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DESTAQUES
TOQUE DE SAÍDA
DirectorAlfredo Lopes
Chefe de RedacçãoSoledade Santos
Externato Cooperativo da BeneditaRua do Externato CooperativoApartado 197 2476-901 [email protected]
externatobenedita.net
ENTREVISTA AO DIRECTOR PEDADÓGICA DO ECBPágina 3
PROJECTO EDUCAÇÃO E ORIENTAÇÃO ALIMENTARPágina 5
I ENCONTRO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA MATERNAPágina 6
O MOODLE NO ECBPágina 7
SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO TRAZ HÉLIA CORREIA À BENEDITAPágina 10
PLUTÃO E O CARACTER DINÂMICO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICOPágina 13
JOÃO PEDRO SILVAUM ATLETA DE ELEIÇÃO
Página 13
BUSCAPÉ:UMA HISTÓRIA EM
QUADRADINHOS
Página 19
(Continua na página 9)
Trianual - Dezembro de 2006
Ano 2 - Número 3 - 1,00 €
A propósito de uma exposição de postais ilus-
trados que se propõe realizar no Centro Cultu-
ral JGS, Fernando Maurício, natural da vila da
Benedita, e cidadão dedicado à preservação do
património histórico local (como atestam os ca-
dernos culturais que vem publicando com o apoio
da autarquia), revelou-nos alguns aspectos fas-
cinantes e porventura menos conhecidos desse
universo particular que é o do coleccionismo de
postais – a cartofilia.
Terminada a escola primária, Fernando Mau-
rício, como muitos jovens da sua geração, foi
encaminhado para o seminário que, à época,
constituía uma das poucas alternativas para os
rapazes que viviam longe dos grandes centros e
desejavam prosseguir estudos.
«No Seminário de Santarém não fui grande
aluno, mas aprendi muito em termos de relações
humanas. Passei por várias instituições de en-
sino e frequentei durante algum tempo o Insti-
tuto Superior de Educação Física, mas tive de
interromper o curso por motivos de doença. Entre
1979 e 1980 dei aulas no Externato Cooperativo
da Benedita, e ingressei depois na carreira técni-
ca da Acção Social Escolar.»
O seu interesse pela cartofilia inicia-se quan-
do, em 1966, herda de um tio padre, que estudara
em Roma, uma colecção de cartões postais sobre
arte sacra. Começa então a frequentar alfarra-
bistas e feiras de coleccionadores, fascinado so-
bretudo pelo valor documental dos postais. Tem
neste momento uma vasta colecção de centenas
de milhares, bem organizados e catalogados, no-
meadamente: por concelhos; por temas; postais
simples e máximos; estrangeiros; ilustrados à
pena, a guache e a óleo. Da classificação temá-
tica, destaca: actores portugueses; aves; aviões;
CARTOFILIA – COLECCIONISMO E MEMÓRIA
CONVERSA COM FERNANDO MAURÍCIO
Postal com 45 anos, Brigitte Bardot-Cinema Colecção de Fernando Maurício
Todos já fizemos contratos.
Fazemos um contrato quando
compramos uma casa, um ca-
derno, ou quando combinamos
um encontro com um amigo. Al-
guns contratos são mais formais,
outros mais flexíveis, mas em
todos, sem excepção, alguém
se obriga a alguma coisa em tro-
ca da obtenção de outra coisa.
Pode ser dinheiro, um emprego,
um bem ou mera satisfação mo-
ral. Existe sempre, mas sempre,
a constituição de uma obrigação
mútua e considerada equivalen-
te. Há, no entanto, uma excep-
ção: o ensino.
Idealmente, o ensino é, ele
também, um contrato. O Estado e
a família contratam para, de for-
ma complementar, se encarrega-
rem da educação e instrução dos
jovens. De um lado, a Escola for-
nece acesso ao conhecimento;
do outro, os jovens pretendem
conhecimento. Aparentemente,
o contrato está estabelecido. No
entanto, não se verifica a segun-
da condição que é a do equiva-
lente de retribuição. Para que o
aluno aprenda, é obrigatório que
a Escola queira ensinar; mas é
também necessário que o aluno
queira aprender. Ora, em muitos
casos, isto não acontece.
A Lei de Bases e respectiva
legislação complementar, as fi-
losofias que presidem ao funcio-
namento da Escola e à avalia-
ção, a educação familiar domi-
nante na sociedade, baseiam-se
no pressuposto de que o aluno
quer aprender, tem motivação, e,
portanto, as condições contratu-
ais estão cumpridas. O problema
CONTRATO E MOTIVAÇÃO
(Continua na página 17)
2
ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA
ESCOLA VIVA
Director do Jornal: Alfredo Lopes
Redacção:
Deolinda Castelhano
Luísa Couto
Soledade Santos (Chefe de redacção)
Teresa Agostinho
Marketing e vendas:
Maria José Jorge
Composição gráfica:
Nuno Rosa
Paulo Valentim
Samuel Branco
Equipa de Reportagem:
Acácio Castelhano
Ana Duarte
Clara Peralta
Fátima Feliciano
Graça Silva
José Cavadas
Laura Boavida
Maria de Lurdes Goulão
Maria José Guerra
Miguel Fonseca
Sérgio Teixeira
Impressão: Relgráfica, Lda
Tiragem: 500 exemplares
Preço avulso: 1,00 €
EDITORIAL ÍNDICE
Escola vivaContrato e motivação 1Entrevista ao Director Pedagógico da ECB 3
Mais um ano lectivo ... 4
Top 10 - livros mais lidos na biblioteca 4
Projecto Educação e Orientação Alimentar 5
Ementas: sabor e criatividade 5
Notícias de Longe - Volodymyr Meinyk 5
I Encontro de Ensino/Aprendizagem da
Língua Materna 6
Clube Paideia 6
Go(s)ta de água, go(s)ta de vida 6
O Moodle no ECB 7
Projecto “Orientação Alimentar“ arranca
na Sala de Alunos 12
O Lugar da MemóriaBenedita - Ontem, hoje e .... amanhã? 8
Trinta anos de autonomia local 8
Arte e CulturaCartofilia - coleccionismo e memória 1
Sugestão de leitura 4
The Others - crítica de filme 9
Sonho de uma noite de verão 10
Um sonho de teatro 10
Uma lição de história de arte 20
Andy Warhol: a arte/produção e consumo 20
Ciência, Tecnologia e AmbientePlutão e o carácter dinâmico do conheci-
mento científico 11
Chuvas ácidas 11
Células estaminais 11
A natureza da prova científica 12
Marie e Pierre Curie 12
Olhar CircundanteQuando um B pode ser um D 10
Benedita Dinâmica 12
David Purley 15
Juvenis do Benfica somem e seguem 15
Não há duas sem três - João Pedro Silva 15
Tolerantes, até que ponto 16
ECB no JRA em Viseu 16
Longa-metragem encerrada na Benedita? 16
Racismo 17
Mente Sã em Corpo SãoJoão Pedro Silva - um atleta de eleição 13
VIII Torneio Internacional da Cela 13
Alimentos para os adolescentes 14
Passatempos e CuriosidadesEnigmas 18
Sudoku 18
Recriar o mundoSonho - Poesia 9
Buscapé: uma história em quadradinhos 19
A disciplina de EDUCAÇÃO MORAL E RELIGIOSA CATÓLICA festejou o S. Mar-tinho no dia 10 de Novembro, promovendo a venda de castanhas assadas, uma expo-sição de trabalhos sobre as tradições asso-ciadas à lenda de S. Martinho e uma repre-sentação da mesma lenda, feita por alunos do 8.º ano, tendo como público os meninos do Jardim Escola.
Entre os dias 11 e 15 de Dezembro, EMRC dinamiza a Semana da Família, desenvolvi-da em conjunto com os professores respon-sáveis pelo Projecto Crescer. Do programa constam palestras, actividades para pais e alunos, e uma exposição de trabalhos elabo-rados pelos alunos nas aulas de Formação Cívica.
Este Grupo Disciplinar será também res-ponsável pela Festa de Natal, no dia 14 de Dezembro, que pretende envolver toda a comunidade educativa e incluirá dramatiza-ções e actuações musicais preparadas pelos professores e alunos da Escola.
O Grupo de EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA realiza, no final do 1º Período, em colabora-ção com o Grupo de História, uma exposi-ção de “Artefactos e Engenhos” produzidos pelos alunos do 7.º Ano. Relacionado com o tema “Energias Renováveis”, irá também realizar uma exposição de maquetas de cen-trais eólicas e de postais elaborados pelos alunos do 8.ºAno.
O Grupo de EDUCAÇÃO VISUAL está a proceder à decoração de alguns espaços dentro da escola, com materiais produzidos pelos alunos e alusivos à época natalícia.
LITERATURA – PARA QUE TE QUERO?
Todos sabemos que a leitura contribui
para o desenvolvimento das capacidades
intelectuais; que fornece instrumentos para
entender um mundo em constante mudan-
ça; que desenvolve a sensibilidade estéti-
ca; que nos ajuda a preservar a memória,
a melhor entender o presente e a planear
com mais lucidez o futuro.
Todos sabemos. Mas lê-se pouco e,
sobretudo, cada vez se dá menos lugar à
Literatura. Os que na escola ainda podem
fazê-lo, fazem-no frequentemente como pe-
nosa obrigação. Bem podem uns quantos
falar do prazer de ler e da importância dos
clássicos na formação dos jovens. Prazer
e obrigação não costumam andar a par, e
o que exige algum esforço desagrada, ain-
da mais num mundo em que tudo é light ou
descartável, num mundo em que impera
uma visão grosseiramente pragmática. Que
lugar resta então para a arte e, em particu-
lar, para a Literatura?
Yannis Ritsos, poeta grego contemporâ-
neo, disse: «Escrevo um verso, escrevo o
mundo: existo; o mundo existe».
De facto, se a criação, assuma ela que
forma assuma – pintura, música, literatura,
dança – não mata a fome nem a sede, pelo
menos não a fome e a sede imediatas, res-
ponde a uma necessidade essencial do ser
humano: uma necessidade lúdica (a do pra-
zer e do jogo), uma necessidade ôntica e
estética (a busca do Absoluto e do Belo).
Também a leitura, ao procurar desven-
dar a obra, se transforma numa actividade
não apenas recreativa, mas também cria-
tiva. Primeiro, porque o literário é, por na-
tureza, denso de sentidos, abrindo para
mundos obscuros, dizendo aquilo que não
conseguiríamos comunicar racionalmente
e que só pela intuição podemos alcançar.
Segundo, porque se trata de um objecto em
permanente construção, buscando leitores
que o completem, interpretando-o, recrian-
do-o a cada leitura.
Se nos dispusermos a ler, se aceitarmos
o desafio e nos atrevermos no labirinto,
será talvez a nossa própria face, revelada,
o que finalmente encontraremos nas pala-
vras do escritor.
Prof.ª Soledade Santos
ACONTECENDO
ESCOLA VIVA 3
ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA
O Dr. Alfredo Manuel Rodri-
gues Lopes nasceu em 1953, no
distrito da Guarda. É licenciado
em História e conta com 26 anos
dedicados ao ensino. Iniciou a
sua carreira de docente no Ex-
ternato, onde exerce o cargo de
Director Pedagógico desde 2004.
Actualmente vive em Rio Maior, é
casado e tem 2 filhos.
Quais são as funções que
exerce um Director Pedagógi-
co?
As funções do Director Peda-
gógico começam com a definição
do regime de funcionamento da
Escola, com a elaboração do Pla-
no de Actividades e com a distri-
buição do serviço docente e não
docente. Passam, também, pela
contratação dos professores,
pelo exercício do poder discipli-
nar e pela avaliação do pessoal
docente e não docente, entre ou-
tras.
O que o levou a aceitar este
cargo?
Nunca tive o desejo de dirigir
a Escola, mas sempre tive a von-
tade firme de a servir. Procurei,
ao longo de mais de 25 anos,
sentir a Escola como a minha es-
cola e os alunos como os meus
alunos. A minha disponibilidade
para trabalhar com as direcções
anteriores foi sempre total. De-
sempenhei cargos sempre de for-
ma empenhada e com lealdade,
norteei o meu trabalho no sentido
de obter o sucesso dos alunos e
a satisfação dos seus Encarrega-
dos de Educação. Terá sido a mi-
nha postura que levou a Direcção
do INSE a propor-me o cargo de
Director.
Tem encontrado dificulda-
des em gerir uma escola tão
grande?
O Externato é uma escola
grande em todos os sentidos. So-
mos uma comunidade composta
por mais de 1400 alunos; 120
professores e 30 funcionários.
Mas não pode ser grande apenas
nos números. A Escola tem uma
missão que passa pela qualida-
de do ensino/aprendizagem; pelo
bom ambiente aqui existente; por
uma boa organização e por uma
ligação estreita com a comunida-
de. E aqui também queremos ser
grandes. As boas instalações e
muitos recursos físicos, os pro-
fessores qualificados, empenha-
dos e com bom desempenho, os
funcionários exigentes e toleran-
tes, os pais interessados nas ac-
tividades da escola e dos seus
filhos, alunos conscientes de que
estudar é trabalho e trabalhar
muitas vezes é sacrifício, fazem
desta escola uma boa escola e
fácil de dirigir, onde o Director é,
muitas vezes, o timoneiro. Quan-
do fazemos o que gostamos e
sentimos a colaboração de todos,
tudo é mais fácil.
Sendo Director de uma es-
cola particular e cooperativa
onde qualquer morador pode
ser sócio, e onde cada Encarre-
gado de Educação sente a es-
cola como sua, pergunto: qual
a missão da escola e as me-
didas que vão sendo tomadas
para dar resposta aos anseios
da população?
A escola nasceu para dar res-
posta àqueles alunos que, após a
4ª classe, não tinham condições
para se deslocar para fora da Be-
nedita a fim de prosseguir estu-
dos, ou de adquirir formação na
área de Serralharia e Formação
Feminina. Agora, a sua missão é
outra. Têm de se criar condições
para que todos os alunos conclu-
am a escolaridade obrigatória.
Para isso é necessário tomar me-
didas no sentido de reduzir a taxa
de abandono escolar para 0 por
cento.
E como pensa conseguir
isso?
Tendo em conta as diferenças
de cada aluno, dando apoios di-
versificados, apoiando as famí-
lias mais necessitadas a vários
níveis, desenvolvendo projectos
como o Aprender a Aprender, o
Gabinete de Dislexia, o Gabinete
de Psicologia, o Desporto Esco-
lar, ou ainda encaminhando os
jovens que nada querem com a
escola de ensino regular, a pre-
ferir cursos de Educação e For-
mação.
Por outro lado, tem a escola de
se preocupar com o sucesso real
dos alunos ao terminarem o Ensi-
no Básico, para que possam sem
sobressaltos prosseguir estudos
no Ensino Secundário. Neste
sentido, apostamos na implemen-
tação de planos de intervenção
na área de Língua Portuguesa e
Matemática, reforçando quando
necessário a carga horária.
E em relação ao Ensino Se-
cundário, quais são os objecti-
vos desta escola?
Quanto ao Ensino Secundário,
preocupamo-nos com uma oferta
de cursos que sejam do agrado
dos alunos, seja nas áreas dos
cursos Científico-Humanísticos,
Tecnológicos ou Profissionais,
sabendo que estamos limitados
pela rede escolar do concelho.
O nosso objectivo é que todos
tenham sucesso no 12º Ano, po-
dendo, desta forma, entrar nas
universidades e nos cursos que
desejam, bem como entrar no
mundo do trabalho, proporcio-
nando-lhes uma boa orientação.
Mas a escola não é só apren-
dizagem, mas também educação,
solidariedade, valores e cultura.
Daí a existência de grandes pro-
jectos como o Projecto Crescer,
Sorriso Amigo, Teatro, Festtea-
tro, Jornal Escolar, Feira do Li-
vro, Orientação Alimentar, entre
outros. Com estes projectos ali-
cerçados na qualidade do corpo
docente e discente, atingiremos
patamares de excelência.
Tem uma longa carreira como
docente. Director ou Professor,
o que considera mais difícil?
Actualmente ser professor não
é fácil. Sente-se o desencanto
pelo insucesso dos alunos, por-
que eles nem sempre chegam
onde desejaríamos. Mas o con-
trário também é verdadeiro, mui-
tos atingiram os seus objectivos e
o nosso contributo foi relevante.
Ser Director é ser capaz de
decidir em tempo oportuno. É um
campo de muita responsabilida-
de.
Como são os dias de um Di-
rector Pedagógico?
Procuro estar na escola o má-
ximo de tempo possível. Os as-
suntos devem ser resolvidos com
brevidade. Há muita correspon-
dência para ler e dar resposta.
Há muita gente para ouvir. Há um
leque vastíssimo de assuntos diá-
rios para resolver e que não pode
esperar. Enfim, passam-se com
muita agitação, mas não deixam
de ser muito gratificantes.
ENTREVISTA AO DIRECTOR PEDAGÓGICO DO ECB“A escola não é só aprendizagem, mas também educação, solidariedade, valores e cultura “
4
ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA
ESCOLA VIVA
A primeira volta decorreu no dia 24
de Outubro de 2006 e apuraram-se os
seguintes votos:
Abstenção – 32% (alunos diurnos)
A segunda volta teve lugar no dia 30 de
Outubro de 2006. Foi eleita a Lista F
e o novo presidente da Associação de
Estudantes é o João Prisciliano, do 12º
Ano Turma A:
TOP 10
1º- A MetamorfoseFranz Kafka
2º - Aventuras de João Sem MedoJosé Gomes Ferreira
3º - Diário de Anne FrankAnne Frank
4º - A estrela de Doze PontasJoão Aguiar
5º - O Velho e o MarErnest Hemingway
6º - Poesias InéditasFernando Pessoa
7º - O Mistério do Grafitti João Aguiar
8º - Quem Me Dera Ser OndaManuel Rui
9º - À Beira do Lago dos EncantosMaria Alberta Menéres
10º - Os Cinco MoklinsBruno Matos
Os livros mais requisitados na Biblioteca do ECB entre 18 de Setembro e 31 de Outubro de 2006.
Lista C 54 7%
Lista D 156 19%
Lista F 213 26%
Lista K 69 8%
Lista R 224 27%
Lista S 21 2%
Lista T 13 2%
Lista X 26 3%
Brancos 10 1%
Nulos 38 5%
TOTAL 824
Lista F 357
Lista R 345
Brancos 0
Nulos 5
TOTAL 695
Iniciámos mais um ano lectivo e, à seme-
lhança de anos anteriores, recebemos os no-
vos alunos – aqueles que pela primeira vez fre-
quentam o Externato – e os seus Encarregados
de Educação, no auditório do Centro Cultural
Gonçalves Sapinho. Esta sessão de boas-vin-
das foi presidida pelo Director Pedagógico, Dr.
Alfredo Lopes que, depois de saudar os pre-
sentes e de desejar aos alunos um bom ano
de trabalho, apelou para a desejada cultura de
excelência alicerçada no empenho e colabora-
ção de todos.
No presente ano lectivo – 2006/07 – estão
matriculados no Externato 1372 alunos distri-
buídos por 55 turmas do Ensino Básico e Se-
cundário diurno e nocturno.
ALGUMAS ACTIVIDADES EM DESTAQUE
CLUBES E PROJECTOS em funcionamento
neste ano lectivo: Clube de Fotografia, Clube
Arquimedes, Clube de Informática, Clube Auto-
cad, Clube Corel Draw, Clube de Xadrez, Clube
do Funcionamento da Língua, Clube Paideia,
Clube Virtual de Leitura, Clube Sentir a Física,
Projecto 3D, Oficina de Teatro, Observatório da
Natureza, Festa dos Talentos, Ciência de Pal-
mo e Meio, Feira do Livro, Café Literário, Baile
de Gala, grupo de teatro Os Gambuzinos, festi-
val de teatro escolar (Festteatro), colaboração
com a Associação “Sorriso Amigo” e participa-
ção no Fórum da Juventude.
PROJECTO APRENDER A APRENDER –
destina-se a dar apoio pedagógico aos alunos
que revelam mais dificuldades, auxiliando-os a
desenvolver progressivamente a sua autono-
mia. Estes alunos dispõem do apoio de um pro-
fessor durante um tempo lectivo semanal.
PROGRAMA DE TUTORIAS – em vigor pela
primeira vez neste ano lectivo, o Programa de
Tutorias pretende acompanhar os alunos do 3.º
Ciclo do Ensino Básico que revelem dificulda-
des de aprendizagem acentuadas ou que evi-
denciem grande absentismo, risco de insuces-
so repetido ou de abandono escolar. Incluem-
se ainda os alunos que, não tendo dificulda-
des de aprendizagem, revelam problemas de
ordem sócio-afectiva. Os professores tutores
acompanham os alunos no estudo e na inte-
gração escolar.
AULAS DE APOIO – o ECB, à semelhança
de anos anteriores, faculta aulas de apoio a
Língua Portuguesa e Matemática aos alunos do
9.º ano. Estas aulas decorrem num tempo lecti-
vo semanal integrado no horário da turma, são
de frequência facultativa e sujeita a autoriza-
ção do Encarregado de Educação. Em algumas
turmas do Ensino Secundário, onde tal neces-
sidade se verificou, foi também implementada
esta estratégia na disciplina de Matemática.
MAIS UM ANO LECTIVO… ELEIÇÃO ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES
SUGESTÃO DE LEITURA À Procura de Sana, da Gótica Edições, é
um romance de Richard Zimler, escritor ame-
ricano residente no Porto há já alguns anos,
que combina de forma harmoniosa a pesquisa
jornalística e a ficção, cruzando o seu univer-
so pessoal com a história de Sana, uma miste-
riosa mulher que conhece na Austrália quan-
do aí participa num Encontro de Escritores.
Ao longo de duzentas e oitenta e sete
páginas, Zimler procura a verdade sobre a
vida da bailarina palestiniana que de for-
ma enigmática se aproxima dele, pedin-
do-lhe para autografar o seu livro, O Úl-
timo Cabalista de Lisboa, e dedicá-lo a
Helena, mas no dia seguinte, de forma
inesperada, cai de uma janela na espla-
nada do hotel, a pouca distância do autor.
Ao ritmo vertiginoso das descobertas do
romancista vamo-nos surpreendendo com
as revelações sobre duas mulheres que a
vida separou, Sana e Helena, uma pales-
tiniana e a outra israelita, mas cuja amiza-
de perdurou muito para além dos muros de
Haifa e do contexto político que as envolve.
Prof.ª Luísa Couto
À Procura de Sana
Richard Zimler
Gótica
ESCOLA VIVA 5
ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA
O Volodymyr Melnyk foi aluno do ECB,
no 3º ciclo, e frequentou o 10º Ano na turma
A, no ano lectivo 2004/2005, tendo-se inte-
grado admiravelmente na escola e aprendi-
do, em curto espaço de tempo, a comunicar
em português.
Após o regresso à sua terra natal, na
Ucrânia, escreveu aos colegas esta carta
que, com autorização do Volodymyr, o To-
que de Saída agora publica, exactamente
como ele a escreveu.
Olá amigos!
Antes de tudo vou pedir desculpa por os
meus erros ortográficos, pois já bastante
não pratiquei a língua Português. Agradeço
muito por vossa carta, é sempre curioso de
saber o que mudou-se em minha Benedita,
escola, turma, após da minha saída de Por-
tugal. Tenho muita pena de que abandonei
vós, mas vida é vida! Também tenho gran-
des saudades por vossa companhia, e es-
pero que nós ainda vamos se-encontrar.
Agora vou contar um pouco sobre a mi-
nha situação. Eu vivo com os avós em ci-
dade em que nasceu. Estou a construir a
minha carreira xadrezistica, treino xadrez
em casa, participou nos torneios. Assim em
ultimo nacional de jovens, eu joguei em pri-
meiro tabuleiro da minha região (em Ucrâ-
nia). Dos 24 participantes fiquei em 1º lugar
com 5 pontos em 9 possiveis.
Mas chega historias sobre minha vida.
Espero vocês contam sobre as vossas no-
tícias em próximas cartas, pois eu também
não esqueceu sobre vós e não vou esque-
cer nunca!
Desejo para os professores boas notas a
dar, e para a turma a receber as!
Vosso colega Volodymyr
P.S. Parabéns com apuramento do seu
grupo em 1/8 do Mundial Selecção nacional
Português!
NOTÍCIAS DE LONGE
A Organização Mundial de Saúde conside-
ra a dieta e a nutrição factores importantes
na promoção e manutenção de um bom es-
tado de saúde, e determinantes na preven-
ção das doenças crónicas não transmissíveis
(obesidade, doenças cardiovasculares, etc.).
Todos nós reconhecemos a importância
de uma refeição completa e variada. Con-
tudo, são muitas as situações em que não
aplicamos a teoria na vida prática. Muitos
adolescentes do século XXI consideram uma
refeição completa uma fatia de pizza, batatas
fritas e um refrigerante, ou por vezes ham-
búrgueres, croquetes e outros alimentos que
se enquadram na categoria do fast-food.
Estes alimentos são muito apelativos a ní-
vel do paladar, mas são também densamente
calóricos, ou seja, muito ricos em gorduras e
açúcares, o que faz com que, mesmo consu-
midos em pequenas quantidades, tragam um
contributo elevado em calorias para o orga-
nismo. Têm ainda a desvantagem de repre-
sentarem calorias relativamente pobres, pois
fornecem quantidades baixas de vitaminas,
minerais e fibra.
Onde ficaram a sopa, os vegetais e a
água?
Uma ementa saudável deve ser constitu-
ída por sopa, um prato completo, com carne
ou peixe, acompanhamento à base de cere-
ais, batata ou leguminosas, e ainda vegetais
em quantidade significativa. A refeição fica
completa com uma peça de fruta.
Estes princípios, não devem, obviamente,
descurar o aspecto do paladar e do sabor,
pelo que uma ementa deve ser elaborada
com alguma criatividade, devendo ser varia-
da, quer em alimentos, quer em tipos de con-
fecção.
O Externato Cooperativo da Benedita apli-
ca a teoria na vida prática.
Então porquê preferir uma refeição fast-
food, quando podes desfrutar de uma refei-
ção equilibrada e saudável no Restaurante
do ECB?!
Porque pensamos em ti,
Restaurante do ECB, a escolha para quem
se preocupa com o seu futuro!
João Fonseca
Coordenador do Projecto Orientação Alimentar
EMENTAS: SABOR E CRIATIVIDADE
(NÃO) GOSTO DE JAZZ!
Muitos dizem que não gostam de Jazz.
A questão que se coloca é “Porquê?”
A resposta é aparentemente simples:
porque o ouvido não foi educado para ou-
vir esse tipo de música. Quem não conhe-
ce não sabe se gosta. Para gostar tem
de ouvir, ouvir ao vivo. Ir aos concertos,
sentir o ambiente.
Foi este o percurso que muitos que
gostam de Jazz fizeram. Quando ouviram
o primeiro concerto não disseram “Não
gosto de Jazz”. Podem dizer “Não gosto
de algum tipo de Jazz”.
Por isso, façam o favor de ir ouvir con-
certos de Jazz!
Prof. José Cavadas
Ao longo deste ano lecti-
vo, decorre na nossa Escola
um projecto de Educação e
Saúde Alimentar, coorde-
nado por João Fonseca,
ex-aluno do Externato e ac-
tualmente finalista do cur-
so Produção Alimentar em
Restauração na ESHTE.
O projecto, tendo como
lema uma citação de Hipó-
crates, «O alimento é o teu
primeiro medicamento»,
será levado à prática pelo
Coordenador e por um Gru-
po de Apoio constituído por
alunos e envolverá vários
Grupos Disciplinares, como
o de Educação Física. Tem
como público preferencial
os alunos do Externato, mas
orienta-se também para a
comunidade local, visan-
do, entre outros objectivos,
criar uma rede de informa-
ção e comunicação sobre
questões alimentares e pro-
mover uma correcta nutrição
na escola e para lá dela.
Entre outras actividades
a decorrer ao longo do ano
lectivo, destacam-se a Se-
mana da Alimentação (16 a
20 de Outubro); a activação
do e-mail edu.alimentar@
gmail.com, para recolha de
sugestões e esclarecimento
de dúvidas sobre nutrição;
a avaliação dos hábitos
alimentares da população
discente do Externato; a
afixação de materiais in-
formativos; a publicação
de artigos neste jornal; a
construção de uma página
na Internet; a realização de
colóquios, debates e cam-
panhas de incentivo à prá-
tica do exercício físico e de
uma alimentação saudável;
a promoção do Bar e do Re-
feitório da escola; o concur-
so “Dá um nome ao Bar e ao
Restaurante da Escola”; a
valorização da oferta de ali-
mentos mais saudáveis no
Bar, como a fruta e o pão,
tornando menos visíveis re-
frigerantes, bolos e snacks;
o intercâmbio com outras
escolas, nomeadamente a
Escola Secundária da Maia
que desenvolve um projecto
semelhante; um seminário,
aberto à comunidade, sobre
“Educação e Orientação Ali-
mentar.
PROJECTO PILOTO
EDUCAÇÃO E ORIENTAÇÃO ALIMENTAR
6
ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA
ESCOLA VIVA
A turma do 12ºC estará
envolvida durante este ano
lectivo no Programa Eco-Es-
colas e JRA (Jovens Repór-
teres para o Ambiente), no
âmbito da Área de Projecto.
O Programa Eco-Escolas
tem como objectivos: enco-
rajar acções; reconhecer e
premiar o trabalho desenvol-
vido pela escola na melho-
ria do seu desempenho am-
biental, na gestão do espaço
escolar e na sensibilização
da comunidade; estimular o
hábito de participação e a
adopção de comportamentos
sustentáveis no quotidiano
ao nível pessoal, familiar e
comunitário. O tema escolhi-
do foi a “Água” e tem como
variante a “Biodiversidade”.
O JRA é um projecto que
tem como finalidade preparar
os jovens para o exercício de
uma cidadania activa na de-
fesa do Ambiente, investigan-
do e interpretando questões
ambientais relevantes a nível
local, como se fossem jorna-
listas, reforçando os seus co-
nhecimentos neste domínio.
O projecto de investigação
jornalística (JRA) inserir-se-
á em fóruns de trabalho su-
bordinado ao tema da Água.
Segundo os objectivos
destes dois programas, pre-
tendemos ao longo do ano
elaborar artigos e realizar vá-
rias actividades, tendo como
público-alvo a comunidade
em geral, desde a pré-esco-
lar. Algumas destas activida-
des incluem a produção de
maquetas de uma ETAR e do
ciclo hidrológico; a participa-
ção no concurso nacional “Fo-
tografar a Água”; a análise de
águas da região; um inqué-
rito à população; e a acção
PNSAC (Parque Natural da
Serra de Aire e Candeeiros).
Os artigos e cartazes que fa-
remos terão como objectivo a
sensibilização da comunida-
de escolar para a poupança
de água e para a sua impor-
tância no organismo humano.
Fora da escola pretendemos,
com dramatizações simples,
fazer ver aos mais novos
as ideias acima referidas.
Alunos do 12ºC
GO(S)TA DE ÁGUA, GO(S)TA DE VIDA
Nos dias 14 e 15 de Setembro realizou-se,
no Centro Cultural José Gonçalves Sapinho, na
Benedita, um Encontro de educadores/profes-
sores de Língua Portuguesa que reuniu mais
de 60 docentes do ensino básico e secundário
da região e de zonas periféricas.
Organizado pelo CEFAE de Alcobaça e Na-
zaré e apoiado pelo CEFAE Dra. Deolinda Ri-
beiro e pelo Externato Cooperativo da Bene-
dita, o Encontro revelou-se um momento de
aprendizagem e consolidação de estratégias a
pôr em prática nas aulas de Língua Materna.
A ideia da realização deste Encontro nasceu
daquilo que parece ser uma óbvia necessida-
de de procurar respostas mais eficazes para
resolver muitos dos problemas que envolvem
não só a Língua Portuguesa, mas todas as dis-
ciplinas, a nível:
• da interpretação de enunciados orais e es-
critos;
• da escrita;
• do conhecimento explícito da língua;
• da diferenciação entre os registos formais
e informais.
E foi partindo desta necessidade consen-
sual que se reuniram investigadores de várias
áreas, linguistas e professores do ensino bá-
sico e do ensino secundário, para uma parti-
lha de pesquisas fiáveis e de experiências que
levarão à experimentação de novos percursos
pedagógicos
Cada vez se torna mais clara a consciên-
cia da importância da colaboração de investi-
gadores e de professores, constituindo-se um
diálogo fecundo para o ensino, o que se veri-
ficou neste Encontro em que se reflectiu em
conjunto sobre os domínios do Português e os
problemas de aprendizagem. Foi, certamente,
um caso de sucesso, a repetir.
Profª Inês Silva
I ENCONTRO DE ENSINO/APRENDIZAGEM DA LÍNGUA MATERNA
NOTÍCIAS DA MATEMÁTICA
Decorreu no dia 8 de Novembro a
primeira eliminatória das Olimpíadas
Portuguesas de Matemática.
Entretanto, e na sequência do es-
tudo realizado sobre os resultados do
exame do 9º Ano, tanto a nível nacio-
nal como no ECB, decidiu este Grupo
Disciplinar implementar o Projecto Ma-
temática, com o objectivo de melhorar
o desempenho dos alunos no terceiro
ciclo do Ensino Básico e, consequen-
temente, no Ensino Secundário. Este
projecto inclui estratégias variadas,
nomeadamente: rever a gestão do pro-
grama do 3º Ciclo, dando prioridade às
matérias mais estruturantes para o fu-
turo escolar dos alunos; utilizar recur-
sos tecnológicos; introduzir a “Ques-
tão Aula”, obtendo feedback diário dos
alunos; lançar o “Desafio em Família”:
problemas matemáticos com ligação ao
real, para os alunos resolverem com os
familiares.
Estas estratégias, já postas em prá-
tica neste ano lectivo em todas as tur-
mas do 7º Ano, estender-se-ão ao 8º no
próximo ano lectivo e, seguidamente,
ao 9º Ano.
Paideia é o termo grego para
designar a formação do ser hu-
mano, preparando-o para intervir
politicamente nos assuntos da
sociedade. Tendo em conta que
a sociedade democrática moder-
na exige dos seus cidadãos uma
participação consciente e activa,
recorreu-se a este termo clássi-
co para identificar o clube coor-
denado pelo grupo de Filosofia.
O clube Paideia pretende a
prossecução dos seguintes ob-
jectivos: desenvolver nos alunos
atitudes de curiosidade, análise
crítica e rigor conceptual, permi-
tindo-lhes assumir o exercício da
cidadania, debatendo problemas
com convicção e tolerância; contri-
buir para uma futura
opinião pública me-
nos passiva e acríti-
ca e, formalmente,
mais preparada para
discutir assuntos de
variada proveniência.
A afixação dos tra-
balhos produzidos pe-
los alunos, a divulga-
ção de obras de inte-
resse filosófico, o vi-
sionamento de filmes,
a dramatização de di-
álogos filosóficos, a escolha do “fi-
lósofo do mês”, sessões de debate
e a produção de textos argumenta-
tivos são algumas das actividades
a desenvolver no âmbito do clube.
Embora se trate de um es-
paço aberto à escola, os prin-
cipais intervenientes serão os
alunos que frequentam as dis-
ciplinas de Filosofia (10º e 11º.
Anos) e de Psicologia (A e B).
O clube funcionará à segun-
da-feira, das 14: 20 às 15:50;
terça-feira, das 10:50 às 12:35;
quinta-feira, das 10:05 às 13.20;
e sexta-feira, das 11:50 às 13:20.
Os professores do grupo de Filosofia
CLUBE PAIDEIA
ESCOLA VIVA 7
ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA
NOTÍCIAS DO GRUPO DE HISTÓRIA
Neste ano lectivo, o Grupo de
História dá início a um projecto in-
titulado “Viver a História”, organi-
zando um conjunto de actividades
que visam melhorar a qualidade do
processo de ensino-aprendizagem,
promover a educação para a cida-
dania e reforçar a ligação com a co-
munidade. Ao longo do ano, várias
turmas realizarão dramatizações,
jogos, marcadores de livros, expo-
sições de trabalhos, e farão a dina-
mização da vitrina “Viver a História”.
Embora estudar História não seja
apenas saber datas, acontecimen-
tos ou o nome de personagens im-
portantes, conhecer os momentos
marcantes da História de um país
ajuda a construir a consciência cí-
vica e garante a nossa identidade
cultural. Há datas que merecem ce-
lebração, quer as que dizem respeito
à História Nacional, quer as que in-
tegram a Humanidade. Assim, para
a comemoração da implantação da
República, a turma do 9º D realizou
já trabalhos para apresentação na vi-
trina. Prevê-se, ainda no 1º Período,
a comemoração da Restauração da
Independência (1 de Dezembro) e do
Dia da Declaração Universal dos Di-
reitos do Homem (10 de Dezembro).
NOTÍCIAS DO GRUPO DE PORTU-
GUÊS
Neste ano lectivo, o Grupo de Por-
tuguês propõe-se manter o Clube de
Leitura Virtual, na página do ECB,
e dinamizar na plataforma Moodle
a Página do Português, com uma
vertente pública, e outra destinada
à partilha de materiais e ao traba-
lho colaborativo entre os professo-
res da disciplina. O Grupo renovará
ainda o Convite a um Escritor para
se deslocar à escola, incentivando
desta forma o gosto dos alunos pela
leitura, e organizará o Dia do Por-
tuguês, promovendo um Concurso
de Escrita. Quanto à Formação de
Professores, apresenta duas pro-
postas: “Afinal, somos todos pro-
fessores de português!”, acção que,
assumindo o carácter transversal da
língua materna, se dirige a todos os
professores do Externato que a de-
sejem frequentar; e ainda, especial-
mente para os professores do En-
sino Secundário, “Para uma leitura
da obra Memorial do Convento: Da
História ao Sonho”.
Promove ainda as seguintes Ses-
sões de Teatro, em relação com os
conteúdos programáticos dos anos
a que se destinam: para o 8.º Ano
– «Falar Verdade a Mentir», pela
companhia “O Sonho”, espectáculo
previsto para o dia 21 de Maio; 9.º
Ano – «Auto da Barca do Inferno»,
previsto para o dia 15 de Dezembro;
10.º Ano – «Um Poder chamado Pa-
lavra», sessão de poesia pela com-
panhia “Teatro Azul”, prevista para
o dia 17 de Abril; 12.º ano – «Feliz-
mente Há Luar», pela companhia “A
Barraca”, nos dias 6 e 8 de Março.
Quanto a Visitas de Estudo, os
professores de Português propõem-
se realizar com os seus alunos do
11º Ano o Roteiro Queirosiano em
Lisboa e, com os de 12º Ano, visitar
o Convento de Mafra, no âmbito do
estudo da obra “Memorial do Con-
vento”.
O MOODL NO ECBDesde o 2º período do ano
lectivo transacto que alguns
professores do ECB têm aces-
so à plataforma Moodle e a uti-
lizam, juntamente com os seus
alunos, como complemento das
actividades lectivas, disponibili-
zando manuais, fichas de exer-
cícios, combinando chat, dis-
cutindo assuntos em fóruns e
realizando testes. A plataforma
está acessível através do en-
dereço: http://ecb-m.ccems.pt
No início do presente ano
lectivo, o número de utilizado-
res desta plataforma aumentou
significativamente, quer a nível
de professores, quer a nível de
alunos. Uma das razões deve-
se ao facto de se ter passado a
inserir no Moodle as propostas
para o Plano de Actividades e
a disponibilizar na plataforma
muitos dos impressos utilizados
na escola. Entretanto, alguns
professores mostraram também
interesse em ter aí áreas para
trabalhar com as suas turmas.
Mas o que é o Moodle?
É uma plataforma suportada
pelas tecnologias utilizadas pela
Internet e que permite adminis-
trar actividades educacionais,
plataforma essa criada com o
pensamento no ensino à distân-
cia (e-learning), ideal como com-
plemento do ensino presencial.
Através do Moodle, os pro-
fessores podem construir, jun-
tamente com os seus alunos,
registos históricos de reflexões;
glossários destinados a arma-
zenar recursos; tarefas diversas
que o aluno envia ao professor,
depois de cumpridas; inquéritos
(permitindo ao professor conhe-
cer melhor a turma e reflectir
sobre os seus métodos de en-
sino); wiki (criação colaborativa
de documentos; lição (conjunto
de páginas compostas que no
final apresenta questões) e ou-
tras actividades.
Prof. Samuel Branco,
Coordenador do Projecto Moodle
Durante o primeiro e o segundo períodos deste ano
lectivo, a Câmara Municipal de Alcobaça faz nas esco-
las a campanha “Educação Ambiental 2006/2007”: tro-
ca de tampinhas de plástico por cadeiras de rodas.
Durante a campanha, as escolas do concelho recolhem
tampas de plástico — que devem ser de garrafas de água
ou de iogurte — com a finalidade de as trocar por cadeiras
de rodas e outros equipamentos para a Sociedade Portu-
guesa de Esclerose Múltipla (SPEM). É necessário reu-
nir uma tonelada de tampinhas para obter em troca uma
cadeira de rodas. A escola ou turma que reunir a maior
quantidade de tampas – armazenadas e contabilizadas em
garrafões de três, cinco ou oito litros — irá a Lisboa visitar
a SPEM e lanchar com crianças que sofrem da doença.
A campanha terminará a 7 de Abril de 2007, Dia Mundial
da Saúde, e os munícipes também podem contribuir, depo-
sitando as tampas nas Juntas de Freguesia ou no pelouro
do Ambiente da Câmara.
Esta campanha tem como objectivo conciliar os objec-
tivos ambiental e social, a promoção da reciclagem de re-
síduos sólidos, bem como a solidariedade e a educação
para a cidadania.
Sara Coelho Santos, 10ºD
TAMPAS DE PLÁSTICO PRECISAM-SE
O LUGAR DA MEMÓRIA8
ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA
A autonomia local é, junta-
mente com a autonomia regional,
um dos princípios constitucio-
nais fundamentais, em matéria
de organização descentralizada
do Estado. As autarquias locais
são formas de administração
autónoma, constituem entida-
des jurídicas próprias, possuem
os seus próprios órgãos repre-
sentativos e prosseguem inte-
resses próprios das respectivas
populações e não interesses do
Estado.
Fiel à tradição portuguesa,
a Constituição manteve um sis-
tema de autarquias estruturado
em três níveis territoriais: fre-
guesias, municípios e regiões
administrativas. As freguesias,
enquanto entidades jurídico-
administrativas, surgem pela
primeira vez em Portugal, pelo
Decreto de 26 de Novembro de
1830. No seu artigo 1º, este di-
ploma estabelecia o seguinte:
“haverá em cada paróquia uma
junta nomeada pelos vizinhos
e encarregada de administrar
todos os negócios de interesse
do poder local “, sendo as pa-
róquias até então divisões ecle-
siásticas reguladas pelo direito
canónico e sem qualquer atribui-
ção de carácter administrativo.
Os municípios, cujas origens
remontam à Idade Média, onde
o espaço continental da monar-
quia portuguesa se encontra di-
vidido por concelhos designados
cidades, vilas, concelhos, cou-
tos e honras ou simplesmente
terras, constituídos por Câma-
ras Municipais que possuíam em
toda a parte atribuições formais,
parcialmente coincidentes. As
regiões administrativas, autar-
quia verdadeiramente nova e a
criar, que substituirá o distrito,
que surge pela primeira vez em
Portugal com a reforma adminis-
trativa de Mouzinho da Silveira,
em 1835.
Não sendo novas estas autar-
quias definidas na Constituição
da República, saída da Revolu-
ção do 25 de Abril, elas são con-
tudo autarquias novas, porque
diferentes das suas antecesso-
ras, já que pela primeira vez go-
zam de autonomia, tanto admi-
nistrativa como financeira.
É o objecto das receitas que
é privilegiado na Constituição
como elemento essencial da
autonomia própria do poder lo-
cal, pois ele preconiza a “justa
repartição dos recursos públi-
cos”, pressupondo a fixação de
critérios de distribuição dos re-
cursos totais entre o Estado e
as autarquias, na proporção das
necessidades correspondentes
às atribuições de uns e outros,
quer através da repartição da
titularidade das receitas, quer
pela participação das autarquias
nos recursos do Estado.
Aos municípios, a Lei atribui
as receitas dos impostos deno-
minados locais, como o Impos-
to Municipal sobre Imóveis (o
IMI), o Imposto Municipal sobre
Transmissões Onerosas de Imó-
veis (o IMT), o Imposto Munici-
pal de Veículos, a derrama sobre
a colecta de I.R.C. cobrado no
concelho, que é de 10%, e ainda
uma participação de 30,5% na
receita dos impostos nacionais
do IVA, do IRS e do IRC, cobra-
dos pelo Estado.
Às freguesias atribui a lei
2,5% da receita do IVA, IRS e
IRC, cobrados pelo Estado, sen-
do esta a receita das 4.259 fre-
guesias existentes em Portugal.
Foi esta autonomia adminis-
trativa e financeira que permitiu
aos municípios e às freguesias
realizarem nas suas áreas de ju-
risdição as obras que modifica-
ram significativamente a imagem
das nossas aldeias, vilas e cida-
des e que melhoraram a qualida-
de de vida das populações.
Completam-se este ano (16
de Dezembro) 30 anos de po-
der local democrático. Come-
moramo-los como uma das re-
alizações mais conseguidas da
democracia portuguesa. E faça-
mos votos para que a nova lei,
a Lei do Financiamento das Au-
tarquias Locais, em discussão
na Assembleia da República,
não ponha em causa a verdadei-
ra essência do poder local – a
sua autonomia, administrativa
e financeira, – antes evolua no
sentido da maior descentraliza-
ção, para que assim se possa
cumprir também o princípio da
subsidiariedade.
Prof. Luís Castelhano
TRINTA ANOS DE AUTONOMIA LOCAL
A tradição desportiva da Benedita bem representada jé em
1949 nesta equipa de futebol: União Desportiva da Benedita
a disputar então um torneio entre freguesias no antigo cam-
po de Alcobaça. Identificação: (da esquerda para a direita,
em pé): Carriço, Fialho, Bogalho, José Figueiredo, Patrício,
Carapau e o massagista Machado de Aljubarrota; (em baixo):
Nélito (Alcobaça), Olímpio, José Inácio, Armando Alho e Car-
taxo.
BENEDITA - ONTEM, HOJE E... AMANHÃ?
4 de Fevereiro de 1943/45, jovens da Benedita pousam
garbosamente com as suas bicicletas.
As distâncias não os detinham e longos quilómetros per-
corriam: Fátima, Nazaré, Caldas, bailes e roamrias em qual-
quer lugar e lá iam eles nas suas ‘pasteleiras’....
Da esquerda para adireita: José Delgado (F), Luís Maurí-
cio, António Ferreira Catarino (F), João Maria (F) e António
Almeida.
ARTE E CULTURA 9
ANO 2 - Nº 2 TOQUE DE SAÍDA
azulejos; brasões; calçada portuguesa; cine-
ma; comboios; estações de caminho de ferro;
janelas e portas; navios; pelourinhos, poesia;
tauromaquia; trajes.
Explica-nos que se a filatelia – uma das
mais antigas e populares actividades colec-
cionistas – é a arte de coleccionar selos de
correio, e a cartofilia a de coleccionar pos-
tais, a maximilia é a arte de coleccionar pos-
tais-máximos. Artes que são também técnicas
rigorosas, dado que exigem conhecimentos
específicos e princípios gerais que se encon-
tram devidamente estabelecidos em normas
internacionais. Ficámos assim a saber que o
postal-máximo é uma peça filatélica constitu-
ída por três elementos – o selo postal, o pos-
tal ilustrado e a marca ou carimbo dos cor-
reios – que apresentam entre si o máximo de
concordância: de tema, de lugar e de tempo.
Conta-nos que o postal ilustrado surgiu
na Áustria, em 1869, e que o primeiro pos-
tal ilustrado português que se conhece é de
1894, celebrando o 5º Centenário do Nasci-
mento do Infante D. Henrique, mas que só
a partir de 1898, aquando das comemora-
ções do 4º Centenário do Descobrimento do
Caminho Marítimo para a Índia, os Correios
de Portugal passaram a emitir regularmente
postais ilustrados.
«A época de ouro do postal vai desde fi-
nais do século XIX até 1925. Fotógrafos ta-
lentosos, como o Marquês de Abreu, Alvão,
Novais e outros, deixaram-nos clichés de
grande qualidade. Contudo, os postais mais
valiosos são os da autoria de ilustradores».
A colecção de Fernando Maurício inclui
postais ilustrados por artistas como Anjos
Teixeira, Júlio Resende, Stuart Carvalhais,
Bordalo Pinheiro, Roque Gameiro, Carlos Bo-
telho e outros.
Hoje em dia, Fernando Maurício deixou
de frequentar as feiras de coleccionismo,
onde afluem coleccionadores de todo o tipo
de objectos, não só postais ilustrados, mas
também pacotes de açúcar, isqueiros, reci-
pientes de lata, objectos de uso comum que
atestam hábitos, modas ou práticas que, in-
sensivelmente, se foram ou se vão perdendo
no tempo. E deixou de frequentar as feiras
porque «já não são pontos de troca, mas de
comércio». A sua vasta colecção está cons-
tituída, exigiu-lhe milhares de horas de ca-
talogação, de dedicação. Importa-lhe agora
passar testemunho.
E é neste desejo de preservar a História e
de contar as histórias que se inscreve o seu
projecto de realizar uma exposição de carto-
filia na Benedita.
Prof.ª Soledade Santos
Postal com 60 anos, Costumes de Portugal,Ilustrado por Júlio Góes, colecção de Fernando Maurício
CARTOFILIA – COLECCIONISMO E MEMÓRIA CONVERSA COM FERNANDO MAURÍCIO (Continuação da pág. 1)
SONHO
Acordo de viagens,
Viagens nunca antes realizadas,
Que mesmo assim deixam marcas,
Lembranças jamais apagadas.
Perguntem-me por onde andei,
O que tive, o que fiz.
Perguntem-me pelas aventuras, desventuras,
Perguntem-me se fui feliz.
Perguntem-me se fiz amizades,
Se chorei, se sorri,
Se cantei, se pulei,
Se amei, se vivi.
Não saberei responder.
Nunca cheguei a viajar…
Sou apenas uma criança,
Às minhas viagens dá-se um nome: sonhar!
Daniela Machado, 11º E
Postal-máximo, colecção de Fernando Maurício
Realizador: Alejandro Ame-
nábar
Ano de realização: 2001
Elenco: Nicole Kidman, Fion-
nula Flanagan, Alakina Mann
Género: Suspense/Mistério
The Others, ou os Outros,
é um grande filme de suspen-
se, como não se vêem mui-
tos; não é mais um filme que
aborda o sobrenatural, pois
surpreende através da forma
inteligente como é tratado o
tema. Para quem gostou de
O Sexto Sentido, esta é uma
excelente película!
1945, fim da II Grande
Guerra: o marido de Grace
ainda não voltou do campo de
batalha, e esta mãe religiosa
procura assegurar o bem-es-
tar de Anne e Nicholas, os fi-
lhos do casal, que sofrem de
uma doença rara: fotofobia
ou hipersensibilidade à luz.
Assim, devido à doença dos
pequenos, a grande mansão
está completamente artilhada
para garantir a impossibilida-
de de entrada qualquer raio
de sol. Além disso, todas as
divisões da casa estão sem-
pre estranha e cuidadosa-
mente trancadas pela matriar-
ca da família.
Tudo decorria, apesar dis-
so, na normalidade, até que
ocorre um curioso aconte-
cimento e os empregados
abandonam a casa. Para
assegurar o ritmo habitual,
Grace contrata três novos
empregados, não sabia ela
que estes lhe modificariam
para sempre a vida familiar.
O silêncio e a paz dão lugar
a aparições e vozes, e Anne,
a destemida filha mais velha,
começa a ter contacto com
Victor, uma criança que ela
teima em afirmar que é real.
Este comportamento estranho
deixa assustada a mãe que
não acredita na existência
destas aparições sobrenatu-
rais, porém começa a sentir
a presença aterradora de ou-
tros seres.
Quem são eles? Serão
mesmo fantasmas? Pura ilu-
são? Pessoas que começa-
ram a habitar sob o mesmo
tecto?
E o pai? Morreu? O que lhe
aconteceu realmente?
Hélder Correia, 11ºE
THE OTHERS
ARTE E CULTURA10
ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA
O grupo de teatro Os Gambuzinos levou
à cena, no Centro Cultural Gonçalves Sa-
pinho, nos meses de Setembro e Outubro,
a peça Sonho de uma Noite de Verão de
William Shakespeare, na versão adaptada
por Hélia Correia. A autora, outrora profes-
sora do Ensino Secundário, dedica-se à es-
crita há já algum tempo e tem uma vasta
produção literária da qual se destacam as
obras Montedemo, O Número dos Vivos,
Lilias Fraser e Bastardia, entre outras.
Amante da arte de palco e profunda conhe-
cedora do texto shakespeariano, assistiu a
uma das representações do grupo de teatro
Os Gambuzinos e, amavelmente, deixou o
seu depoimento acerca da peça e também
da encenação que teve a oportunidade de
ver.
Sobre a sua adaptação da peça Sonho
de uma Noite de Verão disse a autora:
“Eu escrevo pouco para o público infan-
til e para o público juvenil, embora sejam
as minhas relações privilegiadas, os meus
grandes amigos são crianças e jovens.
Mas nas poucas coisas que eu faço para
esses leitores e, no caso das adaptações
de Shakespeare, para esses espectadores
também, a minha maior preocupação é não
cair no logro de escrever apatetadamente
para as crianças. Os textos, no caso das
traduções de Shakespeare, são muito fiéis
ao original, têm só uns cortes para tornar a
peça mais curta, o resto é tudo conservado:
onde Shakespeare faz decassílabos bran-
cos, eu faço decassílabos brancos, onde ele
faz canções, eu faço canções; o registo das
falas é também mantido, porque me parece
que um texto é uma coisa praticamente in-
tocável, é uma beleza até à qual nós temos
que subir e não tem que descer até ao nos-
so nível de cultura de momento.
O meu desejo enquanto veículo desta
peça de William Shakespeare é construir
o primeiro degrau para o conhecimento da
mesma, mas que esse degrau leve a que
toda a gente acabe por ver a peça no ori-
ginal, na sua língua inglesa, que é muito
agora também a nossa língua, e ainda bem,
porque como se costuma dizer “o saber não
ocupa lugar” e aprender uma língua não tira
a sabedoria da outra, e quanto mais línguas
nós soubermos mais cidadãos do mundo so-
mos. Portanto, espero que toda a gente que
conheça esta versão procure alguma vez
conhecer a versão original.”
Sobre a encenação dos Gambuzinos,
Hélia Correia manifestou o seu agrado pelo
que viu, elogiando a representação e a ade-
são do público que enchia a sala. “Eu gostei
muito desta encenação, acho que reproduz
absolutamente o universo mágico, a inter-
pretação é óptima, é muito viva, muito bem
marcada. É fantástico ver como consegue
atrair a atenção de meninos muito peque-
ninos, de adultos de todas as camadas etá-
rias, ao mesmo tempo, numa mesma produ-
ção. Os actores são fantásticos, são admi-
ráveis!
Eu gostei muito, e sou uma pessoa muito
pouco amestrada socialmente, não sou di-
plomata, não digo as coisas para agradar.
Quando digo que gostei mesmo muito, é
porque é verdade, gostei mesmo muito da
peça.”
No dia 23 de Setembro de 2006, no auditó-
rio do Centro Cultural Gonçalves Sapinho, es-
treou a peça “Sonho de uma Noite de Verão“,
de Shakespeare, numa versão infantil da auto-
ria de Hélia Correia, encenada pelo professor
José Carlos Saramago, com a colaboração do
grupo de teatro do ECB, Os Gambuzinos.
Contando com a participação de vinte e cin-
co actores, muitos deles já não estreantes na
arte de representar, esta peça concretizou-se
num espectáculo de luz, cor, som e muito riso.
A história fala-nos da cidade de Atenas, de du-
ques e de princesas, de amores e desamores,
de magia e de fadas. Uma mistura fantástica
a que todos gostámos de assistir. A qualidade
da peça é indiscutível, muitos bilhetes foram
vendidos e muitas foram as pessoas que qui-
serem assistir mais do que uma vez. Quando
não se gosta não se repete, e essa é a prova
da qualidade do espectáculo e de que o teatro
é uma forma de arte bem viva e a que vale
a pena assistir, principalmente quando é feita
por pessoas às quais sabe tão bem pisar um
palco, ouvir o som das palmas e orgulhar-se
do seu trabalho
Várias representações ocorreram desde a
estreia, e os convites vão surgindo para futu-
ras representações pelo país, bem como para
a gravação para uma editora com a qual o gru-
po se comprometeu.
Sofia Cavadas, 10ºD
TRAZ HÉLIA CORREIA À BENEDITA
SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO UM SONHO DE TEATRO
SER NO FEMININO: VERDADES E CONSE-
QUÊNCIAS
No dia 17 de Novembro, pelas 16h, teve
lugar, no Auditório do CCGS, uma palestra
dinamizada por um grupo de alunas do 1º
Ano de Mestrado Integrado em Psicologia
Clínica Sistémica e Cognição Social Aplica-
da. Deste grupo de palestrantes faz parte
Ana de Nazaré Prioste, ex-aluna da nos-
sa escola. O evento, promovido pelo Gru-
po de FILOSOFIA, teve como tema: «Ser
no Feminino: Verdades e Consequências».
No dia 29 de Setembro realizou-se no
Centro Cultural Gonçalves Sapinho o cur-
so teórico-prático «Da Teoria à Intervenção
– Método Fonomínico Distema», orienta-
do pela Dr.ª Paula Teles e organizado pelo
Centro Terapêutico Educacional. Uma ini-
ciativa destinada a profissionais das áre-
as da Educação e da Saúde, bem como a
pais e encarregados de educação.
Para Lurdes Martinho, organizadora do
evento e proprietária do Centro Terapêutico
Educacional, esta iniciativa foi «muito útil
tanto para pais como para professores e psi-
cólogos, porque com esta formação é possí-
vel dar um apoio diferente às crianças com
problemas de leitura e de aprendizagem».
Paula Teles é licenciada em Psicologia
Educacional pelo Instituto de Psicologia
Aplicada (ISPA) e, entre 1963 e 1999, de-
senvolveu actividade enquanto professora e
psicóloga educacional nas equipas de Apoio
Educativo do Ministério da Educação, tendo
criado, juntamente com outra psicóloga edu-
cacional, Leonor Machado, o Método Diste-
ma. Divulgado em duas obras – Silabário e
Leitura de Palavras e Frases – este método
destina-se a crianças e jovens com perturba-
ções fonológicas e dislexia.
Uma criança ou jovem com dislexia tem
mais dificuldades em aprender a ler, mas
essas dificuldades não estão relacionadas
com a inteligência, contrariamente ao que se
pensava há anos. Alguns dos sintomas que
podem ajudar a diagnosticar a dislexia têm a
ver com a incapacidade de memorizar letras
e grupos de letras; confundir certos pares de
letras, como o «b» e o «d»; ler as palavras
invertidas; inventar palavras; e saltar linhas
durante a leitura.
Marta Santos, 10º A
QUANDO UM B PODE SER UM DMÉTODO DISTEMA NA BENEDITA
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 11
ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA
Plutão era considerado o nono plane-ta do Sistema Solar, mas há vários anos que os astrónomos discutem se deverá, ou não, ser considerado como tal.
A 26.ª Assembleia-Geral da União Interna-
cional de Astronomia (UIA), reunida em 24 de
Agosto de 2006 em Praga, redefiniu o conceito
de “planeta”. Foram assim criadas três catego-
rias para classificar planetas e outros corpos
celestes:
• Planetas
• Planetas Anões
• Pequenos Corpos do Sistema Solar
• Excluem-se desta classificação os satéli-
tes.
Um planeta é um corpo celeste que está em
órbita em torno do Sol; tem massa suficiente
para que as forças da gravidade o levem a as-
sumir uma forma aproximadamente esférica;
descreve uma órbita com uma vizinhança livre
de outros corpos celestes (dominante na sua
órbita).
Um planeta anão é um corpo celeste que
está em órbita em torno do Sol; tem massa sufi-
ciente para que as forças da gravidade o levem
a assumir uma forma aproximadamente esféri-
ca; descreve uma órbita com uma vizinhança
que não está livre de outros corpos celestes; e
não é um satélite.
Todos os outros corpos celestes que orbitam
o Sol, com excepção dos satélites, são generi-
camente classificados como pequenos corpos
do Sistema Solar.
Como consequência desta nova classifica-
ção, Plutão passou a ser designado como pla-
neta anão, tal como 2003UB313 (também co-
nhecido por Xena ou Éris) e Ceres. A lista dos
planetas principais passa a incluir agora oito
planetas – Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpi-
ter, Saturno, Urano e Neptuno.
Mais informações sobre esta temática em:
www.iau2006.org/mirror/www.iau.org/iau0603/index.html
solarsystem.nasa.gov/planets
PLUTÃO E O CARÁCTER DINÂMICO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Actualmente, as actividades humanas (in-
dústrias, escapes de automóveis, queima
de combustíveis fósseis) lançam para a at-
mosfera muitas toneladas de compostos tóxi-
cos como óxidos de enxofre, de azoto e de
carbono e fumos que vão para a atmosfera.
A chuva reage com estes gases, for-
mando ácidos (sulfúrico e nítrico) que bai-
xam muito o pH normal da chuva, de-
vido à reacção da água com o CO2.
São os países mais desenvolvidos do he-
misfério Norte os principais culpados, uma
vez que lançam dióxido de enxofre e dióxi-
do nítrico para a atmosfera, os quais voltam
para a Terra sob a forma de chuvas ou neve
ácidas. As chuvas ácidas constituem um pro-
blema a ter em conta, uma vez que originam
inúmeros problemas, prejudicando pessoas,
animais, plantas, solo, água e construções.
Quando atingem a superfície terrestre, há
uma modificação nas propriedades químicas
dos solos e das águas. Tal facto vai provocar
distúrbios ao nível das cadeias alimentares, das
plantas e florestas, de edifícios e monumentos.
As concentrações elevadas de óxidos de
azoto na atmosfera provocam irritação das
vias respiratórias. Além disso, na presen-
ça de radiação ultravioleta, este gás reage
com hidrocarbonetos não queimados (liber-
tados, por exemplo, dos tubos de escape),
produzindo o “smog” típico dos grandes aglo-
merados urbanos, que é altamente tóxico.
É importante referir que existem fontes
naturais de compostos tóxicos, nomeada-
mente as erupções vulcânicas. Mas note-
se que ocorrem de forma pontual, no tempo
e no espaço, enquanto que as actividades
humanas tendem a ocorrer de forma con-
tinuada, global e em maiores quantidades.
Adaptado de:
http://www.rudzerhost.com/ambiente/chuvas.htm
CHUVAS ÁCIDAS
As células estaminais são células
extraordinárias cujo destino ainda não
foi “decidido”. Podem transformar-se
em vários tipos de células diferentes,
através de um processo denominado
“diferenciação”.
Nas fases iniciais do desenvolvi-
mento humano, as células estaminais
do embrião “diferenciam-se”, dando
origem a todos os tipos de células exis-
tentes no nosso organismo – cérebro,
ossos, coração, músculos, pele...
Os cientistas estão entusiasmados
com a possibilidade de utilizar estas
células para curar vários tipos de doen-
ças. Por exemplo, as doenças de Pa-
rkinson e Alzheimer, que resultam de
lesões em determinadas células no cé-
rebro. Ao fazer um transplante das cé-
lulas estaminais de um embrião para a
parte lesionada do cérebro, os cientis-
tas esperam substituir o tecido que se
perdeu. Num futuro próximo, a inves-
tigação das células estaminais pode-
rá revolucionar a forma de tratamento
de muitas doenças como a propensão
para acidentes vasculares cerebrais, a
diabetes, as doenças cardíacas e até
mesmo a paralisia.
A utilização de embriões é, no en-
tanto, uma questão controversa etica-
mente, e os cientistas em todo o mun-
do procuram outras fontes de células
estaminais, como as que podem en-
contrar-se na medula óssea dos adul-
tos. Estas células têm o potencial para
se “diferenciar” em diferentes glóbulos
vermelhos ao longo do ciclo da vida.
No futuro, os cientistas esperam
manipular as células estaminais adul-
tas para que, em vez de produzirem
apenas glóbulos vermelhos, possam
produzir também células nervosas, do
cérebro, do fígado e do coração.
Adaptado de: http://www.bionetonline.org/
portugues/Content/sc_cont1.htm
CÉLULAS ESTAMINAIS?
O QUE SÃO
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE12
ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA
Como pode uma hipótese ser considerada
verdadeira?
Esta pergunta sempre constituiu um proble-
ma para os cientistas e a resposta também.
Em ciência, não existem verdades absolu-
tas. Felizmente, a maioria dos cientistas apren-
deram a aceitar e a lidar com a falta de ver-
dades absolutas inerente à ciência. Todas as
hipóteses científicas – nas ciências experimen-
tais designa uma explicação plausível dos fac-
tos provisoriamente adoptada com o fim princi-
pal de submetê-la a uma verificação metódica
pela experiência – são examinadas e testadas,
averiguando-se se estão em concordância com
observações da natureza.
Quando uma hipótese “sobrevive” a todos
estes testes é, provisoriamente, considerada
“verdadeira”, uma vez que é consistente com
a informação que se detém sobre o assunto.
A comunidade científica adopta as hipóteses
como base de trabalho.
Todos aceitam a hipótese de que “os peixes
têm brânquias”, uma vez que todas as tentati-
vas efectuadas para a rejeitar, falharam. Pelo
menos, presentemente, a hipótese é válida.
Um bom cientista nunca se esquece de que
qualquer hipótese pode, de repente, ser rejei-
tada por novas informações ou dados. Nenhu-
ma hipótese, em ciência, está isenta
de ser testada e nenhuma é imune à
rejeição desde que entre em contra-
dição com as novas evidências.
Por outro lado, nenhuma hipóte-
se científica pode vir a ser provada
como sendo absolutamente verda-
deira: Consideremos a hipótese “To-
dos os peixes têm brânquias.” Esta
hipótese poderia ser refutada, des-
de que se encontre um peixe sem
brânquias. Todavia, todos os pei-
xes examinados, até hoje, possuem
brânquias, o que não prova que to-
dos os peixes tenham brânquias. Na
realidade poderá existir um peixe
sem brânquias ainda não descober-
to.
Assim como não é possível pro-
var que não existem sereias, tam-
bém não é possível provar que to-
dos os peixes têm brânquias.
Adaptado de: Castro, P. e Huber, M. E.,
(1992). Marin Biology. WCB
A NATUREZA DA PROVA CIENTÍFICA...
Marie Curie, física francesa, nasceu
em Varsóvia em 1867 e morreu perto
de Sallanches, em 1934. Fez os es-
tudos superiores em Paris onde Hen-
ri Becquerel lhe propôs como tema de
doutoramento o estudo das radiações
emitidas pelos sais de urânio. No de-
curso dos estudos, e já em conjunto
com o seu marido, Pierre Curie (1859-
1906), descobriu o fenómeno da radio-
actividade a partir de novos elementos
que emitiam espontaneamente radia-
ções. Alguns meses mais tarde ambos
descobriram e isolaram o rádio (Ra),
circunstância que a incitou a fundar o
Instituto do Rádio, em Paris. Juntamen-
te com o marido e Becquerel, recebeu
o Prémio Nobel da Física em 1903.
Marie Curie foi a primeira mulher
a leccionar na Sorbonne e, visto que
em 1911 lhe foi atribuído a título pes-
soal o Prémio Nobel de Química, foi o
único cientista que recebeu este pré-
mio duas vezes. Depois da sua mor-
te foi publicado o livro Radioactivité,
em que trabalhou durante vários anos.
MARIE E PIERRE CURIE
Com a inauguração do Centro Cultural Gon-
çalves Sapinho, no 12 de Novembro do ano de
2004, a vila da Benedita passou a dispor de um
moderno edifício, planeado para a realização de
eventos culturais diversos, composto por uma
sala magna (auditório principal), uma bibliote-
ca, salas de conferência e um amplo espaço
polivalente na cave do edifício. O CCGS é hoje
o maior no distrito de Leiria na sua categoria,
e um dos mais modernos e bem equipados do
País. Assim se designa, em homenagem a um
Director Pedagógico do Externato Cooperativo
da Benedita, Dr. José Gonçalves Sapinho, pelo
contributo que prestou ao longo da sua carrei-
ra como docente e director da instituição, bem
como pelo trabalho político que vem exercendo
enquanto autarca e Presidente do Câmara de
Alcobaça, em prol do desenvolvimento do con-
celho e da vila da Benedita.
Anexo às instalações do Externato, o CCGS
surge de uma longa necessidade há muito sen-
tida, quer pela escola, quer pela comunidade.
Situado no local do antigo Salão Paroquial, fun-
ciona como um elo de ligação entre a paróquia
e a escola, tendo um forte potencial social. A
biblioteca está aberta a toda a freguesia; a cave
acolhe festas e eventos da localidade; e, duran-
te o ano lectivo, nela funciona a “sala do aluno”
do Externato; nas salas de conferência têm lugar
acções de formação, palestras, conferências…;
a sala magna é palco de concertos, representa-
ções teatrais e outras actividades.
Tendo esperado sete anos pela sua inaugu-
ração, a comunidade anseia pelos resultados
benéficos de todas estas actividades e pelo seu
contributo para o dinamismo da freguesia, dese-
jando que promovam uma dinâmica inovadora
na comunidade e um novo rumo na vida da co-
munidade beneditense.
Joana Policarpo, 11ºE
BENEDITA DINÂMICA
No dia 16 de Outubro, no Ex-
ternato Cooperativo da Benedi-
ta, realizou-se uma campanha
visando sensibilizar os alunos
para uma alimentação mais
saudável. Esta campanha foi
dinamizada por João Fonseca,
aluno universitário, e contou
com o apoio de dezenas de es-
tudantes do ECB que integram
o grupo Food and Beverage.
Nesse dia, ao segundo in-
tervalo da manhã, entre as
11.35 e as 11.50, juntou-se
todo o grupo Food and Beve-
rage, usando t-shirts bastante
apelativas, e teve lugar uma
distribuição de maçãs e bola-
chas de água e sal aos demais
alunos, enquanto João Fonse-
ca, o coordenador do projec-
to, defendia a importância de
uma alimentação equilibrada.
O projecto decorre-
rá, com outras iniciativas,
até ao final do ano lectivo.
Diogo Fidalgo, 10ºA
PROJECTO “ORIENTAÇÃO ALIMENTAR” ARRANCA NA SALA DE ALUNOS
MENTE SÃ EM CORPO SÃO
ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA
13
VIII TORNEIO INTERNACIONAL DA CELA
No passado dia 22 de Outubro de 2006,
realizou-se no Centro Cénico da Cela o
VIII Torneio Internacional, integrado no IV
Festival de Xadrez da Cela/Alcobaça. Ins-
creveram-se 75 jogadores. Este Torneio
teve um ritmo de 20 minutos por jogador
e por partida. O sistema utilizado foi o su-
íço de 8 sessões.
O Director da Prova foi José Cavadas
e o Árbitro Internacional Carlos Oliveira
Dias. Estiveram presentes o Campeão
Nacional Absoluto – Grande Mestre An-
tónio Fernandes (AX Gaia); a Campeã
Nacional Feminina – Mestre Internacional
Feminina Catarina Leite (Ginásio Clube
Odivelas); o Campeão Nacional de Vete-
ranos – Júlio Santos (EDP).
No pódio ficaram:
1º - Diogo Fernando – 7,5 pontos em
8 possíveis
2º - António Fernandes – 7 pontos
3º - Paulo Dias – 6,5 pontos
Na classificação por equipas, a Acade-
mia Xadrez da Benedita foi a melhor do
distrito de Leiria, entre 4 clubes do dis-
trito, e ficou em 6º entre 18 clubes repre-
sentados.
O João praticava natação no ABCD até há um ano atrás; um ano depois está na Selecção Nacional de Triatlo e já ganha medalhas a nível internacional. Ora, uma ascensão destas, só a do nosso conhecido José Mourinho! Dizemos isto sem proble-mas porque, quem conhece o João, sabe que estas coisas não lhe sobem à cabeça (caso contrário não as escreveríamos) e ele de facto é merecedor.
O João Pedro é um, entre outros casos de sucesso de alunos que passaram pela nossa escola, e vale a pena dar a conhe-cer um pouco mais da sua história enquanto atleta de alta competição numa modalidade que não está ao alcance de todos, devido às exigências de dureza física a que os atletas são submetidos.
Da natação para o triatlo, como acon-teceu?
Pratico natação desde os 4 anos, mais ou menos. Inicialmente em Rio Maior e, muito cedo, comecei na competição. Quan-do foi criada a Secção de Natação da ABCD mudei para cá e ainda agora faço parte da equipa. A par da natação fiz uma incursão no futebol, modalidade de que muito gosta-va na altura. Tinha os dias todos ocupados: ora treino de natação, ora treino de futebol e, no fim-de-semana, jogo de futebol e pro-vas de natação que por vezes coincidiam. Era mesmo uma confusão. Quando cheguei ao 10.º Ano tive de optar, ou fazia natação ou futebol. Contra todas as expectativas, escolhi natação, não sei bem porquê. Só que, após a época de Inverno da natação, no início de 2005, estava um pouco desani-mado, cheguei mesmo a pensar em desistir, mas como tinha o compromisso com o clube não o fiz.
Em Março desse ano, através dos pro-fessores do ECB de Educação Física (Prof.ª Estela e Prof. Joel) tive conhecimento da Detecção de Talentos que a Federação de Triatlo ia realizar em Rio Maior e decidi par-ticipar. Aqui tive a ajuda preciosa do Prof. Joel.
Qual o aspecto desta modalidade que mais te agradou?
É uma modalidade que combina três desportos diferentes: a natação, o ciclismo e a corrida. Já praticava, embora isolada-mente, a natação e, de certa forma, a corri-da (corta-mato), que são desportos de que gosto muito, mas o ciclismo é um desporto incrível! Juntando as três modalidades é sem dúvida excepcional.
Desde que comecei a praticar triatlo, fui sempre conhecendo pessoas que me aju-daram no princípio, da forma que sabiam; hoje que já tenho alguma experiência tento partilhá-la com quem precisa. No fundo, to-dos os triatletas têm uma ligação especial e isso tem-me levado a gostar cada vez mais do triatlo. Hoje sei que este é o desporto certo e não o trocava por mais nenhum.
Como foi a tua adaptação a esta nova vida no Centro de Alto Rendimento do Jamor?
Uma adaptação de certa forma “doloro-sa”. Não foi fácil trocar todas as coisas que bem conhecia, o dia a dia do meu meio natu-
ral, os meus colegas de escola de dez anos, os meus amigos e família por algo que me era desconhecido. Mas, com grande força de vontade, fui ultrapassando todas as difi-culdades, embora tenha sido muito difícil.
Nesse processo de adaptação o que te custou mais?
Como disse não foi nada fácil, principal-mente por estar longe dos meus pais e não conhecer ninguém, por ter de acordar todos os dias às 5.30 da manhã e por ter tido bas-tantes contratempos, logo no princípio, com lesões e operações. Hoje, sei que se não ti-vesse feito todos os domingos um sacrifício tremendo, quer para deixar os meus pais, sabendo que só os iria ver na sexta-feira, quer para me levantar todos os dias para entrar na água gelada às 6 horas da manhã, não teria os resultados que tenho vindo a obter. Resumindo, embora as condições no CAR não sejam as melhores, consegui adaptar-me com a ajuda do grupo, pois te-mos um grupo muito unido e, juntos, vamos superando as situações difíceis.
Podemos dizer que a tua vida levou pelo menos uma volta de 180º e que, ape-sar de estares habituado a treinar nata-ção e a teres horários rígidos, com pou-co tempo disponível para estares com os amigos e para te divertires, agora, no Centro de Alto Rendimento do Jamor esse tempo para ti ainda é mais escasso. A que horas te levantas?
Varia consoante a época, se estamos em época de carga, levanto-me praticamente todos os dias às 5.30, como disse. Só quan-do estamos em época competitiva é que me posso levantar alguns dias às 7.30.
O teu pequeno-almoço é semelhante ao de antes, ou modificou-se alguma coi-sa?
Sempre fiz uma alimentação equilibrada e o pequeno-almoço não era excepção, por isso até parece que como sempre o que me apetece. Em casa tinha mais variedade e escolha, e sem dúvida produtos de maior qualidade, mas, em termos dos constituin-tes do pequeno-almoço, praticamente são os mesmos…
Tens cuidados adicionais com a tua alimentação?
Tento apenas não ingerir muitas gorduras e as refeições que antecedem as competi-ções são à base de hidratos de carbono.
Quantos treinos fazes por dia? Geralmente dois, mas em determinadas
alturas, como em estágio, é preciso fazer três.
Podes descrever os horários desses treinos e alguns dos conteúdos?
Numa semana calma, levanto-me às 5h 30, nado das 6h às 8h, tomo o pequeno-al-moço e começo a escola às 8h 30; depois o almoço às 13h 40 e, da parte da tarde, um treino de duas horas de bicicleta ou uma a correr. Duas vezes por semana, a seguir ao jantar, tenho massagem.
Quais as tuas expectativas para o fu-turo?
Em termos desportivos, o meu principal objectivo é participar nos Jogos Olímpicos. Vou ter de trabalhar muito, mas tenho con-fiança e quero conseguir. Embora esta mo-dalidade desportiva seja difícil de conciliar com os estudos, pois exige muitas horas de treino, espero continuar a ter boas notas. Até aqui tenho conseguido e quero continu-ar assim, quero preparar-me para o futuro, fazendo um curso que me possa dar garan-tias para a minha vida futura.
Já agora, tens saudades do ECB?Claro, deixei aí muitos amigos, espero
visitá-los em breve para matar as sauda-des.
O Grupo de Educação Física
JOÃO PEDRO SILVAUm Atleta de Eleição
MENTE SÃ EM CORPO SÃO
ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA
14
Frutos Secos Oleaginosos e
sementes
Todos eles são muito re-
comendáveis para os adoles-
centes, pois fornecem ácidos
gordos essenciais ao cresci-
mento, vitaminas do grupo B,
vitamina E e minerais:
- os pistácios são uma boa
fonte de ferro;
- as castanhas-de-caju e
as sementes de abóbora, de
zinco;
- as amêndoas são ricas
em cálcio;
- e as sementes de giras-
sol, de magnésio e ferro.
Tâmaras e outros frutos se-
cos
Os adolescentes gostam
de comer coisas doces. As tâ-
maras, as passas, os figos e
outras frutas secas são a me-
lhor opção, e contribuem para
reduzir ou eliminar o consumo
de chocolate, bolos e carame-
los.
Pães com recheio (lanches)
e Sanduíches
É uma das comidas prefe-
ridas dos adolescentes. Assim
é preferível que sejam de pão
integral e evitem os recheios
com enchidos (favorecem o
cancro) e com hambúrgueres
(favorecem as doenças car-
diovasculares).
Necessidades nutritivas dos
adolescentes
Qualquer adolescente que
pese o mesmo que um adulto
precisa de comer mais do que
este. Durante a adolescên-
cia, aumentam as necessida-
des de certos nutrientes, pelo
que se lhes deve prestar uma
atenção especial:
Proteínas: Os rapazes pre-
cisam de 45 a 66 g diárias, e
as raparigas de 46 a 55 g. As
leguminosas, combinadas com
os cereais e seus derivados
(pão, massa, etc.), os frutos
secos oleaginosos e as bata-
tas, podem satisfazer adequa-
damente as necessidades de
proteínas dos adolescentes.
Acrescentando a isso o con-
sumo de produtos lácteos e
ovos, as necessidades protei-
cas estão asseguradas.
Cálcio: Necessário para o
desenvolvimento do esquele-
to. A QDR (quantidade diária
recomendada) para os ado-
lescentes entre os 11 e os 18
anos é de 1200 mg, mais 50%
que a QDR dos adultos (800
mg). Além do leite e seus deri-
vados, também são boas fon-
tes de cálcio os frutos secos
oleaginosos, o sésamo, a la-
ranja, a couve e os brócolos.
Ferro: A QDR para as me-
ninas é de 15 mg, mais 50%
que para os adultos (10 mg);
para os rapazes é de 12 mg.
As raparigas nesta idade estão
mais sujeitas a sofrer de ane-
mia por falta de ferro, devido,
entre outras coisas, ao apare-
cimento da menstruação. Uma
alimentação rica em produtos
naturais provê suficiente ferro
para os adolescentes. Assim
deve ter-se em conta que o
chá, o café e o farelo reduzem
a absorção do ferro; a vita-
mina C presente nas frutas,
verduras e hortaliças frescas
favorece a absorção de ferro:
Zinco: Necessário para o
desenvolvimento dos órgãos
reprodutores. As ostras são
muito ricas em zinco, embora
não seja necessário recorrer a
elas, pois o gérmen de trigo,
as sementes de sésamo e de
abóbora, bem como os frutos
secos oleaginosos, são boas
fontes de zinco para os ado-
lescentes.
Fibra: Os adolescentes
tendem a consumir menos do
que o necessário (de 20 a 25
g diárias). A fibra encontra-se
unicamente nos cereais inte-
grais, frutas, verduras, horta-
liças e leguminosas.
ALIMENTOS PARA OS ADOLESCENTES
Espinafres – Ácido oxálico
O espinafre é o alimento mais rico em ácido oxálico (779 mg/100 g). Quando se une ao cálcio e a outros minerais, o ácido oxálico forma cálculos (pedras) nas vias urinárias em pessoas mais predispostas a isso. Nas pessoas saudáveis, o áci-do oxálico elimina-se com a urina, sem grandes problemas. No entanto desacon-selha-se o espinafre em caso de pedras renais, areias na urina, assim como em caso de excesso de ácido úrico.
Não convém comer espinafres junta-mente com leite ou produtos lácteos, pois o ácido oxálico impede a absorção do cálcio.
Para diminuir o conteúdo de ácido oxá-lico nos espinafres, despeja-se a água da cozedura. Deste modo perde-se uma parte das suas vitaminas e minerais, mas também se exclui a maior parte do ácido oxálico.
CURIOSIDADE
Jogadores que se destacaram, no xadrez
federado, na época de 2006 e que per-
tencem à Academia Xadrez da Benedita:
Francisco Cavadas – Campeão distrital
de Leiria Sub8;
Campeão Nacional de Semi-rápidas no
escalão Sub 08.
Mariana Silva – Campeã distrital Absolu-
ta e Feminina no escalão Sub14:
Campeã Distrital Feminina;
Vice-campeã Nacional Feminina Sub14
– Ritmo clássico;
Vice-campeã Feminina Sub14 – Ritmo
semi-rápido.
Tiago Ferreira – Campeão Distrital
Sub16.
Raquel Inácio – Campeã Distrital Femi-
nina Sub16
Dimitri Scoropad – Vice-campeão Distri-
tal Sub16;
7º Lugar na fase preliminar do campeo-
nato distrital absoluto que lhe deu acesso
à fase final da mesma competição
Pedro Filipe Rodrigues – Vice-campeão
Distrital Sub18.
Campeão Nacional Sub18 – Ritmo semi-
rápido.
3º lugar no Campeonato Nacional de Jo-
vens ritmo clássico.
Ficou apurado para a fase final do distri-
tal absoluto pela classificação obtida na
fase preliminar do distrital.
1º Lugar no III FIDE da Academia Xadrez
da Benedita.
João Prioste – Campeão distrital Sub20
ACADEMIA XADREZ BENEDI-TA
NOTÍCIAS DA EDUCAÇÃO FÍSICADESPORTO ESCOLAR
No presente ano lectivo, o grupo de Educação Física abriu as inscrições para o Desporto Es-colar nas modalidades de Voleibol masculino e feminino, ambos no escalão de iniciados, sendo o masculino da responsabilidade do professor Miguel Fonseca e o feminino da responsabilidade da professora Estela Santana; também está a funcionar, em todos os escalões, tanto masculino como feminino, a equipa de Multiactividades de Aventura, a cargo dos professores Tobias Mar-quês e Joel Machado.
Modalidade Escalão Horários dos treinos Professor Responsável
Voleibol Masculino Iniciados 2ª Feira – 13:30 / 15:00 h
4ª Feira - 13.30 / 15:00 h
Prof. Miguel fonseca
Voleibol Feminino Iniciados 4ª Feira – 14:00 / 16:00 h Prof. Estela Santana
Multiactividade de
Aventura
Todos os
escalões
4ª Feira – 14:00 / 16:00 h
5ª Feira - 14.30 / 16:00 h
6ª Feira - 14:00 / 15:30 h
Profs. Tobias Marquês / Joel Machado
Prof. Joel Machado
Prof. Tobias Marquês
OUTRAS ACTIVIDADES:
No dia 23 de Novembro decorre o Corta-mato fase Escola; a 16 de Janeiro de 2007, celebra-se o Dia da Educação Física; a 2 de Março de 2007 tem lugar a Fase de Escola do Compal Air 3x3 (basquetebol) e, no dia 18 de Abril de 2007, o Megasprint.
OLHAR CIRCUNDANTE 15
ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA
Nascido durante o ano de
1942, em Inglaterra, Purley des-
tacou-se como piloto de auto-
mobilismo, conhecendo algum
sucesso na Fórmula 3. Esse
sucesso, conquistado durante
1970-1972, levou Purley para a
Fórmula 1 onde assinou por uma
equipa britânica, a LEC. Purley
foi corredor da LEC durante dois
períodos distintos, o primeiro
entre 1973-1974, e o segundo
durante o ano de 1977. No in-
tervalo entre esses dois perío-
dos de tempo, Purley competiu
na Fórmula 2 e na Fórmula 5000
britânica, onde foi campeão ao
volante de um Chevron com mo-
tor Cosworth, em 1976.
Na Fórmula 1 Purley nunca
conheceu o sucesso, tendo in-
clusive, em 1977, sofrido um
acidente que lhe provocou gra-
ves lesões e que o deixou fora
de qualquer competição durante
um espaço de tempo bastante
longo. Esse seu carro foi repa-
rado e está exposto no museu
de Donington Park.
Mas foi no ano de 1973, no
Grande Prémio da Holanda,
que Purley se destacou na Fór-
mula 1. Decorria a competição
quando o pneu do carro de Ro-
ger Williamson rebentou, sendo
viatura catapultada a uma dis-
tância de 300 metros contra as
barreiras de protecção e ficando
o piloto preso debaixo do carro
enquanto este ardia.
O piloto que seguia na posi-
ção seguinte era David Purley
que não hesitou em parar e cor-
rer a auxiliar o seu colega. Pur-
ley tentou virar o carro sozinho,
tendo em algumas tentativas o
auxílio dos comissários de pista
que, perante o insucesso, desis-
tiram. Incapaz de virar o carro,
Purley tentou apagar o fogo com
o único extintor que se encon-
trava no local. Contudo, incapaz
de o utilizar, voltou à tentativa
de virar o carro.
Apesar da desistência dos
comissários de pista que aguar-
davam a chegada do camião
dos bombeiros, Purley nunca
desistiu, tendo sido finalmente
afastado do local por comissá-
rios que o agarraram. É possível
nas imagens do acidente ver o
desespero de Purley que ainda
se solta dos comissários e vol-
ta atrás para tentar, mais uma
vez.
Apesar de todos os esforços,
Roger Williamson acabaria por
morrer. A sua morte chocou o
mundo e alertou para a neces-
sidade crescente de segurança
na Fórmula 1, visto que foi a pri-
meira vez que um acidente fatal
foi transmitido em directo.
O gesto de coragem e cama-
radagem de Purley valeu-lhe o
prémio George Medal, criado
para premiar as atitudes de co-
ragem de civis britânicos e per-
tencentes à Commonwealth.
David Purley acabaria por
morrer no dia 2 de Julho de
1985, quando pilotava um avião
acrobático, na região de Bognor
Regis, a sua terra natal.
João Filipe, ex-aluno do ECB e ac-
tualmente aluno do Curso Superior de
Jornalismo
DAVID PURLEYAo falarmos de desporto, jornalismo, política e outras áreas
lembramo-nos sempre das figuras que atingiram maior sucesso,
esquecendo aquelas que nos deram verdadeiras lições éticas e
nos enriqueceram moral e humanamente. David Purley foi um
desses homens que, embora premiado, caiu no esquecimento.
No dia 15 de Outubro de 2006,
pelas 11 horas da manhã, soava
o apito no Parque de Jogos Fonte
da Senhora, para o jogo de fute-
bol entre o ABCD e o BENFICA.
Disputava-se a 6ª jornada do Cam-
peonato Nacional Juvenil, Série C.
Os capitães André Lourenço
e Abel pediam o máximo rendi-
mento, pois o público nas ban-
cadas assim o pretendia. Na
primeira parte, o jogo quase só
passou pelos pés dos jogadores
do Benfica, pois poucas vezes
os amarelados saíram da sua
própria área. O primeiro golo
surgiu aos 24 minutos, numa jo-
gada entre os jogadores do Ben-
fica, David Simão, Fábio e Lean-
dro Pimenta, sendo este último
o marcador. O segundo golo sur-
giu de um canto, executado pelo
número 5 do Benfica, Caetano,
que passou ao número 9, Fábio,
o qual rematou para o fundo da
baliza dos beneditenses. Ao in-
tervalo, o resultado era 0-2. O
ABCD entrou melhor na segunda
parte e marcou o seu primeiro e
único golo logo ao terceiro minu-
to, através de grande penalida-
de, executada por André Silva.
No decorrer do jogo, o pú-
blico ia criticando o árbitro,
que nem sempre foi correc-
to, pois durante toda a par-
tida só mostrou dois cartões
amarelos aos benfiquistas.
Aos 92 minutos, já no de-
correr do tempo de compensa-
ção, o benfiquista Nelson mar-
cou. E, aos 94 minutos, o árbi-
tro deu por acabada a partida,
com a vitória do Benfica por 3-1.
Juliana Martins, 10º D
JUVENIS DO BENFICASOMAM E SEGUEM
Equipa A dos Juvenis do Benfica foi a casa dos recém chegados
à liga, ABCD, impor uma vitória por 1-3
David Purley - Mach-Ford 721G - 1972 Rothmans 50,000 Brands Hatch
NÃO HÁ DUAS SEM TRÊSAtleta da Benedita brilha no Europeu de Duatlo
e consegue a sua terceira medalha em provas internacionais
No dia 7 de Outubro, João
Pedro Si lva, at leta natural
da Benedi ta, part ic ipou, de
forma br i lhante, no Europeu
de Duat lo em Remini , I tá l ia.
Numa disputadíssima pro-
va, o pr imeiro c lassi f icado, o
inglês Al istair Brownlee, le-
vou a melhor sobre os outros
concorrentes logo no iníc io da
corr ida, e apenas João Pedro
Si lva resist iu a esta inves-
t ida do campeão do mundo
de tr iat lo. Com um excelente
tempo de 57 minutos, o por-
tuguês conquistou a medalha
de prata na categor ia de ju-
niores, apenas a uns escas-
sos 12 segundos de Brownlee.
Os resultados de João Pedro,
t r iat leta que começou na nata-
ção, devem-se ao seu grande
esforço e empenho, pois saiu
de casa dos pais aos dezasseis
anos para perseguir um futuro
na al ta compet ição. E pelos
v istos não se deu nada mal.
João Bapt ista, 10ºA
OLHAR CIRCUNDANTE16
ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA
Nos dias 16 e 17 de Novembro
realizou-se na cidade de Viseu o
Seminário Nacional “Jovens Re-
pórteres para o Ambiente” (JRA),
no qual a nossa escola esteve re-
presentada pelas alunas do 12ºC,
Ália Gerardo, Ana Loureiro, Ana
Serralheiro e Carina Borralho, e
pela respectiva Directora de Tur-
ma, a professora Paula Castelha-
no.
No âmbito da área curricular
não disciplinar Área de Projecto,
a turma participa no JRA, promo-
vido pela Associação Bandeira
Azul Europeia (ABAE), secção
portuguesa da Fundação de Edu-
cação Ambiental (FEE). O objec-
tivo crucial do projecto é prepa-
rar os jovens para o exercício de
uma cidadania activa na defesa
do ambiente. Deste modo, os alu-
nos propuseram-se produzir arti-
gos jornalísticos sobre o tema da
Água e Biodiversidade, com vista
a divulgar situações de risco na
nossa freguesia, tais como o da
“Lagoa do Casal da Estrada”.
No que concerne à participa-
ção no Seminário de 16 e 17 de
Novembro, as alunas e a profes-
sora tiveram oportunidade de con-
tactar com representantes de ou-
tras escolas, permutando ideias
sobre projectos antigos e actuais.
Nestes dois dias efectuaram-se
saídas de campo às termas de
São Pedro do Sul, ao Parque Eó-
lico do Caramulo, à empresa In-
terecycling (reciclagem de com-
ponentes informáticos) e à cidade
de Viseu, tomando conhecimento
do património cultural e ambiental
da cidade. Estas visitas levaram
à elaboração de diversos artigos
que foram expostos na sessão de
encerramento.
Os artigos realizados poderão
ser consultados na página do pro-
jecto http://www.youngreporters.
org.
Os alunos do 12ºC
ECB NO JRA EM VISEU
TOLERANTES, ATÉ QUE PONTO?O PROBLEMA DOS “LIMITES” DA TOLERÂNCIA
A tolerância é o respeito e aceitação acti-
va da diversidade das culturas do nosso mun-
do. Implica abertura de espírito, liberdade de
pensamento, de consciência e de crença. É
o suporte dos direitos humanos. É não só um
dever de ordem ética, como também
de ordem política e jurídica. A tole-
rância é a virtude social que torna
a paz possível. Mas até que ponto
deve ir a tolerância? Devemos ser
tolerantes com os intolerantes?
Nos países onde a religião é a
base ideológica do partido político
dominante, a tolerância é impossí-
vel, originando ditaduras muito rigo-
rosas. Já John Locke, no séc. XVII,
defendia a separação entre o poder
religioso e o poder político e reivin-
dicava a tolerância entre os homens
de fé. É difícil para quem vive em
democracia compreender estas si-
tuações. É claro que nos regimes democráti-
cos também existe incompreensão e injustiça,
mas há sempre a hipótese de falar e protestar,
porque a lei o permite.
A intolerância pode dar origem à marginali-
dade de grupos mais vulneráveis, assim como
à sua exclusão da vida social e política, apesar
de todos os indivíduos terem o direito de ser
diferentes. Este facto reflectiu-se na Europa,
quando há alguns anos se começaram a re-
ceber imigrantes de países Árabes e do Leste
que têm uma cultura muito diferente da nossa,
e nalguns países não se estão a adaptar. O
país receptor tem as suas regras e quer que
sejam cumpridas, mas, para os estrangeiros,
pode ser difícil. A tolerância tem sido, nestes
casos, a melhor arma, mas nem sempre resul-
ta. A prova está nos acontecimentos de Paris,
onde jovens de ascendência estrangeira, ha-
bitantes da cidade desde há muito, mas con-
tinuando a sentir-se marginalizados, escolhe-
ram a violência como forma de luta.
De acordo com a Declaração dos Direitos
Humanos, praticar a tolerância não significa
tolerar a injustiça nem renunciar às próprias
convicções. A prática da tolerância signifi-
ca que todos têm o direito às suas próprias
convicções e o dever de aceitar que o outro
desfrute da mesma liberdade. Mas quando as
convicções entram em conflito, são necessá-
rios princípios para se poder optar. Parece-nos
fundamental o princípio da dignidade humana.
Pensamos que não devemos ser tole-
rantes com quem não o respeite. To-
lerar o intolerável é ser indiferente, é
entrar em contradição, pois o próprio
conceito só faz sentido no respeito
pela dignidade de todos. É necessário
tomar consciência de que nem tudo
é permitido em nome da diversidade
cultural. Em nome da cultura têm sido
cometidos crimes hediondos contra a
dignidade da pessoa humana.
É fundamental que a promoção da
tolerância esclarecida, abertura de
espírito e solidariedade sejam feitas
nas escolas, nas universidades, nas
famílias, e nos locais de trabalho. De-
vemos ser capazes de prevenir ou resolver
conflitos, por meios não violentos, desempe-
nhando um papel construtivo, favorecendo o
diálogo, pois com tolerância absoluta não há
tolerância, mas indiferença, e sem tolerância
não pode haver paz nem desenvolvimento
nem democracia.
João Serralheiro, 12ºE
Foi no mês de Junho que um
dos pontos de atracção da Bene-
dita encerrou para remodelações:
a sala de cinema.
Inicialmente, os beneditenses
tiveram conhecimento do sucedi-
do através de um papel informa-
tivo afixado na vitrina do espaço,
no qual se podia ler: “Cinema fe-
chado para remodelações”. Este
facto suscitou controvérsias,
principalmente entre os jovens,
pois esse período de fecho coin-
cidia com as férias, e era óbvio
o seu desejo de terem a sala em
funcionamento para ocupação de
tempos livres com o visionamen-
to de uma boa fita. Segundo fon-
tes próximas, razões de saúde do
proprietário e gerente seriam ou-
tra causa para o encerramento,
em princípio temporário.
Se as condições o proporcio-
narem, em breve estrearão dois
novos filmes, para compensar a
pausa do cinema, desenlace que
só se tornará possível com as
melhoras do proprietário, a quem
todos desejam, certamente, que
se recomponha o mais breve
mente possível.
Assim, ser-nos-á possível
desfrutar do conforto deste espa-
ço que a todos nós proporcionou
momentos inesquecíveis, vividos
durante os anos de existência
desta sala de cinema.
Carla Serralheiro, 10ºD
LONGA-METRAGEM
ENCERRADA NA BENEDITA?
OLHAR CIRCUNDANTE 17
ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA
RACISMOO racismo apresenta-se como um fenó-
meno comportamental e social que afirma a
existência de raças puras, superiores às de-
mais, ou seja, a população racista crê que
só ela é perfeita e que os outros seres hu-
manos não devem ter os mesmos direitos.
Esta atitude é a base de um dos piores
comportamentos que um ser humano pode
ter, pois ofende muitas pessoas, a sua cul-
tura, a sua língua, sendo por vezes essas
pessoas alvo de verdadeiros ataques psi-
cológicos e até mesmo físicos. Um exemplo
disso foi a existência, nos Estados Unidos
da América, de uma sociedade secreta com-
posta por brancos, chamada Ku Klux Klan,
que se propunha perseguir e maltratar os
negros que saíssem daquilo que esta so-
ciedade secreta e racista achava serem os
limites que lhes competiam. Por vezes, os
maus-tratos eram terríveis, chegando alguns
negros a ser mutilados e até mesmo mor-
tos. Nos Estados Unidos da América havia
em alguns lugares, e em pleno século XX,
casas de banho públicas para a raça negra
e para a branca, tal era a atitude racista.
Outro exemplo de práticas racistas a uma
escala nunca antes vista, teve lugar na Ale-
manha nazi, onde Adolf Hitler, com base na
convicção de que só havia uma raça pura, a
raça ariana, composta
por homens altos, for-
tes, louros e de olhos
azuis; mandou perse-
guir todos os judeus
e reuni-los em cam-
pos de concentração
onde muitos milha-
res foram mortos. A
crueldade era tal que
os corpos dos judeus
foram utilizados para
determinados fins: por
exemplo, os cabelos
das mulheres serviam
para encher almofa-
das para as camara-
tas precárias onde
os que ainda estavam vivos dormiam.
Apesar de hoje ainda haver racismo no
mundo, como se observa, por exemplo, em
estádios de futebol quando a assistência
discrimina um jogador com cânticos, pala-
vras, ou sons ofensivos, esta atitude é hoje
menos generalizada. Este “progresso” no
modo de pensar da humanidade deve-se,
em parte à sensibilização para a união dos
povos que tem sido feita através dos media.
Esta questão tem de melhorar ainda
mais, pois o mundo deve ser um local onde
todos os seres humanos vivam em liberda-
de e usufruam dos mesmos direitos, não
devendo existir distinção entre indivídu-
os que apresentem cor da pele, cultura ou
língua diferentes. Cada ser humano só tem
uma vida e deve utilizá-la para viver e não
para estragar a vida dos que o rodeiam.
Fábio, 12ºB
é que tal não é obrigatoriamente
assim. Muitos jovens não com-
preendem a vantagem de apren-
der (provavelmente nem têm a
obrigação de a compreender). É
nesses casos que surge a neces-
sidade de fórmulas, no contrato
educativo, que levem o aluno a
sentir a necessidade de cumprir
a sua parte no contrato. Basear a
aprendizagem e o sucesso edu-
cativo na motivação é um erro
que tem levado à degradação
do ensino e torna a Escola inca-
paz de cumprir as suas funções.
Dir-me-ão que há classificações,
aprovações e sanções. Nada dis-
so interessa se não são levadas
a sério, se não têm consequên-
cias e forem sempre considera-
das entraves à motivação, quer
sejam as negativas, o programa,
o mais ou menos largo sorriso
do professor. Instalou-se a ideia
de que se aprende melhor se for
fácil e divertido. Ora aprender é
difícil. Aprender é trabalhar e,
quando se está a trabalhar na
Escola, está-se a aprender a tra-
balhar na vida.
A “Escola diversão” é uma im-
possibilidade lógica; em compe-
tição com o divertimento puro, a
escola perderá sempre. Senão
vejamos – será sempre mais
agradável navegar na NET por
prazer do que pesquisar um as-
sunto concreto e sério; será sem-
pre mais fácil dedilhar o telemó-
vel do que aprender as regras de
construção do próprio telemóvel.
Mas a função da Escola é outra.
Os seus modelos de funciona-
mento e exigência também serão
outros.
Acontece que a motivação é
sobretudo individual. A escola
deve ensinar o melhor que puder
com os meios de que hoje dis-
põe. Os pais devem dar o melhor
aos seus filhos de acordo com as
suas possibilidades. No entanto,
não são os meios técnicos nem
os exercícios cada vez mais lú-
dicos exigidos aos professores,
não são as sapatilhas de mar-
ca nem a desculpabilização dos
pais que fazem com que o jo-
vem aprenda. Ele aprende só e
só se quiser aprender, isto é, se
encontrar os seus próprios moti-
vos para aprender, se construir
ambições e responsabilidades,
essas sim, grandemente condi-
cionadas pelas perspectivas e
quadros mentais que a família,
e depois a escola e a sociedade,
lhe transmitem, muitas vezes de
forma discreta e indirecta. A mo-
tivação depende e é construída
em função dos objectivos e das
ambições.
Os adultos devem fornecer
a estabilidade e o apoio para
que cada jovem construa e de-
senvolva o seu projecto e o seu
percurso, incentivar os jovens,
ajudá-los a construir horizontes
maiores, antever os percursos
de futuro, mostrar-lhes que saber
mais significa mais independên-
cia na vida profissional, explicar-
lhes que saber significa mais li-
berdade.
Os bons alunos têm um con-
trato consigo próprios e estão
dispostos a trabalhar e a autodis-
ciplinar-se para o cumprir. É esse
o momento em que o esforço re-
tribui em prazer, aquele em que
conseguimos o que prometemos
a nós próprios. Os bons alunos
querem olhar para o mundo e sa-
ber lê-lo; querem ter sucesso ou
contribuir para o sucesso da so-
ciedade; querem perceber o que
aconteceu ou o que está para
acontecer; querem ouvir o que os
outros sabem para um dia pode-
rem fazer-se ouvir. A motivação
é, acima de tudo, um contrato
que fazemos connosco próprios.
Profª Maria da Conceição Raimundo
CONTRATO E MOTIVAÇÃO
(continuação da pág. 1)
PASSATEMPOS E CURIOSIDADES18
ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA
O CHURRASCO
O Sr. João tem um pequeno grelhador no exterior que comporta
apenas 2 bifes. A sua mulher e a filha Beatriz estão com fome e an-
siosas por comer. O problema consiste em grelhar 3 bifes no menor
tempo possível.
Sr. João: Vejamos. São precisos 20 minutos para grelhar ambos os
lados de um bife porque cada lado leva 10 minutos a grelhar. E como
eu posso cozinhar 2 bifes ao mesmo tempo, 20 minutos bastam para
ter 2 bifes prontos. Outros 20 minutos darão para grelhar o terceiro
bife e o trabalho fica feito em 40 minutos.
Beatriz: Mas podes fazê-lo muito mais rapidamente, papá. Acabei
de descobrir como podes poupar 10 minutos.
Que brilhante ideia teve a Beatriz?
O PESO DAS MOEDAS
Existem cinco sacos com 20 moedas em cada saco. As moedas de-
veriam pesar 10 gramas cada uma. Mas só as moedas de três sacos
pesam exactamente o devido. As de um saco pesam 9 gramas e de
as de outro pesam 11gramas cada uma. Como reconhecer, com uma
só pesagem, qual o saco das moedas mais pesadas e qual o saco das
moedas mais leves? Esta pesagem faz-se com uma balança de um
só prato, com um mostrador que indica o peso exacto do objecto no
prato.
PRISIONEIRO ASSASSINO
Numa prisão há 16 celas dispostas como o esquema abaixo indica.
Certo dia, o prisioneiro X, situado na cela que fica no canto supe-
rior esquerdo, enlouqueceu. Em cada
dia, consegue furar a parede de uma
cela vizinha e matar o prisioneiro que
a ocupa. Não volta a passar por uma
cela onde tenha morto alguém (acre-
dita que lá se encontra o espírito do
morto e os fantasmas assustam-no).
No final, matou 15 prisioneiros e en-
contra-se na 16ª cela em baixo, à di-
reita.
Encontra um possível percurso feito pelo assassino.
?
x
A PISCINA DO SENHOR SILVA
A família Silva tem uma piscina no jardim de sua casa. Em reunião
de família, decidem ampliá-la porque começa a ser pequena para to-
dos. A piscina, de forma quadrangular, junto a cada um dos 4 cantos
tem uma árvore que a Sr.ª Silva não quer arrancar nem sequer mudar
de sítio. O Sr. Silva por sua vez quer que a piscina continue com a
forma quadrangular e no mesmo sítio onde se encontra. Os filhos que-
rem que a piscina fique com o dobro da área que tem actualmente. As
árvores não podem ficar dentro da piscina.
Qual a solução para o problema da piscina da família Silva?
MEXENDO PALITOS
Encontre uma maneira de, mexendo somente em três palitos, for-
mar oito triângulos:
O JOGO DOS BERLINDES
O Paulo e o Marcelo, dois jogadores rivais de berlindes, tinham
o mesmo número de berlindes quando começaram a jogar. Num pri-
meiro jogo, o Paulo ganhou vinte berlindes ao Marcelo. Num segundo
jogo, o Paulo perdeu dois terços dos seus berlindes. Isto deixou o
Marcelo com quatro vezes mais berlindes que o Paulo.
Quantos berlindes tinha cada um inicialmente?
ENIGMAS
É um puzzle lógico, num quadrado de nove linhas por nove colu-
nas, organizado em regiões de 3x3.
Use algarismos de 1 a 9, de modo a que cada algarismo apareça
uma única vez em cada linha, coluna, ou região de 3x3.
Não é necessária qualquer operação aritmética.
Aqui ficam dois exemplares, de graus de dificuldade diversifica-
dos.
Divirta-se!
8 1 9 68 5 4
4 35 9
9 4 3 16 28 1
7 4 52 3 1 4
Difícil
1 96 25 8 6 9 4
7 3 1 64 5
1 9 6 34 5 7 8 1
3 85 2
Médio
SUDOKU
RECRIAR O MUNDO 19
ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA
(Continua)
BUSCAPÉ: UMA HISTÓRIA EM QUADRADINHOS
Buscapé é um menino como todos os outros: gosta de correr pela rua, ver televisão e... fazer malandrices.
Vou apresentar-vos a sua família:
O seu pai, um pouco preguiçoso e resmungão, e a sua mãe, distraída como sempre. De facto, não é a família perfeita...
...Talvez essas não existam
Bem, vamos co-meçar pelo princí-pio...
O dia amanhecera frio e ventoso... mas a vida conti-nuava...
E, como em to-dos os dias, to-dos teriam de se levantar.
O vento continua a soprar, as moscas continuam a chatear...
E ainda bem ...
ARTE E CULTURA20
ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA
UMA LIÇÃO DE HISTÓRIA DE ARTE
Até ao passado dia 15 de Outubro, foi pos-
sível visitar no Museu Nacional de Arte Antiga
obras de pintura de artistas mundialmente famo-
sos: Grandes Mestres da Pintura: de Fra Angé-
lico a Bonnard. Esta exposição mostra a perso-
nalidade de um coleccionador, Gustav Rau, um
homem sereno, alegre, optimista e generoso.
Rau comprava com o coração, e foi com o
coração que construiu vários hospitais em Áfri-
ca. Sendo médico, tratou e alimentou milhares
de pobres. Antes de morrer, em 2002, Gustav
Rau, doou à UNICEF a sua colecção, que será
vendida após correr mundo durante 20 anos.
Desta colecção estiveram patentes, em Lisboa,
noventa e cinco obras. As obras aqui apresen-
tadas, desde a Escola Espanhola aos Nabis,
passando pela revolução Impressionista, são
uma pequena amostra de uma vasta colecção.
Grupo de Artes
UMA LIÇÃO DE HUMANIDADE
El Greco (1541-1614) São Domingos em Oração
1610, óleo sobre tela
Auguste Renoir (1841-1919), Senhora com Rosa
1875, óleo sobre tela
Warhol (1928-1987), em vida, era já uma
lenda. Soube aproveitar todas as oportunida-
des, não faltava a uma festa (vivia em Nova
Iorque), tentava não passar despercebido e o
sucesso veio relativamente depressa.
A sua arte foi classificada como Arte Pop
(arte popular), pois utilizava objectos do dia a
dia. Com um belo processo de desenho e de
gravura, pôs em causa a ideia de que, para
um trabalho ser considerado obra de arte, de-
veria ser único, pois reproduziu tecnicamente
as suas criações.
A partir do início dos anos 60, Warhol trou-
xe à arte os símbolos opticamente gritantes
da publicidade de massas que simbolizavam
o “american way of life”: bandas desenhadas,
rótulos de garrafas, latas de conserva, as so-
pas Campbell, a Pepsi, a Coca-Cola, os de-
tergentes, o ketchup da Heinz traduzem sem
dúvida uma certa maneira de viver e um cer-
to estado de espírito do povo americano nos
anos 60. Warhol elevou artisticamente estes
artigos, quando os transportou do supermer-
cado para a galeria de arte.
Onde foi este artista buscar a inspiração
que transformou tão profundamente a arte?
Ser original em arte é muito importante, e a
sua ideia foi brilhante. Os seus trabalhos, ape-
sar de inovadores, conquistaram rapidamente
o público.
Hoje em dia, a arte desenvolveu uma di-
versidade ilimitada e passou a fazer parte do
nosso quotidiano. A tecnologia conseguiu a
proeza da multiplicação e hoje podemos ter
um Picasso no tapete, a Gioconda no calen-
dário, e ouvir a ópera de Verdi no toque do
telemóvel.
Porém, foram precisos muitos milhares de
anos para que o conceito de arte chegasse a
este ponto.
João Serralheiro, 12ºE
Andy Warhol:A Arte/Produção e Consumo
“A coisa mais bonita é o McDonald’s. A coisa
mais bonita em Estocolmo é o McDonald’s. A
coisa mais bonita em Florença é o McDonald´s.
Pequim e Moscovo ainda não têm nada que
seja bonito.”
Andy Wharhol
Paul Cézanne (1839-1906)O mar em Estaque 1876, óleo sobre tela