Upload
nguyendieu
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 039/2010
NOME DA INSTITUIÇÃO: COPEL
Parecer sobre Bens Desvinculados
Audiência Pública
A ANEEL pretende atualizar a Resolução no 20/1999, que trata dos procedimentos para a
desvinculação de bens, para tal, abriu processo de audiência pública, visando obter
subsídios dos agentes, tendo disponibilizada a minuta de resolução e a Nota Técnica no
222/2010-SFF.
Resolução no 20/1999
O teor da Resolução no 20/1999 está em desacordo com a sua emenda. Em apertada
síntese, a Resolução no 20/1999 autoriza as concessionárias a desvincularem do seu
acervo patrimonial bens móveis e imóveis inservíveis, estabelecendo para tal os
procedimentos necessários, e ainda, determina que o resultado da alienação dos bens
desvinculados seja depositado em uma conta específica.
Observa-se, portanto, que a referida norma disciplina dois processos distintos, o primeiro
trata dos procedimentos para a desvinculação e o segundo, dos procedimentos relativos à
alienação dos bens inservíveis.
Para ser preciso, a ementa da Resolução deveria ter sido fixada nos seguintes termos:
“Regulamenta a Desvinculação de Bens das Concessões do Serviço Público de Energia
Elétrica com a Finalidade de Venda”. Por outro lado, a ementa limita-se a fixar que a
Resolução trata somente da desvinculação, conforme transcrição: “Regulamenta a
Desvinculação de Bens das Concessões do Serviço Público de Energia Elétrica”.
Indaga-se se existe a possibilidade da ANEEL regulamentar a disciplina sobre os
procedimentos relativos à alienação de bens inservíveis que foram desvinculados do
acervo patrimonial das concessionárias de serviço público.
Bens Vinculados
Leonardo Ribeiro Pessoa1 assevera que na legislação pátria não há dispositivo que defina
"bens vinculados". De fato a Lei Geral das Concessões não traz uma definição para a
expressão.
Contudo, ousamos discordar do ilustre Advogado, pois segundo o artigo 63 do Decreto
41.019/1957, “os bens e instalações utilizados na produção, transmissão e distribuição de
energia elétrica, constantes do inventário referido nos artigos 54 e seguintes, ainda que
operados por empresas preexistentes ao Código de Águas, são vinculados a êsses
serviços”. Portanto, pelo menos no que se refere aos bens e instalações vinculados ao
serviço público de energia elétrica, a definição é clara e precisa, abrangendo os bens e
instalações das concessionárias constantes do inventário.
No que se refere ao inventário, o artigo 54 do Decreto 41.019/1957, disciplina que as
“concessionárias de serviços de energia elétrica, são obrigadas a organizar e manter
atualizado o inventário de sua propriedade em função do serviço”. Em decorrência,
podemos estabelecer que os bens vinculados são os bens e instalações de propriedade
das concessionárias, inventariados em função do serviço público.
Por seu turno, o artigo 44 define que a propriedade “da emprêsa de energia elétrica em
função do serviço de eletricidade compreende todos os bens e instalações que, direta ou
indiretamente, concorram, exclusiva e permanentemente, para a produção, transmissão,
transformação ou distribuição da energia elétrica”.
Finalmente, pelo menos para o setor elétrico, entendemos que a definição de bens
vinculados, ou o seu conteúdo, está disposta na legislação pátria e compreende todos os
1 PESSOA, Leonardo Ribeiro. As diversas origens dos bens vinculados à prestação dos serviços públicos e os seus
regimes jurídicos . Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 511, 30 nov. 2004. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5988>. Acesso em: 16 set. 2010.
bens e instalações devidamente inventariados pelas concessionárias de serviço público
que, direta ou indiretamente, concorram, exclusiva e permanentemente, para a produção,
transmissão, transformação ou distribuição da energia elétrica.
Feita a definição da expressão de bens vinculados, resta ainda nossa compreensão sobre
ao que se vincula tais bens, haja vista, que são bens vinculados, e quem se vincula, se
conecta, se atrela a algo ou alguma coisa.
Precipitadamente e inadvertidamente, poderíamos argüir que os bens estão atrelados à
concessionária prestadora do serviço público, pois fazem parte do seu inventário. Não nos
parece lógico esse entendimento, pois a concessionária está nessa condição, enquanto
prestador do serviço público. Com o termo final do prazo concedido para a exploração do
serviço público, a empresa perde a condição de concessionária, portanto os bens não
poderiam se vincular a ela.
O artigo 63 do Decreto 41.019/1957 elucida que os bens “são vinculados a êsses
serviços”. O pronome “esses” é utilizado em substituição à expressão: “produção,
transmissão e distribuição de energia elétrica”, que são as três etapas da prestação do
serviço público de energia elétrica.
Portanto, os bens vinculados, com o perdão da redundância, são conectados ao serviço
público de energia elétrica. Nesse sentido, encontramos amparo no artigo 31 da Lei Geral
das Concessões, quando estabelece as obrigações das concessionárias, que dentre
outras coisas, incumbe: “manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à
concessão” e “zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, bem
como segurá-los adequadamente”. As expressões bens vinculados à concessão e bens
vinculados à prestação do serviço são alternativas de referir-se à expressão bens
vinculados ao serviço público de energia elétrica.
Cita-se ainda, o artigo 28 da Lei 9.074/1995, que disciplina que para os casos de
privatização, é facultado ao poder concedente outorgar novas concessões sem efetuar a
reversão prévia dos bens vinculados ao respectivo serviço público.
Desvinculação dos Bens
A desvinculação significa a retirada física de bens ou instalações que estavam destinados
à prestação do serviço público, e por não estarem sendo utilizados nesta prestação,
impactam de forma negativa à concessão. Sendo assim, a desvinculação é um ato que
visa atender uma conveniência técnica do concessionário.
A retirada, pode ser definitiva ou provisória. No último caso, o bem, ou a instalação,
retornará à sua origem, no complexo de ativos vinculados à prestação do serviço público.
No primeiro caso, o bem é substituído por razões de ordem técnica, devido à
obsolescência ou um defeito irrecuperável, não importando o agente causador do defeito.
O bem retirado não está mais vinculado ao serviço público de energia elétrica, ele não
tem mais serventia para a produção, transmissão ou distribuição de eletricidade, motivo
pelo qual, se torna um ônus para o concessionário mantê-lo sob seu domínio.
Em razão do princípio da continuidade do serviço público, expresso no artigo 6º da Lei
Geral das Concessões, o poder concedente tem o dever de fiscalizar as retiradas dos
bens e instalações vinculados. Nesse sentido, o artigo 63 do Decreto 41.019/1957,
determina que os bens e instalações utilizados na produção, transmissão e distribuição de
energia elétrica não podem ser “retirados sem prévia e expressa autorização da
fiscalização”.
Cumpre ao poder concedente fiscalizar se o bem ou a instalação que se pretende retirar
do serviço público não irá comprometer a sua continuidade. Nesse sentido, cabe ao
concessionário providenciar a substituição imediata do bem ou instalação visando sempre
a continuidade da prestação.
Uma vez retirado (desvinculado), o bem ou a instalação deixa de ter serventia para o
serviço público, portanto, para o poder concedente é irrelevante o destino do bem
retirado. Cabe ao concessionário de serviço público dar o destino ao bem ou a instalação.
Natureza Jurídica do Bem Desvinculado
Quando a prestação do serviço público ocorre por meio de delegação, seja para
empresas privadas, seja para empresas estatais de economia mista, a natureza jurídica
dos bens vinculados ao serviço público é caso de divergência doutrinária. Há aqueles que
entendem que os bens são privados, outros entendem que são bens públicos.
Analisando o posicionamento dos doutrinadores sobre o assunto, Leonardo Ribeira
Pessoa, assevera que para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Hely Lopes Meirelles, Celso
Antonio Bandeira de Mello, entre outros, entendem que são bens públicos de uso especial
os bens das entidades de direito privado, prestadoras de serviços públicos, desde de que
afetados diretamente a essa finalidade. Para esses doutrinadores, os bens vinculados ao
serviço público devem obedecer ao regime jurídico de direito público.
Entre os doutrinadores que asseveram que os bens vinculados ao serviço público são
privados, Leonardo Ribeira Pessoa cita Marcos Juruena Villela Souto, Caio Tácito e José
dos Santos Carvalho Filho.
Para os doutrinadores que entendem que os bens vinculados são privados, também serão
privados os bens retirados.
Na outra vertente, os doutrinadores que asseveram que os bens vinculados ao serviço
público são bens públicos, restringe essa qualidade aos bens que estão afetados
diretamente a essa finalidade. Sendo assim, os bens retirados do serviço público não são
bens públicos, pois perderam a sua finalidade quando da sua supressão do serviço
público. São bens que deixaram de ter vinculação com o serviço público, portanto, são
bens privados, aplicando-se o regime de direito privado sobre tais.
Bens Inservíveis
A legislação pátria não adota a expressão “bens inservíveis”, comumente utilizada no
âmbito do setor elétrico brasileiro. Utiliza-se a expressão para designar bens que não tem
mais serventia para o serviço público de energia elétrica, mesmo que possam apresentar
serventia para outra finalidade.
A desvinculação dos bens e instalações vinculadas ao serviço público deve ocorrer
quando os mesmos tornam-se inservíveis aos serviços de geração, transmissão e
distribuição de energia elétrica. Somente nessa condição é que a concessionária teria a
justificativa para solicitar autorização da ANEEL para retirar um bem ou instalação do
serviço público.
Sendo assim, é a qualidade de inservível que possibilita, ou até mesmo, obriga a
concessionária a retirar o bem ou a instalação, sendo que para tal deve requerer a
autorização do poder concedente, visando a desvinculação.
O bem ou a instalação se torna inservível por diversas razões, entre elas, a obsolescência
ou avaria. Nestes casos o que importa é que o bem ou a instalação, ao perder a sua
capacidade operacional, compromete a continuidade do serviço público.
Alienação de Bens Vinculados
A alienação de bens e instalações vinculados ao serviço público é vedada pelo simples
fato de comprometer a continuidade da prestação do serviço. O mesmo não se pode dizer
sobre os bens e instalações desvinculados do serviço público, em razão de se tornarem
inservíveis. Para esses, a alienação é necessária visando desonerar o concessionário de
serviço público.
O artigo 64 do Decreto 41.019/1957 restringe a vedação da alienação às partes
essenciais da instalação, de modo que, segundo esse diploma normativo, não são todos
os bens vinculados que possuem restrição à alienação, in verbis:
Art. 64. A venda, cessão ou dação em garantia hipotecária dos bens imóveis ou de partes
essenciais da instalação dependem de prévia e expressa autorização do Ministro das Minas
e Energia mediante portaria, após parecer do Conselho Nacional de Águas e Energia
Elétrica.
Na mesma linha o artigo 14 da Lei 9427/1996 restringe os bens indisponíveis, que
possuem restrições para a alienação, aos bens reversíveis, in verbis:
Art. 14. O regime econômico e financeiro da concessão de serviço público de energia
elétrica, conforme estabelecido no respectivo contrato, compreende:
(...)
V - indisponibilidade, pela concessinária, salvo disposição contratual, dos bens
considerados reversíveis.
Analisando os contratos de concessão de geração, transmissão e distribuição,
encontramos um capítulo que define as obrigações e os encargos das concessionárias,
dentre os quais, encontramos a vedação para alienação de bens e instalações vinculados,
sem a prévia anuência da ANEEL.
Independente se a restrição para a alienação se aplica a todos os bens e instalações
vinculados ao serviço público, ou somente aos bens imóveis ou partes essenciais da
instalação, ou ainda, somente aos bens considerados reversíveis, o fato é que a
legislação não impõe nenhuma restrição para a alienação dos bens e instalações que não
estão mais fazendo parte do serviço público, em função da sua desvinculção por serem
inservíveis.
Reversão de Bens
Leonardo Ribeira Pessoa faz distinção entre bens reversíveis e bens vinculados. Segundo
o autor os bens reversíveis são espécie do gênero bens vinculados à prestação dos
serviços públicos.
No presente estudo, pouco importa essa discussão doutrinária. Fixamos apenas no
conceito da reversão dos bens, pelo qual o poder concedente volta a ter o domínio dos
bens e instalações (sejam os bens reversíveis ou os bens vinculados).
Quando da outorga de uma concessão, cabe ao concessionário zelar pela integridade dos
bens vinculados à prestação do serviço (artigo 31 da Lei Geral das Concessões). Tal
encargo decorre de dois motivos: i) garantir a continuidade da prestação do serviço
público, enquanto concessionária e, ii) quando da reversão dos bens para o poder
concedente, esses devem estar em condições de continuarem a prestar o serviço público,
pois caberá ao poder concedente a sua prestação ou a escolha de outro concessionário.
Nesse sentido, durante a prestação do serviço público cabe ao concessionário fazer a
substituição dos bens inservíveis, seja por razões de obsolescência, seja por avaria. Para
o poder concedente, importa que o serviço público esteja sendo prestado de forma
adequada, e que no momento da reversão, os bens e instalações estejam atualizados,
conforme a técnica, e em condições de operar.
Em relação aos bens inservíveis que foram substituídos ao longo do período de prestação
do serviço público, impacto algum terá sobre o instituto da reversão, pois tais bens não
serão revertidos para o poder concedente.
Considerações Finais
Até a publicação da Resolução 20/1999 os agentes reiteradamente solicitaram a
autorização do poder concedente para proceder a retirada dos bens considerados
inservíveis por razões de ordem técnica. Tal procedimento era adotado em função do
artigo 63 do Decreto 41.019/1957.
Com a publicação da Resolução ANEEL 20/1999, as concessionárias passaram a estar
autorizadas a proceder a desvinculação do seu acervo patrimonial dos bens móveis e
imóveis inservíveis, segundo os procedimentos definidos na norma, que passou a incluir
os procedimentos para a venda dos bens inservíveis.
A referida Resolução teve como fundamento a praxi adotada pelos agentes até então,
conforme observado pela própria ANEEL no item 53 da Nota Técnica no 222/2010-SFF, in
verbis:
Ora, como já expusemos, não existe nenhum dispositivo legal que exige autorização do
poder concedente para a concessionária alienar bens inservíveis. São bens da
concessionária que tem liberalidade para definir o seu destino, uma vez que nesses
casos, aplica-se o regime jurídico de direito privado.
A necessidade de autorização prévia do poder concedente se restringe a (i)
desvinculação de bens e instalações vinculadas ao serviço público (artigo 63 do Decreto
4.019/1957) e (ii) a venda, cessão ou dação em garantia hipotecária dos bens imóveis ou
de partes essenciais da instalação (artigo 64 do Decreto 4.019/1957) ou a alienação de
bens e instalações vinculados (conforme contrato de concessão).
Definir o destino e estabelecer procedimentos para a alienação dos bens inservíveis é
interferir na autonomia privada, viola o princípio da legalidade, uma vez que não é
competência da Agência Reguladora e, portanto, vedado pela Constituição Federal.
Nem mesmo quando da reversão dos bens, importará para o poder concedente os bens
retirados ao longo do contrato da concessão. Somente os bens que estão vinculados (ou
aqueles reversíveis, que representam a espécie dos bens vinculados) é que serão
indenizados (se for o caso), e são somente estes que serão utilizados em uma eventual
nova concessão, ou pelo próprio poder público para fins de prestação direta do serviço
público.
Como a minuta da nova Resolução, ao contrario do que propõe a Nota Técnica 222/2010,
não versa sobre a desvinculação de bens, mas sim, sobre a venda e retirada de bens
vinculados além da doação, entendemos como necessária a manutenção da
regulamentação sobre o instituto da desvinculação, através da manutenção a Resolução
nº 20/1999.
Contudo, entendemos que alguns aprimoramentos podem ser incluídos na aludida
resolução. Quais sejam:
i. a inclusão, no rol de agentes afetados pela norma, dos permissionários de
serviço publico e dos concessionários e autorizados de produção
independentes e autoprodução de energia elétrica por potencial hidráulico;
ii. exclusão integral do Artigo 3º; e
iii. exclusão no Artigo 4º, dos termos “da alienação e da aplicação do produto
da venda”.
OAB – 55048/PR
Caso não seja esse o entendimento dessa Agência Reguladora, a seguir são
apresentadas as contribuições da Copel à minuta de Resolução.
Preocupações Relevantes
a) apesar de nossa sugestão sobre o tema, neste momento parece precária a
definição de bens vinculados, pois o conceito terá reflexo no momento da reversão,
portanto a discussão deve ser ampla e abrangente, mas no momento em que for
tratado do tema reversão de ativos.
b) a resolução regulamenta o processo de alienação de bens inservíveis (bens
desnecessários), no entanto, seria oportuno que a Procuradoria da ANEEL
investigasse se um bem inservível (ou bem desnecessário) é um bem vinculado,
em não o sendo, não existe fundamento legal para que a ANEEL regulamente a
sua alienação, pois são bens privados.
c) é bastante comum as delegatárias fazerem permuta de cabos de alumínio e cobre,
transformadores avariados, carros velhos com os respectivos fornecedores dos
produtos, mediante abatimento no valor do produto novo. Em algumas situações,
as delegatárias fornecem uma determinada quantidade de kg de alumínio e cobre,
e recebem um percentual de cabos novos, mediante permuta de material. A
permuta de bens avariados com os fornecedores trás inúmeras vantagens, além do
desconto na aquisição do material novo, não realimenta a indústria de furto de
cabos, pois é muito comum o cabo furtado ser “legalizado” com o cabo velho
adquirido das delegatárias. Com a nova resolução, esse procedimento estará
inviabilizado, obrigando a delegatária a ofertar o bem inservível em processos
públicos de venda.
d) na construção de usinas, as empresas comumente constroem vilas residências no
canteiro de obras, que após a entrada em operação comercial, tais vilas acabam
sendo doadas para as prefeituras, visando a incorporação ao patrimônio do
município. Com a nova resolução, os bens das vilas residenciais (imóveis) deverão
ser vendidos. Todavia, o único interessado em adquirir a infraestrutura (imóveis,
ruas, etc) será o município local, que via de regra, tem baixo orçamento e que
somente terá interesse em receber a infraestrutura da vila em doação. Sendo
assim, não será possível proceder a transferência do bem imóvel, gerando ônus
desnecessário para a concessão. Ademais o inciso II, parágrafo 3º, artigo 17 da Lei
8.666/93 possibilita a alienação (em qualquer modalidade, inclusive doação) “aos
legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis
para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas
hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas
unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão".
e) importante definir prazo para que a ANEEL decida os casos submetidos a ela,
mesmo que o prazo seja impróprio, pelo menos para sinalizar para a Agência um
prazo considerado adequado.
f) a nota técnica, no item 81, refere-se aos bens de sucata, definindo que a alienação
de tais bens está definida no Manual de Contabilidade. Ocorre que no manual
existe apenas a definição dos procedimentos contábeis sem fazer qualquer
referência ao processo de alienação da sucata, portanto é inexorável: i) definição
do que vem a ser sucata, ii) definição do processo de alienação de sucata.
CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 039/2010
NOME DA INSTITUIÇÃO: COPEL
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL
ATO REGULATÓRIO: AP 039/2010
EMENTA: obter subsídios e informações para o aperfeiçoamento da Resolução Normativa, que regulamenta a retirada e venda de bens vinculados desnecessários ao serviço público de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e à exploração de potencial hidráulico por produtores independentes e autoprodutores, bem como revoga a Resolução n. 20, de 3 de fevereiro de 1999.
RESOLUÇÃO
JUSTIFICATIVAS DE ORDEM GERAL: A seguir são apresentadas as justificativas relacionadas a sugestões de alteração de terminologias e que permearão todo o texto da minuta de resolução SUBSTITUIÇÃO DOS TERMOS “RETIRADA E VENDA” PELOS TERMOS “DESVINCULAÇÃO E ALIENAÇÃO”: - Ao se revogar a Resolução nº 20/1999, que regulamentava a desvinculação de Bens das Concessões de Serviço Público de Energia Elétrica”, se criará um vácuo jurídico quanto a autorização da fiscalização da ANEEL para desvinculação, necessário para que se possa promover a alienação. Sendo assim, sugerimos a substituição de “retirada e venda” para “desvinculação e alienação” de forma a permitir ampla aplicação do regulamento. - A sugestão de inclusão do termo “alienação” também se justifica uma vez que a minuta não trata somente da venda, mas também da doação
de bens, outra forma de alienação de bens. - Além disso, a terminologia sugerida é mais adequada já estando consagrada, por exemplo, no MCSE – Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia e no MCPSE – Manual de Controle Patrimonial de Setor Elétrico. SUBSTITUIÇÃO DO TERMO “DESNECESSÁRIO” PELO TERMO “INSERVÍVEL”: Com relação ao termo “desnecessário” sugerimos que se retorne ao termo “inservível” uma vez que: - consideramos ser a terminologia mais adequada por já estar consagrada através da Resolução nº 20/1999, do MCSE – Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia e do MCPSE – Manual de Controle Patrimonial de setor Elétrico. - A definição ou significado do termo “inservível”, obtida em dicionários e juridicamente aceita e utilizada em diversos instrumentos legais (decretos, editais de leilão, normas) utilizada por órgãos da administração direta e indireta federal, estadual e municipal (universidades, prefeituras, MP, exército, secretarias de Estado, Tribunal de Justiça, Controladoria Geral, empresas) diverge da interpretação manifestada no item 61 da NT 222/2010-SFF/ANEEL.. - É injustificável a criação de novos termos, uma vez que teremos a seguinte situação: Bens vinculados, bens inservíveis, bens reversíveis, bens
desnecessários, bens de sucata. Sugerimos tratar somente nessa resolução dos bens inservíveis. As demais expressões não se aplicam nessa resolução, sendo temerária a definição dos termos bens vinculados ou bens reversíveis, no âmbito dessa resolução, uma vez que a expressão tem reflexos maiores no momento da reversão do ativo. Da mesma forma, criar um novo conceito, sendo que o setor já está acostumado a tratar da expressão bens inservíveis é incompreensível. Para reforçar este entendimento apresentamos abaixo alguns exemplos de definição e emprego do termo: 1 – Dicionário Aurélio: Bem insevível - Que não é servível, que não presta serviço ou utilidade; 2 – Decreto nº 23.141, de 08/06/2007 – CGE/MA: bens inservíveis - todo material que esteja em desuso, obsoleto ou irrecuperável para o serviço público estadual; 3 – INSTRUÇÃO DGA Nº 57, DE 01 DE DEZEMBRO DE 2006 – UNICAMP: Bem Inservível: é aquele que se encontra em desuso, obsoleto tecnologicamente. - As diferentes definições não consideram os bens inservíveis como imprestáveis e sim que não servem para uso primeiramente indicado. Pode-se inclusive afirmar que “sucatas” são parte do universo de bens inservíveis. - A interpretação dada no item 61, da NT 222/2010-SFF/ANEEL, está mais para a definição de irrecuperável - “Item que não pode ser utilizado devido a perda de suas características e com recuperação inviável”, este sim, com significado aderente ao que consta na Nota Técnica em referência. - Ainda, gostaríamos de ponderar que, sendo o significado de “desnecessário” igual ou próximo ao significado de “inservíveis” melhor seria manter o termo já consagrado.
TEXTO/ANEEL TEXTO/INSTITUIÇÃO JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO
Regulamenta a retirada e venda de bens vinculados
desnecessários ao serviço público de geração, transmissão e
distribuição e à exploração da geração de potencial hidráulico
por produtores independentes e autoprodutores de energia, e
revoga a Resolução Normativa nº. 20, de 03 de fevereiro de
1999, e dá outras providências.
Regulamenta a retirada e venda desvinculação e alienação de bens vinculados desnecessários inservíveis ao serviço público de geração, transmissão e distribuição e à exploração da geração de potencial hidráulico por produtores independentes e autoprodutores de energia, e revoga a Resolução Normativa nº. 20, de 03 de fevereiro de 1999, e dá outras providências.
VIDE “JUSTIFICATIVAS DE ORDEM GERAL”.
SEÇÃO I DO OBJETO E ÂMBITO DE APLICAÇÃO
TEXTO/ANEEL TEXTO/INSTITUIÇÃO JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃ
O
Art. 1º Estabelecer os procedimentos a serem adotados pelas
concessionárias e permissionárias de serviço público de
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, bem
como pelos concessionários e autorizados de produção
independente e autoprodução de energia elétrica por potencial
hidráulico, para obtenção de anuência para retirada e venda
de bens vinculados que se tornarem desnecessários.
Art. 1º Estabelecer os procedimentos a serem adotados pelas concessionárias e permissionárias de serviço público de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, bem como pelos concessionários e autorizados de produção independente e autoprodução de energia elétrica por potencial hidráulico, para obtenção de anuência para retirada e venda desvinculação e alienação de bens vinculados que se tornarem desnecessários inservíveis.
VIDE “JUSTIFICATIVAS DE ORDEM GERAL”.
Parágrafo Único. Considera-se vinculado o bem, móvel ou
imóvel, utilizado, direta ou indiretamente, em função da
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
ALTERAÇÂO
§ 1º: Para efeito dessa resolução, considera-se
vinculado o bem móvel ou imóvel, reversível ou indenizável, utilizado exclusiva e permanentemente para a atividade de geração de energia elétrica.
§ 2º: Para efeito dessa resolução, considera-se
vinculado o bem móvel ou imóvel, reversível utilizado exclusiva e permanentemente para as atividades de transmissão ou distribuição de energia elétrica que compõem a Base de Remuneração Regulatória – BRR. § 3º: Os bens ligados às atividades de transmissão e distribuição que não estiverem sendo remunerados serão considerados bens não vinculados.
Estabelecer de forma clara e objetiva o elenco abrangido por essa resolução que deve ter características e finalidades específicas para cada uma das atividades como: ser de uso exclusivo e permanente e estar relacionado com a atividade fim. Além disso, se adequa, a definição de bem vinculado, ao disposto na Lei n.º 9.427, bem como deixa claro na Resolução o disposto nos itens 24, 31 e 41 da Nota Técnica n.º 222/2010 – (Processo Administrativo nº 48500.003057/2010-36).
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
TEXTO/ANEEL TEXTO/INSTITUIÇÃO JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO
Art. 2º As delegatárias elencadas no art. 1º estão obrigadas a
solicitar prévia anuência da ANEEL para realizar a venda de
bens vinculados retirados do serviço ou da exploração da
central geradora por se tornarem desnecessários, exceto nos
casos previamente anuídos, conforme disposto nesta
Resolução.
Art. 2º As delegatárias elencadas no art. 1º estão obrigadas a solicitar prévia anuência da ANEEL para realizar a desvinculação e alienação a venda de bens vinculados que se tornarem inservíveis aos retirados do serviços de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica ou da exploração da central geradora por se tornarem desnecessários, exceto nos casos previamente anuídos, conforme disposto nesta Resolução.
Ao se nominar os serviços se pretende reforçar e deixar mais explícito a abrangência da aplicação no artigo. Sugere-se a exclusão da frase “ou da exploração da central geradora por uma vez que a abrangência da norma já está definida no Artigo 1º.
CAPÍTULO III
DA ALIENAÇÃO POR VENDAS E DOAÇÕES DE BENS VINCULADOS INSERVÍVEIS DESNECESSÁRIOS SEÇÃO I
DA ALIENAÇÃO POR VENDA DE BENS RETIRADOS
TEXTO/ANEEL TEXTO/INSTITUIÇÃO JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO
Art. 3º Fica previamente anuída, sem prejuízo do controle a
posteriori da ANEEL, a venda de do bem retirado por se
tornar desnecessário à prestação do serviço público e da
exploração da central geradora, segundo avaliação da
delegatária.
Art. 3º Fica previamente anuída, sem prejuízo do controle a posteriori da ANEEL, a desvinculação e a alienação por venda de do bens vinculados que por se tornarem inservíveis desnecessário à prestação do serviço público e da exploração da central geradora, segundo avaliação da delegatária.
VIDE “JUSTIFICATIVAS DE ORDEM GERAL”
Art. 4º Para validade da dispensa de anuência prévia
estabelecida no artigo anterior, a delegatária deverá constituir
dossiê, contendo os seguintes documentos:
I – Identificação do bem, ou conjunto dos bens desde que
tratados individualmente, contendo sua caracterização,
explicitando-se a Unidade de Cadastro – UC e Unidade de
Adição e Retirada – UAR, a descrição do tipo, da natureza, o
número de registro nos controles patrimoniais, o histórico dos
registros contábeis;
II – Memorial da desativação contábil procedida nos termos
do Manual de Contabilidade do Setor Elétrico – MCSE e do
Manual de Controle Patrimonial - MCP;
II – Memorial da desativação contábil procedida nos termos do Manual de Contabilidade do Setor Elétrico – MCSE e do Manual de Controle Patrimonial do Setor Elétrico - MCPSE;
Correção do nome e da sigla do Manual de Controle Patrimonial do Setor Elétrico
III - Relatório justificando os motivos técnicos ou
operacionais sobre a desnecessidade do bem à delegação.
III - Relatório justificando os motivos técnicos ou operacionais sobre a inservibilidade do bem; à delegação.
Adequação de terminologia. VIDE “JUSTIFICATIVAS DE ORDEM GERAL”
A exclusão pretende simplificar o texto uma vez que está claro que o bem se vincula a uma das atividades já descritas.
IV - Ato da Diretoria da delegatária aprovando a retirada e a
venda do bem;
V – Memorial da seleção pública de propostas, contendo, no
mínimo, publicação de aviso de seleção pública de propostas,
edital, propostas, comprovação de publicidade do resultado
aos proponentes; e
V – Exclusivamente para os concessionários e permissionários de serviço público, memorial da seleção pública de propostas, contendo, no mínimo, publicação de aviso de seleção pública de propostas, edital, propostas, comprovação de publicidade do resultado aos proponentes; e
Os Produtores Independentes e Autoprodutores pela suas características legais não poderão ser obrigados ao processo proposto. Não há previsão legal para sustentar essa exigência.
VI – Cópia do documento comprobatório da venda realizada;
VII – Planta ou mapa de localização e Laudo de avaliação
econômica, emitido por empresa especializada, no caso de
bem imóvel registrado em cartório de ofício de registro de
imóveis.
VII – Planta ou mapa de localização e Laudo de avaliação econômica, emitido por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada, no caso de bem imóvel registrado em cartório de ofício de registro de imóveis.
A inclusão visa criar mais uma alternativa, que pode ser menos onerosa para a elaboração desse laudo.
SUBSEÇÃO I
DO PROCESSO DE ALIENAÇÃO POR VENDA
TEXTO/ANEEL TEXTO/INSTITUIÇÃO JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO
Art. 5º A delegatária deverá promover processo de seleção
pública de propostas para venda do bem, de forma a garantir
a publicidade, transparência e igualdade aos interessados,
devendo, para tanto, elaborar e divulgar o edital de seleção de
propostas, que poderá dispor sobre um conjunto de bens a
serem vendidos.
Art. 5º A delegatária, com exceção dos Produtores Independentes e Autoprodutores, deverá promover processo de seleção pública de propostas para venda do bem, de forma a garantir a publicidade, transparência e igualdade aos interessados, devendo, para tanto, elaborar e divulgar o edital de seleção de propostas, que poderá dispor sobre um conjunto de bens a serem vendidos.
Os Produtores Independentes e Autoprodutores pela suas características legais não poderão ser obrigados ao processo proposto devido a falta de previsão legal.
Art. 6º O aviso de seleção pública de propostas deverá ser
publicado, no mínimo por uma vez, em jornal diário de
grande circulação no Estado de situação do bem e também, se
houver, em jornal de circulação no Município ou na região de
situação do bem.
Parágrafo único. O aviso deverá conter a indicação do local
em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do
edital e todas as informações sobre a seleção de propostas,
devendo ser de vinte dias o prazo mínimo para recebimento
de propostas.
Art. 7º Não acudindo interessados na ocasião da primeira
publicação, deve a seleção ser repetida por mais uma vez.
Art. 7º Não acudindo interessados na ocasião da primeira publicação, deve a seleção ser repetida por pelo menos mais uma vez.
Possibilidade da delegatária tentar vender o bem por quantas vezes julgar necessário, até que consiga efetivamente vendê-lo.
SUBSEÇÃO II
TRATAMENTO DO PRODUTO DA ALIENAÇÃO POR VENDA
TEXTO/ANEEL TEXTO/INSTITUIÇÃO JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO
Art. 9º O produto da alienação deverá ser reaplicado na
delegação.
Art. 9º O produto da alienação por venda, deduzido todos os custos decorrentes do processo, deverá ser reaplicado na delegação;
Por justiça, o valor que será reaplicado deve ser descontando dos custos operacionais do processo de venda.
Art. 10 Constituirá Obrigação Especial Vinculada à
Concessão/Permissão/Autorização, nos termos do Manual de
Contabilidade do Setor Elétrico, o resultado positivo
EXCLUIR
Art. 10 Constituirá Obrigação Especial Vinculada à
Concessão/Permissão/Autorização, nos termos do Manual
A exclusão proposta se deve à própria essência das Obrigações Especiais que é
proveniente do valor da venda deduzido do valor apurado
para fins de desativação.
de Contabilidade do Setor Elétrico, o resultado positivo
proveniente do valor da venda deduzido do valor apurado
para fins de desativação.
estritamente financeira, sendo caracterizada quando ocorrem aportes, em dinheiro ou bens, recebidos pela concessionária, realizados por consumidor ou até mesmo por fundos públicos oriundos da União, Estados ou Municípios, sempre vinculada a um ativo físico, conforme consta no Manual de Contabilidade. Não existe OE sem o correspondente ativo. Até porque numa eventual baixa do ativo investido com participação de terceiros, não seria possível baixar a OE correspondente. Em contrapartida, esses montantes de OE são redutores da Base de Remuneração Regulatória de modo que o capital de terceiro, não seja remunerado na tarifa. Desse modo, o resultado positivo da alienação, se considerado como OE reduzindo a tarifa prejudicaria o equilíbrio econômico-financeiro das delegatárias. Para a atividade de geração entendemos a não aplicabilidade dessa
contabilização, uma vez que teria impacto quando da reversão ou devolução dessa delegação.
Art. 11 Constituirá Perda na Alienação de Bens e Direitos,
nos termos do Manual de Contabilidade do Setor Elétrico, o
resultado negativo proveniente do valor da venda deduzido
do valor apurado para fins de desativação.
EXCLUIR
Art. 11 Constituirá Perda na Alienação de Bens e Direitos,
nos termos do Manual de Contabilidade do Setor Elétrico, o
resultado negativo proveniente do valor da venda deduzido
do valor apurado para fins de desativação.
A exclusão proposta visa dar coerência a resolução uma vez que foi proposta a supressão do artigo anterior.
SEÇÃO II
DA ALIENAÇÃO POR DOAÇÃO DE BENS INSERVÍVEIS RETIRADOS
TEXTO/ANEEL TEXTO/INSTITUIÇÃO JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO
Art. 12 É vedada doação do bem vinculado que se tornar
desnecessário, segundo avaliação da delegatária, exceto nos
casos previamente anuídos, conforme disposto nesta
Resolução.
Art. 12 É vedada doação do bem vinculado que se tornar inservível desnecessário, segundo avaliação da delegatária, exceto nos casos previamente anuídos, conforme disposto nesta Resolução.
Adequação de terminologia VIDE “JUSTIFICATIVAS DE ORDEM GERAL”
Art. 13 Fica previamente anuída a doação de bem
desnecessário desde que tenham ocorrido duas tentativas
frustradas de venda, nos termos da Subseção I do Capítulo
III.
Art. 13 Fica previamente anuída a doação de bem inservível desnecessário desde que tenham ocorrido duas tentativas frustradas de venda, nos termos da Subseção I do Capítulo III.
Adequação de terminologia VIDE “JUSTIFICATIVAS DE ORDEM GERAL”
Parágrafo único. A doação de que trata o caput é permitida
exclusivamente para fins e uso de interesse social, devendo o
donatário ser necessariamente entidade da administração
pública federal, estadual ou municipal ou entidade possuidora
de Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social
– CEAS, nos termos do disposto no Decreto nº. 2.536, de 6
de abril de 1998.
Art.14 Para validade da dispensa de anuência prévia
estabelecida no artigo anterior, a delegatária deverá constituir
dossiê, contendo os documentos listados nos incisos I, II, III,
IV, V, VII do art. 4º, do documento comprobatório da doação
e da identificação do donatário, inclusive cópia do CEAS.
INSERIR
SEÇÃO III DA ALIENAÇÃO DE BENS SUCATAS
Art. 15 Fica previamente anuída a alienação, em qualquer modalidade, de sucata, devendo a Delegatária obedecer os procedimentos constantes nos incisos II, III e IV do artigo 4º. Parágrafo Primeiro. Os bens inservíveis serão classificados como sucata, quando perderem a sua característica principal de uso pela modificação estrutural ou química do material (ferrugem, fragmentação e outros). Parágrafo Segundo. O produto da alienação por venda, deduzido todos os custos decorrentes do processo, deverá ser reaplicado na delegação;
A nota técnica, no item 81, refere-se aos bens de sucata, definindo que a alienação de tais bens está definida no Manual de Contabilidade. Ocorre que no manual existe apenas a definição dos procedimentos contábeis sem fazer qualquer referência ao processo de alienação da sucata, portanto é inexorável: i) definição do que vem a ser sucata, ii) definição do processo de alienação de sucata.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
TEXTO/ANEEL TEXTO/INSTITUIÇÃO JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃ
O
Art. 15 As delegatárias ficam obrigadas a manter à disposição
da fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica –
ANEEL, pelo período de cinco anos, os dossiês exigidos por
esta Resolução, que servirão ao exercício do controle a
posteriori.
Art. 16 A avaliação quanto à necessidade e oportunidade da
retirada definitiva do bem e sua venda ocorre por conta e
risco da delegatária e não a exime de suas responsabilidades
quanto à continuidade do serviço público e de exploração da
central geradora bem como não pode ensejar em eventual
pedido de reequilíbrio econômico e financeiro de
concessionárias e permissionárias de serviço público em
decorrência do efeito econômico negativo advindo de perdas
na alienação ou na doação.
Art. 16 A avaliação quanto à necessidade e oportunidade da retirada definitiva do bem e sua alienação venda ocorre por conta e risco da delegatária e não a exime de suas responsabilidades quanto à continuidade do serviço público e de exploração da central geradora bem como não pode ensejar em eventual pedido de reequilíbrio econômico e financeiro de concessionárias e permissionárias de serviço público em decorrência do efeito econômico negativo advindo de perdas na alienação. ou na doação.
Correção de terminologia já que alienação corresponde, nessa resolução, tanto para a venda como para a doação.
Inserir Art. 16-A. Fica previamente anuída a alienação, em qualquer modalidade, inclusive doação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a
Na construção de usinas, as empresas comumente constroem vilas residências no canteiro de obras, que após a entrada em operação comercial, tais vilas acabam sendo doadas para as prefeituras, visando a incorporação ao patrimônio do
categoria de bens reversíveis ao final da concessão, nos termos do inciso II, parágrafo 3º, artigo 17 da Lei 8.666/93
município. Com a nova resolução, os bens das vilas residenciais (imóveis) deverão ser vendidos. Todavia, o único interessado em adquirir a infraestrutura (imóveis, ruas, etc) será o município local, que via de regra, tem baixo orçamento e que somente terá interesse em receber a infraestrutura da vila em doação. Sendo assim, não será possível proceder a transferência do bem imóvel, gerando ônus desnecessário para a concessão. Ademais o inciso II, parágrafo 3º, artigo 17 da Lei 8.666/93 possibilita a alienação (em qualquer modalidade, inclusive doação) “aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão".
Inserir Mesmo que a Procuradoria já
Art. 16 - B A ANEEL terá o prazo de 60 dias para decidir sobre os casos de alienação submetidos à ela pelas Delegatárias.
tenha decidido que a Administração Pública não pode aprovar por omissão, é importante sinalizar um prazo para que a ANEEL possa decidir sobre os processos submetidos.
Inserir Art. 16 - C. Fica previamente anuída a permuta de bens inservíveis por novos bens, com os respectivos fornecedores.
É bastante comum as delegatárias fazerem permuta de cabos de alumínio e cobre, transformadores avariados, carros velhos com os respectivos fornecedores dos produtos, mediante abatimento no valor do produto novo. Em algumas situações, as delegatárias fornecem uma determinada quantidade de kg de alumínio e cobre, e recebem um percentual de cabos novos, mediante permuta de material. A permuta de bens avariados com os fornecedores trás inúmeras vantagens, além do desconto na aquisição do material novo, não realimenta a indústria de furto de cabos, pois é muito comum o cabo furtado ser “legalizado” com o cabo velho adquirido das delegatárias. Com a nova resolução, esse procedimento estará inviabilizado, obrigando
a delegatária a ofertar o bem inservível em processos públicos de venda.
Art. 17 O disposto nesta Resolução não exime o
cumprimento pelas delegatárias das demais normas setoriais.
Art. 18 Esta Resolução não se aplica a alienação de Bens da
União sob Administração – BUSA, para os quais deve ser
respeitada a legislação específica.
Art. 19 Revoga-se a Resolução ANEEL nº 20, de 3 de
fevereiro de 1999, bem como as disposições contrárias
contidas nos contratos de concessão e de permissão vigentes.
Art. 20 Esta Resolução entra em vigor em trinta dias a contar
da data de sua publicação oficial.
Art. 20 Esta Resolução entra em vigor em trinta dias a contar da data de sua publicação oficial, aplicando-se a Resolução nº 20/1999 para os processos de alienação iniciados antes da sua vigência.
Como os processos de alienação são formais, principalmente para as empresas estatais, no caso da mudança da norma, aplica-se a norma antiga para aqueles processos que iniciaram na sua vigência.