64
EXPOSIÇÃO 전시회 1 2 3 4 5 6 7 8 APRESENTAÇÃO 프레젠테이션 FALA COM ARTISTA 아티스트 토크 공연 DEBATE 토론 LANÇAMENTO 시작 GALPÃO SIDERAÇÃO 궤도 열대우림 ACIDENTE 사고 스크립트 유리도서관 O HOMEM QUE ESCONDEU WOLFGANG GERHARD 울프강 게하르드를 소년 사전 PARA PEREC 지킨 남자 시력을 잃다 QUESTIONING SCRIPTEASE ENTERRO DE PALAVRAS MENINO PERDER DE VISTA ACIDENTE BIBLIOTECA DE VIDRO OLÁ E ABANDONADO DICIONÁRIO 페헥에게 사고 질문하기 안부유기 SUBTROPICAL VALENTINE’S 창고 발렌타인 매장된 단어

convivências #6

Embed Size (px)

DESCRIPTION

publicação pensada e contruída como plataforma de desdobramentos de trabalhos individuais e coletivos desenvolvidos durante o ateliê aberto #6 da casa tomada, de 2 de abril a 8 de julho de 2012. participantes: camila fialho, frederico filippi, daniel barroca, daniel de paula, ji hye yeom, maíra dietrich, maura grimaldi e casa tomada.

Citation preview

Page 1: convivências #6

EXPOSIÇÃO

전시회 1

2 3 4 5 6 7 8

APRESENTAÇÃO

프레젠테이션FALA COM ARTISTA

아티스트 토크

공연

DEBATE

토론

LANÇAMENTO

시작

GALPÃO

SIDERAÇÃO

궤도 열대우림

ACIDENTE

사고

스크립트

유리도서관

O HOMEM QUE ESCONDEU WOLFGANG GERHARD

울프강 게하르드를

소년

사전

PARA PEREC

지킨 남자

시력을 잃다

QUESTIONING

SCRIPTEASEENTERRO DE PALAVRAS

MENINOPERDER DE VISTAACIDENTE

BIBLIOTECA DE VIDRO

OLÁ E ABANDONADODICIONÁRIO

페헥에게

사고

질문하기

안부유기

SUBTROPICAL

VALENTINE’S

창고

발렌타인

매장된 단어

Page 2: convivências #6

CAMILA FIALHO

카밀라피알뇨

FREDERICOFILIPPI

프레드릭필리피

DANIELBARROCA

대니얼 바로카

DANIELDE PAULA

다니엘드 파울라

JI HYEYEOM

염지혜

MAÍRADIETRICH

마이라디트리히

MAURAGRIMALDI

CASATOMADA

카사 토마다

마우라그리말디

CF

MD

CF-JH

FF

MG

FF

MG-FF

DB

CF-FF-MG-MD-DB-DP-JH

MD-MG

CF-FF

MD-DB

DP

FF-MD-DB

JH

+

Page 3: convivências #6

SIDERAÇÃO

SCRIPTEASE ENTERRO DE PALAVRAS

SUBTROPICAL

MENINO

ACIDENTE

PERDER DE VISTA

O HOMEM QUE ESCONDEU

BIBLIOTECA DE VIDROVALENTINE’S

ACIDENTE

WOLFGANG GERHARD

OLÁ E ABANDONADO

PARA PEREC

DICIONÁRIO

QUESTIONING

esta publicação foi pensada e construída como plataforma de desdobramentos de trabalhos individuais e coletivos desenvolvidos durante o ateliê aberto #6.

이 책자는 오픈 스튜디오 # 6 기간 동안 개인 및 공동 발전의 개발을 위한

플랫폼으로 지어졌습니다.

궤도열대우림

사고

지킨 남자 페헥에게질문하기

시야를 잃다

울프강 게하르드를

사고

발렌타인

매장된 단어

안부유기

스크립트

사전

소년

유리 도서관

CONVIVÊNCIAS # 6 공동거주 # 6

Page 4: convivências #6

GALPÃO창고

Page 5: convivências #6
Page 6: convivências #6

EXPOSIÇÃO전시회

Page 7: convivências #6

APRESENTAÇÃO프레젠테이션

Page 8: convivências #6
Page 9: convivências #6

FALA COM ARTISTA아티스트 토크

Page 10: convivências #6

DEBATE토론

Page 11: convivências #6

LANÇAMENTO시작

Page 12: convivências #6

CAMILA FIALHOSIDERAÇÃO

...

Page 13: convivências #6

카밀라 피알뇨궤도

...

Page 14: convivências #6

DANIEL BARROCAO HOMEM QUE ESCONDEU WOLFGANG GERHARD

28 de Abril de 2012. Mercado Benedito Calixto em São Paulo. Encontro objectos mili-

tares em várias bancas. Quase todos europeus. A grande maioria da primeira e segunda

grande guerra mundial. Muitos deles nazis. Capacetes, medalhas, fotografias, postais, pun-

hais, insígnias, documentos. Havia duas molduras com pequenas colecções de objectos, a

fotografia de um couraçado alemão aparecia ao lado do fragmento de um uniforme com

o seu nome bordado juntamente com um diploma que atestava que Klaus Hoffman fazia

parte da tripulação. Mais à frente um álbum fotográfico com cópias de fotografias de um

soldado da Wehrmacht, uma condecoração da Luftwaffe com uma águia de asas abertas

sobre a suástica dentro de uma coroa de flores em ferro, um punhal com uma suástica

gravada no cabo e um documento escrito em alemão com o selo nazi no cabeçalho. A

pessoa que cuidava da banca era um homem alto, de olhos azuis, cabelo todo branco e

um pequeno bigode bem aparado que nada tinha a ver com o brasileiro baixo, moreno

e ágil no samba dos lugares comuns europeus. Perguntei-lhe que imagens eram aquelas.

Ele respondeu que eram cópias de fotografias do seu avô, um ex-oficial da Wehrmacht.

Perguntou em alemão se eu falava alemão, eu disse que não apesar de ser capaz de ar-

ticular algumas combinações de palavras em circunstâncias muito específicas. Possivelmente

a pergunta resultou do facto de eu ter hesitado ao falar português levando-o a pensar

que eu talvez falaria melhor alemão. A sua fisionomia do norte da Europa precipitou-me

nessa hesitação. Ele respondeu em português com um sotaque paulista perfeito. Pertur-

badoramente perfeito para mim naquele cenário de 2ª Guerra Mundial. O detalhe do seu

uso fluente do português provocou algum fascínio em mim levando-me imediatamente a

pensar na enorme contradição entre a carga xenófoba do material que vendia e a socie-

dade brasileira sincrética e miscigenada na qual estava obviamente integrado e ser esse

o facto que justamente permitia aqueles objectos, imagens e símbolos serem mostrados

sem grandes implicações ideológicas. Fascinou-me essa ambiguidade e o facto de naquele

instante me ter parecido que é possível que um símbolo, seja ele qual for, pode perder

a sua carga simbólica. Fascinou-me também o facto da sua identidade ser uma questão

ambígua. Alemão? Brasileiro? Alemão Brasileiro? Brasileiro Alemão? Fascinou-me também o

facto de uma vez colocada a questão ser absurdo tentar alcançar uma resposta. O inter-

esse está na indefinição por potencialmente, naquele momento, haver a impossibilidade da

definição. Esta conclusão não seria já uma projecção da identidade daquele homem mas

Page 15: convivências #6

a formulação de uma ideia sobre um possível outro. Um outro sincrético, indefinido cujo

reconhecimento da minha parte se dá por eu reconhecer essa indefinição enquanto aquilo

que me faz considerá-lo um igual. É na indefinição que aqui reside o sentido de igualdade.

É na indefinição do outro enquanto outro, ou seja, no seu reconhecimento enquanto outro

impregnado de indefinição que se torna pertinente falar de alteridade. Um homem que é

um homem indefinido, como eu penso que sou. Indecifrável, intradutível, encriptado. Como

eu penso que sou. Este ponto diz apenas respeito à confusão gerada pelo seu uso do

português na relação com a sua fisionomia no contexto deste nosso primeiro contacto.

Depois de me perguntar se falava alemão perguntou-me de onde eu vinha. Disse que era

português ao que o seu colega respondeu entusiasticamente que também era e que de

imediato reconhecera o meu sotaque. Disse-me que o último laço que tem com Portugal

é uma tia de 87 anos que está à beira da morte. Contou-me que nasceu em Coimbra

mas que foi com o pai para São Paulo quando tinha 12 anos e que nunca mais viveu

em Portugal. Voltou por curtos períodos para visitar a família. Mostrou-me uma peça

de cerâmica Bordalo Pinheiro que não pude reconhecer por ser tão sóbria. No final da

conversa disse que em Portugal o seu sotaque português acaba sempre por voltar. Achei

importante reter esta informação por me parecer fundamental para compreender as camadas

da sua identidade. Assumi este fenómeno de desdobramento como um caso representativo

e abrangente, um arquétipo. A identidade como uma sobreposição de experiências de vida

e de elementos não imediatamente ligados a essa experiência acomodados em camadas

mais profundas que ora ficam mais ou menos latentes, mais ou menos activos. Camadas

mais obscuras que vão emergindo e submergindo ao longo da vida e que são constituídas

por marcas herdadas de uma geração anterior. Essas camadas são constituintes do indi-

víduo e articulam-se inconscientemente com a sua experiência quotidiana. Essa articulação

acontece mais ou menos intensamente, mais ou menos declaradamente ainda que exija

um grande esforço para identificar a sua origem e os seus contornos. Na sequência da

conversa com o alemão, este pareceu-me ser um novo dado, importante para compreender

este contexto brasileiro de sincretismo e fusão de culturas e significados. Fascinou-me a

possibilidade de um elemento da vida de uma pessoa, supostamente perdido no passado,

emergir no presente se estimulado por condições favoráveis. Isto levou-me a pensar que

isso poderia também acontecer com elementos do carácter de um indivíduo e que certa-

Page 16: convivências #6

1

mente existem nichos adormecidos em cada um de nós prontos a irromper mais ou menos

violentamente. A constatação de que restos do passado estão adormecidos dentro de um

indivíduo de modo a que ele não só é capaz de os relembrar mas de os reencarnar

levou-me a pensar no que tenho trabalhado sobre a memória traumática da guerra, a

memória política das ditaduras, a memória dos lugares da tortura política, a memória da

repressão, a forma como tenho incorporado isso na minha prática artística e como tenho

percebido o quanto isso está em mim, o quanto eu sou também feito disso. As marcas

deixadas por um gesto violento em parte semeiam esse mesmo gesto. Essas marcas de

alguma forma prevalecem para além do seu aspecto visível temporário, prevalecem invisiv-

elmente manifestando-se em erupções imprevisíveis. Uma prática artística pode servir para

canalizar essa misteriosa violência interior.

“Uma coisa são as estórias, outra é a história e outra é a verdade.” Dieter diz estas

palavras com o dedo ligeiramente em riste e com os olhos fixos em mim. Não chega a

assumir uma postura dura e termina a frase com um ligeiro sorriso que subtilmente se

transforma em riso. Acena a cabeça sublinhando o peso do assunto, continuando fixo em

mim com o seu olhar algo vítreo. É um olhar opaco que não deixa passar as emoções

nem se deixa penetrar mas que transmite segurança. Uma segurança que não chega a ser

presença de espírito, é como se aquela figura humana fosse animada por algo na verdade

quase inanimado. Aceno positivamente com a cabeça e abrindo mais os olhos declaro a

minha curiosidade, esforço-me por ser o ouvinte passivo e ingénuo que no fundo de facto

era. A frase teve algum impacto em mim e eu não quis avançar nenhum tipo de juízo

que pudesse por termo à conversa. A sua voz trazia um tom cauteloso que revelava um

certo fascínio pelo assunto do passado da guerra e ao mesmo tempo um certo receio

em dar o passo errado. Digo que sim e deixo o espaço aberto para ele continuar. Dieter

leva a mão à pequena sacola que traz ao ombro e retira alguns papeis. Fotografias e

documentos. Mostra-me uma fotografia do seu avô no uniforme da Wehrmacht. Fundo

negro, enquadrado ligeiramente abaixo dos ombros olhando a câmara de frente com o

corpo de perfil. Olha a câmara como quem fixa o observador directamente nos olhos com

o sorriso artificial próprio da circunstância. Era uma pequena impressão de bolso. “Este é

o meu avô, avô querido! Um homem incrível.” Diz de uma forma algo exagerada como

num teatro burlesco. Retira um outro documento da pequena sacola, ilegível para mim

Page 17: convivências #6

por estar escrito em alemão, no qual está uma reprodução da mesma imagem agrafada

a um documento. O papel parece convincentemente amarelado mas o pequeno grampo

de metal que mantém a foto agarrada ao papel está surpreendentemente novo e brilhante

em comparação com o papel envelhecido. Não conheço aquele tipo de documento para

fazer um juízo em relação à impressão e ao desenho, que parecem autênticos, por outro

lado a contradição entre a idade do papel e do metal suscita alguma suspeita. Dieter diz

ser aquele o documento que salvou o seu avô do pelotão de fuzilamento francês no fim

da guerra. Supostamente aquele documento atesta que aquele soldado deve seguir em

liberdade. Esta decisão deve-se ao facto da primeira tentativa de fuzilamento ter falhado

e nesse caso o condenado ser libertado. Dieter disse ser uma questão prevista nas leis

da guerra. Por ironia do destino, perante aquele pelotão de fuzilamento, é a vida que é

alcançada e não a morte. O seu colega diz que, há algum tempo atrás, Dieter vendeu

todos esses velhos documentos a um outro negociante de antiguidades que não ele e

declara que aquele é uma cópia. Acrescenta ainda que tudo o que Dieter tem para

vender neste momento são apenas cópias. Nada restou. Di-lo de forma paternalista, com

algum desprezo moralista ao mesmo tempo que abana ligeiramente a cabeça em sinal de

reprovação. Dieter é um velho solitário aparentemente especializado em falsificar e traficar

a sua própria memória intima. O português afasta-se um pouco, procurando algo, mas

acaba por levantar de novo a cabeça olhando na minha direcção e diz: “eu cheguei a

conhecer o homem que escondeu o Mengele.” 1

Wolfgang Gerhard foi o homem que escondeu Joseph Mengele em São Paulo durante os anos 70 e que ao regres-sar à Austria, o seu país de origem, ofereceu os seus documentos brasileiros e a sua casa a Joseph Mengele que assumiu assim a sua identidade. Wolfgang Gerhard foi o último nome que Mengele utilizou antes de morrer afogado numa praia paulista em 1979. A história de Mengele no Brasil tem várias versões distintas e continua envolta em incerteza e controvérsia.

1

Page 18: convivências #6

HORIZONTAIS1 - conjunto ou combinação de coisas/partes de modo a formarem um todo complexo ou unitário 2 - lavrar 4 - que se eleva; que sobe 7 - patrulha ou inspeção noturna 8 - extensão da superfície do terreno, elevada sobre o nível do mar, quase sem acidentes, contrastando com os terrenos acidentados que lhe ficam adjacentes 10 - briga, rolo, desentendimento 11 - acontecimento incerto ou imprevisível; sucesso imprevisto, casualidade, eventualidade 14 - emprega-se entre parênteses no curso de uma citação, após uma palavra ou expressão que possa parecer estranha ou errada 15 - construção tubular 16 - lance decisivo em um jogo de tabuleiro específico

VERTICAIS 1 - limítrofe dos trópicos; quase tropical 3 - pequena rua 4 - montes elevados e de bases extensas 5 - aproximar, colecionar ou reunir 6 - que dá causa ou origem a dúvidas que não merece confiança 9 - fazer entrar como no basquetebol 12 - exprime consentimento 13 - termo utilizado para designar tipo de moradia de indígenas

Page 19: convivências #6

DANIEL DE PAULAPARA PEREC

다니엘 드 파울라 페헥 에게

“O preenchimento de um diagrama é uma ação tediosa, meticulosa e maníaca, uma espécie de aritmética baseada em letras onde o que importa é que as palavras tenham esse ou aquele com-primento, e que suas justaposições revelem agru-pamentos que sejam compatíveis com as outras palavras construídas perpendicularmente; trata-se de um sistema de constrangimentos onde a letra é onipresente, mas a linguagem é ausente. De forma contrária a busca por definições é um trabalho intangível, fluído, um perambular no ter-ritório das palavras, com a intenção de descobrir, na vizinhança imprecisa que constitui a definição de uma palavra, o frágil e único lugar onde possa ser simultaneamente revelado e escondido.” Georges Perec, “Considerações sobre a arte e técnica de cruzar palavras”

크로스 단어를 채우는 것은 소심함과 꼼꼼함 그리고 광적인 행위를 요한다. 또한 이것은 해당 단어가 가지는 문제를 풀어내는 것을 기반으로 한 연산의 일종이며, 그들의 병치는 수직적으로 만들어진 다른 언어들과의 호환되는 그룹을 표시한다. 그것은 어디에 법안이 가장 흔한가를 따르는 제약 제도 이지만, 그 언어는 부재한다. 정의를 찾는 것에 반하는 방법으로, 이것은 일종의 깨지기 쉬운 장소이며 동시에 주변에서 발견되는 의도와 함께 단어의 영역을 산책할 수 있는 곳이다. 즉 부정확한 언어의 정의이자, 때때로 공개하고 숨기는 유약한 곳이다.

조르쥬 페헥 “크로스 단어의 예술과 기술에 대한 고려 사항”

Page 20: convivências #6

JI HYE YEOMWAITING FOR A RESPONSE FROM THE FORGOTTEN PASTQUESTIONING

Page 21: convivências #6

질문하기

염지혜잊혀진 과거로부터 응답을 기다리는 동안

Page 22: convivências #6
Page 23: convivências #6
Page 24: convivências #6

FREDERICO FILIPPISUBTROPICAL

Page 25: convivências #6

열대우림프레드릭 필리피

Page 26: convivências #6

le pusieron enfrente un espejo,y que aquel gigante enardecido perdió el uso de la razón por el pavor de su propia imagen.

O Atlântico é um continente comum e submerso, charco semi-infinito para todos os lados e es-pinhado pela dorsal meso-atlântica, a qual só foi possível atravessar ao flutuar por esse alagado vastíssimo, fato agradecido pelas naus e pelos piratas que um dia o conseguiram cruzar, e pelos do outro lado, (o de cá) que puderam gozar por um bom tempo um meretrício alegre no que diz respeito ao amor, à guerra, à roupa, ao tempo, ao divino, ao dinheiro, à propriedade e à ausên-cia abençoada de muitas palavras, como por exemplo, a arte. Suas correntes desviaram muitas expedições e transformaram as linhas dos tratados e das cartas náuticas num emaranhado que ofendeu a existência de sextantes, bússolas, estrelas e mapas inconclusos – ofensa que só pôde ser superada pelo nascimento do satélite e que em breve será vingada pela reversão magnética dos pólos – culminando no desembarque do equívoco sobre a fantasia do novo mundo e na colonização do delírio, que por sua vez viria a produzir as cinco guerras, os dezessete golpes, a escravidão, o etnocídio, os desaparecidos e a tentativa de comprimir os séculos para chumbar aqui uma réplica temática à força; a exuberância da vida em paralelo com a da violência. Esse oceano misturou as gentes e as consequências estão num subproduto de povos semiasiáticos que vieram a pé de muito antes para depois serem chamados de índios, que copularam com africa-nos e europeus, cujas crias vieram a se misturar em gozo e lama no delírio da prática colonial que dura até os dias de hoje e nos faz perguntar por que é que nós, quando fazemos arte, temos que ao mesmo tempo sublimar toda esta balbúrdia para nos afirmarmos como parte mais nova do mundo. Se as imagens que vieram se tornaram outra coisa qualquer no trânsito e no curso dos anos, o mesmo pode acontecer no contrafluxo. Ficamos entre a adoção folclórica da solidão ancestral como resposta ou com o fetiche da eterna distância de séculos como um farol do outro lado da margem. Ou estamos já no vórtice salgado de oitenta milhões de quilômetros quadrados, permanentemente divididos entre o não ser e o ser outro e correndo o risco da metamorfose involuntária do meio do caminho, por onde passa a corrente que traz os protótipos da beleza e cobra o minério terrível para apresentar lá uma realidade fantástica de um mundo que já foi soterrado.

FF

Page 27: convivências #6

나는 거울에 직면했다.그리고 그 열렬한 거인은자신의 이미지의 공포에이성의 효용을 잃어버렸다

대서양은 일반적이고 침수된 대륙이다. 오직 그 광대한 습지를 부양하는 것에 의해서만 통과할 수 있었던 오늬무늬로 교차된 중앙 대서양은 모든 방향으로 어느 정도 무한하게 뻗은 연못이라 할 수 있다. 이 곳은 교회의 십자가를 관리하던 선박과 해적에 의해, 혹은 오랫동안 사랑, 전쟁, 의류, 시간, 돈, 재산 그리고 예술과 같은 것을 존중하고 즐겼던 그 반대편에 의해서 향유되었다. 여기에는 컴파스, 성좌 그리고 미완성 지도의 존재를 상하게 하는 범죄/공격 행위가 있었는데, 이런 행위는 다섯 번의 전쟁, 열일곱의 쿠테타, 노예제와 인종학살 그리고 주제와 관련된 복제본을 만들어 세기를 압축하려는 시도 - 즉 망상의 식민주의, 새로운 세계로의 환상 등- 오해로 절정에 달한 극단에서 자석같은 역전에 의해 앙갚음을 할 수 있었고, 전용 위성의 탄생에 의해 극복될 수 있었다. 폭력과 평행한 삶의 풍만함, 이것이 대서양의 역사라 할 수 있다. 다양한 사람들과 복잡한 결과들로 결합된 이 대양은 우리가 예술을 만들 때 ‘왜 세상의 가장 새로운 것으로써 우리를 주장하기 위해 이 광대한 어지러움을 승화시켜야 하는가’를 궁금하게 하는 식민주의의 진흙, 그리고 오늘날까지 지속되는 식민주의 사상, 아프리카인과 유럽인의 결합 등과 관련되어 있고, 오래 전에 대륙을 건너온 반 아시안 인류의 부산물이 남아 있다. 만약 이 복잡한 이미지들이 시대를 거쳐 다른 것으로 변질된다면, 이미 벌어진 일들이 역류로 발생될 수 있다. 우리는 고대의 고독한 민속조의 채택과 다른 해안의 등대와 견줄 수 있는 세기의 영원한 거리감 사이에 있다. 또는 우리는 ‘존재하지 않는, 다른 존재의’ 의미와, 비자발적인 변신의 위험성을 택하는- 지속적으로 찢어진 팔천만 평방 마일의 소용돌이의 중간에 있다. 그럼에도 불구하고 아름다움의 원형과 끔직한 광석을 지니는 현재는 이미 묻쳐진 세계의 환상적인 현실 위로 지나간다.

Page 28: convivências #6
Page 29: convivências #6
Page 30: convivências #6

ACIDENTE

Projeção tridimensional do desenho inicial초기 설계의 세 가지 차원 투영

FF

Page 31: convivências #6

사고

Page 32: convivências #6

사고 2012. 구리 와이어는 에폭시 수지. 320 X 360 X 350cm

Page 33: convivências #6

Acidente, 2012. Fios de cobre roubados, resina epóxi, estanho derretido. 320 x 360 x 350 cm. Foto: Rodrigo Antonio

Page 34: convivências #6

Papel branco e carvão, rasuras, pegadas de uma fantasia sufocada pela lógica da escrita. Palavras guardadas em um caderno, palavras cravadas em páginas agora cinzas são amarradas em bloco. Repousam no cimento e não pensam. Ganham a floresta densa, sentem a terra, respiram o verde das folhas. No meio do mato, são enterradas e silenciam. Lágrimas ignoram sua partida e não são vistas. Palavras continuam vivas em sua densidade e em seu peso, embaixo da terra continuam vivas. Abraçam outra dimensão, colam-se à umidade do chão, coexistem com as formigas, antigas amigas.

ENTERRO DE PALAVRAS매장된 단어CF-JH

Page 35: convivências #6

흰색 종이와 목탄, 지우개, 글쓰기의 논리에 의해 질식된 공상의 발자국. 종이 위에 담겨진 단어들. 하나의 덩어리로 묶어진 낱낱장의 종이 위에 깊이 새겨진 단어들. 표면은 마치 잊혀진 과거의 지도를 보여준다. 이 지도는 인식할 수 없는, 읽혀지지 않는, 불확실한 영토를 흐릿하게 드러낸다. 잊혀진 과거와 역사의 유일한 목격자는 ‘여기 이 땅’에 있다. 손길이 닿지 않은 자연 만이 그 답은 해줄 수 있다. 단어들이 새겨진 종이는 땅 속에서 쉬고 있고, 생각하지 않고, 그저 기다린다. 그들은 밀집된 숲에서 대지를 느끼며, 녹색의 잎들 속에서 숨쉰다. 숲의 한가운데서 그들은 묻혀있고 침묵하고 있다. 그들의 눈물은 그 출발점을 무시하고, 보여지지 않는다. 단어들은 땅 아래에서 그들의 무게와 밀도 안에서 살아 숨쉬고 있다. 그들은 또다른 차원을 포용하고, 땅의 습함에 결부되어 있으며, 오래된 개미들와 공생하며, 땅의 대답을 기다린다.

Page 36: convivências #6

MAÍRA DIETRICHSCRIPTEASE

Page 37: convivências #6

MAÍRA DIETRICH 마이라 디트리히스크립트

Page 38: convivências #6

MAURA GRIMALDIMENINO

Page 39: convivências #6

MAURA GRIMALDI 마우라 그리말디소년

Page 40: convivências #6

PERDER DE VISTA시야를 잃다MG-FF

Page 41: convivências #6
Page 42: convivências #6

‘시야를 잃다’ 작업은 마우리 그리말디와 프레드릭 필리피의 공동작업으로, ‘Condomínio Cultural’ 전시 공간의 유리창에 설치되었다. 매핑 테이프에 투영된 풍경 이미지는 본래의 이미지와는 역방향으로 보여진다.

Page 43: convivências #6

Perder de vista é um trabalho colaborativo entre os artistas Frederico Filippi e Maura Grimaldi, ini-ciado na vitrine da Casa Tomada e instalado na exposição Cidades Contínuas no Condomínio Cultural. A projeção de uma paisagem anônima exerce um mapeamento inverso pela intermitência das fitas.

Page 44: convivências #6

Coisas acontecem fora de controle, inclusive do lado de dentro da Casa. Anotações de um caderno íntimo são passadas a limpo em um texto cuidadosamente extirpado, manipulado, apropriado de releituras de pensamen-tos compartilhados, ou não. Um diálogo ganha seu peso material quando descobre a força gravitacional que empurra-puxa todo um sistema restituindo o mundo como uma experiência a ser vivida. A forma se curva e, num movimento inverso ao do nascer que faz valer a técnica, concorre ao objetivo perseguido. Ela parte do fim, como um trem em círculos que quer alcançar seu corpo na contramão após ter se desencontrado de seu início. A inércia se coloca enquanto ponto frágil no deslizar de ideias desencarrilhadas. O corpo em deslocamento arrasta-se para fora do trilho deixando visível seu rastro. O desenho vetorial da gravidade confundida por outros vetores simples é combinado em aleatoriedades violentas; daí nasce o ERRO. Mas quais noções possíveis podem abarcar o erro quando o acerto só se faz possível no des-vio, na incerteza dos movimentos e na fragilidade de cadências sincopadas? O acidente se produz então quando a ideia sai de seu campo abstrato e ganha linhas de materialidade. O começo do trabalho se dá já em curso, exatamente como um acidente, quando ativada a memória, já existe no tempo.

그것은 집 안 쪽으로부터 통제 불가능한 상태에서 발생한다. 수첩의 기록들은 조심스런 텍스트에서 씻겨져 내려간다. 대화는 모든 시스템을 밀고 당기는 중력이 발견될 때, 그리고 세계가 경험으로써 반환될 때 물질성을 이긴다.형태는 그스스로 탄생으로부터 역방향으로 굴곡진다.이것은 마치 시작점의 반대방향으로 도달하길 바라는 굴레안의 기차와 같이 끝지점으로 부터 시작된다. 관성은 이 연고없는 아이디어안에서 유약함으로써 자란다. 제자리로 부터 떨어진 몸은 그 굴레의 바깥에 던져지고, 그로써 형태를 드러낸다. 중력의 중심점은 다른 것들에 의해 혼란스럽게 되고, 그 결과 폭력적인 임의화의 결과를 낳는다. 즉 실수가 발생되는 것이다. 그러나 움직임의 불안정함에서 반대편이 우회에서만 가능할때, 이 실수로 부터 결부될 수 있는 가능성은 무엇인가? 사고는 아이디어가 이 추상적인 영역에서 나올 때 그리고 물질성의 의미를 만들 때 그 스스로가 생산된다. 이 작업의 시작점은 적절한 사고로써 발생되어 졌을 때, 그리고 기억이 실행되어질 때, 시간안에 존재한다.

ACIDENTE: TENTATIVAS, ACERTOS E SUPOSTOS ERROSCF-FF

Page 45: convivências #6

Entre idas e vindas ao local expositivo, anotações e desenhos preenchem folhas do caderno. O relevo tridimensional de mapas topográficos da região entra na virtualidade de composições vetoriais para compor pequenas maquetes. Do esboço projetado na Casa de Aclimação, o trabalho ganha corpo em nova escala de dimensões num quarto da Vila Anglo. O que muda é a perspectiva. A construção das malhas a partir de seus diferentes suportes de leitura se dá a partir de um processo de transmutação de cálculos matemático em matéria. Linhas e plantas e números e nomes abstratos saem do tridimensional reduzido e ganham vida. Unem-se em ligas de solda, sobem, descem, enclausuram-se entre quatro paredes seguindo o recorte escolhido para ser representado. Camadas de significação impregnam-se às curvas. O cobre roubado escolhido como suporte material confere ao tra-balho uma dimensão ainda mais orgânico-urbana dada sua recorrência no mercado paralelo. Sem controle sobre o resultado imaginado, o Acidente concreta-se entre as mãos, as dele e as da Maíra, e as paredes descascadas. O urbano imerso no inverso do cotidiano agora pode ser visto iluminado por um bico de luz no quarto de um outrora hospital abandonado.

전시장을 오고 가는 사이에, 노트와 드로잉은 수첩의 종이들을 채운다. 이곳의 삼차원적인 지형학은 작은 모방을 구성하기 위한 중심점 배열의 가상 세계가 된다. 카사 토마다에서 스케치로부터, 작업은 새로운 크기로 무게를 얻는다. 변화되는 것은 관점이다. 이것의 다른 읽기를 지지하는 것으로부터, 구성은 계산의 변성을 통해 문제로 발생한다. 라인, 지도, 숫자 그리고 추상적인 이름들은 삼차원으로부터 나오고 삶을 얻는다. 네게의 벽 사이에 증가, 접근, 낮음 안에서 결합은 재구성된다. 특정함의 레이어들은 곡선들로 스며든다. 물질로 선택된 훔친 구리가 작업을 더욱 유기적인 도시로 준다.

사고 : 시도, 성공과 혐의 오류

Page 46: convivências #6

DP

Page 47: convivências #6

Um terreno não habitado, local perfeito para a criação de uma praça, um local de encontros e despedidas simultâneas. Um banco de praça, construído com cimento e com ondulações duvidosas em seus acentos, daquelas que não se sabe ao certo se abrigam as curvas dos traseiros ou se impedem as costelas do morador de rua de utilizá-las como cama. Um banco só, mas diferente, em um formato espiral, com um diâmetro de 20 metros. O mato cresce entre e dentro dele.Constatelações. Movimento de dentro para fora e de fora para o vento. Sensibilisca e ofusca resquícios de pensamento em mergulhos lemiskianos. Constatelações possíveis no pequeno cafofo da Casa. O processo. Dani ausente: presente nos objetos ali deixados, arranjados, desalinhados. A cadeira vazia de frente para a máquina de escrever imóvel e silenciosa na falta de dedos dançantes denuncia sua passagem. De costas para outro campo de atuação, fotografias conversam à distância coladas à parede. A cama repousa em seus lençóis dormidos. Traços e pontos vermelhos unem ideias parcialmente apagadas. Uma telha com o esboço do cruzeiro do sul. Estrelas, astros luminosos projetados em superfície de barro. Livros fechados calam informações inutáveis. O cenário do homem trabalhador anuncia sua decomposição próxima já que o espaço tomado é efêmero em sua atitude existencial. O instante da queda em captura prenuncia a constituição de um ser fragmentado. Concatenações de um tijolo que cai. CF

Page 48: convivências #6

OLÁ E ABANDONADO안부유기MD-DB

Com quase seis séculos de presença humana continuada, os Açores granjearam um lugar importante na História de Portugal e na história do Atlântico: constituíram-se em escala para as expedições dos Descobrimentos e para naus da chamada Carreira da Índia, das frotas da prata, e do Brasil; contribuíram para a conquista e manutenção das praças portuguesas do Norte de África; quando da crise de sucessão de 1580 e das Guerras Liberais (1828-1834) constituíram-se em baluartes da resistência; durante as duas Guerras Mundiais, em apoio estratégico vital para as forças Aliadas, mantendo-se, até aos nossos dias, num centro de comunicações e apoio à aviação militar e comercial.

O que se sabe concretamente é que Gonçalo Velho chegou à ilha de Santa Maria em 1431, decorrendo nos anos seguintes o (re)descobrimento - ou reconhecimento - das restantes ilhas do arquipélago dos Açores, no sentido de progressão de leste para oeste. Uma carta do Infante D. Henrique, datada de 2 de Julho de 1439 e dirigida ao seu irmão D. Pedro, é a primeira referência segura sobre a exploração do arquipélago. Nessa altura, as ilhas das Flores e do Corvo ainda não tinham sido descobertas, o que aconteceria apenas cerca de 1450, por obra de Diogo de Teive. Entretanto, o Infante D. Henrique, com o apoio da sua irmã D. Isabel de Portugal, Duquesa da Borgonha, mandou povoar a ilha de Santa Maria.

지속적인 인간 존재의 거의 6 세기와 함께, Azorean 은 포르투갈의 역사에서와 대서양의 역사에서 중요한 자리를 차지한다. 이것은 인도에서의 발견의 원정과 브라질에서 은색의 물결치는 경력 배송까지 모든 규모로 구성되었다. 또한 포르투갈 영역의 북부 아프리카 지역의 달성 및 유지에 기여하였다. 1580년과 자유 전쟁 (1828년에서 1834년까지)의 연속된 위기는 저항의 성체를 구성했고, 두 차례의 세계 대전 동안 연합군을 위한 중요한 전략적 지원했으며, 현재에는 통신 센터, 군사 및 상업 항공 지원한다.구체적으로 알려진 것은 Gonçalo Velho 가 실제로 동서로 진행 의미에서 아조 레스 열도의 다른 섬을 (재) 발견의 결과로서 산타 마리아 섬에 1431년에 도달한 것이다. 1439년 7월 2일 일자의 D. Henrique 로 부터, 그리고 그의 동생 D. 페드로 앞으로 보내진 편지는 열도의 첫 번째 레퍼런스이다. 이 때 플로레스섬과 콜보섬은 아직 발견되지 않았다. 그러나 D. Henrique는 그의 여동생 D. 이사벨의 지원으로 산타 마리아 섬을 채우기 위해 보냈다.

Page 49: convivências #6

O descobrimento do arquipélago dos Açores, tal como o da Madeira, é uma das questões mais controversas da história dos Descobrimentos. Entre as várias teorias sobre esse facto, algumas assentam na apreciação de vários mapas genoveses produzidos desde 1351, os quais levam os historiadores a afirmar que já se conheciam aquelas ilhas quando do regresso das expedições às ilhas Canárias realizadas cerca de 1340-1345, no reinado de Afonso IV de Portugal. Outras referem que o descobrimento das primeiras ilhas (São Miguel, Santa Maria, Terceira) foi efectuado por marinheiros ao serviço do Infante D. Henrique, embora não haja qualquer documento escrito que por si só confirme ou comprove tal facto. A apoiar essa versão existe apenas um conjunto de escritos posteriores, baseados na tradição oral, que se criou na primeira metade do século XV. Algumas teses mais arrojadas consideram, no entanto, que a descoberta das primeiras ilhas ocorreu já ao tempo de Afonso IV de Portugal e que as viagens feitas no tempo do Infante D. Henrique não passaram de meros reconhecimentos. Adicionalmente, foram recentemente descobertos templos escavados nas rochas datados do século IV a.C., de provável autoria cartaginesa.

마데이라 같은 열도의 발견은 발견의 역사에서 가장 논쟁적인 문제 중 하나이다. 이에 대한 다양한 이론중에, 1351 년 이후 생산되는 여러 제노바지도의 평가를 기반으로 역사는 그 섬들이 이미에서 1340-1345 주위에 만들어진 카나리아 제도에 대한 탐험의 반환을 계기로 알려져 있었다 인정했다. 기타 이론은 비록 첫번째 섬의 발견은, D. Henrique의 선원에 의해 만들어졌다고 주장하지만, 이 사실을 증명할 수 있는 문서가 없다. 이 버전을 지원하기 위해 15 세기 전반에 만들어진 구두 전통을 바탕으로 한 논문의 한 세트가 있다. 그러나 대담한 이론은 포르투갈의 알폰소 IV 시대 이래로 발생된 첫 번째 섬의 발견과 D. Henrique의 시간에 만들어진 여행은 단순한 인식을 넘어서진 않았다고 간주된다. 또한, 최근에 발굴된 4 세기 기원전의 사원은 아마도 카르타고의 저작에서 발견되었다.

Page 50: convivências #6

DICIONÁRIO사전

SIMNÃOTALVEZINTEIROIMPOSSÍVEL MILIRNÓS ONDE FEBRE AMARELAPOR FAVORQUERERCAFÉFEIJÃONÃO SOU DE CÁSEMPRENUNCAESTOU PERDIDAEU SOUEU VOUEU TENHO SAUDADESEU GOSTO MAS PREFIRO OUTRA COISAQUANDO VOCÊS CONVERSAM EU NÃO ENTENDO NADABIFE À CAVALOEU POSSO PREGUIÇAEU DIGOHORÁRIOO QUE É ISSOVAMOSCHUVEIROAQUI E ALI JUNTOS SOZINHOSEU GOSTO DE VOCÊEU TE AMOEU VENHO DA CORÉIA EU QUERO ESTAR COM VOCÊEU NÃO ENTENDO POR FAVOR VÁ EMBORAEU SOU BOA COM FACASNÃO ME TOQUE FACAPALAVRACADERNOESSE ANIMAL SILVESTRE NÃO É MEU, DEVE HAVER ALGUMA CONFUSÃOJANELAPAPELNA MINHA CASA OU NA SUA?

Page 51: convivências #6

예아니요아마도가득찬

불가능한(숫자)천

가다우리어디

황열병제발

원하다커피

콩여기 출신이 아닙니다

항상절대

길을 잃었습니다나는 입니다나는 갑니다

나는 그립습니다좋습니다, 그러나 다른 것을 선호합니다

당신이 이야기 하는 것을 이해할 수 없습니다(음식) 스테이크

제가 ~해도 될까요게으름

나는 말합니다시간

이게 뭐에요?갑시다

샤워여기 저기

함께혼자

나는 너는 좋아합니다나는 당신을 사랑합니다나는 한국에서 왔습니다

나는 당신와 함께 하고 싶습니다나는 이해가 안됩니다

제발 저리 가세요나는 칼잡이 입니다 (제발 저리가세요)

건드리지 마세요칼

단어노트북

이 야생동물은 제것이 아닙니다아마 그것은 오해가 있을 것입니다

창문종이

우리 집에 갈래요, 아님 당신네 집으로 갈까요?

Page 52: convivências #6

BIBLIOTECA DE VIDRO

Pensamento é espelho diante do deserto de vidro da Extensão.

Paulo Leminski

Reunião de cabeças pulsantes agracia e justifica o tampo transparente. O desejo de estar junto. Somos

quatro em volta da mesa quase pequena. Cinco... Quando seis ficamos de fato apertados, mas confortáveis

com a proximidade. Cada qual com seu laptop. Uma música qualquer concentra as ideias dispersas. A banda

sonora ao mesmo tempo em que une permite a fragmentação do universo partilhado sobre a plataforma de

vidro. A Biblioteca da Casa abriga um mundo de dizeres calados e espaços silenciosos. Sinestesia galopante.

Em alternativa ao cafofo subterrâneo, a biblioteca transfigura-se em refúgio em dias mais frios. Por ali

ficamos a ler um livro ou pesquisar convivências passadas. Escrever, conversar, estar, trabalhar.

Entre o subir e o descer dos degraus, entre trocas e delongas dialogadas, Mau e Fred se perdem de

vista na vitrine. Horas a fio. No primeiro respiro da noite, o ruído do projetor dá o ar de sua graça

anunciando mais uma sessão de paisagens paradas. A escada de metal suporta o projetor em escalada.

A fita crepe adere ao vidro e filtra a luz dos slides. O que se vê do lado de dentro não é o mesmo

que se vê do lado de fora. Situação invertida da projeção e do tempo. O feixe luminoso que atravessa o

vidro acaba por se perder no espaço, evapora-se como num sopro refulgente. A imagem velada encontra

seu contorno na superfície do branco da fita, ou da pele em tons de azul, em nuances de vermelho.

O foco escapa, a textura permanece. O que resta é a certeza de que a cópia do mundo desconsidera

qualquer tipo de fidelidade presumida.

Então se passa do efêmero da luz à materialidade do desenho. O corpo projetado transforma-se em de-

senho nas mãos de Mau. Ganha pernas, ou braços, e desce para o cafofo criativo. Na parede, já não

tem autoria. Acréscimos, intervenções, o crepe é apropriado pelos demais; canetas os ressignificam em novo

corpo junto dos olhos daqueles que por ali passam. Um estudo de canetinhas.

Elas, as cabeças, voltam a ser sete na biblioteca de vidro. Em pequena escala, breves diálogos. Concen-

tradas na finalização de uma etapa verde para além do lúcido planejamento das estantes, elas tresnoitam

em estrelas esbugalhadas. Uma trajetória sinuosa abre mais uma curva na direção de um galpão achado

em Guarulhos. A fachada verde não comporta grama. As cadeiras cegas dão suporte aos corpos que

pensam, ali, na biblioteca da Casa.

CF-FF-MG-MD-DB-DP-JH

Page 53: convivências #6

CF-FF-MG-MD-DB-DP-JH

사상은 유리 사막 전에 확장의 거울이다. 폴 레민스키

진동하는 머리들의 모임은 투명한 뚜껑을 정당하게 하고 품위있게 한다. 그 욕망은 맺어져야 한다. 작은 탁자 주변에 우리 네명은 머물러 있다. 다섯 혹은 여섯, 우리가 뭉쳤을 때, 친밀함으로 편안함을 느낀다. 우리는 각자 자신의 노트북을 가지고 산발적으로 흐르는 음악을 향유하며 흩어진 아이디어들을 집중시킨다. 그 사운드트랙은 공존하는 우주의 조각을 유리로 된 플랫폼 안으로 허용한다. 이 집의 도서관은 침묵된 언어와 과묵한 공간의 세계를 집중시킨다. 횡행하는 공감각…지하방의 대안으로서 도서관은 추운 날에 안락한 피난처로 전환된다. 거기에서 우리는 과거의 공동서식에 대한 논문이나 책을 읽는다. 쓰기, 말하기, 살기, 일하기…윗층 아래층을 오가는 사이, 대화를 나누고 지연시키는 사이, 우리는 창문에서 마우라와 프레드의 모습을 잃는다. 시간들 그리고 시간들. 밤의 첫 호흡에, 프로젝터의 소음은 이 정지된 풍경의 또다른 즉흥 연주이다. 금속 사다리는 프로젝터가 높이 떠 있도록 지지한다. 마스킹 테이프는 유리에 붙어 있고, 슬라이드의 빛은 여과된다. 외부에서 본 이미지는 내부에서 볼 수 있는 것과 동일하지 않다. 유리를 통과하는 그 불빛은 공간에서 길을 잃고, 화려하게 부는 바람 속으로 증발한다. 그 숨겨진 이미지는 테이프와 하얀 표면에서 그 형태를 찾을 수 있고, 혹은 파란색 색조, 붉은 색조에서 그 윤곽을 찾을 수 있다. 촛점은 잃었지만, 질감은 남아있다. 따라서 우리는 임의적인 빛으로부터 그림의 물질성까지 지나간다. 그 투영된 형태는 마우라의 손에 의해 드로잉이 된다. 다리 혹은 팔이 나와, 창조적인 집으로 내려간다. 벽에는 더 이상의 작가가 없다. 증강, 개입, 마스킹 테이프는 다른 사람의 손에 의해, 그리고 새로운 바디 안에서 재구성하는 펜들로 차용되어진다.그들, 그 모든 머리는 유리 도서관의 일곱으로 되돌아간다. 작은 규모로 그리고 짧은 대화로…선반위의 명백한 계획들 너머 녹색 단계의 마무리로 집중되어, 그들은 별들이 희번덕 거리는 밤을 지나간다. 바람의 경로는 과룰류스에서 발견된 창고의 방향으로 굽어진다. 눈먼 의자는 생각하는 몸뚱이들을 지지한다. 이 집의 도서관에서…

유리 도서관

Page 54: convivências #6

Um galpão aparentemente vazio e sem iluminação. Cinco perfurações no teto, com diâmetros mínimos que permitem o atravessamento e encaixe preciso de também cinco corpos celestiais. Em uma visita noturna, configura-se então no teto, através dos orifícios e em um horário e posicionamento específico do receptor, a constelação do cruzeiro do sul. Já no decorrer do dia é possível presenciar a distorção e movimentação

do corpo celeste nas paredes e no piso devido aos raios de sol que iluminam o interior do galpão.

아무런 조명없이 분명히 비어있는 창고. 창고의 천장에 다섯의 천체 자리와 정확하게 지나가도록 만들어진 최소 직경의 다섯개의 구멍. 저녁에 방문, 남쪽으로 항행, 수신기의 특정한 자리 배치, 구멍들과 시간표를 통해서 천장 위치 설정. 하루 동안 창고의 내부를 밝히는 태양 광선으로 인해 벽과 바닥에서 천체의 움직임과 왜곡을 목격한다.

Page 55: convivências #6

Um sismógrafo instalado dentro de museus e instituições culturais, capaz de medir não apenas oscilações tectônicas e o tremor do piso devido ao metrô que balança suas estruturas, mas também movimentações subjetivas e deslocamentos internos. Surge então um gráfico, capaz de, a partir de uma série de relações, determinar a indeterminabilidade.

박물관 및 문화 기관에 설치된 지진계는 지각의 움직임과 바닥의 진동을 측정할 수 있을 뿐만 아니라, 주관적이고 내부의 변위도 측정 가능하다. 거기에는 관계 집합에서 불확실성을 결정하는 것까지의 가능한 그래프가 있다.

Page 56: convivências #6

VALENTINE’S발렌타인MG-MD

Page 57: convivências #6
Page 58: convivências #6

Uma escada de ferro, daquelas de formato caracol, enterrada no chão.

Page 59: convivências #6

Uma escada de ferro, daquelas de formato caracol, enterrada no chão. 땅 속에 묻힌 달팽이 모양의 철제 사다리.

Page 60: convivências #6
Page 61: convivências #6
Page 62: convivências #6

CAMILA FIALHO

카밀라피알뇨

FREDERICOFILIPPI

프레드릭필리피

DANIELBARROCA

대니얼 바로카

DANIELDE PAULA

다니엘드 파울라

JI HYEYEOM

염지혜

MAÍRADIETRICH

마이라디트리히

CASATOMADA

카사 토마다

MAURAGRIMALDI

마우라그리말디

Boston, EUA 1987.

Seoul, Coréia do Sul 1982.

Florianópolis, SC 1988.

São Paulo, SP 1988.

Porto Alegre, RS 1980.

São Carlos, SP 1983.

Lisboa, Portugal 1976.

Page 63: convivências #6

Agradecemos aos colaboradores do Ateliê Aberto #6 que, com grande entusiasmo e generosidade, dedicaram seu tempo e atenção ao projeto: Akio Aoki, Ana Maria Maia, André Komatsu, Baixo Ribeiro, Claudio Bueno, Condomínio Cultural, Daniela Labra, Edith Derdyk, Fabio Cypriano, Gui Mohallem, Jacopo Crivelli, Júlia Rebouças, Keila Alaver, Leticia Ramos, Marcelo Cidade, Oliver Basciano, Residência Artística FAAP, Thais Rivitti, Napoleon Miguel Alves, Edson e Christopher Mendes.

AGRADECIMENTOS고맙습니다

Page 64: convivências #6

+

a casa tomada é um espaço reservado para práticas, investigaçoes e reflexões de caráter artístico. O projeto surgiu da von-tade de construir um espaço que fosse um ponto de convergência entre as diversas áreas de atuação das artes. Focado em todo o processo de produção e não so-mente num produto final, o Ateliê Aberto tem como proposta incentivar a discussão e o desenvolvimento de trabalhos motivados pela vivência compartilhada na Casa, além de discutir o hibridismo de linguagens nos processos artísticos contemporâneos.

www.casatomada.com.br

집을 짓는 일은 예술적인 관행, 조사 및 반영이다. 프로젝트는 예술의 여러 분야 간의 융합되는 지점을 구축하기 위해 진행된다. 단순히 결과물을 만드는데 그치는 것이 아닌, 프로덕션 과정에 촛점을 맞추며, 오픈 스튜디오는 토론과 작업의 진행 과정을 격려한다. 또한 공동거주하며 현대 미술의 복잡하고 다양한 언어를 사용하여 토론한다.