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CORREIO FRATERNO O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA Publicação da Editora Espírita Correio Fraterno • e-mail: [email protected] • Ano 42 • Nº 431 • Janeiro - Fevereiro 2010 Uma história de muitos desafios e conquistas, que começou com um grupo de pessoas motivadas a fazer o bem Pág. 13 Agora o CORREIO FRATERNO está no Twitter www.twitter.com/correiofraterno Siga-nos: elson Xavier, 69 anos, vai representar, no cinema, o papel de Francisco Cândido Xavier (1910–2002). O filme Chico Xa- vier, uma vida de amor, com a direção de Daniel Filho e basea- do no livro do biógrafo Marcel Souto Maior, será lançado no dia 2 de abril, dia do centenário de nascimento do médium mineiro, e promete sucesso de bilheteria. O ator cansou de escutar das pessoas que, um dia, interpretaria Chico Xavier. No ano passado, a especulação se tornou realidade, no- vos tempos que lhe tocaram especialmente o coração, em momentos emocionantes de trabalho, ao ter contato com uma história de tantos exemplos de amor. Veja entrevista, nas páginas 4 e 5. CHICO XAVIER com toda a emoção do cinema Artistas falam sobre a importância do espiritismo Senso de urgência N A temática espírita ganha agora a indús- tria cinematográfica. A Mundo Maior Filmes já se prepara para as filmagens do longa O Filme dos Espíritos, que conta com a participação de artistas consagra- dos da TV. Veja o que eles pensam sobre a veiculação da mensagem espírita no cinema. Páginas 8 e 9. Os ecologistas denunciam o risco de co- lapso na capacidade de suporte do planeta em atender às atuais demandas da maté- ria-prima e energia da Humanidade. Os espíritas informam que o processo de evo- lução do planeta Terra está em pleno cur- so e vai provocar mudanças importantes na vibração do orbe, o que significa que só permanecerão por aqui aqueles que vibra- rem em frequência compatível. Página 15. ISSN 2176-2104 50 anos do Lar da Criança Emmanuel IQUE ESTEVES

Correio Fraterno 431

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Correio Fraterno, um dos mais conceituados veículos de informação espírita do Brasil.

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CORREIOFRATERNO

O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA

P u b l i c a ç ã o d a E d i t o r a E s p í r i t a C o r r e i o F r a t e r n o • e - m a i l : c o r r e i o f r a t e r n o @ c o r r e i o f r a t e r n o . c o m . b r • A n o 4 2 • N º 4 3 1 • J a n e i r o - F e v e r e i r o 2 0 1 0

Uma história de muitos desafios e conquistas, que começou com um grupo de pessoas motivadas a fazer o bem Pág. 13

Agora o CORREIO FRATERNO

está no Twitter

www.twitter.com/correiofraterno

Siga-nos:

elson Xavier, 69 anos, vai representar, no cinema, o papel de Francisco Cândido Xavier (1910–2002). O filme Chico Xa-vier, uma vida de amor, com a direção de Daniel Filho e basea-

do no livro do biógrafo Marcel Souto Maior, será lançado no dia 2 de abril, dia do centenário de nascimento do médium mineiro, e promete sucesso de bilheteria.

O ator cansou de escutar das pessoas que, um dia, interpretaria Chico Xavier. No ano passado, a especulação se tornou realidade, no-vos tempos que lhe tocaram especialmente o coração, em momentos emocionantes de trabalho, ao ter contato com uma história de tantos exemplos de amor. Veja entrevista, nas páginas 4 e 5.

CHICO XAVIERcom toda a emoção

do cinema

Artistas falam sobre a importância do espiritismo

Senso de urgência

N

A temática espírita ganha agora a indús-tria cinematográfica. A Mundo Maior Filmes já se prepara para as filmagens do longa O Filme dos Espíritos, que conta com a participação de artistas consagra-dos da TV. Veja o que eles pensam sobre a veiculação da mensagem espírita no cinema. Páginas 8 e 9.

Os ecologistas denunciam o risco de co-lapso na capacidade de suporte do planeta em atender às atuais demandas da maté-ria-prima e energia da Humanidade. Os espíritas informam que o processo de evo-lução do planeta Terra está em pleno cur-so e vai provocar mudanças importantes na vibração do orbe, o que significa que só permanecerão por aqui aqueles que vibra-rem em frequência compatível.Página 15.

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50 anos do Lar da Criança Emmanuel

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ois mil e dez nem bem começa e já saltam as boas notícias so-bre eventos, congressos, e lan-

çamentos diversos no meio espírita. E sem dúvida, no centro de grande parte dos eventos estará a estrela do ano, o mé-dium Chico Xavier, pela comemoração dos 100 anos de seu nascimento. E pen-sar que estar em destaque é o que menos o médium apreciava. Mas como passar despercebido pela história sendo figura tão querida e incomum!

À revelia, sua história, a partir de abril, excede sua relação com os livros e ganha as telas do cinema.Veja em En-trevista a emocionante experiência do

ator Nelson Xavier, que interpreta o mé-dium no longa Chico Xavier, uma vida de amor. Leia também os depoimentos de artistas consagrados sobre sua relação com o espiritismo (Especial).

E já que o assunto é personalidades, existe uma não menos famosa, fazendo sucesso no palco chamado Planeta Ter-ra. O Fraterninho (encarte) precisa re-tornar para Horus, para cumprir à risca a história narrada no livro que deu início à série, mas tem dúvidas se atende aos pedidos para que ele não vá.

Por último, se você participou da campanha “Atualize seu cadastro” e tor-ceu para ganhar um dos kits de livros

sorteados, torça mais um pouco e veja se o seu nome não é um dos sorteados. Valdemar Batista Ferreira – Porto Alegre – RS

Ariadne Bernis Abdo – Itumbiara – GO

Ney Dias Alvim – São José dos Campos – SP

Grupo da Fraternidade Casa do Caminho – São Paulo – SP

Norival Alves de Sousa – Paineiras -MG

Antério Eich – Santa Maria – RS

Wagner Beltrame – Bauru – SP

Centro Espírita União – São Paulo – SP

André Stenico – Capivari – SP

Osmar Campos de Oliveira – Campo Gran-de – MS

D

CORREIO DO CORREIO

Produtivas realizaçõesRecebam meus parabéns pela qualidade do jornal, fruto de muito trabalho e empenho. Aproveito para desejar um 2010 pleno de boas e produtivas realizações em todos os campos de ação dessa jornada.

Doris M. Gandres - Rio de Janeiro (RJ) BullyingExcelente e oportuna matéria sobre o bullying (edição 430), tema que venho tra-tando há quatro anos em minhas aulas. Infe-

lizmente, um mal que se espalha. O Correio se mantém no topo da lista, entre as melho-res e mais regulares publicações espíritas, por mérito próprio. Vocês fazem acontecer!

Paulo Santos - Divinópolis (MG)

André TrigueiroEstou adorando a leitura do Correio. A última edição (429) ficou excelente como sempre. Fi-quei encantada com a reportagem de Triguei-ro, enfocando a Doutrina aliada à Ecologia.

Ivalda Oliveira - Uberlândia (MG)

Envio de artigosEncaminhar para e-mail: [email protected] Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 4.500 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.

CORREIOFRATERNO

JORNAL CORREIO FRATERNOFundado em 3 de outubro de 1967. Registrado no Registro de Pessoas Jurídicas em São Bernardo do

Campo, sob o n.o 17889. Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel - www.laremmanuel.org.br

Diretor: Raymundo Rodrigues EspelhoEditora: Izabel Regina R. Vitusso

Jornalista responsável: Eliana Haddad MTB-11.686 Comunicação e Marketing: Tatiana Benites

Editoração: PACK Comunicação Criativawww.packcom.com.br

Editor de arte: Hamilton DertonioRevisão: Raquel Momoio

Impressão: Novaforma de Comunicação Ltda.

Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955Vila Alves Dias - Bairro Assunção - CEP 09851-000

São Bernardo do Campo – SP

Fones: (011) 4109-2939 e-mail: [email protected]

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desde que citada a fonte.As colaborações assinadas não representam necessariamente

a opinião do jornal.Periodicidade bimestral

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Vice-presidente: Belmiro Tonetto

Tesoureiro: Adão Ribeiro da Cruz

Secretário: Vladimir Gutierrez Lopes

Uma ética para a imprensa escrita

Em dois artigos, escritos por Allan Kar-dec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação:

•Aapreciaçãorazoáveldosfatos,edesuas conseqüências.

•Acolhimentodetodasobservaçõesanós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.

•Discussão,porémnãodisputa.Asin-conveniências de linguagem jamais tiveramboasrazõesaosolhosdepes-soas sensatas.

•Ahistóriadadoutrinaespírita,deal-gumaforma,éadoespíritohumano.Oestudodessasfontesnosfornecerá uma mina inesgotável de observa-ções,sobrefatosgeraispoucoconhe-cidos.

•Osprincípiosdadoutrinasãoosde-correntes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, umateoria pessoal que exporemos.

•Não responderemosaosataquesdi-rigidos contra o Espiritismo, contra seuspartidáriosemesmocontranós.Aliás,nosabsteremosdaspolêmicasque podem degenerar em persona-lismo.Discutiremososprincípiosqueprofessamos.

•Confessaremos nossa insuficiênciasobre todos os pontos aos quais não nosforpossívelresponder.Longederepelir as objeções e as perguntas,nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento.

•Se emitirmos nosso ponto de vista,issonãoésenãoumaopiniãoindivi-dual que não pretenderemos impor a ninguém.Nósaentregaremosàdis-cussão e estaremos prontos para re-nunciá-la,senossoerrofordemons-trado.

Esta publicação tem como finalidadeoferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões.Eligar,porumlaçocomum,osquecompreendemadoutrinaespí-rita sob seu verdadeiro ponto de vista moral:apráticadobemeacaridadedoevangelho para com todos.

Envie seus comentários para [email protected]

Pessoas e

CorreçãoAchei excelente a matéria do ENLIHPE (edição 429). Vocês conseguiram falar um pouco de cada um dos participan-tes, inserir suas impressões e contribui-ções, com um texto muito gostoso de se ler. Uma pequena correção, minha tese foi defendida na USP e não na UFMG, como escreveu. Fiquei muito contente com o entusiasmo dos jovens Pedro, Leo e Vital.

Jáder Sampaio - Belo Horizonte (MG)

ISSN 2176-2104

personalidades

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omparando-se aos temas de cul-tura geral, ainda são poucos os trabalhos acadêmicos sobre o es-

piritismo no Brasil. Nota-se, porém, nos últimos anos, um crescimento conside-rável no número de teses e dissertações com temática espírita apresentadas nas principais universidades do país, vin-culadas aos programas de Ciências da Religião, História, Educação, Filosofia e Antropologia, envolvendo ações so-ciais (16%), obras psicografadas (16%) e princípios doutrinários (16%).

A produção está concentrada na região sudeste e sul (80%), com São Paulo participando com 48%, Minas Gerais com 18% e Rio de Janeiro com 14% do total dos trabalhos apresenta-dos, conforme cita o pesquisador Marco Antonio Figueiredo Milani Filho, em sua tese divulgada no 4º. Encontro da Liga dos Historiadores e Pesquisadores Espíritas (2008). Ele fez um estudo so-bre o levantamento do perfil das teses e dissertações com temática espírita, apre-sentadas em instituições brasileiras de ensino superior no período de 1989 a

2006, considerando 50 trabalhos cien-tíficos (39 dissertações e 11 teses) que faziam parte da base eletrônica de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com assunto relacionado diretamente às chaves de busca: espiritismo, Kardec, kardecismo, psicografia, mediunidade e Chico Xavier.

No ano passado, em outubro, o pesquisador espírita Jefferson Betarello defendeu sua tese de mestrado em Ciên-cias da Religião, na Pontifícia Universi-dade Católica de São Paulo (PUC-SP). Analisando especificamente o impacto das federativas e sua importância para consolidar o espiritismo no Brasil, a apresentação da dissertação Unir para difundir - O impacto das federativas no crescimento do espiritismo, foi assistida por vários espíritas e aprovada com nota máxima e com louvor por uma banca examinadora composta pelo orienta-dor José J. Queiroz (com doutorado na Itália, examinador de várias bancas so-bre espiritismo); Maria Ângela Vilhena (primeira livre-docente em Teologia no

Brasil, grande pesquisadora das religiões e autora do livro Espiritismos); Antonio Elias Silveira Leite (doutorado em so-ciologia na Bélgica, ex-diretor e atual coordenador pedagógico do Instituto de Teologia de SP – ITESP) e, ainda, os suplentes Enio da Costa Brito (doutora-do em Teologia na Itália, expoente aca-dêmico nas pesquisas sobre religiosidade popular) e Magali de Oliveira Fernandes (doutorada em Comunicação e Semió-tica pela PUC/SP, autora do livro Chico Xavier um herói brasileiro no universo da edição popular).

“Aprendi muito sobre a história do espiritismo no Brasil, sobre sua con-centração na região sudeste, especial-mente no Estado de São Paulo”, reve-lou Betarello.

Apesar de constatar que as entida-des federativas cumpriram um papel importante para essa consolidação no Brasil, especificamente em São Paulo, o pesquisador comentou sobre a caracte-rística predominante de ações reativas, que levam as instituições a resolverem problemas mais urgentes não geren-ciando o crescimento do contingente espírita ou valorizando a quantidade

DaREDAÇÃO

Espiritismo é tema de

teses no Brasil

C

de adeptos. “Sempre privilegiaram o aten-dimento aos frequen-tadores, caracterizan-do os centros espíritas como prestadores de serviço, contribuindo assim para uma alta frequência e uma bai-xa adesão”, afirma.

Para ele, as insti-tuições são necessárias para aglutinar pessoas em torno de interesses

comuns e evitar modismos no campo doutrinário, sendo o seu papel o de de-limitar e dar identidade ao Espiritismo. Segundo Betarello, é necessário que as instituições olhem para o presente pro-jetando o futuro, promovendo reflexões e debates sobre temas específicos que engajem realmente aqueles que buscam a casa espírita.

As conclusões da tese foram obtidas a partir da análise dos dados dos censos do IBGE, dos cadastros federativos e de uma pesquisa na cidade de Franca-SP, onde há um grande contingente de espí-ritas, podendo-se constatar os principais momentos na história do espiritismo no Brasil, ao longo do século XX e o iní-cio do século XXI, como por exemplo a unificação do Movimento espírita, na década de 40, o grande crescimento das chamadas religiões mediúnicas, na déca-da de 50 e a consolidação do modelo de centro espírita vigente na década de 70.

Para saber mais: Tese Unir para Difundir (Jefferson Betarello).http://www.easy-hare.com/1908266655/DM_FI-NAL_semfotos.pdf.Tese Produção Acadêmica Espírita Marco Milani)www.correiofraterno.com.br.

Jefferson Betarello: tese sobre espiritismo aprovada em Universidade Católica

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TA Um novo Nelson A emoção de conhecer o amor de Chico

PorELIANAHADDAD

Nopróximo2deabrilcomemora-seocentenáriodeChicoXavier (1910-2002),dataparaaqualtambémestáprogramadaaestreianacionaldofilmeChico Xavier, uma vida de amor,daGloboFilmes,sobadireçãodeDanielFilho,tendonopapeldomédium,nainfância,juventudeematuridade,osatoresMatheusCosta,ÂngeloAntonioeNelsonXavier.Históriasparalelasinteressantespermearamafilmagem,realizadaemPedroLeopoldo,Uberaba,MGePaulínia,SP,noanopassado.Aimprensanoticioufartamenteaemoçãoespecialsentidapeloelenco,quetemtambémAnaRosa,PauloGoulart,TonyRamos,LetíciaSabatella,ChristianeTorloni,Gio-vanna Antonelli, dentre outros, interpretando personagens marcantes na his-tóriadevidadomédiummineiro.Deumaformaoudeoutra,todaaequipedefilmagemacabouseenvolvendocomatemáticaespíritaetambémcom

aspassagensespecíficasdavidadeChicoparaastelasdocinema.Oprojetodofilmeiniciou-seháseisanos,quandoDanielFilholeuabiografiadomédiumescritaporMarcelSoutoMaior(As vidas de Chico Xavier, Ed. Planeta)epassouaadaptá-laparaocinema.Naépoca,obiógrafoenvioutambémumexemplaraoatorNelsonXavier,dizendoquegostariamuitoqueelefizesseopapeldoChico.“Parecequemeudestinoestavaenvolvidocomessahistória”,contaoator,queacaboumesmosendochamadoporDanielFilhoparaopapelprincipalecomcertezairáemocionaropúblicorevivendonastelasatrajetóriadeChico,incluindosuaparticipaçãonolendárioProgra-ma Pinga-Fogo, da então TV Tupi. Apesardenãoseradeptoareligiãoalguma,NelsonXaviercomeçouaseprepararparaasfilmagens,estudandoepesquisandoparapodercompre-

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Como foi atuar como Chico Xa-vier? Você não é espírita...Nelson Xavier: Não sou espírita. Não sabia nada sobre Chico, nunca havia me interessado por ele. Começando a fazer o trabalho de preparação, fui a Pedro Leopoldo e Uberaba, MG. Conhecendo as pessoas, os lugares e as coisas dele, fui sendo tomado por emoções muito fortes. Era um sentimento que ultrapassava a minha experiência como artista. Come-cei a chorar tanto, tanto, que achei que havia alguma coisa a mais. O que houve é que Chico transformou a minha vida, minhas opiniões, minhas crenças, está me fazendo perceber outros valores.

Como começou essa transformação?Nelson Xavier: Há seis anos, o Marcel Souto me enviou o livro de sua autoria com um bilhetinho: gostaria que você fi-zesse o Chico. Como não sabia de nada, li a história e fiquei impressionadíssimo com a infância dele. Fiquei tocadíssi-mo...(pausa) emocionou-me muito e eu quis realmente fazer o papel. Engraçado que não sou um ator porque procurei ser ator, a vida me tornou ator. Nunca so-nhei com personagens como é comum entre os meus colegas. Isso nunca existiu para mim. O primeiro que eu fiz questão de fazer foi esse. Realmente desejei inter-pretá-lo. Começaram as especulações na imprensa sobre o filme, até que telefonei para o Daniel (Daniel Filho, diretor), di-zendo: eu quero muito fazer o Chico Xa-vier. Talvez você me julgue muito velho, mas se precisar eu faço até uma plástica para rejuvenescer. Dois anos depois ele me telefonou e fez o convite. Na hora, de novo, me emocionei muito.

O que você descobriu fazendo

esse trabalho, que faz você afir-mar hoje Chico mudou sua vida?Nelson Xavier: Sempre fui socialista. Quando moço, quis mudar o Brasil, trei-nei para a luta armada, engajei-me nos movimentos nacionais. Nunca fui preso, mas fiquei foragido por algum tempo. Sou de uma geração que acha o Brasil uma terra explorada por bandidos... Ao encontrar o universo de Chico, passei a admitir que o caminho da violência não é o único como eu acreditava... A base de tudo é a solidariedade, o amor.

A imprensa já divulgou vários fa-tos interessantes, envolvendo a participação espiritual do Chico no filme. Você chegou a sentir a presença dele?Nelson Xavier: (Silencia, emociona-se, chora) Sim. Durante o trabalho principal-mente...não o via, mas sentia uma força poderosa me envolvendo. Só podia ser ele.

Você, com raízes socialistas, mui-to mais ateu, agora com essa nova visão... O que você vai fazer com essa mudança toda agora, vai se tornar mesmo um espírita?Nelson Xavier: (Risos) Não se trata de uma conversão... É uma mudança interior, diferente. Já estou até me cha-mando de “Novo Nelson”. Minha mãe era espírita e, desde criança, sempre me chamou e eu nunca a atendi. Minha mulher, com quem sou casado há 20 anos, também é espiritualizada, mestre de yoga, sempre me chamou e também nunca atendi ao chamado. Só aten-di agora, com o Chico. Ele conseguiu. Agora, vamos ver o que acontece...ainda estou vivendo intensamente tudo isso..

A semelhança fisionômica entre você e o Chico também emocio-na nas imagens que já foram vei-culadas na internet. O que sente um ator com isso tudo? Nelson Xavier: Isso que está passando na internet, da cena da psicografia, é uma imagem que foi feita três meses antes de se iniciar o filme, como um teste de maquilagem... Eu nem tinha ido ainda a Uberaba (houve cenas filmadas na casa de Chico Xavier). Depois, a identificação foi ficando cada vez maior. No primeiro dia de filmagem eu pedi a ele (Chico) que me ajudasse... Só de lembrar dele me emociono... A cena era simples. Era só descer de um carro e entrar numa casa. Eu não conseguia controlar a emoção. Foi quando uma atriz do elenco (Rena-ta Embriani) me disse que viu o Chico do meu lado... Acho que recebi dele essa graça, essa bênção da ajuda... Todos os lugares que ele frequentou são carregados de uma energia diferente.

Diante do que estamos vivendo aqui na Terra, egoísmo, cobiça, violência, como você vê essa mensagem de amor do Chico, é possível de se tornar realidade?Nelson Xavier: Sim, claro. Desde Cris-to que isso é verdade. Minha explicação é marxista e acho que não mudou. As contradições que a gente vive, onde existem poucos privilegiados e tantos excluídos, só existem por causa da cobi-ça humana, do desamor, da ausência de sentido da vida... Chico ensina e muda completamente isso, quebra esse para-digma. Faz justamente o contrário, exer-cendo a mensagem que Cristo deixou e que é a mais revolucionária de todas, que é amai-vos uns aos outros.

ender melhor o universo de seu per-sonagem.No passado, incomodava-se quan-do era chamado de Chico, mas hoje se sente honrado. Sua semelhança físicanainterpretaçãodomédiumjáemocionou, por exemplo, a própria população de Uberaba, por ocasião dasgravações.Muitos já lheavisa-ram que Chico estava mesmo por perto.Nelson Agostini Xavier, 69 anos,tem mesmo muito para contar so-bre essa sua experiência, nem sem-pretãofácildesertraduzidaporele,porque falar de Chico leva-o incon-trolavelmente às lágrimas, numaemoção que contagia. Nessa entrevista exclusiva para o jor-nal Correio Fraterno, aparentemen-te contido, ele acabou se sensibili-zandonovamenteporváriasvezes.Pensou na resposta correta, silen-ciou, ponderou as falas, refletiu, riu e chorou, numa explosão interior típicaquenãoseabafanosproces-sos de transformação verdadeira, demonstrando que sua vasta vivên-ciaprofissionaldeatorcompetente,premiado e de indiscutível sucessono teatro, televisão e cinema, que o destacaram no mundo das cele-bridades como grande intérprete,aindanãotinhasidosuficienteparaalertá-loparaamaiordasexperiên-cias: descobrir o poder do amor.Vale a pena conferir porque Nelson Xaviermudou.

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ENSA

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A construção do pensamentocrítico

iante dos tempos atuais, carac-terizados por problemas exis-tenciais e ausência de valores,

cumpre exaltar o papel da filosofia como norteadora de consciências, em função de um rumo legítimo, e não tão somen-te circunstancial. Por legítimo entende-se aqui o percurso que visa a realização do homem como um fim em si mesmo, e não como um fim exterior a si. Nesse sentido cabe à reflexão filosófica, par-ticularmente espírita, o despertar para uma existência autêntica, pautada nos valores essenciais, fundados na natureza original do ser- espírito. Tal apelo já nos fizera Jesus, ao exaltar a importância da busca de Deus, não em termos de reli-giosismo, mas como destino transcen-dente da existência, dada a natureza e atributos originais do nosso ser.

Perece-nos desse modo que, sem a filosofia, sem um fundamento racional, as concepções religiosas podem estag-nar-se em suas concepções cristalizadas, e mesmo os discursos espíritas, por mais louváveis que sejam, podem correr o ris-co de se tornarem dogmáticos. Não me refiro aqui a dogmas de fé, como reali-dades impostas, mas a formas de abor-dagem do conteúdo doutrinário que, por vezes, não inspiram a abertura para a consciência crítica, para a formação da consciência autônoma, o que caracteri-za a verdadeira consciência espírita.

Por dogmas podem ser entendidas aqui as ideias solidificadas, tomadas como acabadas, os ditos chavões, e que não são abordadas de forma liberta, em sua riqueza conceitual; poder-se-ia es-tender tal denominação às afirmações repetitivas, sem aprofundamento, que induzem ao hábito, à acomodação ao já definido, ao abstrato. Kardec mesmo nos incita a adequação da Doutrina diante de inovações, mas não podemos deixar de inovar também as próprias formas de dizer a doutrina espírita, de modo a acompanharmos, não só o progresso da ciência, mas as exigências culturais dos

PorASTRIDSAYEGH

D novos tempos. Não podem mais as fe-cundas questões espíritas restringir- se aos mesmos temas de sempre, sendo necessário conduzir um estudo sério e metódico de seus fundamentos e raízes filosóficas, de modo a abordar e divulgar os princípios espíritas de forma sempre renovada e liberta, isto é, sem educar sub-repticiamente através de condicio-namentos. É preciso uma linguagem acessível sim, mas também desafiadora, que venha a estimular a racionalidade do Evangelho, de modo a adesão à virtude ser uma forma de valer-se da própria li-berdade.

Educação Espírita é educar para a liberdade, e liberdade de pensamento sem autonomia racional é um discurso vazio e abstrato. Educar para valores, e não para formas; educar para o futuro e não apenas para resgatar o passado; edu-car para ser agente transformador e não apenas aceitar o errado a pretexto de hu-mildade; educar para construir a história e não apenas acomodar-se aos discursos de forma absorta.

Educar para a liberdade é educar para que o sujeito venha a fazer escolhas adequadas, como pregam os filósofos atuais, fazer da existência uma forma ascensional de ser, e é esse o discurso transcendente que prega o cristianismo. Transcender não é misticismo religioso, mas um comportamento consciente que vise acrescentar algo novo à personalida-de espiritual.

O atributo do Espírito, segundo a Filosofia Espírita, é o pensamento, e, portanto desenvolver, educar a atividade pensante de forma disciplinada e metó-dica é manifestar atributos, é realizar-se como um modo da substância divina.

O mundo autêntico é o mundo do pensamento, mas não o pensamento voltado para a exterioridade fenomêni-ca, nem tampouco para crenças, mas o pensamento que visa o superior, o meta-físico, de forma raciocinada, e, portanto liberta. Organizemos assim escolas para

a liberdade de pensamento, para que não formemos consciências cativas de si mesmas; eduquemos para a autonomia, de modo a não se acomodar diante das ideologias políticas e religiosas, que têm causado verdadeira lesão ao progresso.

Nesse sentido a filosofia não é coisa do passado, pelo contrário, ela é a ciên-cia sempre a serviço de uma crítica do presente, de modo a construir um futu-ro consciente; a filosofia é ainda sempre jovem, posto que suas verdades não são efêmeras, não se esgotam, não se referem às coisas que deixam de ser, a modismos, ao contrário, dita valores para a edifica-

ção da essência, motiva a interioridade, num sentimento sempre novo.

Negar a filosofia é negar nossa pró-pria natureza, é negar instrumento de progresso, é negar alimento espiritual. Se, segundo o conceito espírita, Deus é a Inteligência Suprema, podemos admitir, parafraseando o filósofo Hegel, ser a filo-sofia o próprio exercício do Absoluto. E o exercício do absoluto é evolução.

Doutora em Filosofia, fundadora e expositora do IEEF-Instituto Espírita de Estudos Filosóficos.

Para saber mais: www.ieef.org.br

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OA Fênix e o Fogo-Selvagem:desencarnaDonaAparecidadeUberaba

o dia 22 de novembro, aos 95 anos de idade, desencarnou Apa-recida Conceição Ferreira, fun-

dadora do Lar da Caridade Hospital do Pênfigo de Uberaba. O município mi-neiro guardou luto por três dias, seguin-do decreto assinado pelo prefeito muni-cipal. Milhares de pessoas estiveram no velório, que se estendeu por 24 horas, nas dependências do hospital, seguindo o corpo sob os cuidados da Guarda Mu-nicipal e Corpo de Bombeiros, rumo ao Cemitério São João Batista, onde cen-tenas aguardavam para a prece final de despedida.

Dona Aparecida sempre se referia a São Paulo – em razão da enorme gra-tidão pelo socorro que os doentes e a instituição receberam, desde a década de 1970, quando com ajuda do repórter Saulo Gomes, por meio da extinta TV Tupi canal 4, iniciara campanhas em prol do fogo-selvagem.

A história de dona Aparecida, e de sua relação com a doença fogo-selvagem, teve início em meados do ano de 1957 quando, trabalhando como atendente de enfermagem na ala de isolamento da Santa Casa de Misericórdia de Uberaba, atual Hospital das Clínicas, presenciou a diretoria da instituição recém-eleita, promover alta médica coletiva aos por-tadores da doença, encaminhando-os para as ruas de Uberaba, por motivo de contenção de gastos. Espírito determi-nado e estóico, Aparecida tomou para si o destino daqueles doze primeiros doen-tes, das centenas que haveriam de passar pelas suas mãos. Procurou as emissoras de rádio de Uberaba, andou pelas ruas do centro, denunciando em passeata o inadmissível fato que presenciara. Sentia a urgente necessidade que se impunha. Naquele ano, era elaborado o primeiro código de ética para o profissional mé-dico no Brasil. O movimento que fez,

liderando a busca por socorro aos portadores do pênfigo foliá-ceo endêmico marcou a história desta doença no Brasil e ajudou a divulgar os meios terapêuticos. Graças a ela surgiu o Hospital do Pênfigo de Uberaba, instituição de referência ao tratamento desta doença, cuja etiologia permanece desconhecida pelos meios cientí-ficos.

Ação e reação, causa e efeito, o fogo-selvagem, sendo uma derma-tose bolhosa, que causa a sensação de se estar em meio a labaredas, estoura bolhas pelo corpo, que se rompem e deixam muitas vezes os pacientes em carne viva, complicando os quadros infecciosos, restando o socorro terapêutico dos corticosteróides, usados na maioria dos casos, em tratamentos prolongados, passíveis de diversos efei-tos colaterais. O espírito André Luiz narra na obra Ação e Reação, psicogra-fia de Chico Xavier, o interessante caso de Adelino, que em encarnação passada houvera ateado fogo ao corpo de seu progenitor, visando o lucro da herança, mas que posteriomente, em nova encar-nação, acionava em sua consciência a “zona de remorso”, passando a desenvol-ver doença auto-imune em virtude do “trauma perispirítico do remorso [...] Re-nasceu, por isso, com a epiderme atormen-tada por vibrações calcinantes que, desde cedo, se lhe expressaram na nova forma física por eczema de mau caráter”.

É importante salientar que não se trata de regra geral.

Amiga e confidente de Chico Xa-vier, dona Aparecida do Fogo-Selvagem, pôde desempenhar sua missão no Tri-ângulo Mineiro. Curiosamente, como coincidências não existem diante da concepção da ação e reação como sen-do uma lei natural, Uberaba foi exata-

mente o local onde surgiu o primeiro núcleo da ordem dominicana no Brasil. Ordem religiosa fundada na Europa por Domingos de Gusmão – cujo símbo-lo maior é o cão com a tocha acesa na boca, na sequência do episódio histórico da perseguição e queima em fogueira de centenas de cátaros da região francesa do Languedoc, próximo à Toulouse.

Reescreve pois, dona Aparecida, sua nova história, cheia de exemplos edifi-cantes na mesma Uberaba de Chico Xa-vier, de Maria Modesto Cravo, que nos remete à história de Catarina de Médicis e tantos outros espíritos que a história, quando bem sentida, nos permite o con-vívio com admiração e gratidão. Certa-mente dona Aparecida, como a senhora mesma nos disse: – “O fogo selvagem é doença que vem para domar a alma!”. Alma domada, que siga renascida em luz a nossa Fênix do Triângulo Mineiro.

Autora da tese de doutorado em História UNESP/Franca/CAPES, intitulada Fogo-selvagem, alma domada: a história da doença e do Hospital do Pênfigo de Uberaba, a ser publicada em 2010, com direitos reservados e doados ao Hospital do Fogo-Selvagem de Uberaba-MG. Leia a tese na íntegra no site www.correiofraterno.com.br.

PorNADIAMARCONDESLUZLIMA

N

O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ!Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção.

E-mail: [email protected].

PENSAMENTOS DE RICHARD SIMONETTI

FORMAÇÃO DO INDIVÍDUOQualquer estudante de sociologia sabe que a família é a célula principal da sociedade. Sua influência é decisiva na formação do indivíduo. Desajustes de comportamento costumam envol-ver lares desajustados. Desequilíbrios emocionais,vícios, violências, cada vez mais frequentes no relacionamento social guardam, quase sempre, uma história de agressividade, desrespeito e falta de amor no lar.

JESUSA multiplicação dos pães e dos peixes, assim como outros prodígios, faziam parte dos recursos que Jesus mobiliza-va para divulgar sua mensagem.Impressionava os sentidos a fim de conquistar almas para o Reino.Ao longo dos séculos muitos indiví-duos têm encontrado o segredo do cofre. Também operam prodígios.Isso não é novidade. Jesus dizia:Tudo o que faço, fareis também.

JESUS E KARDECJesus ensina.Kardec conscientiza. Jesus aponta o caminho.Kardec evidencia que é preciso trilhá-lo.Jesus convida ao Bem.Kardec explica que não há alternativa para sermos felizes.

LEIS DIVINASNa sua imensa sabedoria o Criador harmoniza os acontecimentos em fa-vor de nosso aprendizado, nos cami-nhos da evolução.Reprogramações existenciais são re-alizadas vezes sem conta,na medida em que, fazendo mau uso do livre-arbítrio,comprometemo-nos em des-vio do caminho, até que nos disponha-mos a cumprir a programação maior, adequando-nos às Leis Divinas.Então desfrutaremos de liberdade ir-restrita para fazer exatamente o que Deus espera que façamos.

O QUE RICHARD SIMONETTI PENSA SOBRE

Saiba na página 16

MORTE?

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8 CORREIO FRATERNO JANEIRO - FEVEREIRO 2010

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Espiritismo agita a produção cinematográficaES

PEC

IAL

partir de abril, começa a ser filmado em São Paulo, o longa O filme dos espíri-tos, sob a coordenação do

produtor e diretor André Marouço, que irá reunir numa história única os oito curtas-metragens premiados na I Mos-tra de Cinema Mundo Maior, realizada em 28 de outubro último. A iniciativa revelou jovens talentos, que mostraram nas telas a essência da obra básica de Allan Kardec, O livro dos espíritos.

A temática espírita vem sendo há tempos abordada pela mídia escrita, intensificou-se no teatro e na TV, em filmes internacionais, e agora, no Brasil, a indústria cinematográfica começa a ter olhos para o tema, apostando no grande interesse que assuntos como reencar-nação, imortalidade, vida após a morte despertam no público.

O trabalho da difusão do espiritismo na arte, com excelência e qualidade, ga-nha apoio e simpatia também de artistas

PorIZABELVITUSSOeELIANAHADDAD

A consagrados, que participaram inclusive da I Mostra de Cinema Mundo Maior: Nicete Bruno, Ana Rosa, Etty Fraser, Othon Bastos, Enio Gonçalves, Nelson Xavier. A iniciativa gerou também gran-de entusiasmo em roteiristas, diretores e atores, em grande parte iniciantes no campo cinematográfico. A classificação contou com uma comissão julgadora formada por profissionais de cinema e TV além de representantes espíritas.

Etty Fraser“Gostei muito da Mostra. Cada tra-

balho é um trabalho diferente e esse foi muito gostoso de fazer. Gosto muito do Enio [Gonçalves], com quem compar-tilhei a história. Recebi o prêmio das mãos do Othon [Bastos] que, há 50 anos, quando ele veio da Bahia, con-tracenou na peça Os pequenos burgueses substituindo um ator, no Teatro Ofici-na. Lembranças e alegria muito grande no reencontro com os amigos. Sou ca-

Nelson Xavier, Ana Rosa e Othon BastosFOTOS:IZABELVITUSSO

Page 9: Correio Fraterno 431

JANEIRO - FEVEREIRO 2010 CORREIO FRATERNO 9

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A nova geração – reflexões sobre a regeneração da humanidadede Marco Antônio Vieira168 páginas14x21 cm

A pluralidade das existências da almade André Pezzani472 páginas14x21 cm

A feira dos casamentosde J. W. Rochesterpsicografia de Wera Krijanowskaiatradução de Hermi-nio Miranda456 páginas14x21 cm

Introdução ao espiritismo de Allan Kardecorganização de Herculano Pires544 páginas14x21 cm

ESPECIA

L

tólica, mas tenho muita simpatia pelo espiritismo. E também pelo Chico [Xa-vier]. Quando fez o Pinga Fogo, na TV Tupi, eu trabalhava lá. As mensagens dos curtas da Mostra foram muito inte-ressantes. Acho que as religiões quando pregam coisas boas, a gente tem sempre que ajudar.”

Nicete Bruno

“É muito bom ver as pessoas reuni-das com interesse na promoção do ser humano. Muita gente está começando a se questionar, diante de tanta informa-ção, de desencontros, de desamor e de desinteresse pela relação humana. O es-piritismo promove justamente esse sen-tido maior, fraterno, que é o que vai mo-ver esse mundo. O espiritismo não está tão consagrado na mídia quanto deveria estar. O interesse das pessoas é grande, mas poucos assumem essa postura. Eu

nasci em casa espírita. Mas comecei a me interessar mesmo pelo espiritismo quando, ainda jovem, fui morar em Curitiba.”

Ana Rosa“É muito bom ver o espiritismo no

cinema. Como espírita e atriz, acabo unindo as duas coisas. Comecei a fre-quentar mais assiduamente em 1972, quando fiz uma novela com o Strazzer (Carlos Augusto Strazzer), que era presi-dente de uma casa espírita, ligada ao Lar Batuíra, em São Paulo. Eu já havia tido contato com o espiritismo em 1970, quando perdi meu primeiro filho. Na época, ganhei um livro do Augusto Cé-sar Vanucci, O evangelho segundo o espi-ritismo. Participei em 1968 da primeira novela espírita, A viagem, na então TV Tupi. Foi um sucesso muito grande. Anos depois, a Globo a regravou. Fez sucesso novamente. O espiritismo traz uma esperança no futuro, ao esclarecer que você não está aqui por acaso. Veja os filmes de Hollywood, ainda que retra-tem só os fenômenos, fazem o mesmo sucesso.”

Othon Bastos“Acho que o melhor veículo que o

espiritismo pode ter é o cinema. Acre-dito que será uma grande surpresa até mesmo para os espíritas a divulgação que o espiritismo vai ter, porque as pes-soas estão se ligando cada vez mais em espiritualidade, o que vai muito além do interesse de se ter um lugar para ir ou para se pedir alguma coisa. É uma vi-são diferente, que depende do trabalho individual de cada um. Acho da maior importância o sucesso da temática espí-rita na mídia. Tanto que os americanos e o canadenses viram o roteiro do filme Nosso Lar e ficaram empolgados. O que a Mundo Maior fez é extraordinário e espero que continue fazendo. Acho im-portante esse pessoal jovem estar partici-pando de projetos de cinema e tomarem contato com a fé.”

Briza Menezes “Esses prêmios nos mostram que dá

para fazer cinema com temas mais espi-ritualistas, mais humanistas. Foi o meu primeiro roteiro, justamente para eu poder atuar como atriz, o meu grande desejo. Para fazer o roteiro, me inspirei em uma amiga, que perdeu a mãe. Foi

muito bom contar com pessoas da área de cinema e que tinham contato com o espiritismo. Esse projeto não é só um incentivo aos jovens profissionais, mas uma crença na nova geração, no futuro, dizendo que há uma esperança de sen-sibilização, e acho que esse é o caminho para se ter um mundo melhor.” (Briza foi premiada como melhor atriz e me-lhor roteiro, com o curta Além da janela).

Janduy Cassemiro “Fiquei muito feliz com a premiação

de Mamãe, café e água. Para fazer o curta tivemos dificuldades técnicas e conta-mos com o apoio da direção da Mundo Maior, inclusive com a ida da equipe técnica para fazer as filmagens. Trata-se realmente de um projeto audacioso. Nossa cidade, que é muito pequena, agora vai ser estimulada com isso tudo, levando o pessoal a se dedicar mais ao cinema também.”

Nelson Xavier

“É a primeira vez que participo de um evento de natureza kardecista, de-pois de ter filmado Chico Xavier. Estou honrado com esse convite e muito ani-mado. Não sei se houve coincidência, mas contemporaneamente à realização do filme, tive notícias de que filmes com a mesma temática estavam sendo reali-zados, inclusive Nosso Lar, que já até ter-minou de rodar. Parece que todo mun-do agora descobriu fazer filme sobre esse tema, o que é uma coisa ótima, porque a linguagem do cinema é muito própria, a melhor possível para falar desses dois mundos.”

Etty Fraser foi premiada como melhor atriz coadjuvante no curta Por um pouco mais de liberdade

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10 CORREIO FRATERNO JANEIRO - FEVEREIRO 2010

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PAR

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A pose do bom velhinhoPorTATIANABENITES

Ascriançassaíamdaaulaapres-sadas. Queriam se divertir. A aula tinha sido muito produtiva. Todosgostarambastante,afinalnão era todo dia que tinham oportunidade de falar sobre al-guémtãoquerido,comoChicoXavier.A professora havia falado sobre a história de vida do médiummineiro. As crianças viram fo-tos, assistiram a partes de uma entrevista e folhearam livros que ele psicografou.Quando Laurinha chegou emcasa, foi logo contando para sua mãe com empolgação.–Mãe,hojeaaulafoisobreoChicoXavier.–Quelegal,filha!Vocêgostou?–Gosteisim,masfiqueicomdódele.–Porqueficoucomdó?– Porque a professora falou que quando ele era pequeno ele foi muito judia-do, que sua madrasta era ruim.– Sim, mas ele superou tudo isso.–Éverdade.Eeleviaespíritos,desdepequeno,aténaigreja.Vamostambémverespíritosnaigreja,mãe?–Laurinha!!!–Brincadeirinha,mãe,nãoqueriavernão–disseabaixandoacabeça.Derepente,emendou:– Mãe...–Fala,filha!–ChicoXavierparecequesemprefoivelhoné?Mesmonasfotosqueapro-fessora mostrava que ele era mais novo ele tinha cara de velhinho.–Ai,Laurinha,vocêfalacadacoisa!–Maseraumvelhinhodiferente,umapessoaespecial,né?Pareciatipobemcalmo e bonzinho.– Sim, Chico era uma pessoa iluminada.–Mastinhaalgumacoisaqueeramaisdiferente,nãoseioqueé,hummm...eLaurinhaficoupensativa.–Jásei!–Oquê?–Adiferençaeraapose!–Quepose?Chicoeraumapessoamuitosimples,nãotinhapose.– Tinha sim. Em todas as fotos ele sempre fazia a mesma pose. Colocava o cotovelo na mesa, abaixava a cabeça, segurava a testa com a mão, fechava o olhoe...escreviacomaoutramão!Porissoqueeleeradiferente,ficoufamo-so com essa pose... – deu uma pausa, se remexeu na cadeira e falou:–Olhamãe,vejaseeunãoestoufazendoigualzinho!

espeitar, ter fidelidade é o que existe de valor no traba-lho do divulgador do pen-

samento de quem quer que seja. Quando mesclam-se vocabulários inadequados, imprecisos, inserin-do-se conceitos e expressões que em nada têm a ver com o que o autor pretendeu, acaba-se provo-cando distorções do seu verdadeiro sentido. Um bom exemplo é o uso indevido pelos espíritas da palavra “karma” ou “carma”, utilizada na filosofia oriental, para expressar a “consequência da lei de causa e efeito”, e, na maioria das vezes, empregada no sentido negativo.

Herdeira da filosofia ocidental, não há como usar expressões ou pensamentos orientais na Filoso-fia Espírita, ainda que o significa-do seja equivalente. A Doutrina Espírita é um sistema filosófico pertencente à Filosofia Espiritua-lista, constituindo-se num sistema particular, o que levou Allan Kar-dec a criar a terminologia própria: “para as coisas novas necessitamos de palavras novas”, distinguindo assim os termos espiritual, espiri-tualista e espiritualismo. O Espi-ritismo sintetiza este pensamen-to evolutivo e entendê-lo com profundidade requer o estudo de suas raízes. O Espiritismo, como filosofia, não surge como um fato ocasional ou isolado, mas como resultado do processo histórico do pensamento ocidental - o delta natural em que desemboca toda a tradição filosófica.

A filosofia ocidental nada tem em comum com a filosofia orien-tal. Ela nasceu de uma mudança mental e de atitude do homem,

numa descoberta natural do pen-samento ou razão, graças às duas qualidades próprias da inteligência grega: o espírito de observação e o poder de raciocínio.

Do lado oriental, explica Dalai Lama que o karma é “ação, força ativa”, significando que o resultado dos acontecimentos futuros podem (grifei) ser influenciados por nossas ações. Sempre. Diz ele: “não pode-mos sacudir os ombros sempre que nos defrontamos com o sofrimento inevitável. Dizer que todo infor-túnio é mero resultado do karma equivale a dizer que somos total-mente impotentes diante da vida”. Assim, o karma para os orientalis-tas também não é determinista.

É preciso lembrar ainda que não existe a palavra karma na Co-dificação, pois seus termos e con-ceitos estão dentro do pensamento filosófico ocidental e Kardec é filho deste pensamento com a mesma atitude filosófica dos precursores do Espiritismo. Seu pensamento está pautado na lógica, fundamen-tado na razão e na experiência, com método científico, cujos princípios doutrinários são verdades univer-sais. A reencarnação, por exemplo, como um dos fundamentos do Espiritismo, foi aceita por Allan Kardec somente (grifei) quando, pela lógica, pôde justificá-la como consequência necessária da lei do progresso.

Bibliografia: Uma ética para o novo milênio - Dalai Lama (p. 151).A Gênese – Allan Kardec – cap. XI, Item 33 – Reencarnações.Introdução à Filosofia Espírita – J. Hercu-lano Pires.

Existecarma?

PorZELMACINCOTTO

R

COISAS DE LAURINHA

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JANEIRO - FEVEREIRO 2010 CORREIO FRATERNO 11

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ENSA

IO

E não há tempo que volte, amor…

nós fizemos de novo. Comemora-mos a chegada de um novo ano, como quem domina o tempo,

aprisiona-o num calendário e escraviza-o num relógio. Fizemos a contagem regressiva como quem tem o poder de zerar o cronômetro e reiniciar um novo ciclo de 365 dias. Quão inocentes so-mos, pois o tempo não se aprisiona, não se escraviza. Nós é que somos seus escra-vos, correndo contra ele, lutando e até driblando o que dele nos resta.

O calendário finge dominar o tem-po, colocando-o em divisões mensais, semanais, diárias. Nele, temos a sensa-ção de comandar o tempo, controlar o futuro. Mas, se o calendário é um grande aliado para não esquecermos o dentista da próxima quinta-feira, ele de nada ser-ve para o futuro. Os seus 365 dias foram estabelecidos por uma comissão de ma-temáticos reunidos pelo Papa Gregório XIII, em 1582. Neste período, o calen-dário utilizado desde o Império Romano já contava com um atraso de dez dias em relação ao ano solar. O tempo real que a Terra leva para dar uma volta em torno do Sol, dura 365 dias, 5 horas, 48 mi-nutos e 45,97 segundos. Na tentativa de acertar as contas, criou-se o ano bissex-to, que manteve um descompasso de 44 minutos e 56,12 segundos com relação à natureza. A comissão de matemáticos convencionou, então, que, a cada século múltiplo de 100, não haveria ano bissex-to. Simples assim: de século em século, cai o ano bissexto – mas que é restituído de 400 em 400 anos. E os dez dias em atraso? Decretou-se que eles sumiram.

Gregório XIII fez o que fazemos todos os dias 31 de dezembro. Acre-ditamos controlar o tempo e decidir o avanço (ou não) dele. Então, somos surpreendidos quando nos deparamos com catástrofes ceifando centenas de vidas, como se isso não fizesse parte do

EPorGEORGEDEMARCO

roteiro estabelecido às festas de fim de ano. As contas chegam pelos correios, os problemas estão lá, da mesma forma que os deixamos – mas eles não deveriam ter ficado no ano velho? Naquele ano cuja morte decretamos, saudando o novo ciclo com queima de fogos, bebidas, comidas, abraços e votos emocionados? A natureza está em fúria, destruiu lares que comemoravam, matou um monte de gente? Mas por quê? Se a reunião dos líderes mundiais não resolveu a urgen-te questão ambiental, todos iniciaram o novo tempo imbuídos das mais profun-das e sinceras convicções ecologicamen-te corretas para salvar o planeta! Agora sim! Aquela musiquinha da tv informa que todos os nossos sonhos serão verda-de e que o futuro já começou!

Ah, o futuro... Há quanto tempo ele

“já começou”? Aproveitando o emba-lo musical, me lembro de uma canção do Lulu Santos, Tempos Modernos: Eu vejo a vida melhor no futuro/ Eu vejo isso por cima de um muro de hipocri-sia/ que insiste em nos rodear (...). A música dá nome ao primeiro disco de Lulu Santos, que é de 1982. Passados 28 anos, portanto, a que futuro ele se referia? Já alertava Emmanuel, no livro Taça de Luz, psicografado por Chico Xavier, que “não adianta indagar do futuro, ocasionalmente, para satisfazer a curiosidade irrequieta ou inútil. Vale construí-lo em bases que a lógica nos traça generosamente à visão. Não des-conhecemos que o nosso amanhã será a invariável resposta do mundo ao nosso hoje, e aos nossos pés a natureza sábia e simples nos convida a pensar”. Espí-

ritos imortais que somos, nosso destino é progredir, sempre. Alguns, mais rapi-damente, outros nem tanto. Mas todos progridem, isso é certo. Portanto, nosso futuro está garantido e nisso consiste a confiança irrestrita num Deus justo e bom. Ao nos afligirmos com relação ao futuro, ao tentarmos controlá-lo, escravizá-lo na contagem regressiva do reveillon, ou nas páginas do calendário, em verdade estamos negligenciando o presente, o dia de hoje, o “agora”. Esta-mos, justamente, desperdiçando nosso tempo. E, como nos canta Lulu Santos na música já citada, “não há tempo que volte, amor/ Vamos viver tudo o que há para viver/ Vamos nos permitir”.

Permita-se, portanto, vivenciar o dia de hoje como dádiva divina, presente de um Pai amoroso, ainda que encoberto por lágrimas. Se o futuro nos perma-nece oculto é exatamente para não ne-gligenciarmos o presente, deixando de agir com nosso livre-arbítrio, essencial para nosso progresso. Pois “o tempo voa, amor. Escorre pelas mãos, mesmo sem se sentir”. Observemos como utilizamos nosso tempo, valendo-nos dele para ins-talar o que há de melhor em nós, pois os dias que passam, vazios e inúteis, não mais voltarão, ainda que insistamos em zerar o calendário, ano após ano... Sabe-mos que há um recomeço, para que a lei de progresso e de aperfeiçoamento se cumpra. Mas que não está, exatamente, nas noites de reveillon.

George De Marco é jornalista, publicitário e radialista. Realiza atividades como expo-sitor e educador de mocidade Espírita.

O QUE RICHARD SIMONETTI PENSA SOBRE

Saiba na página 16

FAMÍLIA?

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12 CORREIO FRATERNO JANEIRO - FEVEREIRO 2010

www.correiofraterno.com.br

AG

END

A

3º. Congresso Espírita Bra-sileiro

Promovido pela Federa-ção Espírita Brasileira, o

3º Congresso Espírita Brasileiro comemorará o Centenário de Fran-

cisco Cândido Xavier, em Brasília, de 16 a 18 de abril, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Informações e inscrições no site: www.100anoschicoxavier.com.br

Confraternização de Moci-dades no Rio

A 31ª Confraternização de Mocidades Espíritas do

Estado do Rio de Janei-ro (Comeerj) e o 16º Encontro Estadual da

Família Espírita (Enefe) abordarão de 13 a 16 de fevereiro o tema “Co-nheces a verdade, agora liberta-te!” A promoção do evento é do Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro. Informações:www.ceerj.org.br

Correio é destaque na Im-prensa EspíritaO jornal Correio Fraterno foi premia-do na categoria Melhor Entrevista, no I Prêmio Observatório Espírita. A entrevista com Thiago Essado, presidente da Associação Jurídica Es-pírita de São Paulo, sob o título A moral no poder público é de autoria de Eliana Haddad e foi publicada na edição 425. A entrevista pode ser lida no site www.correiofraterno.com.br

Cursos de Filosofia Espírita em 2010Estão abertas as inscrições para os Cursos de Filosofia - 2010 do IEEF - Instituto de Espírita de Estudos Filo-sóficos. O espiritismo e os filósofos. Às quinta-feiras (9h, 16h e 19h30) e aos sábados, às 18h. Inscrições pelo site www.ieef.com.br ou pelo telefo-ne 2215-2684. Informações: [email protected]

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qualquer hora, em qualquer lugar

FEV

13

ABR

16

ENIGMAQual foi o livro que despertou

Eurípedes Barsanulfo para a Doutrina Espírita?

CRUZADA DO CORREIOElaboradoporTatianaBeniteseHamiltonDertonio,especialmenteparaoCorreioFraterno

Resposta do Enigma: Depois da Morte, de Léon Denis. Eurípedes Barsa-nulfo era muito católico e quis saber como o seu tio Mariano da Cunha Jr. havia se convertido

ao Espiritismo. Dizendo que pouco entendia para

responder a ele, moço culto e inteligente, entregou-lhe o livro que “por coincidência” trazia nas mãos: Depois da

Morte, de Léon Denis.*Saiba mais, acessando www.correiofraterno.

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Autor espiritual

Demonstrar amor

Consoantes de

“soda”

O espírito encarnado

Porem ordem

Sílaba de“raiva”

Pasta lubrifi-cante

“Aqui”em inglês

Obradivina

Espírito Santo

Um dos quatro

elementos da natureza

O urso do desenho animado

Mogli

Tio– – –(EUA)

Sílaba de“envio” Oxigênio

Criador do céu e da

Terra

Antigo povo

indígena

Um dos maiores

estados dos EUA

Revista Inter-nacional de Espiritismo

Maior continente da Terra

Satélite natural

Sufixo de “etanol”

1ª e última vogal

“Gelo”em inglês

“Correr”em inglês

Amazonas

Autores

2ª nota musical

O que o narrador faz

Mentor de Chico Xavier

Talento

Santa Catarina

1ª letra do alfabeto

“Ele”em inglês

Centro de energia

(Induísmo) Núcleo

Oposto de “bons”

Livro da Ed. Correio Fraterno

Astro luminoso

Balançar o bebê

Antecede a reação

Consoantes de “cano”

Chico– – – – – –,

médium brasileiro

Latido

1.000 em algarismos romanos

“O”em espa-

nhol

Guia espiritual tibetano

Alagoas

Área de cultivo de

terra

Fundadora e coordenadora

internacional da Pastoral da Criança

Uma das reencarnações de Kardec

Personagem de“Nosso Lar”

Personagem do livro “A Feira dos

Casamentos“

Page 13: Correio Fraterno 431

JANEIRO - FEVEREIRO 2010 CORREIO FRATERNO 13

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ESPECIA

L

ntidade de assistência social e edu-cacional, sem fins lucrativos, fun-dada em 30 de abril de 1960, em

São Bernardo do Campo, SP, o Lar da Criança Emmanuel comemora no pró-ximo dia 30 de março o seu cinquente-nário, uma história de muitos desafios e conquistas, que começou com um gru-po de pessoas motivadas a fazer o bem. Decidiram, na época, bater à porta do casal Felipe e Leonor de Freitas Audi e ela doou parte de suas terras para se er-guer um Lar para crianças órfãs.

Em 1980, a instituição passou a tra-balhar em regime de creche, visando a um maior contato e participação da fa-mília na formação das crianças. Muitos deles, entretanto, sem família, continu-aram na casa, recebendo a mesma aten-ção. Alguns saíram para casar, formaram-se, constituíram família e voltaram ao Lar como profissionais dedicados. Foi o caso de Geni Francisco, hoje diretora da Creche. “Com 5 anos, em 1972, quan-do vim para cá com meus três irmãos, Acho que tinha já quase cem crianças no Lar. Foi muito forte para mim a perda da minha mãe e, como a irmã mais ve-lha, tinha ímpeto de proteger os meus irmãos. Acabei saindo aos 23, casada, fiz faculdade de pedagogia. Tudo veio ao seu tempo”.

Para atender atualmente a cerca de 300 crianças, com idade de 0 a 5 anos,

DaREDAÇÃO

E

50 anos do Lar da Criança

Emmanuel

e oferecer apoio familiar, o Lar conta com 45 profissionais, i n s t a l a ç õ e s próprias, com treze salas de aula, brinque-doteca, ateliê de artes, biblioteca, três pátios, sala de vídeo, parque, quadra esportiva, horta, refeitório e área de la-zer totalmente arborizada, o que ajuda a proporcionar um ambiente lúdico e muito acolhedor. “O trabalho, quando é feito com desejo de se realizar uma coisa boa, com ânimo, não é trabalho nenhum. Trabalhávamos de sábado, domingo, feriado, no começo fazendo muito calo nas mãos, mas era só satis-fação“, lembra Raymundo Rodrigues Espelho, 73 anos, um dos fundadores do Lar. Para ele, a determinação e a de-dicação de pessoas ligadas a esse grande sonho ajudaram a construir e a manter a obra. “Quando o Lar foi fundado, fizemos uma coleta e conseguimos, se bem me lembro, 90 cruzeiros. Não era nada. Começamos então a recolher sucata em casas, papel, garrafa, ferro; plástico não existia. Acabamos conse-guindo através de contatos dos direto-res da casa – Sr. Correa e Sr. Alberto d’Ângelli – doações de sucata das in-dústrias Volkswagen e Willys”, conta.

Os diversos projetos do Lar da Crian-ça Emmanuel, desenvolvidos por fun-cionários e muitos voluntários, ajudam a consolidar, nas crianças, nos jovens e também na comunidade, potenciais re-novadores para transformar as condições sociais em que vivem, ampliando os ho-rizontes, o conceito de ética, os víncu-los afetivos, valorizando a cidadania e a inclusão produtiva, inclusive com o des-pertar da consciência ecológica.

São histórias de superação que ainda continuam a incentivar a equipe. “Pare-ce que foi ontem. Lembro-me que, car-regando baldes de concreto para encher lajes, tive câimbras nos dois braços ao mesmo tempo. Larguei tudo e enfiei-os em um latão cheio de água. Eu tinha então 21 anos. Parece que foi tudo um sonho. Passaram-se 50 anos. Felizmente é uma realidade”, revive José Perez Pe-rez, que fez parte da diretoria, tendo sido contador da casa por mais de 20 anos.

Para o atual presidente do Lar, Adão Ribeiro da Cruz, é com muita alegria que estão sendo comemorados os 50 anos de

fundação. “Lembro-me de quando che-gamos no Lar com a esposa, Rosa Maria, em maio de 1980, e começamos a par-ticipar dos eventos sociais. Nesta época, a instituição estava passando seu atendi-mento de orfanato para creche. Passados quase 30 anos, participamos de várias conquistas, mas sabemos que o desafio continua” .

Embora a instituição receba recursos de parceiros públicos e da iniciativa pri-vada, ela conta com uma equipe de vo-luntários, que se dedica a gerá-los através de diversas iniciativas para a manuten-ção de suas atividades.

Para saber mais: Fone (11) 4109-8938www.laremmanuel.org.br

Afeto, apoio psicossocial, lazer, orientação pedagógica, cuidados com a saúde e meio ambiente sempre fizeram parte da história do Lar Emmanuel Mensalmente são servidas mais de 25.700 refeições balanceadas

Abaixo, lançamento da pedra fundamental do primeiro prédio inaugurado em 18 de outubro de 1964, que tinha mais de 3.000m2 de construção

O QUE RICHARD SIMONETTI PENSA SOBRE

Saiba na página 16

DROGAS?

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14 CORREIO FRATERNO JANEIRO - FEVEREIRO 2010

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FOI A

SSIM

… Uma mensagem dela me consolou

PorWALDEMARLEGAT

PorALTAMIRANDOCARNEIRO

Atentado ao túmulo de Allan Kardec

inha mulher teve uma mor-te muito surpreendente, que me deixou desespera-

do. Foi tudo muito de repente. Levan-tou-se às 7 horas e foi para o banheiro. Nunca poderia imaginar que aquilo pudesse acontecer.

Ela estava demorando muito, cha-mei-a duas vezes. Como não respon-deu, abri a porta. Ela estava caída no chão, chamei-a por várias vezes, como não respondesse, fui correndo chamar a vizinha. Quando ela tocou nas suas pernas, disse:

- Seu Waldemar, ela já se foi.Estava com as pernas geladas.Fiquei fora de mim, por dois me-

ses, perdido, sem saber o que fazer. O tempo foi passando, até que ela nos enviou notícias, dizendo onde estava e que passava bem. Por intermédio de minha filha, que é médium, disse:

Wal,

Espere as coisas acontecerem. O tem-po é o melhor remédio para curar os males da vida e esta cura virá em breve, quando você menos esperar. Fique quie-to, cumpra sua missão, tome conta de meus filhos. Cuide também de Carlos, olhe por todos, Cristina precisa do au-xílio de todos e espero que a ajudem.

Wal, estou por perto e ao mesmo tem-po tão longe. Durma, descanse para que todos nós fiquemos em paz.

Darcy

Essa história aconteceu com Wal-demar Legat. Conte sua história também. Escreva para [email protected]

ESCRITÓRIO

BRASIL

CONTABILIDADE E SERVIÇOS S/C LTDA.

Tel.:(11)4126-3300Rua Santa Filomena, 305

1º andar - CentroSãoBernardodoCampo-SP

[email protected]

Aconteceunodia2de julhode1989,umdomingo,nacaladanoite,quandoterroristaspularamomurodoCemitérioPère-Lachaise,emParis,quetambémabrigaosrestosfísicosdesuaesposaecola-boradora,AmèlieBoudet,desencarnadaem21dejaneirode1883.OdólmendegranitodeAllanKardec,edificadoumanoapósa

desencarnaçãodoCodificador,ocorridaem31demarçode1869,pelarupturadeumaneurisma,foidesenhadoporM.ErnestSébilleeconstruídoporM.Pègard.Éummonumentodruídicoformadoporquatroenormespedras(trêsverticaiseumahorizontalqueservedeteto), de aproximadamente dezoito toneladas. Embaixo, no centro, sobreumpedestaldeummetrodealtura,tambémdegranito,obus-to em bronze, esculpido por Capellaro.Aexplosãofoiouvidaàsduashorasequinzeminutosdamadruga-

da, tendo sido tão violenta que o pesado busto em bronze de Kardec desabou com o pedestal de granito e um dos monólitos verticais, pe-sandotoneladas,deslizoucercadevintecentímetros.Alémderachar,abasegraníticadomonólitoafundoueatingiupartedosrestosdocaixãoondeestavamosossos,que juntamentecomosdeAmèlie,encontram-senumacaixa resguardadanocélebre túmulodruídico,queasautoridadesparisienses reconstruíramemcurtíssimo tempo,devidoàspressõesconstantesdeRogerPerez,entãopresidentedaUniãoEspíritafrancesaeLouisSerre,entãovice-presidentedaConfe-deraçãoEspíritaEuropéia.OcorpodeAllanKardecfoi,inicialmente,enterradonoCemitério

deMontmartreedepoistransladadoparaoPère-Lachaise,quadra44,próximodostúmulosdeGabrielDelanneedeSarahBernhardt,consideradapormuitosamaisnotávelatrizdramáticadetodosostempos,quetambémfoimédiumeinterpretouumapeçaespíritadeVictorien Sardou. OCemitério Père-Lachaise abriga, também, os restos físicos de

Chopin,Rossini,Cherubini,Bizet,Bellini,OscarWilde,Musset,VictorHugo,AdelinaPatti,Moliére,Proust,AugusteComte,LaFontaine,De-lacroix e outros vultos.O Père-Lachaise foi inaugurado em 1804, ano em que nasceu

Allan Kardec. Pesquisa: Kardec, Irmãs Fox e Outros, de Jorge Rizzini, EME Editora.

M

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JANEIRO - FEVEREIRO 2010 CORREIO FRATERNO 15

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evolução não dá saltos” é uma frase recorrente entre espíritas e ecologistas para

explicar o peculiar timing, invariavel-mente vagaroso, no qual se desdobra o processo evolutivo. O fato, porém, é que espíritas e ecologistas têm motivos de sobra para recomendar a aceleração do passo na direção da mudança.

Os ecologistas denunciam o risco de colapso na capacidade de suporte do planeta em atender às atuais demandas da matéria-prima e energia da Huma-nidade. Inúmeros relatórios científicos produzidos por organismos multilate-rais da ONU, organizações não gover-namentais como a Worldwatch Institute ou o World Wildlife Fund (WWF), car-tas abertas assinadas por personalidades laureadas com o Prêmio Nobel, entre outras fontes de prestígio e credibilida-de, consideram esse risco iminente se não corrigirmos o rumo desde já.

Os espíritas informam que o proces-so de evolução do planeta Terra – que deixará de ser um mundo de provas e ex-piações para se afirmar como um mun-do de regeneração – está em pleno curso e vai provocar mudanças importantes na vibração do orbe, o que significa que só permanecerão por aqui aqueles que vi-brarem em frequência compatível.

Há sempre os que esperam uma in-tervenção direta da Divindade em favor dos humanos, resolvendo como num passe de mágica todos os nossos pro-blemas. Evocam-se certas atribuições de Deus – “infinitamente bom, justo e mi-sericordioso” – para nos redimir como espécie neste momento de crise. Cabe aqui uma reflexão importante sobre a expectativa que devemos ter de Deus para socorrer a nós, que fomos feitos “à imagem e semelhança do Pai”, neste momento difícil.

Se é verdade que a Providência Divina nunca nos abandona, também é verdade que nossas escolhas são soberanas e deter-

MU

ND

O SU

STENTÁ

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Senso de urgênciaPorANDRÉTRIGUEIRO

minantes do destino que teremos. A fun-ção do livre-arbítrio é conferir a cada ser humano o mérito – ou demérito – de suas escolhas, sendo cada um de nós responsá-vel direto pelo seu próprio processo evolu-tivo. Sempre amparados e protegidos por Deus, acompanhados de perto por nossos guias e mentores espirituais, cada um de nós assume perante a Lei a responsabili-dade pelas escolhas que fazemos.

A título de exemplo, se o Espiritis-mo, bem como todas as religiões, con-dena o suicídio por entender o autoex-termínio como uma afronta às Leis de Deus, a prática do suicídio depende exclusivamente da vontade de quem o pratica (ou, em alguns casos, também da influência espiritual exercida por desen-carnados que acompanham o suicida). Ele, o suicida, é o responsável direto pelo retorno precoce à pátria espiritual, arcando com as consequências, invaria-velmente nefastas, dessa escolha.

Se entendemos que as escolhas coleti-vas da Humanidade têm determinado a exaustão dos recursos naturais não reno-váveis do planeta, e que isso se volta con-tra nós a ponto de ameaçar diretamente a nossa sobrevivência, a já mencionada ex-pressão “ecocídio” faz sentido e se aplica à realidade presente. Se o suicida escolhe matar o corpo, e isso acaba acontecendo pela vontade de seu livre-arbítrio, o mes-mo poderia acontecer coletivamente se nossas escolhas não forem repensadas,

“A

MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO

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se não empregarmos tempo e energia suficientes na solução desses problemas, causados por nós mesmos. Hoje, apesar de amplos e detalhados diagnósticos so-bre a situação cada vez mais precária dos ecossistemas, não se percebe um senso de urgência que oriente a tomada de decisão no rumo certo.

E Deus nessa história? Bem, o Deus que protege e ampara é o mesmo que delega funções e atribuições. Em uma linguagem típica dos mercados, Deus “terceiriza” e confiou o planeta à tutela dos homens. Será que estamos devida-mente mobilizados para enfrentar esses problemas? No livro Desmistificando o

dogma da reencarnação (IPECE), o físi-co, mestre e doutor em engenharia pela USP Wladimyr Sanches, lembra que “o desafio de enfrentar problemas cru-ciais para a manutenção da vida biótica na Terra é um meio de se acabar com o marasmo em que a sociedade atual vem se acomodando. É preciso ver e temer o perigo, de perto, para que as soluções brotem, com esforço coletivo, já que o perigo é inerente a todos e não apenas a alguns países.”

A boa notícia é que dispomos de suficiente conhecimento e tecnologia para mudarmos o curso da História na direção que interessa. Mas será que é isso que realmente desejamos?

Texto extraído do livro Espiritismo e Ecologia (FEB Editora).

André Trigueiro é jornalista. www.mundosustentavel.com.br

O QUE RICHARD SIMONETTI PENSA SOBRE

Saiba na página 16

SEXO?

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16 CORREIO FRATERNO JANEIRO - FEVEREIRO 2010

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CasamentosMuitos casamentos terminam quando os cônjugesdescobremquea“almagêmea”transformou-seem“algema”.

de conhecimento do movimento espírita a facilidade e o poder de síntese que tem o escritor e pales-

trante Richard Simonetti para analisar os mais variados assuntos, relacionando-os sempre à temática espírita de uma forma simples, dinâmica e com linguagem sem-pre atual.

Natural de Bauru, interior de São Paulo, de família espírita, Simonetti par-ticipa ativamente há mais de 50 anos do movimento espírita. Tem 47 livros publi-cados, onde já falou sobre tudo - família, relacionamentos, sexualidade, destino, drogas, morte, obsessão e mediunidade, dentre outros – divulgando o Espiritismo na sua forma mais natural, explicando os desafios da vida.

Agora, parte desse rico conteúdo po-derá ser conhecido e apreciado resumida-mente, em rápidas pinceladas, em uma única obra, que reúne em edição convida-tiva uma pesquisa dos temas por ele abor-dados em seus livros. Com o lançamento de O Pensamento de Richard Simonetti, organizado pelo também escritor e pes-quisador Raymundo Rodrigues Espelho, a Editora Correio Fraterno inaugura uma nova série de publicações que reunirá em projeto gráfico moderno e bem ilustrado os pensamentos dos grandes estudiosos e autores do mercado editorial espírita.

“Sempre tive o hábito de anotar pen-samentos e pequenas frases, espíritas ou

Sérieespecialreuniráautoresclássicosdo espiritismo

PorELIANAHADDAD

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LEIT

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não”, revela Rodrigues Espelho, idealizador do projeto. Ele conta que ao iniciar o curso primário numa escola rural, na época da Se-gunda Guerra, o material escolar, como tudo, era escasso e, quando ainda se alfabetizava, já fazia có-pias da cartilha e as distribuía para crianças que não tinham o ma-terial. Ao começar a ler as obras espíritas que o pai comprava, co-piava trechos também. “Copiava, apenas por copiar”, lembra. Frequentou o então “Catecismo Espírita”, seguindo a Mocida-de Espírita, Centro e depois outras institui-ções, como a União Municipal Espírita e o movimento espírita, como um todo. Na década de 1980, um contato com o autor Sérgio Lourenço, de Presidente Prudente, SP, aguçou ainda mais esse seu interesse. “ Ele escrevia Minutos Preciosos, uma seleção de pensamentos de cinco livros do Espírito Marco Prisco. Foi convidado a fazer o pre-fácio da obra e nunca mais deixou esse tipo de trabalho, com o objetivo de sempre: le-var a cultura, principalmente espírita para quem interessar. “Sempre lembro daqueles menos abastados, que podem adquirir o re-sumo de vários livros, que serão apreciados homeopaticamente. Além disso, as ideias e a Doutrina Espírita vão sendo divulgadas, proporcionando-se ao público uma maior facilidade para tomar contato com a litera-tura espírita”.

Richard Simonetti pu-blicou seu primeiro livro em 1969. Até aí Raymundo Espelho já havia assistido suas pales-tras, tendo-o sempre como um dos melho-res oradores espíritas. “Sua postura perante o público, a delicadeza no trato para com o próximo, o vasto conhecimento doutriná-rio e da cultura de forma geral sempre me chamaram a atenção”, lembra. Surgiram seus primeiros artigos na imprensa espírita. “ Vi a mesma criatura que via na tribuna. Seus livros confirmam tudo isso, merecem e precisam ser divulgados, e esperamos es-tar contribuindo para tal”, diz Raymundo Espelho.

O Pensamento de Richard Simonetti tem 110 páginas e de forma leve, com visual mais despojado, através das ilustrações es-pecialmente criadas para os temas, abrange 228 itens, organizados em ordem alfabéti-ca e com explicações específicas, que são comentadas, definidas ou relacionadas a

histórias sérias ou citações bem-humoradas que só a inteligência e a sabedoria de um autor como Simonetti consegue combinar de forma elegante e repleta de amor.

Para saber mais acesse: www.correiofraterno.com.br

Perpetue sorrisosValorize o futuro

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Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955 – V. Alves Dias - São Bernardo do Campo-SPFone (11) 4109-8938

Raymundo Espelho: pela divulgação da cultura espírita.

Um dos “verbetes” ilustrados do livro

AGORA VOCÊ VAI SABER O QUE PENSA RICHARD SIMONETTIOrganizado pelo escritor Raymundo R. Espelho “O Pensamento de Richard Simonetti” inaugura uma nova série de publicações da Editora Correio Fraterno, que reunirá os pensamentos dos grandes estudiosos e autores do Espiritismo.Agora, num único livro, uma pesquisa dos principais temas abordados por Richard Simonetti, com comentários e ilustrações, e organizados em ordem alfabética.

O PENSAMENTO DE RICHARD SIMONETTIDe Raymundo R. Espelho

Tel.: 11 4109-2939www.correiofraterno.com.br