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Corticeira-da-serra - Erythrina falcata Nomes populares Corticeira-da-serra, bico-de-papagaio, bituqueira, canivete, ceibo, corticeira, corticeira-do-mato, corticeira-do-seco, feijão-bravo, mulungu, sanandu, sananduí, sapatinho-de-judeu, sarnão, simandu, sinandu, sinhanduva, suína, suínã-do-mato Nome científico Erythrina falcata Benth. Basionônio Sinônimos Corallodendron falcatum (Benth.) Kuntze Erythrina crista-galli var. inermis Speg. Erythrina martii Colla. Família Fabaceae Tipo Nativa, não endêmica do Brasil. Descrição Árvore caducifólia, de 10 a 30 m de altura, e com tronco de 30 a 90 cm de diâmetro. O tronco é reto, com seção cilíndrica, geralmente munido de nódulos e de acúleos. A casca pode chegar a 20 mm de espessura; tem cor castanho amarela, com ritidoma finamente fissurado e descamaçãopulverulenta. As folhas são compostas, trifolioladas, alternas com até 15 cm de comprimento e 8 cm de largura; com pecíolo de 5 a 16 cm de comprimento. As flores são vermelho-alaranjadas, de 3 a 5 cm de comprimento, em numerosos cachos pendentes da extremidade dos ramos em inflorescência racemosa

Corticeira-da-serra - Erythrina falcata - Ervas e Frutas Comestíveis do Bioma Mata Atlântica – Ficha Completa Ilustrada

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Nomes Populares – Nome Científico – Basionômio – Sinônimos – Família – Tipo – Descrição – Característica – Floração/Frutificação – Dispersão – Hábitat – Distribuição Geográfica – Etimologia – Propriedades – Fitoquímica – Fitoterapia – Fitoeconomia – Injúria – Comentários – Bibliografia – Fotos da Espécie

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Corticeira-da-serra - Erythrina falcata

Nomes populares

Corticeira-da-serra, bico-de-papagaio, bituqueira, canivete, ceibo, corticeira, corticeira-do-mato, corticeira-do-seco, feijão-bravo, mulungu, sanandu, sananduí, sapatinho-de-judeu, sarnão, simandu, sinandu, sinhanduva, suína, suínã-do-mato

Nome científico

Erythrina falcata Benth.

Basionônio

Sinônimos

Corallodendron falcatum (Benth.) Kuntze

Erythrina crista-galli var. inermis Speg.

Erythrina martii Colla.

Família

Fabaceae

Tipo

Nativa, não endêmica do Brasil.

Descrição

Árvore caducifólia, de 10 a 30 m de altura, e com tronco de 30 a 90 cm de diâmetro. O tronco é reto, com seção cilíndrica, geralmente munido de nódulos e de acúleos. A casca pode chegar a 20 mm de espessura; tem cor castanho amarela, com ritidoma finamente fissurado e descamaçãopulverulenta. As folhas são compostas, trifolioladas, alternas com até 15 cm de comprimento e 8 cm de largura; com pecíolo de 5 a 16 cm de comprimento. As flores são vermelho-alaranjadas, de 3 a 5 cm de comprimento, em numerosos cachos pendentes da extremidade dos ramos em inflorescência racemosa axilar, terminal ou lateral, com 10 a 30 cm de comprimento, com flores nunca totalmente abertas, em grupos de três, tornando-se inconfundível na primavera. O fruto é um legume indeiscente, achatado, estipitado, não septado internamente, de coloração pardo-escura, com 10 a 20 cm de comprimento por 2 a 3 cm de largura, com 3 a 15 sementes. As sementes são reniformes, achatadas, com hilo curto e oblongo, de coloração castanho-escura, com estrias rajadas, de 1 a 1,5cm de comprimento. (MARQUES, 2007, p. 118).

Característica

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Floração / frutificação

Maio a novembro, frutificando de setembro a dezembro.

Dispersão

Hábitat

Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila Densa e Floresta Estacional Semidecidual. Ocorre em floresta clímax ou vegetação secundária. Espécie decídua, heliófita ou esciófita. Seletiva higrófila, característica de várzeas aluviais, bem úmidas, e início de encostas. É encontrada tanto no interior da floresta como em formações abertas e secundárias, como capoeiras e capoeirões.

Distribuição geográfica

Nordeste (Maranhão), Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro), Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) (LIMA, 2010).

Etimologia

Propriedades

Fitoquímica

Na casca é encontrado o alcalóide hiporifina, do grupo curate, utilizada pelos índios como droga sedativa para entorpecer peixes. (MARQUES, 2007, p. 119).

A composição mineral das flores mostrou que possui componentes como cálcio, magnésio, manganês, chumbo, ferro, sódio, potássio, cobre, zinco, enxofre e boro.

Fitoterapia

Na medicina popular, é usada como calmante de tosses, bochechos contra infecções bucais, doenças do fígado, hepatite, dores musculares, insônia, hipertensão arterial, sinusite, reumatismo, como cicatrizante em feridas cancerosas, menopausa, depurativo, ferimentos e úlceras e no rejuvenescimento da pele. Tribos indígenas do Paraná e Santa Catarina utilizam-na no tratamento de dores de dente, primeiro banho do bebê (como prevenção à hipotermia), dores na bexiga e hemorróidas.

Fitoeconomia

Como ornamental, possui um belo efeito durante a floração, porém este recurso não tem sido aproveitado, e poderia ser utilizada para a arborização de praças e canteiros centrais. As rolhas, extraídas da casca, apresentam propriedades elétricas e caloríficas. Para uso ecológico, é interessante o seu plantio em áreas fluviais degradadas. Suas flores são

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visitadas por periquitos e papagaios que sugam seu néctar. A madeira, de cor laranja, pode ser aproveitada para laminados e calçados, os índios Guarani utilizam-se de sua madeira para a fabricação de artesanato. As sementes também são utilizadas em artesanato. As pétalas das flores são comestíveis cozidas ou refogadas e temperadas com pimenta, sal, alho, cebola, etc., resultando em um prato delicioso. KINUPP (2007) cita que “por seu sabor, consistência e coloração agradáveis poderão ter um grande potencial mercadológico no mercado de flores comestíveis que está em franca expansão”.

Injúria

Comentários

Um Kg de sementes possui em torno de 1.550 unidades. Na língua Guarani é chamada de kurupika’y.

Bibliografia

BOTREL, R. T. et al. Uso da Vegetação Nativa Pela População Local no Município de Ingaí, MG, Brasil. Acta bot. Bras. 20(1): 143-156. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abb/v20n1/14.pdf>.

Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -

Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.

DIAS, J.; COSTA, L. D. Sugestões de Espécies Arbóreas Nativas Ocorrentes no Sul do Estado do Paraná Para Fins Ornamentais. FAFIUV / 2008, Seção de Artigos. ISSN 1809-0559. Curitiba, Paraná, 2008. 28p. Disponível em: <http://www.ieps.org.br/ARTIGOS-BIOLOGIA.pdf>.

FLORA ARBÓREA e Arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. Organizado por Marcos Sobral e João André Jarenkow. RiMa: Novo Ambiente. São Carlos, 2006. 349p. il.

KINUPP, V. F. Plantas Alimentícias Não-Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre. Tese de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007. 590p. il. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/12870>.

KINUPP, V. F.; BARROS, I. B. I. Teores de Proteína e Minerais de Espécies Nativas, Potenciais Hortaliças e Frutas. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 28(4): 846-857, out.-dez. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cta/v28n4/a13v28n4.pdf>.

LIMA, H.C. de 2010. Erythrina in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

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(http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB029676).

LOPES, S. B.; GONÇALVES, L. Elementos Para Aplicação Prática das Árvores Nativas do Sul do Brasil na Conservação da Biodiversidade. Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul, 2006. 18p. Disponível em: <http://www.fzb.rs.gov.br/jardimbotanico/downloads/paper_tabela_aplicacao_arvores_rs.pdf>.

MANUAL TÉCNICO de Arborização Urbana. Prefeitura Municipal de São Paulo – Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. 2ª ed. 2005. 48p. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/manual_arborizacao_1253202256.pdf>.

MARQUES, T. P. Subsídios à Recuperação de Formações Florestais Ripárias da Floresta Ombrófila Mista do Estado do Paraná, a Partir do Uso Espécies Fontes de Produtos Florestais Não-madeiráveis. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2007. 244p. Disponível em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/14027/1/disserta%C3%A7%C3%A3o%20Themis%20Piazzetta%20Marques%20PDF.pdf>.

MAY, P. H. et al. (org.). Manual Agroflorestal Para a Mata Atlântica. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Brasília, 2008. 196 p. il. Disponível em: <http://permacoletivo.files.wordpress.com/2008/05/apostila-1_manual-agroflorestal-junho-2007.doc>.

OLIVEIRA, D. Nhanderukueri Ka’aguy Rupa – As Florestas que Pertencem aos Deuses. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2009. 182p. il. Disponível em: <http://www.pluridoc.com/Site/FrontOffice/default.aspx?Module=Files/FileDescription&ID=4402&lang=>.

PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.

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