Upload
marcos-antunes
View
132
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Motores de Indução Trifásicos
O motor de indução trifásico o mais importante em aplicações
industriais, devido as suas características de robustez, baixo custo, e baixa
manutenção.
Velocidade síncrona
pf120Ns =
Velocidade angular elétrica ωe e mecânica ωm mepω=ω
2
Escorregamento s
msN
NNs −=
Frequência das tensões e correntes induzidas no rotor (ωsl) em rad/s
elétricos corresponde à diferença entre as velocidades do campo
girante (ωe) e do rotor (ωm), expressa em unidades elétricas:
mesl ω−ω=ω
Modelo estático do motor de indução
Xm
rs xs xr
rr/sVs
Is Ir
Im Ic
Io
Figura 4.1 - Circuito equivalente “T” por fase do motor de indução em regime permanente, referido ao estator.
Impedância equivalente do motor o efeito combinado da carga no
eixo e da resistência do rotor aparece como uma resistência refletida rr/s e
despreza-se rp por ser muito maior que xm:
)xx(js/rjx)jxs/r(jxrZmrr
mrrsseq ++
×+++= .
Observação: Para um dado escorregamento s, o motor pode ser visto
como uma impedância fixa, o que simplifica muito as análises que serão
feitas daqui para frente.
Análise do circuito equivalente as expressões para as perdas e
potências trifásicas (ou totais) da máquina podem ser resumidas:
Potência de entrada: Pin = 3 Vs Is cos φ
Perdas no cobre do estator: Pls = 3 Is2 rs
Perdas no núcleo: Plc = 3 Vm2 / rp
Potência de entreferro: Pg = 3 Ir2 rr /s
Perdas no cobre do rotor: Plr = 3 Ir2 rr
Potência mecânica interna: Po = Pg – Plr = 3 Ir2 rr (1 – s) /s
Potência de ponta de eixo: Pm = Po - Pfw
Pfw - perda devido ao atrito e ventilação.
Torque eletromagnético (Te) a potência mecânica interna Po é o
produto de Te pela velocidade ωm, e sendo ωm = (1-s)ωs então:
sr
Is
srIP
T rr
srr
mm
oe
22 313ω
=−
ω=
ω= ,
ou, identificando a expressão da potência de entreferro na equação do
torque eletromagnético, pode-se obter:
s
ge
PT
ω=
Esta equação demonstra que, para uma freqüência de alimentação fixa, o
torque é diretamente proporcional à potência de entreferro.
De fato, a potência de entreferro se divide entre a potência mecânica
interna e as perdas no cobre no circuito do rotor da seguinte forma:
Po = (1 – s) Pg
Plr = s Pg
Circuito equivalente aproximado reatância Xm na entrada do circuito
e rp desprezado. Assim, pode-se obter a corrente rotórica Ir por inspeção:
22 )xx()s/rr(
VI
rsrs
sr
+++=
Substituindo-se Ir na expressão do torque, tem-se:
22
23
)xx()s/rr(
Vsr
Trsrs
sr
se
+++ω= .
Curva de conjugado típica na região motora
smaxT
Figura 4.2 - Curva de conjugado típica de um motor de indução trifásico.
Conjugado máximo (Cmax, Tem ou Mk) e escorregamento no qual
ocorre (smaxT ou sk)
22 )xx(r
rsrss
rTmax
++=
22
251
)xx(rr
V,Trsss
s
sem
+++ω=
Observações: o ponto de ocorrência do torque máximo (smaxT) depende
diretamente do valor da resistência do circuito do rotor, mas o valor de
Tem não depende. Isto sugere a possibilidade de controle da característica
(Te x ωm) do motor de indução de rotor bobinado (MIRB), através da
inserção de resistências em seu circuito de rotor.
Partida do Motor de Indução Trifásico o grande problema na partida
direta do motor de indução trifásico é o elevado valor da corrente. O
motivo da alta corrente é o baixo valor de Zeq na partida, que é algumas
vezes menor que seu valor à velocidade nominal.
Exemplo: será calculada a impedância equivalente de um motor de
indução trifásico na partida e na velocidade nominal. O motor é ligado em
Y, 440 volts, 60 Hz, possui 4 pólos, gira nominalmente à 1755rpm, e
apresenta os seguintes parâmetros, em Ω/fase, referidos ao estator:
rs = 0,2Ω xs = 0,5Ω xm = 20Ω rr = 0,1Ω xr = 0,2Ω.
a) Cálculo do escorregamento
Na partida: como Nm=0 ⇒ 10=
−=
s
sN
Ns
À velocidade nominal: Nm = 1755rpm e Ns=1800rpm ⇒
02501800
17551800 ,s =−
=
b) Cálculo da impedância
Na partida: 76020201102020110
5020 ,j,j/,j),j/,(,j,Zeqp =
++×+
++=
Na velocidade nominal:
23420200250102020025010
5020 ,j,j,/,j),j,/,(,j,Zeqn =
++×+
++=
575,ZeqZeq
p
n =
Como a tensão nominal não se altera, tem-se:
ppnn IZeqIZeq ×=× ⇒ 575,ZeqZeq
II
p
n
n
p ==
A corrente de partida de um motor de indução trifásico tipo gaiola típica
varia entre 4 a 8 vezes a corrente nominal. Normalmente os fabricantes
informam o valor da corrente de partida de forma indireta, seja pelo fator
Ip/In, como visto acima, ou através da letra código (norma NEMA), que
fornece os kVA/hp com o rotor travado. A corrente de partida em
Ampères pode ser facilmente calculada a partir destas informações.
A elevada corrente de partida pode trazer problemas para a instalação
elétrica, no que diz respeito a afundamentos de tensão, podendo causar a
má operação de outras cargas ligadas ao mesmo barramento. Isto motivou
a busca de técnicas de partida para amenizar tais efeitos. Cabe realçar que
o motor em si é projetado para partida direta de cargas de baixa inércia, e
esta opção não deve ser descartada antes de uma análise do problema.
Partida Estrela-Triângulo ou Y-Δ
Condições para ser utilizada:
1. O motor deve ter no mínimo 6 terminais acessíveis;
2. A tensão nominal da rede deve coincidir com a tensão nominal da
ligação Δ;
3. O torque inicial solicitado pela carga deve ser pequeno.
Preferencialmente, o motor deve partir a vazio.
Conseqüências:
1. O torque de partida Y (TpY) fica reduzido a 1/3 do torque de partida
direta (Tpd);
2. A corrente de partida, na linha, Y (IpY) fica reduzida a 1/3 da
corrente de partida direta (Ipd);
O procedimento para o acionamento do motor é feito ligando-o
inicialmente na configuração estrela até que este alcance uma velocidade
próxima da velocidade de regime, aproximadamente 90%, quando então
esta conexão é desfeita e executada a ligação em triângulo. A troca da
ligação durante a partida é acompanhada por uma elevação de corrente,
fazendo com que as vantagens de sua redução desapareçam se a
comutação for antecipada em relação ao ponto ideal.
Circuito de força de uma chave estrela-triângulo conectada aos terminais
de um motor de indução trifásico:
Figura 4.3 – Diagrama de força (ou potência) da
chave estrela-triângulo
Durante a partida em Y, o conjugado e a corrente de partida ficam
reduzidos a 1/3 de seus valores nominais, então, um motor só pode partir
através da chave Y-Δ quando o seu conjugado, na ligação Y, for superior
ao conjugado da carga do eixo. Devido ao conjugado de partida baixo e
relativamente constante a que fica submetido o motor, as chaves Y-Δ são
mais adequadamente empregadas em motores cuja partida se dá em vazio.
Vantagens e desvantagens das chaves estrela-triângulo:
a) Vantagens
Custo reduzido
Elevado número de manobras por hora
Corrente de partida reduzida a 1/3 da corrente de partida nominal
Dimensões relativamente reduzidas
b) Desvantagens
Os motores devem ter dupla tensão nominal e dispor de pelo
menos seis terminais acessíveis
Conjugado de partida reduzido a 1/3 do nominal
A tensão da rede deve coincidir com a tensão em triângulo do
motor.
O motor deve alcançar pelo menos 90% de sua velocidade de
regime para que, durante a comutação, a corrente de pico não
atinja valores elevados, próximos, portanto, da corrente de
partida com acionamento direto.
A forma mais comum de se identificar o momento de se realizar a
comutação na chave estrela triângulo é através de temporizador ou relé de
tempo. Porém, como não se pode garantir que o motor terá alcançado a
velocidade nominal no tempo programado, o mais adequado seria lançar
mão de sensor de corrente ou de velocidade para que se tenha uma
comutação satisfatória, embora isto signifique maior custo e
complexidade.
Curvas de conjugado e corrente em função da velocidade do motor na
partida Y-Δ:
Figura 4.4 - Conjugado e corrente no acionamento Y-Δ em função da
velocidade.
Assumindo que a transição de Y para Δ se dê sob velocidade nominal,
pode-se demonstrar que as correntes nos contatores serão:
IdC1 = InD / 3 (para o circuito de força apresentado na Fig. 4.3)
IdC2 = InD / 3
IdC3 = InD / 3
Partida Y-Δ com duplo sentido de rotação
Partida através de chave compensadora A chave compensadora é
composta basicamente de um autotransformador com várias derivações,
as mais comuns são 50, 65 e 80% da tensão nominal. Este
autotransformador é ligado ao circuito do estator. O ponto estrela do
autotransformador fica acessível e, durante a partida, é curto circuitado e
esta ligação se desfaz logo que o motor é conectado diretamente à rede.
Normalmente, este tipo de partida é empregado em motores de potência
elevada, acionando cargas com alto índice de atrito, tais como britadores,
e semelhantes.
Vantagens e desvantagens da chave compensadora em relação às chaves
Y-Δ:
a) Vantagens:
Na derivação 65%, a corrente de partida na linha se aproxima do
valor da corrente de acionamento utilizando chave estrela-triângulo;
A comutação da derivação de tensão reduzida para a tensão de
suprimento não acarreta elevação da corrente, já que o
autotransformador se comporta, neste instante, como uma reatância
que impede o crescimento dessa mesma corrente;
Pode-se variar gradativamente as derivações para aplicar as tensões
adequadas à capacidade do sistema de suprimento.
b) Desvantagens:
Custo superior ao da chave estrela triângulo;
Dimensões normalmente superiores às das chaves Y-Δ, acarretando
o aumento no volume dos Centros de Controle de Motores (CCM).
Relações de transformação de tensão e corrente e suas conseqüências
sobre o conjugado usando a chave compensadora:
SSpp IVIV ×=×
Vp – tensão de linha no primário ou de alimentação do autotransformador;
Ip – Corrente de linha no primário;
Vs – tensão de saída do autotransformador, equivalente ao tap de ligação;
Is – Corrente de saída do autotransformador;
Se a chave compensadora está ajustada ao tap, por exemplo, de 80%, a
tensão nos terminais de um motor de 50cv (380V), durante a partida fica
reduzida a:
340380800 =×= ,Vs V
Nessas condições, a corrente nos terminais desse motor, que na partida
equivale a 516A, também se reduzirá ao valor de 80% da mesma, ou seja:
8412516800 ,,Is =×= A
A corrente de linha assume o valor de:
23308412800800 ,,,I,I Sp =×=×= A
O conjugado de partida fica reduzido, relativamente ao valor nominal, de:
npnpp C,C,,C 640800800 =××=
Dimensionamento:
a. Os autotranformadores possuem, opcionalmente, instalado na bobina
central, um termostato. O termostato tem a função de proteção do
equipamento contra aquecimento excessivo ocasionado por sobrecarga
ou número de partidas acima do especificado. O termostato é
especificado em função da classe de isolamento do autotransformador.
b. Para se definir a potência do autotransformador deve-se considerar:
Potência do motor
Frequência de partida (número de partidas por hora)
Existem limitações quanto ao número de partidas, sob pena de
danificação dos enrolamentos. Assim sendo, fica estabelecido:
5 partidas/hora, podendo ser duas consecutivas com intervalo
mínimo de 0,5 minutos entre elas ou cinco com intervalos de
aproximadamente doze minutos;
10 partidas/hora, podendo ser três consecutivas com intervalo
mínimo de 0,5 minutos entre elas ou dez com intervalos de
aproximadamente seis minutos;
20 partidas/hora, podendo ser seis consecutivas com intervalo
mínimo de 0,5 minutos entre elas ou vinte com intervalos de
aproximadamente três minutos.
c. Tempo de partida do motor. Normalmente os autotransformadores são
projetados para suportarem a corrente de partida durante 20s.
Após a definição da potência, para completar a especificação do
autotransformador deve ser citado:
d. Tensão nominal da rede;
e. Classe de isolamento - em sua maioria classe "B" (130°C)
f. Derivadores (tap’s) de tensão necessários - normalmente utilizam-se
tap’s 65 e 80%.
(a) Diagrama de força.
(b) Diagrama de comando.
Figura 4.5 - Esquema de ligação tripolar de chave compensadora.
Figura 4.6 – Efeito da redução da tensão de estator
sobre o torque e a corrente do motor.(WEG)
Partida do Motor de Indução de Rotor Bobinado a partida do motor
de indução de rotor bobinado é feita através da introdução de resistores no
circuito do rotor. Para se ter uma ação de controle mais fina, é normal o
uso de vários estágios.
Fig. 4.7: Partida do motor de indução de rotor bobinado.
B
A
C
CM MIRB Re3 Re2 Re1
C1 C2 C3
Torque de partida elevado: redução da corrente obtida pela inserção de
uma maior resistência rotórica e não pela redução da tensão aplicada ao
estator, que permanece no valor nominal ⇒ técnica capaz de fornecer
elevados torques de partida, com correntes de partida relativamente
pequenas, característica muito adequada para aplicações de elevado
torque de partida ou elevada inércia.
Cálculo da resistência externa: da equação que fornece o escorregamento
para máximo torque, incluindo os valores dos resistores externos ao de rr
tem-se:
22 )xx(r
Rrsrss
extrTmax
++
+=
∑
Tanto rr quanto Rext são valores referidos ao estator. Pela seleção do valor
de smaxT que se deseja ter para cada curva do motor, chega-se ao valores
dos resistores de cada estágio.
Exemplo: se for desejado que a primeira curva resulte em smaxT =1, e
assumindo que rs << (xs + xr), pode-se escrever:
rrsext r)xx(R −+=∑
Através da variação dos estágios de Rext, obtém uma família de curvas
Texωm:
Figura 4.8 - Curvas Conjugado-Rotação e
Corrente-Rotação para motor de rotor enrolado.
Nomenclatura: a resistência secundária que fornece conjugado nominal na
rotação nula é chamada por unidade ou 100 por cento ohms. Similarmente
70 por cento ohms fornece conjugado nominal a 30 por cento de rotação e
50 por cento ohms resulta em conjugado nominal a 50 por cento da
rotação.
Restrição de conjugado com a ventilação: com resistência considerável no
secundário a característica de conjugado x rotação é muito inclinada para
o começo da curva de tal modo que a regulação de velocidade é pobre.
Uma vez que a corrente de carga é proporcional ao conjugado,
independentemente da resistência externa na parte reta da curva
característica, 100 por cento de conjugado representa 100 por cento de
corrente em qualquer ajuste de rotação.
Se a capacidade de dissipação de perdas do motor fosse a mesma em
qualquer rotação, o motor teria uma característica de conjugado x rotação
constante. Entretanto, devido a redução da ação do resfriamento, o motor
padrão auto-ventilado é somente capaz de fornecer, por exemplo, cerca de
80 por cento de conjugado a 50 por cento de rotação, mas com uma
corrente que corresponde a um conjugado de 100 por cento nesta rotação.
Aplicação: Motores de rotor bobinado são usados quando for necessária a
partida com limitação de corrente de partida abaixo daquela que pode ser
obtida satisfatoriamente com motor de indução de gaiola ou motor
síncrono. Os motores de rotor bobinado são máquinas apropriadas para o
acionamento de compressores centrífugos, bombas de velocidade
variável, laminadores, grandes moinhos de bola, esmagadores, picadores,
misturadores e aplicações similares. Ele é particularmente adequado para
partir cargas de alto conjugado de partida tais como esmagadores ou
quando uma inércia elevada deva ser acelerada, tais como grandes
ventiladores ou conjuntos motor-gerador síncrono. Motores com rotor
enrolado também são utilizados para aplicações com rotação variável.
Projeto: o projeto de uma chave de partida para este tipo de motor
compreende as seguintes etapas:
1. Conhecer as características Txωm do motor e da carga;
2. Traçar as curvas de torque do motor e da carga, definindo o número
de etapas (curvas de partida) desejadas no processo de partida;
3. Determinar os valores de smaxT_i para cada curva i, de forma
linearizada;
4. Calcular os somatórios dos valores dos estágios de Rext que resultem
na curva i pelo uso da equação:
ri_Tmaxrsi_ext rs)xx(R −+=∑
5. Obter o valor de cada estágio individualmente, referido ao circuito de
rotor, usando a relação de tensão de linha estator/rotor.
Dimensionamento dos componentes básicos de uma chave
Os critérios práticos de dimensionamento apresentados baseiam-se nas:
Características dos componentes da chave
Condições de serviço:
� Regime de serviço contínuo. Para outros regimes, consultar o
fabricante;
� Fator de serviço (FS) considerado um (1). Caso seja necessário
utilizar um FS maior que um (1), este deverá ser considerado
também no dimensionamento dos componentes de força e dos
cabos de alimentação do motor.
� Fator de segurança: deve ser considerado um fator de segurança no
dimensionamento dos componentes básicos da chave para
assegurar seu bom desempenho e vida útil, que podem ser
prejudicados por:
oscilações na rede (queda de tensão)
altas correntes de partida (acima de 6 x In)
tempos de partida muito longos
Fator de segurança considerado até 1,15.
� Tempo de partida (aceleração)
partida direta -5s
partida estrela-triângulo -10s
partida chave compensadora -15s
Estes tempos foram considerados em função de dados práticos e
também respeitando-se o tempo máximo de rotor bloqueado dos
motores. É importante dizer que o tempo de partida varia
conforme a carga. Quando o tempo de aceleração for superior aos
mencionados acima, o motor deverá ser protegido através de
sondas térmicas.
� Categoria de emprego, considerado AC3.
EXEMPLOS
Chave de partida direta
Corrente no trecho, IK1
Roteiro de cálculo
� Contator K1 ⇒ Ie ≥ In* l,15
� Relé de sobrecarga FT1 ⇒ In
� Fusíveis de força - F1,2,3
com Ip e Tp entra-se nas curvas características de fusíveis
obtendo-se IF.
IF ≥ 1,2*In
IF ≤ IFmax para K1 (tabela de fusíveis máximos para contatores)
IF ≤ IFmax FT1 (tabela de fusíveis máximos para relés de
sobrecarga)
Dimensionamento dos componentes de força de
uma partida direta para acionar um motor
trifásico de 30cv, IV pólos em rede de
380V/60Hz (trifásica com neutro):
� Da tabela abaixo ⇒ [In = 44A e Ip/ln = 8,0]
� Contator
K1 ⇒ Ie ≥ In* l,15
K1 ⇒ Ie ≥ 44A * l,15
K1 ⇒ Ie ≥ 50,6A
K1 = CW 57 (63A em AC3), da tabela a seguir
Número de contatos auxiliares. Numa chave direta, normalmente
necessita-se, apenas de um contato auxiliar "NA".
Tensão de comando
K1 ⇒ CW 57.22 220V
Tabela – Características típicas de contatores WEG.
� Relé de sobrecarga
FT1 ⇒ In = 44A
FT1 ⇒ RW 67 (30-46A), tabela abaixo
� Fusíveis F1, F2, F3
Ip = Ip/In * In= 8 x 44 = 352A
Tp = 5s
Em função de Ip e Tp, obtem-se da curva característica um fusível
de 100 A (IF=100A)
IF ≥ 1,2*In ⇒ IF ≥ 53A
IF ≤ IFmax para K1 (tabela de fusíveis máximos para contatores), a
seguir ⇒ IF ≤ 125A
IF ≤ IFmax FT1 (tabela de fusíveis máximos para relés)
IF ≤ 100A
CONCLUSÃO ⇒ F1,F2,F3 = NH 100A
Partida através de chaves estáticas (Soft-Starters) Popularmente conhecidas como soft-starters, são chaves estáticas de partida,
destinadas à aceleração, desaceleração e proteção de motores de indução trifásicos.
O controle da tensão aplicada ao motor, mediante o ajuste do ângulo de disparo
dos tiristores, permite obter partidas e paradas suaves do mesmo.
Ademais, através de ajustes acessíveis, pode-se controlar o torque do motor e a
corrente de partida em valores desejados, em função da exigência da carga. A
Figura 4.2.5-0 abaixo ilustra o diagrama simplificado de um soft-starter para
média tensão, onde pode-se observar a presença dos tiristores em anti-paralelo,
bem como da proteção e contatores principal e by-pass:
Figura 4.2.5-0: Diagrama unifilar de um soft-starter.
Perfil da tensão de partida
As chaves de partida estáticas podem ser ajustadas no módulo de tensão,
de forma a se ter uma tensão inicial de partida adequada, responsável pelo torque
inicial que irá acionar a carga. Ao se ajustar a tensão de partida a um valor Vp e um
tempo de partida Tp, a tensão cresce do valor Vp até atingir a tensão de linha do
sistema no intervalo de tempo Tp, conforme mostrado na figura abaixo 4.2.5-1:
Figura 4.2.5-1: Elevação da tensão aplicada por um soft-starter.
Considerando que o conjugado do motor varia de forma quadrática com a tensão, e
que a corrente cresce de forma linear, pode-se limitar o conjugado de partida do
motor, bem como a sua corrente de partida, mediante o controle da tensão eficaz
que é aplicada aos terminais do motor.
A tensão de partida da rampa pode ser inicialmente avaliada como
p
nminmp C
CCVV
×+×=
15,0
Vnm – tensão nominal do motor;
Cnm – conjugado nominal do motor;
Ci – conjugado inicial da carga;
Cp – conjugado de partida do motor sob tensão nominal;
Pulso de tensão de partida
Os soft starters são dotados de uma função denominada de pulso de tensão de
partida (kick-start), de valor ajustável, para ajudar as cargas de inércia elevada, ou
conjugado inicial resistente, a iniciar o processo de partida. O valor dessa tensão
deverá ser suficientemente elevado para vencer o conjugado inicial da carga. Na
prática, o pulso de tensão de partida deve durar entre 100 e 300ms. A figura abaixo
ilustra este pulso.
Um exemplo prático para o uso do pulso de tensão de partida refere-se às estações
de saneamento em que as bombas, que em muitos casos acumulam lama ou
detritos no seu interior, necessitam vencer o atrito estático.
É importante observar que ao se habilitar a função de pulso de partida, fica
eliminada a atuação da função de limitação da corrente de partida.
Figura 4.2.5-2: Pulso da tensão de partida do Soft Starter.
A Figura 4.2.5-3 mostra um gráfico comparativo entre a corrente do motor de
indução em função do tempo usando o soft starter e a mesma corrente partindo o
motor diretamente da rede e em Y-Δ.
Figura 4.2.5-3: Comparativo qualitativo entre as correntes dos métodos usuais de
partida.
Corrente inicial de partida
É a corrente que circula na rede da partida do motor.
nm
mpmpi V
VII ×=
Ipm – corrente de partida do motor conectado diretamente à rede;
Vm – tensão nos terminais do motor no momento da partida;
Vnm – tensão nominal do motor;
Os soft starters permitem que a corrente seja mantida num valor ajustável por um
determinado intervalo de tempo, ensejando que cargas de inércia elevada sejam
aceleradas às custas de baixas correntes de partida. Pode-se usar este recurso para
partir motores em sistemas elétricos com baixo nível de correntes de partida.
A seguir são apresentadas algumas vantagens e desvantagem do soft starter
em relação aos outros métodos mencionados
a) Vantagens
Corrente de partida próxima da corrente nominal
Nº de manobras ilimitado
Longa vida útil devido à inexistência de partes eletromecânicas
móveis
Torque de partida próximo do torque nominal
Pode ser empregada também para desacelerar
b) Desvantagens:
Alto custo de implementação