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antes d
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o era o ato, conform
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ne, assim
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esmo tecid
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agem qu
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romete o
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seus atos. N
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a trama tam
bm esto an
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te,
no cam
po con
stitud
o de d
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busca n
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Sem
inrio d
edicad
o ao tema, o estatu
to do ato, com
o se ele fosse n
ico,
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ropried
ades esp
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e um
verda-
deiro com
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um
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e o ato se torne
possvel ou
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fazer? Op
es no exclu
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ntas alu
dem
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rio concebe a resp
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lise:
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a, no reen
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e o fim d
e anlise
acontece qu
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e se
reencon
trou aqu
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e se prision
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reencon
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e singu
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e prp
ria
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anto fu
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ito.
Para exemp
lificar este ined
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sar
e o atravessamen
to do R
ubico. R
ubico era o n
ome an
tigamen
te utiliza-
do d
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etentrion
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ara o mar A
dritico. N
o scu-
lo I a. C., este rio form
ava a linh
a de fron
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rovncia
roman
a da G
lia Cisalp
ina. E
m 49 a. C
., o futu
ro dirigen
te roman
o Jlio
Csar fez a su
a famosa travessia d
o Ru
bico, dep
ois do S
enad
o roman
o
t-lo proibid
o de en
trar na Itlia com
seu exrcito. Tal m
edid
a visava a
imp
edir qu
e os generais m
anobrassem
grand
es contigen
tes de trop
as no
n
cleo do Im
prio R
oman
o, evitand
o riscos estabilidad
e do p
oder cen
-
tral. Qu
and
o Jlio C
sar atravessou o R
ubico, em
persegu
io a Pomp
eu,
violou a lei, torn
and
o inevitvel o con
flito e a deflagrao d
e um
a guerra
civil. A exp
resso atravessar o Ru
bico passou
a ser usad
a desd
e ento
para referir a qu
alquer p
essoa que tom
e um
a deciso arriscad
a de m
anei-
ra irrevogvel, sem volta.
Lacan evoca C
sar e o Ru
bico para con
siderar qu
e o ato no qu
al-
quer ao, p
osto que u
ma ao sign
ificante. O
ato no se refere m
agni-
tud
e do obstcu
lo, mas sim
ao valor significan
te que o acom
pan
ha. C
sar
no p
erman
ece igual d
epois d
o ato, pois ele d
lugar a algo in
aud
ito.
Ultrap
assar o Ru
bico no tin
ha, p
ara Csar, u
ma sign
ificao militar
decisiva. M
as, em com
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sao, ultrap
ass-lo era entrar n
a terra-me, a
terra da R
ep
blica, aquela em
que abord
ar era violar. (...) No terren
o do
ato h tam
bm certa u
ltrapassagem
, ao evocar essa dim
enso d
o ato re-
volucion
rio e caracteriz-lo como d
iferente d
e toda a eficcia d
a guerra
e que se ch
ama su
scitar um
novo d
esejo (lio 10 de jan
eiro de 1968).
En
fim, n
a trama d
o dizer e fazer, in
cluem
-se ato e significan
te, tra-
vessia dos obstcu
los imp
ostos pelo fan
tasma, n
ovo lugar, d
esejo renova-
do e su
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ado. A
esto algun
s dos elem
entos qu
e as Jornad
a
Cln
icas da A
PP
OA
preten
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tecer, percorrer.
Jo
rna
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LISE
06 e 07 de n
ovembro d
e 2010
Cen
tro de E
ventos d
o Hotel P
laza So R
afael
Av. A
lberto Bin
s, 514 Porto Alegre R
S B
rasil
Freud
abre o sculo X
X p
ropon
do n
os captu
los da Psicop
atologia da
Vid
a Cotid
iana u
ma reviravolta n
a forma d
e pen
sar os esquecim
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escontin
uid
ades qu
e se apresen
tam com
frequn
cia em n
osso
dia a d
ia. Toma seu
trao de en
igma e p
rope su
a decifrao com
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o flutu
ante d
e um
pesqu
isador qu
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etalhes m
ais sutis, p
ara
alm d
as evidn
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dian
a, destaca os atos
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al e a passagem
ao ato prop
ond
o esse estranh
o par d
e
palavras, o ato p
sicanaltico. In
terroga: O qu
e para o p
sicanalista u
m
ato? Qu
al sua p
arte no jogo? S
eria a interp
retao? Seria a tran
sferncia?
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augu
ra um
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em com
o incon
sciente, Lacan
, no S
emi-
nrio X
V, faz um
outro giro, form
ulan
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iviso $
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o
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terromp
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os
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e maio d
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and
o foi cham
ado a tom
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posio e o fez em
ato, jun
tand
o-se s barricadas d
os estud
antes. C
om
isso ind
icou qu
e todo ato p
orta um
a face de su
bverso, de m
ovimen
to, de
abertura d
o incon
sciente. O
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a med
ida em
que, ao
romp
er com o estabelecid
o, inau
gura u
m n
ovo comeo, p
rodu
z um
a alte-
rao a partir d
a qual j n
o h m
ais retorno p
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e autoriza a
tarefa psican
alisante. Faz su
rgir a ambigu
idad
e que m
arca o sujeito em
relao ao saber, divid
ido em
sua h
incia fu
nd
amen
tal, que n
o se revela
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sua face d
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ento.
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te. Com
o
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em e se con
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lise nos d
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te e analista? C
omo se com
binam
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-
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o ato e da lin
guagem
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o dizer e d
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altica?
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Mesa 1
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Isidoro V
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Intervalo
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Mesa 2
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Alba Flesler E
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Mesa 3
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Intervalo
17h30
Con
ferncia Faa!
Jacques Laberge In
terseco Psicanaltica d
e Brasil - R
ecife
07/11 DO
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9h30
Mesa 4
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Maria A
uxiliad
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PP
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Intervalo
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ressituan
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o psican
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1 Artigo elaborado a partir de trabalho apresentado pela autora na Jornada de Abertura da APPOA, em abril de 2010.
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Lucy Lin
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Profissionais
R$140,00
R$180,00
* Estudantes de GRADUAO e recm form
ados at 2 anos, mediante com
provao.** Se houver vagas
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e segun
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ra, das 8h
30min
s 21h30m
in e sextas-feiras, d
as 8h30m
in s 20h
.
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ara o Ban
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cia: 0032, conta-corren
te: 06.039893.0-4 ou B
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, agncia: 0604,
conta-corren
te: 32910-2. Neste caso, en
viar, por fax ou
e-mail, o com
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ara a inscrio ser efeti-
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altica, ento,
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cide, ap
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esmo.
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sicanalista op
era por seu
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a cotidian
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imen
so do ato, seja falh
o, sintom
tico ou acid
ental, n
o se tratar
jamais sen
o do sign
ificante a bu
scar leitura, qu
e s pod
e ser efetuad
a
posteriori. D
estaque p
ara o termo: n
achtrglich, a posteriori. Ele fu
nd
a-
men
tal na an
lise e na form
ao, constitu
ind
o o temp
o de elaborao.
No sabem
os do ato qu
e o analista leva a cabo, sen
o pelos efeitos, s
dep
ois. No h
nad
a que ele p
ossa saber antecip
adam
ente fala d
o
analisan
te.
Ap
agado qu
anto ativid
ade, lh
e cabe interrogar as relaes d
o ser
com a fala. S
ua resp
onsabilid
ade, n
a transfern
cia, no se refere in
ter-
veno em
qualqu
er contexto in
tersubjetivo, n
o nvel d
as relaes de ob-
jeto, mas ao d
iscursivo. Freu
d m
encion
a, na In
terpretao d
os sonh
os,
que ao an
alis-los algo era deixad
o em su
spen
so, send
o semp
re ali que
um
a verdad
e ficava retida, in
du
zind
o a erros de in
terpretao. O
verda-
deiro p
asso, essencial qu
anto ao ato, p
ostula Lacan
, precisa ser d
ado p
ara
clarear a noo, a fu
no d
o descon
hecim
ento, d
a babaquice, p
ara ressal-
tar a pertin
ncia e o valor d
o lapso, d
a dim
enso d
o chiste.
preciso
trazer a verdad
e ao camp
o do O
utro, p
elo chiste, d
imen
so aberta somen
-
te quan
do a su
spen
so deixa o sign
ificante em
seu jogo.
O in
teresse fascinan
te desses d
ois captu
los que n
o ato sintom
ti-
co, o prim
eiro a ser situad
o por Freu
d, h
algo de origin
al, h u
ma abertu
-
ra, um
trao de lu
z, algo de in
un
dan
te que p
or mu
ito temp
o no voltar a
se fechar. V
emos a extrem
a acolhid
a de Freu
d e Lacan
para com
o sinto-
ma, tom
and
o-o por u
m lad
o como fracasso d
o que sabvel p
elo sujeito,
mas, p
or outro, com
o algo que sem
pre rep
resenta algu
ma verd
ade, con
s-
de seu
ato? O qu
e lhe au
toriza? O qu
e perm
ite instalar u
ma an
lise, como
se desd
obra e o que seria o seu
trmin
o? A qu
esto se imp
un
ha n
aquele
mom
ento e Lacan
ressalta que a p
assagem d
o analisan
te a psican
alista
resulta d
e um
a mu
tao do d
esejo, j que n
o se trata se realiza-lo, mas
de en
gajar-se na p
rtica a partir d
o desejo d
o analista.
J de in
cio, Lacan d
iz que vem
os o ato na en
trada d
e um
a anlise.
Ela exige o ato d
e se decid
ir e a se opera u
m fran
queam
ento. In
stalar-se
como p
sicanalista tam
bm con
stitui u
m ato, qu
and
o chega ao p
onto d
e
que este p
ossa inscrever-se em
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lugar, p
or exemp
lo, nu
ma in
stitui-
o. Ou
, o incon
sciente sem
pre existiu
, mas qu
and
o Freud
reconh
ece seus
efeitos e o inscreve d
e forma in
contestvel n
a cultu
ra falamos d
a fun
da-
o da p
sicanlise com
o ato. A, h
ouve algo d
a escritura, sem
pre im
plicad
a
nu
m ato.
E fu
nd
ar um
a institu
io psican
altica constitu
i um
ato, j que a h
is-
tria da p
sicanlise est rep
leta de in
stituies, fu
nd
adas e d
issolvidas
nu
m p
iscar de olh
os? A fu
nd
ao da A
PP
OA
constitu
iu e ap
s seus 20
anos n
os pergu
ntam
os o que foi fran
quead
o ento?
Para desd
obrar a ind
agao sobre o que o ato p
sicanaltico, Lacan
diz qu
e para aced
er a um
saber preciso con
siderar a d
imen
so da verd
a-
de in
conscien
te do d
esejo. A isso n
o acedem
os por u
m saber p
rescritivo
e introd
uz, ain
da, u
ma d
iferena d
e prin
cpio em
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iversidad
e.
Diz qu
e se vm ou
vi-lo porqu
e tm a im
presso d
e que ali se en
un
cia
algo que p
oderia ter con
seqn
cias. O p
rincp
io do qu
e cham
ou en
sino
de facu
ldad
e que tu
do p
osto em circu
lao de form
a tal que n
o tenh
a
conseq
ncias, n
o ocasione d
esorden
s. Pois, na p
sicanlise, o ato tem
conseq
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o lado d
o psican
alisante, d
a subverso d
o su-
jeito; no visa recon
fortar e no in
cide em
fatos da vid
a, mas em
sua
posio d
iscursiva. O
estatuto d
o sujeito n
o se realiza seno n
a lingu
a-
gem, em
sua estru
tura, e o ato an
altico no a d
eixa intacta. H
, portan
to,
desord
em, p
ara que o fan
tasma, a relao d
o sujeito ao objeto qu
e o alie-
ou
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a.
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rio X
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erge quan
do o an
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analista s p
ode ligar u
ma cad
eia at ento d
esconh
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que con
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a anlise e d
o ensin
o da p
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omo
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sinar, se o p
sicanalista, p
or defin
io, no sabe e n
o disp
e de
prescries? C
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m p
recisa haver-se com
a singu
laridad
e de su
a traje-
tria. A cu
ra deriva, p
ois, do exerccio d
a palavra e n
o possvel en
si-
nar, sen
o transm
itir um
a experin
cia de in
vestigao do in
conscien
te.
Se o an
alista faz algo simu
lar que sabe, e seu
ato de sim
ulao
causa d
e um
processo n
o qual ele p
isa em falso p
ara renovar a p
resena
do su
jeito, fazer surgir a m
isteriosa relao do $ ao objeto qu
e o aliena.
Esta su
posio en
gend
ra algo parecid
o com o am
or, qu
e no ser
correspon
did
o, mas in
staurar o circu
ito da d
eman
da e colocar em
cir-
culao a p
alavra. O ato d
o analista aceitar ser su
porte d
a sup
osio
que au
toriza o sujeito a am
ar e falar e, na in
stituio, a p
rodu
zir. Am
pa-
rado u
nicam
ente n
o desejo d
o analista, d
e extrair da fala o con
ted
o
incon
sciente, ele in
staura a exp
erincia d
iscursiva qu
e se end
erea ao
Ou
tro, nu
nca su
a pessoa, d
and
o garantias p
ara o amor d
e transfern
cia
se desd
obrar. u
ma su
posio
til para en
gajar o sujeito n
a tarefa e
fazer entrar em
jogo o Ou
tro. H u
m qu
e j sabe. Este seu
estatuto e
dessa p
osio em falso qu
e o caracteriza, o analista, su
stentad
o apen
as
pelo d
esejo do an
alista, s se autoriza p
elo eco, pelo efeito d
e seu ato.
No h
autorizao an
tecipad
a, fora do lao tran
sferencial e d
a emer-
gncia d
o saber no sabid
o do in
conscien
te. No existe, em
nen
hu
m
lugar, S
.s.S., m
uito m
enos p
ara o analista. N
o entan
to, seu ato u
ma
profisso d
e f no S
.s.S.
Esta a estru
tura d
o ato para Lacan
, dar su
porte tran
sferncia. E
tal
estrutu
ra ele pe em
ato peran
te o p
blico que vem
ouvi-lo, n
um
a opera-
o clara de tran
smisso. E
le diz: N
o posso oferecer-lh
es nad
a em troca
de su
a presen
a, mas p
ede qu
e lhe en
derecem
pergu
ntas e observaes,
que in
diqu
em com
o o escutam
, estabelece um
meio d
e trocas, perm
ite
titui u
m d
izer, como criao. Logo, n
o pod
e ser disp
ensad
o, pois tem
fun
o. Am
bos conclu
em qu
e se trata de abrir as vias ao qu
e do sexu
al
escapa ap
reenso n
a lingu
agem.
Lacan se p
ergun
ta semp
re a quem
se end
erea e diz qu
e seu m
odo d
e
ensin
o se organiza fora d
a transm
isso de u
m saber n
ormativo, o d
os ins-
titutos d
e ento.
da tran
smisso d
e um
estilo que se trata, p
onto qu
e
para a A
PP
OA
fun
dam
ental garan
tir. Nas socied
ades qu
e men
ciona, o
analista con
strangid
o a susten
tar um
discu
rso abusivam
ente d
idtico,
que n
o tem a ver com
os problem
as prop
ostos pela exp
erincia cotid
ia-
na. C
omo organ
izar um
ensin
o que n
o mascare o qu
e fica semp
re oculto
nas p
sicanlises d
itas did
ticas? esta a qu
esto que p
residiu
a fun
dao
da A
PP
OA
e dirige n
ossos pressu
postos d
e formao.
A p
rincip
al das qu
estes a diferen
ciar como p
rincp
io do seu
ensin
o
o que Lacan
acentu
a: O qu
e pod
e ser o fim d
a psican
lise did
tica, j
que seu
trmin
o burocraticam
ente p
r-determ
inad
o? O qu
e seria o tr-
min
o de u
ma op
erao que tem
relao com a verd
ade? N
aquele m
ode-
lo, seria possvel con
ceber o fim com
o resto da an
lise da tran
sferncia?
E o qu
e a anlise d
a transfern
cia? No sen
o a elimin
ao do
sujeito su
posto ao saber. C
itao de Lacan
: ... no cu
rso do fazer p
sicana-
lisante, n
a camin
had
a em d
ireo ao que d
iz respeito ao h
orizonte, m
i-
ragem, ao p
onto d
e chegad
a... de sad
a o psican
alisante tom
a seu basto,
carrega seu alforje, p
ara ir ao encon
tro, ao encon
tro marcad
o com o su
jei-
to sup
osto saber. Assim
comea u
ma an
lise, este comeo d
etermin
a seu
desd
obramen
to e o que p
recisar ser resolvido d
a transfern
cia ao final.
Mas, o an
alisante n
o susp
eita que a este en
contro m
arcado o S
.s.S
no com
parecer, p
orque ele u
m artefato. N
o entan
to, preciso su
p-lo.
O an
alista simu
la que a p
osio do S
.s.S. seja su
stentvel, p
orque n
essa
sup
osio est a n
ica possibilid
ade d
e acesso verdad
e que o $ s en
tre-
ga ao sup
or que o an
alista sabe do qu
e o determ
ina, qu
and
o de fato o qu
e
o determ
ina su
stenta-se ap
enas n
um
a cadeia articu
lada d
e significan
tes,
ou
tub
ro 2
01
0 l c
orre
io A
PP
OA
.13
co
rre
io A
PP
OA
l ou
tub
ro 2
01
012.
tem
tic
a.
Pro
du
es
tex
tua
is: S
em
in
rio X
V d
e L
ac
an
.
respon
svel por d
eixar o analisan
te trabalhar e o an
alista man
ifestar-se
apen
as na d
imen
so do ato e d
a interp
retao, s se susten
ta no fato d
e
que se su
pe qu
e o psican
alista tenh
a chegad
o ao trmin
o da an
lise,
quan
do ad
vm a castrao e seu
analista n
o mais S
.s.S. Pon
to de vira-
da d
e psican
alisante a p
sicanalista, referen
te de tod
a comp
etncia an
a-
ltica. Esta con
cepo d
a transfern
cia nova.
esta estrutu
ra do ato,
seu verd
adeiro n
na fu
no d
o S.s.S
., que p
recisamos con
hecer p
ara sa-
ber o que se p
assa no cam
po lim
itado qu
e a psican
lise.
O ato se d
efine p
or ser corte nu
ma cad
eia, logo, o fim d
a anlise n
o
pod
eria ser concebid
o a no ser n
a lgica de u
m corte, op
erado p
ela trans-
ferncia n
a transfern
cia, desp
rend
end
o o sujeito d
a alienao ao objeto
do fan
tasma, n
a cena em
que se v com
o objeto do O
utro. T
rata-se para o
analista d
e faltar ao encon
tro marcad
o com o S
.s.S, p
ara comp
arecer em
Ou
tro lugar, p
ois no h
encon
tro possvel.
O qu
e se torna o S
.s.S? S
eguram
ente, ele cai. S
pod
e aceitar a su-
posio d
e saber o analista qu
e aceitar que cair e for cap
az de fazer com
o analisan
te o luto d
os significan
tes que su
stentam
o eu id
eal, caso con-
trrio, man
ter a alienao.
da articu
lao do ato com
a verdad
e, com o
saber insabid
o, que Lacan
parte p
ara avanar. O
saber (enqu
anto con
he-
cimen
to) lembra, u
ma fu
no im
aginria, u
ma id
ealizao. Nu
nca sa-
bemos tan
to quan
to sup
omos. A
verdad
e, ao contrrio, est n
o lugar d
o
Ou
tro, acessvel investigao.
Vem
os que se n
o h p
aridad
e na tran
sferncia, con
jun
o, h con
ju-
gao do ato e d
a tarefa, atravs do a, com
o termo m
dio. O
objeto a
efeito do d
iscurso d
o psican
alisante, d
ecisivo para tu
do o qu
e diz resp
ei-
to estrutu
ra do in
conscien
te e interven
o analtica. O
psican
alista
por estar em
posio d
e a, faz girar tud
o que d
iz respeito ao d
estino d
o $,
na relao com
a verdad
e. Lacan d
iz que o an
alista no p
ossui, m
as faz
semblan
te desse objeto. E
le se faz de olh
ar, de voz, d
e fezes a reter ou
expu
lsar, de falo a con
quistar, torn
and
o possvel a op
erao. Ele n
o
objeto, nem
saber, semblan
te.
que os in
teressados in
screvam su
a presen
a e man
ifestem seu
desejo. Q
ue
tomem
a palavra e n
o se apegu
em ao saber qu
e sup
em n
ele. Assim
,
Lacan faz com
parecer su
a castrao e, por efeito, a d
os ouvin
tes.
o qu
e faz o psican
alista. Sem
significao e sem
formu
lar qualqu
er
dem
and
a pe o vazio em
jogo, sabend
o que o resd
uo in
conscien
te, ao
qual o su
jeito inap
to para acessar, a verd
ade, qu
e no se revela sen
o
em d
etermin
adas con
dies. E
o que Lacan
transm
ite que a castrao
do an
alista imp
rescind
vel a estas cond
ies, na an
lise e na tran
smis-
so. A castrao, d
iz ele, imp
lica s que o su
jeito aceda ao qu
e no tem
.
Ele n
o tem o rgo qu
e prom
overia o gozo n
ico, un
rio, un
ificante, ele
no tem
nad
a que seja o U
M qu
e faria o gozo na con
jun
o dos sexos. A
anlise tran
scorre tentan
do in
screver esta falta. Portanto, ir at o seu
fim
o que abre p
ara a chan
ce de aced
er castrao, n
ico referente qu
e,
segun
do Lacan
, autoriza a p
assagem p
sicanalista. E
le diz algo m
arcante:
a pressa o qu
e deixa escap
ar a verdad
e. O trm
ino d
a operao tem
a
ver com a p
assagem d
este objeto a (olhar, voz, fezes, falo), d
o lugar ilu
s-
rio de u
nificao p
ara, inscrito com
o perd
ido, op
erar como cau
sa de d
e-
sejo. O $ efeito d
a inscrio d
essa perd
a e preciso qu
e ele faa essa
transio, via am
or de tran
sferncia, p
ara saber o que lh
e falta, n
ico
saber possvel ao d
eparar-se com
seu fan
tasma.
p
reciso que h
aja um
ato que seja criad
or, e que esteja ali u
m n
ovo
comeo, qu
e no se in
stitui per se, e sem
pre se coloca qu
and
o h n
eces-
sidad
e de tran
sferir algo ordem
do sign
ificante. O
$, apartad
o do objeto
a a criao.
Ou
tro pon
to nu
clear na n
oo de ato a bip
artio que Lacan
estabe-
lece entre fazer e ato: qu
em faz o an
alisante.
ele quem
fala o temp
o
todo, qu
e toma o basto e em
preen
de a cam
inh
ada.
um
fazer de p
ura
fala, na qu
al o $ colocado em
ato. Ao an
alista cabe garantir a in
staura-
o do d
iscurso, absten
do-se d
o seu d
esejo de su
jeito e da m
obilidad
e,
para d
eixar o significan
te emergir n
a dem
and
a. A m
anu
teno d
estes lu-
gares que n
o so de p
aridad
e cond
io da an
lise. E esta bip
artio,
ou
tub
ro 2
01
0 l c
orre
io A
PP
OA
.15
co
rre
io A
PP
OA
l ou
tub
ro 2
01
014.
tem
tic
a.
Pro
du
es
tex
tua
is: S
em
in
rio X
V d
e L
ac
an
.
analista), im
ped
e a aprop
riao do saber n
o sabido d
o incon
sciente, qu
e
s ocorre pela via d
o significan
te. Preserva a fan
tasia de restitu
io do
que teria sid
o perd
ido d
o prp
rio corpo. A
susten
tao dessas im
agens
desem
boca na d
ecepo, n
as queixas e acu
saes, tantas vezes d
irigidas
aos analistas e in
stituies, d
e no en
carnarem
o pai in
castrado cap
az de
reconh
ecer a imagem
ideal; o qu
e perm
eia a formao d
e conte
dos
persecu
trios, equivoca au
torizao (efeito do acesso ao saber in
consci-
ente) com
dem
and
a de recon
hecim
ento (d
o olhar p
ara a imagem
), buro-
cratiza a passagem
psican
alista e parece levar s rep
etidas d
issolues
e rup
turas d
e transfern
cias, to recorrentes n
o movim
ento p
sicanaltico.
Aqu
i, os actings-ou
t e passagen
s ao ato parecem
constitu
ir atividad
e para
tapar u
m bu
raco angu
stiante. A
tividad
e de ru
ptu
ra para escap
ar da p
as-
sividad
e alienan
te frente a u
m objeto p
ersecutrio, on
de talvez ten
ha fal-
tado a d
imen
so do ato qu
e o fizesse faltar para op
erar como cau
sa de
desejo. Q
uan
do o su
jeito no sofreu
fraturas em
anlise, d
ilacera-se o lao
institu
cional.
Lacan ap
ontar qu
e, se no h
jun
o entre h
omem
e mu
lher, tam
-
bm n
o h en
tre analisan
te-analista, e acrescen
tamos qu
e no h
entre
mestre-alu
no, an
alista-institu
io. Pode h
aver conju
gao, na m
odalid
a-
de qu
e apon
tamos, p
ois em tod
a transfern
cia emergir o objeto a.
Ao ad
entrar n
a lgica dos qu
antificad
ores, Lacan d
iz que escolh
eu
represen
tar o sujeito n
o pelo u
niversal, m
as pelo trao, o qu
e exige que
cada u
m tom
e seu basto, se en
tregue tem
poralid
ade d
o incon
sciente,
experim
ente o vazio d
e dem
and
as, se faa ouvir e se ap
roprie d
o saber
incon
sciente.
s o que h
aver em seu
alforje.
Para encerrar: o qu
e a AP
PO
A fran
queou
em su
a fun
dao e ao lon
go
de seu
s 20 anos? O
que lh
e perm
itiu d
ar o salto e operar n
a formao e
transm
isso? Na m
inh
a percep
o, o reconh
ecimen
to de u
ma d
vida, qu
e
perm
itiu a ap
ropriao d
e significan
tes fun
dam
entais d
e nosso cam
po, a
partir d
os quais cad
a um
se inclu
i nas d
obras entre o sin
gular e o coleti-
vo. d
o reconh
ecimen
to de u
ma d
vida qu
e nasce a p
ossibilidad
e de
Assim
, o analista feito (ou
efeito) em an
lise, quan
do falou
e viu
prod
uzirem
-se alteraes de su
as inscries in
conscien
tes e pod
e ver re-
du
zir-se a fun
o do S
.s.S, m
edid
a que em
anlise su
a verdad
e passou
a
amp
arar-se na articu
lao significan
te, mas n
a formao ela p
ode teste-
mu
nh
ar os atos que ele p
rodu
ziu com
o analista e, n
um
determ
inad
o pon
-
to de su
a formao, n
ome-lo. Por isso, se tod
o ato levado a cabo n
o
descon
hecim
ento, n
em a an
lise, nem
a institu
io, pod
em totalizar ou
armazen
ar um
saber. O ato p
recisa semp
re renovar-se em
novas articu
la-
es da cad
eia significan
te, como p
ressup
osto da form
ao analtica,
motivo m
aior da in
stituio ao fazer circu
lar o discu
rso. Desta form
a,
formao e tran
smisso n
o ocorrem d
issociadas.
De in
cio, no p
ossvel ao an
alisante ad
mitir, p
or efeito da
idealizao, qu
e o analista castrad
o, que n
o disp
e do objeto su
posto.
Por isso, parte d
o ato analtico recu
sar-se a mascarar a falta com
um
fetiche, aten
der d
eman
da com
a reciprocid
ade am
orosa que p
e estes
objetos em circu
lao. Parece-me essen
cial ter claro que qu
and
o recusa-
da qu
e a dem
and
a insiste e a p
erda sim
bolizada, fratu
rand
o o eu id
eal e
abrind
o s iden
tificaes simblicas d
o Ideal d
e eu.
por ser p
arcial que
o objeto a perm
ite destitu
ir a iluso d
o todo e in
screver falta no in
consci-
ente. Por isso, ao an
alista interessa su
bstituir-se ao objeto n
a subjetivid
a-
de d
o analisan
te, para qu
e se efetue o barram
ento, se in
screva o no-tod
o
do sexo, se n
omeie o qu
e aliena e falta.
por esta via qu
e se inscreve o
singu
lar no u
niversal, algo d
o $ no O
utro. T
ransitar n
a discord
ncia fu
n-
dam
ental en
tre as dem
and
as do am
or de tran
sferncia e as recu
sas do ato
analtico, o qu
e constitu
i o desafio d
e toda an
lise.
O objeto a cen
tral no sem
inrio d
o Ato, d
efinin
do o qu
e no faz
mais p
arte do su
jeito, ao desfazer-se a alien
ao do am
or e a posio d
e-
cada d
o analista. O
que equ
ivale inscrio d
o desejo n
a lingu
agem.
Na m
inh
a leitura, o qu
e o semin
rio do A
to retoma com
o n
cleo da
experin
cia analtica, d
a formao d
o analista e d
a transm
isso da p
sica-
nlise: o ap
ego ao objeto imagin
rio, s imagen
s ideais (p
or exemp
lo: ser
ou
tub
ro 2
01
0 l c
orre
io A
PP
OA
.17
co
rre
io A
PP
OA
l ou
tub
ro 2
01
016.
tem
tic
a.
Pro
du
es
tex
tua
is: S
em
in
rio X
V d
e L
ac
an
.
Re
fer
nc
ias b
iblio
gr
fica
s
COSTA, Ana. Pontuao sobre transmisso em
psicanlise. In: Correio da APPOA, n. 186, dez. 2009.
LACAN, J. Discurso de Roma. In: Outros Escritos. Cam
po Freudiano no Brasil. RJ. Jorge Zahar Editor, 2003.
_______. O engano do sujeito suposto saber. In: Outros escritos. Campo Freudiano no Brasil. RJ. Jorge Zahar Editor, 2003.
_______. Proposio de 9 de outubro de 1967 sobre o psicanalista da Escola. In: Outros Escritos. Campo Freudiano no
Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
_______. Ato de Fundao. In: Outros Escritos. Campo Freudiano no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge zahar Editor, 2003.
_______. A transferncia. Seminrio VIII. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992.
_______. O ato psicanaltico. Seminrio XV. Escola de Estudos psicanalticos, 2008.
inscrever o p
rprio lu
gar, reconh
ecer o dos p
ares, escut-los, d
eixar as
anlises tran
scorrerem sem
pressa, testem
un
har as in
evitveis fraturas
que d
elas resultam
, acolher atos e, em
consequ
ncia
, s depois, nom
ear
analistas.
Digam
os que a A
PP
OA
se pau
tou p
elo seguin
te: se o sujeito n
o-
todo, se o objeto sem
pre p
arcial, se a verdad
e dita a m
eias, como p
en-
sar um
saber psican
altico que fosse tod
o? Um
a institu
io no a som
a
de saberes, u
ma con
jugao d
e faltas. Con
stitum
os um
a experin
cia
que in
cluiu
a castrao fazend
o circular a p
alavra, desfazen
do alien
a-
es e inscreven
do o d
esejo, na bu
sca de elaborao e ap
ropriao d
a
experin
cia. Ren
un
ciamos solid
o e captu
ra, j que o o ato an
altico
sem cap
tura, d
iz Lacan, em
ato, a cada vez qu
e dirigim
os e de p
assa-
mos a p
alavra aos pares.
Da solid
o de Freu
d, ao fu
nd
ar um
Com
it secreto para p
reservar a
teoria quan
do n
o mais vivesse; d
a solido d
e Lacan, ao fu
nd
ar a Escola
Freud
iana d
e Paris (jun
ho/64), exp
ressa no A
to de fu
nd
ao: Fun
do, to
sozinh
o quan
to semp
re estive em m
inh
a relao com a cau
sa psican
alti-
ca..., dessa solid
o no m
ais pad
ecemos, ju
stamen
te por efeito d
o que
nos foi tran
smitid
o, cujo recon
hecim
ento n
os autorizou
a fun
dar u
ma
experin
cia de form
ao no in
stitucion
alizada. N
ossa mod
alidad
e de
passe n
o estend
e passarelas segu
ras para o salto d
e analisan
te a analis-
ta, quan
do en
to, no h
averia mais salto algu
m, com
o adverte Lacan
;
mas tam
bm n
o se exime d
a respon
sabilidad
e quan
do seu
s mem
bros se
prep
aram p
ara tal, afinal, cad
a analista se au
toriza de si m
esmo, com
algun
s outros, n
um
a escola que se organ
iza por u
ma lgica bem
pecu
li-
ar, a de u
ma saber qu
e no se sabe e d
e um
sujeito qu
e no se ap
reend
e a
si mesm
o.
Com
quan
tos atos se faz um
a institu
io vivel? Dep
end
e do d
esejo
do an
alista, legado m
aior deste sem
inrio, a su
stentar tod
o ato psica-
naltico.
ou
tub
ro 2
01
0 l c
orre
io A
PP
OA
.19
temtic
a.
Ma
io d
e 1
96
8 e
os b
astid
ore
sd
o S
em
in
rio X
V d
e L
ac
an
1
Chris
tiane B
ittenco
urt
O A
to Psicanaltico, n
em visto, n
em con
cebido afora ns, isto ,
jamais situ
ado, question
ado men
os ainda, eis qu
e o supom
os no
mom
ento eletivo em
que o p
sicanalisan
te passa a p
sicanalista
(Jacques L
acan A
nexo III R
esum
o do S
emin
rio XV
para o
anu
rio da cole pratique ds H
autes tu
des).
Lacan estava com
66 anos n
esta poca u
m m
s aps a P
roposio
de 9 d
e Ou
tubro u
m an
o aps a ed
io dos E
scritos. Nestes tem
pos, p
ela
prim
eira vez, Lacan assin
a dois m
anifestos, u
m a favor d
e Rgis D
ebray,
em 19 d
e abril de 1967 e ou
tro em favor d
os estud
antes revoltad
os em
maio d
e 1968.U
m m
s antes d
e dar in
icio ao semin
rio do A
to Psica-
1 Artigo elaborado a partir de trabalho apresentado pela autora no Cartelo preparatrio s Jornadas Clnicas da APPOA, emjunho de 2010.
ou
tub
ro 2
01
0 l c
orre
io A
PP
OA
.21
co
rre
io A
PP
OA
l ou
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01
020.
tem
tic
a.
Pro
du
es
tex
tua
is: S
em
in
rio X
V d
e L
ac
an
.
Lacan d
isse:
No h
dialogo, o dialogo um
a tolice. A tolice qu
e a noo de
dialogo encobre qu
e jamais existe troca en
tre dois indivdu
os.H
, eventu
almen
te, troca de inform
aes objetivas, comu
nicao
de inform
aes, que resu
ltam en
to nu
ma deciso com
um
[...]Mas
em qu
alquer ou
tra situao o dialogo n
o seno a ju
staposio de
mon
logos ( Girou
d, Franois Q
uan
do o outro era deu
s).
Do m
esmo m
odo, Lacan
dir em
breve que n
o h relao sexu
al,
para m
ostrar que a relao sexu
al no u
ma relao, ou
que a m
ulh
er
no existe, p
ara design
ar a ausn
cia de u
ma n
atureza fem
inin
a.
Ap
s, Lacan recebeu
Dan
iel Coh
n-B
end
it e seus com
pan
heiros. E
s-
tes queriam
fazer conh
ecer os objetivos de seu
movim
ento, en
quan
to os
analistas d
esejavam ou
vir contestad
ores. Os p
sicanalistas d
eram d
inh
ei-
ro aos estud
antes n
esta noite e eles foram
jantar n
o La Cop
oule.
Nesta n
oite, Lacan n
o abriu a boca, m
as no d
ia seguin
te interrom
-
peu
o Sem
inrio d
o Ato Psican
alitico. Lacan, en
to, diz aos p
resentes em
seu sem
inrio qu
e o paralelep
ped
o e a bomba d
e gs lacrimogn
io cum
-
prem
a fun
o do objeto a, referin
do-se ao fato d
os estud
antes arran
ca-
rem os p
aralelepp
edos p
ara fazer barricadas e jogar n
os policias.
Um
pou
co mais d
a atmosfera d
estes dias...
No in
cio, era apen
as um
grup
o de alu
nos d
a Un
iversidad
e de Paris
queren
do o d
ireito de freq
entar o d
ormitrio d
as alun
as. Em
pou
co tem-
po, a revolta d
os estud
antes in
cluiu
outras reivin
dicaes e se tran
sfor-
mou
nu
m en
orme m
ovimen
to contra o con
servadorism
o do E
stado fran
-
cs. Foi um
perod
o de p
asseatas, greves e embates com
a polcia. C
harles
de G
aulle, en
to presid
ente d
a Frana, ch
egou a fu
gir de h
elicptero e,
por u
m d
ia, refugiou
-se na A
leman
ha. T
ud
o isso transform
aria aquele m
s
no m
tico Maio d
e 68, que etern
izou slogan
s libertrios como S
eja realis-
ta, exija o imp
ossvel e p
roibido p
roibir. Hoje, as op
inies d
os fran-
ceses sobre o movim
ento so bastan
te divergen
tes, mas a m
aioria concor-
naltico, Lacan
discu
rsa na E
FP p
ara prop
or o passe, isto , um
a nova
man
eira de acesso ao statu
s de p
sicanalista d
idata. In
icio da C
rise que
levar a EFP
ciso. Em
quin
ze de n
ovembro d
e 1967, d in
icio prim
ei-
ra lio do sem
inrio, qu
e viria a interrom
per seis m
eses dep
ois, em 15 d
e
maio d
e 1968, em solid
ariedad
e ao movim
ento n
ascido en
tre os estud
an-
tes franceses. O
Sem
inrio foi in
terromp
ido em
08 e 15 de m
aio de 1968
atend
end
o a um
a determ
inao d
e greve convocad
a pelo S
ind
icato Naci-
onal d
o En
sino S
up
erior(Sem
.XV, p
.249). Lacan levan
ta a questo d
a res-
pon
sabilidad
e dos p
sicanalistas, qu
e no estavam
na u
niversid
ade e p
ara
estes, a questo d
o ensin
o constitu
a um
n. Para Lacan
este mom
ento
trata de u
m fen
men
o estrutu
ral, no qu
al as relaes do d
esejo e do saber
so question
adas. T
ransm
isso de u
m saber, a p
sicanlise estabelece em
um
nvel d
a carncia, d
a insu
ficincia. E
m m
aio de 68, Lacan
no tin
ha a
celebridad
e nem
o brilho in
ternacion
al de S
artre. Mesm
o assim, p
or vias
radicalm
ente an
tagnicas, seriam
solicitados p
or esta parcela d
a juven
-
tud
e intelectu
al francesa, reu
nid
a no ou
tono d
e 1968, sob a band
eira da
esquerd
a proletria.
Este m
ovimen
to todo teve p
or pan
o de fu
nd
o originrio u
m acon
teci-
men
to maior: a d
eflagrao, na C
hin
a, em 1966, d
a Gran
de R
evoluo
Cu
ltural P
roletria. O gru
po fu
nd
ador d
a esquerd
a proletria agru
pava
jovens m
arcados p
elo Alth
ussero-Lacan
ismo.
Nu
m p
rimeiro m
omen
to, Lacan observou
a contestao d
os jovens
com h
um
or. Na p
g 456, do livro d
e Elisabeth
Rou
din
esco sobre Lacan
Esboo de u
ma vida, p
odem
os conh
ecer bem esta h
istria. Em
maio d
e
1968, Lacan p
ediu
a Irene D
iaman
tis que lh
e enviasse os organ
izadores
da con
frontao. R
ecebeu d
ois deles e, d
epois d
e algun
s min
utos d
e con-
versa, disp
ensou
-os aps in
vectivar sobre a palavra d
ilogo, e contra a
falta de cu
ltura d
os jovens estu
dan
tes de m
edicin
a, que ap
esar de faze-
rem vir facu
ldad
e represen
tantes d
e diversos gru
pos p
sicanalticos, n
ada
conh
eciam sobre a obra d
e Freud
.
ou
tub
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01
0 l c
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OA
.23
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OA
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022.
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Pro
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tex
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in
rio X
V d
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ac
an
.
no grego, n
atural d
e Saln
ica. O en
to jovem d
e 27 anos se torn
ou u
m d
os
lderes d
o movim
ento, ao lad
o de D
aniel C
ohn-B
endit - D
ani, le R
ouge e
Alain
Geism
ar. An
tes de M
aio de 68, C
astro, de origem
jud
aica, foi prote-
gido p
elos comu
nistas d
uran
te a Segu
nd
a Gu
erra Mu
nd
ial, se engajou
contra a gu
erra na A
rglia, visitou C
uba e con
heceu
Ch
e Gu
evara.
Dep
ois de M
aio de 68, C
astro entrou
em d
epresso e se an
alisou
du
rante sete an
os com o p
sicanalista Jacqu
es Lacan
, trabalhou
para o
governo socialista d
e Franois M
itterrand
e passou
a se ded
icar a sua
profisso d
e arquiteto. E
m 2006, retorn
ou aren
a poltica e lan
ou su
a
cand
idatu
ra eleio presid
encial, sob a sigla d
e seu M
ovimen
to da
Utop
ia Con
creta (MU
C). N
o obteve as 500 assinatu
ras necessrias p
ara
pod
er concorrer oficialm
ente n
o pleito, m
as nem
por isso d
esanim
ou.
Promete con
tinu
ar seu com
bate por u
ma Fran
a mais ju
sta e bela e lutar
por son
hos d
e forma con
creta, distan
te dos d
evaneios im
aturos d
e
Maio d
e 68.
Eu estava m
uito m
al. Depois qu
e fechei m
inh
a organizao, fiqu
ei
nu
m estado deplorvel. N
o sabia mais on
de estava. Estava mesm
om
uito m
al. Co
mecei a
psica
n
lise po
rqu
e precisa
va
, urgen
temen
te,
fala
r pa
ra a
lgum
. No dia segu
inte ao qu
e fechei a organ
izao,passei a ser detestado, m
e acusavam
de ter abandon
ado a causa.
Hou
ve mu
ito ressentim
ento con
tra mim
por causa disso. Eu
me
encon
trei s, e no acreditava em
mais n
ada. Eu m
e lembro qu
e ogolpe de Estado n
o Ch
ile no m
e provocou n
enh
um
sentim
ento,
nen
hu
ma reao, n
o fiz nada con
tra. Procurei Lacan
em m
aio de1973 e o golpe de Pin
ochet foi n
o 11 de setembro. M
as nem
partici-pei das passeatas. N
o acreditava mais n
as man
ifestaes. Estava
acabado. Logo depois passei a me in
teressar novam
ente pelas coi-
sas da sociedade, mas n
aquele m
omen
to nada m
e sensibilizava.
No via sada. Eu
me recordo de u
ma citao de Lacan
que diz qu
ea psican
lise o discurso qu
e permite qu
e sobre fruio su
ficiente
no falar para qu
e a histria con
tinu
e. Eu m
e agarrei nisso. Para qu
ea h
istria contin
ue preciso falar u
m pou
co de tudo. Tem
aquela
da qu
e hou
ve grand
es conqu
istas em reas com
o os direitos in
divid
uais e
a liberdad
e sexual. O
prp
rio filsofo Jean-Pau
l Sartre, p
resente n
os acon-
tecimen
tos de m
aio de 1968 em
Paris, confessou
, dois an
os dep
ois, que
aind
a estava pen
sand
o no qu
e havia acon
tecido e qu
e no tin
ha com
pre-
end
ido m
uito bem
: no p
ud
e enten
der o qu
e aqueles joven
s queriam
...ento
acomp
anh
ei como p
ud
e...fui con
versar com eles n
a Sorbon
e, mas isso
no qu
eria dizer n
ada (S
ituation
s X).
A d
ificuld
ade d
e interp
retrar os acontecim
entos d
aquele an
o deve-
se, no s, m
ltip
la poten
cialidad
e do m
ovimen
to como am
biguid
ade
do seu
resultad
o final. A
mistu
ra de festa satu
rnal rom
ana com
combates
de ru
a entre estu
dan
tes, operrios e p
oliciais, fez com qu
e algun
s, como
C.C
astoriadis, o vissem
como u
ma revolta com
un
itria enqu
anto qu
e,
para G
illes Lipovetsky e ou
tros, era a reivind
icao de u
m n
ovo ind
ivi-
du
alismo. 1968 torn
ou-se u
m an
o mtico p
orque foi o p
onto d
e partid
a
para u
ma srie d
e transform
aes polticas, ticas, sexu
ais e comp
or-
tamen
tais, qu
e afetaram as socied
ades d
a poca d
e um
a man
eira
irreversvel. Seria o m
arco para os m
ovimen
tos ecologistas, femin
istas,
das organ
izaes no-govern
amen
tais (ON
Gs) e d
os defen
sores das m
i-
norias e d
os direitos h
um
anos. Fru
strou m
uita gen
te tambm
. A n
o rea-
lizao dos seu
s sonh
os, da imagin
ao chegando ao poder, fez com
que p
arte da ju
ventu
de m
ilitante d
aquela p
oca se refugiasse n
o consu
-
mo d
as drogas ou
escolhesse a estrad
a da violn
cia, da gu
errilha e d
o
terrorismo u
rbano.
Assem
elhou
-se, aquele an
o aloucad
o, a um
caleidoscp
io: para qu
al-
quer lad
o que se girasse, n
ovas formas e n
ovas expresses vin
ham
luz.
Foi um
a espcie d
e fisso nu
clear espon
tnea qu
e abalou as in
stituies e
regimes. U
ma revolu
o que n
o se socorreu d
e tiros e bombas, m
as da
pich
ao, das p
edrad
as, das reu
nies d
e massa, d
o auto-falan
te e de m
ui-
ta irreverncia. Tu
do o qu
e parecia slid
o desm
anch
ou-se n
o ar.
En
tre os estud
antes revolu
cionrios d
a poca estava R
oland C
astro,
nascid
o na cid
ade d
e Limoges em
1940, filho d
e um
imigran
te cland
esti-
ou
tub
ro 2
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io A
PP
OA
.25
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024.
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tic
a.
A l
gic
a d
o A
to A
na
ltico
Lig
ia V
cto
ra
Este texto foi resu
ltado d
a apresen
tao das lies 5 (10/01/68) e 6
(17/01/68) do sem
inrio d
e Lacan O
Ato Psican
altico, ocorrido em
nossa
sede n
o dia 26 d
e agosto de 2010, n
o Cartelo p
reparatrio s Jorn
adas
Cln
icas da A
PP
OA
: Dizer e fazer em
anlise.
1
I. Os a
tos c
om
o fu
nd
ad
ore
s
Parece que, p
or querer m
arcar bem o A
to Psicanaltico com
o algo
ind
ito, Lacan tem
que d
efini-lo m
uitas vezes d
uran
te este semin
rio.
Ou
tros atos actings ou
t, passagen
s ao ato, atos falhos tam
bm en
tram
no elen
co, e cham
a a ateno sobre o fato d
e que se d
enom
ine acte m
anqu
,
1 As lies 4,5 e 6 foram discutidas previam
ente no Seminrio de Topologia com
a participao de todos os integrantes deste:Elisabeth Sudbrack, Felipe Pim
entel, Gilson Firpo, Manuela Lanius, M
ary Georgina Boeira da Silva, Ricardo Martins, Ricardo
Pires, Silvana Lunardi, Slvia Carcuchinski, Sonia Mara Ogiba, Sueli Souza dos Santos, Thales Abreu, Vernica Prez. Coorde-
nao: Ligia Vctora
frase incrvel de Lacan
: Eu
agu
ard
o, m
as n
o esp
ero n
ad
a. E, n
um
aassem
blia de estudan
tes revolucion
rios, em 1972, ele disse algo
que m
e perturbou
mu
ito: A rev
olu
o
feita p
ara
ma
nter a
or-
dem
. A m
inh
a anlise com
ele durou
sete anos, e aos pou
cos fui
me recon
stituin
do (Castro apu
d Eichen
berg, 2007).
Dan
iel Coh
n-B
end
it hoje d
epu
tado p
elo partid
o verde n
o parlam
ento
europ
eu, esteve em
Porto Alegre em
agosto deste an
o e disse qu
e precisa-
mos esqu
ecer maio d
e 68 e os erros da revolu
o. Se Lacan
estivesse l
teria dito: A
revoluo feita p
ara man
ter a ordem
.
Re
fer
nc
ias b
iblio
gr
fica
s
CASTRO, R. Lder de Maio de 68 pede sonhos concretos. Paris/So Paulo: dez. 2007. Entrevista concedida a Fernando
Eichenberg. Disponvel em: http://noticias.terra.com
.br/imprim
e/0,,OI2120378-EI6782,00.html. Acesso em
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LACAN, J. O Ato Psicanaltico. Sem
inrio XV. Escola de Estudos Psicanalticos, 2008.
LOSURDO, D. Leia entrevista com Dom
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ARCOS FLAM
NIO
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w1.folha.uol.com
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domenico-losurdo-biografo-de-nietzsche.shtm
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ROUDINESCO, E. A Batalha dos Cem Anos. In: Histria da Psicanlise na Frana. Vol 2: 1925-1985, p. 486-490.
_______. Histria de um sistem
a de pensamento. In: Jaques Lacan: Esboo de um
a vida. p. 451-472.
ou
tub
ro 2
01
0 l c
orre
io A
PP
OA
.27
co
rre
io A
PP
OA
l ou
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ro 2
01
026.
tem
tic
a.
Pro
du
es
tex
tua
is: S
em
in
rio X
V d
e L
ac
an
.
II. Os e
sq
ue
ma
s te
tra
dric
os
O tetraed
ro um
polgon
o regular qu
e possu
i 4 vrtices, 4 faces e 6
arestas. u
ma p
irmid
e triangu
lar (lados igu
ais entre si), ou
seja, em qu
e
todas as faces so trin
gulos equ
ilteros. A form
a bsica dos esqu
emas
tetradricos d
e Lacan a d
a projeo d
o tetraedro n
o plan
o. Assim
o
grafo do A
to Psicanaltico, e, foram
tambm
o diam
ante d
os prim
eiros
temp
os; os esquem
as L, R e I; o sistem
a -b--; o Grafo d
o desejo (qu
atro
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atro temp
os); a frmu
la da m
etfora; os quatro d
iscursos; a
lgica da sexu
ao. E at o n
borromeu
, no qu
al Lacan, d
e incio, d
efen-
dia qu
e trs aros (R S
I) bastariam p
ara represen
tar a estrutu
ra de u
m
sujeito n
eurtico, m
as logo dep
ois inclu
iu u
m qu
arto n.
Logo, o grafo do ato p
sicanaltico assim
como m
uitos ou
tros de
Lacan segu
e os mold
es de u
ma lgica qu
aternria. E
sta lgica o acom-
pan
ha d
esde seu
s prim
eiros esquem
as, quan
do ele in
trodu
ziu u
m qu
arto
elemen
to no trin
gulo ed
pico d
e Freud
, o Falo, como o S
ignifican
te
organizad
or, o qual Lacan
ao longo d
e sua obra d
efiniu
tal como u
ma
fun
o matem
tica, pela qu
al todos os seres h
um
anos d
everiam se su
b-
meter p
ara alcanar o estatu
to de falasser.
Esta lgica qu
aternria d
e Lacan foi in
spirad
a no G
rup
o de K
lein.2
Este escreveu
seu artigo qu
e ficou con
hecid
o como o E
rlanger Program
m
para a in
augu
rao do d
epartam
ento d
e Lgica d
a Un
iversidad
e de
Erlan
ger.3 K
lein d
efiniu
este fenm
eno com
o send
o grup
os de tran
sfor-
mao Tran
sformation
sgrupen
exatamen
te como p
odem
os pen
sar que
so as frmu
las da lgebra lacan
iana. O
bservem qu
e basta girar cada ele-
men
to para resu
ltar em ou
tro, seguin
do as setas. E
sta apresen
tao nu
n-
ca foi realizada. M
as a matem
tica nu
nca m
ais seria como an
tes!
2 Flix Klein (1849-1925). Sobre este tema v. Cf. Vctora. Site: w
ww
.freud-lacan.com
3 Erlanger, Alemanha, 1872.
como sen
do d
a ordem
da ao, j qu
e passa p
or um
a questo p
uram
ente
significan
te. Assim
ser tambm
com o A
to Psicanaltico.
Com
ea a lio 5 desejan
do Feliz A
no-N
ovo, j que a p
rimeira au
la
do an
o. Porque n
ovo? A lu
a, diz ele, a cad
a vez que reap
arece dep
ois de
um
a seman
a sum
ida, sau
dad
a como Lu
a Nova. M
as a mesm
a! E o
ano? S
e o temp
o um
contin
uu
m, h
apen
as um
a dem
arcao formal d
e
um
ciclo. Com
o o trem d
a meia-n
oite, um
a iden
tificao apen
as Sim
b-
lica, no R
eal. Refern
cia pu
ramen
te ao significan
te, pois. Lacan
aprovei-
ta para fazer u
m gan
cho: d
a mesm
a forma, u
m ato est sem
pre ligad
o
determ
inao d
e um
comeo.
Desta vez, Lacan
vai abordar os atos com
o marcas fu
nd
adoras: qu
e
um
ato constitu
a um
verdad
eiro comeo... qu
e seja criador... n
o interes-
sa o que acon
teceu, im
porta a m
arca que d
eixou. Lacan
evoca o mito d
a
criao e sua escritu
ra bblica: no com
eo, era o verbo. Arrem
eda: n
o
comeo, era a ao. Porqu
e, sem ato, sim
plesm
ente n
o pod
eria haver
nad
a, nem
questo. N
enh
um
comeo sem
ao, diz ele.
Com
para u
m verd
adeiro ato in
augu
ral travessia do R
ubicon
e, por
Jlio C
sar. O Fi
me R
ubicn
e, na Itlia, tin
ha u
ma im
portn
cia crucial
no d
ireito roman
o porqu
e a nen
hu
m gen
eral era perm
itido cru
z-lo com
seu exrcito. S
ervia de fron
teira (ano 59 a.C
.) entre as p
rovncias rom
anas
e a Glia C
isalpin
a. O rio en
trou p
ara a histria p
or ser casus belli d
a 2
guerra n
a Glia: qu
and
o Jlio C
sar transp
e o rio. Diz a h
istria que ele
se deteve p
or um
longo in
stante s m
argens d
este e, finalm
ente, p
roferiu
a senten
a: A sorte est lan
ada!
O ato estaria p
etrificado n
o mom
ento d
a ordem
: Alea jacta est! C
omo
o nosso In
dep
end
ncia ou
morte: n
o mom
ento em
que so soltas as
palavras, qu
e o mu
nd
o ganh
a sentid
o. Com
o nu
m ato revolu
cionrio, p
or
exemp
lo, cuja eficcia n
ecessita da su
rpresa, o qu
e ele cham
a de efeito d
e
rup
tura p
ara suscitar u
m n
ovo desejo.
ou
tub
ro 2
01
0 l c
orre
io A
PP
OA
.29
co
rre
io A
PP
OA
l ou
tub
ro 2
01
028.
tem
tic
a.
Pro
du
es
tex
tua
is: S
em
in
rio X
V d
e L
ac
an
.
1. Un
io: Ou
(+) equ
ivale soma lgica: sign
ifica que u
m elem
ento
dad
o pod
e estar inserid
o de qu
alquer lad
o. Escreve-se tam
bm A
U B
.
Ap
licand
o o Cogito seria o Pen
so ou sou
. Isso prop
enso a m
uita con
fu-
so, pois o O
U sim
ples a som
a. Seria o equ
ivalente a d
izer Penso-sou
.
2. Interseo: E
(.) significa qu
e deve p
ertencer aos d
ois ao mesm
o
temp
o. o p
rodu
to lgico. Escreve-se: (A
.B) ou
A
. N
a prtica equ
iva-
le ao A B
(Penso se e som
ente se sou
).
3. No-A
e B: [(-A
) . (B)] n
ada n
o conju
nto A
, s se adm
ite elemen
tos
no B
. Seria o caso d
e dizer: S
ou, n
o-pen
so.
4. A e N
o-B: [(A
) . (-B)] n
ada n
o B, ap
enas verd
adeiro n
o A. Pen
so,
no-sou
.
5. OU
... OU
. Ou
tra relao que L
acan u
sou foi a d
isjun
o, da l-
gebra de B
oole. Tambm
conh
ecida com
o forma n
ormal d
isjun
tiva
(F.N.D
.) ou ain
da u
nio-d
isjun
ta, OU
-exclusivo (E
X-O
R d
a lgica dos
conju
ntos). S
ignifica qu
e existem elem
entos ou
de u
m lad
o, ou d
o ou-
tro lado, n
ada n
o meio. A
B L
-se: {A (se e som
ente se n
o) B
}; ou A
ou B
[(-A)
(-B)].
4 Observao: sombreei os cam
pos que no contm elem
entos, como nos livros de lgica. Lacan m
uitas vezes fazia ocontrrio. O gru
po d
e Klein
tem com
o especificid
ade qu
e todos os elem
entos
pod
em se tran
sformar em
todos os ou
tros, bastand
o um
a n
ica operao.
No o caso d
o grafo da alien
ao. Por isso Lacan o teria ch
amad
o de
meio-gru
po d
e Klein
?
Parece um
a coisa mu
ito simp
les, agora que j est escrita, m
as a im-
portn
cia destes gru
pos p
ara o desen
volvimen
to da m
atemtica m
odern
a
foi fun
dam
ental. E
les esto presen
tes na F
sica, na G
eometria, e n
a
Topologia (con
ceitos de in
varincia, d
e hom
eomorfism
os, etc). Lembran
-
do qu
e um
conju
nto d
e elemen
tos, citado p
or Galois, p
ode ser form
ado
por n
m
eros, pon
tos, retas, etc, e que as tran
sformaes, d
e que ele fala,
pod
em ser aritm
ticas, algbricas ou geom
tricas.
III. A l
gic
a d
o G
rafo
do
Ato
Psic
an
altic
o
Algu
mas op
eraes lgicas utilizad
as por Lacan
(frmu
las de D
e
Morgan
, de B
oole e outras ap
resentad
as com os crcu
los de E
uler):
4
ou
tub
ro 2
01
0 l c
orre
io A
PP
OA
.31
co
rre
io A
PP
OA
l ou
tub
ro 2
01
030.
tem
tic
a.
Pro
du
es
tex
tua
is: S
em
in
rio X
V d
e L
ac
an
.
pod
e decid
ir sobre a validad
e de u
ma sen
tena recorren
do a ou
tro siste-
ma qu
e no o p
rprio em
que ela foi estabelecid
a.
Observem
que n
o lugar d
e cima, d
ireita, o desen
ho, su
postam
ente
de Lacan
, deixa tod
os os camp
os em bran
co como se fosse u
m O
U sim
-
ples d
a lgica de D
e Morgan
(Un
io ou som
a lgica). aqu
i, segun
do
Lacan, o p
onto d
e partid
a de tod
a Psicanlise. J a frm
ula d
e baixo,
esquerd
a, fica difcil d
e saber se um
EX-O
R (O
U-exclu
sivo) ou u
m p
ro-
du
to lgico (E-exclu
sivo), pois Lacan
no faz os crcu
los por in
teiro, e ora
ele colore a parte ch
eia, ora a parte vazia.
5
V. O
Co
gito
ha
mle
tian
o d
e L
ac
an
O qu
e eu ch
amo d
e Cogito h
amletian
o de Lacan
: um
sujeito p
artido
ao meio, d
ividid
o entre ser-falso e n
o-ser, e com o Isso freu
dian
o no m
eio...
Em
sua releitu
ra de H
amlet, ele exp
lica que en
tre ser e no ser existe
algum
a coisa so du
as falsidad
es: um
ser falso, que n
o pen
sa e um
no-ser, qu
e sabe, diz ele. N
un
ca um
sujeito in
teiro, pois sem
pre falta
um
ped
ao (represen
tado p
ela mord
ida n
o crculo).
5 Um ano antes, no Sem
inrio A lgica do fantasma, sobre este tem
a, Lacan fizera esquemas parecidos.
IV. O
Co
gito
lac
an
ian
o-fre
ud
ian
o-c
arte
sia
no
Lacan p
arte de d
ois aforismos: o d
ito freud
iano W
o es war soll Ich
werden
e o cartesiano C
ogito ergo sum
. Dep
ois recorre tambm
ao Cogito
ham
letiano, com
o semp
re buscan
do recu
rsos em ou
tras lingu
agens p
ara
validar su
as teses bem d
e acordo com
a lgica mod
erna e o teorem
a da
decid
ibilidad
e de Tu
ring, qu
e, resum
ind
o em u
ma frase, p
rovou qu
e s se
ou
tub
ro 2
01
0 l c
orre
io A
PP
OA
.33
co
rre
io A
PP
OA
l ou
tub
ro 2
01
032.
tem
tic
a.
Pro
du
es
tex
tua
is: S
em
in
rio X
V d
e L
ac
an
.
Lacan ten
ta fazer um
espelh
amen
to, med
iante a lin
ha d
a Tran
sfern-
cia, o que d
aria um
a certa simetria (p
ara ser um
verdad
eiro grup
o de
Klein
deveria ser tod
o simtrico). H
averia aqui u
ma d
up
licao de lu
ga-
res: so dois Issos, ele d
iz. Ou
dois l on
de Isso era, o qu
e correspon
de
distn
cia terica que sep
ara o Incon
sciente d
o Isso. Passand
o por esta
operao d
e diviso, com
o na aritm
tica: vai at sobrar um
resto, que
o objeto a.
A tra
nsfe
rn
cia
A tran
sferncia p
e o analista n
o lugar d
o Su
jeito-sup
osto-saber.
somen
te com este aval d
o analisan
te, que o an
alista pod
er operar. A
qui,
As frm
ulas qu
e Lacan realm
ente u
tilizou em
seu grafo foram
:
Ser qu
e a alienao em
Lacan p
ode ser con
siderad
a como o O
U-
exclusivo (E
X O
R) o O
U-O
U d
a lgica dos con
jun
tos? Observem
os exem-
plos qu
e ele apresen
ta: A bolsa ou
a vida?; A
liberdad
e ou a m
orte?
Seria este m
ais um
erro de Lacan
na ap
licao das m
atemticas? E
le
prp
rio reconh
eceu qu
e sua leitu
ra era um
a inovao d
a conju
no
disju
ntiva... Parece m
esmo qu
e a alienao d
e Lacan d
e outro tip
o, que
ele cham
ou d
e escolha forad
a, como o d
ito de n
osso Don
Pedro: In
de-
pen
dn
cia ou m
orte!
Sabem
os que p
ara Descartes, a
nica garan
tia da existn
cia hu
man
a
era o fato de qu
e ele pen
sava. Mas, o C
ogito foi send
o subvertid
o a partir
da d
escoberta do In
conscien
te. Com
o disse Lacan
: Se h
um
pen
samen
to
incon
sciente, o E
u n
o sabe mais o qu
e pen
sa, e men
os certeza ele tem d
o
que ele !
VI. C
orrig
ind
o o
gra
foN
o meu
enten
dim
ento, p
ara correspon
der ao qu
e Lacan relata, o grafo
do A
to Psicanaltico d
everia ser assim:
ou
tub
ro 2
01
0 l c
orre
io A
PP
OA
.35
co
rre
io A
PP
OA
l ou
tub
ro 2
01
034.
tem
tic
a.
Pro
du
es
tex
tua
is: S
em
in
rio X
V d
e L
ac
an
.
O R
ec
alc
am
en
to
Por outro lad
o, h u
m saber-sem
-sujeito n
o Ics que p
arece querer
retornar, com
o um
ato-falho, sem
estar associado d
iretamen
te a um
significan
te s pod
er ser interp
retado se e qu
and
o o pacien
te falar
sobre ele.
A re
pe
ti
o
A V
erdad
e conqu
istada sobre o In
conscien
te deixa o su
jeito na p
osi-
o Penso, n
o sou. N
o-ser, mas n
o-sem-saber. Lu
gar novam
ente
em falso, qu
e pod
e catapu
lt-lo de volta ao p
onto d
a ignorn
cia (no-
pen
so).
Lacan ap
onta n
o grafo o lugar d
o analista, p
rojetado p
elo sujeito. Lu
gar
em falso, d
o qual p
ode ser catap
ultad
o a qualqu
er mom
ento, e d
e ond
e
cair com certeza n
o final d
a anlise.
A in
terp
reta
o
p
elo escorregador d
e Sign
ificantes d
o analisan
te, que o p
sicanalis-
ta pod
e interp
retar, e semp
re atravs da lin
guagem
.
A re
sis
tn
cia
No sen
tido in
verso, o sintom
a pod
e retornar. Por u
ma caracterstica
prp
ria ao falasser comp
arvel ao fenm
eno fsico d
a resilincia d
os
materiais, a cad
eia sintom
tica tem u
ma ten
dn
cia a voltar forma an
te-
rior. Faz parte d
e sua m
emtica...
ou
tub
ro 2
01
0 l c
orre
io A
PP
OA
.37
co
rre
io A
PP
OA
l ou
tub
ro 2
01
036.
tem
tic
a.
Pro
du
es
tex
tua
is: S
em
in
rio X
V d
e L
ac
an
.
A c
ura
Con
forme Lacan
, comear u
ma an
lise sem d
vid
a um
verdad
eiro
Ato, en
to, o que d
izer de term
inar u
m trabalh
o analtico? C
omo se arti-
cula esta lgica d
a alienao d
uran
te e at seu fin
al? O fin
al da an
lise
sup
e certa realizao da op
erao verdad
e, diz ele, assim
como a
assun
o do d
esejo.
O lu
ga
r de
An
alis
ta, u
m lu
ga
r em
fals
o
O p
sicanalista p
arte do lu
gar de saber, su
posto p
elo analisan
te. Um
lugar in
stvel, como j fal