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8 BELÉM, DOMINGO, 3 DE AGOSTO DE 2014 9 BELÉM, DOMINGO, 3 DE AGOSTO DE 2014 CRESCEM CASOS DE último dia 28 foi marcado pela luta mundial contra a hepatite, doença infecciosa que causa comprometimento da função do fígado. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hepa- tologia (SBH), existem hoje 170 milhões de pessoas infectadas no mundo pela hepatite C. No Brasil são 2,5 milhões e menos de 100 mil delas foram tratadas, ou seja, apenas 10%. No Pará, os casos de hepatite têm aumentado. Nos pri- meiros seis meses de 2014 foram confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) 168 casos de hepatite B e 69 do tipo C. No mesmo período do ano passado, foram 127 para o tipo B e 35 para hepatite C. Em Belém, dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) mostram que em 2013 ocorreram 54 casos de hepatite e, de janeiro a maio deste ano, fo- ram 24. No Pará, segundo a coorde- nadora estadual do Programa de Hepatites Virais da Sespa, Cisal- pina Cantão, o aumento nos ca- sos ocorreu devido ao progressivo estímulo ao diagnóstico precoce. “Por ser uma doença silenciosa, nosso foco tem sido a busca ativa por pessoas que não sabem que têm o vírus e precisam logo se tra- tar para não serem surpreendi- das com as consequências de um diagnóstico tardio como cirrose ou câncer de fígado, e também para deixarem de transmitir a ou- tras pessoas”, explica a gestora. O presidente da SBH, Edison Parise, afirma que os casos das doenças estão aumentando não só no Brasil, mas no mundo. “Esse problema assume proporções alarmantes quando sabemos que EM SEIS MESES DE 2014 JÁ FORAM 168 CASOS DO TIPO “B” E 69 DO TIPO “C” O HEPATITES 90% dos pacientes com hepatite C ainda não foram diagnostica- dos no País. Sabemos ainda que o maior percentual de pacientes com hepatite C foi infectado no passado e 70% das pessoas in- fectadas pelo vírus da hepatite C no Brasil nasceram entre 1945 e 1970”, diz Parise. Preocupada com o problema, a SBH, a SB de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasilei- ra (AMB) lançaram a campanha 45+ para advertir a população e os médicos sobre a realidade. A ini- ciativa quer alertar os indivíduos com mais de 45 anos para que fa- çam o teste da hepatite e os médi- cos devem solicitar o exame espe- cífico da hepatite C aos pacientes nascidos após 1945. Segundo o coordenador mu- nicipal de DST/Aids e Hepatites Virais de Belém, Roberto Paes, o maior grau de contágio das hepatites ocorre durante o mês de férias. Para marcar a campa- nha, a Sesma realizou ação no penúltimo final de semana em Mosqueiro, por meio de distri- buição de material educativo sobre a doença e abordagem às pessoas para sensibilizá-las sobre os cuidados para evitar a doença. Na ação na ilha foram feitos 120 testes da doença, e ne- nhum foi positivo. Além disso, Paes diz que encaminhou mate- rial da campanha para todas as Unidades Municipais de Saúde e aos espaços em que funcionam o Programa Saúde da Família. A coordenação espera ainda am- pliar os locais de teste rápido. Segundo a médica hepatolo- gista da Coordenação Estadual de Hepatites Virais, Márcia Iasi, a hepatite designa qualquer de- generação do fígado por causas diversas, sendo as mais frequen- tes as infecções pelos vírus tipo A, B, C e D e o abuso do consumo de álcool ou outras substâncias tóxicas (como alguns remédios). Enquanto os vírus atacam o fíga- do quando parasitam suas células para a sua reprodução, a cirrose é causada pela ingestão frequente de bebidas alcoólicas, uma vez no organismo, o álcool é transforma- do em ácidos nocivos às células hepáticas. Ela destaca que as hepatites C e D são as mais graves, porque po- dem causar cirrose e câncer de fí- gado e explica que a principal for- ma de contaminação da doença é através do contato com o sangue. “Por isso, é fundamental a pessoa se prevenir e usar sempre sozinha seus pertences pessoais, e não dividir com outra pessoa objetos como barbeador, tesoura, alicate de unha, escova de dente, entre outros. Lavar, passar álcool ou ferver os materiais não funciona, porque o vírus fica vivo durante sete dias. Somente o aparelho de autoclave é capaz de matá-lo, mas ainda existem muitos espaços da cidade que não possui o equi- pamento. A Vigilância Sanitária exige a utilização de autoclave em determinados espaços como salão de beleza, estúdios de tatu- agem, e outros. Quem não segue a norma é punido”, informa. Após a infecção, os sintomas podem demorar até seis meses para aparecer, sendo que os pri- meiros são fadiga, falta de apetite, dores nos músculos e nas articu- lações, febre baixa e pele amare- lada e urina escurecida. FÍGADO É O ÓRGÃO AFETADO PELOS VÍRUS O teste rápido para diagnosticar a hepatite está disponível nas unidades de saúde do Pará. Ação também é feita em campanha. FOTOS: JOSÉ PANTOJA/ASCOM SESPA CLEIDE MAGALHÃES Da Redação A vacinação contra a hepatite B foi introduzida no Brasil há 15 anos, o que faz com que a maio- ria dos novos casos sejam notifi- cados em pessoas nascidas antes de 1999. A vacina está disponível na rede pública à população em geral, até 49 anos. Acima dessa idade, é disponível somente aos profissionais de saúde, profis- sionais do sexo, bombeiros, po- liciais militares, grávidas e para quem faz hemodiálise. Para es- tar protegido contra a doença, são necessárias três doses. No Estado, a prevenção e imuniza- ção da hepatite B são oferecidas pelas gestões municipais e o es- tado garante o tratamento dos pacientes. Assim como o vírus da AIDS, o da hepatite B é sexu- almente transmissível, porém seu contágio atinge altos índi- ces, chegando a ser 100 vezes maior que por HIV. Entretanto, não há vacina para o tipo C da doença no País. Já para o tipo A existe somente na rede privada de saúde. Para marcar o Dia Mundial de Luta contra Hepatites Virais, o Minis- tério da Saúde informou, recen- temente, que o calendário básico de imunização da criança está sendo ampliado com a introdu- ção da vacina contra a hepatite A, que passa a ser ofertada nos postos de saúde do país. A meta do Ministério é imu- nizar 95% do público-alvo, cer- ca de três milhões de crianças, na faixa etária de um até dois anos incompletos, no período de 12 meses. Assim, o Brasil passa a oferecer, gratuitamen- te, 14 vacinas de rotina, garan- tindo todas as vacinas reco- mendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo é prevenir e con- trolar a hepatite A e, dessa forma, imunizar, gradativamente, toda a população. O esquema vacinal é preconizado pelo Programa Na- cional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, e prevê dose única da vacina. No País, será feito o monitora- mento da situação epidemiológica da doença para definir a inclusão ou não de uma segunda dose no calendário da criança. A hepatite A é uma doença infecciosa aguda que atinge o fígado. Para o início da vacinação, es- tados e municípios já receberam 1,2 milhão de doses. Outros lotes da vacina serão encaminhados, ainda este ano e no decorrer de 2015, para atender 100% do pú- blico-alvo. A data para início da vacinação será definida por cada estado. No Pará, a previsão é que esteja disponível a partir de outu- bro deste ano. VACINAÇÃO FAVORECE RAPIDAMENTE A NOTIFICAÇÃO DA DOENÇA O coordenador municipal de DST/Aids e Hepatites Virais de Belém, Roberto Paes, esclarece que o tratamento da hepatite B leva entre seis e 24 meses e o da hepatite C de 24 a 48 semanas, e a porta de entrada para quem quiser se proteger das hepatites é a Unidade Básica de Saúde, seja para a vacinação ou para o teste rápido. Se durante o teste rápido, o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) receba a notícia de que é portador de um dos tipos graves da doença, segundo Paes, ele é encaminhado para locais de tratamento que já são referência como a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, especialista no diagnóstico e o tratamento de doenças do fígado. Além da Santa Casa, Belém dispõe de outros locais para o tratamento de hepatite: Hospi- tal Universitário João de Barros Barreto; Fundação de Hospital de Clínicas Gaspar Viana e Uni- dade de Referência Especiali- zada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais (Uredi- pe), e o Centro de Universitário do Estado do Pará (Cesupa), no campus da avenida Almirante Barroso, onde funciona o curso de Medicina. Em Belém, para fazer teste rápido da doença a Secreta- ria Municipal de Saúde (Ses- ma) disponibiliza o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). O resultado sai em 30 minutos. O CTA funciona das 7h30 às 18h, de segunda a sex- ta-feira, na avenida Pedro Al- vares Cabral, entre travessas Barão do Triunfo e Angustura, próximo à ponte do Barreiro. Telefone: (91) 3241-7207. “A perspectiva é descentra- lizar o teste para torná-lo mais acessível para a população ainda neste segundo semestre do ano”, ressalta o coordenador municipal de DST/Aids e Hepatites Virais de Belém. No interior do Estado, o aten- dimento e tratamento são dispo- níveis no CTA de Santarém; CTA de Marabá; CTA de Parauapebas; Hospital Regional do Araguaia, em Redenção e no Hospital Re- gional de Tucuruí. Para todos esses locais, é es- sencial que o cidadão seja enca- minhado pela Unidade de Saúde mais próxima de sua residência. “Em três anos, conseguimos au- mentar de três para 10 locais em que os usuários do SUS no Pará podem se tratar das hepatites”, acrescenta Cisalpina Cantão. UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE SÃO AS PORTAS PARA O TRATAMENTO Como a infecção por hepatite B pode ser transmitida pelo conta- to com sangue, sêmen, fluídos vaginais e ou- tros fluidos corporais de alguém que já tem infecção por hepatite B, a única forma efe- tiva de prevenção é a vacinação, mas inde- pendente da idade, até 49 anos, alguns grupos específicos também podem se vacinar con- tra hepatite B no Sis- tema Único de Saúde (SUS). Veja quais são os grupos: 1 Gestantes; manicures e pedicures; profis- sionais do sexo; mili- tares; profissionais de saú- de; caminhoneiros; usuários de drogas; pessoas que fa- zem sexo com pessoas do mesmo sexo; coletores de lixo; tatuadores. Além disso, pessoas de todas as faixas etárias também podem ser vacinadas nas clínicas priva- das de todo o País. 2 Sintomas da hepatite B Após a infecção, os sintomas podem demorar até seis meses para apare- cer, sendo que os primeiros são: fadiga; falta de apeti- te; dores nos músculos e nas articulações; febre bai- xa; pele amarelada e urina escurecida. Mesmo em um quadro crô- nico, com o fígado danifi- cado, os pacientes podem não apresentar sintomas. Ao longo do tempo, essas pessoas podem ter sinto- mas de lesão hepática crô- nica e cirrose do fígado. Márcia Iasi aponta a bebida alcoólica como uma das causas da doença Cisalpina Cantão: “Diagnóstico precoce é muito importante”.

Crescem casos de hepatites

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8 BELÉM, DOMINGO, 3 DE AGOSTO DE 2014 9BELÉM, DOMINGO, 3 DE AGOSTO DE 2014

CRESCEM CASOS DE último dia 28 foi marcado pela luta mundial contra a hepatite, doença infecciosa

que causa comprometimento da função do fígado. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hepa-tologia (SBH), existem hoje 170 milhões de pessoas infectadas no mundo pela hepatite C. No Brasil são 2,5 milhões e menos de 100 mil delas foram tratadas, ou seja, apenas 10%. No Pará, os casos de hepatite têm aumentado. Nos pri-meiros seis meses de 2014 foram con� rmados pela Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) 168 casos de hepatite B e 69 do tipo C. No mesmo período do ano passado, foram 127 para o tipo B e 35 para hepatite C. Em Belém, dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) mostram que em 2013 ocorreram 54 casos de hepatite e, de janeiro a maio deste ano, fo-ram 24.

No Pará, segundo a coorde-nadora estadual do Programa de Hepatites Virais da Sespa, Cisal-pina Cantão, o aumento nos ca-sos ocorreu devido ao progressivo estímulo ao diagnóstico precoce. “Por ser uma doença silenciosa, nosso foco tem sido a busca ativa por pessoas que não sabem que têm o vírus e precisam logo se tra-tar para não serem surpreendi-das com as consequências de um diagnóstico tardio como cirrose ou câncer de fígado, e também para deixarem de transmitir a ou-tras pessoas”, explica a gestora.

O presidente da SBH, Edison Parise, a� rma que os casos das doenças estão aumentando não só no Brasil, mas no mundo. “Esse problema assume proporções alarmantes quando sabemos que

EM SEIS MESES DE 2014 JÁ FORAM 168 CASOS DO TIPO “B”E 69 DO TIPO “C”

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HEPATITES

90% dos pacientes com hepatite C ainda não foram diagnostica-dos no País. Sabemos ainda que o maior percentual de pacientes com hepatite C foi infectado no passado e 70% das pessoas in-fectadas pelo vírus da hepatite C no Brasil nasceram entre 1945 e 1970”, diz Parise.

Preocupada com o problema, a SBH, a SB de Infectologia (SBI)

e a Associação Médica Brasilei-ra (AMB) lançaram a campanha 45+ para advertir a população e os médicos sobre a realidade. A ini-ciativa quer alertar os indivíduos com mais de 45 anos para que fa-çam o teste da hepatite e os médi-cos devem solicitar o exame espe-cí� co da hepatite C aos pacientes nascidos após 1945.

Segundo o coordenador mu-

nicipal de DST/Aids e Hepatites Virais de Belém, Roberto Paes, o maior grau de contágio das hepatites ocorre durante o mês de férias. Para marcar a campa-nha, a Sesma realizou ação no penúltimo � nal de semana em Mosqueiro, por meio de distri-buição de material educativo sobre a doença e abordagem às pessoas para sensibilizá-las

sobre os cuidados para evitar a doença. Na ação na ilha foram feitos 120 testes da doença, e ne-nhum foi positivo. Além disso, Paes diz que encaminhou mate-rial da campanha para todas as Unidades Municipais de Saúde e aos espaços em que funcionam o Programa Saúde da Família. A coordenação espera ainda am-pliar os locais de teste rápido.

Segundo a médica hepatolo-gista da Coordenação Estadual de Hepatites Virais, Márcia Iasi, a hepatite designa qualquer de-generação do fígado por causas diversas, sendo as mais frequen-tes as infecções pelos vírus tipo A, B, C e D e o abuso do consumo de álcool ou outras substâncias tóxicas (como alguns remédios). Enquanto os vírus atacam o fíga-do quando parasitam suas células para a sua reprodução, a cirrose é causada pela ingestão frequente de bebidas alcoólicas, uma vez no organismo, o álcool é transforma-do em ácidos nocivos às células hepáticas.

Ela destaca que as hepatites C e D são as mais graves, porque po-dem causar cirrose e câncer de fí-gado e explica que a principal for-ma de contaminação da doença é através do contato com o sangue. “Por isso, é fundamental a pessoa

se prevenir e usar sempre sozinha seus pertences pessoais, e não dividir com outra pessoa objetos como barbeador, tesoura, alicate de unha, escova de dente, entre outros. Lavar, passar álcool ou ferver os materiais não funciona, porque o vírus � ca vivo durante sete dias. Somente o aparelho de autoclave é capaz de matá-lo, mas ainda existem muitos espaços da cidade que não possui o equi-pamento. A Vigilância Sanitária exige a utilização de autoclave em determinados espaços como salão de beleza, estúdios de tatu-agem, e outros. Quem não segue a norma é punido”, informa.

Após a infecção, os sintomas podem demorar até seis meses para aparecer, sendo que os pri-meiros são fadiga, falta de apetite, dores nos músculos e nas articu-lações, febre baixa e pele amare-lada e urina escurecida.

FÍGADO É O ÓRGÃO AFETADO PELOS VÍRUS

O teste rápido para diagnosticar a hepatite está disponível nas unidades de saúde do Pará. Ação também é feita em campanha.

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CLEIDE MAGALHÃESDa Redação

A vacinação contra a hepatite B foi introduzida no Brasil há 15 anos, o que faz com que a maio-ria dos novos casos sejam noti� -cados em pessoas nascidas antes de 1999. A vacina está disponível na rede pública à população em geral, até 49 anos. Acima dessa idade, é disponível somente aos pro� ssionais de saúde, pro� s-sionais do sexo, bombeiros, po-liciais militares, grávidas e para quem faz hemodiálise. Para es-tar protegido contra a doença, são necessárias três doses. No Estado, a prevenção e imuniza-ção da hepatite B são oferecidas pelas gestões municipais e o es-tado garante o tratamento dos pacientes. Assim como o vírus da AIDS, o da hepatite B é sexu-almente transmissível, porém seu contágio atinge altos índi-ces, chegando a ser 100 vezes maior que por HIV.

Entretanto, não há vacina para o tipo C da doença no País. Já para o tipo A existe somente na rede privada de saúde. Para marcar o Dia Mundial de Luta contra Hepatites Virais, o Minis-tério da Saúde informou, recen-temente, que o calendário básico de imunização da criança está sendo ampliado com a introdu-ção da vacina contra a hepatite A, que passa a ser ofertada nos postos de saúde do país.

A meta do Ministério é imu-nizar 95% do público-alvo, cer-ca de três milhões de crianças, na faixa etária de um até dois anos incompletos, no período de 12 meses. Assim, o Brasil passa a oferecer, gratuitamen-te, 14 vacinas de rotina, garan-tindo todas as vacinas reco-mendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O objetivo é prevenir e con-

trolar a hepatite A e, dessa forma, imunizar, gradativamente, toda a população. O esquema vacinal é preconizado pelo Programa Na-cional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, e prevê dose única da vacina.

No País, será feito o monitora-mento da situação epidemiológica da doença para de� nir a inclusão ou não de uma segunda dose no calendário da criança. A hepatite A é uma doença infecciosa aguda que atinge o fígado.

Para o início da vacinação, es-tados e municípios já receberam 1,2 milhão de doses. Outros lotes da vacina serão encaminhados, ainda este ano e no decorrer de 2015, para atender 100% do pú-blico-alvo. A data para início da vacinação será de� nida por cada estado. No Pará, a previsão é que esteja disponível a partir de outu-bro deste ano.

VACINAÇÃO FAVORECE RAPIDAMENTE A NOTIFICAÇÃO DA DOENÇA

O coordenador municipal de DST/Aids e Hepatites Virais de Belém, Roberto Paes, esclarece que o tratamento da hepatite B leva entre seis e 24 meses e o da hepatite C de 24 a 48 semanas, e a porta de entrada para quem quiser se proteger das hepatites é a Unidade Básica de Saúde, seja para a vacinação ou para o teste rápido.

Se durante o teste rápido, o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) receba a notícia de que é portador de um dos tipos graves da doença, segundo Paes, ele é encaminhado para locais de tratamento que já são referência como a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, especialista no diagnóstico e o tratamento de doenças do fígado.

Além da Santa Casa, Belém dispõe de outros locais para o

tratamento de hepatite: Hospi-tal Universitário João de Barros Barreto; Fundação de Hospital de Clínicas Gaspar Viana e Uni-dade de Referência Especiali-zada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais (Uredi-pe), e o Centro de Universitário do Estado do Pará (Cesupa), no campus da avenida Almirante Barroso, onde funciona o curso de Medicina.

Em Belém, para fazer teste rápido da doença a Secreta-ria Municipal de Saúde (Ses-ma) disponibiliza o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). O resultado sai em 30 minutos. O CTA funciona das 7h30 às 18h, de segunda a sex-ta-feira, na avenida Pedro Al-vares Cabral, entre travessas Barão do Triunfo e Angustura, próximo à ponte do Barreiro.

Telefone: (91) 3241-7207. “A perspectiva é descentra-

lizar o teste para torná-lo mais acessível para a população ainda neste segundo semestre do ano”, ressalta o coordenador municipal de DST/Aids e Hepatites Virais de Belém.

No interior do Estado, o aten-dimento e tratamento são dispo-níveis no CTA de Santarém; CTA de Marabá; CTA de Parauapebas; Hospital Regional do Araguaia, em Redenção e no Hospital Re-gional de Tucuruí.

Para todos esses locais, é es-sencial que o cidadão seja enca-minhado pela Unidade de Saúde mais próxima de sua residência. “Em três anos, conseguimos au-mentar de três para 10 locais em que os usuários do SUS no Pará podem se tratar das hepatites”, acrescenta Cisalpina Cantão.

UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE SÃO AS PORTAS PARA O TRATAMENTO

Como a infecção por hepatite B pode ser transmitida pelo conta-to com sangue, sêmen, fl uídos vaginais e ou-tros fl uidos corporais de alguém que já tem infecção por hepatite B, a única forma efe-tiva de prevenção é a vacinação, mas inde-pendente da idade, até 49 anos, alguns grupos específi cos também podem se vacinar con-tra hepatite B no Sis-tema Único de Saúde (SUS). Veja quais são os grupos:

1Gestantes; manicures e pedicures; profi s-sionais do sexo; mili-

tares; profi ssionais de saú-de; caminhoneiros; usuários de drogas; pessoas que fa-zem sexo com pessoas do mesmo sexo; coletores de lixo; tatuadores. Além disso, pessoas de todas as faixas etárias também podem ser vacinadas nas clínicas priva-das de todo o País.

2 Sintomas da hepatite BApós a infecção, os

sintomas podem demorar até seis meses para apare-cer, sendo que os primeiros são: fadiga; falta de apeti-te; dores nos músculos e nas articulações; febre bai-xa; pele amarelada e urina escurecida.Mesmo em um quadro crô-nico, com o fígado danifi -cado, os pacientes podem não apresentar sintomas. Ao longo do tempo, essas pessoas podem ter sinto-mas de lesão hepática crô-nica e cirrose do fígado.

Márcia Iasi aponta a bebida alcoólica como uma das causas da doença

Cisalpina Cantão: “Diagnóstico precoce é muito importante”.