Criação de um repositório digital

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  • 7/29/2019 Criao de um repositrio digital

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    Ps-graduao Cincias da Informao e Documentao

    Dlia GuerreiroN. 65088

    Criao de um repositrio digital

    DisciplinaGesto de Servios de Informao

    Docentelvaro Costa de Matos

    2010

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    ndice1. INTRODUO ............................................................................................................................ 3

    2. DIGITALIZAO E CRIAO DE REPOSITRIOS DIGITAIS ........................................................... 3

    2.1 CARACTERIZAO DA IMAGEM DIGITAL ............................................................................................ 4

    2.1.1 Modelos de cor ................................................................................................................. 4

    2.1.2 Profundidade de cor .......................................................................................................... 5

    2.1.3 Resoluo ......................................................................................................................... 5

    2.1.4 Formatos .......................................................................................................................... 6

    2.1.4 Cunhas de Cor ................................................................................................................... 7

    2.2EQUIPAMENTOS DE AQUISIO DE IMAGENS ........................................................................................ 8

    2.2.1 Digitalizadores de mesa .................................................................................................... 9

    2.2.2 Digitalizadores planetrios .............................................................................................. 10

    2.2.3 Mquinas fotogrficas digitais ........................................................................................ 10

    2.3CARACTERIZAO DA DIGITALIZAO DE OBJECTOS PATRIMONIAIS ........................................................... 11

    2.3.1 Digitalizao de fotografias e transparncias .................................................................. 12

    2.3.2 Digitalizao de objectos patrimoniais ............................................................................ 12

    2.3.3 Digitalizao de livros ..................................................................................................... 142.3.4 Organizao dos ficheiros................................................................................................ 17

    3. METACODIFICAO DOS DADOS ............................................................................................ 18

    3.1 Esquema de metadados dos objectos do repositrio digital com base no Dublin Core (DC) .. 20

    4. FACTORES DE ACESSIBILIDADE DA INFORMAO ................................................................... 22

    4.1 Modelos para a preservao digital .................................................................................... 22

    4.2 Organizao dos contedos num repositrio digital ............................................................ 24

    5. PROPOSTA DE MODELO PARA UM REPOSITRIO DIGITAL ...................................................... 27

    6. CONCLUSES .......................................................................................................................... 30BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................. 33

    STIOS INSTITUCIONAIS ....................................................................................................................... 40

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    1. IntroduoO trabalho a que nos propomos acerca da construo de um repositrio digital no mbito

    do patrimnio cultural mvel.

    A escolha do tema, a construo do repositrio digital, prende-se com o objectivo de escla-

    recer o conceito alargado que a expresso biblioteca digital tem vindo a tomar, num sent i-

    do que ultrapassa o universo bibliogrfico, para se afirmar como o local de acesso privilegia-

    do aos dados, qualquer que seja o seu gnero. Retm-se a ideia ptolomaica da biblioteca

    como centro de estudos e de saber, no qual se integrava o mouseion (SCHAER: 1993, p. 11),

    como templo das musas, as deusas da memria.

    As questes dominantes que aqui se colocam so sobre os procedimentos e metodologias a

    seguir para que o sistema de informao corresponda s expectativas que nele depositamos.

    De que forma se constri um repositrio digital , neste sentido, a questo fulcral deste tra-

    balho. Quais os processos que envolvem esta construo? Que tecnologias e que equipa-

    mentos se adequam aos procedimentos que envolvem objectos de valor patrimonial? Que

    objectivos concretos assume um projecto de transferncia deste tipo de acervos para supor-

    te digital?

    O trabalho desenvolve-se em cinco captulos, entre a introduo e a concluso.

    Nos captulos de 2 a 4, desenvolvemos os trs temas que correspondem s etapas de cons-

    truo de um repositrio digital: digitalizao; metacodificao dos dados; factores de aces-

    sibilidade informao.

    O captulo 5, Proposta de modelo digital, prope uma aplicao do que est enunciado nos

    captulos anteriores. Para isso, propomos a plataforma Greenstone, por ser distribuda em

    open-source pela UNESCO, tendo em vista a respectiva implementao junto de comunida-

    des com menos recursos.

    2. Digitalizao e criao de repositrios digitaisDesde finais do sculo XX, a tecnologia digital1 invade o nosso quotidiano mesmo as antigas

    tcnicas de registo de imagem, como a fotografia e o filme e os registos sonoros, utilizam

    1No mbito da informtica, sempre que possvel e tendo como suporte o Glossrio da Sociedade da Informao

    (APDSI: 2005), utilizamos termos em portugus; quando no haja traduo, os termos estrangeiros de utilizaogeneralizada so escritos em itlico.

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    tcnicas de digitalizao nos novos equipamentos fotogrficos ou de vdeo e som. A digitali-

    zao, enquanto processo que permite a transformao do sinal analgico num sinal digital,

    tambm designada por converso A/D. O objecto analgico representado digitalmente

    atravs de um conjunto discreto de amostras, o resultado chamado de "representao

    digital" (Cfr. RIBEIRO: 2004, pp. 31-39).

    De igual modo, a disponibilizao de contedos culturais na Internet assenta na digitalizao

    dos documentos originais, sejam eles artefactos ou objectos de arte, elementos ou conjun-

    tos arquitectnicos, esplios ou trabalhos de investigao, instalaes artsticas, documen-

    tos em suporte de papel, imagens fixas ou em movimento, registos sonoros, ou a digitao

    dos respectivos dados.

    2.1

    Caracterizao da imagem digital

    Digitization should be done in a use-neutral manner, not for a specific output. Image

    quality parameters have been selected to satisfy most types of output. (NARA: 2004a, p. 5)

    O principal objectivo a obteno de uma matriz de qualidade dado que, independente-

    mente do fim a que se destina, este processo deve garantir a preservao dos originais.

    As imagens digitais que se utilizam na digitalizao so as matriciais, construdas por mapas

    de pontos, em cada um dos quais se armazena informao relativa aos valores de brilho e de

    cor. So, por isso, utilizadas para a representao de imagens constitudas por tons cont-

    nuos de cor (Cfr. CORNELL UNIVERSITY: 2000-03).

    As imagens digitais, patrimoniais, so obtidas a partir da digitalizao dos originais ou das

    respectivas reprodues fotogrficas, utilizando para tal digitalizadores (vulgo scanners) ou

    mquinas fotogrficas digitais. Em ambos os casos, as imagens resultantes so matriciais.

    2.1.1 Modelos de cor

    As cores existentes no mundo real resultam da relao entre a luz que os objectos absorvem

    e a que emitem face ao espectro contnuo emitido pelo sol. Existem vrios modelos de

    representao das cores para fazer a converso para o digital, sendo os mais utilizados: o

    RGB (Red, Green, Blue) e CMYK (Cyan, Magenta, Yellow, BlacK) e a escala de cinzentos (gray

    scale). Com o RGB a paleta de cores obtida atravs da adio da radiao electromagntica

    vermelha, verde e azul, cada cor pode ter valores entre 0 e 255. Este modelo utilizado nos

    monitores de televiso, computadores, projectores, etc. Com o CMYK, desenvolvido pela

    indstria grfica, as vrias cores resultam da mistura de pigmentos das cores complementa-

    res do RGB. A cor que o objecto exibe a complementar da que o objecto absorve. Dado

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    que, mesmo efectuando uma mistura de ciano, magenta e amarelo em partes iguais, apenas

    se obtm uma tonalidade cinzenta escura, necessrio adicionar o preto para a obteno

    desta cor. As imagens reproduzidas em escala de cinzentos utilizam o preto e o branco em

    propores variveis para obter uma gama de tonalidades, sendo que, numa imagem de 8

    bits, se podem representar 256 tons de cinza.

    2.1.2 Profundidade de cor

    O nmero de bits utilizado para codificar, ou descrever, um pixel designa -se por *+pro-

    fundidade de cor (RIBEIRO: 2004, p. 119), ou nmero de bits por pxel (bpp). Codificando

    cada canal de cor (cor do RGB) com 8 bits, obtemos 256 nveis de cor para cada uma das

    componentes do RGB, ou seja, um total de 16,8 milhes de cores diferentes (2 24=28x28x28),

    tambm designado por truecolora 24 bits por pixel. Estes so os parmetros vulgarmentedefinidos para a digitalizao de preservao, na medida em que fornecem uma paleta de

    cores suficientemente diversificada para reproduzir a realidade de forma bastante fidedigna

    e adequada. Alm disso, possvel obter imagens com uma maior profundidade de cor (32

    bits por canal). Contudo, se o seu intervalo dinmico2 (proporo entre regies claras e escu-

    ras) for pequeno, a qualidade da imagem no relevante. (Cfr. BESSER: 2003)

    2.1.3 Resoluo

    A resoluo de uma imagem digital corresponde ao produto do comprimento pela largura

    em pxeis. Podemos considerar outras aplicaes do termo:

    Resoluo ptica: indica o nmero de pxeis por polegada que o scannerpode efec-

    tivamente captar;

    Resoluo interpolada3: indica o nmero de pxeis por polegada que os programas

    de captura ou edio digital conseguem criar a partir dos pxeis das imagens digitali-

    zadas. O processo de interpolao pode criar uma imagem de alta resoluo mas,

    dado que esta calculada, a qualidade da imagem interpolada inferior da ima-

    gem digitalizada com a mesma resoluo ptica.

    2A gama dinmica *+ indica o intervalo de intensidade luminosa captado pelo scanner, o que setraduz numa menor ou maior capacidade de distino entre tons claros e tons escuros. (Biblioteca

    Nacional: 2004 b)3 Interpolao um mtodo que permite construir um novo conjunto de dados a partir de um conjun-to discreto de dados pontuais conhecidos.

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    A expresso pixel por polegada (ppp) refere-se densidade do objecto, ou seja, relao

    entre o nmero de pixeis da imagem e a dimenso do original em polegadas, isto , dividin-

    do a altura e a largura em pxeis pela dimenso da imagem em polegadas. Assim sendo, a

    densidade de uma imagem definida tanto na vertical como na horizontal.

    2.1.4 Formatos

    Existem vrios formatos para processar os dados consoante a sua tipologia, ou seja, os

    dados so codificados de acordo com normas fixas para cada um dos formatos

    Extenso Designao

    GIF Graphics Interchange Format

    JPEG Joint Pictures Expert Group

    PNG Portable Network GraphicsTIFF Tagged Image File Format

    Tabela 1 Exemplos de formatos de imagens digitais

    Inicialmente, o TIFF era apenas para imagens em modo binrio (binvel); com o desenvolvi-

    mento dos equipamentos informticos, permitindo uma ocupao de mais espao em disco,

    passou a comportar imagens em escala de cinza e, posteriormente, a cores.

    Dentro de um ficheiro TIFF encontram-se armazenados vrios dados:

    - Cabealho do ficheiro;- Image file directory(IFD) metadados do ficheiro: tamanho, definio, organizao

    dos dados, imagem aplicada compresso;

    - Imagem bits que constituem a imagem; estes podem ser provenientes de ficheirossem compresso RAW, ou de ficheiros com compresso (por exemplo, o JPG). (Cfr.

    ADOBE: 1992)

    A capacidade para guardar imagens no comprimidas e sem perdas de dados, bem como a

    respectiva compatibilidade com as diversas plataformas (Mackintosh, Microsoft Windows,

    Linux, etc.), habilita o TIFF a constituir-se como um formato de imagem adequado realiza-

    o de cpias digitais para preservao.

    Actualmente, tem vindo a dar-se preferncia ao formato JPEG para disponibilizar imagens na

    Internet, uma vez que permite definir vrios ndices de compresso. Esta conseguida cus-

    ta de perda de qualidade, no sendo possvel recuperar posteriormente a imagem original.

    Contudo, o algoritmo de compresso do JPEG procura corresponder aos defeitos visuais do

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    olho humano, que detecta mais facilmente as alteraes de luminosidade em zonas de cores

    homogneas do que em zonas de profuso de cor ou em contornos e apreende melhor as

    mudanas de brilho que as de cor, pelo que a perda de informao no demasiado percep-

    tvel a olho nu. Alm disso, possvel ajustar o grau de compresso. O tamanho dos ficheiros

    diminui numa proporo inversa ao grau de compresso e, por conseguinte, ao ndice de

    perda de qualidade da imagem.

    O formato PNG foi desenvolvido como um formato aberto, promovido pelo consrcio W3C

    para substituir o GIF, dado que sobre este pendiam direitos autorias. Este

    formato poderia substituir o formato JPEG, mas, dado que as imagens ocupam mais espao

    em disco, a sua utilizao residual na construo de bibliotecas digitais.

    Tendo como ponto de partida imagens com detalhe, com tons de cor contnuos e 24 bits decor, a escolha do formato depende do objectivo pretendido:

    Imagens de arquivo formato TIFF (sem interpolao, nem compresso): imagens

    ricas em informao, preferencialmente coloridas, sem compresso ou com com-

    presso sem perda de dados, formatos normalizados; estes ficheiros, arquivados

    como matrizes, so utilizados para gerar as cpias de consulta;

    Imagens de consulta formato JPEG: imagens de baixa resoluo, mas com qualida-

    de suficiente para disponibilizar via Web, garantindo a legibilidade dos respectivos

    contedos.

    2.1.4 Cunhas de Cor

    As imagens matriz devem tambm incluir as cunhas de cor e de cinza, adequadas s dimen-

    ses do original (NARA: 2004a, p. 29), para garantir a qualidade da respectiva preservao.

    Tomando como padro as cunhas de cor da Kodak (Kodak Q13/14) para opacos (V figura 1),

    os valores a analisar na cunha da escala de cinzentos so o A, M, 19 e B, devendo os valores

    estar de acordo com os sugeridos na Tabela 2.

    Figura 1

    Kodak Q13 escala de cinza

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    Para a correspondente cunha com barras de cor, so analisados os pontos sobre a cor bran-

    ca (white), preta (black) e na zona neutra (cinza na regio superior, junto s letras Kodak a

    preto), cujos valores devem estar de acordo com os indicados na Tabela 3.

    Figura 2 Kodak Q13 cor

    Kodak Q-13/Q-14 A M 19 B

    Densidade visual 0.05 a 0.10 0.75 a 0.85 1.95 a 2.05 1.65 a 1.75

    RGB 242-242-242 104-104-104 12-12-12 24-24-24

    % Preto 5% 59% 95% 91%

    Tabela 2 Valores a analisar na cunha de cor Q13, cinza

    NARA: 2004a, p. 35

    rea de cor Branco Cinza fundo Preto

    Ponto escolhido RGB 237-237-237 102-102-102 23-23-23

    % Preto 7% 60% 91%

    Amplitude de

    valores possveis

    RGB 233 a 241 98 a 106 19 a 27

    % preto 5% a 9% 58% to 62% 89% a 93%

    Tabela 3 Valores a analisar na cunha de cor Q13, cor

    NARA: 2004a, p. 36

    2.2 Equipamentos de aquisio de imagens

    Num equipamento de digitalizao (neste caso estamos a referir-nos a equipamento que

    converte para sinal digital imagens fixas), seja ele uma mquina fotogrfica digital ou um

    digitalizador (vulgo scanner), a pea fundamental o CCD (charge-coupled device), pois

    atravs dele que se processa a converso do formato analgico para o formato digital.

    Os equipamentos utilizados, para a aquisio de uma imagem digital bidimensional e fixa,

    dos objectos bibliogrficos e museolgicos, agrupam-se em duas grandes categorias:

    Digitalizadores;

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    Cmaras digitais.

    A distino entre ambos consiste na distncia de focagem. Enquanto numa cmara digital a

    luz chega ao sensor de captao de imagem CCD atravs de um conjunto de lentes, permi-

    tindo a captao de imagens de objectos que se encontrem a diferentes distncias, nos digi-talizadores, a distncia do motivo a captar ao sensor fixa, permitido apenas pequenas

    variaes na profundidade de campo (rea/campo onde o material a digitalizar est focado).

    A escolha do equipamento de digitalizao, para cada projecto, depende dos seguintes fac-

    tores:

    Tipologia de originais a digitalizar, de forma a minimizar os danos provocados pela

    digitalizao;

    Dimenses dos originais a digitalizar;

    Resoluo ptica mxima do equipamento;

    Profundidade de cor;

    Gama dinmica;

    Velocidade de digitalizao (pginas por minuto ou em alternativa nmero de ima-

    gens/formato por dia de trabalho).

    No mbito restrito da construo de repositrios digitais de espcies patrimoniais, podemos

    distinguir duas tipologias principais de digitalizadores (V. BN: 2004b):

    De mesa (com e sem alimentao automtica);

    Planetrios.

    2.2.1 Digitalizadores de mesa

    Os digitalizadores de mesa so uma boa soluo para digitalizar material opaco de pequena

    espessura como, por exemplo, estampas, fotografias, folhas soltas, herbrios, moedas,

    medalhas, amostras de tecidos, habitualmente objectos de pequena dimenso e de pouca

    espessura, assim como de material transparente, diapositivos. No so aconselhados para a

    digitalizao de espcies encadernadas, dado que isso obrigaria a vir-las manualmente

    sobre a superfcie digitalizadora, o que alm de ser um processo moroso, um procedimen-

    to nocivo do ponto de vista da conservao, por danificar as encadernaes e provocar

    danos s folhas, dobrando-as ou rasgando-as. A utilizao de acessrios de alimentao

    automtica absolutamente interdita nos casos em que se pretenda preservar o original.

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    No obstante, podem ser utilizados em casos em que a existncia de mltiplos exemplares

    permita o abate de uma cpia, a que se descarta o valor patrimonial, desencadernando e

    guilhotinando os flios.

    2.2.2 Digitalizadores planetrios

    Os digitalizadores planetrios consistem basicamente numa mesa articulada com compensa-

    o de lombada. Consoante os modelos, podem ter projectores de iluminao contnua ou

    instantnea, simultnea ao disparo da captao da imagem, ou funcionar luz ambiente.

    Os equipamentos deste tipo, actualmente disponveis no mercado, permitem uma resoluo

    at 800 ppp pticos para uma rea de digitalizao at A0. Estes equipamentos, especial-

    mente concebidos para a digitalizao de livros, baseiam o seu funcionamento no compor-

    tamento inerente leitura: o livro colocado sobre um tampo articulado, o que permite a

    compensao da lombada e previne eventuais dificuldades na abertura da encadernao,

    sujeitando as folhas com um vidro transparente de cor neutra cuja presso sobre o livro

    calibrada por sensores. Desta forma, a nica interveno humana sobre o livro consiste na

    sua colocao sobre a mesa e na respectiva folheao. Trata-se, por isso, de um processo

    muito rpido, mesmo quando se trata de obras frgeis e com problemas de preservao,

    sendo possvel efectuar at cerca de 1.000 digitalizaes por dia.

    2.2.3 Mquinas fotogrficas digitais

    Para a digitalizao de preservao, actualmente, utilizam-se mquinas digitais (para filme

    de 60x70 mm ou 100x120 mm), cujas caractersticas implicam a serventia de um estdio

    fotogrfico profissional; este sistema utiliza o corpo das antigas mquinas analgicas ao qual

    se conecta um back digital4. O facto de ser possvel adaptar-lhe uma grande variedade de

    suportes torna-o muito verstil e adequado digitalizao tanto de espcies bibliogrficas,

    como de objectos museolgicos. Em termos de requisitos infra-estruturais, este tipo de

    equipamento exige a constituio de um laboratrio fotogrfico com dimenses mnimas de

    4 m de largura por 3 m de comprimento para fotografar originais at 1,5 m de comprimento

    e largura. No obstante, para uma digitalizao rudimentar, pode utilizar-se um equipamen-

    to mais leve e porttil permitindo a constituio de um estdio fotogrfico porttil.

    4Actualmente, j existem no mercado mquinas fotogrficas inteiramente digitais com cerca de 25 megapxeis.

    Contudo, por ser muito recente no possvel ainda analisar o desempenho deste equipamento na digitalizaode objectos patrimoniais.

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    O equipamento efectua a digitalizao de originais de pequeno ou grande formato (de pou-

    cos centmetros a metros quadrados), sendo que, numa cmara com 10.500x12.600 pxeis,

    possvel obter imagens a 300 ppp de originais com 100x90 cm. A imagem captada no CCD,

    cujos sensores tm diferentes resolues, podendo ir de 25.000.000 de pxeis, a 14.836 x

    20.072 pxeis (cerca de 30.000.000 pxeis5). Porm, medida que o tamanho do original

    aumenta, diminui a resoluo da imagem conseguida pela mquina.

    Aquilo que, de facto, limita o tamanho do original a digitalizar so as lentes acopladas ao

    corpo da mquina e a iluminao.

    Para l dos requisitos tcnicos que implicam, o maior obstculo utilizao deste equipa-

    mento a lentido do processo. Nas mquinas com captao da imagem atravs do varri-

    mento do sensor, a digitalizao a 600 ppp de um original bidimensional com dimensesprximas do formato A3 demora cerca de 15 minutos. Os modelos que captam instanta-

    neamente cada um dos componentes do RGB efectuando trs disparos em sequncia so

    mais rpidos, aproximando-se dos tempos de execuo dos digitalizadores de mesa. Para

    alm do tempo da fotografia propriamente dita, h tambm que contabilizar uma srie de

    procedimentos preparatrios e especficos da fotografia analgica, exigindo que o operador

    tenha formao como fotgrafo: focagem, definio da profundidade de campo, contraste

    de branco, equilbrio dos iluminadores, etc.

    Dado que estas mquinas fotogrficas digitais no possuem cartes de memria e, em regra,

    geram imagens em formato RAW, o armazenamento da informao feito directamente

    para o disco do computador, onde se processa a converso para o formato Tagged Image

    File Format(TIFF).

    2.3 Caracterizao da digitalizao de objectos patrimoniais

    Os museus utilizam a imagem fotogrfica como documento, desde finais do sculo XIX6,

    constituindo uma parte integrante da ficha de inventrio. Actualmente, adigitalizao (entendida como a representao digital dos objectos) abrange, no s a capta-

    5Esta resoluo conseguida atravs de um CCD de varrimento mecnico. As mquinas fotogrficas com este

    sistema so hbridas, conjugando caractersticas de uma mquina fotogrfica e de um scanner.6

    Em Portugal, a primeira referncia fotografia como parte integrante do processo museolgico remonta a1882, quando Carlos Relvas fotografou os objectos da Exposio de Arte Ornamental, no Palcio dos Condes deAlvor, em Lisboa, a partir da qual se projectou o Museu Nacional de Arte Antiga. Vd. Album de phototypias daExposio retrospectiva de arte ornamental em Lisboa / Clichs de Carlos Relvas; phototyp. de J. Leipold; introdu-o Jos Relvas. Lisboa: Officina de J. Leipold, imp. 1883.

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    o directa da imagem dos artefactos museolgicos, como tambm a digitalizao das suas

    reprodues, tanto em fotografia como em transparncia.

    O Rseau Canadien d'Information sur le Patrimoine (RCIP), pioneiro na digitalizao de repo-

    sitrios museolgicos, publicou as directivas gerais e particulares (V. PC: 2006) que, naausncia de normativas definidas pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM), tm vindo

    a orientar as vrias prticas neste mbito7.

    2.3.1 Digitalizao de fotografias e transparncias

    A digitalizao das fotografias de objectos em suporte opaco deve ser feita em alta resolu-

    o, a 600 ppp e a 100%, independentemente do tamanho do original. (V. PC: 2006)

    A digitalizao de transparncias (placas de vidro e pelculas) obedece a normas especficas:

    Captao em alta definio a 600 ppp e a 100% para originais de 8X10cm;

    Digitalizao a positivo e em modo transparente, independentemente de o original

    ser positivo ou negativo;

    rea de digitalizao abrangendo toda a informao existente na transparncia e

    incluindo as anotaes existentes na bordadura;

    Para evitar o aparecimento dos designados anis de Newton, as transparncias no

    devem ser colocadas em contacto directo com o vidro da mesa digitalizadora, colo-

    cando-se de permeio um dispositivo especfico para eliminar aquele efeito;

    Se existir informao escrita nos caixilhos dos diapositivos, dever realizar-se uma

    dupla digitalizao: a primeira, para o contedo grfico e, a segunda, para a legenda.

    2.3.2 Digitalizao de objectos patrimoniais

    Por objectos patrimoniais, entende-se tudo aquilo que constitui o patrimnio cultural mate-

    rial e mvel: qualquer bem ou conceito considerado de importncia esttica, histrica,

    cientfica ou espiritual (ICOM: 2006, p. 4). A digitalizao directa dos objectos um proces-

    7Em Portugal, o IMC tem vindo a publicar as Normas Gerais de Inventrio relativas s artes plsticas e artes deco-

    rativas e arqueologia e Normas Especficas para algumas tipologias (alfaia agrcola, cermica, cermica derevestimento, cermica utilitria, escultura, mobilirio, pintura e tecnologia txtil), sem referir quaisquer indica-es para a captao ou digitalizao de imagens.

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    so diferenciado e especfico, de acordo com a grande variedade de tipologias museolgicas

    (V. RIVIRE: 1989, p. 203).

    norma geral que as peas sejam fotografadas digitalmente em alta resoluo (mnimo

    3.000 pxeis para a maior dimenso) e em formato TIFF (escala 1:1, sem interpolao, nemcompresso), obedecendo s caractersticas de fotografia de estdio. A imagem deve ser

    captada com cunha de cor e escala, colocada esquerda ou por baixo da pea. O nmero de

    inventrio adicionado posteriormente, atravs de um processo de edio de imagem,

    colocando-o no canto inferior direito. Sempre que necessrio podem ser feitas at um

    mximo de duas fotos por objecto.

    Os objectos pequenos ou de dimenso regular devem ser fotografados sobre fundo negro ou

    cinza, colocando a cunha de cor, adequada ao tamanho do objecto, abaixo da margem infe-rior.

    Os artefactos de grande dimenso, em princpio, devem ser fotografados em fundo neutro e

    contrastante. Contudo, o tamanho e o peso destes objectos podem no o permitir, sendo

    necessrio fotograf-los no seu ambiente habitual. A cunha de cor Kodak Q14 utilizada

    integralmente, sendo colocada num stio visvel junto base, sem interferir no objecto. Por

    norma, estes objectos devem ser fotografados no anverso e reverso.

    Os objectos com superfcies espelhadas (prata, cermica, vidro, etc.) so fotografados sobre

    fundo cinzento ou preto e devem de ser colocados numa tenda de luz para que a iluminao

    difusa se reparta uniformemente e evite reflexos do ambiente. Aconselha-se, por isso, que

    sejam tiradas duas fotografias: uma, com cunha, fornecendo o padro para o tratamento da

    imagem; outra, sem cunha, que ser objecto de tratamento.

    Os artefactos compridos em material flexvel (passadeira, cachecol, estola, etc.), so digitali-

    zados enrolados, de forma a apresentar os motivos que o compem, permitindo sugerir a

    integralidade da pea. Devem, igualmente, ser fotografados sobre uma superfcie neutra econtrastante, preta ou cinza, e incluir a cunha de cor. Efectuam-se duas captaes, uma para

    o anverso e outra para o reverso.

    A partir das matrizes obtidas pela digitalizao de fotografias ou pela captao directa,

    criam-se as vrias verses para publicao, em papel ou em linha.

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    2.3.3 Digitalizao de livros

    Dado que, tanto a catalogao, como a digitalizao destas coleces se encontram defini-

    das no mbito das bibliotecas, parece adequado seguir as respectivas normas e procedimen-

    tos.

    A diversidade de espcies em papel existentes num museu ou numa biblioteca vasta,

    podendo agrupar-se em vrias coleces (V. UNESCO: 2002), ou tipologias genricas:

    Obras impressas e encadernadasPanfletos

    Manuscritos

    Outros materiais de bibliotecas, os quais podem ser manuscritos ou impressos e

    apresentar-se encadernados ou em folha solta: pautas musicais; iconografia (dese-

    nhos, gravuras, estampas, postais, cartazes, lbuns, etc.); cartografia (desenhos,

    plantas, mapas, atlas).

    A digitalizao de coleces bibliogrficas comporta inevitveis riscos no mbito da preser-

    vao, os quais derivam sobretudo do manuseamento e da sujeio a tenses fsicas e a cir-

    cunstncias de iluminao invulgares. No caso das espcies encadernadas, acrescem os pro-

    blemas inerentes abertura num ngulo suficiente para permitir a captao integral do con-

    tedo da obra, ocasionando eventuais danos na encadernao e, sobretudo, na lombada.

    Teoricamente, em condies ideais do ponto de vista da produo da imagem, estas esp-

    cies deviam ser desencadernadas permitindo a digitalizao dos flios soltos. No obstante,

    em regra, tal no vivel, por razes de conservao e preservao das espcies, inclusive

    porque as prprias encadernaes, sobretudo as originais ou artsticas so elas prprias

    detentoras de valor patrimonial.

    Os livros que tenham sido muito manuseados ou cuja encadernao no seja muito aperta-da, em geral, permitem um grau de abertura a 180, o que considerado ideal para a digita-

    lizao em equipamentos planetrios, mantendo a obra sujeita sob um vidro com filtros

    ultravioleta. Em contrapartida, as obras sem manuseamento ou submetidas a encaderna-

    es posteriores, sobretudo resultantes de restauros recentes, com a costura dos cadernos

    demasiado apertada e lombadas sem flexibilidade, implicam a utilizao de um bero que

    mantm a obra com uma abertura entre 100 e 90. Embora ainda no estejam a ser siste-

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    maticamente utilizados, j existem no mercado digitalizadores que captam simultaneamente

    as pginas pares e mpares de livros abertos a cerca de 90 e no sentido da leitura.

    Idnticas dificuldades surgem nas obras com lombadas altas (superiores a 10 cm) e margem

    interior pequena, dado que a informao junto ao dorso no se consegue captar na ntegra.Outro problema relacionado com a encadernao prende-se com as obras demasiado apa-

    radas, adaptando a dimenso do livro uniformizao da coleco e ao tamanho das estan-

    tes, deixando, com isso margens demasiado pequenas e, mesmo, suprimindo alguma infor-

    mao, como as notas marginais ou partes impressas (cabealhos, reclamos, nmeros de

    pgina, etc.). Para comprovar que essas lacunas constam do exemplar copiado, e como prin-

    cpio, durante a digitalizao deve colocar-se uma folha negra sob cada folha a digitalizar,

    deixando uma margem negra to pequena quanto possvel, no devendo exceder em mais

    de 3% as dimenses do original, para as imagens de consulta, podendo ser um pouco maior

    (nunca excedendo 5%), para as imagens de arquivo. We recommend the entire document

    be scanned, no cropping allowed. A small border should be visible around the entire docu-

    ment or photographic image Backing with white paper maximizes the paper brightness of

    originals and the white border around the originals is much less distracting. (NARA: 2004a,

    p. 42) No obstante, a borda branca destaca menos a obra, tornando as margens imprecisas,

    deixando a dvida se o corte se encontra no original ou consequncia da digitalizao. Da

    mesma forma, a digitalizao sem esta margem adicional no permite discernir se a elimina-

    o ou o corte de elementos perceptveis na imagem derivam do original aparado ou de

    erros na digitalizao.

    Para alm deste conjunto de caractersticas particulares, a principal diferena em relao

    aos restantes objectos museolgicos reside no facto de, enquanto para estes se prope um

    mximo de duas imagens por pea, no caso dos livros, peridicos, lbuns, etc., se requerer

    um nmero substancialmente superior, o que implica um elenco especfico de procedimen-

    tos, no s na realizao do produto digital, como no posterior tratamento de dados.

    Por norma8, a digitalizao feita na ntegra, ou seja, de capa a capa, a que se pode adicio-

    nar a lombada. Por um lado, e sobretudo nos casos em que o livro conserva a encadernao

    original, esta tem um valor patrimonial que regra preservar e divulgar atravs da transfe-

    8Na descrio das regras de digitalizao, dada a inexistncia um documento normativo, seguimos a prtica

    desenvolvida pela Biblioteca Nacional Digital e seguida por outras bibliotecas digitais em Portugal, nomeadamen-te, as da Universidade de Coimbra e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

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    rncia de suporte. Por outro lado, a digitalizao integral, incluindo material de encaderna-

    o (capas, guardas e contraguardas), pginas em branco e manuscritas, realiza uma cpia

    digital fac-similada; no caso de a obra ser disponibilizada em linha, esta edio assegura que

    o leitor distncia disponha da maior fiabilidade face ao original, sem receio de que tenha

    sido omitido qualquer pormenor tido por incipiente. Este conjunto de procedimentos rela-

    tivamente recente, at no contexto da criao de bibliotecas digitais, dado que os problemas

    que, h cerca de uma dcada, se levantavam face aos custos do espao que a informao

    ocupava em disco, obrigando a uma gesto rigorosa de dados, foram entretanto ultrapassa-

    dos.

    A digitalizao, por princpio, deve fazer-se no sentido da leitura, pelo que necessria uma

    correcta observao da obra, sobretudo quando se tratam de livros em lnguas no latinas

    (como, por exemplo, ttulos em hebraico) averiguando se aquela se faz da esquerda para a

    direita ou da direita para a esquerda e certificando-se da posio correcta dos caracteres,

    dado o risco de digitalizar uma obra de forma invertida.

    A digitalizao deve fazer-se a 100% (escala 1:1), respeitando as dimenses do original: nos

    digitalizadores de mesa ou nos planetrios esta definio surge por defeito; nas mquinas

    fotogrficas digitais, necessrio introduzir este enunciado no incio de cada sesso. Para a

    digitalizao de preservao e para a converso em formato texto, as imagens devem ser

    captadas a 300 ppp ou 600 ppp e em formato TIFF, sem interpolao, nem compresso,

    incluindo as cunhas de cor e de cinzentos. Desta forma, pode garantir-se que a obra seja

    submetida apenas uma vez ao processo de digitalizao, sendo a partir da matriz que, atra-

    vs da edio de imagem, se criam outras verses, nomeadamente para a colocao em

    linha, com resolues mais baixas, noutros formatos e eliminando as cunhas de cor, man-

    tendo o original sem alterao. A digitalizao integral de obras encadernadas com valor

    patrimonial e, com maioria de razo, as que exijam requisitos especiais de manuseamento

    (de grandes dimenses ou de peso elevado) e de preservao (encadernao apertada,

    papel frgil ou deteriorado), como genericamente o caso do livro antigo, devem ser digita-

    lizadas em sistemas planetrios, excluindo-se liminarmente os digitalizadores de mesa e de

    rolo e as mquinas fotogrficas digitais do segmento domstico.

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    Em regra, os documentos textuais impressos devem ser digitalizados a 300 ppp, o que per-

    mite distinguir, com nitidez, pormenores at 2 mm; se os tipos forem de menor dimenso

    (eventualmente, no caso das notas de rodap) a digitalizao a 600 ppp faculta uma boa

    legibilidade de pormenores com 1 mm9. O tamanho do original pode, igualmente, interferir

    na definio da resoluo, dado que originais superiores a A3, digitalizados a 300 ppp do

    origem a ficheiros com 500 MB e, no caso de A0, at 4 GB, o que, no actual estado da ques-

    to, dificulta o manuseamento e o armazenamento destas imagens (Cfr. ADOBE: 1992).

    O plano de captao da imagem deve incluir a cunha de cor e a cunha de cinzentos tangen-

    tes margem inferior do original, tendo em vista o posterior controlo de qualidade e o tra-

    tamento das imagens.

    2.3.4 Organizao dos ficheiros

    Independentemente da tipologia dos originais, uma das tarefas integrantes e essenciais do

    processo de digitalizao a correcta nomeao das imagens e das respectivas pastas. Nesse

    sentido, torna-se adequada a criao de um sistema de pastas e subpastas, correspondendo

    estas a cada uma das verses de imagens criadas (matriz em TIFF e exemplares de consulta

    em JPEG de diversas resolues, PDF, etc.). O nome da pasta, que deve identificar univoca-

    mente o exemplar fsico (pintura, escultura, livro, desenho, etc.) digitalizado, passa a consti-

    tuir o da obra digitalizada: cota do objecto, correspondendo ao nmero deinventrio na instituio, podendo apresentar a sigla da instituio antes do respectivo iden-

    tificativo. O nome das subpastas regista o identificador e as caractersticas da imagem, de

    acordo com o esquema10:

    _TIF

    _TIF_t0_JPG

    _JPG_24-C-R0120_JPG_08-G-R0150_JPG_24-C-W0140

    _PDF_PDF_24-C-R0120

    A nomeao das imagens faz-se de acordo com o seguinte esquema:

    9Com base na seguinte frmula: h = 2QI/0,039 ppp, h dimenso do detalhe, em mm; QI factor de qualidade (8

    excelente 3 apenas legvel); ppp, resoluo (CORNELL UNIVERSITY: 2000-03).10

    Este esquema pode ser gerado automaticamente atravs da aplicao informtica ContentE, pelo que segui-mos as normas elaboradas no respectivo manual (BN: 2002b).

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    identificador_nmero sequencial da digitalizao_caractersticas.formato

    No caso dos livros, introduz-se um novo campo relativo paginao ou foliao da obra:

    identificador_nmero sequencial_nmero da pgina_caractersticas.formato

    No caso dos peridicos, junta-se um outro, referente data de publicao:

    identificador_nmero sequencial_data_nmero da pgina_caractersticas.formato

    Nestas frmulas, cada campo de informao separado por trao baixo (_) e os vrios ele-

    mentos dentro de cada campo so separados por hfen (-).

    No caso dos livros e dos peridicos, o nmero sequencial da digitalizao deve apresentar 4

    dgitos, permitindo uma numerao de 0001 a 9999, sendo esta sequncia reiniciada sempre

    que se inicia a digitalizao de um novo volume, mesmo que da mesma obra.

    O nmero de pgina reflecte a paginao do original. No caso de obras com foliao (nume-

    rao sequencial dos rectos), a indicao dos versos faz-se indicando o nmero do respecti-

    vo flio seguido pela letra v. Quando as partes preliminares ou finais da obra no sejam

    paginadas ou foliadas, pode criar-se uma numerao rabe ou romana segundo um princpio

    de alternao em relao ao corpo da obra e de acordo com a respectiva catalogao. Isto ,

    se o corpo da obra apresentar uma paginao com numerao rabe, as restantes partes so

    numeradas a romano, ou vice-versa. Nas obras no paginadas ou com paginao por assina-tura, criada uma paginao rabe sequencial. O mesmo acontece nas obras com mltiplos

    erros de paginao (mais de trs), salvaguardando-se o facto de haver discrepncias entre o

    nmero de pgina do original e da cpia digital atravs de uma nota inserida no respectivo

    registo de exemplar.

    3. Metacodificao dos dadosMetadados, ou informao acerca da informao, um termo que designa, genericamente,

    todo o conjunto de dados aplicados identificao de um determinado recurso. Metadatais data about data. The term refers to any data used to aid the identification, description and

    location of networked electronic resources. (IFLA: 2005) Embora aplicado em particular no

    mbito das novas tecnologias da informao, o conceito no lhes exclusivo, dado que,

    sempre que se organiza um acervo bibliogrfico ou museolgico, gera-se um corpo de dados

    coerente que informa acerca do documento escrito ou do artefacto para efeitos da sua des-

    crio catalogrfica, inventrio ou indexao e todas estas prticas sempre se assumiram

    como actividades programticas das instituies detentoras de esplios. A preocupao em

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    tornar inteligvel as coleces remonta ao sculo XVII, ainda no contexto dos gabinetes de

    curiosidades, e tornou-se operante ao longo da centria seguinte, j imbuda do esprito das

    Luzes, com a elaborao de legendas, roteiros e catlogos (Cfr. SCHAER: 1993, pp. 31-49). A

    noo de que o conhecimento acerca da coleco era fulcral para a sua manuteno de for-

    ma adequada e eficiente sempre esteve subjacente actividade dos coleccionadores, biblio-

    tecrios e conservadores de museus, empenhados em reunir toda a informao inerente a

    cada documento ou artefacto. A investigao parte da observao directa da pea e da reco-

    lha dos dados que lhe so essenciais (ttulo ou designao, autoria, data e local de produo,

    matria e forma), mas pode abranger questes mais alargadas em que se inclui o estabele-

    cimento de relaes com outras peas congneres e a identificao de dados que esclare-

    am acerca dos respectivos contextos originais.

    Todos estes procedimentos so transversais s actividades biblioteconmica e museolgica

    e a toda a documentao em torno do patrimnio mvel ou imvel. Contudo, os critrios

    que presidiam ao registo da informao pautavam-se pela diversidade sem critrios norma-

    tivos na maioria das vezes. As fichas de catalogao ou inventrio, que orientavam o registo

    da informao elementar, variavam de instituio para instituio e, sobretudo, entre biblio-

    tecas e museus. Neste aspecto, a introduo das novas tecnologias e, nomeadamente, o

    aparecimento das bases de dados informatizadas como estrutura de suporte inventaria-

    o, imps a normalizao na organizao e registo da informao.

    Os metadados apresentam todas as vantagens da gesto de informao que prpria dos

    sistemas de bases de dados, e acrescenta-lhes a interoperabilidade entre sistemas. Dessa

    forma, basta formular a questo num motor de busca para que este, atravs da metainfor-

    mao, encontre a resposta em vrios sistemas distintos. Metadata is machine understa n-

    dable information for the Web. (W3C: 2001) Essa informao destina-se essencialmente a

    ser lida por mquinas, permitindo a localizao da informao no mundo digital.

    Alm disso, a informao tende a tornar-se mais abrangente, englobando dados relaciona-

    dos com a verso digital do documento ou do objecto: os metadados necessrios para util i-

    zar e gerir com sucesso objectos digitais so diferentes e mais vastos que os metadados utili-

    zados para gerir coleces de obras impressas e outros materiais fsicos (LC: 2006a).

    Essa informao integra, por um lado, os dados identificativos do recurso, a sua descrio

    fsica, formal e material, ou a compilao do respectivo contedo e, por outro, a referncia

    aos intervenientes, programas e equipamentos utilizados na criao do produto digital ou

    digitalizado e a definio dos parmetros de utilizao ou condies de acesso. Os metada-

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    dos fornecem respostas s questes de quem, o qu, quando, onde, como e por-

    qu, formuladas sobre as vrias facetas da informao que se pretende documentar. Cons-

    tituem, deste modo, o somatrio da informao disponvel sobre determinado recurso: o

    contedo, o contexto e a respectiva estrutura. Este conjunto de dados abre novas perspecti-

    vas investigao, na medida em que a pesquisa pode ser significativamente facilitada atra-

    vs de metadados ricos e consistentes (Cfr. GILL: 1998, p. 8).

    A tecnologia de metadados foi implementada nos sistemas electrnicos para associar a

    informao sobre os recursos digitais ou digitalizados e a disponibilizar na Web. Existem

    numerosos esquemas de metadados, que so aplicados s vrias tipologias de informao

    (objectos didcticos, obras de arte, artefactos etnogrficos, espcies bibliogrficas e arqui-

    vsticas, material geoespacial, etc.). Esta situao origina, naturalmente, dificuldades na inte-

    roperabilidade. Assim, foram-se constituindo esquemas de metadados de cariz mais univer-

    sal como o Dublin Core (DC).

    O esquemas de metadados como o DC (COVER: 2005), so constitudos por conjuntos de

    elementos (elements set), aos quais se associam as respectivas etiquetas. Por sua vez, os

    conjuntos de elementos possuem qualificadores (especificaes do elemento 11), utilizam

    vocabulrios controlados especficos, como os tesauros, e tm uma semntica e uma sintaxe

    prprias. A semntica, ou o elenco do significado dos elementos, enumera as vrias etique-

    tas e os respectivos significados; a sintaxe, ou o conjunto de elementos bem definidos e as

    suas relaes, permite hierarquizar as vrias etiquetas e definir a forma como se vo rela-

    cionar umas com as outras. Cada elemento pode ter o seu esquema de codificao12.

    3.1 Esquema de metadados dos objectos do repositrio digital com base no Dublin

    Core (DC)

    O esquema de dados Dublin Core (DC) aplica-se descrio de uma ampla gama de objectos

    digitais: livros, sons, imagens fixas e em movimento, stios, documentos electrnicos, etc. Asaplicaes de DC utilizam o XML e o RDF (Resource Description Framework)13. The history of

    the Dublin Core Metadata Element Set began in 1995 with an invitational workshop in Dub-

    11Por exemplo, em DC, o elemento data possui vrios qualificadores como: disponibilidade; data de criao; data

    de aceitao; data do copyright; etc.12

    Conjunto de valores possveis, devidamente normalizados. No DC, pode utilizar-se a Classificao Decimal Uni-versal (CDU) para o elemento assunto.13

    RDF - Resource Description Framework - uma linguagem utilizada para representar informao na Internet.

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    lin, Ohio, the home of OCLC14. (INTNER, LAZINGER e WEIHS: 2006, p. 32) O nome foi esco-

    lhido em funo do local da primeira reunio, sendo-lhe associado o complemento core para

    realar o facto de esta estrutura de metadados possuir um ncleo base que pode ser expan-

    dido. mantido e desenvolvido pela Dublin Core Metadata Initiative15 (DCMI) que, alm de

    promover o DC, tambm fomenta a adopo de padres de interoperabilidade entre os

    vrios esquemas de metados existentes. Desde 2003, foi constitudo como norma ISO com a

    designao de ISO 15836-2003 e, em 2007, como norma NISO Z39.85-2007.

    A norma DC divide-se em dois nveis: o simples e o qualificado. O DC simples constitudo

    por quinze elementos e o qualificado, alm destes, possui mais trs.

    Cada elemento definido atravs de um conjunto de dez atributos, os quais so descritos da

    seguinte maneira (Cfr. DCMI: 2000):

    Nome a etiqueta atribuda ao elemento de dado;

    Identificador o identificador nico atribudo ao elemento de dado;

    Verso a verso do elemento de dado;

    Autoridade de registo a entidade autorizada a registar o elemento de dado;

    Lngua a linguagem na qual o elemento de dado definido;

    Definio uma afirmao que representa claramente o conceito e a natureza do

    elemento de dado;

    Obrigatoriedade indica se o elemento de dados obrigatrio ou no;

    Tipo de dados indica o tipo de dados que podem ser representados no valor do

    elemento de dado;

    Mxima ocorrncia indica qualquer limite repetio do elemento de dado;

    Comentrio uma nota relativa aplicao ao elemento de dado.

    14OCLC - Online Computer Library Center.

    15DCMIThe diversity of DCMI participants is great, spanning more than 50 countries, and representing many

    sectors, including governments, libraries, museums, archives, commercial enterprises, research and educationcommunities, and more. Finding common ground and consensus amid such diversity is an ongoing challenge.DCMI has, since its inception, retained the interest of such a community through adherence to the principles ofoperation enumerated here. (V. DCMI: 2009).

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    Cada um dos elementos do DC opcional e repetvel e a ordem pela qual aparecem arbit-

    ria.

    O DC qualificado, alm de permitir um refinamento dos elementos (qualificadores), inclui

    trs elementos adicionais: audincia, provenincia e direito de autor. O refinamento semn-tico deve de ser feito de acordo com o princpio de Dumb-Down16, tornando a informao

    mais acessvel e recupervel. Os campos com qualificadores no DC qualificado verso 1.1

    so: ttulo, descrio, data, formato, relao, cobertura e direitos.

    O DC, sendo o esquema de metadados mais antigo e generalista, simples e normalizado,

    adequa-se descrio de objectos digitais em linha e permite uma eficaz recuperao da

    informao. Apesar do desenvolvimento de esquemas de metadados especficos para os

    vrios tipos de informao, continua a ser utilizado sobretudo quando necessrio colocarem plataformas comuns vrios tipos de recurso, como o caso da Europeana.

    4. Factores de acessibilidade da informao4.1 Modelos para a preservao digital

    No processo de constituio de um repositrio digital, a preservao digital constitui um

    procedimento essencial para garantir a eficcia de todo o sistema, quer para debelar os ris-

    cos de deteriorao dos suportes fsicos (discos rgidos, CDs, DVDs, fitas magnticas, etc.),

    quer como medida de preveno contra a obsolncia digital. Por um lado, temos a preser-

    vao de informao contida num suporte atravs da digitalizao da respectiva imagem.

    Por outro lado, temos a preservao digital enquanto armazenagem, manuteno e acesso

    ao recurso digital a longo prazo. (RODRIGUES: 2003, p. 1) Se no houver um modelo de pre-

    servao em constante actualizao, os formatos e os programas utilizados para a leitura

    dos recursos digitais podem tornar-se arcaicos, deixando de existir programas e computado-

    res que os leiam, fazendo com que a informao deixe de ficar acessvel, tornando-se intil.

    Designa-se por preservao digital o conjunto de actividades ou processos responsveis por

    garantir o acesso continuado, a longo prazo, informao e restante herana cultural exis-

    tente em formatos digitais. A preservao digital consiste na capacidade de garantir que a

    informao digital permanece acessvel e com qualidades de autenticidade suficientes para

    16Princpio de Dumb-Down reduzir o nvel intelectual de algo em prol de uma maior acessibilidade.

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    que possa ser interpretada no futuro recorrendo a uma plataforma tecnolgica diferente da

    utilizada no momento da sua criao.(FERREIRA: 2006, p. 20)

    A preservao digital deve ter incio no prprio momento em que o projecto comea a ser

    planeado, dado que nessa altura que devem ser definidos os respectivos parmetros:

    O esquema de metadados e respectivos valores;

    O identificador das imagens;

    Os formatos dos ficheiros para as imagens de arquivo e de consulta;

    A nomenclatura dos ficheiros, os campos que devem incluir e os respectivos valores;

    O esquema das pastas para armazenamento dos dados;

    A poltica de cpias de segurana;

    A identificao persistente dos contedos digitais;

    A calendarizao para a migrao ou converso dos ficheiros.

    Para providenciar o acesso aos recursos digitais ao longo do tempo, necessrio garantir a

    operacionalidade dos sistemas e dos equipamentos e que estes sejam capazes de ler e facul-

    tar os dados armazenados. Assim, h que anexar-lhes uma metacodificao adequada, ou

    seja, uma informao que descreva, de forma exacta e normalizada, o modo como os dados

    foram recolhidos e processados. Tambm nesse sentido, no domnio digital, todo o tipo de

    material tem obrigatoriamente de respeitar as regras de um determinado formato

    (FERREIRA: 2006, p. 19), permitindo um acesso seguro informao armazenada.

    Uma preservao digital eficaz implica que os formatos dos ficheiros se encontrem devida-

    mente estabilizados e normalizados, no dependendo de programas e formatos propriet-

    rios, e que o sistema de metadados, que acompanha o objecto digital ao longo de todo o seu

    ciclo de vida, inclua as vrias migraes a que este sujeito, preservando, desta forma, tam-bm os comportamentos que lhe so associados. Alm disso, para que haja uma maior inte-

    roperabilidade, factor preferencial a utilizao de formatos idnticos pela maioria dos cria-

    dores das respectivas reas.

    Uma das normas utilizadas para a preservao digital o OAIS ( Open Archival Information

    System).

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    O OAIS um modelo conceptual destinado ao arquivo, gesto e preservao de arquivos

    digitais. Foi desenvolvido pelo CCSDS17 (Consultative Committee for Space Data Systems) e,

    em 2003, foi constitudo como norma ISO com a referncia ISO 14721:2003.

    Subjacente a estes procedimentos, esto, por um lado, o estabelecimento de identificadoresnicos e persistentes para os recursos e, por outro, a anlise contnua da qualidade dos

    metadados, garantindo que continuam correctos, e mesmo o seu melhoramento, comple-

    tando a informao. Independentemente do protocolo seguido, a preservao digital implica

    que todas as rotinas sejam presistentemente seguidas, assegurando que a informao digital

    se mantenha acessvel ao longo dos tempos e que o seu contedo continue a ser interpret-

    vel.

    4.2 Organizao dos contedos num repositrio digital

    A constituio de um repositrio digital um procedimento que, em primeira instncia,

    permite a preservao do patrimnio. Alm disso, ao disponibilizar em linha o produto digi-

    talizado, efectua uma vasta disseminao da informao, levando-a a nveis at agora inusi-

    tados, dado que proporciona consultas num horrio alargado a 24 horas por dia e em qual-

    quer parte do mundo com acesso Internet, por vrios utilizadores em simultneo.

    Para atingir estes objectivos, necessrio elaborar uma programao metdica do reposit-

    rio no que concerne organizao dos dados e forma como essa informao vai ser dispo-

    nibilizada ao pblico.

    No obstante, e apesar das constantes evolues tecnolgicas, h que observar algumas

    reservas: os stios Web que disponibilizam o patrimnio cultural no so montras de tecno-

    logia. Nesse sentido, devem utilizar sistemas normalizados e providenciar a respectiva actua-

    lizao, antes de se tornarem obsoletos. A utilizao das inovaes tecnolgicas, sem a devi-

    da preveno, pode conduzir inoperabilidade do sistema, perda ou corrupo de dados

    e lentido no desempenho (V. MINERVAeC: 2008b).

    Outra precauo a ter em conta neste processo a recuperao da informao colocada em

    linha, quer atravs da pesquisa directa no stio, quer atravs dos motores de busca existen-

    17Consultative Committee for Space Data Systems (CCSDS) agncia especial fundada em 1982, constituda por

    um consrcio de agncias, entre as quais a NASA (National Aeronautics and Space Administration) e a ESA (Euro-pean Space Agency). Um dos seus objectivos promover a normalizao na troca de dados e a preservao tem-poral da informao entre as agncias espaciais que a constituem.

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    tes. O objectivo principal colocar a informao ao alcance dos internautas. Na Internet,

    existem vrias formas de indexar a informao desde a classificao humana at aos moto-

    res de busca que periodicamente lanam os spiders, ou os robots, ou crawlfazendo uma

    indexao automtica com os dados recolhidos nas pginas em linha. Assim, para que a

    informao aparea no topo das listas, os stios devem ser optimizados atravs do Search

    Engine Optimization (SEO), segundo parmetros como os que se seguem:

    Possuir contedos relevantes e inditos;

    Apresentar o contedo maioritariamente em formaro texto, em vez de ligaes;

    Usar palavras-chave significativas e em nmero reduzido;

    Permitir que os spiders dos motores de busca utilizem os seus crawlers nas pginas

    do stio, sem necessidade de aceitar sesses com cookies e factores relacionados;

    Criar a tag HTML , em cada pgina do stio, designando-a de forma clara e

    concisa (at 75 caracteres);

    Criar a tag HTML , em cada pgina do stio,

    associando as palavras-chave que lhe descrevem o contedo da pgina e colocando-

    as por ordem de importncia;

    Criar a tag HTML , em cada pgina do stio,

    resumindo o tema principal da pgina e expandir a mensagem do tag ;

    Incluir o identificativo no Alt das imagens (V. CHIN: 2002, pp. 56-63): nos objectos

    museolgicos, autor, ttulo, data, dimenses, nmero de inventrio, seco a que

    pertence; nas obras bibliogrficas, autor, ttulo, data, volume, nmero de pgina.

    Em regra, deve evitar-se a utilizao de formatos que exijam a utilizao de plugins, dado

    que, a mdio ou longo prazo, poder deixar de haver programas que apresentem correcta-

    mente a informao.

    Alm de tudo isto, h que considerar o papel fundamental desenvolvido pela metainforma-

    o. The most common application ofWeb metadata is generally referred to as resource

    discovery, because the metadata is intended to assist Web users discover the information

    they are looking for; the availability of consistent, accurate and well-structured descriptions

    of Web resources could enable much greater search precision and more accurate relevance

    ranking of the large result sets typically retrieved by search engines, for example. (GILL:

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    1998, p. 6) A introduo de metainformao adequada um dos principais factores para

    garantir a eficcia do processo de recuperao dos dados.

    Na apresentao de objectos museolgicos, a imagem deve estar anexa respectiva ficha de

    inventrio, complementando a informao com estudos monogrficos, caso estes existam esejam pertinentes. O nmero de imagens a apresentar para cada objecto, de acordo com o

    que foi definido para a digitalizao, deve ser suficiente para a apreciao global do objecto:

    verso e reverso; imagem frontal global e imagens de pormenores onde haja informao per-

    tinente (inscries, marcas, assinaturas, etc.), garantindo que a informao escrita seja leg-

    vel.

    Na apresentao de obras bibliogrficas, a ficha bibliogrfica deve ser colocada junto ao

    objecto digital. No caso do livro antigo (editado entre 1501 e 1800), deve optar-se pela digi-talizao integral da obra, se se tratar de uma obra rara ou de elevado valor patrimonial;

    caso isso no seja possvel, deve apresentar-se pelo menos a folha de rosto. Para obras

    recentes (sculo XX) pode incluir-se uma verso em OCR (Optical Character Recognition)

    mas, neste caso, necessrio equipar o stio Web com um mecanismo de busca e apresentar

    o documento em formato PDF, preferencialmente, evitando formatos proprietrios como o

    Word. Ao disponibilizar a obra em PDF, pesquisvel ou no, ou em JPEG, deve incluir-se mar-

    cadores que indiquem as partes ou captulos da obra.

    Figura 3 Orlando furioso, de Ludovico Ariosto

    In: Faculdade de Letras, Biblioteca Digital

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    Ao iniciar a colocao de um repositrio em linha, ser difcil apresentar uma coleco na

    sua globalidade. Nesse sentido, ser aconselhvel organizar uma seleco dos objectos a

    apresentar, segundo critrios claramente definidos e que permitam organizar um conjunto

    coerente e ilustrativo de uma cultura, de uma expresso artstica ou de um conceito patri-

    monial.

    Para alm dos factores de ordem tcnica, a entidade responsvel pelo stio electrnico, deve

    tomar em considerao outros aspectos ligados legitimidade na utilizao dos respectivos

    contedos.

    Em primeiro lugar, e independentemente do patrimnio que se pretende disponibilizar em

    linha, necessrio garantir que sobre ele no pendem direitos autorais ou, caso estes exis-

    tam, tomar as medidas necessrias para conseguir as respectivas autorizaes.

    Para evitar o uso fraudulento dos textos e das imagens, a indicao dos direitos de autor

    deve ser apresentada de forma evidente. As imagens podem, alm disso, incluir um carimbo

    ou marca de gua, como medida dissuasora, e no devem incluir a respectiva cunha de cor.

    A fim de potenciar o valor do stio, o seu responsvel pode implementar as directrizes publi-

    cadas pelos mecanismos de busca, assim como as directrizes de codificao publicadas pelo

    World Wide Web Consortium (V. W3C: 2009). Se estas forem seguidas de forma adequada e

    coerente, e o stio apresentar um contedo actualizado, til e original, ser possvel alcanar

    um trfego elevado e um bom posicionamento nos mecanismos de busca.

    5. Proposta de modelo para um repositrio digitalO Greenstone uma ferramenta (conjunto de programas) que visa a construo de reposit-

    rios digitais: Greenstone is a comprehensive system for constructing and presenting collec-

    tions of thousands or millions of documents, including texts, images, audio, and video

    (WITTEN e BAINBRIDGE: 2003). Foi produzido e desenvolvido pela New Zealand Digital

    Library Projectna University of Waikato e, actualmente, distribudo, em cooperao, pela

    UNESCO e pela Human Info NGO, na Blgica.

    O projecto teve incio em 1995 com a designao New Zealand Digital Library Project. Tinha,

    como principal objectivo, colocar em linha trabalhos de investigao no mbito das cincias

    de computao, com pesquisa em texto integral.

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    Em 1997, passa a designar-se Greenstone18, e os seus promotores iniciam uma nova poltica

    de desenvolvimento e gesto, optando pela disponibilizao desta aplicao informtica em

    open-source, emitida segundo os termos da licena General Public License (GNU). Em simul-

    tneo, iniciava a cooperao com a Human Info NGO19, com o objectivo de disponibilizar

    bibliotecas digitais para os pases em vias de desenvolvimento, o que se traduziu na publica-

    o de um CD com contedos humanitrios, pesquisvel em texto integral e operacional em

    Linuxe Windows ( data, 3.1 e 3.11).

    O stio electrnico Greenstone foi disponibilizado em 1998 (V. Stios institucionais:Greensto-

    ne). Em 2000, o Greenstone comeou a ser disponibilizado em linha atravs do stio da Sour-

    ceForge. Em 2001, e em parceria com a UNESCO20, surgiu o primeiro CD com o programa

    Greenstone, na verso 2.38 e apenas disponvel em ingls; em 2007, foi editado o stimo CD,

    j com a verso 2.80 e apresentando verses em ingls, francs, espanhol e russo, imple-

    mentando a distribuio do produto nos pases em vias de desenvolvimento.

    A cooperao com a UNESCO fomentou a traduo do programa, dos respectivos manuais e

    da interface para as vrias lnguas. Alm disso, ratificou os objectivos humanitrios do pro-

    jecto, determinando que este programa se desenvolvesse no sentido de corresponder s

    necessidades das comunidades mais carenciadas e assumindo que a compatibilidade entre

    as verses criadas seria um dos vectores fulcrais da sua actuao. Por todas estas razes, em

    2004, foi-lhes atribudo o prmio Namur21 pela International Federation for Information Pro-

    cessing (IFIP).

    Mais recentemente, o Greenstone tem investido na rea da interoperabilidade, estando

    habilitado a comunicar com os protocolos Z39.50, SRW, OAI-PMH, DSpace, e METS. Em

    2003, encetou um vasto programa de aces de formao terico-prticas, tendo em vista a

    divulgao e a implantao do produto nas mais variadas regies do mundo (Cfr. WITTEN e

    BAINBRIDGE: 2007).

    18A designao a traduo para ingls de Pounamu palavra maori que designa umtipo de jade muito utilizado

    na Nova Zelndia, com a particularidade de ser um termo pouco comum e fcil de fixar.19

    uma Organizao No Governamental (ONG/NGO) que tem por misso fornecer know-how, tecnologia esolues para o tratamento da informao, onde se incluem os repositrios digitais, tendo em vista o combate pobreza. Uma forma de fornecer bibliotecas a baixo custo atravs de CD-Rom.20

    O CD-Rom contm o programa, com a interface em ingls, a respectiva documentao e exemplos.21 Prmio que distingue as tecnologias de informao com implicaes sociais.

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    O Greenstone permite a constituio, a organizao e a disponibilizao de repositrios digi-

    tais em linha ou atravs de CD e pode correr em ambiente Windows ou em Unix(nas suas

    mltiplas conformaes Linux, Sun Solaris, Macintosh, OS/X, etc.). Actualmente, a interface

    do leitor encontra-se disponvel em trinta e cinco lnguas.

    O Greenstone 2 foi desenvolvido at verso 2.81, utilizando como linguagem de programa-

    o o C++ e, actualmente, a verso 3.03 est na fase de testes. O Greenstone 3 est escrito

    em Java, encontra-se estruturado em mdulos independentes que comunicam entre si atra-

    vs de XML e pode ser instalado em diferentes servidores, aumentando a flexibilidade.

    Nesta interface, esto predefinidos quatro conjuntos de metadados: DC, RFC 1807 22, New

    Zealand Government Locator Service (NZGLS) e Australian Government Locator Service

    (AGLS). Alm disso, possvel definir outros conjuntos de metadados atravs do GreenstoneMetadados Set Editor, e metadados exteriores, como o MARC, o METS, ou outros, podem

    ser associados atravs deplugins.

    O Greenstone permite associar ao repositrio vrios formatos de documentos, textuais ou

    multimdia, como os seguintes:

    Documentos Formatos

    Textuais PDF; PostScript; Word; RTF; HTML; texto simples; Ltex; arquivos

    ZIP; Excel; PPT e E-mail

    Multimdia Imagens (qualquer formato, incluindo GIF, JIF, JPEG, TIFF), audio

    MP3; Ogg Vorbis audio; MPEG e MIDI

    Tabela 4 Formatos de documentos no Greenstone

    Estes formatos so definidos de acordo com o documento original, mas o Greenstone permi-

    te realizar vrias combinaes, ou seja, exibir um documento num formato diferente do ori-

    ginal (por exemplo, apresentar, em formato RTF ou PDF, uma imagem inicialmente em JPEG,

    embora, neste caso, se perca a funcionalidade de zoom).

    A primeira fase da construo de um repositrio digital consiste na definio dos contedos,

    ou das tipologias, a integrar, estabelecendo um modelo conceptual. Digital libraries are li-

    braries without walls. But they do need boundaries. The very notion of a collection implies a

    22RCF (Request for Comments) memorando publicado pela Internet Engineering Task Force (IETF), com a descri-

    o de mtodos, comportamentos de investigao, ou inovaes aplicveis ao funcionamento da Internet; a RCF1807 define um formato para registros bibliogrficos.

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    boundary: the fact that some things are in the collection means that others must be lie out-

    side it. (WITTEN e BAINBRIDGE: 2003, p. 7) A fase seguinte concretiza esse modelo, o que

    implica: a definio dos metadados e outra informao; a seleco dos formatos dos docu-

    mentos a incluir; a predefinio dos termos ou campos de pesquisa; o desenho da interface

    para o utilizador. Estes parmetros so configurados atravs do GLI, criando a estrutura do

    repositrio a fim de proceder ao carregamento dos dados.

    Uma vez implementados os contedos, o utilizador pode navegar no repositrio digital atra-

    vs da interface Web.

    A pesquisa da informao pode ser feita, atravs de palavras ou frases em seces ou nos

    documentos integrais; tambm existe a possibilidade de navegar por listagens de assuntos,

    ttulos, organizaes, etc. O utilizador pode optar por uma das 42 lnguas disponveis nainterface e escolher o modo de visualizao, em modo grfico ou textual, e o tipo de codifi-

    cao dos caracteres; na verso portuguesa encontra-se predefinido o padro unicode (UTF-

    8), e o modo de visualizao.

    O Greenstone, sendo uma ferramenta em open-source, multilingue, de distribuio gratuita

    e que respeita as normas de preservao, uma soluo adequada para a construo e

    publicao de repositrios digitais, sem ser necessrio recorrer a bases de dados, o que

    permite uma maior interoperabilidade entre utilizadores.

    6. ConclusesA construo de um repositrio digital tem por objectivo a constituio de um corpus coe-

    rente de informao, tendo em vista a preservao, o estudo, a comunicao e a divulgao

    dos objectos que lhe esto na origem. Isto coincide, em larga medida, com as funes patri-

    moniais atribudas aos museus e, de uma forma geral, a todas as instituies e entidades,

    pblicas ou privadas, detentoras de bens de reconhecido valor material, as quais foram

    reconhecidas ainda durante o sculo XVIII e claramente assumidas na centria seguinte.

    Porm, na actualidade, estas funes dispem de ferramentas tecnolgicas que lhes confe-

    rem uma nova dimenso, permitindo a transferncia dos acervos para suporte digital e a

    divulgao, a nvel global, atravs da Web.

    A constituio de um qualquer repositrio digital compreende vrias aces de base, depois

    de concluda a fase propedutica da escolha dos contedos: a digitalizao; a metacodifica-

    o; a preservao digital; a organizao e a manuteno. Porm, a proposta de um reposi-

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    trio com base em objectos com valor patrimonial impe requisitos especficos de preserva-

    o, sobretudo no manuseio das peas durante a digitalizao.

    A digitalizao de objectos patrimoniais deve ser realizada em formato TIFF, sem interpola-

    o nem compresso, a 100% (escala 1:1) e incluir o perfil de cor e de cinza. Os objectos tri-dimensionais, que constituem a maioria dos acervos museolgicos, exigem mquinas foto-

    grficas digitais de alta resoluo; os objectos bidimensionais, habitualmente associados a

    espcies grficas, adequam-se a digitalizadores de mesa; as espcies bibliogrficas encader-

    nadas, implicam a utilizao de digitalizadores planetrios com mesa basculante. A imagem

    obtida nestas condies rene as caractersticas requeridas para um documento matricial,

    ou de arquivo, contribuindo para a conservao do original, dispensando um excessivo

    manuseio posterior.

    Para que o processo de digitalizao seja vlido a longo prazo, o esquema de metadados

    deve ser adequado, de forma a garantir a recuperao e a preservao da informao. A

    metacodificao a incluir no repositrio comea com o preenchimento dos cabealhos dos

    ficheiros TIFF; na fase seguinte, necessrio escolher o esquema de metadados, definir os

    elementos de informao a associar e o valor a atribuir a cada um deles. A uniformidade de

    todos estes procedimentos um factor determinante na manuteno da qualidade do repo-

    sitrio.

    A preservao digital implica um conjunto de aces sobre o repositrio digital: a definio e

    a implementao de uma poltica efectiva de cpias de segurana; a criao de identificado-

    res persistentes para a informao; a manuteno e a actualizao da metainformao. A

    afirmao de que estes devem ser seguidos de forma persistente, no implica que se aban-

    done uma atitude vigilante e actuante, no sentido de encontrar novas solues tecnolgicas

    mais adequadas ou eficazes. Pelo contrrio, assume-se a importncia de prosseguir na inves-

    tigao de novas formas de actuao e que estas, uma vez testadas e validadas, possam

    constituir novos protocolos de actuao.

    A forma como a informao se organiza deve, alm disso, considerar as exigncias dos seus

    receptores, ou seja, respeitar os temas predominantes na pesquisa, disponibilizar informa-

    o relevante e mant-la actualizada, atravs da incrementao de novos contedos. Neste

    sentido, salientamos a vantagem de criar plataformas de acesso multilingues, mesmo que os

    respectivos contedos o no sejam.

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    Para a construo do prottipo, propomos a plataforma Greenstone, que permite a consti-

    tuio de repositrios a partir de vrias tipologias de documentos digitais, suporta vrios

    esquemas de metadados e elabora modos de pesquisa amigveis. No caso de documentos

    textuais, permite a pesquisa integral no texto; no caso dos documentos no textuais, a recu-

    perao da informao faz-se atravs da metacodificao. A plataforma possui um editor de

    metadados, permitindo a criao de um esquema particular de dados ou a utilizao dos

    esquemas normalizados disponveis. Neste caso, utilizmos o Dublin Core qualificado verso

    1.1, cujo conjunto de elementos concisos, mas suficientes, se adequam flexibilidade do

    Greenstone.

  • 7/29/2019 Criao de um repositrio digital

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