Construções sociais e históricas das Políticas Públicas ... · generalizantes como povo, massas, excluídos e pobres, que não tem cidadania. ... Reformas Fracassadas “A proposta

“Construções sociais e históricas das Políticas Públicas”

Profa. Dra. Ana Rojas Acosta

Elab. Profa. Dra. Ana Rojas Acosta com base em Olaya, E.2012.

Construções sociais

Construções históricas

Políticas Públicas

Políticas Sociais


Organização das dimensões de análise:

� Organização do trabalho

� Organização social

� Política econômica

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Propostas para Políticas Públicas


matriz conservadora: idealizada, sem conflitos

matriz marxista: sociedade civil, campo de lutas, conflitos

COMUNIDADE

MOVIMENTOS SOCIAIS


SUJEITOS SOCIAIS

“Novos sujeitos sociais” - idéia desenvolvida por Eder Sader (1988) no trabalho, “Quando novos personagens entraram em cena”.

O autor buscou relacionar as determinações estruturais com as noções de identidade, cultura, imaginário, subjetividade e autonomia política.

Seu conceito de movimentos sociais engloba a idéia de sujeitos coletivos, com identidades individuais construídas não só pela opressão e exploração do capitalismo, mas também por um fator cultural e histórico; que são diversos entre si, distintos e independentes da organização partidária.


SUJEITOS SOCIAIS

A necessidade de compreender o sujeito como “construtor do seu mundo, de seus direitos, de sua subjetividade.”(Wanderley).

Nesse sentido, não existe um sujeito pré-concebido, como diz Marilena Chauí.

A constituição dos sujeitos ocorre de forma processual, a partir da sua inserção na dinâmica social.


SUJEITOS SOCIAIS

Em Wanderley (1992), a categoria sujeitos sociais é decodificada em :

- Sujeitos não constituídos, refere-se as maiorias, ou aos termos generalizantes como povo, massas, excluídos e pobres, que não tem cidadania.

- Sujeitos em constituição “são os segmentos, setores, extratos dessas maiorias, dotados de um mínimo de identidade, cidadania e organização”.

- Sujeitos constituídos “são os segmentos, setores, extratos dessas maiorias, dotados de identidade, cidadania e organização – em comunidades, associações, movimentos, partidos” .


� “As políticas não são neutras, estas se constroem a partir de interesses, de necessidades, de realidades” (Duque-Arrazola. 2008)

� “As políticas sociais podem contribuir para reduzir, reproduzir ou aumentar as desigualdades sociais” (Adelantado J. 2007)

� “A desigualdade entre homens e mulheres gera

violência e mata” (Facio A. 1997)

PREMISSASPREMISSAS


O QUE É POLÍTICA PÚBLICA?� É a garantia de efetivação do direito.

� É a ação do Estado para atender as demandas sociais referentes a efetivação dos direitos civis, políticos e sociais. Caracteriza-se por ser permanente e abrangente.

� Políticas Públicas têm por finalidade garantir ao cidadão a sua cidadania, ou seja a satisfação de suas necessidades humanas básicas.

O Estado age por intermédio de um conjunto de ações

denominadas políticas públicas.


Outras tendências teóricas estabelecem diferenças como:

� Políticas públicas não é da exclusividade de governos, ou de instituições privadas. Estas últimas também praticam políticas públicas (programas próprios) e agem de maneira a transformar a sociedade.

� O sistema político é o formulador de políticas públicas e tem a participação dos setores privados e terceiro setor, quer dizer que não é ação exclusiva do governo.

� É preciso ter intenção e planejamento prévio, ou seja, não se caracteriza como política pública aquilo que não foi buscado através de um conjunto de ações coordenadas.


PORTANTO POLÍTICA PÚBLICA É:�Conjunto de ações estudadas, planejadas e organizada pelo governo, com ou sem a participação dos setores privado e não- governamental, voltado para resolução de problemas específicos e para o desenvolvimento da sociedade.

�Pensando no local:

União dos esforços de todos em um município, liderados pelo setor público, no planejamento e realização de ações com foco na melhoria de aspectos da vida local.


O que acontece com as políticas no cenário

mundial e latinoamericano?

� 180 milhões de pessoas pobres (PNUD 2011)� 130 milhões de crianças vivem em extrema pobreza

(UNICEF-2011)� No Haiti o 80% estão na extrema pobreza� 86% crianças de El Salvador são pobres ao contrario

da Costa Rica que são 20.5%� 50% da população de América Central esta na

economia informal. Na Colômbia é de 60%. No Brasil é 15,3 milhões de trabalhadores sem carteira (28,2% do total de empregados), (PNAD 2009)

� Honduras tem 44% de desemprego.


Por que se mantém a pobreza, as desigualdades, e a injustiça?


Um sistema econômico, um modelo de

desenvolvimento hegemônico...

O desenvolvimento é um discurso produzido historicamente e assumido para identificar os países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Alguns anos depois da segunda guerra (período de pós-guerra) este discurso se converteu em um problema: sair do desenvolvimento e se submeter a intervenções do modelo imposto pelo sistema muitas vezes contra suas próprias possibilidades. (Escobar A. 2007)


Os últimos 30 anos na América Latina

Nas três últimas décadas se observou que vários países da América Latina saíram das

ditadura para uma nova ordem denominada DEMOCRACIA.

Houve novas Constituições e novas propostas econômicas e sociais para alcançar o “desenvolvimento” e a

“equidade social”.


Reformas Fracassadas

“A proposta de modernização/ desenvolvimento, exercício de

liberdades, participação política e cidadã -VS- problemas estruturais: concentração de terra, riqueza,

pobreza, exclusão, déficit sanitário e educativo, corrupção...”.

(Nogueira 2006)


Política Social1989 Consenso de Washington

(Reforma econômica para América Latina)A entrada ao mundo globalizado subordinou os Estados. Os grupos econômicos e as políticas internacionais exigiam dos países: �ajuste fiscal, �redução do gasto público, �privatizações, �direito a propriedade privada, �entre outros… (10 pontos)


Toma forma o modelo neoliberal“O neoliberalismo é antes de tudo, uma

teoria de práticas político - econômicas que afirma que a melhor maneira de promover o bem -estar humano consiste em não restringir o livre desenvolvimento das capacidades e liberdades empresariais

do individuo dentro de um marco institucional caracterizado por direitos de propriedade privada, mercados livres e

liberdade do comercio/mercado”. (Harvey 2005)


“O neoliberalismo se tornou hegemônico. Se incorporou de forma natural para interpretar, viver e entender o mundo. Os defensores das políticas neoliberais ocupam postos de

poder e influência no mundo acadêmico, nos meios de comunicação, nas entidades

financeiras, e nas instituições do Estado, nas instituições internacionais que regulam o mercado e nas finanças em escala global”.

(Harvey 2005)




Definição da Política Social

“São instrumentos e dispositivos usados para desmercantilizar e desfamiliarizar o sistema jáestruturado e procura que os princípios de solidariedade e cidadania sejam postos em prática. O Estado é o responsável para dar resposta as necessidades sociais. Setores

principais: educação, saúde, aposentadoria e assistência social.”

(BID 2006)


Enfoques de Política Social

De acordo com o modelo de desenvolvimento se identificam duas tendências:

1. Teoría do Manejo (Controle) Social de Risco

2. Teoria Universalismo Básico


Enfoques de Política Social

1.Teoría do Manejo (Controle) Social de

Risco

Enfatiza na focalização dos subsídios do Estado dirigido aos setores mais vulneráveis e estabelece acordos

entre o público e o privado. (Banco Mundial – CEPAL)


1. Teoria Manejo (controle) Social do

Risco

ONU – Banco Mundial estabeleceu o marco

Teórico da Política de Proteção Social e no

ano de 2002, junto com o G7 ordenaram

“Formular princípios sociais” e

“boas praticas de política social”


Proteção Social:

“ Intervenções públicas para assistir as pessoas, lares e comunidades para melhorar seu manejo / controle de Risco e proporcionar apoio para os mais vulneráveis que se encontram

na extrema pobreza”(Banco Mundial 2006)


Vulnerabilidade

� Todos nós estamos “vulneráveis” a

múltiplos riscos …

� Naturais: terremotos, inundações

� Produto Humano: Desemprego, guerras, e desastre ambiental

� Situações que afetam os indivíduos, famílias e comunidades, e “por tanto geram a pobreza”


Recomendações da Política:

- Os indivíduos- as famílias devem contribuir com sua renda, poupança e outros bens para seu bem-estar (armadilha)

- As comunidades tem capital social muito importante de suporte coletivo. Especialmente as ONG, elas apóiam as comunidades e oferecem serviços a baixo custo.

- Bancos e companhias de seguros podem fazer empréstimos.

- Os governos assumem políticas de prevenção, apoio a entidades e mercados financeiros, e ao setor privado.


2. Teoria Universalismo Básico

�É uma política social baseada nos princípios universais e de solidariedade considerando a focalização como um instrumento de universalização. (BID 2006)

�A educação primaria e secundaria é universal (CEPAL 2008)

�Não é para a educação superior, mas deve dar respostas e as necessidades e interesse do sector produtivo, técnico e científico -Economia mixta


PROGRAMAS DE SUBSIDIO

CONDICIONADO OU PROGRAMAS DE

EMERGENCIA SOCIAL –BID-BM

“Inicialmente se fez transferência de renda mínima não contributiva efetuada pelo Estado e dirigida as famílias para aliviar situações de indigência, extrema pobreza e, posteriormente foram promovidas outras ações para mudar

comportamentos na família, para melhorar níveis educativos e o aceso ao sistema de saúde”.

(BID-2006)


No cenário latinoamericano cada um dos

países deram um nome ao Programa:

Familias, jefes y jefas de Hogar en

Argentina, PANES en Uruguay, Bolsa

Familia em Brasil, Familias en Acción en

Colombia, PRONAA en Perú, Bono de

desarrollo humano en Ecuador,

Oportunidades/progresa en México y

Programa Chile Solidario. (Dívida BID-BM)


As mulheres são a população “vulnerável”

As Políticas focalizadas devem estar dirigidas a populações que demonstrem

seu estado de vulnerabilidade:

Exemplo: Mulher pobre, analfabeta, chefa de família, desempregada, vítima da violência, de um grupo específico (indígena, negra, camponesa, etc)


Estado Social de Direito

“Num Estado Social de Direito, é fundamental a

intervenção do Estado e este assume as

responsabilidades de controlar a política

econômica com o fim de compensar

as desigualdades sociais que devem ser superadas

para alcançar a Justiça”. (Garay L. J. 2005)


Vamos continuar trabalhando�A defesa por um Estado Social de Direito onde as políticas públicas devem estar referidas a garantia dos direitos e o bem comum.

�É possível formular e executar política pública desde um enfoque de Direitos, com o reconhecimento de indivíduos, grupos, comunidades (Bogotá)

�É possível construir política pública desde o coletivo. Desde os movimentos Sociais (Brasil, Bolívia, Equador…)


� Bibliografía

1. Adelantado J. (2007) Aula inaugural: A política social e as desigualdades sociais. Pontifícia UniversidadeCatólica de São Paulo –Programa de Pos graduação em Serviço Social. 6 de Agosto, 2011.

2. BID (2006) Molina Carlos Gerardo (Editor) Universalismo Básico: Uma Nova Política Social para América Latina.

3. CEPAL (2010) Declaración del Foro de Organizaciones feministas ante la XI Conferencia Regional sobre la mujer. ¿Qué Estado para qué igualdad?

4. Duque-Arrazola, L. (2006) Política de assistência social e os tempos sociais femininos um caso brasileiro. Revista Nómadas 24. Bogotá, Instituto de Estúdos Sociales Contemporâneos –Universidade Central.

5. Escobar A. (2007) La invención del Tercer Mundo: Construcción y deconstrucción del Desarrollo. Caracas. Ministerio del poder popular para la cultura. http://www.ceapedi.com.ar/imagenes/biblioteca/libros/218.pdf

6. Facio, A. (1997) De las necesidades básicas a los derechos humanos. In: Cook, Rebeca. J. Derechos humanos de la mujer, perspectivas nacionales e internacionales. Bogotá: Pro-familia

7. Fraser Nancy & Honneth A. (2006) ¿Redistribución o reconocimiento? Un debate político-filosófico. EdMorata. Madrid.

8. Garay L. J. e Rodríguez A (2005) Colombia: Diálogo Pendiente. Planeta Paz. Documentos de Política Pública para la Paz. Bogotá.

9. Harvey D. (2007) Breve historia del Neoliberalismo. Madrid.10. Holzmann Robert e Steen Jorgensen “Manejo Social del Riesgo: un nuevo marco para la Protección Social y

más allá” Revista de Salud Pública Universidad de Antioquia Vol. 21 No. 1, Medellín, 200311. Nogueira, M. A. (2006) Apresentação do livro: Cortes da Costa Lucía “Os impasses do Estado Capitalista: uma

análise sobre a reforma do Estado no Brasil”., Editora Cortez, São Paulo.12. ONU-PNUD-UNICEF (2011). Informe de Desarrollo Humano.13. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE).14. Rodríguez Castillo Liria. (2003) “Avances, Retos y Oportunidades de la nueva lógica del Manejo Social del

Riesgo propuesta por el Banco Mundial” Universidad Javeriana, Espacio Abierto.

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