leo, tendo sua solubilidade limitada em propileno glicol. sensvel ao calor e nunca deve ser usado acima de 50C, bem como em pH abaixo de 4 ou acima de 10. Faz algumas formulaes amarelar, o que representa uma possvel reao com o citral, um componente de fragrncia bastante usado. Em solues aquosas com mais de 1% no deve permanecer armazenado por mais de duas semanas. O Quatrnio-15 comercializado na forma de p; o qual requer cuidados porque inflamvel. Para a sua incorporao na formulao pode ser dissolvido em gua; deve ser sempre adicionado em temperatura abaixo de 50C. Na Unio Europia e no Brasil, pode ser usado em todos os produtos cosmticos em concentraes mximas de 0,2%. Diazolidinil ura. A diazolidinil urea (C8H14N4O7) produzida pela reao da alantona e formaldedo. uma

relao diferente do imidazolidinil ura. A diazolidinyl ura comercializada em p, bem como em solues de propileno glicol em combinao com parabenos e outros agentes antifungos. solvel em gua e em propileno glicol e insolvel em leo. Apresenta grande atividade cont ra todas as bactrias (duas vezes mais ativo que o imidazolidinil ura) com alguma atividade contra mofos. estvel a pH de 2 a 9 e no deve ser exposto a temperaturas acima de 75C por mais de uma hora. Seu p extremamente higroscpico. A Unio Europia e o Brasil permitem seu uso em nvel mximo de 0,5%. Seu uso no permitido no Japo. Hidroximetilglicinato de sdio (SHMG). (SHMG Fabricado a partir da glicina e formaldedo em hidrxido de sdio, comercializado em soluo a 50%. A soluo a 50% miscvel em gua. ativo contra bactrias e mofos e fraco contra leveduras. No deve ser aquecido por longos perodos de tempo a mais de

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AS ISOTIA ZOLINONAS TIAZOLINONA QUADRO 5 - AS ISOTIA ZOLINONAS Nome INCI Metilcloroisotiazolinona Metilisotiazolinona Benzisotiazolinona Methylchloroisothiazolinone Methylisothiazolinone Benzisothiazolinone Nmero CAS 26172-55-4 2682-20-4 2634-33-5 Nmero EINECS 247-500-7 220-239-6 220-120-9

50C. comercializado a pH de 10-12, o que resulta na neutralizao de compostos cidos sem afetar a atividade biocida. O SHMG reage com citral e forma uma tonalidade rosa, porm sem afetar sua atividade. Seu uso permitido na Unio Europia e no Brasil a nveis mximos de 0,5% de ingrediente ativo; no permitido no Japo. Metenamina. Comercializada com um material 99% puro, produzida pela reao do formaldedo com amnia. Normalmente, comercializada em combinao com outros conservantes. solvel em gua, inflamvel e sensvel ao calor. mais ativa contra bactrias. No funciona at ser dissolvida em gua e decomposta em formaldedo. A metenamina permitida na Unio Europia a nveis at 0,15%.

As isotiazolinonasA 5-cloro-2 metil isotiazolin-3-ona (CMIT) e a 2-metil-4 isotiazolin-3-ona (MIT) so vendidas misturadas na proporo de 3 para a 1 i.e. 3 (CMIT) : 1 (MIT). O produto comercial contm, normalmente, 21-23% de nitrato de magnsio, 74-77% de gua e 1,5% de material ativo. um composto orgnico heterocclico. O precursor metilisotiazolinona oferecido como conser vante para cosmticos, normalmente em soluo. A benzisotiazolinona (1,2 benzotiazolin-3-ona) ou BIT

um biocida industrial que agora tambm oferecido para a indstria cosmtica. As CMIT/MIT so permitidas na UEE e no Brasil para todos os produtos, em concentrao mxima de 0,1% (15 ppm de ingrediente ativo). No Japo so permitidas nas mesmas concentraes, porm somente em produtos rinse-off. As CMIT/MIT so miscveis em gua e propileno glicol e insolveis em leo. Trata-se de um biocida de amplo espectro, com excelente atividade contra todos os microorganismos. Reagem e perdem atividade na presena de bissulfitos, aminas secundrias e fortes nuclefilos. A utilizao de doadores de formaldedo com CMIT/MIT tende a eliminar a inativao de CMIT/MIT com protenas. Os sais de magnsio reagem com o cido esterico e tambm os carbomeros. As aminas, principalmente as aminas secundrias, presentes nas formulaes como estabilizadores de espuma, ou mesmo, como impurezas de aminas tercirias, so capazes de romper o anel das isotiazolinonas, ocasionando a perda de sua atividade biocida, efeito deletrio este que se acentua com a elevao do pH para nveis iguais ou superiores a 8. De maneira anloga, tambm os componentes de enxofre reduzido (sulfitos e bissulfitos), presentes como resduos em tensoativos sulfatados e sulfonados, podem atacar o anel, o que pode ser

ISOTIA ZOLINONAS TIAZOLINONA AS ISOTIA ZOLINONAS

evitado com a adio de um agente oxidante adequado. As isotiazolinonas so tambm mais estveis em pH abaixo de 8, concentraes de colgeno e queratina em torno de 2% e a temperatura variando entre a ambiente e 50 graus. As CMIT/MIT so geralmente usadas juntas com outros conservantes. O produto comercial deve sempre ser manuseado com precaues j que o material concentrado corrosivo e pode causar reaes alrgicas. Os fabricantes no recomendam o uso deste conservante em produtos aplicados na proximidade dos olhos. Metilisotiazolinona. tambm oferecida separadamente da CMIT, em soluo aquosa a 9,5%. recomendado que seja usada com nvel de ativo da ordem de 50 a 100 ppm. ativa contra bactrias, mas fraca contra fungos, ou seja, deve ser usado junto com um conservante antifungal. Embora mais estvel em uma maior faixa de pH que a combinao CMIT/MIT, no deve ser exposta a altas temperaturas durante longos tempos. Tambm recomenda-se incorpor-lo a formulao em temperatura inferior a 45C. Benzisotiazolinona (BIT). um composto heterocclico. produzido pela reao do cloreto de tionila com cido ditiodibenzoico. um conservante industrial bastante popular, geralmente usado em combinao com outros biocidas, tais como o metilcloroisotiazolinona. vendido na forma de soluo aquosa ou gliclica, ou em combinaes. O BIT mais ativo contra as bactrias Gram positiva e normalmente usado em nveis mximos de 50 ppm. A benzisotiazolinona conhecida por ser um sensibilizante da pele quando usado em altos nveis. Nos nveis cosmticos normais (abaixo de 50 ppm) e para produtos do tipo rinse-off, pode ser usado de forma segura. inativado por sulfetos.

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QUADRO 6 - OUTROS TIPOS FENLICOS Nome INCI Fenoxietanol Alcool benzlico Alcool fenetlico Phenoxyethanol Benzyl alcohol Phenethyl alcohol Nmero CAS 122-99-6 100-51-6 60-12-8 Nmero EINECS 204-589-7 202-859-9 200-456-2

Outros tipos fenlicosNesta categoria inclui-se o fenoxietanol e os lcoois benzlico e fenetlico. enoxietanol xietanol. Fenoxietanol o produto da reao de uma mole de xido de etileno com uma mole de fenol. Esse produto ainda chamado de 2-fenoxietanol, fenoxietol ou ter monofenlico de etilenoglicol. O fenoxietanol aprovado no Brasil, UEE e Japo em concentrao mxima de 1%, sem restries para todas as aplicaes de personal care. O fenoxietanol amplamente usado na indstria de fragrncias como solvente e, tambm, pelo seu aroma floral. A pureza dos diferentes produtos comerciais disponveis varia. O nvel de fenol livre um ponto crtico para o setor cosmtico, porque o mesmo irritante. Normalmente, deve ser inferior a 0,1%. O fenoxietanol um excelente solvente para parabenos e outros conservantes e, por isto, existem muitos blends de conservantes que o incorporam como solvente. solvel em gua de 0,5 a 2,67 gramas por 100 gramas de gua; miscvel com propileno glicol e glicerina. O fenoxietanol um biocida fraco. mais ativo contra as bactrias Gram negativo. sempre usado em combinao com outros preservantes. O fenoxietanol inativado por compostos altamente etoxilados. um

composto estvel em temperatura de at 85C e pode ser utilizado em pH de 3 at 10. O grupo terminal hidroxila sujeito a esterificao e oxidao. benzlico. lcool benzlico O lcool benzlico ou fenilmetanol um lcool aromtico lquido (C6H5CH2,OH). utilizado como componente de fragrncias e aromas, e solvente. considerado GRAS e

Nos compostos fenlicos o efeito antimicrobiano deve-se ao fato de atuar sobre a membrana celular.registrado pelo EPA (U.S. Environmental Protection Agency). usado como preservante para produtos oftlmicos, injetveis e orais. tambm usado como solvente e como um produto qumico intermedirio. O lcool benzlico solvel em gua em at 3%. mais ativo contra as bactrias Gram positivas e apresenta alguma OUTROS TIPOS FENLICOS

atividade contra as bactrias Gram negativas e leveduras, mas fraco no caso dos mofos. inativado por no-inicos e apresenta baixa atividade em pH>7. Oxida lentamente com a luz UV em cido benzico e benzaldedo. O melhor nvel de pH est entre 5 e 6. Os utilizadores de lcool benzlico sempre devem incluir um antioxidante na formulao. O lcool benzlico tambm tem efeito anestesiante. Seu uso permitido na UEE e no Brasil em concentrao de at 1% enquanto que, no Japo, autorizado sem restries nem limitaes j que no considerado como conservante. lcool fenetlico. Trata-se de um lcool aromtico tambm conhecido como lcool feniletil. Tem forte odor de rosa. O lcool fenetlico a 2% solvel em gua. ativo contra bactrias, porm fraco contra fungos. inativado por noinicos e funciona melhor em pH cido. O produto sujeito reao com agentes oxidantes. Os utilizadores sempre devem incluir um antioxidante na formulao. O lcool fenetlico pode ser adicionado diretamente ao produto cosmtico, sem cuidados especiais. No listado como conservante na UEE; permitido no Brasil em concen-

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QUADRO 7 - CONSERVANT ES ACDICOS E PH CONSERVANT ACDICOS ANTES pKa 3 cido dehidroactico cido benzico cido srbico cido saliclico cido frmico cido propinico 5,27 4,18 4,76 2,97 3,75 4,87 100 94 98 48 85 99 4 95 6 1 85 9 36 88 % ativo para diversos pH 5 65 1 3 37 1 5 43 6 1 6 1,5 5,5 0 1 7 7 2 0 0 0 0 1

trao de at 0,5%. No Japo pode ser usado sem limites j que no considerado como preservante. considerado como GRAS pela FDA, para uso em alimentos.

Os conservantes acdicosMuitos cidos funcionam como conservantes em sua forma acdica, mas no apresentam nenhuma atividade na forma de sais. Todos so pH dependentes. Muitos so disponveis como sais para facilitar a sua incorporao na formulao e, uma vez adicionado, o pH baixado para liberar o cido livre. Os principais cidos e seus relativos sais empregados como conservantes em cosmtica so apresentados no Quadro 8. dehidroa ehidroactico. cido dehidroactico. Fabricado a partir de ceteno, o DHA apresenta baixa solubilidade em gua e, por este motivo, freqentemente incorporado em formu-

laes com SDHA (Sodium dehydroacetate) ou dehidroacetato de sdio e o pH depois ajustado para liberar o cido livre. A UEE e o Brasil permitem o uso de DHA como cido livre, em nvel de at 0,6%, com a restrio de no poder ser utilizado em aerossis. No Japo a concentrao permitida de 0,5%, para o cido livre. Tanto o DHA quanto o SDHA so comercializados na forma de p, com pureza mnima de 98%. A solubilidade desses doi produtos apresentada no Quadro 9, a seguir. QUADRO 9 - SOLUBILIDADE DE SDHA E DHA SDHA gua Propileno glicol Azeite de oliva 33% 48% >0,1% DHA 0,1% 1,7% 1,6%

O dehydroacetato de sdio no apresenta nenhuma atividade antimicrobiana. A atividade baseada no cido livre e, consequentemente, depende do pH. A melhor atividade obtida por pH