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GESIANE FERREIRA TRABALHO DE FARMACOTÉCNICA II CONTROLE DE QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA EM FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO DE ACORDO COM A RDC VINGENTE.

CONTROLE DE QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA EM FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO DE ACORDO COM A RDC VINGENTE

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TRABALHO DE FARMACOTÉCNICA IICONTROLE DE QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA EM FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO DE ACORDO COM A RDC VINGENTE.

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GESIANE FERREIRA

TRABALHO DE FARMACOTÉCNICA IICONTROLE DE QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA EM FARMÁCIA DE

MANIPULAÇÃO DE ACORDO COM A RDC VINGENTE.

UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – IPATINGA2010

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GESIANE FERREIRA

CONTROLE DE QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA EM FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO DE ACORDO COM A RDC VINGENTE.

Trabalho apresentado à Professora Andressa Delziovo, no dia 18 de Outubro de 2010, como exigência do Curso de graduação em Farmácia, da Universidade Presidente Antônio Carlos –Ipatinga

UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – IPATINGA2010

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Equipamentos necessários para os processos de Controle de Qualidade em medicamentos

manipulados...............................................................................................................................................12

Tabela 2. Vidrarias e materiais utilizados para os procedimentos de controle de qualidade de produtos

manipulados...............................................................................................................................................12

Tabela 3. Número de identificação das cápsulas gelatinosas e sua respectiva capacidade.......................20

Tabela 4. Desvio máximo permitido em relação ao volume declarado.....................................................25

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RESUMO

As farmácias de manipulação atendem boa parte da população, principalmente pelos preços

acessíveis e a possibilidade de tratamento individualizado.

A farmácia deve assegurar a qualidade físico-química e microbiológica de todos os produtos

e garantir a integridade do medicamento e seus possíveis resultados ao cliente. Para isso, é

necessário o controle da qualidade de todas as formas farmacêuticas produzidas pelas farmácias de

manipulação. Os métodos de avaliação são ditos pelas monografias oficiais e métodos gerais inscritos

nos compêndios reconhecidos pela ANVISA.

As RDC n° 33/2000; RDC n° 354/2003; RDC n° 214/2006 e RDC n° 67/2007 trouxeram para o

laboratório da farmácia as mesmas exigências da indústria. Além de procedimentos padronizados,

gestão da qualidade, o monitoramente de processos, mais rigor no controle de qualidade e

treinamento de colaboradores.

As análises química, físicas e microbiológicas, são realizadas na própria farmácia, porém

algumas, devido ao grau de complexidade, podem ser terceirizadas.

Os resultados de todas as análises correspondentes ao controle da qualidade do produto

manipulado são encaminhados ao farmacêutico responsável que deve proceder conforme as

metodologias aplicadas aos Procedimentos Operacionais Padrão, afim de avaliar a possibilidade de

liberação, ou não, do material ou medicamento a ser dispensado.

Palavras-chave: controle de qualidade; físico-químios; microbiológicos; farmácia de manipulação.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................5

REQUISITOS PARA EFETUAÇÃO DO CONTROLE DE QUALIDADE.............................................................6

CARACTERES ORGANOLÉPTICOS DE MATÉRIAS-PRIMAS........................................................................7

CONTROLE DE QUALIDADE DOS MEDICAMENTOS MANIPULADOS........................................................9

CONTROLE DE QUALIDADE DE MEDICAMENTOS ESTÉREIS...................................................................10

CONTROLE DE QUALIDADE DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS......................................................10

CRITÉRIOS PARA A DETERMINAÇÃO DOS TESTES DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS

MANIPULADOS......................................................................................................................................11

QUANTIDADE DA AMOSTRA..................................................................................................................13

ANÁLISE DE PRODUTOS INDIVIDUALIZADOS.........................................................................................13

Sistema de rodízio ................................................................................................................................14

PRODUTO DESTINADO AO ESTOQUE MÍNIMO......................................................................................14

AMOSTRAGEM DO PRODUTO MANIPULADO........................................................................................15

PRINCIPAIS MÉTODOS ANALÍTICOS.......................................................................................................15

Métodos químicos.................................................................................................................................15

Métodos físicos......................................................................................................................................16

Métodos biológicos...............................................................................................................................16

Ensaios microbiológicos de antibióticos................................................................................................16

Ensaio microbiológico por difusão em Agar..........................................................................................17

Preparação do inócuo ...........................................................................................................................17

preparação da suspensão .....................................................................................................................18

padronização da suspensão ..................................................................................................................18

ENSAIOS DE ESTABILIDADE DE MEDICAMENTOS .................................................................................19

MÉTODOS DE ENSAIOS PARA CÁPSULAS GELATINOSAS...................................................................... 20

Peso e Capacidade das cápsulas ...........................................................................................................20

Dissolução ou desagregação das cápsulas ............................................................................................21

MÉTODOS DE ANÁLISE DAS EMULSÕES ...............................................................................................21

Teor em água das emulsões .................................................................................................................21

Teor de gordura total das emulsões .....................................................................................................21

pH das emulsões ...................................................................................................................................21

Estabilidade das emulsões ....................................................................................................................21

Viscosidade das emulsões ....................................................................................................................22

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ENSAIOS PARA DETERMINAR O TIPO DE EMULSÃO (O/A OU A/O) ......................................................22

Ensaio de diluição .................................................................................................................................22

FORMAS FARMACÊUTICAS PARA USO EXTERNO ..................................................................................22

Identificação e dosagem dos princípios ativos das formas farmacêuticas para uso externo ...............24

XAROPES ...............................................................................................................................................24

Ensaios físicos dos xaropes ...................................................................................................................24

Ensaios químicos dos xaropes ..............................................................................................................25

CO-RELAÇÃO ENTRE O TAMIS (NÚMERO DE FIOS E NÚMERO DE MALHAS) X DIÂMETRO DOS

PUNÇÕES X PESO DOS COMPRIMIDOS, NUMA GRANULAÇÃO ÚMIDA................................................26

CALIBRAÇÃO DE GOTAS.........................................................................................................................26

INFRAÇÕES QUE COMPROMETEM O CONTROLE DA QUALIDADE DOS PRODUTOS MANIPULADOS....26

CONTEÚDO DOS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA A PRODUÇÃO E CONTROLE DA QUALIDADE DOS

MEDICAMENTOS...................................................................................................................................27

Fórmula-Mestre ....................................................................................................................................27

PRINCIPAIS ASPECTOS PARA GARANTIR A UNIFORMIDADE DE UM MEDICAMENTO LOTE A LOTE

DURANTE UM PROCESSO DE PRODUÇÃO.............................................................................................28

Fórmula do lote padrão ........................................................................................................................28

Protocolos de produção........................................................................................................................28

Protocolos do produto acabado, embalagem...................................................................................... 29

Especificações do produto ....................................................................................................................29

Protocolo de amostragem ....................................................................................................................29

Protocolos de Controle de Qualidade ...................................................................................................29

CONCLUSÃO..........................................................................................................................................30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................................31

ANEXOS.................................................................................................................................................32

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INTRODUÇÃO

As farmácias de manipulação atendem boa parte da população, principalmente pelos preços

acessíveis e a possibilidade de tratamento individualizado (FERREIRA, 2000). Considerando que a

manipulação de medicamentos é o método tradicional de preparo de medicamentos

individualizados, é indispensável a determinação periódica dos processos de farmacovigilância para

garantir a integridade do medicamento e seus possíveis resultados ao cliente. Por isso, a

investigação de todas as formas farmacêuticas produzidas pelas farmácias de manipulação e a

avaliação da segurança quanto a utilização estão previstas de regulamentas sob a lei.

No ano de 2000, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou a RDC n° 33 de

19 de abril de 2000 trazendo o Manual de Boas Praticas de Manipulação. Em 2003, nova resolução é

publicada, a RDC n° 354 de 18 de dezembro de 2003, que estabelece critérios adicionais de boas

práticas de manipulação em farmácias, como a manipulação de produtos farmacêuticos, em todas as

formas farmacêuticas, de uso interno que contenham substâncias de baixo índice terapêutico. As

RDC n° 214/2006 e RDC n° 67/2007 trouxeram para o laboratório da farmácia as mesmas exigências

da indústria. Além de procedimentos padronizados, gestão da qualidade, monitoramente de

processos, mais rigor no controle de qualidade e treinamento de colaboradores. (SBCC, 2009)

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REQUISITOS PARA EFETUAÇÃO DO CONTROLE DE QUALIDADE

A farmácia deve contar com profissional capacitado e habilitado para as atividades de controle

de qualidade e dispor de recursos adequados que assegurem confiabilidade e efetividade de todas as

providências relativas à qualidade dos produtos. (BRASIL,2006)

Os responsáveis pela supervisão da produção e pelo Controle da Qualidade de produtos

farmacêuticos deverão possuir as qualificações de escolaridade científica e as experiências exigidas

pela legislação nacional, que inclui o estudo (escolaridade) nas áreas de química, bioquímica,

engenharia química, microbiologia, ciências farmacêuticas e tecnologia, farmacologia e toxicologia,

fisiologia ou outras ciências correlatas. Além disso, devem possuir experiência prática na produção e

no controle de qualidade de produtos farmacêuticos. Estes profissionais exercem em conjunto

determinadas atividades relativas à qualidade, que dependendo dos regulamentos poderão incluir:

· Autorização de procedimentos escritos e outros documentos.

· Monitoramento e o controle de produção.

· Higiene.

· Validação de processos e a calibração de instrumentos analíticos.

· Treinamento, incluindo a aplicação dos princípios de garantia da qualidade.

· Aprovação e o monitoramento de fornecedores de materiais e dos fabricantes contratados.

· A designação e o monitoramento de condições de armazenamento de materiais e produtos.

· A retenção dos registros.

· O monitoramento das exigências prévias nas BPF.

· A inspeção, a investigação e a amostragem de modo a monitorar fatores que possam afetar a

qualidade do produto. (BRANDÃO, 2010)

O Responsável pelo Departamento do Controle da Qualidade detém as seguintes

responsabilidades:

· Aprovar ou reprovar as matérias-primas, os materiais de embalagem e os produtos intermediários,

à granel e produtos acabados.

· Avaliar que sejam realizados todos os testes necessários.

· Aprovar as instruções para amostragem, as especificações, as metodologias analíticas e demais

procedimentos de controle de qualidade.

· Aprovar e monitorar as análises realizadas previstas em contrato.

· Verificar as manutenções do departamento, das instalações e dos equipamentos de controle.

· Garantir que sejam feitas as validações apropriadas, inclusive a validação dos procedimentos

analíticos e a calibração dos equipamentos de controle.

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· Garantir que sejam realizados os treinamentos iniciais e contínuos do pessoal responsável pelo

controle da qualidade. (BRANDÃO, 2010)

A área ou sala destinada ao Controle da Qualidade deve dispor de pessoal suficiente e estar

equipada para realizar as análises legalmente estabelecidas.

Deve haver instalações, instrumentos e equipamentos adequados, procedimentos

operacionais padrão aprovados para a realização de amostragem, inspeção e ensaios dos insumos

farmacêuticos e dos materiais de embalagem, além do monitoramento das condições ambientais das

áreas envolvidas no processo. (BRASIL,2006)

As especificações e as respectivas referências farmacopeicas, Codex ou outras fontes de

consultas, oficialmente reconhecidas, devem estar disponíveis no estabelecimento. Na ausência de

monografia oficial e métodos gerais inscritos nos compêndios reconhecidos pela ANVISA, conforme

RDC n° 79/03 e suas atualizações, os ensaios devem ser realizados com base nas especificações e

metodologias fornecidas pelo fabricante, desde que devidamente validadas (ver Anexo I).

(BRASIL,2006)(ver Anexo II)

Os equipamentos utilizados no laboratório de controle de qualidade devem ser submetidos à

manutenção preventiva e corretiva, quando necessário, de acordo com um programa documentado

e obedecendo aos procedimentos operacionais escritos. (BRASIL, 2006)

Todos os utensílios utilizados no processo de amostragem que entrarem em contato com os

materiais devem estar limpos, sanitizados e guardados em locais apropriados. (BRASIL, 2006)

A reanálise das matérias-primas, quando realizada, deve ocorrer dentro de seus prazos de

validade, contemplando todos os itens que comprovem sua especificação e que garantem o seu teor,

pureza e integridade. (BRASIL,2006)

As Boas práticas de manipulação em farmácias (BPMF) estabelecem para as farmácias os

requisitos mínimos para a aquisição e controle de qualidade da matéria-prima, armazenamento,

manipulação, fracionamento, conservação, transporte e dispensação de preparações magistrais e

oficinais, obrigatórios à habilitação de farmácias públicas ou privadas ao exercício dessas atividades.

A farmácia deve assegurar a qualidade físico-química e microbiológica (quando aplicável) de

todos os produtos reembalados, reconstituiídos, diluídos, adicionados, misturados ou de alguma

forma manuseados antes da sua dispensação. (BRASIL,2006)

CARACTERES ORGANOLÉPTICOS DE MATÉRIAS-PRIMAS

Esta análise tem como objetivo assegurar a conferências dos caracteres organolépticos da

matéria-prima.

Os insumos utilizados são: papel branco não poroso, fita de papel filtro, amostra.

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Também outros equipamentos como: exaustor de pós, balança. Espátula de metal, tubos de

ensaio, estantes para tubos de ensaio. (FERREIRA, 2002)

O técnico do laboratório de controle de qualidade tem a responsabilidade em efetuar as

análises, e estas devem ocorrer dentro da área que abrange o laboratório de controle de qualidade.

Todos os procedimentos efetuados são registrados no Laudo analítico interno da matéria-

prima. (FERREIRA, 2002)

O procedimento para matérias-primas sólidas seguem com o exaustor de pós em

funcionamento e com o auxílio de uma espátula retira-se uma pequena quantidade da matéria-prima

a ser analisada (aproximadamente 0,1 g). (FERREIRA, 2002)

Esta amostra é espelhada uniformemente sobre um pedaço de papel branco não poroso para

que os seguintes aspectos sejam analisados:

Aspecto físico: observa-se a aparência da amostra. O pó pode ser amorfo ou cristalino.

Cor: em um local iluminado, comparar a amostra com uma amostra padrão observando se a

coloração das duas amostras é a mesma.

Odor: utilizando a mão, levar o ar que está sobre a amostra, ao nariz. Pode ser classificada

como odor característico ou inodoro.

Sabor: degustar uma pequena porção da substância em análise, lembrado que, só deve ser

efetuado quando indicado na monografia farmacopéica. (FERREIRA, 2002)

Para matérias-primas líquidas são utilizados 2 mL da amostra para em um tubo de ensaio

limpo e seco.

Os aspectos que são observados são:

Aspectos físicos: observa-se se existe presença ou não de resíduos, o grau de turvação e a

separação de fases.

Cor: colocar o tubo de ensaio na linha dos olhos, transversalmente, contra um fundo branco.

Comparar a amostra com uma amostra padrão, ou por métodos colorimétricos. A técnica é realizada

preferencialmente em tubos de comparação de cores rigorosamente iguais, possibilitando assegurar

que a solução de referência colorimétrica e a substância testada sejam tratadas similarmente em

todos os aspectos. A comparação de cores será mais bem realizada em camadas de iguais

profundidades e deve ser realizada preferencialmente a 25°C.

Odor: deve ser realizado somente quando solicitado na monografia farmacopéica. Para

verificar o odor de essências, embeber uma fita de papel filtro como produto, esperar secar

levemente e logo em seguida, cheirar a fira, comparando som seu aroma padrão. É importante não

realizar o teste de várias essências ao mesmo tempo devido à possibilidade de mistura de odores,

dificultando a identificação. (FERREIRA, 2002)

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Sabor: deve ser realizado somente quando solicitado na monografia farmacopéica. Degustar

uma pequena porção da substância a ser analisada.

Todas as observações devem ser registradas no Laudo Analítico interno da matéria-prima e

proceder com os outros testes de controle de qualidade com a quantidade de amostra restante.

(FERREIRA, 2002)

CONTROLE DE QUALIDADE DOS MEDICAMENTOS MANIPULADOS

Para a determinação do controle da qualidade dos produtos manipulados em farmácias,

devem ser realizados, no mínimo, os seguintes ensaios, de acordo com a Farmacopéia Brasileira ou

outro Compendio Oficial reconhecido pela ANVISA, em todas as fórmulas manipuladas:

Formas Farmacêuticas Ensaios

Sólidas Descrição, aspectos, caracteres organolépticos,

peso médio. Devem ser calculados o desvio

padrão e o coeficiente de variação em relação

ao peso médio.

Semi-sólidas descrição, aspecto, caracteres organolépticos,

pH (quando aplicável), peso.

Líquidas não-estéreis descrição, aspecto, caracteres organolépticos,

pH, peso ou volume antes do envase.

Fonte: BRASIL, 2006

Destes, são de responsabilidade exclusiva do laboratório de controle de qualidade pertencente

à farmácia os seguintes ensaios: pH, peso, volume, densidade, solubilidade, ponto de fusão,

viscosidade, caracteres organolépticos, avaliação do laudo. (ver Anexo I)

Os ensaios que podem ser terceirizados são: dosagem de teor do princípio ativo, análises

microbiológicas.

Os resultados dos ensaios devem ser registrados na ordem de manipulação, junto com as

demais informações do medicamento manipulado. O farmacêutico deve avaliar os resultados,

aprovando ou não o medicamento para a dispensação. (BRASIL, 2006) Ainda, os resultados de todas

as análises devem ser registrados e arquivados no estabelecimento à disposição da Autoridade

Sanitária, por no mínimo 2 (dois) anos. (BRASIL, 2006)

CONTROLE DE QUALIDADE DE MEDICAMENTOS ESTÉREIS

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As matérias-primas utilizadas na preparação de produtos estéreis devem ser submetidas aos

ensaios farmacopeicos completos, incluindo identificação, quantificação (teor), impurezas e

determinação da biocarga. Estes testes podem ser executados por laboratórios de controle de

qualidade terceirizados. (BRASIL, 2006)

O produto estéril pronto para o uso deve ser submetido, além dos previstos no para os

medicamentos não estéreis, aos seguintes controles:

- Inspeção visual de 100% das amostras: para verificar a integridade física da embalagem,

ausência de partículas estranhas, precipitações e separação de fases;

- Verificação da exatidão das informações do rótulo;

- Teste de esterilidade;

- Teste de endotoxicinas bacterianas, exceto para os produtos oftálmicos.

As amostras para o teste de esterilidade devem ser retiradas, segundo técnicas de

amostragem que assegurem a representatividade da amostra, a cada ciclo de esterilização.

Todas as análises realizadas devem ser registradas.

Ficam dispensadas dos testes de esterilidade e de endotoxinas bacterianas toda preparação

estéril, obtida por reconstituição, transferência, incorporação ou fracionamento de especialidades

farmacêuticas estéreis, com prazo de utilização de 48 horas e nos casos de administração prolongada

(dispositivos de infusão portáteis), desde que a infusão inicia até 30 horas após o preparo, em

serviços de saúde. (BRASIL, 2006)

CONTROLE DE QUALIDADE DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS

A farmácia deve avaliar os insumos inertes das preparações homeopáticas conforme os itens

de controle descritos para os insumos de preparações alopáticas.

O controle de qualidade dos insumos ativos será estabelecido, respeitando as peculiaridades

das preparações homeopáticas. (BRASIL, 2006)

Os insumos ativos para os quais existem métodos de controle de qualidade devem ser

adquiridos acompanhados dos respectivos certificados de análise. E para os insumos ativos, os quais

não existem métodos de controle de qualidade, devem ser adquiridos acompanhados da respectiva

descrição de preparo. (BRASL, 2006)

Devem ser realizadas análises microbiológicas das matrizes do estoque existente, por

amostragem representativa, mantendo-se os registros. (BRASL, 2006)

A farmácia pode, por meio de processos controlados e registrados, determinar a periodicidade

adequada para as análises de forma a garantir a qualidade de suas matrizes. (BRASL, 2006)

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CRITÉRIOS PARA A DETERMINAÇÃO DOS TESTES DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS

MANIPULADOS.

Estes critérios têm como finalidade determinar quais os testes deverão ser realizados durante

o controle de qualidade do produto manipulado. Para a efetuação destes testes são necessários: as

embalagens com o produto a ser avaliado e o Laudo Analítico do Produto Manipulado e são

desenvolvidos na área específica para conferências.

O procedimento do teste do controle de qualidade é realizado pelo responsável denominado

como conferente, e este deve estar previamente paramentado conforme o POP e pode ser realizado

no laboratório de CQ ou na área de quarentena. (FERREIRA, 2002)

Os documentos requisitados para a realização do controle de qualidade dos produtos

manipulados são:

POP – caracteres organolépticos de produtos Manipulados;

POP – determinação de pH através de fitas de pH

POP – Uniformidade do peso de Formas farmacêuticas sólidas em dose unitária

POP – confirmação do peso do produto manipulado ou

POP – confirmação do volume de produto manipulado

POP – determinação da viscosidade

POP – calibração de gotas

POP – determinação do grau ou teor alcoólico

POP – determinação da densidade relativa ou POP – determinação da densidade compactada

Laudo Analítico do produto manipulado

POP – descarte de resíduos

Os equipamentos necessários para o funcionamento do controle da qualidade de

medicamentos estão alistados a seguir:

Tabela 1. Equipamentos necessários para os processos de Controle de Qualidade em

medicamentos manipulados.

Balança analítica

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Banho-maria com refrigeração e aquecimento

Banho ultrassônico

Placa de aquecimento

Secador

Friabrilômetro

Aparelho para desintegração

Agitador para frascos

Aparelho de dissolução

Sistema de desaeração a vácuo

Espectrofotômetro UV/ VI

Cromatógrafo líquido de alta pressão

Espectrofotômetro de absorção atômica

Conjunto completo para cromatografia “TLC”

Equipamento para eletroforeses

Polarímetro digital

Titulador automático

Refratômetro

Aparelho para detectar ponto de fusão e ponto de

ebulição

Analisador de íons seletivos

Evaporador rotatório

Bureta

Potenciômetro

Fotômetro de chama

Estufa

Estufa à vácuo

Desumidificador

Cabine climática para testes com temperatura e

umidade variável

Calculadora eletrônica de mesa

Viscosímetro

Densímetro

Microscópio

Sistema de água deionizada ou destilada

Capela

Fluxo laminar

Geladeira

Liquidificador industrial

Centrífuca

Picnômetro

Fonte: BRANDÃO, 2010

Tabela 2. Vidrarias e materiais utilizados para os procedimentos de controle de qualidade de

produtos manipulados.

Cuba para armazenar água

Bureta

Balão volumétrico

Pipeta

Bastão de vidro

Proveta

Câmera e placa cromatográfica

Gral e pistilo

Papel de filtro

Erlemayer

Piceti

Funil

Ktasato

Bomba de vácuo

Cadinho

Forno microondas

Espátula

Reagente

SQR (padrões)

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Fonte: BRANDÃO, 2010

A determinação da densidade compactada deve ser feita em casos de forma farmacêutica em

pó. Já a densidade relativa deve ser realizada para as formas farmacêuticas líquidas.

As análises que podem ser terceirizadas: Teor de princípio ativo; Uniformidade de conteúdo;

Dissolução; Pureza microbiológica.

Para dar início à atividade, preenche-se o Laudo Analítico do Produto Manipulado com os

dados das formulações e se o manipulado for um produto intermediário destinado ao estoque, que

requeira correções para o preparo de produtos acabados, deve-se determinar o fator de correção ou

equivalência e anotar o valor no Laudo.

Se houver na Ficha de Produção algum tipo de análise específico indicado e quantidade de

amostra a ser utilizada no controle de qualidade daquele produto manipulado, estes devem ser

transcritos para o laudo. Porém, se nenhuma especificação estiver indicada, o conferente determina

quais análises deverão ser realizadas dependendo do produtor ser um produto individualizado ou um

produto destinado ao estoque mínimo. Do mesmo modo, se a quantidade de amostra não estiver

indicada, o conferente o determinará. (FERREIRA, 2002)

QUANTIDADE DA AMOSTRA

É importante lembrar que a quantidade da amostra deve ser suficiente para a utilização em

todas as análises solicitadas. Para produtos destinados ao estoque, incluindo as bases galênicas, a

Resolução RDC n° 67/2007 determina que a farmácia deva manter amostra de referência de cada

lote de estoque mínimopreparado, por até 4 (quatro) meses após o vencimento do medicamento ou

da base galênica, e que a quantidade de amostra mantida deve ser suficiente para a realização de

duas análises completas. Sendo assim, quando o produto é destinado ao estoque mínimo, deve-se

tomar nota do recolhimento de amostra suficiente para a realização das análises imediatas e outras

duas análises completas a serem feitas posteriormente. (FERREIRA, 2002)

ANÁLISE DE PRODUTOS INDIVIDUALIZADOS

Formas farmacêuticas sólidas (cápsulas, supositórios ou saches) serão submetidas às análises

de aspecto, cor, odor, sabor e uniformidade de peso.

As formas em pós serão analisadas por seu aspecto, cor, odor, sabor e peso/volume.

Formas farmacêuticas líquidas ou semi-sólida: análises de aspecto, cor, odor, sabor, pH e

peso/volume. (FERREIRA, 2002)

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Produto de baixo índice terapêutico para uso interno, assinalar trimestralmente, no Laudo

Analítico do Produto Manipulado aplicável e abranger o maior número de análises possível.

(FERREIRA, 2002)

Sistema de rodízio

É necessária a realização de todas as análises possíveis a cada três meses em um sistema de

rodízio, assim, um produto deve ser selecionado para monitorar o processo. É interessante escolher

diferentes manipuladores, quando possível, diferentes fármacos, dosagens e formas farmacêuticas e

dar a preferência às fórmulas cuja unidade farmacotécnica contenha fármacos em quantidade igual

ou superior a vinte e cinco miligramas. (BRASIL, 2006; FERREIRA, 2002)

PRODUTO DESTINADO AO ESTOQUE MÍNIMO

Os produtos de forma farmacêutica sólida (cápsulas, supositórios ou saches) exceto pós:

submetem-se a análises de caracteres organolépticos, uniformidade de peso, teor de princípio ativo,

dissolução e pureza microbiológica.

As Formas em Pós submetem-se a análises de aspecto, cor, odor, sabor, peso/volume,

densidade, teor do princípio ativo, uniformidade do conteúdo e pureza microbiológica.

Produto líquido destinado ao estoque são avaliados em seu aspecto, cor, odor, sabor, pH,

peso/volume, calibração de gotas, densidade, teor do princípio ativo e pureza microbiológica.

Produto semi-sólido destinado ao estoque, mas que não seja uma base galênica, submetem-se

a análises de aspecto, cor, odor, sabor, pH, peso/volume, viscosidade, teor do princípio ativo e

pureza microbiológica. (FERREIRA, 2002)

Caso o produto seja uma base galência aplicam-se as análises de aspecto, cor, odor, sabor, pH,

peso/volume, viscosidade e, mensalmente, escolher uma base para realizar a análise da pureza

microbiológica. Para a análise de pureza microbiológica, devem ser contemplados diferentes

manipuladores e bases galências, em sistema de rodízio, sendo que todos os tipos de base devem ser

analisados anualmente. (FERREIRA, 2002)

Para maiores esclarecimentos aos dados fornecidos acima:

- A determinação do teor alcoólico só é aplicável quando o produto manipulado for uma

solução alcoólica.

- A análise de uniformidade de conteúdo só é necessária quando o pó for uma substância

diluída.

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- Não se deve realizar a análise de sabor quando o produtor não é comestível ou que contenha

algum princípio ativo.

- Não se deve realizar a análise de odor em casos de produtos que não possam ser inalados.

Quando o produto manipulado é encaminhado às análises terceirizadas, o Laudo Analítico do

Produto Manipulado e a embalagem contendo o produto devem ser enviados, sem lacrar para o

laboratório de qualidade (ver ANEXO III). A documentação referente à formulação, exceto o Laudo,

deve permanecer na Área de Conferência. (FERREIRA, 2002)

AMOSTRAGEM DO PRODUTO MANIPULADO

No laboratório de Controle de Qualidade, o técnico do laboratório, previamente paramentado

conforme POP para a área limpa, deve receber a embalagem que contém o produto e o Laudo

Analítico do Produto Manipulado. No laudo verifica-se a quantidade de amostra que deve ser

coletada ou quantidade de unidades determinada e adicionar em um béquer. Ou ainda, quando o

produto for líquido, a quantidade é determinada em mililitros e a amostra deve ser medida em um

cálice. Caso seja um pó, um produto semi-sólido ou mesmo um líquido, cuja quantidade de amostra

esteja determinada em gramas no Laudo, pesar a amostra com o auxílio de um béquer, espátula ou

bastão de vidro para transferir o produto para o béquer.

Quando o produto é destinado ao estoque, a amostra deve ser acondicionada em uma

embalagem com tampa e rotulada com o número da ordem de serviço, data da manipulação e data

de validade do produto. A embalagem deve receber uma etiqueta com a especificação “amostrado”

indicando que foi recolhida amostra do produto. (FERREIRA, 2002)

Caso a análise comprometa a integridade da amostra, esta é descartada conforme Pop-

descarte de resíduos. Porém, se não houver comprometimento da amostra, ela pode ser devolvida

para a embalagem de dispensação.

As análises a serem realizadas na própria farmácia, prosseguem as orientações do Laudo, mas

se as análises forem terceirizadas, a amostra é acondicionada da maneira como especifica o

laboratório destinatário (ver Anexo III). E neste caso, o produto restante é rotulado (ver Anexo IV) e

encaminhado para a área de Quarentena do Produto Manipulado até o recebimento dos resultados

das análises e permanece até que o farmacêutico autorize ou não a dispensação. Quando os

resultados chegam à farmácia, o Laudo segue para o Departamento Farmacêutico, onde o

farmacêutico procede conforme POP- Avaliação dos Resultados das Análises de controle de

Qualidade. (FERREIRA, 2002)

PRINCIPAIS MÉTODOS ANALÍTICOS

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Métodos químicos

São métodos resultantes de um processo de transformação química, descritos pela maioria das

farmacopéias oficiais, por serem os mais acessíveis e de menor custo. (BRANDÃO, 2010)

Classificam-se em: gravimétrico, volumétrico e gasométrico.

Os métodos químicos de identificação de funcões ou determinados grupos químicos presentes

em fármacos, consistem em reações que resultam em formação de precipitado, produto colorido,

desprendimento de gás, descoramento de reagente usado ou outro fenômeno qualquer, facilmente

perceptível. (BRANDÃO, 2010)

Estes ensaios não são aplicáveis em uma mistura de fármacos.

Métodos físicos

São aqueles descritos pela ciência básica. Classificam-se em:

Mecânicos – medição de energia e força

Térmicos – medição de temperatura

Ópticos- medição de energia radiante (absorção, transformação e emissão)

Elétricos – medição de fenômenos eletroquímicos

Radioquímicos – medição de radioatividade

Métodos biológicos

São utilizados para medir a potência e/ou atividade de um medicamento, por exemplo, grau

de inibição de um agente microbiano. A característica dos reagentes biológicos é a sua variabilidade.

Para que seja possível estudá-los é necessário o emprego de padrões de referências adequados e

métodos estatísticos dos experimentos, bem como uma criteriosa análise de resultados. (BRANDÃO,

2010)

Ensaios microbiológicos de antibióticos

São ensaios que determinam a potência e atividade de um antibiótico, comparando a dose que

inibe o crescimento de microrganismo sensível, com a dose da preparação padrão do antibiótico, que

produz inibição similar.

Medidas a serem adotadas ao desenvolver os ensaios microbiológicos dos antibióticos

Todo material deve ser adequado para o uso pretendido e deve ser limpo, após cada

utilização, para remover qualquer vestígio de antibiótico.

O material deve permanecer coberto quando não estiver em uso.

A vidraria utilizada com o trabalho deve ser esterelizada em estufa entre 200 e 220° C por um

período de 2 horas.

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Na diluição da solução padrão amostra, empregar frascos volumétricos, pipetas ou

equipamentos calibrados.

Para dessecação de substâncias antibióticas, usar os procedimentos indicados nos métodos de

ensaio microbiológico e, para amostra, o método especificado para casa antibiótico na respectiva

monografia. (BRANDÃO, 2010)

Ensaio microbiológico por difusão em agar

O volume de inócuo a ser adicionado a cada 100 mL de meio de cultura deve ser determinado

experimentalmente. Entretanto como referência inicial, sugere-se quantidade de inócuo a ser

adicionado por 100 mL de meio.

Distribuir o Agar uniformemente nas placas que devem estar em superfície nivelada. Após o

endurecimento do Agar, tampar as placas. Adicionar o volume de inócuo determinado para

quantidade apropriada de meio de cultura que tenha fundido e resfriado entre 48 e 50/ C. agitar o

frasco, por rotação, para obter uma mistura homogênea e adicionar a quantidade do meio inoculado

em cada placa de Petri, contendo a camada de base não inoculada. Espalhar uniformemente a

camada, tampar as placas e permitir o seu endurecimento sobre a superfície plana. Após o

endurecimento colocar seis cilindros de aço inoxidável, com diâmetro externo de 8 mm, diâmetro

interno de 6mm e comprimento de 10mm, sobre a superfície de Agar inoculado, de maneira que

formem entre si um ângulo de 60° e um raio de 2,8 cm. Para assegurar a validade do ensaio, usar

pelo menos três diferentes doses da substância analisada. (BRANDÃO, 2010)

Preparação do inócuo

Microorganimos recomendados

· Staphylococcus aureus (ATCC6538 P);

· Micrococcus luteus (ATCC7468);

· Micrococcus luteus (ATCC9341);

· Staphylococcus epi ermidis (ATCC12228);

· Saccharomyces cerevisiae(ATCC9763);

· Bordetella bronchiseptica (ATCC4617);

· Bacillus cereus var.mycoides (ATCC17778);

· Bacillus subtilis (ATCC6633);

· Klebsiella pneumonieae (ATCC10031);

· Escherichia coli (ATCC10536);

· Streptococcus faecium (ATCC10541);

· Micrococcus luteus (ATCC(10240);

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· Microsporum gypseum (ATCC14683);

. Saccharomycis cerevisiae (ATCC 2601);

· Micrococcus flavus resistente a neomicina(ATCC14452);

· Pseudomonas aeruginosa (ATCC25619);

· Mycobacterium smegmatis (ATCC607);

· Luteus;

· Staphilococcus epidermis;

· Bordatella bronchiseptica;

· Bacillus subtilis;

· Klebsiella pneumoniae;

· Escherichia coli;

· Pseudomonas aeruginosa.

Preparação da suspensão

Manter o microorganismo em tubos contendo 10mL do meio de cultura n° 1 inclinado. Incubar

o tubo a 32-35ºC empregando 3mL da solução fisiológica estéril , transferir a cultura crescida sobre o

meio do tubo inclinado. Para maior superfície do ágar, como em frasco de Roux contendo 250mL do

mL do meio de cultura n° 1. Incubar o frasco de Rhoux a 32-35ºC. Lavar a cultura resultante na

superfície do meio com 50mL de solução fisiológica estéril. (BRANDÃO, 2010)

Padronização da suspensão

Diluir a suspensão preparada, com solução fisiológica estéril, de modo a obter a transmitância

de 25% no comprimento de onda de 580nm, empregando colorímetro adequado e tubos de ensaio

com 13mm de diâmetro como cuba de absorção.

Determinar a quantidade de suspensão a ser adicionado a cada 100mL de ágar ou caldo

nutriente para zonas de inibição claras e definidas ou relação satisfatória dose-resposta no método

turbimétrico.

O inócuo dos microorganismos submetidos a este procedimento pode ser estocado à

temperatura de 4°C, respectivamente, por períodos de 1 semana, 2 semanas e 6 meses.

Existem outros procedimentos que são utilizados para outros microorganismos (Bacillus

subtilis e cereus, Streptococcus faecium, Saccharomycis cerevisae, mycobacterium smegmatis) que

podem ser encontrados na farmacopéia, que diferem deste, em alguns detalhes técnicos de

incubação, preparo de soluções etc. (BRANDÃO, 2010)

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ENSAIOS DE ESTABILIDADE DE MEDICAMENTOS

São aqueles ensaios que analisam a degradação dos princípios ativos de uma preparação

farmacêutica, com objetivos de:

· Analisar os fenômenos de degradação do fármaco, utilizando métodos analíticos normais e

acelerados.

· Determinar o tempo de utilização do medicamento (prazo de validade).

. As alterações, na estabilidade dos medicamentos são provocadas por fatores, como:

· Temperatura;

· Luz;

· Umidade;

· Gases que compõem o ar atmosférico;

· Interações entre fármacos;

· Interações dos fármacos com os excipientes ou adjuvantes;

· Alterações de pH;

· Qualidade das embalagens;

· Impurezas.

Estas alterações podem ocorrer de maneira mais lenta ou mais rápida e interferir nas

propriedades organolépticas do fármaco ou não, por vezes podem alterar profundamente a

constituição do medicamento, levando a perda parcial ou total da sua atividade e a formação de

produtos tóxicos.

Estes fenômenos se dão geralmente, por processos químicos de hidrólise, oxiredução, fotólise

ou racemização.

A estabilidade pode ser feita pelos métodos tradicionais, com a realização de testes

laboratoriais, sob diversas condições. Estes testes devem ser realizados mensalmente e após certo

número de ensaios, determina-se o grau de estabilidade dos princípios ativos.

Outro método de avaliação é a estabilidade acelerada, em que os medicamentos são

submetidos a condições especiais, a fim de acelerar o processo de degradação dos princípios ativos.

Os instrumentos e aparelhos utilizados para realizar os testes de estabilidade, são os mesmos

utilizados para os ensaios de desenvolvimento do medicamento.

Os testes de estabilidade, a que os medicamentos são submetidos, devem ser realizados

sempre em suas embalagens originais, com o objetivo de retratar fielmente, os parâmetros de

especificação do produto.

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Portanto os ensaios de estabilidade para determinar prazo de validade dos medicamentos, não

podem ser realizados, em produtos intermediários. (BRANDÃO, 2010)

MÉTODOS DE ENSAIOS PARA CÁPSULAS GELATINOSAS

Peso e Capacidade das cápsulas

O peso das cápsulas depende muito do processo de enchimento e também da natureza do

produto encapsulado: pós, líquidos ou substância pastosa.

Admite-se a tolerância de 7,5% entre o peso médio e o peso pretendido, para produtos

oleosos ou pastosos e 3,5% para as cápsulas que acondicionem produtos pulverulentos.

A técnica seguida pela maioria das farmacopéias para verificar a variação de peso, consiste em

pesar individualmente um número de cápsulas igual ou superior a 10, determinando assim o peso

médio e os limites estabelecidos.

O peso médio de cada cápsula não deve diferir do conteúdo em mais de 10%. Tolerando-se

que 2 cápsulas apresentem um desvio de até 20%.

Os princípios ativos que tem baixas densidades, por exemplo, os pós, necessitam aumentar o

peso e diminuir o seu volume para que possam ocupar um espaço razoável.

A cápsula não deve ser tão grande para não causar desconforto para o paciente, nestes casos

o recurso utilizado é a fabricação de um granulado a base de celulose microcristalina que

incorporado ao princípio ativo, aumenta a sua densidade, tornando o granulado final mais pesado e

com menor volume. Cada cápsula é representada por um número, com a sua respectiva capacidade.

Tabela 3. Número de identificação das cápsulas gelatinosas e sua respectiva capacidade.

Fonte: BRANDÃO, 2010.

Dissolução ou desagregação das cápsulas

Processa-se em duas fases distintas:

Número dada cápsula

Capacidade(mm)

000 1,37mm

00 0,95mm

0 0,68mm

1 0,50mm

2 0,37mm

3 0,30mm

4 0,21mm

5 0,11mm

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- Na primeira o invólucro dissolve-se parcialmente no seu ponto mais frágil e liberta o

conteúdo da cápsula.

- Num segundo tempo, opera-se a dissolução dos receptáculos gelatinosos.

O tempo de desagregação das cápsulas pode ser avaliado por simples imersão, à temperatura

de 37ºC, em água destilada. (BRANDÃO, 2010)

MÉTODOS DE ANÁLISE DAS EMULSÕES

Os ensaios das emulsões visam:

· Teor de água;

· Gordura total;

· Determinação do pH;

· Viscosidade;

· Avaliação da estabilidade;

· Diâmetros das partículas dispersão.

Teor em água das emulsões

É utilizado o método KARL-FISHER.

Teor de gordura total das emulsões

Esta determinação é efetuada por extração da emulsão com éter sulfúrico ou éter do petróleo,

utilizando-se de preferência o aparelho de SOXHLET.

pH das emulsões

A avaliação do pH se faz por métodos colorimétricos e potenciométricos, estes últimos,

indicados para emulsões de fase aquosa dispersante.

Estabilidade das emulsões

Uma emulsão deve manter-se estável durante um longo prazo de tempo. Todavia, apesar dos

cuidados na formulação, por vezes, ela se altera depois de algum tempo. Excluindo as alterações de

ordem microbiana, poderemos agrupar em 3 categorias estas alterações:

· Floculação e formação de cremes;

· Coalescência e separação de fases;

· Alterações químicas e físicas diversas.

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Para avaliar a estabilidade das emulsões, têm sido propostos diversos métodos e aparelhos,

como PERSOZ.

Um método prático é aquele que se baseia na força centrífuga com a finalidade de acelerar a

floculação da fase interna, com a adição crescente de água, diluindo a emulsão, determinando grau

de sedimentação ou de separação, a intervalos regulares. (BRANDÃO, 2010)

Viscosidade das emulsões

A viscosidade das emulsões é determinada com viscosímetros do tipo rotativos.

Esta é uma avaliação muito importante do ponto de vista terapêutico e tecnológico, pois a via

de administração é determina pelo diâmetro das partículas em emulsão.

A medição dos diâmetros das partículas faz-se por microscopia. (BRANDÃO, 2010)

ENSAIOS PARA DETERMINAR O TIPO DE EMULSÃO (O/A OU A/O)

Ensaio de diluição

Consiste em adicionar um pequeno volume da emulsão com igual volume de água: se a

mistura se mantiver inalterada (sem separação de fases) esta emulsão é do tipo óleo na água (O/A).

Em regra, sempre que se adiciona um líquido a uma emulsão e esta continuar estável, o

líquido adicionado corresponde à sua fase externa. Existem ainda outros ensaios como o de uso de

corantes e de condutividade térmica. (BRANDÃO, 2010)

FORMAS FARMACÊUTICAS PARA USO EXTERNO

De acordo com a consistência ou composição dos excipientes utilizados estas formas podem

ser classificadas como:

· Pomadas propriamente ditas- são preparadas com excipientes gordurosos;

· Cremes -são preparados com excipientes emulsivos (óleo em água e água em óleo);

· Ceratos - contêm uma elevada percentagem de ceras;

· Pastas dérmicas- são espessas, grande quantidade de pós-insolúveis;

· Glicerados- quando seus componentes têm um gel de amido com um poliol, como a glicerina;

· Gel - Quando os seus excipientes são géis minerais ou orgânicos.

Tipos de ensaios de formas farmacêuticas para uso externo:

· Avaliação do ph;

· Caracteres organolépticos e dosagem dos princípios ativos;

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· Controle da forma (dureza, espalmabilidade, plasticidade, viscosidade e consistência); · Poder

de absorção de água;

· Tensão artificial;

· Esterilidade.

O exame visual de uma de uma forma farmacêutica para uso externo pode dar por vezes, uma

idéia de perfeita homogeneidade. Pode-se apreciar, com mais rigor ao microscópio permitindo a

determinação do tamanho das partículas.

Os caracteres organolépticos constituem um bom indicativo, para avaliar estas formas

farmacêuticas, sob ponto de vista de alterações na qualidade do produto, como a cor e o aroma, que

constituem índices seguros para verificar o estado de conservação.

Os ensaios de esterilidade das formas farmacêuticas para uso externo são feitos por três

processos:

· Semeando o produto semi-sólido diretamente em gelose que se incubam à temperatura de

32 a 37° C;

· Extração dos microorganismos do semi-sólido por agitação, com água e fazendo a semeadura

da fase aquosa que segue a seguinte técnica: Imergir em solução de cloreto de benzalcônico a 1:1000

durante 1 hora, lançando o conteúdo um tubo num balão esterilizado, aquecer a 45°C para fundir o

semi-sólido. Adicionar água estéril, suficiente para a dispersão da fase oleosa, agitar durante 1 hora,

após este tempo retirar 3 porções de água de 1mL cada usando pipetas esterilizadas, semear em

placas de Petri com meio gelose, Processar a incubação a 37°C por 24 horas. A contagem das colônias

obtidas indica o número de microorganismos em 1mL de água em 1g de do produto. É muito difícil

obter um produto perfeitamente estéril.

· A terceira técnica de esterilização consiste em um processo de filtração de millipore

(membranas HA de 0,45m de diâmetro de poro) onde se dissolve 1mg do produto à 47°C em cerca de

100mL de miristato de iso-propil previamente esterilizado por aquecimento a 150°C durante 2 horas.

Filtra-se esta solução com o filtro millipore 0,45µ passando previamente por um pré-filtro que deve

ser umedecido com meio de nutrição difco, adicionado de 1% de polissorbato 80, estéreis. Após a

filtração da solução de miristato, lava-se o filtro com meio de nutrição e remove-se, assepticamente,

incubando numa placa de Petri com meio de cultura (32 a 37ºC por 24h). (BRANDÃO, 2010)

Lembrando, que os instrumentos utilizados nos testes das formas farmacêuticas para uso

externo são:

· Potenciômetro;

· Viscosímetro:

· Penetrômetro.

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· Fluxo laminar;

· Estufa de incubação;

· Autoclave.

Identificação e dosagem dos princípios ativos das formas farmacêuticas para uso externo

Esta análise varia de acordo com os componentes incorporados nesta forma farmacêutica. Por

esta razão estes ensaios se tornam complexos. Esta complexidade aumenta quando se encontram

componentes, lipossolúvel ou hidrossolúvel. Muitas vezes as substâncias ativas são solúveis nos

excipientes gordurosos e ao desengordurar a forma farmacêutica para uso externo perdem-se os

seus componentes lipossolúveis.

Este trabalho analítico difere de produto para produto e é utilizado os processos de

complexometria de titulação em meio anidro. (BRANDÃO, 2010)

XAROPES

O ensaio dos xaropes consiste em verificar os seus caracteres organolépticos, físicos e

químicos. Os xaropes devem apresentar-se límpidos, viscosos e com sabor agradável.

Ensaios físicos dos xaropes

A viscosidade à 20ºC anda próxima de 190cPo (xarope comum).

Propriedade polarimétrica

A 20ºC de uma diluição ao décimo de xarope comum, em água destilada, revela um desvio

rotatório de 8º,50. Após inversão a mesma solução mostra o desvio de 2º,26 a 2º,34.

A densidade dos xaropes é bastante elevada, devendo ser 1,32 a 15-20ºC e de 1,26 quando à

ebulição, que devem ficar em torno de 105ºC.

Instrumentos de ensaio físicos dos xaropes:

· Densímetro;

· Polarímetro;

· Aerômetro.

Ensaios químicos dos xaropes

São analisados o teor de sacarose e a possibilidade de alguma concentração de açúcar

invertido. Para isso, utiliza-se o método de Fehling ou suas variantes e também a dosagem específica

dos princípios ativos.

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Determinação de Volumes de xaropes e líquidos:

Tabela 4. Desvio máximo permitido em relação ao volume declarado.

Volume declarado Unidade a ser testada Desvio máximo permitido

Até 10mL 12 3,0%

Entre 10 e 30mL 10 2,5%

Entre 30 e 100mL 6 2,0%

Entre 100 e 250m 3 1,5%

Acima de 250mL 2 1,0%

Fonte: BRANDÃO, 2010.

DESCRITIVO SOLVENTE

Produto muito solúvel Menos de uma parte

Facilmente solúvel De 1 a 30 partes

Solúvel De 10 a 30 partes

Ligeiramente solúvel De 100 a 1000 partes

Pouco solúvel De 1000 a 10000 partes

Praticamente insolúvel ou insolúvel Mais de 10000 partes

Fonte: BRANDÃO, 2010.

Este trabalho analítico difere de produto para produto e é utilizado os processos de

complexometria de titulação, em meio anidro. (BRANDÃO, 2010)

CO-RELAÇÃO ENTRE O TAMIS (NÚMERO DE FIOS E NÚMERO DE MALHAS) X DIÂMETRO DOS

PUNÇÕES X PESO DOS COMPRIMIDOS, NUMA GRANULAÇÃO ÚMIDA

Número de fios Número de malhas Diâmetros das punções Peso dos comprimidos

5cm 25cm² 16mm 0,90-1,00g

6cm 36cm² 14-15mm 0,70-0,90g

7cm 42cm² 12-13mm 0,40-0,70g

8cm 64cm² 10-11mm 0,20-0,40g

9cm 81cm² 8-9mm 0,12-0,20g

10cm 100cm² 6-7mm 0,06-0,12g

15cm 225cm² 5mm Menor 0,06g

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Fonte: BRANDÃO, 2010.

CALIBRAÇÃO DE GOTAS

Os insumos utilizados para o procedimento é somente a solução e equipamentos como a

proveta de 5 mL e o frasco conta gotas ou tampa gotejadora.

No laboratório de controle de qualidade, de posse do líquido a ter as gotas calibradas e do

Laudo analítico do produto manipulado previamente preenchido, o técnico do laboratório deve

gotejar em uma proveta de 5 mL, a solução ou substância cujas gotas se deseja calibrar, contando o

número do gotas utilizadas até que seja atingida a marca de 2 mL. Logo, dividi-se o número de gotas

utilizadas por 2, estabelecendo-se assim, o número de gotas por mL. (FERREIRA, 2002)

INFRAÇÕES QUE COMPROMETEM O CONTROLE DA QUALIDADE DOS PRODUTOS MANIPULADOS

· Incapacidade das unidades de Controle de Qualidade em executar as funções requeridas;

· Instalações inadequadas;

· Equipamento não validado;

· Processo de limpeza de equipamentos inadequado;

· Monitoração ambiental não apropriado;

· Resultados fora das especificações, com liberação do produto sem investigação apropriada

dos resultados;

· Não obediência a planos de amostragem e testes;

· Responsabilidades do Controle de Qualidade não definidas por escrito;

· Procedimentos de Operações Padrões (POPs) inadequados ou em número insuficientes;

· Históricos dos lotes inadequados. (BRANDÃO, 2010)

CONTEÚDO DOS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA A PRODUÇÃO E CONTROLE DA

QUALIDADE DOS MEDICAMENTOS:

Fórmula-Mestre

· Ordem de Fabricação;

· Ordem de Embalagem;

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Fórmula-Mestre deve constar

· nome do produto;

· seu código;

· número do registro sanitário;

· data da emissão e de aprovação da fórmula;

· tamanho do lote padrão;

· instruções detalhadas das etapas de fabricação e preocupações a serem consideradas

durante o processo;

· equipamentos utilizados e sua descrição;

· descrição de todas as provas necessárias para o controle da qualidade;

· lista completa das matérias-primas como também seus códigos e quantidades;

· rendimento teórico nas diferentes etapas de fabricação;

· limites permitidos.

Ordem de Fabricação deve constar:

· nome completo e código do produto;

· número do lote;

· tamanho do lote;

· data da emissão;

· início e término;

· número da fórmula padrão à qual corresponde;

· número da ordem de fabricação;

· assinatura de quem entrega e de quem recebe as matérias-primas.

Ordem de Embalagem deve constar:

· nome do produto;

· número do lote;

· forma farmacêutica;

· concentração;

· dosagem;

· tamanho do lote;

· número da ordem de fabricação;

· data emissão;

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· quantidades entregues de cada material de embalagem;

· data de início e término do processo;

· assinatura de controle e aprovação.

Não basta as empresas apresentarem para a equipe de inspeção, os procedimentos

operacionais descritos e bem elaborados, é necessário verificar se estes procedimentos estão sendo

rigorosamente cumpridos e supervisionados, obedecendo as BPFC e se também, os funcionários

estão recebendo treinamentos periódicos, com as respectivas avaliações.

Outro instrumento importante de controle e garantia da qualidade é a auto-inspeção que

deve ser realizada periodicamente por uma comissão mista de funcionários da empresa. (BRANDÃO,

2010)

PRINCIPAIS ASPECTOS PARA GARANTIR A UNIFORMIDADE DE UM MEDICAMENTO LOTE A LOTE

DURANTE UM PROCESSO DE PRODUÇÃO

Fórmula do lote padrão

Neste documento exige-se a lista dos componentes da fórmula, quantidade e qualidade das

matérias-primas e materiais utilizados na fabricação do medicamento. Para cada tamanho do lote

deve ser utilizada uma fórmula-mestre que deve ser expressa em valores percentuais.

Protocolos de produção

Neste documento identificam-se:

· Os componentes utilizados nas operações;

· Os equipamentos e as condições dos mesmos;

· Tamanho do material de envase;

· Quantidade do produto;

· Quantidade do material de envase;

· Quantidade do produto, rendimentos (quantidade mínima e máxima aceitáveis);

· Precauções de armazenagem do produto, esteja ele em processo a granel ou acabado, os

cuidados e precauções para seu manuseio e armazenamento.

· Prazo de validade.

Protocolos do produto acabado, embalagem

Nestes documentos identificam-se:

· Componentes utilizados nas operações;

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· Equipamentos e as condições dos mesmos;

· Tamanho do material de envase;

· Quantidade do produto, rendimento (quantidade mínima e máxima aceitáveis);

· Precauções de armazenagem do produto;

· Instruções e as formas para registrar a inspeção e amostragem.

Especificações do produto

Neste documento deve constar:

· Especificação das matérias-primas e materiais utilizados na fabricação do produto em todas

as suas fases (granel, em processo ou acabado);

· Prazo de validade;

· Cuidados e precauções para seu manuseio e armazenamento.

Protocolo de amostragem

Neste documento deve constar:

· Número de amostras que devem ser coletadas;

· Procedimentos que devem ser seguidos para amostragem (este plano de amostragem refere-

se tanto ao produto acabado como em processo). (BRANDÃO, 2010)

Protocolos de Controle de Qualidade

Nesta parte da Fórmula-Mestre especificam-se todos os procedimentos analíticos e

estabelecendo-se os procedimentos para liberação do produto. (BRANDÃO, 2010)

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COCLUSÃO

As análises de controle da qualidade dos materiais e medicamentos manipulados são de

extrema importância para garantir os efeitos satisfatórios finais.

Os profissionais responsáveis pelas análises devem estar atentos aos termos exigidos nas

metodologias e também às suas atualizações.

Garantir a qualidade de materiais para medicamentos e dos medicamentos em si é de

fundamental importância para a reestabilização da saúde dos clientes atendidos pelo o

estabelecimento farmacêutico, desta forma também garantirá a fidelidade destes e a credibilidade

no mercado.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRANDÃO, Antônio Celso da Costa. Controle da qualidade e controle da produção de medicamentos: ensaios para laboratórios de controle de qualidade e controle da produção de medicamentos. Disponível em: <http://www.boaspraticasfarmaceuticas.com.br/ensaioslaboratoriomedicamentos.asp>. Acesso em: 28 de set. 2010.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): Fármacos manipulados têm sido consumidos cada vez mais. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/artigos/farmacos.htm>. Acesso em: 30 set. 2010.

BRASIL. Resolução n° 354, de 18 de dezembro de 2003. Permite a manipulação de produtos farmacêuticos, em todas as formas farmacêuticas de uso interno, que contenham substâncias de baixo índice terapêutico, aos estabelecimentos farmacêuticos que cumprirem as condições especificadas. Disponível em: < http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php> . Acesso em 05 out. 2010.

BRASIL. Resolução RDC n° 214, de 12 de dezembro de 2006. Boas práticas de manipulação de medicamentos para uso humano em farmácias. Disponível em: < http:e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/search.php>. Acesso em 30 set. 2010.

BRASIL. Resolução RDC n° 67, de 08 de outubro de 2007. Boas práticas de manipulação de preparações magistrais e oficinais para uso humano em farmácias. Disponível em: < http:e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/search.php>. Acesso em 29 set. 2010.

BRASIL. Resolução RDC n°33, de 19 de abril de 2000. Regulamento técnico dobre boas práticas de manipulação de medicamentos. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/search.php.> Acesso em: 6 out. 2010.

BRASIL. Resolução RE n° 899, de 29 de maio de 2003. Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/search.php.> Acesso em: 29 set. 2010.

FERREIRA, Anderson de Oliveira. Guia prático de farmácia magistral. 2 ed. Juiz de Fora: Pharmabooks, 2000.

NCQ – Laboratório Núcleo Controle de Qualidade. Manual do usuário. Versão 1.6 Ministério da Educação. Universidade Federal de Alfenas. UNIFAL – MG FACEPE

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SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação. Normalização das farmácias de manipulação. Disponível em: <www.sbcc.com.br/revista_pdfs/ed%2017/17RDC33_NormalizacaoDasFarmacas.pdf.> Acesso em 30 set. 2010.

SOLON, Lílian Grace da Silva. Controle de qualidade físico-químico e biodisponibilidade relativa em ratos de suspensões orais de naproxeno sódico obtidas de farmácias de manipulação na cidade do Natal –RN. Dissertação de mestrado em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2010.

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ANEXOS

Anexo I

PROPOSTAS RELATIVAS AOS ANEXOS DA RDC 67/07 E AS ALTERAÇÕES DA RDC 87/08 pag. 3..4.5

Anexo II

ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE MATÉRIAS-PRIMAS E PRODUTOS ACABADOS QUE

CONSTAM EM FARMACOPÉIAS pag 17, 18, 19

Anexo III

QUANTIDADE DE AMOSTRA A SER ENVIADA PARA O NCQ paag 20]

Anexos IV

CONFECÇÃO DE RÓTULOS 21, 22