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CONSTRUÇÃO, DECORAÇÃO E IMOBILIARIO

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“Insegurança fez aumentar a venda de sistemas de videovigilância” Francisco Santos, 60 anos, FSantos, Biscainho Cláudio Pereira, 36 anos, Prolarme, Almeirim Pedro Esteves, 39 anos, Go Imobiliária, Santarém Maria do Castelo, 52 anos, Casa Pandaio, Coruche

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Trabalhar mais e melhor porque parar é morrer

Como se vive e trabalha em tempos de vacas magras? Cada um tem a sua receita. Cada um arranja a sua estratégia de acordo com a experiência e a ousadia. Cerrar os dentes e andar ou abrir o peito e arriscar? Não há receitas. Cada empresário é um empresário e cada empresa uma empresa. Em vez de lamentos o que mais se ouve é determinação. Quem está no mundo dos negócios tem o risco por companhia. Agora e sempre. Diversificam-se ofertas, alargam-se horários, revêem-se os preços. Se os devedores pagassem a 60 dias, pelo menos... se os bancos não se fechassem, outro galo cantaria. Gente de trabalho que nunca fez outra coisa na vida se não trabalhar, pode recear o futuro mas não baixa os braços por isso.

Pedro Esteves, 39 anos, Go Imobiliária, Santarém

“Com menos imóveis em carteira acompanhamos melhor os clientes”

Pedro Esteves diz ser um ho-mem de desafios que não vira a cara à luta por isso não é de estra-nhar que tenha aceite a proposta de ficar a gerir a Go Imobiliária, onde trabalhava como comercial. Iniciou o projecto há cerca de qua-tro meses e não está arrependido. De um espaço na Estrada de São Domingos, no centro de Santa-rém, a imobiliária passou para um gabinete no Alto do Bexiga. O objectivo de cortar custos foi al-cançado. “Reduzi a despesa em 50 por cento. Actualmente o nosso negócio está muito concentrado na internet e não se justificava termos um espaço tão grande e onde não era muito fácil estacio-nar”, explica o empresário.

O também presidente da Jun-ta de Freguesia de Alcanhões conta que começou a sua activi-dade como comercial na década de 90 quando trabalhou nos mer-cados do Alentejo e Algarve em representação de uma marca de lingerie. Quando a filha nasceu saturou-se das constantes viagens e tomou uma decisão. “Pensei

que tinha que haver outra coisa para vender que ficasse mais per-to de casa”, conta. Foi ao vender um apartamento seu que sentiu o “bichinho” daquele negócio e percebeu que podia dar-se bem no sector. Na altura o mercado ainda estava em alta e decidiu arriscar. Numa época mais complicada co-mo a que atravessamos, Pedro Es-teves garante que é muito impor-tante uma pessoa erguer-se ainda mais e ir à procura de trabalho. “Não vale a pena termos muitos imóveis e querer tudo de uma vez. É preferível termos menos e trabalharmos com mais atenção e dedicação para acompanharmos o cliente”, realça. Não se imagina a fazer outra coisa porque é mes-mo isto que lhe dá prazer fazer.

Maria do Castelo, 52 anos, Casa Pandaio, Coruche

Para transformar uma casa num lar

Na Casa Pandaio, em Coru-che, é possível encontrar tudo ou quase tudo para decorar uma casa. Desde candeeiros de todas as cores e feitios, passando por cortinados e edredões até à loiça e utensílios para a cozinha e ou-tras divisões da casa. Nesta loja não falta nada. A gerente, Maria do Castelo, (que deve o seu no-

me a Nossa Senhora do Castelo, padroeira de Coruche), herdou o negócio iniciado pelo seu pai há 47 anos. Aos cinco anos já aju-dava a montar a loja, situada no centro da vila. Depois do pai fa-lecer, há onze anos, ficou à frente da loja. Nunca trabalhou noutra área e nem se imagina a fazê-lo. Do que mais gosta é do contac-to com o público. E tem veia de artista. Faz e emoldura quadros e arranjos florais e realiza traba-lhos por medida. Basta o cliente pedir o que quer que, se estiver ao seu alcance, como diz, faz. Há uns tempos fez mudanças na loja com o objectivo de se tornar mais competitiva. Passou a vender arti-gos mais baratos e optou também pelos têxteis. “Foi uma mudança muito vantajosa. Tenho artigos mais baratos e percebi que os mais novos não olham tanto para a qualidade. Gostam de comprar coisas baratas e que possam tro-car de tempos a tempos. Aumen-tei as vendas significativamente”, afirma, acrescentando que o facto da loja estar localizada no centro da vila e de ter artigos que não se vendem nos hipermercados são vantagens para o seu negócio.

Cláudio Pereira, 36 anos, Prolarme, Almeirim

“Insegurança fez aumentar a venda de sistemas de videovigilância”

Cláudio Pereira está à frente da empresa há cerca de quatro anos. A Prolarme oferece uma vasta gama de serviços e pro-dutos aos seus clientes desde sistemas de alarme anti-roubo, sistemas de alarme de incêndio, sistemas de vídeo /vigilância, do-mótica, automatismos, instala-ções e projectos de electricidade, instalações e projectos de exaus-tão e extracção de ar, instalação de sistemas de videoporteiro e de intercomunicadores, projec-tos de exaustão e extracção de fumos para estabelecimentos comercias entre outros.

O serviço mais procurado são as câmaras de vigilância. “As pessoas sentem-se menos seguras e por isso apostam na compra destes equipamentos”, refere. Cláudio Pereira justifi-ca o sucesso da Prolarme com o facto de andarem sempre a par das novas tecnologias e terem sempre muitas ideias. Com uma equipa de três fun-cionários, a Prolarme orgulha--se de, ao contrário de outras empresas do mesmo sector, não cobrar mensalidades aos clientes. Cobra apenas pelo equipamento e pela instala-ção. Estas alterações têm, se-gundo Cláudio Pereira, “trazido” mais clientes e maior eficiência nos sistemas. “O facto de sermos uma empresa pequena faz com que consigamos oferecer um bom serviço a pre-ços baixos e com eleva-da qualidade”, realça.

Francisco Santos, 60 anos, FSantos, Biscainho

Baixaram preços para se manterem competitivos

Francisco Santos avisa, no início da conversa, que na actual situação não consegue evitar ser um “bocadinho” pessimista. Há cerca de 35 anos fundou a FSan-tos Lda, no Biscainho, concelho de Coruche, que se dedica ao ni-velamento de terrenos para agri-cultura com sistema laser. Com-plementarmente realiza escava-ções e terraplanagens na área da construção civil. O empresário co-meçou a trabalhar aos onze anos numa oficina do ramo. Gosta do que faz e só lamenta que o país tenha chegado à situação actual de ruptura. A filha trabalha con-sigo e o filho tem uma empresa que opera no mesmo ramo. “Os tempos que correm estão muito

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difíceis e tenho medo do que aí vem”, confessa. Para ultrapassar os momentos menos bons desceu os preços para valores de há uma década. “Só assim conseguimos ser competitivos e ter trabalho”, explica. Apesar das dificuldades não teve necessidade de despe-dir ninguém. Anima-se um pouco quando refere que o balanço geral é positivo embora os últimos cin-co anos o façam duvidar se tan-to “trabalho” e “sacrifício” terão valido a pena. Além da FSantos possui a imobiliária BiscoInvest.

Hélder Brilhante, 39 anos, empresário do ramo das tintas, Santarém

“Temos que ter sempre pensamento positivo”

A empresa Hélder Brilhante dedica-se à venda de todo o tipo de tintas e materiais necessários utilizados na pintura. Vende tin-tas de alta decoração e também para construção. Além disso, tam-bém vende produtos para imper-meabilização de terraços, piscinas e tanques. A empresa em nome individual foi criada há cerca de

oito anos e começou por funcio-nar na Portela das Padeiras, em Santarém, mas,há aproximada-mente dois anos mudou para a Zona Industrial para poder ter mais espaço. Hélder Brilhante iniciou-se no ramo aos 16 anos durante as férias de Verão. Ain-da regressou à escola mas acabou por se dedicar apenas ao traba-lho. O empresário diz, em tom de brincadeira, que se compara às formigas. Trabalha no Verão para compensar a diminuição de trabalho que acontece sempre no Inverno. Com uma equipa de três funcionários garante que nunca pensou mudar de ramo de acti-vidade. O seu lema é procurar ter sempre uma atitude positiva.

Edgar Godinho, 35 anos, gerente da “Laborline”, Tomar

“Minimizar constrangimentos e perdas de tempo”

Diz que é o primeiro a entrar na empresa e o último a sair. Edgar Godinho é o gerente da

“LABORLINE”, empresa loca-lizada em Linhaceira, Tomar, especializada na prestação de serviços e consultadoria, nomea-damente nas áreas da Engenha-ria, Saúde, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho e Seguran-ça e Higiene Alimentar. “Não é fácil trabalhar numa zona on-de o desenvolvimento urbano e empresarial quase parou e a oferta de mercado é maior que a procura”, começa por dizer o nosso interlocutor. Por este mo-tivo, sublinha a necessidade de satisfazer o cliente, “minimizan-do constrangimentos e perdas de tempo”. Esta tem sido a aposta da LABORLINE, que tem vindo a implementar novos serviços de forma a dar resposta conjun-ta às suas necessidades, fideli-zando o cliente e respondendo prontamente às suas exigências. Apesar dos custos inerentes aos serviços prestados terem grande peso, o empresário optou por manter inalteradas as tabelas de preços. “Com o incremento de mais serviços, tendo a possi-bilidade de dar resposta a todas as obrigações legais dos clientes, os novos produtos tem vindo a ter uma boa aceitação”, comple-menta. Edgar Godinho aponta que teve que alargar a área de intervenção da sua empresa pa-ra tentar atingir os objectivos traçados no inicio do ano. Já pensou em mudar de ramo mas uma experiência de 12 anos na área da Construção Civil e de 8 anos na área da Segurança e Higiene no Trabalho “é toda

uma vida profissional dedicada a estas áreas” pelo que não se vê a fazer outra coisa. Não vai em choradinhos e diz que não é a crise que o desanima mas a “concorrência desleal no merca-do”, que presta serviços a mais baixo custo, sem aptidões, qua-lificações ou autorizações para tal, diminuindo a probabilidade da angariação de novos clientes e de novos trabalhos. “Há que acreditar que tudo isto mudará um dia. O melhor é olhar em frente e pensar que com muito trabalho e dedicação o nosso es-forço será compensado”, refuta.

Agostinho Santos - Constrolândia

Uma empresa que só fecha no Natal, Páscoa e Ano Novo

Se há empresa que está sempre à disposi-ção do cliente na região durante todo o ano é a Constrolândia, em Vila Chã de Ourique, às por-

tas do Cartaxo. Só encerra na Páscoa, Natal e Ano Novo. Li-gada à comercialização de ma-teriais de construção, funciona como um verdadeiro serviço de desenrasca. “É onde o consu-midor vai comprar a lâmpada que fundiu, o cloro para a pis-cina, a mangueira para o jar-dim, máquinas, etc”, garante o empresário Agostinho Santos. A opção de abrir aos domingos foi tomada há cinco anos quan-do começou a crise no sector da construção civil. Graças a isso foi possível manter os vin-te colaboradores. Agostinho Santos, que também é sócio--gerente de lojas de constru-ção no Brasil, sente-se bem no Cartaxo. Ali recebe clientes da região mas também de outras localidades de todo o país. O site na internet, em www.cons-trolandia.pt, ajuda a divulgar a loja. O empresário pensou que o mesmo teria maior impacto mas admite que o mercado da construção é especial a esse ní-vel. O empresário considera-se uma pessoa positiva. Para ele quem mais prejuízo causou ao sector da construção civil foram os bancos.

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ESTRADA DOS PADEIROS - CASAIS CASTELOS 2350-294 RIACHOS - TEL./FAX: 249 821 303 / TM.: 964 017 044

Montagem em Lareiras já existentes

Salamandrase Fogões a Lenha

José Filipe Batista

Nuno Mendes, 34 anos, Topógrafo, Almeirim

“Em alturas de crise temos que trabalhar com mais afinco”

Nuno Mendes esteve envolvi-do na construção do novo Estádio da Luz, projecto que o marcou profissionalmente. Apesar de ter sido muito bom para o seu cur-rículo, o empresário esclarece que depois dessa obra ficou com pouca vontade de trabalhar em obras do género. Com uma em-presa em nome individual Nuno Mendes tem o seu escritório nu-ma das divisões da sua casa, em Almeirim. Faz medições e levan-tamentos das áreas e condições de terrenos rústicos e urbanos. Esta é a sua principal actividade. Tra-balhava na área da agricultura quando um familiar o desafiou a tirar o curso de Topografia. Há cerca de onze anos que tem a sua

própria empresa. Faz um balanço positivo da sua actividade empre-sarial e diz que se assim não fosse já tinha desistido. Diz que tam-bém sente a crise mas continua a ter trabalho. “Quando o vento sopra todas as árvores abanam. Só temos que nos agarrar com mais afinco para não cairmos e é isso que tenho feito”, explica. O gran-de problema é na hora de receber. Algumas pessoas têm dificuldade em pagar na hora e é necessário facilitar nos pagamentos. Em altu-ras de menor volume de trabalho aproveita para fazer prospecção de mercado e concluir trabalhos que em épocas de maior movi-mento não tem tempo para fazer.

António Montez, 41 anos, Almeirim

Se todos pagassem a tempo e horas estávamos bem

Portas, janelas, estores, auto-matismos, portões seccionados. Tudo em alumínio são alguns dos materiais que a empresa de António Montez - com o mes-mo nome do proprietário - pro-duz. A empresa situada na zo-na da Feteira, entre Almeirim e Fazendas de Almeirim, existe desde 1996. O negócio não tem corrido mal e, apesar das notí-cias negativas que todos os dias inundam televisões e jornais, trabalho não tem faltado. Em Agosto teve mesmo que admi-tir mais três funcionários. Ge-ralmente a empresa tem mais trabalho de Verão do que de Inverno. Apesar de ser trabalho sazonal é sempre bem-vindo, refere António Montez. Se de início trabalhava apenas com alumínio, agora também faz trabalhos em ferro. Se tudo vai bem em termos de encomendas o mesmo não se pode dizer dos pagamentos. “Temos que facili-tar mas mesmo assim já fiquei a perder muitas vezes. Há pe-lo menos 60 mil euros que sei que não vou reaver. Temos que andar atrás das pessoas porque elas nem sempre nos pagam quando devem”, desabafa. An-tónio Montez começou a traba-lhar no ramo dos alumínios aos 13 anos. Diz ser uma pessoa que se adapta com facilidade às no-vidades. Gosta do que faz mas

se por acaso pensasse em mu-dar de área profissional seria sempre por causa da dificulda-de em receber os pagamentos. “Já perdi 60 mil euros que sei que não vou reaver”, conclui.

Luís Filipe Barreira, 44 anos, sócio da “Mira e Barreira”, Chamusca

“Dar ao cliente respostas positivas e imediatas após as encomendas”

Tentar dar uma resposta rá-pida às exigências do cliente, mantendo sempre um bom re-lacionamento com o mesmo, é um dos objectivos da empresa de construção civil “Mira e Bar-reira”, sedeada no centro da vila da Chamusca. É este lema que se mantém nestes dias em que os políticos dizem que o mundo muda numa semana. Luís Filipe

Barreira, que gere a empresa com Nuno Mira, diz que sempre tenta-ram dar o passo à medida da per-na, sem grandes mudanças e com atenção ao que os rodeia. Desde restauros, a mudar uma telha, ou fazer uma nova construção, esta empresa apresenta-se como a solução para quem quer fazer obras. “Temos conseguido fideli-zar o cliente com o nosso méto-do de trabalho, dando respostas imediatas após as encomendas. Temos que ir para a frente. As pessoas estão a ficar sem dinheiro, os encargos são muitos e sem di-nheiro, por mais bom cliente que seja, não se consegue o retorno”, aponta. Diz que gosta do que faz e não pensa em mudar mas con-fessa que se sente um pouco pre-ocupado com a actual conjuntura económica. “O desafio maior é a gestão financeira da empresa”, sublinha. Para o nosso interlocu-tor, que trabalha uma média de 12/13 horas por dia, “em obra e depois nas voltas que tem que fa-zer para reparações”, consegue-se dar a volta à crise rentabilizando melhor o dia de trabalho. “Não é trabalhar mais horas, porque se-não as coisas não ficam bem-fei-tas mas sim trabalhar melhor”, sustenta. Não se sente desmoti-vado mas não poupa o governo pela política de implantação de medidas de austeridade em de-trimento de outras que podiam

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Fundada em 1984 com o ob-jectivo de fabricar artefactos de cimento, tais como blocos de ci-mento de várias medidas e pa-vimentos diversos, a “Ima col” sedeada no Olival, em Ourém dedica-se actualmente à presta-ção de serviços e comercializa-ção de materiais. Filipe Fonse-ca, um dos rostos desta empre-sa, considera que o mundo está em constante alteração devido à sociedade de consumismo que se acentuou nos últimos anos. A pensar neste novo paradig-ma, tem introduzido algumas mudanças na sua empresa que passam pela aposta na venda de materiais mais técnicos, a apos-ta nos ramos da reconstrução, nos serviços de remodelação, pequenas demolições e servi-ços. “As obras novas estão a escassear de dia para dia e há uma enorme concorrência para aquelas que começam neste ra-mo”, alude o empresário. Estas mudanças levam a alguns resul-tados que, no entanto, ficam sempre aquém dos esperados. Mesmo assim, fica satisfeito por mais pequena que seja a evolu-ção notada. Gosta muito do que faz e trabalha uma média de 11 a 12 horas por dia. Confessa que é um trabalho, por vezes, desgastante mas mesmo assim não desanima com as notícias que todos os dias invadem os canais de televisão sobre as me-didas de austeridade e o aperto de cinto. “É difícil não desani-mar nestes tempos mas vamos lutando contra as perspectivas e vivendo a “ilusão” de que um dia tudo vai melhorar”, reforça.

sempre soube fazer de tudo um pouco pelo que tanto trabalha em electricidade, como em obras mas é na instalação de recupera-dores de calor a lenha (vidros em lareiras) que tem vindo a apos-tar ultimamente. “Começaram por pedir para montar um ou dois e depois nunca mais parei”, contou o nosso interlocutor que em criança já fazia moedas em chumbo para jogar aos matraqui-lhos de graça. Tem uma opinião muito crítica sobre as medidas de austeridade que estão a ser implantadas. “Isto é terrorismo. Estão a tentar travar tudo o que é o progresso das pessoas. Não há volta a dar”, refere. A solu-ção passa por não ligar muito às notícias dos jornais e televisões, arregaçar as mangas e continu-ar a trabalhar. Por isso diz que vive um dia de cada vez, sem medo e que, felizmente, nunca teve falta de trabalho. O facto de nunca ter recusado um servi-ço e empenhar-se em fazer bem feito contribuiu para que conti-nue a ser chamado pelos clien-tes, e conhecidos destes, uma vez que apresenta um trabalho de confiança. “Nunca tive medo do trabalho. Só senti a crise em criança, até aos 15 anos, altura em que comecei a trabalhar e a ir para a frente”, testemunha.

Filipe Fonseca, 24 anos, Técnico comercial/administrativo, Olival-Ourém

“Aposta nos serviços de reconstrução e remodelação”

O nosso interlocutor diz que, por este motivo, tem vindo a apostar mais na tecnologia e na mão-de--obra, tendo contratado mais um colaborador há três meses. “Fe-lizmente esta estratégia está a dar resultado. Com a conjuntu-ra económica negativa há algum receio mas penso que temos tudo controlado até Janeiro”, refere. Luís Vasconcelos gosta de pen-sar positivo mas diz que também trabalha para isso, não tendo um horário estipulado para trabalhar. “Por vezes, e os empregados cola-boram, temos que trabalhar fora do horário para dar resposta ao cliente dentro do prazo porque se-não vai procurar outro fornecedor que lhe dê essa resposta”, exem-plifica. O nosso interlocutor cos-tuma dizer que quando está bom para o patrão, também está bom para os empregados. O contrário é que não. Diz que o crescimen-to da empresa se deve aos “bons clientes”, aos seus colaboradores e a uma gestão equilibrada onde se medem os passos, pensando antes de agir. Em relação ao futuro, o empresário diz que há que andar para a frente mas atento ao que se passa. “É difícil a gente não andar preocupados mas não pudemos baixar os braços”, atesta.

José Filipe Baptista, 66 anos, Técnico de Recuperador de Calor, Riachos - Torres Novas

“Não ligo às notícias, arregaço as mangas e continuo a trabalhar”

Trabalha por conta própria desde que se aposentou, já lá vão doze anos. José Filipe Baptista

vir a estimular a economia. “En-quanto não limparem o esterco político, Portugal e a Europa, não tem solução”, remata.

Baltazar Silva e Daniela Seabra - Atelier Re-Faz

Transformar objectos sem uso em objectos artísticos

Mesas, cadeiras e móveis an-tigos, partidos ou desgastados são alguma da matéria prima do Atelier Re-Faz. A partir dela são feitos artigos artísticos, de deco-ração e design. A ideia partiu de Baltazar Silva e Daniela Seabra, um casal que depois de uma vida em Lisboa onde já possuía atelier e de uma passagem por Santarém, se fixou no Cartaxo. “Já tínhamos atelier e fazíamos peças de mo-biliário artístico. Eu era técnico de reinserção social mas cansei--me de viver com precariedade e quis algo que me fizesse sentir realizado para sustentar mulher e um filho, com um negócio ele próprio sustentável”, conta Bal-tazar. O atelier fica no centro da cidade. Não está aberto ao públi-co. A venda de artigos é feita via catálogo que está disponível no si-te (www.re-faz.com), no Facebook ou por telefone. o Re-Faz também executa alguns restauros. Alguns dos artigos finalizados que cons-

tam do catálogo estão expostos à entrada do atelier. Há cadeiras com forro do assento em alcatifa, bancos com pés feitos de tubos de cartão onde os tecidos de venda em loja se enrolam, há gravatas antigas de várias cores que se en-trelaçam como forro do assento de uma cadeira e bonecos no topo de mesas de cabeceira feitos de pasta de papel, para dar alguns exem-plos. Passado mais de um ano, a matéria-prima não está apenas disponível no ecocentro do Car-taxo, os comerciantes vizinhos do atelier já lhes entregam peças de que se vão desfazer, sabendo que vão ganhar nova utilidade.

Luís Vasconcelos, 45 anos, gerente da COMET, Moreiras Grandes - Torres Novas

“Tentamos fazer bem feito e em menos tempo”

Todos os serviços relacionados com Serralharia Civil, desde con-tentores metálicos a ilhas ecoló-gicas, podem ser encomendados na COMET, empresa sedeada nu-ma zona industrial em Moreiras Grandes, Torres Novas. A em-presa trabalha para todo o país e com um cliente que exporta 20% do produto para Angola e França começou a laborar em 1993 com dois colaboradores e actualmen-te emprega 16 postos de trabalho. “Uma vez que a concorrência é grande tentamos fazer o traba-lho bem feito e em menos tem-po. Dar uma resposta mais rápida ao cliente é a única maneira de o conseguirmos manter”, diz Luís Vasconcelos, gerente da empresa.

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