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Contratações Públicas Sustentáveis
Caderno de Estudo e Pesquisa 2: Instrumentos de
viabilização da Política: Compras Públicas
Sustentáveis
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Biblioteca/CODIN/CGPLA/DIPLA/MP
Bibliotecária – Cristine C. Marcial Pinheiro – CRB1- 1159
B823p Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de
Planejamento e Investimento Estratégico.
Planos de gestão de logística sustentável : contratações públicas sustentáveis /
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação. -- Brasília : MP-SPI, 2014.
55p.: il. (Caderno de Estudo e Pesquisa, 2; Instrumentos de Viabilização
da Política, Compras Públicas Sustentáveis).
1. Compras públicas, sustentabilidade, Brasil 2. Contratação pública,
Administração Pública Federal, Brasil I. Título
CDU 502.131.1
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Presidente da República Dilma Rousseff Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MP Miriam Belchior Secretaria de Logística e Tecnologia da informação – SLTI Loreni F. Foresti Departamento de Logística – DELOG Ana Maria Vieira Neto Coordenação-Geral de Estratégia de Contratações – CGEST Rafael Setúbal Arantes – Coordenador Geral Anderson Ferreira Gomes Jhéssica Ribeiro Cardoso Kadu Freire de Abreu Marina do Bé Nascentes Marcondes de França Ferreira
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Rafael Setúbal Arantes
Coordenador da Coordenação-
Geral de Estratégia de
Contratações – DELOG/
SLTI/MP
“É cada vez mais corrente na
seara internacional buscar
atrelar eficiência e
economicidade das compras
ao conceito de “Best Value”,
em que a contratação mais
econômica é alcançada por
meio da obtenção da melhor
relação custo benefício,
considerando-se todo o
processo de contratação, que
inclui a pré-contratação (com
a seleção dos bens e
materiais que são mais
vantajosos para a
Administração), a
contratação (em um
procedimento célere,
transparente, competitivo e
seguro) e pós-contratação
(com uma gestão e
fiscalização eficientes da
contração e do patrimônio
público)".
Contratações Públicas Sustentáveis
A nova política de Compras Públicas Sustentáveis refere-
se ao ato discricionário do Poder Público em adotar
critérios de sustentabilidade ambiental em suas
contratações públicas a partir da busca pela contratação
mais vantajosa. Em outras palavras, busca-se determinar
que os órgãos e entidades da Administração Pública
Federal passem a adotar exigências nos Editais de que os
bens, serviços e obras tenham menor impacto ambiental,
tais como os que utilizam materiais recicláveis, tenham
vida útil mais longa, contenham menor quantidade de
materiais perigosos ou tóxicos, consumam menor
quantidade de matérias-primas e energia e orientem
cadeias produtivas a práticas mais sustentáveis de
gerenciamento e gestão.
Nos últimos anos, tem-se multiplicado as experiências de
compras sustentáveis em âmbito internacional e
nacional, especialmente visando a atender os acordos e
recomendações das Conferências das Nações Unidas
relacionadas ao Meio Ambiente e ao Desenvolvimento
Humano. A União Europeia, Canadá, EUA, Japão, Coréia
do Sul, entre outros, já incluíram em suas agendas e
legislações a política de compras públicas sustentáveis
ambientais.
No Brasil, não obstante os compromissos assumidos e a
importância de algumas experiências, as iniciativas dos
governos federal, estaduais e municipais são ainda
tímidas, dispersas e carecem de sistematização e
conjugação de esforços para serem multiplicadas em
larga escala, preservando as condições de isonomia entre
os entes da Federação frente aos interesses dos agentes
de mercado.
Com a política de Compras Públicas Sustentáveis, o
Governo fomenta um novo posicionamento de toda a
cadeia produtiva, que se voltará para a legislação
ambiental com olhos de pactuação, pois o seu
cumprimento representará maiores chances de
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permanência como fornecedor ao poder público, bem como atendimento a novos padrões
exigidos pela sociedade.
A licitação sustentável é baseada no princípio da prevenção da poluição e do consumo, que se
esforça em eliminar ou reduzir riscos à saúde humana e ao ambiente. Significa que as
compras públicas devem ser efetuadas a partir da avaliação de uma variedade de critérios,
incluindo a própria necessidade da compra, já que a reutilização de bens e materiais diminui a
ocorrência de novas aquisições.
Adquirir produtos “verdes” ou de menor impacto ambiental representa obter a contratação
mais econômica, ainda que eventualmente não seja o menor preço disponível no mercado
quando comparado com o de produtos “não verdes” que, embora possam ser considerados
similares, carecem de atributos fundamentais para atender ao interesse público de
preservação do meio ambiente e do bem estar social, que são objetivos maiores da atuação
Estatal, conforme estabelece o art. 225 da Constituição Federal.
Dentre as vantagens das Compras Públicas Sustentáveis destacam-se: a atuação positiva na
imagem política do governo; a melhora da eficiência; a melhora na qualidade de vida da
comunidade local; o aumento da conscientização sobre temas ambientais e a economia direta
e indireta do poder público, seja pela redução de gastos de consumo, tais como energia e
água, ou pela diminuição dos custos com ações de redução ou eliminação de danos
ambientais.
Destaca-se ainda as justificativas e orientações para a política de compras públicas
sustentáveis previstas no Manual de Compras Públicas do Governo dos Estados Unidos da
América: “Preço: há uma percepção de que os produtos sustentáveis são mais caros do que as
alternativas convencionais. Isto é verdadeiro em alguns casos, particularmente onde o custo
do desenvolvimento se reflete no preço, entretanto, frequentemente não há nenhuma
diferença significativa. O problema real pode simplesmente ser que os produtos estão sendo
requisitados em quantidades pequenas, ou não estão disponíveis localmente”.
Este Caderno de Estudo e Pesquisa 2 convida o leitor a envolver-se nas noções gerais das
Compras Públicas Sustentáveis, no âmbito normativo para licitações e contratos (LGL, Política
Nacional do Meio Ambiente, Lei de Crimes Ambientais, Política Nacional de Mudanças
Climáticas, Política Nacional de Resíduos Sólidos, RDC, etc.), bem como as estatísticas para o
seu avanço, incluindo fatores de estímulo ao mercado. Busca-se ainda apresentar exemplos
práticos das especificações e critérios de sustentabilidade que podem ser adotados na
elaboração dos termos de referência, editais, contratos e outros documentos como guias
técnicos para serem utilizados no momento das aquisições sustentáveis.
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Sumário
1. Unidade I – Noções gerais e panorama das Compras Públicas Sustentáveis .................... 9
1.1. Capítulo I - Contextualização .................................................................................... 10
1.2. Capítulo II – Definições e benefícios ........................................................................ 14
1.3. Capítulo III – Panorama das CPS ............................................................................... 17
2. Unidade II – Aspectos práticos das licitações: especificações e critérios sustentáveis .. 22
2.1. Capítulo I – Critérios de sustentabilidade ................................................................ 22
2.2. Capítulo II – Exemplos práticos ................................................................................ 27
2.3. Capítulo III – Exercício Prático .................................................................................. 51
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Lista de ícones
Para refletir: pensamentos inseridos para estimular o
leitor a pensar a respeito do assunto em tela, para o
ponto de partida do trabalho nas unidades.
Leitura complementar: novos textos, conceitos, exemplos
e indicação de leituras complementares ao assunto
estudado no decorrer do texto básico.
Biblioteca: sugestão de leituras, filmes, sites, pesquisas,
cartilhas e outros materiais para aprofundamento das
discussões.
Meu espaço: seu espaço para anotações, síntese dos
textos e enriquecimento das exposições.
Praticando: atividades práticas com o objetivo de
fortalecer o processo de aprendizagem de forma
dinâmica.
Referências: bibliografia consultada na elaboração do
caderno de estudo e pesquisa.
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Organização deste caderno
Ementa do Módulo: Instrumentos de viabilização da Política: Compras Públicas Sustentáveis
• Noções gerais e Panorama das Compras Públicas Sustentáveis
Impactos ambientais e origem das Compras Públicas Sustentáveis. Definições, importância e
benefícios das CPS. Panorama das CPS no Governo Federal.
• Aspectos práticos das Licitações: especificações e critérios sustentáveis
Conceitos, critérios, diretrizes, práticas e especificações sustentáveis. Modelos práticos.
Unidade I – Noções gerais e panorama das Compras Públicas Sustentáveis
Conteúdo Capítulo
Contextualização I
Definições e benefícios II
Panorama das CPS III
Unidade II – Aspectos práticos das licitações: especificações e critérios sustentáveis
Conteúdo Capítulo
Critérios de sustentabilidade I
Exemplos práticos II
Exercício prático III
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Instrumentos de Viabilização da Política: Compras Públicas
Sustentáveis
1. Unidade I – Noções gerais e panorama das Compras Públicas Sustentáveis
Como você já estudou no Módulo I, as Licitações Sustentáveis podem ser vistas
como um instrumento de Política Pública, devendo o Estado promover ações
estratégicas que assegurem o Direito Fundamental ao Desenvolvimento
Sustentável para o interesse da coletividade.
Você também já notou que a base normativa para as Licitações Sustentáveis
subsidia fortemente a sua adoção por meio das Compras Governamentais. Assim,
torna-se evidente que essas ferramentas devem ser cada vez mais estimuladas e
adotadas pelos órgãos com o objetivo de serem modelos como agentes
promotores da sustentabilidade.
Esta unidade tem o objetivo de introduzir ao leitor os conceitos iniciais sobre as
Compras Públicas Sustentáveis, bem como um panorama geral dessas
ferramentas na Administração Pública.
Para refletir:“Para nós, as compras sustentáveis são parte da filosofia na cidade de Malmö. Se quisermos empresas locais e cidadãos com comportamentos
mais sustentáveis, nós temos que fazer o mesmo, dar o exemplo” –
Kristina Christernsson, perita ambiental, Suécia.
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1.1. Capítulo I - Contextualização
Para iniciar seus estudos, leia o trecho do texto abaixo que trata da exposição de
motivos interministerial n° 104 / MP / MF / MEC / MCT, de junho de 2010, que,
segundo Valente (2011), traduz as razões que ensejaram a alteração da Lei Geral
de Licitações na busca pela sustentabilidade nas compras governamentais:
“2. Com referência as modificações propostas na Lei n° 8.666/93, é importante
ressaltar que a mesma contempla diretrizes singulares para balizar os processos
de licitações e contratação de bens e serviços no âmbito da Administração Pública.
A norma consubstancia, portanto, dispositivos que visam conferir, sobretudo,
lisura e economicidade às aquisições governamentais. Os procedimentos assim
delineados são embasados em parâmetros de eficiência, eficácia e
competitividade, em estrita consonância aos princípios fundamentais que regem a
ação do setor público.
3. Paralelamente, impõe-se a necessidade de adoção de medidas que agreguem
ao perfil de demanda do setor publico diretrizes claras atinentes ao papel do
Estado na promoção do desenvolvimento econômico e fortalecimento de cadeias
produtivas de bens e serviços domésticos. Nesse contexto, torna-se
particularmente relevante a atuação privilegiada dos setores públicos com vistas a
instituição de incentivos à pesquisa e inovação que, reconhecidamente,
consubstanciam poderosos efeitos indutores ao desenvolvimento do país.
4. Com efeito, observa-se que a orientação do poder de compra do Estado para
estimular a produção doméstica de bens e serviços constitui importantes diretrizes
de política pública. São ilustrativas, nesse sentido, as diretrizes adotadas nos
Estados Unidos, consubstanciadas no "Buy american act" em vigor desde 1933,
que estabeleceram preferência a produtos manufaturas no país, desde que aliados
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à qualidade satisfatória, provisão em qualidade suficiente e disponibilidade
comercial em bases razoáveis. No período recente, merecem registros as ações
contidas na denominada "American Recovery and Reinvestment act"
implementada em 2009. A China contempla norma similar, conforme disposição
da Lei n° 68, de 29 de junho de 2002, que estipula orientações para a concessão de
preferência a bens e serviços chineses em compras governamentais, ressalvada a
hipótese de indisponibilidade no país. Na América Latina, cabe registrar a política
adotada pela Colômbia, que instituiu, nos termos da Lei nº 816, de 2003, uma
margem de preferência entre 10% e 20% para bens ou serviços nacionais, com
vistas a apoiar a indústria nacional por meio da contratação pública. A Argentina
também outorgou, por meio da Lei n° 25.551, de 28 de novembro de 2001,
preferência aos provedores de bens e serviços de origem nacional, sempre que os
preços forem iguais ao inferiores aos estrangeiros, acrescido de 7% em ofertas
realizadas por micro e pequenas empresas e de 5% para outras empresas.
6. A modificação do caput do artigo 3° visa agregar as finalidades das licitações ao
desenvolvimento econômico nacional. Com efeito, a medida consigna em lei a
relevância do poder de compra governamental como instrumento de promoção do
mercado interno, considerando-se o potencial de demanda de bens e serviços
domésticos do setor público o correlato efeito multiplicador sobre o efeito de
atividade, a geração de emprego e renda e, por conseguinte, o desenvolvimento
do país. É importante notar que a proposição fundamenta-se dos seguintes
dispositivos da Constituição Federal de 1988: (i) inciso II do artigo 3°, que incluiu o
desenvolvimento nacional como um dos objetivos fundamentais da República
Federal do Brasil; (ii) incisos I e VIII do artigo 170, atinentes à organização da
ordem econômica nacional, que deve observar, entre outros princípios, a
soberania nacional e a busca do pleno emprego; (iii) artigo 174, que dispõe sobre
as funções a serem exercidas pelo Estado, como agente normativo e regulador da
atividade econômica; e (iv) artigo 219, que trata de incentivos ao mercado interno,
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de forma a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem estar
da população e a autonomia tecnológica do país”.
Segundo o Ministério do Planejamento, Orçamento Gestão – MP (BRASIL, 2013), o
consumo crescente de recursos do planeta vem causando uma série de efeitos
catastróficos ao meio ambiente como:
De acordo com o MP (BRASIL, 2010), em 1992 a Conferência da Organização das
Nações Unidas - ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - UNCED,
Para refletir: o que você pensa sobre a inclusão
desses critérios de sustentabilidade na base
normativa que define a ação estatal para o
desenvolvimento?
Aquecimento global e mudanças climáticas;
Chuva ácida;
Acumulação de substâncias perigosas no ambiente;
Degradação das florestas;
Perda da biodiversidade;
Poluição e a escassez de água, entre outros.
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realizada no Rio de Janeiro, estabeleceu um Plano de Ação para promover o
desenvolvimento sustentável: a Agenda 21, que resultou na busca de estratégias
onde as nações pudessem reduzir consideravelmente ou eliminarem padrões
insustentáveis de produção e consumo.
Segundo Brasil (2010), as Compras Verdes sugiram no cenário mundial de modo
intenso na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de Johanesburgo,
em 2002. Neste cenário as Compras Verdes impulsionaram as autoridades
públicas a promoverem políticas de contratação pública que pudessem favorecer
o desenvolvimento e a difusão de mercadorias e serviços favoráveis ao meio
ambiente.
Desde então, a busca de instrumentos para viabilizar essa mudança,
economicamente eficiente, eficaz e justa, tem se intensificado. Neste novo
cenário onde estão inseridas as Compras Públicas Sustentáveis, surge, portanto,
as primeiras iniciativas que podem reduzir esses impactos sem comprometer as
próximas gerações, por parte dos governos em gerar Políticas Públicas que
considerem os aspectos ambientais, econômicos, sociais, espaciais e culturais
(BRASIL, 2010).
Biblioteca: Veja o vídeo “Tudo o que vai, volta” disponível na
biblioteca ou pelo link http://www.youtube.com/watc
h?v=cYNNxFJzFMY e veja os impactos causados pelo
homem no meio ambiente.
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1.2. Capítulo II – Definições e benefícios
Segundo Biderman et al. (2008) as Compras Públicas Sustentáveis são ferramentas
que buscam solucionar por meio da integração de considerações e critérios
ambientais e sociais, os estágios do processo de aquisições e contratações do
governo, reduzindo impactos à saúde ambiental e direitos humanos.
As CPS permitem o atendimento das necessidades específicas dos consumidores
finais por meio da compra do produto que oferece o maior número de benefícios
para o meio ambiente e a sociedade considerando a real necessidade das
aquisições (BRASIL, 2013). Veja os benefícios que as Compras Públicas
Sustentáveis podem promover:
Promoção da proteção socioambiental;
Economia de dinheiro ao observar todos os custos associados ao ciclo de
vida do produto/serviço a adquirir;
Oportunidade de promover a inovação para a economia verde e inclusiva;
Para refletir: “Uma compra pública sustentável buscaria integrar critérios ambientais, sociais e
econômicos a todos os estágios desse processo de licitação. O comprador público considerará a
necessidade real de adquirir; as circunstâncias em que o produto visado foi gerando, levando ainda em consideração os materiais e as condições de trabalho
de quem o gerou”. (MENEGUZZI, 2011).
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Movimentação do mercado, estímulo à economia e aumento da
competitividade de empresas em mercados futuros, criando novos
negócios e aumentando o número de postos de trabalho;
Promoção do desenvolvimento local;
Melhores produtos e serviços, trazendo benefícios diretos para a
população usuária dos serviços públicos, como resultado de novas ideias e
padrões no mercado, que poderão, em seguida, ser fornecidos de maneira
mais eficiente e eficaz e com um menor preço;
Descobertas científicas e tecnológicas resultantes de processos de
inovação podem ajudar a solucionar alguns dos principais desafios sociais,
como saúde e bem-estar, segurança alimentar, agricultura sustentável,
energia limpa e eficiente, transporte sustentável e integrado, alterações
climáticas e eficiência no uso de recursos naturais;
Instrumento para melhorar a eficiência organizacional do governo,
permitindo melhor tomada de decisão sobre aquisições e contratações;
Ganho reputacional e de imagem por atuar ativamente na proteção
socioambiental;
Cumprimento da legislação;
Atração e engajamento de colaboradores que veem a preocupação
socioambiental como um diferencial; e
Aumento da conscientização sobre temas socioambientais pela
comunidade local.
Leit
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co
mp
lem
en
tar:
•Guia Prático de Licitações Sustentáveis, 3ª edição, AGU - www.agu.gov.br.
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Segundo o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (BRASIL, 2010) as
Compras Públicas Sustentáveis não são mais caras, pelo contrário, priorizam a
eficiência e redução do desperdício, resultando em economias para o consumidor.
Sobre as CPS, Arantes (2008) explica o seguinte: “Uma contratação pelo menor
preço nem sempre será a contratação mais econômica quando se verificam os
custos que estão envolvidos na utilização e no desfazimento do bem, como é o
caso dos produtos adquiridos que possuem maior impacto ambiental. Produtos
como esses eventualmente implicarão em gastos públicos para a sua inutilização e
descarte ou para a eliminação/redução dos danos ambientais decorrentes da sua
utilização, sem que esses custos tenham sido considerados no momento da
licitação.
(...)
Adquirir produtos “verdes” ou de menor impacto ambiental representa obter a
contratação mais econômica, ainda que eventualmente não seja o menor preço
disponível no mercado quando comparados com produtos “não verdes” que,
embora possam ser considerados similares, carecem de atributos fundamentais
para atender ao interesse da Administração de preservação do meio ambiente e
do bem estar social, que são objetivos maiores da atuação Estatal, previstos na
Constituição Federal.
Urge, portanto, uma nova interpretação dos conceitos de eficiência e
economicidade das compras governamentais, que leve em consideração esta
visão de longo prazo, de modo que a licitação não se restrinja à busca do menor
preço considerando apenas o momento da contratação e possa servir como
instrumento de política pública para a preservação do meio ambiente e para o
desenvolvimento econômico sustentável.
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Além da promoção do desenvolvimento sustentável favorecendo a conservação
dos recursos naturais e a qualidade do meio ambiente, o Estado será capaz de
promover a melhoria da qualidade de vida, incentivando arranjos produtivos
locais e se alinhando às diretrizes e prioridades das políticas públicas de combate
às desigualdades sociais e regionais, e de inclusão e geração de trabalho e renda.”
Além disso, as CPS melhoram a imagem da autoridade pública, pois transmitem
responsabilidade à coletividade e demonstra que seus líderes são
ambientalmente, socialmente e economicamente eficientes como gestores
públicos.
Com as contratações públicas sustentáveis, o Estado participa do mercado tanto
como consumidor quanto como regulador, utilizando-se do poder de compra
como instrumento de justiça social. A partir do uso do poder de compra, o Estado
passa a incentivar a produção de bens, serviços e obras sustentáveis, de modo
que as compras públicas tornam-se um instrumento de fomento de novos
mercados, gerando emprego e renda, e servem para preparar a economia
nacional para a competição internacional em uma área considerada estratégica no
novo cenário econômico mundial, conforme já previsto no Protocolo de Kyoto
(ARANTES, 2008).
1.3. Capítulo III – Panorama das CPS
De acordo com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (BRASIL,
2010), a prática de CPS permite atender as necessidades específicas dos
consumidores finais através da compra do produto que oferece o maior número
de benefícios para o ambiente e para a sociedade. São também conhecidas como
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licitações públicas sustentáveis, ecoaquisições, compras ambientalmente
amigáveis, consumo responsável e licitação positiva. As Compras Públicas
Sustentáveis pressupõem:
Responsabilidade do Consumidor
os consumidores têm uma grande influência na economia. Se os consumidores estivessem somente interessados em pagar o menor preço possível, isto poderia conduzir a uma espiral descendente com condições cada vez piores da saúde, danos ambientais e da qualidade dos produtos. Quando os consumidores demandam produtos de alta qualidade e alto desempenho, produzidos em circunstancias justas e com impactos ambientais menores, a competição global é afetada positivamente, pois os fornecedores concorrem baseando-se na sustentabilidade, ao invés de se orientar pelo menor preço.
Aquisição do necessário
a melhor maneira para evitar os impactos negativos associados às compras de produtos e à contratação de serviços, é limitar o consumo ao atendimento de necessidades reais, sem desperdício, por exemplo, adotando a reutilização para prolongar a vida útil do produto.
Promover a inovação
determinados produtos e serviços são absolutamente imprescindíveis. A solução mais inteligente é comprar um produto com menor impacto negativo e utilizá-lo de maneira eficiente, impedindo ou minimizando a poluição ou a pressão sobre os recursos naturais, desenvolvendo, por sua vez, produtos e serviços inovadores.
Abordagem do Ciclo de Vida
para evitar a transferência de impactos ambientais negativos de um meio ambiente para outro, e para incentivar melhorias ambientais em todos os estágios da vida do produto, é preciso que todos os impactos e custos de um produto, durante todo seu ciclo de vida (produção, distribuição, uso e disposição), sejam levados em conta na tomada de decisões sobre as compras.
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Segundo dados do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
(COMPRASNET, 2012), em 2012, as compras governamentais dos órgãos da
administração direta, autárquica e fundacional movimentaram R$ 72,6 bilhões na
aquisição de bens e serviços por meio de 231,8 mil processos, levando-se em
consideração todas as modalidades de contratação. Desse montante, as Compras
Sustentáveis responderam por cerca de R$ 40 milhões, representando 0,1% do
total gasto e 1.481 processos de aquisições (0,6%).
Analisando essas compras em relação à forma de contratação, dos R$ 40 milhões
despendidos, R$ 426 mil foram adquiridos por meio de dispensa/inexigibilidade
de licitação, representando 1% dos gastos com compras sustentáveis.
Apesar da baixa participação no valor total das compras púbicas, as aquisições
econômica, social e ambientalmente responsáveis cresceram significativamente.
Na comparação de 2012 em relação a 2010, os gastos do governo com essas
compras cresceram 236%.
A principal modalidade de contratação nas licitações sustentáveis é o pregão
eletrônico. Em 2012, das 849 licitações, 844 (99,4%) foram por meio dessa
modalidade. Em valores monetários, dos R$ 39,52 milhões licitados, R$ 39,5
milhões foram realizadas por pregão eletrônico, o que representa quase 100% do
total das licitações econômica, social e ambientalmente sustentáveis.
Em relação ao porte, as Micro e Pequenas Empresas - MPEs aumentaram sua
participação nas licitações sustentáveis. Em 2010, esse segmento empresarial
forneceu esses bens para os órgãos públicos federais, somando gastos da ordem
de R$ 6,6 milhões. Em 2011, as contratações junto às MPEs representaram R$
10,4 milhões, resultando num crescimento de 56% em relação à 2010.
Em 2012, os micro e pequenos fornecedores venderam para o Governo Federal
bens econômica, social e ambientalmente responsáveis por meio de licitações que
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atingiram a cifra de R$ 22,4 milhões. Esse montante representou um crescimento
de 116% em relação ao ano anterior. No comparativo entre 2012 e 2010, as MPEs
apresentaram um crescimento nas licitações sustentáveis da ordem de 237%.
No âmbito dos órgãos da administração direta, autárquica e fundacional, os
Ministérios da Justiça, da Educação e da Defesa foram os que mais adquiriram
bens sustentáveis no ano corrente. Juntos, esses órgãos responderam por 70%
dessas contratações, com gastos da ordem de R$ 12,2 milhões, R$ 11,4 milhões e
R$ 4,2 milhões, respectivamente.
No contexto regional, dados do Portal de Compras do Governo Federal –
Comprasnet apontam que em 2012, as compras econômica, social e
ambientalmente responsáveis ficaram mais concentradas nas regiões Sul, Sudeste
e Nordeste. Juntos, os órgãos federais localizados nessas regiões movimentaram
R$ 31,7 milhões, o que representa 80% dessas contratações. Merecem destaque
os órgãos federais do Estado do Rio Grande do Sul, Bahia e Rio de Janeiro que
responderam conjuntamente por 41% de todas as licitações sustentáveis. Os
montantes foram R$ 12,4 milhões, R$ 5,0 milhões e R$ 4,0 milhões,
respectivamente.
Em 2012, nas licitações sustentáveis, os bens mais adquiridos foram computador –
estação trabalho (26%), aparelho de ar condicionado (22%) e resma de papel A4
(20%). Os valores despendidos na compras desses bens foram da ordem de R$
10,3 milhões, R$ 8,9 milhões e R$ 7,7 milhões, respectivamente.
Por fim, entre 2010 e 2012, o quantitativo de fornecedores que participaram de
licitações sustentáveis cresceu, de modo geral, 10%. Entre as MPEs, esse
crescimento foi cerca de 13%, ressaltando-se que em 2012, esses fornecedores
representaram 87% (3.175) do total de 3.651 participantes das licitações
econômica, social e ambientalmente responsáveis.
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Referências
ARANTES, R. S. Minuta de Nota Técnica “Minuta de Decreto que regulamenta o art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 e estabelece a Política de Licitações Públicas Sustentáveis no âmbito da Administração Pública Federal”. SLTI: Departamento de Logística e Serviços Gerais. 2008. BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação – SLTI. Guia para Implementação de Compras Públicas Sustentáveis na Administração Federal. Brasília: MP, 2010. 76p.
.________.Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de
Logística e Tecnologia da Informação – SLTI. Relatório de Diretrizes aos Planos de
Gestão de Logística Sustentável. ICLEI – Governos Locais para a Sustentabilidade
(org.). Brasília: MP, 2013. 48p.
BIDERMAN, R.; BETIOL, L. S.; MACEDO, L. S. V.; MONZONI, M.; MAZON, R. (org.).
Guia de Compras Públicas Sustentáveis: uso do Poder de Compra do Governo
para a promoção do Desenvolvimento Sustentável, 2º Edição. Rio de Janeiro:
Editora FGV, 2008. 152p.
MENEGUZZI, R. M. Conceito de Licitação Sustentável. In: SANTOS, M. G.; BARKI, T. V. P. (Coord.). Licitações e contratações públicas sustentáveis. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2011. 298p.
Biblioteca: conheça algumas plataformas que tratam do tema Compras Públicas Sustentáveis com informações,
boas práticas e metodologias de CPS no mundo - Contratações Públicas Sustentáveis
(http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br), Sustainable Procurement Resource Centre (ICLEI) (www.sustainable-procurement.org), Procurement of Innovation Platform
(www.innovation-procurement.org).
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PORTAL DE COMPRAS DO GOVERNO FEDERAL – COMPRASNET. Informações
Gerenciais de Contratações Públicas Sustentáveis: janeiro a dezembro de 2012.
Brasília: Informativo Comprasnet, 2012.
VALENTE, M. A. L. Marco legal das Licitações e Compras Sustentáveis na Administração Pública, Brasília: Câmara dos Deputados, 2011.
2. Unidade II – Aspectos práticos das licitações: especificações e critérios sustentáveis
Na Unidade passada você verificou que as CPS vêm ganhando força ao serem
estimuladas pelo Governo por meio de seu Poder de Compras e papel indutor de
mudanças. Apensar de os números ainda não terem atingido um patamar ideal, já
constituem um marco referencial para a mudança de paradigma no atual modelo
de Produção e Consumo da sociedade e que precisa ser alterado rapidamente.
Nesta Unidade você é convidado a refletir sobre as formas de estimular o uso de
critérios e especificações sustentáveis nas CPS dos órgãos para que esse modelo
de Produção e Consumo seja alterado, buscando exprimir verdadeiramente a
instrumentalização das Políticas Públicas de Sustentabilidade.
2.1. Capítulo I – Critérios de sustentabilidade
Para dar continuidade aos estudos, é importante compreender inicialmente a
definição de critérios de sustentabilidade.
Critérios de sustentabilidade são os parâmetros utilizados para avaliação e
comparação de bens, materiais ou serviços em função do seu impacto ambiental,
social e econômico que ele possa causar.
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A Instrução Normativa nº 1, de 19 de janeiro de 2010, da Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão -
SLTI/MP prevê expressamente que as especificações técnicas para aquisições de
bens e contratações de obras e serviços deverão conter critérios ambientais nos
processos de extração, fabricação, utilização e descarte de matérias-primas, sem
frustrar o caráter competitivo do certame.
Esta foi a primeira vez que se estabeleceu a observância de regras definidas pelos
vários institutos de normatização e controle para o cumprimento de requisitos
ambientais para certificação pelo INMETRO; emprego de produtos de limpeza e
conservação que respeitem normas da ANVISA; obediência à resolução do
CONAMA sobre ruídos; atendimento às normas da ABNT sobre resíduos sólidos,
etc (BRASIL, 2014d).
Essas observâncias podem ser compreendidas de uma forma clara e com subsídios
legais para sua instrumentalização como Política Pública, atentando-se à
preocupação do Tribunal de Contas da União em fomentar a gestão
socioambiental na Administração Públicas para a adoção de processos
ambientalmente sustentáveis pelos órgãos públicos, senão vejamos:
Acórdão n° 1.752/2011 – Plenário, verbis:
"(...) 9.4. recomendar ao Ministério do meio Ambiente, ao Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão e à Eletrobrás, no que lhe competem, que:
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tar:
•Guia de Inclusão de Critérios de Sustentabilidade nas Contratações da Justiça do
Trabalho - www.justicaeleitora.jus.br.
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9.4.1 ampliem a divulgação de suas respectivas páginas na internet, dos outros
dois programas - A3P, PEG e Procel EPP- perante a Administração Pública Federal,
informando sobre a existência de banco de dados contendo boas práticas bem
como disponibilizem link de acesso, em suas respectivas páginas na internet, dos
outros dois programas de apoio e de outros sites com informações sobre praticas
sustentáveis:
9.4.2 retomem as iniciativas visando implementar o projeto de eficiência e
sustentabilidade na Esplanada dos Ministérios, tendo em vista sua importância na
criação de bases para a implementação de uma política coordenada, mais
abrangente e de longo prazo voltada para sustentabilidade e eficiência em toda a
Administração Pública Federal;
9.4.3 avaliem a estrutura, respectivamente, da Agenda Ambiental da
Administração Pública, do programa de Eficiência do Gasto e do Subprograma
Procel Eficiência Energética em Prédios Públicos, visando dotá-los das condições
necessárias para fomentar a adoção de ações voltadas para o uso racional de
recursos naturais, na Administração Pública Federal;
(...) 9.8 recomendar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que
incentive os órgãos e instituições públicas federais a adotarem um modelo de
gestão organizacional estruturada na implementação de ações voltadas ao uso
racional de recursos naturais, a exemplo das orientações fornecidas pelos
programas A3P e Procel;
9.9 recomendar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que incentive
os órgãos e instituições públicas federais a implantarem programas institucionais
voltados ao uso racional de recursos naturais, inclusive prevendo designação
formal de responsáveis e a realização de campanhas de conscientização dos
usuários.”
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Esse tema é tão importante que é discutido e já possui várias discussões a nível
internacional. Conheça, por exemplo, os passos para as contratações públicas
ecológicas de acordo com o Manual de Contratações da União Europeia
(COMISSÕES EUROPEIAS, 2005):
Verifique quais são os produtos, os serviços ou as obras mais adequadas,
considerando não só o seu impacto ambiental, mas também outros
fatores, tais como a informação de que dispõe, o que existe no mercado,
as tecnologias disponíveis, os custos e a visibilidade.
Identifique as suas necessidades e exprima-as de forma apropriada.
Escolha um título ecológico para dar a conhecer a sua política ao mundo
exterior, assegurando transparência aos potenciais fornecedores ou
prestadores de serviços, e aos cidadãos que está a servir.
Elabore especificações técnicas claras e precisas utilizando, sempre que
possível, os fatores ambientais (condições de aceitação/eliminação):
o procure exemplos de características ambientais sem bases de
dados/rótulos ecológicos;
o baseie-se nas melhores práticas de outras entidades adjudicantes;
utilize a ligação em rede para obter e divulgar informação;
o adote uma abordagem do custo do ciclo de vida cientificamente
comprovada; não mude de impactos ambientais de uma fase do
ciclo de vida para outra;
Biblioteca: assista o vídeo "Sustentabilidade nas Licitações Públicas", durante a entrevista com o Professor. Dr.
Juarez Freitas sobre as CPS
https://www.youtube.com/watch?v=Ia2A3Z5uRfI
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o utilize especificações baseadas no desempenho ou funcionais para
incentivar a apresentação de propostas ecológicas inovadoras;
o considere os desempenhos ambientais, tais como o uso de
matérias-primas, métodos de proteção ambiental (sempre que tal
seja pertinente para o produto ou serviço finais), eficiência
energética, fontes de energia renováveis, emissões, resíduos,
potencial de reciclagem e reuso, substâncias químicas perigosas,
etc.;
o caso tenha dúvidas quanto à existência efetiva, preço ou qualidade
de produtos ou serviços ecológicos, solicite seus similares.
Estabeleça critérios de seleção com base na lista exaustiva de critérios
incluída nas diretivas de contratos públicos. Quando adequado, inclua
critérios ambientais como elementos de prova da capacidade técnica para
executar o contrato. Informe os potenciais fornecedores, prestadores de
serviços ou adjudicatários da possibilidade de utilizarem sistemas e
declarações de gestão ambiental para comprovarem que cumprem os
critérios.
Estabeleça critérios de adjudicação: sempre que optar por aplicar o critério
da proposta economicamente mais vantajosa, insira os critérios
ambientais relevantes, seja como ponto de referência para comparar as
propostas ecológicas umas com as outras (caso conste nas especificações
técnicas que se trata de um contrato ecológico), ou como uma forma de
introduzir um elemento ambiental (no caso de as especificações técnicas
definirem o contrato de uma maneira neutra) e de lhe atribuir um
determinado peso. Tenha em conta o custo do ciclo de vida de produtos,
serviços ou obras.
Utilize as cláusulas de execução para estabelecer condições ambientais
suplementares relevantes para além da classificação de contrato
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ecológico. Sempre que possível, insista na utilização de modos de
transporte respeitadores do ambiente.
Assegure-se sempre de que todas as exigências que faz aos potenciais
proponentes e as propostas por estes apresentadas têm ligação com o
objeto do contrato.
2.2. Capítulo II – Exemplos práticos
Ao identificar a necessidade da compra ou contratação, a inserção de critérios de
sustentabilidade pode ser feita em 3 momentos durante o processo de realização
das CPS (BRASIL, 2013):
Gomes (2013) aponta o seguinte roteiro para inserção de critérios de
sustentabilidade nas Compras Públicas Sustentáveis, levando em consideração as
características já mencionadas nos quadros:
A. Critérios de sustentabilidade na Especificação Técnica do Objeto
Como você deve saber, é premissa fundamental das licitações públicas que o
objeto da compra, serviço ou obra seja descrito com nível de detalhamento
adequado e suficiente para a caracterização da necessidade a ser atendida pelo
Especificação técnica
•Deve considerar os aspectos técnicos e jurídicos, atentando para a garantia da competitividade e para as novas normas que tratam de sustentabilidade.
Habilitação do fornecedor
•Devem ser verificados os aspectos técnicos, econômico-financeiros e de regularidade fiscal.
Obrigações contratuais
•Deve garantir que o fornecedor não deixe de cumprir com os objetivos e critérios de sustentabilidade aos quais aderiu.
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órgão/entidade. É por meio das especificações técnicas que são asseguradas as
correlações entre o objeto essencial para atender a alguma necessidade e,
consequentemente, atender ao interesse da coletividade, ou seja, o interesse
público.
É importante ressaltar que o nível de detalhamento na descrição do objeto é
fundamental para o sucesso do processo licitatório, de modo que não direcione a
contratação ou aquisição para um determinado produto, marca, fabricante,
fornecedor, etc., em função da competitividade e do tratamento isonômico dos
participantes.
Portanto, a Administração Pública tem o dever de especificar tecnicamente o
objeto da compra de forma clara e precisa, garantindo a disponibilização e
conhecimento de informações relevantes para a prestação das execuções
contratuais envolvidas na licitação.
Note que o disposto não impede a previsão de exigências rigorosas, tampouco
possibilita exigências que possam ser cumpridas apenas por pessoas específicas.
Para refletir: “Parágrafo primeiro. É vedado aos agentes públicos: I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,
cláusulas ou condições que comprometem, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de
sociedades cooperativas, e estabelecem preferência ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitados ou
de qualquer outra circunstancia impertinente ou irrelevante para o especifico objeto do contrato (...)” – Lei nº 8.666, de 1993.
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Assim, é preciso definir as regras para a proposta mais vantajosa na licitação,
rigorosas ou não, de modo que não seja prejudicado o seu caráter competitivo.
De acordo com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MP, alguns
produtos podem ser considerados sustentáveis por gerarem menos perdas, por
serem recicláveis ou mais duráveis. Outros produtos são sustentáveis porque
contêm menos substâncias prejudiciais ou tóxicas ou porque o processo de sua
geração consome menos energia (BRASIL, 2010).
Isso significa que a descrição socioambiental de um produto ou de um serviço em
função de suas características sustentáveis deve ser estimulada tecnicamente
para a validação na compra, avaliando a necessidade e importância da aquisição
desse objetivo que se quer licitar e que seja justificadamente.
Fica claro que a inserção de requisitos sustentáveis deve ocorrer durante a etapa
prévia de planejamento da licitação, quando se elabora a descrição técnica do
objeto. Este é o primeiro passo, ou seja, atender ao disposto no art. 7º, inciso XI,
alíneas “a” e “b” da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, para a aquisição e
Para refletir: “A licitação sustentável se sujeita à mesma premissa: quando da definição das características
técnicas do objeto, a Administração deve adotar nível de detalhamento compatível com o atendimento as suas
necessidades, inserindo os critérios ambientais pertinentes, aos quais as propostas de todos os licitantes
deverão necessariamente atender, sob a pena de desclassificação”. (GOMES, 2013)
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contratação de produtos reciclados e recicláveis, além de bens, serviços e obras
com critérios compatíveis aos padrões de produção e consumo sustentáveis.
O aspecto principal a ser considerando no momento de inclusão dos critérios de
sustentabilidade na especificação técnica do objeto é a formalização de
justificativa técnica no processo, de responsabilidade da área técnica, informando
os principais motivos que refletem a necessidade daquele objeto, inclusive a
superação do entrave “menor preço” para os produtos sustentáveis,
considerando que isso já não é mais um fator limitante, principalmente quando
em compras compartilhadas.
Para Gomes (2013), a justificativa técnica para os objetos com critérios ambientais
dará efetividade nos mandamentos constitucionais de defesa do meio ambiente,
compostos pelo princípio da economicidade. Portanto, não se pode desconsiderar
a dificuldade em qualificar e quantificar com precisão o impacto poluidor ou
destrutivo das compras públicas tradicionais, restritas ao critério do “menor
Para refletir: “Para a Administração Pública, no planejamento e gerenciamento de suas contratações, a inovação legislativa
implica que a escolha do item a ser adquirido não deve limitar-se ao aspecto econômico. A caracterização da vantajosidade da proposta – objeto primordial da licitação (art. 3°, caput, Lei
n°8.666/93) – deverá ser conjugada com a avaliação do ciclo de vida de cada um das possíveis alternativas de produto, optando-
se por aquele que acarrete o menor impacto ambiental nos respectivos processos de fabricação, consumo e disposição final”.
(TERRA, 2011).
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preço”, as quais podem não trazer o retorno econômico de recuperação
ambiental por seus impactos gerados.
Como você viu, a especificação técnica do objeto da licitação é um fator
determinante para o sucesso do processo licitatório. Com o advento das Compras
Públicas Sustentáveis, portanto, a justificativa para esses critérios que definem o
nível de importância sustentável pelo produto é essencial, por considerar a
mitigação dos impactos que produtos sem essas características podem causar,
demonstrando que o menor preço não é o mais importante.
De acordo com Betiol et al. (2012) com o avanço das CPS, o preço de produtos
sustentáveis não será mais um problema, em função do desenvolvimento
tecnológico com maior escala de produção e consciência da sociedade, onde a
oferta de bens sustentáveis aumenta e os custos financeiros tendem a diminuir.
B. Critérios de sustentabilidade nos Requisitos de Habilitação
Vistos esses aspectos importantes para os primeiros passos rumo às CPS, deve-se
também atentar-se aos requisitos de qualificação técnica nas fases da licitação.
Vamos conhecer mais sobre este assunto:
A habilitação é a fase pela qual os participantes da licitação comprovam que
possuem idoneidade e estão aptos jurídica e tecnicamente a satisfazerem as
obrigações envolvidas para atender ao objeto contratual demandado. Essa
exigência prevista na Constituição Federal deve ser a mínima possível, devendo
garantir minimamente aquelas condições indispensáveis para o cumprimento das
obrigações.
Apesar da Lei nº 8.666, de 1993, estabelecer as exigências de habilitação em uma
licitação, nem todas são obrigatórias, de modo que precisam ser justificadas como
necessárias ao objeto que será contratado. Destaca-se a colocação de Marçal
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(2010): “A Administração não é obrigada a exigir, no caso concreto, todos os
requisitos de habilitação referidos nos arts. 27 e seguintes. Alguns são
imprescindíveis em todos os casos. Mas há requisitos cuja exigência é facultativa,
dependendo das circunstâncias”.
Referente à qualificação técnica, é bom observar que os órgãos de controle
tendem a condenar a previsão de requisitos de habilitação que indiquem restrição
à competitividade do certame ou possa romper com a isonomia entre o licitante
(GOMES, 2013). Aqui, a Administração Pública deve equilibrar a adoção da
exigência de habilitação que garanta a adequada execução do objeto e a proibição
sem justificativa da competitividade ou isonomia do certamente.
Portanto, quando da realização de CPS deve-se esperar o cumprimento apenas
dos requisitos de habilitação necessários para garantir que o licitante disponha de
qualidade efetiva e adequada em relação aos critérios de proteção do meio
ambiente para total execução contratual, bem como a justificativa técnica que
fundamente tais necessidades.
Para refletir: “O ponto ótimo é a intersecção entre preço, competitividade, viabilidade e impacto
ambiental. É importante justificar bem os critérios e adotar parâmetros objetivos, dentro de normas
técnicas, para não induzir qualquer direcionamento no processo de compra”, analisa o
auditor federal Carlos Eduardo Lustosa da Costa, do TCU (BETIOL et al., 2012).
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De acordo com a Lei nº 8.666, de 1993, as principais exigências de habilitação
relativas à sustentabilidade ambiental são as qualificações técnicas abarcadas nos
incisos II e IV do art. 30.
Essas exigências referem-se ao atendimento normativo do Poder Público e dos
órgãos competentes de regulamentação à preservação do meio ambiente, os
quais podem impor formas de requisitos de habilitação como alguns casos
elencados por Gomes (2013):
Cadastramento junto ao IBAMA dos importadores, produtores ou
comerciantes de mercúrio metálico para o regular exercício de suas
atividades (Decreto n° 97.634/89 e Portaria IBAMA n° 32/95 );
Registro dos agrotóxicos e afins junto ao órgão federal competente, para
fins de produção, comercialização e utilização, bem como registro da
empresa que os produz, comercializa ou presta serviços que envolvam a
aplicação de tais produtos junto ao órgão competente municipal e
Art. 30, Inciso II -qualificação técnica
•Comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em característica, qualidades e prazos com o objetivo da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem comoa qualificação técnicas de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizara pelos trabalhos.
Art. 30, Inciso IV -qualificação técnica
•Prova de atendimentos de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.
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estadual, para fins de autorização de funcionamento (Lei n° 7.802/89;
Decreto n° 4.074/02);
Registro dos produtores de pilhas e baterias no Cadastro Técnico Federal
de Atividades potencialmente poluidoras ou utilizadores de Recursos
Ambientais, mantido pelo IBAMA (Lei n° 6.938/81; Instrução Normativa
IBAMA n° 31/09);
Assistência de técnico legalmente habilitado para o funcionamento de
estabelecimento que preste serviços de aplicação de agrotóxicos (Lei n°
7.802/89; Decreto n° 4.074/02).
C. Critérios de sustentabilidade nas Obrigações da Contratada
Como você percebeu, os dois primeiros passos para as CPS são fundamentais em
nível de planejamento, para que se realize com a preparação adequada uma
análise do tipo de prestação de serviço ou fornecimento de produtos que se quer
obter. Portanto, é primordial, também, a observação quanto à execução
contratual, garantindo os critérios de sustentabilidade atendidos na licitação.
Finalmente, o último passo para a inclusão de critérios de sustentabilidade nas
licitações é a imposição de obrigações expressas ao contratado, de modo que ele
respeite e atenda todas as condições de conduta para o contratado para a
proteção do meio ambiente.
Portanto, se o objeto contratual é um potencial gerador de impactos ambientais,
é dever da Administração Pública impor condutas ao contratado de forma que
mitigue esses impactos, adotando estratégias sustentáveis para fornecer o bem
ou prestar o serviço. É possível considerar, inclusive, que os fornecedores da
contratada atendam a esses requisitos.
Muitas normas editadas pelo Poder Público e pelos órgãos competentes da
proteção ambiental podem servir de orientação para o estabelecimento das
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obrigações contratuais, vinculadas também com as especificações técnicas do
objeto, como aquelas previstas, por exemplo, em resoluções do CONAMA, do
INMETRO, Instrução Normativa nº 1, de 2010 da SLTI/MP, dentre outras.
É importante considerar que a fiscalização do cumprimento das obrigações da
contratada de forma a atender todas as cláusulas contratuais é dever da
Administração, principalmente atentando-se ao fato de observar os critérios de
sustentabilidade exigidos. Os Acordos de Nível de Serviço – ANS são ferramentas
importantes que podem ser considerados e utilizados para fins de fiscalização e
que podem ser construídos com indicadores de sustentabilidade para os casos de
prestação de serviço.
Veja exemplos de critérios de sustentabilidade em alguns dos casos apontados
pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para os serviços de
Limpeza, Transporte e Vigilância (BRASIL, 2014b; 2014c; 2014d):
Para refletir: “De regra, o contrato administrativo é bilateral, o que significa existirem direitos e deveres para ambas as partes. O contrato especificará as prestações que incumbem a cada parte e,
além disso, todos os deveres, ainda que acessórios. (...) A responsabilidade das partes já se encontra definida no direito comum. Consideram-se aplicáveis as disposições legais sobre o tema, constantes das legislações. O contrato poderá ampliar a
extensão dessa responsabilidade. Não é cabível, contudo, que a restrinja. (...)
É válida cláusula que amplie a extensão da responsabilidade do particular (desde que tal já estivesse previsto no ato
convocatório)". (MARÇAL, 2010).
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Vigilância
Deverá ser firmado entre o órgão/entidade e a empresa contratada, o
Acordo de Nível de Serviço (ANS), a fim de balizar a execução dos serviços
dentro dos padrões de qualidade acordados, inclusive a forma de
faturamento de atividades que podem ser executadas de forma
simultânea.
A contratada deve adotar práticas de gestão que garantam os direitos
trabalhistas e atendimento às normas internas e de segurança e medicina
do trabalho para seus empregados.
É de responsabilidade da contratada reservar 25% do seu quadro
administrativo para mulheres e para trabalhadores em situação de risco de
exclusão do mercado formal de trabalho:
I – pessoas portadoras de deficiência;
II – egressos de instituições penais;
III – trabalhadores cujas carteiras de trabalho não contenham
nenhuma anotação como profissional empregado e que estejam em busca
de seu primeiro emprego;
IV – trabalhadores de idade superior a quarenta e cinco anos, que
se encontrem desempregados por período contínuo superior a 6 (seis)
meses, e não estejam aposentados, nem recebendo pensões; e
V – cidadãos que se encontrem fora do mercado formal de trabalho
por período contínuo superior a dois anos.
São proibidos quaisquer atos de preconceito de raça, cor, sexo, orientação
sexual ou estado civil na seleção de vigilantes no quadro da empresa.
É responsabilidade da contratada a comprovação da formação técnica
específica dos vigilantes.
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É dever da contratada a promoção de curso de educação, formação,
aconselhamento, prevenção e controlo de risco aos trabalhadores, bem
como sobre práticas socioambientais para economia de energia, água e
redução de geração de resíduos sólidos no ambiente em que se prestará o
serviço.
É obrigação da contratada a administração de situações emergenciais de
acidentes com eficácia, mitigando os impactos aos empregados,
colaboradores, usuários e ao meio ambiente.
A contratada deve conduzir suas ações em conformidade com os
requisitos legais e regulamentos aplicáveis, observando também a
legislação ambiental para a prevenção de adversidades ao meio ambiente
e à saúde dos trabalhadores e envolvidos na prestação dos serviços.
A contratada deverá disponibilizar os Equipamentos de Proteção Individual
– EPI para os vigilantes para a execução das atividades de modo
confortável, seguro, de acordo com as condições climáticas, favorecendo a
qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Só será admitido o uso de veículos eficientes, que respeitem os critérios
previstos no Programa de Controle da Poluição por Veículos Automotores
(PROCONVE) / Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e
Veículos Similares (PROMOT) e movidos a biocombustível.
A contratada deverá utilizar bicicletas em substituição aos veículos
motorizados para a realização de rondas, sempre que possível, de modo a
reduzir as emissões de gases poluentes.
A Contratada deverá orientar sobre o cumprimento por parte dos
funcionários das Normas Internas e de Segurança e Medicina do Trabalho,
tais como prevenção de incêndio nas áreas da prestação de serviço,
zelando pela segurança e saúde dos usuários e circunvizinhança.
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Só serão admitidas a utilização de equipamentos e materiais de
intercomunicação, como rádios, lanternas e lâmpadas de menor impacto
ambiental.
A Contratada deverá observar a Resolução Conama nº 401/2008, para a
aquisição de pilhas e baterias para serem utilizadas nos equipamentos,
bens e materiais de sua responsabilidade, respeitando os limites de metais
pesados como chumbo, cádmio e mercúrio.
A contratada deverá utilizar pilhas recarregáveis para uso em lanternas em
rondas realizadas no período noturno, evitando o uso de pilhas ou baterias
que contenham substâncias perigosas em sua composição.
A gestão de segurança patrimonial da contratada deverá utilizar monitores
LCD ou LED que reduzam o consumo de energia face aos convencionais,
quando da vigilância eletrônica.
A contratada deverá utilizar planilhas eletrônicas para registro de entrada
e saída de pessoas e materiais no ambiente de prestação de serviços para
controlar acessos e realizar análises gerenciais, evitando o uso de papel.
A contratada deverá eliminar o uso de copos descartáveis na prestação de
serviços nas dependências do órgão ou entidade.
É obrigação da contratada destinar de forma ambientalmente adequada
todos os materiais e equipamentos que foram utilizados na prestação de
serviços.
A fiscalização da execução dos serviços abrange todos os procedimentos
constantes relativos às metas definidas no Termo de Referência ou
Contrato, sob pena de glosa da respectiva fatura quando do não
cumprimento.
LIMPEZA
É obrigação da contratada disponibilizar equipe técnica qualificada,
devidamente registrada, para a prestação dos serviços, materiais de
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limpeza, bem como os demais materiais e equipamentos necessários à
execução das atividades de limpeza dos ambientes relativos à contratação.
A contratada deverá observar a legislação trabalhista relativa à jornada de
trabalho, às normas coletivas da categoria profissional e as normas
internas de segurança e saúde do trabalho.
É obrigação da contratada treinar e capacitar periodicamente seus
empregados no atendimento das Normas Internas e de Segurança e
Medicina do Trabalho, bem como prevenção de incêndio, práticas de
redução do consumo de água, energia e redução da geração de resíduos
para implementação das lições aprendidas durante a prestação dos
serviços.
É de responsabilidade da contratada o fornecimento dos Equipamentos de
Proteção Individual – EPIs em bom estado de utilização aos seus
funcionários, prezando pela saúde e segurança durante a execução da
prestação dos serviços.
A contratada deve manter equipamentos e demais materiais necessários à
prestação dos serviços em bom estado de funcionamento evitando danos
às pessoas e ao estado das instalações hidrossanitárias e elétricas.
A contratada deverá observar as recomendações técnicas e legais para o
fornecimento dos saneantes domissanitários, sacos de lixo, papel
higiênico, produtos químicos, etc.
Os serviços de limpeza que necessitem de veículos automotores para
execução das atividades devem reduzir as emissões de gases poluentes,
utilizando modelos de veículos classificados como A ou B pelo Programa
Brasileiro de Etiquetagem Veicular e utilizar biocombustíveis para
abastecimento.
É obrigação da contratada adotar medidas para evitar o desperdício da
água potável, com verificação da normalização de equipamentos quanto
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ao seu funcionamento (se estão regulados, quebrados ou com defeitos),
bem com práticas de racionalização.
A Contratada deverá racionalizar o consumo de energia elétrica com a
utilização de equipamentos mais eficientes, que possuam a Etiqueta
Nacional de Conservação de Energia – ENCE, conforme regulamentações,
para os casos possíveis.
Só será admitida a utilização de equipamentos de limpeza que possuam o
Selo Ruído, indicando o nível de potência sonora, conforme a Resolução
específica do CONAMA e observações do INMETRO, que possam reduzir o
risco à saúde física e mental dos trabalhadores, bem como os demais
usuários expostos às condições adversas de ruídos que caracterizem
poluição sonora no ambiente de trabalho.
A contratada deverá adotar práticas de redução de geração de resíduos
sólidos, realizando a separação dos resíduos recicláveis descartados pelo
órgão ou entidade, na fonte geradora, e a coleta seletiva conforme
legislação específica.
É obrigação da contratada respeitar as Normas Brasileiras – NBR sobre
resíduos sólidos, bem como a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
A contratada deverá utilizar apenas embalagens recicláveis na prestação
do serviço, incentivando sua utilização ou substituição por fontes
renováveis.
As pilhas e baterias utilizadas na execução do serviços, em equipamentos
ou outros materiais de responsabilidade da contratada, deverão possuir
composição que respeite os limites máximos de chumbo, cádmio e
mercúrio, conforme Resolução Conama nº 401/2008.
A contratada deverá recolher as lâmpadas fluorescentes e os pneus de
veículos utilizados para prestação dos serviços, para descartá-los junto ao
sistema de coleta do fabricante, distribuidor, importador, comerciante ou
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revendedor, conforme sistema de Logística Reversa previsto em legislação
específica.
É obrigação da contratada a apresentação da composição química dos
produtos utilizados na prestação do serviço, quando solicitado da
contratante.
É proibida a utilização de saneantes domissanitários de Risco I listados no
art. 5º da Resolução nº 336/1999 na prestação dos serviços, conforme
Resolução ANVISA RE nº 913, de 25 de junho de 2001.
É permitido o uso de saneantes domissanitários produzidos com
substâncias biodegradáveis, estabelecidas na Resolução ANVISA RDC nº
180, de 03 de outubro de 2006, bem como de produtos desinfetantes
domissanitários, previsto na Resolução ANVISA RDC nº 34, de 16 de agosto
2010.
É de responsabilidade da contratada a verificação da não utilização
produtos de limpeza que observem a utilização de Substâncias Perigosas,
Biodegrabilidade dos Tensoativos, Toxicidade Aquática e Teor de Fósforo
acima dos limites estabelecidos por regulamentos ou legislação
apropriada.
É obrigação da contratada a utilização de produtos de limpeza,
preferencialmente de origem animal e que sejam biodegradáveis;
É proibida a utilização de produtos de limpeza e conservação oriundos
e/ou derivados de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) ou de
plantas em risco de extinção.
É permitida a utilização de produtos que, comprovadamente, sejam
derivados de matérias primas totalmente naturais.
É permitido o uso de sabonetes que não contenham agentes
antimicrobianos, exceto para locais que sejam exigidos por normas afetas
à saúde e outras regulamentações.
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TRANSPORTE
A contratada deve comprovar a aquisição de veículos mais eficientes, que
respeitem os critérios previstos no Programa de Controle da Poluição por
Veículos Automotores (PROCONVE) /Programa de Controle da Poluição do
Ar por Motociclos e Veículos Similares (PROMOT).
É obrigatória a aquisição de veículos flex, movidos a etanol, ou híbridos
com características menos agressivas ao meio ambiente.
Só serão admitidos o uso de veículos automotores que atendam aos
limites máximos de ruídos definidos na Resolução Conama nº 1/93 e
Resolução nº 272/2000.
É obrigação da contratada o uso de rede de postos ou oficinas com
capilaridade e alcance suficiente para evitar o deslocamento para longas
distâncias para o abastecimento.
A contratada deverá utilizar rede de abastecimentos e manutenção com
práticas diretrizes socioambientais onde existem boas práticas relativas ao
reuso da água, coleta seletiva de resíduos, descarte ambientalmente
adequado de óleo, etc.
A contratada deverá, na prestação do serviço, dar preferência ao
abastecimento em postos que estejam no trajeto do transporte que será
realizado, sempre que possível, e nos demais casos restringir os
deslocamentos para o abastecimento a um raio máximo de 2 km da
origem ou do local de destino.
A contratada deverá realizar treinamento relativo à ecocondução com
sensibilização dos condutores para a redução do consumo de combustível
e das emissões de gases poluentes e educação ambiental.
A Contratada deverá apresentar política e prática de redução do número
de automóveis e motocicletas para transporte de documentos/malotes,
com o consequente aumento da utilização de bicicletas para essa
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atividade, principalmente em pequenas distâncias (raio de até 3 km),
quando possível.
Só serão aceitas aquelas prestadoras de serviços que desenvolvem ações
para contribuir com a conscientização no trânsito, comprovadamente.
É dever da contratada utilizar sistemas on-line destinados a monitorar o
abastecimento e performance dos veículos e condutores, e a manutenção
preventiva e corretiva da frota.
A contratada deverá desenvolver critérios para controlar multas e
acidentes, utilizando indicadores e reduzir os custos, aumentar a
segurança e saúde dos condutores e terceiros.
É obrigação da Contratada informatizar as requisições de transporte para
acompanhar as origens, solicitações, horários e destinos de transporte,
buscando a facilitação e comunicação entre os usuários para a promoção
da carona.
É importante ressaltar que esses critérios quando possíveis de utilização para
inclusão em minutas de termo de referência, contratos, editais, etc. devem ser
congruentes com a justificativa para a utilização, que seja adequada aos
princípios do desenvolvimento sustentável e à proteção do meio ambiente de
modo que evite, dessa forma, o direcionamento da licitação.
O Guia Prático de Licitações Sustentáveis da Consultoria Jurídica da União no
Estado de São Paulo – AGU, também apresenta uma série de critérios que
podem ser utilizados para inclusão nas licitações (CSIPAL, 2013). Alguns
exemplos:
APARELHOS ELETRODOMÉSTICOS
Aquisição ou serviços que envolvam a utilização dos seguintes aparelhos
eletrodomésticos: liquidificadores, secadores de cabelo e aspiradores de pó.
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NA AQUISIÇÃO OU LOCAÇÃO
1) Inserir no TERMO DE REFERÊNCIA - item de descrição ou especificação
técnica do produto:
“Só será admitida a oferta de (liquidificador ou secador de cabelo ou aspirador
de pó) que possua Selo Ruído, indicativo do respectivo nível de potência
sonora, nos termos da Resolução CONAMA n° 20, de 07/12/94, e da Instrução
Normativa n° XXXX, e legislação correlata.”
2) Inserir no EDITAL - item de julgamento da proposta, na fase de avaliação de
sua aceitabilidade e do cumprimento das especificações do objeto:
“O Pregoeiro solicitará ao licitante provisoriamente classificado em primeiro
lugar que apresente ou envie imediatamente, sob pena de não-aceitação da
proposta, cópia do Selo Ruído do produto ofertado, nos termos da Resolução
CONAMA n° 20, de 07/12/94, e da Instrução Normativa n° XXXX, e legislação
correlata.”
NOS SERVIÇOS:
1) Inserir no TERMO DE REFERÊNCIA e na MINUTA DE CONTRATO - item de
obrigações da contratada:
“Os (liquidificadores ou secadores de cabelo ou aspiradores de pó) utilizados
na prestação dos serviços deverão possuir Selo Ruído, indicativo do respectivo
nível de potência sonora, nos termos da Resolução CONAMA n° 20, de
07/12/94, e da Instrução Normativa n° XXXX, e legislação correlata.”
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CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
Aquisição ou locação de produto cuja fabricação ou industrialização envolva
atividades potencialmente poluidoras ou utilizadoras de recursos ambientais (art.
17, I, da Lei n° 6.938/81).
• As pessoas físicas e jurídicas que desenvolvem tais atividades, listadas no
Anexo II da Instrução Normativa IBAMA n° 31/2009, são obrigadas ao registro no
Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras
de Recursos Ambientais, instituído pelo art. 17, inciso II, da Lei n° 6.938/81.
• A formalização do registro se dá mediante a emissão do Comprovante de
Registro, contendo o número do cadastro, o CPF ou CNPJ, o nome ou a razão
social, o porte e as atividades declaradas.
• A comprovação da regularidade do registro se dá mediante a emissão do
Certificado de Regularidade, com validade de três meses, contendo o número do
cadastro, o CPF ou CNPJ, o nome ou razão social, as atividades declaradas que
estão ativas, a data de emissão, a data de validade e chave de identificação
eletrônica.
• A inscrição no Cadastro Técnico Federal não desobriga as pessoas físicas
ou jurídicas de obter as licenças, autorizações, permissões, concessões, alvarás e
demais documentos obrigatórios dos órgãos federais, estaduais ou municipais
para o exercício de suas atividades. NA AQUISIÇÃO OU LOCAÇÃO:
1) Inserir no TERMO DE REFERÊNCIA - item de descrição ou especificação técnica
do produto:
“Para os itens abaixo relacionados, cuja atividade de fabricação ou
industrialização é enquadrada no Anexo II da Instrução Normativa IBAMA n° 31,
de 03/12/2009, só será admitida a oferta de produto cujo fabricante esteja
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regularmente registrado no Cadastro Técnico Federal de Atividades
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, instituído pelo
artigo 17, inciso II, da Lei n° 6.938, de 1981:
a) ITEM XX;
b) ITEM XX;
c) ITEM XX;
(...)”
2) Inserir no EDITAL - item de julgamento da proposta, na fase de avaliação de sua
aceitabilidade e do cumprimento das especificações do objeto:
“a) Para os itens enquadrados no Anexo II da Instrução Normativa IBAMA n° 31,
de 03/12/2009, o Pregoeiro solicitará ao licitante provisoriamente classificado em
primeiro lugar que apresente ou envie imediatamente, sob pena de não-aceitação
da proposta, o Comprovante de Registro do fabricante do produto no Cadastro
Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de
Recursos Ambientais, acompanhado do respectivo Certificado de Regularidade
válido, nos termos do artigo 17, inciso II, da Lei n° 6.938, de 1981, e da Instrução
Normativa IBAMA n° 31, de 03/12/2009, e legislação correlata.
a.1) A apresentação do Certificado de Regularidade será dispensada, caso o
Pregoeiro logre êxito em obtê-lo mediante consulta on line ao sítio oficial do
IBAMA, imprimindo-o e anexando-o ao processo;
a.2) Caso o fabricante seja dispensado de tal registro, por força de dispositivo
legal, o licitante deverá apresentar o documento comprobatório ou declaração
correspondente, sob as penas da lei.”
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ATIVIDADES POTENCIALMENTE POLUIDORAS OU UTILIZADORAS DE
RECURSOS AMBIENTAIS - Consumo, Comercialização, Importação ou
Transporte de determinados produtos
Contratação de pessoa física ou jurídica que se dedique a atividades
potencialmente poluidoras ou utilizadoras de recursos ambientais, relacionadas
ao consumo, comercialização, importação ou transporte de determinados
produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, ou de produtos e
subprodutos da fauna e flora (art. 17, I, da Lei n° 6.938/81).
Citam-se exemplificativamente as seguintes categorias (Anexo II da Instrução
Normativa IBAMA n° 31/2009):
- produtor, importador, exportador, usuário ou comerciante de produtos e
substâncias controladas pelo Protocolo de Montreal (Substâncias que Destroem a
Camada de Ozônio - SDOs)
- comerciante de:
- moto-serras;
- combustíveis;
- derivados de petróleo;
- mercúrio metálico;
- produtos químicos ou perigosos;
- pneus e similares;
- construtor de obras civis;
- importador de baterias para comercialização de forma direta ou indireta
- transportador de produtos florestais
- transportador de cargas perigosas
- consumidor de madeira, lenha ou carvão vegetal
- prestadores de serviços de assistência técnica em aparelhos de refrigeração
NOS SERVIÇOS:
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1) Inserir no EDITAL - item de habilitação jurídica da empresa:
“a) Para o exercício de atividade de XXXX, classificada como potencialmente
poluidora ou utilizadora de recursos ambientais, conforme Anexo II da Instrução
Normativa IBAMA n° 31, de 03/12/2009: Comprovante de Registro no Cadastro
Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de
Recursos Ambientais, acompanhado do respectivo Certificado de Regularidade
válido, nos termos do artigo 17, inciso II, da Lei n° 6.938, de 1981, e da Instrução
Normativa IBAMA n° 31, de 03/12/2009, e legislação correlata.
a.1) A apresentação do Certificado de Regularidade será dispensada, caso o
Pregoeiro logre êxito em obtê-lo mediante consulta online ao sítio oficial do
IBAMA, imprimindo-o e anexando-o ao processo;
a.2) Caso o licitante seja dispensado de tal registro, por força de dispositivo legal,
deverá apresentar o documento comprobatório ou declaração correspondente,
sob as penas da lei.” - Nesse caso, diferentemente do item acima, o licitante
desempenha diretamente as atividades poluidoras ou utilizadoras de recursos
ambientais, de modo que deverá obrigatoriamente estar registrado no Cadastro
Técnico Federal – CTF do IBAMA.
- Assim, o registro no CTF deve ser exigido como requisito de habilitação jurídica
do licitante, conforme art. 28, V, da Lei n° 8.666/93”.
PILHAS OU BATERIAS
Aquisição ou serviços que envolvam a utilização de pilhas e baterias portáteis,
baterias chumbo-ácido, automotivas e industriais ou pilhas e baterias dos
sistemas eletroquímicos níquel-cádmio e óxido de mercúrio, relacionadas nos
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capítulos 85.06 e 85.07 da Nomenclatura Comum do Mercosul-NCM (Resolução
CONAMA n° 401/2008, art. 1°).
EM QUALQUER CASO:
1) Inserir no TERMO DE REFERÊNCIA e na MINUTA DE CONTRATO - item de
obrigações da contratada:
“Não são permitidas, à contratada, formas inadequadas de destinação final das
pilhas e baterias usadas originárias da contratação, nos termos do artigo 22 da
Resolução CONAMA n° 401, de 04/11/2008, tais como:
a) lançamento a céu aberto, tanto em áreas urbanas como rurais, ou em aterro
não licenciado;
b) queima a céu aberto ou incineração em instalações e equipamentos não
licenciados;
c) lançamento em corpos d’água, praias, manguezais, pântanos, terrenos baldios,
poços ou cacimbas, cavidades subterrâneas, redes de drenagem de águas pluviais,
esgotos, ou redes de eletricidade ou telefone, mesmo que abandonadas, ou em
áreas sujeitas à inundação”.
“A contratada deverá providenciar o adequado recolhimento das pilhas e baterias
originárias da contratação, para fins de repasse ao respectivo fabricante ou
importador, responsável pela destinação ambientalmente adequada, nos termos
da Instrução Normativa IBAMA n° 08, de 03/09/2012, conforme artigo 33, inciso II,
da Lei n° 12.305, de 2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos, artigos 4° e 6° da
Resolução CONAMA n° 401, de 04/11/2008, e legislação correlata.”
NA AQUISIÇÃO:
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1) Inserir no TERMO DE REFERÊNCIA - item de descrição ou especificação técnica
do produto:
“Só será admitida a oferta de pilhas e baterias cuja composição respeite os limites
máximos de chumbo, cádmio e mercúrio admitidos na Resolução CONAMA n°
401, de 04/11/2008, para cada tipo de produto, conforme laudo físico-químico de
composição elaborado por laboratório acreditado pelo INMETRO, nos termos da
Instrução Normativa IBAMA n° 08, de 03/09/2012.”
2) Inserir no EDITAL - item de julgamento da proposta, na fase de avaliação de sua
aceitabilidade e do cumprimento das especificações do objeto:
“O Pregoeiro solicitará ao licitante provisoriamente classificado em primeiro lugar
que apresente ou envie imediatamente, sob pena de não-aceitação da proposta, o
laudo físico-químico de composição, emitido por laboratório acreditado junto ao
INMETRO, nos termos da Instrução Normativa IBAMA n° 08, de 03/09/2012, ou
outro documento comprobatório de que a composição das pilhas e baterias
ofertadas respeita os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio admitidos
na referida Resolução, para cada tipo de produto.”
NOS SERVIÇOS:
1) Inserir no TERMO DE REFERÊNCIA e na MINUTA DE CONTRATO - item de
obrigações da contratada:
“As pilhas e baterias a serem utilizadas na execução dos serviços deverão possuir
composição que respeite os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio
admitidos na Resolução CONAMA n° 401, de 04/11/2008, para cada tipo de
produto, conforme laudo físico-químico de composição elaborado por laboratório
acreditado pelo INMETRO, nos termos da Instrução Normativa IBAMA n° 08, de
03/09/2012.”
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2.3. Capítulo III – Exercício Prático
Muito bem. Você chegou ao fim deste módulo e cada vez mais obtém
informações que irão auxiliar na implementação das Compras Públicas
Sustentáveis. Adiante, você verá como essa importante ferramenta se une a
outras tantas para integração de modo a fomentar um novo instrumento de
gestão em sustentabilidade na Administração Pública: planos de gestão em
logística sustentável. Vamos lá!
Referências
BETIOL, L. S.; UEHARA, T. H. K.; LALOË, F. K.; APPUGLIESE, G. A.;
ADEODATO, S.; RAMOS, L.; NETO, M. P. M. Compra Sustentável: a
força do consumo público e empresarial para uma economia verde
e inclusiva. São Paulo: Programa Gestão Pública e Cidadania, 2012. 144p.
Agora é a sua vez de praticar. Esse exercício tem o objetivo de estimular o pensamento e o planejamento para as Compras Públicas Sustentáveis, por meio de um exercício
prático e dinâmico com um determinado objeto a ser fornecido pelos instrutores (sugestão: serviço de impressão). Para alcançar o objetivo deve ser realizada em três
etapas, como você já viu ao longo desta unidade: propor e debater medidas que assegurem a observância de critérios socioambientais na escolha das especificações
técnicas do objeto, na exigência de requisitos de habilitação e imposição de obrigações contratuais para diferentes serviços e/ou produtos.
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BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Logística
e Tecnologia da Informação – SLTI. Relatório de Diretrizes aos Planos de Gestão
de Logística Sustentável. ICLEI – Governos Locais para a Sustentabilidade (org.).
Brasília: MP, 2013. 48p.
._______. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de
Logística e Tecnologia da Informação. Prestação de serviços de transporte.
Brasília: SLTI, 2014a. (Caderno de Logística; Contratações públicas sustentáveis).
.________. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de
Logística e Tecnologia da Informação. Prestação de serviços de limpeza, passeio e
conservação. Brasília: SLTI, 2014b. (Caderno de Logística; Contratações públicas
sustentáveis).
.________. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de
Logística e Tecnologia da Informação. Prestação de serviços de vigilância
patrimonial. Brasília: SLTI, 2014c. (Caderno de Logística; Contratações públicas
sustentáveis).
.________. Tribunal Superior do Trabalho. Conselho Superior da Justiça do
Trabalho. Guia de Inclusão de critérios de sustentabilidade nas Contratações da
Justiça do Trabalho, 2014d. 38p.
CSIPAL, L. P. Guia Prático de licitações sustentáveis da Consultoria Jurídica da
União do Estado de São Paulo – AGU: Consultoria-Geral da União. 2013.
COMISSÕES EUROPEIAS. Comprar ecológico! – Manual de contratos públicos
ecológicos. Comissões europeias: Serviço das publicações oficiais das
comunidades europeias, 2005. 42p.
GOMES, K. EM. O poder normativo nas licitações sustentáveis com a
implantação da agenda ambiental na administração pública e responsabilidade
do poder público na defesa da sustentabilidade ambiental. 2013. Faculdade do
Vale do Ipojuca: Caruaru. 81p.
MARÇAL, J. F. Comentários à lei das licitações e contratos administrativos. 13ª
edição. São Paulo: Editora Dialética, 2010.
TERRA, L. M. J.; CSIPAI, L. P.; UCHIDA, M. T. Formas práticas de implementação das
licitações sustentáveis: três passos para a inserção de critérios socioambientais
nas contratações públicas. In: SANTOS, M. G..; BARKI, T. V. P. (Coord.). Licitações e
contratações públicas sustentáveis. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2011.