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8/13/2019 ConstrucaoNaval-Cabotagem
1/8
[1]
VX00090826ConstrucaoNavalCabotagem.docx
Funo:estratgia
Segmento:logstica/supplychain
Tema:planejamentoestratgico
Metodologia:administraoVeraxconsultoria
LEGISLAO DE CABOTAGEM NO BRASIL:OPORTUNIDADES E ENTRAVES PARA AINDSTRIA DE CONSTRUO NAVAL
Apresenta detalhes sobre questes da legislao de cabotagem no Brasil e mostra os principaisentraves existentes e que emperram tanto o segmento de cabotagem como o segmento deconstruonaval.
RESUMO
AregulamentaodacabotagemnoBrasil,somadaabaixataxadejuroscobradapeloemprstimodo
FundodaMarinhaMercanteeaosaltos impostosde importao,colaboramcriaodeumcenrio
mais favorvel indstria de construo naval brasileira. Entretanto, a oportunidade esbarra em
dificuldadesquantoaooferecimentodegarantiasnoprocessode financiamentoeo resultadoque
muitasobrasestosendoperdidasouadiadas.Odescompasso,senocorrigido,podegerar impactos
negativos nomercado de transportemartimo, com a frotaj velha oferecendo um serviodepiorqualidadeeafaltadenavioslevandoaoaumentodofrete.Alternativasparasecontornaraquestodo
financiamentosopropostascomoresultadodaanlise.
1 INTRODUOAcabotagemnoBrasilfoiresponsvelem2005por11%1
dotransporteinterno,atingindoamarcade150milhes
detoneladastransportadas.Esseresultadoconsolidaum
crescimentomdio
anual
de
4,5%
no
perodo
de
10
anos.
A Figura 1 ilustra a evoluo da movimentao desde
1995at2005.
Omercadootimistaeumaquedadademandapouco
provvel. O bom momento da economia brasileira e o
desenvolvimentodaproduoagrcolaeindustrialdevem
aumentar a demanda por transporte, em todos os
modais. Entretanto, a falta de infraestrutura do setor
martimonocontribuiparaaexpansodaatividade.
A frota atual est no limite de sua capacidade para
atenderademanda
eenvelhecendo,
como
mostra
a
1Fonte:ANTAQ,ANTTeFIPE.
Figura 2. Em dez anos, 30% da frota precisar ser
renovada. Este percentual composto por navios
construdos na dcada de 70, quando houve o ltimo
boomdaconstruonavalnoBrasil.
Figura1:EvoluodoTransporteporCabotagemnoBrasil2
2Fonte:ANTAQ.
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LEGISLAODECABOTAGEMNOBRASIL:OPORTUNIDADESEENTRAVESPARAAINDSTRIADECONSTRUONAVAL
[2]
Figura2:Perfildaidadedafrotadecabotagembrasileira3
O cenrio cria uma demanda por novas embarcaes
favorvelaosestaleirosbrasileiros.
A legislao brasileira protege a bandeira e limita o
afretamento de embarcaes estrangeiras. Desta
maneira, o meio para a expanso de capacidade a
construodenovasembarcaesouacompradenavios
de segunda mo. A encomenda de novas embarcaes
fora do Brasil, ou a compra de navios usados,
economicamenteinvivelpelosimpostoscobradossobre
aimportao,eadisponibilidadedecrditoajurosbaixo
peloFundodaMarinhaMercantetornaaconstruoem
estaleirosbrasileirosatraente.
Entretanto, o que observado atualmente que a
demandanoatendida.Omotivo residenaexistncia
deum
n
no
processo
que
dificulta
aencomenda
de
novasembarcaes.Asexignciasparasedisponibilizaro
crditoparaaconstruonosoatendidaseodinheiro
noliberado.
Esteestudobuscaanalisaroselementosquefavorecema
construonavalnoBrasileosfatoresquedificultamsua
concretizaoparaproporsoluesaoimpasse.
2 ALEGISLAOBRASILEIRAA
navegao
de
cabotagem
no
Brasil
regulada
segundo
as normas da Agncia Nacional de Transportes
Aquavirios (ANTAQ), a Agncia Nacional do Petrleo
(ANP) e a Diretoria de Portos e Costas da Marinha do
Brasil. A ANTAQ tambm adquiriu as funes de
regulamentaoesupervisodasatividadesdeprestao
deserviodetransporteaquavirio.
Osdoisaspectosmais importantesda legislao,noque
serefereconstruonaval,sodadospelaResoluoda
ANTAQno52(alteradapelaresoluono112),queregea
autorizao para a empresa operar no transporte de
cabotagem,epela
Resoluo
no 193,
que
rege
o
3Fonte:ColinePinto(2006)
afretamento de embarcao para a prtica de
cabotagem.
Segundo a legislao, o transporte por cabotagem s
poderserrealizadoporempresabrasileiradenavegao
de
cabotagem
utilizando
embarcao
de
bandeirabrasileira. Ainda, a empresa pode afretar embarcaes
estrangeiras sob restries, conforme o Art. 2o da
resoluo 193. A legislao brasileira inteligente. As
restries ao afretamento procuram fomentar a
utilizao de bandeira nacional, que est diretamente
ligada construo nacional, mas no restringe
completamenteoafretamentojquedadaprioridadea
realizao efetiva do transporte. Naturalmente que a
previsodeexcees cria apossibilidadede seusufruir
delasatravsdeliminareseoutrosmecanismosabusivos,
mas
esse
problema
no
do
legislativo
e
sim
do
judicirio.
O armador no precisar de autorizao especial da
ANTAQparaafretamentodeembarcaesquando:
A embarcao estiver registrada sob bandeirabrasileira;
Aembarcaoregistradasobbandeiraestrangeiraforafretadaacasconu4.Essetipodeafretamento
estar limitado (em tpb ou dwt) a duas vezes o
porte total de embarcaes em construo no
pas5(do
mesmo
tipo
que
se
pretende
afretar),
mais metade do porte total da frota prpria da
empresa.Noportetotalprpriodaempresapode
serconsideradotambmoportedeembarcaes
afretadas sob bandeira estrangeira, desde que
hajaacordocomoarmadordequemseafretou.
A empresa capaz de obter autorizao para afretar
embarcaes estrangeiras, segundo Art. 4o da mesma
resoluo:
Pararealizarumanicaviagemquandoconstatadaainexistncia
ou
indisponibilidade
de
embarcao
debandeirabrasileira,dotipoeporteadequados,
ou quando a oferta de transporte no atende o
4 Afretamento a casco nu: contrato em virtude do qual oafretador temaposse,ousoeocontroledaembarcao,portempo determinado, incluindo o direito de designar ocomandanteeatripulao,sendoaremuneraodoafretadorestipuladaporratatempore.5 Desde que o contrato de construo esteja em eficcia.Contratoemeficcia:caracterizadopelofatodequeoprimeiro
evento
fsico
e
financeiro
do
cronograma
de
construo
tenham
sidocumpridos,nohavendoatrasoacumuladosuperiora20%dotempoprevistoparaaconstruo(salvomotivoreconhecidopelaANTAQ),equeaembarcaonotenhasidoentreguepeloestaleirocontratante.
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LEGISLAODECABOTAGEMNOBRASIL:OPORTUNIDADESEENTRAVESPARAAINDSTRIADECONSTRUONAVAL
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prazo consultado ou as condies de frete no
sejamcompatveiscomomercado;
A casco nu, em substituio embarcao emconstruo no Pas, em estaleiro brasileiro, com
contratoemeficciaenquantoduraraconstruo,
atolimite
da
tonelagem
de
porte
bruto
contratada.
Ouseja,obtmseaautorizaoparaumanicaviagem
ou em substituio a embarcao em construo no
Brasil. Deste modo, capacidade de afretamento de
embarcao estrangeira diretamente proporcional ao
quantoseconstrinopas.
Os dois artigos da resoluo se somam para que, ao
mesmotempoemqueabandeiraprotegidaeselimita
o uso de embarcaes estrangeiras, haja um pouco de
flexibilidadeparaosarmadoresatenderemademanda.
Existe uma exceo para o transporte de petrleo e
derivados.AResoluo193prevqueparaotransporte
de petrleo e seus derivados a Antaq pode autorizar
afretamento de embarcao estrangeira se a agencia
reconhecerainsuficinciadafrotanacionalematendera
demanda6.
Assim,o transportedepetrleoeseusderivados,que
responsvel por 75% do peso transportado, no esta
sujeito
s
mesmas
limitaes
de
afretamento
que
as
outrascargassofrem.
2.1 O Casodo JonesActOcasomaistradicionaldoprotecionismonacabotagem
oda legislaonorteamericana. Segundo imposiodo
JonesAct7, o transporte de cargas entre os portos dos
EstadosUnidosdeveser feitoporempresasamericanas,
com embarcaes construdas e registradas no pas, e
tripuladas por americanos. O transporte entre portos
inclui tanto a navegao costeira quanto fluvial, e
tambm o transporte entre os portos do continente,
incluindoAlascaatoHava8.
Nos Estados Unidos existe forte presso por algumas
partes9(principalmenteusuriosdomodal)paraaqueda
da lei.Estesargumentamqueaosestaleirosamericanos
no so capazes de oferecer preos razoveis aos
armadoresequeassimomercado sofrecoma faltade
navios.Ofretealtoeoserviopoucoeficiente.
6Art.4,2.
7
Lei
que
regula
a
cabotagem
nos
Estados
Unidos.
8Assim, interessanteobservarquemuitosdosnavios soboJonesActtrafegamemaltomar.9Ex:NorthCarolinaSoybeanAssociationeSteelManufacturersAssociation.
Figura3:Evoluodafrotaamericanadecabotagem10
Figura4:Perfildaidadedafrotadecabotagemamericana11
De fato, dados do Departamento de Transportes
Americano sugerem que a frota de cabotagem esta
envelhecendoediminuindo,comomostramaFigura3e
Figura4.
Onusnodeverecair inteiramentenosestaleiros.No
seavaliouomercadocomoumtodoepodeserqueno
haja uma demanda que justifique uma expanso ou
renovao da frota. Aqueles12 que defendem a lei
argumentamqueafrotamaiseficientedoquealegam
seusatacantes,poisestesno levamemcontabarcaas,
embarcaessempropulsoprpria,eembarcaescom
menosde
1.000
GTs13
no
computo
da
frota
americana
de
cabotagem.
O caso americano servepara ilustrar uma situaoque
podeviraacontecernoBrasil.Nohprovasconcretas
da ineficincia da frota americana, mas existem fortes
indcios, e o fato de disputas acirradas no congresso
americanoparaaquedadaleiprovaqueexistemmuitos
10Fonte:U.S.DepartmentofTransportation.
11
Fonte:
U.S.
Department
of
Transportation,
com
relao
ao
anode2005.12
Os principais grupos de defesa da lei so: o MaritimeCabotageTaskForceeoLakesCarriersAssociation.13
GrossTonnages.
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LEGISLAODECABOTAGEMNOBRASIL:OPORTUNIDADESEENTRAVESPARAAINDSTRIADECONSTRUONAVAL
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insatisfeitos com a situao atual. Ainda, o Brasil no
dispedebarcaassuficientesparasuprirumademanda
futuraporembarcaes,emumcenriosemelhante.
2.2 Conseqncias da Legislao para
Construtores
e
Armadores Aregulaodosetormaisvantajosaparaoconstrutor
brasileirodoqueparaosoperadores.Elatiraflexibilidade
dooperador(porqueforaacomprae/ouoafretamento
deembarcaesdebandeirabrasileira)egerademanda
para o construtor de navios. No fim das contas, a
regulaoacaba levandoaumaumentodos fretespela
limitao de oferta imposta pelo governo, mas isso
usualetalvezjustificvelestrategicamente.
O
aumento
de
frete
deveria
ser
compensado
naturalmente pela entrada no mercado de novas
operadoras,oupelaofertadenovosnavios.Entretanto,a
ofertadenaviosnotemsematerializadonoBrasiljque
asencomendastmesbarradonoproblemadegarantias
ao financiador, questo abordada no item 0 deste
trabalho.
3 OFUNDODAMARINHAMERCANTEEOSIMPOSTOSDE
IMPORTAO
3.1 O Fundo da Marinha Mercante OFundodaMarinhaMercante foi criadoem1987pelo
decretolei2.404eatualmenteregidosobodecretolei
10.893 de 2004. O fundo gerido pelo BNDES (Banco
NacionaldeDesenvolvimentoEconmicoeSocial),esua
funo prover recursos para o desenvolvimento da
MarinhaMercanteedaindstriadeconstruoereparo
navalbrasileira14.
Averba
para
ofundo
provm
de
uma
alquota,
oAdicional ao Frete para a Renovao da Marinha
Mercante,criadaeregidapelosmesmosdecretosleisdo
FMM. A alquota incide de formas diferentes sobre o
frete,dependendodo tipodenavegaoedabandeira
da embarcao. A Figura 5 consolida as variaes da
tarifaeapresentacomoelapodeserusada.
H uma distino clara quanto ao destino do adicional
pago entre navios de bandeira estrangeira e bandeira
brasileira. O adicional pago por navios de bandeira
estrangeira vai direto para o FMM, enquanto a parte
pagapor
navios
de
bandeira
brasileira
se
destina
auma
14Art.22dodecreto.
conta vinculada empresa (que pagou o adicional). A
empresapodeusarodinheironessacontavinculadapara
os seguintes fins: construo ou reparode embarcao
em estaleiro brasileiro e pagamento de dvidas/
prestaes do FMM. Assim, o adicional privilegia
empresasbrasileiras
de
modo
que
estas
dispem
do
dinheiropagopeloadicional.
Aquestomaisimportantesobreofundonoquetangea
construo naval a disponibilidade de crdito ajuros
baixosparaaconstruoereparodenaviosemestaleiros
brasileirosaarmadoreseestaleiros.
As taxasdejuros cobradasparaoemprstimodoFMM
variamentre2,5%e5%aoanomaisa taxadejurosde
longoprazo15,comprazosdeat20anosecarnciasde
at 4 anos. Para emprstimos praticados no exterior,
valorestpicos
so:
Libor16
mais
2%
a3%
ao
ano
eprazos
maiscurtosde10ou12anos.
Assim, o financiamento disposto aos armadores
brasileirosmuitoatrativofinanceiramente.Comotodos
osemprstimosdoBNDES,ofundotambmvistocomo
umaformadesubsdioaindstria.
3.2 Os Impostos de Importao Qualquer embarcao encomendada em um estaleiro
estrangeiro ou comprada de segunda mo de um
armadorestrangeiro
est
sujeita
aos
seguintes
impostos:
ICMS17(ImpostosobreCirculaodeMercadoriaeServios)18%;
TEC18(TarifaExternaComum)14%; PIS/Cofins1,65%/7,6%; IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
10%.
Somadas,essastarifasresultamemumcustoaproximado
de 52% a mais do valor da embarcao, variando
conformeoestadobrasileirodequefeiraaimportao.
Ovalor
sobe
mais
se
considerarmos
que
alguns
impostos
so cobrados de forma cumulativa, como no caso do
ICMSedoIPI.
15
TJLP:
6,25%
at
setembro
de
2007.
16LondonInterbankOfferRate:emtornode5,5%aoano.
17Fonte:SecretariadaFazendadoEstadodeSoPaulo
18Fonte:MinistriodaFazenda,paraaTEC,oPIS/Confinseo
IPI.
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LEGISLAODECABOTAGEMNOBRASIL:OPORTUNIDADESEENTRAVESPARAAINDSTRIADECONSTRUONAVAL
[5]
Figura5:AFRMMeFMM(REB RegistroEspecialBrasileiro:registroparaembarcaessobbandeirabrasileira.Foicriadoparaincentivaroaumento
dafrotasobbandeirabrasileira)
Figura
6:
Fluxograma
do
processo
de
financiamento
Oaumentoemmais50%dopreodeumnavio,quej
possui o valor de dezenas de milhes, parece tornar
invivel economicamente para o armador brasileiro a
compradeumnavionoexterior.Esse fato sebaseiana
constataodequenenhumarmadorbrasileiroimportou
umnavionosltimosanos.
4 GARANTIADOFINANCIAMENTO
Os argumentos apresentados at aqui favorecem a
construodeembarcaesparaa cabotagemnoBrasil
emestaleirosnacionais.Entretanto,humelementodo
processo de financiamento que tem travado as
encomendaspornovosnavios.
O fluxograma da Figura 6 ilustra o processo de
financiamentodaconstruodeumaembarcao.
Naetapa
1,
oarmador
pede
ofinanciamento
ao
fundo
e
encomendaonavioaoestaleiro.Oestaleiro,naetapa2,
pedeumfinanciamentoparaoBNDESparainiciaraobra.
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Essefinanciamentovisacobriroscustosdaobraantesdo
estaleiro receber do armador. Na etapa 3, o estaleiro
entrega o navio para o armador, que paga o estaleiro
comdinheirodofundo.OestaleiroentopagaoBNDES
pelofinanciamentocomodinheirorecebido.
Onnoprocessoacontececomasgarantiasdoestaleiro
ao emprstimo. Para ilustrar a questo, suponhase a
construo de uma embarcao de 100 milhes de
dlares,dosquais90milhessofinanciadospeloFundo
daMarinhaMercante.Estevalorfinanciadotantopara
o estaleiro quanto para o armador (dada as margens
estreitas da indstria de construo naval, razovel
assumirumvalorparaocustodeconstruoprximodo
preodonavio).
O BNDES exige garantias reais19 de 130% do valor
financiado,ou
seja,
117
milhes
de
dlares.
Esta
reserva
adicionalde30%dovalororiginalbasicamenteexigido
porcausadagrandevolatilidadedomercadodenavios.A
perdedevalorde30%docascoemumprazodeumano
uma possibilidade real. O problema surge porque o
patrimnio lquido do estaleiro no suficiente para
garantiroemprstimoeocascodonavioemconstruo
j foi dado como garantia do armador. O estaleiro
tambm no possui ativos ou capitalizao suficientes
para oferecer a garantia. Outro agravante para alguns
estaleiros, que esses possuem dvidas passadas no
quitadascom
oBNDES
oque
dificulta
ainda
mais
o
processo.
Umaalternativa seria fazerum seguroporum segundo
agentefinanceiroouseguradoraquegarantisseos130%.
Entretanto,oestaleiro temdificuldadenacompradesse
seguropoisovaloraserseguradosuperioraolimitedo
de50milhesdedlaresqueuma instituio financeira
pode conceder. Desse modo, o seguro deveria ser
contratadonoexterior,aumprmiomaiorjqueincluio
riscopase talvezseja incompatvel comasmargensda
indstria.
Alm dessa questo, existe um segundo problema
envolvendoo segurogarantia (queno temnada a ver
com a questo do seguro supracitado). Para o
financiamento, preciso fazer tambm um seguro
garantiade30%dovalordagarantiaexigida.Isto,30%
dos 130% da garantia. No exemplo, seria preciso um
seguronovalorde35,1milhesdedlares.
O segurogarantia tem um preo muito alto, podendo
chegara4%dovalor financiado,dependendodo rating
19Entendasecomogarantiasreaisumente fsico,comopor
exemplo,terrenos,imveis,eataesliquidasdoestaleiro.
de risco atribudo ao estaleiro pelo BNDES ou algum
banco de financiamento internacional. Esse preo
comparvel com a margem operacional do estaleiro,
encarecendo a construo. Como conseqncia, o
estaleiro no consegue dar garantias para liberar o
financiamento.
Existe uma alternativa para esta dinmica que
atualmente sugerido no Brasil, o BNDES empresta 45
milhes para o estaleiro e 45milhes para o armador.
Conformeaobrasegue,oBNDESrepassaosrecursosao
estaleiro,partecomoseufinanciamentoepartecomoo
financiamento do armador. Desta forma, o armador
divide o risco de construo com o estaleiro e o casco
serve comogarantiaaosdois.Entretanto,osarmadores
consideram que o estaleiro aumenta seus riscos e a
situao
se
encontra
atualmente
num
impasse.
5 CONCLUSESERECOMENDAESPARAAINDSTRIA
Alegislaobrasileira,oFundodaMarinhaMercanteeos
impostos de importao so fatores suficientes para
garantir que a demanda por novas embarcaes da
cabotagemsejadirecionadaaosestaleirosbrasileiros.
Entretanto,as
encomendas
no
se
materializam
porque
os estaleiros no so capazes de fornecer garantias ao
financiamento. Para contornar essa realidade, algumas
recomendaes para a mudana no processo de
financiamentosopropostas:
1. OFMMoferecepartedagarantiaaoemprstimo:semelhanteapropostadoFGIN,masnestecaso,ofundodariaumapartedagarantiadoemprstimo,aliviandoasituaodoestaleiro.
2. OBNDESabrandaaexignciade130%para100%:aexignciade100%comumnorestodomundo,
eoarmador
ainda
estaria
garantido
pois
h
o
segurogarantia. A cobrana extra de 30% degarantiadoBNDESeosegurogarantiade30%dofinanciamento se tornam redundantes, poisambosprotegemoarmador.
3. OBNDESaceitaocascocomogarantia:aaceitaodo casco como parte da garantia comum norestodomundo,eseriaumamaneiradogovernoassumirumapartedorisco.
4. Combinao do patrimnio lquido e do segurocomogarantia:opatrimniodoestaleiropoderiaseraceitocomopartedagarantiaeoquefaltasse
seriacoberto
por
um
seguro.
Neste
caso
ovalor
do
seguroseriamenordoqueos130%exigidospelagarantia.
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LEGISLAODECABOTAGEMNOBRASIL:OPORTUNIDADESEENTRAVESPARAAINDSTRIADECONSTRUONAVAL
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As propostas seriam mais eficientes se adotadas
simultaneamente. Tem a inteno de dividir os riscos
entre governo e estaleiro. O alvio nas exigncias do
BNDES representa o risco por parte do governo,
enquanto o estaleiro divide seu risco entre seu
patrimnioeoseguro.
A
reduo
do
valor
da
garantia
ea
diviso desta entre patrimnio, casco e seguro podem
desatarnondoprocessodefinanciamento.
To logo os estaleiros desenvolvam seu patrimnio
lquido deve aumentar e existe maior capacidade de
oferecimentodegarantias.
As solues entretanto no so perfeitas,maso fato
que se a questo no for resolvida com rapidez os
estaleiros estaro impedidos de atender a demanda e
essa falta de capacidade pode comprometer o
desenvolvimentodo
setor.
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U.S. DEPARTMENT OF TRANSPORTATION, Maritime
Administration(2006)U.S.FlagOceangoingFleet..
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anlisedebenchmarksdentreoutras.
InformaesadicionaisParainformaesadicionaisvocpodenoscontataremcontato@veraxc.com
ouvisitenossostiodeinternetemwww.veraxc.com.
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osautoresdodocumento.EmersoneMarcossosciosdaVeraxConsultoria.
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