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CONSULTORIA BÍBLICA Respostas de perguntas feitas por ouvintes da Rádio Novo Tempo FM.

Consultoria Bíblica

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CONSULTORIABÍBLICA

Respostas de perguntas feitas por ouvintes da Rádio Novo Tempo FM.Compilação do Pr. Irineo E. Koch

Colaboração : Amiltom de Menezes Digitação: José Ricardo Garcia

Introdução O programa Consultoria Bíblica da Novo Tempo FM é a causa da existência deste trabalho. Ouvintes da emissora enviavam suas perguntas da Bíblia por carta ou por fax, e após estudo, as respostas eram fornecidas no sábado às 8 hs da manhã. Alguns gravavam as respostas, outros tentavam anotar o que conseguiam. Logo começaram a pedir cópias das respostas. Alguns pediram cópias de vários consultorias de uma só vez. Por isto com alegria apresentamos aqui todos os consultorias que foram possíveis até ao momento. As respostas, são resultados de pesquisas na própria Bíblia, pois acreditamos que ela mesma se completa; e de diversas fontes, que recomendamos consultar na bibliografia. No final das respostas, o sinal * * indica que a resposta foi elaborada pelo colega Amiltom de Menezes, e o sinal * indica que foi respondida por Irineo E. Koch. Na boa intenção que este material seja de utilidade para os leitores da Bíblia, desejamos que o mesmo clareie dúvidas, fortaleça a fé e seja uma benção para os que seguirem os ensinamentos bíblicos. O autor.

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ÍNDICE DE PERGUNTAS

1 - Por que o sábado é contado a partir do pôr do sol de sexta-feira, e não a partir da meia-noite? E o calendário nunca foi mudado?............................................ 9

2.A - Porquê Deus perdoa e não nos livra das conseqüências do pecado?.......................11

2.B - Recebemos as conseqüências do pecado, porquê?..................................................12

2.C-Porque existem leis,precisam ser seguidas?Pq.temos que pagar pelos nossos erros?12

2.D - O que Deus faz, para que eu não peque e não tenha castigo?...................................12

2.E - O castigo do pecado, é uma manifestação do poder de Deus?................................12

2.F - O que aprendemos com as conseqüências do pecado e os castigos de Deus?...13

3 - Como podiam os filhos de Adão e Eva se casar, irmão com irmã? Até quando Deus permitiu que houvesse casamento entre parentes?...........................14

4.A - Qual era a altura do homem antes e depois do pecado?............................................16

4.B - Porque Golias era bem maior do que os homens de sua época, se já havia pecado no mundo?...................................................................................16

5 - Êxodo 20:4 diz “não farás para ti imagem de escultura nem semelhança do que há nos Céus e na Terra.”.....................................................................................17

6 - Jefté realmente sacrificou sua filha a Deus ou não?.......................................................18

7 - Como se harmoniza I Samuel 15:11 2 35, com I Samuel 15:29? Não foi o Senhor que escolheu Saul para príncipe de Israel, conforme I Samuel 10:1 e Samuel 15:17?.............19

8 - O livro Bíblico de Cantares, como extrair mensagens espirituais deste livro, com o conteúdo tão estranho comparando com o resto da Bíblia?........................20

9 - Que espírito mentiroso foi revelado pela boca do profeta? Como entender o espírito maligno da parte de Deus?.............................................................................22

10 - Até onde posso sentir ira sem pecar?............................................................................23

11 - Criança, Velho e Maldição na Nova Terra? Qual o significado?..................................25

12 - Como podia a luz ter sido produzida no PRIMEIRO DIA, e o Sol, base

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do dia, só foi criado no quarto dia?................................................................................28

13 - Como explicar que Jesus disse que “passaria três dias e três noites no seio da terra, tal como Jonas”?............................................................................................29

14 - Quando o Diabo levou a Jesus a cidade santa, ao pináculo do templo, que lugar era este, que podia ver todo o mundo? Como ele levou a Jesus, onde estavam os anjos?...............................................................................................31

15 - O que significa ser o menor no reino dos céus?...........................................................33

16 - Qual é o pecado contra o E. Santo que a Bíblia diz ser o pecado imperdoável?..35

17 - Alimentos limpos e imundos. Como harmonizar esta aparente contradição?...............37

18 - Desligado na Terra, Desligado no Céu?..................................................................... 42

19.A - O que significa “Fogo Eterno”? Significa que os ímpios ficaram eternamente sendo queimados?...................................................................................44

19.B - O que significam as palavras de Jesus quando disse para arrancar os olhos ou um dos membros?.........................................................................................44

20 - O que Jesus quis dizer ao pronunciar os seguintes versos “Mas ai das que estiverem grávidas, e das que amamentarem naqueles dias! Orai para que a vossa fuga não suceda no inverno nem no sábado.”....................................................45

21 - Será que Jesus teve medo da morte? O que quer dizer o texto?...................................47

22 - Como entender as diferenças dentro da Bíblia? Não seria isto uma prova para se descrer dos escritos sagrados?..............................................................48

23 - Os sinais que Jesus mandou nós seguirmos para crermos em Seu nome?.....................51

24 - Os mortos permanecem inconscientes na tumba até o dia da ressurreição geral?........52

25.A - Batismo é o nascer de novo com Cristo?..................................................................53

25.B - Qual sua importância, é essencial?............................................................................54

25.C - Batismo em nome de Jesus ou em nome da trindade?................................................54

25.D - Devo ser batizado somente uma vez? Posso ou não ser rebatizado?..........................55

25.E - O que significa Efésios 4:5: “Um só Senhor, uma só fé e um só batismo”?...............55

26 - Porque Deus não perdoou Adão e Eva? Porque Deus não lhes deu outra chance?........56

27 - Minha consciência é o que deve nortear as decisões? Podemos aprovar ou reprovar o que achar certo de acordo com a sua maneira?............................................57

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28 - A manifestação de falar línguas estranhas, isto é a língua dos anjos?............................59

29 - Será que Paulo proíbe as mulheres de falarem na Igreja? Será que a Bíblia ensina que as mulheres não podem falar na Igreja? Como explicar isto?.......................62.30 - Seria o sábado uma sombra do Velho Testamento?.......................................................63

31 - Por ocasião da segunda vinda de Jesus que acontecimentos terão lugar?......................65

32 - Somente os doentes deverão receber a Unção?.............................................................68

33.A - A Nova Terra será o Jardim do Éden restaurado ou uma cidade?.............................69

33.B - Porque vamos precisar de abrigo na céu?..................................................................70

33.C - Como será o relacionamento de marido, esposa e filhos no céu?..............................70

34 - Qual a origem da raça negra? Deus teria criado o homem de qual cor?.........................71

35 - Qual é a posição da Bíblia com relação ao vinho? Jesus bebia vinho?.........................73

36 - Quando é necessário empregar as palavras “amém” e “aleluia”?..................................74

37 - Qual era a medida da Arca de Noé? Como entender as outras medidas de comprimento, peso e valores da Bíblia?.......................................................................75

38.A - Jesus nasceu mesmo no dia 25 de dezembro?............................................................7738.B - Por quê, então, esta data foi escolhida para a comemoração do natal?......................77

38.C - Qual a origem da árvore de natal?.............................................................................78

38.D - Como surgiu o Papai Noel?.......................................................................................78

38.E - Por que Jesus não nasceu séculos antes de sua época, ou mesmo em nossos dias?...78

39 - Deus é Espírito ou Carne e Osso como Nós?...............................................................79

40 - O que a Bíblia diz sobre o divórcio? Quando pode haver uma separação e um novo casamento?.................................................................................................80

41 - O que a Bíblia diz sobre o sexo após o casamento? Existe algum limite? Pode haver algum tipo de pecado?...............................................................................83.42 - Horóscopo e Astrologia..................................................................................................85

43 - Os dinossauros existiram? Se existiram, quando foi? Porque não existem mais?...........87

44 -Cristo é Deus,ou não?Existe desde a eternidade?Maior,igual ou menor que Deus Pai?..89

45 - Qual é a origem e significado da Páscoa?.......................................................................92

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46 - A oração deve ser feita a quem? Em nome de quem? Em nome de Jesus Cristo, do Pai ou do Espírito Santo?..............................................................................94

47 - O caranaval é proibido na visão de Deus?....................................................................97

48 - O que quer dizer: a)Basã, b)Gerizim, c)Seol, d)Sinagoga, e)Circincisão? E como morreram os discípulos?..................................................................................97

49 - ET’s: Quem são? Existem? Se comunicam conosco?....................................................99.50 - O que quer dizer a palavra “anti-cristo”, quem é o anti-cristo?...................................101

51 - O que quer dizer as palavras Anátema e Maranata?....................................................103

Bibliografia.........................................................................................................................104

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ÍNDICE DE TEXTOS BÍBLICOS Pág.

1 - Gênesis 1 e 2:1-3...........................................................................................................9

41 - Gênesis 1:25...............................................................................................................83

2 - Gênesis 3:14.................................................................................................................11

4 - Gênesis capítulo 5........................................................................................................16

3 - Gênesis 5:4...................................................................................................................14

5 - Êxodo 20:4....................................................................................................................17

19 - Êxodo 21:1-6..............................................................................................................44

17 - Levítico capítulo 11...................................................................................................37

6 - Juízes capítulo 11.........................................................................................................18

7 - I Samuel 15:11 2 35; I Samuel 15:29............................................................................19

48 - I Reis 4:13...................................................................................................................97

9 - I Reis 22:19-28.............................................................................................................22

10 - Salmos 4:4; Efésios 4:26............................................................................................23

36 - Salmos 41:13, 14; 72:19; 89:52, 53; 106:48...............................................................77

35 - Salmos 104:15; Provérbios 20:1; Isaías 5:11 e Habacuque 2:5..................................74

8 - Cantares........................................................................................................................20

12 - Isaías 31:9...................................................................................................................28

11 - Isaías 65:20.................................................................................................................25

13 - Jonas 1:17; Mateus 12:40...........................................................................................29

14 - Mateus 4:1-11; Marcos 1:12 e 13; Lucas 4:1-13........................................................31

15 - Mateus 11:11..............................................................................................................33

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16 - Mateus 12:31..............................................................................................................35

44 - Mateus 16:13..............................................................................................................89

18 - Mateus 16:19..................................................................................................................42

20 - Mateus 24:19 e 20..........................................................................................................45

21 - Mateus 26:39..................................................................................................................47

22 - Mateus 28:1,9;8:28; Marcos 5:1; 16:1; Lucas 24:10; João 20:1; Lucas 8:27.................48

23 - Marcos 17:18..................................................................................................................51

24 - Lucas 16:19-31...............................................................................................................52

25 - João 3:6..........................................................................................................................53

39-Jo.4:24;1:14;17:5;Gen.1:26;Feli.2:6;Luc.1:35;Hebr.1:3;I Cor.15:40;15:51-55;I Jo.3:2..78

26 - Romanos 6:23................................................................................................................56

27 - Romanos 14:26..............................................................................................................57

51 - I Coríntios 12:3; I Coríntios 16:22..............................................................................103

29 - I Coríntios 14:34...........................................................................................................62

30 - Colossenses 2:16-17......................................................................................................63

31 - I Tessalonicenses 4:16....................................................................................................65

32 - Tiago 5:14.......................................................................................................................68

50 - I João 2:18. 4:13; II João 7............................................................................................101

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1 - Freqüentemente nossos ouvintes perguntam qual a razão de, como cristãos, especialmente como adventistas do sétimo dia, contarmos a duração dos dias de forma diferente. Por que o sábado é contado a partir do pôr do sol de sexta-feira, e não a partir da meia-noite? Por que o ano de 1995 vai começar no pôr do sol do sábado, às 20:29 - segundo a meteorologia e não à meia-noite? E o calendário nunca foi mudado? Poderia o sábado original ser na verdade uma segunda-feira ou estar em outro dia da semana?

Não é difícil de entender. O CONSULTORIA BÍBLICA vai procurar responder.“O tempo que a Terra gasta em seu movimento de oeste para leste, descrevendo uma

elipse alongada em torno do sol, forma o ano. O espaço de tempo necessário para uma evolução completa da lua em volta da Terra forma o mês. O período que a Terra leva para completar o movimento de rotação ao redor de seu próprio eixo, forma o dia. Com efeito, o ano, o mês e o dia estão associados, como unidade de tempo, aos fenômenos astronômicos. A semana, entretanto, constitui um ciclo independente, de origem divina, sem qualquer relação com as lunações ou movimento de translação e rotação da Terra”(RA, 09-78, pág. 8 CPB).

Quando Deus criou o mundo, o fez em seis dias, descansando no sétimo. Gênesis capítulo 1 e 2:1-3. É interessante observar que após cada dia, o escritor bíblico registra: “houve tarde e manhã, o primeiro dia” (verso 5); “houve tarde e manhã, o segundo dia” (verso 8); “houve tarde e manhã, o terceiro dia” (verso 13); “houve tarde e manhã, o quarto dia” (verso 19); “houve tarde e manhã, o quinto dia” (verso 23); “houve tarde e manhã, o sexto dia” (verso 31). Você percebeu? ... TARDE e MANHÃ. Primeiro TARDE (a parte escura do dia), depois MANHÃ (a parte clara). Assim começou o mundo e assim eram contados os dias.

O Dicionário da Bíblia, de John D. Davis, esclarece que “Dia era o intervalo de tempo, compreendendo o período entre dois nascimentos sucessivos do sol. O dia na Bíblia era de uma tarde até a outra. De um pôr do sol a outro (Lev. 23:32; Êxodo 12:18). Este modo de medir o tempo baseava-se no costume de calcular os meses pelo aparecimento da lua nova. A designação exata do dia civil compreendia a tarde e a manhã, ou noite e dia (Daniel 8:14; II Cor. 11:25). Posto que a tarde servia de entrada para um novo dia, também fazia parte do dia natural, que restritamente falando, o completava. A tarde que dava início ao dia quinze de Nisã é designada pela expressão “desde o dia quatorze do primeiro mês à tarde, comereis pães asmos, até a tarde do dia vinte” Êxodo 12:18; compare com II Crônicas 35:1 e Levítico 23:32. Os dias da semana não tinham nome; eram designados por números, com exceção do sétimo dia que tinha o nome de sábado.”

O dicionário prossegue afirmando também que dia era o “nome dado ao espaço de tempo entre a luz e as trevas, Gênesis 1:5, 8:22. Depois do exílio, tornou-se comum contar os dias pelas horas; o dia entre o nascer do sol e o seu ocaso, dividia-se em doze horas, Mateus 20:1-12; João 11:9. A sexta hora correspondia ao meio-dia, João 4:6; Atos 10:9. A nona hora, três da tarde, era a hora de oração, Atos 3:1.”

Ainda segundo o mesmo dicionário bíblico, NOITE era o período das trevas (Gênesis 1:5) dividido em três vigílias: do pôr do sol à meia-noite, da meia-noite ao cantar do galo e do cantar do galo ao amanhecer (Lamentações 2:19; Juízes 7:19; Êxodo 14:24). A divisão grega e romana repartia a noite em quatro vigílias, sistema este em vigor no tempo de Cristo

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(Lucas 12:38; Marcos 6:48). O período da noite constava de 12 horas, desde o entardecer até o romper da aurora (Atos 23:23).

A recomendação bíblica de Levítico 23:32 é “de uma tarde a outra celebrareis o sábado.” Ou seja, do pôr do sol de sexta-feira, ao pôr do sol de sábado. Assim, pelo método bíblico e divino de conta r os dias, estes não começam a meia-noite, e sim, de pôr do sol a pôr do sol. Tarde e manhã. Parte escura e parte clara. Por exemplo: segunda-feira à noite, pelo método humano de contar os dias é, biblicamente falando, terça-feira, parte escura do dia. E, assim sucessivamente.

Assim sendo, o ano novo não começa à meia-noite, e sim ao pôr do sol. O dia 31 de dezembro acaba ao pôr do sol. (Nesse ano, às 20:29 min.). A partir de 20:30, começamos 1995. Esta, repito, é a forma bíblica de contar os dias. Tarde e manhã. De pôr do sol a pôr do sol.

Um outro fato interessante que vale a pena ser ressaltado aqui é de que os calendários têm mudado, mas a semana jamais foi alterada desde o começo do mundo. Apesar de mudanças de um calendário para outro, a semana permanece em seqüência ininterrupta desde o começo, quando Deus trouxe à existência Sua Criação.

O Calendário Gregoriano, agora em uso em todo o mundo, é preciso e exato com relação à ordem dos dias da semana. Alguns imaginam que ocorreram mudanças do calendário entre o tempo de Cristo e o nosso. Houve apenas uma: a mudança do Calendário Juliano para o Gregoriano. Essa mudança não exerceu nenhuma influência sobre os dias da semana desde os tempos de Cristo: tão pouco houve qualquer mudança antes disso, tanto quanto os registros o demonstrem. Os dias do mês foram deslocados, ao ser adotado o Calendário Gregoriano; os dias da semana, porém, não. Continuaram imutáveis desde o começo e são agora os mesmos de toda a história passada.

O calendário que foi na Palestina e em todas as províncias do Império Romano dos dias de Cristo era conhecido como o Calendário Juliano. Entrou ele em uso por autorização e no tempo de Júlio César, e é chamado pelo seu nome. Foi promulgado no ano 708 da cidade de Roma, cerca de 46 A.C.

Júlio César gostava de estar em evidência. Arrogou a si muitas prerrogativas. Chamou o sétimo mês pelo seu próprio nome, e por isso é ele conhecido como julho, derivado de Júlio. Conta-se que ao escolher um mês para chamá-lo pelo seu próprio nome, escolheu cuidadosamente o que tivesse trinta e um dias, pois considerava o seu nome digno de um dos mais longos meses do ano. O mês seguinte contava, naquele tempo, apenas trinta dias. César Augusto, o sucessor de Júlio, não se considerava de forma alguma inferior em importância ao seu sucessor e, quando chamou de Agosto o oitavo mês, acrescentou-lhe mais um dia, tirando-o de fevereiro, de maneira que agosto tem tantos dias quanto julho.

O Calendário Juliano foi usado durante 15 séculos depois de Cristo, praticamente em todo o mundo civilizado. Não era, entretanto, um calendário exato. Supunha o ano como tendo 365 dias e um quarto, quando este tem doze minutos e uns poucos segundos menos que isso. Não parece isso ser uma grande diferença, mas com o correr dos anos aumentou. Como resultado, durante o Calendário Juliano um pouco de tempo foi sendo perdido cada ano, isto é, ele não se baseava exatamente nos movimentos dos corpos celestes, e o resultado foi que, de ano para ano o equinócio vernal, que no tempo de Júlio César ocorreu por volta de 25 de março, retrocedeu gradualmente para o dia primeiro de março. Aproximadamente no começo do século dezesseis depois de Cristo, ocorreu por volta de 11 de março.

Foi somente no décimo terceiro século que os astrônomos começaram a escrever a respeito da inexatidão do Calendário Juliano. Alguns países da Europa desejavam tomar uma decisão no sentido de uma reforma no calendário. Mas nada foi feito durante muito tempo, porque havia necessidade de liderança e acordo, a fim de empreender a revisão do calendário, a qual o tornaria uniforme em todos os países. Por fim, foi atraída a simpatia e interesse do próprio papado. Nos dias do papa Gregório XII o calendário foi mudado, tendo

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sido feita uma correção de dez dias, a fim de que o dia 21 de março coincidisse com o equinócio vernal, onde ficara no tempo do Concílio de Nicéia, em 321, quando a questão da celebração da Páscoa foi solucionada por aquele concílio da igreja. (Ver Catholic Encyclopaedia, vol. III, págs. 168 e 169, art. “O Calendário Reformado”). Publicou ele uma bula, datada de 1 de março de 1582, anulando dez dias, de maneira que, o dia que deveria ser contado como 5 de outubro de 1582, foi considerado como 15 de outubro. O novo calendário recebeu o nome do papa em cujo pontificado foi instituído, o papa Gregório. É ele, por conseguinte, conhecido como o Calendário Gregoriano.

E o Calendário Gregoriano é o mesmo que usamos em nossos lares, em nossas agendas, de acordo com o qual quase todo o mundo se orienta na contagem do tempo. Como já dissemos, foi introduzido por proclamação do papa de Roma em 1582 A. D. A alteração que o fez entrar em vigor, uma alteração de dez dias entre ele e o Calendário Juliano, foi afetuada na sexta-feira, 5 de outubro de 1582. De maneira que os dez dias que foram alterados, o foram apenas para que esse dia, que no Calendário Juliano era considerado 5 de outubro, fosse chamado 15 de outubro. Isso é tudo o que foi feito. E isto fez o ano do calendário coincidir com o equinócio vernal. Note bem: o dia ainda era sexta-feira, mas em vez de ser sexta-feira dia 5, era sexta-feira dia 15. Não houve nenhuma alteração no mês. Este continuou sendo outubro. Nenhuma alteração houve na semana. O mesmo quanto ao dia da semana. Continuou ele sendo sexta-feira. A diferença estava no dia do mês. Este era o dia 15 em lugar de ser 5. E isto é tudo.

O dia seguinte foi sábado, exatamente como seria se o calendário não houvesse sido mudado. Com a diferença que era dia dezesseis, quando deveria ser seis de outubro.

Cremos que a Bíblia é a verdade. E ela menciona que no sábado, final da semana - semana que vem de forma sistemática, sem alterações. desde a criação - Deus convida o ser humano para receber as bênçãos desse dia que Ele separou no Éden. Esse sétimo dia idêntico ao da criação pode ser encontrado, caso alguém deseje encontrá-lo. E ele pode ser identificado mesmo que alguém o queira fazê-lo desaparecer. Não há meio algum pelo qual possa ele ser perdido de vista. Quando o sol se põe na sexta-feira à noite, o mesmo sétimo dia da criação tem início. É o mesmo sétimo dia que o mandamento de Deus nos ordena guardar. Em qualquer lugar do mundo. Este mandamento declara: “O sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus: não farás nenhuma obra.” Por conseguinte, quando o Sol se põe ma sexta-feira à noite, estamos em tempo sagrado.

* *2.A - Porquê Deus perdoa e não nos livra das conseqüências do pecado? Davi, por

exemplo, pecou, se arrependeu, chorou, se humilhou, e mesmo assim Deus não poupou de castigá-lo tirando a vida de seu filho que teve com Bbabteseba. Se Deus não tira as conseqüências, para que serve o perdão então?

Premissa: O pecado entrou no mundo pela escolha de nossos primeiros pais, segundo relata Gênesis 3:14 e atingiu toda a raça humana, Romanos 5:12 diz “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.”

Logo, concluímos que todos pecaram. As conseqüências do pecado, do erro são para todos. Gênesis 3 diz que a mulher recebeu o castigo que o parto seria com dor, e Adão teria o seu sustento com cansaço e suor. Portanto, toda a raça humana recebe as conseqüências do pecado.

2.B - Recebemos as conseqüências do pecado, porquê?

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Gálatas 6:7 diz “Não vos enganeis, de Deus não se zomba, pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” Colhemos aquilo que nós mesmos plantamos. Deus não interfere nos resultados de nossa própria escolha. Ele nos dá o livre arbítrio. Se uma pessoa fuma muitos cigarros durante sua vida, e tiver câncer do pulmão, não foi Deus quem colocou o câncer na pessoa, mas sim ela mesma que escolheu o vício sabendo de suas conseqüências.

2.C - Porque existem leis, que precisam se seguidas? Porque temos que pagar pelos nossos erros?

Já imaginou o que seria um trânsito numa grande cidade sem sinaleiras e placas? O que seria do Universo, se não houvesse sincronia dos planetas, estrelas e cometas? As leis não tiram nossa liberdade, antes o contrário, elas mostram o caminho para vivermos bem, sem afetar os outros, respeitando uns aos outros para todos vivermos bem. Logo, as leis de Deus, não devem ser um fardo, mas uma satisfação, pois elas nos fazem livres e felizes.

2.D - O que Deus faz, para que eu não peque e não tenha castigo?O amor de Deus se revela, segundo a Bíblia em I Cor. 10:13 “Não vos sobreveio

tentação que não fosse humana, mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá o livramento, de sorte que a possais suportar.” É uma ótima notícia, sabermos que nenhuma tentação vem até nós, sem que possamos vencê-la ou que Deus nos dê a saída. Ou seja, não somos provados além de nossa capacidade, logo se pecamos e erramos, pagamos o preço porque merecemos.

Além de não sermos tentados além do que poderíamos, Deus ainda promete auxílio para o cristão. “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do séculos.” Mateus 28:20 e ainda Isaías 40:10 e 13 “Não temas porque Eu sou teu Deus, Eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel. Porque Eu...te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas que Eu te ajudo.”

Deus é amor, não permitindo que seja tentado além das suas forças, e ainda promete estar contigo e te fortalecer em tua caminhada.

2.E - O castigo do pecado, é uma manifestação do poder de Deus?Sem dúvida, Apocalipse 3:19 diz: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo, se

pois zeloso e arrepende-te.” Um pai ou uma mãe, por amar seu filho, nunca irá discipliná-lo? Sem dúvida que sim. Quando gostamos sinceramente de alguém, somos tão interessados no sucesso dos outros, que não temos receio de falar com muito tato, o que está prejudicando e como poderia ser melhor. A correção e a disciplina é uma prova que se está interessado na pessoa, no seu bem, no seu melhor.

2.F - O que aprendemos com as conseqüências do pecado e os castigos de Deus?I - É uma conseqüência do pecado que está no mundo, é uma conseqüência de nossa

própria escolha.II - Quando somos castigados pelos nossos pecados, é uma prova que Deus nos ama,

pois a Bíblia diz que Deus castiga quem Ele ama.III - Quando pagamos por nossos erros, é uma demonstração de Deus a nós, que

aquele tipo de atitude ou estilo de vida, não compensa, precisamos nos arrepender e mudar de vida.

IV - Nem sempre as disciplinas de Deus são castigos por nossas atitudes, podem ser também provocações como foi com Jó. Para provar a nossa fé.

V - O ouro precisa ser purificado em altas temperaturas no fogo, depois é burilado, trabalhado para dar o seu brilho e beleza sem igual. Assim é com o cristão, ao ser ele provado, com algumas provocações, sofrer algumas conseqüências de decisões

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erradas, ele é burilado para como diz os provérbios. “é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.”

Um exemplo: Davi que cometeu o adultério com Bateseba, mandou matar o seu marido, teve consciência que errou, chorou, se humilhou, se arrependeu profundamente, mas Deus não impediu que tivesse o castigo de seu erro, tirando a vida de seu filho. Deus também perdoou a Jacó, quando traiu seu irmão para ganhar as bênçãos do pai, mas ele ficou quase vinte anos trabalhando para voltar a rever o irmão. O “bom ladrão” na cruz, Jesus disse que ele estaria salvo, no entanto, não impediu que ele morresse por seus pecados, sua recompensa vem depois.

CONCLUSÃO :

Deus não é excessivamente justo e nem condescendente com o ser humano. Com equilíbrio e sabedoria, Deus age com justiça e misericórdia na medida certa, diferente de como o ser humano age. Embora vivamos num mundo de pecado, hoje ele pode pelo Seu poder, nos livrar do poder do pecado, e na sua segunda vinda, Ele poderá nos livrar da presença do pecado.

Sofremos as conseqüências dos nossos erros, para a nossa própria correção, porque é a conseqüência do pecado, que Deus permite porque nos ama, para que possamos aprender a andarmos na luz, e sabermos que a verdadeira felicidade está em seguirmos seus caminhos e suas leis escritas em Sua palavra.

É melhor pagar o preço de nossos pecados aqui, e termos o perdão de Deus agora, para no dia do Juízo, nossos pecados estarem perdoados pelo sangue de Cristo, que nos salva e nos purifica. Após termos o perdão de Deus, nossos pecados diz Miquéias 7:19 são lançados no fundo do mar, simbolizando claramente que Deus os esquece e não é mais imputado para o dia do juízo.

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3 - Como podiam os filhos de Adão e Eva se casar, irmão com irmã? Até quando Deus permitiu que houvesse casamento entre parentes?

Primeiramente tenhamos em mente que Adão e Eva tiveram vários filhos e filhas. Gênesis 5:4. E então vamos definir o que é incesto: segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, incesto é a união sexual ilícita entre parentes consangüíneos, afins ou adotivos.

I - Então porque Deus permitiu que os filhos de Adão e Eva se casassem e tivessem filhos? Ora, o motivo é obvio, não havia outra maneira, eram os únicos habitantes deste planeta, Deus permitiu que assim fosse feito para expandir a raça humana por toda a terra.

Há um outro detalhe interessante, que o médico Dr. Elias Morsh nos colocou, o casal Adão e Eva, com a sua origem perfeita, possuíam seus gens e cromossomos saudáveis, o que permitia que sua descendência tivesse filhos sem problemas. Porém, com o passar do tempo, o pecado trouxe a poluição, radioatividade, doenças, etc, que afetaram a espécie humana, degenerando não somente o exterior mas também ocasionando implicações cautelosas nas combinações genéticas, que se forem ignoradas descuidadosamente, podem ocasionar sérios problemas aos descendentes. Portanto, dois motivos são claros do porque os filhos de Adão e Eva podiam casar-se entre eles e ter filhos:

1 - Tinham a aprovação de Deus;

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2 - Tinham as leis da saúde a seu favor, pois eram oriundos de Pais perfeitos.

II - No entanto, com a degeneração da raça humana, e a presença do pecado, problemas e distorções foram surgindo. Logo no capítulo 6 de Gênesis, bem no início ainda, já vieram os problemas dos antediluvianos, que como é dito no Novo Testamento, casavam e davam-se em casamentos. Sugere este texto, que estava havendo uma distorção do plano de Deus entre os antediluvianos. Distorção moral esta, comprovada também em Sodoma, onde conhecemos a história dos anjos que foram pedir para Ló sair da cidade, e os habitantes queriam “abusar” deles. Gênesis capítulo 18.

III - Um fato claro: a Bíblia revela que é o caso das filhas de Ló, que embebedaram seu pai, para que se conservasse a descendência da família. Está relatado isto em Gênesis 19:31 a 38. O fato de elas precisarem embebedar o pai, mostra que tal atitude não era aceita pelos padrões da época. Ou seja, era permitido a união entre irmãos, mas não de filhos com os pais. Tão lógico que a atitude delas estava errada, que os seus filhos Bem-Ami e Moabe, foram as pessoas que deram origem aos amonitas e moabitas, que analisando a sua história, estes povos foram empecilhos e serviram de incômodo, por muitas vezes, ao povo de Deus, o povo de Israel.

IV - Talvez o ouvinte já tenha feito a seguinte pergunta:Até quando Deus tolerou que houvesse casamento entre parentes?A resposta é encontrada na Bíblia, no livro de Levíticos capítulo 18, algumas Bíblias

trazem até o substituto de “Casamentos Ilícitos.” Foi quando Deus deu a Moisés uma série de leis: a lei moral, lei da saúde, leis éticas, etc. para que o povo de Israel fosse diferente, não por ser diferente, mas por se destacar com princípios elevados de saúde e de vida. É interessante notar que, neste capítulo, onde Moisés registra as orientações de Deus sobre os casamentos ilícitos, o capítulo 18 de Levíticos começa assim:

“Fala aos filhos de Israel e dize-lhes, Eu Sou o Senhor vosso Deus, não fareis segundo as obras da terra do Egito em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã para qual eu vos levo, nem andareis segundo o seu estatuto. Os meus preceitos observareis, e os meus estatutos guardareis, para andares neles. Eu Sou o Senhor. Guardareis pois os meus estatutos e as minhas ordenanças, pelas quais o homem observando-as, viverá. Eu sou o Senhor. Nenhum se chegará aquela que lhe é próxima por sangue, para descobrir a sua nudez...” Aí o texto continua descrevendo, “Não descobrirás a nudez de teus pais, irmãos, tios, noras, etc...”

Ou seja, no tempo de Moisés, quando já haviam diversos povos e nações na terra, não se fazia necessário que irmão casasse com irmã, pois haviam outras opções entre as muitas famílias que existiam no mundo, por isto, Deus colocou uma proibição de união sexual entre parentes da mesma família.

Aqui está, portanto, a linha demarcatória clara, de quando Deus proibiu tal união entre parentes.

V - Um exemplo que isto vigorou de maneira enfática, é o caso de incesto entre os filhos de Davi, Amom e Tamar, registrado em II Samuel 13:1-13, onde o irmão fingiu estar doente e pediu para a irmã atendê-lo, quando então cometeu o incesto. O sentimento de tristeza veio para Davi e sua família, até que depois de dois anos, os servos por ordem de Absalão, assassinaram a Amom, por ter forçado a sua irmã. Um clima tenso e pesado se gerou naquele contexto familiar, por um princípio divino que não foi seguido, e que pela desobediência gerou outros problemas: como o monicídio que o texto revela. Ficou claro que, já neste contexto, o incesto não era algo aprovado por Deus.

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VI - Estudos e pesquisas vem sendo feitos na atualidade para se verificar os riscos do incesto. As pesquisas e os seus resultados, estão deixando os médicos cada vez mais conscientes de que o casamento feito entre parentes, quanto mais próximo for o parente, maior é o risco de aparecerem inúmeras doenças e problemas. Um filho traz uma carga genética da mãe e do pai, e a vantagem de serem de outras famílias, é que tem outro contexto, outra disposição genética e de cromossomos que, se um é recessivo, o outro é dominante e pode evitar que doenças surjam pela superioridade do outro. Pode ser meio complicado explicar, pois não sou um médico, mas o fato é: a medicina contemporânea confirma o princípio Bíblico que casamento entre parentes não é saudável para os filhos.

CONCLUSÃO : 1 - O princípio do casamento não foi alterado. O homem de vê abandonar seu pai e

mãe, deixar sua casa e unir-se a sua mulher;2 - Deus criou uma Eva para um Adão. A monogamia sempre foi plano de Deus;3 - A união de irmão com irmã teve seu momento; mas, logo que a Terra teve diversas

famílias e povos, perdeu-se a aprovação Divina para tal comportamento;4 - E assim como os filhos de Adão e Eva vieram de um casal perfeito, com boa saúde,

que dava condições de os seus descendentes terem filhos, devemos lembrar que hoje, nós não temos as mesmas condições de Adão e Eva, pois a degeneração da espécie humana é crescente, antes os antediluvianos viviam em média 900 anos e hoje a expectativa não chega a 10% disto. A medicina comprova este fato.

Talvez o amigo, ou a amiga ouvinte, já tenha tido conhecimento de pessoas que nasceram resultantes de incesto, e tiveram ou tem problemas, o que confirma a veracidade Bíblica e as ordens de saúde.

Portanto, amigo ouvinte da Novo Tempo, temos dois motivos que são mais que suficientes para não aprovarmos o casamento entre parentes próximos:

Primeiro, o princípio divino expresso na Bíblia em Levíticos capítulo 18, que o texto apresenta claramente: “não deve ser descoberta a nudez de irmãos, pais, tios, noras, etc.” Só este motivo já seria suficiente, pois é Deus pela Santa Bíblia quem está nos orientando.

Segundo, a confirmação científica, nos comprovando que esta união ilícita, ou seja, o incesto, pode causar até má formação genética. Mais uma vez está provado que vale a pena seguir as orientações de Deus prescritas na Santa Bíblia.

*4.A - Qual era a altura do homem antes e depois do pecado?Começaremos por Adão, sua altura não é mencionada de maneira precisa na Bíblia.

Mas os Teólogos e Estudiosos Bíblicos, concordam em afirmar que Adão, foi criado à imagem e semelhança de Deus, na sua mais perfeita forma, beleza e simetria. A escritora Ellen G. White, escreveu no seu livro História da Redenção, página 21, que Adão possuía mais que o dobro do tamanho dos homens que vivem hoje. Calcula-se então que Adão tinha sua altura provável entre 4 e 5 metros.

A estatura nobre e simetria que Adão possuía, veio a decrescer, devido ao pecado. Ao ser expulso do Éden, o casal perdeu o acesso à árvore da vida, e com a entrada do pecado no mundo, veio a poluição, os venenos, etc, que somados às tendências pecaminosas como: a falta de domínio próprio, intemperança, etc, trazem a decrepitude do ser humano, através de todas as épocas. Um exemplo clássico é do homem que a Bíblia registra com a maior idade, ele foi o oitavo patriarca, registrado em Gênesis capítulo 5, que viveu 969 anos, e hoje dificilmente se chega a 10% desta longevidade privilegiada... a média de vida mundial atualmente, é de 64 anos, cerca de 6,5% de um dos descendentes de Adão. Isto mostra claramente a decrepitude da raça humana por causa do pecado.

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4.B - Porque Golias era bem maior do que os homens de sua época, se já havia pecado no mundo?

O gigante Golias, a Bíblia dá sua altura exata: I Samuel 17:4 “... a altura de seis côvados e um palmo.”

O côvado vem do hebraico “ammâ”, era a distância que ia do cotovelo à ponta do dedo. O povo hebraico considerava esta medida em 44,5 cm., e o côvado egípcio, 44,7 cm. Mas para saber a medida exata, basta ser comparada com a extensão atribuída ao túnel de Siloé, de 1.200 côvados, que são equivalentes a extensão de 533,10 metros. O que daria ao côvado o comprimento de 44,4 cm. Logo, a altura de Golias, que se destacava dos homens de sua época, era entre 2,70 a 3,10 m.

Porque Golias depois do pecado, teve uma altura privilegiada em relação aos homens de sua época?

A Bíblia descreve a existência de vários povos “gigantes.” Os Enaquins, são um exemplo, aqueles que os doze espias viram em Canaã, que os fez sentirem-se como gafanhotos. Números 13:28. Também os emins Deut. 2:10, e refains Deut. 2:21, etc.

Havia até uma provérbio da época relatado em Deut. 9:2 “Quem poderá resistir aos filhos de Enaque?”

Os homens altos, não são apenas dos tempos Bíblicos. O Guiness, livro dos recordes, do ano corrente (1994) registra que o homem mais alto do mundo com evidências irrefutáveis, foi o norte-americano Robert P. Wadlow, que nasceu no dia 22 de fevereiro de 1918, que tinha a altura de 2,72 m. de altura.

E não é tão raro, depararmos com pessoas altas ao nos locomovermos de um lugar para outro, ou até observando alguns jogadores de basquete. Não podemos negar, que existiram pessoas altas após o pecado, e que ainda hoje, se notam algumas reminiscências.

A resposta do porque disto, é mais pela medicina do que pela teologia. Segundo informações do Dr. Gerson Trevilato, o que aconteceu com Golias, os enaquins, e o que pode ocorrer hoje também, considerando os fatores de decrepitude, chama-se “Conincidência Genética” que seria a combinação dos melhores genes para a estatura, ou também pode ser “Mutações da Genética” que são conseqüências de algum efeito, tipo radioatividade, etc.

Um exemplo, que presenciei aqui na Rádio Novo Tempo, vai nos ajudar a compreender: O Pr. João Nelsom Bilha, que apresenta o programa Conhecer Jesus é tudo, domingo às 20 Hs, tem uma filha bonita, de olhos azuis. Interessante notar que o Pr. João Nelsom, não tem olhos azuis, nem a esposa, e tão pouco os avós da criança; somente a bisavó é que tem olhos azuis. Logo conclui-se que a combinação genética para a cor dos olhos, deu certo de ser azul, pois havia antecedentes na família com características desta cor de olhos. Concluímos que os pais podem ter olhos castanhos e no entanto, dependendo de sua carga genética, podem ter filhos com olhos azuis.

No caso de Golias e os demais homens altos, concluímos que eles foram privilegiados em sua altura, por causa de sua combinação genética, que trazia da descendência de Adão os genes de uma estatura nobre. Somam-se a isto, os itens que contribuem também para a boa formação do indivíduo: a nutrição, que é fundamental nos primeiros anos de vida e adolescência; o estilo de vida, etc.

Concluímos então, que Adão, o primeiro homem, o Pai da raça humana, foi o homem mais perfeito, e que todos os seus descendentes, de todas as épocas, trazem as mais diferentes combinações genéticas, e com o pecado, a diferença gritante de algumas características físicas daquele homem perfeito. E concluímos também, que algumas vezes, se manifesta no homem pecador, características da altura de Adão, pelas chances da combinação da genética, pelas mutações da genética ou pela nutrição. Como cristãos, acreditamos que ao sermos arrebatados por Cristo aos céus, seremos transformados, e de acordo com o tempo que Deus designar, voltaremos todos a ter a estatura de Adão e Eva no novo céu e na nova terra, vivendo para sempre um Novo Tempo!

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*5 - Êxodo 20:4 diz “não farás para ti imagem de escultura nem

semelhança do que há nos Céus e na Terra.”

O segundo mandamento proíbe a adoração das imagens.Se assim não fosse, deveríamos abster-nos de toda e qualquer fotografia, mesmo

quadros de paisagens, etc., e até de roupas com qualquer desenho ou estampado, pois o mandamento se refere a qualquer semelhança do que há em cima do Céu, ou embaixo na Terra, ou nas águas debaixo da Terra.

Não deveríamos então tirar retrato para o preparo de carteiras de identidade e outros documentos, nem aceitar fotografias de nossos amigos. Nem poderíamos usar dinheiro, pois nas notas e moedas aparecem efígies e estampas.

Cuidemos para fugir aos extremos.O segundo mandamento proíbe o culto das imagens; mas Deus mesmo empregou

figuras e símbolos para apresentar aos seus profetas as lições que ele queria que fossem dadas ao povo, e que poderiam ser melhor entendidas assim do que se fossem dadas de outra maneira. Apelava para o entendimento através do sentido da visão.

A história profética foi apresentada a Daniel e a João por meio de símbolos que deviam ser claramente representados para que todo aquele que o lê-se, pudesse entender.

Os israelitas, por ordem de Deus, bordaram figuras de anjos no véu do santuário e sobre o propiciatório havia dois querubins de ouro. Também por ordem de Deus, Moisés fez uma serpente de metal, quando da praga das serpentes ardentes. mais tarde essa serpente se tornou objeto de idolatria, e o Rei Ezequias mandou destruí-la.

Podemos concluir então, que é aceitável o uso de ilustrações em histórias infantis desde que não sejam usadas como objeto de adoração ou idolatria.

*

6 - Esta seja talvez, uma das passagens bíblicas mais difíceis de se explicar. Oferecer a filha virgem em sacrifício a Deus, como diz o texto que Jefté o fez, seria dar espaços a muitas dúvidas na mente de um cristão. Jefté realmente sacrificou sua filha a Deus ou não?

Existem duas correntes de interpretação sobre Juízes capítulo 11:

I - Jefté não matou em sacrifício sua filha, porque:a - este ato estaria indo contra todos os princípios bíblicos. “Não matarás” e

Deuterônomio 12:31 diz: “Não farás assim para com o Senhor teu Deus; porque tudo o que é abominável ao Senhor, e que ele detesta, fizeram elas para com os seus deuses; pois até seus filhos e suas filhas queimam no fogo aos seus deuses”;

b - de acordo com os originais em hebraico, poderia ser traduzido assim o verso 31 de Juízes 11: “será do Senhor, e lhe oferecerei um holocausto”;

c - Jefté não sacrificaria sua filha, pois sabia que Deus não aceitava isto, se tivesse feito tal ato, seu nome não poderia ter aparecido em Hebreus capítulo onze;

d - se Jefté tivesse realmente sacrificado sua filha, teríamos de encontrar na Bíblia alguma reprovação de Deus a Jefté;

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e - entende-se então que a filha de Jefté foi dedicada ao Senhor, devotada a perpétua virgindade, como se pode inferir das declarações bíblicas: “chorou por sua virgindade” “ela jamais foi possuída por varão.” Ela lamentou não por morrer virgem, mas por passar o resto de sua vida, sem poder conhecer um varão, pois naquela época, a virgindade por toda a vida e a falta de filhos era considerada como desgraças máximas.

Logo, concluímos que a filha de Jefté foi dedicada a Deus, ficando virgem por toda a sua vida, não podendo se casar, nem ter filhos.

II - Jefté realmente sacrificou sua filha, porque:a - era comum as moabitas e ao povo pagão daquela época sacrificar filhos aos deuses;b - Jefté fez este voto sem a aprovação do Senhor, foi num momento de crise, pressão

emocional, fraqueza e desespero, que levou a tomar atitude muito precipitada;c - Abraão também ia fazer isto com seu filho Isaque, ficando fácil entender que Jefté

também cumpriu a promessa de sacrifício de sua filha;d - o Rei Moabe, Mesa, sacrificou seu filho primogênito, conforme relatado em II Reis

3:27, era algo relativamente comum para a época;e - o fato de Jefté ter feito este voto de sacrificar algo, e ter oferecido a sua filha, está

relatado na Bíblia não como um exemplo a ser seguido, mas sim como um fato ocorrido, que não nos leva a concluir que isto é algo a ser praticado pelos cristãos que seguem a Deus. Outros fatos negativos a Bíblia menciona, que não significa que pelo simples fato de estar na Bíblia é algo que deva ser praticado. Exemplo: o apedrejamento de Estevão, isto não significa que devemos apedrejar os cristãos, tem que se olhar o contexto. E o contexto da Bíblia é claro em afirmar que “Não matarás” é um mandamento escrito pelo dedo de Deus, que deve ser sempre respeitado.

Concluímos portanto, nesta segundo hipótese, que Jefté realmente ofereceu sua filha em sacrifício a Deus, e que isto não significa que tenha agido certo, mas sim a Bíblia registrou este detalhe de fraqueza de sua vida, assim como registrou a fraqueza de outros personagens como no caso de Abraão que certa feita, mentiu dizendo que sua esposa era sua irmã.

CONCLUSÃO FINALSe Jefté ofereceu sua filha em sacrifício em sistema de celibato ou realmente a matou,

não podemos com certeza caracterizar, mas uma coisa podemos ter total certeza: que o ato de oferecer filhos ou filhas em sacrifício a Deus, tirando a vida deles, é totalmente condenado pela Bíblia, e jamais será isto ingrediente para a salvação de qualquer pessoa. Leia Lev. 18:21. Deuf. 12:31, etc.

*7 - Como se harmoniza I Samuel 15:11 2 35, com I Samuel 15:29? Não

foi o Senhor que escolheu Saul para príncipe de Israel, conforme I Samuel 10:1 e Samuel 15:17?

Evidentemente a dificuldade está na expressão “Deus arrependeu-Se.” Poder-se-iam ainda aduzir muitas outras passagens, como Êxodo 32:14; Juízes 2:18; II Samuel 24:16; Jeremias 26:19; Jonas 3:10; Gênesis 6:6, etc. Parece haver contradição entre essas passagens e I Samuel 15:29; Números 23:19; Ezequiel 24:14.

Algumas dessas passagens dizem que “Deus Se arrependeu” de determinado ato, ao passo que as outras afirmam que Deus “não Se arrepende.”

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Não esqueçamos que a Bíblia se acha escrita em linguagem popular, usando expressões do povo, para ser mais facilmente compreendida. Demais, temos que estar lembrados de que as palavras têm vários sentidos. Nem sempre “arrepender-se” tem o sentido de “experimentar pesar por sua própria falta.” Significa muitas vezes ter pena, sentir, entristecer-se, lastimar-se, ter saudades de. “Arrependimento” pode significar sentimento. dor. (Veja um bom dicionário).

Vejamos o que diz o Seventh-day Adventist Bible Commentary, sobre Gênesis 6:6 (“então arrependeu-Se o Senhor de haver feito o homem”): “O próprio versículo explica, logo adiante, a força de expressão “arrependeu-Se”: “pesou-Lhe em Seu coração.” Isto mostra que o arrependimento de Deus não implica em falta de previsão de Sua parte, ou qualquer variação em Sua natureza ou propósito. Neste sentido Deus nunca Se arrepende de coisa alguma (I Samuel 15:29). O “arrependimento” de Deus é uma expressão que se refere à dor que sofre o amor divino, ocasionada pela pecaminosidade do homem. Apresenta a verdade de que Deus, em coerência com Sua imutabilidade, assume atitude mudada em relação ao homem também mudado. A menção da tristeza divina à vista do estado depravado do homem é comovedor indício de que Deus não aborrece o homem. O pecado dos homens enche o coração divino de profundo pesar e compaixão. Agita todo o ilimitado oceano de simpatia divina para com o pecador. Entretanto, leva-o também à retribuição judicial (ver Jeremias 18:6-10; Patriarcas e Profetas, p. 700).” - Obra citada, vol. 1, p. 251.

Comentário sobre Êxodo 32:14: “As palavras “o Senhor arrependeu-Se” são fraca tentativa de exprimir em linguagem humana a vontade divina. Falando em rigor, Deus não pode mudar Seu propósito, pois conhece o fim desde o princípio (II Samuel 15:29; Isaías 46:9 e 10; 55:11). Entretanto, quando pecadores abandonam seu pecado e se volvem para Ele, quando Seus filhos suplicam misericórdia e perdão, então Ele “Se arrepende.” Muda da ira para a misericórdia, do juízo para o gracioso perdão (Salmo 106:44 e 45; Jeremias 18:5-10; 26:3; Joel 2:12-14; Jonas 3:9 e 10; 4:2).” - Idem, p. 666.

Arrependimento: 1. Ato ou efeito de arrepender-se. 2. Compunção, contrição. 3. Insatisfação causada por violação de lei ou de conduta moral, e quer resultar na livre aceitação do castigo e na disposição de evitar futuras violações.

Compunção: 1. Pesar de haver cometido pecado ou ação má.Novo Dicionário Aurélio.

*8 - O livro Bíblico de Cantares, foi escrito para revelar o amor de um

homem por uma mulher ou para demonstrar o amor de Cristo pelo Seu povo? Como extrair mensagens espirituais deste livro, com o conteúdo tão estranho comparando com o resto da Bíblia?

Inicialmente vamos conhecer um pouco mais sobre o livro de Cantares ou Cântico dos Cânticos. Este é um dos livros mais mal entendido da Bíblia. Muitos cristãos negam o seu lugar na Bíblia. Nem a palavra Deus aparece neste livro.

O autor é apresentado no primeiro versículo, Salomão.Em síntese, podemos dizer que o livro descreve o amor e o casamento entre Salomão e

uma camponesa, a Sulamita. Foi escrito provavelmente quando ainda era jovem, numa época saudável de sua vida, quando não tinha outras mulheres. Depois desta época áurea, a Bíblia menciona em I Reis 11:3 que Salomão teve 700 esposas e 300 concubinas. Interessante, que a Bíblia relata claramente, que quando Salomão teve muitas mulheres seu coração foi pervertido. Confirme depois, lendo I Reis 11:3 a 5.

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A Sulamita, que registra Cantares 6:13, era de Suném, povo do território de Issacar, a 11 Km a oeste de Megido. Sunem, vale lembrar, foi onde o profeta Eliseu ressuscitou ao filho de uma sunamita. Atualmente esta cidade é chamada de Solem.

Porque o livro de Cantares está escrito desta forma? Como entendê-lo?I - É uma poesia e não uma prosa. Salomão escreveu mais de 1005 cânticos, conforme

registra I Reis 4:32. Sendo uma poesia, sua leitura tem que ser entendida com tal.II - É um poema escrito no estilo oriental, que difere de nosso estilo ocidental. Os

orientais se comprazem em figuras de retórica, que nós não apreciamos muito. Para os orientais, esta forma de poema, é perfeitamente normal, e mais ainda para aquela época, que era normal a literatura poética nesta forma.

III - Tratando-se de uma parábola, temos que nos ater mais a interpretação do que a inspiração. Por exemplo, na parábola das dez virgens, onde 5 preparadas e 5 não, não quer dizer que a metade do mundo vai se salvar e outra metade não, ou seja, não são os detalhes das palavras em si, mas a lição principal do texto. O mesmo princípio de interpretação deve ser aplicado no livro de Cantares. Não os detalhes das palavras, mas o objetivo delas, a mensagem que o livro como um todo propõe. É uma forma poética, parábola, e não doutrinas ou profecias a cada verso.

IV - Muitas interpretações são apresentadas para diversos textos do livro de Cantares, mas vale advertir que muitas são forçadas, e não tem o aval do “Assim diz o Senhor.”

V - Comentaristas da Bíblia, concordam em afirmar que o livro de Cantares, que Salomão revela o amor pela Sulamita, é uma ilustração do amor de Cristo pela Sua Igreja. isto vem de acordo com uma interpretação contextual da Bíblia.

No Velho Testamento, Israel é chamado esposa de Deus, confirma-se em Jeremias 3:1, Ezequiel 16 e 23.

E também no Novo Testamento, a Igreja é chamada “noiva” de Cristo. Confirma-se em Mateus 9:15, João 3:29, II Cor. 11:2, Efésios 5:23, Apocalipse 21:2, e outras passagens mais.

Portanto, podemos notar que o livro de Cantares, tem o objetivo de mostrar o amor conjugal, a ternura e o devotamento do casal. Visto que o casamento é uma ordenação divina, e que da família unida depende também a felicidade do homem, é apropriado a Bíblia ter um espaço para retratar a união que Deus planejou.

E como vimos também, de maneira figurada, ilustrar o amor de Jesus por sua Igreja. Johanes G. Vos, mestre em Teologia, que apresenta um estudo do livro na Bíblia da editora Vida, afirma que “Cantares de Salomão, lembram-nos que o que sustenta todo o amor humano puro é o maior e mais profundo dos amores - o amor de Deus, que sacrificou o Seu Filho para redimir pecadores, e do amor do Filho de Deus que sofreu e morreu por sua Esposa, a Igreja. Cantares de Salomão não é alegoria nem tipo, mas uma parábola do amor divino que constitui o pano de fundo e a fonte de todo o verdadeiro amor humano. Outras aplicações são feitas com referência a Páscoa pelos judeus. Mas ir além destas interpretações, seria abrir precedentes para heresias.

Terminando, diria que a Bíblia não é um livro como qualquer outro, que devemos ler de maneira corrida ou superficialmente. Toda Escritura é Inspirada por Deus, e se queremos entendê-la e decifrá-la, conseguiremos se o estudarmos sob a orientação do Espírito Santo de Deus. O mesmo Espírito que inspirou os escritores da Bíblia, está a nossa disposição para entendê-la hoje, e extrair riquezas espirituais através do estudo e da comunhão.

Nada na Bíblia está por acaso, tudo tem um objetivo. Devemos antes ler, rogar a Deus em oração, sabedoria para compreender as verdades preciosas que ela contém, e estudá-la com atenção, para descobrirmos as riquezas deste Livro Sagrado.

*

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9 - “Que espírito era aquele “enviado do Senhor” para ser espírito mentiroso na boca do profeta de acordo com I Reis 22:19-28? Como entender I Samuel 18:10 que fala de um espírito maligno da parte de Deus?”

Inegavelmente nos encontramos diante de declarações que causam dificuldades aos leitores da Palavra de Deus.

Para boa compreensão destas passagens é necessário ter em mente os seguintes fatos:I - Tanto anjos bons quanto maus estão sujeitos ao poder de Deus. O próprio poder de

que Satanás dispõe lhe é permitido por Deus.II - Veracidade destaca-se como atributo divino (Núm. 23:19), enquanto Satanás é o

originador da mentira (João 8:44).III - É difícil, por vezes, transmitir em português o que os escritores bíblicos

expressaram em hebraico e grego, por serem línguas com peculiaridades distintas.Partindo do princípio que a divindade não está imbuída de nenhum espírito maléfico, a

lógica determina que nenhum ente espiritual malfazejo integra a Essência Divina, logo nenhuma personalidade angelical maligna pode emanar de “elohim”, precisamente o termo hebraico ocorrente em I Samuel 18:10.

O que se deve ter em conta nesta investigação teológica é que a expressão, em português, “da parte de” não aparece no original hebraico. O famoso interlinear de Green traz, cautelosamente, a proposição inglesa “from” entre parênteses, querendo com isso denotar que não pertence ao Texto Massorético.

A melhor explicação para I Samuel 18:10 é a que fornece o teólogo A. Neves de Mesquita em sua obra “Estudo nos Livros de Samuel”, quando comenta I Samuel 16:14-23. Ele diz: “Deus manda tanto nos espíritos bons como nos maus. Nada escapa do governo divino, e os demônios são usados para perseguir os que estão desviados. O mundo invisível é muito misterioso para nós que só entendemos as coisas de acordo com a vista. Pode-se entender pelo texto que Deus tanto mandou um espírito mau para Saul, como o permitiu. Tanto vale uma coisa com outra”, diz o teólogo. E ele continua: “Em Jó 1:7, Deus dialoga com Satanás a respeito das atividades deste na Terra. Parece estranho, mas não é. Deus tem sob Seu domínio anjos e demônios, como tem homens, e usa-os no Seu governo providencial, do modo que quer”, finaliza A. Neves de Mesquita.

Há uma particularidade no sistema verbal hebraico que deve ser lembrada. O chamado “hifil” é causativo, mas também é permissivo. É tarefa árdua distinguir nos escritores do Antigo Testamento o que é executado por Deus e por Ele permitido. Essa informação lança luz sobre o endurecimento do coração de Faraó.

O espírito maligno [da parte de] Deus significa por Deus.Um outro abalizado comentário bíblico afirma: “Na linguagem bíblica, muitos atos são

atribuídos a Deus, não com a odéia de que Deus os executa, mas de que em Sua onipotência e onisciência, não os impede.” (Com. Adventista, vol. 4, pág. 647).

A expressão, “o Senhor pôs o espírito mentiroso na boca de todos os profetas”, de I Reis 22:23, é uma adaptação antropomórfica, que traz indestrinsável incógnita. O tal espírito pertencia às hostes do Bem ou do Mal?

Na exegese precedente (I Sam. 18:10) “um espírito mau” pode ser entendido: um anjo bom autorizado ou ordenado à prática de um ato mau. O anjo que sai para ferir mortalmente os primogênitos dos egípcios pertencia às potestades benéficas, comissionado a ceifar vidas humanas, para o cumprimento da justiça de Deus, foi em certo sentido um “anjo mau” da

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parte de Deus. Preliminar e sumariamente, é útil salientar que Deus não necessita de anjos maus para executar seus juízos, para infringir punição aos iníquos. Assim como Satanás se transforma em anjo de luz para o exercício de ações criminosas, e seus ministros se transfiguram em agentes justiceiros, para a consecução de resultados nefastos e nefandos, que embargo se impõe no fato de conjeturarmos e em tese sustentarmos que as falanges celestiais divinas sejam figuradamente denominadas maléficas, se por determinação de Jeová desempenham em dado momento uma missão catastrófica como a morte fulminante dos 185 mil inimigos de Israel acarretada por um só anjo, da parte de Deus (II Reis 19:35).

É útil também mencionarmos aqui o comentário de Adão Clark sobre I Reis 22:23 - “Ele permitiu ou tolerou que um espírito mentiroso influenciasse Seus profetas. É indispensável novamente lembrar ao ouvinte que as Escrituras reiteradamente representam a Deus como o autor daquilo que Ele, no desenrolar de Sua providência, apenas permite ou tolera que ocorra. Nada pode ser feito no Céu, na Terra ou no Inferno, que não seja por Sua atividade imediata ou por Sua permissão.”

Resumo: Muitas vezes anjos bons são solicitados a fazer o mal para a obtenção do bem. Similarmente anjos maus operam o bem para a aquisição do mal, em inumeráveis circunstâncias.

* *10 - O que quer dizer o texto de Salmos 4:4 “Irai-vos e não pequeis...”

também Efésios 4:26 “Irai-vos e não pequeis...” Até onde posso sentir ira sem pecar?

Primeiramente vamos definir o que é Ira: o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa define ira como sendo cólera, raiva, indignação, desejo de vingança.

A palavra ira na Bíblia tem interpretações tão amplas que o Dicionário Teológico do Novo Testamento de Kittel, que é considerado um dos melhores do mundo, dedica 62 páginas ao estudo da palavra ira.

Alguns textos da Bíblia são claros em seus textos para reprimir o sentimento de ira:- Prov. 15:18 “O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apazigua a

luta.”- Prov. 18:19 “Homem de grande ira tem de sofrer o dano.”- Mat. 5:22 “Quem se irar contra o seu irmão estará sujeito a julgamento.”- Efésios 4:31 “Longe de vós toda a amargura, e cólera e ira...”E outros: Gál. 5:20. Ecl. 7:9, Jó 5:2, Sal. 37:8, Prov. 14:17...Como entender este aparente paradoxo, alguns versos bíblicos reprovam o sentimento

de ira, e já outros versos declaram Irai-vos mas não pequeis?A explicação do texto “Irai-vos mas não pequeis” é a seguinte: Segundo o Teólogo

Pedro Apolinário, que tem o Doutorado em Línguas Bíblicas, a interpretação deste verso é a santa ira, ou seja, o ódio bem fundado. Odiar a injustiça, o erro e o pecado, discernir o bem do mal e o certo do errado. É a santa ira, o próprio Jesus nos deu o exemplo, como se vê na sua maneira de falar sobre os fariseus e no seu comportamento no templo conforme relatado em Marcos 3:5 e Mateus 21:12.

Sentir tristeza e dor, pelo mal estar, aparentemente, vencendo o bem, é uma santa ira.Há mais uma colocação que nos ajuda a reforçar esta interpretação. Elena Ouro Branco

escreveu o seguinte a respeito desta santa ira, no livro “O Desejado de Todas as Nações”, pág. 292: “Há uma indignação justificável, mesmo nos seguidores de Cristo. Quando vêem que Deus é desonrado, e Seu serviço exposto ao descrédito; quando vêem o inocente opresso, uma justa indignação agita a alma. Tal ira nascida da sensibilidade moral, não é pecado.”

Devemos entender que por possuirmos sentimentos, é óbvio sentirmos algum tipo de reação ao vermos Deus ou a Bíblia serem ridicularizados ou desprezados. É a ira santa.

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Quer dizer então que se sentirmos ira por vermos o mal sobrepor-se ao bem, podemos reagir com cólera e vingança? Existe algum limite para esta ira santa?

Observe, amigo ouvinte, que os versos bíblicos trazem um complemento: Salmos 4:4 Irai-vos e não pequeis, falai com o vosso coração, sobre a vossa calma, calai-vos.” Note, o verso diz inicialmente para se irar, mas não há margem para reações que venham ofender a quem quer que seja. O texto diz falar com quem? Extravasar para quem? “Falai com o vosso coração”, nos diz o texto, e termina dizendo: “calai-vos”, reforçando ainda mais, que devemos nos manter calmos para impedir atos de ira.

Em Efésios 4:26 “Irai-vos e não pequeis, não se ponha o sol sobre a vossa ira.” Também nos transmite a idéia que o sentimento de ira santa, como já apresentamos, não deve ser conservando em nossa mente. “não se ponha o sol sobre a vossa ira.” ou seja, não ficar guardando rancores.

Podemos interpretar da seguinte maneira: que sentir tristeza ou indignação por vermos injustiças não é pecado. O que é pecado é extravasarmos esta ira, afetando outras pessoas, ou conservarmos este sentimento no coração.

Devemos salientar aqui, que a justiça e o juízo pertencem a Deus. É Deus e somente Deus, que vai retribuir a cada um, segundo a sua obra. Cabe a Deus o castigo e não a qualquer outro cristão. Portanto, ao termos o sentimento de ira, devemos nos acalmar sabendo que o mundo de pecado, terá um dia o seu castigo, e que Deus agirá com uma justiça precisa e certa, para todos de todas as épocas.

Ciente disto ou não, muitas pessoas sofrem pelo sentimento de ira. O filósofo Irwin Edman declarou “Consumimos na raiva a energia que poderia ser utilizada para melhorar as circunstâncias que provocam nossa cólera.” O sentimento de ira, cólera, vingança, traz conseqüências desagradáveis: o sol brilha mas não para nós, escutamos a música mas não ouvimos com o coração, algemados por este sentimento, não conseguimos nas alegrar nem com a felicidade alheia. A ira influencia a nossa vida, que parece envenenar o nosso sangue. O Psicólogo Dr. José Carlos Ebling, afirma que as pessoas ressentidas, sofrem de dor de cabeça, má digestão, insônia e fadiga. As pesquisas revelam que estas pessoas são hospitalizadas com mais freqüência do que as pessoas que tem uma melhor disposição de espírito. Como o ódio e o rancor destroem, o amor e a compaixão fortalecem. Diz H. E. Fosdick “A boa vontade, mesmo para com os ingratos e inimigos, constitui elemento indispensável de saúde emocional.”

Quando você por acaso, sentir o rancor chegar ao seu coração, siga estes conselhos:I - Investigue a origem do ressentimento. lembre-se que você também não é perfeito, e

deve entender as falhas dos outros.II - Após identificar a causa do ressentimento, esqueça-o. Perdoe.III - Livre-se do que possa lhe causar ressentimentos. Tenha sonhos e lute por eles

com entusiasmo.IV - A melhor maneira de esquecermos de nós mesmos, é ajudando aos outros. O Dr.

Pitirim Sorokim, fez estudos exaustivos nesta área, e concluiu que tratar aos outros com boa vontade e sincera cortesia, provoca de 65 a 90% dos casos, uma reação igualmente amistosa.

V - Quando você sentir a chegada do sentimento de ira, proponha-se a ir a sós e orar com Deus. Comentando sobre a atitude de Cristo, Pedro escreveu: “quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças; mas entregava-se Aquele que julga retamente.” I Pedro 2:23. Conte para Deus. Entregue os seus problemas para Ele. Confie Nele. Deixe que Ele resolva na hora oportuna as injustiças. Siga o exemplo Dele, e sua vida será uma bênção como foi a vida Dele.

*

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11 - Criança, Velho e Maldição na Nova Terra? Qual o significado de Isaías 65:20?

Deve-se ter em mente que boa parte das profecias do Velho Testamento é de duplo cumprimento: um local e outro futuro. Um refere-se ao Israel literal, outro ao Israel espiritual.

Isaías descreve, nos versículos 17 a 25, novos céus e nova terra que Deus Se proporia instaurar de Israel atendesse às mensagens dos profetas e cumprisse o propósito divino, após o livramento do cativeiro. Isto, no entanto, não aconteceu. Ao contrário, Israel falhou.

Em Israel não se cumpriram as condições da nova terra. Temos, então, de buscar a aplicação secundária. É fácil concluir que esses versículos apontam para novos céus e a Terra Restaurada a serem estabelecidos no fim do milênio.

Citemos Isaías 65:20, como está na Edição Revista e Atualizada no Brasil: “Não haverá mais nela [na Nova Terra] criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado.”

Interpretando a passagem primeiramente em relação a Israel literal, nota-se pelas expressões “não haverá criança para viver poucos dias”, que Deus prometia acabar com a mortalidade infantil. Não haveria mortes prematuras. Os anciãos não morreriam antes de haver vivido todo o período designado por Deus.

Da mesma forma, os jovens não morreriam antes de ter vivido o tempo determinado pelo Senhor - um período fixado em cem anos. Tal seria a situação de Israel, caso obedecesse à vontade divina.

Em vista do fracasso de Israel, e como Deus está agora realizando os Seus propósitos por meio da igreja cristã, essa passagem do livro do profeta Isaías não se cumprirá com aqueles pormenores. O Novo Testamento esclarece bem este ponto.

Nos céus e na Nova Terra a serem instaurados no fim do milênio, não haverá morte de modo algum, como se lê em Apocalipse 21:1-4. Tampouco maldição alguma. Em nenhuma idade. O sentido foi ampliado para o infinito.

Conforme as Escrituras, O Evangelho do Reino será proclamado a todo o mundo, Jesus virá, destruirá os ímpios, mas levará os santos para o céu. Mil anos mais tarde, Ele voltará, ressuscitará os ímpios, executará o castigo final, RECRIARÁ A TERRA e a entregará aos santos glorificados, para tornar-se a habitação deles por toda a eternidade.

Desta maneira, quando uma passagem da Bíblia é comparada com outras passagens correlatas, e os planos e propósitos de Deus são interpretados primeiramente com referência a Israel literal, e depois com referência à igreja cristã (Israel espiritual), verifica-se que existe perfeita harmonia entre os diversos textos que descrevem acontecimentos futuros e assuntos paralelos.

Esquematizando, para melhor ilustrar, temos o seguinte quadro comparativo:PROMESSAS PARA ISRAELIsaías 65:20

I - Novos céus e nova terra (melhores condições climáticas e ecológicas);II - Generoso limite para a vida humana:a - Não morreriam criancinhas. Jovens e anciãos completariam seus dias limitados a

100 anos;b - Para o pecador, a maldição o atingiria aos 100 anos. Quando morresse, estaria

selada sua punição.NOTA - Israel falhou, e as promessas não foram concretizadas.

PROMESSAS PARA OS CRISTÃOS

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Apoc. 21:4; 22:3I - Novos céus e Nova Terra (condições paradisíacas);II - Nenhum limite para a vida:a - Não existirá marte para ninguém (crianças ou velhos);b - Não haverá mais qualquer maldição.NOTA - Os fiéis não falharão, e habitarão na Nova Terra.

O MilênioO milênio é o período final da grande demanda de tempo, divino - um grande sábado

de repouso para a Terra e para o povo de Deus.Vem em seguida à terminação da era evangélica, e precede o estabelecimento do

eterno reino de Deus na Terra.Compreende o que na Escritura é freqüentemente chamado “o dia do Senhor”.É assinalado e, cada extremidade por uma ressurreição.Seu começo é assinalado pelo derramamento das sete últimas pragas, a segunda vinda

de Cristo, a ressurreição dos mortos, a prisão de Satanás, e a transladação dos santos para o Céu; e sua terminação, pela descida da Nova Jerusalém, com Cristo e os santos, do Céu, a ressurreição dos ímpios mortos, a soltura de Satanás, e a destruição final dos ímpios.

Durante os mil anos a Terra jaz desolada; Satanás e seus anjos aqui permanecem; e os santos, com Cristo, empenham-se no julgamento dos ímpios, que é preparatório da retribuição final.

Os ímpios mortos são então ressuscitados; Satanás é solto por um pouco tempo, e juntamente com a hoste de ímpios cercam o arraial dos santos e a santa cidade, quando então desce fogo do céu, vindo de Deus, e os devora a todos. A Terra é purificada pelo mesmo fogo que destrói os ímpios, e torna-se a morada eterna dos santos.

A terminação do milênio assinalará o início da nova ordem na Terra.A - Que texto apresenta positivamente o milênio?“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar ... e viveram

com Cristo durante mil anos.” Apoc. 20:4.B - A quem julgarão os santos, no dizer de São Paulo?“Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos, e

não perante os santos? Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? ... Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?” I Cor. 6:1-3.

Destas passagens da Escritura depreende-se claramente que os santos de todos os tempos cooperarão com Cristo na obra do “juízo” durante o milênio.

C - Sobre que profecia baseou São Paulo sua declaração?“Eu olhava, e eis que esta ponta fazia guerra contra os santos, e os vencia. Até que veio

o ancião de dias, e foi dado o juízo aos santos do Altíssimo.” Dan. 7:21 e 22.D - Quantas ressurreições haverá?“Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos

sepulcros ouvirão a Sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação.” São João 5:28 e 29.

E - Que classe somente participa da primeira ressurreição?“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes

não tem poder a segunda morte.” Apoc. 20:6.F - Quando Cristo vier, que fará Ele com os santos?“Virei outra vez e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós

também.” São João 14:3.Noutras palavras, Cristo os levará para o Céu, para ali viverem e reinarem com Ele

durante mil anos.G - Onde, em visão, viu João os santos?

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“Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos e com palmas nas suas mãos.” Apoc. 7:9.

Este texto mostra claramente que os justos são todos levados para o Céu logo após a primeira ressurreição. Isto está de acordo com as palavras de Cristo, em São João 14:1-3, onde diz: “Vou preparar-vos lugar. E, se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também.” Pedro quis acompanhar a Jesus àquelas menções, mas Jesus lhe respondeu: “Para onde Eu vou não podes agora seguir-Me, mas depois Me seguirás.” São João 13:36. isto esclarece que quando Cristo voltar à Terra para receber o Seu povo, Ele os levará para a casa de Seu Pai, no Céu.

H - Que acontecerá aos ímpios vivos quando Cristo vier?“E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem.

Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló; ... no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do Céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem Se há de manifestar.” São Luc. 17:26-30.

I - Que diz a esse respeito o apóstolo São Paulo?“Pois que, quando disserem: Há paz e segurança; então lhes sobrevirá repentina

destruição, ... e de modo nenhum escaparão.” I Tess. 5:3.Quando Cristo vier, os justos serão libertados e levados para o Céu, e todos os ímpios

vivos serão subitamente destruídos, como o foram por ocasião do dilúvio. Para mais prova, ver II Tess. 1:7-9; Apoc. 6:14-17; 19:11-21; Jer. 25:30-33. Não haverá ressurreição geral dos ímpios senão ao fim do milênio. Isso deixará a Terra desolada e sem um habitante humano durante esse período.

J - Que descrição faz o profeta Jeremias da Terra durante esse tempo?“Observei a Terra, e eis que estava assolada e vazia; e os céus, e não tinham a sua luz.

Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam. Observei e vi que homem nenhum havia e que todas as aves do céu tinham fugido. Vi também que a terra fértil era um deserto, e que todas as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor da Sua ira.” Jer. 4:23-26.

Por ocasião da vinda de Cristo, a Terra estará reduzida a um estado caótico - a um montão de ruínas. O céu terá desaparecido como um rolo que é enrolado; as montanhas estarão removidas de seus lugares; e a Terra ficará em estado de escuridão, terror, desolação e deserto. Ver Isa. 24:1 e 2; Apoc. 6: 14-17.

K - Que diz Isaías acontecerá aos ímpios nessa ocasião?“E será que naquele dia o Senhor visitará os exércitos do alto na altura, e os reis da

Terra sobre a Terra. E serão amontoados como presos numa masmorra, e serão encerrados num cárcere; e serão visitados depois de muitos dias.” Isa. 24:21 e 22.

L - Por quanto tempo ficará Satanás preso na Terra?“E vi descer do Céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na

mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, e Satanás, e amarrou-o por mil anos, e lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem.” Apoc. 20:1-3.

O termo abismo, Gên. 1:1, aqui empregado, aplica-se à Terra em seu estado desolado, deserto, caótico, escuro e desabitado. Neste estado permanecerá ela durante mil anos. Esta será a tenebrosa prisão de Satanás durante esse período. Aqui, por entre as ossadas dos ímpios mortos, e que sofreram a morte por ocasião da segunda vinda de Cristo; as cidades destruídas, e os destroços e ruínas de toda pompa e poder deste mundo, Satanás terá oportunidade de refletir nos resultados de sua rebelião contra Deus. Mas a profecia de Isaías diz: “Serão visitados depois de muitos dias.”

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M - Os juntos mortos serão ressuscitados por ocasião da segunda de Cristo. Quando serão ressuscitados os outros mortos - os ímpios?

“Os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram.” Apoc. 20:5.Deduz-se daí que o começo e o fim do milênio são marcados por duas ressurreições.O termo milênio, que significa mil anos, compreende o tempo em que Satanás estará

acorrentado e os homens ímpios e anjos maus deverão ser julgados. Este período é limitado por dois acontecimentos diferentes. Seu começo é marcado pela terminação da graça, o derramamento das sete últimas pragas, a segunda vinda de Cristo, e a ressurreição dos justos mortos. Termina com a ressurreição dos ímpios e sua final destruição no lago de fogo.

*

12 - Como podia a luz ter sido produzida no PRIMEIRO DIA, e o Sol, base do dia, só foi criado no quarto dia?

Há duas explicações para o fato. A palavra hebraica original para designar “luz” nesse texto é “or” e significa não apenas luz, mas também fogo. Por exemplo, em Isaías 31:9, “o Senhor cujo fogo (or) está em Sião ...” Lemos também em Ezequiel 5:2 “A terça parte queimarás no fogo (or) ...” A mesma palavra é traduzida por “sol” em Jó 31:26. E também o verbo aquecer empregado em Isaías 44:16 deriva de “or” (esh), e dá a idéia de que Deus difundiu matéria calorórica, ou calor latente em todas as partes da Natureza, mesmo que não houvesse vegetação ou vida animal. É o que a ciência denomina de “luz cósmica”. Comentando este assunto, conclui Adão Clarke: “Que existe luz latente, que é provavelmente o mesmo que calor latente, pode-se demonstrar facilmente: tome dois pedaços de cristal de rocha, ágate, cornélio, pusiflex, e esfregue-os vivamente no escuro, e a luz latente ou matéria calorórica será imediatamente produzida, tornando-se visível. A luz ou calor desprendido dessa maneira não é produzida da mesma forma poderosa como o calor ou fogo que se obtém golpeando o sílex com aço, ou o que é produzido por fricção elétrica”.

A “luz” que se fez ao mundo divino era, provavelmente, a “luz cósmica” que permeava a Natureza em fase de criação. O Nosso Comentário, em inglês, assim considera a questão:

“Haja luz. Sem luz não podia haver vida; e quando o Criador começou a obra de trazer à ordem o caos e introduzir várias formas de plantas e de vida animal sobre a Terra, era essencial que houvesse luz. A luz é a forma visível de energia, que pela sua ação sobre as plantas, transforma elementos inorgânicos e forma alimentos tanto para o homem como para os animais e controla muitos outros processos necessários à vida”.

“A luz sempre foi um símbolo da presença divina. “Deus é Luz”” (I S. João 1:5).Portanto a luz criada no primeiro dia seria então a luz cósmica, portanto o Sol só surgiu

no quarto dia.“O texto hebraico em Gên. 1:3 diz: Ye hi or (haja luz). A palavra “or” não se refere aos

corpos celestes mas ao fenômeno físico chamado luz, e a fonte desta luz não nos é revelado aqui. Daí porque é lógico supor que todo o nosso sistema solar fosse formado já no primeiro dia. Nessa ocasião, o Sol achava-se presente, mas sua luz aparecia em forma difusa através das pesadas nuvens que, sem dúvida envolviam a Terra (...) Os últimos três dias da semana da criação são claramente controlados pelo Sol, cujo disco apareceu visivelmente no quarto dia, e os dias são descritos nos mesmos termos usados para limitar os primeiros três. Isto constitui forte argumento de que os seis primeiros dias foram iguais em extensão e em natureza, ou sejam, dias normais de vinte e quatro horas”. No mesmo livro pág. 211, lemos: “Durante os três primeiros dias a luz estivera sobre a Terra, mas apenas de modo débil, difuso, filtrando-se através do teto de nuvens pesadas e contínuas”.

*

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13 - Diz-se haver Jesus morrido na sexta-feira. Então como explicar que Jesus disse que “passaria três dias e três noites no seio da terra, tal como Jonas”?

Jesus referiu-se claramente em diversos momentos ao mesmo período - o intervalo entre sua morte e ressurreição - como “em três dias”, “ao terceiro dia”. Quando cita Jonas (cap. 1:17), em Mateus 12:40, emprega a frase “três dias e três noites”. A menos que se queira acusar a Jesus de contradizer-se, deve-se aceitar que as diversas frases referem-se a um mesmo período. Ainda os sacerdotes e fariseus que disseram que Jesus havia predito Sua ressurreição “depois de três dias”, pediram a Pilatos que se guardasse a tumba “até o terceiro dia” (não até depois do terceiro dia). Evidentemente entenderam que as duas frases significavam a mesma coisa.

A pergunta (quanto ao tempo que Jesus permaneceu na sepultura) surgiu de uma incompreensão moderna do chamado “cômputo inclusivo”, método comum na Antigüidade, segundo o qual se contava tanto o dia (ou ano ou mês) no qual começava um período, quanto o dia em que terminava, não importando quanto pequena fosse a fração desse dia (ou ano ou mês) inicial ou final.

O exemplo clássico desse método de computar é o período que começa no quarto ano de Ezequias e o sétimo ano de Oséias, e que termina no sexto ano de Ezequias e o nono ano de Oséias. Hoje diríamos que se tratava de um período de dois anos, pois restam 4 de 6 no reinado de Ezequias, ou 7 de nove no reinado de Oséias. mas a Bíblia descreve a terminação desse período dizendo “ao cabo de três anos” (II Reis 18:9-10). É evidente que se contava o ano 4º, 5º e 6º (do reinado de Ezequias),ou seja, 3 anos, segundo o CÔMPUTO INCLUSIVO.

A Bíblia dá vários períodos de “três dias” que concluíram DURANTE o terceiro dia, e NÃO DEPOIS do terceiro dia, e que portanto não eram períodos de três dias completos de 24 horas (Gênesis 42:17-29; conferir I Reis 12:5, 12 com II Crônicas 10:5 e 12).

Há exemplos deste “cômpulo inclusivo”, não só entre os judeus, mas também entre outros povos da Antigüidade. Esse sistema era comum no Egito, Grécia e Roma, e ainda é usado hoje no Extremo Oriente. Em alguns países do Oriente se computa a idade dando à pessoa um ano mais do que se dá no Ocidente. Assim um coreano que diz ter 25 anos tem somente 24 segundo a contagem ocidental. Segundo o cômputo chinês, um menino que nasce na última parte do ano tem dois anos no ano seguinte, pois está vivendo o segundo ano de sua vida, conforme o calendário; e no começo do ano seguinte completará três anos de vida mesmo que só um desses anos seja um ano completado.

Como o costume de empregar o cômputo inclusivo está bem comprovado por seu uso entre os hebreus, em outras nações antigas no Oriente até nos tempos modernos, parece pouco razoável entender as palavras de Jesus quanto ao período de três dias segundo o uso de nosso método matemático moderno ocidental. Os ouvintes de Jesus contaram os “três dias”, segundo o seu costume, em forma sucessiva:

I - O dia da crucificação;II - O dia depois desse acontecimento;III - O “terceiro dia” depois do dito acontecimento (segundo o cômputo moderno seria

apenas o segundo dia).Podemos ainda perguntar em que dia se cumpriu essa profecia de Jesus acerca dos

“três dias”. A resposta é: que se cumpriu no “primeiro dia da semana” (Marcos 16:9; Mateus 28:1). Nas últimas horas desse “mesmo dia” (Lucas 24:1 e 13), dois discípulos se encontraram com Jesus no caminho de Emaús, e ao falar da crucificação de seu Mestre e do seu profundo desapontamento, afirmaram: “É já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam” (Lucas 24:21). Quando Jesus apareceu aos doze no cenáculo, disse-lhes: “Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia”

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(Lucas 24:26). O mesmo disse Paulo, mais tarde: “Ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (I Cor. 15:4). É evidente que o domingo corresponde ao “terceiro dia”.

Se o domingo é o “terceiro dia”, qual foi então o dia da crucificação? Evidentemente a sexta-feira anterior, o dia da preparação. Isso concorda exatamente com a afirmação de Lucas de que as mulheres saíram sem terminar o processo do embalsamento no dia da preparação porque se aproximava o sábado, “e no sábado descansaram, segundo o mandamento”, antes de regressarem à tumba “no primeiro dia da semana” (Lucas 23:54 a 24:1). Não esperaram vários dias, como imaginam os que afirmam que Jesus morreu na quarta-feira e consideram que o sábado aqui mencionado era mais um dia de festa ou de repouso cerimonial. E tem mais um detalhe, a frase: “grande o dia daquele sábado” tem feito muitos pensarem que naquele ano o dia de festa coincidiu com o sábado semanal (veja João 19:31).

* *

14 - Quando o Diabo levou a Jesus a cidade santa, ao pináculo do templo, que lugar era este, que podia ver todo o mundo? Como ele levou a Jesus, onde estavam os anjos?

Estudar as tentações de Jesus, no que foi tentado, como foi tentado e como ele venceu é um maravilhoso tema, do qual aprendemos muitos segredos preciosos para vencer o inimigo.

A Bíblia registra as tentações que Jesus enfrentou e venceu, nos evangelhos de Mateus 4:1-11, Marcos 1:12 e 13 e Lucas 4:1-13.

Quando Jesus foi levado ao deserto para ser tentado, foi levado pelo Espírito de Deus. Não convidou a tentação, Ele foi ao deserto para estar sozinho, a fim de considerar sua missão e obra. Por jejum e oração se devia fortalecer para a sangrenta vereda que lhe cumpria trilhar. Mas Satanás sabia que Jesus fora ao deserto, e julgou ser essa a melhor ocasião para se aproximar e tentá-lo, pois presumia-se que estaria fraco sendo um alvo mais fácil para ceder a tentação. Foi a vontade de Deus que aconteceu este episódio, não para ver se Jesus cairia em tentação ou não, mas para demonstrar sua vitória sobre o tentador.

As três tentações tiveram apelos, ao aspecto físico, mental e espiritual, confira:Vamos analisar a primeira tentação: Mat. 4:3 e 4“Se tu és o filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Respondeu

Jesus: Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.”Quando o inimigo disse “Se tu és ...” Já se pode perceber que era o tentador.A tentação de transformar as pedras em pães, era um apelo físico, ao apetite, como foi

com Adão e Eva, de comer do fruto proibido. Satanás lançou esta tentação não pelo fato do apetite alimentar somente, mas sim esperando, que Jesus usasse uma única vez sua divindade em favor de si próprio.

Se o Filho de Deus cedesse a esta tentação, o inimigo teria um poderoso argumento para desanimar os homens, ele poderia dizer, veja como Jesus venceu as dificuldades, ele era Deus, qualquer dificuldade ele fazia um milagre para ele e pronto. Ele era Deus e fazia o que quisesse, você homem ou mulher não é Deus, por isto não consegue ser um cristão correto.

Mas Jesus, que era Deus revestido de Homem, venceu a tentação como homem. Ele disse “Está Escrito ...” Era um profundo conhecedor das Sagradas Escrituras, o que o

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habilitou, a como homem, vencer a tentação. Segredo para vencer este tipo de tentação: Negar-se a si mesmo e confiar em Jesus.

A segunda tentação: Mat. 4:5-7Então o diabo o levou a cidade santa e o colocou sobre o pináculo do templo e lhe

disse: “Se tu és o filho de Deus, lança-te daqui para baixo. Pois está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito e eles te tomarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra. Respondeu Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.”

Quando o texto diz “ o levou a cidade santa”, entende-se que ele foi levado a cidade de Jerusalém, e o pináculo do templo, entende-se que era uma das alas mais altas do templo de Herodes. Deus permitiu que ele fosse levado, para que em tudo fosse tentado.

Esta segunda tentação vem apelar ao aspecto mental, a vontade de conseguir, a presunção. Impressionar as multidões com a queda e o livramento divino, era a intenção do tentador. Mostrar quantos poderes Jesus como Deus, tinha a sua disposição. Mais uma vez ele é tentado a usar o poder divino a seu próprio favor. Deus evitaria qualquer desastre. Um homem por exemplo, poderia colocar a mão no fogo e queixar-se que Deus não evitou que o fogo o queimasse. A fé reivindica as promessas de Deus, já presunção as reconhece mas tende a usá-las como pretexto para a transgressão. Adão e Eva, também passaram por isto, pois o fruto era agradável aos olhos, induzindo a presunção, liberdade de uma eterna restrição. Segredo para vencer este tipo de tentação: Vigiar com muita atenção os sentidos que levam as coisas ao nosso cérebro: aquilo que vemos, ouvimos, comemos, etc.

A terceira tentação do deserto, que não foi a última, pois Jesus teve muitas outras tentações em seu ministério entre os homens, o próprio Getsêmani foi uma dura provação para Cristo, vencer pelo sofrimento e pela cruz ..., mas a terceira tentação do deserto, apelou ao aspecto espiritual, de adoração. Cap. 4:8-10

“Levou-o novamente o diabo a um monte muito alto, e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e seu esplendor. E lhe disse: Tudo isto te darei se prostado, me adorares. Então Jesus lhe disse: Vai-te Satanás! Pois está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.”

O fato de Satanás levá-lo para este lugar alto, mostra que foi permitido que Jesus fosse tentado em tudo, com está escrito em Hebreus 2:17 e 18 “Convinha que em todas as cousas se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso ... Pois aquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.”

Não significa que os anjos ou Deus o abandonaram por completo, mas sim, que foi permitido que como homem, Jesus fosse tentado em tudo.

O inimigo mudou Jesus de lugar, mostrou todos os reinos deste mundo e seu esplendor, numa visão especial, para que num curto espaço de tempo, ele fosse alvo dos mais sutis e completos ataques do inimigo, por isto pode se dizer que em tudo foi tentado, mas sem pecado. Que lugar alto era este, ninguém pode precisar, mas o fato é que, Ele pôde ter uma visão de todos os reinos do mundo.

Não era nenhum dos outros anjos caídos que tentava a Jesus, era o próprio Satanás. Aqui nesta terceira tentação ele se revela por completo.

Nesta tentação, Satanás queria mostrar que por este modo, “se prostado me adorares.” Jesus poderia evitar a cruz, e conquistar então o reino do mundo de outra forma, que agradaria mais aos judeus.

A essência desta terceira tentação, era o aumento da estima própria e prestígio, sujeição da alma por amor as vantagens do mundo. Lembre-se, que no Éden a tentação do casal, diz que o fruto era desejável para dar entendimento. A satisfação material, obter as coisas deixando de lado a Deus, este é o cerne desta terceira tentação. O segredo para vencer este tipo de tentação, é buscar primeiramente o Reino de Deus e sua justiça.

Resumindo, a primeira tentação teve que ver com o apetite, a segunda com a presunção e a terceira com o amor ao mundo.

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Nunca um homem terá tão fortes tentações como teve Jesus. Pois ele foi em tudo tentado. E a maneira de vencê-las ficou para seguirmos o exemplo: Cristo resistiu usando as Escrituras. Não usou nenhum poder divino, ou outros argumentos divinos, Ele apenas usou as Escrituras. Se as Escrituras forem bem estudadas e seguidas, o cristão terá o que precisa para vencer as tentações do inimigo. Após vencer as tentações, diz a Bíblia, que o inimigo se retirou, e então os anjos de Deus vieram e o serviram.

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15 - Ao compararmos Mateus 5:19 “Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será declarado o menor no reino dos céus...” com o texto de Mateus 11:11 “Em verdade vos digo, que entre os filhos de mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no reino dos céus é maior do que ele.” Como entender estes versos? O que significa ser o menor no reino dos céus?

Vamos começar pela segunda parte com João Batista. O que significa o texto de que “Não surgiu outro maior do que João Batista ... e o menor no reino dos céus é maior do que ele.” de Mateus 11:11. Logicamente, não tem nada a ver com a estatura.

O que significa que não surgiu outro maior do que João Batista?Entre os profetas e mensageiros do Velho Testamento, ninguém teve o privilégio que

teve João Batista, que foi o fato de ser o profeta que precedeu a chegada de Jesus. Todos os outros profetas do V.T. anunciaram a vinda do Messias, mas nem um deles conseguiu ver o cumprimento de sua predição, nem a sua geração. Imagine o que significa pregar a vida inteira um acontecimento, e morrer sem vê-lo acontecer de fato? Pois foi mais ou menos isto que aconteceu com os outros profetas, e João Batista teve o privilégio de presenciar o Messias, o Cristo em seu Batismo, cumprindo assim as profecias de todos os profetas que anunciavam a chegada do Messias.

O profeta Isaías, no cap. 40 verso 3, relata: “Voz do que clama no deserto, preparai o caminho do Senhor.” e João Batista cumpriu a risca sua missão de preparar para a chegada de Jesus, quando ele mesmo disse: “Arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus, porque este é o anunciado pelo próprio profeta Isaías”, que disse: “Voz do que clama no deserto, preparai o caminho do Senhor e endireitai as veredas.”

Após o profeta Malaquias, o último do V.T., houve um silêncio profético de 400 anos. E João Batista, então entra em cena preparando as pessoas para a chegada de Jesus.

Isto mostra o privilégio que João Batista teve, de pregar o maior acontecimento da história e ver o seu cumprimento, ou seja, a chegada do tão esperado Messias.

Até aquele momento, João Batista fora o homem mais privilegiado entre todos os profetas. Por esta razão, não apareceu alguém maior que João Batista.

Agora vamos tentar entender a outra parte do verso que diz “... o menor no reino dos céus é maior do que ele.”

Note, que Jesus dizia: “É chegado a vós, o reino de Deus.” De certa forma, onde Jesus estava, já era o reino dos céus, ou o reino de Deus. Confira nas passagens de Lucas 10:9, Mateus 12:28, a presença de Jesus, era o já a chegada do reino de Deus. Imagine amigo ouvinte, Jesus andar por cima das águas ... acalmar uma tempestade ... curar leprosos ... ressuscitar mortos ... alimentar mais de 5 mil pessoas com apenas 5 pães e dois peixes ... tudo isto, mostrava a presença viva do reino dos céus. Então fica fácil entendermos quando

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Jesus falou “... o menor no reino dos céus é maior do que ele.” porque João Batista não teve a oportunidade de ver e presenciar o ministério das curas e milagres que Jesus operou. Enquanto João Batista estava preso, os seus discípulos viram e contaram para ele que Jesus curava os enfermos, e fazia outros milagres. Imagine amigo ouvinte, o que João Batista não daria para naquele momento em que estava preso, ser o mais humilde mendigo, só para ver Jesus realizando estes sinais? Pregou durante toda a sua vida a vinda do Messias, a chegada do reino dos céus, e presenciar somente o batismo de Jesus, sem ver este fantástico ministério, a chegada do reino dos céus para as pessoas de sua época? Portanto, João Batista foi o menor de todos, pois ele quem mais pregou, mais anunciou, mais esperou, mais preparou, e não presenciou os milagres e o ministério de Jesus.

Foi o maior de todos, por ser o mensageiro que presenciou a chegada do Messias, mas foi o menor de todos, porque preso e logo decapitado, não pôde presenciar o ministério de Jesus, a chegada do Reino de Deus. Não tem nada haver com uma distinção no novo céu e na nova terra, de João Batista ser menor ou maior que outros no céu. Imagine, João Batista, que preparou a vinda de Jesus, anunciou, pregou, batizou a Jesus, foi um mártir, e ele ser o menor nos céus, seria possível aceitar isto?

Esclarecida a parte de João Batista, vamos agora para Mateus 5:19 que diz: “Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será declarado o menor no reino dos céus, aquele porem que os cumprir e ensinar, será chamado grande no reino dos céus.”

Mais uma vez, um texto que parece mostrar que no céu haverá pelo menos duas classes de pessoas, os menores que não cumpriram todos os mandamentos e ainda ensinaram a outros, e os maiores que cumpriram as leis de Deus. Esta interpretação não é correta por um motivo muito simples, o texto diz “será chamado o menor ou grande” e isto não quer dizer que ele estará no céu entre os grandes ou entre os menores. Seria como chamarmos os mendigos de simples e os ricos de abastados, isto quer dizer que estamos classificando dois tipos de pessoas diferentes, mas não estamos afirmando que as duas classes sociais estão morando na mesma casa. Assim como, não podemos conceber a idéia de que o chamado menor estará no céu com o chamado maior.

Para ser mais claro, vamos ao original grego. O texto “será o menor no reino dos céus” a palavra “menor” no texto, vem do grego “elásswn” (elásson) que significa o menor em qualidade, o mais baixo grau, o mínimo. Esta mesma palavra aparece em Hebreus 7:7, com este mesmo sentido. Insto indica dentro do contexto, que “qualquer que violar um destes pequenos mandamentos, e assim ensinar aos homens, será avaliado, ou tido como o menor dentre os homens, será julgado por Deus, como o inferior de todos; e aquele que cumprir e ensinar, será avaliado, anotado como grande na avaliação de Deus.

Ora de o menor de todos significa o inferior, é fácil deduzir que este não estará no reino eterno de Deus, mesmo porque a Bíblia é clara em demonstrar isto, confira: I João 2:6 está escrito: “Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.” E agora veja S. João 15:10 onde Jesus declara: “se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço em seu amor.”

Mateus 7:21 “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” Note, nem todo o que diz, mas o que faz. Faz o que? A vontade de Deus, e qual é a vontade de Deus, será que Deus deseja que vivíamos deliberadamente conforme o nosso gosto, a nossa vontade, fazer o que quiser?

São João 14:15 Jesus diz: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos.” Neste momento da resposta, lembro de uma ilustração importante. O coqueiro produz o fruto não para ser coqueiro, mas porque é um coqueiro. O cristão deve seguir os mandamentos de Deus não para ser salvo, mas porque já é salvo.

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A ouvinte ainda pergunta: Tem alguém que consegue guardar todos os mandamentos? O que adianta então? Responderei com uma ilustração.

Um filho de 17 anos, pede o carro emprestado de seu pai que é delegado. Sem carta, ele ouve a recomendação “não passe dos 80, siga as leis de trânsito ...” O jovem não tá nem aí com as regras, ultrapassa a velocidade, bate o carro, é multado, o carro é apreendido ... e pensa que nunca mais o pai vai emprestar o carro. Mas depois de o pai pagar todas as suas dívidas, consertar o carro, ele ainda permite que seu filho ande com o veículo novamente. Será que o filho, movido pelo amor do seu pai, vai querer ultrapassar a velocidade e viver desrespeitando as leis novamente? É certo que não. Ele seguramente será mais cuidadoso. Poderá não ser perfeito, mas ele cuidará o máximo para conduzir-se sempre dentro das leis. E se errar novamente, ele não errará com a intenção proposital de errar, mas ele rapidamente confessará o seu erro, pedirá desculpas, fará todo o possível, para nunca mais errar no mesmo lugar e da mesma forma, porque ele ama ao Seu Pai, que é amoroso e bom para ele.

Amigo ouvinte, muitos outros textos existem para clarear e confirmar o Amor de Cristo por nós, que nos constrange a seguí-lo, e cientes disto observamos os seus mandamentos como prova de amor, e não como requisito para ir para o céu, não temos espaço para declinarmos tudo sobre a importância dos mandamentos de Deus porque não foi esta a pergunta. mas tenha certeza, de que o texto da pergunta de Mateus 5:19 é certo e claro, que quem violar um dos mandamentos e ainda ensinar aos homens, será avaliado como mais inferior de todos os seres humanos, e quem os cumprir, isto é seguir, e ainda ensinar aos outros, será tido como grande homem aos olhos de Deus.

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16 - Qual é o pecado contra o Espírito Santo que a Bíblia diz ser o pecado imperdoável? “Portanto Eu vos digo: Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada aos homens.” S. Mat. 12:31

Como instrução, vamos recapitular rapidamente o que é o Espírito Santo e o que faz: É a terceira pessoa da Trindade: Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Mat. 28:19, Mt. 3:16 Jesus disse aos seus discípulos, quando voltava para os céus: que enviaria o Consolador, o Espírito Santo; conforme S. João 14:16.

Qual é a missão ou função do Espírito Santo?Podemos afirmar que são duas as funções básicas do Espírito Santo:A - A primeira é convencer o pecador de seus pecados e da sua triste condição. São

João 16:8 relata: “E quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.”

O Espírito Santo de Deus, está atuando entre os pecadores, ladrões, prostitutas, assassinos, mentirosos, orgulhosos, no sentido de que em algum momento, eles reconheçam sua situação deplorável. Este momento pode ser ao ouvir uma música, ou uma mensagem, ou ao presenciar alguma cena, enfim, Deus têm mais de mil maneiras para alcançar o homem pecador para salvá-lo. Esta é a primeira função do Espírito Santo, convencer o homem de seus pecados, de sua triste situação e da necessidade de um Salvador.

B - A segunda função do Espírito Santo é capacitar o crente a seguir os passos de Jesus. Após estar convencido do pecado, o homem tem vontade de viver uma vida mais santa, e sozinho não consegue, então o Espírito Santo capacita o homem a ter uma vida mais digna e mais santa. Ele concede dons diversos, conforme I Cor. capítulo 12, e as conseqüências de sua presença em nossa vida traz os frutos do Espírito, que é a paz, o amor, a fé, a mansidão, a temperança, etc. conforme escrito em Gálatas 5:22 e 23. E São João 14:26 relata: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, Esse vos

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ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto dito.” e o cap. 16:33 relata: “... ele vos guiará em toda a verdade ... e vos anunciará o que há de vir.”

Eu pergunto a você leitor (ouvinte): Você não gostaria de ter paz, amor, ser mais manso, saber mais sobre as coisas que acontecem e o que ainda está para acontecer? Gostaria você de ter mais força para vencer alguns maus hábitos que há tempo não consegue deixá-los? Pois bem, tudo isto, o Espírito Santo pode fazer por você. Assim, a Bíblia, a palavra de Deus descreve, e eu creio piamente que o Espírito Santo faz isto, e muito mais ...

Teria você coragem de rejeitar tamanho benefício, que está, gratuitamente, ao seu dispor? Muitos outros benefícios o Espírito Santo concede ao ser humano, mas não é esta a resposta que o ouvinte quer saber, mas sim, qual é o pecado imperdoável contra o Espírito Santo.

O que é pecado?

A Bíblia diz que pecado é o ato de transgredir a Lei; conforme escrito em I João 3:4. E qual seria então o pecado imperdoável?

Primeiro veremos o que não é o pecado imperdoável:A - Homicídio ou adultério é pecado, mas não é o pecado imperdoável; um exemplo é

Davi, que cometeu estes pecados, mas confessou e foi perdoado.B - Mentir é pecado, mas também não é pecado imperdoável. Pedro, por exemplo,

mentiu respondendo que não era seguidor de Jesus por 3 vezes; no entanto, após o seu erro, bem como Davi, houve profundo arrependimento, e teve o perdão.

O pecado imperdoável contra o Espírito Santo, é rejeitar aceitá-lo, ou seja, não ouvir sua voz falando em nosso pensamento, eliminar todas as maneiras dEle nos alcançar, impedir que ele atue em nossa mente, e ainda zombar dele. Exemplos:

I - Os egípcios e o faraó endureceram seus corações, não queriam dar ouvidos a Moisés que era o porta-voz de Deus. I Sam. 6:6.

II - “Jerusalém ... quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos.” Mat. 23:37Primeiro se rejeita à atuação do Espírito Santo, depois se zomba dEle. II Crônicas

36:16 relata: “Porém zombaram dos mensageiros de Deus ... até que não houve mais remédio.”

Oséias 4:17 “Efraim está entregue aos ídolos, deixai-o.”Lucas 16:31 “Se não ouviram a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que

algum dos mortos ressuscite.” (Saul, Isamuel 28:15; Judas S. João 13:30, etc). O coração fica endurecido, impossível de ser alcançado, não porque Deus não quer, mas porque o indivíduo não permite, e então uma triste conseqüência: o pecador fica além da voz de Deus, terminantemente perdido. Insensível, com mente cauterizada poderíamos dizer, pois não há mais nada que o faça reconhecer sua situação caótica.

Vale salientar, que a rejeição ao Espírito Santo, não se dá necessariamente de uma vez só, ela pode ser: paulatina, lenta. Hoje eu sei que estou muito errado mas ainda faço: amanhã sinto que estou errado mas faço; e depois de rejeitar por várias vezes uma mudança para não cometer este pecado, acabo ma acostumando; e aquilo torna-se um hábito, que nem sinto mais que estou errado. Aí está o perigo: quando não sentir mais a atuação do Espírito Santo corrigindo seus erros, quando não sentir mais vontade de mudar, quando achar que não tem mais nada para melhorar em sua vida, quando não sentir mais desejo de aperfeiçoar se caráter, e ninguém e nada te convencer ... aí está a prova do pecado imperdoável contra o Espírito Santo; pois Ele, já havia lhe despertado tantas vezes, mostrado sua situação claramente, e você ainda persistiu no erro ... então você está condenado, por rejeitar a atuação do Espírito Santo em sua vida.

Conclui-se que, enquanto você sentir o desejo de se reconciliar com Deus, você ainda têm a atuação do Espírito Santo em sua vida.

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Portanto, o pecado Imperdoável, é aquele que é cometido contra o Espírito Santo, rejeitando sua atuação fazendo pouco caso dEle.

Lembro-me de uma palestra que ouvi certa vez em minha igreja, quando o pregador disse quais são as principais tentações de Satanás: - Só uma vez, não têm problema; ninguém está vendo; - É a última vez e a última tentação: - Agora já é tarde, você está muito longe para voltar! Portanto, amigo ouvinte (leitor), não permita um só momento, vacilar ou se entregar ao pecado. Deus é forte, Poderoso, tem miríades e milhares de anjos a nossa disposição, o Espírito Santo está procurando pessoas para serem usadas por Ele. Se hoje, ouvirdes a Sua voz, não endureçais os vossos corações; ouça a sua voz, siga o caminho que Ele lhe mostra e certamente, os bons frutos do Espírito lhe acompanharão; dons extraordinários Ele lhe dará, e certamente, vai lhe mostrar o caminho correto para trilhar rumo ao céu.

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17 - Alimentos limpos e imundos: em Levíticos capítulo 11, está uma lista de alimentos cárneos proibidos, mas no novo testamento, vários textos parecem mostrar que Deus purificou todos os alimentos. Como harmonizar esta aparente contradição? É válido ou não as recomendações de Levíticos 11?

Muitas pessoas fazem estas perguntas, porque no Livro de Levíticos capítulo onze, está registrado uma lista de animais que são impuros e abomináveis, entre eles o porco, peixe sem escamas e sem barbatanas, etc. E então se pergunta, será que não posso comer carne de porco e estas outras mencionadas em Levíticos capítulo onze? Será que esta lei ainda está em vigor? Dois ouvintes querem tentar mostrar que esta lei não está em vigor baseados em alguns textos do Novo Testamento, vamos analisar juntos.

Mateus 15:11

“Não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai da boca, isso é o que contamina.”

Marcos 7:19

“Porque não lhe entra no coração, mas no ventre, e é lançado fora? Assim declarou puros todos os alimentos.”

EXPLICAÇÃO:Jesus não está falando em comer certos tipos de alimentos ou não, não são leis de

saúde. Mas sim repreendendo aos judeus pelos rituais que faziam antes de comer. O contexto mostra bem isto. Os discípulos eram repreendidos por não lavarem as mãos conforme as tradições e rituais judaicos, que exigiam que se molhasse uma palma da mão, e a água escorresse para a outra palma da mão, e então para os dedos, e isto diversas vezes, e os judeus então diziam que quem não seguisse estes rituais, estavam comendo alimentos imundos. Jesus então disse que o que contamina o homem não é o que está comendo, mas o que está no coração. Não são os alimentos, mas as tradições ritualísticas. O ato de lavar as mãos para os judeus, não era um ato de higiene como para nós hoje, era antes, um ritual externo de purificação, ignorando o interior que abrigava os verdadeiros sentimentos humanos. Por isto Jesus disse estas frases que no seu contexto, não se trata sobre as carnes limpas ou imundas, mas sobre os rituais judaicos que se fazia para não tornar o alimento

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imundo, e não se preocupavam com o interior que era muito mais importante. Mateus 15:20 encerra o texto de maneira bem clara: “São estas coisas que contaminam o homem, mas o comer sem lavar as mãos, isso não contamina.” Deus declarou puro todos os “alimentos” e não os animais imundos.

I Timóteo 4:4“Pois todas as coisas criadas por Deus são boas, e nada deve ser rejeitado se é recebido

com ações de graça.”

EXPLICAÇÃO:Paulo neste contexto, advertiu sobre as doutrinas demoníacas. Doutrinas que proibiam

ao casamento e comer alimentos bons que Deus criou. Aquilo que Deus determina que é para o nosso bem, não pode ser condenado por outras doutrinas pagãs. Portanto, neste contexto, todas as coisas boas que Deus criou, como o casamento e os alimentos saudáveis não devem ser proibidos aos cristãos sinceros.

Pensar que nada deve ser rejeitado no sentido amplo, seria abrir um precedente que tudo pode servir como alimento, como o Rato, Corvo, o Sapo, etc., o que seria um absurdo e não estaria em harmonia com os ensinamentos bíblicos.

Tudo o que Deus nos oferece dentro dos padrões que a Bíblia estabelece, é bom e deve ser recebido com ações de graça, mas o que não está de acordo com os padrões da Bíblia, isto deve ser rejeitado.

Romanos 14:14“Eu sei, e estou certo no senhor Jesus, que nada é de si mesmo imundo a não ser para

aquele que assim o considera; para esse é imundo.”

EXPLICAÇÃO:

O contexto aqui se refere as carnes sacrificadas aos ídolos e que eram vendidas, e então o cristão perguntava: é ilícito ou não comer as carnes que foram sacrificadas aos ídolos?

Pedro responde em Romanos mesmo, 14:3 diz quem come não julgue a quem não come, referindo-se aos fracos na fé, a fim de ter paciência e tolerá-los. Este verso não está se referindo a liberação das carnes imundas, mas das carnes sancionadas pelo contexto bíblico, que no referido texto, eram vendidas depois de terem sido sacrificadas aos ídolos.

Pedro deixava de acordo com a consciência de cada um, quem achava que comer as carnes que eram sacrificadas aos ídolos não tinha problema, tudo bem, mas quem achava que não era correto, não deveria criticar quem fizesse diferente. Deve-se salientar que as carnes aqui referidas, não eram carnes imundas, mas sim, carnes que eram lícitas, mas oferecidas aos ídolos e depois vendidas. Verifique Romanos 14:3,23.

Atos 10:12-15

“No qual havia de todos os quadrúpedes e répteis da terra e aves do céu. E uma voz lhe disse: Levanta-te Pedro, mata e come. Mas Pedro respondeu: De modo nenhum Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda. Pela segunda vez lhe falou a voz: Não chames tu comum ao que Deus purificou. Sucedeu isto por três vezes; e logo foi isto recolhido aos céus.”

EXPLICAÇÃO:

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O contexto apresenta ser esta uma visão simbólica para representar que todas as nações e raças são iguais perante Deus, e que os preconceitos entre judeus e gentios deveriam ser derrubados. Pedro ficou perplexo com aquela visão, e enquanto pensava, foi procurado por alguns homens enviados por Cornélio, que no decorrer da história do capítulo 10 de Atos verso 28 traz a razão da visão: “Vós bem sabeis, (disse Pedro) que não é lícito a um judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros, mas Deus mostrou-me que a nenhum homem devo chamar comum ou imundo.” Note que o próprio Pedro, diz o que queria dizer a visão, ele mesmo dá sua interpretação que não se refere a uma sanção divina para comer alimentos imundos, mas sim, que todos os povos, nações e pessoas, são iguais diante de Deus indistintamente de suas raças. Vale salientar também que no texto referido, Pedro diz que nunca comeu alimentos imundos, note que ele conviveu com Jesus por mais de três anos e meio, e um discípulo faz o que seu líder faz também, concluindo que as regras de alimentos imundos estavam vigentes e claras para Pedro.

Pedro andou com Jesus, viu sua morte, sentiu as repercussões de Sua ressurreição, encontrou com Jesus após a ressurreição, quando Jesus disse: Ide por todo o mundo, fazei discípulos de todas as nações ... e ainda Pedro não entendia que deveria pregar aos gentios e estrangeiros, foi para tal, que Deus lhe deu uma visão chocante, a fim de entender que todas as pessoas, de todas as nações, são dignas de serem salvos por Cristo. O próprio Cornélio recebeu um representante celestial para orientar seu encontro com Pedro, o que como estrangeiro lhe parecia impossível no contexto de sua época. Deus atuou de maneira sobrenatural e de maneiras diferentes com ambos, para que os preconceitos raciais da época fossem derrubados e a pregação do evangelho não se restringisse ao povo judeu. Este é o sentido da visão de Pedro, fugir disto, será ir contra os princípios lógicos de interpretação Bíblica.

Hebreus 7:12

“Pois mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também a mudança da lei.”

EXPLICAÇÃO:

O ouvinte que faz a pergunta, propõe aparentemente que Levíticos capítulo onze, seja uma lei cerimonial, abolida com a morte de Cristo na Cruz. Vejamos como entender o texto:

Este texto está falando da mudança da lei do sacerdócio e das leis cerimoniais, e não de mudar a lei moral e as leis de saúde.

As leis do sacerdócio dizia que somente poderia ser Sacerdote, homens da tribo de Leví, se fosse de outra tribo, tinha que mudar a lei e o sacerdócio. Jesus era da tribo de Judá, e não de Leví, logo as leis do sacerdócio e cerimonias foram mudadas, mas não fala que as leis de alimentação deveriam ser mudadas também.

Havia dois tipos de impurezas à luz do Velho Testamento: à nata e a adquirida. Impureza nata eram os animais imundos, que em sua essência não são puros. Já a impureza adquirida, era quando uma pessoa por exemplo, tocasse num cadáver, e ficava imundo até a tarde, ou uma mulher menstruada, etc. Tendo esta compreensão, fica fácil de entender que os rituais de purificação eram feitos pelas impurezas adquiridas e não natas. Não se fazia sacrifícios por alguém que comesse alimentos imundos, mas sim por alguém que tivesse contato com algum outro tipo de impureza registrada no Velho Testamento. O sacrifício de Jesus na cruz, aboliu exatamente estes ritos cerimoniais, mas não aboliu ou purificou os animais imundos para a nossa alimentação.

Vale salientar ainda, que o Livro de Levíticos está cheio de leis cerimoniais, e separar o capítulo onze, como sendo uma das partes ainda vigentes, pode parecer de difícil aceitação. É preciso notar também, que quando foi escrito, não havia separação, pois Jesus não tinha

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morrido ainda e tudo era igual, todas as leis eram vigentes. O estilo de literatura hebraica, como foi escrito o Velho Testamento, não segue as separações de textos por tópicos ou por títulos, mas sim por palavras comuns em diversos tópicos, por isto, que os animais puros e imundos aparecem num contexto do livro sobre as coisas que eram sagradas ou puras.

A DIETA ORIGINAL:

A dieta original de Deus para o homem, não incluía alimentos cárneos porque não era seu plano que fosse tirada a vida dos animais e porque uma dieta vegetariana balanceada é a melhor para a saúde. Um fato a respeito do qual a ciência oferece hoje as maiores evidências. Foi somente depois do dilúvio, que Deus permitiu o uso de alimentos cárneos. Uma vez que estava destruída toda a vegetação, Deus autorizou a Noé e sua família a utilizarem alimentos cárneos, mas que não usassem o sangue, e é importante notarmos, que Deus já havia pedido para Noé, sete pares de animais limpos contra apenas um animal imundo, já prevendo esta necessidade para o alimento e para os sacrifícios. Isto significa, que Noé tinha conhecimento dos animais limpos e imundos antes mesmo das leis cerimoniais ou ritualísticas, mostrando que esta orientação traz uma permanente obrigação do cuidado ao alimentar-se.

PROBLEMAS POSSÍVEIS DO CONSUMO DA CARNE SUÍNA:

I - “O porco é hospedeiro intermediário para vários organismos parasíticos, alguns dos quais podem resultar na infestação por solitárias. Uma destas solitárias, a Taenia solium, cresce até atingir cerca de 2,5m de comprimento, e é achada na carne de porco mal cozida ... Uma complicação desagradável desta condição ocorre quando nódulos se formam no cérebro e produzem crises que se assemelham à epilepsia.

II - Outro agente de infecção, a Tichinella spirillis, é uma pequeno organismo que ocorre em carne ou salsichas de porco, cruas ou mal cozidas. A doença que resulta é a triquinose, e é marcada inicialmente pela febre, por distúrbios gastro intestinais e um mal estar geral ... Se a enfermidade avançar para a etapa encapsulada, inchações pequenas, com formato de nós, formam-se nos músculos e provocam mal estar considerável.

III - Ainda outra doença que é resultado de comer carne de porco, ou seus produtos, impropriamente preparada, foi descoberta em anos recentes. É a chamada toxoplasmose, e se assemelha à pneumonia, sendo o resultado da infecção por um organismo vigoroso que se acha em forma de cisto e resiste o congelamento, a ação dos sucos gástricos, e a gama normal das temperaturas de cozimento.

IV - À parte da possibilidade de receber uma intoxicação por causa de comer carne de porco, não é incomum certas pessoas terem reações alérgicas depois de ingerir carne de porco ou sub produtos.

V - Imaginar que os métodos modernos de cozinhar eliminaram o risco de tais infecções, e modo total, é enganar-se. O fato é que não há nenhuma temperatura segura em que a carne de porco possa ser cozinhada para garantir que os organismos sejam mortos, e mesmo se o cozimento prolongado fosse empreendido, geralmente tornaria a carne dura e sem sabor.

VI - Nem sequer podem os métodos ocidentais de abater porcos garantir que a carcaça seja segura para o consumo humano, visto que o organismo da toxoplasmose, por exemplo, sobrevive sem dificuldades aos procedimentos higiênicos preceituados pelas várias leis sobre produtos alimentícios.”

FONTE: Roland K. HARRISON, Levítico-introdução e comentário, pág. 114, 115 (Mundo Cristão)= o autor Ph.D.,D.D., é Professor do Velho Testamento, do Wycliffe College, da Universidade de Toronto no Canadá.

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VII - “Estudos revelam que em adição à razoável quantidade de colesterol encontrada tanto no porco quanto nos mariscos, ambos os alimentos contém certo número de toxinas e contaminantes que se acham associadas ao envenenamento humano.” Nisto Cremos, pág. 376, CPB.

Reflita:A - Se Noé levou 7 pares de animais limpos e 1 imundo, se ele comesse o único porco,

o que aconteceria? Por que razão Deus pediu esta quantidade tão desproporcional de animais?

B - A Ciência comprova que os animais que a Bíblia classifica como imundos, são lixeiros da natureza, o porco, o rato, o corvo, os peixes lisos sem escamas e sem barbatanas, será que Deus deseja que nosso organismo seja um depósito de lixo?

C - Sabia que o rato tem 140 tipos de doenças, entre elas a Leptospirose e a peste Bubônica? Será que o Novo Testamento estaria liberando este animal imundo para nossa alimentação?

D - Sabia você que o povo judeu, que se abstém destes alimentos imundos, é um povo reconhecido pelas autoridades mundiais de saúde, como um povo de muita vitalidade, que já por séculos esbanja saúde, e já ofereceu grandes gênios à sociedade, tais como o grande cientista Einstein?

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18 - Desligado na Terra, Desligado no Céu?

Há algum tempo, um irmão escreveu-nos uma carta queixosa, na qual expunha as razões pelas quais julgava a Comissão da Igreja onde congrega, havia recomendado injustamente a exclusão de sua filha e de seu genro da comunhão da igreja. Seu coração de pai parecia especialmente ferido porque, segundo entendia, a filha e o genro haviam sido excluídos não apenas do seio da igreja, mas também “do livro da vida no Céu”.

De fato, é bastante generalizada a idéia de que a exclusão de um nome do livro da igreja acarreta fatalmente a exclusão desse nome do livro da vida. Este conceito se baseia nas palavras de Cristo a Pedro, em Mateus 16:19, e repetidas depois aos discípulos em Mateus 18:18: “E tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus.”

A Igreja Católica tem-se valido desta declaração bíblica para supervalorizar sua autoridade, tendo-a usado inclusive como instrumento de intimidação contra os dissidentes, ao afirmar que Cristo, com essas palavras, teria conferido a Pedro e seus sucessores o poder de “abrir ou fechar o acesso ao Reino dos Céus, por meio da Igreja” (Ver Bíblia de Jerusalém, nota de rodapé sobre Mateus 16:19).

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Em 1864, o Papa Pio IX promulgou um documento, no qual negava acesso à salvação a todas as pessoas que não estivessem em comunhão com o trono de São Pedro. (Ver Review and Herald, February 16, 1984, pág. 13).

A Igreja Adventista, porém, crê que os seus atos na Terra só são ratificados no Céu se forem observadas as instruções contidas na Palavra de Deus. Comentando Mateus 18:18, a Sr.ª. White afirma:

“Assim, até a autoridade celeste ratifica a disciplina da igreja, com relação a seus membros, uma vez que tenha sido seguida a regra bíblica.” - Testemunhos Seletos, vol.1, pág. 390.

Notem a ressalva: uma vez que tenha sido seguida a regra bíblica. Isto coloca as coisas em seu devido lugar, desautorizando a pretensão de que a Igreja pode fazer o que bem entende, e ainda contar com a aprovação divina.

A mesma advertência é também repetida com as palavras: “Ao tratar com os membros da igreja que erram, os filhos de Deus devem seguir cuidadosamente as instruções dadas pelo Salvador no capítulo 18 de São Mateus.” - Testimonies, vol. 7, pág. 260.

Entretanto, a igreja é administrada por homens falíveis, que nem sempre dão os passos bíblicos, que fazem julgamentos errôneos baseados em informações incompletas, em testemunhos preconcebidos, ou mesmo em total desconhecimento. às vezes há na Comissão da Igreja elementos simpáticos ou antipáticos ao membro faltoso, que prejudicam a imparcialidade que deveria haver. Além disso, pode reinar na Comissão um espírito de intolerância, falta de amor cristão, ou falta de lucidez causada por intemperança no comer. (Ver Conselhos Sobre Saúde, pág. 578).

Por esses e outros motivos, a igreja pode errar na administração de medidas disciplinares, bem como na admissão de pessoas que se unem à igreja. Muitos se deixam batizar por motivos outros que a verdadeira conversão: porque os pais querem, para poderem casar-se, para obterem desconto em nossas escolas, ou para usufruírem desta ou daquela vantagem.

Pronunciando-se a respeito dessa realidade, escreveu a mensageira do Senhor:“Unir-se à igreja é uma coisa, e estar ligado a Cristo é outra coisa bem diversa. Nem

todos os nomes registrados nos livros da igreja são registrados no livro da vida do Cordeiro. Muitos, embora aparentemente sejam crentes sinceros, não mantêm viva a ligação com Cristo. Seus nomes foram arrolados. seus nomes foram inscritos nos livros de registro, mas a obra interior da graça não se operou no coração.” - Testimonies, vol. 5, pág. 278.

“Nomes são registrados nos livros da igreja, mas não no livro da vida. Vi que não existe um entre vinte jovens que saiba o que seja a religião experimental.” - Mensagens aos Jovens, pág. 384.

Ora, se nem todos os nomes registrados nos livros da igreja são registrados no livro da vida, é óbvio que nem todos os nomes excluídos do livro da vida, pois jamais constaram dele.

Vamos, portanto, que há ressalvas para que o que a Igreja liga ou desliga na Terra, ficando sua ratificação no Céu condicionada a um “assim diz o Senhor”. Acreditar na incondicionalidade, nesse caso, equivale a crer que Deus sanciona tanto os nossos acertos como os nossos erros, o que é absurdo. Equivale também a pretender ditar normas a Deus, indicando-Lhe os que podem se salvar e os que não podem, o que é igualmente inadmissível, pois “Deus conhece os que Lhe pertencem”. II Tim. 2:19.

O que nos interessaria saber agora, é como ter o nome escrito no livro da vida, e sob que circunstâncias ele pode ser riscado de lá.

Segundo o Comentário Bíblico Adventista, no livro da vida “são registrados os nomes de todos os que professam ser filhos de Deus. Os que se afastam de Deus, e que em virtude de sua relutância em abandonar o pecado se tornam endurecidos contra a influência do

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Espírito Santo, terão seus nomes apagados do livro da vida, e serão destruídos”. - SDABC, vol. 1, pág. 668.

Da declaração acima conclui-se que o pecado contra o Espírito Santo é que determina a exclusão de um nome do livro da vida (a relutância em abandonar o pecado, e o endurecimento do coração contra a influência do Espírito Santo levam o indivíduo a cometer o pecado imperdoável). Deduz-se também que a exclusão do livro da vida é definitiva, isto é, determina a eterna perdição da pessoa.

Isto nos coloca diante de mais um caso em que o ser excluído da igreja não implica exclusão do livro da vida: quando a igreja age corretamente, mas a falta cometida pelo membro não representa pecado contra o Espírito Santo. Se uma pessoa aceita a Cristo como seu Salvador pessoal, é recebida na igreja pelo batismo, e depois, por algum motivo, é excluída, mas apesar disso continua sentindo o desejo de permanecer fiel a Deus, e de adorá-Lo congregado ao Seu povo, tal desejo deve ser considerado como evidência e que o Espírito Santo continua trabalhando em seu coração, e que o seu nome não foi apagado do livro da vida.

Se Moisés, Abraão e Davi tivessem vivido em nossos dias, e fossem membros da igreja, teriam sido, sem sombra de dúvida, excluídos - o primeiro por homicídio, o segundo por adultério, e o terceiro por homicídio e adultério.

E o que fez Deus? Riscou-os do livro da vida? Não. Deu-lhes antes oportunidade de arrependimento. Eles se arrependeram, e foram reintegrados no favor divino. Enquanto Abraão e Davi aguardam no pó da terra o cumprimento das promessas (ver Hebreus 11), Moisés já se acha fruindo vida eterna.

Por outro lado, pode-se dar também o caso de alguém cometer pecado contra o Espírito Santo, ser riscado do livro da vida, mas continuar constando no livro da igreja.

Disso não se deve inferir que a exclusão seja destituída de importância. Trata-se antes de uma medida disciplinar válida, utilizada pela igreja, para proteger suas normas e demonstrar publicamente sua desaprovação ao comportamento condenável. É também uma maneira de chamar a atenção do membro faltoso para a necessidade de redirecionar sua vida. “Tendo se corrigido e humilhado através da punição, o pecador pode ser novamente convidado a viver uma vida de virtude e fé. O objetivo da punição, por parte da igreja, nunca deve ser a vingança, e sim a recuperação do membro faltoso. O membro excluído deve ser objeto de profunda consideração por parte da igreja, e ingentes esforços devem ser feitos para promover sua recuperação espiritual.” - SDABC, vol. 6, pág. 690.

Ora, se o objetivo da exclusão é recuperar espiritualmente o membro faltoso, não seria contraproducente afirmar categoricamente que o seu nome foi riscado do livro da vida? - R.M.S.

*

19.A - O que significa “Fogo Eterno” relatado em São Mateus 18:8? Significa isto: que os ímpios ficaram eternamente sendo queimados?

As palavras “eterno, todo o sempre, e pelos séculos dos séculos”, não significam necessariamente que nunca terão fim.

Quando esta palavras são encontradas no Novo Testamento, vêm do grego “aion” que vêm do adjetivo “aionios” que ao traduzir-se seu significado, não representam algo que nunca terá fim. Exemplo: Sodoma e Gomorra sofreram a pena do fogo eterno (aionios) S. Judas 7, II Pedro 2:6. O fogo de Sodoma e Gomorra terminaram, assim como o fogo do juízo final, também terá fim.

No Velho Testamento, a palavra “olam” tem o mesmo sentido que o termo grego “aion”. Êxodo 21:1-6 (leia o texto). Após ler este texto, você vai verificar que o servo não

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fica escravo para sempre, pois é evidente que vai morrer, mas se subentende que enquanto viver, será sempre o escravo do seu senhor.

O termo grego “aion” e “aionios” tem o significado de algo eterno e para sempre, quando estão ligados a Deus ou algo que provêm de Deus. Conclui-se que o “fogo eterno” relatado no texto em questão, não será interminável, mas, produzirá efeitos de duração eterna.

Em Apocalipse 21, a Bíblia fala de um novo céu e uma nova terra; que não haverá mais morte, nem pranto, nem dor ... seria difícil que os salvos na eternidade iriam presenciar os ímpios se queimando por toda a eternidade ...

O fogo eterno, significa queimar os ímpios enquanto houver combustível, mas seus efeitos são de duração eterna.

19.B - O que significam as palavras de Jesus: “Se o teu olho escandalizar, arranca-o e atira para longe ... e se tua mão direita te faz tropeçar, é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo para o inferno.” São Mateus 5:28 e 29.

É preciso analisar o contexto. O povo judeu vivia muito baseado nos seus atos exteriores, e Cristo mostrava que o pecado já começa na mente, entra também pelos olhos, conforme sua palavras que quem olhasse para um mulher com pensamentos impuros, já adulterou com ela. Arrancar o olho, significa ir além da ação. É preciso controlar nossa vida antes do ato se consumar. Cristo está usando uma metáfora, não para pedir que mutilemos nosso corpo, mas para que controlemos o pensamento.

Arrancar o olho ou cortar a mão, são expressões para as pessoas guardarem-se do mal, a autonegação cristã e domínio próprio. Os olhos representam o desejo, e a mão a ação.

Em uma análise contextual de Mateus 5 e de toda a Bíblia, verificar-se-á que em nenhum momento Deus pede para sacrificar partes de nosso corpo para sermos salvos. A Bíblia tem harmonia em sua mensagem, e nada pode ser analisado fora de contexto. A mensagem da Bíblia é que Deus pede de nós obediência e não sacrifício. Veja os textos: I Sam. 15:22, Salmos 51:16 e 17, Isaías 1:11, Mateus 9:13, Hebreus 9:9.

Concluímos então, que seria ilógico termos atitudes de cortar ou tirar qualquer parte do corpo. Deus tem uma fonte de poder maior que este sacrifício, é o Seu poder, que o apóstolo Paulo diz: “Tudo posso Naquele que me fortalece”, Fil. 4:13. Portanto Deus nos ajuda a vencer as tentações, sem precisar de nos auto-mutilarmos. Ele demonstra, por toda a Bíblia, que ninguém precisou fazer isso, pois Ele tem mais de mil maneiras de ajudar os que o amam e guardam os seus sentimentos.

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20 - O que Jesus quis dizer ao pronunciar os seguintes versos registrados em São Mateus 24:19 e 20: “Mas ai das que estiverem grávidas, e das que amamentarem naqueles dias! Orai para que a vossa fuga não suceda no inverno nem no sábado.”

Vamos analisar inicialmente o contexto. Era o grande sermão da montanha. No livro de Mateus, capítulo 24. Jesus estava revelando os sinais de sua segunda vinda. Apresenta Ele neste texto, a grande tribulação que os fiéis passariam nos últimos dias. Vamos entender mais um importante detalhe: Esta profecia, dos últimos acontecimentos aqui registrados, tem um duplo sentido. A primeira interpretação se refere aos acontecimentos da iminente destruição da cidade de Jerusalém. E a segunda aplicação desta profecia, refere-se aos terrores dos acontecimentos finais que antecedem ao dia do Juízo Final.

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Analisemos inicialmente, a primeira interpretação: Jesus alertando Seu povo, sobre a destruição de Jerusalém, os sinais deste acontecimento e sua folga.

Diversas passagens da Bíblia, mostram qual era a situação e o destino de Jerusalém: Jesus proferiu uma sentença que é marcante, registrada em Mateus 23:37: “Jerusalém, Jerusalém, que metas os profetas, e apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quisestes!” Mateus 23:38: “Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta.” Mateus 24:2: “Em verdade vos digo que não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.” O profeta Miquéias, cap. 3:12 predisse: “... Jerusalém se tornará montões de pedras, e o monte desta casa em lugares altos num bosque.”

Escrevem os historiadores, que Jerusalém naquela época, era uma cidade terrível.Como eles rejeitavam e odiavam a Cristo e seus discípulos, Satanás teve mais domínio

sobre aqueles que o escolheram como líder. Tornaram-se satânicos em sua crueldade. Na família e na sociedade, havia suspeita de inveja, ódio, contenda, rebelião, assassino. Não havia segurança em parte alguma. Amigos e parentes traíam-se de forma mútua. Pais matavam os filhos e filhos os pais. Os príncipes não tinham poder para governar. Paixões desenfreadas, os tornavam tiranos. Mesmo a santidade do templo, não lhes refreava a terrível ferocidade. Os adoradores eram assassinos diante do altar, e o santuário contaminava-se com o sangue dos mortos. Subornavam profetas falsos para anunciarem mensagens que desejassem. E com tudo isto, ainda se engrandeciam, pois Jerusalém não era somente bela, mas também forte, pois havia torres, muralhas e fortalezas, tornara-se aparentemente uma cidade indestrutível. Quem proclamasse a destruição de Jerusalém seria comparado mais ou menos com Noé, um louco.

Como a cidade estava cheia de pecados, e esgotara a misericórdia de Deus, haveria um castigo, mas os Seus seguidores, que lhe seguiam, deviam ser preservados. Então Jesus dá um sinal, registrado em Lucas 21:20 e 21: “Mas quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. Então os que estiverem na Judéia fujam para os montes, os que estiverem dentro da cidade, saiam, e os que estiverem no campo, não entrem nela.” Isto era um sinal para o remanescente que ainda amava e seguia o Salvador Jesus Cristo para fugir da cidade. E tudo se cumpriu exatamente. Depois que os romanos, sob Céstio, cercaram a cidade para atacá-la, inesperadamente abandonaram o cerco, quando tudo parecia favorável ao ataque. E este foi o sinal para os seguidores de Cristo abandonarem a cidade. E exatamente aqui, está a primeira aplicação de Mateus 24:19 e 20. “Mas ai das que estiverem grávidas, e dos que amamentarem naqueles dias! Orai para que a vossa fuga não seja no inverno e nem no sábado.”

Diante da necessidade de escapar da destruição de Jerusalém, seria difícil para uma mulher grávida fugir ou para uma mãe distante de sua casa, amamentar o seu recém nascido. E a semelhança de Abraão que intercedeu pelos justos que poderiam haver em Sodoma, quando ele disse: “Se houver 50 justos, 45, 40, 30, 20, 10 ... por causa dos dez não a destruirei.” Jesus então sugere que se aplique um pouco este castigo de Deus, para que não ocorra num período difícil como no inverno, ou nas horas sagradas do santo dia de Sábado.

Jesus estava revelando que fugir de Jerusalém, seria algo inevitável para se manterem vivos, e que alguns teriam mais dificuldades que outros, e que dependendo da época inverno ou qualquer outra estação, poderia complicar ou amenizar a fuga.

A misericórdia de Deus mesclada com justiça, se percebe claramente neste acontecimento. De um lado, os ímpios que o rejeitaram e ainda zombaram de seus profetas, e de outro lado, os seguidores de Cristo, sendo avisados do perigo eminente, com um sinal claro para serem salvos do terrível castigo. Todos os que creram nas palavras de Jesus, estavam atentos aos sinais, e seguiram sua palavra, foram salvos. Fugiram para a cidade de Pela, na terra de Peréia, alem do Jordão. E os demais, foram vítimas de um novo cerco, que ocorreu não muito tempo depois, agora sob o domínio de Tito, no ano 70 de nossa era. Foi

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por ocasião da páscoa: Milhões de judeus estavam reunidos dentro de seus muros. E com tanta gente cercada sob um exército inimigo, os alimentos foram terminando, com isto os problemas trouxeram terríveis conseqüências: roubos, atrocidades, disputas, inclusive mães que cozeram os próprios filhos ... muitos morreram dentro da cidade torturados, açoitados, crucificados, tantos mortos, tantas cruzes havia no vale de Josafá e no Calvário, que quase não havia espaço para caminhar entre elas. Foi um castigo, pois eles mesmos disseram perante o tribunal de Pilotas: “O seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos.” Tudo foi destruído. Tanto a cidade como o templo, foram arrasados até ao fundamento e o local onde era um templo, virou um campo ... não ficou pedra sobre pedra. Poderia ser descrito muitos outros detalhes assombrosos e curiosos, mas não quero me demorar, mas se alguém desejar mais detalhes sobre este acontecimento, posso recomendar um ótimo livro. (E. G. White, O GRANDE CONFLITO, Casa Publicadora Brasileira, o primeiro capítulo. Quem solicitar a cópia desta palestra, poderá obter mais informações).

Amigo ouvinte, Jesus preveniu os Seus discípulos sobre a destruição de Jerusalém, due-lhes um sinal para escapar, também advertiu o mundo da destruição final. E Ele revelou vários sinais que estão se cumprindo, que está chegando o dia da “Grande ira de Deus”, que a destruição que aconteceu com Jerusalém não será nem uma sombra tênue da terrível destruição final dos ímpios.

São Marcos 13:35 está escrito: “Vigiai pois, ...” e I Tessalon. 5:2 diz que os que não vigiarem “o dia do Senhor virá como um ladrão de noite.” e então o texto de Mateus 24:19 e 20 “Ai das que estiverem grávidas, e das que amamentam naqueles dias, orai para que a vossa fuga não suceda no inverno e nem no sábado.” Portanto, estejamos atentos, estudando mais e mais a Bíblia, para que saibamos qual é o sinal de Deus, e qual o momento para agir como fizeram os seus seguidores diante da destruição de Jerusalém, e nós diante da destruição deste mundo. Vigiar e orar, estar atento, e orarmos para que estejamos preparados para os solenes acontecimentos finais, lembrando sempre que temos um céu a ganhar e um inferno a evitar.

CONCLUSÃO : Duas aplicações do verso citado na pergunta; uma para a época, a destruição de

Jerusalém, e outra para os nossos dias, quando Jesus irá retornar a este mundo para retribuir a cada um segundo as suas obras.

Preparemo-nos, e estudemos mais a Bíblia, para que ao se cumprirem os seus sinais, saibamos interpretá-los à luz de Sua Palavra, e que no devido tempo, sejamos poupados da terrível ira dos ímpios e de seu castigo.

*21 - São Mateus 26:39 diz que Jesus orava no getsemani e pediu ao Pai

“se possível afaste de mim este cálice.” Será que Jesus teve medo da morte? O que quer dizer o texto?

O conflito entre Cristo e Satanás deve ser o referencial para entendermos este verso e o seu contexto. Cristo veio com a missão de salvar o homem que estava perdido. E Satanás sempre tentando destruir a Cristo e seu plano de salvação. Note, a perseguição que Satanás moveu contra o Salvador, começou com o seu nascimento em Belém, e após fracassar em sua tentativa de matar o bebê Jesus, o diabo usou de lisonja para fazer o menino pecar, quando tinha 12 anos ao discutir com os mestres, por ocasião da páscoa, já tinha ele acesso a pessoas que tinham muitas fraquezas e inclinações pecaminosas. Depois como adulto, quantas vezes, o inimigo armava armadilhas, dificuldades, chegando a tal ponto, de inclusive Jesus chorar por Jerusalém tentando vencê-lo. Nas tentações do deserto, Satanás tentou de novo através de manipulações mentais e enganosa astrícia, desviar o caráter de Cristo, para que não conseguisse a perfeição que o plano de redenção exigia.

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O arqui inimigo, sabia que se Jesus morresse sem pecado, Jesus seria o vencedor, pois o homem teria acesso a salvação, e ele seria fracassado.

Devemos lembrar que Satanás era depois de Jesus, o melhor entre os anjos. Sua sabedoria e inteligência não podem ser subestimados. Por isto, após diversas tentativas sem êxito, inclusive a tríplice tentação no deserto, ele agora faz outra investida.

Tenta ele a Jesus, que sua morte não terá valor; e se ficasse vivo, faria muitos milagres, multidões seriam ajudadas ... Era novo ainda, e tinha um potencial para trazer alívio e alegria para muitas pessoas. Se morrer, o trabalho que só está no começo, morrerá também.

No Getsemâni, Satanás teve mais uma oportunidade para exercer suas astuciosas tentações. Procurava ele mostrar a absoluta falta lógica de Cristo morrer na cruz. Satanás sabia que esta era sua última hora, se Jesus passasse dali, o inimigo estaria derrotado para sempre. Instigava que se morresse, estaria para sempre separado do Pai. Satanás ainda instigou mais: “Tua nação te rejeita. Um dos teus mais chegados discípulos te trairá. Outro zeloso por ti te negará. O restante dos discípulos te abandonarão. Valerá a pena?”

Nessa hora de grande conflito para Cristo, experimentava o peso do pecado. Sempre andara em comunhão com o Pai. Os milagres, ele operava em harmonia com Deus o Pai. Nas madrugadas, orava e estava em comunhão com Deus o Pai. E agora, no Getsemâni, sente o peso do pecado de todo o mundo, e experimenta a separação de Deus o Pai. Paga ele um preço valiozíssimo para redimir o homem.

Imagine, separado de Deus o Pai, os discípulos dormindo, Satanás instigando que seu sacrifício será em vão, suando gotas de sangue, ele diz: “Pai, se possível afasta de mim este cálice.” Tal situação, só mesmo por um grande amor poderia ser suportada. Não é uma tarefa fácil, poder descrever a grande luta que ocorreu com Cristo naqueles instantes. Uma pálida idéia podemos ter ao imaginarmos aquilo que conseguimos do que lemos e ouvimos.

O pensamento de a morte trazer separação eterna de Deus o Pai, era uma das grandes armas do inimigo.

Satanás não desanima fácil. Mesmo na cruz, Jesus é tentado quando lhe dizem “Desce da cruz ... salvou a tantos e não pode salvar a si mesmo.” Se Jesus tivesse uma única falta, o plano da redenção fracassaria, e a raça humana estaria para sempre, nas posses do inimigo.

Graças ao amor de Deus o Pai, e o sacrifício de Seu filho, ao dizer Jesus: “Está consumado”. Concluiu ele, vitoriosamente Sua missão redentora. Através dele, qualquer homem ou mulher, pode obter a salvação e retornar ao Lindo Jardim que outrora Deus lhes havia dado. Mesmo os que viveram antes dele, mas por símbolos o aceitaram, tem a oportunidade de salvação.

Na morte de Cristo, ainda sim, Satanás procurou de alguma forma, não se sentir derrotado, mantendo o corpo de Jesus, como sendo sua propriedade. Mas pela Glória e Graça Divina, Ele ressuscitou, vencendo o inimigo, a morte, e voltando para Deus o Pai, onde hoje intercede por você e por mim, e prepara mansões eternas para os redimidos.

Este mesmo Jesus, voltará pela segunda vez, para buscar os que crerem Nele, seguirem os seus passos, dar ao ser humano, sua recompensa a cada um segundo as suas obras. E então destruirá o inimigo que já está derrotado. E então porá fim ao grande conflito entre Cristo e Satanás. E vivendo então num lugar de paz, felicidade, sem morte, sem dor, sem problemas, sem dívidas, sem mentiras, um novo céu e uma nova terra. Para sempre com Jesus e todos os remidos.

*

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22 - A Ressurreição de Jesus é contada de maneira diferente nos quatro evangelhos, compare:

* Mateus 28:1,9, escreve que no primeiro dia, Maria Madalena e outra Maria foram ao sepulcro, e elas o abraçaram e o adoraram. (2 mulheres);

* Marcos 16:1, diz que Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé foram ao sepulcro. (3 mulheres);

* Lucas 24:10, escreve que Maria Madalena, Joana e Maria mãe de Tiago e as outras. (mais de 3 mulheres);

* João 20:1 afirma que apenas Maria esteve lá de madrugada e viu a pedra removida ... (só Maria).

Não é esta a única diferença que aparece entre os 4 evangelhos. Outro exemplo:

* Mateus 8:28, lemos que dois possessos gerasenos saíram dos sepulcros;

* Marcos 5:1 e 2 lemos apenas um geraseno vindo dos sepulcros;* E Lucas 8:27, fala de um geraseno vindo da cidade.E então, são dois ou são um? Ele ou eles vem dos sepulcros ou da

cidade?Outros exemplos ainda poderiam ser citados como um paradoxo

dentro dos quatro evangelhos. Como entender estas diferenças dentro da Bíblia? Não seria isto uma prova para se descrer dos escritos sagrados?

O comentarista e autor do livro Manual Bíblico Henry H. Halley, afirma que os quatro evangelhos são a parte mais importante da Bíblia, pois os livros que os precedem são preparatórios, e os que seguem, são explicativos. É a única parte da Bíblia onde há quatro livros acerca de um só pessoa: Jesus Cristo.

As diferenças encontradas entre os escritos dos quatro evangelistas, são antes uma prova de originalidade e credibilidade do que um motivo para descrença.

Quatro pessoas diferentes, de culturas diferentes, de ângulos diferentes, podem notar detalhes que outro não perceba, ou ainda, destacar o que julga mais interessante para o seu público. Reflita amigo ouvinte: Porque 4 evangelista? Não bastava só um? Será que um dos motivos de Deus ter inspirado a quatro homens diferentes, a escrever sobre a vida de Jesus, não nos revela alguma intenção de Deus? O que um autor reprimisse, o outro poderia mencionar, dando mais detalhes, ou fortalecendo os objetivos principais.

Mais um detalhe precioso, note, se a preocupação fosse que os quatro evangelistas fossem literalmente igualzinhos, não seria mais fácil um copiar do outro? Os copistas, que foram ao longo dos séculos montando e traduzindo a Bíblia, não poderiam eles corrigir estas diferenças e deixar os quatro evangelhos iguais sem nenhuma diferença? Poderiam, mas isto não aconteceu, o que é uma prova fantástica da originalidade dos autores. Foi respeitado o que cada um relatou, ao seu modo, sem alterar por gosto ou por correção. Isto é uma prova clara que os evangelhos que lemos hoje, são de fato, o texto integral que os evangelistas escreveram, com todas as suas peculiaridades particulares. Um escrito fidedigno.

Surge então uma dúvida, será que os Escritores da Bíblia, no caso dos Evangelistas, não omitiram alguma verdade fundamental, ou acrescentaram a seu gosto algo comprometedor?

Se estudarmos as diferenças encontradas entre os evangelistas, iremos notar que os pontos de contradição são questões secundárias de detalhes que não acrescentam ou

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depreciam qualquer verdade fundamental. Notamos que a verdade principal e doutrinária não se altera em nenhum dos evangelhos. Temos que entender que os evangelistas estavam escrevendo sobre a vida de Jesus e os seus ensinos, e o demais, não é o principal. E nenhum deles, se contradiz ao relatar quem era Jesus, o que fazia, e qual era a sua missão.

No caso da pergunta do ouvinte, João relatou que Maria Madalena foi ao sepulcro após a ressurreição de Jesus, outros evangelistas declaram que eram duas ou mais, o que devemos extrair deste texto que nos interessa para a nossa salvação, não é quantas mulheres foram ao túmulo vazio, mas sim o fato que Jesus venceu a morte, venceu o seu arqui inimigo, Ele ressuscitou, esta é a verdade principal. E note, o próprio evangelista João também dá a entender que não era só Maria, o verso seguinte, mostra o plural: v. 2 “não sabemos onde o puseram”.

No caso dos dois possessos Gerasenos ou de Gadara, quando um evangelista diz que era apenas um homem possesso, e outro diz que eram dois, o fato principal a se destacar, é o milagre da transformação que Jesus operou, libertando o homem da posse do inimigo, deixando-o calmo, e em perfeito juízo, ou seja, o poder transformador de Jesus.

A explicação que os comentaristas bíblicos apresentam sobre um evangelista dizer que era um, outro evangelista dizer que eram dois que estavam presentes no milagre; ou no caso da ressurreição, um dizer que eram duas mulheres, outro dizer que eram mais do que duas que foram ao sepulcro, pode ser entendida, que entre os participantes deste milagre, um ou mais se destacassem, fazendo com que o evangelista retrate o fato, mencionando somente o personagem que se destacou, e o outro evangelista, mencione todos os envolvidos naquele acontecimento.

E isto não altera a verdade principal do fato em si, que ocorreu de qualquer forma, seja com um, ou dois, ou três ou mais. Dependeu do ângulo que o autor preferiu escrever, ou o que desejou destacar.

Se hoje pegássemos quatro pessoas diferentes, e pedíssemos para escrever a vida de alguém, será que encontraríamos tudo igualzinho nos 4 relatórios? Com certeza não, pois cada um irá relatar o que achar mais necessário e colocará detalhes que o outro de repente, não tenha se percebido. A inspiração de Deus entre os evangelistas é comprovada, pois somente dois deles, foram companheiros pessoais de Jesus, que foram Mateus e João. Os outros dois, escreveram o que ouviram, e alguma coisa que viram. E se pesarmos as semelhanças e as diferenças, notaremos que os pontos fundamentais da fé e da salvação são iguais em todos os evangelhos e em toda a Bíblia, o que varia são pequenos detalhes que não devem jamais comprometer a nossa fé.

Ao termos este prisma, notaremos que as diferenças até são muito poucas, e nada que comprometa a verdade principal de Jesus ser o Messias enviado por Deus, para redimir a raça humana ao reino dos céus, ao reino de Deus.

Lembro ao amigo ouvinte, que os ataques do inimigo a Palavra de Deus sempre foram vigorosos, mas fracassaram. Primeiro o arqui inimigo tentou eliminar as Bíblias, impedir que o homem pudesse lê-la e descobrir a verdade, era proibido ler, as Bíblias eram queimadas, as pessoas eram perseguidas. Depois que as pessoas tiveram livre acesso a Bíblia, o inimigo tenta combater seu conteúdo, dizendo que não é verdadeiro. Mas as profecias e seu conteúdo, se cumprem de maneira mais fiel a cada dia, confirmando a sua veracidade e sua origem Divina. Então resta ao inimigo, procurar encontrar defeitos na Bíblia, na maneira como foi escrita, seus autores, seus ensinos, aparentes contradições, enfim, procura o inimigo de todos os meios, afastar o homem do livro Sagrado, que o desmascara, e mostra que está derrotado. Há um ditado que diz que a mais poderosa arma dos fracos, é a crítica.

E note, o inimigo conhece as Escrituras, pois quando tentou a Jesus no deserto, ele mesmo usou a Bíblia de maneira errada, quando lhe disse: “Se tu és o filho de Deus, lança-te daqui para baixo. Pois está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito e eles te tomarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra”.

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23 - Estes sinais seguirão aos que crêem em Meu nome, expulsarão demônios, pegarão nas serpentes, se beberem coisa mortífera não lhes fará dano algum e porão as mãos sobre os enfermos e os curarão, Marcos 17:18.

Milagres = Dúnamis = Poder = manifestação do Poder Divino;Semeíon = Sinal = confirmação da Autoridade de Deus;Têras = maravilhas;Thaumásion = coisa admirável;Êndoxom = coisa gloriosa;Paradóxom = coisa estranha;Érga = obras.

MILAGRE

Definição: Ato do poder divino Superior a ordem natural e das forças humanas. Num sentido espiritual é a intervenção extraordinária da providência divina.

ORIGEM NO LATIM

MIRACULUM = Objeto de admiração, coisa maravilhosa, estranha, a.A medida que se aumenta o conhecimento e a compreensão, algumas coisas deixam de

ser milagres.Por exemplo, quando se inventou a Imprensa, a Televisão, o Rádio, as Mágicas e os

Truques, se atribuiu até ao “Diabo”.Há um milagre maior do que a cura, é uma vida transformada. A vida é o maior dos

milagres, pois o salário do pecado é a morte mas o Dom de Deus é a Vida Eterna, Rom. 6:23, 7:21.

Por que Jesus fez milagres? Cada um teve um propósito definido:* Nunca para satisfazer uma curiosidade ociosa;* Nunca para revelar que tinha poder para se mostrar;* Nunca para se beneficiar.Todos para benefício de outras pessoas, suprindo uma necessidade verdadeira.Para haver um milagre é necessário que:* A necessidade supere a sabedoria;* Haja um profundo sentimento de necessidade;* Não haver intenção de honras ao receber ou ao realizar;* Crer que Deus ajudará - ter FÉ;* Haver disposição do corpo e da mente para avançar na fé;* Sentir disposição para ordenar a vida em harmonia com os princípios de Deus

estabelecidos na Bíblia.Hoje há abusos, cultos de manuseio de serpentes. Os dons espirituais existirão sempre,

não foi só para aquela época, Efé 4; e Rom. 12; Cor. 12:14.Todavia não seja necessário da mesma maneira que naquela época, o Dom de Línguas

teve um abuso, e é necessário cautela.

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Deus pode operar um milagre quando há necessidade e não há licença para pular no Pináculo do Templo para os anjos segurarem, nada de “SHOWS”.

Os verdadeiros milagres parecem ser raros, e acontecem não para esporte ou exibições carnais ou para mostrar uma elevada espiritualidade.

Marcos 16:17 diz: E estes sinais acompanharão aos que crerem em meu nome e expulsarão demônios, falarão novas línguas, pegarão em serpentes, e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum e porão as mãos sobre enfermos e estes serão curados.

Aqueles que crêem - os que entregam sua vida para Cristo para serem transformados e usados por ele.

CONTRAFAÇÃO

Milagre não é sinal que é de Deus, nem tampouco uma prova.Moisés, Faraó e os mágicos Janes e Jmabres imitaram a Cobra.Jesus advertiu falsos Cristos, falsos Profetas operando sinais e maravilhas que

enganariam se possível até os próprios escolhidos. Mateus 24:24.Na volta de Jesus a sentença é: Mateus 7:21-23O maior Dom não é falar línguas, nem curar, é o AMOR. I Cor. 13.

*

24 - A parábola do rico e Lásaro me tem confundido pois tenho entendido que, segundo a Bíblia, os mortos permanecem inconscientes na tumba até o dia da ressurreição geral, mas aqui o rico e Lásaro falam um ao outro imediatamente após a morte deste último (ver São Lucas 16:19-31).

Esta parábola nada diz das almas imortais que saem do corpo depois da morte. Ademais, é um princípio de interpretação bíblica que não se pode basear doutrinas sobre parábolas ou alegorias. Eis aqui algumas razões que impedem tomar esta parábola literalmente:

I - Se esta parábola for tomada em forma literal as Sagradas Escrituras estariam se contradizendo quanto à inconsciência dos mortos até o dia em que ressuscitem (ver Eclesiastes 9:5, 6 e 10; São João 11:11-14; 5:28; 29).Os mortos não estão no Céu, nem no purgatório, nem no inferno (Atos 2:29 e 34; Jó 3:11-19; 17:13). Cremos que o Espírito Santo não pode contradizer-se (II Timóteo 3:15-17; II São Pedro 1:21);

II - Se esta parábola for tomada literalmente, aceitaremos que o Céu e o inferno estão tão próximos que os salvos e os condenados podem ver-se e ouvir-se. Este seria o maior castigo que poderiam receber todos quantos se salvem, pois estariam vendo e ouvindo seus seres queridos que se perderam em sofrimento! A Bíblia declara abertamente que os maus serão totalmente destruídos (Malaquias 4:1-3; São Pedro 2:6). “Porque os malfeitores serão exterminados ... Os ímpios, no entanto, perecerão, e os inimigos do Senhor serão como o viço das pastagens: serão aniquilados e se desfarão em fumaça” (Salmo 37:9 e 20).

III - Se esta parábola for interpretada literalmente, contradiz-se a crença popular de que a alma abandona o corpo no momento da morte para receber só sua recompensa; mas na parábola é dito que Lásaro e o rico estão presentes corporalmente, pois se mencionam o “dedo” de um e a “língua” do outro. Todos sabemos que o corpo permanece na tumba e se

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desintegra totalmente. Além disso, a sede que sente o rico é própria do corpo, e, afinal de contas, de que serviria um “dedo” molhado “em água” para aliviar os rigores extremos de um fogo verdadeiro? Por estas razões concluímos que é uma parábola, e que faz parte de uma série de cinco que Jesus pronunciou (São Lucas 15 e 16) para destacar verdades básicas.

Jesus baseou esta parábola numa crença comum entre os judeus - mas contrária às Escrituras - que esses haviam aprendido de Babilônia, Egito, Média-Pérsia e nações circunvizinhas. Jesus tomou muito das coisas conhecidas por Seus ouvintes para apresentar Sua parábolas; uma maneira fácil de chegar ao coração, mas não necessariamente uma aceitação incondicional do material ou argumento que servia de meio para destacar um ensino.

Por outro lado, os judeus colocavam Abraão acima de Jesus: “Nosso pai é Abraão ... És maior do que o nosso pai Abraão ... ?” (São João 8:39 e 53; São Mateus 3:9). Jesus põe na boca de Abraão as palavras que este haveria de ter dito em pessoa: “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tão pouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos” (São Lucas 16:29-31).

É comum a Bíblia personificar as bestas como coisas inanimadas: as árvores se reúnem para nomear um rei (Juízes 9:8-15); “O cardo ... mandou dizer ao cedro ... Dá tua filha por mulher a meu filho” (II Reis 14:9); “Porque a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento” (Habacuque 2:11); “Se eles se calarem, as próprias pedras clamarão” (São Lucas 10:40; São Mateus 3:9; ver Jó 12:7 e 8).

Dois princípios gerais se destacam nesta parábola: que a recompensa se baseará na conduta que se observe enquanto se vive, e que o importante é obedecer à Palavra divina, e não confiar em nossa raça ou origem, nem mesmo sendo carnalmente “filhos de Abraão”.

*

25.A - Batismo é o nascer de novo com Cristo?

I - Vencer a natureza carnal com a espiritual. São João 3:6 diz: “O que é nascido da carne é carne.” e Romanos 8:7 e 8 está escrito: “E o penhor (inclinação) da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito a lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto os que estão na carne não podem agradar a Deus. Quem se batiza, se reveste de Cristo” segundo está escrito em Gálatas 3:27: “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes.”

II - O batismo é enterrar o velho homem e nascer de novo: Romanos 6:4 diz: “Fomos pois sepultados com Ele na morte pelo batismo.” e II Coríntios 5:17 afirma: “Se alguém está em Cristo é nova criatura, as cousas antigas já passaram, eis que se fizeram novas.”

III - Batismo vem do grego “baptizo” que significa imergir, mergulhar. Após o batismo de Jesus no Rio Jordão, diz o texto que “Ele saiu da água”. Conclui-se então que o batismo é o ato de imergir na água, trancando a respiração, fechando os olhos, mergulhando o corpo na água, representando a morte do velho homem, e em seguida, saindo d’água como um novo homem, sem pecado, zero quilômetro.

IV - É uma ordenança de Jesus Cristo pois ele disse: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.” São Mateus 28:19.

V - É a porta de entrada para a igreja.

25.B - Qual sua importância, é essencial?I - Jesus afirma em São João 3:3: “Em verdade te digo, que se alguém não nascer de

novo, não pode ver o Reino de Deus.” Ao que se indica é essencial à salvação. São

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Marcos 16:16 está escrito o seguinte: “Quem crer e for batizado será salvo; quem porém não crer, será condenado.”

II - Se não fosse importante, Jesus que não tinha pecado não precisava ser batizado, Ele o fez para o nosso exemplo.

III - Nossa natureza é carnal, se não formos batizados, não nos revestimos de Cristo, como já vimos em Gálatas 5:22, 23 e 3:27, sem Cristo, não temos força para vencer o mal. Romanos 3:23: “Todos pecaram, e carecem da Glória de Deus.”

IV - O Batismo é uma demonstração pública do arrependimento dos pecados, e a revelação pública que desejo começar uma nova vida com Cristo.

V - O Batismo apaga os nossos pecados, por pior que tenham sido. Atos 22:6 relata estas palavras de Ananias a Saulo de Tarso: “E agora porque te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e LAVA OS TEUS PECADOS invocando o nome dEle.” Atos 2:38 também está escrito: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado para a REMISSÃO DOS PECADOS.”

VI - O Batismo, nos reveste de Cristo e seu Espírito Santo que produz os frutos contrários aos da carne. Os frutos da carne, o velho homem, são prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, invejas, bebedices, glutonarias, ... Gal 5:19-21 e os frutos do Espírito, o novo homem em Cristo são: Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” Gál. 5:22 e 23.

25.C - Batismo em nome de Jesus ou em nome da trindade?São Mateus 28:19 diz: “Ide, portanto, ensinai a todas as nações, batizando-as em nome

do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.” já em Atos 2:38 afirma: “... arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” Porque o batizamos em nome da Trindade aparece em Mateus e em diversas passagens do Novo Testamento aparecem várias vezes o batismo só no nome de Jesus?

Várias explicações podem ser dadas. A mais satisfatória, é que na época, haviam várias escolas e mestres, como Gamaliel, e outros que possuíam seus seguidores, e quem aceitasse a Cristo, aceitava-o como o Messias, o filho de Deus enviado ao mundo, e também o Espírito Santo, pois o próprio João Batista, já afirmava que ele batizava com água, mas após ele, viria quem batizasse com fogo, que é o Espírito Santo conforme foi derramado no Pentecostes.

Então é fácil entender, que naquela época, ao se efetuar um “batismo em nome de Jesus” estava se aceitando implicitamente toda a Trindade.

A Igreja Cristã, já nos seus primórdios, adotou efetuar o batismo mencionando a Trindade, por julgar seguir o mais próximo possível a ordenança de Cristo em São Mateus 28:19, que afirma: “Ide, portanto, ensinai a todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” e pelo fato do Espírito Santo ser o agente principal enviado por Deus para nós em nossos dias. Mencionar a Trindade no ato de batismo, não é uma simples formalidade, mas sim uma demonstração de total entrega e confiança a um Deus Trino: Pai, Filho e Espírito Santo.

25.D - Efésios 4:5 diz: “Um só Senhor, uma só fé, um só batismo.” Significa isto que devo ser batizado somente uma vez? Posso ou não ser rebatizado?

Atos capítulo 19 dá o exemplo que uma pessoa pode ser batizada mais de uma vez.Paulo quando chegou a Éfeso, encontrou alguns discípulos, que se diziam seguidores

de Jesus, e que foram rebatizados por Paulo, pois não conheciam o Espírito Santo. Paulo perguntou-lhes em que fostes batizados? E a resposta deles, demonstrou que possuíam um conhecimento incompleto que não satisfazia as normas de um candidato de Batismo, não

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conheciam os fundamentos básicos para a salvação e vida cristã, e também porque possuíam uma experiência espiritual deficiente devido a sua falta de conhecimento, pois nem tinham ouvido falar do Espírito Santo. Eles provavelmente nem se davam conta que lhes faltava alguma coisa, se achavam completos, e no entanto não estavam.

Quando conheceram uma luz maior, foram rebatizados por Paulo.Logo, é possível concluir, que se uma pessoa obteve um tipo de conhecimento, e

depois, caso mude de religião conheça novas verdades que crê fundamentais para a Salvação, parece-nos óbvio que um novo batismo tem o seu lugar, pois ela tem novas razões para se arrepender de pecados que antes não conhecia, e deseja então começar uma nova vida com Cristo.

Em diversas igrejas cristãs, quando uma pessoa convertida se desvia, rejeita a fé e volta para o mundo, isto indica que o velho homem ressuscitou, foram violados os votos batismais, e daí no futuro se ela se arrepende e deseja ser readmitida na Igreja, deve ser reabitada em reconhecimento público que morreu novamente para o pecado, e deseja sepultar de novo sua velha vida. É bom lembrar que o batismo em si, não tem poder algum de purificar a alma, é apenas um símbolo da situação do coração.

Não quer dizer que qualquer negligência ou falta, deva ser motivo para o rebatismo. O rebatismo não deve ser tratado de maneira trivial. Para estas circunstâncias já existe uma purificação simbólica que é a cerimônia do lava-pés e da santa-ceia.

Uma vez salvo, não se está salvo para sempre, e o batismo traz o mesmo significado, uma vez batizado, não quer dizer que nunca mais precisará ser batizado novamente.

Concluímos então que o rebatismo tem condições de ser aceito nestas duas circunstâncias, ao se mudar de fé e conhecer novas verdades que outrora não conhecia, ou após ter abandonado claramente o caminho da fé.

25.E - O que significa Efésios 4:5 então ao afirmar: “Um sé Senhor, uma só fé e um só batismo”?

O contexto do capítulo, ou seja a idéia do texto no seu todo, nos mostra quais são as características da unidade da fé, mencionando os itens em geral sem se ater a detalhes de cada um; por exemplo, no versículo anterior, fala-se de um só corpo e um só Espírito, o que não significa que o Espírito Santo não seja repartido entre todos, mas que um só Espírito usa e capacita a todos. Um só Deus, está implícito a Trindade Divina, e uma só fé ao conjunto de crenças em Deus, e um só batismo, significa aquele que é feito de acordo com os princípios bíblicos básicos para o batismo, o batismo para Cristo, e não outro tipo de batismo que não seja feito em nome de Cristo. Um só batismo, não está se referindo a quantidade de vezes que seja necessário se batizar, mas sim que só há um batismo verdadeiro, é aquele que traz o verdadeiro arrependimento e mudança de vida à semelhança do caráter de Jesus, quando o velho homem abandona por completo os desejos carnais e recebe o Poder de Deus para produzir os frutos do Espírito.

O batismo em algumas ocasiões especiais não pode ser realizado como o exemplo do Ladrão na cruz, ou quando uma pessoa tem problemas de saúde, etc.

*

26 - Porque Deus não perdoou Adão e Eva? Eles eram tão ingênuos, porque Deus não lhes deu outra chance? Parece que Deus ensina uma coisa e faz outra ...

Deus não muda, Seu caráter é imutável da mesma forma como são suas leis. Em Romanos 6:23, Deus coloca claro uma de suas leis: “O salário do pecado é a morte”. O que é

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pecado? I São João 3:4 diz que o pecado é a transgressão da lei Adão e Eva, como nós e os anjos caídos, pecaram e todos são igualmente condenados à morte.

Adão e Eva não eram ingênuos com respeito ao perigo do fruto do pecado. Anjos e o próprio Deus lhes advertiram que no dia que comessem do fruto, certamente morreriam. Eles foram advertidos.

Porque Deus não os perdoou? Porque não lhes deu outra chance?As conseqüências da escolha deles, de desobedecerem a Deus, já mostra a resposta:

após eles comerem do fruto proibido, eles sentiram o pecado, diz a escritora Ellen G. White no livro “Patriarcas e Profetas”, capítulo 4, eles sentiram o ar mais pesado, a glória que cobria o corpo deles desapareceu, eles ficaram nus. Diz a Bíblia, que foi o homem que fugiu de Deus após o pecado, pois Deus é quem tomou a iniciativa e os chamou: “Adão, onde estás?” Foi o homem que fugiu e se escondeu de Deus.

A consciência do pecado, da desobediência os enfraqueceu. O pecado ganhou acesso à mente deles, que antes era pura e limpa. O pecado disseminou tão profundamente que logo já deram prova disto, quando Adão “desculpou-se” do seu erro jogando a culpa em Eva, e Eva na serpente, e assim por diante ... começou a discórdia. Deus criou Adão e Eva com liberdade para pecar, mas não com tendências para o pecado. Após o pecado, Satanás ganhou acesso à mente deles, diminuindo suas forças para resistirem ao mal.

Porque Deus os expulsou do jardim do Éden?Foram expulsos do Éden por um ato de misericórdia de Deus. Se ali permanecessem, e

comessem do fruto da árvore da vida, o pecado seria perpétuo, pois este fruto lhes proporcionava a eternidade. Deus tinha que cumprir sua lei, o salário do pecado é a morte. Por isto, como eles, nós também temos que pagar o mesmo preço. Deus age com justiça igual a todos.

Nós temos oportunidade de perdão e eles também tiveram. Logo após o pecado, quando Deus os encontrou, um animal foi morto, para cobrir a nudez deles. Aquele animal puro e perfeito, morto para fazer vestes para o casal, representava Cristo, que sem pecado, morreria pela raça humana para resgatá-los.

Deus poderia ter abandonado o homem por ter escolhido servir a Satanás. Mas “Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu filho unigênito, para que todo aquele que nEle crer, não pereça, mas tenha a vida eterna.” São João 3:16. Só a morte de quem fez a lei, para resgatar os transgressores da lei.

Adão e Eva morreram, assim como toda a humanidade em todas as épocas, está condenada à morte. A chance que hoje temos, eles também tiveram. Na segunda vinda de Cristo, os sepulcros irão se abrir, e todos os mortos irão ressuscitar, uns para a salvação e outros para a condenação eterna. Deus não livra da conseqüência do erro, mas dá a chance da vida eterna. Podemos morrer, mas Ele pode nos ressuscitar, como a Adão e Eva, e nos levar para o Éden restaurado, o novo céu e a nova terra, onde diz Números 1:9: “Não se levantará por duas vezes a angústia”. A escritora Ellen G. White, escreve que Adão estará no Éden restaurado.

Deus diz em Ezequiel 18:38, que não tem prazer na morte do ímpio. Deus quer que o seu povo se arrependa dos seus maus caminhos, e se volte para Ele. Vamos então nos voltar para o nosso Criador, e permitirmos que Ele nos restabeleça para o nosso lar original, juntamente com todos de todas as épocas, que desde o início, se converteram a Cristo.

*

27 - Em Romanos 14:26 está escrito: “Bem aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova.” O que quer dizer este texto? Será que a minha consciência é o que deve nortear as decisões? Cada um, pode aprovar ou reprovar o que achar certo de acordo com a sua maneira?

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Este verso bíblico só pode ser entendido junto com o seu contexto. O capítulo quatorze de Romanos, está apresentando um aparente dilema entre os fortes e os fracos na fé. Ou seja, os mais maduros e os mais novatos.

Um dos dilemas naquela época, era se podia ou não comer carne sacrificado aos ídolos. Alguns achavam que podia e outros achavam que não.

Note, a discussão não se tratava de comer ou não carnes imundas condenadas pela Bíblia, mas sim das carnes que eram sacrificadas aos ídolos.

Os mais novos na fé, achavam que não deveriam comer estas carnes, e os mais veteranos, achavam que não tinha nada haver em comer estas carnes, uma vez que os ídolos não são deuses de verdade, mas apenas rochas ou madeiras trabalhadas.

Assim, alguns cristãos se tornavam pedra de tropeço para outros cristãos, que pensavam diferente.

Houve polêmica entre os cristãos por causa disto. Cada um queria impor sua posição ou pensamento sobre o outro, e parece que ninguém queria ceder. Neste momento, chega Paulo para apaziguar a situação.

No verso 13 de Romanos capítulo 14, Paulo diz para não julgarmos uns aos outros, e nem ser um tropeço para o irmão. Diz ele no verso 14 “Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus que nenhuma coisa é de si mesmo imunda a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda.”

Paulo estava neste contexto de carnes sacrificadas aos ídolos, querendo dizer que quem come não julgue quem não come. Ou seja, neste ponto, não traia a sua consciência.

Paulo não deu um veredicto final, ou não se posicionou de maneira radical, pois o cristianismo era algo ainda novo, e os princípios judaicos e pagãos ainda estavam bem arraigados às pessoas, e Paulo sabia que aos poucos estes rituais, como os 7 dias de descansos anuais, celebrados pelos judeus, e também a decisão de comer ou não as carnes sacrificadas dos ídolos, e outros costumes mais, iriam se perder e terminar, não de maneira brusca, ma paulatina, ou seja, a medida que iam aprendendo e conhecendo, assim iam mudando a vida.

Por isto Paulo diz no verso 19 e 20 “Sigamos pois as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros. Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou enfraqueça.”

E o capítulo termina com o verso que a ouvinte perguntou, que fecha perfeitamente neste contexto, ou seja, Bem aventurado ou feliz, é aquele que faz as coisas de acordo com a sua consciência, e não age contra seus próprios princípios que conhece. Ou seja, comer algo, que na consciência se condena, mas por influências de outros, se come, é ser uma pessoa infeliz.

Quando fazemos as coisas certas como nossa consciência orienta, isto é um prazer, e não um tardo. Bem aventurados são estes. Mas quando agimos contra nosso conhecimento, contra nossa consciência, somos pessoas não realizadas, não satisfeitas, e por isto infelizes.

Paulo recomenda neste contexto, a não fazer nada daquilo do que tiver dúvida. E logicamente, buscar crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo, que é o contexto de todo o Livro de Romanos.

Sua consciência às vezes pode deixar em dúvida sob que decisão tomar, e então algumas dicas de como você pode tomar decisões:

I - Tenha o problema bem claro em sua mente. Esteja seguro que sabe perfeitamente no que compreende ou do que se trata o problema;

II - Ore e peça sabedoria a Deus. Tiago 1:5: Orar antes de tomar decisões importantes, não é somente um privilégio, é um dever, uma necessidade;

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III - Reuna todos os fatos do problema. O que é, porque, onde, como, quando, quem. Em posse de todas estas informações, vai ficando mais claro, a origem do problema e já clareando sua solução;

IV - Escreva os fatos descobertos, e após analise-os;V - Confie na sua experiência, você tem capacidade para sair deste problema sim. A

Bíblia afirma que ninguém sofre tentações acima do suportável. Veja I Coríntios 10:13, destaque este verso em sua Bíblia ou apontamentos: “... fiel é Deus que vos não deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que possais suportar.”;

VI - Procure respostas hipotéticas. Das mais absurdas até as mais coerentes. Imagine e crie soluções, várias, para trabalhar com elas;

VII - Analise as vantagens e desvantagens de cada solução que você encontrou;VIII - Procure conselhos, quando possível e necessário, com pessoas experientes e

gabaritadas. Geralmente, as pessoas do seu nível, não são sempre as melhores, pois estão enfrentando quem sabe, os mesmos problemas. É fundamental procurar pessoas mais experientes, e profissionais, responsáveis, e se possível ainda, mais que uma, para estar bem seguro, de qual decisão tomar;

IX - Não se apresse a tomar decisões. Existem decisões que podem esperar. Durma sobre o assunto quando possível. Estar descansado, após ter abusado o auxílio Divino, deixa a mente mais clara, mais disposta para resolver problemas;

X - Quando você não está seguro da solução, não decida, espere. A placa de trânsito deve ser lembrada aqui “Na dúvida não ultrapasse”. Melhor que tomar uma decisão insegura e apressada, é esperar. Um dia ou pouco mais tarde, poderá vir uma decisão melhor;

XI - Assuma o que decidiu. Não transfira a culpa para outros. Você é o responsável pelas suas decisões. Nem Deus tem direito de decidir no seu lugar. Seja humilde ao reconhecer que errou, e esteja pronto para evitar a repetição deste ato. E se sua decisão foi correta, e trouxe resultados positivos, não se exalte, agradeça a Deus, e não super valorize seu potencial, siga sempre os mesmos passos, para não se decepcionar amanhã ou depois;

XII - Após ter passado por todos estes passos anteriores, lembre-se de Romanos 8:28 “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Se você amar a Deus e andar como Ele andou, tudo, tudo o que lhe acontecer ou sobrevier, será para o seu bem. Creio nisto, pois a Bíblia assim o diz.

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28 - Os dons do Espírito Santo, a manifestação de falar línguas estranhas, isto é a língua dos anjos?

Este é um assunto bastante controvertido. O que apresentarei aqui, é o resultado de um estudo e pesquisas, com o único propósito de mostrar o que a Bíblia diz. As Sagradas Escrituras, são uma espada de dois gumes que nos ensina o caminho que temos de trilhar, e temos que estar preparados não somente para os textos bíblicos que nos trazem conforte e esperança, mas também para aqueles que nos advertem e nos corrigem.

O estudo das diversas línguas, vem da palavra grega Glossolalia, glossa = língua, lalia = o ato de falar (do verbo láleo) significando assim falar línguas.

A Bíblia traz uma resposta bem ao ponto desta questão, pois o mesmo problema já existia nos dias de Paulo.

A cidade de Corinto, uma cidade da Grécia, que era uma cidade portuária, um centro comercial, que tinha muitos problemas, os deuses pagãos eram encontrados ali como

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Afrodite, a deusa do amor, cujo culto deu origem proverbial a imoralidade na cidade. Inclusive a expressão. Inclusive a expressão “corintianizar”, vem da cidade de corinto, que significa orgias, imoralidade, depravar. Esta cidade foi palco de problemas com respeito aos dons. Os pagãos também imitavam o dom de línguas. Platão fala da Sacerdotisa pagã de Delfos, que o espírito entrava por baixo, e ela na sua loucura, espumava pela boca e falava palavras desconexas. Entre os pagãos havia o falso dom de línguas, e na igreja cristã muito se orgulha quem possuía o dom de línguas, para uma super valorização deste dom em relação aos demais. Neste contexto, Paulo entra em cena para por ordem na Igreja. Ele começa a explicar tim-tim por tim-tim como é, e como não é o dom de línguas.

Esta na primeira carta de Paulo aos Coríntios o discurso que fez para explicar o que era certo, e eliminar o que estava errado na Igreja.

I - O Espírito Santo e seus dons:O Espírito Santo concede dons aos homens conforme escrito em I Coríntios 12:4 em

diante. “Ora há diversidade dos dons mas o espírito é o mesmo, ... é dada a cada um para o que for útil. porque para um pelo Espírito é dada a palavra da Sabedoria, e a outro, pelo mesmo Espírito a palavra da ciência,e a outro, pelo mesmo espírito, a fé,a outro pelo mesmo espírito dos dons de curar,e a outro, a operação de maravilhas,e a outro, a profecia,e a outro o dom de discernir os dons,e a outro, a variedade de línguas,e a outro a interpretação das línguas.

Mas um só é o Espírito opera em todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.”

Note amigo ouvinte, que o dom de línguas não é o único dom do Espírito Santo, existem vários dons. Paulo coloca o dom de línguas em último lugar na lista dos dons. Outros textos da Bíblia ainda ampliariam mais os frutos do Espírito Santo. Isto indica inicialmente alguns aspectos importantes:

A - O Espírito Santo é quem concede os dons, diz o tecto “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” I Cor. 12:7. Não é algo que nós pegamos quando bem entendermos, é Deus quem nos concede. E Deus concedeu o dom de línguas quando houve necessidade;

B - Nenhum dom é mencionado neste texto, como sendo vital, ou característico que todos devam possuir. O Espírito Santo sim, este, todos devem estar em comunhão com ele. Mas nem o dom de profetizar, ou de curar, ou falar línguas, é fundamental ou essencial que todos devam possuir. O texto e o contexto são claros ao declarar “a um o Espírito Santo concede o dom de ... a outro ... e ao outro ... e ao outro ...” Ou seja, há diversidade dos dons, mas o Espírito é o mesmo;

C - Mais um detalhe precioso. Os dons são concedidos para o que for útil. Está no verso 7 do capítulo 12. Com respeito ao falar línguas, o que seria ser ou não útil? A Bíblia mesmo responde em I Cor. 14:7 em diante: “Da mesma sorte, se as coisas inanimadas que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara? Porque se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis como falando ao ar”. Concluímos obviamente, que o falar em línguas, tem que ter uma utilidade, tem que ser ao menos inteligível. O verso seguinte explica ainda mais: “Há por exemplo, tantas espécies de vozes no mundo, e nenhuma delas sem significação.” Ou seja, entende-se que ao receber o dom de línguas, seja inteligível para algum idioma conhecido. Atos 2 relata o pentecostes, porque houve necessidade de converter os estrangeiros.

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A diversidade dos dons para pessoas diferentes, é reforçada em I Coríntios 12:13: “Pois todos fomos batizados em um Espírito Santo formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro mas muitos”. Se o pé disser: “Porque não sou a mão, não sou do corpo; não será isto do corpo? ...” A mesma coisa com a orelha, o olho ... Se todos fossem um só membro onde estaria o corpo? Agora pois há muitos membros mas um só corpo. Ou seja, os dons são diferentes, todos tem seu valor, sua importância, sua parte a desempenhar, que juntos, formam o conjunto como membros formam o corpo. Como só o olho, que é uma importantíssima de nosso corpo, não é o corpo, assim também, um só dom não é a missão completa do Espírito Santo.

Sabendo que o dom de línguas é um dos dons do Espírito Santo, e não vital a qualquer cristão, e que é concedido por Deus, para fins úteis, analisemos o primeiro acontecimento de pentecostes.

Atos 2:1-13, que relata o pentecostes, mostra que o dom de línguas foi dado para evangelizar, que ouviram os apóstolos falarem em línguas cheios do Espírito Santo. No verso 6 declara que “cada um ouvia falar na sua própria língua” e no verso 8 ainda confirma: “Como pois ouvimos cada um em nossa própria língua em que somos nascidos?” Afirmam os comentaristas que pelo menos 16 nações diferentes estavam ali presentes. Note, que eles não falaram a esmo, palavras ou sílabas sem sentido. Eram compreendidas em outros idiomas. Nota-se então que a manifestação do dom de línguas era inteligível para os estrangeiros. Dois aspectos importantes aqui:

A - Teve um propósito de evangelizar os estrangeiros, a finalidade era a edificação dos crentes e o desenvolvimento da causa de Deus;

B - E foi compreendido por eles. Logo, concluímos que se conheciam as línguas do passado, deve ser assim hoje também. Não eram expressões ininteligíveis ou que provinham de algum êxtase sentimental descontrolado.

Aqui deve-se salientar um ponto importante. O falar em novas línguas, pode significar nova língua para quem fala, mas uma língua já existente, como um brasileiro de repente começar a falar japonês, que é uma nova língua para ele; ou falar uma nova língua pode significar falar palavras e frases de uma nova língua desconhecida no mundo todo. O que significa falar uma nova língua na Bíblia? O texto original grego responde. Pois há duas palavras gregas diferentes para descrever nova língua - néos e kainós. Néos é novo no sentido de tempo, recente e Kainós é novo na forma ou na qualidade. E o que Jesus diz em São Marcos 16:17 é “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem em meu nome e expelirão demônios; falarão novas línguas.” A palavra novas línguas que Jesus aqui diz, é do grego kainos, que se refere a línguas estrangeiras, que eram novas, mas já eram conhecidas na sua forma em outros países. Portanto, falar novas línguas, é falar idiomas que já existem, e não criar uma língua que ninguém do mundo conheça.

Afirmar que o dom de línguas é característica essencial do batismo do Espírito Santo, seria não aceitar várias pessoas que se batizaram no Novo Testamento e não falaram em línguas. Tais como os sete diáconos, que foram cheios do Espírito Santo, mas não diz que falaram em línguas. Os samaritanos ao crerem na Palavra de Deus, mas também não falaram línguas. O próprio Jesus, que a Bíblia não menciona em nenhum dos evangelho, que ao ser batizado, falou línguas estranhas.

Uma pesquisa bíblica, indica dezoito notáveis batismos com o Espírito Santo, e quatorze não apresentam nenhuma referência a línguas.

Deus concede o dom que for conveniente para cada pessoa, e para cada necessidade.O termo “Línguas dos Anjos”, só aparece em I Cor. 13:1, quando Paulo assim diz:

“Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.” Neste verso há detalhes preciosos. Tenhamos em mente, que Paulo está botando ordem na confusão de dons e de línguas na Igreja de Corinto.

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Ele salienta que mais importante do que falar línguas dos homens ou de anjos, é ter amor. Este sim, é o maior dos dons. I Cor. 13:13 diz claramente: “Agora pois permanecem a fé, a esperança e o amor. Porém o maior deste, é o amor.” Note, que revolução para a igreja de Corinto, que se orgulhava do dom de línguas como sendo o mais importante, ouvir agora do apóstolo Paulo, que o dom mais importante não é falar línguas, mas sim o amor. A expressão “címbalo que retine” de I Cor. 13:1, tem duas características, mais barulho e pouca harmonia. Ou seja, Igreja com muito barulho e pouco amor. Paulo, foi ao ponto com o povo da cidade de Corinto. Nem ele, Paulo, falou a língua dos anjos. Mas mostrou para toda a Igreja que o mais importante de tudo, é o amor.

Efésios 4:12 declara que os dons são concedidos para o aperfeiçoamento dos santos e para o desempenho de seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo. Ou seja, não é simples estado de emoção sentimental, é um poder que vem contribuir para o crescimento do Evangelho.

Muitos outros detalhes poderiam ainda ser colocados, como o espaço é reduzido, indica um livro que faz uma pesquisa profunda sobre o assunto:

Robert G. Gromacki, Movimento Moderno de Línguas, JUERP, 1980. Este livro editado pelos batistas, é ótimo, foi recomendado a mim pelo meu professor de Teologia em minha faculdade. Recomendo a quem desejar mais detalhes sobre o assunto.

*

29 - Como interpretar o verso bíblico: “as mulheres estejam caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar, mas estejam submissas como também ordena a lei.” I Coríntios 14:34. Será que Paulo proíbe as mulheres de falarem na Igreja? Será que a Bíblia ensina que as mulheres não podem falar na Igreja? Como explicar isto?

CONTEXTO DA ÉPOCA: As mulheres eram tidas em baixa conta entre o povo judeu. Diz o comentarista Russeli Champlim, que as mulheres naquela época, eram proibidas de freqüentar escolas de Teologia, na realidade os rabinos afirmavam: “É preferível queimar a lei do que ensiná-la a uma mulher.” Era costume dos gregos e dos judeus, determinar que a mulher permanecesse em segundo plano nos afazeres públicos. Era ordenança judaica, que as mulheres não pudessem falar nas assembléias, e nem mesmo fazerem perguntas. Um escravo do sexo masculino poderia ler, mas a mulher não. A Bíblia demonstra o menosprezo da sociedade de então ao seco feminino, quando se fazia um censo, ou a contagem de um povo, que só eram contados os homens, não se incluíam mulheres nem crianças. As próprias geneologias, não aparecem mencionando o nome de mulheres com a mesma freqüência que menciona os homens. Um exemplo mais, quando Maria Madalena foi apanhada em adultério: Porque os homens só levaram a mulher e não o homem que estava com ela, que também era um adúltero? Isto demonstra a sociedade machista, e o descaso com a mulher. O próprio divórcio, naquele tempo, se dava por qualquer problema, se a mulher queimasse o pão, ou não cumprisse com as expectativas do marido, o divórcio era feito com facilidades, por isto Jesus disse: “O que Deus ajuntou não separe o homem”. Dizem alguns comentaristas, que as mulheres naquele contexto, eram tidas em tão baixa estima, que o judeu tinha uma oração que era mais ou menos assim: “Obrigado Senhor, porque não nasci camelo, nem mulher e nem samaritano”.

Neste contexto, Paulo realmente declarou que uma mulher não deveria falar na Igreja, pois o cristianismo, que estava sendo difundido, não podia cair em descrédito, sendo divulgado por mulheres que não tinham o respaldo necessário da sociedade.

Paulo realmente quis dizer o que está escrito, mas exclusivamente para a sua época, e para o seu contexto. É importante destacar, que a igreja cristã não surgiu para produzir um revolução social, mas sim uma transformação espiritual pelo poder de Deus. As mudanças

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sociais deveriam surgir como conseqüência natural das transformações espirituais nos indivíduos que aceitassem a Cristo.

Como posso diferenciar o que Paulo disse para sua época, e o que é para nós nos dias de hoje? Olhando o CONTEXTO DA BÍBLIA. Existe uma harmonia na Bíblia, Isaías escreveu: “Um pouco aqui um pouco ali”. As verdades fundamentais da Bíblia, não estão isoladas e únicas, elas se completam, se reafirmam de outras formas e em outros contextos.

E qual é o contexto da mulher na Bíblia então?Inicialmente foi criada para estar ao lado do homem, após o pecado porém, houve

inimizade e esta ficou sujeita a seu marido. Isto não significa que ela ficou esquecida e muito menos desprezada, pois a Bíblia dá exemplos da importância da mulher, e como o homem deve respeitá-la. A Bíblia registra mulheres que foram relevantes na sociedade, pela escolha Divina, como as profetisas: Hilda, Débora, Miriã, as 4 filhas de Felipe, e ainda a importância das mesmas como mães, como foi a mãe de Moisés, mãe de João Batista, de Jesus, etc. O próprio Jesus restabeleceu o lugar da mulher na sociedade, pois em diversos momentos foi criticado por quebrar barreiras da época: quando conversou com uma mulher samaritana junto ao poço de Jacó; quando permitiu que seus pés fossem lavados com perfume caríssimo num banquete; quando perdoou a uma mulher adúltera, etc. Logo, temos que deixar claro, a diferença entre um “Assim diz o Senhor” e o que Paulo falou para o seu público definido para sua época.

No último capítulo do livro de Provérbios, o sábio Salomão descreve o valor da mulher virtuosa, que o “seu valor muito excede ao de jóias preciosas”. Provérbios 31:10, parafraseando os versículos seguintes, diz a Bíblia, que a mulher virtuosa é econômica, faz bem e não mal todos os dias de sua vida, ela é trabalhadora, não mede esforços para garantir o pão, mesmo à noite ela trabalha para sustentar sua família e suas servas, cuida da semeadura, do campo, da colheita, é esforçada, prova e demonstra seus bons resultados, é uma luz que não se apaga de noite, ajuda aos necessitados, não tem medo de imprevistos, e muitas outras qualidades que o capítulo 31 de Provérbios encerra assim: “Enganosa é a graça, e vã a sua formosura; mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.”

CONCLUSÃO : Paulo não sabia nem imaginava o potencial das mulheres, sua época não permitia

pensar corretamente neste particular. Hoje porém, a maior igreja do mundo, de Paul Yang Choo, é um sucesso devido aos grupos familiares, que os homens não conseguiram liderar com êxito, mas sim as mulheres, que fizeram com sua dedicação, a Igreja de paul Yang Choo na Coréia, a maior igreja do mundo.

Portanto quase que 100% das igrejas cristãs, aceitam o fato de as mulheres participarem em suas atividades, ainda que, em muitos casos, os homens ocupem os cargos de maior responsabilidade.

* *30 - Qual a interpretação de Colossenses 2:16-17 que está escrito

assim: “Ninguém pois vos julgue pelo comer ou pelo beber, ou por causa de festa, ou de lua nova ou de sábados, que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo.” Seria o sábado uma sombra do Velho Testamento?

Antes de entrar em detalhe do verso, analisemos o contexto histórico do Velho Testamento. No tempo de Moisés, haviam dois tipos de Leis: A Lei de Deus, e a Lei de Moisés que seriam as leis cerimoniais. A distinção entre as duas leis é ampla e clara. O sistema cerimonial era constituído de símbolos que apontavam para Cristo, para seu sacrifício e seu sacerdócio. Mas com respeito a Lei de Deus, declara o salmista: “Para sempre, ó Senhor, a Tua palavra permanece no Céu.” Salmos 119:89. E foi Jesus quem disse: “Não vim destruir a lei ... em verdade vos digo, ... que até que o céu e a terra passem, nem

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um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.” Mateus 5:17 e 18. A Lei de Deus é imutável. Veja algumas das diferenças principais entre a Lei de Deus e a Lei de Moisés ou Cerimoniais:

= A Lei de Deus, foi escrita pelo próprio Deus em tábuas de pedra. Êxodo 34:1;- A Lei de Moisés foi escrita num livro, conforme Deuteronômio 31:24.= A Lei de Deus que foi escrita em pedra, são apenas os dez mandamentos, conforme

Deut. 10:4;- E o que Moisés e não Deus escreveu, foram as leis e orientações cerimoniais, sociais.

Deut. 31:9.= A Lei que Deus escreveu foi colocada dentro da arca. Deut. 10:4 e 5;- E o que Moisés escreveu, foi colocado ao lado da arca. Deut. 31:25 e 26.= A Lei de Deus, (Salmos 19:7 e 8) “é perfeita e refrigera a alma, ... dá sabedoria aos

simples, os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração, o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos.”;

- Já as leis cerimoniais que Moisés escreveu, eram leis de holocausto, para o povo oferecer ofertas ao Senhor.

= O propósito da Lei de Deus está em Eclesiastes 12:13: “Este é o fim do discurso; tudo já foi ouvido; Teme a Deus e guarda os seus mandamentos, porque isto é o dever de todo homem.”;

- O propósito das Leis de Moisés eram apontar a crucificação de Cristo. Confira em Col. 2:14 e 17 e Heb. 9:9.

= Até quando duraria a Lei de Deus? Salmos 111:7 e 8 “... fiéis são os seus preceitos, firmados para todo o sempre ...” Salmos 119:89 e 144 “... Justos são os seus testemunhos para sempre.” E ainda, São Mateus 5:17 e 18 ...Jesus disse: “Porque em verdade vos digo, que até o céu e a terra passem de modo nenhum passará da lei um só i ou til, até que tudo seja cumprido.”;

- Até quando durariam as leis de Moisés? Até a cruz de Cristo. Col. 2:14.E assim poderíamos prolongar o estudo sobre as diferenças das Leis de Moisés em

paralelo com a Lei de Deus, os Dez Mandamentos; no entanto, o assunto em questão, exige outras explicações dos versos bíblicos que o ouvinte perguntou.

Quando Paulo se dirigiu aos colossos, em sua carta, no capítulo 2:16 e 17, e diz que ninguém vos julgue pelo que come, ... ou pelos dias de festas, ou sábados, ele estava se referindo às festas e cerimonias do judaísmo. Já vimos as diferenças entre a Lei de Deus e as leis cerimoniais, mas há também uma diferença entre os sábados das festas e o sábado da Lei de Deus: Os sábados festivos vieram do tempo de Moisés, e o sábado, dia santo do Senhor, vem desde a criação, precedido de um imperativo “Lembra-te do dia de sábado para o santificar ...”

Estes sábados aí de Colossenses 2:16 e 17, estão associados à dias de festa e lua nova, que eram solenes festividades nacionais judaicas, ou feriados fixos. O sábado dos dez mandamentos, não tem esta natureza, não era festivo e nem típico.

As festas e os sábados que são relatados neste texto de Colossenses, referiam-se a um acontecimento futuro, que seria a morte de Cristo como expiação pelos nossos pecados, já o Sábado do dez mandamentos, nos leva ao passado, à criação, como um memorial do que Deus criou. São duas situações bem diferentes e distintas.

Logo, concluímos que, quando Paulo escreveu este texto aos Colossenses, ele não estava sob hipótese alguma anulando o quarto mandamento de Deus, mas sim as leis cerimoniais que apontavam a expiação de Cristo na cruz, fossem as festas de lua nova ou sábados, etc.

Gostaria agora de fazer algumas perguntas para você ouvinte:

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I - Será que Deus iria abolir as leis dos dez mandamentos que escreveu com o seu próprio dedo, e segundo diversos textos bíblicos que dizem ser a lei perfeita e eterna?

II - Será que hoje poderíamos então matar, roubar, pois os mandamentos foram abolidos?

III - Tiago 2:10 diz: “Pois qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em um só ponto, torna-se culpado de todos. Pois aquele que disse: “Não adulterás”, também disse : “Não matarás”. Ora, se não adulteras, mas matas, torna-te transgressor da lei.” É clara a mensagem deste texto, que não adianta guardar um mandamento e transgredir outro, é preciso ser um cristão completo.

Vem outra pergunta: Existe alguém que consegue guardar todos os dez mandamentos? A resposta é que perfeito só foi um: Jesus, mas há uma diferença entre nós sempre, há aqueles que se contentam como são, não buscam a santidade, não se preocupam em seguir os caminhos de Deus, estes sim, são imperfeitos e não buscam mudar, estão satisfeitos longe de Deus, e não tem paz, e um outro grupo de pessoas imperfeitas que buscam constantemente o perdão, a justificação pala fé, por conhecer a lei, e notar os seus defeitos, e então rogar que a graça de Cristo, venha cobrir os seus erros e imperfeições, fato este que de contínuo vai aperfeiçoando o cristão, como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.

A função da Lei não é salvar. A Lei não salva. A Lei de Deus mostra o pecado, e a necessidade de um Salvador, que é Cristo. É pela lei que vem o conhecimento do pecado e o sentimento de necessidade de um Salvador. A Lei aponta o pecado e o Salvador do pecado. Esta é a função da Lei. Só observando a lei, seremos como os fariseus, jamais seremos salvos, e só dizer que amamos a Jesus também não nos trará salvação, pois muitos dirão naquele dia: Senhor, Senhor, em ti não fizemos milagres ... etc. no entanto Jesus vai responder: “Apartai-vos de mim, nunca vos conheci.”

Portanto amigo ouvinte, esta é a função da Lei, não salvar, mas apontar o pecado, e nos indicar o Salvador do pecado, que nos dará o poder de vivermos uma vida mais pura e santa diante de Deus e diante dos homens.

*31 - Por ocasião da segunda vinda de Jesus terão lugar os seguintes

acontecimentos:

I - Os justos mortos ressuscitarão - I Tessalonicenses 4:16 diz: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.” Esta também é chamada a PRIMEIRA RESSURREIÇÃO, conforme Apocalipse 20:6 onde está escrito: “Bem aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição...”

II - Os santos (justos) vivos serão transformados. I Coríntios 15:52 diz: “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.”

III - Todos os justos (os que estavam vivos e os que ressuscitarem) serão levados ao céu. I Tessalonicenses 4:17 diz: “Depois nós os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.”

IV - Os ímpios vivos serão destruídos (mortos) pelo resplendor da manifestação de Deus. II Tessalonicenses 2:8 diz que o Senhor matará o iníquo com o sopro de Sua boca.

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V - Esta Terra ficará desolada, vazia. Jeremias 4:23-26 relata: “Olhei para a terra, e ei-la sem forma e vazia; para os céus, e não tinha luz. Olhei para os montes, e eis que tremiam, e todos os outeiros estremeciam. Olhei, e eis que não havia homem nenhum, e todas as aves dos céus haviam fugido. Olhei ainda, e eis que a terra fértil era um deserto, e todas as suas cidades estavam derrubadas diante do Senhor, diante do furor de sua ira.”

VI - Satanás será preso. Diz Apocalipse 20:1-3 - “Então vi descer do céu um anjo, tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois é necessário que ele seja solto pouco tempo.”

A palavra abismo vem do grego ABYSSOS e é a mesma que descreve o estado caótico da Terra mencionado em Gênesis 1:2. “A Terra, porém, era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo”. Evidentemente os acontecimentos finais - as convulsões da Natureza mencionadas em Apocalipse 16:18-21 - reduzirão a Terra a um estado semelhante ao descrito em Gênesis 1:2.

Durante mil anos ou um milênio, Satanás não terá seres humanos para tentar: estará preso por uma cadeia de circunstâncias. “Durante mil anos vagueará de um lugar para outro na Terra desolada, para contemplar os resultados de sua rebelião contra a lei de Deus.”

Onde estarão os justos durante esses mil anos? Os justos que estiverem vivos por ocasião da volta de Cristo e os justos que ressuscitarem estarão todos no CÉU durante os mil anos. I Tessalonicenses 4:17 (já lemos o texto anteriormente) diz que subirão para o encontro com Cristo entre as nuvens. Apocalipse 20:4 diz mais: “Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. E viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.”

Portanto, durante os mil anos, ou milênio, os justos se ocuparão da obra de julgamento dos ímpios. A Bíblia diz: “Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? ... Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos?” I Cor. 6:2 e 3.

Juntamente com Cristo, o grande Juiz, eles examinarão o relatório da vida de cada um, contido no livro do Céu (Apoc. 20:15) e comparar-lo-ão com o divino código - a santa lei de Deus, determinando a extensão do castigo. Evidentemente julgarão também os anjos caídos. Deus permitirá a participação dos salvos na obra de julgamento dos ímpios para que vejam a justiça divina e não haja dúvida quanto ao castigo aplicado. Então irão declarar: “Justos e verdadeiros são os Teus caminhos. ó Rei das nações”. Apocalipse 15:3.

Completados os mil anos, a Jerusalém celestial será transferida para a Terra, juntamente com os salvos. Apocalipse 21:2 diz: “Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo.” Os pés de Cristo pousarão no monte da Oliveiras o qual se fenderá e aquela região será a capital do novo governo de Cristo (Zacarias 14:4,5).

Em seguida todos os ímpios, desde o princípio do mundo, ressuscitarão para receberem o castigo merecido.

Os justos estarão dentro da cidade - os ímpios fora dela.Voltando os ímpios à existência, Satanás será solto pouco tempo. (Apocalipse 20:3

última parte), pois terá novamente pessoas para enganar. Diz a Bíblia em Apocalipse 20:8 e 9 - “E sairá a seduzir as nações ... a fim de reuni-los para a peleja. O número desses é como a areia do mar. Marcharam então pela superfície da Terra e situaram o acampamento dos santos e a cidade; DESCEU, PORÉM, FOGO DO CÉU E OS CONSUMIU.”

Satanás moverá os seus anjos e as hostes dos ímpios a um último e desesperado ataque contra o povo de Deus. Mas ... fogo desceu do céu. A terra inteira será transformada num lago de fogo (II Pedro 3:10; Apocalipse 20:10). Nesse lago perecerão Satanás, seus anjos e

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todos os ímpios. Diz a Bíblia: “E se alguém não foi achado inscrito no livro da vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.” Apocalipse 20:15.

Portanto, Ricardo, o milênio, os mil anos, serão no Céu - os justos que estiverem vivos por ocasião da volta de Cristo mais os justos que ressuscitarem nesse dia. Com relação a Zacarias 14:16-21 é muito simples. A maioria das promessas feitas através dos profetas do Velho Testamento é de duplo cumprimento: um local e o outro futuro. Um refere-se ao Israel literal, outro ao Israel espiritual. Zacarias, bem como Isaías e outro descrevem novos céus e nova terra que Deus se proporia instaurar se Israel atendesse às mensagens dos profetas e cumprisse o propósito divino, após o livramento do cativeiro. Porém, Israel falhou. Não cumpriu a sua parte. Em Israel não se cumpriram as condições da Nova Terra. Temos, então, de buscar a aplicação secundária. Uma leitura atenta de Zacarias 14:16-21 revela que as promessas ali feitas referiam-se ao Israel literal. O povo que falhou e não pôde receber a bênção prometida.

“Os ímpios ficarão sofrendo eternamente num lago de fogo?”

Essa pergunta é importante. E a resposta é NÃO. Certas expressões das Escrituras podem dar a impressão de que o tormento do ímpio não terá fim.

Referimo-nos às expressões “PARA SEMPRE”, “PARA TODO O SEMPRE” e a palavra “ETERNO” que a Bíblia emprega com respeito ao castigo do ímpio. Temos também a expressão “FOGO QUE NUNCA SE APAGA” ou “FOGO INEXTINGUÍVEL”. Vejamos o sentido a elas dado na Bíblia:

A - “PARA SEMPRE”. Onésimo, servo de Filemon, devia ser possuído por seu senhor “para sempre”. Filemon, verso 15. O menino Samuel deveria permanecer no tabernáculo “para sempre”. I Sam. 1:22. O sentido de “para sempre” nestes casos é a duração de uma vida humana;

B - “PARA TODO O SEMPRE”. O castigo do ímpio será “para sempre”, ou “pelos séculos dos séculos”. (Apoc. 14:11; 20:10). Também a terra de Edom, ao sul da Palestina, seria queimada com fogo cuja fumaça subiria “para sempre”, e ninguém passaria por Edom “para sempre”. Isaías 34:9 e 10. Entretanto, quem queria poderia passar hoje (1994) por Edom. O sentido é que a destruição do país seria completa e completa seria a sua desolação, por um determinado espaço de tempo;

C - O ímpio sofrerá a pena do “fogo eterno”. Mateus 25:41. Sadoma e Gomorra também sofreram a ação do “fogo eterno” e foram até postos por exemplo dos que terão de sofrer a mesma pena (Judas 7). Foram, porém, totalmente destruídas, reduzidas a cinzas (II Pedro 2:6). Não estão queimando até hoje;

D - Jesus falou do fogo ao qual será lançado o ímpio, como “fogo que nunca se apaga” Marcos 9:47 e 48. Jerusalém foi queimada com “fogo que nunca se apaga” (Jeremias 17:27.) Mas Jerusalém não continua queimando. O sentido de “fogo que nunca se acaba” é: fogo que não se pode extinguir, que executa plenamente a sua obra destruidora. consumada a destruição, ele cessa de arder.

A Bíblia diz que o “salário do pecado é a morte. Não um tormento sem fim. O castigo dos ímpios é chamado A SEGUNDA MORTE. Apoc. 20:14. Os ímpios sofrerão no lago de fogo, depois dos mil anos, tanto quanto mais graves tenham sido os seus pecados. MAS NÃO SOFRERÃO PARA TODA A ETERNIDADE. Eles serão reduzidos a cinzas. Malaquias 4:1-3 diz: “Pois eis que vem o dia, e arde como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem perversidade, serão como o restolho; o dia que bem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo. Mas para vós outros que temeis o Meu nome nascerá o sol da justiça, trazemos salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria. Pisareis, os perversos porque SE FARÃO

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CINZAS debaixo das plantas de vossos pés naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos Exércitos.” Sim, os ímpios queimarão. Virarão cinzas. Deixarão de existir.

O castigo dos ímpios é chamado nas Escrituras “obra estranha” a Deus. Isaías 28:21. Infligir sofrimento, destruir, não é segundo os sentimentos de Deus, porque não tem “prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu mau caminho e viva”. Ezequiel 33:11. Em tocantes palavras Ele pede: “Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que haveis de morrer, ó casa de Israel?”

Que admirável revelação de Deus! “Ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” II Pedro 3:9.

Todo o interesse do Céu está concentrado em salvar pecadores. Para salvar - e não para destruir - Deus deu o melhor que teve, o Seu divino Filho, o Senhor Jesus Cristo. Para salvar Deus faz pregar o evangelho, faz anunciar aos homens - a todos os homens - que em Cristo há remissão dos pecados, e há vida eterna. Para salvar Deus estende o tempo de graça - Ele espera, dá nova oportunidade, até que o coração do homem chegue ao arrependimento.

Os ímpios, lançados no lago do fogo serão os que tiverem rejeitado a salvação e preferiram seguir o Mal. A sua destruição será um ato de misericórdia da parte de Deus, para os justos viverem em paz e segurança.

E um outro detalhe importante: o fogo que destruirá Satanás e os ímpios, purificará a Terra das conseqüências do pecado. Diz II Pedro 3:10 e 13. “... e a Terra, e as obras que nela há, se queimarão ... Mas nós, segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova Terra, em que habita a justiça”.

Então Deus vestirá o nosso planeta de edênica beleza (Is. 35:1 e 2) e estabelecerá nele o Seu Reino. O plano original de que este mundo fosse habitado por uma raça perfeita (Isaías 45:18), será por fim executado.

Diz a Bíblia: “O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça repouso e segurança para sempre. O Meu povo habitará em moradas de paz, em moradas bem seguras, e em lugares quietos e tranqüilos.” Isaías 32:17 e 18. “Não se levantará por duas vezes a angústia.” Naum 1:9.

Livres do pecado e suas conseqüências, a doença, a morte; livres dos sofrimento que elas acarretam e sem nenhum adversário para os tentar ao esquecimento do seu Criador, os salvos se deleitarão no amor e dádivas de Deus através da eternidade.

* *

32 - São Tiago 5:14 fala sobre a Unção. Deverão receber a Unção somente os doentes?

No livro A Ciência do Bom Viver há um capítulo inteiro sobre o assunto, e é leitura muito linda, que recomendamos; ali encontramos trechos interessantes que guiam os anciões, ministros e outros que participam na oração aos doentes, e também há orientação segura e divina para o próprio enfermo.

O orar pelos doentes é um assunto tão importante que não deve ser feito descuidadamente. Eu creio que devemos levar cada caso ao Senhor, e revelar a Deus todas as nossas fraquezas e especificar todas as nossas perplexidades. Quando em tristeza, quando incertos com referência ao caminho a tomar, dois ou três que estão acostumados a orar deviam se unir e pedir ao Senhor que sua luz brilhe sobre eles, e que conceda sua graça especial; e ele atenderá suas petições, responderá a suas orações ... Eu entendo que o texto em Tiago deve ser aplicado quando uma pessoa está doente, de cama, e chama os anciões da igreja, e eles, seguindo a orientação de Tiago, ungem o doente com óleo no nome do Senhor e oram sobre ele a oração da fé ... Não é nosso dever chamar os anciãos da igreja por qualquer pequena enfermidades que temos, por que assim sobrecarregaríamos os anciões ...; mas o Senhor nos dá o privilégio de buscá-lo individualmente em oração fervorosa, descansando nele o peso de nossa alma ... Oh! Quão gratos devíamos ser pelo fato de que

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Jesus está desejoso e é capaz de levar todas as nossas enfermidades e fortalecer-nos, e curar todos os nossos males se isto for para o nosso bem e para sua glória! Alguns morreram nos dias de Cristo e dos apóstolos por que o Senhor sabia exatamente o que seria melhor para eles.

O doente ao ser ungido deve saber o que está pedindo, deve ter confessado os seus pecados, deve estar disposto a seguir a reforma pró-saúde, etc., se Deus o curar. Vemos assim que o doente pode estar consciente.

Entendo que a unção deve ser feita quando os recurso humanos tenham chegado ao seu limite, mas esta pode ser uma opinião minha, particular.

*

33.A - A Nova Terra será o Jardim do Éden restaurado ou uma cidade?

Introdução:

É preciso lembrar que um dos princípios de interpretação da Bíblia é não especular o que não está revelado. Vez por outra, surgem perguntas ou dúvidas que não são fundamentais ou vitais para a nossa salvação e não devem nos causar desânimo ou falta de fé, pois tudo o que precisamos saber para obter o perdão e a salvação pela fé em Jesus e sua graça, está amplamente escrito por toda a Bíblia nas suas diferentes formas e maneiras.

Portanto, saibamos os limites do que a Bíblia diz, pois são suficientes para nos orientar o caminho para a Salvação, e aquilo que não estiver escrito claramente na Bíblia, é melhor guardar silêncio. Esperar para ver é uma atitude prudente, sábia e coerente para qualquer cristão.

A Nova Terra: uma cidade ou um jardim?Diversas passagens bíblicas, são claras em apresentar a Nova Terra como sendo uma

cidade. Veja algumas delas:A - Apoc. 21:2: “E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de

Deus, adereçada como uma noiva ataviada para o seu noivo”;B - Referindo-se a Abraão, em Hebreus 11:10 está escrito: “Porque esperava a cidade

que tem fundamentos, do qual o artífice e construtor é Deus.”C - Apoc. 21:16: “E a cidade estava situada em quadrado ... e mediu a cidade com a

cana até doze mil estádios.”D - O Profeta Isaías no capítulo 60 de seu Livro, no final do verso 14 diz: “... e

chamar-te-ão a cidade do Senhor, a Sião do santo de Israel.”E outras passagens que poderiam ser somadas a estas para mostrar que a Nova

Jerusalém será de fato uma cidade.Segue agora a pergunta: Não será então a Nova Terra o Jardim do Éden restaurado?Veja o que a Bíblia responde:Apoc. 22:1 e 2: “E mostrou-me o rio puro de água da vida, claro como cristal, que

procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio de sua praça, e de uma e outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para cura das nações.”

A Bíblia é clara em apresentar que na Nova Jerusalém, haverá um rio, uma praça, uma árvore ... O que nos faz imaginar que as belezas do Jardim do Éden, poderão fazer parte da cidade de Jerusalém.

O escritor do Livro de Apocalipse, o apóstolo João, revela a medida da cidade, conforme Apocalipse 21:16: “... e mediu a cidade com a cana até doze mil estáfios.”

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Decifrar a medida exata do que significa doze mil estádios, é um tanto desafiador, pois existem várias hipóteses de medidas em metros, porém há uma medida que alguns comentaristas e teólogos consideram ser aproximada que 12 mil estádios: seriam mais ou menos como o tamanho do Estado de São Paulo. Pergunto então: Não caberia nesta cidade o Jardim do Éden? Esforcemo-nos e oremos para estar lá para vermos.

33.B - Porque vamos precisar de abrigo na céu?Vamos ter casa no céu para nos abrigarmos de quê?O Livro de Apocalipse, que nos oferece muitos dados sobre o fim dos tempos e da

Nova Terra, diz que na Nova Jerusalém “não entrará coisa alguma impura, nem o que pratica abominação ou mentira”. conforme Apoc. 22:27, o que permite entendermos que no céu não haverá ladrões, bandidos, etc.

Está escrito também que “a cidade não necessita nem de Sol nem da Lua, para que resplandeçam, porque a Glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua Lâmpada.” Porque então casas? Isaías 65:21 diz: “E edificarão casa e as habitarão, plantarão vinhas e comerão o seu fruto.” Para responder esta pergunta, vamos olhar para o início de nossa história.

Quando Deus criou Adão e Eva, lhes deu também um Lar: o jardim do Éden. Toda a terra era bela, tudo o que Deus havia feito era muito bom. Mas Adão e Eva tinham o seu cantinho, o seu Lar. Deus criou para eles um jardim, o Jardim do Éden, toda a terra e os animais estavam sob seu domínio, mas o Jardim do Éden era o lar deles.

A privacidade, o senso de ter o seu espaço próprio, o seu lugar, parece-nos que sempre foi o plano de Deus. Note: Jesus, certa ocasião, mostrou a falta deste espaço particular, como diz o Evangelho de Mateus 8:20 “As raposas tem covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.”

Fiquemos portanto, com o que a Bíblia diz: “E edificarão casa e as habitarão” o restante são inquietudes; vamos nos empenhar em estarmos lá para ver não adianta conjectuar o que Deus não revelou.

33.C - Como será o relacionamento de marido, esposa e filhos no céu?O Evangelho de Mateus no capítulo 22 a 33, relata-nos quando os saduceus em certa

ocasião, interrogaram Jesus propondo-lhe uma questão de uma mulher que teve 7 maridos, e após a ressurreição de todos, com quem a mulher ficaria? Jesus então respondeu: “Errais não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus; pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu.”

E a Bíblia confirma isto, quando diz que nosso corpo será transformado num piscar de olhos, e o que é corruptível se revestirá da incorruptibilidade, e que isto que é mortal, se revista da imortalidade, conforme está escrito em I Cor. 15:52 e 53.

Os salvos serão transformados, e serão como os anjos, onde não haverá casamentos nem procriação. Portanto, estaremos numa esfera mais elevada, pois o homem foi criado segundo a Bíblia um pouco inferior aos anjos, conforme Hebreus 2:7, que diz: “Fizeste-o um pouco menor do que os anjos, de honra e glória os coroaste ...”

O idioma que vamos falar no céu, será a língua dos anjos. Em I Cor. 13:1, o apóstolo Paulo menciona que os anjos tem a sua linguagem peculiar.

CONCLUSÃO : Amigo ouvinte, encerro esta Consultoria Bíblica com o texto de I Cor. 2:9: “Mas como

está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviam, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam.”

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Ou seja, o que conseguirmos imaginar, assim não será o Céu; pois, o que Deus está nos preparando, não há como descrever com palavras. Está além de nossa compreensão. Fiquemos, portanto, com os dados que a Bíblia nos oferece, alegremo-nos com a certeza de que Deus está preparando um lugar para aqueles que o amam.

Vamos pois, amar a Jesus, seguí-lo de todo o coração, lembrando que amar não significa apenas dizer “Eu o amo”, mas seguir os seus mandamentos, pois Ele disse, conforme o Evangelista João, no capítulo 14:15, as seguintes palavras: “Se me amais guardareis os meus mandamentos.”

Amigo ouvinte, vamos seguir os passos de Jesus, Ele nos deu o exemplo, e a recompensa será muito além de nossas expectativas. Lembre-mo-nos que vale a pena seguir a Cristo. Temos um Céu a ganhar; e um inferno a evitar. Gostaria você de sempre seguir a Jesus?

*

34 - Qual a origem da raça negra? Deus teria criado o homem de qual cor?

A discussão da origem da raça negra, corre por séculos com muitas teorias ou hipóteses diferentes. E não se encontra com facilidade material para pesquisa, que tenha profundidade e coerência, sem tomar partido racista. Vamos apresentar aqui, o que encontramos e que julgamos ter muita coerência e precisão.

Antes de responder Biblicamente como surgiu, vamos conhecer algumas poucas das muitas teorias que correm por aí, que são erradas, sobre a origem da raça negra, e também o nosso parecer:

1ª Teoria - A raça negra se originou num local que possuía um clima especial ou alimentação diferente. ERRADO. Esta é uma tese evolucionista, que não tem fundamento bíblico, e nem científico, pois hoje notamos que pessoas de cor branca ou negra, vivem perfeitamente em lugares quentes ou frios, sem mudar a cor fundamental de sua pele. Nem os japoneses que formam suas colônias no Brasil, deixam de ter suas características de sua raça. Perde-se as características quando se cruzam as raças, mas não quando se muda de um lugar frio para um lugar quente, ou vice-versa. Nem a alimentação tem a ver com esta variação da cor da pele. Pode haver doenças causadas pela deficiência alimentar, pode haver manchas, e levar até a morte, mas não alterar a cor fundamental da pele, passando ainda isto para outras gerações.

Portanto, a raça negra, não tem origem por causas climáticas ou de nutrição.

2ª Teoria - A raça negra surgiu com Caim, como um sinal de Deus. ERRADO. Não têm nenhuma confirmação bíblica. O sinal que Deus deu para Caim, também para Jonas, que após passar pelo ventre da Baleia, pregou em Nínive e as pessoas notavam um sinal que ele possuía, ou qualquer outra aplicação que caracterize castigo ou sinal especial, é mera especulação, e não tem nenhum fundamento Bíblico. Não é nestes contextos que encontramos alguma prova.

3ª Teoria - A raça negra surgiu após a torre de Babel, quando todos se espalharam, cada um para um canto, e formaram cada povo do mesmo idioma, seu clã, e assim formaram suas características. ERRADO. A torre de Babel é a origem dos idiomas e línguas diferentes, mas não tem nada haver com a cor da pele. Se formaram povos e sociedades diferentes caracterizados pelo idioma de cada um, mas como já vimos na primeira hipótese, o clima ou o ambiente, não tem nada haver com a cor da pele.

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Assim poderíamos enumerar outras tantas teorias e hipóteses que correm por aí, mas vamos agora tentar achar na Bíblia a origem das raças diferentes. Estas colocações que faço a seguir, são fundamentadas em uma tese de Mestrado, de um amigo, o Pr. Natanael Morais, que abordou exatamente este tema da origem das raças, que se formou com a nota máxima, e agora está concluindo o Doutorado. Vejamos então:

Em Gênesis capítulo 10, encontramos os descendentes de Noé, que iniciaram o povoamento da Terra. Sem, Cão e Jafé. Há consenso entre os eruditos, que estes três deram origens aos seguintes povos:

Sem - Origem aos Árabes e Israelitas - Morenos;Cão - Que logo depois gerou a Cuse ou Cuxe, deu origem a raças coloridas, amarelas e

escuras, os povos da África, Egito, Etiópia. Um texto Bíblico que os eruditos afirmam concordar com esta idéia está em Jeremias 13:23, onde diz “Pode o etíope mudar a sua pele?,...”

Jafé - Origem aos brancos, Europeus.Em Gênesis 10:6, lemos que os filhos de Cão são Cuse, Mizraim, Pute e Canaã.De Cuse vem a cor negra, de Mizraim os egípcios, de Pute os líbios. A esposa de

Moisés, Zípora, era cusita. No verso 17 de Gênesis, capítulo 10, um dos descendentes de Cão, é o sineu, que os eruditos em consenso, propõem ser a origem dos chineses. Documentos arqueológicos encontrados no Egito, confirmam estas origens, apresentando os jafeitas que tinham a pele de cor branca, cabelos lisos, e olhos azuis.

Relembrando rapidamente, de Sem vieram os morenos, de Cuse o Cuxe vieram os de cor negra, e de Jafé vieram os mais claros.

A explicação para a origem desta variedade de cores, que ainda ao cruzar as raças formam outras tantas cores e tipos diferentes, é a carga genética. Deus não criou tudo uniforme. As montanhas não deixam que o visual seja tudo plano. A variedade de cores das plantas fazem a beleza dos jardins, a própria cor verde das plantas, quantos tons e variedades trazem uma beleza sem igual. Assim também com a raça humana, Adão e Eva, criados por Deus, do barro, tinham uma cor rosada, rubra, pois vieram da argila, mas Deus carregou sua carga genética, para que ao se proliferarem gerações, variedades fossem surgindo para haver mais beleza e não uma uniformidade única.

Concluímos assim, que a variedade de cor da pele, de raças, é também plano de Deus. Não tenho nenhum privilégios ou castigos, mas todas tem origem no próprio plano de Deus, na carga genética do homem, que ao longo dos séculos, tem dado um colorido diferente e agradável a população humana. Somos todos irmãos, filhos de Adão e Eva, e todos criados a Imagem de Deus, com um colorido de variedade especial.

*

35 - Qual é a posição da Bíblia com relação ao vinho? Jesus bebia vinho?

No Velho Testamento há duas palavras hebraicas geralmente empregadas para designar o vinho: YAYIN, que se refere a suco fermentado de uvas e TIROSH, que se refere a vinho doce, fresco, sem fermento, não alcoolizado. Por exemplo, no Salmo 104:15; Provérbios 20:1; Isaías 5:11 e Habacuque 2:5, se emprega a palavra YAYIN, vinho fermentado. Há um caso curioso em Isaías 25:6, sobre vinho clarificado, sem borras. Era um vinho que devia ser filtrado antes de ser usado.

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A palavra TIROSH geralmente designa suco de uvas ou outras frutas, embora, algumas vezes e raramente, indica mosto, que é o suco em fase de fermentação. Assim em Gên. 27:37; Números 18:12. etc.

Outra bebida intoxicante mencionada no Velho Testamento é o SHEKAR, feito de grãos fermentados, mel ou tâmara. É geralmente traduzido por “bebida forte”.

No Novo Testamento há três palavras gregas que são traduzidas por “vinho”. A mais usada é OINOS; as duas outras palavras são empregadas apenas uma vez, fazendo alusão ao vinho fermentado (em Lucas 1:15 e Atos 2:13).

OINOS pode tanto se referir à bebida inebriante como ao suco de uvas ou xarope. Esse xarope era obtido pela fervura do suco até tornar-se como o mel, e então guardado em vasos para uso futuro. Numa região de clima quente, essa era a forma de conservar o derivado de uva para consumo posterior, sem que ocorresse a fermentação. Esse xarope diluído em água quente ou fria, era a bebida preferida nos tempos de Jesus.

Como a palavra grega não define se o vinho era fermentado ou não, com muito bom senso deve-se considerar o contexto em que a palavra se encontra. No casa do casamento em Caná da Galiléia, por exemplo, é inconcebível que Jesus, após o recebimento do Espírito Santo, haja em Seu primeiro milagre, produzido bebidas alcóolicas, pois elas são, segundo a Bíblia o maior oponente da vida do Espírito. Efésios 5:18 diz: “Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”.

Tampouco, em hipótese alguma, Cristo, o Senhor da vida, produziria vinho fermentado ou o usaria na Ceia, pois a fermentação representa uma corrupção da bebida natural, e isso arruinaria o símbolo da Comunhão.

* *

36 - Um ouvinte pergunta quando é necessário empregar as palavras “amém” e “aleluia”?

Amém do hebraico “ãmën”, mostrar-se firme, digno de confiança, durar, saber-se seguro, ter fé, e assim a palavra significa: “certo”, “verdadeiro”.

Palavra empregada cerca de 25 vezes no Antigo Testamento. Dizer “amém” confirma uma declaração feita por outra pessoa.

As doxologias no fim dos quatro primeiros livros dos Salmos 41:13, 14; 72:19; 89:52, 53; 106:48 terminam com Amém. Neemias 8:6 e I Cor. 16:36 mostram que é a expressão de resposta por parte do povo.

Através do “amém”, aquilo que foi falado é afirmado como certo, positivo, válido e obrigatório.

A palavra “amém” é mencionada 8 vezes em Jr. 28:6. É interpretada como “assim seja”, uma expressão de esperança e desejo, e já não uma confirmação daquilo que é.

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Em fontes rab., “amém” se acha apenas como uma resposta confirmatória.Qualquer pessoa que dissesse “amém” a uma oração ou doxologia tornava-a dele

próprio. Qualquer pessoa que dissesse “amém” a uma adjuração, benção ou maldição tornava-a obrigatória para ela mesma.

“Amém” raras vezes se acha no fim de uma oração.“Amém” se acha cerca de 126 vezes no Novo Testamento. “Amém” (em verdade, vos

digo...).Jesus empregava o Hebraico “amém” para confirmar as palavras que falava em

aramaico. O modo incomum de Jesus se expressar foi preservado nos evangelhos mais antigos, por causa do desejo de conservar e transmitir fielmente as suas palavras.

Jesus, ao introduzir suas palavras com “amém”, marcou-as como certas e dignas de confiança. Ficava ao lado delas e tornava-as obrigatórias para ele mesmo e seus ouvintes. São uma expressão da sua majestade e autoridade.

“Amém” aparece em outros escritos do Novo Testamento, no fim de orações e doxologias, reforçando e confirmando-as.

“Aleluia” se compõe de dois elementos: hãlal, que significa “louvar”, forma abreviada do nome divino yâh e seu emprego combina as noções de admiração, elogio e regozijo.

Hal lû-éth-Javé sugere que desde os tempos antigos já se tornou uma exclamação do culto.

*

37 - Qual era a medida da Arca de Noé? Como entender as outras medidas de comprimento, peso e valores da Bíblia?

Existem algumas variações entre os intérpretes destes padrões de medida, aqui apresentamos a que julgamos ser mais próxima do ideal, que consta na Bíblia de Thompsom, págs. 1386 e 1387.

PESOS E MOEDAS

Gera 1/20 do siclo 0,57 gramas de prataSiclo a unidade básica 11,4 gramas de prataLibra de prata 50 siclos 570 gramas de prataTalento Cerca de 34 quilos de

prata

MEDIDAS DE COMPRIMENTO

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Palmo menor largura da mão 7,5 cmPalmo do polegar ao mínimo 22,5 cmCôvado do cotovelo a ponta dos dedos 45 cmCana Cerca de 3 metros

MEDIDAS DE CAPACIDADEA - para secos

Efa unidade básica 37 litrosGomer 1/10 de um efa 3,7 litrosSea 1/3 de um efa 12,3 litrosOmer 10 efas 370 litros

B - para líquidos

Logue 1/12 do him 0,5 litroHim 1/6 do bato 6,2 litrosBato igual a efa 37 litrosCoro 10 batos 370 litros

PESOS E MOEDAS

Moeda (gr. lepton) 1/8 asarionCentavo, Quadrante (gr. kodrantes) ¼ asarionCeitil, Asse (gr. asarion) 1/16 dinheiroDinheiro (ou denário), representava, em geral , o salário dotrabalhador por um dia de trabalho quase 4 gr. prataDracma aproximadamente igual ao dinheiro 3,6 gramas de prataSiclo 4 dracmas 14,4 gramas prataLibra de Prata 100 fracmas 360 gramas prataTalento 6.000 dracmas 12,6 gramas prataArrátel, Libra 327,5 gramas prata

MEDIDAS DE COMPRIMENTO

Côvado 45 centímetrosBraça 4 côvados 1,80 metrosEstádio 400 côvados 180 metrosMilha 1.480 metrosCaminho de um sábado aproximadamente 1.080 metros

MEDIDAS DE CAPACIDADE

Alqueire (gr. modio) 8,75 litrosMedida (gr. sato) 13 litrosMedida, Barril (gr. bato) 37 litrosAlqueire (gr. koro) 370 litrosAlmude (gr. metretes) 40 litros

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Hora: Contava-se o dia desde o raiar até ao pôr-do-sol, e estava dividido em doze horas (Jo. 11:9). De igual modo, dividia-se a noite em doze horas, que se contavam desde o pôr-do-sol, até se nascer na manhã seguinte (At. 23:23). A duração das horas variava de acordo com as estações do ano.

Vigília: Cada uma das quatro partes em que se dividia a noite. Sua duração variava com as estações do ano.

Alguns exemplos de interpretação:

I - Arca de Noé - Gên. 6:15 e 16 = Comprimento 300 côvados = 135 metros Largura 50 côvados = 22,50 metros Altura 30 Côvados = 13,50 metros Janela 1 Côvado = 45 centímetros.

II - Presente da Rainha de Saba a Salomão - I Reis 10:10 120 talentos de ouro = 4.080 quilos de ouro.

III - Primeiro milagre de Jesus, água em vinho - João 2:62 ou 3 metretes - 2,5 metretes X 40 lits = 100X6 = 600 litros de vinho.

IV - Quanto perfume Maria usou para ungir os pés de Jesus - João 12:3 1 libra de nardo puro = 327,5 gramas

V - Medida da Nova Jerusalém - Apocalipse 21:16 Doze mil estádios = 2.160 metros.

*38.A - Natal - Palavra originária do latim “natalis” que significa

nascimento ou dia de aniversário, do nascimento. Para o mundo cristão, é o dia do nascimento de Cristo. É o feriado mais importante da cristandade. Nasceu Jesus dia 25 de dezembro?

Não existe nenhuma informação na Bíblia sobre a data do nascimento de Jesus. Mesmo em fontes históricas insuspeitas, não há elementos suficientes para que se possa fixar o dia e o mês do nascimento de Cristo.

JOHN DAVIS declarou que a data de 25 de dezembro para o nascimento de Cristo começou no Séc. IV, sem autoridade que a justificasse.

O MANUAL BÍBLICO DE HALLEY confirma o que John Davis afirmou, e diz ainda mais: ‘No oriente, era o dia 06 de janeiro. O fato de se agasalharem os pastores com o seu rebanho ao ar livre da primavera ao outono, e não no inverno, sugere que Jesus não podia nascer nesta estação fria.

A ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA se inviável a data de 25 de dezembro para o nascimento de Jesus, e também afirma: “As igrejas orientais fixaram-se no dia 6 de janeiro e acusaram os ocidentais por celebrarem o natal no dia 25 de dezembro, mas no fim do 4º século, o dia 25 de dezembro também foi adotado no Oriente.”

Alguns estudiosos da Palestina são unânimes em afirmar que o nascimento de Cristo não podia ter sido em 25 de dezembro, pelo fato dos pastores estarem pernoitando no campo com seus rebanhos. Para eles, o nascimento de Cristo foi no mês de abril ou em outubro.

1ª Conclusão: Ainda que o dia exato seja por nós ignorado, a realidade do Seu nascimento é um fato histórico de profunda significação para nós. Não importa a data, importa apenas que Ele se fez carne e habitou entre nós.

38.B - Por quê, então, esta data foi escolhida para a comemoração do natal?

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A ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA, ao falar do nascimento de Jesus, declara: em 354, nas igrejas Ocidentais, incluindo a de Roma, celebrava-se o natal em 25 de dezembro, era uma data erroneamente dada como o solstício do inverno, em que os dias começam a aumentar, data da festa central do mitraísmo, o “natalis invieti solis” ou “aniversário do sol invencível”.

Ao se afastar de Deus, o homem cria os seus próprios cultos, e destes, o que mais se destacou entre os pagãos, foi o culto ao deus do sol, por ser a fonte suprema de energia e o causador da fecundidade. Os nomes históricos revelam esta idolatria ao sol. Por exemplo: Faraó significa “Sol”, Belsazar = Príncipe de Bel. Sol; Nabucodonosor = o sol protege minha coroa.

A história confirma que o imperador Constantino, o Ano 313 D.C. adotou o cristianismo como sua religião, esse fato levou os dirigentes da igreja a racionalizarem; tornou-se uma boa política que se transformasse as festas mais populares dos pagãos em festas cristãs.

Entre os romanos, o Carnaval era de 17 a 24 de dezembro, e o dia religioso para eles, era o culto ao deus Sol. Por isto, os cristãos da época associaram Cristo como o “Sol da Justiça”, a “Luz do mundo”, para que fosse lembrado o Seu nascimento no dia do culto pagão ao Deus Sol. Por tudo isso posto, foi escolhido a data de 25 de dezembro para o Natal.

38.C - Qual a origem da árvore de natal?Sua origem é controvertida, mas os pesquisadores falam de Martinho Lutero, o

reformador, como o seu introdutor. Em uma noite de Natal, caminhando por uma estrada de pinheiros, contemplou embevecido milhares de estrelas brilhando, por entre os galhos cobertos de neve. A sublimidade daquele quadro o levou a tomar um galho de pinheiro e levar para casa. Após enfeitá-lo com velas acesas, mostrou aos filhos, a fim de que também desfrutassem da sua beleza.

Para outros, este costume vem do século passado, teria originado-se nos países nórdicos, e daí se espalhando para o mundo.

A árvore, dizem significar a paz, a alegria e a esperança de uma vida melhor.

38.D - Como surgiu o Papai Noel?NOEL quer dizer Natal, em francês.Sem mencionar nomes ou datas, as fontes históricas nos dizem que nasceu como o

“São Nicolar”, que os holandeses levaram para a América do Norte. Este personagem fictício, viajava de trenó, entrava pela chaminés das lareiras e colocava presente nos sapatos das crianças. Essa ficção foi crescendo e adquirindo as características que hoje conhecemos.

Devemos nos acautelar para que elas não tomem o lugar principal, do “aniversariante”. O Natal é de Jesus, e não do Papai Noel, lembremo-nos disso.

38.E - Por que Jesus não nasceu séculos antes de sua época, ou mesmo em nossos dias?

A Bíblia responde, em Gálatas 4:4 - “Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para resgatar os que estavam sob a Lei, a fim de recebermos a adoção como filhos.”

“Na plenitude dos tempos”- essa expressão quer dizer no tempo certo, no melhor momento.

O nascimento de Jesus foi predito já no Éden. Adão e Eva esperavam que o seu primogênito já fosse o Libertador. As mulheres do povo de deus, diz-nos o Antigo Testamento, se preparavam e pensavam: “Serei eu a privilegiada de dar à luz ao Messias?”.

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Séculos após os séculos se passaram, silenciaram-se as vozes dos profetas, mas como as estrelas tem o seu espaço num vasto circuito não sem orbita, os desígnios de Deus não conhecem adiantamento nem tardança, na plenitude dos tempos Deus enviou Seu Filho.

A Providência havia dirigido o movimento das nações e o impulso e influência humanas até que o mundo todo se achasse maduro para a vinda do Libertador;

- As nações estavam unidas som um mesmo governo: o Romano;- Falava-se apenas uma língua, a qual era por toda parte reconhecida como a língua da

literatura;- De todas as terras os judeus e a dispersão reuniam-se em Jerusalém para as festas

anuais, e ao voltarem para seus lugares de origem, podiam espalhar por todo o mundo a mensagem da vinda do Messias;

- O homem estava descrente em termos de religiosidade - ansiava por uma saída melhor;

- Os sistemas pagãos estavam perdendo a supremacia e domínio;- Os homens haviam se cansado de aparências e de fábulas;- As pessoas queriam luz, conhecimento do Deus vivo;- Não apenas um povo clamava pela vinda do Libertador, e sim o grande coração da

humanidade;- Há séculos, as Escrituras haviam sido traduzidas para o grego;- A degradação da humanidade através dos anos pedia a vinda de um Redentor; - Era desígnio de Satanás impedir o homem de conhecer o grande amor de Deus e a

Sua Vontade; deixá-lo longe dEle. Satã queria formar seu próprio reino. Imaginava, assim, esgotar a paciência de Deus, abalar de tal maneira seu amor pelo homem, a ponto que deixasse o mundo todo à jurisdição satânica;

- Deus havia se manifestado através da natureza, por homens consagrados, por patriarcas e profetas, e agora nada disso tinha mais qualquer influência.

- Todos os meios disponíveis para a depravação da alma humana haviam sido postos em operação;

- Agentes satânicos estavam incorporados aos homens;- esta demonstrado perante o universo que o homem, separado de Deus, não consegue

erguer-se.Apesar da aparente condenação do mundo à morte, quando se fazia parecer iminente o

triunfo de Satanás, Deus ao invés de destruir o mundo, mandou seu filho com a embaixada da graça Divina. Através do nascimento, vida, morte e ressurreição de Cristo, o homem recebeu uma chance de, seguindo o seu exemplo, vencer Satanás e tornar-se semelhante ao seu criador.

Para nós, cristãos, o Natal deve trazer à memória esse quadro maravilhoso do milagre dos milagres - a encarnação do Filho de Deus.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça , mas tenha a vida eterna.” I João 3:16.

Mais importante do que o dia ou o lugar em que Ele nasceu, é o fato de Ele ter feito isto para nos libertar do pecado, e mais importante ainda, é que ele não apenas venha a nascer em nossos corações, mas tenha espaço constante em nossa vida.

Li num adesivo no vidro de um carro nesta semana:“Quem não dá tempo para Deus está perdendo o seu tempo.”Ouvinte, que Jesus seja não uma imagem num presépio ou um quadro de parede; que

Ele seja o meu e o seu, o nosso amigo pessoal e redentor. Que assim possamos viver sempre por Ele, com Ele e para Ele! Amém.

*

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39 - Deus é Espírito ou Carne e Osso como Nós?- S. João 4:24 - “Deus é espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e

em verdade.”- Gen. 1:26 - “Façamos o homem à nossa imagem conforme a nossa semelhança.”- Felip. 2:6 - “Sendo em forma de Deus, aniquilou-Se a Si mesmo tomando a forma de

servo, fazendo-Se semelhante aos homens.”- Lucas 1:35 - Disse o anjo a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, a virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra,

pelo que também o Santo que de ti há de nascer, será chamado filho de Deus.”- S. João 1:14 - “e o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a Sua Glória, como

a Glória do Unigênito Pai, cheio de graça e verdade.”- Hebreus 1:3 - “Cristo somente ‘e a expressa imagem do Pai.”- S. João 17:5 - “E agora glorifica-me Tu, ó Pai, junto de Ti mesmo, com aquela glória

tinha Contigo antes que o mundo existisse.”- I Cor. 15:40 - “Há corpos celestes e há corpos terrestres.”- I João 3:2 - “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que

havemos de ser. Mas sabemos que quando Ele manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque assim com É, O veremos.”

- I Cor. 15:51-55 - Ante à última trombeta, todos seremos transformados, num abrir e fechar de olhos... Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e o que é mortal da imortalidade. Cumprir-se-á a Palavra: “...tragada foi a morte na Vitória...”

CONCLUSÃOFomos criados à imagem e semelhança de Deus. O termo “semelhança” subentende

que somos parecidos, mas não iguais a Deus.Ele é Espírito em Sua Essência, enquanto o homem, veio “do barro”. E nisto, é que

somos diferentes: Deus tem um corpo Celestial (I Cor. 15:40); o homem, tem um corpo mortal (I Cor.15:52).

Deus é “Espírito e Verdade”. Entretanto, a sua Natureza é diferente da nossa.

* * 40 - O que a Bíblia diz sobre o divórcio? Quando pode haver uma

separação e um novo casamento?

I - O QUE É? Vejamos primeiramente o que significa a palavra divórcio: segundo o dicionário

Aurélio, divórcio é a dissolução do vínculo matrimonial, separar-se judicialmente.

II - QUANDO SE DÁ O DIVÓRCIO?a) Segundo as leis do País eb) Segundo a Bíblia. 1º - Pelas leis do País o divórcio só ocorre após o casal procurar um advogado ou um

juiz e solicitar uma separação judicial, e após um ano de prazo, tem direito a divorciar-se e estar livre para um novo casamento; ou ainda, após dois anos de separação de fato, pode solicitar o divórcio direto.

2º - Pela Bíblia é bem diferente. Veja estes textos Bíblicos:“Eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel, e aquele que cobre de violência as

suas vestes, diz o Senhor dos Exércitos. Portanto cuidai de vós mesmo, e não sejais desleais.” Mat. 2:16

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“Mas desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso, deixará o homem a seu Pai e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher e serão uma só carne. Portanto, o que deus ajuntou não o separe o homem.” Marcos 10: 6 a 9.

“Eu vos digo, porém que qualquer que repudiar a sua mulher, não sendo por causa da prostituição e casar com outra, comete adultério, e o que casar com a repudiada também comete adultério.” Mateus 19:9

Em toda a Bíblia, a monogamia é o plano de Deus. O segundo casamento poder acontecer segundo a Bíblia em dois casos:

Primeiro caso: Um dos cônjuges adultera, e então a parte inocente tem direito a um novo casamento.

Segundo caso: Um dos cônjuges vêm a falecer, ai é óbvio como diz o sacerdote em toda cerimônia religiosa: “até que a morte os separe.” Após a morte de um dos cônjuges, o outro fica livre e desimpedido para contrair um novo matrimônio.

III - POR QUÊ SE DIVORCIA TANTO HOJE?Há pelo menos dez motivos, os mais comuns, apresentaremos aqui, para que você faça

um estudo e verifique se o seu casamento não está em perigo, ou em estado de alerta.a) Incompatibilidade de gênios. (não estou dizendo que este é um motivo justo, só

estou apresentando alguns motivos pelos quais as pessoas se divorciam).b) Infidelidade conjugal. Amantes, casos extraconjugais, etc.c) Insatisfação matrimonial ou exageros. O que não está bom em casa, vou procurar

fora....d) Falta de tato nas palavras. Qualquer pequena diferença vira uma tremenda guerra...e) Finanças: quem controla, quem gasta, quem ganha mais, dívidas...f) Filhos: quem educa, como se educa, quem fica com eles e quem não fica...g) Julgo desigual: religião, cultura, idade,... o que antes parecia não ter problemas,

agora começa a complicar...h) Televisão: Tira o tempo do diálogo, da “reunião” em família, “rouba” um cônjuge

do outro. A TV, se mal usada, pode trazer sérios problemas para a família.i) Acidentes. Ficar inválido por causa de um acidente, precisar de apoio constante e o

cônjuge por não se adequar àquela situação deprimente procura um novo caso.j) Interesse nos bens.” Quero ficar com a herança dele...”Como informação, aqui apresento os três regimes de bens no casamento, apenas um

vislumbre geral, se você precisar de mais detalhes, procure um advogado: a) Comunhão Universal ou total de bens: todos os bens se comunicam, tudo o que os

dois tem, soma-se e divide-se por dois igualmente.b) Comunhão Parcial de bens: é o mais usado. Os bens que ambos adquirirem juntos

após o casamento serão divididos em 50% para cada um. Mas o que o marido, por exemplo, receber de herança é só dele, ou o que ela receber de herança é só dela.

c) Separação total de bens: é usado normalmente para casais quando os cônjuges tem mais de 6O anos. Ou seja, cada um tem o seu, e não se mistura nada com o outro, cada um com o seu, e só.

Infelizmente, alguns divórcios tem em vista este detalhe materialista, é uma dura realidade, mas é a verdade.

Muitos outros motivos poderiam ser aqui apresentados, pois quando se quer uma coisa, sempre se arruma um motivo, e se defende de tal maneira, que não aceita-se a hipótese de estar errado...

IV - COM EVITAR O DIVÓRCIO?a - Procure detectar o que está separando você do seu cônjuge. Qual é o motivo da

frieza no amor.

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b - Ciente da razão do problema que está ocasionando uma separação, procure imaginar quais sãos as possíveis soluções de como resolver o problema.

c - Algumas dicas de como resolver alguns problemas conjugais e familiares:1º - Um bom diálogo. Com um bom tempo, num local em que não haja

interrupções, às vezes é necessário marcar hora, não se acanhe se isto for necessário.

2º - Participar de encontros ou cursos de casais. Patrocinados por igrejas ou outras entidades que visam o bem estar da família. Nestes encontros geralmente são apresentadas boas palestras por médicos, psicólogos ou conselheiros matrimoniais. São dadas dicas de como vencer os problemas do casal, também existem trabalhos em dupla, onde o casal conversa descobrindo juntos novas e boas perspectivas para a família. Um encontro de casais quando bem dirigido, é útil não somente para casais que estão em crise, mas também para renovar os votos do matrimônio que acredita estar bem.

3º - Ler livros da área. Diz o ditado: “O homem que mais lê, mais sabe, mais ouve, mais vê.” Não estou ganhando nenhum “cachê” para recomendar estes livros que na minha avaliação são os melhores para qualquer casal:

FELIZES NO AMOR - Editora: Casa Publicadora BrasileiraO MITO DO CASAMENTO PERFEITO - Mundo CristãoO MITO DA GRAMA MAIS VERDE35 SUGESTÕES PARA MELHORAR SEU CASAMENTO.

4º - Não espere ser amado, ame primeiro. Amar é dar, e não receber. Cultive boas atenções, palavras bondosas, surpresas positivas, um elogio na hora certa, lembre-se das datas especiais, lembre-se que o casamento é como uma plantinha, ela vai crescer de acordo com seu cuidado e carinho, os resultados serão conseqüências do seu investimento.

5º - Procure um profissional para lhe ajudar. Um pastor, um psicólogo, estes profissionais tem um código de ética, quando você pode contar seus mais íntimos problemas e eles tem o sigilo profissional. Não conte seus problemas mais íntimos para outros que não pessoas experientes ou gabaritadas para lhe ajudar, pois isto revela problemas do casal que pode desvalorizar a individualidade do casal.

6º - A melhor de todas as opções: Aproxime-se mais de Deus. No livro de Salmos 127:1 está escrito.” Se o Senhor não edificar a casa em vão trabalham os que a edificam.” Não adianta ter uma residência com os melhores materiais de construção, ou os melhores móveis e eletrodomésticos, se Deus não edificar a família, isto não vai trazer a felicidade completa. Os problemas por pior que sejam, se todos os outros passos foram seguidos e não adiantou nada, esta é a melhor saída pois Filipenses 4:13 revela: “Tudo posso naquele que me fortalece.”

Deus, somente Deus, pode unir mais a família, pois foi Ele quem criou o homem e a mulher, foi Ele que instituiu e realizou o primeiro casamento, e é Ele o maior interessado em que você seja feliz com o seu cônjuge, portanto, tenha comunhão com Deus na vida particular, no culto doméstico em família e em sua igreja/comunidade. Pois se Seus é por nós, que será contra nós?

*

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41 - O que a Bíblia diz sobre o sexo após o casamento? Existe algum limite? Pode haver algum tipo de pecado?

Vivemos numa época com marcas de profunda depravação e imoralidade. Os diversos meios de comunicação, oferecem à nossa sociedade, sugestões explícitas ou implícitas do sexo. Comerciais, programas diversos, especialmente humorísticos, filmes, revistas, piadas, etc, são métodos e maneiras que oferecem para a mente do ser humano, o apetite sexual, o adultério, sem preconceitos ou normas. Algumas literaturas inclusive, sob o disfarce de “orientação sexual”, trazem orientações que às vezes entram em choque com os princípios da Palavra de Deus.

Será que a Bíblia oferece algum tipo de recomendação sobre o sexo para o cristão?Vamos analisar, o que a Bíblia diz a respeito:O homem e mulher foram criados por Deus. O casamento e o sexo também foram

criados por Deus. O sexo não é pecado, pois deus nos criou assim como somos, homem e mulher. Gênesis 1:25 diz que Adão e Eva no jardim do Éden estavam nus, e não se envergonhavam. Portanto o sexo não é pecado, o que é pecado é a deturpação do sexo.

A CONDUTA SEXUAL DO CRISTÃO - ESTUDO BÍBLICOI - O que diz a Bíblia sobre o matrimônio?Hebreus 13:4: “Honrado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula...”

II - O que Deus diz sobre a fidelidade do casal?Êxodo 20:14: “Não adulterarás.” A infidelidade conjugal é pecado, pois transgride

claramente um dos mandamentos de Deus.

III - Deve haver algum tipo de controle ou o sexo é totalmente livre?Gálatas 5:19 diz que “os frutos da carne são prostituição, impureza, lascívia...” etc.Sabemos que a Bíblia apresenta os frutos do Espírito e os frutos da carne. Portanto,

desagrada a Deus, a prostituição e lascívia. O dicionário Aurélio declara que lascívia significa: luxúria, libidinagem, sensualidade. Lascivo significa desregrado. Ou seja, a pessoa que não tem regras em sua vida íntima, é lascivo, e desagrada a Deus.

I Pedro 3:7 diz: “Igualmente vós maridos, coabitai com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco...”

Portanto é fácil concluir, que o ato conjugal não deve ser lascivo, algo sem regras, e é fácil interpretar que o ato conjugal deve ser feito com entendimento.

IV - Existe alguma recomendação sobre a paixão desenfreada?I Tessalonicenses 4:4 a 8 “que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em

santificação e honra, não na paixão de concupiscência...”concupiscência significa apetite sexual excessivo.

A Bíblia dá a entender, que os excessos são condenados, pois o nosso corpo deve ser conservado em santificação e honra.

V - O que é o nosso corpo segundo a Bíblia?I Coríntios 6:15 a 20: verso 19 “ou não sabeis que o nosso corpo é tempo do Espírito

Santo, que habita em vós, proveniente de Deus e que não sois de vós mesmos?”...Precisamos refletir se o ato conjugal está ou não honrando a Deus. Nosso corpo, é o

templo do Espírito Santo, a morada de Deus. Cada órgão criado tem suas funções específicas, desvirtuá-los seria sair da forma original de como Deus nos criou.

VI - Que excessos perigosos podem ser acobertados pelo manto conjugal?

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I Cor. 7:5 e 23: “Não vos priveis um ao outro...” o negar-se, “...não vos façais servos dos homens.” e o escravizar-se.

VII - Como Deus considera as práticas sexuais anormais? Gen. 38:9 e 10 Más.(Ex.Omã)

VIII - Pode um homem ter mais que uma mulher, ou uma mulher ter mais que um homem?

Mateus 19:4 a 6 e 9 Jesus diz:”...e serão os dois uma só carne... portanto o que deus ajuntou não o separe o homem... e qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa da prostituição e casar com outra, comete adultério...” Êxodo 20:14 é claro também ao afirmar nos mandamentos de deus: “Não adulterarás”.

IX - Que prejuízo sofre aquele que se entrega ao sensualismo?Diz a palavra de Deus em Oséias 4:11: “A sensualidade, o vinho e mosto tiram o

entendimento.”I Pedro 3:7 recomenda que os maridos coabitem com a esposa com entendimento, para

que não sejam interrompidas as vossas orações.

X - O que a Bíblia diz sobre o homossexualismo e o lesbianismo?Romanos 1:26 e 27, e Lev. 18:22, declaram que é abominação e torpeza ao Senhor.

XI - Pode um homossexual ou adúltera, serem perdoados e salvos?S. João 8:11, Prov.28:13, I Cor. 6:10, Ezequ.33:14-16

XII - Que advertência fez Jesus sobre a cobiça sexual?Mateus 5:28 “...qualquer que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração

cometeu adultério; é, portanto, pecado.

XIII - Qual a melhor maneira que a Bíblia aponta para evitar a sedução sexual?Prov. 5:8 - “...afastar-se, 6:25 não cobice e nem te prendas com os teus olhos...”I Cor. 5:9 “...não vos associeis... com os que se prostituem.”Filipenses 4:8 pensar em coisas sadias:” Quanto ao mais irmãos, tudo o que é

verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum valor, nisto pensai.”

XIV - Qual será o destino dos que continuarem na prática do mal? I Cor. 6:10 “Não erreis, nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os

efeminados, nem os sodomitas... herdarão o reino dos céus.” Terão a perdição.

XV - Deus julgará uma pessoa também pela sua vida íntima sexual?Eclesiastes 12:14: “Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até o que está

encoberto, quer seja bom, quer seja mau.”XVI - Como podemos obter a vitória em todos os sentidos em nossa vida?S. João 15:5 disse Jesus: “Eu sou a videira, vós as varas: quem está em mim, e eu nele,

esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.”

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42 - Horóscopo e Astrologia

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Em primeiro lugar, é preciso destacar que a astrologia não é uma crença moderna, como alguns pensam. Pelo contrário, é antiquíssima, e aprofunda suas raízes no atoleiro das superstições ancestrais do homem. Em realidade, o senso comum e a experiência a rechaçam.

Faz mais de cinco mil anos que Ninrode, o grande caçador do Antigo Testamento, o primeiro poderoso da Terra, quis dar expressão ao seu poder fazendo construir na terra de siner uma torre cuja ponta chegasse ao céu.

A torre de Babel é o mais velho monumento levantado pelo orgulho do homem. Ninrode, que significa “rebelde”, tentou edificar uma torre tão alta que de cima pudesse perscrutar as estrelas do céu, para buscar no espaço sideral um deus novo um deus que se adaptara a seus próprios pensamentos e se ajusta à sua prepotência.

No fundo, a astrologia é um resultado da incredulidade do homem na revelação de Deus. O propósito de Ninrode, ao planejar a torre de Babel, estava baseado na incredulidade.

Deus havia prometido que não haveria outro dilúvio e pôs nas nuvens o arco de seu concerto. Mas Ninrode desprezava as promessas de Deus. Sua atitude era uma maneira de dizer.” Deus nada tem a ver com o dilúvio: tudo foi resultado de causas materiais”. Vamos - disse com arrogância - edifiquemos uma cidade e uma torres, e tornemos célebre o nosso nome... Se sobrevier outro dilúvio, subiremos à torre e escaparemos das águas!

Sua determinação representava um ataque direto à religião de Noé, que era a religião revelada do Deus verdadeiro.

Com sua vã interrogação das estrelas, Ninrode lançava as bases da astrologia na terra de Sinear. Ele era um homem poderoso, que na euforia de seu poder queria afrontar os propósitos divinos! Era o espírito do Anticristo que começava a manifestar-se no mundo!

Assim, como a “astromancia” chegou a ser na antigüidade a religião de Nínive e Babilônia, a astrologia veio a ser como uma espécie de religião para as multidões sem Deus da era presente.

Em tempos de decadência moral, quando não há paz no coração e predomina a incerteza; quando o horizonte está escuro e vive sem esperança, então o homem sente a tentação de ir em busca dos agoureiros do porvir, para que eles apresentem algo melhor que sua infortunada vida presente.

Deus dá ao ser humano o hoje. sim, o agora é nosso. mas o amanhã não nos pertence, porque o futuro forma parte da eternidade de Deus.

Jesus mandou que Seus seguidores não estivessem ansiosos pelo amanhã, dizendo-lhes: “Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber, nem pelo vosso corpo pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes? ... Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça...”(Mateus 6:25,33).

Um outro fator importante que gostaríamos de destacar é a relação entre a astrologia e o ocultismo. Por uma estranha afinidade, não são poucos os adeptos da astrologia que o são também do ocultismo, do embuste dos videntes, da ciência oculta, da projeção astral, das drogas, e de outras formas de bruxaria. São os que vivem rodeados de superstições como: derramar sal, quebrar um espelho, passar debaixo da escada, etc.

HORÓSCOPOS - O homem ou a mulher que para suas decisões depende do horóscopo está renunciando deliberadamente a seu alto privilégio de ser livre, criado à imagem de Deus. São as mesmas pessoas que quando escutam o evangelho dizem que não podem crer. Não podem crer na verdade do evangelho do Cristo, mas não tem dificuldade de crer nas fantasias do homem.

No entanto, não podemos desconhecer que há pessoas de boa fé que caem nas redes da astrologia, mesmo quando a boa fé não diminui a gravidade de seu erro nem evita suas faltas conseqüências.

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O fato de a astrologia ser uma ciência de segunda categoria até que poderia ser desculpado, se ela nos desse boas dicas. Mas o tempo provou que ela não acerta mais do que em simples livro de conjecturas.

Um físico, por exemplo, checou a data de nascimento de milhares de cientistas políticos listados no “Quem é Quem americano”. De acordo com a astrologia, as pessoas de determinados signos tendem a seguir a carreira política ou científica. O que ele descobriu, no entanto, é que os signos das pessoas observadas variavam tanto quanto o do público em geral. Mais um exemplo: um psicólogo da Universidade do Estado de Michigan obteve os dados sobre centenas de pessoas que tinham casado e divorciado, e descobriu que a taxa de separação entre os casais unidos sob signos “compatíveis” era equivalente à taxa verificada entre os de signos “incompatíveis”.

Outro cientista, um estatístico francês, realizou um amplo estudo sobre a vida e o signo de 15 mil profissionais bem sucedidos. Conclusão: nenhum vínculo especial entre o sucesso profissional e as influências astrológicas.

As dicas e previsões dos horóscopos costumam ser tão genéricas que qualquer pessoa pode relacionar algum ponto delas com a sua vida.

Um bom exemplo disso é fornecido pelo estudo do estatístico francês que mencionamos. Através de um jornal, ele ofereceu horóscopos personalizados. Cerca de 150 pessoas responderam. Então ele enviou para cada uma delas exatamente a mesma informação, e perguntou quão bem a descrição batia com sua realidade. Surpresa: 94 por cento delas disseram que reconheciam a si próprias - 94 por cento das pessoas que tinham recebido o horóscopo de um grande assassino.

A astrologia tem vários problemas. Destacamos alguns: baseia-se em “má” astronomia. Nenhuma constelação está onde os astrólogos dizem estar, nem mesmo os signos do zodíaco; a astrologia nega que o Sol seja o centro do nosso sistema planetário. Embora os astrólogos relutem em admitir isso, todo o seu trabalho está baseado na idéias de que a Terra, não o Sol, é o centro ao redor do qual os outros planetas giram. Esta teoria era aceita até que Copérnico desbancou-a em 1540. A astrologia não acompanhou o novo ponto de vista. A astrologia também tem problemas com os gêmeos. Segundo as leis da astrologia, os gêmeos são influenciados pelos mesmos planetas e têm os mesmos traços hereditários. Logicamente, se duas crianças que nascem com minutos de diferença, sob o mesmo signo do zodíaco, seu futuro astrológico deveria ser muito parecido. Mas isso não acontece, e os astrólogos são incapazes de explicar as diferenças. Um outro sério problema é que a astrologia também rejeita a pessoa de deus. Será que os planetas possuem uma consciência? Por incrível que pareça, astrólogos modernos defendem a idéia de que o sistema solar tem uma espécie de consciência coletiva e vontade. Acreditam numa super consciência que atua sem Deus e além de Deus. É uma filosofia panteísta na qual poder de deus permeia cada coisa - um claro indício de que a astrologia vem do paganismo.

Diante disso, como é possível acreditar na astrologia? Não sei. Seu sucesso se deve talvez às promessas de sorte, dinheiro, trabalhos vantajosos, bons relacionamentos, compreensão do futuro, a felicidade. Tudo não passa, porém, de fraude. Afinal, ele não oferece nada disso. Por esta razão, a bíblia a condena fortemente. Diz Levítico 19:31 “Não vos voltareis para os necromantes, nem para os advinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles”. O profeta Isaías, dirigindo-se à Babilônia exclama: “Levantem-se, pois, agora os que dissecam os céus e fitam os astros, os que cada luva nova predizem o que há de vir sobre ti”. (Isaías 47:13).

De acordo com a Bíblia, as estrelas realmente falam. Mas sua mensagem não é a dos astrólogos. “Os céus declaram a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de Suas mãos”, diz o Salmo 19. Aí está então o que elas dizem.

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A verdadeira mensagem das estrelas é que h[a um deus pessoal, amoroso e sábio, cheio de poder, que criou o Universo e cuida de tudo. O que as estrelas dizem, no fundo, [e que nas mãos desse Deus você estará bem.

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43 - Os dinossauros existiram? Se existiram, quando foi? Porque não existem mais?

Apalavra dinossauros vem de duas palavras gregas “denios” que significa terrível e “sauros” que significa lagarto, portanto, dinossauros seria terrível lagarto, animal terrível.

Sua existência não pode ser negada, pois os paleontólogos tem descoberto ossos e esqueletos de dinossauros em todas as partes do mundo, com exceção da Antártida.

Paleontólogos são especialistas em paleontologia, ciência que estuda animais e vegetais fósseis, ou melhor, cientista que estuda coisas que existiram há muito tempo. E fóssil é vestígio ou resto petrificado ou endurecido de animais ou vegetais que habitaram na terra, e que não perderam suas características essenciais.

O maior dinossauro foi encontrado no sítio arqueológico de Tendaguru na Tanzânia. Foi descoberto por expedições alemãs no período de 1909-11 e os osso foram reunidos no museu Humboldt de ciências naturais em Berlim, Alemanha. Media 22m e 2cm de comprimento total, altura da cabeça erguida 14 metros, sendo de peso provável entre 30 a 40 toneladas.

O mais pesado é provavelmente o titanossaurídeo, da Argentina e da Índia que pode pesar entre 40 a 80 toneladas.

O mais longo dinossauro conhecido a partir de um esqueleto completo, é o diaplocídeo, montado no museu Carnegie em Pitsburg, Pensilvânia Estados Unidos, a partir dos restos encontrados em Wyoming em 1899.

Aqui no Brasil, em Souza na Paraíba, também foram encontrados vestígios e indícios da existência de dinossauros.

Os dinossauros que os paleontólogos descobriam eram gigantescos. Um deles pesava 75 toneladas e se estivesse em pé, ele poderia olhar nas janelas do quarto andar de um prédio. Alguns tinham chifres no focinho. Outros tinham bicos como o de pato. Alguns tinham couraças de ossos nas costas ou colares de ossos ondulados. Alguns viviam em pântanos e rios. Outros viviam nas planícies.

Eles realmente existiram. As provas existem e são claras. Agora então vem a pergunta: Quando existiram? Por quê não existem mais?

Partamos do princípio de que somos criacionistas e não evolucionistas. Acreditamos num deus que criou todos os seres vivos deste planeta, não acreditamos na evolução das espécies, ou que o homem tenham vindo do macaco. Acreditamos que os dinossauros tenham existido antes do dilúvio. Em Gênesis 1:28 lemos o seguinte: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai, multiplicai-vos, e enchei a terra, e SUJEITAI-A; e DOMINAI sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre TODO O ANIMAL QUE SE MOVE SOBRE A TERRA.” Note que Deus concedeu alguns poderes e privilégios aos nossos primeiros pais, quando disse:

“multiplicai-vos” referindo-se a reprodução da espécie humana.“enchei a terra e sujeitai-a” ou seja domine toda a terra.“dominais... os peixes, as aves e todo animal que se move sobre a terra” aqui está a

chave para a nossa questão. Os animais gigantescos, os dinossauros, na criação não eram uma ameaça a espécie humana, pois o homem os dominava. O leão, o urso, os tigres, leopardos, animais que hoje achamos perigosos e os dinossauros, todos eram sujeitos ao homem. O homem dominava os animais, e os animais lhes eram sujeitos, e não ofereciam

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nenhum risco de vida para o homem. Deus não criou os animais para serem uma ameaça ao homem. Foi o pecado que quebrou esta harmonia, este domínio do homem sobre os animais. Note o que diz Gênesis 6:11 “A terra porém estava corrompida diante da face de Deus: e encheu-se à terra de violência.” A paz e harmonia que havia no Éden foi substituída pela violência que diz a Bíblia, enchia a terra.

Outro texto chave para responder a questão de como desapareceram os dinossauros, está em Gênesis 6:7, note o que está escrito:

“E disse o Senhor: destruirei de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até o animal... porque me arrependo de os haver feito.” Deus declarou aqui a destruição do homem e dos animais. Nos versos anteriores, precisamente no verso 4, diz a Bíblia que havia homens gigantes na terra e note amigo ouvinte, que Deus não pediu para selecionar homens gigantes para entrar na arca, para preservar a espécie, e nem animais gigantescos como os dinossauros, que com certeza, não caberiam na arca.

Por que Deus não salvou os dinossauros do dilúvio? Não é pelo simples fato de não caberem na arca, pois Deus poderia tê-los preservado por inúmeras maneiras. Como o homem pecou, toda a natureza foi afetada, os animais deixaram de ser sujeitos ao homem e então se tornaram uma ameaça para a espécie humana. Foi para proteger a espécie humana dos incontroláveis animais gigantescos, que deus permitiu que os dinossauros tivessem fim no dilúvio. Prova disto, que os ossos e fósseis são encontrados em escavações sob a terra, mostrando as evidências do dilúvio que cobriu todo o planeta.

Cientistas, obras literárias, filmes e museus apresentam outras teorias sobre o fim dos dinossauros.

Alguns cientistas dizem que os dinossauros se tornaram tão grandes que não puderam mais cuidar de si mesmo. Outros afirmam que os ovos de dinossauros, foram comidos por outros animais. Outros cientistas acham que eles morreram porque a Terra se tornou quente demais. Um imenso meteoro, uma estrela cadente, passou muita próxima a terra, ou explodiu num espaço sideral próximo... Outros ainda acham que os dinossauros perderam a existência numa epidemia. Enfim, para os que não acreditam na Bíblia e no dilúvio, a morte repentina dos dinossauros é um tremendo mistério.

Somos privilegiados pois acreditamos num Deus que se revela, pela Natureza, pelo seu Filho Jesus Cristo e pela Bíblia. Que nos orientam em tudo o que for necessário, de onde viemos, porque estamos aqui e para onde vamos. Graças a Deus pela Bíblia, as Santas Escrituras, que revelam o profundo e o escondido, aquilo que tantos cientistas buscam e não encontram, nós cristãos achamos muitas vezes, pela fé na Palavra de Deus. Respeitamos os cientistas que usam de dedicação e estudo para suas pesquisas e declarações. Mas de que adianta toda ciência do mundo sem acreditar em Deus? A Bíblia, e a Bíblia só, é a carta de Deus para o homem. Fazemos bem em estudá-la, compreendê-la e certamente, este hábito transformará a nossa vida, e nos fará não superiores aos outros, mas filhos e filhas de Deus, que conhecem os caminhos e seu fim, e nos constrangerá a amar mais o nosso Deus e ao nosso próximo.

Concluímos então com um resumo: Os dinossauros realmente existiram. Foram destruídos por ocasião do dilúvio. Deus permitiu que não existissem mais, pois eles se tornaram uma perigosa ameaça a espécie humana. Espécie humana esta, que ele ama tanto, que logo depois Ele enviou seu único filho para resgatar e salvar o homem que havia se perdido. Foi o amor de Deus por nós, mais uma vez, que trouxe a razão deste fato.

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44 - Cristo é Deus, ou não? Existe desde a eternidade? Maior, igual ou menor que Deus Pai?

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Se há uma pergunta teológica que tem suscitada mais respostas que nenhuma outra, é a pergunta que Jesus dirigiu a Seus discípulos: “Quem diz o povo ser o Filho do homem? “ Mateus 16:13.

Desde o começo do cristianismo, estas perguntas tem suscitado acaloradas polêmicas. E não foram poucos os concílios da Igreja que tiveram como tema importante de discussão e decisão a natureza da pessoa de Cristo. O Sínodo de Antioquia, em 268 DC; Calcedônia, 451 DC; Constantinopla, novamente em 680 DC. Cada um deles emitindo documentos com opiniões diferentes sobre o assunto.

Não vamos discutir essas resoluções de concílios. A base de nossa programa é a Bíblia e a Bíblia vai responder claramente este assunto.

Como cristãos cremos em Cristo como filho de Deus? Sim, há uma resposta segura para essa indagação: a fé é baseada na fonte de todas as fontes, a Palavra de Deus. Essa fonte não nos deixa em trevas com respeito à identidade de Cristo, ela O revela o Filho de Deus e também o filho do Homem.

Pode parecer irrazoável apresentar evidências adicionais àquelas apresentadas pela Bíblia. O testemunho de Seu Pai já seria perfeitamente suficiente para elucidar essa questão. Entretanto, consideremos dois pontos sobre a filiação de Cristo: Sua pré-existência e divindade.

PRÉ-EXISTÊNCIAA pré-existência do Filho de Deus não pode ser questionado. A Palavra de Deus, que é

o fundamento de nossa fé, não deixa aí qualquer margem para dúvidas. Ambos, Velho e Novo Testamento ensinam de modo definido e claro que Cristo era Um com o Pai antes de Sua encarnação. Observe, prezado ouvinte, a forma positiva como esta verdade é apresentada pela Palavra Inspirada. Moisés escrever: “De eternidade a eternidade Tu és Deus.” Salmo 90:2.Cristo, na qualidade de Deus, apresentou-Se a Seu povo, através de Moisés, como “Eu Sou”. “Disse Deus a Moisés: Eu Sou o que sou. disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros.” Êxodo 3:14.

Quando esteve na Terra, certa vez os judeus Lhe perguntaram: “És maior do que o nosso pai Abraão alegrou-se por ver o Meu dia, viu-o e regozijou-se.” Estas palavras levaram os judeus a fazer uma nova pergunta: “Ainda não tens cinqüenta anos, e vista Abraão? “ replicou-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade Eu vos digo: Antes que Abraão existisse, EU SOU.” João 8:53,56-58. Por meio dessa afirmação, Cristo não somente confirmou Sua pré-existência, mas também Sua divindade. Aqueles que O ouviram dizer “Antes que Abraão existisse Eu Sou”, reconheceram as implicações dessa declaração e se dispuseram a apedrejá-Lo, castigo com que os judeus puniam a blasfêmia.

Através do profeta Isaías, o Senhor é descrito como o “Alto, o sublime, que habita a eternidade”. Isaías 57:15. O profeta Miquéias, que profetizou o lugar do Seu nascimento, torna clara a pré-existência de Cristo através das Palavras: “Cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Miquéias 5:2. Salomão também proclama Sua pré-existência de forma explícita: “O Senhor me possuía no início de Suas obras, antes das obras mais antigas. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes do começo da Terra.” Prov. 8:22 e 23.[O testo se refere à sabedoria do Criador].

Após a leitura dessas declarações, apenas algumas dentre as muitas existentes no Velho Testamento, podemos compreender melhor o que Jesus quis dizer, quando ainda estava na Terra: “Eu Sou o Pão vivo que desceu do céu.” João 6:51 “E agora, glorificai-Me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que Eu Tive junto de ti, antes que houvesse o mundo.” João 17:5.

O apóstolo Paulo não deixa margem para qualquer dúvida sobre sua crença na pré-existência de Cristo. Ele o anunciava como eterno, onipotente. igual ao Pai, e Aquele, por meio do qual o mundo foi feito. Ouça: “Pois nEle foram criadas todas as coisas, nos céus e

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sobre a Terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dEle e para Ele. “Colossenses 1:16 e 17. Essas palavras não poderiam ter sido escritas se Cristo não houvesse existido antes de nascer como um bebê em Belém.

Que Cristo é e era “antes de todas as coisas” evidencia-se ainda mais através do seguinte comentário:

“O Senhor Jesus Cristo, o divino Filho de Deus, existiu desde a eternidade, como uma pessoa separada, ainda que Um com o Pai. Ele era a transcendente glória do Céu. Era o comandante das hostes celestes, e a reverente adoração dos anjos era por Ele recebida como um direito Seu. E isso não era qualquer usurpação do louvor a Deus...

“Há luz e glória na verdade de que Cristo era Um com o Pai antes que os fundamentos do mundo fossem estabelecidos. É uma luz brilhando em lugar escuro, tornando-a resplendente com a glória divina. Esta verdade, infinitamente misteriosa em si mesma, esclarece outras misteriosas e diferentemente inexplicáveis verdades, enquanto é abrigada em luz inacessível e incompreensível.” - E. G. White, Review and Herald, 5 de abril de 1906.

Considerando esse ponto, podemos estar seguros de que Jesus é o Filho de Deus, em razão de Sua pré-existência.

DIVINDADENão seguimos “fábulas ardilosamente imaginadas” quando cremos na divindade de

Cristo. Através da Bíblia Ele é apresentado com o “Eterno Deus, o Criador da Terra”, como Aquele que “entendeu os Céus como cortina”. Por certo ninguém pode ser tão tolo em crer que um mero ser humano poderia criar os céus e a Terra do nada, sem qualquer matéria pré-existente, ou crer que tudo isso “simplesmente apareceu do acaso”. Foi o divino Filho de Deus, Aquele que Se tornou Emanuel, Deus conosco, quem “falou, e tudo se fez; Ele ordenou e tudo passou a existir”. Salmo 33:9.

A divindade de Jesus foi novamente anunciada por Seu Pai: “mas, acerca do Filho: o Teu trono ó Deus, é para todo o sempre, e: Centro da eqüidade é o centro do Seu reino”. Hebreus 1:8. Somos impressionados pela Bíblia, com a íntima relação entre Cristo, o Filho, e Deus, o Pai. Sua obra conjunta na criação do homem é expressa claramente em Gênesis 1:26: “Façamos o homem a NOSSA imagem, conforme a NOSSA semelhança.” As palavras FAÇAMOS e NOSSA, sugerem a coexistência e a cooperação entre o Pai e o Filho ao criarem o homem à imagem divina. Já o primeiro capítulo da Bíblia revela a divindade do Filho - Jesus. A singularidade do Filho e Sua igualdade com o Pai são provas definitivas de Sua divindade. Quando esteve na Terra, Ela afirmou: “Eu e o Pai somos Um.” Em Sua oração sacerdotal disse: “Pai Santo, guarda-os em Teu nome, que Me deste, para que eles sejam um, assim como Nós.” João 10:30; 17:11.

A respeito de Sua igualdade com o Pai e a revelação de Seu caráter, enquanto esteve neste mundo, lemos:

“Cristo veio ao mundo para revelar o caráter do Pai e redimir a raça caída. O Redentor do mundo era igual a Deus. Sua autoridade era a própria autoridade de Deus. Ele mesmo declarou que Sua existência eternamente ligada à existência do Pai. A autoridade com que falava, os milagres realizados, eram parte de Si mesmo, pois Ele mesmo afirmou que Ele e o Pai são um...”

“Como legislador, Jesus exercia a autoridade de Deus; Seus mandamentos e decisões eram sustentados pela soberania do trono eterno. A glória do Pai era revelada pelo Filho; Cristo tornou manifesto o caráter do Pai. Ele estava tão perfeitamente ligado com Deus, tão completamente envolvido por Sua luz, que aquele que visse o Filho, estaria vendo o Pai. Sua voz era a voz de Deus.” - Ellen G. White, Review and Herald, 7 de janeiro de 1890.

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Cristo admitiu Sua própria divindade, aceitando o título “Filho de Deus”, e confirmou o testemunho de outros indicando-O como o “Filho de Deus”. Esse título, mais do que os outros, personifica Seu relacionamento ímpar com o Pai.

Como resumo das evidências de Sua divindade, podemos enunciar as seguintes:I - Sua pré-existência;II - Sua proclamação como o Filho de Deus;III - Sua ressurreição;IV - Seu poder para perdoar pecados;V - Sua promessa em relação à vida eterna;VI - Sua proclamação como o Salvador do mundo;VII - Sua unidade como Pai.Essas evidências da divindade de Cristo nos levam a crer como o apóstolo Paulo:

“Nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade.” Colossenses 2:9.Também é importante ressaltar aqui neste programa que as Sagradas Escrituras são

igualmente claras ao apresentar Cristo como o Filho do homem. Também é bom lembrar que “a doutrina da encarnação de Cristo na raça humana é um mistério, “o mistério que tem sido oculto através dos séculos e das gerações”. É o grande e profundo mistério da bondade”. Ellen G. White, Review and Herald, 5 de abril de 1906.

Jesus reconheceu ser Filho do homem quando perguntou certa vez: “Quem diz o povo ser o Filho do homem?” Mateus 16:13. Ele é a Criancinha de Belém, o humilde Galileu, o Carpinteiro, a Semente da mulher. Sim, Ele é o Verbo que “Se fez carne e habitou entre nós”. João 1:14. Paulo referiu-se a Ele como o Filho do homem em sua epístola aos Filipenses 2:6 e 7: “Pois ele, substituindo em forma de Deus não julgou como usurpação ser igual a Deus: antes a Si mesmo Se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-Se em semelhança de homens: e reconhecido e figura humana.”

A humanidade de Cristo se torna mais real para nós quando sabemos que Ele era submisso a Seus pais. Ele cresceu fisicamente até Se tornar adulto. Ele lutou pelo pão de cada dia. Alegrou-Se e também chorou. Embora Sua natureza fosse superior à natureza humana, como o unigênito Filho de Deus, e superior em Seu trabalho de revelar o Pai, podemos verdadeiramente afirmar, sem reservas, que Ele assumiu todas as condições da natureza humana, tomando sobre Si as limitações necessárias para Se tornar como nós - um Homem entre os homens.

Humano, ao mesmo tempo divino. Mesmo sendo o “Pão da vida”, Ele sentiu fome; como a “Água da Vida”, Ele disse. “Tenho sede”. Ele viveu sobrecarregado, de fadigas e preocupações, porém, prometeu: “Eu vos darei descanso.” Ele chorou, mas “lhes enxugará dos olhos toda a lágrima”. Ele morreu, mas Se tornou o único em quem podemos ter a vida eterna.

A razão por que Ele tomou sobre a Si a natureza é apresentada no seguinte texto: “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, deles também Ele, igualmente, participou, para que, por Sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo... Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas, antes foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” Hebreus 2:14; 4:15.

Quando pensamos em Jesus, Aquele que desde a eternidade partilhou da glória do Seu Pai celeste, e que por milagre veio a Terra para Se tornar um Homem entre os homens, para levar sobre Si nossas dores, palavras são insuficientes para tentar expressar nossa admiração por Ele. Podemos apenas dizer, como João: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, ao ponto de sermos chamados filhos de deus.” I João 3:1.

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45 - Qual é a origem e significado da Páscoa? Como surgiu a idéia do coelho e ovos de chocolate? E por que na sexta-feira dizem que não se deve comer carne mas sim peixe?

A páscoa pode cair em qualquer domingo entre 22 de março e 25 de abril. Tem sido modernamente celebrada com ovos e coelhos de chocolate com muita alegria. O moderno ovo de páscoa apareceu por volta de 1828, quando a indústria de chocolate começou a desenvolver-se. Ovos gigantescos, super decorados, era a moda das décadas de 1920 e 1930. Porém, o maior ovo e o mais pesado que a história regista, ficou pronto no dia 9 de abril de 1992. É da Cidade de Vitória na Austrália. Tinha 7 metros e dez centímetros de altura e pesava 4 toneladas e 760 quilos. Mas o que é que tem a ver ovos e coelhos com a morte e ressurreição de Cristo?

A origem dos ovos e coelhos é antiga e cheia de lendas. Segundo alguns autores, os anglo-saxões teriam sido os primeiros a usar o coelho como símbolo da Páscoa. Outras fontes porém, o relacionam ao culto da fertilidade celebrado pelos babilônicos e depois transportado para o Egito. A partir do século VIII, foi introduzido nas festividades da páscoa um deus teuto-saxão, isto é, originário dos germanos e ingleses. Era um deus para representar a fertilidade e a luz. À figura do coelho juntou-se o ovo que é símbolo da própria vida. Embora aparentemente morto, o ovo contém uma vida que surge repentinamente; e este é o sentido para a Páscoa, após a morte, vem a ressurreição e a vida. A Igreja no século XVIII, adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo. Assim foi santificado um uso originalmente pagão, e pilhas de ovos coloridos começaram a ser benzidos antes de sua distribuição aos fiéis.

Em 1215 na Alsácia, França, surgiu a lenda de que um dos coelhinhos da floresta foi o animal escolhido para levar um ninho cheio de ovos ao principezinho que esta doente. E ainda hoje se tem o hábito de presentear os amigos com ovos, na Páscoa. Não mais ovos de galinha, mas de chocolate. A idéia principal ressurreição, renovação da vida foi perdida de vista, mas os chocolates não, ele continuam sendo supostamente trazidos por um coelhinho...

O Peixe, foi símbolo adotado pelos primeiros cristãos. Em grego, a palavra peixe era um símbolo da confissão da fé, e significava: “Jesus Cristo, filho de Deus e Salvador.” O costume de comer peixe na sexta-feira santa, está associado ao fato de Jesus ter repartido este alimento entre o povo faminto. Assim a tradição de não se comer carne com sangue derramado por Cristo em nosso favor.

Mas vejamos agora, qual é a verdadeira origem da Páscoa?Não tem nada a ver com ovos nem coelhos. Sua origem remonta os tempos do Velho

Testamento, por ocasião do êxodo do povo de Israel da terra do Egito. A Bíblia relata o acontecimento no capítulo 12 do livro do Êxodo. Faraó, o rei do Egito, não queria deixar o povo de Israel sair, então muitas pragas vieram sobre ele e seu povo. A décima praga porém, foi fatal : a matança dos primogênitos - o filho mais velho seria morto. Segundo as instruções Divinas, cada família hebréia, no dia 14 de Nisã, deveria sacrificar um cordeiro e espargir o seu sangue nos umbrais das portas de sua casa. Este era o sinal, para que o mensageiro de Deus, não atingisse esta casa com a décima praga. A carne do cordeiro, deveria ser comida juntamente com pão não fermentado e ervas amargas, preparando o povo para a saída do Egito. Segundo a narrativa Bíblica, à meia-noite todos os primogênitos egípcios, inclusive o primogênito do Faraó foram mortos. Então Faraó, permitiu que o povo de Israel fosse embora, com medo de que todos os egípcios fossem mortos.

Em comemoração a este livramento extraordinário, cada família hebréia deveria observar anualmente a festa da Páscoa, palavra hebraica que significa “passagem” “passar por cima”. Esta festa, deveria lembrar não só a libertação da escravidão egípcia, mas também a libertação da escravidão do pecado, pois o sangue do cordeiro, apontava para o sacrifício de Cristo, o Cordeiro que tira o pecado do mundo.

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A chamada páscoa cristã, foi estabelecida no Concílio de Nicéia, no ano de 325 de nossa era. Ao adotar a Páscoa como uma de suas festas, a Igreja Católica, inspirou-se primeiramente em motivos judaicos: a passagem pelo mar Vermelho, a viagem pelo deserto rumo a terra prometida, retirando a peregrinação ao Céu, o maná que exemplifica a Eucaristia, e muitos outros ritos, que aos poucos vão desaparecendo.

A maior parte das igreja evangélicas porém, comemora a morte e a ressurreição de Cristo através da Cerimônia da Santa Ceia. Na antiga Páscoa judaica, as famílias removiam de suas casas, todo o fermento e todo o pecado, antes da festa dos pães asmos. Da mesma forma, devem os cristãos confessar os seus pecados e deles arrepender-se, tirando o orgulho, a vaidade, inveja, rivalidades, ressentimentos, com a cerimônia do lava-pés, assim como Jesus fez com os discípulos. Jesus instituiu uma cerimônia memorial, a ceia, em substituição à comemoração festiva da páscoa. I Coríntios 11:24 a 26 relata o seguinte:

Jesus tomou o pão, “e tendo dado graças o partiu e disse: Isto é o meu corpo que á dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no Meu sangue, fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do senhor, até que ele venha.”

Vários símbolos nesta ceia merecem nossa atenção. O ato de partir o pão, indicava os sofrimentos pelos quais Cristo havia de passar em nosso favor. Alguns pensam, que a expressão “isso é o meu corpo” signifique o pão e o vinho se transformassem realmente no corpo e no sangue de Cristo. Lembremo-nos portanto, que muitas vezes Cristo se referiu a si próprio dizendo “Eu Sou a porta” (João 10:7), “Eu sou o caminho” (João 14:6) e outros exemplos mais que a Bíblia apresenta. Isto esclarece, que o pão e o vinho não fermentado, são símbolos e representam o sacrifício de Cristo. Ao cristão participar da cerimônia da ceia, ele está proclamando ao mundo sua fé no sacrifício expiatório de Cristo e em sua segunda vinda. Jesus declarou: “Não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber convosco no reino de Meu Pai.” ( Mateus 26:29)

Portanto, a cerimônia da Santa-Ceia, que Jesus instituiu, que veio a substituir a cerimônia da Páscoa, traz muitos significados:

1 - O Lava-Pés, significa a humilhação de Cristo. Mostra a necessidade de purificar a nossa vida. Não é a purificação dos pés, mas de todo o ser, todo o nosso coração. Reconciliação com deus, com o nosso próximo e conosco mesmo - união - não somos mais do que ninguém. O maior é aquele que serve...

2 - A Ceia significa a libertação do Pecado através do sacrifício de Cristo. Significa também estar em comunhão com ele. E sobretudo, é um antegozo dos salvos, pois Jesus disse: “Não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber convosco no reino do meu Pai. (Mateus 26:29)

Concluo, advertindo a cada cristão, que tome cuidado com os costumes pagãos que tentam sempre driblar os princípios bíblicos. Não é de hoje, que se nota como os princípios bíblicos são alterados por costumes e filosofias humanas. Adoração a ídolos, a mudança do sábado para o domingo, o coelho e o chocolate, são apenas alguns exemplos das astúcias do inimigo. A Bíblia, e a Bíblia somente, deve ser única regra de nossa fé, para nos orientar, esclarecer e mostrar qual o caminho certo que nos leva a Deus e que nos apresenta os fundamentos de nossa esperança maior que é viver com Cristo e os remidos, num novo céu e numa nova terra. Devemos tomar cuidado com as crendices, tradições, fábulas, e mudanças humanas disfarçadas. Minha sugestão é examinar com oração, cuidado e com tempo as Sagradas Escrituras, para saber o que hoje é crendice ou tradição, estando atento, para saber o que realmente deus espera de cada um de nós.

Jesus foi claro “Fazei isto em memória de mim.” Ele exemplificou tudo o que deve ser feito. E se queremos ser salvos, precisamos seguir o que Jesus ensina e não outras tradições

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ou ensinamentos. Mateus 15:9 adverte: “Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.”

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46 - A oração deve ser feita a quem? Em nome de quem? Em nome de Jesus Cristo, do Pai ou do Espírito Santo?

A oração é uma reverente conversa com Deus. Podemos falar com Deus, contado-lhe nossas alegrias e tristezas como falamos a um amigo. Certamente você já ouviu, leu ou sentiu pessoalmente de como Deus responde às orações fervorosas. Experiências marcantes e milagrosas são fatos reais de pessoas que tiveram suas preces atendidas.

Mas qual é a maneira correta de orarmos? Como começar, como terminar? Existe alguma coisa que possa impedir que a oração seja atendida por Deus?

I - A Bíblia nos dá algumas orientações de como fazermos uma oração:a) A Oração deve ser feita com fé: Mateus 21:22 está escrito: “Tudo quando

pedirdes em oração, crendo, recebereis.” Lembre-se do cego Bartimeu, que o evangelho de Marcos cap. 10:46 relata que o cego Bartimeu foi curado, pois Jesus disse: “A tua fé te salvou.”Note, a primeira característica importante da oração não tem que ver com termos ou palavras corretas, mas sim com uma fé sincera e crédula.

b) Oração deve estar de acordo com a vontade de Deus: I S. João 5:14: “E esta é a confiança que temos para com Ele, que se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve.” Ilustramos isto com um pedido de uma criança aos seus pais. A criança quer comer doce o tempo todo, mas não é saudável para ela, por isto seus pais não atendem a seu pedido. E é aqui que temos de entender porque algumas de nossas orações não são atendidas.Nem sempre entendemos qual é a vontade de Deus, por isto o verso de Romanos 8:28 “Pois todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Se amarmos a Deus, certamente nossa confiança Nele será tal, que iremos aceitar a vontade de Deus.

c) Pedir com perseverança. São Lucas 18:1 “o dever de orar sempre e nunca esmorecer.” O mesmo exemplo que citamos a pouco do cego Bartimeu, diz o relato Bíblico que clamou e pediram que se calasse, mas ele perseverantemente clamava mais alto: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim.” e então Jesus parou, ouviu seu pedido, e o curou imediatamente. Resultado de sua fé e perseverança em buscar a Jesus. Não devemos desanimar.

d) Devemos nos dirigir a Deus o Pai, no início da oração. A oração modelo, o Pai Nosso registrado em Mateus 6:9 a 13 já um exemplo clássico, ela inicia o Pai Nosso...”Nossa oração deve ser dirigida a Deus o Pai, e ao final, pedirmos em Nome de Jesus.

e) Em nome de Jesus. S. João 14:13 está escrito: “E tudo quando pedirdes em Meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no filho. Pelo sacrifício de Cristo na cruz, é que somos aceitos perante Deus o Pai.

II - O que devemos pedir? a) Perdão de nossos pecados. Mateus 6:12 “Perdoai as nossas dívidas.”b) Livrar-nos de pecar. “E não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal.”

Mat. 6:13c) Para termos mais fé. Lucas 17:5 os apóstolos pediram “aumenta-nos a fé.”

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d) Sabedoria para entendermos a Palavra. “Se porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente... e ser-lhe-á concedida.” Tiago 1:5

e) Pelo próximo. Tiago 5:16 “e orai uns pelos outros para serdes curados.” Tiago 5:16.Como a oração é uma conversa com Deus, não há nenhum problema demasiado grande para ele. Pois Ele sustém o mundo e rege o Universo. ele sabe tudo o que se passa conosco, pois a bíblia diz em Mateus 10:30 que Deus sabe quantos cabelos temos em nossa cabeça.

f) Devemos agradecer. Efésios 5:20 diz: “Dando sempre graças por tudo a nosso deus e Pai, em nome do Senhor Jesus Cristo.”

III - Exemplos de oração:Jesus se levantava de madrugada para orar. S. Marcos 1:35Daniel orava três vezes ao dia. Daniel 6:10 (veja também Salmos 55:17)Jesus orou para abençoar antes de uma refeição. A multiplicação dos pães e peixes.

Mateus 7. Ana orou para ter um filho, etc, e quantas orações a bíblia registra que são exemplos para nós. Orar em secreto, sem pronunciar as palavras, orar só em pensamento, é uma boa maneira de confidenciarmos os nosso mais íntimos segredos, pois ninguém consegue ler perfeitamente nossos pensamentos, nem os anjos, nem Satanás, deus, somente deus, é quem lê os nossos pensamentos.

VI - O que pode impedir uma oração de ser atendida: a) Ter um pecado conhecido. Salmos 66:18 relata: “Se eu atender à iniquidade no

meu coração; O Senhor não me ouvirá.”b) Descrença na palavra de deus. Tiago 1:6 a 7 “Peça-a porém com fé, nada

ouvindo, porque quem duvida é semelhante à vaga do mar, que o vento leva e agita. Não cuide esses homem que alcançará do senhor alguma coisa.”

c) Amor aos deleites e prazeres. Tiago 4:13 “Pedisse não recebeis porque pedis erradamente, a fim de o desprenderdes em vosso deleites.” I Timóteo 5:6 também relata que quem vive só para os deleites, acha-se espiritualmente morto.

d) O espírito de não perdoar. A oração do Pai Nosso já esclarece: “E perdoa as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores.” Mat. 6:12, Mac.11:26

e) O desprezo com a Palavra de Deus. Provérbios 28:9 “Quem desvia o seu ouvido para não ouvir a lei, até a sua oração é coisa abominável.”

f) O orgulho no coração. Jó 35:12 e 13 relata “Ali clamam (mas não há quem responda) por causa da sabedoria dos maus.” O orgulho é um dos mais difíceis de curar. Lembre-se da oração do fariseu e do publicano. Lucas 18:10 em diante, demonstra bem este fato.

g) A indiferença na oração. O Capítulo 11 de Lucas, conta de um homem que necessitava de pão, e na hora avançada da noite, ficou batendo à porta do amigo que estava na cama, até que o homem atendeu e lhe serviu o pão. Também a ilustração da viúva que importunava ao Juiz para conseguir o que queria. Lucas 18. É preciso ter fé e perseverança ao orar.

V - PENSAMENTOS - A ORAÇÃO a) A oração não faz deus baixar até nós, mas eleva-nos a Ele. EGWb) Quando fiquei de joelhos, senti minha estatura diminuir e minha espiritualidade

aumentar. EGWc) Martinho Lutero escreveu: Estou agora de tal modo ocupado, que se não

passasse diariamente duas ou três horas em oração, não darei conta do meu trabalho.

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d) Stanley Jones escreveu “já descobri que sou melhor ou pior se oro mais ou menos. quando oro, sou igual a uma lâmpada colocada no lugar adequado: fico pleno de luz e de poder.

e) Walter B. Knight: “Nem sempre as orações mudam o curso das coisas, mas elas sempre nos transformam.”

f) Paul H. Holderaft: “Ore como se tudo dependesse de Deus, trabalhe como se tudo dependesse de você.” & “Não ore por chuvas, se você vai reclamar da lama.”

g) George Macgregor: “Prefiro preparar dez homens para orar, que cem deles para pregar.”

h) John A. Kells: “Somente quando nos ajoelhamos diante de Deus é que nos tornamos aptos para pôr-nos de pé diante dos homens”.

i) Augustus Toplady: “Um cristão de joelhos vê mais que um filósofo na ponta dos pés.”

j) George Müller disse: “A parte mais importante da oração são os quinze minutos que se seguem ao ‘amém”.

k) Leornard Ravenhill: “Nenhum homem é maior que a sua vida de oração.”l) Orai sem cessar I Tess. 5;17

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47 - O carnaval é um curioso fenômeno sócio-cultural, de extensão universal, que deriva da mais remota antigüidade e que a cada ano se repete com renovado entusiasmo.

A origem do nome é incerta. Para alguns, vem do italiano carne vale, ou seja, só a carne tem importância, frase “destinada a indicar a excessiva sensualidade permitida nos dias carnavalescos, antes dos dias da penitência” da Semana Santa.

O que não admite dúvidas é a origem greco-latina do carnaval. Surgiu das práticas religiosas em honra ao deus Dionísio, ou Baco (deus do vinho) para os romanos, e também em honra ao deus Saturno (as saturnais). Nessas festas celebravam o Ano Novo - para que fosse um bom ano - ou a entrada da primavera, como símbolo do renascimento da Natureza. Nessa época eram feitas procissões acompanhadas de barcos com rodas - antecedentes dos carros alegóricos - sobre os quais alguns mascarados executavam “danças promíscuas e canções satíricas e obscenas”. Daí vem a outra etimologia: currus navalis, ou carro naval. Tais festividades pagãs (bacanais, saturnais e lupercais) se estenderam consideravelmente durante o império romano e se caracterizaram pelos excessos, em completo descalabro moral e sarcasmo. Apesar disso, foram consagradas entre os festejos religiosos católicos pelo Papa Gregório Magno, no século sexto.

Além desses elementos orásticos, místicos e burlescos, o carnaval contém um apelativo componente necrológico. As máscaras são derivadas do culto aos mortos. Nas saturnais romanas era eleita uma pessoa como rainha da festa, e sobre ela eram colocadas vestes reais e ganhavam poderes governamentais fictícios por um mês. Quando terminava a festa, as pessoas deviam acertar sua vida diante do altar do deus Saturno. Em alguns países, os carnavais terminam com o enterro de um boneco de trapos que fora imolado personificando a festa, ou como a simulação da morte de um rei ou de uma divindade. Esse espírito fúnebre e de caráter fortemente hostil parece reviver cada ano ao serem somadas as sombrias cifras de acidentes, embriaguez e atos violentos contabilizados pela polícia.

Desde a adaptação cristã das saturnais romanas realizadas pelo Papa Gregório Magno as festas da carne estão ligadas à quaresma. A Igreja Católica celebrava essa missa antes da Quaresma, onde se proibia carne. Daí o consumo exagerado de carne em banquetes pomposos. Seu uso imoderado foi substituído mais tarde pela sensualidade e erotismo. Portanto, outro sentido aplicado à palavra “carne”. É interessante assinalar que quando os

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colonizadores introduziram o carnaval no Brasil, há mais de 300 anos, ele era chamado de “entrudo” (introdução). Pode-se perceber como o carnaval tem como um de seus objetivos principais preparar defensivamente, através de uma mania coletiva, o período depressivo da quaresma. É como se fosse mais difícil suportar quarenta dias de comemoração da Paixão de Cristo, sem que haja uma louca festa inaugural.

Joãozinho Trinta, um carnavalesco campeão que já levou o luxo e o lixo para a avenida, diz que: “o carnaval era uma brincadeira, virou coisa séria, e o que era coisa séria, virou brincadeira”.

A máscara, a fantasia e a ilusão não vão resolver os problemas individuais ou coletivos. Não farão (como querem) esquecer tudo. Entre “lucros” e prejuízos, carnaval, no Brasil, é mais do que uma ressaca, é uma grande mentira. Se o turismo, por exemplo, precisa do carnaval, que alto preço se paga, outros investimentos são adiados e se perdem.

As imagens transmitidas ao vivo pela TV mostram uma programação pornô, fantasiada de festa. Os defensores da folia dirão que isso é falso moralismo e que se a câmera (mais do que indiscreta) choca, é só levantar da poltrona e desligar o aparelho. Vão dizer ainda que cenas como a do arrastão ou da miséria é que são imperdoáveis.

Quem quiser defender vai encontrar argumento. Há quem prefira mentir e enganar a si mesmo, ser levado pela onda dos liberais. E o carnaval é um “ótimo” pretexto para a libertinagem. Os indiferentes, alienados, não ficam de fora. O animalesco é mais freqüente nos bailes fechados, em quatro paredes. Perto desses bailes, a brincadeira de rua passou a ser a coisa mais inocente do mundo.

Inocente? Poderíamos falar de estatísticas, então. Violência, abuso, morte e medo. Os apelos dos meios de comunicação não bastam. Falta a responsabilidade que não é própria dos foliões. Muitos querem o extremo, o absurdo. E, nos últimos anos, a farra ganhou uma nova ameaça, mascarada no vale-tudo do carnaval - a AIDS, que faz a vez do anjo exterminador.

Na última sexta-feira, no Espaço do Ouvinte, mencionamos que a grande maioria dos que pelam o carnaval está mesmo é em busca de alegria e prazer. Até ai, tudo bem. Não há nenhum mal na busca do prazer. Pelo contrário, prazer é bom até demais. O problema está em três aspectos: primeiro, o endeusamento e o culto do prazer. No momento em que o prazer se torna uma finalidade suprema, os valores são invertidos, e coisas mais importantes são sacrificadas em nome do prazer. Saúde, segurança, pessoas e dinheiro são muitas vezes desperdiçados no culto do prazer. O segundo problema é o risco ao qual você se expõe na busca desse prazer. Enfiar-se no meio de bêbados e drogados de atitudes e reações imprevisíveis é um risco que muita gente corre sem perceber. Em terceiro lugar, está o excesso de prazer, que tende a anestesiar os sentidos e tornar a pessoa menos disposta para enfrentar as coisas sérias da vida. A renomada escritora Ellen G. White diz que o divertimento em excesso “absorve as energias que são necessárias para o trabalho útil, e desta maneira revela-se um estorvo ao verdadeiro êxito da vida.”

Deus não desaprova o prazer como um mal em si mesmo. Reprova, isto sim, o prazer que, por ser inadequado ou inoportunamente gozado, gere a infelicidade. Indicar quais prazeres são lícitos ou não, e no caso dos lícitos, indicar como, quando e onde usufruí-los, é função das leis de Deus. Respeitá-las não abre caminho para todos os prazeres, mas nos livra de muitos males. Como diz o salmista: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores nem se assenta na roda dos encarnecedores. Antes o seu prazer está na lei do Senhor, e na Sua lei medita de dia e de noite. Ele é como a árvore plantada junto a correntes de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” Salmo 1:1-3. “Não fosse a Tua Lei ter sido o meu prazer, há muito já teria eu perecido na minha angústia” Salmo 119:92.

Nem todos os prazeres são facultados aos que pretendem ser genuínos cristãos. Sua vida é, em certo sentido, uma vida de renúncias. “Entretanto, a que renunciamos nós ainda

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que renunciemos a tudo?” - A um coração poluído pelo pecado, para que Jesus o purifique, lavando-o em Seu próprio sangue, e o salve por seu inefável amor. E ainda os homens acham difícil renunciar a tudo! Envergonho-me de ouvir, acanho-me de escrever (falar)! Deus não exige que renunciemos a coisa alguma cuja conservação nos seja de proveito. Em tudo o que faz, tem em vista o bem-estar de seus filhos... Nenhum gozo legítimo pode ser encontrado no caminho proibido por Aquele que sabe o que é melhor e vela pelo bem de Suas criaturas. A vereda do pecado é de miséria e destruição. (Ellen G. White, Caminho Para Cristo, pág, 40).

Sensatas são as palavras da Bíblia: “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias de tua mocidade; ainda pelos caminhos que satisfazem o teu coração e agradam aos teus olhos, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá conta” Eclesiastes 11:9.

Contemplando os últimos dias da história desse mundo, os profetas bíblicos, por revelação de Deus, descreveram as condições prevalecentes: “Sabe, porém isto: Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis; pois os homens serão ... mais amigos dos prazeres que amigos de Deus” II Tim. 3:1-4. A respeito dos filhos de Deus, porém, se diz: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus é a fé em Jesus” Apoc. 14:12.

Como sempre, nas ruas e nos salões, as pessoas estarão cantando: “Em fevereiro tem carnaval. Quanto riso, ó quanta alegria”. “Para tudo acabar na quarta-feira”. Enquanto isso, há um outro cântigo para ser entoado, como gratidão a Deus: “O Seu favor dura a vida inteira” Salmo 30:5.

Qual deles você irá cantar? A escolha é sua. Pense bem e escolha o melhor. Escolha a alegria e gozo que duram para sempre. Escolha Jesus.

* *

48 - O que quer dizer: a) Basã, b) Gerizim, c) Seol, d) Sinagoga, e) Circincisão? E como morreram os discípulos?

I - Vamos explicar o que significam estas palavras:a) Basã: é o nome de uma região que ficava ao leste do Jordão. Atualmente é chamada

de Nuqra. Fazia para das terras que Davi e Salomão dominavam. I Reis 4:13b) Gerizim: é uma montanha que fica a 3 km a noroeste de Siquém. Tem sido

chamado de monte da Bênção, porque ali Moisés fez um pronunciamento das Bênçãos de Deus para o povo de Israel. O monte Gerizim, ficava próximo ao monte Ebal, que permitia uma acústica ideal para Moisés falar a todo o povo. Enquanto o monte Gerizim era sinônimo de bênçãos para o povo, o monte Ebal representava o local de onde seriam pronunciadas as maldições para o povo errante.

c) Seol: a derivação desta palavra hebraica, é incerta. Duas teorias tem sido colocadas: primeiro, seol significaria interrogar, perguntar; e segundo, seol significaria o oco ou lugar mais profundo. No Velho Testamento, Seol significa “lugar dos mortos.” A palavra Seol, aparece em outros textos Bíblicos com outros sentidos, mas primariamente, significa lugar dos mortos.

d) Sinagoga: era um santuário em miniatura, para substituir o Templo. Era uma igreja. Não havia altar; e a oração e a leitura do torah, tomavam o lugar do sacrifício. Interessante, é que a sinagoga tinha também uma função social, pois era um ponto de reunião onde o povo podia congregar-se sempre que fosse necessário aconselhar-se sobre negócios da comunidade. A importância da sinagoga e sua função, é enfatizada no Livro de Atos. Jesus tinha o hábito de ir a sinagoga aos sábados, segundo relata o evangelho de Lucas 4:16. O Novo Dicionário da Bíblia, faz uma referência que em Jerusalém devia haver 394 sinagogas quanto Tito a destruiu no ano 70 de nossa era. Hoje, a Igreja, o Templo de culto, adoração e louvou, têm a mesma função que a Sinagoga, pois é a casa de Deus, é o local onde cultuamos

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com outros, ao nosso Criador e Salvador. Alguns acham que não é necessário ir a Igreja, mas Jesus deu o exemplo, e Ele ia a Igreja, (Sinagoga) não esporadicamente, mas sim, por hábito, ou seja, fazia parte de sua vida, dedicar tempo no Templo. Pode um cristão permanecer fiel sem ir a Igreja? Para responder esta pergunta, lembro-me de duas ilustrações: Uma brasa longe do fogo, o que acontece? ... apaga, mas junto das outras, ela se aquece e permanece acesa enquanto durar. Um cristão, junto de outros fiéis, certamente vai ampliar sua fé, pois sentirá o testemunho e o fervor de outros, que lhe serão um incentivo e vice-versa. Outra ilustração que recordo neste momento, é a de um graveto sozinho, ou vários gravetos agrupados. Um só é fácil ser quebrado, mas quando vários gravetos se unem, o esforço para quebrá-los deve ser maior, ficando até inquebrável. A união faz a força, estar congregando na igreja, com demais irmãos, é estar mais protegido e mais fortalecido. Por isto disse o Salmista: Alegrei-me quando me disseram, vamos a Casa do Senhor.” Salmos 122:1

e) Circuncisão: No capítulo dezessete de Gênesis, a circuncisão aparece primeiramente como algo espiritual, um sinal nacional da nação Israelita. Também era com um ato de consagração do homem a Deus. Vários textos Bíblicos apresentam reprovações aos homens incircuncisos, principalmente no Velho Testamento, pois no Novo Testamento, nem a circuncisão nem a incricucisão tem poder, mas sim a fé em Cristo, sendo que foi abolida esta necessidade da circuncisão, que era um ritual do Velho Testamento. Você pode conferir nas passagens seguintes: Gálatas 3:28 e 29, col.3:11, Rom 3:11, Efés. 2:8, Hebreus 8:6-13, etc. Mas afinal o que é a circuncisão? O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, assim define: Circuncisão, ato ou operação que consiste em cortar e retirar um excesso de prepúcio; postectomia.

II - Como morreram, ou qual foi o fim dos discípulos? (Curios. e Testes Bib., 29 e 30, CPB)

PEDRO: morreu crucificado com 75 anos de idade, no ano 67 de nossa era. A tradição conta que ele pediu que o crucificassem de cabeça para baixo, porque se considerava indigno de morrer como seu Mestre.

TIAGO: filho de Zebedeu, foi o primeiro dos apóstolos a morrer por sua fé. foi decapitado à espada por ordem do rei Herodes Agripa I, por volta do ano 44 de nossa era.

JOÃO, irmão de Tiago, ambos considerados “filhos do trovão”, e depois de andar com Jesus, ficou conhecido como o “discípulo amado”, foi desterrado, pelo imperador Domiciano, para a Ilha de Patmos a fim de trabalhar nas minas. Morreu aos cem anos de idade, sendo o único dos apóstolos que teve morte natural. Segundo a tradição, ele foi lançado pelos inimigos num tacho de azeite fervendo, de onde saiu ileso.

ANDRÉ, irmão de Pedro, foi crucificado em Ática, na Ásia menor. Até exalar o último suspiro, continuou admoestando seus algozes.

TIAGO, filho de Alfeu, foi lançado do pináculo do templo de Jerusalém, e a seguir apedrejado até morrer.

MATEUS, o ex-coletor de impostos, pregou por quinze anos na Palestina, indo então para a Etiópia, onde foi morto à espada.

BARTOLOMEU pregou na Arábia, estendendo sua pregação até a Índia. Alguns afirmam que ele foi amarrado num saco e lançado ao mar, enquanto outros asseguram que ele foi esfolado vivo.

SIMÃO, o cananeu, também chamado Zelote, morreu na Pérsia. Por ordem do imperador Trajano foi martirizado até expirar.

FELIPE morreu na Ásia menor, enforcado num pilar do templo em Hierápolis.TOMÉ, o incrédulo, veio a ser um dos maiores pregadores do cristianismo. Viajou

muitíssimo, pregando nas regiões de Parta, Média, Pérsia, chegando até a Índia, onde morreu atravessado por uma lança, na cidade de Coromandel.

JUDAS Tadeu, irmão de Tiago, morreu cravado de flechas.

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JUDAS Iscariotes, enforcou-se e serviu de alimento para os cães, após trair a Jesus com um beijo.

MATIAS, o substituto de Judas, foi o primeiro a ser apedrejado e em seguida, decapitado.

Outros seguidores e como foi o seu final:ESTEVÃO morreu apedrejado.MARCOS foi arrastado pela ruas de Alexandria, no Egito, até morrer.BARNABÉ, também foi apedrejado. Conta-se que os judeus de Salamina zombavam

dele enquanto sucumbia.PAULO, o grande apóstolo dos gentios, foi decapitado em Roma, por ordem do tirano

Nero. Talvez você esteja indagando: fizeram tanto por Cristo e receberam este tipo de recompensa? Respondo: Não, pois a morte não foi o fim da vida deles. A Bíblia esclarece que a morte é um sono, e não o final de tudo, pois Jesus irá ressuscitar a todos, e então sim, cada um terá a sua recompensa. E certamente, estes apóstolo de Jesus Cristo, juntamente com os salvos na Nova terra, irão se regozijar tanto com as maravilhas da Nova Jerusalém, que olharão para o passado, e ainda dirão: “Fizemos tão pouco para recebermos tanto.”

*

49 - ET’s: Quem são? Existem? Se comunicam conosco?

I - BÍBLIA : A ÚNICA FONTE FIDEDIGNAA Bíblia, para a nossa salvação, não é uma enciclopédia científica sobre o universos ou

sobre as criações de Deus, mas sim uma carta telegráfica de Deus para o homem. Tudo o que precisamos para a nossa salvação, ela nos oferece com fartura. A Bíblia fala, por exemplo, sobre um grande conflito cósmico entre Deus e Satanás. Satanás e seus anjos caídos estão trabalhando por todos os meios para embotar a mente do homem e distraí-lo, tirando sua atenção da salvação e o levando à destruição.

II - O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE OUTROS MUNDOSAlguns versos bíblicos nos dão a entender a existência de outros mundos:a) I Cor. 4:9 - “...pois fomos feitos espetáculo ao mundo, tanto a anjos quanto a

homens...”b) Jó 1:6 - “E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o

Senhor, veio também Satanás entre eles.”

III - PORQUE NÃO SE COMUNICAM CONOSCOEmbora este não seja um assunto no qual a Palavra de Deus se empenha em esclarecer

por não ser ponto necessário à nossa salvação, a Bíblia nos dá a entender alguns tópicos a este respeito:

- Os seres dos outros mundos não têm a missão divina de comunicarem-se conosco, pois de acordo com as Sagradas Escrituras, os anjos é quem são os espíritos ministradores;

- O nosso mundo é um planeta contaminado pelo pecado, e desde a entrada em nossa atmosfera, tais seres já estariam sofrendo as conseqüências do contato com a nossa poluição.

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IV - ANJOS DE DEUSDe acordo com a Bíblia, os anjos de Deus têm alguns parâmetros definidos para formas

de contato com os humanos. São os “espíritos ministradores”, de acordo com Hebreus 1:14.Há, na Bíblia, citações de algumas vezes em que os anjos de Deus interferiram na

história Terrestre. O anjo Gabriel, por exemplo, apareceu para Daniel (Daniel 9:21), para Maria, anunciando o nascimento Jesus (Lucas 1:26 e 27), confortou Jesus no Getsêmani (Lucas 22:43), e também apareceu aos discípulos na ascensão de Cristo (Atos 1:10 e 11).

Entretanto, nunca coube a um anjo a missão de fazer aparições misteriosas como shows de luzes, ou manobras de discos voadores.

V - BRINQUEDOS DE UM ANJO CAÍDOPor várias vezes, encontramos na Bíblia relatos de aparições de Satanás e seus anjos se

fazendo passar por outras formas de vida ou por anjos de luz. Vejamos o que realmente está relatado na palavra de Deus sobre este assunto:

- S. Mateus 24:24 - “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam os próprios escolhidos.”

- Apocalipse 13:13 - “E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à Terra, à vista dos homens.”

- Apocalipse 13:14 - “... E engana os que habitam sobre a Terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse.”

Ainda em Apocalipse (12:4), é dito que “a terça parte dos anjos caíram, e que estão aqui na Terra, com seu chefe e dragão que é Satanás”. Estes mesmos anjos são também denominados de “espíritos de demônios”.

O próprio Satanás, mestre da enganação e da mentira, apareceu para Saul, como Salomão após morto, numa sessão espírita e transformou-se em anjo de luz em outra ocasião (II Cor. 11:14.)

Estes atos do Inimigo não são inconseqüentes. No caso de Saul, ele pagou com a morte a reprovação de Deus seu envolvimento com tais feitos de pagania - cometeu suicídio (Ver I Samuel 28).

VI - CONCLUSÃO

ET’s, OVNI’s, UFO’s... sob uma ótica cristã, todas estas aparições tendem a ser uma manifestação espiritualista do inimigo Satanás, que com seus prodígios tenta desviar a atenção e o pensamento humano.

Se Satanás é ou não o originador de tais fenômenos, o fato é que ele está explorando ao máximo esta situação.

Devemos lembrar também que há alguns anos, se dizia que haviam habitantes na lua, marcianos, etc, e depois constatou-se que não há seres nestes planetas. Não se escreveu nem se falou mais nestes assuntos... tudo não passou de uma onda de comentários ilusórios.

O conflito entre Cristo e Satanás não é folclore, é real. Os demônios são reais e traiçoeiros. Você pode traçar alguns paralelos entre as manifestações do espiritismo e os “fenômenos” dos OVNI’s.

Não devemos e nem podemos negar a existência do “mundo invisível”, pois há uma lauta pela conquista da mente ou do coração humano. Para a vida, ou para a morte...

*

50 - O QUE QUER DIZER A PALAVRA “ANTI-CRISTO”, QUEM É O ANTI-CRISTO?

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A palavra Anti-Cristo vem do grego, anti quer dizer: contra, em lugar de. Portanto pode significar:

a) Alguém que se opõe a Cristo.b) Alguém que pretende tomar o lugar de Cristo.c) ou alguém que reuna as duas características.O apóstolo João é o único a usar esta palavra no Novo Testamento. Aparece em I João

2:18, 4:13 e II João 7. Mas em nenhum dos textos está definido claramente quem é o anti-cristo, não dá para entender se é uma pessoa, várias pessoas ou uma organização.

A história registra algumas teorias fracassadas. Na idade média surgiu um sistema que desejava ser cristão, e foi chamado de Anti-Cristo, mas terminou sem nenhum seguidor. Outra teoria, é de Francisco Ribera que acredita que o Anti-Cristo seria um Judeu que num futuro distante reinaria em Jerusalém. Outra teoria sobre o anti-cristo, foi quando Luiz de Alcazar, um imperador pagão romano, recebeu este título. Embora alguns aceitem a segunda teoria, acredito que a Bíblia fornece características mais importantes sobre o verdadeiro anti-cristo.

O maior inimigo de Cristo, que sempre se opõe a Ele, é Satanás, ele é o anti-cristo por completo. Utilizando seus anjos caídos e vários instrumentos humanos.

Muito tempo antes do mundo ser criado, Satanás já enfrentou a Jesus. Confira em Isaías 14:12 a 14, Ezequiel 28:12-13. E desde então não cessou sua oposição a Cristo. ( veja ainda II Tess. 2:8-9)

No verso de I João 2:8, descobrimos algumas características que os anti-cristos surgirão na última hora, e que negam ao Pai e ao filho. Negar ao Pai e ao Filho, pode ser mais do que desobedecê-lo. Pode ser anular a sua pessoa, sua existência, tomar o seu lugar. Usar atributos que eram característicos, receber suas honras e suas glórias que são devidas somente a Deus. É exatamente o significado do anti-cristo, tomar o lugar de Deus.

Paulo também fornece algumas características preciosas. Ele não usa a palavra anti-cristo, mas os termos “homem de pecado, filho da perdição, o iníquo”; confira em II Tessalonicensses 2:3 a 8.

Veja as características deste texto, (II Tess. 2:3a 8) o Anti-Cristo:a) se opõe a tudo que é de Deusb) se assenta no Templo de Deus, no lugar de Deusc) querendo parecer ser Deusd) é a representação mais eficaz de satanáse) tem poder para operar sinais e prodígios da mentiraf) tem injustiças, um enganadorg) não recebeu o amor da verdade.Chamo sua atenção para a parte do verso que diz que é a “eficácia de Satanás”.O profeta Daniel do VT também apresenta características de oponentes de Deus. Ele

profetiza em Daniel 7:8, 19 a 26 sobre um poder blasfemador, confira em sua Bíblia.Parece que Daniel, Paulo e João estão falando de um mesmo anti-cristo, alguém que se

opõe a Cristo, está ocupando o lugar de Deus.Mais um detalhe, II Tess. 2:6 diz que o anti-cristo no “devido tempo se manifestará”,

isto nos dá a entender que ele está se preparando, e logo se manifestará desmascarando o seu plano cuidadosamente preparado para tentar o domínio mundial e revelar sua natureza .

Os textos revelam que ele, o anti-cristo,aparecerá nos últimos dias, e então desempenhará um papel mais direto, mais claro, e culminará o seu engano falsificando a vinda de Cristo.

Conclue-se portanto, que o Anti-Cristo é:Satanás no primeiro plano, e também como Paulo fala em II Tessal. como já

referendamos, alguém que será a “eficácia de Satanás” que será o representante número um

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do inimigo. Evidentemente este aparecerá não como um inimigo, mas como um “anjo de luz” que receberá glórias e honras que são devidas somente a Deus, desrespeitará a lei de Deus e Sua Palavra, perdoando pecados ou usando outros atributos que são exclusivos de Deus.

Este é o anti-cristo.

* *

51 - O que quer dizer as palavras Anátema e Maranata?

A septuaginta, traduz a palavra anátema por maldição, algo que envolva destruição total. Paulo uma vez deu a entender que Jesus foi chamado de anátema pelos que não estavam com o Espírito de Deus. ( I Cor. 12:3).

A palavra Maranata não é uma palavra gregra nem hebraica, pois vem do aramaico. Não têm uma tradução direta, própria. Provavelmente pode ser traduzida “Maran thâ” = Nosso Senhor vem. Aparece uma única vez na Bíblia num verso que também aparece a palavra Anátema, o texto está assim de I Cor. 16:22: “ Se alguém que não ama ao Senhor seja anátema. Maranatha!”

Poderia ser assim traduzido: Se alguém não ama ao Senhor, seja amaldiçoado. O senhor vem. O porque Paulo usa esta única vez esta palavra no final desta carta, pode ser entendido como uma expressão comum de cumprimento entre um certo grupo de cristãos da época.

A palavra Maranata é um termo especial para nós cristãos que podemos usá-la tranqüilamente ainda hoje. Nossa maior esperança é a segunda vinda de Jesus, e o significado de Maranata = O Senhor vem, é uma realidade para os dias de hoje. Portanto amigo leitor, podemos pronunciar com alegria:

MARANATA. O SENHOR VEM! * *

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BIBLIOGRAFIA

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