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Controle e Auditoria – Conceitos
ControleTeoria da administração: planejamento, organização, direção e controle
4ª função do ciclo administrativoFunções interagem de forma dinâmicaFunções integradas, formando um processo cíclico
Teoria do controle: o controle também é um processo cíclico, cujas fases são:definição de padrões e critérios (desempenho e normas)observações do processo (busca de informações precisas do que é controlado)comparação com padrões/critérios (identificação de desvios)Implementação de ações corretivas (manter operações dentro da normalidade para alcançar objetivos). Agente corretivo. Ex: Disjuntor, termostato, piloto automático
Controle Interno e Governança
Controle interno: conjunto de atividades e processos que garantem que uma organização atinja de forma razoável seus objetivos com administração dos riscos inerentes a suas atividades. As instituições identificam os riscos associados à consecução dos seus objetivos e implantam diversos processos para controlar e/ou mitigar essas ameaças
Faz parte do conceito de governança corporativa, que pode ser definido como o conjunto dos princípios básicos de• transparência,• equidade,• prestação de contas, e• responsabilidade corporativa.
Governança corporativa, gestão de riscos e controles internos são usados por instituições públicas e privadas para a edição de normas e modelos para implantação de controles internos e gestão de riscos
Tipos de controlesControle preventivos: impedem a ocorrência de informações incorretas e devem ser enfatizados no projeto de processos. São os mais eficientes, mas em geral não provam evidência documentada de seu benefício. Exemplos: controle de acessos a locais e sistemas, autorizações, segregação de funçõesControle de detecção: são complementos aos controles preventivos que fornecem evidência de que erros são impedidos. Exemplos: conciliação, conferência de estoque
Custo x benefício: O custo do controle deve ser inferior ao benefício gerado. O resultado dos controles internos pode ser de difícil mensuração. Pressão por benefícios pode forçar a administração a evitar custos que não produzam retorno imediato. Mesmo bem mensurados, certos controles podem ser eliminados baseados nessa premissa
Atividades de Controle InternoSegregação de funções: busca evitar que indivíduos sejam postos em situações que possam cometer e encobrir fraudes. Ex: autorização de transação, registro e custódia física de ativoProcedimentos de autorização: garantem que somente sejam realizadas transações permitidas e que pessoas sem autorização não tenham acesso a transações registradas, nem tenham poder de alterá-las. As autorizações correspondem à responsabilidade pela tarefa/função. Ex: crédito x vendas
Documentação adequada: gera evidência das autorizações, da existência das transações, da fundamentação de lançamentos e das obrigações financeiras. Ex: documentos prenumeradosAcesso aos ativos: protegem contra destruição acidental, deliberada ou furto. Ex: controle de acesso a estoques, equipamentos e centrais de computação; cofresConciliações: conferência de registros e transações. Ex: saldo bancário e registro contábil, contagens físicas de ativos e registroControles de TI: acesso e alterações em dados, sistemas, equipamentos, downloads
Manual do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, aprovado pela IN/SFC 01/01:
“Conceituação
1. Um dos objetivos fundamentais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal é a avaliação dos controles internos administrativos das unidades ou entidades sob exame. Somente com o conhecimento da estruturação, rotinas e funcionamento desses controles, podem os Órgãos/Unidades de Controle Interno do Poder Executivo Federal avaliar, com a devida segurança, a gestão examinada.
2. Controle interno administrativo é o conjunto de atividades, planos, rotinas, métodos e procedimentos interligados, estabelecidos com vistas a assegurar que os objetivos das unidades e entidades da administração pública sejam alcançados, de forma confiável e concreta, evidenciando eventuais desvios ao longo da gestão, até a consecução dos objetivos fixados pelo Poder Público.
...
...
Processo de controle interno administrativo
5. Os controles internos administrativos implementados em uma organização devem:
I. prioritariamente, ter caráter preventivo;
II. permanentemente, estar voltados para a correção de eventuais desvios em relação aos parâmetros estabelecidos;
III. prevalecer como instrumentos auxiliares de gestão; e
IV. estar direcionados para o atendimento a todos os níveis hierárquicos da administração.
6. Quanto maior for o grau de adequação dos controles internos administrativos, menor será a vulnerabilidade dos riscos inerentes à gestão propriamente dita.”
Auditoria
• A auditoria é um exame sistemático formado por um conjunto de procedimentos técnicos estruturados que busca avaliar de forma independente se determinados atos e fatos correspondem a critérios estabelecidos.
• Aplicada a uma organização, parte dela ou processo• Técnica milenar Provas arqueológicas de inspeções/verificações de registros de 4500 a.c.
Imperador Nero (58-64 d.c.) sugeriu ao Senado auditoria sobre arrecadação de impostos
Inglaterra 1314, França 1318 – cargos de auditor do tesouro Brasil - Erário Régio 1808 – acompanhamento da execução da despesa
Evolução da auditoria• Empresas familiares, fechadas• Necessidade de alavancar e ampliar negócios• Captação de recursos com investidores (bancos, acionistas)• Publicação das demonstrações contábeis• Necessidade de avaliação independente sobre dados financeiros e contábeis para investidores
avaliarem segurança, rentabilidade e liquidez dos investimentos• Surgimento da auditoria como é hoje• Considerada por muitos autores como técnica contábil• Aprimorada ao longo do tempo, avançando sobre outros campos de
atuação além das Ciências Contábeis: sistemas informatizados, engenharia, meio ambiente, recursos humanos, qualidade, programas, etc.
• Valorizada com casos de fraudes nas últimas décadas. Salto evolutivo. COSO ICF e ERM (1992, 2004, 2013 e 2017), Lei Sarbanes-Oxley (2002). Gerenciamento de riscos, governança corporativa, reformulação das práticas contábeis internacionais (International Accounting Standards Board – IASB), convergência mundial das normas de contabilidade e auditoria (International Financial Reporting Standards – IFRS)
Fonte: TCU
Auditor clássico
Missão clara, sem grande necessidade de visão estratégica e criatividadeInspeciona e revê atuações e decisões passadas
Auditor do presente
Deve alinhar suas atividades às expectativas dos clientes e ao planejamento estratégico da organização
Deve conhecer os objetivos da organização, o negócio, os processos e os seus riscos Deve ter compromisso com o futuro da organização Deve aplicar seus conhecimentos de gestão de riscos e de controle interno nas áreas que
possam impactar significativamente o sucesso da organização Antes de auditores, devem ser bons profissionais de negócio
Benefícios da auditoria
• AdministraçãoVerifica os controles internosAvalia a adequação do objeto auditado (demonstrações contábeis, setor, processo)Dificulta erros e fraudesInformações sobre a situação da empresa
• InvestidoresAnálise sobre a continuidade dos negócios, retorno e liquidezMaior exatidão nos resultados apurados
• Administração TributáriaMaior grau de exatidão nas demonstrações e resultadosMaior observância ao cumprimento da legislaçãoParâmetro para direcionamento dos trabalhos
• SociedadeCredibilidade às demonstrações contábeisTranquilidade social: atividade econômica, emprego, etc.Reflete economia da região e do país
Classificação Privada x Pública ou Governamental Conformidade x Operacional (regularidade x desempenho) Interna x Externa Quanto ao objeto: contábil, fiscal, obras, TI (sistemas, segurança da informação, governança
de TI, dados), ambiental, qualidade, etc.
Os objetivos específicos das auditorias podem ser diferentes, mas de modo geral o objetivo comum de todas as auditorias é emitir uma opinião independente sobre uma organização ou parte dela
Importante: NÃO é responsabilidade do auditor:
Elaborar demonstrações contábeis e relatórios financeirosEssa responsabilidade é da administração da entidade.
Identificar erros e fraudesCabe à administração, por meio de seus controles internos, prevenir e detectar erros e fraudes.O auditor verifica a adequação dos controles internos e avalia de acordo com as normas de auditoria e com razoável segurança se as demonstrações contábeis não possuem distorções relevantes causadas por erros ou fraudes.
Assegurar a continuidade dos negóciosEssa responsabilidade é da administração da entidade.
Atestar a eficiência e eficácia das operações
Auditoria Interna x Auditoria Externa (ou Independente)
Perícia
Auditoria Interna
Profissionais fazem parte da empresa (funcionários) ou empresa contratada com vínculos à auditada (menor autonomia, independência e objetividade)
Subordinação/hierarquia entre auditores e alta administração. Posicionamento, holding
Avaliação contínua de processos e controles internos para garantir com razoável segurança que os objetivos da organização sejam atingidos
Consultoria e assessoramento, análises, recomendações
Atuação proativa
Adicionar valor e melhorar operações
Emissão de relatório sobre trabalhos realizados, conclusões, recomendações e providências a serem adotadas. Dirigido ao público interno da entidade (alta administração, solicitante, comitê de auditoria, auditores independentes)
Não obrigatória (empresas de porte médio ou grande)
Auditoria Externa ou Independente
Profissionais externos ou empresas sem vínculo ou subordinação com a auditada (maior autonomia e independência)
Trabalhos descontínuos, esporádicos (menor extensão e volume de testes e procedimentos de auditoria)
Objetivo de avaliação independente da organização
Opinião para público externo
Emissão de um relatório sobre a adequação das demonstrações contábeis dirigido ao público externo
Confere credibilidade às demonstrações contábeis
Auditoria Externa ou IndependenteImposição legal
Lei 6.404/76 (Lei das S/A) - companhias abertas e empresas de grande porte (AT>240MM ou RBA>R$ 300MM), mesmo não organizadas sob a forma de S/A, devem ser auditadas por auditores independentes registrados na CVM
Lei 13.303/2016 (lei das estatais) submete as empresas públicas e sociedades de economia mista ao regime das S/A e reforça a obrigatoriedade de auditoria por auditor registrado na CVM
Banco Central - instituições financeiras devem ser auditadas por auditores independentes registrados na CVM
CVM - Instrução 247/96 - demonstrações consolidadas de controladoras e controladas devem ser submetidas à auditoria independente
Resolução CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) 118/04 da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) - demonstrações contábeis, inclusive notas explicativas das sociedades supervisionadas (sociedades seguradoras, de capitalização e entidades abertas de previdência complementar) devem ser auditadas por auditor independente registrados na CVM
Auditoria Externa ou IndependenteNecessidade
Imposição de bancos/credores para concessão de crédito
Segurança dos investidores
Segurança dos sócios
Previsão estatutária
Venda, fusão, incorporação ou cisão
Perícia Contábil – NBC TP 01A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio ou constatação de fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer técnico-contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais e com a legislação específica no que for pertinente.A perícia contábil é de competência exclusiva de contador em situação regular perante o Conselho Regional de Contabilidade de sua jurisdição.A perícia judicial é exercida sob a tutela do Poder Judiciário.A perícia extrajudicial é exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária.
A perícia arbitral é exercida sob o controle da lei de arbitragem.Perícias oficial e estatal são executadas sob o controle de órgãos de Estado.Perícia voluntária é contratada, espontaneamente, pelo interessado ou de comum acordo entre as partes.
Os procedimentos periciais contábeis visam fundamentar o laudo pericial contábil e o parecer técnico-contábil e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria:Exame: análise de livros, registros de transações e documentos.Vistoria: diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial.Indagação: busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto ou de fato relacionado à perícia.Investigação: pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer técnico-contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.
Arbitramento: determinação de valores, quantidades ou a solução de controvérsia por critério técnico-científico.Mensuração: ato de qualificação e quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações.Avaliação: ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.Certificação: ato de atestar a informação trazida ao laudo ou ao parecer pelo perito.
Procedimentos
Perícia Auditoria
Exame Inspeção
Vistoria Observação
Indagação Confirmação Externa
Investigação Recálculo
Arbitramento Reexecução
Mensuração Procedimentos Analíticos
Avaliação Indagação
Certificação
Perito Contábil – NBC PP 01Perito é o contador registrado em CRC que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiências, da matéria periciada.Perito oficial é o investido na função por lei e pertencente a órgão especial do Estado destinado, exclusivamente, a produzir perícias e que exerce a atividade por profissão.Perito do juízo é nomeado pelo juiz, árbitro, autoridade pública ou privada para exercício da perícia contábil.Perito-assistente é o contratado e indicado pela parte em perícias contábeis.
Impedimento e suspeição são situações fáticas ou circunstanciais que impossibilitam o perito de exercer, regularmente, suas funções ou realizar atividade pericial em processo judicial ou extrajudicial, inclusive arbitral.Para que o perito possa exercer suas atividades com isenção, é fator determinante que ele se declare impedido, após nomeado ou indicado, quando ocorrerem as situações previstas nesta Norma.Suspeição e impedimento legal: o perito do juízo deve se declarar impedidoquando não puder exercer suas atividades conforme termos do CPC.O perito do juízo ou assistente deve declarar-se suspeito quando, após nomeado ou contratado, verificar a ocorrência de situações que venham suscitar suspeição em função da sua imparcialidade ou independência.
Normas de Auditoria
Normas de Auditoria
Princípios e regras estabelecidas por entidades e organismos regulamentadores da profissão ou de controle e auditoria governamental
Requisitos básicos
Prescrevem diretrizes e orientações a serem observados no desenvolvimento dos trabalhos de auditoria
Controlam a qualidade do exame e do relatório de auditoria
A observância das normas de auditoria, bem como de outros requisitos –tais como objetivo e escopo do trabalho, procedimentos e técnicas de auditoria, leis e normas emanadas do poder público – proporciona a realização de trabalhos tecnicamente consistentes, completos e objetivose, portanto, conduz a resultados satisfatórios e a opiniões e recomendações relevantes e fundamentadas
Dependendo da fonte emissora, são classificadas em 3 ou 4 grupos:
Normas gerais
Normas relativas à pessoa do auditor
Normas relativas à execução dos trabalhos
Normas relativas à comunicação dos resultados
Fontes internacionais de Normas de Auditoria
• Federação Internacional dos Contadores – IFAC
• Instituto dos Auditores Internos – IIA
• Securities and Exchange Comission – SEC (USA)
• Public Company Accounting Oversight Board – PCAOB (USA)
• Government Accountability Office – GAO (USA)
• National Audit Office – NÃO (UK)
• Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores – INTOSAI
Fontes nacionais de Normas de Auditoria
Auditoria privada
Comissão de Valores Mobiliários - CVM
Conselho Federal de Contabilidade - CFC
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - IBRACON
Auditoria governamental
Controladoria Geral da União - CGU
Tribunal de Contas da União - TCU
Instituto Rui Barbosa - IRB
Normas do CFCAs normas referentes ao exercício profissional são classificadas em:
• NBC PG – Geral• NBC PA – Auditor Independente• NBC PI – Auditor Interno• NBC PP – Perito
As normas referentes aos conceitos, regras e procedimentos de contabilidade são classificadas, entre outras, em:
• NBC TG – Geral• NBC TSP – Setor Público• NBC TA – Auditoria Independente• NBC TI – Auditoria Interna• NBC TP – Perícia• NBC TR – Revisão de Informação Histórica• NBC TO – Asseguração de Informação Não Histórica• NBC TSC – Serviço Correlato
Normas do CFC
NBC TI – Normas de Auditoria InternaNBC TI 01 – Da Auditoria Interna
NBC TP – Normas de PeríciaNBC TP 01 – Perícia Contábil
NBC PP – Normas Profissional de PeritoNBC PP 01 – Perito ContábilNBC PP 02 – Exame de qualificação técnica para perito contábil
Normas do CFC – Auditoria Independente
NBC PAs – Normas Profissionais de Auditoria Independente
NBC PA 01 - Controle de qualidade para auditores (pessoas jurídicas e físicas) que executam exames de auditoria e revisões de informação contábil histórica, outros trabalhos de asseguração e serviços correlatos
NBC PA 11 – Revisão Externa de Qualidade pelos Pares
NBC PA 13 – Exame de Qualificação Técnica para Registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
NBC PA 290 - Independência - Trabalhos de Auditoria e Revisão
NBC PA 291 – Independência – Outros Trabalhos de Asseguração
NBC TAs – Normas Técnicas de Auditoria IndependenteNBC TA Estrutura Conceitual - Estrutura conceitual para trabalhos de asseguraçãoNBC TA 200 - Objetivos gerais do auditor independente e a condução de uma auditoria em conformidade com normas de auditoriaNBC TA 210 - Concordância com os termos de trabalho de auditoriaNBC TA 220 - Controle de qualidade de uma auditoria de demonstrações contábeisNBC TA 230 - Documentação de auditoriaNBC TA 240 - Responsabilidade do auditor relacionada com fraude em auditoria de demonstrações contábeisNBC TA 250 - Consideração de leis e regulamentos em auditoria de demonstrações contábeis
NBC TA 260 - Comunicação com os responsáveis pela governançaNBC TA 265 - Comunicação de deficiências do controle internoNBC TA 300 - Planejamento de uma auditoria de demonstrações contábeisNBC TA 315 - Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante por meio do entendimento da entidade e do seu ambienteNBC TA 320 - Materialidade no planejamento e na execução de auditoriaNBC TA 330 - Resposta do auditor aos riscos avaliados
NBC TA 402 - Considerações de auditoria para a entidade que utiliza uma organização prestadora de serviçosNBC TA 450 - Avaliação de distorções identificadas durante a auditoriaNBC TA 500 - Evidência de auditoriaNBC TA 501 - Evidência de auditoria - Considerações específicas para itens selecionadosNBC TA 505 - Confirmações externasNBC TA 510 - Trabalhos iniciais, saldos iniciaisNBC TA 520 - Procedimentos analíticosNBC TA 530 - Amostragem em auditoria NBC TA 540 - Auditoria de estimativa contábilNBC TA 550 - Partes relacionadasNBC TA 560 - Eventos subsequentesNBC TA 570 - Continuidade operacionalNBC TA 580 - Representações formaisNBC TA 600 - Considerações especiais - Auditorias de demonstrações contábeis de grupos (incluindo o trabalho dos componentes)NBC TA 610 - Utilização do trabalho de auditoria interna
NBC TA 620 - Utilização do trabalho de especialistasNBC TA 700 - Formação da opinião e emissão do relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeisNBC TA 701 - comunicação dos principais assuntos de auditoria no relatórioNBC TA 705 - Modificações na opinião do auditor independenteNBC TA 706 - Parágrafos de ênfase e parágrafos de outros assuntos no relatório do auditor independenteNBC TA 710 - Informações comparativas - Valores correspondentes e demonstrações contábeis comparativas.
NBC TA 720 - Responsabilidade do auditor em relação a outras informações incluídas em documentos que contenham demonstrações contábeisNBC TA 800 - Considerações especiais - Auditorias de demonstrações contábeis elaboradas de acordo com estruturas conceituais de Contabilidade para propósitos especiaisNBC TA 805 - Considerações especiais - Auditoria de quadros isolados das demonstrações contábeis e de elementos, contas ou itens específicos das demonstrações contábeisNBC TA 810 - Trabalhos para a emissão de relatório sobre demonstrações contábeis condensadas
NBC TA ESTRUTURA CONCEITUAL
Não é uma norma e não estabelece nenhum requisito (nem princípios básicos ou procedimentos essenciais) para a realização de auditorias, revisões ou outros trabalhos de asseguração.
Trata dos trabalhos de asseguração executados por auditores independentes, distinguindo-os de outros trabalhos (ex: consultoria).
Proporciona orientação e referência para auditores independentes e para outros envolvidos em trabalhos de asseguração, como aqueles que contratam um auditor independente (contratante).
Definição e objetivo do trabalho de asseguração:
“Trabalho de asseguração” é o trabalho no qual o auditor independente visa obter evidências apropriadas e suficientes para expressar sua conclusão, de forma a aumentar o grau de confiança dos usuários previstos sobre o resultado da mensuração ou avaliação do objeto, de acordo com os critérios que sejam aplicáveis
Trabalho de atestação e trabalho direto No trabalho de atestação a conclusão do auditor deve mencionar se a informação do objeto prestada por outro profissional está livre de distorções relevantes No trabalho direto, o auditor deve mensurar ou avaliar o objeto de acordo com os critérios aplicáveis e a conclusão do auditor independente deve mencionar se o resultado reportado da mensuração ou avaliação do objeto, de acordo com os critérios, é redigido nos termos do objeto e dos critérios
Trabalho de asseguração razoável e trabalho de asseguração limitada
Asseguração razoável: o auditor reduz o risco do trabalho para um nível aceitavelmente baixo como base para a sua conclusão. Sua conclusão é expressa de forma que transmita a sua opinião sobre o resultado da mensuração ou avaliação do objeto de acordo com os critérios aplicáveis.Asseguração limitada: o auditor reduz o risco do trabalho para um nível aceitável nas circunstâncias, mas ainda maior do que para um trabalho de asseguração razoável. Sua conclusão deve transmitir se, com base nos procedimentos realizados e evidências obtidas, algum assunto chegou ao seu conhecimento de forma a levá-lo a acreditar que a informação do objeto está relevantemente distorcida. A natureza, a época e a extensão dos procedimentos executados são restritos (menos extensos).
Abrangência: Distingue trabalhos de asseguração de outros trabalhos (elaboração de declaração de impostos, consultoria, etc.)
Aceitação de trabalho: Características necessárias antes de o auditor independente aceitar um trabalho de asseguração (funções e responsabilidades das partes, objeto, critérios, etc.)
Elementos do trabalho de asseguração: Identifica e discute os cinco elementos presentes nos trabalhos de asseguração: um
relacionamento de três partes (auditor independente, parte responsável e usuários previstos), um objeto, critérios, evidências e um relatório de asseguração
Discute também, por exemplo, as variações significativas no objeto dos trabalhos de asseguração, as características exigidas dos critériosadequados, o papel do risco e da materialidade nos trabalhos de asseguração, e como as conclusões são expressas em cada um dos dois tipos de trabalhos de asseguração
Uso indevido do nome do auditor independente: Discute as implicações da associação do auditor independente com determinado objeto
Objetivos Gerais do Auditor
NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor
Estabelece requisitos necessários para o exercício da auditoria independente
Requisitos éticos relacionados à auditoria de demonstrações contábeis
Ceticismo profissional
Julgamento profissional
Evidência de auditoria apropriada e suficiente e risco de auditoria: Para obter segurança razoável, o auditor deve obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para reduzir o risco de auditoria a um nível baixo aceitável e, com isso, possibilitar a ele obter conclusões razoáveis e nelas basear a sua opinião
Condução da auditoria em conformidade com NBC TAs
• Define objetivos gerais do auditor, natureza e alcance da auditoria
• Define detalhamento, estrutura e objetivos das normas técnicas de auditoria (NBC TAs)
NBC TA 200 – Objetivos Gerais do AuditorEm vigência a partir de 01/01/2010. Revogou a NBC T 11 - Normas de Auditoria Independente das Demonstrações ContábeisPrincipal norma técnica de auditoria independente do CFC
Objetivos gerais do auditor(a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que o auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e(b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se como exigido pelas NBC TAs, em conformidade com as constatações do auditor
A NBC TA 200 traz uma série de definições utilizadas em auditoria
Estrutura de relatório financeiro aplicável é a estrutura de relatório financeiro adotada pela administração e, quando apropriado, pelos responsáveis pela governança na elaboração das demonstrações contábeis, que é aceitável em vista da natureza da entidade e do objetivo das demonstrações contábeis ou que seja exigida por lei ou regulamento
Aplicação adequada de princípios fundamentais da contabilidade, normas técnicas, leis e regulamentos
Distorção é a diferença entre o valor, a classificação, a apresentação ou a divulgação de uma demonstração contábil relatada e o exigido para que o item esteja de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. As distorções podem originar-se de erro ou fraude. Quando o auditor expressa uma opinião sobre se as demonstrações contábeis foram apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, as distorções também incluem os ajustes de valor, classificação, apresentação ou divulgação que, no julgamento do auditor, são necessários para que as demonstrações contábeis estejam apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes
Demonstração Contábil Regra GeralS.A. de Capital
Aberto
Balanço Patrimonial Obrigatório Obrigatório
Demonstração Resultado Obrigatório Obrigatório
Demonstração Resultado Abrangente
Obrigatório Obrigatório
Demonstração Lucros e Prejuízos Acumulados
Facultativa Facultativa
Demonstração Mutações PL
Obrigatório Obrigatório
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Obrigatório Obrigatório
Notas Explicativas Obrigatório Obrigatório
Demonstração do Valor Adicionado
Facultativa Obrigatório
Demonstrações ContábeisEmpresas privadas
Princípios Fundamentais da Contabilidade
Principio da Entidade: reconhece o patrimônio como o objeto da contabilidade e afirma a autonomia patrimonial
Principio da Continuidade: a continuidade da entidade é um aspecto a ser observado cuidadosamente quando da classificação e avaliação patrimonial.
Principio da Oportunidade: se refere ao momento em que devem ser registradas as variações patrimoniais (imediatamente e de forma integral)
Principio do valor original: as variações patrimoniais devem ser registradas pelos valores originais das transações, em valor presente e na moeda do país.
Principio da Competência: as Receitas e as Despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que foram geradas.
Principio da Prudência: determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior valor para os componentes do Passivo, sempre que se apresentarem alternativas válidas para a quantificação das variações patrimoniais que alterem o PL.
Julgamento profissional é a aplicação do treinamento, conhecimento e experiência relevantes, dentro do contexto fornecido pelas normas de auditoria, contábeis e éticas, na tomada de decisões informadas a respeito dos cursos de ação apropriados nas circunstâncias do trabalho de auditoria.
O julgamento profissional é necessário, em particular, nas decisões sobre:materialidade e risco de auditoria;a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria aplicados para o cumprimento das exigências das normas de auditoria e a coleta de evidências de auditoria;avaliar se foi obtida evidência de auditoria suficiente e apropriada e se algo mais precisa ser feito para que sejam cumpridos os objetivos das NBC TAs e, com isso, os objetivos gerais do auditor; avaliação das opiniões da administração na aplicação da estrutura de relatório financeiro aplicável da entidade; extração de conclusões baseadas nas evidências de auditoria obtidas, por exemplo, pela avaliação da razoabilidade das estimativas feitas pela administração na elaboração das demonstrações contábeis.
Ceticismo profissional é a postura que inclui uma mente questionadora e alerta para condições que possam indicar possível distorção devido a erro ou fraude e uma avaliação crítica das evidências de auditoria.
Asseguração razoável é, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis, um nível alto, mas não absoluto, de segurança.
Evidências de auditoria são as informações utilizadas pelo auditor para fundamentar suas conclusões em que se baseia a sua opinião. Devem ser: (i) suficientes: medida quantitativa, afetada pela avaliação do auditor dos riscos de distorção relevante e qualidade da evidência;(ii) adequadas: medida qualitativa, relativa à relevância e confiabilidade no fornecimento de suporte às conclusões que fundamentam a opinião do auditor.
Responsável pela governança é a pessoa ou organização com a responsabilidade de supervisionarde forma geral a direção estratégica da entidade e obrigações relacionadas com a responsabilidade da entidade. Isso inclui a supervisão geral do processo de relatório financeiro. Para algumas entidades, os responsáveis pela governança podem incluir empregados da administração, por exemplo, membros executivos de conselho de governança de uma entidade do setor privado ou público, ou sócio-diretor.
Premissa, relativa às responsabilidades da administração e, quando apropriado, dos responsáveis pela governança, com base na qual a auditoria é conduzida – Que a administração e, quando apropriado, os responsáveis pela governança, tenham conhecimento e entendido que eles têm as seguintes responsabilidades, fundamentais para a condução da auditoria em conformidade com as normas de auditoria:
(i) pela elaboração das demonstrações contábeis;(ii) pelo controle interno;(iii) por fornecer ao auditor:
a. acesso às informações;b. quaisquer informações adicionais que o auditor possa solicitar para o propósito da auditoria; ec. acesso irrestrito àqueles dentro da entidade que o auditor determina ser necessário obter evidências de auditoria.
• A NBC TA 200 faz referência ao Código de Ética Profissional do Contabilista e à NBC PA 01, que trata do controle de qualidade, explicitando os princípios fundamentais de ética profissional relevantes para o auditor quando da condução de auditoria de demonstrações contábeis, que também estão em linha com os princípios do Código de Ética do IFAC, cujo cumprimento é exigido dos auditores.
• Esses princípios são:
(a) Integridade;
(b) Objetividade;
(c) Competência e zelo profissional;
(d) Confidencialidade; e
(e) Comportamento (ou conduta) profissional.
Risco de Auditoria
• Risco de Auditoria é o risco de que o auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante. É função dos riscos de distorção relevante e do risco de detecção.
(RA = RDR x RD)Avaliação de riscos é subjetiva - julgamento profissional
Riscos de distorção relevante
• Nível geral da demonstração contábil - Se relacionam de forma disseminada em relação às demonstrações contábeis e afetam potencialmente muitas afirmações.
• Nível da afirmação para classes de transações, saldos contábeis e divulgações - São avaliados para determinar a natureza, época e extensão de procedimentos adicionais necessários para obter evidências de auditoria (apropriada e suficiente), minimizando o risco de auditoria na emissão de opinião.
São riscos da entidade, e não da auditoria.
• Risco de distorção relevante é o risco de que as demonstrações contábeis contenham distorção relevante antes da auditoria. Consiste em dois componentes, descritos a seguir no nível das afirmações:
(i) risco inerente é a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transação, saldo contábil ou divulgação, a uma distorção que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras, antes da consideração de quaisquer controles relacionados;Mais alto para algumas afirmações e classes relacionadas de transações, saldos contábeis
e divulgações que para outrasEx: cálculos complexos, estimativas com incerteza significativa
Pode ser influenciado por circunstâncias externas (riscos de negócio)Ex: superavaliação de estoque com produto tecnologicamente obsoleto
Pode ser influenciado por fatores da entidade e seu ambienteEx: falta de capital de giro, controle deficiente
(ii) risco de controle é o risco de que uma distorção que possa ocorrer em uma afirmação sobre uma classe de transação, saldo contábil ou divulgação e que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, não seja prevenida, detectada e corrigidatempestivamente pelo controle interno da entidade.
Função da eficácia do controle interno da entidade
• Risco de detecção é o risco de que os procedimentos executados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo não detectem uma distorção existente que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções.Um maior risco de distorção relevante leva a um menor risco de detecção
aceitável e à exigência de evidências de auditoria mais persuasivas• Se relaciona com a natureza, a época e a extensão dos procedimentos que são
determinados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um nível baixo aceitável. Portanto, é uma função da eficácia do procedimento de auditoria e de sua aplicação pelo auditor. Dependem de:planejamento adequadodesignação apropriada de pessoal para a equipe de trabalhoaplicação de ceticismo profissionalsupervisão e revisão do trabalho de auditoria executado
Risco da auditoria, relacionado à eficácia da mesma
• Limitação inerente da auditoria
O auditor não é obrigado e não pode reduzir o risco de auditoria a zero, e, portanto, não pode obter segurança absoluta de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante devido a fraude ou erro. Isso porque a auditoria tem limitações inerentes que se originam da:
natureza das informações contábeis (avaliações subjetivas, incertezas)natureza dos procedimentos de auditoria (integridade das informações,
fraude/conluio, poderes legais limitados)necessidade de que a auditoria seja conduzida dentro de um período de tempo
razoável e a um custo razoável
• Há um risco inevitável de que algumas distorções relevantesdas demonstrações contábeis não sejam detectadas. A descoberta posterior de uma distorção relevante das demonstrações contábeis, resultante de fraude ou erro, não indica, por si só, uma falha da auditoria.