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Cibele Fernandes Dias Knoerr CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 1 “Quis custodiet custodes? Quem controla, quem limita a atuação judicial na tarefa de interpretar a Constituição? Poder constituído, o Judiciário é, ele também, submetido à Constituição? Onde, porém, o Judiciário pontifica em última instância sobre a eficácia das leis e dita a interpretação constitucional final, não há poder jurídico que o controle. Facilmente pode ele desbordar para o chamado Governo de Juízes, perigo inerente, segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho, a todo Estado de Direito, porém mais teórico do que real, pois que ‘pelos hábitos de moderação, os juízes não ambicionam a direção política do país, nem se intrometem nela a não ser quando esta colide com a lei. Na prática constitucional, todavia, alguns tipos de controle atuam sobre a interpretação judicial; o controle popular que permite, por exemplo, a cassação de uma decisão judicial por solicitação popular, para afastar o obstáculo da inconstitucionalidade de uma lei, oposto pelo Judiciário.” 2 1. CONCEITO E ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL (nomoestática) INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL (nomodinâmica) 1. O conteúdo do ato é incompatível com o conteúdo de norma da CF. 1. O defeito está na forma do ato, podendo traduzir-se em falha: (a) Inconstitucionalidade orgânica: vício de iniciativa 1 Elaborado pela Professora Cibele Fernandes Dias Knoerr como plano de aula. Mestre e Doutoranda em Direito Constitucional pela PUC/SP. Professora de Direito Constitucional na Universidade TUIUTI do Paraná, do ensino à distância da ESTACIO DE SÁ/Rio de Janeiro, da FEMPAR (Fundação Escola do Ministério Público do Paraná), da ESMAFE (Escola da Magistratura Federal do Paraná), do JURIDICO em Curitiba. Superintendente Jurídica da COHAPAR. Advogada. 2 FERRAZ, Anna Cândida da Cunha. Processos informais de mudança na Constituição. São Paulo: Max Limonad, 1986. p. 111. 1

Constitucional Parte V

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DIREITO CONSTITUCIONAL

PAGE 1Cibele Fernandes Dias Knoerr

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Quis custodiet custodes? Quem controla, quem limita a atuao judicial na tarefa de interpretar a Constituio? Poder constitudo, o Judicirio , ele tambm, submetido Constituio? Onde, porm, o Judicirio pontifica em ltima instncia sobre a eficcia das leis e dita a interpretao constitucional final, no h poder jurdico que o controle. Facilmente pode ele desbordar para o chamado Governo de Juzes, perigo inerente, segundo Manoel Gonalves Ferreira Filho, a todo Estado de Direito, porm mais terico do que real, pois que pelos hbitos de moderao, os juzes no ambicionam a direo poltica do pas, nem se intrometem nela a no ser quando esta colide com a lei. Na prtica constitucional, todavia, alguns tipos de controle atuam sobre a interpretao judicial; o controle popular que permite, por exemplo, a cassao de uma deciso judicial por solicitao popular, para afastar o obstculo da inconstitucionalidade de uma lei, oposto pelo Judicirio.

1. CONCEITO E ESPCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE

INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL (nomoesttica)INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL (nomodinmica)

1. O contedo do ato incompatvel com o contedo de norma da CF.1. O defeito est na forma do ato, podendo traduzir-se em falha:

(a) Inconstitucionalidade orgnica: vcio de iniciativa

(b) Inconstitucionalidade formal propriamente dita:

(b.1) Defeito no processo legislativo, na repartio de competncias legislativas ou nos pressupostos para o exerccio de competncia legislativa.

2. Pode ser originria ou superveniente (somente na hiptese de mutao constitucional).2. Sempre originria. No existe inconstitucionalidade formal superveniente.

3. Pode ser total ou parcial.3. Pode ser total ou parcial.

INCONSTITUCIONALIDADE POR AOINCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSO

1. O ato impugnado colide com norma da CF, por isso o Poder Pblico com sua ao (ao elaborar o ato) violou a CF.1. Com a sua omisso, o Poder Pblico violou a CF.

2. Pode ser total ou parcial.2. Pode ser total (descumprimento total do dever de editar ato normativo para regulamentar norma constitucional de eficcia limitada) ou parcial (existe o ato normativo, mas incompleto porque deixa de regular situaes reclamadas pela CF).

3. No controle concentrado, pode ser combatida com a ADI, ADC, ADPF e a Smula vinculante.3. No controle concentrado, pode ser combatida com a ADIO e a ADPF. Tambm no controle difuso, destaque-se o MI (mandado de injuno).

INCONSTITUCIONALIDADE DIRETA OU FRONTALINCONSTITUCIONALIDADE INDIRETA, REFLEXA OU OBLIQUA

1. Quando o ato impugnado ofende diretamente norma da CF.1. Quando o ato impugnado ofende primeiro dispositivo legal, somente indiretamente dispositivo constitucional. equiparada ilegalidade.

ETAPAS PARA A ANLISE DA INCONSTITUCIONALIDADE DE ATO NORMATIVO

Primeiro passo: Identificar se h inconstitucionalidade formal no ato analisado

(a) H vcio de competncia legislativa? Identificar se a matria tratada na Lei ou ato de competncia legislativa privativa da Unio (22, CF), dos Municpios (30, CF) ou concorrente entre a Unio, os Estados-Membros e Distrito Federal (24, CF). Se a matria tratada no ato no estiver em nenhum destes artigos, a competncia ser reservada ou remanescente do Estado (25, 1, CF).(b) H vcio de iniciativa? Identificar se o rgo que apresentou o projeto de lei tinha competncia para iniciar o processo de elaborao daquela norma.(1) matria de iniciativa privativa do Presidente da Repblica (arts. 61, 1 e 165, CF)?

(2) matria de iniciativa privativa de rgo do Poder Judicirio (arts. 93, 96 e 125, 1, CF)?

(3) matria de iniciativa privativa do Procurador-Geral da Repblica? (lembrar: (a) conforme o art. 127, 2, da CF, a lei ordinria que trata da criao e extino de cargos e servios auxiliares no Ministrio Pblico da Unio de iniciativa privativa do Procurador-Geral da Repblica, (b) j conforme o art. 128, 5, da CF, a lei complementar que estabelece o estatuto do Ministrio Pblico da Unio de iniciativa concorrente entre Presidente e Procurador-Geral da Repblica, (3) e em relao ao art. 61, 1, d, ltima parte, a lei ordinria que estabelece normas gerais para a organizao do Ministrio Pblico dos Estados, do Distrito Federal e Territrios, de iniciativa privativa do Presidente da Repblica)

(c) caso de Lei Complementar? Identificar se a matria reservada pela Constituio para Lei Complementar. (d) caso de resoluo da Cmara dos Deputados (art. 51, CF), Resoluo do Senado (art. 52, CF) ou Decreto Legislativo do Congresso Nacional (art. 49, CF)? Identificar se a matria reservada pela Constituio s resolues ou aos decretos legislativos.Se a matria no estiver reservada lei complementar, s resolues ou aos decretos legislativos, pode ser tratada por lei ordinria.

(e) O processo legislativo foi respeitado? Identificar se foram seguidas as regras de elaborao previstas na CF para aquele ato normativo.(1) Emenda Constitucional: art. 60.

(2) Lei Ordinria: arts. 64 a 67.

(3) MP: art. 62.

(4) Lei Delegada: art. 68.

(5) Lei Complementar: mesmo para as Leis Ordinrias + art. 69.

Segundo passo: Identificar se h inconstitucionalidade material no ato analisado.

A Lei ou ato normativo ofende o contedo de alguma norma de ndole constitucional (direitos e garantias fundamentais, por exemplo)?

DISTINGUINDO A REVOGAO E A INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL SUPERVENIENTE

1. MUDANA DE CONSTITUIO

Exemplo: lei de 1970, constitucional em face da Constituio de 1969, mas incompatvel com o contedo da Constituio de 1988 ser revogada. No pode ser declarada inconstitucional em face da Constituio de 1988. caso de revogao.

2. MUDANA FORMAL NA CONSTITUIO (REFORMA CONSTITUCIONAL)

Exemplo: lei de 1990, constitucional em face da redao originria da Constituio de 1988, mas incompatvel com o contedo da Constituio, na redao dada por Emenda Constitucional. No pode ser declarada inconstitucional em face da Emenda Constitucional. A lei anterior revogada pela Emenda Constitucional.

3. MUDANA INFORMAL NA CONSTITUIO (MUTAO CONSTITUCIONAL)

Exemplo: lei de 1990, constitucional em face da redao originria da Constituio de 1988 em face da interpretao vigente na poca, mas que se torna incompatvel materialmente com a Constituio, em face de nova interpretao conferida ao mesmo dispositivo constitucional. Aqui ser caso de inconstitucionalidade material superveniente da lei.

2. MODELOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

1. Modelo ingls de ausncia de fiscalizao A Constituio inglesa descansa sobre a soberania ilimitada do Parlamento: NO H CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PORQUE A CONSTITUIO INGLESA NO-ESCRITA, COSTUMEIRA E FLEXVEL.

2. Modelo francs Conselho Constitucional criado pela Constituio Francesa de 1958 - a lei como expresso da vontade geral: NO H CONTROLE JURISDICIONAL DE CONSTITUCIONALIDADE PORQUE O JUDICIRIO, NA CONCEPO FRANCESA, NO TEM LEGITIMIDADE DEMOCRTICA PARA INVALIDAR A LEI, QUE EXPRIME A VONTADE GERAL. EXISTE CONTROLE POLTICO DE COMPETNCIA DE UM TRIBUNAL CONSTITUCIONAL, MAS QUE REALIZA UM CONTROLE EXCLUSIVAMENTE PREVENTIVO.

ROSSEAU prope um conceito de lei que inteiramente novo, e esse descobrimento o enche de entusiasmo, sendo por ele considerado uma verdadeira revelao divina. De fato, sintetiza ROSSEAU na feliz frmula vontade geral a justificao de todo significado da lei, como resultado da vontade do povo, que ele identifica com a vontade do prprio Deus. essa concepo milagrosa da lei que passar para os revolucionrios franceses e permanecer, mesmo aps as sucessivas etapas pelas quais passou a Revoluo, no sendo derrotada nem mesmo aps a restaurao monrquica. (SIFUENTES, Mnica. Smula vinculante: um estudo sobre o poder normativo dos Tribunais. So Paulo: Saraiva, 2005. p. 27.)

3. Modelo americano Judicial review stare decisis et quieta non movere (o que est decidido no deve ser alterado): SO OS FUNDADORES DO CONTROLE JURISDICIONAL DE CONSTITUCIONALIDADE. EM 1803, NO CASO MARBURY versus MADISON, A SUPREMA CORTE DOS EUA DECIDIU QUE QUALQUER JUIZ OU TRIBUNAL, EM QUALQUER CASO CONCRETO, PODE AFASTAR A INCIDNCIA DE UMA LEI OU DE UM ATO NORMATIVO CONTRRIO CONSTITUIO. O controle de constitucionalidade consagrou a concepo, tpica de um sistema filiado ao common law, de que o direito nasce da construo jurisprudencial (judge made law) e se a Suprema Corte decide uma lei inconstitucional, todos os demais rgos do Poder Judicirio ficam vinculados a este precedente. A declarao de inconstitucionalidade invalida os atos concretos praticados com base na lei desde o momento da sua publicao (efeitos ex tunc).

FACHADA DA SUPREMA CORTE EM WASHINGTON D.C.

Duas solues oferecem-se e somente duas: deixar ao legislador o cuidado de respeitar a Constituio ou confiar aos juzes o cuidado de assegurar o respeito a ela. Entre as duas preciso escolher. A escolha pode ser duvidosa? (Charles Eisenmann).

4. Modelo austraco Hans Kelsen Constituio da ustria de 1920 O Tribunal Constitucional como Legislador negativo: o TRIBUNAL CONSTITUCIONAL UM QUARTO PODER, NO PERTENCENTE ESTRUTURA DOS TRS PODERES, CUJA COMPETNCIA EXCLUSIVA A DE REALIZAR CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS OU ATOS NORMATIVOS EM TESE EM FACE DA CONSTITUIO. NO H CASO CONCRETO, O TRIBUNAL JULGA UM CASO ABSTRATO: SE A LEI OU NO CONSTITUCIONAL. ATUA COMO LEGISLADOR NEGATIVO, PORQUE RETIRA DA ORDEM JURDICA AS LEIS INCOMPATVEIS COM A CONSTITUIO. A DECLARAO DE INCONSTITUCIONALIDADE TEM EFEITOS EX NUNC, porque a deciso tem natureza constitutiva.

Uma Corte Constitucional uma jurisdio criada para conhecer especial e exclusivamente o contencioso constitucional, situado fora do aparelho constitucional ordinrio e independente deste e dos poderes pblicos. (FAVOREU, Louis. As Cortes Constitucionais. So Paulo: Landy, 2004.)

3. CRITRIOS PARA CLASSIFICAO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE1. Quem controla? sujeitos do controle natureza do rgo competente para o controle POLTICO: PODER LEGISLATIVO OU PODER EXECUTIVOJURISDICIONAL: PODER JUDICIRIO

2. Quando se controla? O tempo do controlePREVENTIVOREPRESSIVO OU SUCESSIVO

O CONTROLE POLTICO PODE SER PREVENTIVO OU REPRESSIVOO CONTROLE JURISDICIONAL , COMO REGRA, REPRESSIVO, MAS PODE SER PREVENTIVO (somente no mandado de segurana impetrado por parlamentar para impedir a discusso e votao de projeto ou proposta contrrios Constituio)

1. (Ministrio Pblico Mato Grosso 2005 - CESPE) A doutrina brasileira considera no existir, no pas, a modalidade de controle preventivo de constitucionalidade.CONTROLE POLTICO DE CONSTITUCIONALIDADE

PREVENTIVOREPRESSIVO

1. Veto do Presidente da Repblica por motivo de inconstitucionalidade do projeto de lei (veto jurdico) (66, CF)

1. Veto legislativo (49, V, CF) o Congresso Nacional pode sustar (suspender a eficcia) ato normativo do Poder Executivo que exorbite do poder regulamentar [exemplo: decreto autnomo que invade matria sujeita reserva legal] ou dos limites da delegao legislativa [lei delegada que invade matria reservada lei complementar].

2. Parecer das Comisses de Constituio e Justia do Poder Legislativo opinando pela rejeio de projeto de lei por motivo de inconstitucionalidade.

2. Rejeio de Medida Provisria por motivo de inconstitucionalidade (62, CF) qualquer uma das Casas, seja o Plenrio da Cmara dos Deputados (Casa Inicial) ou o Plenrio do Senado Federal (Casa Revisora) pode rejeitar medida provisria por inconstitucionalidade formal (ausncia de relevncia ou urgncia; violao aos limites materiais expressos) ou material (o contedo da medida provisria ofende o contedo de alguma regra ou princpio constitucional).

3. O Tribunal de Contas, no exerccio da sua funo de fiscalizao (tpica do Poder Legislativo), pode afastar a incidncia de leis ou atos normativos, quando entenda que so inconstitucionais: Smula 347, do STF: O Tribunal de Contas, no exerccio de suas atribuies, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Pblico.

4. O Senado Federal pode suspender a execuo de lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo STF em sede de controle concreto e difuso (art. 52, inc. X, da CF).

5. O Chefe do Poder Executivo (Presidente da Repblica, Governador de Estado ou Prefeito) pode determinar aos seus subordinados que no executem uma lei se entender pela sua flagrante inconstitucionalidade.

2. (Procuradoria da Repblica 19 Concurso) O controle jurisdicional de constitucionalidade pode ser levado a efeito pelo veto do Presidente da Repblica. 3. (Procurador do Distrito Federal 2004 ESAF) Em virtude de sua subordinao ao princpio da legalidade da administrao, o chefe do Poder Executivo no est autorizado a determinar que seus subordinados deixem de aplicar leis, mesmo as que entender flagrantemente inconstitucionais.

4. (Procurador do Distrito Federal 2004 - ESAF) O Poder Legislativo est autorizado a aprovar lei em cujos dispositivos se declarem nulas e de nenhuma eficcia, por serem inconstitucionais, outras leis de sua autoria. 5. (Procurador do Distrito Federal 2004 ESAF) Ao Poder Legislativo conferida a atribuio para sustar os atos normativos do Poder Executivo, podendo inclusive, essa funo fiscalizadora, recair sobre os decretos que no exorbitarem da funo regulamentar. 6. (Promotor Substituto MP Paran 2a Fase 2008 -1,0 ponto mximo de 30 linhas) Diante de uma lei inconstitucional, pode a autoridade administrativa deixar de aplic-la? Explique seu entendimento.

4. CRITRIOS DE CLASSIFICAO DO CONTROLE JURISDICIONAL DE CONSTITUCIONALIDADE

a) Significado da JURISDIO CONSTITUCIONAL: quando o Poder Judicirio, no exerccio da funo jurisdicional, exerce controle de constitucionalidadeSe pode soar exagero na afirmao de que o juiz constitucional reinventou a Constituio, ningum ousar discordar que ele tem sido o co-autor constituinte, mesmo que no diga, mesmo que no reconhea e no pode dizer ou reconhecer por aquilo que faz.

b. CONTROLE JURISDICIONAL INSPIRADO NO SISTEMA NORTE-AMERICANO (DESDE A CONSTITUIO BRASILEIRA DE 1891)

1. Finalidade:

CONCRETO OU SUBJETIVO

Existe um caso concreto onde se discute a aplicao de uma determinada lei tendo em vista sua antinomia com a Constituio Federal e h direitos subjetivos supostamente ameaados ou violados por uma lei que se alega ser inconstitucional. A finalidade do controle defender as liberdades, os direitos subjetivos ameaados ou violados por uma lei inconstitucional. Por isso, Piero Calamandrei refere-se a este controle como a jurisdio constitucional das liberdades.

2. Nmero de rgos dotados de

competncia:DIFUSO OU ABERTO

Todos os juzes e tribunais sejam federais ou estaduais - so competentes para o controle de constitucionalidade.

3. Modo de provocao do rgo competentePOR VIA DE EXCEO OU DE DEFESA

As partes se utilizam da questo da inconstitucionalidade da lei para fundamentar sua pretenso jurdica ou mesmo o Ministrio Pblico para respaldar sua opinio ou o prprio Juiz para motivar sua deciso.

4. Modo de manifestao do controle de constitucionalidade POR VIA INCIDENTAL

A questo da inconstitucionalidade da lei prejudicial, obstculo que o juiz precisar enfrentar para julgar o mrito da ao. Por isso, a declarao de inconstitucionalidade no far parte do pedido do autor e, sim, eventualmente, da causa de pedir. De outro lado, no integra o dispositivo da deciso e sim a sua fundamentao.

b1) CLUSULA DE RESERVA DE PLENRIO (Art. 97, CF e art. 480 a 482, CPC)

A DECLARAO DE INCONSTITUCIONALIDADE, nos Tribunais do Poder Judicirio, depende da MAIORIA ABSOLUTA dos membros do TRIBUNAL PLENO ou do RGO ESPECIAL.

EXCEES PREVISTAS NO CPC: SO HIPTESES EM QUE O PRPRIO RGO FRACIONRIO PODE DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL: (1) j houver deciso do PLENRIO DO STF ou (2) deciso do TRIBUNAL PLENO ou RGO ESPECIAL a que pertence o rgo fracionrio

7. (Procurador da Fazenda Nacional 2006 ESAF) Suponha que o Supremo Tribunal Federal tenha declarado a inconstitucionalidade de uma lei federal, ao julgar um mandado de segurana. Diante disso, assinale a opo correta.

(a) O rgo fracionrio do tribunal de segunda instncia, deparando-se com a mesma argio de inconstitucionalidade do diploma, no dever suscitar o incidente de inconstitucionalidade, mas dever simplesmente aplicar a deciso de inconstitucionalidade proferida pelo Supremo Tribunal Federal. (b) Se um juiz de primeira instncia julgar uma causa afirmando vlida a lei, caber reclamao ao Supremo Tribunal Federal para preservar a autoridade da sua deciso. (c) Caber Cmara dos Deputados suspender os efeitos da lei, para que, ento, a deciso do Supremo Tribunal Federal ostente efeitos erga omnes.

(d) Essa declarao de inconstitucionalidade, mesmo no tendo eficcia erga omnes, apresenta efeito vinculante para todos os rgos do Judicirio.(e) Contra a deciso da Suprema Corte, cabe o ajuizamento da argio de descumprimento de preceito fundamental, no prazo prprio da impetrao de mandado de segurana. 8. (Procurador da Fazenda Nacional 2006 ESAF) Os rgos fracionrios de tribunais de segundo grau no podem declarar a inconstitucionalidade de uma norma ordinria, mas podem, sem declarar explicitamente a inconstitucionalidade, afastar a incidncia da norma ordinria pertinente lide, para decidir essa mesma lide sob critrios diversos que estimem extrados da Constituio. b2) EFEITOS DA DECLARAO DE INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL ou INCIDENTER TANTUM1. INTER PARTES

2. EX TUNC (regra) (exceo: possibilidade de MODULAO)

3. NO PRODUZ EFEITO VINCULANTE

4. NO TRANSITA EM JULGADO PORQUE INTEGRA A FUNDAMENTAO DA DECISO

5. NO PRODUZ EFEITO REPRISTINATRIO

9. (Advogado da Unio 2009 CESPE/UNB) Segundo entendimento do STF, possvel a utilizao da tcnica da modulao ou limitao temporal dos efeitos de deciso declaratria de inconstitucionalidade no mbito do controle difuso de constitucionalidade.

10. (Juiz Federal Substituto TRF 5a Regio 2009 CESPE/UNB) No controle difuso, a atribuio de efeitos prospectivos declarao de inconstitucionalidade proibida pelo STF.

b3) COMPETNCIA PRIVATIVA DO SENADO FEDERAL PARA SUSPENDER A EXECUO, NO TODO OU EM PARTE, DE LEI DECLARADA INCONSTITUCIONAL POR DECISO DEFINITIVA DO STF (ART. 52, X, CF)

1. COMPETNCIA DISCRICIONRIA (votos divergentes dos Ministros Gilmar Ferreira Mendes e Eros Roberto Grau de que seria competncia vinculada, transformando o Senado numa secretaria do Supremo)

2. PRESSUPE EXCLUSIVAMENTE DECISO DEFINITIVA DE MRITO DO STF EM SEDE DE CONTROLE CONCRETO e DIFUSO

3. PODE SUSPENDER A EXECUO DE QUALQUER LEI OU ATO NORMATIVO (FEDERAL, ESTADUAL, DISTRITAL OU MUNICIPAL)

4. SUSPENSO PODE SER TOTAL OU PARCIAL

5. TEM EFEITOS ERGA OMNES E EX TUNC (como regra) (a resoluo do Senado deve acompanhar a deciso do STF, assim, se a deciso do STF for proferida com efeitos ex tunc, a Resoluo do Senado deve ter efeitos ex tunc; se a deciso do STF for proferida, excepcionalmente, com efeitos ex nunc, a Resoluo do Senado dever ter efeitos ex nunc)

6. A RESOLUO DO SENADO IRREVOGVEL

O STF retomou julgamento de reclamao ajuizada contra decises do Juiz de Direito da Vara de Execues Penais da Comarca de Rio Branco-AC, pelas quais indeferira pedido de progresso de regime em favor de condenados a penas de recluso em regime integralmente fechado em decorrncia da prtica de crimes hediondos. Alega-se, na espcie, ofensa autoridade da deciso da Corte no HC 82959/SP (DJU de 1.9.2006), em que declarada a inconstitucionalidade do 1 do art. 2 da Lei 8.072/90, que veda a progresso de regime a condenados pela prtica de crimes hediondos (Informativo 454). O Min. Eros Grau, em voto-vista, julgou procedente a reclamao, acompanhando o voto do relator, no sentido de que, pelo art. 52, X, da CF, ao Senado Federal, no quadro de uma verdadeira mutao constitucional, est atribuda competncia apenas para dar publicidade suspenso da execuo de lei declarada inconstitucional, no todo ou em parte, por deciso definitiva do Supremo Tribunal Federal, haja vista que essa deciso contm fora normativa bastante para suspender a execuo da lei. (...) Em divergncia, o Min. Seplveda Pertence julgou improcedente a reclamao, mas concedeu habeas corpus de ofcio para que o juiz examine os demais requisitos para deferimento da progresso. (...) Ressaltou ser evidente que a convivncia paralela, desde a EC 16/65, dos dois sistemas de controle tem levado a uma prevalncia do controle concentrado, e que o mecanismo, no controle difuso, de outorga ao Senado da competncia para a suspenso da execuo da lei tem se tornado cada vez mais obsoleto, mas afirmou que combat-lo, por meio do que chamou de projeto de decreto de mutao constitucional, j no seria mais necessrio. Aduziu, no ponto, que a EC 45/2004 dotou o Supremo de um poder que, praticamente, sem reduzir o Senado a um rgo de publicidade de suas decises, dispensaria essa interveno, qual seja, o instituto da smula vinculante (CF, art. 103-A). Por sua vez, o Min. Joaquim Barbosa no conheceu da reclamao, mas conheceu do pedido como habeas corpus e tambm o concedeu de ofcio. Afastou, ainda, a ocorrncia da alegada mutao constitucional. (...) Asseverou que, com a proposta do relator, ocorreria, pela via interpretativa, to-somente a mudana no sentido da norma constitucional em questo, e, que, ainda que se aceitasse a tese da mutao, seriam necessrios dois fatores adicionais no presentes: o decurso de um espao de tempo maior para verificao da mutao e o conseqente e definitivo desuso do dispositivo. Por fim, enfatizou que essa proposta, alm de estar impedida pela literalidade do art. 52, X, da CF, iria na contramo das conhecidas regras de auto-restrio. Aps, pediu vista dos autos o Min. Ricardo Lewandowski.

(Rcl 4335/AC, rel. Min. Gilmar Mendes, 19.4.2007, Informativo 463 do STF)

11. (Juiz Federal Substituto TRF 4a Regio 2008) Dadas as assertivas abaixo, assinalar a alternativa correta.

I. O Senado Federal realiza exame discricionrio sobre a suspenso da execuo de norma legal declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em controle difuso, podendo recus-la.

II. O Senado Federal pode suspender a execuo de normas estaduais ou municipais declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal em controle difuso.

III. O Supremo Tribunal Federal j reconheceu em sede de controle concentrado a constitucionalidade da norma legal que permite modular no tempo os efeitos da declarao de inconstitucionalidade pela via concreta.

IV. Constituem espcies de controle concentrado de constitucionalidade a ao direta de inconstitucionalidade, a ao direta de inconstitucionalidade interventiva, a ao direta de inconstitucionalidade por omisso, a ao declaratria de constitucionalidade, a argio de descumprimento de preceito fundamental e a reclamao constitucional.

(a) Esto corretas apenas as assertivas I e II.

(b) Esto corretas apenas as assertivas I e III.

(c) Esto corretas apenas as assertivas I, II e IV.

(d) Esto corretas apenas as assertivas II, III e IV.b4) OBJETO E PARMETRO

OBJETO: LEI ou ATO DO PODER PBLICO

PARMETRO: NORMAS CONSTITUCIONAIS (EXPRESSAS OU IMPLCITAS) da Constituio Federal de 1988 ou de Constituies passadas

12. (Juiz Federal Substituto TRF 5a Regio 2009 CESPE/UNB) A expresso bloco de constitucionalidade pode ser entendida como o conjunto normativo que contm disposies, princpios e valores materialmente constitucionais fora do texto da CF formal.

b5) Ao julgar recurso extraordinrio (art. 102, III, da CF), o Supremo Tribunal Federal, como regra, faz controle difuso de constitucionalidade, proferindo a ltima palavra no tocante interpretao constitucional no seio de caso concreto. A Emenda 45, de 2004 acrescentou o 3 ao art. 102: No recurso extraordinrio o recorrente dever demonstrar a repercusso geral das questes constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admisso do recurso, somente podendo recus-lo pela manifestao de dois teros de seus membros. A Lei 11418, de 2006, ao regulamentar a emenda constitucional e acrescentar o art. 543-A ao Cdigo de Processo Civil, precisou o conceito de repercusso geral: 1 Para efeito de repercusso geral, ser considerada a existncia, ou no, de questes relevantes do ponto de vista econmico, poltico, social ou jurdico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. 2 O recorrente dever demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciao exclusiva do Supremo Tribunal Federal, a existncia da repercusso geral. 3 Haver repercusso geral sempre que o recurso impugnar deciso contrria a smula ou jurisprudncia dominante do Tribunal.

b.6) NICA MODALIDADE DE CONTROLE CONCRETO PREVENTIVO: legitimidade exclusiva do parlamentar para ajuizar ao contra ato concreto de rgo do Poder Legislativo que pe um discusso ou votao projeto de lei ou de uma proposta de emenda constitucional que viole clusulas ptreas, com ofensa ao devido processo legislativo (protege direito lquido e certo do parlamentar de participar de um devido processo legislativo direito pblico subjetivo)

Informativo 320 do Supremo Tribunal Federal. Transcrio do voto do Ministro Celso de Mello, no Mandado de segurana n. 24.645-MC-DF: "O processo de formao das leis ou de elaborao de emendas Constituio revela-se suscetvel de controle incidental ou difuso pelo Poder Judicirio, sempre que, havendo possibilidade de leso ordem jurdico-constitucional, a impugnao vier a ser suscitada por membro do prprio Congresso Nacional, pois, nesse domnio, somente ao parlamentar - que dispe do direito pblico subjetivo correta observncia das clusulas que compem o devido processo legislativo - assiste legitimidade ativa 'ad causam' para provocar a fiscalizao jurisdicional. - A jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de recusar, a terceiros que no ostentem a condio de parlamentar, qualquer legitimidade que lhes atribua a prerrogativa de questionar, 'incidenter tantum', em sede mandamental, a validade jurdico-constitucional de proposta de emenda Constituio, ainda em tramitao no Congresso Nacional. Precedentes.

13. (Delegado da Polcia Federal 2004 - CESPE) Devido a graves problemas na rea de segurana pblica como a existncia, no ciclo da perseguio criminal, de dois rgos com tarefas complementares e, algumas vezes, conflitantes; a necessidade de incluso do municpio no sistema de segurana pblica; a incidncia cada vez maior de crimes cometidos por menores de 18 anos de idade etc., foi proposta, com o apoio de 215 deputados, uma emenda Constituio Federal. Nos trabalhos de reviso constitucional, segundo o texto da emenda, o Congresso Nacional deliberaria em sesso unicameral, aprovando-se as alteraes constitucionais pelo voto da maioria absoluta de seus membros. A realizao da reviso constitucional ocorreria aps a ratificao popular do texto da emenda, por meio de referendo, a ser realizado a seis meses aps a sua aprovao e promulgao. Proposta de igual teor havia sido apresentada no incio da sesso legislativa, mas fora rejeitada na primeira votao em plenrio, na Cmara dos Deputados. Porm, com o agravamento da situao na rea da segurana pblica, entenderam os autores ser pertinente a sua reapresentao. Considerando a situao hipottica acima, julgue os itens a seguir: (a) O processo legislativo de emenda constitucional citada acima poderia, por meio de mandado de segurana interposto perante o Supremo Tribunal Federal (STF), ser objeto de controle de constitucionalidade, para o qual esto legitimados apenas os parlamentares da casa legislativa na qual esteja tramitando a proposio.14. (Advogado da Unio 2009 CESPE) admissvel o controle de constitucionalidade de emenda constitucional antes mesmo de ela ser votada, no caso de a proposta atentar contra clusula ptrea, sendo o referido controle feito por meio de mandado de segurana, que deve ser impetrado exclusivamente por parlamentar federal.

15. (Advogado da Caixa Econmica Federal 2006 CESPE) Por meio da impetrao de mandado de segurana, o parlamentar pode tentar coibir atos praticados no processo de aprovao de leis que no se compatibilizam com o processo legislativo constitucional. Entretanto, quando se tratar de emenda constitucional, o mandado de segurana passa a ser incabvel. CONTROLE JURISDICIONAL INSPIRADO NO SISTEMA AUSTRACO (DESDE A CONSTITUIO DE 1946, COM A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 16/65)

1. FinalidadeABSTRATO OU OBJETIVO

No h caso concreto, o caso abstrato porque se examina se, em tese, uma lei ou ato normativo ofende ou no a Constituio. A fiscalizao objetiva porque o interesse protegido objetivo: a defesa da Constituio enquanto ordem objetiva. um controle que no tem por finalidade imediata proteger pessoas ou direitos fundamentais e sim a prpria Constituio.)

2. Nmero de rgos dotados de competncia:CONCENTRADO

Se o parmetro a Constituio Federal, o rgo competente ser o Supremo Tribunal Federal; se o parmetro Constituio Estadual, o rgo competente ser o Tribunal de Justia do respectivo Estado-Membro; se o parmetro a Lei Orgnica do Distrito Federal, o rgo competente ser o Tribunal de Justia do Distrito Federal e Territrios.

3. Modo de provocao do rgo competentePOR VIA DE AO

O Judicirio provocado por meio de aes especficas em que o pedido a declarao de inconstitucionalidade ou de constitucionalidade em tese (que se torna, portanto, questo principal do processo). (1) competncia originria do STF:

(a) ADI ao direta de inconstitucionalidade (102, I, a, CF e Lei 9868/99)

(b) ADIO ao declaratria de inconstitucionalidade por omisso (103, 2 CF e Lei 9868/99)

(c) ADC - ao declaratria de constitucionalidade (102, I, a, CF e Lei 9868/99)

(d) ADPF argio de descumprimento de preceito fundamental (102, 1, CF e Lei 9882/99)

(e) Smula vinculante (art. 103-A, CF e Lei 11417/06)

(2) competncia originria do Tribunal de Justia do Estado-Membro:

(a) REPRESENTAO DE INCONSTITUCIONALIDADE (125, 2, CF)

(b) REPRESENTAO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSO(c) AO DECLARATRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (se houver expressa previso na Constituio Estadual, no Paran h)(3) competncia originria do Tribunal de Justia do Distrito Federal e Territrios:

(a) ADI ao direta de inconstitucionalidade

(b) ADIO ao direta de inconstitucionalidade por omisso

4. Modo de manifestao do controle de constitucionalidade:POR VIA PRINCIPAL

A questo da constitucionalidade ou inconstitucionalidade o tema principal do processo: faz parte do pedido do autor e, por sua vez, do dispositivo da deciso.

16. (Advogado da Unio 2006 CESPE/UNB) A criao das declaraes de constitucionalidade e de inconstitucionalidade por omisso e a ampliao da legitimao para propositura das aes diretas de inconstitucionalidade foram inovaes implementadas com a promulgao da Constituio de 1988 no sistema brasileiro de controle de constitucionalidade.

4a) DAS AES DO CONTROLE ABSTRATO DE COMPETNCIA DO STF:

ADI (102, I, a, 2 e 103, caput, CF + Lei 9868/99)ADC (102, I, a; 102, 2; 103, CF + Lei 9868/99)ADPF (102, 1, CF + Lei 9882/99)

1. rgo competente: STFSTFSTF

2. Parmetro: Normas da CF em vigorNormas da CF em vigorPRECEITOS FUNDAMENTAIS: Clusulas ptreas + Princpios constitucionais sensveis + Princpios fundamentais

4b) EFEITOS (NORMAIS) DA DECISO DEFINITIVA DE MRITO :

(a) ERGA OMNES (CONTRA TODOS) (b) EFEITO VINCULANTE

(b.1) Limite subjetivo (quem vincula?): EM RELAO AOS DEMAIS RGOS DO PODER JUDICIRIO E A ADMINISTRAO PBLICA DIRETA E INDIRETA NAS ESFERAS FEDERAL, ESTADUAL, DISTRITAL E MUNICIPAL

(b.2) Limite objetivo (o qu vincula?): DISPOSITIVO + FUNDAMENTAO (transcendncia dos motivos determinantes) (102, 2, CF (na redao da EC 45/04), art. 28, nico, Lei 9868/99 e 10, 3, Lei 9882/99)

(c) EX TUNC (d) TRANSITA EM JULGADO PORQUE INTEGRA O DISPOSITIVO DA DECISO(e) EFEITO REPRISTINATRIO (com a declarao de inconstitucionalidade da lei revogadora, a lei revogada volta a ter vigncia) b.1 POSSIBILIDADE DE MODIFICAO (MODULAO ou MANIPULAO) DOS EFEITOS (art. 27, Lei 9868/99 e art. 11, Lei 9882/99): por maioria de dois teros dos membros do Tribunal e estando presentes razes de segurana jurdica ou excepcional interesse social pode modificar:

(1) eficcia erga omnes para restringir os efeitos da declarao

(2) efeitos ex tunc para afastando-o, decidir que a deciso s tenha eficcia a partir de seu trnsito em julgado (ex nunc) ou a partir de outro momento que venha a ser fixado no passado ou no futuro (efeitos prospectivos)

(3) efeito vinculante para restringi-lo

(4) efeito repristinatrio para afast-lo b.2 COMO CONSEQNCIA DO EFEITO VINCULANTE: existe a possibilidade de interposio de reclamao contra ato judicial ou administrativo que descumpra deciso do STF que tem efeito vinculante. A reclamao concretiza o exerccio do direito de petio (art. 5, inc. XXXIV, a, CF) e est prevista expressamente na CF para a garantia da autoridade de suas decises e de sua competncia (art. 102, I, l, CF).

b.3 A questo do carter dplice ou ambivalente da ADI e ADC:

ADI procedente (declara a inconstitucionalidade) = ADC improcedente

ADI improcedente (declara a constitucionalidade) = ADC procedente

(ADPF: pode pedir ao STF para declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos posteriores CF de 1988 quando no caiba ADI ou ADC ou pedir para declarar a revogao de leis ou atos normativos anteriores CF de 1988.

ADPF (leis ou atos normativos posteriores CF de 1988):

ADPF procedente: declara a inconstitucionalidade

ADPF improcedente: declara a constitucionalidade

ADPF (leis ou atos normativos anteriores CF de 1988):

ADPF procedente: declara a revogao

ADPF improcedente: declara a recepo

b4. CLUSULA DE RESERVA DE PLENRIO (97, CF + 23, Lei 9868/99)

A DECLARAO DE CONSTITUCIONALIDADE ou INCONSTITUCIONALIDADE DEPENDE DA MAIORIA ABSOLUTA DO TRIBUNAL PLENO ou do RGO ESPECIAL.

17. (Advogado da Unio 2009 CESPE/UNB) (a) A declarao de inconstitucionalidade de uma norma pelo STF acarreta a repristinao da norma anterior que por ela havia sido revogada, efeito que pode ser afastado, total ou parcialmente, por deciso da maioria de 2/3 dos membros desse tribunal, em decorrncia de razes de segurana jurdica ou de excepcional interesse social. (b) De acordo com entendimento do STF, a deciso declaratria de inconstitucionalidade de determinada lei ou ato normativo no produzir efeito vinculante em relao ao Poder Legislativo, sob pena de afronta relao de equilbrio entre o tribunal constitucional e o legislador. (c) Na arguio de descumprimento de preceito fundamental, a deciso exarada produz efeito vinculante, que, em sua dimenso objetiva, abrange no s a parte dispositiva, mas tambm os fundamentos determinantes da deciso. (d) A deciso de mrito proferida pelo STF no mbito de ao declaratria de constitucionalidade produz, em regra, efeitos ex nunc e vinculantes para todos os rgos do Poder Executivo e demais rgos do Poder Judicirio.

18. (Procuradoria do Estado Paran 2007) So mecanismos de uniformizao do controle de constitucionalidade brasileiro:

(a) a reclamao e a smula vinculante

(b) o controle difuso e o mandado de injuno (c) o foro especial por conta do cargo, nas infraes penais comuns (d) a argio de descumprimento de preceito fundamental e o habeas data (e) o mandado de segurana individual e o mandado de segurana coletivo 19. (Procurador Federal 2007 CESPE) A respeito da reclamao constitucional, julgue os itens que se seguem.

(a) Enquanto no STF cabvel a reclamao para a preservao de sua competncia e garantia de suas decises, no STJ cabvel apenas para a preservao de sua competncia.

(b) Conforme entendimento do STF, possvel o ajuizamento de reclamao, para preservao da autoridade de suas decises, contra ato judicial que desrespeite os motivos determinantes de julgado proferido pela corte no mbito do controle concentrado de constitucionalidade. 20. (Procurador da Fazenda Nacional 2006 ESAF)

(a) impossvel que se entenda devido qualquer efeito de uma lei declarada inconstitucional. (b) invivel o controle de constitucionalidade de norma j revogada. (c) Por meio da tcnica da inconstitucionalidade por arrasto, o Supremo Tribunal Federal, em sede de controle abstrato, estende os efeitos da inconstitucionalidade declarada de uma lei a outros diplomas legislativos de igual teor, mesmo que no tenham sido objeto explcito de impugnao na demanda.

21. (Advogado da Unio 2009 CESPE/UNB) Quando o STF apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, compete ao Advogado-Geral da Unio exercer a funo de curador especial do princpio da presuno de constitucionalidade da norma, razo pela qual no poder, em hiptese alguma, manifestar-se pela inconstitucionalidade do ato impugnado.

A declarao de inconstitucionalidade no controle abstrato com efeitos erga omnes e ex tunc implica a nulidade e o desfazimento de todos os atos concretos que foram praticados com na lei?

(a) em nome da boa-f de terceiros e a teoria da aparncia, o STF deixou de invalidar atos praticados por funcionrio investido em cargo pblico com base na lei que veio a ser declarada inconstitucional;

(b) em nome da irredutibilidade de vencimentos, o STF pronunciou-se, relativamente remunerao indevida percebida por servidores pblicos (magistrados) no sentido de que a retribuio declarada inconstitucional no deveria ser devolvida no perodo de validade da lei, mas to-pouco paga aps a declarao de inconstitucionalidade;

(c) em nome da proteo coisa julgada, j consenso doutrinrio que a declarao de inconstitucionalidade com efeitos erga omnes, no desconstitui automaticamente a deciso baseada na lei que veio a ser invalidada e transitou em julgado, sendo cabvel ao rescisria, se ainda no decorrido o prazo legal. Caso tenha ocorrido decadncia para a resciso, j no ser possvel, como regra, desfazer o julgado. Excepcionalmente, porm, possvel relativizar o princpio da coisa julgada (que est amparado na segurana jurdica), fazendo-se uma ponderao com princpios como justia ou moralidade, mediante a utilizao do princpio instrumental da razoabilidade-proporcionalidade, mas somente em situaes-limite, de quase ruptura do sistema.

(d) plano do dever ser (da norma) e plano do ser (normado): desfazimento dos atos no plano do ser exige o respeito ao contraditrio e ampla defesa. Em se tratando de atos administrativos, necessrio, portanto, interpretao renovada das Smulas do STF: 473 A Administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornam ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revog-los, por motivo de convenincia e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial e Smula 346: A administrao pblica pode declarar a nulidade dos seus prprios atos.

(2) ADC n. 4: declarou a constitucionalidade de lei que proibiu a concesso de tutela antecipada contra a Fazenda Pblica. Smula 729, do STF: A deciso na ADC-4 no se aplica antecipao de tutela em causa de natureza previdenciria.

b5) ADI e ADIO

ADC

ADPF

1. LEGITIMAO ATIVA (103, I a IX, CF e 2, Lei 9868/99):

a) UNIVERSAIS (podem ajuizar qualquer ao, no precisam provar interesse de agir)Presidente da Repblica, Mesa da Cmara dos Deputados, Mesa do Senado Federal, Procurador-Geral da Repblica, Conselho Federal da OAB, Partidos polticos com representao no Congresso Nacional.

b) ESPECIAIS (tm de provar o vnculo de pertinncia temtica, ou seja, a relao entre o contedo da norma impugnada e as suas finalidades institucionais, como modalidade de uma condio da ao, que o interesse de agir)Governadores de Estados e do Distrito Federal, Mesas da Assemblias Legislativas e da Cmara Legislativa do Distrito Federal, entidade de classe de mbito nacional e confederao sindical.1. LEGITIMAO ATIVA (103, I a IX, CF e 13, Lei 9868/99)

IGUAL ADI1. LEGITIMAO ATIVA (2, I, Lei 9882/99)

IGUAL ADI

2. OBJETO da ADI (102, I, a, CF)

LEIS OU ATOS NORMATIVOS FEDERAIS OU ESTADUAIS

1. Normas constitucionais originrias?

2. Emendas CF (normas constitucionais derivadas)?

2. Norma de CE (normas constitucionais decorrentes)?

3. Lei ou ato normativo municipal?

4. Lei ou ato normativo distrital? (32, 1, CF)a) carter estadual:

b) carter municipal: 5. Lei ou ato normativo anterior CF (direito pr-constitucional)? 6. Leis de efeitos concretos?

7. Leis ou atos normativos j revogados?

8. Decreto autnomo federal ou estadual?9. Ato administrativo secundrio (exemplo: portaria que regulamenta um decreto)?

10. Smula de orientao predominante de Tribunal? 11. Smula vinculante? 12. Normas de tratados internacionais?

Logo, a ADI pressupe: (1) ato normativo, ou seja, ato geral e abstrato, (2) ato primrio, ou seja, que inova originariamente a ordem jurdica, (3) federal, estadual ou distrital com carter estadual, (4) posterior CF de 1988, (5) em vigor, no tendo sido revogado expressa ou tacitamente.2. OBJETO da ADC (102, I, a, CF)

LEIS OU ATOS NORMATIVOS FEDERAIS

1. Normas constitucionais originrias?

1. Emenda CF (normas constitucionais derivadas)?

2. Norma de CE (normas constitucionais decorrentes)?

3. Lei ou ato normativo municipal?

4. Lei ou ato normativo distrital?

5. Lei ou ato normativo anterior CF (direito pr-constitucional)?

6. Leis de efeitos concretos?

7. Leis ou atos normativos j revogados?

8. Decreto autnomo federal ou estadual?9. Ato administrativo secundrio (exemplo: portaria que regulamenta um decreto)?

10. Smula de orientao predominante de Tribunal? 11. Smula vinculante? 12. Normas de tratados internacionais?

Logo, a ADC pressupe: (1) ato normativo, ou seja, ato geral e abstrato, (2) ato primrio, ou seja, que inova originariamente a ordem jurdica, (3) federal, (4) posterior CF de 1988, (5) em vigor, no tendo sido revogado expressa ou tacitamente.3. OBJETO da ADPF (1 Lei 9882/99)

a) Princpio da subsidiariedade (4, 1, Lei 9882/99 no ser admitida ADPF quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade)

a1) quando for relevante o fundamento de controvrsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, includos os anteriores CF:

4. ADVOGADO-GERAL DA UNIO (art. 8, Lei 9868/99 e art. 103, 3, CF)

SIM, participa como curador da constitucionalidade da norma impugnada defendendo sua constitucionalidade e contesta a ao. Todavia, se j houver deciso do STF declarando a inconstitucionalidade da lei, ou para preservao dos interesses da Unio, o AGU pode defender a sua inconstitucionalidade.

No participa como curador da norma impugnada.(art. 5o, 2o, da Lei 9882/99)

A Lei 9882/99 no exige a audincia do AGU acerca do ato impugnado, prevendo apenas, caso o relator entenda oportuno, a possibilidade de sua oitiva em sede de liminar.

5. PROCURADOR-GERAL DA REPBLICA (art. 103, 1, CF e art. 8, Lei 9868/99)

Sim, participa como legitimado ativo (se ajuizar a ao) e sempre como fiscal da lei opinando sobre sua constitucionalidade ou inconstitucionalidade.(art. 103, 1, CF e art. 19, Lei 9868/99).Sim, participa como legitimado ativo (se ajuizar a ao) e sempre como fiscal da lei opinando sobre sua constitucionalidade ou inconstitucionalidade.(art. 5o, 2o e 7o, nico, da Lei 9882/99

A audincia do Procurador-Geral da Repblica poder ocorrer, a critrio do Relator, sobre o pedido liminar. Aps as informaes, somente ser obrigatria a sua participao nas argies que no forem por ele formuladas.

6. AMICUS CURIAE (art. 7o, 2o, da Lei 9868/99 e Emenda Regimental 15, de 30.3.2004 que acrescentou o 3, ao art. 131 do Regimento Interno do ST)

Pessoa jurdica que representa um grupo da sociedade civil que poder ser atingida pela deciso (representatividade adequada). Tem legitimidade para, por meio de advogado, fazer sustentao oral e apresentar memoriais.(Ausncia de dispositivo legal)

Sim, participa como na ADI.(art. 6o, 1o, da Lei 9882/99)

Sim, participa como na ADI.

7. LEGITIMADO PASSIVO (art. 6o, Lei 9868/99)

Autoridade ou rgo responsvel pela edio do ato impugnado. Deve prestar informaes no prazo de 30 dias.Ausncia de legitimado passivo.(art. 6o, da Lei 9882/99)

Sim, participa como na ADI, devendo prestar informaes no prazo de 10 dias.

NO CABE ARGIO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ainda que no caiba tambm ADI e ADC):

(1) em relao a VETO DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO: porque ato poltico, que no pode ser enquadrado como ato do Poder Pblico

(2) em relao PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL ou PROJETO DE LEI: porque no ato pronto e acabado, no completou o seu ciclo de formao, logo, no pode ser enquadrado como ato do Poder Pblico

(3) em relao NORMA CONSTITUCIONAL ORIGINRIA: porque obra do Poder Constituinte Originrio que no pode ser invalidada pelo Poder Judicirio

QUESTO: CABE ADPF para o combate da inconstitucionalidade por omisso que agride preceitos fundamentais da CF?

Na ADPF n.4, ajuizada pelo PDT contra a MP 2019/2000 que fixava o valor do salrio-mnimo, o Supremo, em votao dividida (6 a 5), decidiu pelo cabimento da ADPF em face de inconstitucionalidade por omisso (total ou parcial), sob o fundamento de que a ADIN por omisso no meio eficaz para sanar a lesividade. Agora, a questo : o que pode ser feito na ADPF de diferente em relao ADIN por omisso? Segundo Luis Roberto Barroso, como o art. 10, da Lei 9882/99 prev que na ADPF, o STF deve fixar as condies e o modo de interpretao e aplicao do preceito fundamental, seria possvel a possibilidade de apelo ao legislador, com a fixao de prazo, seguido da aplicao concreta de determinada medida estabelecida pela Corte ou at mesmo a edio de norma geral, que prevaleceria at a efetiva atuao do rgo competente.

ASPECTOS PROCESSUAIS DA ADI, ADC e ADPF:

1. COMPROVAO DE CONTROVRSIA JUDICIAL RELEVANTE: no precisa na ADI.1. COMPROVAO DE CONTROVRSIA JUDICIAL RELEVANTE: precisa comprovar na ADC, pois funciona como interesse de agir (art. 14, III, Lei 9868/99)1. COMPROVAO DE CONTROVRSIA JUDICIAL RELEVANTE: precisa comprovar na ADPF ajuizada com base no art. 1, nico, inc. I, da Lei 9882/99.

2. APURAO DE QUESTES FTICAS: O Relator pode, em caso de necessidade de esclarecimento de matria ou circunstncia de fato ou de notria insuficincia das informaes, requisitar informaes adicionais, designar perito ou comisso de peritos para emitir parecer sobre a questo ou fixar data para, em audincia pblica, ouvir depoimentos e pessoas com experincia e autoridade na matria.2. APURAO DE QUESTES FTICAS: igual na ADI (art. 20, 1, Lei 9868/99).2. APURAO DE QUESTES FTICAS: igual na ADI (art. 6, 1, Lei 9882/99).

3. MEDIDA CAUTELAR (art. 102, I, p, CF e arts. 10 a 12, Lei 9868/99)

(1) O legitimado pode ou no pedir a concesso de medida cautelar na petio inicial.

(2) Salvo no perodo de recesso, a concesso da medida cautelar depende do voto favorvel da maioria absoluta dos membros do STF (mnimo: 6 Ministros).

(3) A concesso monocrtica de medida cautelar sujeita-se a referendo do Plenrio.

(4) Efeitos da concesso da medida cautelar:

(a) declarao de inconstitucionalidade em tese com eficcia erga omnes, ainda que liminarmente, da lei ou do ato normativo e conseqente suspenso da vigncia da lei ou ato normativo at o julgamento final da ao;

(b) ex nunc, podendo produzir efeitos ex tunc se houver expressa manifestao do STF;

(c) efeito vinculante em relao aos demais rgos do Poder Judicirio e Administrao Pblica direta e indireta nas esferas federal, estadual e municipal, podendo determinar a suspenso de processos que envolvam a aplicao da lei ou ato normativo objeto da ao. Pode tambm suspender a eficcia de decises que tenham por pressuposto a constitucionalidade ou inconstitucionalidade do ato e at mesmo suspender os efeitos futuros de decises liminares j proferidas (retirada de ultra-atividade de decises judiciais j proferidas em desacordo com entendimento do STF);

(d) efeito repristinatrio provisrio, tornando aplicvel a legislao anterior acaso existente, at o julgamento final da ao, salvo expressa manifestao em sentido contrrio;(5) A denegao da medida cautelar no produz nenhum efeito (nem muito menos efeito vinculante), e por isso pode ser proferida pelo prprio Relator, cabendo agravo contra sua deciso.

3. MEDIDA CAUTELAR (sem previso constitucional, art. 21, Lei 9868/99)

(1) Igual na ADI.

(2) A concesso depende sempre do voto da maioria absoluta dos Ministros do STF.

(3) No cabe concesso monocrtica de medida cautelar na ADC.

(4) Efeitos da concesso da medida cautelar:

(a) declarao de constitucionalidade em tese com eficcia erga omnes, ainda que liminarmente, da lei ou do ato normativo;

(b) ex nunc, podendo produzir efeitos ex tunc se houver expressa manifestao do STF;

(c) efeito vinculante em relao aos demais rgos do Poder Judicirio e Administrao Pblica direta e indireta nas esferas federal, estadual e municipal, consistente na determinao de suspenso de processos que envolvam a aplicao da lei ou ato normativo objeto da ao. Pode tambm suspender a eficcia de decises que tenham por pressuposto a constitucionalidade ou inconstitucionalidade do ato e at mesmo suspender os efeitos futuros de decises liminares j proferidas (retirada de ultra-atividade de decises judiciais j proferidas em desacordo com entendimento do STF);

(d) no produz efeito repristinatrio porque a concesso da medida cautelar importa a confirmao da constitucionalidade da lei ou do ato normativo;

(e) Prazo limite de cento e oitenta e dias para a eficcia da medida cautelar concedida (regra que, na prtica, no tem sido aplicada, porque o STF tem prorrogado o prazo de vigncia).

(5) A denegao da medida cautelar no produz nenhum efeito (nem muito menos efeito vinculante), e por isso pode ser proferida pelo prprio Relator, cabendo agravo contra sua deciso.3. MEDIDA CAUTELAR (sem previso constitucional, art. 5, Lei 9882/99)

(1) Igual na ADI.

(2) Salvo no perodo de recesso e tambm em caso de extrema urgncia ou perigo de leso grave, a concesso da medida cautelar depende do voto favorvel da maioria absoluta dos membros do STF (mnimo: 6 Ministros).

(3) A concesso monocrtica de medida cautelar sujeita-se a referendo do Plenrio.

(4) Efeitos da concesso da medida cautelar:

(a) declarao de inconstitucionalidade em tese com eficcia erga omnes, ainda que liminarmente, da lei ou do ato normativo e conseqente suspenso da vigncia da lei ou ato normativo at o julgamento final da ao;

(b) ex nunc, podendo produzir efeitos ex tunc se houver expressa manifestao do STF;

(c) efeito vinculante em relao aos demais rgos do Poder Judicirio e Administrao Pblica direta e indireta nas esferas federal, estadual e municipal, consistente na determinao de suspenso de processos que envolvam a aplicao da lei ou ato normativo objeto da ao. Pode tambm suspender a eficcia de decises que tenham por pressuposto a constitucionalidade ou inconstitucionalidade do ato e at mesmo suspender os efeitos futuros de decises liminares j proferidas (retirada de ultra-atividade de decises judiciais j proferidas em desacordo com entendimento do STF);

(d) efeito repristinatrio provisrio quando se trata de leis ou atos normativos posteriores Constituio de 1988 (porque nesse caso hiptese de declarao de inconstitucionalidade), tornando aplicvel a legislao anterior acaso existente, at o julgamento final da ao, salvo expressa manifestao em sentido contrrio;

(5) A denegao da medida cautelar no produz nenhum efeito (nem muito menos efeito vinculante), e por isso pode ser proferida pelo prprio Relator, cabendo agravo contra sua deciso.

5. IMPOSSIBILIDADE DE DESISTNCIA DO PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR: sem expressa previso legal, decorre da lgica do processo objetivo, notadamente do princpio da indisponibilidade da instncia.

5. IMPOSSIBILIDADE DE DESISTNCIA DO PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR: igual na ADI.5. IMPOSSIBILIDADE DE DESISTNCIA DO PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR: igual na ADI.

6. QUORUM PARA INSTALAO DA SESSO DE JULGAMENTO: presentes, no mnimo, 2/3 (8) dos Ministros do STF (art. 22, Lei 9868/99)

6. QUORUM PARA INSTALAO DA SESSO DE JULGAMENTO: igual na ADI (art. 22, Lei 9868/99).6. QUORUM PARA INSTALAO DA SESSO DE JULGAMENTO: igual na ADI (art. 8, Lei 9882/99).

7. QUORUM PARA JULGAMENTO DE MRITO (tanto para declarao de inconstitucionalidade como de constitucionalidade): maioria absoluta (6 Ministros), aplicando-se a clusula de reserva de Plenrio (art. 97, da CF e art. 23, Lei 9868/99).

7. QUORUM PARA JULGAMENTO DE MRITO (tanto para declarao de inconstitucionalidade como de constitucionalidade): igual na ADI (art. 97, da CF e art. 23, Lei 9868/99).7. QUORUM PARA JULGAMENTO DE MRITO (tanto para declarao de inconstitucionalidade como de constitucionalidade): igual na ADI (sem previso expressa na Lei 9882/99, aplicando-se imediatamente o art. 97, da CF).

8. MODULAO DOS EFEITOS NA DECISO DEFINITIVA DE MRITO: por maioria de 2/3 (8) dos Ministros, estando presentes razes de segurana jurdica e excepcional interesse social (art. 27, Lei 9868/99)

8. MODULAO DOS EFEITOS NA DECISO DEFINITIVA DE MRITO: igual na ADI. 8. MODULAO DOS EFEITOS NA DECISO DEFINITIVA DE MRITO: igual na ADI (art. 11, Lei 9882/99).

9. RECLAMAO (art. 102, I, l e 102, 2, CF, artigos 13 a 18, Lei 8038/90, artigos 156 a 162 do Regimento Interno do STF):

(1) Natureza jurdica: a reclamao constitucional no ao, recurso judicial, nem incidente processual. Concretiza o exerccio do direito de petio (5, XXXIV, CF). Por isso, aos Estados-Membros podem adot-la em suas Constituies Estaduais para seus Tribunais, sem implicar invaso da competncia privativa da Unio para legislar sobre direito processual civil (ADI 2212-1/CE, Relator: Min. Ellen Gracie, 2.10.03, DJ 14.11.03).

(2) Cabimento: a reclamao visa (a) a preservao da competncia do STF e (b) garantia a autoridade de suas decises (art. 13, Lei 8038/90 e art. 156, do RI do STF).

No controle concentrado, impugna deciso judicial no transitada em julgado (Smula 734, STF) e ato administrativo, ambos posteriores deciso do STF, que tenham desrespeitado precedente dotado de efeito vinculante, como so as: (a) decises definitivas de mrito proferidas em ADI, ADC, ADPF, Smula vinculante ou (b) decises concessivas de medida cautelar em ADI, ADC, ADPF.

(a) A recorribilidade da deciso judicial impede o manejo da reclamao? No. Ainda quando cabvel um dado recurso, mesmo assim pode ser cabvel a reclamao e at, se for o caso, simultaneamente. O recurso impugna desacerto da deciso, enquanto a reclamao, desacato competncia ou deciso da Corte. Nesse sentido, o art. 7, da Lei 11417/06 deixa claro que a reclamao cabvel, sem prejuzo dos recursos ou outros meios admissveis de impugnao.

(3) Procedimento: regulado pelos artigos 13 a 18, da Lei 8038/90 e artigos 156 a 162 do Regimento Interno do STF.

Assemelha-se ao procedimento do mandado de segurana:

(a) Reclamante: qualquer pessoa prejudicada na sua esfera jurdica por uma deciso judicial ou ato administrativo que importa usurpao da competncia do STF ou desacato s suas decises.

(b) Petio inicial: deve vir acompanhada de prova documental pr-constituda, j que inexiste fase de dilao probatria (art. 13, nico, Lei 8038/90 e art. 156, nico, RI do STF).

(c) Ao despachar a reclamao, o Relator:

(1) Requisitar informaes da autoridade a que for imputada a prtica do ato impugnado (o art. 14, I, Lei 8038/90 prev prazo de 10 dias e o art. 157 do RI do STF, de 5 dias). Trata-se da autoridade reclamada (integrante do plo passivo da reclamao), porque cometeu o ato de usurpao ou de desacato.

(2) Intimar aquele que tem interesse jurdico a ser preservado para, querendo, se manifestar (art. 15, Lei 8038/90 e art. 159, do RI do STF), por exemplo, acaso a Unio reclame contra deciso judicial que, em sede de tutela antecipada, concede aumento de remunerao a um servidor pblico, este servidor deve ser intimado porque ser atingido pela deciso proferida na reclamao. A interveno do interessado facultativa, sendo caso de assistncia litisconsorcial, ou seja, de interveno de terceiros.

(3) Poder conceder monocraticamente medida cautelar e ordenar, para evitar dano irreparvel, a suspenso do processo ou do ato impugnado (art. 14, Lei 8038/90 e art. 158, do RI do STF).

(d) Decorrido o prazo das informaes, o Relator dar vistas do processo ao Procurador-Geral da Repblica, nas reclamaes que no houver formulado, para manifestar-se no prazo de 5 dias, elaborando parecer como fiscal da lei (art. 16, Lei 8038/90 e art. 160 do RI do STF).

(e) Se o pedido for julgado procedente, o Presidente do Tribunal determinar o imediato cumprimento da deciso que cassou o ato judicial ou invalidou o ato administrativo exorbitante, lavrando-se o acrdo posteriormente (art. 18, Lei 8038/90 e art. 162 do RI do STF).

(4) A deciso que julga procedente a Reclamao (art. 17, Lei 8038/90 art. 161, do RI do STF) poder: (a) avocar o conhecimento do processo em que se verifique usurpao de competncia do STF (art. 161, I, RI STF), (b) ordenar que lhe sejam remetidos, com urgncia, os autos do recurso para ele interposto (art. 161, II, RI do STF), (c) cassar deciso exorbitante de seu julgado, ou determinar medida adequada observncia de sua jurisdio. O art. 103-A, 3, da Constituio Federal prev expressamente que julgada procedente a reclamao, alm de cassar a deciso judicial, o STF determinar que outra deciso seja proferida, de acordo com precedente da Egrgia Corte. O Relator poder julgar a reclamao monocraticamente quando a matria for objeto de jurisprudncia consolidada do Tribunal (161, nico, RI do STF).

(5) No cabem em sede de reclamao no STF: embargos de infringncia ou embargos de divergncia (Smula 368 do STF: No h embargos infringentes no processo de reclamao.), recurso ordinrio constitucional ou agravo de instrumento. De outro lado, no cabe reclamao no STF contra deciso proferida por um membro do prprio STF ou contra deciso colegiada do prprio STF, ainda que haja julgado daquelas Cortes em sentido contrrio. No h tecnicamente desacato ou usurpao de competncia, porque o membro da Corte ou seu rgo colegiado ela mesma no exerccio de suas funes. No h como haver desobedincia da Corte para com ela mesma. (6) Cabvel em sede de reclamao no STF: embargos de declarao (art. 535 do CPC), agravo interno (regimental) contra decises do Relator que causem gravame parte (art. 39, Lei 8038/90 e art. 317, do RI do STF), ao rescisria e dependendo da causa, reviso criminal e habeas corpus.

(7) Inexistncia de prazo legal para interposio de reclamao: o direito deve ser exercido enquanto a deciso judicial no tiver transitado em julgado (Smula 734, do STF). Logo, indispensvel, em algumas hipteses, a interposio do recurso cabvel, a fim de impedir a formao da coisa julgada e tornar possvel o manejo da reclamao.

(8) Reclamao de competncia do STJ (art. 105, I, f, CF): tem a mesma finalidade da reclamao de competncia do STF porque visa preservar a competncia e garantir a autoridade das decises do STJ. Tambm regulada pelos artigos 13 a 18, da Lei 8038/90. O procedimento idntico ao da reclamao no STF, detalhado pelos artigos 187 a 192 do RI do STJ. Lembre-se que da deciso do STJ na reclamao cabe recurso extraordinrio.

(9) Cabe reclamao contra reclamao? Cabe apenas quando outros tribunais (STJ ou TJ) apreciarem, em feito reclamatrio a eles dirigido, matria de competncia de outro tribunal hierarquicamente superior, para o qual tambm est previsto o cabimento da reclamao. Por exemplo, ao julgar reclamao, o STJ usurpa a competncia do STF. Contra a deciso usurpadora do STJ, em sede de reclamao, cabe reclamao no STF. Ou cabvel reclamao no STF ou no STJ em face de deciso do TJ proferida em sede de reclamao.

(10) Medidas passveis de serem aplicadas s autoridades judiciais ou administrativas que descumpram deciso do STF proferida na reclamao:

Se o STF cassa a deciso judicial reclamada e determina que o juiz profira outra, seguindo o precedente da Corte, e o juiz no obedece, cogita-se da possibilidade de responsabilizao criminal. Discute-se sobre a possibilidade da prtica do crime de desobedincia (art. 330, Cdigo Penal) ou de prevaricao (art. 319, Cdigo Penal), embora ambos sejam de difcil e rarssima tipificao. No caso do crime de desobedincia, a jurisprudncia pacificou o entendimento da impossibilidade de configurao da conduta de descumprimento estar vinculada ao exerccio da funo de funcionrio pblico. Na hiptese do crime de prevaricao, a extrema dificuldade ou at impossibilidade de se comprovar sentimento ou interesse pessoal do infrator, j que o juiz est exercendo funo jurisdicional com a chancela da independncia. A inexistncia de responsabilidade criminal da autoridade reclamada pode esvaziar, na prtica, o efeito vinculante. O Ministro Gilmar Ferreira Mendes alude responsabilidade civil do magistrado por perdas e danos, regulada pelo art. 133, I, do Cdigo de Processo Civil. Tambm em relao aos magistrados, a responsabilizao administrativa pode ser aferida por meio da aplicao da LOMAN (Lei Complementar 35, de 1979).

(11) Exemplos prticos:

(a) Para preservao da competncia do tribunal, pode ser impugnado ato comissivo ou omissivo:

(1) O Presidente ou o Vice-Presidente do Tribunal local nega-se a exercer o juzo de admissibilidade do recurso extraordinrio ou especial interposto. Isto porque enquanto durar a omisso, o Tribunal no pode exercer sua atribuio para julgar o recurso.

(2) O Presidente ou o Vice-Presidente deixa de encaminhar ao STF ou ao STJ o agravo de instrumento interposto da deciso que no admitiu o recurso extraordinrio ou o especial. A recusa da remessa do agravo de instrumento impede que o Tribunal exera sua competncia para proceder ao juzo de admissibilidade do agravo de instrumento, que unvoco.

(3) Quando a competncia originria do STF ou STJ, o simples processamento da demanda em outro juzo implica usurpao de competncia. Exemplo: ao que versa sobre interesse peculiar de toda a magistratura de competncia originria do STF. Outro caso quando o tribunal de origem reconhece expressamente o impedimento ou a suspeio de mais da metade de seus membros (Smula 623 do STF: No gera por si s a competncia originria do STF para conhecer do mandado de segurana com base no art. 102, I, n, da Constituio, dirigir-se o pedido contra deliberao administrativa do Tribunal de Origem, da qual haja participado a maioria ou a totalidade de seus membros.). Nessa situao, no remetidos os autos ao STF ou convocados juzes para completar o quorum, caracteriza-se usurpao.

(b) Para garantir a autoridade da deciso do Tribunal:

(1) O STF concede medida cautelar em ADC declarando liminarmente a constitucionalidade da lei. Posteriormente, um juiz de direito, ao julgar caso concreto, afasta a incidncia da lei por motivo de inconstitucionalidade. Ao fazer isto, afrontou a autoridade da deciso do STF que tem efeito vinculante. Cabvel contra deciso judicial a reclamao.

(2) Reclamao contra aplicao por autoridade administrativa ou judicial de lei de igual teor quela j declarada inconstitucional em sede de ADI, ADC ou ADPF: embora o efeito vinculante no atinja o Poder Legislativo e a maioria do STF o restrinja ao dispositivo da deciso (negando a chamada eficcia transcendente efeito vinculante dos motivos ou fundamentos determinantes), o Ministro Gilmar Ferreira Mendes defende a possibilidade do manejo da reclamao, onde ser possvel a declarao incidental de inconstitucional de lei ainda no atingida pelo juzo da inconstitucionalidade, mas de igual teor outra j declarada inconstitucional.

9. RECLAMAO: igual na ADI. 9. RECLAMAO: igual na ADI (art. 13, Lei 9882/99).

10. CAUSA DE PEDIR ABERTA: o STF no se vincula causa de pedir, podendo declarar a inconstitucionalidade ou a constitucionalidade da lei por motivos diferentes daqueles versados na ao.10. CAUSA DE PEDIR ABERTA: igual na ADI.10. CAUSA DE PEDIR ABERTA: igual na ADI.

11. PEDIDO: como se trata de jurisdio constitucional, o STF fica vinculado ao pedido. No pode, como regra, declarar a inconstitucionalidade ou a constitucionalidade do que no foi pedido. Todavia, o princpio do pedido comporta exceo na chamada inconstitucionalidade por arrastamento, por conexo, por atrao, conseqencial ou derivada. H possibilidade de extenso de inconstitucionalidade a dispositivos no impugnados expressamente na inicial, quando mantenham com o dispositivo impugnado relao de dependncia. Exemplos: (1) quando a lei declarada inconstitucional, por arrastamento o decreto regulamentador pode ser declarado inconstitucional, (2) quando artigos ou pargrafos de uma lei so declarados inconstitucionais, por arrastamento outros artigos, pargrafos, incisos ou alneas podem ser declarados inconstitucionais. 11. PEDIDO: igual na ADI.11. PEDIDO: igual na ADI.

12. AO JULGADA PROCEDENTE:

(1) pode declarar a inconstitucionalidade total ou parcial da lei ou do ato normativo (com reduo de texto);

(2) pode declarar a inconstitucionalidade de uma interpretao do texto da lei ou do ato normativo (interpretao conforme a CF sem reduo de texto ou declarao parcial de inconstitucionalidade sem reduo de texto) na forma do art. 28, nico da Lei 9868/99;

(3) pode declarar a inconstitucionalidade de uma interpretao do texto com reduo de texto (interpretao conforme a Constituio com reduo de texto);

(4) pode at declarar a inconstitucionalidade da lei sem pronncia de nulidade, de forma que a lei permanece na ordem jurdica mesmo tendo sido declarada inconstitucional. o que ocorreu no caso do Municpio Putativo.

12. AO JULGADA PROCEDENTE:

(1) pode declarar a constitucionalidade total ou parcial da lei ou do ato normativo;

(2) pode declarar a constitucionalidade de uma interpretao do texto da lei ou do ato normativo (interpretao conforme a CF sem reduo de texto) (art. 28, nico, Lei 9868/99);

(3) pode declarar a constitucionalidade de uma interpretao do texto com reduo de texto (interpretao conforme a Constituio com reduo de texto);12. AO JULGADA PROCEDENTE: igual na ADI, com a diferena que, em se tratando de ADPF contra leis ou atos normativos anteriores CF de 88, se julgada procedente, o STF declara a revogao da lei ou do ato normativo. Na hiptese de declarao de revogao, no h produo de efeito repristinatrio.

13. AO JULGADA IMPROCEDENTE:

(1) pode declarar a constitucionalidade total ou parcial da lei ou do ato normativo,

(2) pode declarar a constitucionalidade de uma interpretao do texto da lei ou do ato normativo (interpretao conforme a CF com ou sem reduo de texto) na forma do art. 28, nico, Lei 9868/99.13. AO JULGADA IMPROCEDENTE:

(1) pode declarar a inconstitucionalidade total ou parcial da lei ou do ato normativo (com reduo de texto),

(2) pode declarar a inconstitucionalidade de uma interpretao do texto da lei ou do ato normativo (interpretao conforme a CF com ou sem reduo de texto na forma do art. 28, nico da Lei 9868/99);

(3) pode at declarar a inconstitucionalidade da lei sem pronncia de nulidade (caso do Municpio Putativo), j que se trata de uma ADI com sinal contrrio.13. AO JULGADA IMPROCEDENTE: igual na ADI, com a diferena que, em se tratando de ADPF contra leis ou atos normativos anteriores CF de 88, se julgada improcedente, o STF declara a recepo do ato.

14. IMPOSSIBILIDADE DE AO RESCISRIA (art. 26, Lei 9868/99).

14. IMPOSSIBILIDADE DE AO RESCISRIA: igual na ADI (art. 26, Lei 9868/99).14. IMPOSSIBILIDADE DE AO RESCISRIA: igual na ADI (art. 12, Lei 9882/99).

15. IMPOSSIBILIDADE DE RECURSO CONTRA DECISO FINAL, salvo a interposio de embargos declaratrios (art. 26, Lei 9868/99).15. Igual na ADI. 15. Igual na ADI (art. 12, Lei 9882/99).

16. INEXISTNCIA DE PRAZO DECADENCIAL PARA O AJUIZAMENTO DA AO. Smula 360 do STF: No h prazo de decadncia para a representao de inconstitucionalidade prevista no art. 8, nico, da CF.

16. INEXISTNCIA DE PRAZO DECADENCIAL PARA O AJUIZAMENTO DA AO: igual na ADI.16. INEXISTNCIA DE PRAZO DECADENCIAL PARA O AJUIZAMENTO DA AO: igual na ADI.

17. INEXISTNCIA DE PRAZO EM DOBRO PARA RECURSO: no se aplica, no processo objetivo de controle abstrato, a norma inscrita no art. 188, do CPC, cuja incidncia restringe-se ao domnio nos processos subjetivos, que admitem a discusso de situaes concretas e individuais. 17. INEXISTNCIA DE PRAZO EM DOBRO PARA RECURSO: igual na ADI.17. INEXISTNCIA DE PRAZO EM DOBRO PARA RECURSO: igual na ADI.

18. O RECURSO DE AGRAVO NA TRAMITAO DA AO:

(a) Cabe agravo no prazo de cinco dias contra deciso monocrtica do Relator que indefere liminarmente a petio inicial por inpcia, ausncia de fundamentao ou manifesta improcedncia (art. 4, nico, Lei 9868/99).

(b) Cabe agravo contra deciso do Relator que indefere o pedido de concesso de medida cautelar (art. 317, do RI do STF).

(c) No cabe agravo contra deciso do Relator que concede o pedido de medida cautelar, em face da circunstncia de o ato do Relator ficar sujeito a referendo do Plenrio .

(d) Cabe agravo contra deciso do Relator que admite ou inadmite participao de terceiro como amicus curiae (a contrario sensu do art. 7, 2, Lei 9868/99).

18. O RECURSO DE AGRAVO NA TRAMITAO DA AO:(a) Igual na ADI (art. 15, nico, Lei 9868/99).

(b) Igual na ADI.

(c) Igual na ADI.

(d) Igual na ADI.18. O RECURSO DE AGRAVO NA TRAMITAO DA AO:

(a) Igual na ADI (art. 4, 2, Lei 9882/99).

(b) Igual na ADI.

(c) Igual na ADI (art. 5, 1, Lei 9882/99)

(d) Igual na ADI (art. 6, 2, Lei 9882/99).

19. IMPOSSIBILIDADE DE DESISTNCIA DA AO (princpio da indisponibilidade da instncia): o autor no pode desistir da ao porque no pleiteia direito prprio, e sim da coletividade em garantir a supremacia constitucional (art. 5, Lei 9868/99).19. IMPOSSIBILIDADE DE DESISTNCIA DA AO: igual na ADI. (art. 16, Lei 9868/99).19. IMPOSSIBILIDADE DE DESISTNCIA DA AO: igual na ADI (no h expressa previso legal).

20. CAPACIDADE POSTULATRIA (art. 3, nico, Lei 9868/99): Com exceo dos partidos polticos, das entidades de classe de mbito nacional e das confederaes, os demais legitimados (art. 103, incisos I a VII, CF) tm capacidade processual plena, inclusive a capacidade postulatria, podendo praticar atos ordinariamente privativos de advogados.

20. CAPACIDADE POSTULATRIA: igual na ADI (art. 14, nico, Lei 9868/99) .20. CAPACIDADE POSTULATRIA: igual na ADI (art. 3, nico, Lei 9882/99).

22. (Procurador do Banco Central 2009 CESPE/UNB) (a) O ordenamento jurdico nacional admite o controle concentrado ou difuso de constitucionalidade de normas produzidas tanto pelo poder constituinte originrio, quanto pelo derivado. (b) Segundo posicionamento atual do STF, no se revela vivel o controle de constitucionalidade de normas oramentrias, por serem estas normas de efeitos concretos. (c) O STF reconhece a prefeito municipal legitimidade ativa para o ajuizamento de arguio de descumprimento de preceito fundamental, no obstante a ausncia de sua legitimao para a ao direta de inconstitucionalidade. (d) A deciso que concede medida cautelar em ao declaratria de constitucionalidade no se reveste da mesma eficcia contra todos nem de efeito vinculante que a deciso de mrito.

23. (Juiz Federal Substituto TRF 5a Regio 2009 CESPE/UNB) No se submete ao controle concentrado de constitucionalidade, conforme entendimento do STF, o decreto que, dando execuo a lei inconstitucional, cria cargos pblicos remunerados e estabelece as respectivas denominaes, competncias, atribuies e remuneraes.

24. (Advogado da Unio 2006 CESPE/UNB) Considere a seguinte situao hipottica: O diretrio nacional do partido X ajuizou ao direta de inconstitucionalidade contra medida provisria encaminhada ao Congresso Nacional pelo presidente da Repblica. No trmite do processo perante o STF, o nico representante do partido X optou pela filiao em outra agremiao poltica. Nessa situao e com base na jurisprudncia atual, a ao poder ser concluda, pois inexiste a perda superveniente da legitimidade da ao.

25. (Advogado da Unio 2006 CESPE/UNB) O governador de estado, alm de ativamente legitimado instaurao do controle concentrado de constitucionalidade das leis e atos normativos, federais e estaduais, mediante ajuizamento da ao direta perante o STF, possui capacidade processual plena, dispondo de capacidade postulatria, enquanto ostentar a condio de agente poltico, sendo-lhe possvel praticar, no processo de ao direta de inconstitucionalidade, quaisquer atos ordinariamente privativos de advogado.

26. (Advogado da Unio CESPE 2009) De acordo com jurisprudncia do STF, no ser conhecida a ao direta de inconstitucionalidade que tenha por objeto dispositivo por ele declarado inconstitucional em processo de controle difuso, cujos efeitos foram suspensos pelo Senado Federal, via resoluo.

27. (Advogado da Caixa Econmica Federal 2006 CESPE) inadmissvel a ao direta de inconstitucionalidade contra disposies insertas na Lei de Diretrizes Oramentrias, pois tal norma individual ou de efeitos concretos, que se esgotam com a propositura e a votao do oramento fiscal.28. (Juiz Federal Substituto 5a Regio 2009 CESPE) (a) Ocorre inconstitucionalidade por arrastamento quando a declarao de inconstitucionalidade alcana outra norma constitucional que no tenha sido impugnada inicialmente. Em tal situao, conforme entendimento do STF, diante do princpio da demanda, o referido tribunal no pode apreciar a norma consequente, caso ela no tenha sido arrolada como inconstitucional pelo autor da ao direta de inconstitucionalidade. (b) Em face do princpio da subsidiariedade, segundo entendimento do STF, a possibilidade de impetrao de mandado de segurana, exclui a de se ingressar com arguio de descumprimento de preceito fundamental.

29. (Promotor Substituto Ministrio Pblico Sergipe Fundao Carlos Chagas 2009) Sobre a ao direta de inconstitucionalidade, INCORRETO afirmar que:

(a) as decises definitivas de mrito nela proferidas produziro eficcia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos rgos do Poder Executivo e do Poder Legislativo.

(b) o Procurador-Geral da Repblica dever ser previamente ouvido.

(c) esto legitimados para sua propositura, dentre outros, o Procurador-Geral da Repblica e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

(d) ter por objeto lei ou ato normativo federal ou estadual questionado em face da Constituio da Repblica.

(e) da competncia originria do Supremo Tribunal Federal process-la e julg-la, no exerccio de sua atribuio de guarda da Constituio.

30. (Juiz Substituto TJ Paran 2010) Sobre o controle de constitucionalidade, todas as alternativas esto corretas, EXCETO:

(a) Emendas Constituio constituem obra do poder constituinte derivado reformador, que se submete a limitaes diversas emanadas do Poder Constituinte Originrio. Se alguma emenda constitucional for aprovada com desrespeito, formal ou material, ao comando preconizado no art. 60 da CF, dever ser declarada inconstitucional, podendo a impugnao se dar por meio de uma ADIN genrica perante a Corte Suprema (STF).

(b) Podem ser impugnados por ao direta de inconstitucionalidade leis ou atos normativos federais ou estaduais.

(c) A Lei n. 11.417/2006 tambm enumerou os legitimados a provocar o Supremo Tribunal Federal para a edio, reviso ou cancelamento de enunciado de smula vinculante. Segundo a referida lei, no se restringe o rol aos legitimados para o ajuizamento da ADIN, arrolados no art. 103 da CF/88. pacfico, por exemplo, que os Tribunais de Justia de Estados-membros ou do Distrito Federal tambm podero provocar a Corte Suprema para a edio, reviso ou cancelamento de enunciado de smula vinculante. Ou seja, no so apenas os do art. 103 da CF/88 que tm legitimidade para provocar o Supremo Tribunal Federal para edio, reviso ou cancelamento de enunciado de smula vinculante.

(d) O Procurador-Geral da Repblica, chefe do Ministrio Pblico da Unio, dever ser ouvido nas aes de inconstitucionalidade e em todos os processos de competncia do STF, mesmo no tendo, constitucionalmente, legitimidade para impetrar uma ao direta de inconstitucionalidade.31. (Defensor Pblico Mato Grosso 2009 FCG) Analise as assertivas que seguem a propsito da ao direta de inconstitucionalidade.

I. A pertinncia temtica entre o vcio de inconstitucionalidade e a atividade exercida pelo autor legitimado

propositura da ao , em qualquer hiptese, necessria para que a ao seja conhecida pelo Tribunal.

II. A petio inicial deve ser sempre assinada por advogado.

III. A deciso final de mrito proferida pelo Tribunal irrecorrvel, salvo a oposio de embargos de declarao, no podendo ser objeto de ao rescisria.

IV. A concesso de medida cautelar torna aplicvel a legislao anterior acaso existente, salvo expressa manifestao em sentido contrrio.

V. Ao declarar a inconstitucionalidade do ato, pode o Tribunal determinar que a deciso somente tenha eficcia a partir de seu trnsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

Est correto o que se afirma SOMENTE em:

(a) I, II e III.

(b) II, III e IV.

(c) II, IV e V.

(d) III, IV e V.

(e) III e V.

32. (Defensor Pblico Mato Grosso 2009 FCG) Considerando-se a disciplina constitucional e legal da arguio de descumprimento de preceito fundamental, correto afirmar que:

(a) a medida no admitida quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade apontada pelo autor da demanda.

(b) a medida cabvel somente no caso de leso a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Pblico.

(c) a medida tem finalidade apenas repressiva e no preventiva.

(d) seu procedimento no permite a concesso de medida liminar.

(e) no cabe reclamao contra o descumprimento da deciso proferida pelo Tribunal ao final do processo.EXEMPLOS DE QUESTES DISCURSIVAS

33. (Ministrio Pblico Rio Grande do Sul XLII Concurso 2 Fase) O STF, guardio da Constituio, produziu, nos ltimos anos, copiosa jurisprudncia exigindo a pertinncia temtica como requisito especfico para que determinados rgos ou entidades possam manejar a ao direta de inconstitucionalidade. Qual o significado da expresso pertinncia temtica? Governadores de Estado esto sujeitos a esse requisito especfico quando impetram ao direta? Explique rigorosamente as respostas, citando artigos de lei ou da Constituio, sem transcrev-los.34. (Ministrio Pblico Rio Grande do Sul XLII Concurso 2 Fase) Governador de Estado que sancionou, expressa ou tacitamente, projeto de lei aprovado pela Assemblia Legislativa, poder, depois, ajuizar ao direta de inconstitucionalidade, sob o argumento de que aquela lei que ele sancionou inconstitucional? Explique satisfatoriamente a resposta, sem transcrio de dispositivos legais e constitucionais.35. (MP Paran 2004 2 Fase) Na ao direta de constitucionalidade proposta perante o Supremo Tribunal Federal, qual o rgo que deve figurar no plo passivo da relao processual? Resposta em, no mximo, 2 (duas) linhas.

36. (179 Concurso da Magistratura do Estado de So Paulo 2 Fase) O que significa o instituto jurdico do amicus curiae nas aes de controle da constitucionalidade? Natureza. Finalidade.

No estatuto que rege o sistema de controle normativo abstrato de constitucionalidade, o ordenamento positivo brasileiro processualizou a figura do amicus curiae (Lei n 9868/99, art. 7, 2), permitindo que terceiros, desde que investidos de representatividade adequada, possam ser admitidos na relao processual, para efeito de manifestao sobre a questo de direito subjacente prpria controvrsia constitucional. [...] viabiliza, em obsquio ao postulado democrtico, a abertura do processo de fiscalizao concentrada de constitucionalidade, em ordem a permitir que nele se realize, sempre sob uma perspectiva eminentemente pluralstica, a possibilidade de participao formal de entidades e de instituies que efetivamente representem os interesses gerais da coletividade ou que expressem os valores essenciais e relevantes de grupos, classes ou estratos sociais. Em suma: [...] tem por precpua finalidade pluralizar o debate constitucional. ADin 2130-SC. Relator Ministro Celso de Mello. Informativo 215, do STF.A INTERPRETAO CONFORME A CONSTITUIO: tcnica de interpretao (controle concreto e abstrato) e tcnica de deciso (controle abstrato)

a.1. Declarao de inconstitucionalidade com reduo de texto

a.2. Declarao de inconstitucionalidade sem reduo de texto

a.3 Interpretao conforme a Constituio: (1) a norma seja plurvoca (admita vrias interpretaes possveis) + (2) pelo menos uma interpretao seja compatvel com a Constituio. Modalidades: (a) interpretao conforme com reduo de texto: declara a inconstitucionalidade de determinada expresso possibilitando, a partir dessa excluso, uma interpretao compatvel com a Constituio, (b) interpretao conforme sem reduo de texto conferindo norma impugnada interpretao que lhe preserve a constitucionalidade, (c) interpretao conforme sem reduo de texto, excluindo da norma impugnada uma interpretao que lhe acarretaria a inconstitucionalidade.

37. (Procurador da Fazenda Nacional 2006 ESAF) A interpretao conforme a Constituio consiste em procurar extrair o significado de uma norma da Lei Maior a partir do que dispem as leis ordinrias que preexistiam a ela. 38. (Juiz Substituto TJ Paran 2006) Assinale a alternativa INCORRETA:

a) A interpretao conforme a Constituio, com ou sem reduo de texto, proferida pelo Supremo Tribunal Federal, tem efeito vinculante e eficcia contra todos.

b) Interpretao conforme a Constituio uma tcnica de controle de constitucionalidade que encontra o limite de sua utilizao, no mbito das possibilidades hermenuticas de extrair do texto uma significao normativa harmnica com a Constituio.

c) A interpretao conforme a Constituio pressupe uma Constituio rgida e, por conseqncia, o princpio da hierarquia das normas constitucionais perante o ordenamento jurdico, somada ao princpio da presuno de constitucionalidade.

d) A tcnica de interpretao conforme a Constituio no pode ser utilizada nas aes declaratrias de inconstitucionalidade, sob o risco de se efetivar dupla declarao de inconstitucionalidade.

a.4 Declarao parcial de inconstitucionalidade sem reduo de texto: utilizada como mecanismo para se atingir uma interpretao conforme a Constituio e preservar a constitucionalidade da lei ou do ato normativo, sem alterar o seu texto. Para Alexandre de MORAES, ambas as hipteses se completam, de forma que diversas vezes para se atingir uma interpretao conforme a Constituio, o intrprete dever declarar a inconstitucionalidade de algumas interpretaes possveis do texto legal, sem contudo alter-lo gramaticalmente.

Prosseguindo no julgamento, o Tribunal, por maioria, resolveu questo de ordem suscitada pelo Procurador-Geral da Repblica, no sentido de assentar a adequao da 39. (Juiz Federal Substituto TRF 4a Regio 2008) Dadas as assertivas abaixo, assinalar a alternativa correta:

I. A interpretao conforme a Constituio constitui tcnica de hermenutica de uso possvel tanto se existentes vrias hipteses interpretativas, quanto se o sentido da norma for unvoco.

II. A tcnica da interpretao conforme a Constituio sem reduo de texto admite as variantes da excluso de interpretao inconstitucional e da opo por uma determinada interpretao.

III. A declarao de inconstitucionalidade sem reduo de texto no admitida no direito brasileiro por implicar controle de constitucionalidade como legislador positivo.

IV. No possvel o uso da tcnica da interpretao conforme a Constituio com reduo de texto.

(a) Est correta apenas a assertiva II.

(b) Esto corretas apenas as assertivas I e III.

(c) Esto corretas apenas as assertivas I e IV.

(d) Esto corretas apenas as assertivas III e IV.

ADIO Ao direta de inconstitucionalidade por omisso (103, 2, CF e Lei 9868/99 com os artigos acrescentados pela Lei 12.063/09)

1. Legitimao ativa: Igual ADI

2. Pedido: declarao de inconstitucionalidade por omisso total ou parcial

3. Procedncia do Pedido: o efeito dar cincia ao Poder Legislativo para que supra a omisso e, em se tratando de rgo administrativo, para determinar que supra a omisso no prazo de trinta dias4. ERGA OMNES e EX TUNC

5. O Advogado-Geral da Unio no participa do processo quando se trata de omisso total

6. O Procurador-Geral da Repblica pode atuar como legitimado ativo e sempre como fiscal da lei

7. H possibilidade de concesso de medida cautelar somente na hiptese de omisso parcial

40. (Procurador da Fazenda Nacional 2006 ESAF) O Advogado-Geral da Unio deve necessariamente participar dos processos de ao direta de inconstitucionalidade e de ao direta de inconstitucionalidade por omisso, na qualidade de curador da presuno de constitucionalidade das leis. 41. (Advogado da Unio 2006 CESPE/UNB) A propositura de eventual ao direta de inconstitucionalidade por omisso restringe-se s normas de eficcia limitada de princpio institutivo e de carter impositivo, bem como s normas programticas.

42. (Defensor Pblico da Unio 2a Categoria 2010 CESPE/UNB) A legislao em vigor no admite a concesso de medida cautelar em ao direta de inconstitucionalidade por omissoSMULA VINCULANTE (103-A, acrescentado pela Emenda 45/04):

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poder, de ofcio ou por provocao, mediante deciso de dois teros dos seus membros, aps reiteradas decises sobre matria constitucional, aprovar smula que, a partir de sua publicao na imprensa oficial, ter efeito vinculante em relao aos demais rgos do Poder Judicirio e administrao pblica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder sua reviso ou cancelamento, na forma prevista em lei.

1 A Smula ter por objetivo a validade, a interpretao e a eficcia de normas determinadas, acerca das quais haja controvrsia atual entre rgos judicirios ou entre esses e a administrao pblica que acarrete grave insegurana jurdica e a relevante multiplicao de processos sobre questo idntica.

2 Sem prejuzo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovao, reviso ou cancelamento de smula poder ser provocada por aqueles que podem propor a ao direta de inconstitucionalidade.

3 Do ato administrativo ou deciso judicial que contrariar a smula aplicvel ou que indevidamente a aplicar, caber reclamao ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anular o ato administrativo ou cassar a deciso judicial reclamada, e determinar que outra seja proferida com ou sem a aplicao da smula, conforme o caso.

Regulamentado pela Lei 11417/06 ampliou a legitimao para provocao do STF, incluindo o Defensor Pblico-Geral da Unio, os demais Tribunais do Poder Judicirio e os Municpios no curso de processos em que sejam partes.

(a) Competncia: exclusiva do STF para edio, reviso e cancelamento de smula vinculante.

(b) Legitimados para provocao do STF: o STF pode editar, revisar ou cancelar smula vinculante de ofcio ou mediante provocao daqueles que podem ajuizar a ADI. Esta provocao no envolve o ajuizamento de uma ao, e sim o exerccio do direito de petio, j que o procedimento de elaborao, reviso ou cancelamento de smula vinculante no jurisdicional. A Lei 11417, de 2006, regulamentando o 2, do art. 103-A, fez acrscimo ao rol de legitimados: (1) Defensor Pblico-Geral da Unio (art. 3, inc. VI), (2) os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justia de Estados ou do Distrito Federal e Territrios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares (art. 3, inc. XI), (3) o Municpio no curso de processo em que seja parte.

(c) Objetivo: fixar a validade, interpretao e eficcia de normas determinadas quando envolva matria constitucional.

(d) Pressupostos materiais para edio, reviso ou cancelamento: (1) existncia de reiteradas decises sobre matria constitucional, (2) controvrsia atual entre rgos do Poder Judicirio ou entre rgos do Poder Judicirio e a Administrao Pblica que acarrete grave insegurana jurdica e relevante multiplicao de processos sobre questo idntica.

(e) Pressupostos formais para edio, reviso ou cancelamento: (1) deciso tomada por dois teros dos membros do Supremo Tribunal Federal em sesso plenria, (2) publicao do enunciado de smula com efeito vinculante em sesso especial do Dirio da Justia e do Dirio Oficial da Unio (art. 2, 4, Lei 11417, de 2006).

(f) Procurador-Geral da Repblica: atua como legitimado para provocao do Supremo Tribunal Federal e, nas propostas que no houver formulado, opina como fiscal da lei (art. 2, 2, Lei 11417, de 2006).

(g) Efeitos da Smula: (1) erga omnes, (2) efeito vinculante que atinge os demais rgos do Poder Judicirio e a Administrao Pblica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (mesma abrangncia do efeito vinculante na ADI, ADC e ADPF), (3) efeito imediato, (4) possibilidade de modulao dos efeitos: o Supremo