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CONVERSÃO DE TORNO MANUAL EM CNC PARA FABRICAÇÃO DE
MICROSSISTEMAS
PEDRO HENRIQUE QUEIROZ KOATZ DE GURVITZ
Projeto de Graduação apresentado ao Curso
de Engenharia Mecânica da Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários
à obtenção do título de Engenheiro.
Orientadores: Carolina Palma Naveira Cotta
Jeziel da Silva Nunes
Rio de Janeiro
Agosto de 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica
DEM/POLI/UFRJ
CONVERSÃO DE TORNO MANUAL EM CNC PARA FABRICAÇÃO DE
MICROSSISTEMAS
PEDRO HENRIQUE QUEIROZ KOATZ DE GURVITZ
PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO
DE ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
ENGENHEIRO MECÂNICO.
Aprovado por:
________________________________________________
Profa. Carolina Palma Naveira Cotta, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Jeziel da Silva Nunes, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Renato Machado Cotta, Ph.D.
________________________________________________
Prof. Fernando Pereira Duda, D.Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
Agosto de 2014
iii
Gurvitz, Pedro Henrique Queiroz Koatz de
Conversão de Torno manual em CNC para Fabricação de
Microssistemas/ Pedro Henrique Queiroz Koatz de Gurvitz. – Rio de
Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2014.
xi, 63 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador(a): Carolina Palma Naveira Cotta
Jeziel da Silva Nunes
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Departamento
de Engenharia Mecânica, 2014.
Referências Bibliográficas: p. 51-52.
1. Adaptação de Máquina Ferramenta. I. Cotta, Carolina Palma
Naveira. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola
Politécnica, Departamento de Engenharia Mecânica. III. Título
iv
Dedicatória
Dedico esse trabalho ao meu querido avô e pai Pedro Menezes de Queiroz que
não pode estar aqui pra dividir esse momento de grande alegria, mas sei que ele sempre
estará ao meu lado me protegendo.
“De que adianta bons ventos se não sabe para onde vai.”
Pedro Menezes de Queiroz
v
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a minha Família por me apoiar em todos os momentos, até mesmo
aqueles em que houve dúvidas se eu estava no caminho certo.
Da mesma forma agradeço aos meus amigos do Gordas e do Jenny pela paciência e amizade
inabalável mesmo após longos anos dividindo o tempo com a dedicação aos estudos.
Agradeço especialmente ao meu querido avô Pedro Menezes de Queiroz, que não pode estar
presente para partilhar esse momento, por tantos anos de carinho e aprendizado ao seu lado.
Agradeço aos professores Jeziel Nunes e Carolina Cotta pela orientação e os conhecimentos
que foram passados. Aos colegas do LabMEMS pelo apoio durante essa trajetória.
E finalmente, agradeço aos membros da minha banca avaliadora, os professores Renato
Cotta e Fernando Duda
vi
Resumo do projeto de graduação apresentado ao DEM/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.
CONVERSÃO DE TORNO MANUAL EM CNC PARA FABRICAÇÃO DE
MICROSSISTEMAS
PEDRO HENRIQUE QUEIROZ KOATZ DE GURVITZ
Agosto/2014
Orientadores: Carolina Palma Naveira Cotta
Jeziel da Silva Nunes
Curso: Engenharia Mecânica
Este trabalho tem como objetivo converter um torno manual em um torno de
comando numérico, com uma precisão que supere a máquina original, para a fabricação
de microssistemas. A principal motivação desse trabalho é criar uma máquina que seja
de fácil operação permitindo que os alunos do LabMEMS fabriquem dispositivos
microfluidicos para compor seus projetos de forma mais simples e eficiente. Por ser um
equipamento robusto e de baixo custo ele permitirá que os alunos aprendam a utilizar
controle numérico e a partir daí comecem a fabricar seus próprios microssistemas. Uma
preocupação nesse projeto foi criar um equipamento que permitisse o aluno desenvolver
seus conhecimentos em fabricação para que assim se habilitasse a utilizar todos os
equipamentos de usinagem existentes no laboratório e por esse motivo procurou
padronizar o software utilizado em todos as máquinas operatrizes. Procurou-se manter
os custos de aquisição de peças e de construção abaixo dos valores de aquisição de um
torno CNC comercial para que o projeto tivesse viabilidade.
vii
Abstract of Undergraduate Project presented to DEM/UFRJ as a part of fulfillment of the
requirements for the degree of Engineer.
CONVERSION OF A MANUAL LATHE MACHINE ON CNC FOR MANUFACTURING
MICROSYSTEMS
PEDRO HENRIQUE QUEIROZ KOATZ DE GURVITZ
August/2014
Advisor: Carolina Palma Naveira Cotta
Jeziel da Silva Nunes
Course: Mechanical Engineering
This paper aims to convert a manual lathe in a CNC lathe, with a better precision
than the original machine for microsystem fabrication. The main motivation of this
work is to create a machine that is easy to operate allowing students of LabMEMS
manufacture parts to make your projects more easily and efficiently. Being a robust and
low-cost equipment, it will allow students learn how to use numerical control and from
there begin to make their own microfluidics devices. One concern in this project was to
create a device that allow students to develop their expertise in manufacturing so that it
enable them to utilize all the existing machinery in the laboratory and this motivated
sought to standardize the software used in all machine tools. We tried to keep the costs
of acquisition and construction of parts below the values of acquiring a commercial
CNC around so that the project had viability.
viii
Sumário
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
1.1 Motivação ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 1
1.2 Objetivo ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2
1.3 Estrutura do Trabalho --------------------------------------------------------------------------------------- 2
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 4
2.1 Conversões de Tornos Manuais em Sistemas CNC. -------------------------------------------------- 4
3. MÁQUINAS DE COMANDO NUMÉRICO ..................................................................... 8
3.1 Histórico ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 8
3.2 Unidade de controle Numérico -------------------------------------------------------------------------- 10
3.3 Dispositivos de acionamento ----------------------------------------------------------------------------- 12
3.4 Sistemas de controle --------------------------------------------------------------------------------------- 17
3.5 Polias Sincronizadoras e Correias ----------------------------------------------------------------------- 18
3.6 Acoplamento ------------------------------------------------------------------------------------------------ 20
3.7 Usinagem----------------------------------------------------------------------------------------------------- 20
4. TORNO DE BANCADA MODELO MR-330 .............................................................. 24
5. PROJETO DE CONVERSÃO ......................................................................................... 29
5.1 Descrições Gerais ------------------------------------------------------------------------------------------ 29
5.2 Especificações de Projeto --------------------------------------------------------------------------------- 30
5.2.1 Árvore Principal .......................................................................................................... 30
5.2.2 Movimentação do Carro Longitudinal........................................................................ 30
5.2.3 Movimentação do Carro Transversal ......................................................................... 31
5.3 Seleção dos Principais Componentes ------------------------------------------------------------------- 32
5.3.1 Motor de Corrente Alternada .................................................................................... 32
5.3.2 Motores de Passo ....................................................................................................... 35
5.3.3 Polia Sincronizadora e Correia dentada ..................................................................... 36
5.3.4 Seleção do Painel de comando .................................................................................. 37
ix
6. EXECUÇÃO DAS ADAPTAÇÕES ................................................................................. 41
6.1 Adaptações no motor da Árvore principal ------------------------------------------------------------- 41
6.2 Adaptações no Fuso de movimentação do Carro Longitudinal ----------------------------------- 45
6.3 . Adaptações no carro transversal ----------------------------------------------------------------------- 47
7. UTILIZAÇÃO DA MÁQUINA CONVERTIDA ............................................................ 52
8. ANÁLISE DE CUSTO...................................................................................................... 56
9. CONCLUSÃO E PROPOSTAS DE APRIMORAMENTO .......................................... 59
10. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 62
APÊNDICE I – DESENHOS TÉCNICOS .................................................................................. I
APÊNDICE II – CATÁLOGOS ..................................................................................................X
x
Lista de Figuras
FIGURA 1- TORNO BD-812 BRIDGEPORT CONVERTIDA EM CNC .................................................................. 5
FIGURA 2– DETALHE DO ACOPLAMENTO DO FUSO PRINCIPAL. .................................................................. 6
FIGURA 3- DETALHE DO ACOPLAMENTO DO FUSO DE MOVIMENTAÇÃO TRANSVERSAL ........................... 7
FIGURA 4– TORNO CNC ADAPTADO. ............................................................................................................ 7
FIGURA 5 - PRIMEIRA MÁQUINA CNC DESENVOLVIDA. ............................................................................... 8
FIGURA 6– TORNO CNC MODERNO. ............................................................................................................ 9
FIGURA 7– UNIDADE CONTROLE NUMÉRICO MODERNA. ......................................................................... 10
FIGURA 8 - PROGRAMA CAD/CAM CIMATRON .......................................................................................... 11
FIGURA 9–MOTOR DE PASSO NEMA 34. .................................................................................................... 12
FIGURA 10– MOTOR DE PASSO EM VISTA EXPLODIDA .............................................................................. 13
FIGURA 11– MOTOR DE PASSO DE IMA PERMANENTE .............................................................................. 14
FIGURA 12– MOTOR DE PASSO DE RELUTÂNCIA VARIÁVEL. ...................................................................... 14
FIGURA 13– MOTOR DE PASSO DE HIBRIDO. ............................................................................................. 15
FIGURA 14– SERVO MOTOR DE CORRENTE CONTINUA. ............................................................................ 16
FIGURA 15– MOTOR DE CORRENTE ALTERNADA. ...................................................................................... 16
FIGURA 16 – SISTEMA DE CONTROLE DE MALHA ABERTA. ........................................................................ 17
FIGURA 17 – SISTEMA DE CONTROLE DE MALHA FECHADA ...................................................................... 18
FIGURA 18 – POLIA SINCRONIZADORA E CORREIA FONTE: HTTP://WWW.GATESBRASIL.COM.BR/ ......... 19
FIGURA 19– PROGRAMA DESIGN FLEX DE SELEÇÃO DE POLIAS E CORREIAS............................................. 19
FIGURA 20 – ACOPLAMENTO ELÁSTICO. .................................................................................................... 20
FIGURA 21 – MOVIMENTOS. ...................................................................................................................... 21
FIGURA 22 – PRINCIPAIS OPERAÇÕES DE TORNEAMENTO. ....................................................................... 22
FIGURA 23 – FERRAMENTAS DE TORNEAMENTO ...................................................................................... 22
FIGURA 24- FURAÇÃO EM MICRO USINAGEM. .......................................................................................... 23
FIGURA 25-TORNEAMENTO LONGITUDINAL EM MICRO ESCALA. ............................................................. 23
FIGURA 26 – TORNO MR-330. .................................................................................................................... 24
FIGURA 27 – DETALHE DO CARRO PRINCIPAL E DO TRANSVERSAL. .......................................................... 25
FIGURA 28 - DETALHE DAS ENGRENAGENS DE TRANSMISSÃO. ................................................................. 26
FIGURA 29 – PLACA UNIVERSAL DE 3 CASTANHAS .................................................................................... 26
FIGURA 30 – DETALHE DO BARRAMENTO DO TORNO MR-330. ................................................................ 27
FIGURA 31 – DETALHE DAS ENGRENAGENS DE TRANSMISSÃO. ................................................................ 27
FIGURA 33 - SISTEMA DE COORDENADA CARTESIANO ADOTADO. ........................................................... 29
FIGURA 35 – ALAVANCA DE ACIONAMENTO PORCA BIPARTIDA ............................................................... 31
FIGURA 36 – CARRO TRANSVERSAL ............................................................................................................ 32
FIGURA 37 – PLACAS CONTROLADORAS DOS MOTORES DE PASSO. ......................................................... 37
FIGURA 38– PLACA OPTO ISOLADORA LPTOP-05. ...................................................................................... 38
FIGURA 39– FONTE 20A.............................................................................................................................. 38
FIGURA 40– INVERSORA DELTA DE 0,75KW. .............................................................................................. 39
FIGURA 41 - PAINEL DE CONTROLE. ........................................................................................................... 40
FIGURA 42 – MOTOR TRIFÁSICO DE 1CV. ................................................................................................... 41
FIGURA 43- POLIAS SINCRONIZADORAS. .................................................................................................... 42
xi
FIGURA 44-TENSIONADOR DA CORREIA..................................................................................................... 42
FIGURA 45–ENCODER INSTALADO NO BARRAMENTO. .............................................................................. 43
FIGURA 46 – CONJUNTO MONTADO. ......................................................................................................... 44
FIGURA 47- CONJUNTO MONTADO NO TORNO MANROD MR-330 .......................................................... 44
FIGURA 48 - FUSO DE MOVIMENTAÇÃO DO CARRO LONGITUDINAL. ....................................................... 45
FIGURA 49 - SUPORTE DO MOTOR DE PASSO DO CARRO LONGITUDINAL ................................................ 45
FIGURA 50 – SUPORTE MOTOR DE PASSO MONTADO NO CARRO PRINCIPAL .......................................... 46
FIGURA 51 - MOTOR DE PASSO MONTADO NO FUSO DE MOVIMENTAÇÃO DO CARRO LONGITUDINAL. 46
FIGURA 52 - SUPORTE DO MOTOR DE MOVIMENTAÇÃO DO CARRO TRANSVERSAL. ............................... 47
FIGURA 53- CARRO TRANSVERSAL ANTES DA MODIFICAÇÃO.................................................................... 47
FIGURA 54 - MOTOR DE PASSO MONTADO NO FUSO DE MOVIMENTAÇÃO DO CARRO TRANSVERSAL. .. 48
FIGURA 55 - CARRO TRANSVERSAL. ........................................................................................................... 48
FIGURA 56 - MOTOR DE PASSO MONTADO NO FUSO DE MOVIMENTAÇÃO DO CARRO TRANSVERSAL. .. 49
FIGURA 57- DESENHO DO TORNO CONVERTIDO VISTA FRONTAL ............................................................. 49
FIGURA 58- DESENHO DO TORNO CONVERTIDO VISTA LATERAL .............................................................. 50
FIGURA 59- VISTA FRONTAL DO TORNO CONVERTIDO .............................................................................. 50
FIGURA 60-VISTA LATERAL DO TORNO CONVERTIDO ................................................................................ 51
FIGURA 61- FACEAMENTO E TORNEAMENTO LONGITUDINAL .................................................................. 53
FIGURA 62- FURAÇÃO................................................................................................................................. 54
FIGURA 63- CONECTOR .............................................................................................................................. 55
FIGURA 64- TORNO CNC INNOV ................................................................................................................. 57
FIGURA 65 - SISTEMA DE FLUIDO DE CORTE .............................................................................................. 60
FIGURA 64 – SISTEMA DE MUDANÇA AUTOMÁTICA DE FERRAMENTA ..................................................... 61
Tabelas
TABELA 1 - G-CODE NORMA ISSO. .............................................................................................................. 11
TABELA 2 - COMPARATIVA ENTRE OS TIPOS DE ACIONADORES. ............................................................... 17
TABELA 4 – GEOMETRIA DA FERRAMENTA; ............................................................................................... 33
TABELA 5- TABELA DE KIENZLE; .................................................................................................................. 33
1
1. Introdução
1.1 Motivação
O torneamento é uma operação de usinagem amplamente utilizada na indústria,
que através da remoção do cavaco permite-se usinar peças de formatos geométricos de
revolução. Esta operação ocorre ao se fixar uma peça a placa do torno e faze-la girar,
enquanto uma ferramenta de corte fixa a um carro é pressionada de encontro à peça e
com um avanço regulável remove-se material.
O torno mecânico é uma máquina operatriz altamente versátil, que permite a
usinagem de matérias de um estado bruto até o acabamento final. Permite, também, a
utilização de diversos tipos de ferramentas e fixações para os mais variados tipos de
projetos.
O comando numérico computadorizado ou CNC, proveniente da sigla em
inglês Computer Numerical Control, veio da necessidade de se aumentar a
produtividade das máquinas operatrizes e mais ainda de se produzir formas mais
complexas com uma precisão na repetição que permitisse a intercambialidade de peças
produzidas em um lote.
As primeiras máquinas CNC’s surgiram em um contexto de amplo
desenvolvimento da indústria aeronáutica na década de 50, mas foi somente na década
de 70 que o desenvolvimento dos computadores permitiu a criação de máquinas
dedicadas ao comando numérico. O aprimoramento cada vez maior dos softwares e dos
hardwares computacionais propiciou um desenvolvimento e uma ampliação na
utilização desse gênero de maquinas.
No Laboratório de Nano e Micro Fluídica e Microssistemas (LabMEMS) faz-
se necessário a fabricação de componentes para utilização em pesquisas, que por serem
de escala micro ou nano não são encontrados em larga escala no mercado o que torna o
domínio da sua fabricação benéfica ao laboratório.
Soma-se a isso que este tipo de conversão tem um grande apelo
socioeconômico já que possibilita o acesso de micro e pequenas a esta tecnologia
2
inacessível para maioria das empresas deste porte. As soluções desenvolvidas nesta
conversão permitirá que essas empresas possam adaptar suas máquinas ferramentas a
uma custo relativamente baixo e assim poder melhorar a sua capacidade produtiva.
1.2 Objetivo
O objetivo principal desse trabalho foi à conversão de um torno mecânico
manual, modelo MR-330 comercializado no Brasil pela Manrod, em um torno de
comando numérico e assim emprega-lo na fabricação de microssistemas e dispositivos
microfluidicos a serem utilizados em pesquisas e protótipos no LAbMEMS-
Laboratório de Nano e Microfluidica e Microssistemas COPPE/UFRJ.
O torno modelo MR-330 fabricado pela Manrod possui projeto bastante
robusto e assemelha-se aos modelos dos demais fabricantes que comercializam essas
máquinas no Brasil, portanto as soluções aplicadas nesse projeto são aplicáveis a
qualquer torno mecânico que apresente essa semelhança.
O torno de comando numérico possui a vantagem de não necessitar de um
operador com treinamento especifico, qualquer aluno do laboratório com conhecimento
mínimo para utilizar o software computacional estará capacitado a fabricar componentes
no torno.
Procurou-se manter o mesmo software utilizado nas demais máquinas CNC do
laboratório com intuito de criar uma padronização para que com isso a transição de uma
máquina para outra fosse facilitada, incentivando ainda mais os alunos do LabMEMS a
se aventurarem nos processos de fabricação e a produzirem cada vez mais protótipos de
suas pesquisas.
1.3 Estrutura do Trabalho
Este trabalho é composto de nove capítulos, no segundo capitulo é possível
encontrar uma revisão bibliográfica que aborda projetos de conversão similares aos que
discutiremos nesse projeto.
3
No terceiro capitulo discutiremos sobre máquinas CNC, seu histórico e os
principais componentes utilizados nas conversões.
No quarto capitulo encontra-se uma descrição do torno que será objeto deste
trabalho. No quinto capitulo faremos uma apresentação do projeto de conversão com a
seleção dos componentes que foram utilizados. No sexto capitulo será detalhado as
adaptações que foram executadas no projeto.
No sétimo capitulo exemplificaremos as possibilidades de utilização da
máquina após ter sido convertida. No oitavo capítulo faremos uma analise de
viabilidade financeira do projeto para justificar a conversão da máquina.
No nono capitulo teremos uma conclusão sobre os objetivos alcançados no
projeto e no décimo capitulo é possível encontrar a referência bibliográfica que serviu
de base para esse trabalho.
4
2. Revisão Bibliográfica
2.1 Conversões de Tornos Manuais em Sistemas CNC.
O constante avanço tecnológico da indústria, especialmente a de fabricação
mecânica, vem exigindo de seus colaboradores uma produtividade e precisão cada vez
maiores. De fato, nos próximos anos se espera uma nova revolução nas máquinas
ferramentas com a difusão cada vez maior das máquinas de comando numérico, as
CNC´s, FERRARI (2011), o que traz como uma consequência imediata a grande
necessidade de conversão das máquinas já existentes devido ao alto custo de aquisição
de novas máquinas CNC´s.
Do ponto de vista econômico a aquisição de máquinas novas pode se tornar um
grande desafio para micro, pequeno e médias empresas no país, uma solução que vem
sendo experimentada com bastante sucesso é a modernização, ou retrofitting
(adaptação), que tem por objetivo a atualização tecnológica das máquinas ferramentas.
O retrofitting , ou reforma, é muitas vezes a solução para empresas que não
possuem capital para investir e querem permanecer competitivos no mercado dando
uma sobrevida a máquinas antes consideradas ultrapassadas.
Neste cenário se torna de extrema relevância para o desenvolvimento
tecnológico e econômico do país o desenvolvimento de soluções que permitam a
adaptação dessas máquinas já existentes. A maneira mais comum de se fazer isso é a
substituição de certos componentes necessários para a precisão exigida em CNC´s,
anexando novas tecnologias e mantendo suas características periféricas devido a sua alta
rigidez. Essa demanda vem se tornando cada vez maior, tendo em vista que a eletrônica
das máquinas e sistemas evoluiu de forma rápida nos últimos anos.
Devido ao grande avanço tecnológico e a volatilidade do mercado, os produtos
estão sendo produzidos com uma vida útil comercial cada vez menor. A nova demanda
de produção da indústria como o just in time e com a competição com os produtos
importados da China com baixo custo vem exigindo cada vez mais esforço da indústria
5
para se manter competitiva em um cenário onde a versatilidade e a redução de custos de
produção são exigências básicas para se manter ativo.
Podemos citar também o enorme ganho ambiental obtido com esse tipo de
adaptação que impede que essas máquinas sejam lançadas no meio ambiente como
sucata FERRARI (2011).
O trabalho desenvolvido por GINGER (2010) realizou uma conversão de um
torno fornece algumas informações relevantes tendo em vista a semelhança do
equipamento com o que será modificado neste projeto.
Neste projeto desenvolvido por GINGER (2010) foi utilizado um torno modelo
BD-812 fabricado pela Bridgeport conforme mostra a Figura 1 foi feito os seguintes
passos: primeiramente ele iniciou desmontando o torno e removendo alguns
componentes originais como o fuso que comanda o carro principal e o trem de
engrenagens que seriam posteriormente substituídos por um fuso de esfera.
Figura 1- Torno BD-812 Bridgeport convertida em CNC
Fonte: Ginger (2010).
A substituição do trem de engrenagem foi feita substituindo-se o servo motor
de corrente continua por um servo motor de corrente alternada de 1/2 hp e utilizando-se
um variador de frequência para que se pudesse obter velocidades variáveis como ocorre
na transmissão com correia e polia, além disso foi utilizado um encoder para que se
monitorasse em tempo real a velocidade de rotação da arvore do torno. Essa substituição
é de especial importância para quem pretende abrir roscas utilizando o torno.
6
A substituição do fuso foi feita para que se removessem as folgas que são
comuns em fusos de rosca trapezoidais e se alcançasse folga zero como ocorre em fusos
de esfera. Essa substituição foi feita removendo-se a castanha original do carro principal
e adaptando-se uma castanha própria para fusos de esfera, o eixo foi fixado usinando-se
a ponta e posicionando em mancais similares aos originais. O motor de passo foi
acoplado diretamente à ponta do fuso através de um acoplamento e um suporte simples
de sustentação do motor conforme apresentado na Figura 2.
Figura 2– Detalhe do acoplamento do fuso principal.
Fonte: GINGER (2010).
O fuso que controla o avanço do porta ferramentas foi mantido original devido
a falta de espaço para instalação da castanha utilizada em fusos de esfera. Para
movimentação desse fuso foi acoplado uma polia sincronizadora no fuso e utilizado um
motor de passo com correia para a movimentação, a correia sincronizadora foi utilizada
para que não houvesse escorregamento entre correia e polia. O motor de passo foi
fixado utilizando um suporte simples fabricado com chapa de alumínio. Essas
modificações no fuso de movimentação transversal são apresentadas na Figura 3.
7
Figura 3- Detalhe do acoplamento do fuso de movimentação transversal
Fonte: GINGER (2010).
A empresa STIRLING STEELE comercializa projetos para automatização de
máquinas operatrizes, dentre os projetos disponibilizados pela empresa pode-se destacar
os projetos de conversão de mini tornos como o fabricado pela Cummins Machine
modelo 5278. Os projetos destacam-se por manter a função de operação manual das
maquinas além da adaptação de fusos de esfera para atingir altas precisões. Como a
empresa comercializa esses projetos os detalhes de projeto são restritos aos
compradores, a Figura 4 mostra um desenho de um torno adaptado pela STIRLING
STEELE.
Figura 4– Torno CNC adaptado.
Fonte: STIRLING STEELE
8
3. Máquinas de Comando Numérico
3.1 Histórico
No contexto da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a demanda acelerada
por aviões, carros, tanques, navio e etc. gerou uma necessidade de evolução das técnicas
de produção com um papel que poderia ser decisivo. Com a perda da mão de obra
masculina que deixara os postos de trabalho para lutar, houve a necessidade de
substituição pela feminina o que implicava em treinamento e refletia diretamente na
produção. Criava-se então o cenário propício para o desenvolvimento de máquinas
automáticas de grande produtividade e que não dependessem da mão de obra utilizada
para obter precisão. A primeira investida nesse sentido ocorreu em 1949 no laboratório
de servomecanismo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, com a junção de
esforços entre a Força Aérea Norte Americana e a empresa Parson Corporation
CASSANIGA (2005).
Para esse experimento foi adotada uma fresadora de três eixos conforme
mostra a Figura 5, que teve seus comandos e controles tradicionais retirados e
substituídos pelo comando numérico, que na época utilizava leitora de fita de papel.
Atualmente com a evolução do computador pessoal o meio mais utilizado para a tomada
de dados em maquinas CNC´s é o computador.
Figura 5 - Primeira máquina CNC desenvolvida.
9
Fonte: CASSANIGA
No inicio da década de 70, surgiram no Brasil as primeiras máquinas de
comando numérico computadorizado (CNC) conforme mostra Figura 6 importadas dos
Estados Unidos e as primeiras máquinas de comando numérico (CN) de produção
nacional. A partir desse período podemos observar uma constante evolução das CNC
juntamente com os computadores que à medida que foram se modernizando passaram a
ter mais confiabilidade.
Figura 6– Torno CNC moderno.
Fonte: Imagem adaptada da Internet.
Esquematicamente podemos dizer que a CNC opera com três passos básicos
bem definidos. No primeiro passo o computador lê o programa e transforma para o
código binário que é a linguagem da máquina. Em seguida, o operador da inicio ao ciclo
de trabalho, e o computador lê os códigos binários e o transforma em pulsos elétricos
que serão analisador pela unidade controladora da máquina e posteriormente enviada a
unidade alimentadora. Por fim, a unidade acionadora recebe esse pulso e o transforma
em movimento.
10
3.2 Unidade de controle Numérico
Com o desenvolvimento dos microprocessadores e outros periféricos foi
inaugurada uma nova era para as máquinas CNC, pois diferente de suas ancestrais que
não possuíam capacidade de armazenamento de programas foi permitido ao comando
numérico computadorizado realizar operações de logica, aritméticas e de controle de
movimentação e em especial a de armazenar informações RUBIO (1992). Essa
capacidade de armazenamento de informações gerou uma economia de tempo quando
se produz peças de um mesmo lote uma vez que o programa não necessita de uma nova
leitura a cada peça produzida. A Figura 7 mostra uma unidade de controle numérico
moderna.
Figura 7– Unidade controle numérico moderna.
Fonte: Imagem adaptada da Internet
No código binário o impulso com tensão corresponde ao um e o impulso sem
tensão corresponde ao 0. Apesar do computador só reconhecer o código binário o
programador não precisa estar familiarizado com a linguagem binária para utilizar as
máquinas, ele pode fazer uso de uma lista de comandos determinados pelos fabricantes.
Para que haja uma padronização da linguagem utilizada existe uma norma fornecida
pela ISO (International Organization of Standardization), dentre as linguagens padrões
podemos citar o código G conforme Tabela 1.
11
Tabela 1 - G-Code norma ISSO.
Fonte: Imagem adaptada da Internet
O sistema funciona da seguinte forma: o programador ao inserir o código no
computador da máquina utilizando o código específico gera um segundo código em
linguagem binária. Esse segundo código que foi gerado no computador da CNC vai
então enviar os sinais corretos para o acionamento dos movimentos.
Além da programação direta através do código G podemos citar também os
programas de CAD/CAM. Utilizando programas como o Cimatron e o TopSolid é
possível gerar diretamente a partir de modelagens em 3D códigos em linguagem G que
podem ser carregados diretamente no programa Mach3. A Figura 8 mostra um exemplo
do software Cimatron.
Figura 8 - Programa CAD/CAM Cimatron
12
3.3 Dispositivos de acionamento
Para que o deslocamento ocorra entre a peça e a ferramenta existem diversos
tipos de dispositivos acionadores, dentre os mais relevantes para esse projeto podemos
citar os servo motores de corrente continua, os motores de passo e os motores de
corrente alternada.
Os motores de passo conforme mostra a Figura 9 são dispositivos
eletromecânicos de acionamento que através de pulsos elétricos promovem uma
movimentação angular, segundo DOMINGOS (2009) “o motor de passo se caracteriza
pela capacidade de gerar força e velocidade através de sinais elétricos adicionados a sua
bobina”.
Figura 9–Motor de Passo Nema 34.
Fonte: Imagem adaptada da Internet
Para fornecer uma conversão precisa de informações, o motor deve ter
características síncronas, isto é, cada impulso recebido deve ser convertido em um
movimento angular. Cada movimento angular recebe o nome de passo e a sucessão de
impulsos com uma determinada frequência permite impor uma velocidade angular que
pode ser considerada constante. Dada essa característica de movimento angular precisa
o motor de passo garante um controle de posição sem a introdução de erros e isso
13
somado a simplicidade do controle faz com que os motores de passo sejam largamente
utilizados.
Um motor de passo padrão conforme mostrado na Figura 10 é composto de
imãs montados em volta de um estator central com um enrolamento. O funcionamento é
simples e ocorre quando o estator é energizado através de um pulso elétrico e o rotor
tende a alinhar magneticamente seus polos com o par de polos gerados pelo
enrolamento. Sua desvantagem é o baixo desempenho em altas velocidades.
Figura 10– Motor de Passo em vista explodida
Fonte: Imagem adaptada da Internet
Segundo BETIOL (1989): “dependendo das características construtivas os
motores de passo podem ser classificadas em três tipos: imã permanente, relutância
variável ou hibrido.”.
Os motores de passo de imã permanente mostrado na Figura 11 têm como
principal característica o fato do rotor ser feito de um material que é permanentemente
magnetizado. Os motores deste tipo possuem baixo custo, baixo torque e baixa
velocidade. Seu uso é mais comum em periféricos de informática e devido a suas
características construtivas o motor resulta em ângulos de passo relativamente grandes e
seu controle pode ser mais facilmente implementado.
14
Figura 11– Motor de Passo de ima permanente
Fonte: Imagem adaptada da Internet
Os motores de passo de relutância variável conforme mostrado na Figura 12 ao
contrario dos motores de passo de imã permanente, não possuem o rotor e o estator
feitos de material permanentemente magnético, seus componentes são feitos de material
ferromagnético ranhurados. A precisão desse motor pode ser aumentada através do
aumento do número de ranhuras no seu eixo. Por não possuírem imãs permanentes seus
componentes podem girar livremente sem torque de retenção. Esse tipo de motor é
frequentemente utilizado em aplicações como mesas de micro posicionamento.
Figura 12– Motor de Passo de Relutância Variável.
Fonte: Imagem adaptada da Internet
15
Os de passo híbridos conforme mostrado na Figura 13 possuem as
características combinados dos dois outros, eles possuem seus rotores feitos de imã
permanente e de relutância variável. São os motores de passo mais utilizados em
aplicações industriais pois misturam a mecânica mais sofisticada do motor de relutância
variável com a potência do ímã permanente no eixo, dando um torque maior com maior
precisão nos passos.
Figura 13– Motor de Passo de Hibrido.
Fonte: Imagem adaptada da Internet
Os motores de passo podem ser acionados de três formas: passo completo,
meio passo e micro passo que se caracterizam por serem frações do passo inteiro. Essas
três maneiras se diferenciam pela forma como a sequência de comandos é enviadas da
controladora para o motor.
Os servo motores de corrente continua conforme mostrado na Figura 14 são
controlados pela variação de tensão que lhes é aplicada. Fornecem alto torque e por isso
são muito usados para acionar mecanismos de movimentação de máquinas ferramentas.
16
Figura 14– Servo Motor de corrente continua.
Fonte: Imagem adaptada da Internet
Os motores de corrente alternada conforme mostrado na Figura 15 tem sua
velocidade controlada pela frequência da rede elétrica que os alimenta e por essa
versatilidade são bastante utilizados em projetos de conversão.
Figura 15– Motor de Corrente alternada.
Fonte: Imagem adaptada da Internet
17
A Tabela 2 mostra um comparativo entre os tipos de acionadores.
Tabela 2 - comparativa entre os tipos de acionadores.
Fonte: FERRARI (2001)
Característica Servo motor de
corrente contínua
Motor de passo motor de corrente
alternada
Velocidade Alta Baixa Média
Torque Zero/alto Alto/média Baixa/alta
Facilidade de
controle
Fácil Média Complexo
Precisão Nenhuma Alta Muito alta
Durabilidade Média Ótima Média
Manutenção Sim Não Sim
3.4 Sistemas de controle
Podemos separar as máquinas de comando numérico em dois grupos no que diz
respeito ao sistema de controle utilizado. Os controles adotados podem ser de malha
aberta ou fechada. A precisão da máquina é definida pelo tipo de malha utilizada
RUBIO (1999).
No sistema de malha aberta conforme mostra a Figura 16, a unidade
controladora não monitora em tempo real a posição da ferramenta. Como não há
realimentação não é possível detectar se existe um desvio de posição portanto a
máquina não reconhece o posicionamento da ferramenta em função do seu ponto de
origem. A posição dependera exclusivamente dos pulsos enviados aos motores de passo.
Como não há utilização de transdutores para fazer a medição da posição, o controle por
malha aberta torna-se mais barato tendo somente como desvantagem a dificuldade em
se detectar erros de posição.
Figura 16 – Sistema de controle de malha aberta.
Fonte: figura SILVEIRA
18
No sistema de malha fechada conforme mostra a Figura 17, o movimento da
ferramenta é monitorado e essa informação é realimentada para o sistema permitindo
que correções sejam feitas caso necessário. O movimento é detectado por meio de
transdutores e encoders que são dispositivos utilizados para se obter uma leitura da
velocidade de rotação que enviam sinais pra central. O sistema de malha fechada
permite uma maior precisão no posicionamento da ferramenta mas isso tudo tem a
desvantagem de ter um custo de aquisição maior que o sistema de malha aberta. Esse
tipo de sistema é muito usado em servo motores que não possuem uma movimentação
tão precisa quanto os motores de passo.
Figura 17 – Sistema de controle de malha fechada
Fonte: Figura SILVEIRA
3.5 Polias Sincronizadoras e Correias
As polias são elementos mecânicos circulares utilizados para transmitir forças e
movimento, podem ser lisas ou ter ranhuras periféricas. Quando tiverem ranhuras
periféricas são chamadas de polias sincronizadoras conforme mostra a Figura 18 e são
muito utilizadas quando se quer transmitir forças sem que haja escorregamento.
As correias são elementos flexíveis normalmente feitos com uma trama
metálica envolta por camadas de lona ou borracha vulcanizada utilizados para
transmissão entre duas arvores, são mais simples e econômicas de serem instaladas do
que outras formas de transmissão como engrenagens e correntes. Quando projetadas de
forma correta garantem uma transmissão de torque silencioso e não transmitem
vibrações. Com exceção das correias sincronizadoras que possuem dentes pode existir
um movimento relativo de escorregamento entre a correia e a polia.
19
Figura 18 – Polia sincronizadora e correia
Fonte: http://www.gatesbrasil.com.br/
A empresa GATES comercializa correias e polias para máquinas, em sua
pagina é possível encontrar vasto material sobre seleção incluindo um programa que
auxilia no calculo da seleção. As seleções de correias e polias podem ser feitas de forma
rápida com o auxilio do programa fornecido pela GATES conforme mostra a Figura 19
inserindo-se algumas informações como relação de transmissão, fator de trabalho e
potência do motor e tendo como retorno dados interessantes ao projeto como
comparativo de ruído e economia de energia entre diferentes modelos de polia e correia,
velocidades e tensões.
Figura 19– Programa design flex de seleção de polias e correias.
Fonte: http://www.gatesbrasil.com.br/
20
3.6 Acoplamento
A necessidade de transmitir de forma precisa o movimento feito pelos motores
de passo cria a necessidade de utilizar acoplamentos que repitam tal precisão, segundo
SANTOS (2001): “seria ineficaz considerarmos em um projeto um motor de passo ou
um servo motor de alta precisão, se os componentes ligados a eles como: acoplamentos,
redutores, posicionadores, fusos de esferas, guias lineares e etc, não conseguissem
manter no sistema o nível de precisão e repetitividade desejados.”.
Existem varias modelos comerciais de acoplamentos, cada um apresentando
suas vantagens e desvantagens. Dentre os principais modelos de acoplamentos podemos
citar os acoplamentos fixos, os móveis e os elásticos. O modelo elástico conforme
mostra a Figura 20 é o tipo mais utilizado em mesas de posicionamento. Ele é composto
de 3 partes, sendo um núcleo confeccionado em acetal e as partes externas de material
metálico. Os cubos internos tem canais defasados em 90 graus onde a parte do núcleo se
acomoda e desliza para absorver pequenos desalinhamentos.
Figura 20 – acoplamento elástico.
Fonte: http://www.ktr.com/br.
3.7 Usinagem
Este tópico em especial tem por objetivo introduzir os conceitos de básicos de
usinagem ao leitor. Antes de projetar uma máquina ferramenta é indispensável que o
leitor conheça e compreenda os conceitos de usinagem e as grandezas físicas
21
envolvidas. Neste trabalho daremos ênfase ao processo de torneamento, visto que o
objetivo do projeto é desenvolver um torno CNC.
O torneamento é um processo que permite usinar peças de formato geométrico
de revolução. O torno permite a usinagem de uma peça desde o estado bruto até um
formato de revolução ou uma combinação deles.
Dentre as grandezas físicas envolvidas no processo de torneamento podemos
citar como as mais relevantes o movimento de corte, movimento de avanço e
movimento efetivo. A Figura 21 mostra em detalhe os movimentos.
Figura 21 – Movimentos.
Fonte: FERRARESI
Por ser uma máquina muito versátil o torno é capaz de usinar peças de diversos
formatos e maneiras. A Figura 22 lista as principais operações realizadas no torno.
22
Figura 22 – Principais operações de torneamento.
Fonte: FERRARESI
O torno possui um porta ferramentas que fica sobre o carro transversal onde é
possível prender diversos tipos de ferramentas. A Figura 23 mostra algumas dessas
ferramentas utilizadas em diferentes processos de torneamento.
Figura 23 – Ferramentas de torneamento
Fonte: FERRARESI
23
Para a fabricação de microssistemas é necessária a utilização de ferramentas
especificas. Por se tratar de micro usinagem onde na maioria das vezes as ferramentas
tradicionais superam por si só as dimensões físicas a serem usinadas na micro escala, a
aquisição de ferramentas com escala reduzida se torna obrigatória. Para a usinagem em
micro escala é recomendado a utilização de ferramentas de metal duro ou aço rápido. A
figura 24 e 25 mostram exemplos de micro usinagem realizada em um torno.
Figura 24- Furação em micro usinagem.
Fonte: http://www.mini-lathe.com/Mini_lathe/Capabilities/Capabilities.htm
Figura 25-Torneamento longitudinal em micro escala.
Fonte: http://www.mini-lathe.com/Mini_lathe/Capabilities/Capabilities.htm
24
4. Torno de bancada modelo MR-330
A máquina utilizada no contexto do presente estudo de conversão de uma máquina
manual para comando numérico, foi um torno mecânico modelo MR-330 fabricado na
China e comercializado no Brasil pela Manrod adquirido pelo LabMEMS - Laboratório
de Nano e Microfluidica e Microssistemas da COPPE/UFRJ e apresentado na Figura 26.
O torno mecânico modelo MR-330, é um torno de pequeno porte, fabricado em
ferro fundido o que confere mais robustez a construção. Como a maioria dos tornos
possui dois graus de liberdade: a movimentação longitudinal do carro principal sobre o
barramento; e a movimentação do carro transversal.
Figura 26 – Torno MR-330.
Fonte: www.manrod.com.br
Todos os carros movimentam-se sobre guias ao longo do barramento. Na versão que
vem de fabrica, o carro principal pode ser movimentado manualmente através de uma
manivela sobre uma cremalheira. Há também a possibilidade de se acionar o carro
através do fuso que tem sua velocidade regulada por engrenagens conectadas a árvore
principal. O carro transversal apresentado na Figura 27 só é movimentado quando
acionado por um fuso manualmente.
25
Figura 27 – Detalhe do Carro Principal e do Transversal.
Fonte: www.manrod.com.br
Na versão que vem de fabrica, o torno é equipado com um motor de ¾ hp
monofásico que transmite torque ao eixo árvore através de correia e polia. Através de
um conjunto de polias e engrenagens escalonadas é possível mudar a relação de
transmissão, disponibilizando seis velocidades no eixo da árvore, 125, 210, 420, 620,
1000 e 2000 rpm, sendo essas as velocidades padrão do torno Manrod MR-330.
Através de um trem de engrenagens a árvore principal aciona um fuso que
movimenta o avanço automático do carro principal, tornando possível operações de
rosqueamento de roscas métricas com passo variando de 0,4 a 3,0 milímetros. A figura
28 apresenta um trem de engrenagens com funcionamento similar ao do torno Manrod
MR-330.
26
Figura 28 - Detalhe das engrenagens de transmissão.
Fonte:Imagem adaptada da Internet.
O torno vem equipado com uma placa universal de três castanhas acionadas
simultaneamente com 120 mm de diâmetro conforme pode ser visto na figura 29.
Figura 29 – Placa Universal de 3 castanhas
Fonte: Imagem adaptada da Internet
.
O cabeçote móvel apresentado na figura 30 serve para fixação de acessórios como o
mandril, contra ponta fixa e a contra ponta rotativa.
O barramento também apresentado mostra a figura 27 que forma o corpo do torno e
por onde o carro principal desliza tem curso de 500mm (quinhentos milímetros), a parte
superior do barramento tem formato trapezoidal que tem as vantagens de resistir melhor
a pressão trabalho, compensar o desgaste das partes em atrito e de possuir grande
precisão.
27
Figura 30 – Detalhe do Barramento do torno MR-330.
Fonte: Manrod.
O porta ferramentas tem formato quadrado onde é possível fixar uma
ferramenta diferente em cada face, através de uma alavanca é possível girar o porta
ferramentas aumentando ainda mais a versatilidade da máquina. A figura 31 apresenta o
porta ferramentas.
Figura 31 – Detalhe das engrenagens de transmissão.
Fonte: Imagem adaptada da Internet.
Com a configuração original de fábrica a capacidade de fabricação de
microssistemas seria bastante subjetiva, pois estaria diretamente ligada a habilidade do
operador da máquina. A conversão do torno original para o comando numérico elimina
a necessidade de um operador com vasta experiência em fabricação e permite que um
28
aluno com conhecimentos em comando numérico fabrique seus componentes com uma
regularidade e precisão que dificilmente seriam alcançadas com a operação manual da
máquina.
29
5. Projeto de Conversão
5.1 Descrições Gerais
O presente projeto de fim de curso visa converter um torno de bancada manual,
como o apresentado no capitulo anterior, em um torno de comando numérico
computadorizado. O torno passara a ser controlado por um computador industrial, mas
também manterá suas características originais de operação manual, essa máquina ficara
disponível a todos os alunos do LabMEMS para auxilia-los na fabricação de
componentes para suas pesquisas.
Optou-se por fazer a movimentação dos carros através de motores de passo e
que esses motores seriam acoplados diretamente nos fusos. A velocidade de rotação do
eixo arvore será provida por um motor trifásico com a velocidade controlada por um
inversor de frequência, e o torque será transmitido através polias e correia dentada para
manter o sincronismo.
Optou-se por um sistema de referência onde o movimento longitudinal do carro
ocorrerá no eixo Y e que o movimento transversal ocorrerá no eixo X conforme figura
32. Como neste tipo de torno não possui movimento vertical o eixo Z ficara definido
apenas para compor o sistema de referencia. Estas definições são necessárias para que o
sistema de coordenadas adotado pelo programa de controle dos movimentos esteja
compatível com o sistema de coordenadas adotado no projeto.
Figura 32 - Sistema de coordenada cartesiano adotado.
30
Fonte: Imagem adaptadas
5.2 Especificações de Projeto
A automação do torno será feita apenas nas direções X e Y de modo que os
seus principais movimentos sejam controlados e monitorados por um computador
industrial de baixo custo.
5.2.1 Árvore Principal
Optou-se pela substituição do motor original por um motor de maior potência
para dar mais torque à máquina em baixas rotações e que a velocidade do motor seria
controlada por um variador de frequência.
Para que isso fosse feito houve a necessidade de acoplar um contador de giros
ou em inglês encoder ao conjunto. Esse contador de giros foi necessário porque ele
retroalimenta o software de controle com a velocidade do motor e permite que o
software defina o momento correto de mover a ferramenta.
A utilização do novo motor de corrente alternada trifásico controlado pelo
variador de frequência permitiu variar a velocidade gerou a necessidade de substituir as
polias e correias originais por um conjunto de polias e correia dentadas.
5.2.2 Movimentação do Carro Longitudinal
Optou-se por realizar a movimentação do carro longitudinal utilizando um
motor de passo que seria controlado pelo comando numérico e que esse motor seria
acoplado ao eixo, mantendo assim a operação manual.
Com esta decisão foi mantida a manivela de controle manual como também
não foi considerada a substituição do fuso original por um de esfera recirculante que
emprestaria mais precisão e leveza no acionamento. A substituição do fuso por um fuso
de esfera recirculante impossibilitaria a operação manual da máquina, pois não seria
31
possível utilizar uma porca bipartida para desacoplar o fuso do carro durante a operação
manual.
Assim o acionamento manual continua sendo através de uma engrenagem
sobre uma cremalheira e o acionamento automático através de motor de passo com
comando numérico que ao acionar a alavanca fecha-se a porca sobre o fuso convertendo
o movimento angular do motor de passo em avanço linear no carro. Para a
movimentação manual a porca bipartida fica aberta o movimento do carro é possível
através de uma manivela conforme mostra a figura 33.
Figura 33 – Alavanca de acionamento porca Bipartida
Fonte: www.manrod.com.br
5.2.3 Movimentação do Carro Transversal
Optou-se por automatizar a movimentação do carro transversal que antes só era
controlado manualmente.
O carro transversal conforme mostra a figura 34, desliza sobre guias rabo de
andorinha impulsionado por um fuso sobre o carro principal, para implementar o
controle numérico um motor de passo foi acoplado ao fuso. A escolha do motor de
passo foi devido a sua precisão que descarta a necessidade de utilizar-se controle de
malha fechada simplificando e barateando a instalação.
32
Figura 34 – Carro Transversal
Fonte: www.manrod.com.br
5.3 Seleção dos Principais Componentes
5.3.1 Motor de Corrente Alternada
O motor de corrente alternada deve atender as necessidades de torque e
potência requeridas nas condições de usinagem mais severas. Através do manual
fornecido pelo fabricante é possível encontrar os limites operacionais da máquina.
A força de corte foi calculada pela equação [1]:
[N] [1]
Onde:
Ks1- Pressão especifica de corte (tabela Kienzle- Fonte: Diniz 2010) [N/mm2];
(1-z)- valor experimental (tabela de Kienzle- Fonte: Diniz 2010);
b- comprimento de corte [mm];
h-largura de corte [mm];
As tabelas 3 e 4 apresentam os valores obtidos por Kienzle de Ks1 e (1-z).
33
Tabela 3 – Geometria da Ferramenta;
Fonte: Diniz 2010
α= ângulo de folga da ferramenta
χ= ângulo de posição da ferramenta
γ= ângulo de saída da ferramenta
λ= ângulo de inclinação
ε= ângulo de ponta da ferramenta
a= raio de ponta
Tabela 4- Tabela de Kienzle;
Fonte: Diniz 2010
= tensão de ruptura do material (N/mm²)
A potência de corte requerida pela máquina é dada pela equação [2]:
34
[KW] [2]
onde:
Fc- Força de Corte [N];
Vc- velocidade de corte [m/min];
A potência requerida pelo motor é dada por:
[Kw] [3]
Onde:
Pm- Potência do motor
Pc- Potência de corte
η – Eficiência do motor elétrico
Para os limites de usinagem recomendados pela Manrod usinando aço temos
que a potência requerida pelo motor elétrico é:
[Kw]
Portanto para a nossa máquina foi selecionado um motor trifásico de corrente
alternada de 0,73 kW (1 Cv).
35
5.3.2 Motores de Passo
Os motores de passo devem ser capazes de atender as necessidades de torque e
potência requeridas nas condições de usinagem mais severas. Através do manual
fornecido pelo fabricante do torno é possível encontrar os limites operacionais da
máquina.
A força de corte no avanço longitudinal foi calculada pela equação [1]:
O torque requerido pelos motores de passo é obtido pela equação [4]:
[4]
Onde:
τ - torque
Fc- força de corte
d- diâmetro externo da peça usinada
Para os limites de usinagem recomendados pela Manrod temos que o torque
necessário será de:
4,4 [N/m]
Para um motor com eficiência fornecido pelo fabricante de η=0,75 teremos:
5,9 [N/m]
36
Analisando o catálogo dos fabricantes de motores de passo contido no apêndice
dois deste trabalho selecionamos para o carro longitudinal um motor de passo
padronizado pela associação internacional de fabricantes de equipamentos elétricos da
sigla em Inglês Nema 34 de 8,8N/m.
A força de avanço do carro transversal pode ser obtida pela equação [5]:
[5]
=2,36[N/m]
Para o carro transversal foi selecionado um motor de 4,9[N/m], essa folga foi
adotada para que o motor tivesse mais estabilidade em baixas rotações e permitisse uma
movimentação mais precisa do carro transversal.
5.3.3 Polia Sincronizadora e Correia dentada
Tendo selecionado o motor de corrente alternada foi possível selecionar as
polias e a correia a serem utilizadas.
No site da empresa Gates que fabrica correias e polias é possível encontrar um
software que auxilia na seleção conforme foi apresentado na figura 14 na seção 2.5
deste trabalho.
A seleção foi feita baseado na potência do motor de 1Cv, no fator de trabalho
de máquinas operatrizes acrescido de um fator de segurança. Devido ao ambiente onde
as correias serão utilizadas é necessário adotar um fator de trabalho e um fator de
segurança para garantir o funcionamento sem falhas da correia.
Utilizando o software definimos as polias sincronizadoras com 107 mm de
diâmetro e passo 8M. O passo é definido de acordo com a potência e a utilização das
polias, para máquinas ferramenta utiliza-se passo 8M por ser mais resistente. A correia
selecionada tem 840 mm de comprimento com passo 8M.
37
5.3.4 Seleção do Painel de comando
Para esse projeto foi adquirido uma solução pronta fornecida pelo representante
dos componentes necessários para a montagem do painel de comando. Para isso foram
selecionadas placas controladoras (drivers) modelo DSMU 080 conforme mostra a
figura 35 compatíveis com o torque dos motores de passo, pois são capazes de fornecer
a intensidade corrente necessária para o funcionamento correto dos motores. As placas
escolhidos são de fabricação nacional, fabricadas pela CNC MASTER e podem ser
configuradas para trabalhar com o software Mach 3 utilizado no projeto.
Figura 35 – Placas controladoras dos motores de passo.
Fonte: Hsk Store
Para que o computador industrial próprio para trabalhar em ambientes com
vibração pudesse ser ligado no painel de comando sem risco de sobrecarga através da
porta serial foi necessário selecionar uma placa opto isoladora modelo LPTOP-05
conforme mostra a figura 36. A placa opto isoladora é necessário porque os motores de
passo trabalham com tensões mais altas que o computador dessa forma há risco de
sobrecarregar o hardware do computador.
38
Figura 36– Placa Opto Isoladora LPTOP-05.
Fonte: Hsk Store
Para alimentar os motores de passo foi necessário selecionar uma fonte capaz
de fornecer a corrente e a tensão necessária. Cada motor de passo necessita de 6A, para
garantir que não haja sobrecarga na partida dos motores foi selecionada uma fonte
fabricada pela CNC MASTER capaz de fornecer 20A. A figura 37 mostra a fonte
utilizada na montagem.
Figura 37– Fonte 20A.
Fonte: Hsk Store
Para a alimentação e controle do motor de corrente alternada trifásico foi
necessário selecionar um variador de frequência capaz de fornecer a potência necessária
para o motor de 1 Cv. Para isso foi selecionado uma inversora da empresa DELTA de
0,75 kW conforme pode ser visto na figura 38.
39
Figura 38– Inversora Delta de 0,75kW.
Fonte: Delta
O computador utilizado para controlar o sistema utiliza um Hd do tipo SSD
que confere mais velocidade de processamento além de ser mais apropriado por ser
mais resistente a vibrações. O computador utiliza um processador Dual Core e 4Gb de
memória RAM. O software Mach3 foi adquirido e instalado no computador industrial.
Para facilitar a iteração entre o operador e o sistema e em face do ambiente
inóspito que a máquina é utilizada foi selecionado um monitor touch screen que facilita
a operação do software e elimina a necessidade de mouse e teclado que são sensíveis a
entrada de corpos estranhos como cavacos e limalhas.
O sistema de controle foi adquirido pelo LabMEMS, montado em um painel
metálico de 600 milímetros de altura, por 500 milímetros de largura, por 25 milímetros
de profundida próprio para instalações desse gênero.
Componentes do painel:
Dois drivers controladores Cnc Master modelo DSMU 080, com
alimentação de 40Vcc à 80Vcc.
Placa Opto controladora Cnc Master modelo LPTO com cinco entradas e
Doze saídas, com alimentação de 5vcc.
Inversora de Frequência Delta de 0,75KW.
40
Fonte linear com tensão de entrada de 220v e tensão de saída de 67Vcc e
corrente de 20A.
Cpu industrial composta por uma placa mãe modelo GA-C847N-S2, com
processador Celeron Dual Core, mémoria Ram de 4GB e dispositivo de armazenamento
SSD 60GB.
Licença do software Mach 3.
A Figura 39 apresenta o painel de comando montado:
Figura 39 - Painel de controle.
41
6. Execução das Adaptações
6.1 Adaptações no motor da Árvore principal
Na montagem do motor não foi necessário nenhuma adaptação uma vez que o
motor adquirido em substituição tem a mesma furação do motor original bastando,
portanto a simples substituição do mesmo. O motor original não permitia a utilização de
uma inversora de frequência para o controle da velocidade, com a utilização do motor
trifásico a inversora pode ser utilizada. A Figura 40 mostra o novo motor montado no
barramento.
Figura 40 – Motor Trifásico de 1Cv.
A transmissão do movimento para a árvore do torno foi modificada com a
retirada do conjunto de polias e a sua substituição por duas polias sincronizadoras de
mesmo diâmetro que transmite o torque do motor a árvore do torno. Na Figura 41 é
vista a montagem das polias.
42
Figura 41- Polias sincronizadoras.
Observou-se a necessidade de um mecanismo para esticar a correia de forma a
mantê-la na tensão ideal aumentando assim a sua vida útil. Na Figura 42 pode ser visto
o mecanismo de tensionamento da correia. O tensionador utilizado tem 50mm de
diâmetro, 25mm de largura e possui fixação excêntrica para permitir o tensionamento da
correia.
Figura 42-Tensionador da Correia
43
Na tabela 5 encontram-se os comprimentos de correia padronizados inclusive o
modelo utilizado nesse projeto.
Tabela 05 – Tabela de Medidas Padronizadas de correias
Fonte: catálogo de correias Gates
Como foi utilizado um motor de corrente alternada trifásico, ou seja, um
circuito de malha aberta houve a necessidade de utilizar um encoder para informar o
software de controle a velocidade do motor.
Para que o encoder fosse acoplado o eixo do motor foi prolongado na parte
traseira, permitindo o acoplamento do encoder e preservando o sistema de arrefecimento
do motor. Na Figura 43 pode ser visto o encoder acoplado. No apêndice um deste
trabalho podem ser vistos os desenhos detalhados do acoplamento e do suporte
utilizados nessa montagem.
Figura 43–Encoder instalado no barramento.
44
Na figura 44 vemos o desenho da montagem de todo o conjunto e na figura 45
apresentamos a foto da máquina convertida nesse projeto com a indicação dos principais
componentes utilizados na conversão.
Figura 44 – Conjunto Montado.
Figura 45- Conjunto Montado no torno Manrod MR-330
45
6.2 Adaptações no Fuso de movimentação do Carro Longitudinal
No carro longitudinal foi definido que o motor de passo seria instalado na
lateral esquerda da máquina, para que isso fosse feito houve a necessidade de remover
as engrenagens que conectavam o fuso à árvore conforme pode ser visto na figura 46.
Figura 46 - Fuso de movimentação do carro longitudinal.
Após a posição do motor de passo ter sido definida foi necessário fabricar um
suporte para posiciona-lo conforme mostra a figura 47. O suporte foi fabricado com
uma furação que permitisse que o motor ficasse alinhado e a furação seguisse o padrão
dos motores Nema 34 apresentados na figura 4. O catálogo dos motores padrão Nema
34 pode ser encontrado no apêndice dois desse trabalho. O desenho detalhado do
suporte pode ser encontrado no apêndice um deste trabalho.
Figura 47 - Suporte do motor de passo do carro longitudinal
46
Para acoplar o motor de passo ao fuso foi projetado um acoplamento que
transmitisse o movimento do eixo do motor ao fuso. A figura 48 mostra o acoplamento
junto com o motor montado no suporte fixado ao torno. O desenho detalhado do suporte
pode ser encontrado no apêndice um deste trabalho.
Figura 48 – suporte motor de passo montado no carro principal
No desenvolvimento e montagem das peças procurou-se utilizar a furação já
existente no barramento do torno, embora tenha sido necessário executar alguns furos.
A figura 49 mostra o motor de passo, o acoplamento e o fuso montados.
Figura 49 - Motor de passo montado no fuso de movimentação do carro
longitudinal.
47
6.3 . Adaptações no carro transversal
Para acionamento automático do carro transversal o motor de passo foi
instalado na parte posterior do carro para manter a manivela de acionamento manual.
Para montagem do motor foi necessário desenvolver e fabricar um suporte que
permitisse o acoplamento do eixo do motor a ponta do fuso. A figura 50 mostra a peça
em questão. O desenho detalhado do suporte pode ser encontrado no apêndice um deste
trabalho.
Figura 50 - Suporte do motor de movimentação do carro transversal.
O suporte adaptador foi montado na parte posterior da mesa o que permitiu a
montagem do motor de forma que fosse possível manter o curso original da mesa. A
figura 51 mostra uma foto do conjunto antes da modificação e a figura 52 mostra uma
representação do conjunto após a modificação.
Figura 51- Carro transversal antes da modificação
48
Figura 52 - Motor de passo montado no fuso de movimentação do carro
transversal.
Para que fosse possível o acoplamento do eixo do motor com o fuso foi
necessário alongar a ponta do fuso soldando um prolongamento na extremidade e
fabricar um acoplamento que propicia a ligação. A figura 53 mostra o fuso alongado
com o acoplamento. O desenho detalhado do acoplamento pode ser encontrado no
apêndice um deste trabalho.
.
Figura 53 - Carro transversal.
As figuras 54, 55, 56, 57 e 58 mostram respectivamente o motor de passo
montado no fuso de movimentação do carro transversal, uma representação do conjunto
montado em vista frontal e em vista lateral.
49
Figura 54 - Motor de passo montado no fuso de movimentação do carro
transversal.
Figura 55- Desenho do Torno Convertido Vista Frontal
50
Figura 56- Desenho do Torno Convertido Vista Lateral
Figura 57- Vista Frontal do Torno Convertido
51
Figura 58-Vista Lateral do Torno Convertido
52
7. Utilização da máquina convertida
Após a conversão o torno CNC poderá ser utilizado pelos alunos do LabMEMS
para fabricação de componentes que serão utilizados em suas experiências.
O aluno poderá inserir o desenho da peça feito em um programa CAD a ser
fabricada no torno utilizando o programa Mach3 que converte automaticamente o
desenho para linguagem binária que é entendida pela máquina e então se dá inicio a
fabricação.
O programa Mach3 determina automaticamente os parâmetros das operações
como número de passes, velocidade de aproximação e rotação da árvore do torno o que
na prática facilita a utilização da máquina pelos alunos, pois descarta a necessidade de
conhecimentos específicos de usinagem. O programa também fornece a opção de
customizar os parâmetros de usinagem citados anteriormente e deixa a decisão de quais
parâmetros adotar com o usuário.
Um exemplo de um componente que pode ser fabricado no torno são os
conectores de entrada e saída dos micro trocadores de calor das células fotovoltaicas
com alta concentração (HCPV).
Devido ao seu tamanho reduzido esses conectores não são encontrados no
mercado, portanto sua fabricação é necessária. Para refrigeração do painel ao todo serão
utilizados 300 micro trocadores e com isso será necessário fabricar 600 conectores para
o sistema.
Os conectores podem ser fabricados a partir de uma barra cilíndrica de 1/8 de
polegada (3,17mm) e 20mm de comprimento. O planejamento do processo de usinagem
pode ser feito seguindo-se uma sequência de etapas lógicas conforme será demostrado a
seguir:
• Primeira etapa: nesta etapa as dimensões da peça devem ser acertadas. Um
faceamento da extremidade direita deve ser feito seguido de um torneamento
longitudinal. Essas etapas são necessárias para garantir a cilindricidade da peça o que
garante que ao fixar na castanha seja possível centralizar a peça corretamente.
53
O faceamento deve ser feito utilizando uma ferramenta de pastilha de metal
duro para garantir que as rebarbas da operação de furação sejam totalmente removidas e
que a superfície fique totalmente plana.
O torneamento longitudinal deve ser feito utilizando uma ferramenta de
pastilha de metal duro para corrigir o diâmetro máximo da peça e para garantir que as
superfícies fiquem totalmente lisas. A barra cilíndrica original vem de fabrica com
3,17mm de diâmetro, portanto um passe longitudinal de 0,17mm de profundidade deve
ser feito por uma extensão de 10mm da peça. A Figura 59 mostra um desenho
representativo das operações realizadas nesse etapa.
Figura 59- Faceamento e Torneamento Longitudinal
• Segunda etapa: a segunda operação a ser realizada no torno é a furação.
Utilizando uma broca de um mm de diâmetro que é fixada no mandril do carro
móvel conforme mostrado na figura 27 podemos aproximar a broca da peça que é
fixado na placa do torno movimentando o mandril manualmente através de uma
alavanca e assim realizar a primeira operação de furação com 10mm de profundidade. A
figura 60 mostra um desenho representativo da operação de furação.
54
Figura 60- Furação
•Terceira Etapa: nessa etapa a peça usinada advinda da segunda etapa já com a
dimensão máxima ajustada deve passar por uma operação de perfilamento para que os
sucos e os rebaixos possam ser feitos.
A extremidade direita deve ser usinada utilizando uma ferramenta de pastilha
de metal de duro, nessa extremidade serão feitas três ranhuras de 45 graus e 1 mm de
comprimento que mais tarde servirão para ajudar a fixar os tubos de conexão dos micro
trocadores.
A extremidade esquerda deve ser rebaixada em 1 mm para ser acoplada ao
micro trocador, para essa operação serão necessários 2 passes de 0,5mm de
profundidade ao longo de um comprimento longitudinal de 2 mm.
A figura 61 mostra um esboço da peça finalizada e um desenho mais detalhado
com todas as medidas pode ser encontrado no apêndice um deste trabalho.
55
Figura 61- Conector
56
8. Análise de Custo
Para que a conversão do torno mecânico modelo MR-330, fabricado pela
Manrod, objeto deste estudo se justifique, foi necessário manter os custos de aquisição
assim como o da fabricação dos componentes utilizados para a conversão abaixo do
custo de aquisição de uma máquina de comando numérico com características similares
encontrada no mercado, ou seja, custos de fabricação abaixo do valor de uma máquina
nova.
Para execução deste projeto de conversão foram adquiridos os seguintes
componentes:
1 motor de corrente alternada tifásico;
1 CPU industrial;
1 placa opto isoladora;
1 motor de passo de 90 Kgf;
1 motor de passo de 50 Kgf;
1 fonte de 20 A;
2 drivers de comando;
1 monitor touch screem de 19”;
1 caixa metálica para painel de controle de 500 x 600 mm;
1 par de polias sincronizadoras e uma correia dentada de 840 mm.
O custo total de aquisição dos componentes e a montagem do painel, que foi
executado pela empresa HSK Store, totalizaram R$ 7.941,00 (Sete mil novecentos e
quarenta e um Reais).
Para a adaptação dos componentes adquiridos, foram projetadas e fabricadas as
seguintes peças:
1 suporte para fixação do encoder;
57
1 suporte para fixação do motor de passo no eixo do carro longitudinal;
1 suporte para fixação do motor de passo no eixo do carro transversal;
3 acoplamentos;
O custo de fabricação dessas peças totalizou R$1.260,00 (Um mil duzentos e
sessenta Reais).
O somatório dos custos de aquisição e fabricação totalizou R$ 9.201,00 (Nove
mil duzentos e um Reais), deve ser somado a este valor o custo de aquisição do torno,
que foi de R$ 5.400,00 (Cinco mil e quatrocentos Reais).
Assim, chegamos ao total do projeto com custo de R$ 14.601,00 (Quatorze mil
seiscentos e um Reais).
Um torno com características similares às deste projeto, com barramento de
450 mm, fabricado no Brasil pela INNOV, tem custo estimado em aproximadamente R$
29.990,00 (Vinte e nove mil novecentos e noventa Reais). A figura 62 apresenta um
modelo comercial com características similares a máquina convertida neste projeto.
Figura 62- Torno CNC INNOV
Fonte: http://innovcnc.mercadoshops.com.br/
Tendo em vista os dados acima mencionados, pode-se afirmar que este projeto
é viável, pois, além do ganho com a redução dos custos de produção, que engloba a
58
redução da perda de matéria prima e economia de energia, estima-se que do ponto de
vista de produtividade há ganhos de até 40% na produção.
59
9. Conclusão e Propostas de Aprimoramento
O objetivo principal deste projeto é a conversão de um torno mecânico manual,
modelo MR-330 comercializado no Brasil pela Manrod, em um torno de comando
numérico e assim emprega-lo na fabricação de microssistemas e dispositivos
microfluidicos a serem utilizados em pesquisas e protótipos no LAbMEMS-
Laboratório de Nano e Microfluidica e Microssistemas COPPE/UFRJ.
Através do presente estudo constatou-se ser possível a proposta inicial de se
converter uma máquina manual em uma de comando numérico computacional com um
custo inferior ao da aquisição de uma nova no mercado, sendo possível agora utilizar
uma nova ferramenta para fabricação de peças e projetos dos alunos com muito mais
rapidez e precisão.
O custo para aquisição de peças e fabricação de outras, sem ser somada a isto a
compra da máquina, totalizou R$ 9.201,00 (Nove mil duzentos e um Reais). Este valor
equivale a menos de 30% do valor total para aquisição de um torno de comando
numérico. Foi gasto R$ 5.400,00 (Cinco mil e quatrocentos Reais) para aquisição do
torno, que representa menos de 20% do valor total do custo de um torno de comando
numérico novo. Ao final, chegamos a um montante total de R$ 14.201,00 (Quatorze mil
duzentos e um Reais), que corresponde a menos de 50% do valor de mercado de um
torno de comando numérico. Portanto, a conversão da máquina mostra-se viável em
termos operacionais e de custos.
O cálculo da mão de obra não foi contabilizado nos custos, pois, não
englobaria apenas as horas trabalhadas durante a execução do projeto e sim o
aprendizado prévio para o mesmo. Para a execução deste projeto, fez-se necessário o
estudo dos trabalhos já existentes, pois, apenas dessa forma foi possível elaborar o
projeto final.
No que se refere a precisão, podemos constatar que a opção pela manutenção
da possibilidade de operação manual e o acréscimo do comando numérico não implica
em ganho direto de precisão, nem tão pouco em perda durante a movimentação manual,
uma vez que para manutenção desta operação foi necessário manter o fuso original com
a porca bipartida. A precisão de movimentação do carro longitudinal na movimentação
60
manual é de 0,25mm e no carro transversal em 0,125mm. Já a precisão dos motores de
passo é dada pela sua movimentação que no nosso caso é de 0,0075mm o que acarreta
em um ganho significativo de precisão na máquina.
Espera-se que a máquina convertida traga mais versatilidade na medida em que
fabricar os micro conectores que serão utilizados nos micro trocadores de calor. A
utilização do torno com comando numérico permitirá uma redução sensível no tempo de
fabricação e melhor aproveitamento do material. Esta função fara a conexão entre o
micro e o macro proporcionando otimização da fabricação.
A utilização do variador de frequência torna a máquina mais versátil, uma vez
que ele cria uma gama maior de velocidades na árvore do torno, podendo variar de 1
RPM a 1800 RPM.
A utilização dos motores de passo para movimentação do carro longitudinal e
transversal deu flexibilidade adicional ao torno, expandindo o leque de operações de
rosqueamento possíveis de serem feitas, uma vez que os motores de passo trabalham em
passo e micro passo, com isso possibilita abrir além das tradicionais roscas métricas e as
roscas whitworth em qualquer passo que se desejar.
Outra possibilidade que este projeto permite é a adaptação de um sistema de
bombeamento de fluido de corte. Para isso basta acoplar um pequeno compartimento na
parte inferior da máquina e um sistema de bombeamento. A inclusão desse sistema de
arrefecimento e lubrificação aumenta consideravelmente a vida útil das ferramentas
utilizadas. A figura 32 ilustra um sistema de fluido de corte.
Figura 63 - Sistema de fluido de corte
61
Fonte: Imagem Adaptada da internet
Ainda temos como opção para o aprimoramento do projeto, a inclusão do
sistema de mudança automática de ferramenta, comumente chamado de torno revolver.
Esta adaptação proporcionaria mais versatilidade ao projeto, pois, permite a mudança de
ferramentas sem que a operação tenha que ser interrompida. A figura 33 ilustra um
sistema de mudança automática de ferramenta.
Figura 64 – Sistema de mudança automática de ferramenta
Fonte: http://www.tornoautomatico.com.br/
62
10. Bibliografia
[1] ARAUJO, ANNA CARLA, Material de aula: “Forças de Corte em Ferramentas
Multicortantes”, Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, 2014
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PASSO APLICADOS A IMPRESSORAS MATRICIAIS”. Curitiba, 1989
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Motor de Passo”, Programa de Educação Tutorial – PET-Tele, Universidade Federal
Fluminense.- 2008
[4] BUDYNAS, RICHARD G., NISBETT, J. KEITH, Livro: Elementos de Máquinas
de Shigley. 8ª ed. – Porto Alegre: AMGH, 2011
[5] CASSANIGA, F.A. Livro: Fácil programação do controle numérico. 2ª ed. São
Paulo: CNC Tecnologia, 2005
[6] Cimatron -Software de CAD/CAM-
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Livro: Tecnologia da Usinagem dos Materiais. 7ª ed. – São Paulo: Artliber, 2010.
[7] DOMINGOS, W. R. Livro: Conceitos de motores de passo. Mecatrônica fácil, São
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DE UM SISTEMA DE COMANDO NUMÉRICO COMPUTADORIZADO (CNC)
POR RETROFITTING EM UM TORNO MECÂNICO UNIVERSAL.”, São Paulo,
Agosto, 2001
[9] FERRARESI, DINO, Livro: fundamentos da Usinagem dos Metais. 14ª
reimpressão. Ed.: Edgard Blücher Ltda, 2011.
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Acessado em 29/07/2014
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Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008.
63
[12] FILHO, FLÁVIO DE MARCO, material de aula: “Elementos de Transmissão
Flexíveis”, Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio de
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[13]GATES – www.gates.com.br, acessado em 03/07/2014 .
[14] GINGER R. (2010), http://plsntcov.8m.com/CNClathe/CNClathe1.html - página
acessada em 01/07/2014.
[15] MANROD, http://www.manrod.com.br/ , acessado em 15/02/2014.
[16] NIEMANN, GUSTAV, Livro: Elementos de Máquina. Vol. 1, 13ª reimpressão.
Ed.: Edgard Blücher Ltda, 2012.
[17] http://www.servo-drive.com/, acessado em 10/02/2014..
[18] WARFIELD, BOB, http://www.cnccookbook.com/, acessado em 10/04/2014.
I
Apêndice I – Desenhos técnicos Lista de desenhos:
● DESENHO 1 - SUPORTE MOTOR 90KGF ..................................................................................................... II
●DESENHO 2 - SUPORTE DO ENCODER ....................................................................................................... III
●DESENHO 3 - SUPORTE DO CARRO TRANSVERSAL.................................................................................... III
●DESENHO 4- ACOPLAMENTO ENCODER .................................................................................................... V
●DESENHO 5- ACOPLAMENTO DO MOTOR 90KGF ..................................................................................... VI
●DESENHO 6- ACOPLAMENTO DO MOTOR 50KGF .................................................................................... VII
●DESENHO 7- CONECTOR DO MICRO TROCADOR .................................................................................... VIII
●DESENHO 8- ESQUEMA DE LIGAÇÃO DO SISTEMA DE COMANDO ........................................................... IX
II
● Desenho 1 - Suporte Motor 90Kgf
III
●Desenho 2 - Suporte do Encoder
IV
●Desenho 3 - Suporte do Carro Transversal
V
●Desenho 4- Acoplamento Encoder
VI
●Desenho 5- Acoplamento do Motor 90Kgf
VII
●Desenho 6- Acoplamento do Motor 50Kgf
VIII
●Desenho 7- Conector do Micro Trocador
IX
●Desenho 8- Esquema de ligação do Sistema de Comando
X
Apêndice II – Catálogos
●CATÁLOGO 1- TORNO MANROD MR-330 ................................................................................................. XI
●CATÁLOGO 2- MOTORES DE PASSO ......................................................................................................... XII
●CATÁLOGO 3- DRIVER DOS MOTORES .................................................................................................... XIII
XI
●Catálogo 1- Torno Manrod MR-330
XII
●Catálogo 2- Motores de Passo
XIII
●Catálogo 3- Driver dos Motores