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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE APARECIDA DE GOIÂNIA. Processo n.º xxxxxxxxx Requerente: UGUINHO Requerido: ZEZINHO ZEZINHO, já devidamente qualificado nos autos supra referidos, por seus procuradores, os advogados que esta subscrevem, estabelecidos profissionalmente no endereço constante no rodapé do presente, vem à presença de Vossa Excelência com o acato e respeito de costume, apresentar a presente CONTESTAÇÃO, na ação de alimentos que lhe move UGUINHO, menor impúbere, representado por sua genitora, MARGARIDA, menor púbere, assistida por sua genitora, VÓ MARGA, já devidamente qualificados nos autos em epígrafe, aduzindo os motivos de fato e de direito que seguem: O requerido tomou ciência da ação de alimentos proposta, através do mandado de citação fls. o qual demonstra na inicial o pedido de alimentos em quantia equivalente a 50% do salário mínimo. Alega o requerente que o requerido não tem auxiliado na alimentação, saúde, vestuário, lazer, educação, moradia, etc. do menor. Rua R-, Fone/Fax: E-Mail: 1

Contestação Modelo

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Excelentssima Senhora Doutora Juza de Direito da 03 Vara Judicial da Comarca de Itapecerica da Serra - SP

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2 VARA DE FAMLIA E SUCESSES DA COMARCA DE APARECIDA DE GOINIA.

Processo n. xxxxxxxxxRequerente: UGUINHORequerido: ZEZINHOZEZINHO, j devidamente qualificado nos autos supra referidos, por seus procuradores, os advogados que esta subscrevem, estabelecidos profissionalmente no endereo constante no rodap do presente, vem presena de Vossa Excelncia com o acato e respeito de costume, apresentar a presente CONTESTAO, na ao de alimentos que lhe move UGUINHO, menor impbere, representado por sua genitora, MARGARIDA, menor pbere, assistida por sua genitora, V MARGA, j devidamente qualificados nos autos em epgrafe, aduzindo os motivos de fato e de direito que seguem:

O requerido tomou cincia da ao de alimentos proposta, atravs do mandado de citao fls. o qual demonstra na inicial o pedido de alimentos em quantia equivalente a 50% do salrio mnimo. Alega o requerente que o requerido no tem auxiliado na alimentao, sade, vesturio, lazer, educao, moradia, etc. do menor.

Tais alegaes no se fazem verdadeiras tendo em vista que o requerido, na medida do possvel, tem honrando com a sua condio de pai.

Os alimentos requeridos, no importe de 50% (cinqenta por cento) do salrio mnimo, destoam da possibilidade do requerente, frente ausncia de elementos outros que autorizem a concluso de que o mesmo possua condies de arcar com esse montante. Pelo contrrio, juntou-se provas suficientes a demonstrar a impossibilidade de prestar penso dessa monta.De mais a mais, a fixao da verba alimentar no pode superar as foras financeiras do devedor a ponto de impor-lhe sacrifcio excessivo, devendo haver, por isso, uma proporcional distribuio dos encargos, entre o pai e a me, na medida da disponibilidade do alimentante. No mesmo instante em que se procura atender s necessidades daqueles que os reclama, h que se levar em conta os limites da possibilidade do responsvel por sua prestao.Preleciona MARIA HELENA DINIZ, em seu "Cdigo Civil Anotado", 4 ed., editora Saraiva, p. 361, que:"Imprescindvel ser que haja proporcionalidade na fixao dos alimentos entre as necessidades do alimentando e os recursos econmico- financeiros do alimentante, sendo que a equao desses dois fatores dever ser feita, em cada caso concreto, levando-se em conta que a penso alimentcia ser concedida sempre 'ad necessitatem'".Nesse sentido:"AO REVISIONAL DE ALIMENTOS - NECESSIDADE/POSSIBILIDADE - PROVA DA ALTERAO NA SITUAO ECONMICA DO ALIMENTANTE - REDUO DO ""QUANTUM"" DA VERBA ALIMENTCIA - HONORRIOS ADVOCATCIOS - BASE DE CLCULO - PROCEDNCIA PARCIAL DO PEDIDO. Os alimentos devem ser fixados levando-se em considerao o dueto ""capacidade do alimentante - necessidade do alimentado"", inclusive para que a obrigao venha a se tornar exeqvel, pela existncia de capacidade econmica do sujeito passivo de poder prestar os alimentos sem lhe faltar mnimo necessrio sua prpria sobrevivncia. Inexiste julgamento ""ultra petita"" na fixao dos alimentos acima dos limites do pedido inicial, porquanto o Juiz fixar a verba segundo seu convencimento, pois o critrio a necessidade do alimentado e a possibilidade do alimentante. A base de clculo dos honorrios advocatcios o somatrio de 12 (doze) prestaes de alimentos." (A.C. 1.0024.02.712618-4/001. Oitava CC do TJ/MG. Rel. Des. Silas Vieira. j. 11/08/2005). (grifo nosso).E mais:

"AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALIMENTOS PROVISIONAIS - FIXAO - VALOR INCOMPATVEL COM A CAPACIDADE DE ALIMENTAR - DECOTE. O valor dos alimentos, mesmo considerada a provisoriedade, deve observar o binmio necessidade/possibilidade, na medida em que, no mesmo instante em que se procura atender s necessidades daquele que os reclama, h que se levar em conta os limites da possibilidade do responsvel por sua prestao. Comprovada pelo alimentante a impossibilidade de pagamento do "quantum" fixado provisoriamente pelo juiz do feito, o valor deve ser reduzido a patamar condizente com sua capacidade. Diante da realidade dos autos deve o valor fixado ser reduzido para 50% (cinqenta por cento) do salrio mnimo, montante razovel, compatvel com o princpio da proporcionalidade e em vista da prova produzida." Agravo de Instrumento n.1.0040.04.026831-6/001. Primeira Cmara Cvel do Tribunal de Justia do Estado de Minas Gerais. Relator Des. Gouva Rios. j. 14 de junho de 2005.)

Pelo entendimento doutrinrio e jurisprudencial, depreende-se que o Poder Judicirio deve apenas tosquiar o rendimento do pai a fim de satisfazer as necessidades dos filhos, dentro da necessidade e real possibilidade, jamais esfol-lo a ponto de retirar-lhe a dignidade e prejudicar o seu prprio sustento. Tambm no se pode impor ao filho que viva mngua de qualquer assistncia material daquela (a me) que os trouxe vida. A assistncia material, cultural e afetiva, se possvel, deve ser prestada conjunta e razoavelmente pelo pai e pela me.Conforme se infere na CTPS do requerido, o salrio percebido de fato de R$ 510,00 (quinhentos e dez reais), e por conseqncia, o valor pedido na inicial a ttulo de alimentos extrapola a sua condio financeira, levando ainda em considerao que o mesmo precisa garantir tambm a sua subsistncia, e que a obrigao alimentar de ambos os genitores.

Verifica-se M.M. Juiz, que o requerido no possui condies de arcar com o pagamento dos alimentos pedidos na inicial sem prejudicar a sua subsistncia.

De modo algum o requerido se negou ou se nega em prestar o seu dever de alimentar, no entanto, se faz necessrio que o valor seja ajustado sua realidade econmica, consoante dispe o artigo 400 do Cdigo Civil in Verbis:

Os alimentos devem ser fixados na proporo das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.

A jurisprudncia tambm j firmou entendimento no sentido de que a prestao alimentcia no pode colocar em risco o sustento do alimentante e daqueles que dele dependem.

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALIMENTOS PROVISRIOS. REVISO. RECURSO DESPROVIDO. No possvel no mbito angusto do recurso de agravo de instrumento proceder-se anlise valorativa das provas at ento produzidas, porque tal importaria em julgamento antecipado do mrito da causa principal. Se certo que o alimentante deve contribuir para a criao e educao da alimentanda, no menos correto afirmar-se que tal papel deve ser desempenhado por ambos os genitores, segundo suas possibilidades, evitando-se, tanto quanto possvel onerar-se o prestador da contribuio alimentar, expondo a menor ao risco de vir secar diante de si a prpria fonte de onde provm o seu sustento. (TJDF; Rec. 2008.00.2.018025-9; Ac. 343.539; Primeira Turma Cvel; Rel. Des. Lcio Resende; DJDFTE 02/03/2009; Pg. 44). (grifo nosso)APELAO CVEL. AO DE ALIMENTOS. FIXAO. BINMIO NECESSIDADE E POSSIBILIDADE. GUARDA COMPARTILHADA. CONSTITUCIONAL E CIVIL. RELAO CONFLITUOSA ENTRE GENITORES. IMPOSSIBILIDADE. RISCO DE OFENSA AO PRINCPIO QUE TUTELA O MELHOR INTERESSE DOS INFANTES. BENEFICIRIO DA JUSTIA GRATUITA. ISENO DE HONORRIOS ADVOCATCIOS. IMPOSSIBILIDADE. REDUODO PERCENTUAL AO MNIMO. MEDIDADE RIGOR. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE. Na fixao do quantum referente penso alimentcia, o juiz possui amplo conhecimento sobre as peculiaridades de cada caso in concreto. Assim, a verba alimentcia s dever ser fixada de acordo com o binmio necessidade do alimentado e possibilidade do alimentante. A guarda compartilhada no pode ser exercida quando os guardies possuem uma relao conflituosa, sob o risco de comprometer o bem estar dos menores e perpetuar o litgio parental. O beneficirio da justia gratuita pode ser condenado em honorrios advocatcios; -lhe assegurada to somente a suspenso da execuo, se no prazo de 05 (cinco) anos o assistido/beneficirio no puder saldar a dvida sem que lhe advenha prejuzo do sustento prprio ou da sua famlia. A minorao do percentual dos honorrios advocatcios , a meu juzo, medida de rigor. (TJMT; APL 20530/2008; Capital; Quarta Cmara Cvel; Rel. Des. Sebastio Barbosa Farias; Julg. 13/07/2009; DJMT 24/07/2009; Pg. 15). (grifo nosso).SEPARAO JUDICIAL. ALIMENTOS PROVISRIOS PARA A SEPARANDA E PARA OS FILHOS. ADEQUAO DO QUANTUM. PROVA. AFASTAMENTO DO VARO DA MORADA COMUM DO CASAL. 1. Os alimentos provisrios devem ser fixados com moderao, de forma a atender os encargos das alimentadas, mas sem sobrecarregar em demasia o alimentante. 2. Cabe a ambos os genitores concorrer para o sustento do filho menor, devendo cada qual contribuir na medida da prpria disponibilidade, de forma a proporcionar-lhe condies de vida assemelhadas s que desfruta 3. Os alimentos podero ser revistos a qualquer tempo, seja para majorar o encargo, seja para reduzi-lo, desde que venham aos autos elementos de convico que justifiquem a reviso. 4. Demonstrado o mau relacionamento existente entre o casal, que vive situao de animosidade, com risco de violncia fsica, torna-se imperioso o afastamento do varo da morada comum, devendo permanecer no lar a virago com os filhos. Recurso provido em parte. (TJRS; AI 70031204373; Tramanda; Stima Cmara Cvel; Rel. Des. Srgio Fernando Silva de Vasconcellos Chaves; Julg. 11/11/2009; DJERS 19/11/2009; Pg. 58). (grifo nosso).Por todo o exposto, o requerido pede se digne Vossa Excelncia fixar os alimentos definitivos no valor equivalente a 20% (vinte por cento) do salrio mnimo vigente, que devero ser pagos mediante depsito em Conta Poupana a ser indicada pela genitora do menor, ou mediante recibo da prpria genitora do autor todo o dia 10 do ms subseqente.

Por oportuno o requerido declara ser pessoa pobre desprovido de recursos para o pagamento de taxas, custas processuais e honorrios advocatcios, sem prejuzo do sustento prprio, pelo que, mediante as provas carreadas aos autos pede que seja deferido os benefcios da assistncia judiciria.

Protesta por todos os meios de prova em direito admitido, requerendo, de logo, o depoimento pessoal da genitora, ouvida de testemunhas e juntada de documentos.

Nestes termos, pede deferimento.

Goinia, 05 de Agosto de 2010.

ADVOGADOOAB/GO15

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