Corpo Gênero e Sexualidade

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/23/2019 Corpo Gnero e Sexualidade

    1/6

    Corpo gnero e sexualidade

    As relaes de gneroreferem-se s relaessociais de poder entre homens e mulheres, em quecada um tem seu papel social que determinadopelas diferenas sexuais. Este tipo de relaodesigual imposto pela sociedade antes mesmo dacriana entrar na escola comum no espaoescolar, que apenas refora os preconceitos e

    privilgios de um sexo sore outro e a!uda naconstruo da identidade sexual das meninas e dosmeninos, utili"ando-se da disciplina comoinstrumento para orientar a conduta das crianassegundo seu g#nero. $ conceito de g#nero quepretendemos enfati"ar est% ligado diretamente hist&ria do movimento feminista contempor'neo,um movimento social organi"ado, usualmente

    remetido ao sculo ()( e que prope a igualdadenas relaes entre mulheres e homens atravs damudana de valores, de atitudes e comportamentoshumanos.

    Apesar de o movimento feminista serevidenciado a partir do sculo ()(, sua primeira vo"surgiu ainda no sculo ()*, quando +hristine isan,primeira mulher indicada a ser poeta ocial dacorte, mostrou seu discurso articulado de maneiraconsciente em defesa dos direitos da mulher,polemi"ando com escritores renomados acerca daigualdade entre sexos. ara tanto

    Armou a necessidade de se dar s meninasuma educao id#ntica dos meninos /0efosse costume mandar as meninas escola

    e ensinar-lhes as ci#ncias, como se fa"em

  • 7/23/2019 Corpo Gnero e Sexualidade

    2/6

    aos meninos, elas aprenderiam da mesmaforma que estes compreenderiam assutile"as das artes e ci#ncias, tal como eles1

    0eguindo esta linha de racioc2nio, onde a educaoera vista como uma forma de alcance da igualdade,que na passagem do sc. ()( para o sc. ((, asfeministas se asearam na losoa, que entendia oser humano como, para reivindicar formasigualit%rias de educao visando igualdade entresexos. )sto , !% que todos 3as4 nascem como /folhasde papel em ranco1, se o mesmo tipo de educao

    fosse dado tanto a meninos quanto a meninasamos aprenderiam da mesma maneira . +om a5evoluo 6rancesa acentuam-se as diferenasentre homens e mulheres, onde elas apesar departiciparem ativamente ao lado dos homens doprocesso revolucion%rio, no tiveram as conquistasestendidas a seu sexo. Assim o movimentofeminista ganha caracter2sticas da pr%tica de ao

    pol2tica organi"ada. 7uacira 8ouro 39:::4 ressaltaque a /primeira onda1 do feminismo comea no sc.()( com as /manifestaes contra a discriminaofeminina1. As reivindicaes, neste momento,tinham o foco originalmente na promoo daigualdade nos direitos contratuais e de propriedadepara homens e mulheres, e na oposio decasamentos arran!ados e da propriedade de

    mulheres casadas 3e seus lhos4 por seus maridos.;o entanto, no m do sculo ()(, o ativismo passoua se focar principalmente na conquista de poderpol2tico, especialmente o direito ao voto por partedas mulheres. A luta pelo direito ao voto femininono se caracteri"ou por ser um movimento demassas, em como ocorrera em pa2ses comoEstados

  • 7/23/2019 Corpo Gnero e Sexualidade

    3/6

    6eminino, que o!etivava ressuscitar os deatessore o voto da mulher no +ongresso ;acional. Estaluta se deu atravs da presso que as mulheresexerciam sore os memros do congresso e peladivulgao de informaes referentes a suasatividades na imprensa para que houvesse amoili"ao da opinio p>lica . Apesar da lutaconstante, somente em 9:?@, o Estado do 5io7rande do ;orte estaeleceu em sua constituio aincluso do voto feminino, dando fora aomovimento que foi alcanando outros estados atque em 9:?, o presidente 7et>lio *argaspromulgou o decreto-lei permitindo mulheres deirem s urnas. orm vale lemrar que quando istoaconteceu, o direito !% havia sido implantado em 9=Estados do a2s, ou se!a, esta lei representou aociali"ao nacional de um direito queinevitavelmente se instalaria em todos os Estadosao longo dos anos.

    ;os anos = e B= do sculo (( houve,portanto, um atendimento de proposies dasmulheres, onde elas poderiam votar e seremvotadas, ingressar em instituies escolares e sereminseridas no mercado de traalho. ;este mesmoper2odo, eclode a ascenso do na"i-facismo e apreparao para uma nova guerra mundial.0eguindo este vis a armao da igualdade de

    sexos vai de encontro s necessidades econCmicas,!% que os homens precisavam ir para as frentes deatalha, sendo fundamental a incluso da mulher nosetor empregat2cio. ;o nal do per2odo de guerra,os soldados voltam aos seus pa2ses e ao retornar aideologia que valori"a a diferenciao de papis deacordo com os sexos ganha foras novamenteseparando homens para o espao p>lico 3rua4 e

    mulheres para o espao privado 3casa4, utili"ando

  • 7/23/2019 Corpo Gnero e Sexualidade

    4/6

    como instrumento de misticao destes papis, osmeios de comunicao que colocavam a mulhercomo a /rainha do lar1, desvalori"ando assim amo-de-ora feminina, sendo esta suplementar aotraalho masculino. 0egundo Doreira e itangu3?==4, neste momento, destaca-se uma vo" isoladachamada 0imone de Feauvoir que escreveu livrosdenunciando as ra"es culturais da desigualdadesexual colocando que era necess%rio estudar amaneira que a mulher aprende sua condio e comoela vivencia isso. 5essaltam que, as an%lises deFeauvoir so um marco, ao passo que delineia asases da reGexo feminista que ressurgir% somentena dcada de 9:H=. $ termo /primeira onda1comeou a ser utili"ado depois que o termo/feminismo de segunda onda1 comeou a ser usadopara descrever um movimento feminista mais novo,que focali"ava tanto no comate s desigualdadessociais e culturais quanto s pol2ticas. Em 9:H=comea o desdoramento da /segunda onda1 dofeminismo, que ir% se voltar para as construespropriamente te&ricas, alm das preocupaessociais e pol2ticas, prolemati"ando o conceito deg#nero. As feministas de /segunda onda1 viam asdesigualdades culturais e pol2ticas das mulherescomo ligadas irremediavelmente, por issoincentivavam ativamente as mulheres acompreenderem aspectos de suas vidas e reGetiremas estruturas de poder sexistas. Ienunciando entoa m2stica de um /eterno feminino1, ou se!a, aarmao de uma inferioridade natural aseada emfatores iol&gicos. 8evando as mulheres aquestionarem a idia de predestinao de homens emulheres a cumprirem papis opostos na sociedade,atriuindo ao homem uma posio de mandodecorrente de uma hierarquia mascarada. J, ento,que 0imone Feauvoir 39:K=4 arma que /no se

  • 7/23/2019 Corpo Gnero e Sexualidade

    5/6

    nasce mulher, torna-se mulher1 na ora /$ segundo0exo1, pulicada em 9:B:, fa"endo refer#ncia criao cultural do /masculino1 e do /feminino1sendo estes comportamentos apreendidos por meiodo processo de sociali"ao que d% a cada sexo umaatriuio de funes sociais diferentes eespec2cas. ;esse o!o, aqui no Frasil, Leleiteth0aMoti 39:@:4 fa" uma pulicao em 9:H:,denominada /A Dulher na 0ociedade de +lasses1,onde reGete sore a condio da mulher dentro dosistema capitalista, colocando que essa condiono decorre somente ligada s relaeseconCmicas, !% que oservada dentro daautonomia relativa a outras estruturas. A /segundaonda feminista1 continuou a existir deste ento, ecoexistiu com o que chamado de /terceira onda1.A dcada de 9:H= foi marcada por lutas intensascontra o colonialismo, e a discriminao de raas,pelo direito das minorias e por reivindicaes deestudantes. 0endo que no ano de 9:HK, diferentesgrupos 3intelectuais, estudantes, negros, mulheres,

    !ovens, etc.4 expressam sua insatisfao em relaoaos tradicionais arran!os sociais e pol2ticosalargando as fronteiras do entendimento decontradies sociais para alm do contextoeconCmico, mostrando a exist#ncia de outrasformas de exercer o poder. Estes movimentoscolocam interesses individuais para o campo dopol2tico, fa"endo com que se tornem interessescoletivos, assim, percee-se que o ser social no seencerra na experi#ncia de sua classe. ;essecontexto, o movimento feminista contempor'neoressurge como movimento de massa expressando-se atravs de livros, revistas e !ornais. 0urgem oschamados /Estudos da Dulher1, que t#m comoo!etivo tornar vis2vel a segregao social e pol2ticaque as mulheres foram historicamente sumetidas.

  • 7/23/2019 Corpo Gnero e Sexualidade

    6/6

    Ientre os muitos traalhos, as caracter2sticasfemininas so exaltadas ou criticadas, destacam-seos estudos do mundo domstico como o/verdadeiro1 universo da mulher, em como asatividades que exerciam fora do lar nas f%ricas,ocinas e lavouras. As estudiosas feministas iriamtamm demonstrar e denunciar a aus#nciafeminina nas ci#ncias, nas artes e letras. Aspesquisadoras utili"avam ainda uma noo de umuniverso feminino separado tentando construir umasicologia da Dulher. 6oi tamm na dcada de9:@= que as feministas perceeram, que apesar dasconquistas educacionais, em que era oferecida amesma oportunidade de conhecimentos a homens emulheres, a igualdade no fora atingida como antesse acreditara. Elas notaram ainda que as diferenasentre sexos, constru2das social e culturalmente noeram ruins em si mesmas, ao contr%rio,aumentavam a diversidade humana e aspossiilidades criativas dos seres humanos. $ quede fato era ruim era utili"ar essas diferenas paracriar hierarquias e poderes desiguais . As feministasoservaram ainda que diferenas iol&gicas como agestao e o parto requeriam novos direitos a seremassegurados para as mulheres, tais como, leistraalhistas que coiissem as demisses devido gravide" de funcion%rias. Iessa forma, originou-se areGexo de que era necess%rio instituir direitosespec2cos para as mulheres, visando proporcionars mulheres igualdade de tratamento em relaoaos homens no mercado de traalho. $ que mostraque nem sempre direitos iguais, ou se!a, quearangem todas as pessoas promova a igualdadeentre estes indiv2duos.