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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE BRÓCOLIS DE CABEÇA ÚNICA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Jorge Nadir Trevisan Santa Maria, RS, Brasil. 2013

Crescimento, desenvolvimento e produção de brócolis

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Manejo da cultura de brócolis

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CINCIAS RURAIS PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM AGRONOMIA CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E PRODUO DE BRCOLIS DE CABEA NICA DISSERTAO DE MESTRADO Jorge Nadir Trevisan Santa Maria, RS, Brasil. 2013 CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E PRODUO DE BRCOLIS DE CABEA NICA Jorge Nadir Trevisan Dissertao apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Ps-Graduao em Agronomia, rea de Concentrao em Fisiologia e manejo de culturas agrcolas, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), comorequisito parcial para obteno do grau deMestre em Agronomia Orientador: Prof. Sidinei Jos Lopes Santa Maria, RS, Brasil. 2013 2013 Todos os direitos autorais reservados a Jorge Nadir Trevisan. A reproduo de partes ou do todo deste trabalho s poder ser feita mediante a citao da fonte.E-mail: [email protected] Universidade Federal de Santa Maria Centro de Cincias Rurais Programa de Ps-Graduao em Agronomia A Comisso Examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertao de Mestrado CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E PRODUO DE BRCOLIS DE CABEA NICA elaborada por Jorge Nadir Trevisan como requisito parcial para obteno do grau deMestre em Agronomia COMISSO EXAMINADORA: Sidinei Jos Lopes, Dr. (UFSM) (Presidente/Orientador) Sandro Luis Petter Medeiros, Dr. (UFSM) Nilson Lemos de Menezes, Dr. (UFPel) Santa Maria, 27 de fevereiro de 2013. AGRADECIMENTOS A Deus pela ddiva da vida e companhia durante toda a jornada. A meus pais por terem me gerado, mantido, educado e amado. A minha mulher e filha pelo apoio e compreenso nas ausncias e convivncia familiar. AUniversidadeFederaldeSantaMaria.DepartamentodeFitotecniaeProgramadePs-Graduao em Agronomia pela oportunidade para a realizao do Curso. ACoordenaoeSecretariadoProgramadePs-GraduaoemAgronomiapeloincentivo, apoio, atendimento e encaminhamento administrativo. Ao meu orientador professor Dr. Sidinei JosLopes por sua capacidade tcnica, ter sido um importanteincentivadornaconsecuodestetrabalho,prestadograndeauxlionasanlises estatsticasetambmpelacompreenso,disponibilidadeeapoiodedicadosdurantetodoo perodo de Mestrado. AoComitdeOrientaocompostopelosprofessoresDoutoresSidineiJosLopes,Sandro LuisPetterMedeiroseAlessandroDalColLciopormeorientaremeapoiaremnos momentos necessrios. AosmembrosdaBancaExaminadoracompostapelosprofessoresDoutoresSidineiJos Lopes, Sandro Luis Petter Medeiros, Nilson Lemos de Menezes e Alessandro DalCol Lcio por terem aceitado o convite e por suas contribuies na apresentao da Dissertao. Ao colega e amigo professor Titular Gustavo Adolfo Klippel Martins pelo companheirismo e convviodirio,namesmasaladetrabalhopormaisdetrintaanos,epelasoportunase inestimveis ajudas, apoios e sugestes, tambm durante mais esta etapa de minha jornada de trabalho na UFSM. AocolegadadisciplinadeolericulturaprofessorDr.JernimoLuizAndriolopeloincentivo constante, apoio oportuno e disponibilidade dispensada. AosacadmicosFernandoHenriqueBaldisseraCasagrande,IsmaelAlbinoSchwantese Pedro Hernandez Padilha pelo importante e eficiente auxlio prestado na coleta de dados, com disponibilidade, responsabilidade, pontualidade e convivncia agradvel. AtodososintegrantesdoProgramadePs-GraduaoemAgronomiaqueforammeus professores durante a realizao do Curso. AtodososcolegasdoProgramadePs-GraduaoemAgronomiae,emespecial,Bruna Mendona Alves, Carlise Pereira e Fernando Machado Haesbaert pelo convvio, apoio, ajuda e parceria de estudos na realizao de disciplinas e trabalhos curriculares. Aos servidores do Departamento de Fitotecnia Joo Vicente do Amaral Colpo, Ilton Almeida Goulart, Pedro Gilberto Pinheiro Kaufmann, Joel Gonalves Dias e em especial, a Joeci Braga Espindola,lotadonoSetordeHorticultura,quecolaboraramdeformadiretaouindiretanos trabalhos de instalao e conduo dos experimentos. COM GRATIDO RESUMO Dissertao de Mestrado Programa de Ps-Graduao em Agronomia Universidade Federal de Santa Maria CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E PRODUO DE BRCOLIS DE CABEA NICA AUTOR: JORGE NADIR TREVISAN ORIENTADOR: SIDINEI JOS LOPES Data e Local da Defesa: Santa Maria, 27 de fevereiro de 2013. O brcolis de cabea nica (Brassica oleracea L. var.italica Plenk) uma das hortalias com a introduo mais recente no Brasil e seu cultivo vem aumentando gradativamente nas ltimas dcadas.Estecultivoapresentapotencialparaadiversificaodaproduoolercola,na regiocentraldoRioGrandedoSulcomoumaalternativaeconmicaehorticulturalparaa converso parcial da fumicultura, qual se dedicam muitos produtores rurais, bem como, para oabastecimentodomercadoregionaldehortalias.Oobjetivodestetrabalhofoiestudaro crescimento,desenvolvimentoeproduodoshbridosLegacyeBRO68debrcolisde cabeanicacultivadosemduaspocas,utilizandodadosgeradosemexperimentos instaladosnaUniversidadeFederaldeSantaMaria(UFSM),SantaMaria,RS,nasdatasde 22/03/2011 e 30/06/2011. Foram avaliadas as variveis morfolgicas e produtivas bem como asomatrmicadotransplanteataantesedaprimeiraflor.Ajustou-seascurvasde crescimentopelomodelodocosseno,determinou-seamedidalineardolimbofoliarpara estimarareafoliarefez-seaanlisedavarinciaemesquemasfatoriaisparaasvariveis morfolgicas e produtivas. O modelo de crescimento e desenvolvimento do cosseno teve um bomajuste,comvaloresdocoeficientededeterminaosuperioresa70%.Quantoao crescimento, a rea foliar diferiu entre as pocas e entre os dois hbridos na segunda poca; o nmerodefolhasentreoshbridosnasduaspocas;asvariveiscomponentesdacabea altura, dimetro e as fitomassas verde da cabea, dos floretes e do pice caulinar, entre os dois hbridosnaprimeirapoca.AsomatrmicaparaohbridoLegacynaprimeirapocafoide 1.479,9 graus-dia e na segunda poca foi de 1.285,5 graus-dia. A soma trmica para o hbrido BRO 68 na primeira poca foi de 1.423,1 graus-dia e na segunda poca foi de 1.172,8 graus-dia. O modelo de melhor ajuste para estimativada rea foliar foi: reafoliar =- 0,006981+ 0,000878403xL1,5,utilizandoamedidadalarguradolimbofoliar,paraohbridoBRO68, enquantoque,paraoLegacy,foi:reafoliar=0,0174307+0,00000249604x(CxL)1,5, envolvendooprodutoentreocomprimentoealargura.Houveinteraoentrehbridose pocasparafitomassaverdedacabea.OhbridoLegacyfoiomaistardioemambasas pocaseomaisprodutivonaprimeirapoca,comfitomassamdiade755,72gcabea-1. Ambos os hbridos obtiveram as maiores fitomassas mdias na segunda poca, com 864,43 e 862,62 g cabea-1 para o BRO 68 e Legacy, respectivamente. Palavras-chave: Brassica oleracea L. var. italica Plenck. Curvas de crescimento. Modelo do cosseno. Hbridos e pocas. ABSTRACT Master Dissertation Graduate Program in Agronomy Federal University of Santa Maria Growth, development and production of single-head hybrid broccoli. AUTHOR: JORGE NADIR TREVISAN ADVISOR: SIDINEI JOS LOPES Date and Local da Defesa: Santa Maria, february 27th, 2013. Single-head broccoli (Brassica oleracea L. var.italica Plenk) is one of the vegetables with the latest introduction to Brazil and its cultivation has increased gradually over the past decades. This crop has potential to diversify vegetable production in Rio Grande do Sul central area as an economic and horticultural alternative to tobacco growing which widespread among local farmers,aswellastosupplyregionalproducemarket.Theaimofthisworkwastostudy growth,developmentandyieldusingdatageneratedintwoexperimentswithsingle-head broccoli hybrids grown in two seasons. The experiments were conducted at the Universidade FederaldeSantaMaria(UFSM),SantaMaria,RS,usingLegacyandBRO68hybrids transplantedon march22, 2011 and july 30, 2011. We evaluated morphological and productive variablesaswellasthermaltimefromtransplantingthroughtothefirstfloweropening. Adjustedgrowthcurvesbythecosinemodel,weredeterminedmeasuringthelengthand widthoftheleafbladetoestimateleafarea,andthevariancewasanalysedinfactorial schemes.Themodelofgrowthanddevelopmentofthecosineprovidedagoodfitwiththe coefficient of determination higher than 70%. Concerning growth, leaf area differed between seasons and between the hybrids in the second season; number of leavesbetween hybrids in bothseasons;componentvariablesofheadheight,diameterandheadgreenphytomasses, floretsandstemapex,betweenthehybridsinthefirstseason.Thethermaltimeforhybrid Legacyinthefirstseasonwas1479.9degree-daysandinthesecondseasonwas1285.5 degree-days. The thermal time for hybrid BRO 68 in the first season was 1423.1 degree-days and second season was 1172.8 degree-days. The best model for estimating leaf area was: leaf area=-0.006981+0.000878403xW1,5,usingthewidthoftheleafforhybridBRO68, whereasfor'Legacy',was:leafarea=0.0174307+0.00000249604x(LxW)1.5,involving theproductofleaflengthandwidth.Therewasinteractionbetweenhybridsandseasonsfor head green phytomass. Legacy was latest in both seasons and the most productive in the first season,withanaverageheadphytomassof755.72ghead-1.Bothhybridshadthehighest average weights in the second season, with 864.43 g head-1 and 862.62 g head-1 for 'BRO 68' and 'Legacy', respectively. Key-Words:Brassicaoleracea L.var.italicaPlenk.Growthcurves.Cosinemodel.Hybrid and seasons. LISTA DE ILUSTRAES Figura 1 Temperaturasmnimas,mdiasemximasatoestdiodeanteseda primeiraflorem100%dasplantasdoshbridosLegacyeBRO68naE1 (22/03/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ..................................................... 47 Figura 2 Temperaturasmnimas,mdiasemximasatoestdiodeanteseda primeiraflorem100%dasplantasdoshbridosLegacyeBRO68naE2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ..................................................... 48 Figura 3 reafoliarrelativaemfunododesenvolvimentorelativodoshbridosde brcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1(22/03/2011)eE2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ..................................................... 56 Figura 4 Nmerodefolhasrelativoemfunododesenvolvimentorelativodos hbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 57 Figura 5 Altura do caule relativa em funo do desenvolvimento relativo dos hbridos debrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1(22/03/2011)eE2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ..................................................... 58 Figura 6 Dimetrodocaulerelativoemfunododesenvolvimentorelativodos hbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 59 Figura 7 Fitomassaverdedolimbofoliarrelativaemfunododesenvolvimento relativo dos hbridos de brcolis Legacy e BRO 68, nas pocas de plantio E1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 60 Figura 8 Fitomassaverdedopecolofoliarrelativaemfunododesenvolvimento relativo dos hbridos de brcolis Legacy e BRO 68, nas pocas de plantio E1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 61 Figura 9 Fitomassaverdefoliartotalrelativaemfunododesenvolvimentorelativo doshbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 62 Figura 10 Fitomassaverdedocaulerelativaemfunododesenvolvimentorelativo doshbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 63 Figura 11 Alturadacabearelativaemfunododesenvolvimentorelativodos hbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 64 Figura 12 Dimetrodacabearelativoemfunododesenvolvimentorelativodos hbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 65 Figura 13 Fitomassaverdedacabearelativaemfunododesenvolvimentorelativo doshbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 66 Figura 14 Nmerodefloretesrelativoemfunododesenvolvimentorelativodos hbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 67 Figura 15 Fitomassa verde dos floretes relativo em funo do desenvolvimento relativo doshbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 68 Figura 16 Fitomassaverdedopicecaulinarrelativoemfunododesenvolvimento relativo dos hbridos de brcolis Legacy e BRO 68, nas pocas de plantio E1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 69 Figura 17 Fitomassaverdearearelativaemfunododesenvolvimentorelativodos hbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 70 Figura 18 Fitomassasecafoliartotalrelativaemfunododesenvolvimentorelativo doshbridosdebrcolisLegacyeBRO68,napocadeplantioE2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ..................................................... 71 Figura 19 Fitomassasecadacabearelativaemfunododesenvolvimentorelativo doshbridosdebrcolisLegacyeBRO68,napocadeplantioE2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ..................................................... 72 Figura 20 Fitomassasecadapartearearelativaemfunododesenvolvimento relativodoshbridosdebrcolisLegacyeBRO68,napocadeplantioE2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ..................................................... 73 Figura 21 Distribuiodaparticipaodaproduocomercialporcolheita(%)dos hbridos de brcolis Legacy e BRO 68 nas pocas de plantio E1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011) ................................................................................................ 90 Figura 22 Temperaturas mnimas, mdias e mximas durante o perodo de colheita dos hbridosLegacyeBRO68naE1(22/03/2011).UFSM,SantaMaria,RS.2013 ..................................................................................................................... 91 Figura 23 Temperaturas mnimas, mdias e mximas durante o perodo de colheita dos hbridosLegacyeBRO68naE2(30/06/2011).UFSM,SantaMaria,RS.2013 ..................................................................................................................... 92 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Variveis,tamanhodeamostraeprocedimentodecoletadosdadosnosj-simos dias de amostragem para as determinaes referentes ao crescimento, desenvolvimento e produo dos hbridos de brcolis Legacy e BRO 68 nas pocas de plantio E1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). Santa Maria, RS, 2013 . 36 Tabela 2 Temperaturasmdiasesomatrmicaacumulada(STa)paraosestgios fenolgicos dos hbridos de brcolis Legacy e BRO 68 nas pocas de plantio E1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ................. 49 Tabela 3 Desenvolvimentoecrescimentocomdiferenassignificativasdasvariveis relativasemfunododesenvolvimentorelativo(Dr)doshbridosde brcolisLegacyeBRO68naspocasdeplantioE1(22.03.211)eE2 (30.06.2011),comparadopeloIntervalodeConfianaparaoparmetro(q) estimadodomodelodocosseno((Varivelrelativa=cosq{/2(1-Dr)}). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ............................................................................ 53 Tabela 4 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno(AFr=cosq{/2(1-Dr)})ajustadoparareafoliarrelativa(AFr)em funododesenvolvimentorelativo(Dr)doshbridosdebrcolisLegacye BRO68,naspocasdeplantioE1(22/03/2011)eE2(30/06/2011).UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ......................................................................................... 56 Tabela 5 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno(NFOr=cosq{/2(1-Dr)})ajustadoparanmerodefolhasrelativo (NFOr) em funo do desenvolvimento relativo (Dr) dos hbridos de brcolis Legacy e BRO 68, nas pocas de plantio E1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ............................................................................ 57 Tabela 6 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno(ACAUr=cosq{/2(1-Dr)})ajustadoparaalturadocaulerelativa (ACAUr)emfunododesenvolvimentorelativo(Dr)doshbridosde brcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1(22/03/2011)eE2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ..................................................... 58 Tabela 7 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno (DCAUr=cosq{/2(1-Dr)}) ajustado para dimetro do caule relativo (DCAUr)emfunododesenvolvimentorelativo(Dr)doshbridosde brcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1(22/03/2011)eE2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ..................................................... 59 Tabela 8 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno (FMVLFr=cosq{/2(1-Dr)}) ajustado para fitomassa verde do limbo foliarrelativa(FMVLFr)emfunododesenvolvimentorelativo(Dr)dos hbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 60 Tabela 9 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno(FMVPFr=cosq{/2(1-Dr)})ajustadoparafitomassaverdedo pecolofoliarrelativa(FMVPFr)emfunododesenvolvimentorelativo (Dr)doshbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 61 Tabela 10 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno(FMVFTr=cosq{/2(1-Dr)})ajustadoparafitomassaverdefoliar totalrelativa(FMVFTr)emfunododesenvolvimentorelativo(Dr)dos hbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 62 Tabela 11 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno(FMVCAUr=cosq{/2(1-Dr)})ajustadoparafitomassaverdedo caule relativa (FMVCAUr) em funo do desenvolvimento relativo (Dr) dos hbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 63 Tabela 12 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno(ACABr=cosq{/2(1-Dr)})ajustadoparaalturadacabearelativa (ACABr)emfunododesenvolvimentorelativo(Dr)doshbridosde brcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1(22/03/2011)eE2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ..................................................... 64 Tabela 13 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno(DCABr=cosq{/2(1-Dr)})ajustadoparadimetrodacabea relativa(DCABr)emfunododesenvolvimentorelativo(Dr)doshbridos debrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1(22/03/2011)eE2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ..................................................... 65 Tabela 14 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno(FMVCABr=cosq{/2(1-Dr)})ajustadoparafitomassaverdeda cabearelativa(CABr)emfunododesenvolvimentorelativo(Dr)dos hbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 66 Tabela 15 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajusutado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno(NFLr=cosq{/2(1-Dr)})ajustadoparanmerodefloretesrelativo (NFLr) em funo do desenvolvimento relativo (Dr) dos hbridos de brcolis Legacy e BRO 68, nas pocas de plantio E1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ............................................................................ 67 Tabela 16 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno(FMVFLCr=cosq{/2(1-Dr)})ajustadoparafitomassaverdedos floretes relativa (FMVFLr) em funo do desenvolvimento relativo (Dr) dos hbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 68 Tabela 17 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno (FMVACr=cosq{/2(1-Dr)}) ajustado para fitomassa verde do pice caulinarrelativa(APr)emfunododesenvolvimentorelativo(Dr)dos hbridosdebrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ....................... 69 Tabela 18 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno(FMVAr=cosq{/2(1-Dr)})ajustadoparafitomassaverdearea relativa(FMVAr)emfunododesenvolvimentorelativo(Dr)doshbridos debrcolisLegacyeBRO68,naspocasdeplantioE1(22/03/2011)eE2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ..................................................... 70 Tabela 19 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno (FMSFTr=cosq{/2(1-Dr)}) ajustado para fitomassa seca foliar total relativa (FMSFTr) em funo do desenvolvimento relativo (Dr) dos hbridos de brcolis Legacy e BRO 68, na poca de plantio E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ......................................................................................... 71 Tabela 20 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno(FMSCABr=cosq{/2(1-Dr)})ajustadoparafitomassasecada cabea relativa (FMSCABr) em funo do desenvolvimento relativo (Dr) dos hbridos de brcolis Legacy e BRO 68, na poca de plantio E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ............................................................................ 72 Tabela 21 Estimativa e limites superior (Ls) e inferior (Li) do intervalo de confiana do parmetroq,pontodeinflexo(PI),coeficientededeterminao (R2ajustado)edesviomdioabsolutodosresduos(DMA),domodelodo cosseno(FMSAr=cosq{/2(1-Dr)})ajustadoparafitomassasecadaparte arearelativa(FMSAr)emfunododesenvolvimentorelativo(Dr)dos hbridos de brcolis Legacy e BRO 68, na poca de plantio E2 (30/06/2011). UFSM, Santa Maria, RS. 2013 ............................................................................ 73 Tabela22Mdiasdareafoliar(m2planta-1)nosestdiosdemuda,diferenciao floral, 50 a 80% de maturao das cabeas dos hbridos de brcolis Legacy e BRO68naspocasdeplantioE1(22.03.211)eE2(30.06.2011).Santa Maria, RS, 2013 .................................................................................................. 74 Tabela 23 Mdiasdasfitomassasverde(FMV),daalturaedodimetrodocaule,das razesentreFMVFT/FMVCABeFMVA/FMVCABdaproduodos hbridos de brcolis Legacy e BRO 68 nas pocas de plantio E1 (22/03/2011) eE2(30/06/2011)duranteosestdiosdeincioa50%ede50a80%da maturao das cabeas. Santa Maria, RS, 2013 .................................................. 76 Tabela 24 Mdias da fitomassa verde por folha, nmero de folhas por planta e nmero defloretesporcabeanocrescimentoeproduodoshbridosdebrcolis Legacy e BRO 68 nas pocas de plantio E1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011) durante os estgios de incio a 50% e de 50 a 80% da maturao das cabeas. Santa Maria, RS, 2013 ......................................................................................... 79 Tabela 25 Mdias da fitomassa seca foliar total (g) nos estdios de muda, diferenciao floral,50a80%dematuraodascabeas,nteseda1florna1plantae nteseda1florem100%dasplantasdoshbridosdebrcolisLegacye BRO68naspocasdeplantioE1(22.03.211)eE2(30.06.2011).Santa Maria, RS, 2013 .................................................................................................. 82 Tabela 26 Mdiasdafitomassasecadocaule(g)nosestdiosdemuda,diferenciao floral,50a80%dematuraodascabeas,nteseda1florna1plantae nteseda1florem100%dasplantasdoshbridosdebrcolisLegacye BRO68naspocasdeplantioE1(22.03.211)eE2(30.06.2011).Santa Maria, RS, 2013 .................................................................................................. 83 Tabela 27 Mdias da fitomassa seca da cabea (g) nos estdios de muda, diferenciao floral,50a80%dematuraodascabeas,nteseda1florna1plantae nteseda1florem100%dasplantasdoshbridosdebrcolisLegacye BRO68naspocasdeplantioE1(22.03.211)eE2(30.06.2011).Santa Maria, RS, 2013 .................................................................................................. 84 Tabela 28 Mdias da fitomassa seca total area (g) nos estdios de muda, diferenciao floral,50a80%dematuraodascabeas,nteseda1florna1plantae nteseda1florem100%dasplantasdoshbridosdebrcolisLegacye BRO68naspocasdeplantioE1(22.03.211)eE2(30.06.2011).Santa Maria, RS, 2013 .................................................................................................. 85 Tabela 29 Mdiasdonmerodefolhas,daalturaedodimetrodocauledoshbridos debrcolisLegacyeBRO68naspocasdeplantioE1(22.03.211)eE2 (30.06.2011). Santa Maria, RS, 2013 .................................................................. 87 Tabela 30 Mdiasdafitomassaverde,alturaedimetrodecabeadoshbridosde brcolisLegacyeBRO68naspocasdeplantioE1(22.03.211)eE2 (30.06.2011). Santa Maria, RS, 2013 .................................................................. 88 LISTA DE APNDICE Apndice 1 - EstatsticasdescritivasdosvaloresdasvariveisFMVCAB(32),DCAB, ACAB,FMVLF,FMVPF,FMVFT,FMVCAU,FMVFLO,FMVAC, FMVCAB(3),FMVA,DCH,NFO,FMVPF,NFLO,FMVPFLO,razo FMVFT/FMVCAB, Razo FMVA/FMVCAB, ACAU e DCAU dos hbridos debrcolisLegacyeBRO68naspocasdeplantioE1(22/03/2011)eE2 (30/06/2011). Santa Maria, RS, 2013. ............................................................... 101 SUMRIO 1 INTRODUO ................................................................................................................... 17 2 REVISO ............................................................................................................................. 20 2.1 Gnero, espcie e grupos .................................................................................................. 20 2.2 Curvas de crescimento ..................................................................................................... 22 2.3 Modelo de estimativa de rea foliar por medidas lineares do limbo ........................... 24 2.4 Temperatura do ar ........................................................................................................... 25 2.5 Produo de cabeas ......................................................................................................... 28 3 MATERIAL E MTODOS ................................................................................................ 30 3.1 Localizao e caracterizao da rea experimental ...................................................... 30 3.2 Descrio e preparo do solo ............................................................................................. 30 3.3 Hbridos, produo de mudas e transplante. ................................................................. 31 3.4 Manejo da cultura ............................................................................................................ 32 3.5 Experimento, tratamentos, unidades experimentais. .................................................... 33 3.6 Determinaes referentes planta .................................................................................. 34 3.6.1 Crescimento e desenvolvimento ...................................................................................... 34 3.6.1.1 rea foliar por medidas do limbo ................................................................................. 39 3.6.1.2 Crescimento, desenvolvimento e produo de cabeas ................................................ 40 3.7Determinaesreferentesaoambiente:varivelindependentedomodelode crescimento .............................................................................................................................. 40 3.7.1 Temperatura do ar ............................................................................................................ 40 3.8 Anlises estatsticas .......................................................................................................... 44 3.8.1 Crescimento e desenvolvimento ...................................................................................... 44 3.8.2 rea foliar: medidas lineares relacionadas ao mtodo de discos foliares. ...................... 44 3.8.3 Anlise de varincia......................................................................................................... 45 3.8.3.1 Esquema trifatorial: hbridos, pocase estdios de maturao da cabea ................... 45 3.8.3.2 Esquemas bifatoriais: pocas e hbridos ....................................................................... 46 4 RESULTADOS E DISCUSSO ........................................................................................ 47 4.1 Crescimento e desenvolvimento ...................................................................................... 47 4.1.1 Temperatura, soma trmica e estdios fenolgicos ......................................................... 47 4.1.2 Modelos de estimativa de rea foliar por medidas lineares do limbo. ............................ 50 4.1.3Comparaodascurvasdecrescimentodoshbridosepocas,pelointervalode confiana para o parmetro (q) estimado do modelo do cosseno ............................................. 51 4.1.3.1 rea foliar relativa ........................................................................................................ 52 4.1.3.2 Nmero de folhas relativo ............................................................................................ 53 4.1.3.3 Altura do caule relativa................................................................................................. 54 4.1.3.4 Altura da cabea relativa, dimetro da cabea relativo, fitomassas verdes da cabea relativa, dos floretes relativa e do pice caulinar relativa. ........................................................ 54 4.1.4 Modelo do cosseno ajustado ............................................................................................ 55 4.2 Crescimento, desenvolvimento e produo de cabeas ................................................. 74 4.2.1 Area foliar ........................................................................................................................ 74 4.2.2 Fitomassas verde ............................................................................................................. 75 4.2.3 Fitomassas seca ............................................................................................................... 81 4.3 Produo de cabeas ......................................................................................................... 86 5 CONCLUSES .................................................................................................................... 94 REFERNCIAS ..................................................................................................................... 95 APNDICE ........................................................................................................................... 101 1 INTRODUO ObrcolisumadashortaliascomintroduomaisrecentenoBrasileseucultivo vemaumentandogradativamentenasltimasdcadas.Seuconsumotemapresentado incrementosexpressivosdevido:aoseualtovalornutritivo;assuaspropriedades nutracuticas;aformaodeglucosinolatos;amaioratratividadevisualaosconsumidores; prestar-seaoconsumoinnatura,processamentomnimoecongelamento;aliadasaopreparo rpido e fcil. Por ser uma espcie com o cultivo ainda limitado ao Centro-Sul do Brasil e de recente importncianocenrioolercolanacional,dadosdepesquisaeinformaestcnicasparaa produo, ainda so bastante escassas na literatura brasileira. SocultivadosdoisgruposdebrcolisnoBrasil:oramoso,queformauma inflorescnciacentralpequenacomnumerosasinflorescnciaslateraisdesenvolvidaspela brotaodasgemasdasaxilasfoliareseodecabeacentralounica,formadanopice caulinar (SCHIAVON JR, 2008). O volume de produo de brcolis no Brasil aumentou em 152% entre os dois ltimos CensosAgropecuriosrealizadosem1995e2006,passandodavigsimastimahortalia maisproduzida,entreas57espcieslevantadas,paraavigsimacolocao,com91.653 toneladas. O Estado do Rio Grande do Sul, com produo de 9.702 toneladas, se manteve na quinta posio, com aumento de 298%, quase o dobro do brasileiro, o que indica, para ambos os casos, o aumento da procura pelo consumidor (IBGE, 2011). EstatsticaspublicadasnosBoletinsMensaisdeComercializaodaCEASA/RS, tambmmostramexpressivoaumentonosvolumesdebrcoliscomercializadosnoperodo 1980/99. Os volumes mdios anuais comercializados do incio ao trmino destas duas dcadas apresentaramumincrementonacomercializaoeconsumosuperiora2.200%(RIO GRANDE DO SUL, 1980/99). Produtodiferenciadonomercado,tecnologiaculturalrelativamentesimplese rentabilidade potencial so fatores que favorecem o cultivo de brcolis de cabea nica como alternativadediversificaoparaaatividadeolercolaregional(CASTAMANetal.,1998). Por ser uma hortalia mais adaptada ao cultivo de outono-inverno, na Regio Centro-Sul seu principal local de cultivo, concentrando sua produo no Distrito Federal, So Paulo, Paran e Rio Grande do Sul. As brassicceas so tradicionalmente cultivadas tambm no municpio de 18 Santa Maria, RS, principalmente nos distritos de colonizao italiana e em alguns municpios limtrofes, que contribuem para o abastecimento local e regional. Asespciesdebrassicceasmaiscultivadaseramorepolho,obrcolisramoso,a couve-flor e a couve-chinesa. Nas duas ltimas dcadas, houve grande aumento da aceitao pelo consumidor regional do brcolis de cabea nica, abastecido pelo mercado distribuidor, principalmente,comprodutoimportadodeoutrasregies.Osprodutoreslocais,coma experinciadecultivoanteriormenteadquiridacomaquelasespcies,e,podendosupriresta novademandadomercadolocal,agoraaserdisputadocomaconcorrnciadoimportado, passaram a substituir o cultivo do brcolis ramoso pelo de cabea nica no perodo favorvel deproduo.Estasubstituioocorreuprimeirocomosprodutoresderepolho,pelamaior lucratividade do brcolis. Os fumicultores foram os prximos, utilizando-o no seu processo de conversodaculturadofumo,introduzindo-ojuntocomoutrashortaliasjcultivadas durante o outono-inverno como alternativa de renda na entressafra do fumo. E, por ltimo, os prpriosprodutoresdobrcolisramoso,paraareduoeadequaodamodeobra,muito escassa e, por isto, de alto custo, no meio rural na regio. Novos produtores e, principalmente, os que fizeram a converso do fumo, do repolho e dobrcolisramosoparaodecabeanica,soosquetmenfrentadotranstornosedificuldades para atender os compromissos de abastecimento do mercado. A existncia desta demandacrescente,porpartedesupermercadospertencentesaredesnacionaiseregionaise rgospblicosestaduaisefederaisque,parafecharacordosoucontratos,exigemdo produtor que o abastecimento seja contnuo em quantidade e qualidade. A disponibilidade de hbridos adaptados e a falta de programao da produo so os maiores entraves enfrentados pelosprodutoresnoatendimentodestasexigncias,expondo-osaconstantesriscose desabastecimentodomercado.DiagnsticosemelhantefoirelatadoporTan(1999)na Austrlia,onde,produtoresdaregiodeDarlingDowns,commelhorestecnologiasde produoedemanejops-colheita,enfrentavamproblemassemelhantesparaotimizara predio e programao das colheitas visando a exportao da produo de brcolis de cabea nica. A produo foi enfocada juntamente com o crescimento, desenvolvimento e adaptao dosdoishbridosmaiscultivadosduranteaamplitudedasduaspocasdecultivomais utilizadas.Procurou-seavaliareobterinformaesbsicasatravsdeprovveisinteraes-relaes da produo (componentes da cabea) x ambiente (temperatura e soma trmica). Apredioouprevisodaontogenia,empregandoomodelomatemticodocosseno propostoporDouradoNetoetal.(1998),foiutilizadaparaosdoishbridosdebrcolisnas 19 duas pocas de cultivo, tomando por base o pressuposto de que a curva de crescimento, com umnicopontodemximataxadeacmuloemfunodeseudesenvolvimentorelativo durante o ciclo, fosse identificado para cada varivel dependente, indicando ento a variao temporal doacmulo da fitomassa, o que possibilitaria futuras tomadas de decises sobreas possveis interferncias agronmicas na conduo e manejo da cultura. Oobjetivodestetrabalhoestudarocrescimento,desenvolvimentoeproduo,de doishbridosdebrcolisdecabeanica,plantadosemduaspocasdecultivo,atravsda: determinaoecomparaodascurvasdecrescimento;caracterizaodaexignciatrmica para os diferentes estdios fenolgicos; proposio de um modelo de estimativa de rea foliar por medidas lineares do limbo e avaliao da produo. 2 REVISO 2.1 Gnero, espcie e grupos OgneroBrassica,pertencentefamliaBrassicaceae,possuidiversasespcies botnicas(Brassicaoleracea)deimportnciaagrcolaeeconmica.Entreestasespciesde brssicas,pelosdiferentesrgosutilizadoscomoalimento,destacam-se,comohortalias, commaiorreacultivadaevolumedeproduo,noBrasil(SOUZA,1983)enoRS(RIO GRANDEDOSUL,1980/99):orepolhoeacouve-comum,comoprodutoresdefolhasea couve-flor e o brcolis, como produtores de inflorescncias. Estas quatro espcies esto entre asvintehortaliasmaisproduzidaseconsumidasnoBrasil(SCHIAVONJR,2008;IBGE, 2011).AstrsespciesdafamliaBrassicaceaedemaiorimportnciaeconmica comercializadas em So Paulo tambm foram: o repolho, a couve-flor e o brcolis (MAGRO, 2009). Obrcolis,BrassicaoleraceaL.var.italicaPlenk,teveorigemnasregiescosteiras ocidentais e ilhas do Mar Mediterrneo. Provavelmente, foi introduzido na Europa, via Itlia, vindodeChipreoudaGrcia,comoacouve-flor.Nosesabedesuaexistncia,coma morfologia atual, antes do ano de 1600 (NIEUWHOF, 1969). Nas Amricas, o brcolis uma dashortaliascomintroduomaisrecente,porvoltade1920,porimigrantesitalianosnos Estados Unidos e, mais tardiamente, tambm os imigrantes italianos o introduziram no Brasil, via So Paulo. AsespcieshojeexistentesdeBrassicaoleraceativeramamesmaorigemevolutiva atravs do repolho selvagem (Brassica oleracea var. oleracea) e da couve selvagem (Brassica oleraceavar.sylvestris).Asvariedadesbotnicasdestasespciespossuemomesmonmero decromossomos2n=18esecruzamcomfacilidade(SONNENBERG,1985).Comas mutaesocorridasduranteaevoluodasduasespcies,asseleesnaturaiscontnuase comomelhoramentogenticofeitopelohomem,nodecorrerdesuadomesticao, originaramasseguintesevolues:brcolis,repolho,couve-flor,couvesdefolhas,couvede Bruxelas e couve-rbano (SONNENBERG, 1985; MAGRO, 2009). O brcolis uma planta herbcea, bienal, formada por sistema radicular, caule, folhas e cabea. O sistema radicular seminal pivotante, podendo ser modificado durante a produo 21 das mudas, com o transplante e/ou na amontoa.O caule ereto, com possibilidade de emitir razes adventcias com facilidade na sua poro basal. Desenvolve folhas que se arranjam em disposioalternaespiraladaediferenciaumacabeanoseupice.Asfolhassosimples; grandes;glabras;comduasestpulasnabase,dandocontinuidadeaolimboouseparadasdo mesmo;comlimbooblongo;nervurasmenossalientesqueasdacouve-flor;corverdeou verdeazulada;comgrandedeposiodeceranalminafoliar;pecoloalongadoe arredondado.Acabeaformadaporfloretes,tambmdenominadosdepednculosflorais, emitidospelaporoterminaldocaule,internaacabeaoupicecaulinareporpequenas folhasmodificadas,estreitasecurtas,semelhantesabrcteas,nabaseeinternamente cabea. No Brasil existem dois grupos degentipos em funo de seu hbito de crescimento. O grupo de gentipos de cabea nica, por possurem dominncia apical, forma somente uma cabeacentralgrande,poristodenominadodecabeanica.Osgentiposdestegrupo, cultivadosnoBrasil,soquasetodoshbridoseimportados.Aintroduodehbridosde brcolisnoBrasil,deacordocomVELLO(1977),noteriaocorridoatesteano,porno haveremrelatosdesuautilizao.Atofinaldadcadade70,atotalidadedaproduo dependia da utilizao de cultivares do grupo ramoso. Os primeiros hbridos de cabea nica somentecomearamasercultivadosnoBrasilcomaimportaodesuas sementes,situao estaquepredominaathoje.Suareadecultivocomeouaserincrementadoapartirda dcadade80,ocupandoatualmenteumafatiajexpressivadomercado,devidoaomenor gastocommodeobranacolheita,apresentarmaiorrendimentonoprocessamento,porse prestar ao congelamento e ser mais atrativo visualmente ao consumidor. A durao do perodo de colheita bem mais curta do que os do grupo ramoso (SONNENBERG, 1985), mas ainda nosedispemdepesquisasetambmdisponibilidadenomercadonacionaldosnovos materiaisgenticosdecabeanicacomtolernciaaocalor,jmelhoradosnosEstados Unidos (BJRKMAN; PEARSON, 1998; FARNHAM; BJRKMAN, 2008). Osgentiposdogruporamoso,almdeproduziremumacabeacentralmenor, emitembrotoslateraisencimadosporpequenasinflorescncias,advindodestamorfologia,a denominaodogrupo,possibilitandovriascolheitasquepodemseestenderporperodos superioresadoismeses(SONNENBERG,1985).Amaioriadosgentiposdogruporamoso so produtos do melhoramento gentico nacional, cultivo no outono-inverno, primavera-vero ealguns,comamplaadaptaoclimtica,ouseja,possibilitandoseucultivodurantetodoo ano.Estasdenominaes,cabeanicaeramoso,soempregadastantopelomercado como na literatura tcnica brasileira. 22 2.2 Curvas de crescimento A agricultura moderna busca, de maneira incessante e rpida, tecnologias que possam aumentar a produo de alimentos e reduzir a fome no mundo. Novas tecnologias de manejo doscultivosagrcolaseomelhoramentodosrecursosgenticosvisamobtermaiores rendimentos,tantoquantitativoscomoqualitativos,dasespciescultivadas.Aampliaoda adaptabilidade dos gentipos possibilita reduzir o emprego de energia, que, aliado gerao e utilizaodetcnicaslimpasdemanejoagrcolaeambiental,minimizamosefeitos resultantesnatureza.Naproduovegetal,oconhecimentoprviodoefeitogentipox ambiente,permitequesetrabalhecommenoragressividadeaoambienteecommelhores resultados tcnicos e econmicos na produo dos alimentos. O brcolis, de uma maneira geral, assemelha-se couve-flor quanto ao crescimento e aodesenvolvimento.Necessitatambmteremitidodeterminadonmerodefolhasbem desenvolvidasparaqueocorraocrescimentoeaformaodeumacabeacomercial.O desenvolvimentodaplantadecrescequandoacabeaprincipalchegaaopontocomercial (MAGRO, 2009). O desenvolvimento do brcolis, lento no incio, primeiro ms da fase juvenil, e tem um incremento rpido, no terceiro ms, no final da fase juvenil, por ocasio da diferenciao dos botes florais e incio do alongamento do pice caulinar (FERREIRA et al., 1993). A anlise do crescimento de plantas agrcolas possibilita ampliar o estudo e a obteno deummelhorconhecimentonaavaliaodecultivares(CARDOSOetal.,2006).Segundo Oliveiraetal.(2002),naprimeirafasedeumacurvaclssicadecrescimentodeplantasna forma sigmoidal, a fase logartmica, o crescimento o resultado do aumento em tamanho por unidadedetempo.Afirmaqueinicialmenteelalentaejustificacomoexemploda germinao.Ocrescimentodasplantas,medidopeloacmulodefitomassaporunidadede tempo, pode ser representado por uma curva sigmoidal. O crescimento das plantas cultivadas inicialmente lento, tanto por semeadura direta, quando o crescimento ocorre as expensas das reservas acumuladas naprpria semente para a germinao, como por mudas transplantadas, quandotantoavelocidadecomoopercentualdepegamentodependemdaidadeeda quantidadedereservasarmazenadaspelamudaparasuafuturaemissodenovasrazese folhas.Noinciodocrescimento,afitomassadasplantasaumentaemumaproporo constantepordiaatatingirumcrescimentoexponencial.Apartirdomomentoemqueas plantas comeam a sofrer interferncia por espao, radiao, gua, entre outros e mais folhas 23 so emitidas, sem, no entanto, conseguirem atingir a mesma eficincia fotossinttica, a taxa de crescimento tende a se manter constante e a fitomassa total da planta aumenta linearmente at atingir uma mxima taxa de acmulo, chamado de ponto de inflexo, a partir do qual, a taxa de crescimento comea a reduzir at que a curva se aproxime do valor final, assntota da curva ou ponto de maturidade fisiolgica. O desenvolvimento de um modelo matemtico que fosse completo ou suficientemente amplo, envolvendo o maior nmero possvel de variveis, poderia simular com maior preciso uma situao de crescimento real de uma planta. Mas modelos muito complexos dificilmente possibilitariamsuaaplicabilidadeprtica(PEREIRA;MACHADO,1987).Poroutrolado,a utilizao de modelos matemticos com poucas variveis ou representando apenas uma parte deumsistema,tambmpodedificultarseuemprego,pornopermitiremaprevisibilidade ajustada e desejada. Ascurvasdecrescimentodeplantasajustadasdesdeotransplanteatopontode maturidadefisiolgica,emfunodotempotrmico,tempoemdias,graus-diaousoma trmicaacumulada,utilizam-senormalmentedemodelosnolinearesquerepresentamuma curva sigmide para o crescimento (Modelos Cosseno, Logstico, Gompertz, entre outros). A aplicaodomodelomatemticodocosseno,comosugeridoporDouradoNeto(1999),usa umaexpressomatemticamaisconhecidaemaissimplesdoqueasnormalmente empregadas nos modelos de crescimento no lineares representados por uma curva sigmoidal. Aanlisedeummodelodecrescimentopermiteumamelhorcompreensodos gentiposedesuaspossveisinteraesambientais,podendocontribuirparaosprodutores (olericultores) planejarem e otimizarem tanto o volume quanto a qualidade de suas produes, adequandoousodascultivaresemfunodamelhorpocadesemeadura,combinandoas prticasdemanejoparaatenderasnecessidadesmaiscrticasduranteocicloeplanejandoa programaodefuturascolheitasparapocasdepoucaoferta,exportaooumelhorpreo (TAN, 1999). Aanlisedecrescimentodeumvegetal,segundoMagalhes(1985),podeser caracterizadapelautilizaodemtodonodestrutivodeplantasatravsdemensuraes sequnciaisetemporaisdeseuscomponentes,taiscomo:aalturadaplanta,odimetrodo caule,areafoliar,alarguraeocomprimentodafolha.Tambmconsideraqueataxade crescimentorelativoseriaaformamaisapropriadaeindicadapararealizaraavaliaodo crescimentodovegetal,porquerepresentariaafitomassaacumuladaporunidadedetempo, em funo da massa inicial. 24 Dentreasvariveisestudadasnocrescimentoeproduodebrcolisemsistema orgnico, Diniz et al.(2008) concluram que a rea do dossel foi a que apresentou a maior correlaotantocomaproduocomocomamassaseca.Sendoamassasecauma variveldecarterdestrutivo,variveisquenonecessitemseremdestrudaseque possibilitem alta correlao, como rea do dossel, nmero de folhas e dimetro do caule podem ser utilizadas para inferir sobre o crescimento do brcolis. Areafoliardaplantaoudodosselsoasvariveismaisutilizadaspelos pesquisadores,porseremconsideradasresponsivaserelacionadas,naanlisedoseu crescimentoenadeterminaoquantitativadanecessidadedosfatoresambientaisque interferemnafotossnteseetranspiraodasplantas,controlandooseucrescimentoe desenvolvimento.Comoparmetro,temsidoempregadomundialmentenaagricultura,em espciescultivadaseinvasoras,emmodelosdeprevisoouestimativadecrescimento, produtividadedecultivosenadeterminaodeaesdeplanejamentoemanejosagrcolas. (BENINCASA, 1988; SlLVA et al., 1998; OLIVEIRA et al., 2002; OLFATI et al., 2010). 2.3 Modelo de estimativa de rea foliar por medidas lineares do limbo A estimativa da rea foliar pode ser feita pelo mtodo direto ou indireto. A tomada de decisonormalmentesebaseianapreciso,destrutibilidadeounodomaterial, equipamentos, exequibilidade e rapidez, entre outros (TOEBE et al., 2010). Os mtodos com maior preciso e que no sejam destrutivos (OLFATI et al., 2010) so os mais utilizados por agrnomos,pesquisadoresefisiologistas,paramedirareafoliarindividualdasplantas agrcolas.Paraasplantasolercolas,devidoaoelevadonmerodeespciescultivadas, inclusiveparaasbrssicase,entreelasobrcolis,hcarnciadetcnicasrecomendadase modelos para estimar a rea foliar de maneira mais precisa, rpida e simples. Medidasdimensionaisdolimbofoliar,comprimentoelargura,analisadaspor equaes de regresso com a rea foliar real, obtida atravs do mtodo de discos foliares, tem sidomuitoutilizadaparaadeterminaodeummodeloqueobtivesseomelhorajustena determinao da rea foliar (TOEBE et al., 2010). 25 2.4 Temperatura do ar A temperatura do ar o fator mesolgico ou ambiental que mais afeta o crescimento, desenvolvimentoeproduodeplantasdebrssicas,podendoseraprincipalcausade elevadosoubaixosrendimentos(KNOTT,1962;SONNENBERG,1985;TAN,1999; FILGUEIRA, 2000; TREVISAN et al., 2002). As altas temperaturas do ar, que podem chegar a 32C em Campo Grande, MS, inclusive durante o outono-inverno, so citadas como um dos fatores que afetam negativamente tanto a produo comercial como a qualidade do brcolis de cabea nica (LALLA et al., 2010). Embrssicas,Ferreira(1983)relataqueonmerodefolhasformadaspelaplanta dependepreponderantementedoefeitodatemperatura.Quandoaplantaforexpostaa temperaturasmaisaltas,comorepostaelaprolongaseucicloecontinuaemitindonovas folhas.Duranteaformaodacabea,variaestrmicasafetamavelocidadedeseu crescimento e desenvolvimento. Temperaturas mais baixas reduzem, e mais altas, aceleram o crescimento,podendoresultaremmaturaomaisoumenosconcentrada.Aumentosde temperatura,mesmoporperodosmuitocurtos,duranteaformaodacabea,podem provocargrandeacmulodecabeasaseremcolhidasemumanicaveze/ourpido alongamento dos pednculos com perda de qualidade. Existe uma relao linear entre o nmero total de folhas e a temperatura do ar. Plantas de brcolis, em temperaturas mais baixas, florescem com menor nmero de ns, tendo assim menornmerodefolhasdoqueemtemperaturasmaiselevadas.Htambmumarelao linear significativa entre a durao da soma trmica, da emergncia at a diferenciao floral, e o nmero de folhas total na iniciao floral nos hbridos Greenbelt e Marathon, mas no no hbrido Fiesta, salientando no ser este muito sensvel temperatura. As diferentes respostas temperaturasugeremqueataxadeiniciaofoliarpodedependerdatemperaturapara algunshbridos,masnoparaoutros,equearelaoentreatemperaturamdiaeonmero total de folhas depende da cultivar (TAN et al., 1998). Hbridosdecouve-florprecoceoudeoutono-inverno,segundoSonnenberg(1985), quandocultivadosnovero,emtemperaturasmaiselevadasdoque20C,permanecemem crescimentovegetativocomaumentodonmerodefolhase,semquehajadiferenciaode cabea. A planta, apesar da idade, nmero de folhas e rea foliar, no consegue superar a fase juvenilepassarparaafasereprodutiva.Avariabilidadenaduraodociclodomesmo hbrido,quandocultivadoempocadetemperaturamaisalta,prolongaoperodode 26 crescimento,pelanosatisfaodoseurequerimentoemtemperaturasbaixasparaa vernalizao e passagem fase reprodutiva, mantendo-se vegetativo. Arespostadeplantasdebrcolisstemperaturasmaiselevadasduranteafase vegetativa,aos74diasapsasemeadura,ocorrepeloaumentodonmerototaldefolhas presentes na iniciao floral. Quando a temperatura aumentou de 13C a 29C, o nmero de folhas tambm aumentou, de 18 para 24 (WIEBE, 1975 apud TAN, 1999, p. 26 e 121). O requerimento das brssicas, quanto necessidade trmica para as melhores respostas no crescimento da planta e qualidade de produo, satisfeito quando as temperaturas mdias atingem a faixa favorvel de 15C a 18C (KNOTT, 1962; CASSERES, 1980). Este intervalo de temperatura mdia mensal para o desenvolvimento das brssicas, segundo Ferreira (1983), pode ser mais amplo, variando entre 15C e 20C.Obrcolistemumafaixadeadaptaobastanteamplaporserindiferenteao fotoperodo, testado por Tan (1999), at 16 horas de durao, e tolerar temperatura mais altas duranteodesenvolvimentodoseuciclo,commximasde23,8C(KNOTT,1962; CASSERES,1980).Temperaturasaltaspodemcausardeformaodecabeasemcultivares debrcolissensveisatemperaturaacimade30C(BJRKMAN;PEARSON,1998).Sea planta receber o estresse por temperatura alta, ainda durante a fase vegetativa ou juvenil, antes dadiferenciaofloral,nohaverformaodelesonafuturacabea.Afasecrticade exigncia de temperaturas favorveis para que ocorra a diferenciao da cabea quando ela estcomdimetroinferiora1mm.Quandooestresserecebidodepoisdadiferenciaoda cabea,com5a10mmdedimetro,muitosbotesaindasoafetados,maselesso facilmente encobertos pelos botes florais das gemas mais velhas que ocuparo seus espaos.SegundoconclusesdeTan(1999),emboraaplantadebrcolissuportetemperatura extremamente baixa, de -1C at -3C logo aps a fase de diferenciao floral, a produo de cabeasficaprejudicadaemvolumeequalidade,pelodesenvolvimentoirregulardos primrdiosfloraisefloretese,quandoestastemperaturasocorreramnafaseinicialda diferenciao, causa a morte dos primrdios florais. Temperaturas mais baixas, entre -7C e -9C, so letais planta quando cultivada em campo. Nestas condies extremas, trs hbridos testados reagiram de forma semelhante. Quanto resposta dos hbridos temperatura, quando submetidasaanlisesimuladaemtrsmodelosdecrescimentoqueincluiram,almdas temperaturasmdiasecardinais,variaesdefotoperodoeradiaosolar,concluiuquea temperatura permitiufazer uma anlise consistente no estudo dos hbridos, mas que o tempo trmico dos estdios fenolgicos foi especificidade do hbrido.Tambm o gentipo, em vez do ambiente,foiquemdeterminouprincipalmenteosatributosdequalidadedascabeasde 27 brcolis.Dostrshbridostestados,quandocultivadosempocacomtemperaturasmnimas inferiores 8C, Marathon foi o que apresentou qualidade apenas aceitvel quanto cor das gemas e compacidade da cabea para exportao. Aduraodociclodaplantadebrcolispodeserdivididaemquatroestdios,de acordocomKimoto(1993):noprimeiro,de0a30dias,paraaformaodamuda:no segundo, dos 30aos 60dias, para o desenvolvimento do nmero de folhas e crescimento do limbo foliar; no terceiro, a diferenciao floral; no quarto, desenvolvimento dos botes florais eformaodacabea.Afirmatambmqueosegundoeterceiroestdiossofundamentais paraaobtenodeboaproduoecabeasdequalidade.Aduraodosestdiosdepende basicamente da cultivar e da temperatura. SeabraJnior(2005),utilizandoohbridoBRO68,realizousemeaduraem 18/02/2004,otransplante33diasapsasemeadura(DAS),ascolheitasde28/05/2004(99 DAS) a 12/06/2004 (114 DAS), com durao de 15 dias, tendo transcorrido um ciclo de 114 dias.Ostemposdecorridos,emdias,entreosestdiossugeridosporKimoto(1993), quantificadosereladosporSeabraJnior(2005),foramde:0a33,dasemeaduraao transplante;33aos64,dotransplanteaocrescimentoedesenvolvimentofoliar;64aos82, para a diferenciao floral; e, dos 82 a 114 para a formao e maturao da cabea. Castoldietal.(2009)avaliandoocrescimento,oacmulodenutrientesea produtividade em couve-flor e, atriburam o menor crescimento e acmulo de massa seca at aos40diasapsotransplantedevidoincidnciadebaixastemperaturasocorridasnafase inicial do desenvolvimento ou a fatores inerentes s brassicas que, aps este perodo, atingem maiorvelocidadedecrescimento(CHARLOetal.,2007),commximataxadecrescimento absolutodos56aos69dias,assimcomo,osmaioresvaloresdemassasecatambmforam observados aos 69 dias para o caule, pecolo, limbo foliar, cabea e massa seca total da planta. Osmaioresvaloresdaalturadaplanta,nmerodefolhas,reafoliar,dimetrodocaule, massafrescadasinflorescnciastambmforamatingidosaos69diasapsotransplante (CASTOLDI et al., 2009). EmtrabalhocombrcolisdecabeanicaLegacy,Charloetal(2007)tambm relataram resultados de crescimento lento na fase inicial da cultura.Constataram que, aos 69 diasapsotransplante,quandoasinflorescnciasatingiramopontodecolheita,asplantas apresentavam maior: altura, nmero de folhas, rea foliar, dimetro do caule; massas secas do caule,pecolo,limbofoliar,inflorescnciaetotalporplanta;massafresca,dimetroealtura dainflorescncia.Ataxamximadecrescimentoabsoluto(14,49g/plantadia)foiatingida 28 aos69diasapsotransplante,comaumentoscontnuos,e,amaiortaxadecrescimento relativo (0,126 g g-1 dia-1) ocorreu aos 28 dias aps o transplante. 2.5 Produo de cabeas Oshbridosdebrcolisdecabeanica,comooprprionomejocaracteriza,tm como principal e, para a maioria dos hbridos deste grupo, a cabea ou inflorescncia como o nicocomponentedeproduo,masalgunsdesteshbridospodememitirramificaes laterais sob determinadas condies de clima e manejo (TREVISAN et al., 2003). ObrcolishbridoMarathon,quandocultivadoempopulaode50.000plantasha-1, produziu19.400kgha-1 deinflorescnciaeacumulou6.200kgha-1demassaseca,relatado porRinconetal.(1999).Observaram,tambm,queasinflorescnciascontriburamcom 39,1%dototaldamassasecaproduzidaduranteoperodode87dias,dotransplante colheita. Meloetal.(2010)compararamocomportamentoquantoproduodascultivares Avenger,Demoledor,Grandisimo,GreenStorm Bonanza,LegacyeomaterialHECB-01-06 submetidasadoissistemasdeplantio,odiretoeoconvencional,notendoencontrado diferenasignificativaentreosdoissistemasde plantio.Entreascultivares,houvediferena significativa para as variveis avaliadas, quando a cultivar Avenger se diferenciou das demais pelamaiorprodutividade(13,2tha-1),pesomdio(458g),dimetro(15,3cm)emelhor qualidade das inflorescncias. Avaliandoodesempenhodeoitocultivarescomerciais(BRO68,Marathon,Green Parasol, Centenrio, Legacy, Magestic Crown, AF649 e Brcolis de Cabea) de brcolis tipo cabeanicanascondiesedafoclimticasdeCampoGrande,MS,Lallaetal.(2010) realizaram seis colheitas a partir de 89 dias aps a semeadura, e concluram que as cultivares maisindicadasparaocultivoentrejunhoasetembro,pelamaiorprodutividade,foram: Centenrio, AF649, BRO 68 e Marathon. DeacordocomSchiavonJnior(2008),plantasdebrcolisLegacyforam influenciadassignificativamentepeloespaamentoeadubao-espaamentocom, respectivamente, valores mnimos e mximos de: rea foliar (3.322,34 e 7.152cm2 planta-1) -espaamento, dimetro de caule (3,00 e 5,64cm) - adubao x espaamento, comprimento do 29 caule(de22,83e30,88cm)espaamentoemassasecadocaule(12,69ge21,53g) espaamento. O emprego de espaamento de 0,80m entre filas por 0,20 m entre plantas, com 150%dadosedeNK2O(315kgha-1deNeK2O),porSchiavonJnior(2008),permitiua obtenodeprodutividadesmximasdeinflorescnciade22.082,08kgha-1.Javaliandoo resultadodaaplicaodeadubaoorgnica,emdosede25tha-1decomposto,Dinizetal. (2008),obtiveramamaiorproduodebrcolisdecabeanica,comumamassamdiade cabea de 564g planta-1, correspondente ao rendimento de 12,53t ha-1. 3 MATERIAL E MTODOS 3.1 Localizao e caracterizao da rea experimental Foraminstaladosdoisexperimentosacuaberto,emambientenatural,nahorta didticaeexperimentaldoSetordeHorticultura,doDepartamentodeFitotecnia,da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no municpio de Santa Maria, RS. O local est situado nas coordenadas geogrficas latitude 2943S, longitude 5342W ecomaltitudede95m.AregiocentraldoRioGrandedoSulapresenta,segundoa classificaoclimticadeKeppen,climatipocfasubtropicalmido,comveresquentes (MORENO, 1961). As mdias anuais de temperatura do ar so de 19,2C e de 1.769 mm para a precipitao, com umidade relativa do ar de 78,4% (MOTA et al., 1971). Esta rea possui exposio Norte, com gradiente de 1%. A rede de drenagem artificial constitudapordrenosemformadeespinhadepeixe,com0,80mdeprofundidademdia, commanilhasperfuradas,envelopadasempedrabritadaefechados,permitindopreparo mecanizadodosolo.Osistemadeirrigaotemlinhaprincipalsubterrneade3,ramais secundrios com 2 e 3 e a gua utilizada provm de fonte artificial (aude) com toda a bacia de acumulao em rea internalizada da prpriaUFSM. Os quadrantes Norte e Sul possuem quebra-ventos implantados com Pinus sp. e Inga sp. e Pinus sp. e capoeira nativa regenerada entremeada com Pinus sp, respectivamente, no Oeste por mata nativa regenerada e a Leste por construes do Setor de Avicultura. 3.2 Descrio e preparo do solo OsolopertenceclassePLANOSSOLOHDROMRFICODistrficoarnico,de texturamdia,emreadevrzea,comalgumarestrioquantodrenagemnatural (DALMOLIN; KLAMT, 1997). Aocupaodestesolovinhasendocomcultivosdehortaliaseadubaoverde, cultivadaeespontnea,intercaladosporperodosempousiodecultivo.Nestasequenciade uso,noanode2010,efetuou-sesubsolagem,gradagem,encanteiramento,cultivoscom 31 brssicasealface,gradagemposterior,novopousio,gradagenscomexposiosolardurante osmesesdevero.Partedareafoipr-encanteiradamecanicamenteem10.03.11eo encanteiramento definitivo realizado em 17.03.2011, com adio da adubao de cultivo para otransplantedoprimeiroexperimento,poca1(E1)em22.03.2011.Outrapartedarea, contguaaesteexperimento,foimantidagradeadaeempousio-exposiosolar,compr-encanteiramentoem14.06.11eoencanteiramentodefinitivoposterior,em25.06.2011, conjuntamentecomaaplicaodaadubaodecultivoparaainstalaodosegundo experimento, poca 2 (E2) em 30.06.2011.Asadubaesforamrealizadasdeacordocomoresultadodaanlisedosoloe seguiramasrecomendaesdaSociedadeBrasileiradeCinciadoSolo-Comissode QumicaeFertilidadedoSolodoNcleoRegionalSul(SBCS/CQFS/NRSUL,2004), experincia de cultivo local e regional, pesquisa anterior de adubao no mesmo solo com os mesmoshbridosutilizadosnestesexperimentoseexpectativadeelevadorendimento. Adicionou-se todo o fsforo (450kg ha-1 de P2O5), potssio (450 kg ha-1de K2O)e 25% do nitrognio(60kgha-1deN)alanoedeformalocalizadaemduasfaixasnasuperfcieda reapr-encanteiradaaoscincodiaspr-transplante.OrestantedoN(180kgha-1)foi parceladoemtrsaplicaesdeigualquantidadelogoapsopegamento,20diasapsa primeiraeporocasiodoinciodaemissodacabea.Pulverizaesfoliarespreventivas, para o fornecimento de boro e molibdnio, foram realizadas segundo as indicaes de Trani et al. (1998). 3.3 Hbridos, produo de mudas e transplante. Utilizaram-se os hbridos de cabea nica Legacy e BRO 68 mais cultivados na regio central e em todo o Estado do Rio Grande do Sul e por apresentarem ciclo diferenciado. O brcolis hbridoLegacy, segundo aempresa detentora de seu registro (SEMINIS DERUITERSEEDS,2010),desenvolveplantaaltaevigorosa,atingindode40a50cmde altura,bomenfolhamentoeexcelenteuniformidade;cabeadeexcelenteformatoredondo, grandes e pesadas, com 650 a 850g, podendo atingir 1.200g, granulao extra fina, colorao verde-escura, muito atraente para consumo in natura ou industrializado; boa conservao ps-colheita;adaptadoaoinvernomaisrigoroso(outono/inverno)compocadesemeadurade maroajunhoparaasregiesCentro-Oeste,SudesteeSuleciclode105a110diasapsa 32 semeadura. A Syngenta do Brasil (2012), detentora do registro do brcolos hbrido BRO 68, o descreve como uma planta aberta com pouca folha; altura mdia de 50,8-55,9cm; ausncia de talo oco; uniformidade de maturao; cabea semiglobular, dimetro de 12,70-20,30cm, peso de 350g; finalidade mercado fresco e ciclos de 80-85 dias no outono e 85-90 no inverno. No Brasil, em regies de clima ameno, indicado para o cultivo durante todo o ano, j em regies de clima quente, o outono e inverno so as pocas indicadas. Aproduodasmudasfoirealizadaemestufa,cobertaporfilmedepolietileno aditivadoantiUV,embandejas,depoliestirenoexpandidocom200clulaspiramidais invertidase,emsubstratocomercialdecascadepinuscompostadaeadubada.Foram proporcionadas todas as condies necessrias para o desenvolvimento normal das mudas sem a ocorrncia de estresse trmico, nutricional ou sanitrio. As semeaduras ocorreram nas datas de15.02.11e26.05.11eostransplantesem22.03.11,noinciodooutonoe30.06.11,no incio do inverno, para a primeira e a segunda poca, respectivamente, para os dois hbridos. Asmudasforamtransplantadascom2a3folhasverdadeiras,emfileirasduplas desencontradas, no espaamento de 0,70 m entre filas por 0,50 m entre plantas de acordo com recomendaes de Trevisan et al. (2002), em canteiros, em ambiente natural, com 0,25 m de altura e 1,10 m de largura til. 3.4 Manejo da cultura AsadubaesdecoberturaseguiramasrecomendaesdaSociedadeBrasileirade CinciadoSolo-ComissodeQumicaeFertilidadedoSolodoNcleoRegionalSul (SBCS/CQFS/NRSUL, 2004). Aplicou-se a dose de 180kg ha-1, usando como fonte o sulfato de amnio, parcelado em trs aplicaes de igual quantidade, 60 kg ha-1 de N, distribudos a lano entre as plantas, na superfcie do solo, logo aps o pegamento das mudas, nas datas de 04.04.11 e 12.07.11, nas pocas 1 e 2, respectivamente. O solo foi mobilizado manualmente comenxada,paraaincorporaodaadubaogranulada,composterioramontoa,paradar maior sustentao s plantas e estimular a emisso de razes adventcias. A segunda adubao de cobertura, aplicada prxima aos 20 dias aps a primeira, em 26.04.11(E1) e 25.07.11 (E2), variandoemfunodocrescimentoedaprpriapocadecultivo.Osolofoinovamente mobilizadocomenxadaparaaincorporaodaadubaogranulada.Porocasiodaterceira adubao de cobertura, realizada em 06.05 e 01.09.11, nas E1 e E2, respectivamente, aps o 33 inciodaemissodacabea,ofertilizantefoisolubilizadoeincorporadoaosoloatravsda irrigao por asperso. Ocontroledeplantasdaninhasfoirealizadoporduasvezesedeformaindireta, atravsdemobilizaesdosolo,porcapinasmanuaisparaaincorporaodasadubaesde cobertura,sendosimultneasesubsequentesnaprimeiraenasegundacoberturas,acrescida deamontoanaprimeiraadubaodecobertura.Airrigaofoinecessrianasduaspocas, paracomplementaranecessidadehdricadasplantas,quandonosatisfeitapelas precipitaes. O sistema utilizado foi o convencional por asperso. A lmina dgua variou de 15 a 20 mm/aplicao, dependendo das condies ambientais ocorridas durante cada poca de cultivo e dos turnos de rega que variaram entre 3 e 4 dias. As adubaes foliares, contendo os nutrientesclcio,boroemolibdnio,foramrealizadaslogoapsastrsadubaesde cobertura seguindo a recomendao de Trani et al. (1998). O controle de pragas e doenas foi necessrioparaaproteocontramldio,lagartasetraadascrucferas,comosdefensivos recomendadosparaaculturadebrcolis:mancozebe(Dithane),acefato(Orthene)e deltrametrina (Decis), conforme registrado em Brasil (2011). Ao final dos experimentos, procedeu-se a roada das plantas para a ciclagem da massa verde com finalidades de evitar a disseminao de pragas e doenas e incorporar os resduos como adubao orgnica do solo. 3.5 Experimento, tratamentos, unidades experimentais. A rea de cada poca foi dividida em oito canteiros para as amostragens das variveis respostasobtidasdeformanodestrutiva,feitasatravsdeleituras,edestrutiva,realizada pela coleta das plantas. Dos oito canteiros utilizados, os dois laterais e centrais serviram como bordaduraseosoutrosquatroforamsorteadosdoisadoisparaoshbridos.Nasunidades experimentais foram dispostas seis plantas, em fileiras duplas desencontradas, que formaram grupamentos de 12, com as oito plantas centrais passveis de serem utilizadas nas avaliaes como amostras de plantas. Paraasamostragensnodestrutivas,coletaram-sealeatoriamenteoitoplantaspor hbridoeporpoca,sendoanotadasasvariveis:nmero,comprimento(cm)elargura(cm) dafolha;altura(cm)edimetrodocaule(cm);e,porocasiodacolheitanoestdio comercial, fitomassa verde (g), altura (cm) e dimetro da cabea e, desta, nmero e fitomassa 34 dos floretes (g) e fitomassa do pice caulinar (g). Tambm foi sorteada, a ordem das amostras de plantas nas filas, etiquetando-as com numerao sequencial de um a 32, o total de plantas amostrasporhbridoeporpoca,comexceoparaavarivelreafoliar(cm2),queforam utilizadasoitoplantas,sistematizadasparamnimacirculaonarea,nasplantascom nmerosimpares1-3-5-7e9-11-13-15.Asamostragensnodestrutivasforamrealizadas semanalmente do j-simo dia do transplante at o j-simo dia da maturao da cabea, ou seja, de sua colheita comercial. Paraasamostragensdestrutivas,dasvariveisdependentesdosmodelosde crescimento,onmerodeagrupamentosedeamostrasdeplantasdependeudaduraodo ciclo dos hbridos em cada poca. Foi utilizado o mtodo de amostragem aleatria de plantas paraacoletadosdadosdasvariveisrespostasdependentes.Omtodoconsistiuemrealizar trs sorteios a cada avaliao semanal para (i) oagrupamento, para (ii) as fileiras e para (iii) astrsamostrasdeplantasqueforamavaliadas,entreasoitoplantasteisdisponveis.As amostragens destrutivas foram realizadas semanalmente do j-simo dia do transplante at o j-simodiadoinciodacolheitadastrintaeduasplantas,eemmaistrsdatas:nosj-simos diasemqueonmerodeplantascomcabeasmaduras(colhidas)ultrapassou50%efoi menor do que 80%; na antese da primeira flor na primeira planta; e, na antese da primeira flor de 100% das oito plantas teis. 3.6 Determinaes referentes planta 3.6.1 Crescimento e desenvolvimento Afrequnciadascoletasdedadosatravsdemedies,contagens,pesagensecoleta deplantasforamsemanais,iniciandonasdatasdetransplantedaE1em22.03.2011edaE2 em30.06.2011paratodasasvariveisdependentesatoinciodacolheita.Seguiu-sea programaodeattrscolheitassemanais,comorealizadocomercialmente,nassegundas, quartas e sextas-feiras, medida que as plantas atingiam o estdio de colheita e sem risco de ultrapass-lo at a realizao da prxima. Respostastemperaturadoarpelosdoishbridos,nodecorrerdaspocasde crescimento,foramquantificadasnodecorrerdetodoocicloenosestdiosfenolgicos, 35 adaptadosdeFelleretal.(2011),demudas(transplante);nadiferenciaofloral;durantea maturao dacabea,incio-50%, 50-80% e trmino de maturao e nas anteses da primeira flor emitida na cabea da primeria e nas das oito plantas teis da parcela. Apartirdaprimeiracolheita,acoletadedadosparaafitomassaverdeesecafoi realizada em trs estdios: quando o nmero de cabeas maduras (colhidas) ultrapassou 50% e foi menor do que 80%, na antese da primeira flor emitida na cabea da primeira planta til e quando100%dasoitocabeasdasplantasteisapresentaramaantesedaprimeiraflor.As determinaes em campo sempre foram efetuadas nas primeiras horas da manh, enquanto as plantas ainda se mantinham turgidas, para medies mais precisas de fitomassa verde. Asvariveisdependentesutilizadasnamodelagemdocrescimentoeobtenodas curvas sigmoidais, para os hbridos Legacy e BRO 68, nas duas pocas de cultivo, foram: rea foliar(AF),nmerodefolhas(NFO),alturadocaule(ACAU),dimetrodocaule(DCAU), alturadacabea(ACAB),dimetrodacabea(DCAB),nmerodefloretes(NFLO), fitomassaverdedolimbofoliar(FMVLF),fitomassaverdedopecolofoliar(FMVPF), fitomassa verde foliar total (FMVFT), fitomassa verde do caule (FMVCAU), fitomassa verde dacabea(FMVCAB),fitomassaverdedosfloretes(FMVFLO),fitomassaverdedopice caulinar (FMVAC) e fitomassa verde area (FMVA), acrescidas das variveis fitomassa seca foliartotal(FMSFT),fitomassasecadacabea(FMSCAB)efitomassasecaarea(FMSA). Estas variveis tambm foram utilizadas na anlise de varincia num esquema fatorial. Asvariveisfitomassasecafoliartotal(FMSFT),fitomassasecadacabea (FMSCAB) e fitomassa seca area (FMSA), obtidas na segunda poca de cultivo, juntamente comonmerodediasatacolheitaeasrazesentrefitomassaverdefoliartotalcoma fitomassaverdedacabea(FMVFT/FMVCAB)efitomassaverdeareacomafitomassa verdedacabea(FMVA/FMVCAB),foramanalisadastantoparaadeterminaodo crescimento quanto para a produo pela anlise de varincia. Todasasvariveis,tamanhodeamostraseprocedimentosutilizadosnacoletados dados para as determinaes referentes ao crescimento, desenvolvimento e produo dos dois hbridos de brcolis nas duas pocas de plantio esto descritas na tabela 1. 36 Tabela 1 Variveis,tamanhodeamostraeprocedimentodecoletadosdadosnosj-simos diasdeamostragemparaasdeterminaesreferentesaocrescimento, desenvolvimentoeproduodoshbridosdebrcolisLegacyeBRO68nas pocas de plantio E1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). Santa Maria, RS, 2013. Varivel /tamanho de amostra (plantas) Procedimento de coleta rea foliar (AF)/8 Mediu-se,emrguacomescalamilimtrica,omaiorcomprimento longitudinal,apartirdoslbulosbasais,quandoseparadosda lminafoliar,atopicedolimbo,e,transversal,napartemais expandidadalminafoliar.Asmedidasforamexpressasem centmetros e a rea foliar calculada em cm2 semana-1. Nmero de folhas (NFO)/32 Consideraram-se, independentemente de seu tamanho e posio no caule, todas as folhas completamente expandidas e de cor verde at a colheita. A contagem foi individual e expressa em nmero. Altura do caule (ACAU)/32 Apartirdainseronosoloeatabasedosprimrdiosfoliares, queformavamagemaapicaldaplanta,foiaalturadocaule consideradanaplanta.Amediofoirealizadaemrguacom escala milimtrica e a medida expressa em centmetros. Dimetro do caule (DCAU)/32 Amedidadodimetrodocaulefoiefetuadaempaqumetro,com escalamilimtrica,a2/3dasuaaltura,ondenormalmenteatingeo maiorespessamento.Empregou-seocentmetroparaexpressara unidade mtrica. Altura da cabea (ACAB)/3 Foimedida,emrguacomescalamilimtrica,dabaseinferiordo picecaulinaratomaiorprolongamentoverticaldasfloresdos floretes.Empregou-seocentmetroparaexpressaraunidade mtrica. Dimetro da cabea (DCAB)/3 Utilizadaamdiaaritmticasimplesdeduasmedidastransversais aodimetrodacabeafeitasemrguacomescalamilimtrica. Empregou-se o centmetro para expressar a unidade mtrica. Fitomassa verde dos limbos foliares (FMVLF)/3 Aslminasdoslimbosforamseparadascomtesouradepodados pecolosfoliares,abaixodoslbulosbasais,quandoestesestavam unidosslminasdoslimbos.Forampesadosporplanta,em balana digital com preciso de 0,01 g. Fitomassa verde por limbo foliar (FMVPLF)/3 ObtidapeladivisodaFMVLFpelonmerodelimbosfoliaresda mesma planta. A unidade foi expressa em gramas. Fitomassa verde dos pecolos foliares (FMVPF)/3 Ospecolosfoliares,apsaseparaodoslimbosfoliares,foram pesados por planta, em balana digital com preciso de 0,01 g. (continua) 37 (continuao) Tabela 1 Variveis,tamanhodeamostraeprocedimentodecoletadosdadosnosj-simos diasdeamostragemparaasdeterminaesreferentesaocrescimento, desenvolvimentoeproduodoshbridosdebrcolisLegacyeBRO68nas pocas de plantio E1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). Santa Maria, RS, 2013. Varivel /tamanho de amostra (plantas) Procedimento de coleta Fitomassa verde por pecolo foliar (FMVPPF)/3 Obtida pela diviso da FMVPF pelo nmero de pecolos foliares da mesma planta. A unidade foi expressa em gramas. Fitomassa verde foliar total (FMVFT)/3Obtida pelo somatrio das fitomassas verdes dos limbos e pecolos foliares por planta, pesadas em balana digital com preciso de 0,01 g. Fitomassa verde por folha (FMVPF)/3 ObtidapeladivisodaFMVFTpeloNFdamesmaplanta.A unidade foi expressa em gramas. Fitomassa seca foliar total (FMSFT)/3 Obtidapelosomatriodasfitomassassecasdoslimbosepecolos foliares por planta. Acondicionados em sacos de papel e colocados emestufa60Ce0%deumidaderelativaatatingiremmassa constante e pesados em balana digital com preciso de 0,01 g.Fitomassa verde do caule (FMVCAU)/3 Foimarcadaainserodocaulenosolo.Arrancou-seaplantae separou-se,comtesouradepoda,osistemaradiculardocaule. Aps a retirada das folhas, separou-se acabeado caule, porcorte com faca, trs centmetros abaixo da insero do ltimo pednculo do florete. Foi pesado em balana digital com preciso de 0,01 g. Fitomassa seca do caule (FMSCAU)/3 O caule, aps a pesagem para FMV, foi acondicionados em saco de papelecolocadosemestufa60Ce0%deumidaderelativaat atingirmassaconstanteepesadoembalanadigitalcompreciso de 0,01 g. Fitomassa verde da cabea (FMVCAB)/3 As cabeas foram pesadas individualmente em balana digital com preciso de 0,01 g. Fitomassa seca da cabea (FMSCAB)/3 Obtida pelo somatrio de toda a fitomassa seca dos componentes da cabea (floretes e pice caulinar) por planta. Foram acondicionados em sacos de papel e colocados em estufa a 60C e 0% de umidade at atingirem massa constante. Nmero de floretes (NFLO)/3 Osfloretes,diferenciadoseperceptveisvisualmente,foram separadosindividualmente,porcorteembisel,comfaca,omais rentepossvelaopicecaulinar.Acontagemfoiindividuale expressa em nmero. Fitomassa verde dos floretes (FMVFLO)/3 Forampesadosconjuntamenteporcabea,embalanadigitalcom preciso de 0,01 g. (continua) 38 (concluso) Tabela 1 Variveis,tamanhodeamostraeprocedimentodecoletadosdadosnosj-simos diasdeamostragemparaasdeterminaesreferentesaocrescimento, desenvolvimentoeproduodoshbridosdebrcolisLegacyeBRO68nas pocas de plantio E1 (22/03/2011) e E2 (30/06/2011). Santa Maria, RS, 2013. Varivel /tamanho de amostra (plantas) Procedimento de coleta Fitomassa verde por florete (FMVPFLO)/3 Obtida pela diviso da FMVPFLO pelo NFLO da mesma planta. A unidade foi expressa em gramas. Fitomassa verde do pice caulinar (FMVAC)/3 Foipesadoindividualmenteembalanadigitalcomprecisode 0,01 g. Fitomassa verde area (FMVA)/3 Foiobtidapelosomatriodetodasasfitomassasdoscomponentes daparteareadaplanta(folhas,cauleecabea),comexceodo sistema radicular. O peso foi expresso em gramas. Fitomassa seca area (FMSA)/3 Foiobtidapelosomatriodetodasasfitomassassecasdos componentes da parte area da planta (folhas, caule e cabea), com exceodosistemaradicular.Foramacondicionadosemsacosde papel e colocados em estufa 60C e 0% de umidade at atingirem massa constante. O peso foi expresso em gramas. Razo FMVFT/FMVCAB/3 FoiobtidapeladivisodaFMVFTpelaFMVCABdarespectiva cabea. O peso foi expresso em gramas. Razo FMVA/FMVCAB/3 FoiobtidapeladivisodaFMVApelaFMVCABdarespectiva cabea. O peso foi expresso em gramas. Dias do ciclo hortcola (DCH)/32 Foramsomadososdiasdotransplanteatacolheitadoincioa 50% e 50 a 80% de cabeas maduras. Expresso em nmero de dias. Produtividade (PRODUT)/32 Obtidapeloprodutoentresasmdiasdasfitomassasverdesdas cabeas e a densidade de 24.800 plantas ha-1, expressa em kg ha-1. Produtividade (PRODUT)/32 Obtidapeloprodutoentresasmdiasdasfitomassasverdesdas cabeas e a densidade de 24.800 plantas ha-1, expressa em kg ha-1. 39 3.6.1.1 rea foliar por medidas do limbo Areafoliarfoicalculadaporfolhaeintegralizadaporplantadadatadetransplante at a data de colheita para a obteno das curvas de crescimento e desenvolvimento, para os hbridosLegacyeBRO68nasduaspocasdecultivo,utilizando-seomodelodemelhor ajuste para a estimativa de rea foliar por medidas lineares do limbo. Paraadeterminaodomodeloquetivesseomelhorajuste(maiorcoeficientede determinao)paraaestimativadereafoliarpormedidaslinearesdolimbo,foram mensurados o comprimentoao longo da nervuracentral (cm)e a largura transversal (cm) do limbofoliarde50folhasrepresentativas,dosdoishbridosnaE1,quando50-80%das cabeasatingiramamaturao,comnmeroetamanhomximosdefolhas.Destasmesmas folhas, foi determinada a rea foliar pelo mtodo de discos foliares, e testados: - rea foliar (mtodo de discos foliares) = funo (comprimento da folha); - rea foliar (mtodo de discos foliares) = funo (largura da folha); e, - rea foliar (mtodo de discos foliares) = funo (comprimento x largura da folha). A rea foliar, pelo mtodo de discos, foi obtida com o auxlio de um perfurador, com dimetro de 0,030m, contando-se o nmero mximo de discos foliares por limbo foliar. Tanto osdiscoscomoosresduosdolimbofoliarforamcolocadosemestufa60Cea0%de umidaderelativa,paraasecagem,atatingirempesoconstante.Apssemanteremempeso constante,asfitomassassecasdosdiscosedosresduosforampesadosindividualmente,por limbo foliar, em balana analtica digital e com preciso de 0,001g. A fitomassa seca de discos foi empregada para estimar a rea foliar de uma folha pela equao: AFMD = (AD * ND) * (FMSD + FMSR) / FMSD( 1 ) em que: AFMD representa a rea foliar pelo mtodo de discos, em m2; AD a rea de um disco (0,00031416m2);NDonmerodediscos;FMSD,afitomassasecadediscos,emkgm-2e FMSR a fitomassa seca de resduos, em kg m-2. As medidas lineares do limbo, da data do transplante das mudas at a data de colheita dascabeas,foramrealizadascomumargua,emescalamilimtrica,pelomaior comprimento longitudinal, a partir dos lbulos basais, quando separados da lmina foliar, at 40 opicedolimbo,e,transversal,nasuapartemaisexpandida.Forammensuradastodasas folhas verdes e completamente expandidas at a data de colheita. 3.6.1.2 Crescimento, desenvolvimento e produo de cabeas Acolheitaocorreuquandoascabeasatingiramomximodesenvolvimento, coloraoverdecaracterstica,commanutenodaformaecompacidade,floretescom formato e altura ainda no saliente na superfcie da cabea, granulometria tpica do hbrido e em pr-antese da primeira flor. Houveoparcelamentodascolheitasemintervalosdedoisatrsdiaseperiodicidade deduasatrssemanais.Asfolhasinternasedeproteocabeaforameliminadas,apsa suaseparaodaplantaepadronizou-seocortedocauleatrscentmetrosdabaseda insero do ltimo pednculo floral. Todas as cabeas amostras colhidas atingiram classificao comercial por seu tamanho equalidade.Mediu-seaalturaeodimetrodascabeas.Separou-seosfloretesdopice caulinar, atravs de corte rente, ambos foram pesados e os floretes tambm contados. A determinao do crescimento, desenvolvimento e produo de cabeas foi realizada atravs das variveis absolutas FMVLF, FMVPF, FMVFT, NFO, ACAU, DCAU, FMVCAU, FMVPFLO,FMVFLO,FMVAC,FMVCAB,FMVA,FMSFT,FMSCAU,FMSA,razo FMVT/FMVCAB,razoFMVA/FMVCABenmerodediasentreosestdiosdeincioa 50% e de 50 a 80% de maturao da cabea (Tabela 1). 3.7Determinaesreferentesaoambiente:varivelindependentedomodelode crescimento 3.7.1 Temperatura do ar A temperatura foi a varivel independente empregada para a modelagem das curvas de crescimentoedesenvolvimento.Temperaturasmnimasemximasdiriasdoar(oC)foram 41 coletadas em estao meteorolgica convencional, pertencente ao 8 Distrito de Meteorologia doInstitutoNacionaldeMeteorologia,localizadanaUFSM,prximareaexperimentale utilizadas para o clculo da temperatura mdia diria do ar. Calculou-seatemperaturamdiadiriadoarpelamdiaaritmticadastemperaturas mxima e mnima diria do ar pela equao: 2j jjTmn TmxTmd( 2 ) emque:Tmdjsereferetemperaturamdia,TmxjtemperaturamximaeTmnj temperatura mnima do ar (C): a) no j-simo DAT (j = 1, 2,..., 88) e (j = 1, 2, ...,74), na E1, para os hbridos Legacy e BRO 68, respectivamente; e, na E2 (j = 1, 2, ..., 91) e (j = 1, 2, ..., 89), para os hbridos Legacy e BRO 68, respectivamente, para modelar o crescimento em AF; b) no j-simo DAT (j = 1, 2, ..., 88) e (j = 1, 2, ..., 79), na E1, para os hbridos Legacy e BRO 68, respectivamente e, na E2, (j = 1, 2, ..., 96)e(j = 1, 2, ..., 91), para oshbridosLegacye BRO68,respectivamente,paramodelarocrescimentoem:NFO,ACAU,DCAUeda fitomassaverde;c)noj-simoDAT(j=1,2,...,100)e(j=1,2,...,93),naE1,paraos hbridosLegacyeBRO68,respectivamentee,naE2,(j=1,2,...,103)e(j=1,2,...,96), paraoshbridosLegacyeBRO68,respectivamente,paramodelarocrescimentoem fitomassa verde e seca. Utilizando os valores da temperatura mdia diria (STdj) do ar dos j-simos DAT, para as variveis dos dois hbridos nas duas pocas, obteve-se a soma trmica diria para a cultura. A soma trmica diria foi calculada utilizando a equao (3), simplificada por Gilmore & Rogers (1958): ) (1j jnjjTbi d T STd( 3 ) A STdj foi obtida pela jd T = temperatura mdia diria do ar dos dias j menos a Tbij = temperaturabasalinferioremtodososdiasjemqueatemperaturamnimafoimaiorquea temperaturabasalinferiordacultura,e,quandoaTminfoimenorqueaTbij,empregou-se Tmdj igual a Tbij. A Tbij utilizada foi a considerada por DIPUTADO; NICHOLS (1989 apud TAN, 1999, p. 23-24) como sendo de 3C. 42 Odesenvolvimentorelativodaculturafoiutilizadocomovarivelindependentedo modelo a ser ajustado, tendo como finalidades, identificar e descrever a variao temporal do acmulo das fitomassas verde e seca relativas e prever a poca de mxima taxa de acmulo e a poca de colheita da cultura do brcolis. O pressuposto das curvas de crescimento de que existaumnicopontodemximataxadeacmuloduranteociclodecrescimentodeum vegetal,comotambmumperododetaxaspositivasecrescentes,positivasedecrescentes, negativas e decrescentes.Odesenvolvimentorelativodoshbridosdebrcolisfoicalculadodesdeoprimeiro DAT at o estdio de 100% das plantas com ntese da primeira flor para os dois hbridos nas duas pocas: Drj = f(soma trmica acumulada para AF at o trmino de colheita para as oito amostras de plantas, em C.dia); Drj = f(soma trmica acumulada para FMVCAB at trmino decolheitaparaastrintaeduasamostrasdeplantas,emC.dia);Drj=f(somatrmica acumuladaparaasdemaisvariveisdependentesdasfitomassasverdeesecaatanteseda primeirafloremqualquerdasplantasamostradas,emC.dia);e,Drj=f(somatrmica acumuladaataantesedaprimeiraflorem100%dasplantasamostradas,emC.dia)pela equao (4): STtcTbi TDrjnjj) (1( 4 ) emqueDrj=desenvolvimentorelativoacumuladodobrcolisatoj-simoDAT,Tj= temperaturamdiadoar(C)emumdiaqualquer,Tbi=temperaturabasalinferiordo brcoliseSTtc=somatrmicatotaldociclo(somatrmica/variveldependente/escalade durao). O clculo do valor relativo das variveis (Yr) de crescimento (3.6.1) num j-simo dia qualquer (Yrj) foi realizado pela equao (5): mxjjYYYr( 5 ) emque:YjfoiovalordavariveldecrescimentonodiajeYmxfoiovalormximoda varivel de crescimento num j-simo dia. 43 A estimao do modelo de crescimento e desenvolvimento relativo em funo da soma trmicafoirealizadaparatodasasvariveisrespostasindependentespelaequao(6), utilizada por Lopes et al. (2007): Yrj=cosq{/2(1-Dr)} ( 6 ) em que: Yrj = variveis dependentes relativas no j-simo DAT; e, q = fator de forma da curva de crescimento. Foiempregadooprocedimentoiterativoparamnimosquadradosnolinearesde Levenberg-Marquardt,comoauxliodoprogramacomputacionalTableCurve2Dv.2.03 (Jandel Scientific). Os critrios utilizados para proceder o ajuste dos modelos de crescimento foram: (i) na pressuposio de que o crescimento das plantas siga uma curva sigmoidal, (ii) na significncia do teste F da anlise de regresso,(iii) na anlise da disperso dos pontos no grfico e (iv) no desviomdioabsoluto(DMA).ODMAfoicalculadopelaequao(7),propostapor Sarmento (2006): DMA = j |Yj j | / n (7) emque:Yj=valorobservadonoj-simodia;j=valorestimado;e,n=nmerode observaes. O desenvolvimento relativo referente taxa mxima de acmulo (Drtaxa mx) para todas asvariveisdependentes(Y)foiestimadopeladerivadadomodelo,segundoaequao(8), empregada por Pimenta et al. (1999): 11 21.qarctg Dr r Dj mx taxa ( 8 ) Depois de ajustado o modelo do cosseno, calculou-se o desenvolvimento relativo (Dr) referente a mxima taxa de acmulo obtendo-se o valor mximo, pela primeira derivada, que correspondeaopontodeinflexo(PI)dacurvadecrescimentoedesenvolvimento.a 44 proporodotempotrmicodociclodaculturaemqueaplantaatingeamximataxade acmulo. OsgrficosforamconfeccionadosnoProgramaMicrosoftOfficeExcel2007. Primeiro se obteve o grfico de pontos pela insero conjunta dos dados do desenvolvimento relativo(Dr)comasvariveisdependentesrelativas(Yr).Aseguir,inseriu-se,novamentee de maneira conjunta, o desenvolvimento relativo (Dr) com as variveis dependentes estimadas (Y) para a obteno das curvas sigmoidais de crescimento e desenvolvimento. 3.8 Anlises estatsticas 3.8.1 Crescimento e desenvolvimento Osmodelosdecrescimentoedesenvolvimentodasvariveisdependentesrelativas estudadas: AFr, NFOr, ACAUr, DCAUr, FMVLFr, FMVPFr, FMVFTr, FMVCAUr, ACABr, DCABr, FMVCABr, NFLOr, FMVFLOr, FMVACr, FMVAr, FMSFTr, FMSCABr e FMSAr, relativizadaspelaequao6,foramajustadosparacadahbridoepoca.Calculou-seo intervalo de confiana para o fator de forma ou parmetro (q) da curva para cada modelo. A partirdestesintervalosdeconfiana,foramcomparadosocrescimentoedesenvolvimento semanaldoshbridosnaspocas.Quandoolimitesuperior(LS)deumestdentrodo intervalodeoutro,aformadacurva(parmetroq)nodifereentreoshbridosouentreas pocas, ou seja, o crescimento semelhante. Aqualidadedosmodelosfoirepresentadapelocoeficientededeterminao(R2 ajustado) e o desvio mdio absoluto dos resduos (DMA). 3.8.2 rea foliar: medidas lineares relacionadas ao mtodo de discos foliares. Osmodelosdedeterminaodereafoliarpormedidaslinearesdolimbofoliar, correlacionandoasmedidaslinearescomosvaloresobtidospelomtododediscosfoliares, foramobtidospeloaplicativoTableCurve2Dv.2.03(JandelScientific).Utilizaram-seos 45 critriosdeajustedomaiorR2ededispersodospontosnacomparaoentreosmodelos ajustadosentrereafoliar(mtododediscosfoliares)emfunode:comprimentodafolha; largura de folha; e, comprimento versus largura de folha. 3.8.3 Anlise de varincia As variveis foram testadas quanto normalidade da distribuio dos erros atravs do testedeAnderson-Darlingehomogeneidadedasvarinciasdoserrosatravsdotestede Bartlett. Quando atendidos estes pressupostos, procedeu-se a anlise de varincia (ANOVA) e testedeTukeyparacomparaodasmdias,em5%deprobabilidadedeerro,utilizandoo programaestatsticoSoc(NTIA/EMBRAPA,1986,1988,1989).Quandoosdadosno atenderam aos pressupostos, foram transformados pelo procedimento Box-Cox. Atendidos os pressupostoscomatransformao,aplicou-seaANOVA.Quandonoatendidosos pressupostoscomatransformao,asvariveisforamanalisadaspelotestenoparamtrico de Kruskal-Wallis, para comparao das mdias, em 5% de probabilidade de erro, utilizando oprogramaAction(ESTATCAMP,2011).Comauxliodesteprograma,tambmforam estimadososvaloresdasestatsticas:mnimo,mximo,mdia,medianaedesviopadro (Apndice A) para cada varivel observada dos respectivos, hbridos e pocas. 3.8.3.1 Esquema trifatorial: hbridos, pocase estdios de maturao da cabea Paraasvariveis:NFO,FMVLF,FMVPF,FMVPFO,FMVFT,ACAU,DCAU, FMVCAU,FMVPFLO,FMVFLO,FMVAC,FMVCAB,FMVA,razoFMVFT/FMVCAB (g), razo FMVA/FMVCAB (g) e dias do transplante ao trmino da maturao da cabea (n), foramrealizadasanlisesdevarinciaemumtrifatorial:FatorA=doishbridos(Legacye BRO 68); Fator B= duas pocas de cultivo (E1 22/03/2011 e E2 30/06/2011); e, Fator C= dois estdios de maturao de cabea, incio at 50% e 50 a 80% de maturao das cabeas. 46 3.8.3.2 Esquemas bifatoriais: pocas e hbridos Paraasvariveis:AF,FMSFT,FMSCAU,FMSCAB,FMSA,emtrsplantas amostradasnosestdiosfenolgicosmuda,diferenciaofloral,50a80%dematuraodas cabeas, ntese da 1 flor na 1 planta e ntese da 1 flor em 100% das plantas; NFO, ACAU, DCAU,FMVCAB,ACABeDCAB,emtrintaeduasplantasamostradasnacolheita;por hbridoeporpoca,foramrealizadasanlisesdevarinciaemumbifatorial:FatorA=dois hbridos(LegacyeBRO68)eFatorB=duaspocasdecultivo