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 Guia do prossional em trei namento Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - ReCESA Construção, operação e manutenção de redes de distribuiç ão de água      A      b    a    s     t    e    c      i    m    e    n     t    o      d    e     á    g    u    a Nível 1

Construção, operação e manutenção de redes de distribuição de água - Nível 1

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Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - ReCESA

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  • Guia do profi ssional em treinamento

    Rede Nacional de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento Ambiental - ReCESA

    Construo, operao e manuteno de redes de

    distribuio de gua Abas

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  • Guia do profi ssional em treinamento

    Construo, operao e manuteno de redes de

    distribuio de gua Abas

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    Nvel 1

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  • Promoo Rede de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento Ambiental - ReCESA

    Realizao Ncleo Sudeste de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento Ambiental - NUCASE

    Instituies integrantes do Nucase Universidade Federal de Minas Gerais (lder) | Universidade Federal do Esprito Santo | Universidade Federal do Rio de Janeiro | Universidade Estadual de Campinas

    Financiamento Financiadora de Estudos e Projetos do Ministrio da Cincia e Tecnologia | Fundao Nacional de Sade do Ministrio da Sade | Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministrio das Cidades

    Apoio organizacional Programa de Modernizao do Setor Saneamento-PMSS

    Comit consultivo da ReCESA

    Associao Brasileira de Captao E Manejo de gua de Chuva ABCMAC Associao Brasileira de Engenharia Sanitria E Ambiental ABES Associao Brasileira de Recursos Hdricos ABRH Associao Brasileira de Resduos Slidos E Limpeza Pblica ABLP Associao das Empresas de Saneamento Bsico Estaduais AESBE Associao Nacional dos Servios Municipais de Saneamento ASSEMAE Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educao Tecnolgica Concefet Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura E Agronomia CONFEA Federao de rgo Para A Assistncia Social E Educacional FASE Federao Nacional dos Urbanitrios FNU Frum Nacional de Comits de Bacias Hidrogrfi cas Fncbhs Frum Nacional de Pr-Reitores de Extenso das Universidades Pblicas Brasileiras

    Forproex Frum Nacional Lixo E Cidadania L&C Frente Nacional Pelo Saneamento Ambiental FNSA Instituto Brasileiro de Administrao Municipal IBAM Organizao Pan-Americana de Sade OPAS Programa Nacional de Conservao de Energia Procel Rede Brasileira de Capacitao Em Recursos Hdricos Cap-Net Brasil

    Comit gestor da ReCESA

    Ministrio das Cidades; Ministrio da Cincia e Tecnologia; Ministrio do Meio Ambiente Ministrio da Educao; Ministrio da Integrao Nacional; Ministrio da Sade; Banco Nacional de Desenvolvimento

    Econmico Social (BNDES); Caixa Econmica Federal (CAIXA);

    Parceiros do Nucase

    Cedae/RJ - Companhia Estadual de guas e Esgotos do Rio de Janeiro Cesan/ES - A Companhia Esprito Santense de Saneamento Comlurb/RJ - Companhia Municipal de Limpeza Urbana Copasa Companhia de Saneamento de Minas Gerais DAEE - Departamento de guas e Energia Eltrica do Estado de So Paulo DLU/Campinas - Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura Municipal de Campinas Fundao Rio-guas Incaper/Es - O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistncia Tcnica e Extenso Rural IPT/SP - Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo PCJ - Consrcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundia SAAE/Itabira - Sistema Autnomo de gua e Esgoto de Itabira MG. SABESP - Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo SANASA/Campinas - Sociedade de Abastecimento de gua e Saneamento S.A. SLU/PBH - Servio de Limpeza Urbana da prefeitura de Belo Horizonte Sudecap/PBH - Superintendncia de desenvolvimento da capital da prefeitura de Belo Horizonte UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto UFSCar - Universidade Federal de So Carlos UNIVALE Universidade Vale do Rio Doce

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    Nvel 1Guia do profi ssional em treinamento

    Construo, operao e manuteno de redes de

    distribuio de gua

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  • Conselho Editorial Temtico

    Valter Lcio de Pdua | UFMGBernardo Nascimento Teixeira | UFSCar

    Edumar Coelho | UFESIene Christie Figueiredo | UFRJ

    Profi ssionais que participaram da elaborao deste guia

    Professores Valter Lcio de PduaConsultores Alosio de Arajo Prince (conteudista) l Jorge Martins Borges (conteudista)

    Izabel Chiodi Freitas (validadora)Bolsistas Luiza Clemente Cardoso l Simo Voloch Neto

    Crditos

    Consultoria pedaggica

    Ctedra da Unesco de Educao a Distncia - FaE/UFMGJuliane Correa | Sara Shirley Belo Lana

    Projeto Grfi co e Diagramao Marco Severo | Rachel Barreto | Romero Ronconi

    Impresso Sigma

    permitida a reproduo total ou parcial desta publicao, desde que citada a fonte.

    A118 Abastecimento de gua : construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua : guia do profi ssional em treinamento : nvel 1 / Ministrio das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (org.). Belo Horizonte : ReCESA, 2008. 68 p.

    Nota: Realizao do NUCASE Ncleo Sudeste de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento Ambiental, integrado pela Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Esprito Santo, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Estadual de Campinas.

    1. Abastecimento de gua. 2. gua - Distribuio. 3. gua Qualidade. 4. Abastecimento de gua Manuteno e reparos. I. Brasil. Ministrio das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. II. Ncleo Sudeste de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento Ambiental. CDD 628.1

    Catalogao da Fonte : Ricardo Miranda CRB/6-1598

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  • Apresentao da ReCESA

    A criao do Ministrio das Cidades no Governo do Presidente Luiz Incio Lula da Silva, em 2003, permitiu que os imensos desafi os urbanos passassem a ser encarados como poltica de Estado. Nesse contexto, a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) inaugurou um paradigma que inscreve o saneamento como poltica pblica, com dimenso urbana e ambiental, promotora de desenvolvimento e da reduo das desigualdades sociais. Trata-se de uma concepo de saneamento em que a tcnica e a tecnologia so colocadas a favor da prestao de um servio pblico e essencial.

    A misso da SNSA ganhou maior relevncia e efetividade com a agenda do saneamento para o quadrinio 20072010, haja vista a deciso do Governo Federal de destinar, dos recursos reservados ao Programa de Acelerao do Crescimento PAC, 40 bilhes de reais para investimentos em saneamento.

    Nesse novo cenrio, a SNSA conduz aes em capacitao como um dos instrumentos estratgicos para a modifi cao de paradig-mas, o alcance de melhorias de desempenho e da qualidade na prestao dos servios e

    a integrao de polticas setoriais. O projeto de estruturao da Rede de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento

    Ambiental ReCESA constitui importante iniciativa nesta direo.

    A ReCESA tem o propsito de reunir um conjunto de instituies e entidades com o objetivo de coordenar o desenvolvimento de propostas pedaggicas e de material didtico, bem como promover aes de intercmbio e de exten-so tecnolgica que levem em considerao as peculiaridades regionais e as diferentes polticas, tcnicas e tecnologias, visando capacitar profi s-sionais para a operao, manuteno e gesto dos sistemas de saneamento. Para a estruturao da ReCESA, foram formados ncleos regionais e um comit gestor, em nvel nacional.

    Por fi m, cabe destacar que o projeto ReCESA tem sido bastante desafi ador para todos ns, que constitumos um grupo predomi-nantemente formado por profi ssionais da engenharia, que compreendeu a necessi-dade de agregar outros olhares e saberes, ainda que para isso tenha sido necessrio contornar todos os meandros do rio, antes de chegar ao seu curso principal.

    Comit Gestor da ReCESA

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  • Apresentao do Nucase

    O Ncleo Sudeste de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento

    Ambiental Nucase tem por objetivo o desenvolvimento de atividades de capacitao de profi ssionais da rea de saneamento, nos quatro estados da Regio Sudeste do Brasil.

    O Nucase coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG, tendo como instituies co-executoras a Universidade Federal do Esprito Santo UFES, a Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ e a Universidade Estadual de Campinas Unicamp. Atendendo aos requisitos de abrangncia temtica e de capilaridade regional, as universidades que integram o Nucase tm como parceiros, em seus estados, prestadores de servios de sane-amento e entidades especfi cas do setor.

    Coordenadores institucionais do Nucase

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  • Apresentao da coletnea de guias

    A coletnea de materiais didticos produ-zidos pelo Nucase composta de 42 guias que sero utilizados em ofi cinas de capaci-tao para profi ssionais que atuam na rea do saneamento. So seis guias que versam sobre o manejo de guas pluviais urbanas, doze relacionados aos sistemas de abaste-cimento de gua, doze sobre sistemas de esgotamento sanitrio, nove que contem-plam os resduos slidos urbanos e trs que tero por objeto temas que perpassam todas as dimenses do saneamento, denominados temas transversais.

    Dentre as diversas metas estabelecidas pelo Nucase, merece destaque a produo dos Guias dos profi ssionais em treinamento, que serviro de apoio s ofi cinas de capa-citao de operadores em saneamento que possuem grau de escolaridade variando do semi-alfabetizado ao terceiro grau. Os guias tm uma identidade visual e uma abordagem pedaggica que visa estabelecer um dilogo e a troca de conhecimentos entre os profi s-sionais em treinamento e os instrutores. Para isso, foram tomados cuidados especiais com a forma de abordagem dos contedos, tipos de linguagem e recursos de interatividade.

    Equipe da central de produo de material didtico - CPMD

    Apresentao da rea temtica: Abastecimento de gua

    A srie de guias relacionada ao abastecimento de gua resultou do trabalho coletivo que envolveu a participao de dezenas de profi ssionais. Os temas que compem esta srie foram defi ni-dos por meio de uma consulta a companhias de saneamento, prefeituras, servios autno-mos de gua e esgoto, instituies de ensino e pesquisa e profi ssionais da rea, com o objetivo de se defi nirem os temas que a comunidade tcnica e cientfi ca da Regio Sudeste considera, no momento, os mais relevantes para o desen-volvimento do projeto Nucase.

    Os temas abordados nesta srie dedicada ao abastecimento de gua incluem: Qualidade de gua e padro de potabilidade; Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua; Operao e manuteno de estaes elevatrias de gua; Operao e manuteno de estaes de tratamento de gua; Gerenciamento de perdas de gua e de energia eltrica em siste-mas de abastecimento de gua; Amostragem, preservao e caracterizao fsico-qumica e microbiolgica de guas de abastecimento; Gerenciamento, tratamento e disposio fi nal de lodos gerados em ETAs. Certamente h muitos outros temas importantes a serem abordados, mas considera-se que este um primeiro e importante passo para que se tenha material didtico, produzido no Brasil, destinado a profi s-sionais da rea de saneamento que raramente tm oportunidade de receber treinamento e atualizao profi ssional.

    Coordenadores da rea temtica de abastecimento de gua

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  • Sumrio

    Introduo .................................................................................. 11Abastecimento de gua ...............................................................13 Bacia Hidrogrfi ca ..............................................................14 Sistemas de abastecimento de gua ...................................16Qualidade da gua e sade .........................................................22 Saneamento e sade ..........................................................23 gua e sade .....................................................................24 Portaria MS n. 518/2004 ...................................................27Interpretao de projetos de rede de distribuio de gua ..........32 Rede de distribuio de gua .............................................33 Elementos importantes para implantao de redes de distribuio de gua ............................................33Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua ......................................................39 Informao ao consumidor .................................................41 Planejamento de servios de construo e manuteno de redes de distribuio de gua........................................42 Preveno de acidentes ......................................................51 Mini Rede de abastecimento de gua .................................52 Rotina de Funcionamento dos servios de manuteno ......59 Limpeza, conservao e reabilitao ..................................59 Hidrmetros ......................................................................61Descarga nas redes .....................................................................61Para ler e Refl etir ........................................................................65Para voc saber mais ..................................................................67

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  • Introduo

    Caro profi ssional,

    Para que a gua esteja disponvel assim que abrimos as torneiras de nossas casas, ela passa por um longo processo que comea na captao e termina na distribuio aos usu-rios do sistema de abastecimento de gua.

    Discutiremos, ao longo desse guia, a ltima etapa desse processo, a distribuio.

    As redes de distribuio precisam ser cons-trudas de maneira adequada, levando em conta as caractersticas da regio e as neces-sidades da populao, e exigem uma equipe sempre pronta para oper-las e repar-las quando necessrio. Essa equipe, da qual voc faz parte, tem grande responsabilidade com a sade das pessoas que utilizam a gua tratada.

    Mas se a gua j foi tratada, o que pode interferir em sua qualidade nessa etapa do abastecimento?

    Alm de a gua correr o risco de ser conta-minada durante essa etapa tambm temos o problema das perdas de gua, que impedem que ela chegue em quantidade adequada aos usurios.

    Nos prximos dias, vamos discutir os seguintes conceitos-chave:

    1. Abastecimento de gua2. Qualidade da gua e sade3. Interpretao de projetos de redes de distri-

    buio de gua4. Construo, operao e manuteno de redes

    de distribuio de gua

    Neste guia do profi ssional em treinamento esto os textos, atividades e outras informaes que usaremos durante essa ofi cina.

    Esperamos que sua participao nessa atividade estimule a troca de experincias, desperte a conscincia do papel social do seu trabalho e acrescente algo mais nos seus conhecimentos sobre a importncia sanit-ria na etapa de distribuio de gua. E que esses conhecimentos sejam teis para voc como profi ssional, responsvel pela gua distribuda em sua cidade, e como cidado, preocupado com a preservao do meio ambiente e com a sade da populao.

    Antes de seguirmos adiante, sugerimos que voc faa a prxima atividade, refl etindo um pouco sobre o abastecimento de gua.

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  • 12 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Para ler e refl etir

    Agora, imagine que as trs crianas moravam em um mesmo bairro. Onde a gua pode ter sido contaminada?

    Quais as possveis causas da contaminao?

    Caso as crianas morassem em uma mesma cidade, em bairros dife-rentes. Onde a gua poderia ter sido contaminada?

    A atividade a seguir prope que voc refl ita, individualmente, sobre a importncia da qualidade da gua para a sade e bem estar das pessoas a partir de um acontecimento noticiado em um jornal.

    gua contaminada

    Foi noticiado, em um jornal, um surto de diarria em crianas. Segundo a notcia, os mdicos acreditam que elas tenham ingerido um agente patognico transmitido pela gua.

    Suponha que as crianas enfermas morem em residncia atendida por sistema de abaste-cimento de gua e dotada de caixa dgua e instalaes hidrulicas.

    Imagine que as crianas moravam em uma mesma casa e no ocorreu nenhum caso parecido na regio em que vivem. Onde poderia ter acontecido a contaminao?

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  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 13

    Abastecimento de gua

    gua de fcil acesso e boa qualidade fundamental sade e ao bem estar dos seres humanos. Um sistema de abastecimento de gua implantado em uma comunidade uma soluo para atender a essas necessidades de forma coletiva.

    Vamos comear nossa ofi cina, falando do abastecimento de gua e de sua importncia para a populao.

    - Identi car os fatores que interferem no abastecimento de gua dentro de uma bacia hidrogr ca;

    - Relembrar as unidades de um sistema de abastecimento de gua;

    OBJETIVOS:

    O que um Sistema de Abastecimento de gua? Quais os principais componentes desse sistema?

    Questo para discussoEm grupo, responda e discuta as questes a seguir.

    O que uma Bacia Hidrogrfi ca?

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in13 1323-AA-COMR-1 miolo finalizado.in13 13 10/7/2008 10:53:5910/7/2008 10:53:59

  • 14 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Que caractersticas da Bacia hidrogrfi ca devem ser observadas no planejamento do Sistema de Abastecimento de gua?

    Conhecer as caractersticas da bacia hidrogrfi ca na qual o sistema de abastecimento de gua est situado fundamental para um bom planejamento e para o funcionamento correto do sistema.

    Bacia Hidrogrfi ca

    Agora ser feita uma exposio oral sobre o abastecimento de gua no contexto da bacia hidrogr ca. Procure participar durante a exposio: relate suas experincias, faa perguntas, tire dvidas e procure identi car o que complementa as respostas que voc e seu grupo apresentaram antes.

    Bacia hidrogrfi ca uma rea natural cujos limites so defi nidos pelos pontos mais altos do relevo. Esses pontos so chamados de divisores de gua ou espiges dos montes ou montanhas.

    Adaptado de http://

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    a.com.br/

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    Dentro da bacia, a gua da chuva drenada superfi cialmente por um curso de gua principal at sua sada, no local mais baixo do relevo, esse local chamado foz do curso de gua.

    Atualmente, o planejamento governamental e a atuao das comunidades tendem a ser feitos por bacias hidrogrfi cas. Assim, foram formados os Comits de Bacia Hidrogrfi ca.

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in14 1423-AA-COMR-1 miolo finalizado.in14 14 10/7/2008 10:53:5910/7/2008 10:53:59

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 15

    H no seu municpio ou regio comit de Bacia? O rgo onde voc trabalha participa?

    Deve-se impedir aes e atividades que possam prejudicar a quantidade e a qualidade da gua do manancial que abastece a comunidade onde moramos e as comunidades que se situam a jusante.

    At agora, falamos sobre bacia hidrogrfi ca e da importncia de se conhecer as caracters-ticas da fonte de gua e da regio abastecida pelo sistema de abastecimento de gua. Agora vamos relembrar as etapas que compem um sistema de abastecimento de gua.

    Os Comits de Bacias Hidrogrfi cas tomam decises relacionadas gua. Cada regio tem ou ter um comit de bacia, que pode ser dividido em sub-comits, permitindo cada vez mais que os usurios diretos possam gerir suas guas. Os comits so compostos por vrios representantes que partilham o uso da gua. Fazer parte de um comit uma tima forma de fazer valer seus direitos de cidado e de participar da preservao dos mananciais!

    Para garantir a quantidade e a qualidade da gua dos mananciais e das nascentes que os alimentam, deve-se manter a vegetao natural no seu entorno e nas encostas, e tambm tomar alguns cuidados no uso e preparo do solo para diminuir a velocidade das enxurradas e aumentar a infi ltrao de gua no solo.

    Voc sabe por que importante diminuir a velocidade das enxurradas e aumentar a infi ltrao?

    Em uma bacia hidrogrfi ca, as reas que se situam acima do ponto de captao de gua para o abastecimento esto a montante e as reas localizadas abaixo esto a jusante.

    As atividades realizadas a montante e a jusante merecem tanta ateno dos trabalhadores do sistema de gua e da comunidade quanto a regio em torno do ponto de captao de gua.

    Regies a montante e a jusante do ponto de captao

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in15 1523-AA-COMR-1 miolo finalizado.in15 15 10/7/2008 10:54:1910/7/2008 10:54:19

  • 16 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Sistemas de abastecimento de gua

    Sistema de abastecimento de gua

    Um sistema de abastecimento uma soluo coletiva para fornecer gua a uma comunidade. Nele, a gua retirada da natureza, tratada e transportada at os consumidores.

    Alm dos sistemas de abastecimento de gua, existem outras solues coletivas de abastecimento. So solues alternativas como torneiras pblicas, caminhes-pipa, etc.

    Voc sabia que a adoo de uma soluo coletiva para o abastecimento facilita a construo, a operao e a manuteno das unidades do sistema e o controle sobre a qualidade da gua consumida pela populao?

    Observe o sistema de abastecimento de gua representado na fi gura e, individualmente, responda as questes a seguir.

    Identifi que, na fi gura, as unidades do sistema de abastecimento de gua e enumere a coluna abaixo.

    Reservatrio apoiadoCaptaoEstao Elevatria de gua brutaReservatrio elevadoAdutora de gua bruta

    Estao de tratamento de guaEstao Elevatria de gua tratadaAdutora de gua tratadaRede de distribuio

    2

    13

    4

    6

    5

    7

    8

    9

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in16 1623-AA-COMR-1 miolo finalizado.in16 16 10/7/2008 10:54:2110/7/2008 10:54:21

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 17

    Marque com um X a resposta correta

    A adutora de gua bruta indicada na fi gura uma:

    adutora por gravidade em conduto livre;adutora por gravidade em conduto forado;adutora de recalque.

    Sempre que alguma dvida estiver impedindo voc de compreender o exerccio, pergunte ao instrutor ou ao monitor!

    A adutora de gua tratada indicada na fi gura uma:

    adutora por gravidade em conduto livre;adutora por gravidade em conduto forado;adutora de recalque.

    Agora ser feita uma exposio oral sobre as etapas do sistema de abastecimento de gua. Procure participar durante a exposio: relate suas experincias, faa perguntas, tire dvidas e procure identi car o que complementa as respostas do exerccio que voc e seus colegas acabaram de resolver.

    Um sistema de abastecimento de gua composto por equipamentos e servios divididos em etapas, que vo desde a captao na fonte de gua escolhida at a distribuio da gua tratada para diversos usos.

    As etapas de um sistema de tratamento convencional so:

    A captao a etapa onde se retira a gua da fonte que alimenta o sistema de abastecimento de gua. Essa fonte o manancial.

    Captao

    Captao de gua

    Fonte: h

    ttp://w

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    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in17 1723-AA-COMR-1 miolo finalizado.in17 17 10/7/2008 10:54:4410/7/2008 10:54:44

  • 18 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Existem dois tipos de manancial:

    Manancial superfi cial: constitudo pelos corpos dgua super-fi ciais. So os rios, riachos, lagos, represas, etc.

    Fonte: h

    ttp://geo.ya.com

    /lobios/

    Rio_M

    ao12.jpg

    Manancial subterrneo: So os lenis freticos e artesianos. A gua pode subir superfcie, sob a forma de fontes ou nascentes, ou ser elevada artifi cialmente por meio de bombas.Manancial superfi cial

    Fonte: h

    ttp://w

    ww

    .azhydrom

    et.

    com/

    SR

    IH/un

    titled10.jpg

    Manancial subterrneo

    De que tipo o manancial que abastece sua cidade?

    O lenol fretico aquele em que a gua se encontra livre, com sua superfcie sob a ao da presso atmosfrica. uma gua mais sujeita poluio e contaminao que o lenol artesiano, por estar mais prxima da superfcie do solo.

    O lenol artesiano, ou lenol confi nado, aquele em que a gua se encontra confi nada por camadas impermeveis do subsolo, sob ao de presso superior presso atmos-frica. menos sujeito poluio e contaminao devido proteo da rocha impermevel que fi ca sobre ele. Mesmo assim, se no for protegido, a sua gua poder ser compro-metida em quantidade e qualidade.

    tesouro da propriedade rural

    gua Subterrnea

    Voc sabe o signifi cado de presso atmosfrica?Vivemos mergulhados em uma imensa massa de ar, que a nossa atmosfera, constituda de gases: oxignio, gs carbnico, vapor dgua, etc. A atmosfera exerce uma presso sobre os corpos nela mergulhados, chamada presso atmosfrica.

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in18 1823-AA-COMR-1 miolo finalizado.in18 18 10/7/2008 10:54:4510/7/2008 10:54:45

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 19

    Aduo

    Aduo a etapa onde a gua transportada de uma unidade do sistema outra. Esse transporte feito nas adutoras.

    Adutora de gua bruta: transporta gua que ainda no passou pelo tratamento.Adutora de gua tratada: transporta gua tratada.

    As adutoras podem ainda ser classifi cadas como:

    Adutora por gravidade em conduto livre: nesse tipo de adutora, a gua escoa sempre em declive, mantendo uma superfcie livre sob o efeito da presso atmosfrica. Os condutos no funcio-nam com seo plena (totalmente cheios).

    Adutora por gravidade em conduto livre

    Adutora por gravidade em conduto forado: nesse tipo de adutora, a presso interna perma-nentemente superior presso atmosfrica permite gua mover-se, quer em sentido descendente quer em sentido ascendente.

    Adutora por gravidade em conduto forado

    Adutora de recalque: quando, por exemplo, o local da captao estiver em um nvel inferior, que no possibilite a aduo por gravidade, necessrio o emprego de equipamento de recal-que (conjunto moto-bomba e acessrios). Nesse caso, diz-se que a aduo feita em condutos forados por recalque.

    Adutora de recalque

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in19 1923-AA-COMR-1 miolo finalizado.in19 19 10/7/2008 10:54:4610/7/2008 10:54:46

  • 20 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Observe a fi gura a seguir.

    A gua dentro de condutos Assim como os gases, a gua exerce presso sobre corpos nela mergulhados. A gua contida em um recipiente exerce presso tambm sobre as paredes internas desse recipiente.

    Um lquido exerce pressoem todas as direes, sobre um corpo nele mergulhado.

    Filtro do sistema deformado por presso atmosfrica

    Quando o fi ltro estava cheio a presso exercida pela gua (internamente) e a presso exercida pelo ar (externamente) se equilibravam.

    Depois que a gua foi extrada rapidamente do recipiente, diminuindo a presso interna, a presso externa exercida pelo ar (presso atmos-frica) fez com que o fi ltro fosse esmagado.

    Como essa deformao do recipiente durante seu esvaziamento poderia ser evitada? Quais as conseqncias, econmicas e sanitrias, de problemas desse tipo?

    Foto

    - Em

    basa

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in20 2023-AA-COMR-1 miolo finalizado.in20 20 10/7/2008 10:54:4710/7/2008 10:54:47

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 21

    Quando a gua precisa atingir pontos mais altos, so necessrias Estaes Elevatrias. Existem sistemas de abastecimento que no contam com nenhuma estao elevatria e sistemas que contam com dezenas delas.

    Tratamento

    Estao elevatria

    Na etapa do tratamento, a gua bruta tratada e transformada em gua potvel.

    Estao de tratamento de gua

    Sistema de distribuio

    O sistema de distribuio composto por dois conjuntos de unidades: reservatrios e redes de distribuio.

    Reservatrios: a principal funo dessas unidades compensar a diferena entre a vazo de consumo e a vazo de produo.

    Vazo o volume de gua que, em uma unidade de tempo, escoa em um conduto ou curso dgua.

    Rede de distribuio: sua funo transportar a gua tratada at as residncias, edifcios comerciais, indstrias e locais pblicos.

    Reservatrio apoiado

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in21 2123-AA-COMR-1 miolo finalizado.in21 21 10/7/2008 10:54:4910/7/2008 10:54:49

  • 22 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Quais peas e conexes compem a rede de distribuio de gua?

    Qualidade da gua e sade

    O abastecimento de gua, assim como as demais reas do saneamento, um conjunto de aes que tm como objetivo proteger a sade das pessoas.

    Nesse mdulo vamos relembrar as medidas que devem ser tomadas para garantir a efi cincia desse servio ao cumprir esse objetivo.

    Por enquanto, vimos as principais etapas de um sistema de abastecimento de gua e a importncia de serem observadas as caractersticas naturais da bacia hidrogrfi ca na qual o sistema est inserido. Agora vamos falar um pouco sobre a importncia desse sistema para a sade das pessoas.

    - Comentar a importncia do abastecimento de gua e das

    demais reas do saneamento para a

    sade das pessoas;

    OBJETIVO:

    Questes para discusso

    Em grupo, discuta e responda as questes a seguir.

    Que fatores podem comprometer a qualidade da gua durante a etapa de distribuio?

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in22 2223-AA-COMR-1 miolo finalizado.in22 22 10/7/2008 10:54:5410/7/2008 10:54:54

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 23

    No seu dia-a-dia, no trabalho, voc j se deparou com um caso de contaminao da gua durante a etapa de distribuio? De que forma ocorreu a contaminao? Como o problema foi resolvido?

    Que cuidados devem ser tomados para evitar a contaminao da gua na etapa de distribuio?

    Vejamos como a Organizao Mundial de Sade (OMS) defi ne sade e saneamento:

    Sade - Estado de completo bem-estar fsico, mental e social e no apenas a ausncia de doena ou enfermidade.

    Saneamento - Controle de todos os fatores do meio fsico do homem, que exercem ou podem exercer efeito nocivo sobre o seu bem-estar fsico, mental ou social.

    Para garantir um adequado sistema de saneamento e o direito sade, no podemos consi-derar o abastecimento de gua como um sistema isolado.

    Saneamento e sade

    Agora ser feita uma exposio oral sobre saneamento, sade e doenas de veiculao hdrica. Procure participar durante a exposio: relate suas experincias, faa pergun-tas, tire dvidas e procure identi car o que complementa as respostas do exerccio que acabou de resolver.

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in23 2323-AA-COMR-1 miolo finalizado.in23 23 10/7/2008 10:54:5410/7/2008 10:54:54

  • 24 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Qual a importncia das outras reas do saneamento (sistemas de esgotamento sanitrio, gesto de resduos slidos e manejo de guas pluviais) para a qualidade da gua que bebemos?

    gua e sade

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    A gua de qualidade traz muitos benefcios para a populao como:

    Melhoria da sade e das condies de vida;Diminuio da mortalidade infantil;Aumento da esperana de vida da populao;Diminuio dos casos de doenas transmitidas pela gua;Adoo de hbitos de higiene pela populao;Diminuio dos gastos com sade;Facilidade para instalao de comrcios e indstrias, onde a gua utilizada como matria prima ou utilizada no processo produtivo.

    Fonte:h

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  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 25

    Grupo de doenas Formas de transmisso Principais doenas

    Transmitidas por

    e alimentos contaminados por fezes.

    O organismo

    (agente causador da doena) ingerido.

    - e disenterias, como a clera e a giardase-febre tifide e paratifide-leptospirose-amebase-hepatite infecciosa-ascaridase ou .

    Controladas pela limpeza com a gua (associadas ao abastecimento insufi ciente de gua)

    A falta de gua e a higiene pessoal insufi ciente criam condies favorveis para sua disseminao

    -infeces na e nos , como o tracoma e o tifo relacionado com piolhos, e a escabiose

    Associados gua (uma parte do ciclo da vida do agente infeccioso ocorre em um animal aqutico)

    O patognico penetra pela ou ingerido.

    -esquitossomose ou . .

    Transmitidas por vetores que se relacionam com a gua

    As doenas so propagadas por... ...que nascem na gua ou picam perto dela

    -malria-febre amarela-dengue-fi lariose ou ..................

    O controle da transmisso de doenas deve ser feito pelas seguintes aes:

    Educao sanitria. Melhoria da higiene pessoal, domstica e dos alimentos. Utilizao e manuteno adequadas das instalaes sanitrias. Manejo de guas pluviais Tratamento da gua. Tratamento e disposio adequada dos resduos (lixo e esgoto). Medidas de controle de vetores.

    O quadro a seguir, de informaes sobre transmisso, sintomas e preveno de doenas rela-cionadas com a gua, no est completo. Preencha os espaos vazios para complet-lo.

    .. ...

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in25 2523-AA-COMR-1 miolo finalizado.in25 25 10/7/2008 10:54:5510/7/2008 10:54:55

  • 26 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Bacia Hidrogrfi ca VirtualConhea algumas doenas veiculadas pela gua na Bacia Hidrogrfi ca Virtual e as formas de reconhec-las, evit-las e trat-las.A Bacia Hidrogrfi ca Virtual, BHV, um programa de computador onde voc encontrar textos, vdeos e jogos sobre saneamento inseridos em uma bacia hidrogrfi ca com nove cidades virtuais.Se voc ainda no tem prtica no uso do computador, voc pode utilizar o treinamento digital do programa e praticar o uso do mouse e do teclado antes de visitar o restante das atividades!

    Alm dos microrganismos patognicos, a gua, por sua capacidade de dissolver quase todos os compostos qumicos, pode carregar substncias como agrotxicos, metais, ou elementos radioativos, que, dependendo da quantidade, podem causar problemas sade.

    Criana comesquistossomose

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    Voc sabe dizer quando a gua est adequada para o consumo humano?

    Vamos comentar essa e outras questes sobre a qualidade da gua destinada ao consumo humano a seguir. Antes, vamos discutir algumas questes em grupos.

    Questes para discusso

    Em grupo, discuta e responda as questes a seguir.Quem faz a vigilncia da qualidade da gua? E quem realiza o controle?

    No caso de notarem, como trabalhadores, alteraes na qualidade da gua, a quem devem informar?

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  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 27

    Como consumidores da gua tratada em sua cidade, que providncias devem tomar caso recebam gua de baixa qualidade em suas casas?

    Portaria MS n. 518/2004

    Para que a gua distribuda aos consumidores no oferea risco sade, o ministrio da sade criou a Portaria MS n. 518/2004.

    Essa Portaria estabelece os padres de potabilidade, que servem de parmetros para a vigi-lncia e o controle da qualidade da gua. So os valores mximos permitidos e os valores recomendveis para alguns parmetros indicadores da qualidade da gua.

    Vigilncia e controle da qualidade da guaVigilncia: a vigilncia de responsabilidade de rgo de fi scalizao. a verifi cao do cumprimento dos padres de qualidade.Controle: o controle feito durante o tratamento da gua pelo prprio rgo responsvel pelo servio de abastecimento de gua.

    A Portaria estabelece, tambm, normas para o plano de amostragem, inclusive localizao dos pontos de coleta de amostras.

    No Plano de amostragem so defi nidos, basicamente, o nmero e a localizao dos pontos de amostragem; os parmetros a serem analisados e os valores limite das concentraes dos contaminantes a serem considerados.

    Os principais pontos de amostragem so prximos grande circulao de pessoas (como terminais rodovirios, edifcios com grupos populacionais de risco (como hospitais), trechos vulnerveis do sistema de distribuio (como ponta de rede) e locais onde so comuns os casos de doenas de veiculao hdrica).

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in27 2723-AA-COMR-1 miolo finalizado.in27 27 10/7/2008 10:54:5610/7/2008 10:54:56

  • 28 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    No municpio onde voc trabalha, onde feita a coleta de amostras para anlises da quali-dade da gua? Quais parmetros so analisados?

    Agora, voc acompanhar a realizao das anlises dos parmetros: turbidez, cor, pH e cloro residual livre.

    Anote os resultados, para compar-los com os valores que constam na Portaria MS n. 518/2004.

    Lembre-se de que na Portaria constam dezenas de outros parmetros que precisam ser monito-rados periodicamente para se avaliar a qualidade da gua tratada e distribuda populao.

    Monitoramento da qualidade da gua

    Anlise de Turbidez

    A Portaria MS n. 518/2004 completa pode ser obtida na internetno endereo: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/portaria_518_2004.pdf

    A determinao da turbidez das amostras ser realizada utilizando um turbidmetro.

    Resultado da anlise:

    A turbidez a alterao na aparncia da gua que a torna turva.

    A perda da transparncia da gua causada pela presena de slidos em suspenso.

    Turbidmetro

    Alm de causar aparncia desagradvel, os slidos em suspenso podem causar agravos sade servindo de abrigo para microrganismos se protegerem dos produtos usados na desinfeco da gua, como, por exemplo, o vrus da Hepatite A.

    A Portaria n.518/2004 do Ministrio da Sade estabelece que a turbidez da gua, na rede de distribuio, no ultrapasse 5,0 UT (Unidades de Turbidez) .

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in28 2823-AA-COMR-1 miolo finalizado.in28 28 10/7/2008 10:54:5610/7/2008 10:54:56

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 29

    Anlise de Cor

    Resultado da anlise:

    A gua tem natureza incolor. Alteraes em sua aparncia so causadas pela presena de impurezas de origem natural (matria orgnica em decomposio, metais como ferro e mangans, etc) ou provenientes de resduos industriais ou domsticos (tinturas e outras substncias). Essas impurezas podem apresentar risco sade e, mesmo podendo no ser txicas, fazem com que a gua fi que com uma aparncia desagradvel. Sendo rejeitada para beber, podem ocasionar doenas devido a ingesto de pouca gua.

    A determinao da cor das amostras ser realizada pelo Mtodo Colorimtrico. A cor da amostra medida por um aparelho calibrado com uma soluo padro (de cor conhecida), o colormetro.

    Colormetro

    Cor e Turbidez

    A Portaria n518/2004 do Ministrio da Sade estabelece, para cor aparente, o valor mximo de 15 uH como padro de aceitao para consumo humano.

    Anlise de pH {Ttulo 3}

    A determinao da cor das amostras ser realizada pelo Mtodo do pHmetro. Nesse mtodo o pH da amostra medido por um aparelho calibrado com solues padro (solues de pH conhecido).

    Resultado da anlise:

    A medida do potencial hidrogeninico, pH, indica se uma substncia cida, neutra ou bsica.

    A escala de pH varia de 0 a 14:Solues neutras tm pH igual a 7,0;Solues cidas tm pH menor que 7,0;Solues bsicas tm pH maior que 7,0.pHmetro

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in29 2923-AA-COMR-1 miolo finalizado.in29 29 10/7/2008 10:54:5710/7/2008 10:54:57

  • 30 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Monitorar o pH tambm evita problemas com corroso e formao de crostas nas tubulaes e nos equipamentos que fazem parte do sistema de abastecimento de gua. Falaremos mais adiante sobre a importncia do controle do pH para a conservao das redes de distribuio.

    A Portaria n. 518/2004 do Ministrio da Sade recomenda que o pH da gua seja mantido entre 6,0 e 9,0.

    O controle do pH muito importante no processo de tratamento de gua. Ele costuma ser corrigido antes ou depois de algumas etapas do tratamento para melhorar o desempenho de alguns produtos qumicos utilizados durante o processo.

    Anlise do cloro residual livre

    A determinao da concentrao de cloro residual ser realizada pelo Mtodo do compa-rador Colorimtrico.

    Nesse mtodo, adicionado o reagente DPD amostra. A cor adquirida comparada a um escala de cores em um aparelho. A leitura do cloro residual livre feita em miligra-mas por litro (mg/L).

    Tambm comum o Mtodo do Colormetro, no qual adicionado amostra o reagente DPD e um aparelho, previamente calibrado, registra o resultado em mg/L de cloro.

    DPD (dialquil - 1,4-fenilenodiamino) uma substncia que reage com o cloro formando um produto com cor.

    Escala de pH

    Fonte: En

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    tCanada

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    11

    12

    13

    14

    Neutro

    Aumento daAcidez

    Aumento daAlcalinidade

    Bateria cida

    Suco de limo

    Vinagre

    Leite

    gua do mar

    Leite de magnsia

    Amnia

    Lixvia

    Peixe adulto morre

    Reproduo de peixeAfetada

    Faixa normal das chuvas

    Faixa normal da guados rios

    Chuva cida

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in30 3023-AA-COMR-1 miolo finalizado.in30 30 10/7/2008 10:55:0210/7/2008 10:55:02

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 31

    Disco Comparador

    Resultado da anlise:

    Fatores como o pH e a turbidez da gua, alm da resistncia dos microrganismos patognicos, dentre outros fatores, interferem na efi cincia da desinfeco.

    A propriedade do cloro como desinfetante de manter uma concentrao residual na gua constitui uma barreira sanitria contra eventual recontaminao antes do uso.

    A Portaria MS n518/2004 do Ministrio da Sade estabelece que, aps a desinfeco, a gua deve conter teor mnimo de cloro residual livre de 0,2 mg/L.

    Turbidez, cor, pH e cloro residual livre so parmetros fsico-qumicos de qualidade da gua.

    So listados tambm na Portaria, padres microbiolgicos. Um importante parmetro micro-biolgico a presena de coliformes na gua.

    Coliformes so os principais indicadores de contaminao fecal. Os coliformes so um grande grupo de bactrias dentro do qual esto os coliformes termotolerantes e a Escherichia coli. A Portaria MS n518/2004 do Ministrio da Sade estabelece que, aps a desinfeco, nenhuma amostra pode apresentar Escherichia coli ou coliformes termotolerantes.

    Chegamos ao fi m do primeiro dia de ofi cina relembrando a importncia do saneamento para a sade e bem estar das pessoas e as formas de evitar as doenas veiculadas pela gua.

    Em nosso prximo encontro, vamos relembrar os cuidados necessrios para evitar que a gua seja contaminada na etapa de distribuio de gua.

    Teremos uma atividade prtica e, para isso, ser interessante que voc venha vestido como se fosse fazer um servio de manuteno de redes.

    Vimos tambm que existe uma Portaria do Ministrio da Sade que estabelece parmetros para a qualidade da gua destinada ao consumo humano.

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  • 32 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Interpretao de projetos de rede de distribuio de gua

    Vamos iniciar nosso segundo dia de ofi cina trabalhando aspectos de grande importncia na construo e interpretao de projetos de rede de distribuio de gua.

    - Trabalhar a interpretao de

    projetos de redes de distribuio;

    - lembrar as infor-maes importantes para planejar e para

    implementar uma rede de distribuio

    de gua.

    OBJETIVO:

    A fi gura a seguir representa uma planta sem escala da Mini rede, seu grupo receber essa mesma planta em escala para que observem melhor os detalhes do projeto.

    A escala descreve a proporo entre a medida real e representao em um projeto. Uma escala de 1 para 100 (1:100) quer dizer que uma distncia de 1cm no projeto corresponde a 100 centmetros (ou 1 metro) na medida real.

    Planta de uma Mni Rede de abastecimento de gua

    Vocs conseguiriam, a partir desse projeto, implantar a Mini rede de distribuio de gua? Quais as dvidas que surgiram durante a anlise do projeto?

    Bloco de Ancoragem

    Bloco de Ancoragem

    Ligao Clandestina

    Conexo Flexionada

    Poo de sucoJunta elstica com vazamento

    Furo /rompimento

    Descarga da rede

    Conexo Flexionada

    EEA

    Pavimento convencional Delividade do

    pavimento

    Delividade do pavimento

    Delividade do pavimento

    Jardim com beiral

    Jardim de cuva

    Pavimento permevel

    Concreto poroso

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in32 3223-AA-COMR-1 miolo finalizado.in32 32 10/7/2008 10:55:0310/7/2008 10:55:03

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 33

    As Mni-redes so plataformas de treinamento que sero utilizadas durante algumas ofi cinas de capacitao oferecidas pela ReCESA.

    Nela, sero realizadas aulas prticas das ofi cinas de abastecimento de gua, esgotamento sanitrio e drenagem de guas pluviais.

    Na Mini Rede da Bacia Hidrogrfi ca Virtual, voc poder testar seus conhecimentos sobre representao grfi ca de elementos das redes de distribuio.

    Agora ser feita uma exposio oral sobre redes de distribuio de gua. Procure partici-par durante a exposio: relate suas experincias, faa perguntas, tire dvidas e procure identi car o que complementa as respostas do exerccio que acabou de resolver.

    Rede de distribuio de guaA rede de distribuio a estrutura do sistema mais integrada realidade urbana. cons-tituda de um conjunto de tubulaes interligadas instaladas ao longo das vias pblicas ou nos passeios, junto aos edifcios, conduzindo a gua aos pontos de consumo (residncias, edifcios comerciais, escolas, hospitais, etc.).

    Elementos importantes para implantao de redes de distribuio de gua

    Vazo

    O dimensionamento das redes de distribuio baseado na vazo e ela deve ser devida-mente calculada.

    Voc sabe como os engenheiros calculam a vazo para projetar a rede de distribuio?

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in33 3323-AA-COMR-1 miolo finalizado.in33 33 10/7/2008 10:55:0510/7/2008 10:55:05

  • 34 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Vazes de distribuioPara calcular a vazo de distribuio necessria a uma determinada regio utilizada a seguinte expresso matemtica: QD= k1 k2 q P , onde 86400 QD: vazo de distribuio (L/s);K1: coefi ciente do dia de maior consumo;K2: coefi ciente da hora de maior consumoq: consumo mdio per capita de gua, incluindo as perdas de gua no sistema pblico de abastecimento de gua (L/hab.dia);P: populao de projeto da rea considerada (hab).

    Vamos ver o exemplo a seguir.

    Vamos calcular, com a ajuda de uma calculadora, a vazo de distri-buio (QD) para uma cidade de 20.000 habitantes, consumo per capita mdio de 200L/hab.dia; k1=1,2 e k2=1,5.

    QD=

    Vazo de distribuio:

    Outro fator importante no dimensionamento das redes de distribuio a presso. Voc j ouviu falar em presso esttica e presso dinmica? Este o nosso prximo assunto.

    Zonas de presso

    A rede de distribuio projetada para impedir que a presso dinmica mnima e a presso esttica mxima no ultrapassem os limites recomendados e preestabelecidos.

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in34 3423-AA-COMR-1 miolo finalizado.in34 34 10/7/2008 10:55:0510/7/2008 10:55:05

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 35

    Presso esttica mnima e presso esttica mxima.A presso esttica, em um tubo dada pela altura da coluna dgua, medida em metros, que existe sobre o tubo considerado, quando a gua est parada.A presso dinmica sempre menor que a presso esttica, pois ela obtida subtraindo da presso esttica as perdas de carga do sistema.

    Manmetro

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    Presso dinmica a presso exercida pela gua em movimento.

    O aparelho usado para medir presso em tubulaes o manmetro.

    Voc conhece os valores da presso mxima e da presso mnima que podem ocorrer na rede de distribuio do servio onde voc atua?

    A presso esttica mxima que pode existir nas tubulaes da rede de distribuio que alimentam os ramais prediais de 0,5 MPa (50 mca) e a presso dinmica mnima de 0,1 MPa (10 mca).

    O MegaPascal (MPa) (1 milho de vezes a presso de 1 Pascal (Pa) uma unidade muito utilizada para medir presso.

    A unidade de presso chamada Pascal em homenagem a Blaise Pascal, fi lsofo, fsico e matemtico francs do sculo XVII que, entre outros trabalhos, desenvolveu pesquisas e demonstraes sobre a presso atmosfrica.

    Blaise Pascal Retrato por annimo do Sculo XVII

    Fonte:h

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    Utilizamos tambm como unidade de presso o mca (metro de coluna dgua), que a presso que uma coluna de gua de 1 metro de altura produz.

    Esses valores podem variar de um local para o outro, mas as variaes que costumam ocorrer so pequenas.

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in35 3523-AA-COMR-1 miolo finalizado.in35 35 10/7/2008 10:55:0510/7/2008 10:55:05

  • 36 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Quais as conseqncias negativas da presso interna da tubulao ultrapassar o limite mximo?

    Por que a baixa presso no interior da rede de distribuio, ou subpres-so, pode ocasionar a contaminao da rede?

    Perdas de carga

    As perdas de carga so perdas de energia devido, principalmente, ao atrito da gua com as paredes internas das tubulaes. Essa perda de enegia provoca queda de presso nas redes prejudicando o processo de distribuio da gua.

    No caso dos trechos de redes que precisam do auxlio de bombas, as perdas de carga provocam um maior gasto de energia com bombeamento.

    As perdas de carga so calculadas e consideradas no dimensionamento da rede. Alguns fatores podem aumentar essa perda de energia com o passar do tempo.

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in36 3623-AA-COMR-1 miolo finalizado.in36 36 10/7/2008 10:55:0610/7/2008 10:55:06

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 37

    Setorizao

    Alm da diviso em zonas de presso, as redes de distribuio precisam ser divididas em setores de manobra e setores de medio.

    Voc sabe o que so os setores de manobra e de medio?

    Qual a importncia deles na rede de distribuio onde voc atua?

    Subdiviso de rede em setores de medio e de manobra

    Setor de manobra: setor de manobra a menor subdiviso da rede adotada para possibilitar seu isolamento quando necessria a realizao de obras e servios de manuteno.

    A NBR 12.218 (ABNT,1994) estabelece que o isolamento do setor de manobra deve ser feito pelo acionamento do menor nmero de vlvulas, para facilitar a manuteno e diminuir a regio atingida por interrupo do servio, no caso da manuteno.

    Essa norma traz outras orientaes relacionadas a setores de manobra.

    As NBRs, Normas Brasileiras, so normas tcnicas estabelecidas por um rgo nacional de normalizao, a ABNT, Associao Brasileira de Normas Tcnicas.

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in37 3723-AA-COMR-1 miolo finalizado.in37 37 10/7/2008 10:55:0610/7/2008 10:55:06

  • 38 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Alm do custo signifi cativo das vlvulas de manobra e de suas caixas de acionamento e proteo, o excesso de caixas de acionamento exige do operador grande esforo para fechar e abrir uma quantidade enorme de vlvulas. Isto quando ele consegue localizar, acessar ou acionar todas essas vlvulas, j que diversas delas costumam apresentar um dos seguintes problemas:

    omisso de sua localizao no cadastro da rede existente, causada mui-tas vezes pela falta de atualizao cadastral ou pela ocultao indevida das tampas das caixas de acionamento; impossibilidade de seu acionamento, como conseqncia do recobrimento indevido das tampas de suas caixas de acesso, por obras de calamento ou de asfaltamento mal feitas; difi culdade de acesso s vlvulas defeituosas para o seu conserto, por causa da ocultao das tampas de suas caixas de acionamento e devido confeco incorreta das caixas, que na maioria das vezes no permitem acesso adequado s vlvulas.

    Em algumas cidades, o trabalho de operao das redes simplifi cado com o auxlio de equipamentos eletrnicos.

    Soluo desejvel de Caixa de

    acionamento de vlvula de manobra

    Segurana no trabalho

    Durante o acesso s caixas de proteo e acesso a vlvulas, deve-se ter cuidado com a possvel presena de animais peonhentos e de gases venenosos!

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  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 39

    Setor de medio: a parte da rede de distribuio delimitada para permitir a avaliao da evoluo do consumo de gua e das perdas de carga e perdas de gua.

    Que equipamentos nos fornecem os dados para avaliao do consumo e das perdas de gua?

    A NBR 12.218 (ABNT,1994) orienta tambm a de nio dos setores de medio.

    Construo, operao e manuteno

    de redes de distribuio de gua

    Nesse mdulo, vamos relembrar os cuidados necessrios ao bom funcionamento das redes de distribuio de gua.

    - Discutir alguns pro-blemas enfrentados pelos pro ssionais na rotina de opera-o e manuteno de redes;

    - lembrar alguns conceitos tcnicos relacionados s redes de distribuio de gua;

    - recordar as nor-mas de segurana necessrias pre-servao da sade dos pro ssionais que constroem e operam as redes de distribuio de gua.

    OBJETIVOS:

    Questo para discusso

    Chagamos ao fi nal do mdulo dedicado ao estudo de elementos importantes no planeja-mento de redes de distribuio. Nosso prximo assunto ser os procedimentos envolvidos na construo, operao e manuteno das redes. Veremos como um bom planejamento fundamental para que a rede seja implementada e opere de maneira adequada, cumprindo seu papel de transportar gua de qualidade aos usurios do sistema de abastecimento.

    Primeiro, responda individualmente:

    Quais os principais problemas enfrentados pela equipe que cuida da operao e da manuteno da rede de distribuio do servio de abastecimento de gua onde voc trabalha?

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  • 40 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Agora discuta com seu grupo.

    Outros profi ssionais tm problemas parecidos? Quais os problemas, mais comuns, que prejudicam o funcionamento das redes de distri-buio de gua?

    Que conseqncias esses problemas trazem para a qualidade da gua distribuda para a populao?

    Agora que terminamos a discusso em grupos, vamos construir um mural com os proble-mas mais comuns relacionados ao sistema de distribuio de gua. Vamos tentar encontrar causas e solues para esses problemas ao longo de nossa ofi cina.

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in40 4023-AA-COMR-1 miolo finalizado.in40 40 10/7/2008 10:55:0710/7/2008 10:55:07

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 41

    Problema identifi cado Possveis causas Possveis solues

    O contedo do mdulo Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua ser discutido durante as atividades prticas que realizaremos na Mini rede.

    Nas prximas pginas voc encontrar uma introduo, onde falaremos de planejamento de servios e o roteiro de nossa atividade prtica. Ele contm, tambm, informaes teis ao seu trabalho.

    Agora ser feita uma exposio oral sobre importantes procedimentos e providncias que precisam ser tomadas antes de se iniciar um servio de construo ou manuteno de redes de distribuio. Procure participar durante a exposio: relate suas experin-cias, faa perguntas, tire dvidas e procure identi car o que complemente as respostas do exerccio que acabou de resolver.

    Informao ao consumidorA informao ao consumidor um cuidado importante que deve ser tomado antes de dar incio aos servios de interveno no sistema de distribuio de gua. Por isso, muito importante termos conhecimento de um Decreto que foi publicado no dia 4 de maio de 2005 (Decreto 5.440/2005) e que regulamenta as informaes sobre qualidade da gua que devem ser dadas aos consumidores.

    muito desagradvel fi car sem gua em casa e, por isso, sempre que possvel, devemos informar aos consumidores quando e por quanto tempo ser interrompido o fornecimento de gua decorrente de alguma manuteno ou reparo no sistema.

    Na prestadora do servio de abastecimento onde voc trabalha, vocs costumam respeitar os direitos do consumidor? Vocs fornecem aos consumidores informaes sobre a situao das unidades do sistema e sobre a qualidade da gua?

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in41 4123-AA-COMR-1 miolo finalizado.in41 41 10/7/2008 10:55:0710/7/2008 10:55:07

  • 42 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Informaes mais detalhadas sobre o Decreto 5.440/2005 podem ser obti-das na internet no endereo:

    http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/cometarios_sobre_o_decre-to5440-2005.pdf.

    Cabe aos responsveis pela operao dos sistemas de abastecimento de gua fornecer a todos os consumidores, informaes sobre a qualidade da gua distribuda e informar adequadamente populao quando for encontrado qualquer problema operacional no sistema ou alterao na qualidade da gua tratada que cause risco sade.

    Planejamento de servios de construo e manuteno de redes de distribuio de gua

    Voc j parou para pensar na importncia de planejar um servio? Nesse mdulo sobre construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua, vamos comear falando das providncias que devem ser tomadas antes de iniciar qualquer construo ou interveno nas redes de distribuio de gua.

    Voc faz um planejamento antes de sair para fazer um trabalho de reparo de manuteno na rede de distribuio de gua?

    Veja se os procedimentos apresentados a seguir fazem parte da sua rotina de trabalho.

    Instalao do canteiro de obras

    O canteiro de obras deve ser instalado com cuidado, para que seja um local de trabalho adequado e para que no oferea risco aos trabalhadores nem aos habitantes do local.

    Sinalizao da obra

    Devem ser utilizadas placas de sinalizao indicando obras no local, principalmente no caso de valas abertas. No caso de interferncia no trfego de veculos devem-se colocar placas nas redondezas indi-cando a localizao do ponto de bloqueio de trnsito e os desvios.

    Tambm necessria a instalao de placas com avisos de segurana para os trabalhadores, com lembretes de normas, organizao e uso dos equipamentos de proteo individual e coletiva.

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in42 4223-AA-COMR-1 miolo finalizado.in42 42 10/7/2008 10:55:0710/7/2008 10:55:07

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 43

    Na Mini Rede da Bacia Hidrogrfi ca Virtual voc encontrar um jogo sobre sinalizao de obras!

    Alguns equipamentos utilizados na sinalizao de obras

    Segurana no trabalhoA sinalizao muito importante para a segurana no trabalho. Obedea-a e mantenha-a sempre limpa e visvel.

    Transporte e manuseio de materiais

    Para transportar e manusear tubulaes, so necessrios alguns cuidados.

    Voc sabe quais so esses cuidados? Sabe as conseqncias de no se tomar esses cuidados?

    Que tal testar seus conhecimentos sobre transporte e manuseio de materiais em um jogo de perguntas?

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  • 44 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Jogo Cuidados no transporte e manuseio de materiais

    Destaque os cartes e divida-os com um colega.

    Faa as perguntas dos seus cartes para ele e teste os seus conhecimentos respondendo s perguntas que ele lhe fi zer.

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  • 03. As pilhas de tubos devem ser

    presas lateralmente por escoras e:

    a.( ) no devem ter mais que 1,5m

    de altura, no caso de tubos de

    PVC rgido, ou superior a 2,0m,

    no caso de tubos de ferro

    fundido.

    b.( ) podem atingir qualquer altura,

    o importante que todos os

    tubos que sero utilizados

    sejam colocados na mesma

    pilha.

    02. Quando empilhados ou

    dispostos no solo (inclusive ao lado

    e no fundo da vala, os tubos devem

    ser apoiados sobre material macio

    (ou sobre travessas de madeira, no

    caso de empilhamento) porque:

    a.( ) as peas no apoiadas adequa-

    damente podem acabar

    danifi cadas, principalmente as

    extremidades (ponta e bolsa).

    b.( ) empilhar de forma adequada

    uma prtica recomendada para

    que as peas ocupem menos

    espao, mas no importante

    seguir essa recomendao.

    01. Os tubos, conexes, aparelhos

    e seus acessrios (sobretudo os

    materiais para execuo das juntas)

    devem ser levados para o local de

    sua instalao:

    a.( ) o mais rpido possvel, de prefe-

    rncia antes da sinalizao da

    obra.

    b.( ) em momento prximo quele

    em que eles sero utilizados,

    para que no fi quem expostos

    riscos de danos por muito

    tempo.

    04. Para o transporte de materiais

    pesados, devero ser utilizados

    equipamentos adequados como

    guindastes, talhas, pranches de

    madeira, cordas ou cabos de ao.

    Isso porque:

    a. ( ) o uso de equipamentos para

    manuseio de peas pesadas

    tem como nico objetivo tornar

    mais rpido o transporte dos

    materiais.

    b. ( ) deve-se realizar a movimentao

    dos materiais de forma coor-

    denada, sem golpes, choques

    e sem seu arrastamento pelo

    cho. Isso evita que o material

    seja danifi cado e que aconteam

    acidentes com os trabalhadores.

    23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in45 4523-AA-COMR-1 miolo finalizado.in45 45 10/7/2008 10:55:1410/7/2008 10:55:14

  • 23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in46 4623-AA-COMR-1 miolo finalizado.in46 46 10/7/2008 10:55:1810/7/2008 10:55:18

  • 23-AA-COMR-1 miolo finalizado.in47 4723-AA-COMR-1 miolo finalizado.in47 47 10/7/2008 10:55:2210/7/2008 10:55:22

  • 06. Devem ser devidamente protegidos

    os materiais sujeitos a alteraes por

    efeito de intempries (insolao, calor,

    etc.), como os tubos e conexes de PVC,

    ou facilmente danifi cveis porque:

    a( ) As alteraes causadas pela ao

    de intempries podem aumentar as

    chances do material ser danifi cado

    durante o manuseio, mas no prejudi-

    cam a funo da pea aps instalada.

    b.( ) o conservao dos materiais evita

    prejuzos com reposio de peas,

    que podem ter que ser trocadas

    durante a obra ou necessitar de

    manuteno precocemente.

    05. Deve-se evitar atirar ao solo

    tubos, conexes, aparelhos e seus

    acessrios, assim como deix-los

    cair ou se chocar com outros mate-

    riais porque:

    a.( ) o cuidado com os materiais evita

    prejuzos com reposio de peas,

    que podem ter que ser trocadas

    durante a obra ou necessitar de

    manuteno precocemente.

    b.( ) essa recomendao tem apenas

    o objetivo de evitar a desorganiza-

    o da obra. Materiais utilizados

    nas redes de distribuio de gua

    no se danifi cam em quedas e

    choques.

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  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 49

    Abertura de valas

    Abertura de vala

    Fonte: h

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    .icem.sp.gov.

    br/im

    agens/no

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    Os passos para locao das valas so:

    Marcao do eixo da vala;Marcao das paredes laterais das valas a partir do eixo;Pintura das delimitaes das paredes das valas.

    Remoo de pavimento

    A remoo do pavimento costuma ser feita por um profi ssional operando uma picareta ou um martelo demolidor com posterior remoo do entulho com uma p.

    Valas maiores costumam ser feitas utilizando-se a prpria retroescavadeira que ser utili-zada na remoo de terra.

    Podem ser usados equipamentos mais sofi sticados, como ferramentas que cortam o asfalto, permitindo mais rapidez e limpeza durante o servio.

    O que se deve fazer com o entulho gerado aps a remoo do pavimento?

    Locao de vala

    Disposies clandestinas: locais onde a terra, o entulho e outros tipos de resduos podas e objetos volumosos so lanados sem cuidados tcnicos ou ambientais e sem a permisso dos proprietrios (particulares ou poder pblico), comprometendo os sistemas de drenagem pluvial e de estabilizao dos macios. Tambm conhecidos como bota-fora clandestinos.

    Escavao e escoramento de vala

    A escavao e o escoramento das valas devem ser realizados com cuidado, adotando-se as tcnicas necessrias de escavao e o escoramento de acordo com o tipo de solo do local.

    Escoramento de vala

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  • 50 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Segurana no trabalhorande parte dos acidentes de trabalho com morte por soterramento ocorre durante servios executados por equipes de construo e manuteno de redes de gua e esgoto. No permita que sua equipe trabalhe em valas onde h sinais de deslizamento de terreno sem que tenha sido feito o escoramento adequado.

    Providencie todos os equipamentos de proteo individual (EPIs) e os equipamentos de proteo coletiva (EPCs) adequados!

    Visite a Mini rede da Bacia Hidrogrfi ca Virtual e veja se conhece alguns EPIs e ferramentas utilizados por operadores de redes de distribuio de gua!

    Preparo do fundo da vala

    O fundo da vala deve ser uniforme, a fi m de evitar o rompimento dos tubos por esforos externos pontuais.

    Fundo de vala imprprio para assentamento de tubulaes

    Sempre que necessrio, devero ser escavados pequenos rebaixamentos (nichos) ao redor das bolsas dos tubos, para evitar que estas funcionem como apoios localizados (cutelos) das tubulaes, que podem causar o rompimento dos tubos.

    Nichos de fundo de vala

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  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 51

    Preveno de acidentes

    Ao lembrar os procedimentos iniciais dos servios de construo e manuteno de redes, vimos algumas normas necessrias segurana no trabalho.

    Vamos iniciar nosso mdulo sobre a preveno de acidentes relatando acidentes sofridos ou presenciados. O que poderia ter sido feito para evitar que esses incidentes acontecessem?

    Agora, vamos falar um pouco mais sobre a importncia da preveno de acidentes.

    O que um acidente?

    Para o trabalhador:sofrimento fsico;incapacidade para o trabalho;desamparo para a famlia;

    Para a empresa:difi culdades com as autoridades;m reputao perante a sociedade;gastos com primeiros socorros e transporte de acidentados;danifi cao ou perda de mquinas, equipamentos e material.

    Para a sociedadeAumento do nmero de pessoas aposentadas por invalidez, e, consequen-temente dos impostos e do custo de vida.

    Voc sabe o que so EPIs? E EPCs?

    Equipamentos de proteo individual (EPIs)

    Considera-se EPI todo dispositivo individual destinado a proteger a integridade fsica do trabalhador.

    A funo do EPI no evitar o acidente, mas evitar leses no corpo do trabalhador.

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  • 52 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Equipamentos de proteo coletiva (EPCs)

    So equipamentos utilizados quando o risco de acidente afeta a mais de uma pessoa.

    Protetores de mquinas e equipamentos, guarda-corpos so EPCs.

    EPIs mais utilizados

    Capacete;culos de segurana;Luva/ mangas de proteo/ creme protetor;Calados/perneiras de proteo;Protetores de ouvido;Respiradores, mscaras e respirador de ar mandado;Aventais jaquetas e capas

    EPIs

    Os riscos de acidentes num local de trabalho so muitos. No entanto, eles podem ser reduzidos, ou at desaparecerem por completo se forem tomadas as precaues necessrias.

    Segurana no trabalhoAntes de iniciarmos nossa atividade prtica bom lembrar que o trabalho mais produtivo e seguro quando se usa a ferramenta certa e em boas condies.

    Verifi que qual a ferramenta indicada para o trabalho a ser realizado!

    Ao verifi car defeitos, providencie a substituio ou o conserto.

    Ferramentas em mau estado provocam acidentes!

    Lembra que pedimos que voc viesse vestido como se fosse fazer uma manuteno de rede?

    Vamos ver os EPIs que cada profi ssional est habituado a utilizar.

    Ser que voc utiliza todos os equipamentos necessrios para sua proteo?

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  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 53

    Mini rede de abastecimento de gua

    Na Mini Rede, encontraremos alguns elementos comuns das redes de distribuio. Nela, simularemos situaes que os profi ssionais que trabalham com sistemas de distribuio de gua enfrentam no dia-a-dia.

    Na Mini Rede, trabalharemos com:

    Tubulaes de PVC e ferro fundido;Vlvulas para controle de vazo;Vlvulas de descarga;Hidrantes (bocas de incndio ou marcos de gua);

    Medidores de vazo;Ventosa;Dispositivos redutores de presso (VRP)Acessrios: (Curva de 90; Ts e cruzetas; redutores de dimetros; adapta-dor FoFo/PVC; ligao de ponta e bolsa; ligao fl angeada.

    Voc sabe a que material a sigla FoFo se refere?

    Acompanhe as explicaes do instrutor tendo em mos o seu guia. Nele voc poder acom-panhar os textos explicativos e encontrar espaos para anotar suas observaes.

    1. Montagem dos tubos, conexes, aparelhos e peas especiais

    Para montagem de tubos e acessrios deve-se usar as ferramentas corretas, destinadas ao tipo de pea e material que est sendo utilizado.

    Quando o profi ssional improvisa ferramentas ele est arriscando sua sade e a de seus colegas de trabalho. Evite acidentes!

    Roteiro de atividade prtica

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  • 54 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Cuidados:deve-se ter em mos todos os materiais e ferramentas necessrios;os tubos, conexes e peas especiais devem estar limpos, lubrifi cados (quando necessrio) e alinhados; importante proteger a tubulao contra a entrada de sujeiras e de peque-nos animais transmissores de doena;.nos casos em que os tubos tenham de ser forados fl exo (principalmente os de grande dimetro), usar luvas de correr para facilitar os ajustamentos necessrios.aps a execuo de cada junta, o tubo deve ser envolvido parcialmente com o material de reaterro, de modo a garantir sua imobilizao e deixar a junta exposta para o posterior ensaio de estanqueidade.

    Anotaes:

    2. Reaterro parcial da vala

    Aps a colocao defi nitiva dos tubos, conexes e peas especiais no fundo da vala, as partes laterais sero preenchidas.

    O preenchimento feito at a meia altura dos tubos, com material totalmente livre de pedras e em camadas com espessuras no superiores a 10 cm

    Em cada camada, o material de enchimento dever ser forado a ocupar tambm a parte inferior da tubulao, por meio da movimentao adequada de ps ou, se o material for muito arenoso, pela execuo de aterro hidru-lico (com saturao de gua).O adensamento dessas camadas iniciais dever ser feito de forma cuidadosa, podendo ser usado soquetes manuais ou compactadores mecnicos adequados, que garantam a no ocorrncia de choques com a tubulao j assentada.

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  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 55

    Teste de estanqueidadeO teste de estanqueidade realizado preenchendo-se a tubulao com gua e a verifi cando a ocorrncia de vazamentos nas juntas.

    Sempre que possvel, todas as juntas devem ser verifi cadas quanto sua estanqueidade, antes do seu recobrimento total. Os testes de estanqueidade devero ser realizados preferencialmente entre derivaes e, no mximo, a cada 500m de tubulao.

    3. Teste de estanqueidade

    O teste avalia a estanqueidade das juntas nas tubulaes de gua. realizado com a utili-zao de bombas e equipamentos adequados.

    O teste executado atravs da aplicao, no trecho de rede, de presses superiores presso de servio, por determinado perodo de tempo e computado o volume de vazamento.

    Anotaes:

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  • 56 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    4. Reaterro total da vala

    O reaterro total deve ocorrer aps a realizao do teste de estanqueidade e aps a correo dos vazamentos porventura constatados.

    As zonas deixadas descobertas nas proximidades das juntas devero ser aterradas com os mesmos cuidados utilizados nas etapas anteriores, de modo a se garantirem condies homogneas de reaterro tambm nessas reas.

    O restante do reaterro, at a superfcie do terreno, dever ser realizado, sempre que possvel, com o material prove-niente da prpria escavao da vala, desde que livre de pedras com dimenses superiores a 3cm. Esse material de enchimento ser compactado em camadas com 20cm a 30cm de espessura, de modo a se obter adensamento aproximadamente igual do terreno original.

    Fonte: h

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    5. Desinfeco da tubulao

    A desinfeco necessria para eliminar organismos nocivos, causadores de doenas, que se encontrem no interior da rede de distribuio de gua.

    A desinfeco, geralmente, feita utilizando-se soluo de cloro com concentrao de 50 mg/L.

    Deve-se tomar cuidado para que a gua utilizada na desinfeco no refl ua tubulao de gua potvel.

    Sempre que houver necessidade de se inserir, na tubulao j desinfetada, pea ou conexes, estas devero ser previamente tratadas com soluo adequada de cloro, sendo todas as operaes efetuadas na presena de fi scalizao.

    Anotaes:

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  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 57

    6. Recomposio do pavimento

    A recomposio de pavimentos dever ser realizada com a maior brevidade possvel aps a concluso do reaterro, para permitir o restabelecimento do trfego normal no local de execuo da obra ou servio.

    Os materiais para a recomposio de pavimentos devero ser, preferencialmente, da mesma natureza daqueles que existiam no pavimento demolido.

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    Qual o prazo mximo, no seu servio, para a recompo-sio do pavimento?

    Alm de outros transtornos, falhas no pavimento das vias de trfego pode causar acidentes de trnsito.

    A empresa tem o dever de fazer bem feita a recomposio do pavimento removido.

    Anotaes

    7. Limpeza do local da obra

    Uma vez concluda a obra ou servio, dever ser procedida a imediata limpeza do local de sua execuo. Esta uma providncia muito importante para evitar mais incmodos vizi-nhana e tambm riscos de acidentes. Contribui igualmente para a boa imagem da empresa encarregada da execuo ou contratao da obra ou servio.

    A limpeza pode consistir em simples varrio ou incluir limpeza com aplicao de gua.

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  • 58 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Cuidados devem ser adotados para evitar a propagao excessiva de poeira e evitar entupi-mento de bocas-de-lobo e prejuzo ao adequado escoamento de guas pluviais. Os entulhos resultantes devem ser transportados para local adequado.

    8. Problemas comuns identifi cados nas redes de distribuio

    Na fi gura a seguir, esto os tipos de vazamentos mais comuns. Voc j deve ter se deparado com alguns deles no seu trabalho e em nossa atividade prtica na Mini rede. Voc se lembra se todos foram citados em nossa atividade anterior visita Mini rede?

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    Que tipos de problemas os vazamentos podem causar?

    Na regio onde voc trabalha j ocorreram casos em que vazamentos causaram danos e aborrecimentos populao? Comente como foi o caso.

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  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 59

    importante lembrar que mais que prejuzos econmicos, problemas na rede podem causar risco sade das pessoas que utilizam para beber, cozinhar e para sua higiene a gua que distribuda.

    Vamos terminar o nosso mural dos problemas mais comuns relacionados ao sistema de distribuio de gua.

    Problema identifi cado Possveis causas Possveis solues

    Rotina de Funcionamento dos servios de manuteno

    A necessidade de servios de manuteno em redes de distribuio constante e o bom funciona-mento do sistema de distribuio determinado pela administrao da rotina de manuteno.

    Limpeza, conservao e reabilitao

    A equipe responsvel pela operao da rede de distribuio de gua precisa estar atenta conservao e limpeza dos equipamentos que fazem parte do sistema e, consequentemente, pela conservao da qualidade da gua que o sistema transporta e armazena.

    Corroso e incrustaoVoc j viu tubulaes com problemas de incrustao, sedimentao ou corroso?

    Falamos sobre a corroso e a incrustao no incio dessa ofi cina. Voc se lembra por que estes problemas ocorrem?

    Nas adutoras que transportam a gua, desde a estao de tratamento at consumidor, podem ocorrer sedimentao e incrustao ou corroso.

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  • 60 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    A seguir veremos as condies em que ocorrem a sedimentao e a incrustao.

    Incrustao e corrosoOcorrem devido a pH muito baixo (corroso) ou muito alto (incrustao). Quando a tubulao sofre corroso, formam-se buracos em sua superfcie causando vazamentos e tornando a rede vulnervel contaminao externa.

    A incrustao, formao de crostas, diminui o dimetro da tubulao, causando risco de rompimento ou perda de carga. Isso pode fazer com que a gua no chegue a todos os pontos de distribuio.

    Tubo corrodo Formao de crosta

    Sedimentao

    um processo de depsito de slidos na tubulao que transporta gua, quando a velocidade pequena, ocasionando reduo da seo da tubulao e diminuindo a capacidade de transporte de gua. Essa deposio acontece de um modo excessivo quando o tratamento de gua inadequado. De um modo geral, mesmo em guas bem tratadas, podem ocorrer depsitos de materiais, necessitando de limpeza peridica do sistema de distribuio de gua.

    Quais as conseqncias da intermitncia do servio de abastecimento?

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    Vazamento provocado por corroso de tubo

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  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 61

    Hidrmetros

    Os hidrmetros so aparelhos de preciso e de custo rela-tivamente elevados. Defeitos ou falta de cuidado em sua instalao podem prejudicar a exatido das medies.

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    Vamos imaginar que voc est com um problema de vazamento em uma torneira de sua casa.

    A cada segundo, uma gota de gua deixa a torneira e escorre pelo ralo. Uma gota corresponde , aproxima-damente, 0,05 mL de gua. Parece pouco, no mesmo? Mas casa dia tem 86400 segundos. Vamos calcular quanta gua desperdiada em um dia? Para isso, vamos utilizar uma calculadora.

    86400 segundos x 0,05 litros = litros.

    Por que evitar o desperdcio de gua?

    Agora vamos utilizar o valor que voc calculou para descobrir quanta gua desperdiada em uma semana.

    7 dias x litros = litros.

    E em um ms?

    30 dias x litros = litros.

    Voc sabe quanto o servio de abastecimento de gua de sua regio cobra pelo tratamento de um litro de gua?

    Calcule, ento, quanto voc pagaria por 30 dias de vazamento!

    Ainda vai deixar o conserto da torneira para o prximo ms?

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  • 62 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Equipamentos em ms condies de funcionamento resultam em perda de gua. E o desperdcio de gua precisa ser evitado!

    Dois teros da superfcie terrestre so constituda de gua, mas s uma pequena parte est disponvel para o abastecimento.

    Parte de toda essa gua encontra-se congelada; a gua do mar salgada, o custo para trat-la alto.

    Ento, o que temos disponvel so as guas das chuvas, das nascentes, rios, lagos e a gua subterrnea, porm parte dessa gua de difcil acesso. Alm disso, a populao do mundo est aumentando, o que faz o consumo aumentar tambm.

    A gua essencial vida. Para que ela no falte temos que preservar o meio ambiente. No poluir e no desperdiar!

    Alm do hidrmetro

    Depois que a gua passa pelo hidrmetro, a responsabilidade por sua qualidade passa a ser nossa, como consumidores da gua.

    Devemos manter a tubulao em bom estado para evitar desperdcio e manter o reservatrio de gua, nossas caixas dgua, limpas.

    Voc sabe como limpar a caixa de gua?

    A prestadora de servio onde voc atua j divulgou isso para ou usurios? Se no, que tal fazer isto agora?

    A limpeza da caixa dgua deve ser realizada de 6 em 6 meses e ela precisa ser mantida bem tampada, para garantir a qualidade da gua e evitar a proliferao de insetos, como o mosquito da dengue.

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  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 63

    Limpeza da caixa dgua

    1 Passo: Esvazie a caixa

    2 passo:Escove bem as paredes e o fundo com uma escova de nilon. No pode ser escova de ao

    3 passo: Lave bem a caixa com um jato forte de gua potvel

    4 passo:Coloque num balde limpo um litro de gua sanitria e 5 litros de gua tratada

    5 Passo: Com uma brocha ou um pano, espalhe a soluo de gua sanitria no fundo e nas paredes da caixa.

    6 Passo: Espere meia hora para que a soluo de gua sanitria faa a perfeita desinfeco da caixa dgua.

    7 passo: Lave de novo a caixa com um jato forte de gua. importante deixar toda a gua escorrer. A caixa deve fi car vazia. Essa gua da ltima lavagem no pode ser utilizada. Deve ser descartada.

    8 passo: Agora, encha de novo a caixa e repita toda a operao daqui a seis meses.

    Para no esquecer de limpar novamente a caixa dgua no tempo certo, voc pode anotar em uma etiqueta na prpria caixa a data da prxima limpeza.

    Se achar melhor pode anotar tambm em um calendrio que costuma consultar com freq-ncia ou em uma agenda.

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  • 64 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 1

    Descarga nas redes

    Voc sabe a importncia de se realizar descargas na rede?

    Para limpeza e manuteno de acessrios das redes, alem de remoo de slidos (como areia, por exemplo), que podem acumular no interior das adutoras, nos pontos baixos, devem ser utilizadas as vlvulas de descarga.

    Essas vlvulas possibilitam a drenagem total da adutora para manuteno ou inspeo.

    Segundo a norma ABNT NB-591/1991, as descargas devem ser realizadas de modo a esvaziar completamente o trecho da adutora.

    Caso no seja possvel esvazi-la completamente com a operao da vlvula de descarga, deve-se prever um meio adequado de completar a operao.

    Alm disso, o