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CORREIO FRATERNO O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA Publicação da Editora Espírita Correio Fraterno • e-mail: [email protected] • Ano 41 • Nº 4 25 • Janeiro - Fevereiro 2009 Lar da Criança Emmanuel Projeto de ampliação ganha apoio do governo japonês Pág. 5 41 ANOS DE CORREIO FRATERNO www.correiofraterno.com.br Visite o nosso site: odas as atenções se voltam para a personalidade máxima da maior potência mundial: Barack Obama. Sua trajetória e também seus ideais falam – e convencem – do valor da liberdade, da tolerância, da importância dos valores humanos e que podemos sim iniciar uma Nova Era, muito mais humanizada. Assim como Obama, foi também longe dos holofotes, e em território norte-americano, que, sem qualquer aviso, os ‘mortos despertaram os vivos’, no início da primavera de em 1848. Manifestaram-se por toda parte, de for- ma contundente, por meio de pessoas comuns, como as irmãs Fox, os irmãos Davenport, a família Koons. Traziam o código de uma nova fase da evolução da história humana. Muitas coincidências permeiam a origem e a formação cultural do novo presidente e a história do Espiritismo, no território norte-americano. Confira na página 8. EUA novamente no centro da História CREPÚSCULO: uma ponte entre dois mundos Relacionamento conjugal e desvinculações T A saga de ‘Crepúsculo’ fala de um grande amor, mas traz para o cotidiano um univer- so fantástico e a curiosidade que os vampi- ros despertam desde os tempos do Conde Drácula. Assim, a obra de Stephenie Meyer ultrapassa os muros adolescentes e conquis- ta também os adultos. Pág. 13 Não há tempo mínimo ou máximo para a decisão de estabelecer-se numa união duradoura. A decisão de casar-se tem sido adiada porque muitos jovens necessitam concluir estudos e estabelecer-se profissio- nalmente, que pressupõe uma certa inde- pendência financeira. Pág. 15

Correio Fraterno 425

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Correio Fraterno, um dos mais conceituados veículos de informação espírita do Brasil.

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CORREIOFRATERNO

O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA

P u b l i c a ç ã o d a E d i t o r a E s p í r i t a C o r r e i o F r a t e r n o • e - m a i l : c o r r e i o f r a t e r n o @ c o r r e i o f r a t e r n o . c o m . b r • A n o 4 1 • N º 4 2 5 • J a n e i r o - F e v e r e i r o 2 0 0 9

Lar da Criança EmmanuelProjeto de ampliação ganha apoio do governo japonêsPág. 5

41 ANOS DE CORREIO FRATERNO

www.correiofraterno.com.br

Visite o nosso site:

odas as atenções se voltam para a personalidade máxima da maior potência mundial: Barack Obama.

Sua trajetória e também seus ideais falam – e convencem – do valor da liberdade, da tolerância, da importância dos valores humanos e que podemos sim iniciar uma Nova Era, muito mais humanizada.

Assim como Obama, foi também longe dos holofotes, e em território norte-americano, que, sem qualquer aviso, os ‘mortos despertaram os vivos’,

no início da primavera de em 1848. Manifestaram-se por toda parte, de for-ma contundente, por meio de pessoas comuns, como as irmãs Fox, os irmãos Davenport, a família Koons. Traziam o código de uma nova fase da evolução da história humana.

Muitas coincidências permeiam a origem e a formação cultural do novo presidente e a história do Espiritismo, no território norte-americano. Confira na página 8.

EUAnovamente no centro

da História

CREPÚSCULO:uma ponte entre dois mundos

Relacionamento conjugal e desvinculações

T

A saga de ‘Crepúsculo’ fala de um grande amor, mas traz para o cotidiano um univer-so fantástico e a curiosidade que os vampi-ros despertam desde os tempos do Conde Drácula. Assim, a obra de Stephenie Meyer ultrapassa os muros adolescentes e conquis-ta também os adultos. Pág. 13

Não há tempo mínimo ou máximo para a decisão de estabelecer-se numa união duradoura. A decisão de casar-se tem sido adiada porque muitos jovens necessitam concluir estudos e estabelecer-se profissio-nalmente, que pressupõe uma certa inde-pendência financeira. Pág. 15

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2 CORREIO FRATERNO JANEIRO - FEVEREIRO 2009ED

ITO

RIA

L

primeira edição do Correio Fraterno de 2009 vem reche-ada de boas narrativas. Histó-

rias.... Quem não se sente atraído por uma boa história. Ainda mais as que além de boas, contam fatos reais...

O escritor Licurgo Soares traz nes-sa edição um interessante estudo, fru-to de pelo menos um ano de pesquisa, sobre a estratégia da espiritualidade no início das manifestações espirituais nos Estados Unidos. Um acontecimen-to tão antigo é lembrado justamente quando o país é foco da atenção de todo o mundo, com a posse do novo presidente Barak Obama.

Surpresa! Ao buscar fotografias pra ilustrar a homenagem a uma an-tiga benfeitora das crianças na déca-da de 60, fotos inéditas do médium

Chico Xavier nos chega às mãos e em algumas delas, ainda criança, um dos trabalhadores do Lar Emmanuel, hoje membro da diretoria. Ele conta parte de suas histórias e recordações. Tantas que no próximo número, Natal, o fi-lho da Dona Ana, antiga trabalhadora da casa do médium mineiro, vai falar sobre suas lembranças nas terras mi-neiras... Pura emoção!!!

Quer mais? Já ouviu falar sobre o livro e filme Crepúsculo???? O que

um livro sobre vampiros faz aqui no Correio Fraterno????

O espaço está acabando e nem falamos sobre tudo de bom que você terá pela frente.

É melhor você mesmo conferir.Boa leitura, Feliz 2009 !!!!

A

CORREIO DO CORREIO

Ponto para a qualidadeParabéns pela última edição do Cor-reio. Boas matérias e abordagens varia-das; é por aí mesmo!!Um forte abraço e muito sucesso, saú-de e paz ao longo de 2009!!

Paulo Santos, Divinópolis-MG

O prazer de aprenderOlá amigos!Irresistíveis as palavras-cruzadas do Correio Fraterno. Melhor ainda é

aprender com entretenimento e hu-mor.

Daniela Barros, por e-mail

Herculano PiresSou fã incondicional de Herculano Pi-res. Posso dizer que me tornei espírita por conta de seus livros, sua facilidade de filosofar. Moro em São Paulo há muitos anos e não tinha conhecimento da Fundação Herculano Pires. Fiquei curiosa por conhecer. Parabéns pela

Envio de artigosEncaminhar para e-mail: [email protected] Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 4.800 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.

CORREIOFRATERNO

JORNAL CORREIO FRATERNOFundado em 3 de outubro de 1967. Registrado no Registro de Pessoas Jurídicas em São Bernardo do

Campo, sob o n.o 17889. Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel - www.laremmanuel.org.br

Diretor: Raymundo Rodrigues EspelhoEditora responsável: Izabel Regina R. Vitusso. MTB-3478

Jornalista responsável: Maury de Campos Dotto Comunicação e Marketing: Tatiana Benites

Editoração: PACK Comunicação Criativawww.packcom.com.br

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Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955Vila Alves Dias - Bairro Assunção - CEP 09851-000

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Exterior: U$ 24,00

Editora Espírita Correio Fraterno

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Inscr. Estadual: 635.088.381.118

Presidente: Izabel Regina R. Vitusso

Vice-presidente: Belmiro Tonetto

Tesoureiro: Adão Ribeiro da Cruz

Secretário: Vladimir Gutierrez Lopes

idéia de divulgarem sobre o assunto.Um abraço.

Cecília Santos, São Paulo

Olá, Cecília. A Fundação fica num ponto de fácil acesso em São Paulo. Não deixe de ir até lá conferir ao vivo. Você encontrará os livros da biblioteca de Herculano, o mobiliário antigo e mui-tas histórias contadas pelos próprios fa-miliares. Espero que goste.Abraços. O editor

Uma ética para a imprensa escrita

Em dois artigos, escritos por Allan Kar-dec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação:

•Aapreciaçãorazoáveldosfatos,edesuas conseqüências.

•Acolhimentodetodasobservaçõesanós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.

•Discussão,porémnãodisputa.Asin-conveniências de linguagem jamais tiveramboasrazõesaosolhosdepes-soas sensatas.

•Ahistóriadadoutrinaespírita,deal-gumaforma,éadoespíritohumano.Oestudodessasfontesnosfornecerá uma mina inesgotável de observa-ções,sobrefatosgeraispoucoconhe-cidos.

•Osprincípiosdadoutrinasãoosde-correntes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, umateoria pessoal que exporemos.

•Não responderemosaosataquesdi-rigidos contra o Espiritismo, contra seuspartidáriosemesmocontranós.Aliás,nosabsteremosdaspolêmicasque podem degenerar em persona-lismo.Discutiremososprincípiosqueprofessamos.

•Confessaremos nossa insuficiênciasobre todos os pontos aos quais não nosforpossívelresponder.Longederepelir as objeções e as perguntas,nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento.

•Se emitirmos nosso ponto de vista,issonãoésenãoumaopiniãoindivi-dual que não pretenderemos impor a ninguém.Nósaentregaremosàdis-cussão e estaremos prontos para re-nunciá-la,senossoerrofordemons-trado.

Esta publicação tem como finalidadeoferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões.Eligar,porumlaçocomum,osquecompreendemadoutrinaespí-rita sob seu verdadeiro ponto de vista moral:apráticadobemeacaridadedoevangelho para com todos.

Envie seus comentários para [email protected] • Permitida a reprodução parcial de textos do Correio Fraterno desde que citada a fonte.

História, imagens e recordações

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JANEIRO - FEVEREIRO 2009 CORREIO FRATERNO 3ESPEC

IAL

Muitas pessoas que acompa-nham a história do movi-mento espírita não irão sa-

ber quem foi Palmira Araújo. Porque ela não foi uma mártir ou autora de movimento que tenha mudado os ru-mos da humanidade. Mas foi capaz de fazer a diferença na vida de muitas crianças órfãs, do interior, São Paulo e também Minas Gerais.

Ao partir para o plano espiritual, aos 90 anos, no dia 12 de dezembro último, deixa lembranças aos antigos trabalhadores do Lar da Criança Em-manuel – ao qual o Correio Fraterno é vinculado – do GEEM-Grupo Espíri-ta Emmanuel, duas instituições contí-guas, em São Bernardo do Campo, e a todos que conviveram com ela.

Espírita, sem grandes dificulda-des econômicas, e casada com Avid Araújo, Palmira, que nascera em 23 de abril de 1918, morava em São Paulo. As amizades eram muitas, dentre elas, o médium mineiro Chico Xavier, a família Ramacciotti, que mantinha na cidade de Garça-SP o Nosso Lar Instituição Filantrópica de Amparo à Criança.

Em visita à instituição, na década de 50, o casal recebeu de Rolando Mário Ramacciotti o convite para que se mudassem para lá, a fim de ajudar nos destinos das crianças ali reunidas. O Convite fora aceito. Sem filhos, Palmira e Avid passariam a se dedi-car ao novo projeto de vida. Muitas inovações foram colocadas em práti-

ca, como o convívio das crianças com outras fora da instituição, o compro-misso com o labor na casa, através de pequenas tarefas, a benefício da pró-pria formação das crianças. Para os maiores foram instituídas atividades mais complexas. Conseguiram até mesmo algumas cabeças de gado, de onde retiravam o leite e também pro-duziam seus derivados. Já maiores, os jovens começaram a testar suas habi-lidades com a torrefação, empacota-mento e venda de café.

Quem conta detalhes que ajudam a reconstruir essa história é José Na-tal, uma dessas crianças, que hoje, aos 58 de idade, é um dos que co-labora na direção do Lar da Criança Emmanuel. Não era propriamente órfão. Mas filho de dona Ana, que por muitos anos trabalhou na casa do médium Chico Xavier, em Uberaba-

MG. Sua história se cruza com o Nosso Lar porque Palmira era assídua freqüentadora de Uberaba, onde vi-sitava o bom amigo Chico. Menino, com cerca de 10 anos, foi convidado por Ramacciotti a ir para Garça. Na instituição encontraria condições de estudo e um futuro melhor.

“Dona Palmira deixou boas lem-branças. Era muito amorosa com to-dos nós. Além de conversar sempre com um por um, reunia-nos toda semana para ler o Evangelho. Cada dia era um de nós que lia, e depois havia o comentário sobre a lição. Éramos cerca de 40 crianças. Prati-camente todos órfãos, muitos vindos de situações problemáticas, mas que se tornaram pais de família e pessoas e carreiras de sucesso. Isso graças ao direcionamento dado a nós.Quando já estávamos maiores, Dona Palmira,

com os coordenadores da Casa, teve a visão de que, se saíssemos do interior, teríamos melhor condição de estudo e trabalho. Foi quando em torno de 1967, o Nosso Lar veio para a cidade de São Bernardo e eu já tinha cerca de 17 anos.

Nessa época, seu Avid também fez a diferença. Quando ia fazer al-guma atividade, dizia: pega aqui o martelo você, experimenta aí, fazer aquilo; ele ajudava todo mundo. Na torrefação, a gente empacotava o café e depois ia com ele de manhã vender” – lembra Natal.

Não demorou muito, junto ao Nosso Lar, instituiu-se também o Grupo Espírita Emmanuel – GEEM –, que na qualidade de editora, pas-sou a publicar os livros psicografados pelo médium e grande amigo da casa, Chico Xavier. Também nessa tarefa, Palmira pôde deixar sua grande con-tribuição, dedicando-se às revisões das primeiras obras editadas. No iní-cio da década de 70, passou a colabo-rar com o Lar da Criança Emmanuel, onde permaneceu por 10 anos. Foi responsável pelo início da Campanha de Natal, encaminhando mais de mil 1.500 cartas para empresas, por ano, sensibilizando-as para o trabalho rea-lizado na insituição.

Partindo, Palmira deixa saudades. Mas junto delas, permanecerão as boas lembranças de muitos que não esquecerão jamais que o amor fará sempre a diferença!

de verdade

Se soubésseis quanto é triste estar só e abandonado,

sobretudo quando criança! O Evangelho, cap 4:18.

Mononom nom mom non mom mom momom mom mom mom mom mom mommom momommom

PorIZABELVITUSSO

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4 CORREIO FRATERNO JANEIRO - FEVEREIRO 2009

compassividade de Deus, atra-vés de suas leis justas e perfeitas, conhece por antecipação todas

as nossas necessidades e da mesma for-ma os nossos méritos, muito melhor do que nós mesmos. As benesses de Deus são entregues de igual modo para todos. A sua bondade e misericórdia usam de um só e justo critério de distribuição para todos.

Acontece, porém, que a Lei do Merecimento, que regula essa distri-buição, determina que cada um rece-ba de conformidade com a sua capa-cidade, pois ela se regulamenta pelas ações individualizadas.

Assim sendo, compreendemos que cada um de nós possui aquilo que preci-sa ter e passando exatamente por aquilo que deve passar. Isso por que Deus não erra, não castiga e não persegue. “A cada um segundo suas obras”, ensinou Jesus.

É natural desejarmos e lutarmos por soluções através de benefícios de ordem espiritual, que venham alterar o quadro de nossas necessidades e sofrimentos. Entretanto, se nos dedicarmos ao estu-do sério do Espiritismo, que propicia o nosso entendimento sobre a justiça divi-

O que tenho é o que preciso

AN

O N

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O

na, compreenderemos que não há como mobilizar benefícios por meio de ações milagrosas e com urgência. A lei divina, que é imutável, não vai alterar seu curso só porque estamos com pressa.

Será natural então aceitarmos a ideia de que devemos construir nosso próprio crédito espiritual, alterando assim o nos-so merecimento.

O Espiritismo, na qualidade da Ter-ceira Revelação, nos ajuda nesta parte; primeiro a descobrir qual o problema que está causando as dificuldades por que passamos e depois nos orienta como agir, sobre o que carecemos e o que nos é pos-sível fazer para o encontro da solução.

Felizes são os que se interessam pe-los estudos espíritas, pois ele nos ajuda a compreender que é necessário iden-tificar nossa realidade íntima, o que somos, e a aceitar as alterações a serem processadas em nossa vida, pondo as mãos no arado para as mudanças que precisam ser feitas.

É importante ficarmos alertas quan-to às companhias espirituais que nos cer-cam por afinidade, pois, segundo André Luiz, nosso “hálito mental” reflete o que pensamos e sentimos, através do qual

Estes livros são uma reunião de crônicas escritas por J. Herculano Pires e publicadas, em sua maioria, no jornal Diário de São Paulo.

Herculano Pires foi um dos mais felizes intérpretes do pensamento espírita. Por isso, seus escritos constituem pá-ginas de grande importância para os estudiosos do Espi-ritismo, cuja atualidade é indiscútivel. Ao reuni-las em livro e apresentá-las ao público, a Correio Fraterno presta uma homenagem ao autor, pelos 30 anos de sua partida.

Façajáoseupedido:

www.correiofraterno.com.br(11) 4109-2939

somos identificados pelo mundo espiritu-al. Nosso esforço em melhorarmos impli-ca conquista de boas companhias espirituais. Essa é a Lei de Deus, lei do merecimento.

Para essa tarefa, comecemos por tra-balhar o nosso egoísmo, a mais difícil das imperfeições humanas a ser extirpada, porque se liga à influência da matéria, da qual o homem é ainda escravo, dada à proximidade de sua origem.

A boa vontade é instrumento indis-pensável para que comecemos a mudar o falso modo de encarar as coisas e in-terpretar a vida, usando o bom senso na própria avaliação. Em verdade, somos responsáveis pelo nosso comportamen-to, por sermos pessoas adultas e agora conscientes de onde viemos, o que esta-mos fazendo e para onde iremos depois que a morte nos levar daqui. Assim, de-vemos controlar nossas idéias, rejeitando os pensamentos inferiores e perturbado-res, estimulando as tendências boas e re-pelindo as más.

Tomemos conta de nós. Deus nos concedeu o livre-arbítrio para essa finali-

dade. Aprendamos a controlar em todos os instantes e em todas as circunstâncias o nosso poder e veremos que ele é maior do que pensamos.

Não são poucas as vezes que en-caramos as pessoas de modo descon-fiado, indiferente, principalmente aquelas que são de nossa intimidade imediata, o que denota desrespeito e desamor. Procurando mudar essa ma-neira de agir, dispensando atenção pe-los outros, verificaremos os resultados positivos que advirão. Estaremos crian-do em torno de nós a empatia e o afeto daqueles com quem convivemos e, as-sim, angariando bônus espirituais, que muito nos ajudarão ainda na presente existência. Será, sem dúvida, um passo a mais em nossa caminhada.

Nascido em 1927, o articulista, quando criança conheceu Cairbar Schutel. Foi fundador da Moci-dade Espírita Cairbar Schutel, em Matão-SP, em 1947, a qual dirigiu por muitos anos. [email protected].

PorÉDOMARIANI

A

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JANEIRO - FEVEREIRO 2009 CORREIO FRATERNO 5

or muitos meses, as crianças e trabalhadores do Lar da Crian-ça Emmanuel, em São Bernardo

do Campo, região do ABC, aguarda-ram ansiosas pela finalização das obras que ampliam as instalações da Casa e o projeto de assistência à comunidade já a partir de fevereiro.

No dia 2 de dezembro, todos juntos, incluindo autoridades municipais e re-presentantes internacionais, reuniram-se para inaugurar as cinco novas salas, que possibilitam o acesso de pelo me-nos mais 200 crianças e jovens de 6 a 14 anos, no período oposto ao escolar. Trata-se de um sonho realizado para a casa que completa, em 2010, 50 anos de atividade. Até o ano passado, o Lar Em-manuel atendia a 210 crianças até 5 anos de idade.

Fundado por idealista na década de 60 – membros de Mocidade Espírita no interior de São Paulo, que se uniram aos pioneiros da cidade –, o Lar Emmanuel foi a primeira instituição filantrópica no município e tida como referência para tantas outras que a sucederam na histó-ria da assistência social, principalmente em São Paulo.

A seriedade do projeto e a organi-zação da entidade garantiram a ela que recebesse inúmeros apoios, de empresas parceiras, de recursos advindos do Con-selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA – e tam-bém do governo japonês. Ele disponi-bilizou, através do Consulado do Japão em São Paulo, a quantia de R$ 154 mil, para a obra, através da Assistência a Projetos Comunitários e de Segurança Humana, iniciativa desenvolvida há 10 anos no Brasil e que já doou um total de 4 milhões de dólares a inúmeras inicia-tivas sociais.

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P De acordo com o presi-dente do Lar, Adão Ribeiro da Cruz, os auxílios só fo-ram possíveis graças à docu-mentação da Casa, mantida rigorosamen-te em ordem, e também pelo fato de o imóvel ser patrimônio da própria insti-tuição.

A alegria das crianças e de todos os trabalhadores foi amplamente comenta-da pela comitiva de japoneses, incluindo o cônsul-geral do Japão no Brasil, Ma-suo Nishibayashi. Ele ressaltou em seu pronunciamento que encerrava a sua carreira diplomática no Brasil, mas que levava consigo a alegria das crianças, pe-las novas possibilidades e novo espaço que poderão utilizar.

Dentre os presentes, estavam mui-tos dos que se dedicam ao Lar desde a fundação, como o pediatra Dr. Cé-sar Magnus Pusch, que se emocionou ao ver uma das crianças, acolhidas na época do orfanato, coordenando hoje a creche. “Geni tinha uma asma que fazia dó. O Lar faz parte de minha vida. Foi erguido e mantido por um pessoal sem recurso, mas com uma vontade danada de fazer as coisas.”

E é essa vontade de fazer e aprimorar que leva hoje a casa a oferecer assistência às crianças não apenas até os 5, mas aos 14 anos. Segundo a pedagoga e diretora da creche, Geni Francisco, o projeto aju-dará a consolidar nas crianças e na co-munidade os valores e a formação e um futuro melhor.

Lembro-me do quadro pintado na

Correio Fraterno a ele vinculada, come-mora a etapa alcançada, e assegura que a luta continua. O próximo passo será estabelecer novas parcerias para a manu-tenção do projeto. Será um novo desa-fio, analisa o presidente da casa.

Informações Tel.: (11) 4109-8938 Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955 – Bairro Assun-ção- São Bernardo do Campo -SP. www.laremmanuel.org.br

Lar da Criança Emmanuel

Projeto ganha apoio do governo japonês

entrada do primeiro prédio do Lar, que estampava Jesus com a mão sobre a ca-beça das crianças, subscrito:” Vinde a mim as criancinhas”. Realmente isso é o que Lar Emmanuel vem cumprindo nesses 50 anos, abrindo as portas para todos os que nela batem, avalia Ray-mundo R. Espelho, um dos fundadores da instituição.

O Lar Emmanuel, que tem a editora

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6 CORREIO FRATERNO JANEIRO - FEVEREIRO 2009

PorELIANAHADDAD

ESCRITÓRIO

BRASIL

CONTABILIDADE E SERVIÇOS S/C LTDA.

Tel.:(11)4126-3300Rua Santa Filomena, 305

1º andar - CentroSão Bernardo do Campo - SP

[email protected]

A reação da moral no

Poder PúblicoAdvogados, promotores e juízes

espíritas divulgam o valor das idéias de justiça e de paz

Em menos de um ano de atuação, a AJE-SP, Associa-çãoJurídico-EspíritadeSãoPaulojádemonstraaforçadauniãodosprofissionaisdeDireitoespíritas.Sãoad-vogados,promotoresejuízesqueorganizameventosespecíficosparadivulgarovalordasidéiasdejustiçae de paz que o Espiritismo desperta como condutor daverdadeiraresponsabilidadesocial.TIAGOCINTRAESSADO,32,promotorde justiça/SP,hojepresidenteda AJE-SP, concedeu ao Correio Fraterno essa elucida-tiva entrevista:

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Page 7: Correio Fraterno 425

JANEIRO - FEVEREIRO 2009 CORREIO FRATERNO 7EN

TREV

ISTA

Como surgiu a idéia da AJE-SP? Qual o seu papel?Tiago: A idéia de se fundar a AJE-SP foi fruto dos trabalhos desenvolvidos, desde 2002, no Grupo Espírita de Es-tudos Jurídicos Prof. Fernando Ortiz, em Franca-SP. Com reuniões mensais, discutindo diversos assuntos – aborto do anencéfalo, células-tronco, corrup-ção, união civil entre pessoas do mesmo sexo, violência, conflitos domésticos etc – sempre desejando expandir este nú-cleo para diversas regiões do Estado. De outro lado, participando desde 2003 do MEDNESP – congresso que reúne as AME’s (Associação Médico-Espírita) – verificamos que tal espaço deveria também ser ocupado pelos militantes do Direito. No final de 2007, passa-mos a ter contato com diversas outras pessoas que também tinham este ideal. Descobrimos a já existência, a contar de 2001, das AJE’s do Rio Grande do Sul e do Espírito Santo. Lançada a idéia, aos poucos foi se concretizando.

Como você analisa o surgimen-to de tantas entidades de classe espíritas no momento atual?Tiago: A sociedade atual exige organi-zação para se conseguir êxito nos obje-tivos a que nos propomos. Organização pressupõe, sobretudo, união, coopera-ção. Isolados, não temos a mesma força que a de um grupo harmônico e coeso voltado para o fim desejado. O crime nos ensina isto, basta lembrar que a cri-minalidade atual organizou-se e bem, unindo esforços para o mal. Nesta mes-ma linha, as associações de classe espíri-tas revelam a imprescindível necessidade de se organizar, para que os estudos se-jam aprofundados, mediante a troca de experiências, e que a atuação profissio-nal possa ser aperfeiçoada. Aos poucos,

dentro de cada classe, vai se formando um verdadeiro exército do bem. Qual sua opinião sobre as leis humanas?Tiago: A lei humana revela o atual es-tágio em que se encontra a civilização. Fazendo breve retrospecto histórico, percebemos a evolução da legislação, ainda que paulatinamente. Antes, o de-vedor tinha parte de seu corpo decapi-tado para liquidar o débito. Hoje, seu patrimônio é que deve ser transferido ao credor, sendo sua vida e integridade física invioláveis. Aos poucos, vamos percebendo a introdução de princípios evangélicos, como honestidade, lealda-de, respeito à vida e liberdade, trabalho digno, propriedade limitada e com fun-ção social, na legislação humana. Trata-se de um fato indiscutível a conferência pelo homem de valor jurídico a princí-pios cristãos. No entanto, há muito o que melhorar. E este espaço nos remete ao dever de trabalhar para este progres-so.

Você poderia nos esclarecer so-bre a questão da crise no Poder Judiciário?Tiago: A crise no Poder Judiciário, aqui entendido como Justiça em geral, assu-me diversos aspectos. Um deles é a baixa valorização dos servidores, por conta de serviço excessivo, poucos funcionários e falta de preparo, muitas vezes. A Jus-tiça trata-se de verdadeira engrenagem, merecendo respeito todos seus compo-nentes, desde o juiz até o servidor que executa tarefas menores, mas imprescin-díveis para o andamento da máquina. A outra crise é moral. É triste ainda notar escândalos de corrupção envolvendo altas autoridades. Tratamentos desu-manos, muitas vezes, são dispensados

aos cidadãos que, por qualquer motivo, precisam da Justiça. Processos morosos, cujo resultado, quando concretizado, acaba sendo ineficaz.

Qual a ética atual para a socie-dade humana? Tiago: A ética ideal é a ética de Jesus. Seu Evangelho ainda é o melhor código para a vida terrena. Quem errou, deve reparar o dano. Mas quem tem o dever de aplicar a lei, deve agir com amor, ainda que, para o caso concreto, a pena deva ser severa. Somos todos irmãos e o erro faz parte da natureza humana. Per-doar não é isentar o culpado dos acertos necessários, mas é também compreen-der que inexiste erro irreparável.

Qual o papel dos operadores de Direito para a regeneração da Humanidade? Tiago: A Justiça precisa ser reformu-lada. E não obstante a necessidade de reformas legais, estruturais, informati-zação, a reforma moral de seus atores afigura-se inevitável. O indivíduo que se encontra de um lado ou de outro no processo judicial, independente do caso, merece respeito. O arbítrio é ilegal. O tratamento diferenciado por conta de condições econômicas deve ser abolido. O preconceito não combina com qual-quer operador do direito. Tudo isto gera injustiça e isto não combina com uma sociedade que se pretende pacífica. O operador do direito deve entender que não lida com papéis, mas com vidas humanas. Esta mudança de postura já será, por ora, grande avanço.

Como o Espiritismo pode cola-borar para o estabelecimento da paz e da justiça na Terra?Tiago: A Doutrina Espírita colabora,

inevitavelmente, para a melhoria do homem, demonstrando-lhe que o pro-gresso ocorrerá, com amor ou com dor, e que somos depositários da confiança divina conforme a posição e cargo que ocupamos na Terra, tendo o homem o dever, pois, de prestar contas do traba-lho realizado ou não. A transformação moral individual leva à transformação social, já que o exemplo contagia, e, com isso, o bem se dissemina no seio so-cial. O conjunto de valores ético-morais emanado da Doutrina Espírita quando convertido em ação prática tem poten-cial transformador.

O homem está em crise com seus valores. Por quê?Tiago: A crise de valores existe. Uns ainda não compreendem o real signifi-cado da existência, predominando a vi-são materialista. Outros estão cansados de posições dogmáticas, mas ainda são resistentes quanto à mudança de visão. O conflito instala-se, pois, causando perturbação e dor. Alcançar a serenida-de e concluir que o trabalho individual e social é fonte de mudança requer tem-po e maturidade.

Dá pra melhorar esse mundo? O que fazer?Tiago: A mudança implica a confiança no valor esperança. Enquanto depen-der da liberdade humana para se alte-rar rumos, a crença positiva de que a melhor decisão ocorrerá é obrigação de todos nós que acreditamos nos valores evangélicos, no potencial criador do ho-mem. Nesse sentido, a esperança deve sempre estar presente em nossas vidas, pensamentos e sentimentos, de modo que nossas ações sejam sempre positivas. Acreditar na mudança humana é o pri-meiro passo para a própria mudança.

“ “O conjunto de valores ético-morais emanado da Doutrina Espírita quando

convertido em ação prática tem potencial transformador.

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8 CORREIO FRATERNO JANEIRO - FEVEREIRO 2009

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A estratégiada espiritualidade

fora de questão que o ano de 1848 foi atípico em se tratan-do da história da Humanida-de; tanto na dimensão visível,

quanto na invisível. A importância dos fatos que se sucederam em meados do século 19 não foi completamente ava-liada; particularmente, em relação às inevitáveis interações que se deram en-tre os dois planos.

Depois de seguidas mudanças na maneira de pensar e agir – que frutifica-ram por meio da Renascença, Reforma Protestante e Iluminismo –; aqui na Ter-ra, no plano da materialidade, mais pre-cisamente na Europa, ocorria a chamada ‘Primavera dos Povos’.

Apesar da equivocada ideia a que o nome induz, aquele não foi um momen-to de tranquilidade, e sim um período de seguidas revoluções, que se deu em meados do primeiro semestre, quando ocorre a primavera no hemisfério norte.

O movimento contou com a par-ticipação de operários, camponeses, artesãos e intelectuais socialistas, mani-festando suas insatisfações ante os ex-cessos adotados durante a fase inicial do capitalismo-industrial. As insatisfações daquelas classes seriam sintetizadas por Karl Heinrich Marx e Friedrich Engels, naquele mesmo ano, por meio de O Manifesto Comunista.

Distante dali, no outro lado do Atlântico, os Estados Unidos da Amé-rica passavam quase ao largo das revo-luções sociais.

Preocupados com sua expansão territorial, depois de consolidada sua independência, empreendiam a ‘con-quista do oeste’; na tentativa de ocupar

a maior área possível, dando forma ge-ográfica a sua pátria.

Como precisavam de um significa-tivo número de colonos, admitiam pes-soas oriundas dos mais diversos países, que traziam consigo suas culturas, suas religiões. Por este motivo, ocorria ali uma tolerância religiosa até então sem precedentes na história humana.

Enquanto isto, os Espíritos Supe-riores, comprometidos com a evolução espiritual humana, engendravam alter-nativas que pudessem possibilitar aos homens uma melhor compreensão da questão espiritual.

O momento recomendava medi-das urgentes; as idéias materialistas e a descrença em Deus e no mundo espiritual tomavam uma nova e preo-cupante dimensão.

Para tanto, os espíritos utilizariam o serviço de diversos médiuns como expediente para revelar as verdades es-pirituais aos encarnados; o recurso era adequado e eficiente, pois seria impos-sível impedir seu avanço, o que poderia acontecer caso a tarefa fosse toda dele-gada a uns poucos medianeiros.

Por razões inequívocas, o lugar escolhido foi os Estados Unidos da América; onde os acontecimentos me-diúnicos poderiam se dar sem grandes obstáculos, aproveitando a significativa liberdade de expressão.

Então, sem qualquer aviso, os ‘mor-tos despertaram os vivos’ no início da estação primaveril, em 1848, mani-festando-se em toda parte, de forma contundente, nos mais diversos lares norte-americanos, por meio de pessoas comuns, como as irmãs Fox, os irmãos

A Grande SacerdotisaRomance mediúnicoPelo espírito Julianus Septimus, psicografado por Nadir Gomes

Distante de DEUSRomance mediúnicoPelo espírito Fábio, psicografado por Nadir Gomes

“Através da história de Hamazusayth, uma alta sacerdotisa do antigo Egito, muitas personalidades entram em cena e revelam suas lutas para a verdadeira transformação interior.”

A história de Fábio é como a de muitos, que amargam a dor do arrependimento,depois de seguir nos descaminhos do tráfico de drogas.Mas...sempre há o despertar para Deus e para as responsabilidades!

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PorLICURGOSOARESDELACERDAFILHO

Distante dos holofotes, os EUA foram palco ideal para a

manifestação de espíritos

Page 9: Correio Fraterno 425

JANEIRO - FEVEREIRO 2009 CORREIO FRATERNO 9

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Davenport, a família Koons.Era a ‘Primavera dos Espíritos’.Esta primavera, diferentemente de

sua contemporânea, guardava real con-sonância com o nome, já que significava o florescimento pacífico das verdades que até então permane-ciam ocultas.

No dizer de Ar-thur Conan Doy-le, os fenômenos mediúnicos irrom-peram na jovem nação à maneira de uma ‘nuvem psí-quica’, habilmente controlada pelos Espíritos Superio-res; para depois, ser direcionada para a Europa, onde encontraria perso-nagens previamente preparados para lidar com tais revelações – a exemplo de Allan Kardec.

Ambas as primaveras marcaram pro-fundamente as gerações que se seguiram.

A ‘dos povos’, apesar de não ter eli-minado as drásticas diferenças sociais,

CA

PA

iniciou um diálogo interclasses que con-tinua até os dias de hoje; tendo ainda muitas barreiras a transpor.

A ‘dos espíritos’, que culminou com o advento do Espiritismo na França, pode não ter instaurado definitivamente

a idade da regeneração na Terra; porém, semeou dúvidas entre os céticos e os ateus, disseminando por toda parte no-ções de Deus, da sobrevivência da alma à morte do corpo físico, da comunicabi-lidade dos mortos...

À sua maneira, a ‘primavera dos po-

vos’ obteve seus frutos por meio do san-gue que regou o solo europeu; por sua vez, a ‘primavera dos espíritos’, alcançou seus resultados em meio aos ‘raps’ – ba-tidas – e ‘mesas girantes e falantes’, que foram difundidas mundo afora, con-

venientemente controladas pelos espíritos mani-festantes.

Ao final, fi-cou a convicção de que, embora ambos os movi-mentos fossem importantes para a Humanidade; o promovido pelos espíritos foi o que nos legou a certeza de que um futuro melhor é possível;

e pode ser construído com a perseveran-ça no Bem, e depende principalmente de nosso trabalho.

Escritor, orador e dirigente espírita, na cidade de cidade de Uberlândia-MG. Autor da coleção A me-diunidade na História Humana- Minas Editora. E-mail: [email protected]

Em 1848 a ‘Primavera dos Espíritos’, diferentemente de sua contemporânea, a ‘Primavera dos Povos’, guardava real con-sonância com o nome, já que significava

o florescimento pacífico das verdades que até então permaneciam ocultas.

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10 CORREIO FRATERNO JANEIRO - FEVEREIRO 2009M

OSA

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Sublime

recomendaçãoO e-mail do meu mentor

PorTATIANABENITES

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“Nãodevemospermitirquealguémsaiadanossapresençasemsesentirmelhor e mais feliz.”

Madre Teresa de Calcutá

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Gandhi, líder indiano

“Amanifestaçãodoamoréasalvação.OAmoréofioqueligaogloboterrestre.OAmoréofioqueligaDeuseohomem.”

Pestalozzi, pedagogo suíço “Osinalmaissegurodasabedoriaéaconstanteserenidade.”

Michel de Montaigne, escritor francês

“Omissionáriodobem,ondeseencontre,ésempreumsemeadordeluz.”André Luiz, em Obreiros da Vida Eterna

“Oconhecimentopodepouquíssimo,comparadocomomuitoqueoamorpode sempre.”

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Laurinha estava fazendopesqui-sas no computador para sua aula deeducaçãoespírita,doCentro.Percebeuqueexisteumainfinida-de de sites com muita informação sobre o que precisava. No entan-to, começou a pensar em outras facilidades.“Atecnologiaestátãoavançadaagora. Bem que a gente podia ter mais facilidade para saber melhor das coisas. Mesmocomtantainformação,nãoconseguimossaberoquepodemosfazeramanhã para melhorar o mundo.”Foiquandosedirigiuatéasala,refletindo: – Pai, eu estava pensando... Seria tão legal se o plano espiritual fosse informati-zado,nãoé?OpaideLaurinha,queestavaassistindoaojornal,virou-separaafilhaedisse:–Comoé?Deondevocêtirouessaidéia?– Eu estava pesquisando umas coisas para minha aula na internet, mas seria bem mais legal perguntar tudo direto ao meu mentor. Se ele tivesse e-mail seria bem maisfácil.Seráquelánãotemtecnologia?–Ai,minhafilha,atecnologiadeládeveserbemmaisavançada.–Seémaisavançada,elesdevemtere-mail.–Não,filha,nãofoiissoqueeuquisdizer–efoilogointerrompido.–Comoseráqueeufaçoparadescobriroe-maildomeumentor?Porqueeuachobemmaisfácilescreverparaeledoqueficaresperandoaintuição.Achoque meu mentor não gosta muito disso. Eu não consigo me conectar com ele !–Laurinha–falouseupaisério–oplanoespiritualtemmaisoquefazerdoqueficarsepreocupandoemcomovaifalarcomvocê.Umacoisaécerta:aintuiçãoéumaformamuitomaiscomplexadecomunicaçãodoquequalquercomuni-caçãoaquinaTerra.–Olha,pai,podeatéser,maspramimébemmaisfácilpelocomputador.Achomelhoragentefazerumacampanhanoscentrosespíritasassim:“Comunique-secomseumentoratravésdocomputador.Mandeseue-mailpraele!”Jáqueelesestãosempreligadosanós,arespostaéinstantânea.Eugosteidaidéia!– Filha, as coisas não são assim. Laurinhacomeçouaresmungarefazerplanosparaacampanha.Entãoseupairesolveu a inquiriu:–Poracaso,vocêjáperguntouparaosmentoresseelesqueremterume-mail?– Não!–Então,filha,quandosomenteumapartequer,ascoisasnãoacontecem,paradar certo os dois têm que querer.–Tábom!Inconformada, a menina foi para o quarto, olhou para o computador e menta-lizouodiálogo:“Meumentor,jáquevocêestásemprepertodemimeestámeouvindo,quetalnoscomunicarmospeloe-mail?Bem,naverdade,jáquetudoaíémaissofisti-cado,bemquevocêpoderiafazerumsite‘MENTORDALAURINHA’,comumasenhasóminha,podiatambémfazerumMSN.AssimagentepodebaterumpaponassuashorasvagasejáquevocêéoMEUmentoreéchique,bemquepodia fazer um Orkut, colocar umas fotos da sua casa, pra eu saber melhor como étudoissoaí.Falaaíquevocênãogostoudaidéia?”

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JANEIRO - FEVEREIRO 2009 CORREIO FRATERNO 11EN

SAIO

PorKÁTIAPENTEADO

OEspiritismoproíbeaparticipaçãono

CARNAVAL?o se aproximarem do Espiritis-mo, as pessoas perguntam qual a visão da Doutrina Espírita so-

bre o Carnaval. Os mais diretos questio-nam: o Espiritismo proíbe a participa-ção de seus adeptos aos bailes e desfiles de Carnaval?

Cabe, então, uma provocação: Qual a intenção de uma pessoa ao participar desses eventos? Será possível participar das festas resguardando-se dos excessos?

Nessa época, o País vive uma febre de diversão, com o amplo exercício da liberdade – ou será libertinagem? –, dando a impressão de que, em quatro dias (em alguns lugares são mais de 10), é permitido fazer tudo (e tudo mesmo) o que não foi realizado nos outros 361 dias do ano. A poesia autoriza as pessoas a se guardarem “até o Carnaval chegar”, justificando todo e qualquer excesso.

Vale lembrar que essa festa guarda sua origem na Antiguidade, nas dionisí-acas gregas e nos bacanais, saturnais e lu-percais romanas, que eram homenagens a Dionísio e Baco, deuses da mitologia greco-romana relacionados ao vinho e à embriaguez, à colheita e à fertilidade, ao prazer material.

Por esses motivos, as religiões não recomendam – e até inibem – a parti-cipação de seus fiéis nos festejos carna-valescos. Mas o que o Espiritismo, en-quanto Ciência, Filosofia e Religião, diz a respeito?

Na Codificação, não há nada específi-co. Por analogia, chegamos a conclusões.

Como encarnamos para evoluir, é imperioso desenvolver o autodomínio e a expansão do sentimento de amor fra-ternal, descartando os objetivos ilusórios que nos fixam na temporalidade.

Entre os caminhos, está o apontado por Paulo de Tarso (I Cor 6:12): “Tudo me é permitido, mas nem tudo me con-vém. Tudo me é permitido, mas eu não

deixarei que nada me domine!”. Mais à frente, em 7:9, recomenda: “Mas se não conseguem controlar-se – permanecer casto –, devem casar-se, pois é melhor casar-se do que ficar ardendo de desejo”.

De forma prática, quatro dias de ab-soluta e desmedida folia possibilitam di-versos desastres, com prejuízos até para o programa reencarnatório: Somos li-vres para dirigir nossas vidas, mas somos também responsáveis pelas nossas ações e por nossos pensamentos, frente a nós mesmos e ao próximo.

O pensamento, como força criado-ra, plasma as cenas imaginadas. De que adianta – na tentativa de nos mostrarmos puros, evoluídos e sérios –, isolarmo-nos da festa e, interiormente, sofrendo de vontade dela participar, criarmos ima-gens de como seria e do que faríamos?

Os Espíritos encarnados e desencar-nados, das diferentes classes evolutivas – segundo consta em O Livro dos Espíritos, nas questões de 456 a 472 – sentem e veem tudo o que fazemos, dirigindo a atenção para o que lhes interessa e fixan-do-se ao nosso lado pela afinidade e pela sintonia. Desse modo, nossos desejos, afinidades e ações, além de influenciar outros, favorecem nossa influenciação por terceiros, que, quando ainda ape-gados aos prazeres materiais, estimulam excessos dramáticos. Para vencer as in-clinações inferiores e a natureza corpó-rea, busquemos a prática da abnegação e estejamos atentos ao ensinamento de Jesus: “Aquele que muito quer gozar a vida, perdê-la-á e o que renunciar à vida por amor a mim, ganhá-la-á” (Lucas, 9:24).

Pedro de Camargo (em Em torno do mestre, no artigo intitulado “Tentação”) afirma que “o corpo, quando não é di-rigido pelo Espírito, destrói-se a si mes-mo através das sensações e exaltações a que se submete. (...) Vence-se a carne

não lhe concedendo tanta atenção, não atendendo aos seus arrastamentos e ca-prichos; fortificando o Espírito com a verdade eterna revelada por Jesus. For-talecer ao máximo o Espírito, dando ao corpo o necessário para a sua conserva-ção é a chave. Sob a direção do Espírito, o corpo se embeleza, fica forte e alcança longevidade acentuada”.

Retomamos a questão: O que fazer no Carnaval? A resposta tem diversas nuanças, pois quanto mais nos depu-ramos, mais nos fortalecemos e menos acessíveis somos aos prazeres materiais e às paixões; pois aprendemos que é possí-vel nos divertir e participar de festas sem excessos ou exageros.

Somos Espíritos em evolução, per-fectíveis, e podemos acelerar o processo. As informações que a Doutrina disponi-biliza nos fortalecem espiritual e moral-mente, tornando-nos melhores, donos de nós mesmos, corajosos construtores do próprio futuro. Para isso, devemos evitar culpar os outros e o nosso corpo físico (os hormônios, por exemplo) pe-los deslizes.

E assim, caro leitor, pelo avanço do seu entendimento e pelo exercício de sua liberdade e de sua vontade, você pode responder com segurança: O Espiritis-mo proíbe a participação no Carnaval?

Jornalista especializada em comunicação corporati-va. Ativa oradora e colaboradora da área de Assis-tência Espiritual e da de Educação do Grupo Espí-rita de Arte Mediúnica, São Paulo. Durante anos, atuou na área de Ensino e Federativa na FEESP.

A

Page 12: Correio Fraterno 425

12 CORREIO FRATERNO JANEIRO - FEVEREIRO 2009A

GEN

DA

Centro de Cultura ini-cia cursos para 2009O CCDPE - Centro de Cultura Espírita Eduardo Carvalho Mon-teiro dará início a partir de março a pelo menos 10 cursos e ativida-des semanais. Alguns deles serão: Oficina de Convívio Fraterno, O Espiritismo segundo a visão cien-tífico Filosófico, com Pedro Naka-no, Curso de filosofia, com Astrid Sayegh, Entenda o Espiritismo, com Luiz Schvartz, Esperanto ní-vel avançado,com Odamir Feitosa. Administração de casas espíritas, Captação de recursos para institui-ções espíritas, aulas de artesanato estarão também compondo as ati-vidades do semestre.Local: Rua dos Guaiases, 16 Pla-nalto Paulista- São PauloPara saber mais, entre no site: www. ccdpe.org.br ou ligue: tel.: (11) fone: (11) 3825-1562, com Marcia.

IEEF promove cursos de FilosofiaInscrições abertas para os cursos ministrados no Instituto Espírita de Estudos Filosóficos São eles: O Espiritismo e os Filósofos; Temas Filosóficos Espíritas; Evolução do Princípio Espiritual: do Fenômeno a Ontologia; Conhecimento, Ética e Religião em Espírito e Verdade; Formação de Expositores de Filo-sofia para as Casas Espíritas; Curso Inédito de Filosofia Tradicional: Fi-losofia e Modos de Vida, com prof. Alfredo Fernandes. Curso sobre Herculano Pires: Concepção Exis-tencial de Deus com Astrid Sayegh.Local: Praça Florence Nightingale, 79 – Jardim da Glória – Vila Maria-na – São Paulowww.institutodeestudosfilosoficos.cominstitutodeestudosfilosoficos@gmail.comFone: (11) 2215-2684

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II Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e sua obra

De 18 a 20 de abril have-rá em Pedro Leopoldo,

MG, o II Encontro dos Amigos do Chico. Com a participação

de Nestor Masotti, Carlos A. Bac-celli, Luiz Carlos Lopez Madeira, Divaldinho Mattos, Cidália Xavier Carvalho (irmã de Chico Xavier), Eurípedes Higino dos Reis, Vivaldo da Cunha Borges, Geraldo Leão.Local: Rua Anélio Caldas, s/n.Fones: (31) 3662-38963661-3884 – (34) 3315-1910

46.º COMENOESP em Bauru – SP

Acontecerá dos dias 9 a 12 de abril o 46.º Con-

fraternização de Moci-dades Espíritas do Es-tado de São Paulo, na

cidade de Bauru. As inscrições vão de 24/01 a 09/03/09 a R$ 23,00 e de 10/09 a 20/03/09 a R$ 30,00. As vagas são limitadas.Fones: (14) 9762-3764(18) [email protected]@[email protected]

“Também”em

inglês

“Árvore”em

inglês

Os espíritas não acredi-tam que ela

existe

Livro de leitura diária para os espíritas

(codificação)Humilde

Sílaba de “toda”

Sílaba de “obter”

Plano em que vivem as estrelas

Cessar

Vogais de“lua”

Primeiras letras do

sobrenome “Ulrich”

-------Sampaio,

engenheiro paulista

Plano em que vivem os que

desencar-naram

O que se faz com livros espíritas

Tipo de mediuni-

dade

“Nosso” em inglês

Perturbar

104 em algarismos romanos

Conselho Regional de Medicina

Ação ou efeito de rir

Espécie de abóbora amarela

Vogais de“caos”

Aquele que crê no espiritismo

Alagoas

O “X” do placar 1X1

Darrisada

Vogais de“vôo”

Consoantes de “bota”

10 x 10

Meio de transp.

A ti

“Assisitir, socorrer”em inglês

Verbo “to be”3ª p. sing.

Instrumento agrícola

Pronome de-monstrativo

Observ. da Soc. de Informação

Tritura,remoe

Uma parte do globo

ocular

História/crença comum

(pl.)

Pequena rua

Maior sentimento

humano

Peça circular que

se move

Filhos do mesmo pai

Raiva

Pronome de-monstrativo na 2ª pessoa (pl.)

Casa,morada

Ato de deitar-se e

relaxarMedo

Sílaba de“laudo”

-----dos casamen-tos: livro da Ed. Correio Fraterno

Rio de Janeiro

Núcleo de Proces-

samento de Dados

Esfera;Terra

Barulho

Cabeça de gado

CURA

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LARLAU

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NPDROI

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SIRIESTUDO

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ROMETFEIRA

MORTE

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S

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I

ABR

18

ABR

9ENIGMA

Que escritor espírita do século 19 era cha-mado de “o homem

dos pequenos papéis?” Resposta do Enigma: Léon Denis

*Saiba por quê, acessando o site www.correiofraterno.com.br

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JANEIRO - FEVEREIRO 2009 CORREIO FRATERNO 13EN

SAIO

sabella Swan é uma adolescente ame-ricana tão comum quantas tantas ou-tras espalhadas pelo mundo. E nem

mesmo o fato de ela estar apaixonada pelo também adolescente Edward Cul-len faz diferença: Todas as demais tam-bém estão. Não importa que Edward seja um vampiro. Na verdade, é exata-mente por isso que todas se apaixonam por ele. Edward e Bella protagonizam a série de livros da autora estadunidense Stephenie Meyer que já se tornou fe-bre nos Estados Unidos, no Brasil e no mundo, com mais de 50 milhões de cópias vendidas de seus quatro volu-mes: Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Breaking Dawn. Edward e sua família são vampiros ‘do bem’: têm aparência humana, sem caninos afiados nem ca-pas soturnas. Não dormem em caixões e, principalmente, não se alimentam de sangue humano! Então, o que determi-na a febre em torno desta série? Seria apenas uma nova onda adolescente?

Os livros são direcionados para os jo-vens, daí seus personagens serem jovens comuns que estudam em escolas comuns e vestem roupas que todo jovem usa.

O psicólogo Laurence Steinberg, da Temple University, um dos profissionais mais conceituados dos Estados Unidos, afirma que os adolescentes se movem mais facilmente entre o específico e o abstrato, geram sistematicamente pos-sibilidades alternativas e explicações e comparam o que realmente observam ao que é possível; que os adolescentes tornam-se mais capazes de pensar sobre coisas abstratas – o que não pode ser experimentado diretamente através dos sentidos – e que eles apresentam mais probabilidade do que as crianças para ver as coisas como relativas, ao invés de absolutas. Talvez isto explique a facili-dade com que os jovens desenvolvam suas paixões e, até mesmo, seus vícios.

Mas isto não é de hoje. As marcas registradas da adolescência são, justa-mente, a inquietação, a inconformida-

PorGEORGEDEMARCO

I

CREPÚSCULOuma ponte entre dois mundos

de e a aura sonhadora. Segundo Jean Piaget, também psicólogo, no início da adolescência ocorre uma fase de interio-rização, e ele parece antissocial. Conde-na, despreza e quer mudar a sociedade. Depois surge o predomínio dos grupos, que se constituem como sociedades de discussão, quando o mundo é recons-truído em comum, com discursos que combatem o mundo real. A adaptação à sociedade se dará à medida que o

adolescente de reformador transforma-se em realizador, reconciliando o pen-samento formal com a realidade das coisas. Durante este período surge a ca-pacidade de autonomia plena, quando o adolescente compreende relações de reciprocidade, coordenação de valores, cooperação. Já há uma moral indivi-dual, onde são definidos seus próprios valores. Piaget explica que ocorrem di-ferenças no ritmo do desenvolvimento

entre as pessoas e as atribui às variações na qualidade e frequência da estimula-ção intelectual recebida dos adultos du-rante a infância e adolescência.

Neste ponto temos em comum a exortação de Emmanuel, no livro Tri-lha de Luz, de que ‘quando se repetem por todos os recantos os impositivos da revisão do tratamento em favor da juventude, é razoável que se aplique o mesmo critério para a madureza. Nem conceituação de irresponsabilidade para os jovens. Nem alegação de inuti-lidade para os adultos. (...) Não vemos qualquer conflito mais grave agora que noutras épocas, entre os mais moços e os menos moços. O que existe é o anseio da juventude no sentido de se edificar segundo a sua própria vocação, tanto quanto anotamos na madureza a necessidade de aproveitar, com mais se-gurança e com espírito mais amplo de reconhecimento a Deus (...)’.

A saga de ‘Crepúsculo’ fala de um grande amor, mas traz para o cotidiano um universo fantástico e a curiosidade que os vampiros despertam desde os tempos do Conde Drácula. Assim, a obra de Stephenie Meyer ultrapassa os muros adolescentes e conquista também os adultos, em mais uma demonstração de que a magia, o encanto, o sonho das grandes paixões, dos heróis e das moci-nhas estão sempre presentes em nossas vidas e servem como ponte entre dois mundos que não precisam ser antagô-nicos. Pelo contrário, como diria o já citado Emmanuel: Tão livre e robusta é a mocidade para zelar, disciplinadamen-te, pelos seus próprios interesses, quanto robusta e livre é a madureza para defen-der a sua própria felicidade em qualquer lugar, tempo, circunstância e condição, desde que se mostre agindo ponderada-mente.

Publicitário e radialista. Realiza atividades como expositor, evangelizador de mocidade e coordena-dor de teatro na seara espírita. E-mail: [email protected]

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14 CORREIO FRATERNO JANEIRO - FEVEREIRO 2009

MartinCroston tinhaapenasonzeanos,quando fora,emcompa-nhia de seus pais, visitar, pela primeira vez, a velha casa de sua mãe, emYorkshireMoors.Àmedidaqueavançavampelacharneca,umasensaçãoestranhaotomava.Eracomoseelejáestivesseestadoalicavalgando. Subitamente, uma forte neblina os envolveu. Seus pais se sentiram perdidos. Não sabiam mais onde estava o leito da estrada de terrabatida.Eficaramsurpresosquandoofilhosepôsaguiá-lossobaneblina,levando-osatéosítioisoladoondenascerasuamãe.Duranteoperíodoqueficaramnosítio,eleouviumuitashistóriasreferentesaoseuavô,queviveraefaleceraaliantesdoseunascimento.Mar-tinouviumuitacoisacomosefossepelasegundavez!Ànoite,nãopodedormirporcausadocarrilhãodorelógioqueficavano“hall”.Encabulado, questionava: “Porque o barulho do relógio me incomo-dava tanto?”Quandoo relógiobateuduashoras,ele lembrou-se.Saltoudacamaefoiatéorelógio.Suasmãostrêmulastatearamapartedetrásdapeça,encontrandoumamolasecreta.Umapequenatábuasaltou,revelandoumacaixaquecontinhapacotesepacotesdedinheiroemnotas.Seuavômorrerasubitamenteàsduashorasdamanhãenãolhefoipossívelrevelarosegredodesuaseconomias.MartinCrostonacreditouqueeraareencarnaçãodeseuavô!AcervoCorreio Fraterno – Jan 2001.

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… Amorteé

indolorPorOSWALDOIÓRIO Neto crê ter

sido seu avôS

Seminário Herculano, Tempo e EspíritoEvento no Centro de Convenções Rebouças co-memora 30 anos da morte de Herculano Pires

A Associação Brasileira de Pedagogia Espírita, com o apoio da Edi-tora Comenius, da Editora Paidéia e da Fundação Maria Virgínia

e Herculano Pires, promove dia 7 de março, o evento Hercula-no, Tempo e Espírito, em comemo-ração aos 30 anos de desencarne do

filósofo e escritor espírita José Herculano Pires.Palestrantes: Heloísa Pires, Dora Incontri, Alys-son Leandro Mascaro, Alessandro Bigheto, Franklin Santana Santos, Mauro Spínola, Fran-cisco Cajazeiras.Dia 7 de março, das 8:30 às 17:30h - 20 reaisCentro de Convenções Rebouças - Av. Rebouças, 600 São Paulo Inscrições: Associação Brasileira de Pedagogia Espírita

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empre que falo sobre a morte, tão temida por grande parte da huma-nidade, pela propaganda fúnebre

das religiões dominantes, procuro des-mistificá-la, apoiado nas revelações dos espíritos e nos depoimentos de amigos que sofreram acidentes e sobreviveram, esclarecendo que o momento do tres-passe da vida material para a espiritual é inconsciente e indolor, por ser uma ocorrência natural e necessária. Deus, na sua misericórdia e bondade, junta-mente com o instinto de conservação da vida, colocou em cada ser um me-canismo que desliga automaticamente a consciência nos momentos de perigo, pavor e, principalmente, no ato de de-sencarnar. Morrer é nada mais que um sono. Morremos todos os dias, quando deitamos para dormir.

Certa vez, no ano de 1949, saindo de Xavantes-SP, cidade localizada a seis qui-lômetros da divisa do Estado do Paraná, iniciei uma viagem a serviço da organi-zação bancária da qual era funcionário, com destino à cidade de Jacarezinho-PR. Viajava num táxi, sentado no ban-co dianteiro.

Num trecho da estrada de terra ba-tida, próximo ao meu destino, ficamos atrás de um caminhão que, mesmo trafegando em menor velocida-de, levantava uma cortina de poeira tão compacta que impedia completamen-te a nossa visão. Como naqueles tempos o movi-mento nas estra-das era pequeno, o motorista, para se livrar do pó e ultra-

passar o caminhão, imediatamente manobrou para a pista à esquerda e ao emparelhar com ele, se deparou com outro caminhão que vinha em sentido contrário. Quando percebi o caminhão se aproximando em grande velocidade, prestes a se chocar de frente conosco, simplesmente “apaguei”! Minha incons-ciência durou alguns segundos e, assim que “acordei”, vi que estávamos livres e já tínhamos ultrapassado o caminhão. Ainda meio tonto e duvidando de estar vivo, ouvi o motorista, aliviado, dizendo que por sorte, a estrada estava ali com as margens mais largas, o que permitiu que os caminhões se desviassem para as suas direitas, dando um apertado espaço para passarmos.

Sempre que me lembro deste in-cidente, agradeço a Deus por ter me concedido a graça de vivenciar essa ocorrência para ter a oportunidade de confirmar, pessoalmente, o que divulgo sobre a morte em minhas palestras; cons-tatar que o acaso não existe: “A fatalida-de existe unicamente pela escolha que o espírito fez ao reencarnar (LE-Q.851)” e que suas Leis, justas e perfeitas, “dá a cada um segundo seu merecimento” (Mateus (16:27), não permitindo que inocentes sofram.

Essa história aconteceu com o Sr. Oswaldo Iório. Conte

a sua também. Escreva para [email protected]

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á uniões que são fruto do afe-to mútuo, que é uma esfera diferente da esfera sexual. Os

jovens respeitam-se, admiram-se, dese-jam tentar construir uma vida compa-nheira, comum. Passado o entusiasmo inicial da paixão – aquele estado que Freud considerou semelhante à hipno-se e que os psicanalistas descreveram como cheio de projeções e idealizações –, convivendo sem o compromisso do casamento, que é a essência do ritual social do namoro, vai-se construindo um mundo comum, espécie de balão de testes para a decisão de estabelecer-se uma relação duradoura.

Não há tempo mínimo ou máximo para esta decisão. Atualmente a decisão

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Relacionamento conjugal e

desvinculaçõesPorJÁDERSAMPAIO

de casar-se tem sido adiada porque mui-tos jovens necessitam concluir estudos e estabelecer-se profissionalmente antes de poder iniciar uma vida comum, que pressupõe uma certa independência fi-nanceira.

Este vínculo emocional esteia-se em uma relação de confiança, base para a construção de um projeto comum ou compartilhado de vida. Como o tem-po vivido é seguido de mudanças, cada experiência, cada aquisição de um dos parceiros exigirá do outro compreen-são, respeito e muito esforço próprio para reconstruir a relação. Esta enfren-tará momentos de conflito, momentos de rotina, momentos de alegria imensa, momentos de estresse.

O vínculo estará sempre em questão, porque sempre surgirão outras pessoas interessadas no parceiro (a). Às vezes inconsciente disto, o outro tentará en-gaiolar seu cônjuge para que ele não o abandone. Quanto mais o fizer, mais correrá o risco de perdê-lo por ter criado um relacionamento insustentável, mar-cado pela insegurança e pelo sofrimento que o ciúme doentio gera.

Outras vezes, o cônjuge considerará o parceiro “conquistado” e irá dedicar-se de tal forma ao trabalho ou aos estudos que esvaziará a vida conjugal dos mo-mentos marcantes e prazerosos vividos na época do namoro. A vida se transfor-mará em uma rotina e a relação em uma espécie de empresa, com tempos e tra-balhos demarcados. O vínculo também se degradará e sentindo-se só, o parceiro ou abrirá mão de uma vida conjugal e a substituirá por trabalho e estudo ou se desvinculará.

Há também os casos doentios, no qual a relação afetiva se transformará em uma disputa de poder. Não são raros os casos em que esta disputa sairá do pla-no dos desentendimentos e frustrações e acontecerão cenas dolorosas de violên-cia, verbal ou física. Não há afeto que sobreviva à manipulação, à humilhação, ao desrespeito, e à escravidão doméstica. A desvinculação será uma conseqüência temporal, embora algumas pessoas não consigam se desligar do parceiro, espe-cialmente quando há filhos ou patrimô-nio em jogo na relação.

São tão complexos estes casos que Emmanuel frisou bem em um de seus trabalhos mais conhecidos: “óbvio que não nos é lícito estimular o divórcio em tempo algum (...) ainda assim é justo re-conhecer que a escravidão não vem de Deus e ninguém possui o direito de tor-turar ninguém, à face das leis eternas”.

Quando um dos cônjuges fica insa-tisfeito com a relação e pede separação, hoje legal e sem as pressões sociais que eram vigentes em nosso país de qua-renta anos atrás, não há como evitar o sofrimento. É esperado que haja nega-ção, que haja tentativa de barganha, que haja rancores e raiva, depressão e após algum tempo a aceitação, como descre-veu a escritora suiça Elisabeth Kübler-Ross, que possibilita o retorno a uma vida significativa pelo casal ou por um de seus membros. É esperado também que as partes se sintam lesadas, e trans-formem o processo de separação em mais uma briga conjugal, coadjuvada por advogados, que deixa mais cicatrizes que troféus, a dificultarem o processo de desvinculação.

Sob esta ótica entende-se porque Kar-dec, no diálogo com espíritos superiores, entendeu que o divórcio “é lei humana que tem por objeto separar legalmente o que já, de fato, está separado. Não é contrário à lei de Deus, pois que apenas reforma o que os homens hão feito e só é aplicável nos casos em que não se levou em conta a lei divina.”1

Por isso Emmanuel comentou ... “Ocorre, porém, que se não nos cabe se-parar aqueles que as Leis de Deus reuniu para determinados fins, são eles mesmos, os amigos que se enlaçaram pelos víncu-los do casamento, que desejam a separa-ção entre si, tocando-nos unicamente a obrigação de respeitar-lhes a livre esco-lha sem ferir-lhes a decisão.”2

1Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiri-tismo. FEB. cap. 22.2Emmanuel (psicografia Francisco Cândido Xavier) Vida e Sexo. FEB, cap. 8.

Psicólogo, doutor em Administração. Professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Editor do blog Espiritismo Comentado.

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