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Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

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Aos meus pais

Às minhas irmãs

Aos meus cunhados

Aos meus sobrinhos

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AGRADECIMENTOS

Ao apresentar esta dissertação não podia deixar de nela exarar todo o agradeci-mento devido a quem, directa ou indirectamente, contribuiu, através de orientação,simples estímulo ou de ajuda propriamente dita, para a sua realização.

À Professora Doutora Helena Pereira, pela ideia do trabalho, por todo o apoio,incentivo, disponibilidade e orientação, ao longo do seu desenvolvimento e, final-mente, pela leitura crítica e revisão desta dissertação.

À Investigadora Doutora Teresa Quilhó, por toda a amizade, incentivo, espíritode equipa e disponibilidade na co-orientação do trabalho desenvolvido e pela leituracrítica e revisão desta dissertação.

Ao Investigador Doutor Luís Cruz Carneiro pela atenção que sempre me dispen-sou, pela total disponibilidade com que sempre me recebeu, pelo estímulo e pelaorientação da análise estatística dos dados, assim como pela revisão do respectivotexto nesta dissertação.

À Dra. Maria Clara Freitas, por toda a amizade, incentivo e colaboração noinício do trabalho disponibilizando informação.

À Dra. Maria Cândida Liberato pelo apoio, amizade e revisão dos nomes cientí-ficos e respectivas famílias.

À Dra. Conceição Casanova, coordenadora do Programa Interministerial de Tra-tamento e Valorização do Património do IICT (FCT), através do qual obtive uma bolsada Fundação para a Ciência e a Tecnologia que permitiu desenvolver parte destetrabalho.

À Mestre Rita Freitas, directora dos Serviços de Planificação e Estatísticas doInstituto para a Promoção de Exportações de Moçambique e à Mestre Regina Cruz daDirecção Nacional de Terras e Florestas de Moçambique pelo incansável apoio edisponibilização de grande parte da documentação de Moçambique.

À Dra. Fernanda Graça Gordo, do Instituto de Conservação da Natureza, pelacedência da informação referente ao Cites.

À Professora Doutora Fátima Tavares e à Doutora Isabel Miranda, pela amizadee incentivo que sempre mostraram no decorrer deste trabalho.

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À Cristiana, técnica do Centro das Florestas e Produtos Florestais, pela amizadee apoio nos ensaios laboratoriais.

Ao António Pereira da Silva, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de S. Paulo,pelo apoio incondicional na execução de alguns cortes histológicos.

Ao Engº Técnico Rogério Dias Pereira, pela entrevista concedida sobre a históriada xiloteca do Jardim Botânico Tropical.

Ao Instituto de Investigação Científica Tropical, pela oportunidade em desenvol-ver este trabalho utilizando colecções das xilotecas do Centro de Florestas e ProdutosFlorestais e do Jardim Botânico Tropical e pelas facilidades concedidas para a suarealização.

À Estação Agronómica Nacional, do Instituto Nacional de Recursos Biológicos,em Oeiras, pelas facilidades concedidas para a utilização do sistema de programasinformáticos de taxonomia numérica e de correlação canónica.

Ao Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Eduardo Mondlane,em Maputo, Moçambique, pelo acolhimento e disponibilização de condições para ainstalação da base de dados na instituição e pela cedência de uma colecção deamostras.

Ao Instituto Superior de Agronomia pelo apoio logístico ao longo do trabalho.À Fundação para a Ciência e a Tecnologia pela atribuição de uma Bolsa de

Investigação Científica (BIC-2001) e de uma Bolsa de Gestão de Ciência e Tecnologia(SFRH / BGCT / 15380 / 2005) que contribuíram para a realização de parte destetrabalho e financiaram uma viagem à Universidade Eduardo Mondlane em Maputo,Moçambique.

Ao Ministério da Economia / IICT que, através do Programa de EconomiaOperacional Regional de Lisboa e Vale do Tejo POE Med 3.10 - POR/3.1.002/DRELVT-ME/IICT, financiou o projecto PO2-M4-4437, tendo possibilitado as visitas ao IPT eUSP, Brasil e CIRAD, França, durante as quais se aproveitou para também estabelecercontactos e realizar trabalho para esta dissertação.

A todos os professores, investigadores, colegas e pessoal técnico que acompa-nharam o desenrolar deste trabalho, pela amizade e apoio em todos os momentos.

A toda a família, especialmente aos meus pais, por todo o amor, incentivo,paciência e até, como não podia deixar de ser, o apoio no habitual “stress” final.

A todos quantos me acompanharam nesta caminhada, rodeando-me de muitaamizade, carinho, incentivo, apoio e compreensão, tornando assim possível aconcretização deste trabalho, um muito obrigada.

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O presente trabalho foi realizado noCentro de Florestas e Produtos Florestais (IICT/FLOR)

e Jardim Botânico Tropical (IICT/JBT)

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RESUMO

A necessidade de garantir a sustentabilidade das florestas tropicais tem contri-buído para uma utilização mais racional dos seus recursos baseada em conheci-mento científico e sistematização da informação. Este trabalho desenvolveu-se emduas xilotecas do Instituto de Investigação Científica Tropical com as colecções deMoçambique, Timor e Índia (285 amostras) e 15 novas espécies de Moçambique.Verificou-se e completou-se a informação disponível, efectuou-se a caracterizaçãoanatómica das novas espécies, fizeram-se macro e microfotografias e mediram-se osparâmetros colorimétricos (L*, a*, b*). Criou-se uma e-xiloteca sistematizando todaa informação sobre nomenclatura, estrutura e anatomia, propriedades físicas, carac-terísticas macroscópicas e potenciais utilizações. Criaram-se consultas-tipo paradiversos fins. A aplicação da taxonomia numérica agrupou, por classes de seme-lhança, madeiras de origens diferentes e as suas características anatómicas e físicas.Obteve-se uma alta correlação canónica entre variáveis anatómicas e físicas, porexemplo: correlação directa da retracção volumétrica, L* e a* com o número e aespessura da parede dos vasos e inversa com o diâmetro dos vasos; correlaçãodirecta da retracção radial com o diâmetro dos vasos; correlação directa da largurados raios e dos comprimentos das fibras e dos elementos dos vasos com a humidadee inversa com a densidade, retracção axial e b*.

Palavras-chave: xiloteca, madeiras tropicais, identificação, propriedades ana-tomias e físicas, base de dados, análise multivariada.

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ABSTRACT

Development of an electronic tropical xylarium (e-xylarium) for wood identificationand characterization with scientific and economic uses

The necessity of sustainable tropical forests has contributed for a more rationaluse of their resources based on scientific knowledge and organized information. Thiswork was based on two xylaria from the Instituto de Investigação Científica Tropical(285 samples from Mozambique, Timor and India collections) and on 15 other speciesfrom Mozambique. The available information was verified and completed, the anatomicalcharacterisation of new species was made, macro and microphotographies were takenand colorimetric parameters were measured (L*, a*, b*). A virtual wood collection (e-xylarium) was created by gathering and structuring information on nomenclature,structure and anatomy, physical and macroscopic characteristics and potential uses.Queries were designed for different purposes.

Numeric taxonomy grouped all wood samples by similarity classes taking intoaccount their origin, and the anatomical and physical characteristics. A high canonicalcorrelation was obtained between anatomical and physical data, such as: directcorrelation of volumetric shrinkage, L* and a* with vessel number and wall thicknessand indirect correlation with vessel diameter; direct correlation of radial shrinkagewith vessel diameter; direct correlation between ray width, fibre length and vesselelement length with humidity and indirect correlation with density, axial shrinkageand b*.

Key-words: xylarium, tropical timber, identification, anatomical and physicalproperties, database, multivariate analysis

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ÍNDICE

Lista de Figuras

Lista de Quadros

PREÂMBULO

1. ENQUADRAMENTO E OBJECTIVOS .......................................................................... 1

2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 52.1. Caracterização das madeiras ....................................................................................5

2.1.1. Estrutura anatómica ......................................................................................52.1.1.1. Características macroscópicas .....................................................9

a) Secções da madeira .......................................................................9b) Camadas de crescimento ...........................................................10c) Textura, fio, brilho, desenho .....................................................11

2.1.1.2. O xilema secundário de coníferas ............................................12a) Traqueídos ......................................................................................13b) Parênquima axial ..........................................................................14c) Canais de resina ...........................................................................14d) Raios ................................................................................................14e) Pontuações .....................................................................................15

2.1.1.3. O xilema secundário de folhosas .............................................16a) Vasos ................................................................................................17b) Perfurações e pontuações ..........................................................20c) Raios ................................................................................................22d) Parênquima ....................................................................................25e) Fibras ...............................................................................................27

2.1.2. Propriedades físicas da madeira ..............................................................292.1.2.1. Densidade .......................................................................................292.1.2.2. Humidade ........................................................................................31

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2.1.2.3. Retracção .........................................................................................332.1.2.4. Cor .....................................................................................................35

2.2. Identificação das madeiras .....................................................................................392.2.1. A importância da identificação de madeiras .......................................392.2.2. História da identificação de madeiras ...................................................392.2.3. Métodos para a identificação de madeiras ...........................................422.2.4. Algumas dificuldades no processo de identificação de madeiras .....442.2.5. Xilotecas .........................................................................................................46

2.3. Florestas tropicais e comércio internacional de madeiras .............................492.3.1. Sustentabilidade das florestas tropicais .................................................492.3.2. Comércio internacional de madeiras .....................................................50

2.3.2.1. Produção de madeiras tropicais ................................................512.3.2.2. Exportações .....................................................................................512.3.2.3. Importações ....................................................................................522.3.2.4. A EU como grande importadora de madeiras tropicais ......52

2.3.3. Restrições ao comércio de madeiras tropicais ....................................54a) O Acordo Internacional sobre Madeira Tropical ...........................55b) A Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção – CITES ...55c) A Organização Internacional das Madeiras Tropicais - ITTO ....56

2.3.4. Produção e comércio de madeira em Moçambique ..........................562.3.4.1. Produção florestal .........................................................................562.3.4.2. Indústria de madeira ....................................................................592.3.4.3. Comércio de madeira ...................................................................602.3.4.4. Desenvolvimento sustentável .....................................................61

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 633.1. Material de estudo ....................................................................................................63

3.1.1. Colecção IICT - FLOR ................................................................................633.1.2. Colecção IICT - JBT ....................................................................................663.1.3. Colecção UEM – Moçambique .................................................................73

3.2. Metodologia para a caracterização de madeiras ..............................................743.2.1. Registo fotográfico .......................................................................................743.2.2. Anatomia ........................................................................................................74

3.2.2.1. Preparação das amostras .............................................................743.2.2.2. Descrição macroscópica .............................................................743.2.2.3. Descrição microscópica ..............................................................74

a) Preparação de cortes finos ........................................................74b) Preparação dos elementos dissociados ..................................75

3.2.2.4. Caracterização quantitativa .........................................................763.2.2.5. Caracterização qualitativa ...........................................................76

3.2.3. Determinação da cor ..................................................................................763.2.4. Determinação do teor de humidade, da densidade e da retracção .....77

3.3. Organização da informação ...................................................................................783.3.1. Selecção dos atributos ...............................................................................78

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3.3.2. Construção da base de dados ..................................................................793.4. Análise multivariada de dados ...............................................................................79

3.4.1. Taxonomia numérica ..................................................................................803.4.2. Correlação canónica ...................................................................................82

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 834.1. Xiloteca virtual de madeiras tropicais .................................................................83

4.1.1. Base de dados e xiloteca virtual .............................................................834.1.2. Exemplos de utilização da e-xiloteca ....................................................85

4.2. Fichas caracterizadoras das espécies novas estudadas ...................................874.3. Cor das madeiras tropicais .................................................................................. 209

4.3.1. Variabilidade da cor das madeiras tropicais ..................................... 2094.3.2. Proposta de uma tabela de cores da madeira .................................. 216

4.4. Análise multivariada e classificação de madeiras tropicais ........................ 2224.4.1. Classificação geral .................................................................................... 2224.4.2. Classificação com base em características anatómicas ................. 2374.4.3. Classificação com base em características físicas ........................... 2454.4.4. Análise de semelhanças dentro da espécie e género ..................... 251

4.4.4.1. Análise de semelhanças anatómicas ..................................... 2514.4.4.2. Análise de semelhanças físicas ............................................... 254

4.5. Correlação canónica entre características anatómicas e físicas ................ 2564.6. Relações entre propriedades da madeira ......................................................... 261

4.6.1. Densidade ................................................................................................... 2624.6.2. Cor .............................................................................................................. 267

5. CONCLUSÕES ............................................................................................................. 273

Bibliografia .................................................................................................................................. 275

Anexo 1 ........................................................................................................................................ 291

Anexo 2 ........................................................................................................................................ 293

Anexo 3 ........................................................................................................................................ 297

Anexo 4 ........................................................................................................................................ 299

Anexo 5 ........................................................................................................................................ 303

Anexo 6 ........................................................................................................................................ 307

Anexo 7 ........................................................................................................................................ 311

Anexo 8 ........................................................................................................................................ 313

ÍNDICE

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Anexo 9 ........................................................................................................................................ 317

Anexo 10 ...................................................................................................................................... 318

Anexo 11 ...................................................................................................................................... 319

Anexo 12 ...................................................................................................................................... 325

Anexo 13 ...................................................................................................................................... 329

Anexo 14 ...................................................................................................................................... 333

Anexo 15 ...................................................................................................................................... 335

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 Câmbio vascular em relação aos tecidos que dele derivam. (A) - inicialfusiforme; (B) - inicial radial; (C ) - corte transversal; (D) - corte radial(só sistema axial); (E) - corte radial (apenas raio) (Esau 1974) ............. 6

Figura 2.2 Diagrama de um bloco, representando o sistema axial e radial, as carac-terísticas básicas dos tecidos vasculares secundários e a relação com ocâmbio e a periderme (Esau 1974) ................................................................. 6

Figura 2.3 Tipos de células componentes do xilema secundário, obtidas de elementosdo lenho dissociado. A-C, elementos de vaso largos, D-F, elementos de vasoestreitos. G, traqueído. H, fibrotraqueído. I, fibra libriforme. J, célulaparenquimatosa do raio. K, feixe de parênquima axial (Esau 1974) ........... 7

Figura 2.4 Planos da madeira e sua designação X - transversal, R - radial e T -tangencial (Core et al. 1979) ............................................................................. 9

Figura 2.5 Cortes anatómicos: transversal, tangencial e radial (da esquerda para adireita). A - vaso, B - raio (Hoadley 1984) ................................................. 10

Figura 2.6 Diagrama de um bloco do lenho e câmbio vascular de uma conífera -(Esau 1974) .......................................................................................................... 12

Figura 2.7 Transição abrupta na madeira do Pinus resinosa (Resinosa). (ew) - Zonade lenho inicial, (lw) - Zona de lenho final, (rc) - canal de resina, (r ) -raios (Core et al. 1979) ..................................................................................... 13

Figura 2.8 Imagem de microscópio electrónico de varrimento, dos traqueídos e suaspontuações - Pinus strobus, (a) abertura da pontuação, (d) areola(Core et al. 1979) ................................................................................................ 15

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Figura 2.9 Pontuações de um campo de cruzamento em secção radial. (A) –Fenestriforme em Pinus strobus (B) – Pinóide em Pinus elliottii (C ) –Piceóide em Pseudotsuga mensiezii (D) – Cupressóide em Juniperusvirginiana (E) - Taxodióide em Abies concolor (F) Araucarióide emAraucaria angustifolia. Escala = 30 m (Wiedenhoeft & Miller 2005) ..... 16

Figura 2.10 Diagrama de um bloco do lenho e câmbio vascular de uma dicotiledónea- Folhosa (Esau 1974) ....................................................................................... 17

Figura 2.11 Elementos vasculares e suas perfurações (Barefoot & Hankins 1982) ...... 18

Figura 2.12 Três folhosas com porosidades diferentes: (A) - porosidade em anel, (B)- porosidade semi-difusa, (C ) - porosidade difusa (Core et al. 1979) ...... 19

Figura 2.13 (A) - poros agrupados radialmente, (B) - poros agrupados em cachos,(C) - poros isolados (Core et al. 1979) ........................................................ 19

Figura 2.14 (A) Perfuração simples, (B) Perfuração escalariforme (Core et al. 1979) ..... 20

Figura 2.15 Perfuração reticulada (IAWA 1989) ................................................................ 21

Figura 2.16 Pontuações intervasculares: (A) alterna, (B) oposta, (C ) escalariforme(Core et al. 1979) ................................................................................................ 21

Figura 2.17 (A) Tilos nos vasos, (B) Inclusões gomosas nos vasos (Core et al.1979) ...................................................................................................................... 22

Figura 2.18 (A) - Raios unisseriados, (B) - bisseriados, (C ) - plurisseriados de 4 a 10células em largura, (D) - plurisseriados com mais de 10 células emlargura (IAWA 1989) ........................................................................................... 23

Figura 2.19 (A) Raios homocelulares unisseriados, (B) - Raios heterocelularesunisseriados, (C) - Raios homocelulares multisseriados, (D) - Raiosheterocelulares multisseriados (Core et al. 1979) ...................................... 24

Figura 2.20 (A) Raios estrutura estratificada, (B) Raios agregados (Ferreirinha 1958) ....... 25

Figura 2.21 (A) - Parênquima paratraqueal vasicêntrico, (B) - Parênquima paratraquealaliforme, (C) - Parênquima paratraqueal confluente, (D) - Parênquimamarginal (Core et al. 1979) .............................................................................. 26

Figura 2.22 (A) Parênquima apotraqueal difuso, (B) - reticulado (Ferreirinha 1958) ..... 27

Figura 2.23 (A) - Fibrotraqueídos, (B) - Fibras libriformes, (C ) - Fibras libriformesgelatinosas, (D) - Fibras libriformes septadas (Core et al. 1979) .......... 28

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Figura 2.24 Curvas de retracção do pinheiro bravo (Mateus 1978) ........................... 33

Figura 2.25 Sistema CIELAB 1976 (www.colourware.co.uk/cpfaq/q3-21.htm) ........ 37

Figura 2.26 Tabela de 64 pigmentos utilizados para a restauração das pinturas(National Gallery). ............................................................................................. 38

Figura 3.1 Aspecto das colecções existentes na xiloteca do Centro de Florestas eProdutos Florestais (IICT) incluindo amostras de madeira, blocos paracorte e lâminas de montagem permanente com cortes finos para obser-vação microscópica, exemplificando as três secções da madeira (trans-versal, tangencial e radial) .............................................................................. 63

Figura 3.2 Aspecto geral da xiloteca do Jardim Botânico Tropical (IICT) ............. 67

Figura 3.3 Aspecto geral do museu do Jardim Botânico Tropical (IICT) ............... 68

Figura 4.1 Aspecto geral do menu inicial da e-xiloteca do IICT .............................. 83

Figura 4.2 Aspecto geral do menu da e-xiloteca do FLOR .......................................... 84

Figura 4.3 Aspecto geral do menu da e-xiloteca do JBT ............................................ 84

Figura 4.4 Estrutura geral do lenho Acacia robusta Burch ........................................ 93

Figura 4.5 Estrutura geral do lenho Amblygonocarpus andongensis (Oliv.) Exell& Torre ................................................................................................................ 101

Figura 4.6 Estrutura geral do lenho Berchemia discolor (Klotzsch)Hemsley .............................................................................................................. 109

Figura 4.7 Estrutura geral do lenho Cedrela odorata L. ............................................. 117

Figura 4.8 Estrutura geral do lenho Cleistanthus schlechteri (Pax) Hutch ............ 125

Figura 4.9 Estrutura geral do lenho Combretum zeyheri Sond. ............................ 133

Figura 4.10 Estrutura geral do lenho Diplorhynchus condylocarpon (Mull. Arg.)Pichon .................................................................................................................. 141

Figura 4.11 Estrutura geral do lenho Melaleuca leucadendron (L.) L. .................... 149

Figura 4.12 Estrutura geral do lenho Morus mesozygia Stapf ..................................... 157

Figura 4.13 Estrutura geral do lenho Pterocarpus antunesii (Tab.) Harms ............ 164

LISTA DE FIGURAS

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Figura 4.14 Estrutura geral do lenho Rhodognaphalon schumannianum A. Robyns ..... 173

Figura 4.15 Estrutura geral do lenho Schrebera trichoclada Welw .......................... 180

Figura 4.16 Estrutura geral do lenho Syncarpia glomulifera (Sm.) Wilde ............ 189

Figura 4.17 Estrutura geral do lenho Syringa vulgaris L ............................................. 197

Figura 4.18 Estrutura geral do lenho Xylia torreana Brenan ..................................... 205

Figura 4.19 Distribuição da frequência dos valores do parâmetro L* de 98 madeiraspor 5 classes com uma amplitude de 59,20 ............................................. 210

Figura 4.20 Distribuição da frequência dos valores do parâmetro a* de 98 madeiraspor 5 classes com uma amplitude de 18,43 ............................................. 210

Figura 4.21 Distribuição da frequência dos valores do parâmetro b* de 98 madeiraspor 5 classes com uma amplitude de 33,92 ............................................. 210

Figura 4.22 Correlação entre os valores de L* em percentagem com os valores deL* da amostra polida ....................................................................................... 215

Figura 4.23 Correlação entre os valores de a* em percentagem com os valores dea* da amostra polida ....................................................................................... 215

Figura 4.24 Correlação entre os valores de b* em percentagem com os valores deb* da amostra polida ...................................................................................... 215

Figura 4.25 Fenograma de distâncias das 81 madeiras, obtido usando o métodoUPGMA aplicado à matriz de distâncias (coeficiente de correlaçãocofenética = 0,798) .......................................................................................... 226

Figura 4.26 Projecção das 81 madeiras no plano definido pelas primeira (I=23,0%) esegunda (II=15,4%) componentes principais à qual foi sobreposta aárvore de conexão mínima. .......................................................................... 227

Figura 4.27 Projecção das 20 características em estudo no plano definido pela pri-meira (I=23,1%) e segunda (II=15,1%) componentes principais. ....... 227

Figura 4.28 Projecção das 81 madeiras no plano definido pelas primeira (I=23,0%) eterceira (III=11,2%) componentes principais à qual foi sobreposta aárvore de conexão mínima. .......................................................................... 228

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Figura 4.29 Projecção das 20 características em estudo no plano definido pelaprimeira (I=23,1%) e terceira (III=11,2%) componentes principais. ........ 228

Figura 4.30 Fenograma das 70 amostras de madeira, obtido usando o método UPGMAaplicado à matriz de distâncias (coeficiente de correlação cofenéticar= 0,703) ............................................................................................................. 232

Figura 4.31 Projecção das 70 madeiras no plano definido pelas primeira (I=20,9%) esegunda (II=15,4%) componentes principais à qual foi sobrepostaa árvore de conexão mínima obtida a partir da matriz de dis-tâncias. ................................................................................................................ 234

Figura 4.32 Projecção das 20 características em estudo no plano definido pelaprimeira (I=20,9%) e segunda (II=15,4%) componentes principais ......... 234

Figura 4.33 Projecção das 70 madeiras no plano definido pelas primeira (I=20,9%) eterceira (III=11,2%) componentes principais à qual foi sobrepostaa árvore de conexão mínima obt ida a part i r da matr iz de dis-tâncias ................................................................................................................. 235

Figura 4.34 Projecção das 20 características em estudo no plano definido pela pri-meira (I=20,9%) e terceira (III=11,2%) componentes principais ........ 235

Figura 4.35 Exemplo de uma madeira clara Polyalthia fragans Benth. e Hook (C7=5)e escura Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr M16 (C7=27) .............. 237

Figura 4.36 Fenograma das 87 amostras de madeira, obtido usando o método UPGMAaplicado à matriz de distâncias (coeficiente de correlação cofenéticar = - 0,695) ......................................................................................................... 239

Figura 4.37 Projecção das 87 amostras de madeira no plano definido pelas primeira(I=26,7%) e segunda (II=17,1%) componentes principais à qual foisobreposta a árvore de conexão mínima obtida a partir da matriz dedistâncias ........................................................................................................... 241

Figura 4.38 Projecção das 13 características anatómicas no plano definido pela pri-meira (I=26,7%) e segunda (II=17,1%) componentes principais. ....... 241

Figura 4.39 Projecção das 87 amostras de madeira no plano definido pelas primeira(I=26,7%) e terceira (II=15,9%) componentes principais à qual foisobreposta a árvore de conexão mínima obtida a partir da matriz dedistâncias ........................................................................................................... 242

Figura 4.40 Projecção das 13 características anatómicas no plano definido pela pri-meira (I=26,7%) e terceira (II=15,9%) componentes principais. ......... 242

LISTA DE FIGURAS

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Figura 4.41 árvore de conexão mínima mostrando a forma como as diferentes amos-tras se ligam entre si (as distâncias não estão à escala). ..................... 243

Figura 4.42 Fenograma das 54 amostras de madeira, obtido usando o método UPGMAaplicado à matriz de distâncias (coeficiente de correlação cofenéticar = 0,720) ............................................................................................................ 246

Figura 4.43 Projecção das 54 amostras de madeira no plano definido pelas primeira(I=30,1%) e segunda (II=28,0%) componentes principais à qual foi so-breposta a árvore de conexão mínima obtida a partir da matriz dedistâncias ........................................................................................................... 248

Figura 4.44 Projecção das 14 características físicas no plano definido pela primeira(I=30,1%) e segunda (II=28,0%) componentes principais. .................. 248

Figura 4.45 Projecção das 54 amostras de madeira no plano definido pelas primeira (I=30,1%)e terceira (III=14,2%) componentes principais à qual foi so-breposta a árvore deconexão mínima obtida a partir da matriz de distâncias ................................. 249

Figura 4.46 Projecção das 14 características físicas no plano definido pela primeira(I=30,1%) e terceira (III=14,2%) componentes principais. ................... 249

Figura 4.47 Figura 4.37 em que as projecção das 87 amostras de madeira no planodefinido pelas primeira (I=26,7%) e segunda (II=17,1%) componentesprincipais à qual foi sobreposta a árvore de conexão mínima obtida apartir da matriz de distâncias, são agora identificadas por um códigorepresentativo dos seus nomes científicos. .............................................. 252

Figura 4.48 Figura 4.43 em que as projecção das 54 amostras de madeira no planodefinido pelas primeira (I=30,1%) e segunda (II=28,0%) componentesprincipais à qual foi sobreposta a árvore de conexão mínima obtida apartir da matriz de distâncias e estão identificadas por um código dosseus nomes científicos. .................................................................................. 255

Figura 4.49 Correlação canónica entre o grupo de variáveis físicas e o grupo devariáveis anatómicas para um conjunto de 28 amostras de madeira. ....... 258

Figura 4.50 Representação gráfica da variação da densidade da madeira com carac-terísticas biométricas dos vasos: a) número de vasos / mm2 (V1); b)comprimento dos elementos dos vasos (V6); c) diâmetro tangencial mé-dio dos vasos (V7) ............................................................................................ 263

Figura 4.51 Representação gráfica da variação da densidade da madeira com carac-terísticas biométricas das fibras: a) espessura de parede (F1); b) compri-mento (F2); c) razão entre espessura e largura (F1/F4) ......................... 264

Page 23: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

Figura 4.52 Representação gráfica da variação da densidade da madeira com caracterís-ticas biométricas dos raios: a) altura média (R5); b) largura média (R8) ...... 265

Figura 4.53 Representação gráfica da variação da densidade da madeira com osparâmetros colorimétricos: a) L* (C4); b) a* (C5); c) b* (C6) ............... 266

Figura 4.54 Representação gráfica da variação do parâmetro colorimétrico L* (C4)com: a) razão entre espessura e largura das fibras (F1/F4); b) espessurade parede das fibras (F1) ................................................................................ 268

Figura 4.55 Representação gráfica da variação do parâmetro colorimétrico b* (C6)com: a) comprimento das fibras (F2); b) largura média dos raios (R8); c)diâmetro tangencial médio dos vasos (V7) ................................................ 269

Figura 4.56 Representação gráfica da variação da anisotropia: a) com o parâmetro L*(C4); b) com o parâmetro a* (C5) ................................................................ 270

Figura 4.57 Representação gráfica da humidade de equilíbrio ao ar (FIS3): a) com oparâmetro L* (C4); b) com o parâmetro b* (C6) ...................................... 271

Page 24: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

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LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 Esquema associando cada tipo de células do lenho às suas principaisfunções (Esau 1974) .........................................................................................8

Quadro 2.2 Classificação das densidades da madeira segundo Normas do LNEC(1960) ................................................................................................................ 31

Quadro 2.3 Classificação das madeiras quanto à retracção, segundo as Normasdo LNEC.............................................................................................................34

Quadro 2.4 Xilotecas com mais de 10.000 amostras, referenciadas, por W. Stern,em 1957 .............................................................................................................48

Quadro 2.5 Importações portuguesas de madeiras tropicais de 2002 a 2007(1000 m3) ...........................................................................................................53

Quadro 2.6 Principais espécies t ropicais importadas por Portugal em 2006e 2007 .................................................................................................................53

Quadro 2.7 Lista das espécies madeireiras cujo comércio é restringido pela CITES ..54

Quadro 2.8 Percentagem de volume total do estrato florestas densas por espéciepara as 10 espécies de maior volume .......................................................57

Quadro 2.9 Espécies florestais mais exploradas em Moçambique ..........................58

Quadro 2.10 Estimativas do incremento médio anual (m3/ha/ano) por província emMoçambique .....................................................................................................58

Quadro 2.11 Produção de madeira em toros e transformada em Moçambique(1994 a 1998) ....................................................................................................60

Page 26: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

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Quadro 2.12 Exportações de toros e madeira serrada de Moçambique(1994 a 1998) ....................................................................................................60

Quadro 3.1 Material de estudo da colecção de Moçambique (Freitas 1955) da xilotecaFLOR/IICT .........................................................................................................64

Quadro 3.2 Material de estudo da colecção de Timor relativa às duas contribui-ções I (Freitas 1955) e II (Freitas 1958) da xiloteca FLOR/IICT .........65

Quadro 3.3 Material de estudo da colecção da Índia Portuguesa (Freitas 1963) daxiloteca FLOR/IICT .........................................................................................66

Quadro 3.4 Colecção de Moçambique da xiloteca do Jardim Botânico Tropical .....68

Quadro 3.5 Colecção de Timor da xiloteca do Jardim Botânico Tropical ............70

Quadro 3.6 Colecção da Índia (geral) da xiloteca do Jardim Botânico Tropical ......71

Quadro 3.7 Colecção da Índia Portuguesa (Goa) da xiloteca do Jardim BotânicoTropical .............................................................................................................72

Quadro 3.8 Material de estudo da nova colecção vinda da xiloteca da UEM –Maputo, e integrada na xiloteca IICT-FLOR ............................................73

Quadro 3.9 Medições biométricas efectuadas referindo-se o número de mediçõese secção em que se fez a observação.......................................................76

Quadro 3.10 Codificação da escala de cores resultante da análise macroscópica dasamostras (C7) ...................................................................................................81

Quadro 4.1 Material estudado da colecção Universidade EM – Moçambique .....88

Quadro 4.2 Diferença dos valores das amostras polidas (C4, C5, C6) e expostas aoar (C1, C2, C3) para os parâmetros L*, a* e b* e sua percentagemrelativamente ao valor determinado na amostra polida .................... 211

Quadro 4.3 Tabela de cores da madeira com os 3 parâmetros (L*, a*, b*) pelaordem decrescente do parâmetro L* ....................................................... 217

Quadro 4.4 Espécies que apresentam os valores mínimos e máximos encontradospara as variáveis estudadas ....................................................................... 223

Quadro 4.5 Correlação entre as três primeiras componentes principais e as 20 variá-veis originais, indicando-se também o valor próprio, a percentagem davariância e a variância acumulada para cada uma das componentes. .....230

Page 27: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

Quadro 4.6 Correlação entre as três primeiras componentes principais e as 20variáveis originais, indicando-se também o valor próprio, a percenta-gem da variância e a variância acumulada para cada uma das compo-nentes. ............................................................................................................. 233

Quadro 4.7 Correlação entre as três primeiras componentes principais e as 13variáveis originais, indicando-se também o valor próprio, a percenta-gem da variância e a variância acumulada para cada uma das compo-nentes. ............................................................................................................. 238

Quadro 4.8 Correlação entre as três primeiras componentes principais e as 14variáveis originais, indicando-se também o valor próprio, a percenta-gem da variância e a variância acumulada para cada uma das compo-nentes. ............................................................................................................. 247

Quadro 4.9 Conjunto de amostras pertencentes à mesma espécie ou só ao mesmogénero, que integram a análise com base nas características anató-micas ............................................................................................................... 251

Quadro 4.10 Conjunto de amostras pertencentes à mesma espécie ou só ao mesmogénero, que integram a análise com base nas características físicas ......254

Quadro 4.11 As 28 espécies seleccionadas para a correlação canónica .............. 257

Quadro 4.12 Significância estatística das duas primeiras correlações canónicasentre as variáveis anatómicas e físicas da madeira ........................... 257

Quadro 4.13 Valores de correlação da densidade da madeira (FIS1) com algumasvariáveis anatómicas .................................................................................... 263

Quadro 4.14 Valores de correlação da densidade da madeira (FIS1) com algumaspropriedades físicas ..................................................................................... 265

Quadro 4.15 Valores de correlação dos parâmetros colorimétricos (L*, a*, b*) comalgumas variáveis anatómicas ................................................................... 267

Quadro 4.16 Valores de correlação dos parâmetros colorimétricos (L*, a*, b*) comalgumas variáveis físicas ............................................................................. 270

LISTA DE QUADROS

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PREÂMBULO

“A madeira acompanha o homem desde o berço até ao caixão”.

Súplica da árvore ao viandanteTu que passas e ergues para mim o teu braço,

Antes que me faças mal, olha-me bem.Eu sou o calor do teu lar nas noites frias de Inverno;

Eu sou a sombra amiga que tu encontrasQuando caminhas sob o sol de Agosto;

E os meus frutos são a frescura apetitosaQue te sacia a sede nos caminhos.Eu sou a trave amiga da tua casa,

Sou a tábua da tua mesa, a cama em que tu descansasE o lenho do teu barco.

Eu sou o cabo da tua enxada, a porta da tua morada,A madeira do teu berço e o aconchego do teu caixão.

Sou o pão da bondade e a flor da Beleza.TU QUE PASSAS, OLHA-ME BEM … NÃO ME FAÇAS MAL.

Albano A. Mira Saraiva

Plátano monumental de Alijó, conhecido como a “árvore grande”. Plantado em1856 e classificado de interesse público em 1953. Segundo Ernesto Goês, ca1984,tinha 6 m. de D.A.P., 30 m. de altura, e 26 m. de diâmetro de copa.

Trata-se de um Platanus hybrida brot.; Família Platanaceae, mandado plantarpelo Visconde de Alijó no ano 1856.

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1. ENQUADRAMENTO E OBJECTIVOS

A madeira é um material natural heterogéneo que apresenta grande diversidadeno aspecto geral macroscópico (por exemplo, na cor, desenho e textura) e microscó-pico (na estrutura interna, como por exemplo, na distribuição e percentagem detecidos e nas dimensões das células), na composição química (por exemplo, no teorde extractivos), nas propriedades físicas (por exemplo, na densidade e retracção),mecânicas (por exemplo, na compressão e flexão) e na durabilidade, de que resultamdiferentes aptidões tecnológicas e, consequentemente, diversas utilizações possíveis.Esta grande diversidade de madeiras é consequência da existência de inúmeras espé-cies, especialmente nas regiões tropicais, o que requer a respectiva identificaçãotanto científica como comercial.

A sistematização da informação sobre as madeiras das diferentes espécies, in-cluindo aspectos de identificação, de caracterização e de utilização, tem sido desdesempre considerada importante e existem publicadas obras de referência para madei-ras, muitas vezes agrupadas por regiões ou grupos de famílias, tais como, por exem-plo, Bolza & Keating (1972), Boutelje (1980), Détienne & Jacquet (1983). Para alémdas publicações, a existência de uma xiloteca, como colecção validada de amostrasde madeiras de diferentes espécies, é um instrumento precioso para suporte científicoda informação.

Os meios electrónicos permitem hoje fazer a sistematização da informação exis-tente e disponibilizá-la a públicos diferenciados, tendo em vista diferentes fins, querde índole prática e económica, quer científica ou pedagógica. Os elementos quepodem integrar este tipo de base de dados vão desde o inventário de espécies, àsrespectivas fichas caracterizadoras, que incluem dados sobre a distribuição geográfi-ca, a estrutura e a anatomia, as propriedades físico-mecânicas, a durabilidade e asutilizações das diferentes madeiras, assim como as imagens sobre o seu aspecto gerale microscópico (por exemplo, cortes histológicos das três secções da madeira). Podeassim criar-se uma xiloteca em suporte electrónico, que se poderá designar por e-xiloteca, que sistematiza a informação e a disponibiliza ao público, permitindo autilização das suas bases de dados por diferentes tipos de utilizadores e para finsdiversos.

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A preocupação com a sustentabilidade das florestas, nomeadamente nas regiõestropicais, e a necessidade de respeitar convenções e acordos internacionais têm con-tribuído de maneira decisiva para a procura de identificação e caracterização deamostras de madeira, tanto mais que se tem verificado a entrada no mercado demadeiras muitas vezes provenientes de abates ilegais. A disponibilização deste tipode informação técnica e científica a entidades públicas, privadas e cooperativas, eparticularmente para a indústria de madeiras, exploração florestal e sector decomercialização no mercado nacional e internacional parece ser de grande utilidade.

Também o conhecimento das características das madeiras permite a sua explo-ração, comercialização e utilização, podendo representar um potencial importante dedesenvolvimento. Em geral, o comércio de madeiras tropicais restringe-se a um pe-queno número de espécies, levando frequentemente a uma sobre-exploração, que põeem causa a sustentabilidade da floresta. Uma exploração diversificada, incluindoespécies actualmente consideradas como secundárias, desde que as madeiras apre-sentem valor tecnológico, pode representar uma alternativa pois permite a introduçãode um maior número de espécies no processamento tecnológico e no comércio inter-nacional de madeiras.

Por outro lado, são frequentes os problemas com a nomenclatura das madeiras,sobretudo nas madeiras tropicais, dada a multiplicidade de designações comerciaisexistentes no mercado. Por exemplo, uma mesma designação comercial é, em muitoscasos, atribuída a madeiras muito diferentes, sem qualquer afinidade botânica, en-quanto que também os nomes vernáculos decorrentes de diferentes zonas e resultan-tes de diferentes dialectos contribuem para a confusão no que respeita à nomenclatu-ra das madeiras. A consulta a uma base de dados de madeiras permitirá a especificaçãode uma madeira através do nome botânico, para além da designação comercial reco-nhecida no mercado.

Este tipo de base de dados pode também ser utilizada para fins científicos,explorando a informação sobre a caracterização das madeiras a nível anatómico,químico e de propriedades físicas e mecânicas. Deve tratar-se, assim, como um siste-ma aberto, permitindo a entrada de nova informação à medida que se encontredisponível e podendo também incluir novas áreas de interesse.

Constitui objectivo geral desta tese obter e sistematizar informação sobre acaracterização de madeiras tropicais, de modo a contribuir para uma melhor utiliza-ção destas espécies, tendo em vista a sustentabilidade dos recursos e a economia daexploração das madeiras.

Os objectivos específicos são:- Criação de uma xiloteca electrónica, virtual, que se designa e-xiloteca, tendo

por base uma xiloteca real de amostras de madeira e de cortes microscópicos para asespécies tropicais de regiões de África e Ásia, antigas colónias de Portugal (perten-cente ao Instituto de Investigação Científica Tropical), sob a forma de uma base dedados que inclua as informações existentes.

- Complementação da colecção com novas espécies e realização de trabalhoexperimental original para a sua caracterização.

- Quantificação experimental da cor das madeiras tropicais existentes na xilotecae análise da sua variabilidade com vista à proposta de uma tabela de cores.

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- Utilização científica da informação sistematizada sobre as características dasmadeiras para o estudo da relação entre espécies e propriedades, nomeadamentesobre a influência das características anatómicas nas propriedades físicas das madei-ras.

- Desenvolvimento de um conjunto de consultas de índole prática, dirigido aagentes económicos do sector, tendo em vista a comercialização, a transformação e aaplicação das madeiras tropicais.

I. ENQUADRAMENTO E OBJECTIVOS

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2. INTRODUÇÃO

2.1. CARACTERIZAÇÃO DAS MADEIRAS

2.1.1. Estrutura anatómicaA madeira não é uma massa homogénea, mas sim formada por diversos elemen-

tos celulares cuja forma, tamanho, número e disposição variam muito de espécie paraespécie. As aplicações tão variadas da madeira resultam das suas diferentes proprie-dades e estas são consequência da sua composição e estrutura interna.

A estrutura lenhosa das plantas evoluiu ao longo do tempo, pelo que o estudoindividualizado do xilema contribui para enquadrar a planta na respectiva escalaevolutiva (Esteban et al. 2003).

O tecido vascular primário diferencia-se a partir do corpo primário através doprocâmbio ou tecido provascular e o tecido vascular secundário resulta do desenvol-vimento da planta através da actividade do câmbio vascular. O processo de formaçãodo xilema a partir do câmbio vascular é descrito por vários autores (Esau 1974, Fahn1985, Dickison 2000, Sharp 2004). O câmbio vascular é um meristema lateral queforma os tecidos vasculares secundários (Figura 2.1), o xilema para o interior e ofloema para o exterior. As células cambiais ocorrem em dois formatos: inicial fusiformee inicial radial (Figura 2.1). A inicial fusiforme é mais longa que larga e tem formatode fuso, aproximadamente prismática na parte central e em forma de cunha nasextremidades. A inicial radial varia de ligeiramente alongada a aproximadamenteisodiamétrica. O sistema axial do xilema secundário deriva das células iniciais fusiformese o sistema radial das células iniciais radiais (Figura 2.1).

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Figura 2.1 – Câmbio vascular em relação aos tecidos que dele derivam. (A) -inicial fusiforme; (B) - inicial radial; (C ) - corte transversal; (D) - corte radial (sósistema axial); (E) - corte radial (apenas raio) (Esau 1974)

O lenho, ou xilema, é o principal tecido condutor de água das plantas vascularese está associado a um outro tecido, com função de condução dos alimentos, designa-do por líber ou floema. A estes dois tecidos condutores dá-se o nome geral de tecidosvasculares, formando um sistema vascular contínuo, que percorre toda a planta (Figu-ra 2.2).

Figura 2.2 - Diagrama de um bloco, representando o sistema axial e radial, ascaracterísticas básicas dos tecidos vasculares secundários e a relação com o câmbio e aperiderme (Esau 1974)

Lenho inicialLenho final

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A estrutura básica do xilema secundário possui dois sistemas de elementos, quediferem na orientação dos seus eixos longitudinais: um é vertical e o outro horizontal.O sistema vertical é formado por vasos, fibras e parênquima e o sistema horizontalcompreende os raios. Na Figura 2.3 podem observar-se os diferentes tipos de célulascomponentes do xilema secundário (Esau 1974). A estrutura do xilema secundário dasconíferas é mais simples e homogénea do que das folhosas. A diferença principal estána ausência de vasos no lenho das coníferas e na sua presença nas folhosas, assimcomo a pequena quantidade relativa de parênquima, sobretudo axial, nas coníferas(Fahn 1985).

Figura 2.3 – Tipos de células componentes do xilema secundário, obtidas de ele-mentos do lenho dissociado. A-C, elementos de vaso largos, D-F, elementos de vaso estrei-tos. G, traqueído. H, fibrotraqueído. I, fibra libriforme. J, célula parenquimatosa doraio. K, feixe de parênquima axial (Esau 1974)

Segundo Esau (1974), pode associar-se a cada tipo de células as suas principaisfunções (Quadro 2.1). Os traqueídos, com origem nas células fusiformes iniciais, sãocélulas muito estreitas e compridas, e com função de transporte e suporte. Nas folhosas,os vasos existem com função de transporte e as fibras são células de parede maisespessa, com função de suporte. Os raios têm origem nas células iniciais radiais eaparecem em maior quantidade nas folhosas que nas coníferas. Os fibrotraqueídos,com origem nas células inicias fusiformes, têm mais função de suporte que de trans-porte, pois possuem um lúmen menor e maior espessamento de parede. O parênquima,tecido com função de armazenamento, é geralmente mais abundante nas folhosas quenas coníferas e a sua distribuição é muito importante na identificação de madeiras(Butterfield 2006).

II. INTRODUÇÃO

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Quadro 2.1 – Esquema associando cada tipo de células do lenho às suas princi-pais funções (Esau 1974)

Nos climas temperados, consideram-se três períodos de desenvolvimento dolenho durante um ano: repouso vegetativo, que vai desde os primeiros frios até aoinício da primavera, uma formação intensa de células de grandes dimensões transver-sais e paredes pouco espessas e uma terceira fase, que encerra o ciclo, altura em queocorre deficiência em água e subida de temperatura e luz, originando células demenor calibre mas maior espessamento de parede. Fica assim formada a camadaanual ou anel, correspondendo à porção de lenho que se forma num ano, com umazona inicial - lenho inicial e uma zona final - lenho final (Sharp 2004). A proporçãoentre lenho inicial e final no anel pode ser afectada pela duração dos períodos decrescimento, condições climáticas e disponibilidade do solo em água e nutrientes. Aformação dos anéis na árvore, para além dos factores ambientais (Gourlay 1995,Pumijumnong et al. 1995), é também determinada geneticamente (Schweingruber et al.2006, Schweingruber 2007). As diferenças estruturais entre cada um dos tipos de lenhoconferem às camadas diferentes propriedades físicas e mecânicas. O lenho final maisdenso, menos poroso, e com maior resistência mecânica é mais retráctil do que olenho inicial (Spear & Walker 2006).

Com o desenvolvimento da árvore, o lenho formado nos vários períodos decrescimento é diferente. Distingue-se o lenho juvenil e o lenho adulto (Hakkila 1989,Zobel & van Buijtenen 1989, Chauhan et al. 2006), que diferem estruturalmente nabiometria das células e organização da parede celular, e apresentam diferentes propri-edades, tais como densidade e resistência mecânica, originando características e pro-priedades tecnológicas diferentes.

A árvore juvenil está quase toda ela dominada pela copa, e esta exerce umainfluência pronunciada no tipo de madeira produzida. Assim, as características desta

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madeira introduziram o conceito de lenho juvenil, lenho que se encontra localizadona zona central do tronco (Sharp 2004). Conforme a espécie, assim varia o seu perío-do de desenvolvimento, geralmente de 5 a 20 anos (Hakkila 1989, Zobel & Buijtenen1989), dependendo também das condições ambientais, pois elas influenciam o ritmode crescimento. Segue-se a formação do lenho adulto, que reveste perifericamente olenho juvenil. No geral, o lenho juvenil e o lenho adulto diferem na sua estrutura,propriedades químicas e físicas. O comprimento das células, a espessura da parede ea percentagem de lenho final no anel é mais baixa no lenho juvenil (Sharp 2004,Schweingruber et al. 2006); geralmente ao lenho juvenil associam-se fibras curtas,baixo teor em celulose, grão espiralado, baixa densidade, grande retracção longitudi-nal e baixa resistência (Dickison 2000) e também presença de lenho de reacção(Zobel & van Buijtenen 1989), considerando-se com menor valor do ponto de vistatecnológico.

2.1.1.1. Características macroscópicasa) Secções da madeiraO aspecto da madeira varia de acordo com a face observada, uma vez que se

trata de um material heterogéneo constituído por células dispostas e organizadas emdiferentes direcções. No estudo anatómico do lenho são utilizados três tipos de pla-nos de corte: transversal, radial e tangencial (Hather 2000). O plano transversal (X) éperpendicular ao eixo da árvore, o longitudinal radial (R) é paralelo aos raios eperpendicular aos anéis de crescimento e o longitudinal tangencial (T) é tangente aosanéis de crescimento e perpendicular aos raios (Figura 2.4).

Figura 2.4 – Planos da madeira e sua designação X - transversal, R - radial e T -tangencial (Core et al. 1979)

II. INTRODUÇÃO

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O corte transversal intersecta transversalmente as células do sistema axial, revelan-do as suas menores dimensões. Neste corte, os raios ficam expostos na sua extensãolongitudinal (Figura 2.5). Longitudinalmente podem obter-se dois tipos de corte: o tangencial(perpendicular ao raio) e o radial (paralelo ao raio). Ambos mostram a face longitudinaldas células do sistema axial, mas dão duas imagens diferentes dos raios. O corte tangencial,perpendicular aos raios, secciona-os de topo, quase perpendicularmente à sua extensãohorizontal, dando informação sobre a sua altura e largura. Pode também determinar-se onúmero de células em largura. O corte radial, paralelo aos raios, mostra-os como faixashorizontais e se seccionar um raio pelo seu plano médio dá a sua altura (Figura 2.5).

O facto dos elementos celulares da madeira apresentarem diferentes aspectos con-soante a secção (Figura 2.5) é determinante no aspecto visual da madeira e na suaapreciação (Bishop 1999, Vial 2001, Souza et al. 2002). Relativamente às característicasgerais visíveis macroscopicamente devem destacar-se as camadas de crescimento, textura,fio, cor, brilho e desenho (Rivers & Umney 2003).

Figura 2.5 – Cortes anatómicos: transversal, tangencial e radial (da esquerdapara a direita). A - vaso, B - raio (Hoadley 1984)

b) Camadas de crescimentoEm regiões caracterizadas por clima temperado, os anéis de crescimento representam

habitualmente o incremento anual da árvore. A cada ano é acrescentado um novo anel aotronco, daí a designação de anéis anuais, cuja contagem permite conhecer a idade daárvore. Em secção transversal, em cada anel de crescimento notam-se duas zonas, uma decélulas de maior diâmetro e paredes mais finas (lenho inicial), com cor mais clara, e outrade células de menor diâmetro e paredes mais espessas (lenho final), apresentando um tommais escuro (Figura 2.4).

Para as espécies de climas tropicais, onde o crescimento pode ser contínuo, as madei-ras parecem não ter anéis de crescimento. São excepções notáveis a teca (Tectona grandis),o padouk (Pterocarpus spp.) ou o sapeli (Entandrophragma cylindricum), entre outras(Sharp 2004). Se os anéis são visíveis, podem, no entanto, não corresponder necessariamen-te a anéis anuais e resultarem de paragens de crescimento por factores ambientais (períodosde secura / chuva), que é mais tarde reactivado, conduzindo à formação de falsos anéis

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anuais, marcados por células radialmente comprimidas e paredes espessadas (Butterfield2006, Vaganov et al. 2006, Schweingruber 2007).

As camadas de crescimento podem ser distintas ou indistintas. O seu contorno podeser definido ou indefinido, consoante a linha de demarcação entre as camadas é perfeita-mente nítida ou simplesmente esbatida. O contorno pode ser regular ou irregular e, dentrodeste, pode ser flexuoso, ondulado ou denteado (Ferreirinha 1958).

A largura das camadas de crescimento indica o modo como se processou o cresci-mento. A sua variação depende de muitos factores, genéticos e ecológicos, tais como aduração do período vegetativo, temperatura, humidade, qualidade do solo, luminosidade eexploração florestal (espaçamento, desbaste, concorrência, etc.) (Burger & Richter 1991,Barbour 2004, Schweingruber 2007).

c) Textura, fio, brilho, desenhoTextura é o efeito produzido na madeira pelas dimensões, distribuição e percentagem

dos diversos elementos estruturais que, no seu conjunto, a constituem (Burger & Richter 1991),nomeadamente a dimensão dos vasos, largura e abundância dos raios (Rivers & Umney 2003).Segundo a “Terminologia de Madeiras” do LNEC (1955) distinguem-se quatro tipos de textura:fina (os elementos do lenho têm dimensões pequenas, madeiras com superfícies muito maci-as, sem sulcos nem poros (ex: buxo), grosseira (os elementos do lenho têm dimensõesgrandes, madeiras com poros muito abertos e raios muito largos (ex: carvalho), uniforme (ascamadas de crescimento são pouco diferenciadas entre si, homogéneas, típico da regiãoequatorial, em que a árvore cresce dum modo contínuo) e não uniforme (as camadas decrescimento são diferenciadas entre si, heterogéneas, típico das regiões temperadas).

O fio depende da orientação geral dos elementos verticais constituintes do lenho emrelação ao eixo da árvore (Rivers & Umney 2003). No decorrer do processo de crescimento,existe uma grande variação natural no arranjo e direcção dos tecidos axiais, originando váriostipos de fios: recto ou direito (considerado o normal, ex: faia) que apresenta os tecidos axiaisorientados paralelamente ao eixo principal do tronco e é apreciado por contribuir para umaelevada resistência mecânica, fácil processamento e não provocar deformações indesejáveisquando da secagem da madeira); torcido (orientação em espiral dos elementos axiais constitu-intes da madeira em relação ao eixo do tronco, característico em madeiras tropicais maspouco comum em espécies de clima temperado, com redução na resistência mecânica damadeira e dificuldade de trabalho (Zobel & van Buijtenen 1989), especialmente na fase doacabamento superficial); revesso (tecidos axiais da madeira orientados em diversas direcções,que não afecta apreciavelmente a resistência mecânica da madeira mas dá origem a deforma-ções e empenos durante a secagem, provoca dificuldade de corte radial e madeiras com mauacabamento (Zobel & van Buijtenen 1989), ex: eucalipto); ondulado (desenvolvimento sinuo-so dos elementos axiais do lenho, acompanhado ou não, de alternância de inclinação ao longodas camadas de crescimento, as consequências para a madeira são praticamente as mesmasdo fio revesso; as superfícies longitudinais apresentam faixas escuras e claras, alternadas e debelo efeito decorativo; ex: Milicia sp.) (Burger & Richter 1991).

O brilho é a capacidade de um corpo reflectir a luz incidente. A face longitudi-nal radial é sempre a mais reluzente pelo efeito das faixas horizontais dos raios. Aimportância do brilho é principalmente de ordem estética, e esta propriedade podeser acentuada artificialmente através de polimentos e acabamentos superficiais. Sob o

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

ponto de vista de identificação e distinção de madeiras, esta característica não érelevante (Burger & Richter 1991). Trata-se de uma característica, independente dacor, que varia com o tipo de estrutura, percentagem e natureza das inclusões, secçãode corte, ângulo de incidência da luz, etc. Certas inclusões cerosas ou oleosas dão,por exemplo, um aspecto baço à madeira (Ferreirinha 1958).

O desenho é o termo usado para descrever a aparência natural das faces da madeirae depende muito da técnica de corte utilizada nas diferentes peças. O aspecto decorativoque resulta do desenho da madeira pode ser aproveitado para valorizar o material (Rivers& Umney 2003). Alguns tipos de desenho são: espelhado, flor, espinhado, venado, man-chado, acetinado, listado (LNEC 1955). Desenhos especialmente atraentes têm a sua ori-gem em certas características, tais como fio irregular, nós, crescimento excêntrico e depo-sições irregulares de substâncias corantes (Burger & Richter 1991).

2.1.1.2. O xilema secundário de coníferasA estrutura do lenho das coníferas, quando comparado com o lenho das folhosas,

é anatomicamente mais simples e mais homogénea, com predominância de elementoslongos e rectos (Butterfield 2006). Verifica-se ausência de vasos, sendo a função detransporte assegurada pelos traqueídos, que têm também a função de suporte. Oparênquima lenhoso é menos abundante: os raios são mais estreitos (excepto quandoexistem canais de resina) (Figura 2.6).

A dimensão das células, o arranjo, a distribuição e a percentagem de tecidos têmgrande importância na qualidade da madeira e na sua utilização e variam na árvore eentre árvores da mesma ou de espécies diferentes (Zobel & van Buijtenen 1989).

Figura 2.6 – Diagrama de umbloco do lenho e câmbio vascular deuma conífera (Esau 1974)

Lenho inicial

Lenho final

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a) TraqueídosOs traqueídos são células alongadas e estreitas, mais ou menos pontiagudas,

que ocupam 90% (Sharp 2004) a 93% (Zobel & van Buijtenen 1989) do volume damadeira. Uma vez formados pelo câmbio, os traqueídos têm uma longevidade muitocurta; e perdem o conteúdo celular, tornando-se tubos ocos de paredes lenhificadas,que desempenham as funções de condução e suporte. Para que se dê a circulação delíquidos, as paredes dos traqueídos apresentam pontuações areoladas, pelas quais oslíquidos passam de célula para célula (Burger & Richter 1991).

Nos anéis de crescimento, os traqueídos correspondentes ao início e final doperíodo vegetativo apresentam diferenças morfológicas marcadas (Figura 2.7), resul-tantes de factores intrínsecos à árvore (por ex. concentração hormonal) ou factoresexternos (nutrientes disponíveis, humidade, temperatura) (Barbour 2004). Assim, noinício da estação, os traqueídos são grandes e de paredes finas, com numerosaspontuações areoladas, com um formato poligonal em secção transversal, e desempe-nham preponderantemente a função de condução, contrastando com os que se for-mam no fim de estação, pequenos, de paredes espessas com poucas pontuações, comum formato mais ou menos rectangular quando observados transversalmente, e exer-cendo mais acentuadamente a função de suporte (Burger & Richter 1991).

Figura 2.7 – Transição abrupta na madeira do Pinus resinosa (Resinosa). (ew) -Zona de lenho inicial, (lw) - Zona de lenho final, (rc) - canal de resina, (r ) - raios(Core et al. 1979)

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

b) Parênquima axialAs células do parênquima axial apresentam-se quase sempre dispostas em

cadeias ou séries (Raposo 1951). A forma das células é rectangular e as paredesgeralmente finas e não lenhificadas; são mais curtas do que os traqueídos, apresen-tando frequentemente substâncias incluídas, entre outras, os grãos de amido(Butterfield 2006). Este tipo de células nem sempre ocorre nas coníferas, mas estãopresentes, por exemplo, nas podocarpáceas, pináceas e cupressásseas e ausente nasaraucáreas (Burger & Richter 1991). Quando existem, podem estar dispersas pelolenho, designando-se parênquima axial difuso (Podocarpus), formando faixas juntoaos limites dos anéis de crescimento, denominando-se parênquima axial marginal(Cedrus), ou fazendo parte dos canais de resina designado epitelial (Pinus) (Chattaway1955, Burger & Richter 1991).

c) Canais de resinaOs canais de resina são espaços intercelulares delimitados por células epiteliais,

especial izadas na produção de res ina, que neles é vert ida (Figura 2.7) .Morfologicamente diferem dos elementos de parênquima longitudinal normais porserem mais curtas e hexagonais e conterem um núcleo grande e citoplasma densoenquanto vivas (Burger & Richter 1991), mas nem sempre é clara a distinção e nestesentido Wiedenhoef & Miller (2002) propõem nova terminologia para os canais deresina e células que lhe estão associadas. Os canais podem ocupar a posição vertical(canais de resina axiais ou longitudinais) ou horizontal (canais de resina radiais outransversais) e, neste caso, ocorrem sempre dentro de um raio (raio fusiforme) (Burger& Richter 1991).

Os canais de resina constituem um elemento importante para a distinção decertas madeiras, pois em algumas estão sempre presentes (Pinus, Picea, Pseudotsuga eLarix) enquanto se encontram ausentes noutras (Sequoia e Araucaria) (Venet 1986,Burger & Richter 1991, Hather, 2000, Sharp 2004, IAWA 2004).

Os canais de resina axiais podem surgir em consequência de ferimentos provo-cados na árvore, mesmo em madeiras em que são normalmente ausentes (Tsuga eAbies), designando-se por canais de resina traumáticos (Shweingruber et al. 2006).Enquanto os canais normais ocorrem de forma difusa na madeira, os traumáticossurgem em faixas tangenciais regulares, correspondentes à época em que foram origi-nados (Burger & Richter 1991, IAWA 2004).

d) RaiosOs raios ocupam cerca de 7% do volume de lenho (Sharp 2004) e são formados

por células de parênquima radial, dispondo-se perpendicularmente aos traqueídoslongitudinais. A função dos raios é armazenar e conduzir transversalmente substânci-as nutritivas como amido, óleos, etc. (Figura 2.7). Apresentam muitas vezes inclusõesde taninos e cristais, cujo tipo e disposição constituem informações importantes paraa identificação das madeiras. Estas células caracterizam-se por apresentarem paredesrelativamente finas, na maioria dos casos não lenhificadas, e pontuações simples. Osraios são normalmente unisseriados e menos frequentemente bisseriados ou trisseriados.Os raios das coníferas podem ser constituídos apenas de células parenquimatosas:

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raios homogéneos, como na Araucaria; ou apresentar traqueídos radiais, geralmentenas suas margens: raios heterogéneos, como em Cedrus e Cupressus (Raposo 1951,Jacquiot 1955) provavelmente para aumentar a eficiência na condução radial (Dickison2000). Ocasionalmente podem surgir raios formados exclusivamente por traqueídosradiais que, embora de constituição homocelular, são convencionalmente denomina-dos heterogéneos (Burger & Richter 1991).

e) PontuaçõesAs pontuações são orifícios na parede secundária, com função importante na

passagem de líquidos de célula para célula (Figura 2.8). As variações na estrutura,forma, tamanho e arranjo das pontuações parecem ser adaptadas para uma melhoreficiência na condução e prevenção do embolismo (Jansen et al. 2003). O estudo daspontuações areoladas e da sua disposição tem muito interesse para a identificação eutilização da madeira (secagem, preservação, difusão de substâncias químicas nafabricação de papel, etc.) Regra geral, as pontuações areoladas localizam-se nas pare-des radiais dos traqueídos longitudinais e, menos frequentemente, nas tangenciais.Por este motivo, o plano de corte mais adequado para se observar de frente aspontuações areoladas, é o longitudinal radial (Burger & Richter 1991).

Figura 2.8 – Imagem de microscópio electrónico de varrimento, dos traqueídos esuas pontuações - Pinus strobus, (a) abertura da pontuação, (d) areola (Core et al.1979)

Na identificação de madeiras é importante observar os diferentes tipos de pontua-ções que surgem nas zonas de contacto entre as células parenquimatosas dos raios e ostraqueídos longitudinais, designadas pontuações do campo de cruzamento (Schweingruber1990, Dickison 2000, IAWA 2004). Essas pontuações fazem a circulação dos líquidosentre o centro e a periferia do tronco e a base e o topo da árvore (Figura 2.9).

Segundo Phill ips (1948), existem cinco tipos de pontuações (Figura 2.9):fenestriforme (Pinus strobus, Pinus silvestris, Pinus clusiana), pinóide (Pinus), piceóide(Pseudotsuga, Larix, Picea abies), cupressóide (Taxus bacata, Araucaria, Cedrus) e

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

taxodióide (Sequoia, Cryptomeria, Taxodium). Wiedenhoeft & Miller (2005) conside-ram ainda um outro tipo de pontuações que designam por araucarióide, existente naAraraucaria angustifolia.

Figura 2.9 – Pontuações de um campo de cruzamento em secção radial. (A) –Fenestriforme em Pinus strobus (B) – Pinóide em Pinus elliottii (C ) – Piceóide emPseudotsuga mensiezii (D) – Cupressóide em Juniperus virginiana (E) - Taxodióide emAbies concolor (F) Araucarióide em Araucaria angustifolia. Escala = 30 m (Wiedenhoeft& Miller 2005)

2.1.1.3. O xilema secundário de folhosasA estrutura do lenho das folhosas é mais evoluída, estruturalmente mais especializa-

da e complexa, quando comparada com o lenho das coníferas, oferecendo um númerobem maior de caracteres para a sua identificação (Figura 2.10) (Burger & Richter 1991). Olenho de folhosas é constituído por vasos, raios, parênquima e fibras, cujos aspectos

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estruturais detalhados e comparativos são apresentados em Carlquist (2001). A dimensãodas células, o arranjo, a distribuição e percentagem de tecidos tal como para as coníferas,têm grande importância na qualidade da madeira e na sua utilização e variam na árvore eentre árvores da mesma ou espécies diferentes (Zobel & van Buijtenen 1989).

II. INTRODUÇÃO

Figura 2.10 - Diagrama de um bloco do lenho e câmbio vascular de umadicotiledónea - Folhosa (Esau 1974)

a) VasosOs vasos são estruturas que ocorrem em todas as folhosas, salvo raras excep-

ções como em Trochodendron, Tetracentrom, Winteraceae e Pseudowinteria (IAWA1989,Carlquist 2001, Schweingruber 2007), e constituem, por isso, o principal elemento dediferenciação entre as folhosas e as coníferas. Os vasos definem-se como o conjuntolongitudinal de elementos vasculares, dispostos topo a topo, comunicando entre siatravés de orifícios denominados perfurações (Figura 2.11) (Esau 1974, Dickison 2000).A secção transversal do vaso é designada por poro. O seu estudo anatómico é impor-tante na identificação das madeiras, pois consoante a espécie existe variação nadisposição, agrupamento, tamanho, perfurações, pontuações, comprimento dos ele-mentos vasculares e apêndices terminais e espessura da parede (IAWA 1989).

Lenho inicialLenho final

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Figura 2.11 - Elementos vasculares e suas perfurações (Barefoot & Hankins 1982)

Os elementos vasculares não apresentam qualquer alongamento longitudinal aolongo da sua formação, verificando-se apenas um alargamento radial e tangencial dascélulas, alargamento este que pode não ser extensivo a todo o corpo do elemento,surgindo assim extremidades em bisel, ou ainda, apêndices terminais que continuamas paredes para além da área de perfuração, designados vasos apendiculados (Ferreirinha1958).

Quanto à disposição dos vasos na camada de crescimento, as espécies podemser de porosidade difusa, porosidade em anel e porosidade semi-difusa (Figura2.12), (IAWA 1989). Designa-se porosidade difusa quando os vasos são de tamanhomais ou menos uniforme e a sua distribuição no lenho é mais ou menos homogénea(Wiedenhoeft & Mil ler 2005), sendo exemplos Acer sp., Populus alba , Acaciacyanophylla, Olea europaea e Eucalyptus sp. (Fahn 1985, Schweingruber 1990). Naporosidade em anel, o lenho contem vasos de tamanhos diferentes com concentra-ção de poros de maior diâmetro no lenho inicial e diminuição brusca do diâmetrodos vasos no lenho final (Wiedenhoeft & Miller 2005), sendo exemplos Fraxinussp., Quercus robur, Quercus ithaburensis, Robinia pseudacacia e Pistacia atlantica(Fahn 1985, Schweingruber 1990). Entre os dois tipos extremos de porosidade, exis-tem muitos casos intermédios, cuja transição dos diferentes diâmetros dos vasos égradual, designando-se porosidade semi-difusa, sendo exemplos Juglans nigra,Rhododendron wadanum e Swietenia spp. (IAWA 1989). As condições ambientais e aidade da planta também influenciam, de algum modo a distribuição dos vasos(Schweingruber et al. 2006).

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Figura 2.12 - Três folhosas com porosidades diferentes: (A) - porosidade em anel,(B) - porosidade semi-difusa, (C ) - porosidade difusa (Core et al. 1979)

Os vasos podem encontrar-se isolados (solitários) ou agrupados (múltiplos) (IAWA1989) e, neste caso, consoante a sua orientação podem ser do tipo radial, tangencial,racemiforme ou em forma de cacho (quando tem pelo menos 3 poros associados), ousem orientação definida (Figura 2.13) (Schweingruber 1990, Burger & Richter 1991,Schweingruber et al. 2006).

Figura 2.13 - (A) - poros agrupados radialmente, (B) - poros agrupados em ca-chos, (C ) - poros isolados (Core et al. 1979)

O tamanho, arranjo e distribuição dos poros são provavelmente os principaisresponsáveis pela maior ou menor resistência da madeira ao desgaste. Nas folhosascom porosidade difusa, o tamanho dos poros é o factor mais importante, uma vez quea compressão provoca nas madeiras de poro de pequeno diâmetro uma consolidaçãodos tecidos lenhosos e nas madeiras de poro aberto facilita a desagregação. Por outrolado, os poros de maior diâmetro, como têm parede mais fina, apresentam menorresistência às tensões de compressão lateral. Ferreirinha (1958) refere que a distribui-

AAAAA BBBBB CCCCC

AAAAA BBBBB CCCCC

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

ção dos poros em cadeias oblíquas e, especialmente, a existência da porosidade emanel facilitam muito a desagregação das superfícies.

b) Perfurações e pontuaçõesA comunicação vertical entre dois elementos de uma mesma fiada é feita através

de uma ou mais aberturas, as perfurações, que se encontram nas paredes de contactodos elementos vasculares. A perfuração entre dois elementos consecutivos pode serde dois tipos: simples ou múltipla (Figura 2.14). As perfurações simples são as maisvulgares e constituídas por uma única abertura de contorno sensivelmente circular. Asperfurações múltiplas são menos frequentes, mas a sua presença nos elementos devaso pode evitar o embolismo (Wheeler & Bass 1991, Carlquist 2001, Goulart & Marcati2008). A perfuração múltipla mais vulgar é a escalariforme, como acontece nos géne-ros Betula, Liriodendron e Alnus, onde as aberturas são alongadas e de paredesparalelas entre si (Figura 2.14) ou em algumas espécies tropicais (Machado et al.1997), mesmo em associação com a perfuração simples (Oliveira et al. 2001, Barros etal. 2006).

Figura 2.14 - (A) Perfuração simples, (B) Perfuração escalariforme (Core et al.1979)

Existe também a perfuração reticulada (Figura 2.15), quando a área de perfura-ção apresenta diversas aberturas com disposição de rede. A perfuração mais rara é aefedróide, quando a área de perfuração apresenta um grupo de aberturas circularesareoladas como em Oroxylum indicum (IAWA 1989).

BA

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Figura 2.15 - Perfuração reticulada (IAWA 1989)

Os vasos apresentam pontuações nas suas paredes laterais para comunicaçãocom as células vizinhas, cuja disposição, aspecto, tamanho e forma são característi-cas de algumas madeiras, constituindo um elemento importante na identificação (IAWA1989). Quando estabelecem contacto entre dois vasos, denominam-se pontuaçõesintervasculares e são areoladas, variando na sua forma e arranjo, considerando-se trêstipos: alternas, que são as mais comuns (Wiedenhoeft & Miller 2005), opostas eescalariformes (Figura 2.16); se a comunicação é de vaso para parênquima longitudi-nal chamam-se pontuações parenquimo-vasculares, quando de vaso para raio desig-nam-se de pontuações raio-vasculares. As pontuações que se encontram nas paredesde contacto entre vasos e elementos parenquimatosos (parênquima e raios) podemser simples ou areoladas. As pontuações vasos-raios podem ser do mesmo formato etamanho ou superiores às pontuações intervasculares (Wiedenhoeft & Miller 2005).Nas áreas de contacto entre vaso e fibra, a pontuação é rara ou não existe. É impor-tante referir que os vasos isolados não apresentam pontuações intervasculares nassuas paredes (Burger & Richter 1991).

Figura 2.16 - Pontuações intervasculares: (A) alterna, (B) oposta, (C )escalariforme (Core et al. 1979)

BA C

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Os caracteres acessórios dos vasos, tais como os elementos vasculares comespessamento espiralado, as pontuações intervasculares guarnecidas, a presença detilos e inclusões gomosas, devem ser considerados pois são importantes do ponto devista tecnológico e também para uma melhor identificação (Figura 2.17) (IAWA 1989).

Os tilos são proliferações de células parenquimatosas adjacentes, que penetramnos vasos pelas pontuações. Atribui-se este fenómeno a diferenças de pressão osmóticaexistentes entre o vaso, fisiologicamente inactivo, e as células de parênquima contí-guas (Butterfield 2006). Enquanto os vasos conduzem os fluidos activamente, as pres-sões dentro das células de ambos são mais ou menos idênticas. Porém, com a dimi-nuição da intensidade do fluxo de líquidos nos vasos, a pressão no interior dascélulas parenquimatosas torna-se bem maior e, em consequência, a fina parede pri-mária das pontuações do parênquima distende-se, penetrando na cavidade dos vasos(Burger & Richter 1991). Relativamente à utilização da madeira, os tilos dificultam asecagem e sua impregnação com substâncias preservadoras, uma vez que obstruemas vias normais de circulação de líquidos. Os tilos constituem barreiras que impedema penetração de fungos xilófagos (Burger & Richter 1991).

Figura 2.17 - (A) Tilos nos vasos, (B) Inclusões gomosas nos vasos (Core et al.1979)

c) RaiosComo nas coníferas, os raios das folhosas também desempenham as funções de

armazenamento, transformação e condução transversal de substâncias nutritivas, apre-sentando-se com uma maior riqueza morfológica, variando em tipo, número e tama-nho de célula, constituindo, juntamente com o parênquima longitudinal, os elementosmais eficazes de distinção entre espécies (Burger & Richter 1991).

Quanto ao tipo de células, de acordo com o seu formato podem ser: prostradas(o diâmetro mais longo está orientado radialmente), erectas (se o eixo vertical está

BA

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mais pronunciado), quadradas (se os dois eixos são sensivelmente iguais). Classifi-cam-se de marginais e envolventes as células erectas e quadradas que se dispõemapenas nas extremidades dos raios ou quando formam uma bainha em volta dasprostradas, respectivamente (IAWA 1989).

Os raios variam em largura (expressa pelo número de células e pela larguramédia) e em altura (traduzida pelo número total de células em comprimento ou pelaaltura média). São unisseriados, bisseriados ou plurisseriados se apresentam respecti-vamente, uma única fiada de células ou duas ou mais células em largura (Figura2.18), (IAWA 1989). Os raios plurisseriados designam-se, por raios bisseriados, trisseriadose tetrasseriados se tiverem, respectivamente, duas, três ou quatro células na larguramáxima (Ferreirinha 1958). O tamanho e a distribuição dos raios na madeira sãoresponsáveis em grande parte pelo desenho decorativo da madeira (Zobel & vanBuijtenen 1989, Miller 1999), particularmente em espécies como Quercus (Leal et al.2006), Alnus e Carpinus, onde os raios chegam a ultrapassar 5 cm de altura (Ferreirinha1958). Este tipo de raios pode, no entanto, afectar a madeira desvalorizando-a devidoa fendas durante a secagem (Leal et al. 2006)

Figura 2.18 - (A) - Raios unisseriados, (B) - bisseriados, (C ) - plurisseriados de 4a 10 células em largura, (D) - plurisseriados com mais de 10 células em largura (IAWA1989)

A B

C D

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Relativamente à natureza, os raios chamam-se homocelulares quando as célulassão só prostradas ou só erectas, caso contrário designam-se por heterocelulares (Figu-ra 2.19) (IAWA 1989). A disposição dos raios em secção tangencial pode ser: irregular,em cadeia, estratificada e escalonada (Figura 2.20) (Ferreirinha 1958).

Figura 2.19 – (A) Raios homocelulares unisseriados, (B) - Raios heterocelularesunisseriados, (C) - Raios homocelulares multisseriados, (D) - Raios heterocelularesmultisseriados (Core et al. 1979)

Quanto aos caracteres acessórios dos raios, no lenho das folhosas considera-sea estratificação dos raios (Figura 2.20 A) com valor de diagnose na identificação dasmadeiras (Richter & Dallwitz 2000); a ocorrência de raios compostos, provenientes dafusão de raios pequenos e de raios agregados (Figura 2.20 B), conjunto de diversosraios pequenos a que se associam elementos longitudinais como em Quercus suber(Leal et al. 2006, Sousa et al. 2009). Nos caracteres acessórios também se consideramas inclusões de diferente natureza, desde cristais a células secretoras de óleos, canaishorizontais inclusos nos raios, tanto normais como traumáticos (IAWA1989). Particu-lar atenção tem sido dada às células perfuradas dos raios ( Marcati et al. 2001, Ceccantini

A B

C D

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& Iwasaki 2002, Goulart & Marcati 2008), embora Carlquist (2001) refira que estacaracterística não deva ser considerada como carácter de diagnose, por ocorrer emmuitas famílias e géneros.

Figura 2.20 - (A) Raios estrutura estratificada, (B) Raios agregados (Ferreirinha 1958)

d) ParênquimaO parênquima longitudinal desempenha no lenho funções de armazenamento e

é mais abundante nas folhosas (20%) que nas coníferas (7%) (Zobel & Buijtenen1989). Nalgumas espécies tropicais encontram-se frequentemente madeiras em que oparênquima ocupa mais de 50% (Ferreirinha 1958). As células do parênquima apre-sentam paredes finas não lenhificadas e pontuações simples (Burger & Richter 1991).

As células de parênquima podem ser fusiformes (se as células derivadas dasiniciais do câmbio não se dividiram transversalmente) ou em séries (se estão presen-tes duas ou mais células dispostas longitudinalmente e originária de uma só célulainicial do câmbio) (Ferreirinha 1958).

A distribuição do parênquima observa-se em secção transversal, distinguindo-sedois tipos básicos: parênquima paratraqueal associado aos vasos e parênquimaapotraqueal não associado aos vasos (Wiedenhoeft & Miller 2005). Existem inúmerasdenominações para designar as diferentes formas com que estes dois tipos de distri-buição do parênquima surgem no lenho. O parênquima paratraqueal pode ser:vasicêntrico, vasicêntrico confluente, unilateral, aliforme, aliforme confluente e emfaixas (Figura 2.21).

A B

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Figura 2.21 – (A) - Parênquima paratraqueal vasicêntrico, (B) - Parênquimaparatraqueal aliforme, (C) - Parênquima paratraqueal confluente, (D) - Parênquimamarginal (Core et al. 1979)

O parênquima apotraqueal pode ser: difuso, difuso em agregados, reticulado,escalariforme, em faixas e marginal (Figura 2.21 e 2.22). De referir que numa mesmaespécie podem coexistir dois ou mais tipos de parênquima (Burger & Richter 1991).

Tendo em conta os caracteres acessórios, as células de parênquima podemacumular diversas substâncias de reserva e de auto-defesa, cristais minerais ou organo-

A B

C D

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minerais em células septadas, sendo os silicatos, malatos e oxalatos de cálcio os maisfrequentes. Estes cristais podem tornar difícil a serragem da madeira se existentes emabundância.

Figura 2.22 – (A) Parênquima apotraqueal difuso, (B) - reticulado (Ferreirinha 1958)

e) FibrasFibras são células peculiares das folhosas, constituindo geralmente a maior

percentagem do seu lenho (20-80%), no qual desempenham a função de suporte. Asua percentagem no volume total e a espessura das suas paredes influem directamen-te na massa específica e nas variações dimensionais e indirectamente nas proprieda-des mecânicas da madeira (Burger & Richter 1991).

As fibras são células alongadas com extremidades aguçadas, mas mais curtas eem média com metade da largura dos traqueídos das coníferas. São, no entanto, emgeral 2 a 10 vezes maiores que os elementos vasculares e têm paredes secundáriasgeralmente lenhificadas (Wiedenhoeft & Miller 2005). A espessura da parede das fi-bras varia de espécie para espécie, ou de indivíduo para indivíduo e, no mesmoindivíduo, varia ao longo das camadas de crescimento, se os elementos do lenhoinicial e final forem muito diferentes, sendo responsável em grande parte pela densi-dade e resistência. Nalgumas espécies, os lúmens das fibras são divididos em peque-nas câmaras por finas barras horizontais, designando-se de fibras septadas (Figura2.23) (Burger & Richter 1991).

Quanto à sua natureza, reconhecem-se dois tipos de fibras: fibrotraqueídos efibras libriformes (Figura 2.23), sendo a base de distinção entre elas as pontuações: osfibrotraqueídos possuem pontuações distintamente areoladas e relativamente grandes(4-9 m), enquanto que as fibras libriformes possuem pontuações pequenas (2-4 m),pontuações areoladas indistintas, sendo também geralmente menores em comprimen-

A B

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

to e diâmetro (Burger & Richter 1991). O aparecimento das fibras gelatinosas (Figura2.23) é característico do lenho de tensão e a parede dessas fibras tem um alto teor emcelulose e pequeno de lenhina (Schweingruber et al. 2006). A disposição das fibras é umaspecto importante a ter em conta pois é responsável pela maior ou menor facilidade detrabalhar a madeira (Ferreirinha 1958). As fibras da madeira podem ter um alinhamentoradial regular ou irregular (fibras dispostas em grupos ou em faixas tangenciais inter-rompidas pelos raios, alternando com bandas concêntricas de parênquima zonado).

As inclusões gomosas e cristais em fibras septadas que ocorrem em menorfrequência do que no parênquima e células do raio também influem na densidade damadeira.

A B

C D

Figura 2.23 - (A) - Fibrotraqueídos, (B) - Fibras libriformes, (C ) - Fibraslibriformes gelatinosas, (D) - Fibras libriformes septadas (Core et al. 1979)

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2.1.2. Propriedades físicas da madeiraA utilização da madeira é condicionada pela sua heterogeneidade, anisotropia e

higroscopicidade. A variabilidade da madeira ocorre numa mesma espécie e nemmesmo duas amostras da mesma árvore são absolutamente iguais. Estas diferençaspodem ser atribuídas às condições ambientais onde a árvore cresce, à localização daamostra no tronco (altura, distância da medula, posição do anel de crescimento), aosdefeitos da madeira, etc. (Burger & Richter 1991).

A composição do lenho, a estrutura e a organização dos seus elementos consti-tuintes são os factores que determinam as propriedades físicas da madeira e a suaaptidão para o uso comercial (Esau 1974). Consideram-se propriedades fundamentaispara a caracterização da madeira, a densidade, a humidade e a retracção, proprieda-des físicas que se interligam, pois, por exemplo, as variações de humidade podemlevar a variações nas dimensões e na densidade.

2.1.2.1 DensidadeA madeira é considerada um material poroso formada por células de forma

tubular com espaços vazios (o lúmen das células) e paredes finas, orientadas namaioria ao longo do eixo da árvore. A densidade é uma das propriedades que carac-teriza um material poroso, sendo definida como a quantidade de massa por unidadede volume, expressa em g/cm3 ou kg/m3 (Tsoumis 1991). No caso dos corpos heterogé-neos, como é o caso da madeira, esta expressão apenas dá uma densidade média, ouseja, uma massa volúmica.

Uma madeira acabada de cortar tem maior massa volúmica do que a mesmamadeira depois de seca. O teor de humidade da madeira é importante quando sãodeterminadas a massa e o volume de uma amostra (Avramidis 2004) e para efeitoscomparativos, a densidade deve ser determinada para o mesmo teor em água. Essasdeterminações são geralmente feitas para 0%, 12% de humidade ou saturada (Hakkila1989, Tsoumis 1991). Considera-se o valor de 12% de humidade para a determinaçãoda massa volúmica de referência, embora a massa volúmica básica seja também umíndice usado pelos vários utilizadores finais da madeira (Chauhan et al. 2006). Destemodo na literatura a densidade pode ser referida como densidade ou massa volúmica(g/cm3 ou kg/m3) que representa a razão entre a massa e o volume de uma amostra demadeira, ambos determinados ao mesmo teor de humidade, geralmente a 0%, ou 12%ou saturado; densidade básica ou massa volúmica básica (g/cm3 ou kg/m3) razãoentre a massa a 0% de humidade e o volume saturado da amostra de madeira; e opeso específico (adimensional) como a razão entre a densidade/massa volúmica daamostra e a densidade da água (Hakkila 1989, Avramidis 2004, Chauhan et al. 2006).

A densidade a 12% de humidade nas folhosas das regiões temperadas varia, namaior parte dos casos, entre 0,35 g/cm3 e 0,78 g/cm3 e nas coníferas entre 0,34 g/cm3

e 0,62 g/cm3 (Avramidis 2004) e pode classificar-se de muito leve (0,20-0,50 g/cm3 nasfolhosas e 0,40 g/cm3 nas coníferas) a muito pesada (0,95-1,35 g/cm3 nas folhosas esuperior a 0,70 g/cm3 nas coníferas) (Ferreirinha 1958).

As madeiras tropicais apresentam uma escala de valores de densidade comamplitude maior que a das zonas temperadas, variando desde 0,1 g/cm3 na balsa(Ochroma sp.) ou por exemplo 0,38 g/cm3 na samba (Triplochiton scleroxylon) até

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

superior a 1,00 g/cm3 como no ébano (Diospyros sp.) em tamarindo (Tamarindusindica) ou no azobé (Lophira alata) (Ferreirinha 1958, Dulbecco & Luro 2001, CTBA2002).

A densidade da madeira resulta do volume da parede das células em relação aosespaços vazios ocupados pelo lúmen da célula, da presença de espaços intercelulares,da densidade da parede da célula e quantidade de extractivos presentes na amostra.Assim, a densidade é afectada, entre outros, pela proporção de tecidos, comprimentoe diâmetro de células, espessura da parede, percentagem de lenho final, quantidade etipo de extractivos e quantidade de compostos inorgânicos (Hakkila 1989, Tsoumis1991), constituindo um bom exemplo de uma propriedade da madeira (Zobel 2004). Oaumento da quantidade de extractivos é a causa do aumento de densidade das folhosasquando comparado com as coníferas, pelo que a remoção dos extractivos resultanuma redução da densidade (Tsoumis 1991). Por outro lado, também os componentesquímicos que constituem a parede celular (celulose, hemiceluloses e lenhina) diferemna sua densidade, pelo que a composição química da madeira também influencia estapropriedade física.

As principais fontes de variação da densidade da madeira relacionam-se com avariação entre anéis, dentro da árvore, entre árvores no mesmo local e entre popula-ções com o mesmo genótipo que crescem em diferentes regiões (Chauhan et al. 2006).

A densidade varia dentro da árvore porque está em grande parte associada aoprocesso de formação do lenho (Zobel & van Buijtenen 1989), entre árvores da mesmaespécie e entre espécies diferentes (Zeew 1965, Panshin et al. 1980, Zobel & vanBuijtenen 1989). A densidade varia de espécie para espécie, de acordo com algumascaracterísticas como a humidade, a estrutura anatómica, a composição química e oteor em extractivos (Kollmann & Côté 1968, Giordano 1971, Ilston et al. 1979, Kellogg1981).

A avaliação da influência das características anatómicas na densidade é exa-minada tendo como base factores que se podem medir facilmente, tais como alargura dos anéis de crescimento e a proporção de lenho final (Tsoumis 1991).Muitas espécies mostram diferenças contrastantes na densidade da madeira ao lon-go de um anel de crescimento. Chauhan et al. (2006) referem mesmo que a variaçãode densidade no anel pode exceder a variação de densidade entre árvores. Asdiferenças de variação de densidade são particularmente acentuadas entre as coníferase as folhosas de porosidade em anel ou difusa. Nas coníferas, a relação que existeentre a largura do anel de crescimento e a densidade depende da percentagem dolenho final. Nas folhosas de porosidade em anel, a densidade aumenta com oaumento da largura do anel, mas nas folhosas de porosidade difusa, a largura doanel de crescimento não é um critério de densidade evidente (Zeew 1965, Elliott1970, Brazier 1977, Panshin et al. 1980). O lenho final corresponde à zona de maiordensidade, dado que é constituído por células de paredes espessas e com pequenoslúmens quando comparado com o lenho inicial (Spurr & Hsiung 1954, Elliott 1970,Giordano 1971, Hakkila 1989).

Dentro da árvore, a densidade varia com a localização no tronco, a presença de lenhode reacção e de nós considerando-se a variação vertical ou axial - da base para o topo evariação horizontal ou radial - da medula para a casca. Na direcção vertical, o modelo de

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variação mais comum é a densidade diminuir com a altura, sobretudo nas coníferas,embora nem sempre seja assim (Goggans 1961, Elliott 1970, Okkonen et al. 1972).

Radialmente a densidade tende a aumentar da medula para a casca (do centropara a periferia), sendo a influência da idade evidente (Chauhan et al. 2006) e amadeira produzida nos diferentes períodos da vida da árvore (lenho juvenil, adulto)diferente relativamente à densidade. Nas coníferas, a densidade é baixa na fase juvenil(junto à medula), aumentando até um valor constante, e finalmente é reduzida àmedida que se aproxima da senilidade, devido à variação na espessura das paredescelulares e da proporção do lenho final (Tsoumis 1991).

A variação da densidade entre árvores da mesma espécie depende de diferentescondições do meio (tais como solo, clima, espaço entre árvores, fertilização). Zobel& van Buijtenen (1989), Zobel (2004), van Buijtenen (2004) e Chauhan et al. (2006)referem o efeito destes factores na variação da densidade e citam estudos que reflec-tem esta variação quer para espécies de regiões temperadas quer tropicais.

A densidade é considerada uma característica física de grande importância, poisinfluencia as propriedades mecânicas, e, portanto, as possíveis aplicações da madeira.Segundo Burger & Richter (1991), a massa volúmica talvez seja a característica tecnológicamais importante da madeira, pois dela dependem estreitamente outras propriedades, taiscomo a resistência mecânica, o grau de estabilidade dimensional pela perda ou absorçãode água. Com efeito, as madeiras mais densas caracterizam-se por terem maior dureza,maior retracção e intumescimento, menor permeabilidade e maior dificuldade de impreg-nação, maior durabilidade natural, maior dificuldade na secagem e nas outras operaçõesde laboração como, maior dificuldade na colagem e menor aptidão para receber tintas evernizes. Deste modo, as madeiras mais leves são, por exemplo, utilizadas em constru-ções de aeronáutica e embarcações de socorro e as de densidade mais alta em travessasde caminho de ferro, por permitirem uma maior estabilidade da via e uma maior aderên-cia aos carris.

Quanto à densidade, segundo Normas do Laboratório Nacional de EngenhariaCivil – LNEC (1960), as madeiras podem ser classificadas em madeiras muito leves,leves, medianamente pesadas, pesadas e muito pesadas (Quadro 2.2).

Quadro 2.2 - Classificação das densidades da madeira segundo Normas do LNEC1960

2.1.2.2 HumidadeA humidade da madeira influencia quase todas as suas propriedades de resis-

tência, a maior ou menor aptidão para a laboração, o poder calorífico e a resistênciaao ataque de fungos (Kollmann 1959). A humidade influi tanto na densidade comonas variações dimensionais, sendo a sua determinação indispensável, sobretudo quando

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

se pretende conhecer as aplicações tecnológicas das madeiras (Walker 2006), pois aconservação, abertura de fendas, deformação de peças, condições de serragem eresistência mecânica, dependem do teor de humidade da madeira.

A determinação da humidade da madeira determina-se pelo quociente, em per-centagem, da massa de água que se evapora do provete por secagem a 103 ± 2oC atépeso constante, pela massa do provete depois de seco (Walker 2006).

A humidade da madeira nas árvores em pé varia de 30 a 300% (Giordano 1971),dependendo de diferentes factores, tais como a espécie, localização na árvore ouestação do ano. No geral, no cerne das coníferas existe uma humidade mais baixa doque no borne e nas folhosas as diferenças não são tão pronunciadas, podendo sercomparáveis (Walker 2006) ou, apresentar uma situação inversa (Giordano 1971). Avariação da humidade na direcção vertical também é mais pronunciada nas coníferas,onde se verifica um aumento da base para o topo das árvores. Nas folhosas, asdiferenças são comparativamente mais pequenas e não há uma tendência definida aolongo da altura da árvore (Giordano 1971).

Independentemente da humidade que a madeira pode conter na árvore em pé, aexposição à atmosfera resulta numa perda de humidade e a quantidade que finalmente ficaretida depende das condições ambientais (Tsoumis 1991). Essa água pode ser água livre,preenchendo os vasos e os espaços celulares ou lúmen das células, água de impregnação ouembebição, encontrando-se nas paredes das células em três estados diferentes: água deconstituição (0-7%), intimamente ligada por ligações por pontes de hidrogénio aos gruposOH disponíveis dos polissacáridos, água de adsorção superficial (7-15%), fixada nas fibrilascelulósicas por meio de forças de atracção intermolecular menos fortes que ligações dehidrogénio e água de condensação capilar, infiltrada por pressões capilares (Tsoumis 1991).

A quantidade máxima de água que a madeira pode conter é inversamente proporci-onal à sua densidade (Carvalho 1970). À primeira vista, poderia parecer que as madeirasmais densas, por conterem menor percentagem de água quando verdes, seriam maisfáceis de secar. Não é assim, como refere Carvalho (1970), porque quanto maior a quanti-dade de substância lenhosa por unidade de volume, menor o volume de espaços vaziosonde a água se encontra numa forma livre. Assim, nas madeiras mais pesadas, a maiorparte da água que nelas se encontra não estará na forma livre, mas sim saturando asparedes celulares e estabelecendo, com as substâncias que as constituem, ligações físicascomplexas difíceis de destruir. Nas madeiras menos densas é grande o volume de espaçosque poderão ser preenchidos por água e a maior parte desta está na forma livre, sendorelativamente pequena a percentagem intimamente ligada à substância lenhosa.

O ponto de saturação das fibras (PSF) é frequentemente considerado como o teor dehumidade abaixo do qual as propriedades mecânicas e físicas da madeira começam amudar em função do teor de humidade (Tsoumis 1991, Walker 2006) O valor do ponto desaturação das fibras pode ser obtido por extrapolação das curvas de adsorção, determina-das a temperatura constante e com humidades relativas obtidas até perto dos 100% ( 98%).As diferenças das humidades de equilíbrio entre espécies, a altas humidades relativas, sãoexpressas conforme os pontos de saturação das fibras, que variam entre 20 a 40%(Trendelenburg & Mayer-Wegelin 1955, Stamm 1964, Wangaard & Granados 1967, Siau1984 , Skaar 1988). Para fins práticos, o teor de humidade neste ponto considera-se com30% (Walker 2006). Podem ser observadas diferenças na mesma espécie, dependendo do

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método de determinação e de outros factores, tais como o teor em extractivos, e asproporções de cerne e borne de lenho inicial e lenho final, lenho de compressão e detensão, a densidade e a temperatura (Wangaard & Granados 1967). A presença de extractivosreduz o ponto de saturação das fibras, embora o oposto também seja observado. Oaumento da temperatura também tem um efeito de redução do ponto de saturação dasfibras (Wangaard & Granados 1967).

O conceito de ponto de saturação das fibras é útil para fins práticos, porque comoanteriormente referido, a maior parte das propriedades são alteradas quando o teor dehumidade da madeira é inferior ao PSF: a resistência da madeira diminui, as madeirasretraem, a resistência eléctrica aumenta e a biodegradação diminui, quando a humidadeda madeira tende a 0% (Avramidis 2004). Trata-se assim de um índice de grande interesse,quando se pretende relacionar as propriedades físicas com as possíveis utilizações damadeira. A determinação experimental do PSF pode assim ser feita através da medição decertas propriedades, nomeadamente retracção, propriedades mecânicas e resistência eléc-trica (Krpan 1954, Wangaard 1957, Stamm 1964).

2.1.2.3 RetracçãoUma das propriedades importantes da madeira e para a qual a variação da

humidade tem grande importância é a retracção. A madeira apenas retrai quando háperda de água da parede das células (Spear & Walker 2006). A alteração das dimen-sões acontece quando o teor de humidade da madeira se encontra abaixo do PSF,dado que a alteração do teor de humidade acima deste ponto, independente da suamagnitude, não tem efeito nas dimensões (Tsoumis 1991).

Na fase inicial de um processo de secagem de madeira verde, esta contém sempreelevada quantidade de água que vai perdendo, sem que as suas dimensões se alterem,pois nesta fase é a água livre que se perde. A madeira atinge o ponto de saturação dasfibras logo que esta água livre desaparece (Villiere 1966). Abaixo do PSF (20-30%), asdimensões diminuem com a perda de água. Dá-se, assim, início à retracção do lenho quese processa segundo uma lei linear (proporcionalidade entre as variações de dimensão evariação do teor em água) (Figura 2.24). Abaixo do PSF, a secagem dá-se lentamente, poisexistem forças fortes que é necessário vencer para remover a água e, devido à retracção eanisotropia podem dar-se perturbações na forma das peças e coesão dos tecidos lenhosos.

Figura 2.24 - Curvas de retracção do pinheiro bravo (Mateus 1978)

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

A madeira é anisotrópica em relação à retracção, isto é, a redução das dimensõesvaria consoante as diferentes direcções. A retracção é geralmente muito pequena na direc-ção axial (0.1 - 0.3%), máxima na tangencial (5-10%) e, na direcção radial, cerca de metadeda retracção tangencial (2-6%) (Spear & Walker 2006). O fenómeno, designado por anisotropiada retracção depende, por um lado da orientação e disposição dos tecidos no plano lenhosoe por outro, da lenhificação das paredes celulares. Quanto maior for este quociente, maiorserá a probabilidade de se verificarem deformações nas peças durante a secagem (fendas,rachas, empenos) (Tsoumis 1991).

A retracção da madeira é afectada por alguns factores, tais como o teor de humidade,densidade, estrutura anatómica, teor em extractivos, composição química e tensão mecânica(Tsoumis 1991). Spear & Walker (2006) referem a importância de alguns aspectos estruturaise ultraestruturais da madeira para a retracção, como a proporção do tecido de raios ou omodo de alinhamento das microfibrilas na parede celular.

A retracção é mais elevada em madeiras de densidades altas (Trendelenburg & Mayer-Wegelin 1955, Bosshard 1956, Stamm 1964) devido à grande espessura das paredes celularese menores lúmenes (Spear & Walker 2006). Pode constatar-se que, quando a humidade éperdida ou ganha, o tamanho das cavidades celulares permanece praticamente inalterável(Stamm 1964, Siau 1984, Skaar 1988). A densidade afecta a anisotropia da retracção. Emmadeiras de maior densidade a diferença entre a retracção tangencial e radial é maispequena (Bosshard 1956, Kollmann & Côté 1968). O coeficiente de retracção anisotrópicaaumenta com o aumento do teor de humidade da madeira (Kommert 1980).

Os extractivos reduzem o efeito de retracção, proporcionalmente ao espaço que ocu-pam nas paredes celulares. Deste modo, a remoção dos extractivos aumenta a retracção(Brown et al. 1952, Nearn 1955). A influência da composição química das paredes celularesé pequena, pois as diferenças entre as espécies de madeira não são muito elevadas, especi-almente em relação ao teor de celulose. A lenhina limita a retracção, pelo que as folhosasretraem mais que as coníferas, dado o menor conteúdo em lenhina (Schroeder 1972).

A retracção manifesta-se em todas as espécies, mesmo em madeiras muito secas evelhas. Quanto à retracção, as madeiras classificam-se em pouco retrácteis, retrácteis, muitoretrácteis, conforme a alteração verificada nas suas dimensões, quando da passagem doestado verde ao seco (Quadro 2.3). As expressões técnicas de madeira “muito nervosa”,“nervosa” e “pouco nervosa”, indicam o comportamento da madeira com a variação do seuteor de humidade e consequente retracção.

Quadro 2.3 - Classificação das madeiras quanto à retracção, segundo as Normas do LNEC

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2.1.2.4 CORNas chaves de identificação de madeiras, sobretudo ao nível macroscópico, faz-

se frequentemente referência à cor. A cor da madeira é uma propriedade variável e dedeterminação geralmente subjectiva, embora seja a característica que mais a realça eque é um dos componentes do aspecto estético que se tem em conta, juntamente coma aparência superficial e o desenho.

Cor é a impressão que os diferentes comprimentos de onda de radiação electro-magnética visível produzem nos órgãos visuais. As nossas sensações visuais relativasà cor, quando observamos algo, são resultado de um triplo processo: físico, neuro-fisiológico e psico-físico. No geral, trata-se assim de uma sensação qualitativa esubjectiva transmitida a cada pessoa, dependendo da sua experiência nos diversosdomínios.

A variação da cor natural da madeira deve-se à impregnação de diversas subs-tâncias orgânicas nas células e nas paredes celulares; por exemplo, os polifenóis e ostaninos nas folhosas contribuem grandemente para a cor da madeira, particularmentedo cerne (Walker 2006). A cor da madeira é de grande importância sob o ponto devista prático pela influência que exerce sobre o seu valor decorativo. Altera-se com ahumidade, escurece quando exposta ao ar, ao sol, em contacto com determinadosmetais ou quando atacada por certos fungos e bactérias (Burger & Richter 1991).

A cor da madeira varia não apenas com as espécies lenhosas, mas, também,com os indivíduos da mesma população, inclusive em zonas ou áreas da árvore, factoque, em conjugação com certas características, entre elas o fio da madeira, conferema cada peça uma especificidade personalizada, valorizando assim as suas qualidadesdecorativas (Carvalho 1997).

A madeira compreende o borne e o cerne, que na maioria dos casos se distin-guem visualmente por diferença de cor. O borne, geralmente de coloração clara,corresponde à parte viva da madeira. O cerne é a parte morta e varia de cor, desdecastanho, negro, violeta, amarelo até esbranquiçado, devido às alterações químicasque ocorrem após a morte das células do borne, resultando uma gama de substânciasquímicas distintas quanto à natureza, responsáveis pelas diferentes tonalidades decoloração que o cerne apresenta (Paula & Alves 1997).

As madeiras, sobretudo as de folhosas e em particular as madeiras tropicais,podem exibir uma gama de cores muito diversas consoante as espécies, variando porexemplo, do branco-amarelada como o samba (Triplochiton scleroxylon) ou avodiré(Turraenthus africana) , às madeiras castanhos-avermelhadas como o paduk(Pterocarpus soyauxii) ou às negras como o ébano (Diospyrus crassiflora) ou o ébanode Moçambique (Dalbergia melanoxylon) todas madeiras africanas (ATIBT 1986).

Os critérios da qualidade de uma madeira variam de acordo com a sua utiliza-ção e necessitam de definição para um melhor aproveitamento do produto final.Assim, por exemplo, a valorização da madeira serrada tendo como objectivo a indús-tria do mobiliário ou outro uso interior depende fortemente do aspecto, da estética,do desenho e, em especial, da cor da madeira (Autran & Gonçalez 2006).

Na identificação de madeiras, a exploração da cor requer que se explicite queseja apenas válida a do cerne, por ser constante e pelo facto da cor do borne sermenos persistente e frequentemente susceptível a alterações por agentes cromogéneos,

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

adquirindo assim tonalidades que muito diferem das predominantes cores amarela,branca acinzentada, dourada, etc. O facto de as espécies terem cerne diferenciado naidade normal de exploração das árvores para a produção de madeiras de grandesdimensões, tem, neste contexto, bastante interesse. Existem, contudo, espécies emque o cerne não é distinto, embora seja perceptível, no lenho mais próximo damedula, uma densificação cromática (Autran & Gonçalez 2006).

Na descrição das madeiras, a referência visual à cor, reveste-se, naturalmente,de grande subjectividade, diminuindo muito o valor desta como factor identificador.Se para uns determinada madeira é castanho-escura, para outros pode ser castanho--avermelhada ou até castanho-clara!... Por este motivo, e sendo a cor da madeira umacaracterística macroscópica de grande importância comercial, teve-se, como um dosobjectivos deste trabalho, a preocupação de quantificar esta característica de modo achegar a uma escala de cores da madeira.

A cor da madeira é de tal modo importante que muitas madeiras de menor valorcomercial chegam a ser pintadas para se aproximarem do tom de outras de maiorvalor. Um caso interessante passa-se nos instrumentos musicais, por exemplo na violadedilhada (guitarra clássica) em que a escala é o diapasão do instrumento e tambémdeve ser em ébano, reflectindo as vibrações. Esta madeira consegue excelente poli-mento para que os dedos deslizem sem atrito, é resistente e dura para pregar ostrastos metálicos sem que empene e resiste ao tempo e ao transpirado dos dedos.Muitas vezes, há quem utilize a técnica do “vieux chêne” e purpurina preta para imitaro ébano! (Bessa 2000). Outro caso relativo à cor é a designação geral de mognos.Qualquer madeira de tom próximo do verdadeiro mogno é vendido muitas vezescomo tal, só pela aproximação da cor.

A possibilidade de se medir a cor da madeira tem despertado interesse emdiversas áreas, sobretudo na indústria de mobiliário que ainda não tem padrõesexplícitos nem determinações quantitativas para as cores.

Existe uma técnica de medição de cores, há muito tempo utilizada pelo sectorindustrial, a colorimetria quantitativa. Trata-se de uma medida científica, objectiva equantitativa da cor de um objecto. Utiliza o sistema CIELAB 1976, que determina osparâmetros colorométricos (L*, a*, b*, C e h*) (Autran & Gonçalez 2006) (Figura 2.25).Esta metodologia pode ser utilizada para as madeiras, valorizando a qualidade domaterial pelo aspecto particular da cor, permitindo separar as madeiras em grupos detonalidade, facilitando assim a aquisição e uso específico. A determinação da cor damadeira fará desta propriedade um factor chave de qualidade deste material, um dosprincipais componentes do aspecto estético a que se associam a aparência superficiale o desenho.

Gonçalez et al. (2001) referem que a colorimetria quantitativa é uma técnicaainda bastante recente para ser aplicada à determinação da cor da madeira, principal-mente para espécies tropicais. Utilizando-se o sistema CIELAB-1976, através das coor-denadas cromáticas (L*, a*, b*, C e h*) utilizaram essa metodologia para determinar acor da madeira de oito espécies tropicais e, mais tarde, Autran & Gonçalez (2006)caracterizam também a cor de duas madeiras. A importância desta técnica foi mostra-da não só do ponto de vista científico, mas também como aplicação prática pelaindústria madeireira.

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Segundo Greenberg & Greenberg (1995), para uma melhor compreensão dosistema CIELAB 1976, são necessárias algumas definições sobre teoria das cores:

• Cores primárias: a percepção da cor de um objecto depende de três factores: aluz, o objecto que está a ser visto e o observador. Existem três comprimentos deonda: o vermelho, o verde e o azul, que constituem a base para todas as cores da

natureza, por isso são denominados de cores primárias da luz, que não podem serdecompostas noutra cor. Todas as demais cores do espectro são criadas pela combi-nação (adição) de diferentes intensidades desses três comprimentos, pelo que, ascores primárias são também chamadas de aditivas.

• Cores secundárias: quando duas cores primárias se misturam, em partes iguais,elas geram três cores: ciano (azul e verde), magenta (azul e vermelho) e amarelo(vermelho e verde), denominadas cores secundárias. Quando todas as cores primáriasestão presentes numa mistura, obtém-se a cor branca.

• Cores complementares: cada uma das cores secundárias é formada por duasprimárias e não possui a terceira cor primária. As cores complementares são as quemais diferem umas das outras, exactamente pelo facto de a cor secundária não pos-suir, na sua mistura, a cor primária complementar. Por exemplo: o amarelo é formadopelo vermelho e pelo verde e não possui o azul, que é a sua cor complementar.

• Saturação: diz respeito à pureza, isto é, ao quanto a cor é diluída pela luzbranca. A pureza de uma luz colorida é a proporção entre a luz pura da cor dominan-

II. INTRODUÇÃO

Figura 2.25 - Sistema CIELAB 1976 (www.colourware.co.uk/cpfaq/q3-21.htm)

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te e a luz branca necessária para produzir a sensação. Por exemplo: é por meio dasaturação que o rosa é diferenciado do vermelho.

• Brilho: tem relação com a noção cromática de intensidade. Quanto mais baixoo brilho, mais cinza existe na cor, pois o brilho é o intervalo compreendido entre opreto e o branco.

• A claridade, também designada por luminosidade, é expressa pela variável L*,que assume o valor de 0 para o preto absoluto e 100 para o branco total.

• Tonalidade: corresponde ao comprimento de onda da cor dominante, isto é,da cor observada: as diferentes sensações que a cor produz no olho humano depen-dem do seu comprimento que, por sua vez, é determinado pela energia vibratória doelemento radiante.

A tonalidade é expressa pelas cores vermelho, verde, amarelo e azul e é repre-sentada por duas rectas perpendiculares entre si que se cruzam no eixo de um círcu-lo. A recta horizontal é formada por duas semi-rectas que vão do centro à extremida-de do círculo. A semi-recta que vai do centro ao extremo do círculo, formando umângulo de 0o, representa o vermelho e a semi-recta que vai do centro ao extremo docírculo, formando um ângulo de 180o, representa o verde. Na recta vertical, estão oamarelo e o azul. Graficamente, a semi-recta que vai do centro até à extremidade docírculo, formando um ângulo de 90o, representa o amarelo e a semi-recta que vai docentro à extremidade do círculo, formando um ângulo de 270o, representa o azul. Ospigmentos são definidos pelas seguintes coordenadas; vermelho (+a*), verde (-a*),amarelo (+b*) e azul (–b*), que variam de 0 a 60 sem unidade de medida (Figuras 2.25e 2.26). A tonalidade h* é expressa pelo ângulo do círculo, também conhecido comoângulo de tinta e depende dos valores de a* e b*.

A saturação é o desvio, partindo do ponto correspondente ao cinza no eixo L*(luminosidade). Graficamente, corresponde ao raio do círculo de tonalidade, partindodo cinza do eixo de luminosidade até à cor pura espectral localizada na extremidadedo círculo. Assim, é expressa pela variável C e varia de 0 a 60.

Os elementos claridade, saturação e tonalidade definem o sistema conhecidocomo CIELAB, que é actualmente utilizado para colorimetria quantitativa e que semostra, de forma reduzida, na Figura 2.25 (Gonçalez et al. 2001).

Figura 2.26 - Tabela de 64 pigmentos utilizados para a restauração das pinturas(National Gallery)

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2.2. IDENTIFICAÇÃO DAS MADEIRAS

2.2.1. A importância da identificação de madeirasA grande importância económica da exploração, comercialização e utilização de

madeira e a existência de uma grande diversidade de espécies e propriedades têmlevado à necessidade, cada vez maior, da sua identificação, controlo e caracterizaçãotecnológica. A identificação da madeira através da anatomia é uma ferramenta muitoutilizada, especialmente quando não há disponibilidade de material vegetativo, comonos casos de controlo e f iscal ização do comércio das madeiras e do abateindiscriminado de árvores. O abate e o comércio ilegal de madeira têm sido conside-rados, pelos países do G8 e pela Comissão Europeia, um problema importante quedeve ser tratado com o combate à desflorestação global.

A identificação das madeiras é um trabalho especializado, dada a enorme diver-sidade de espécies existentes (nas regiões temperadas, subtropicais e tropicais), asemelhança que ocorre entre algumas espécies e a multiplicidade de nomes vernácu-los e comerciais que nem sempre correspondem à mesma designação científica e quesão causa de frequentes litígios. Muitos dos conflitos que ocorrem entre clientes,industriais de madeira e importadores são devidos a questões de identificação dasmadeiras, frequentemente relacionados com a nomenclatura.

A tarefa de identificar uma madeira exige técnicas laboratoriais específicas eequipamento adequado, bibliografia especializada e, principalmente, material de refe-rência (amostras e lâminas com cortes histológicos).

O trabalho de identificação de uma madeira no laboratório começa pela prepara-ção de amostras para observação das suas características gerais tais como cor, textura,fio e desenho, seguindo-se a observação à lupa para caracterizar a estrutura geral dostecidos. Em seguida realiza-se a observação microscópica em lâminas com cortes finosde madeira (cerca de 20 micrómetros de espessura) obtidos com um micrótomo. Estescortes são corados para caracterização dos elementos celulares quanto ao tipo, à formae dimensões, assim como a presença de elementos de diagnóstico (por exemplo, cris-tais no interior das células). A identificação de uma madeira é sempre acompanhadapor um estudo comparativo com amostras de madeira existentes numa xiloteca e comlâminas de uma laminoteca, completando-se com uma pesquisa bibliográfica. É dereferir também que não existem normas ou regulamentação para a certificação de ma-deiras, o que vem dificultar ainda mais este processo.

Normand (1972) escreve sobre as técnicas de análises anatómicas e identifica-ção prática de madeiras, onde faz duas afirmações próprias de quem sabe as dificul-dades de chegar ao género e ainda mais à espécie: “um anatomista não é um adivi-nho” e “a identificação de madeiras tropicais é uma arte”. Estas afirmações resumemdois pontos fundamentais: a necessidade de especialização que devem ter os investi-gadores nesta área e a complexidade que existe relativamente à identificação demadeiras.

2.2.2. História da identificação de madeirasA anatomia vegetal evoluiu em paralelo com a botânica e, na Grécia clássica,

teve a sua primeira expressão com três figuras importantes: Aristóteles, Teofrasto de

II. INTRODUÇÃO

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Efeso e Pedanios Dioskorides. Em Roma aparece Caius Plinius Secundus (23-79 d. C.),figura importante no desenvolvimento da botânica que na sua obra “História Naturalis”,de 37 volumes, faz uma recolha do saber da ciência acumulada até à altura. Descrevepela primeira vez borne e cerne, fala de conceitos essenciais como fibras, nós eoutras particularidades da madeira. Na idade média, Alberto Magno (1206-1280), teó-logo, cientista e filósofo alemão, na sua obra “De vegetabilis plantis” (1250) já incluiproblemas de fisiologia vegetal e uma classificação das plantas, refundindo as pro-postas por Aristóteles e Teofrasto, aparecendo pela primeira vez a diferença entremonocotiledóneas e dicotiledóneas (Esteban et al. 2003).

Para se falar de anatomia da madeira, tal como se conhece hoje, foi necessárioo aparecimento do microscópio. A primeira referência escrita sobre a invenção domicroscópio data de 1595 pelo holandês Jansen e, em 1608, Galileo constrói o seumicroscópico. No decorrer do séc. XVII, são quatro os protagonistas que se destacam:Marcello Malpighi (1628-1694), Robert Hooke (1635-1703), Antoni van Leewenhoek(1632-1723) e Nehemiah Grew (1641-1712).

Marcello Malpighi foi um fisiologista italiano, cujas descobertas sobre anatomiamicroscópica abriram o caminho à fisiologia e à histologia modernas. Em 1671, publica osseus primeiros ensaios sobre anatomia da madeira, estudando-a tanto em termos descriti-vos como fisiológicos. Nas suas obras “Anatomia plantarum” (1675) e “Opera omnia”(1686) trata da morfologia e anatomia vegetal, incluindo casca e madeira, descobrindo oselementos vasculares e os estomas das folhas (Esteban et al. 2003).

Robert Hooke (1635-1703), cientista inglês, escreve “Micrographia”, obra influ-ente sobre microscopia, que apresenta uma série de observações microscópicas liga-das à natureza. Na descrição microscópica da cortiça descobre a célula vegetal.

Antoni van Leewenhoek (1632-1723), comerciante holandês, que fabricou maisde 500 microscópios, observa pela primeira vez microrganismos unicelulares, bactéri-as, protozoários, glóbulos vermelhos, etc..

Nehemiah Grew (1641-1712), fisiologista vegetal inglês, publica em 1671 “Theanatomy of plants”, com excelentes desenhos onde se podem distinguir diferenteselementos do tecido vegetal, como por exemplo o parênquima.

No séc. XVIII, as investigações potenciadas pelos novos microscópios, maisfáceis de usar, direccionaram-se para o estudo da anatomia animal e fisiologia experi-mental. Nessa altura, duas pessoas tiveram relevo na área da botânica: Duhamel(1700-1781) refere pela primeira vez o câmbio na sua obra “La physique des arbres” eJ. Hill (1716-1775), médico inglês, que publica em 1770 “The construction of timber”diferenciando, pela primeira vez, lenho inicial e final, justificando desta forma aformação do crescimento anual das regiões de clima temperado (Esteban et al. 2003).

Durante o séc. XIX continuaram a dar-se avanços na microscopia e nas técnicasde preparação microscópica, maceração e corte proporcionando um impulso importan-te à anatomia. Destacam-se alguns investigadores: Johan Jacob Bernardi (1774-1850)aprofundou o estudo dos elementos vasculares, a sua distribuição, a formação dasparedes com as suas perfurações, pontuações e espessamentos; Ludolph ChristianTreviranus (1779-1864) descreveu a formação dos vasos e as paredes celulares; Johan J.Paul Moldenhawer (1766-1827) demonstrou que cada célula tem a sua própria paredecelular, tendo desenvolvido a técnica de maceração para separar os diferentes elemen-

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tos anatómicos para observação; Hugo von Mohl (1805-1872) deu o nome ao“protoplasma” para denominar a substância que ocupa o interior da célula e, na suaobra “Principles of the anatomy and phisiology of the vegetable cell” (1851), explica aformação da parede celular, das pontuações e fala da organização e distribuição doselementos vasculares; Carl Wilheim von Nageli (1817-1891) introduziu o conceito demeristema como um conjunto de células capazes de se multiplicarem, diferenciou ostecidos prosenquimatosos de suporte e transporte, dos tecidos parenquimatosos dearmazenamento, para além de explicar o crescimento secundário; Theodor Hartig (1805-1880) descreveu em profundidade a estrutura das pontuações; Heinrich Antón de Bary(1831-1888), na sua obra “Anatomia comparativa dos órgãos vegetativos em fanerógamase fetos” (1877), elaborou uma sinopse sobre a estrutura anatómica da madeira acompa-nhando as descrições com magníficas microfotografias (Esteban et al. 2003).

A identificação de madeiras começou a ter relevância científica na segundametade do séc. XIX, tendo sido Castellarnau o primeiro a estabelecer uma chave deidentificação de coníferas, ao nível dos géneros e espécies, com base em caracteresdiferenciadores comuns a diferentes espécies. No entanto, a estrutura dicotómica foiabandonada pelo elevado número de espécies que, ao serem incorporadas, davamlugar a chaves muito hierarquizadas, com muitos elementos (Esteban et al. 2003).

O aparecimento no séc. XX da transformação industrial da madeira originou novasquestões e novos interesses na investigação da anatomia, desenvolvendo-se a anatomiasistemática como uma maneira de identificar espécies. O aparecimento dos computadoresveio permitir a utilização de chaves de entrada múltipla que facilitam muito o trabalho epermitem o uso de enormes bases de dados. Também os programas de análise de ima-gens facilitam o trabalho de medição e observação das amostras.

No primeiro quarto de séc. XX, aparecem chaves abertas de identificação quealém das características anatómicas também incluem propriedades físicas e mecâni-cas como cor, cheiro, peso e dureza. É o caso da chave realizada por E. H. F. Swain– Queensland Forest Service Universal Wood-Index (1927) - considerada como a pri-meira chave com descrições resumidas (Esteban et al. 2003).

As chaves de entradas múltiplas deram um importante avanço. O holandês Bianchiestabeleceu, em 1931, o método de fichas perfuradas, em que cada ficha continha todas asespécies com as características seleccionadas. O inglês S. H. Clarke, em 1937, incluiu umavariante que permaneceu operacional até ao aparecimento dos computadores e que atri-buía uma ficha perfurada a cada espécie. Este método consistia em passar uma agulhapelos furos correspondentes às características observadas, caindo as fichas que tivessem aperfuração rasgada (características presentes na espécie). Em 1952, o Forest ResearchLaboratory, de Princes Risborough utilizando este método, preparou uma chave com 87características para madeiras de folhosas, e, em 1961, a identificação microscópica. Phillipps(1941) utilizou um método similar de fichas perfuradas para estabelecer a chave de coníferas,com um total de 36 características e, em 1948, elaborou uma chave de fichas perfuradascom base em 36 características anatómicas, densidade e dureza da madeira, revolucio-nando o tipo de chaves dicotómicas utilizadas até então (Esteban et al. 2003).

O Laboratório de anatomia do Centre Technique Forestier Tropical (CTFT) dis-põe, desde 1946, de fichas perfuradas com um total de 66 características anatómicas,macroscópicas, microscópicas e tecnológicas.

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Durante a década de cinquenta, Greguss contribuiu muito para o conhecimentode muitas madeiras, seguindo uma estrutura descritiva ainda hoje reconhecida aonível de 345 espécies e publicada, em 1955 – “Identification of living gymnosperms onthe basis of xylotomy”. Além de uma chave ao nível de famílias e outra ao nível degéneros, também realizou uma ao nível de espécies. Contudo abandonou a estruturade entradas múltiplas iniciada por Phillips, particularizando chaves sem manter umaestrutura homogénea de conteúdos e medições em famílias diferentes.

Em 1959, publica um extenso trabalho sobre a anatomia das folhosas europeias– “Holzanatomie der Europäischen Laubhölzer und Sträucher” - descrevendo 303 es-pécies, autóctones e introduzidas. A chave que propõe volta a ser fechada com umadisposição dicotómica estrita (Esteban et al. 2003).

No âmbito das madeiras tropicais, destacam-se entre outros os trabalhos de Normand(1972), Normand & Paquis (1976), Détienne et al. (1982), com as publicações Manueld’identification de bois commerciaux (tomo 1 e 2) e Manuel d’identification de boistropicaux (tomo 3). O primeiro define um vocabulário ilustrado de anatomia de madei-ras, anatomia descritiva das madeiras comerciais, as técnicas para os estudos anatómi-cos, prática de identificação e apresenta o sistema de fichas perfuradas. O segundo eterceiro livros incluem descrições de madeiras comerciais de África e Guiana Francesa,respectivamente, sendo feito um exame exaustivo das características anatómicas aonível da família, género e espécie. Este trabalho apresenta uma chave de identificaçãode entrada múltipla, com 66 características que ainda hoje se mantêm, servindo de basepara a descrição de espécies comerciais tropicais em todo o mundo.

A International Association of Wood Anatomists (IAWA) foi criada em 1931 tendocomo objectivo dar a conhecer a anatomia da madeira como ciência e facilitar o intercâm-bio de material de investigação. A terminologia utilizada em anatomia de madeiras é detal modo específica que a IAWA publicou, em 1964, o “Multilingual Glossary of Terms usedin Wood Anatomy” com o objectivo de unificar e tornar universal a sua nomenclatura.Também publica a lista das características microscópicas para a identificação de folhosas(IAWA 1989) que ainda hoje é utilizada por todos os anatomistas de madeiras e a lista dascaracterísticas microscópicas para a identificação de coníferas (IAWA 2004).

2.2.3. Métodos para a identificação de madeirasEnquanto que a identificação da árvore no campo é feita tendo por base a descrição

morfológica das folhas, flores, frutos e casca, uma vez abatida, a identificação da madeirapassa a ser feita através de parâmetros macro e microscópicos relativos à sua estruturaanatómica, tendo em conta as suas características qualitativas, quantitativas e físicas. Sãovárias as técnicas disponíveis para identificar madeiras comerciais, bem como a suaorigem, tendo como um dos objectivos melhorar o sistema de controlo do abate e docomércio ilegal, por parte tanto dos agentes públicos como do sector privado dos paísesexportadores e importadores. Neste sentido, têm sido desenvolvidos métodos anatómicos,químicos e de “fingerprinting” genético para identificar a madeira e a sua origem. Ainformação que se pode retirar desses métodos, bem como as suas limitações e a fiabilidadeda sua introdução no sistema de controlo, têm sido muito discutidos.

Como foi referido em 2.2.1., a identificação da madeira através da anatomia é ummétodo muito utilizado, especialmente quando não há disponibilidade de material de herbário,

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como acontece nos casos de controlo e fiscalização do comércio das madeiras e do abateilegal, na construção civil, no comércio, na indústria, no restauro, na arqueologia, etc.

A informação macroscópica e microscópica da anatomia da madeira e algunsparâmetros físicos são normalmente suficientes para se identificar uma amostra, sen-do que a observação macroscópica deve anteceder a observação microscópica, po-dendo mesmo ser determinante se a proveniência da amostra for conhecida. A identi-ficação é geralmente possível ao nível da família, a maior parte das vezes ao nível dogénero e mais raramente ao nível da espécie.

O procedimento usualmente adoptado na identificação de uma madeira incluias seguintes etapas:

1. Preparação de amostras para observação directa em lupa e para corte nomicrótomo

2. Corte, coloração e montagem de lâminas com cortes histológicos3. Dissociação, coloração e montagem de lâminas com os elementos dissociados

da madeira4. Observações macroscópicas e microscópicas5. Estudos biométricos6. Quantificação de tecidos7. Comparação com material previamente estudado existente na xiloteca e na

laminoteca8. Consulta bibliográfica9. Preparação de provetes e determinação da humidade, densidade e retracção

Neste processo de identificação de madeiras é importante ter disponível umacolecção de referência de amostras de madeira (xiloteca) e, se possível, de corteshistológicos (laminoteca) para possibilitar estudos comparativos das amostras emestudo com amostras já previamente identificadas, sendo também utilizadas fichasbiométricas, assim como chaves dicotómicas, tanto para as madeiras de coníferascomo de folhosas. Este método de caracterização é relativamente rápido e barato masexige pessoal técnico especializado.

No âmbito do controlo e da monitorização do comércio ilegal, colocam-se questõesmais complexas que vão para além da classificação taxonómica, tais como a determinaçãoexacta da origem da madeira ou a distinção entre plantas da mesma espécie de povoamen-tos naturais ou de plantações. Nestas circunstâncias poderá ser necessário recorrer, paraalém dos parâmetros estruturais e físicos já referidos, a outras técnicas mais sofisticadas talcomo o “fingerprinting” genético, ou seja, à determinação do perfil genético de um indivíduoou conjunto de indivíduos através de técnicas baseadas na PCR (reacção em cadeia pelaenzima polimerase). Recentemente, estes métodos de “fingerprinting” genético têm sidousados para identificar taxonomicamente amostras de plantas florestais ou de madeira, bemcomo a sua origem geográfica (Koopman & Diemont 2004, Landeras et al. 2006).

Embora estes métodos genéticos possam ser usados isoladamente, o mais fre-quente é terem um papel complementar da informação disponível através dos méto-dos anatómicos e físicos. O estudo da anatomia das madeiras não deve ser posto departe mesmo quando se aplicam estas novas tecnologias visto que continua a ser umatécnica essencial pelas suas características na identificação (Richter 2001).

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

A variação natural dos padrões da madeira ao nível das características estrutu-rais, químicas e genéticas pode ser classificada numa estrutura hierárquica ao nívelda espécie, região, população/unidade de gestão florestal e indivíduos (dentro de umindivíduo só para características químicas). No entanto, uma característica só podeser usada como marcador se tiver uma função discriminatória num destes níveis ouem diferentes áreas da sua distribuição. Quanto melhor for o marcador usado, assimcomo a sua função discriminatória, melhor será o método de “fingerpriting” (Edlund2001, Meier et al. 2001, Hinterstoisser et al. 2001).

A aplicação de marcadores moleculares é bem conhecida para caracterizar avariabilidade genética e diferenciar ao nível da espécie, da região, da população dediferentes escalas espaciais e mesmo ao nível do indivíduo. Os marcadores molecularesmais utilizados são baseados na técnica de PCR (polymerase chain reaction - reacçãoem cadeia pela enzima polimerase) que tem por base o processo de replicação deDNA que ocorre in vivo (Muhs & Hertel 2001).

Os métodos genéticos mostraram poder ser utilizados para a diferenciação adiferentes níveis taxonómicos. No entanto, para a identificação da origem geográficada madeira será necessário recolher uma colecção de amostras de referência repre-sentativa da área da espécie em estudo e, posteriormente desenvolver marcadoresespecíficos para a espécie de modo a ser possível distinguir os diferentes níveis(Muhs & Hertel 2001).

Alguns métodos de espectroscopia (NIR, FTIR) ou de pirólise estão tambémdisponíveis para caracterizar componentes da madeira. A mistura dos componentesquímicos da madeira produz um espectro complexo que é posteriormente avaliadopor uma análise de dados multivariada. Os dados quantitativos daí resultantes podemdepender da espécie e das condições de crescimento, assim como das condiçõesespeciais do local de crescimento ou dos tratamentos de armazenagem da madeira.Os resultados preliminares obtidos em várias espécies através destes métodosespectroscópicos deixam antever o potencial desta técnica na contribuição para aidentificação da origem da madeira (Edlund 2001, Meier et al. 2001, Hinterstoisser etal. 2001).

Outra possibilidade de analisar amostras de madeira pode ser através da detecçãode elementos vestigiais (elementos químicos em pequena quantidade). Os padrõesdestes “trace elements” podem ser altamente específicos da localização geográfica(Edlund 2001, Meier et al. 2001, Hinterstoisser et al. 2001).

Relativamente a todos estes métodos é necessário, a par de pessoal qualificadoe de equipamento técnico específico, mais investigação para se conseguir chegar àvariabilidade a diferentes níveis (espécie, região geográfica e população) (Edlund2001, Meier et al. 2001, Hinterstoisser et al. 2001, Muhs & Hertel 2001, Richter 2001).

2.2.4. Algumas dificuldades no processo de identificação de madeirasNa identificação de madeiras surgem muitas vezes alguns problemas. Enquanto

o estudo macroscópico é muito subjectivo, o microscópico é mais preciso e os dadosbiométricos contribuem para a identificação. Contudo, as variações anatómicas detec-tadas em amostras de madeira de uma mesma espécie mas de proveniências diferen-tes, são frequentes e dificultam a identificação dessas madeiras.

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Por outro lado, é importante associar a amostra de determinada madeira àproveniência da árvore de onde foi retirada, sendo necessário o uso correcto donome científ ico, pois irregularidades a este nível podem gerar confusão e atéconflito.

Outra dificuldade deve-se ao facto de ser vulgar existirem dois ou mais nomescientíficos para o mesmo nome vernáculo ou comercial, como o caso da madeiracomercializada como tauari, ao qual estão associadas duas espécies de géneros dife-rentes Cariniana integrifolia Ducke e Couratari stellata A. C. Smith, ambas da famíliaLecythidaceae. Também os nomes vernáculos decorrentes de diferentes zonas e resul-tantes de diferentes dialectos, contribuem para a confusão no que respeita à nomen-clatura das madeiras. Exemplo disso é o caso da Burkea africana Hook. com trinta enove nomes vernáculos.

Este problema de nomenclatura é, em muitos casos, razão para conflitos entrefornecedores e clientes sendo um tipo de consulta frequentemente solicitada. A res-posta poderá tornar-se mais rápida e precisa com a informatização e a criação de umabase de dados.

A dificuldade da identificação da madeira aumenta com o grau de transforma-ção. Enquanto no campo, a identificação se baseia no aspecto botânico da árvore, àmedida que se dá o processamento da madeira, aumenta a complexidade na identifi-cação da amostra recorrendo-se ao exame microscópico para se obter resultados maisfiáveis.

No parque de madeiras perdem-se os elementos morfológicos diferenciadoresda árvore, dificultando assim a identificação da madeira. É nesta altura que as técni-cas de identificação têm um papel decisivo.

Os botânicos sabem que, por vezes, a melhor maneira de terem informaçãosobre uma planta de um bosque tropical é dirigirem-se à população local e pediremo nome vernáculo. Em caso de dúvida, alguns botânicos enviam para análise emlaboratório amostras de madeira do tronco, conservando intacta a casca (Esteban etal. 2003). No entanto, normalmente, as amostras disponíveis para identificação nãovêm com a casca. Contudo, a presença de casca na amostra permite fazer duasobservações analíticas sem lupa. Por um lado, muitas vezes a casca é um elementodiferenciador entre espécies similares (por exemplo, Khaya ivorensis e Khayaanthotheca), por outro, a presença de duas secções transversais definidas na amos-tra, contribui para a identificação da cor do borne e do cerne, característica muitoimportante por ser específica de algumas espécies (Esteban et al. 2003).

É frequente as amostras de madeira chegarem ao laboratório para identificaçãosem qualquer referência, nem mesmo da sua origem geográfica. Para colmatar asdificuldades deste tipo de situações, os anatomistas de madeiras têm-se preocupadoem identificar características analíticas diferenciadoras que permitam a identificaçãodas amostras, sobretudo quando se trata de madeiras tropicais cuja diversidade émuito vasta.

A crescente entrada no mercado de madeiras muitas vezes provenientes deabates ilegais de espécies, assim como a necessidade de respeitar convenções eacordos internacionais, tem contribuído de maneira decisiva para a procura de iden-tificação e caracterização de amostras de madeira.

II. INTRODUÇÃO

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2.2.5. XilotecasXiloteca (do grego: xýlon, xilema, madeira + theke, caixa, colecção) é um arqui-

vo de madeiras ou um local onde se podem encontrar colecções de amostras demadeiras de diversas espécies e de várias origens geográficas, devidamente identificadas.Associada à colecção de madeiras pode existir uma laminoteca, com os respectivoscortes histológicos e também um herbário das respectivas espécies.

Uma xiloteca é importante para conhecer o valor científico e económico dasmadeiras existentes e as suas amostras podem servir como material de estudo. O factode numa xiloteca existirem colecções devidamente identificadas é de grande impor-tância para responder às necessidades de informações de botânicos, anatomistas demadeira, produtores de madeira e muitas outras entidades para os quais a madeira éum meio de estudo e investigação. Uma xiloteca é, assim, uma ferramenta de estudoe de referência na identificação de madeiras e um património cultural à disposição dasociedade.

Praticamente todos os países preocupados com a sua flora e floresta possuemuma xiloteca, onde está representada a respectiva flora nativa e a de outras regiões domundo. Por todo o mundo existem xilotecas com as mais variadas amostras de madei-ras de diferentes origens, daí o interesse no intercâmbio tanto de material (provetes)como de informação das respectivas colecções e até a possibilidade de haver ligações aoutras já existentes em diversos pontos do mundo de modo a aumentar a informação.

A primeira tentativa para a elaboração de um guia internacional de colecções demadeiras foi levada a cabo por Stern (1957) da qual resultaria um Index Xilariorum.Em 1957, 16 xilotecas do mundo possuíam mais de 10.000 amostras de madeira e 5xilotecas possuíam mais de 20.000 (Quadro 2.4). Em 1957, a maior xiloteca oficial eraa de “Samuel James Record” na Escola Florestal da Universidade de Yale, em NewHaven (Connecticut, USA) com 50.200 amostras e a segunda mais importante tinha32.000 amostras e estava sedeada na Indonésia, no Balai Penjelidikan Kehutanan(Quadro 2.4) (Stern 1957).

De 1957 a 1988, a actuação de Stern foi marcante, organizando e distribuindoquestionários, propondo um sistema de siglas para as xilotecas (Stern & Chambers1960) e organizando as 3 edições do Index Xylariorum (1967, 1978 e 1988). O primei-ro Xilariorum incluiu 113 instituições, o segundo 130 e o terceiro 134 xilotecas (Stern1988), das quais 33 tinham mais de 10.000 amostras e 14 mais de 20.000. Neste últimovêm referidas três xilotecas em Portugal – a ALCm na Estação de ExperimentaçãoFlorestal em Alcobaça, a LNECw no Laboratório Nacional de Engenharia Civil – Divi-são de Madeiras em Lisboa e a LISJCw no Jardim e Museu Agrícola Tropical – Xilotecaem Lisboa (Stern 1988). No Index Xylariorum de 1988 vêm também referenciadasxilotecas do Irão, da Nicarágua e da China.

Todas as xilotecas referenciadas em 1988 aumentaram as suas colecções, desta-cando-se a xiloteca do U. S. Forest Products Laboratory (MADw) que incorporou algu-mas xilotecas americanas como a do Chicago Field Museum of Natural History Collection(Fw), a de New Haven Samuel James Record e a de Yale School of Forestry (Yw).

Actualmente Peter Gasson, investigador do Royal Botanic Gardens, em Kew, noReino Unido, está a organizar a 4ª edição do Index Xylariorum que deverá actualizaros dados sobre as xilotecas do mundo (Anexo 1).

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Para tornar mais fácil e mais rápida a consulta destes dados, há uma tendênciageral para a informatização destas bases de dados, por vezes complementadas com osdados das caracterizações feitas a vários níveis (botânico, anatómico, químico, físicoe genético), bem como a sua disponibilização na internet. Nascem assim as e-xilotecasou as xilotecas virtuais que globalizam o acesso a esta informação que é patrimóniode todos.

II. INTRODUÇÃO

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Page 79: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

49

2.3. FLORESTAS TROPICAIS E COMÉRCIO INTERNACIONAL DE MADEIRAS

2.3.1. Sustentabilidade das florestas tropicaisAs florestas são um património colectivo de valor incalculável, que constituem

uma reserva natural e biológica, imprescindível na produção do oxigénio e que per-mite uma forte absorção de CO

2 e retenção do carbono. As florestas têm também um

papel fundamental na protecção dos solos e dos recursos hídricos. Uma das princi-pais caracter ís t icas das f lorestas , especialmente da f loresta t ropical , é a suabiodiversidade vegetal e animal, estimando-se que cerca de 60% de todas as espéciesdo planeta se encontram nestes ecossistemas (Gandara & Kageyama 1998).

As maiores zonas com coberto florestal tropical do planeta ocorrem em trêsregiões: americana, africana e indo-malaia. Na região americana existe a maior zonacontínua de coberto florestal que inclui especialmente a região amazónica e a mataatlântica. A floresta indo-malaia é a menos contínua devido à acção antropogénicamilenar e compreende a costa da Indochina, a costa norte da Austrália, as Filipinas,Nova Guiné, Bornéo, entre outras. A floresta tropical africana, das três a menor,compreende a Libéria, o golfo da Guiné e, principalmente, a região da bacia do rioCongo. No total tem-se aproximadamente 17 milhões de km² de florestas tropicais, oque significa que 20% das terras do planeta ainda estão com razoável coberturaflorestal, apesar da desflorestação que se verifica.

A sustentabilidade é um conceito relacionado com a continuidade dos aspectoseconómicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade ou actividade humana. Otermo “desenvolvimento sustentável” foi adoptado pela Agenda 21, programa das Na-ções Unidas que estabelece a importância de cada país se comprometer a reflectir,global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os sectores da sociedade poderiam cooperar no estudo desoluções para os problemas sócio-ambientais. Constitui assim um poderoso instrumen-to de reconversão da sociedade industrial a um novo paradigma, que exige a reinterpretaçãodo conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio entre o todo e aspartes, promovendo não apenas a quantidade mas a qualidade do crescimento.

Pelas suas características ecológicas, económicas e sócio-culturais, as florestase a exploração dos seus produtos, nomeadamente da madeira, têm sido consideradosobjecto essencial a ter em conta nas estratégias de desenvolvimento sustentável emvárias regiões tropicais. A sustentabilidade florestal torna-se assim imprescindívelpara atender às necessidades da sociedade actual e às das gerações futuras, principal-mente quando se prevê que a população mundial possa atingir os 9 biliões, em 2050(Lima & Pozzobon 2005). O conceito de sustentabilidade ecológica também se enten-de como a capacidade de uma dada população ocupar uma determinada área eexplorar os seus recursos naturais sem ameaçar, ao longo do tempo, a integridadeecológica do meio ambiente (Lima & Pozzobon 2005).

Estima-se que o valor anual da produção florestal de madeira para energia eprodutos madeireiros é globalmente de mais de 400 biliões de dólares, ou seja, cercade 2% do produto global da economia (FAO 2002). As actividades do sector florestalgeram emprego e rendimento para 60 milhões de pessoas em todo o mundo, sendoque aproximadamente 80% estão nos países em desenvolvimento.

II. INTRODUÇÃO

Page 80: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

50

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

A exploração florestal tem ganho relevância como alternativa para o uso económicoda terra nos cenários rurais. Muitas comunidades, especialmente aquelas que vivem napobreza, dependem das florestas para a sua subsistência, seja como fonte de energia,alimento, medicamentos ou auxílio da matéria-prima. No entanto, o uso das florestas porestas comunidades tem contribuído para a sua degradação e gradualmente para a suasubstituição para outros usos da terra que conseguem satisfazer melhor a necessidade dasociedade moderna em termos de melhoria das condições de qualidade de vida.

Em 2007, a reunião do Fórum da ONU sobre as Florestas teve como objectivonegociar um acordo internacional para proteger a cobertura florestal no mundo, decuja subsistência dependem 1,6 bilião de pessoas estabelecendo um plano de choquepara o período entre 2007 e 2015 onde se fixam quatro prioridades na luta contra adesflorestação:

1) reverter a perda de cobertura florestal;2) fortalecer os benefícios económicos relacionados com as florestas e a quali-

dade de vida das populações que delas vivem;3) aumentar o tamanho das áreas de floresta protegidas, bem como a prática da

exploração florestal sustentável e a proporção de produtos provenientes dessa explo-ração “inteligente”;

4) aumentar o volume de recursos para financiamento dos planos de exploraçãosustentável e das acções de conservação florestal.

2.3.2. Comércio internacional de madeirasO comércio internacional de madeiras constitui um dos grandes fluxos comerci-

ais do planeta, incluindo desde troncos inteiros não processados (rolaria) até produ-tos processados, nomeadamente painéis de madeira e pasta para papel. O comérciode madeiras tropicais tem uma grande importância nestes fluxos.

Segundo ITTO (2007) considera-se “madeira tropical” quando originada de espéci-es não coníferas, com uso industrial e tendo sido produzida em países situados entre osTrópicos de Câncer e de Capricórnio. Os países produtores de madeiras tropicais maisimportantes localizam-se em África (Camarões, Costa do Marfim, República do Congo,Gabão, Gana, Togo), na Ásia/Pacífico (Fiji, Indonésia, Malásia, Birmânia, Papua NovaGuiné, Filipinas, Tailândia) e na América Latina e Caraíbas (Brasil, Colômbia, Guatemala,Guiana, Honduras, México, Panamá, Surimane, Trindade e Tobago e Venezuela). Osprincipais países consumidores de madeiras tropicais situam-se na Ásia/Pacífico (Aus-trália, China, Hong-Kong, Macau, Taiwan, República da Coreia, Japão, Nepal e NovaZelândia), na União Europeia (Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alema-nha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Espanha, Suécia eReino Unido), e na Europa extra-comunitária (Noruega e Suiça), na América do Norte(Canadá e E.U.A.) e na África Setentrional (Egipto) (ITTO 2007).

O comércio internacional de madeiras tropicais já vem de longe e tem registadoum crescimento contínuo. Entre 1991 e 2001, as exportações de rolaria a partir de Áfricaaumentaram de 4,06 milhões de m3 para 5,35 milhões de m3, enquanto que do Brasil oaumento foi de 70 mil de m3 para 574 mil m3 e da Indonésia de 136 mil para 5,5 milhõesde m3. Neste mesmo período, as importações da União Europeia cresceram de 32,8milhões de m3 para 54,1 milhões de m3.

Page 81: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

51

2.3.2.1. Produção de madeiras tropicaisSegundo o relatório da International Tropical Timber Organization (ITTO) pu-

blicado em 2007, a produção de madeira tropical em toro nos países produtores daITTO, em 2006 e 2007, foi de 125,4 milhões de m3/ano, o que significa uma diminui-ção de 4,6% quando comparado com o ano anterior.

Relativamente à madeira tropical serrada, os países produtores da ITTO alcançaram,em 2006, uma produção de 39,7 milhões de m3, o que equivale a uma redução de 1,3%relativamente a 2005 e um aumento de 1,2% em 2007. A produção de madeira folheadatem sido cíclica nos últimos quatro anos, diminuindo 6,4% em 2006 chegando abaixo de2,5 milhões de m3 mas aumentou novamente em 2007 para 2,51 milhões de m3. A produ-ção de contraplacados regista uma diminuição desde 2003 tendo tido uma queda de 0,5%em 2007 (ITTO 2007).

Entre 2005 e 2007, o maior grau de transformação da madeira serrada e folheada,registou-se na América Latina, mantendo-se acima de 99% e em África a percentagemde toros processados diminuiu 1,6% em 2006. Na Ásia subiu ligeiramente de 88,3% em2006 para 89,1% em 2007.

2.3.2.2. ExportaçõesOs países produtores exportaram, em 2006, mais de 13 milhões de m3 de toros. A

Malásia é o principal exportador, com 36% desse volume, embora em 2006 se registasseuma queda de 19% reflectindo uma maior preocupação do país na produção de valoracrescentado. Seguem-se, como maiores exportadores de madeira em toro, a PapuaNova Guiné e o Gabão. O continente africano continua a ser o maior exportador demadeira tropical em toro representando, em 2007, 19% do volume total comercializado.As exportações de toros asiáticos representaram, em 2007, mais de 1/5 do volume totalde exportação de produtos primários e na América Latina aumentaram 1,2% em 2007.

As exportações de madeira serrada tropical sofreram, em 2006, uma queda de16% mas mantiveram em 2007 o mesmo valor de 10,8 milhões de m3. As exportaçõesda América Latina diminuíram entre 2005 e 2006 de 2,1 para 1,9 milhões de m3

recuperando em 2007 para 2,1 milhões de m3. As exportações de África tambémsofreram uma queda em 2006 para 1,7 milhões de m3 e na Malásia chegaram a dimi-nuir 21,7%, devido à já referida prioridade nacional na transformação secundária deprodutos primários da madeira.

As exportações de folheados diminuíram quase 12,6% entre 2005 e 2006, chegandoa 1 milhão de m3. No mesmo período, as exportações de contraplacados tiveram umaqueda de 1,9%, ficando a um nível de 10,4 milhões de m3. A Malásia (5,1 milhões de m3)e a Indonésia (2,7 milhões de m3) juntas representam 75% do volume total exportadopelos 60 países da ITTO. A China não é membro produtor da ITTO mas ocupa o 3º lugarentre os exportadores de contraplacados de madeira tropical, seguindo-se, muito deperto, o Brasil (ITTO 2007).

Os países consumidores da ITTO também exportaram ou reexportaram pequenasquantidades de madeira tropical embora os montantes tenham aumentado significativa-mente em 2006: 679 mil m3 de madeira tropical serrada, 1,5 milhões de m3 de contraplacados,146 mil m3 de madeira em toros e 96 mil m3 de folheados. Desde 2003, as exportações daChina aumentaram 75% tendo atingido, em 2006, o equivalente a 993.mil m3.

II. INTRODUÇÃO

Page 82: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

52

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

2.3.2.3. ImportaçõesA Coreia e Taiwan são os grandes importadores de madeira tropical em todas as

categorias de produtos primários.As importações de toros de madeira tropical nos países consumidores da ITTO

registaram uma queda desde 2003, diminuindo 4% em 2006 atingindo 10,9 milhões dem3. Com a excepção da China, todos os importadores importantes (Taiwan, Japão,República da Coreia, França, Itália, Noruega e Portugal) reduziram, em 2006, as suasimportações de madeira em toro. As importações da China continuam a impulsionareste mercado sendo que grande parte deste volume de madeira é internamente con-vertido em contraplacado e exportado. A China ocupa hoje o 2º lugar entre os princi-pais produtores e o 3º lugar como exportador de toros e em 2006 aumentou em 3,4%as suas importações atingindo 7,5 milhões de m3. Em segundo lugar mantém-se aÍndia, mas também a Tailândia e Malásia fazem parte dos principais países produtoresda ITTO importadores de toros. No mesmo ano, a Espanha, a Alemanha e a Bélgicaaumentaram as suas importações de madeira tropical em toros.

Relativamente à madeira tropical serrada, as importações diminuíram 11,5% de2005 para 2006, continuando a China a ser o principal importador mundial, seguindo-se a Malásia e a Tailândia. As importações japonesas decresceram desde os anosnoventa até 2007. A EU importou em 2007 cerca de 2,6 milhões de m3.

Quanto à madeira tropical folheada, a importação diminuiu 13,4% entre 2005 e2006 mantendo-se no mesmo nível em 2007 com 925 mil m3. A República da Coreiaocupa o primeiro lugar na importação deste produto com 210 mil m3. A China, aFrança e a Itália foram também importadores importantes em 2006. A EU, no seutodo, importou em 2007 cerca de 368 mil m3.

O Japão é o principal importador de contraplacado de madeira tropical com quase 3,5milhões de m3 em 2006, tendo alcançado o maior valor em 2004 com 4,6 milhões de m3.

A China domina o comércio de produtos madeireiros de elaboração secundária(ITTO 2007).

2.3.2.4. A EU como grande importadora de madeiras tropicaisAs madeiras tropicais importadas pela EU têm proveniência de África, Ásia e

América Latina (Affre et al. 2004). Nos últimos anos tem havido um aumento nasimportações de madeira tropical para a Europa, especialmente de madeira serrada econtraplacado.

A Europa ainda é uma grande compradora de madeira tropical em toros sendo ospaíses africanos os maiores fornecedores e os principais países compradores a França(37%), Itália (17%), Portugal (16%), Espanha (9%) e Alemanha (8%). Da madeira serrada,60% é oriunda de África, 20,3% da Ásia e 19,7% da América Latina, sendo os paísescompradores mais importantes Itália (25%), Espanha (21%), Países Baixos (15%) e França(14%).

Nos produtos de maior valor como o contraplacado e os lamelados, a importa-ção provem principalmente da América Latina, em especial do Brasil, com 43%, dospaíses asiáticos com 40% e da África com 16%. A importação de lamelados de madei-ra tropical mantém-se estável nos últimos anos e os principais países importadoressão a Itália, França, Alemanha e Espanha.

Page 83: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

53

Portugal importa todos os tipos de produtos como toro, madeira serrada, madei-ra folheada e contraplacado e de várias espécies tropicais (Quadro 2.5, Quadro2.6),(ITTO 2007). Em 2007, a importação de toros atingiu 203 mil m3, principalmente dasespécies Aucoumea klaineana, Dalbergia decipularis, Dalbergia nigra, Dalbergiaspurceana, Dialianthera spp., Entandrophragma cylindricum, Entandrophragma utile,Khaya spp., Milicia spp (Chlorophora spp.), Ochroma lagopus, Parashorea spp., Phoebeporosa, Shorea albida, Shorea rugosa e Swietenia spp.

Quadro 2.5 – Importações portuguesas de madeiras tropicais de 2002 a 2007 (1000 m3)

Produto 2002 2003 2004 2005 2006 2007Toros 668 240 205 203 203 203Madeira serrada 115 107 126 126 126 126Madeira folheada 19 17 19 19 19 19Contraplacados 3 6 10 10 10 10

Fonte: ITTO 2007

Quadro 2.6 – Principais espécies tropicais importadas por Portugal em 2006 e 2007

Nome científico Nome comercial Tipo de produtosAucoumea klaineana okoumé torosDalbergia decipularis palissandre de rose madeira serrada, folheada, contraplacadosDalbergia nigra palissandre de rio madeira serrada, folheada, contraplacadosDalbergia spurceana palissandre de para madeira serrada, folheada, contraplacadosDialianthera spp. virola madeira serradaEntandrophragma cylindricum sapelli torosEntandrophragma utile sipo torosKhaya spp. acajou d’afrique torosMilícia spp (Chlorophora spp.) iroko torosOchroma lagopus balsa madeira serradaParashorea spp. white seraya madeira serrada, folheada, contraplacadosParashorea spp., Pentacme spp. white lauan madeira serrada, folheada, contraplacadosPhoebe porosa imbuía madeira serradaShorea albida alan madeira serrada, folheada, contraplacadosShorea rugosa meranti bakau toros, madeira serrada, folheadaShorea spp dark red meranti toros, madeira serrada, folheadaShorea spp. light red meranti toros, madeira serrada, folheadaShorea spp. meranti bakau madeira serradaShorea spp. white meranti madeira serrada, folheada, contraplacadosShorea spp. yellow meranti madeira serrada, folheada, contraplacadosSwietenia spp. mahogany madeira serrada

Fonte: ITTO 2007

II. INTRODUÇÃO

Page 84: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

54

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

2.3.3. Restrições ao comércio de madeiras tropicaisApesar da enorme diversidade de madeiras de espécies tropicais disponível, o comércio

das madeiras tropicais restringe-se a um pequeno número de espécies, o que leva frequente-mente à sua sobre-exploração, podendo pôr em causa a sustentabilidade da floresta. É o casoda umbila (Pterocarpus angolensis), chanfuta (Afzelia quanzensis), jambire (Milletia stuhlmannii),pau-preto (Dalbergia melanoxylon), mecruse (Androstachys johnsonii) e iroko (Milicia excelsa).

A CITES (Convenção sobre o comércio internacional das espécies da fauna e daflora selvagem ameaçadas de extinção), uma convenção internacional em vigor desde1975 e subscrita por 157 países (entre os quais Portugal), restringe o comércio de diversasespécies consideradas em risco de extinção. Fazem parte desta lista, que tem sido actua-lizada (Jornal Oficial da União Europeia 2008), espécies como o pau-santo, o pau-preto,os mognos americanos ou o sândalo vermelho (Quadro 2.7).

Quadro 2.7 – Lista das espécies madeireiras cujo comércio é restringido pela CITES

Nome científico Nome comercialAbies guatermalensis abeto mexicanoAquilaria malaccensis agarAraucaria araucana araucária do ChileCaryocar costaricense sawarie, chawariDalbergia melanoxylon pau-pretoDalbergia nigra pau-santo do Brasil, jacarandá da BaíaFitzroya cupressoides cedro da PatagóniaGuaiacum officinale guaiaco, pau-santoGuaiacum sanctum guaiaco-branco, lignum-vitaeMagnolia hodgsonii giogi, champakOreomunnea pterocarpa gavilán, gavilán-brancoPericopsis elata = Afrormosia elata afrormosia, teca-africana, assamelaPilgerodendrom uviferum cedro do ChilePlatymiscium pleiostachyum cristobalPodocarpus neerifolius black-pinePodocarpus parlatorei pinheiro-brancoPrunus africana = pygeum africanum mueriPterocarpus santalius sândalo-vermelhoSwietenia humilis mogno-americanoSwietenia macrophylla mogno-americanoTaxus wallichiana teixo do Himalaia

O comércio e o uso de madeiras têm vindo a ser submetidos, nos últimos anos,a crescentes escrutínios, restrições e controlos devido à necessidade de respeitaracordos internacionais no domínio da preservação de espécies protegidas, dabiodiversidade e da sustentabilidade dos sistemas florestais. Este facto é especialmen-te importante nas regiões e países com uma forte indústria de produtos florestais,importadores de madeiras, nomeadamente tropicais ou “exóticas”, como é o caso daUnião Europeia e, particularmente de Portugal.

Page 85: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

55

Acresce que actualmente é dada atenção pelos consumidores e organizaçõesnão governamentais aos aspectos de conservação ambiental e de sustentabilidadeflorestal, sendo de prever que o controlo de proveniência de madeiras se torne cadavez mais restritivo e exigente, obrigando, por exemplo, a certificados de identificaçãoe de origem. A obrigatoriedade de apresentação de um certificado de identificação deuma madeira aplicada em obra poderá também constituir uma medida de controlopara o comércio das madeiras e contribuir para diminuir o abate indiscriminado deespécies protegidas.

Existe um exemplo recente ocorrido em Portugal, em 2000, quando uma organi-zação não governamental impediu o desembarque, nos portos de Leixões e Viana deCastelo, de madeiras africanas provenientes dos Camarões destinadas à indústria demadeira, sob suspeita do comércio de espécies protegidas pela CITES. A saída dostoros dos dois portos apenas foi possível após a sua identificação como espécies decomércio autorizado, um trabalho que foi levado a cabo pelo Centro das Florestas eProdutos Florestais do Instituto de Investigação Científica Tropical.

A CITES continua a ampliar os seus trabalhos relativos à regulamentação docomércio de madeiras tropicais. Devido às inquietudes existentes em relação à apli-cação de leis florestais, a certificação de madeiras e políticas responsáveis de comprade madeiras continuam a ser os temas de interesse nos próximos anos para os mem-bros produtores e consumidores da ITTO (ITTO 2007).

As principais organizações e os acordos internacionais ligados às madeiras tro-picais são as seguintes:

a) O Acordo Internacional sobre Madeira Tropical foi assinado em Janeirode 1983 e renegociado em 1994 (Genebra), entrando em vigor a 1 de Janeiro de 1997(a versão renegociada - Decreto nº 2707) e, até 1 de Agosto de 2002, incluía 57 países.Visa promover, através da Organização Internacional de Madeira Tropical, a pesquisae o desenvolvimento de procedimentos para melhorar a gestão florestal e contribuirpara o desenvolvimento sustentável.

Recentemente, o Acordo Internacional de 2006 sobre as Madeiras Tropicais,adoptado em Genebra a 27 de Janeiro de 2006, no âmbito da Conferência das NaçõesUnidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento foi aprovado e rectificado, em Portu-gal, pela Resolução da Assembleia da República n.º 64/2008, em 17 de Outubro de2008. Assinado em 24 de Novembro de 2008 e consta do Diário da República, 1ª série– Nº240-12 de Dezembro de 2008.

b) A Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna eda Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção - CITES (Convention on InternationalTrade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora), também conhecida por Con-venção de Washington, é um acordo multilateral assinado em Washington DC, EUA, a3 de Março de 1973, que entrou em vigor a 1 de Julho de 1975 e, até 1 de Agosto de2002, agrupava 158 países. Tem como objectivo assegurar que o comércio de animaise plantas selvagens, bem como de produtos deles derivados, não põe em risco asobrevivência das espécies nem const i tui um perigo para a manutenção dabiodiversidade. Visa proteger de sobre-exploração as cerca de 30 000 espécies listadas

II. INTRODUÇÃO

Page 86: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

56

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

através de um sistema de licenças para o comércio internacional. O acordo CITES foiredigido em resultado de uma resolução adoptada em 1963 no seio da União Mundialpara a Conservação da Natureza (World Conservation Union ou IUCN).

As espécies contempladas na CITES encontram-se inscritas em três anexos (I, IIe III) pelo Secretariado Internacional e em quatro anexos (A, B, C e D) pela UniãoEuropeia, consoante o grau de protecção:

Anexo A - espécies em perigo de extinção. O Comércio destes espécimes apenasé permitido em condições excepcionais (anexo I da Convenção).

Anexo B - inclui espécies que, apesar de não se encontrarem em perigo deextinção, o seu comércio deve ser controlado, de modo a evitar uma comercializaçãonão compatível com a sua sobrevivência (anexo II da Convenção).

Anexo C - contém espécies protegidas pelo menos por uma parte contratante,que solicitou às restantes partes a sua assistência para controlar o comércio internaci-onal. (anexo III da Convenção).

Anexo D - inclui espécies que, apesar de não possuírem qualquer estatuto deprotecção, apresentam um volume tal de importações comunitárias que se justificauma vigilância.

O Instituto da Conservação da Natureza constitui a Autoridade Administrativa ea Autoridade Científica Nacional da Convenção de Washington.

c) A Organização Internacional das Madeiras Tropicais - ITTO(International Tropical Timber Organization) foi criada a 18 de Novembro de 1983 ea 19 de Janeiro de 1989 deu-se a adesão de Portugal. Tem como objectivo criar umquadro eficaz para as consultas, a cooperação internacional e a elaboração de políti-cas entre todos os membros no que diz respeito aos aspectos relevantes da economiamundial de madeiras. Como órgãos tem o Conselho Superior das Madeiras Tropicais,o Comité da Informação Económica e da Informação sobre o Mercado, o Comité daRearborização e da Gestão Florestal, o Comité da Indústria Florestal e o ComitéFinanceiro e Administrativo. Tem a sua sede em Yokoama, Japão.

2.3.4. Produção e comércio de madeira em MoçambiqueDevido à relevância, neste trabalho, do estudo feito com a colecção proveniente

de Moçambique, considerou-se importante incluir este capítulo como um exemplo depaís produtor e exportador de madeiras.

2.3.4.1. Produção florestalSegundo o Inventário Florestal de Moçambique (2007), foram identificadas 365

espécies arbóreas. Das 49.223 árvores observadas, identificaram-se 95% pelo seu nomecientífico, ficando 5% por identificar (equivalente a 2.486 árvores).

No Quadro 2.8 apresentam-se as dez espécies com maior volume por estrato nas flores-tas densas (IFN-AIFM 2007). As formações de florestas densas em Moçambique são dominadaspor espécies típicas de miombo. As espécies dos géneros Brachystegia e Julbernardia contri-buem com mais de 40% do volume total. Outras espécies com volume total notável nesteestrato são a umbila (Pterocarpus angolensis) e jambire (Millettia stuhlmannii).

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57

Quadro 2.8 - Percentagem de volume total do estrato florestas densas por espéciepara as 10 espécies de maior volume

Nome científico Nome local Volume total (%)Brachystegia spiciformis messassa 16,6Brachystegia boehmii mafuti 11,0Julbernardia globiflora messassa-encarnada 9,6Pterocarpus angolensis umbila 4,7Brachystegia sp. 3,1Millettia stuhlmannii jambire 2,5Pseudolachnostylis maprouneifolia 2,0Sterculia appendiculata metil 2,0Uapaca kirkiana metongoro 1,9Sclerocarya birrea canho 1,9

Foi feita uma análise do sector madeireiro de Moçambique e das suas possibili-dades de fornecimento de madeira e seus derivados, cobrindo informação sobre aprodução, recurso e comercialização de acordo com os termos de referência doCentro de Comércio Internacional (Freitas 2000). Os dados mostram que a área flores-tal com potencial para produção madeireira é estimada em 20 milhões ha, o quesignifica que o volume comercial em pé (acima de 40 cm de DAP) é de aproximada-mente 22 milhões m3, permitindo um corte anual de 500 mil m3. Este potencial locali-za-se principalmente nas zonas norte e centro do país com destaque para as provínci-as de Cabo-Delgado, Zambézia, Niassa e Sofala.

O recurso florestal nacional, além de ser fonte de matéria-prima para a indús-tria, desempenha um papel importante no abastecimento de lenha e carvão (principalfonte de energia doméstica), plantas medicinais e actividades de conservação ambiental(Freitas 2000).

Estima-se que de forma sustentada possam ser cortados anualmente 500 mil m3,considerando todo o leque de espécies com potencial de utilização industrial. Porém,só 10 a 15% deste volume é constituído por espécies com aceitação no mercadointernacional (Quadro 2.9).

Algumas destas espécies têm limite de corte, visando a sua protecção. Assim,existem quotas máximas de exploração para as madeiras consideradas “preciosas” quesão estabelecidas anualmente pela Direcção Nacional de Florestas e Fauna Bravia.Como não há um trabalho de divulgação de novas espécies, as espécies nativas maisconhecidas, como é o caso da umbila, chanfuta, pau-ferro e outras, estão sob fortepressão de exploração, provocando uma diminuição dos diâmetros de corte.

A floresta produtiva localiza-se principalmente nas zonas norte e centro do país,com destaque para as províncias de Cabo Delgado, Zambézia, Niassa e Sofala. Ao Suldo rio Save, observa-se uma diminuição da cobertura florestal produtiva. No entantoo “stock” de madeira em crescimento é maior na província do Niassa seguida pelasprovíncias de Sofala e Zambézia (Quadro 2.10). No que concerne à floresta plantada(eucaliptos e pinheiros), a maior superfície está implantada na província de Manica,com cerca de 17 000 ha de eucaliptos.

II. INTRODUÇÃO

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58

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Quadro 2.9 – Espécies florestais mais exploradas em Moçambique

Nome comercial Nome científicochanfuta Afzelia quansensismecrusse Androstachys johnsoniipau-rosa Berchemia zeyherimessassa-encarnada Julbernardia globifloramugonha Breonadia microcephalamucarala Burkea africanamonzo Combretum imberbepau-preto Dalbergia melanoxylonmissanda Erythrophleum suaveolenschacate-preto Guibourtia conjugataumbaua Khaya nyasicajambire Millettia stuhlmanniiumbila Pterocarpus angolensismetonha Sterculia quinquelobapau-ferro Swartzia madagascariensismeguza Rhodognaphalon schumannianummessassa Brachystegia spiciformissândalo-africano Spirostachys africanaeucalyptus Eucalyptus sp.pinus Pinus sp.

Fonte: Direcção Nacional de Florestas e Fauna Bravia (DNFFB).

Quadro 2.10 – Estimativas do incremento médio anual (m3/ha/ano) por provín-cia em Moçambique

Província Estimativas do IncrementoMédio Anual (m3/ha/ano)

Maputo 0,579Gaza 0,414Inhambane 0,646Sofala 1,188Manica 1,196Tete 0,903Zambézia 2,075Nampula 1,156Niassa 1,573Cabo Delgado 1,279

Fonte: Inventário Florestal Nacional (2007)

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2.3.4.2. Indústria de madeiraA indústria florestal em Moçambique está concentrada principalmente nas ci-

dades capitais provinciais, nomeadamente Beira, Maputo, Quelimane, Nampula eManica, embora actualmente a preocupação dos empresários seja de estabelecer asserrações próximo das áreas florestais, como se constata pelas numerosas serraçõesmóveis distribuídas na proximidade de florestas.

A indústria florestal é composta essencialmente por fábricas de pequena capaci-dade em estado obsoleto, com equipamentos ultrapassados e sem manutenção ade-quada, com dificuldades de adquirir sobressalentes o que faz com que uma grandeparte delas funcione com deficiência ou esteja paralisada. De um modo geral, asempresas estão descapitalizadas e a funcionar bastante abaixo das suas capacidades.

Existem, porém, serrações instaladas mais recentemente com equipamentomoderno, fixo ou móvel, mas cujo funcionamento é afectado pelo abastecimento dematéria prima, capacidade técnica, falta de técnicos qualificados e dificuldades deacesso ao crédito, como é o caso de algumas serrações instaladas em Inhambane,Zambézia e Manica. Os problemas de abastecimento são, em parte, agravados pelaexportação predominante de toros em oposição aos produtos processados. O pro-jecto Ifloma, na província de Manica, constitui o maior projecto madeireiro do paíscom uma capacidade anual instalada de 26.000 m³ de madeira serrada e de 20.000m³ de madeira prensada.

A capacidade industrial instalada (processamento mecânico) está estimada em161.000 m³ por ano, da qual se está a utilizar apenas 60.000 m³ por ano correspon-dentes a 35%. Esta situação indica claramente que existe potencial para não sóreabilitar a capacidade instalada mas também para expandir a capacidade industrialde processamento.

Algumas unidades de processamento apresentam uma integração vertical dasoperações, indo desde o abate até à exportação do produto acabado, não obstantegrande parte delas adquirirem madeira aos pequenos madeireiros. O processo éfeito maioritariamente por encomenda, e os toros são transformados através deesquemas simples de corte. Salvo raras excepções, não existe secagem artificial oque provoca, em alguns casos, problemas de aceitação no mercado internacional.

Os produtos mais frequentemente comercializados são: madeira em toros,madei ra ser rada ( tábuas , barrotes e t ravessas) , parquet , pa inéis , fo lheados ,contraplacados, aros, portas, janelas e ainda mobiliário. Nos últimos anos houveum crescimento acentuado na produção de madeira em toros, dada a crescentedisputa no mercado internacional. Também o parquet teve um grande incrementoentre os anos de 1997 e 1998 (Quadro 2.11). O complexo industrial de Manica(Ifloma) produz painéis de partículas a partir de pinho e eucalipto, produção queentretanto está paralisada, enquanto que folheados e contraplacados são produzi-dos na Empacol.

Actualmente, as empresas madeireiras mostram-se mais susceptíveis paraimplementar sistemas que melhorem os seus produtos como meio de competir nomercado internacional. Por outro lado, o desenvolvimento da indústria madeireira passapor encontrar soluções para a reflorestação, de forma a garantir a sustentabilidade daprodução de matéria-prima, segundo o Inventário Florestal de Moçambique (2007).

II. INTRODUÇÃO

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60

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Quadro 2.11 – Produção de madeira em toros e transformada em Moçambique(1994 a 1998)

Período Toros M. serrada Parquet Painéis Folheados Contraplacados(anos) (m³) (m³) (m³) (m³) (m³) (m³)1994 28.653,6 29.525,7 - - - -1995 76.842,2 41.252,0 1.041,7 629,9 1.386,1 78,51996 85.160,1 42.972,2 3.709,0 - 1.824,0 697,01997 120.557,8 32.550,2 9.448,0 - 2.454,0 959,01998 119.761,0 28.180,0 16.394,0 - 2.792,5 662,0

Fonte: DNFFB (Relatório Estatístico 1998)

2.3.4.3. Comércio de madeiraO mercado interno de madeira tem-se revelado muito importante com um cres-

cente volume utilizado quer para a indústria nacional, quer como material de constru-ção rural, mas também como combustível lenhoso (lenha e carvão).

O recurso florestal tem sido considerado como um capital disponível que, combaixos níveis de investimento, poderá gerar divisas através da exportação. EmMoçambique, a liberalização da economia, o fim da guerra, a adopção da simplifica-ção dos mecanismos de exportação e o surgimento de um conjunto de medidas anível operativo e legislativo, motivaram os agentes económicos a investir, aumentar aprodução e melhorar a qualidade dos produtos de forma a elevar as exportações.

No país, havia um grande número de empresas exportadoras de madeira e seusderivados, mas, com a revisão da Lei Florestal, este número tende a reduzir-se. Naactualidade existem cerca de 70 empresas que exportam produtos de madeira.

Os produtos de exportação têm sido normalmente toros de umbila, chanfuta, pau-preto, pau-rosa e jambire e algum volume de madeira serrada, principalmente réguas deparquet. A madeira é exportada a granel ou em contentor. O principal mercado de expor-tação tem sido o Continente Asiático (China, Singapura, Hong-Kong e Japão).

As exportações de madeira contribuem significativamente para a economia naci-onal e para o PIB, representando em 1997 4,4% do PIB (Estatísticas de Exportação,MIC (1994/99). As exportações aumentaram a partir de 1994, tanto de madeira emtoros como de madeira serrada, gerando um valor de cerca de 11 milhões de dólaresem 1998 (Quadro 2.12).

Quadro 2.12 – Exportações de toros e madeira serrada de Moçambique (1994 a 1998)

Anos Toros Madeira serrada Valor(m³) (m³) (mil dólares)

1994 909,6 1.661,0 2.167,601995 2.308,7 1.618,7 9.639,601996 26.873,4 2.158,7 9.804,801997 52.386,0 690,7 13.797,181998 24.655,4 9.402,9 10.932,65

Fonte: DNFFB (Relatório Estatístico 1998)

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61

Os preços de exportação praticados dependem da matéria-prima usada, da dis-tância, do processamento final do produto e da utilidade do produto final. As espéci-es madeireiras existentes variam de qualidade, indo desde madeiras consideradaspreciosas, terminando em madeiras de menor qualidade (quarta classe) (Anexo 2).

2.3.4.4. Desenvolvimento sustentávelPode concluir-se que o sector madeireiro em Moçambique possui um potencial

bastante elevado e é um sector de grande importância para o país. Os crescentesíndices de exportação de madeira processada conferem ao sector um potencial adici-onal, prevendo-se que, a médio prazo, o sector madeireiro atinja valores cada vezmaiores no cômputo das exportações gerais do país. No entanto, continuam a expor-tar-se grandes quantidades de madeira em toro o que prejudica o abastecimento daindústria madeireira nacional e as espécies de qualidade comercial elevada estãosujeitas a uma grande pressão.

Deste estudo (Freitas 2000), resultaram algumas propostas como forma de ultra-passar alguns destes problemas:

- A redução das exportações de madeira em toros e a definição política de umaprioridade ao abastecimento de matéria-prima à indústria nacional;

- A tomada de medidas para proteger as espécies em perigo de extinção ou emdeclínio e para promover tecnologias conducentes à utilização e à exportação demadeiras de espécies consideradas secundárias;

- O investimento estrangeiro, sob a forma de empresas mistas, como forma dereestruturar o sector, tendo em vista a reabilitação das instalações, a aquisição deequipamentos, e a introdução de tecnologias mais modernas visando a melhoria daqualidade, a expansão e a diversificação da produção;

- A consolidação e conquista de novos mercados para os produtos madeireiros,sobretudo para a madeira processada.

- Uma revisão da carga fiscal para este tipo de investimentos, de modo a cons-tituir um incentivo a uma estratégia de desenvolvimento do sector;

- A investigação das espécies secundárias que abundam mas sobre as quaispouco se sabe, e que poderiam constituir uma fonte de receita adicional nas exporta-ções (Inventário Florestal de Moçambique 2007).

II. INTRODUÇÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

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63

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. MATERIAL DE ESTUDONeste trabalho faz-se referência a duas xilotecas existentes no Instituto de Inves-

tigação Científica Tropical (IICT), uma no Centro de Florestas e Produtos Florestais(FLOR) e outra no Jardim Botânico Tropical (JBT), que neste trabalho serão designa-das por Colecção IICT-FLOR (ou abreviadamente FLOR) e Colecção IICT-JBT(abreviadamente JBT), respectivamente.

O estudo inclui também a xiloteca existente no Departamento de EngenhariaFlorestal da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, Moçambique, aqui desig-nada Colecção UEM-Moçambique (ou abreviadamente UEM).

3.1.1. Colecção IICT – FLORNa xiloteca FLOR, as madeiras foram organizadas por 24 colecções de madeiras

tropicais de 20 origens geográficas diferentes (Anexo 3). Foi feito o levantamento detodo o material disperso (provetes, frascos com blocos para cortes, frascos comelementos dissociados e lâminas) existente na xiloteca e laminoteca (Figura 3.1).

Figura 3.1 – Aspecto das colecções existentes na xiloteca do Centro de Florestas eProdutos Florestais (IICT) incluindo amostras de madeira, blocos para corte e lâminasde montagem permanente com cortes finos para observação microscópica, exemplificandoas três secções da madeira (transversal, tangencial e radial)

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Os 1960 provetes standard (13 x 6 x 1cm3) correspondentes às colecções, encon-tram-se organizados segundo ordem numérica. Existem também 2160 provetes repeti-dos e 200 de dimensões maiores (22,5 x 15 x 3 cm3). Recuperaram-se 988 frascos comblocos sem tratamento, 969 com tratamento, e 975 frascos com estilhas que possibili-tam tanto a realização de novos cortes histológicos para estudos adicionais da estru-tura da madeira como a preparação dos elementos dissociados (Figura 3.1). Relativa-mente à laminoteca, procedeu-se à limpeza e restauro de todas as lâminas, ficandoorganizada por ordem alfabética do nome científico. De referir que, além das lâminascom os cortes histológicos segundo as três secções de corte (transversal, tangencial eradial), também existem as lâminas dos elementos dissociados (fibras) num total de5101 lâminas.

Destas 24 colecções, foram escolhidas para serem informatizadas três de origensdiferentes, por terem sido as primeiras a serem estudadas: Moçambique (Freitas 1955)com 33 espécies (Quadro 3.1), Timor I (Freitas 1955) e Timor II (Freitas 1958) com 33espécies (Quadro 3.2) e Índia Portuguesa (Freitas 1963) com 17 espécies (Quadro 3.3).Para estas três colecções, foi feita a recolha da informação existente em bibliografiasobre nomenclatura, distribuição geográfica, aspectos gerais da madeira, microscopia,propriedades físico-mecânicas, fotomicrografias e utilizações.

Foi feita, para cada espécie, a verificação dos parâmetros qualitativos e quanti-tativos, através da observação microscópica das lâminas, provetes e revisão bibliográ-fica, assim como a rectificação/actualização dos nomes científicos e famílias.

Nomes CientíficosAdina microcephala (del.) HiernAfrormosia angolensis (Bak.) HarmsAfzelia quanzensis Welw.Albizia adianthifolia W. F. WightAlbizia versicolor Welv. ex Oliv.Amblygonocarpus obtusangulus HarmsAndrostachys johnsonii Prain.Bombax rhodognaphalon K. Schum. Ex. Engl.Burkea africana Hook.Celtis durandii Engl.Celtis kraussiana Bernh. (Celtis africana)Chlorophora excelsa (Melicia) (Welw.) Benth. HookColophospermum mopane Kirk.Combretum imberbe WawraCordyla africana Lour.Dalbergia melanoxylon Guill. & PerrDialium schlechteri HarmsDiospyros mespiliformis Hochst. ex A. DC.

Quadro 3.1 – Material de estudo da colecção de Moçambique (Freitas 1955) daxiloteca FLOR/IICT

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Quadro 3.2 – Material de estudo da colecção de Timor relativa às duas contri-buições I (Freitas 1955) e II (Freitas 1958) da xiloteca FLOR/IICT

Nomes CientíficosAlbizia lebbeckioides (DC) Benth.Aleurites moluccana Willd.Alstonia scholaris (L.) R. Br.Artocarpus integrifolia L.Bischofia javanica BlumeCalophyllum inophyllum L.Canarium commune L.Cassia fistula L.Casuarina junghuniana Miq.Cedrela toona var australis Roxb. C. DC.Decaspermum paniculatum KurzElaeocarpus sphaericus K. Schum.Ficus macrophyla Roxb.Ganophyllum falcatum BlumeHibiscus tiliaceus L.Homalium tomentosum Benth.Intsia bijuga O. K.Macaranga tanarius Muell.Melaleuca leucadendron L.Pometia pinnata Forst.Pterocarpus indicus WilldPterospermum acerifolium Will.Pygeum sp.

III. MATERIAL E MÉTODOS

Nomes CientíficosErythrophleum africanum (Benth.) HarmsErythrophleum guineense DonKhaya sp.Khaya spp.Millettia stuhlmannii Taub.Morus lactea Mildbr. (Celtis lactea Sim.)Ostryoderris stuhlmannii Dunn ex Baker f.Piliostigma thonningii (Schumach.) Milne-RedheadPiptadenia buchananii Bak. (Newtonia buchanii)Pteleopsis myrtifolia (Lawson) Engl. & DielsPterocarpus angolensis DC.Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-SmSpirostachys africana Sond.Sterculia quinqueloba (Garcke) K. Schum.Swartzia madagascariensis Desv.

Page 96: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

66

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Quadro 3.3 – Material de estudo da colecção da Índia Portuguesa (Freitas 1963)da xiloteca FLOR/IICT

Nomes CientíficosAcacia catechu Willd.Aegle marmelos CorreaAlbizia lebbeck Benth.Artocarpus integrifolia L.Bombax malabaricum A. DC.Careya arborea Roxb.Dalbergia sissoo Roxb.Eugenia jambolana Lam.Ficus indica Roxb.Lagerstroemia parviflora Roxb.Mangifera indica L.Polyalthia fragans Benth. e HookTectona grandis L.Terminalia belerica Roxb.Terminalia paniculata W. et ATerminalia tomentosa W. et Arn.Xylia dolabriformis Benth.

3.1.2. Colecção IICT – JBTNa xiloteca JBT a maior parte das madeiras provem de missões realizadas nas

regiões tropicais (nomeadamente em Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe,Guiné, Goa e Timor), enquanto outras foram cedidas ou trocadas com laboratóriossimilares (Figura 3.2).

Nomes CientíficosSantalum album L.Sarcocephalus cordatus Miq.Schleichera oleosa Merr.Sterculia foetida L.Tamarindus indica L.Tectona grandis L.Terminalia cattapa L.Thespesia populnea Soland, ex CorreaTimonius rumphii DC.Vitex pubescens Vahl

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Figura 3.2 – Aspecto geral da xiloteca do Jardim Botânico Tropical (IICT)

À semelhança da xiloteca FLOR, fez-se o levantamento, recuperação e organiza-ção de todo o material existente, provetes standard, rodelas, amostras de madeira dediferentes formas e dimensões, assim como de numerosas fichas de arquivo distribu-ídas por dois ficheiros diferentes.

Os 3604 provetes standard organizaram-se por ordem alfabética e os repetidospela sua origem geográfica. A colecção das madeiras de coníferas encontra-se separa-da das outras colecções e por ordem alfabética.

Relativamente aos dois ficheiros, um deles contém 4082 registos de espécies,distribuídas por 107 origens diferentes e foi estruturado segundo ordem alfabética donome científico (Anexo 4), contendo em cada ficha de arquivo a informação relativa àorigem, continente, nome científico, nomes vernáculos, família e nº de registo. Destas4082 espécies, 1547 espécies têm, num outro ficheiro, a respectiva ficha técnica,estando estas organizadas por espécies, segundo ordem alfabética. Nesta ficha constaa informação sobre o nome científico da espécie, família, origem das amostras, sinó-nimos, nomes vernáculos e comerciais, principais características botânicas e flores-tais, distribuição geográfica, habitat e ecologia, aspecto macroscópico da madeira eoutras características, utilizações da madeira e outras, bibliografia e iconografia ematerial para estudo (vivo, herbário, museu, xiloteca).

Sobre a xiloteca JBT foi feito um pequeno filme que incluiu uma entrevista aoúltimo responsável sobre questões importantes para este trabalho.

Destas colecções foram seleccionadas, à semelhança da xiloteca FLOR, as espéci-es provenientes das mesmas três origens, tendo sido revistas, para serem informatizadas,202 fichas com 68 espécies de Moçambique (Quadro 3.4), 50 espécies de Timor (Qua-dro 3.5), 17 espécies da Índia (geral) (Quadro 3.6) e 67 espécies da Índia Portuguesa(Goa) (Quadro 3.7) e foi feito o respectivo levantamento bibliográfico.

Muitas destas madeiras encontram-se também representadas no museu do JBT,no Palácio da Calheta, onde existem madeiras de diferentes origens. Podem encon-

III. MATERIAL E MÉTODOS

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

trar-se desde troncos, tábuas do tamanho do pé alto do palácio, rodelas até amostrasde madeira de diferentes formas e tamanhos, todas elas identificadas (Figura 3.3).

Figura 3.3 – Aspecto geral do museu do Jardim Botânico Tropical (IICT)

Quadro 3.4 – Colecção de Moçambique da xiloteca do Jardim Botânico Tropical

Nomes CientíficosAcacia nigrescens EylesAdina microcephala (del.) HiernAfrormosia angolensis (Bak.) HarmsAfzelia quanzensis Welw.Albizia adianthifolia W. F. WightAlbizia gummifera (Gmel.) C. A. Smith.Albizia versicolor Welv. ex Oliv.Amblygonocarpus obtusangulus HarmsAnacardium occidentale L.Androstachys johnsonii Prain.Bequaertiodendron natalense (sond.) Heine & hemsl.Berchemia zeyheri (Sond.) GrubovBombax rhodognaphalon K. Schum. Ex. Engl.Borassus aethiopum Mart.Brachystegia spiciformis Benth.Bruguiera gymnorhiza Lam.Burkea africana Hook.Carpodiptera africana Mast.Cassipourea gummiflua Tul.

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Nomes CientíficosCeriops candoleana Arn.Chrysophyllum magalismontanum Sond.Cleistanthus schlechteri (Pax.) Hutch.Cocos nucifera L.Colophospermum mopane Kirk.Combretum imberbe WawraCommiphora caryaefolia Oliv.Cordyla africana Lour.Cynometra carvalhoi HarmsDalbergia melanoxylon Guill. & PerrDialium holtzii HarmsDialium schlechteri HarmsDiospyros mespiliformis Hochst. ex A. DC.Erythrophleum suaveolens (Guill. E Perr.) BrenanErythroxylum monogynum Roxb.Flacourtia indica (Burm. F.) Merr.Heritiera littoralis DryandHexalobus mossambicensis N. Robson.Inhambanella henriquesii DubardIrvingia mossambicensis Sim.Julbernardia globiflora (Benth) TroupinKhaya nyasica Stapf ex. Bak. F.Kigelia africana (Lam.) Benth.Lonchocarpus mossambicensis Lin.Mangifera indica L.Manilkara sp.Milicia excelsa (Chlorophora excelsa) (Welw.) Benth. HookMillettia sp.Millettia stuhlmannii Taub.Minusops caffra E. Mey A. DC.Ostryoderris stuhlmannii Dunn ex Baker f.Parinari curatellifolium P. Ex BenthPiliostigma thonningii (Schum) Milne-RedheadPseudolachnostylis maprouneifolia PaxPteleopsis myrtifolia (Lawson) Engl. & DielsPterocarpus angolensis DC.Pterocarpus rotundifolius (Sond) DrucePterocarpus sp.Rhizophora mucronata Lam.Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-SmSclerocarya caffra Sond.Spirostachys africana Sond.Sterculia apendiculata K. Schum

III. MATERIAL E MÉTODOS

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Nomes CientíficosStrychnos innocua Del.Swartzia madagascariensis Desv.Terminalia sericea Burch. ex DC.Trichilia emetica VahlUapaca kirkiana Muell. Arg.Uapaca nitida Mull. Arg.

Quadro 3.5 – Colecção de Timor da xiloteca do Jardim Botânico Tropical

Nomes CientíficosAcacia leucophloea Willd.Acacia sp.Aegle marmelos CorrêaAlbizia lebbeckioides (DC.) Benth.Alstonia scholaris (L.) R. Br.Artocarpus communis J. R. Et Forest.Artocarpus integrifolia L.Borassus sp.Calophyllum inophyllum L.Canarium commune L.Canarium moluccanum Bl.Cassia fistula L.Casuarina junghuniana Miq.Casuarina sp.Cedrela toona sp.Cedrela toona var australis Roxb. C. DC.Cordia sp.Dictyoneura sp.Dysoxylum caulostachyum Miq.Dysoxylum sp.Eucalyptus alba Reinw.Eucalyptus robusta Sm.Ganophyllum falcatum BlumeGaruga floribunda DoneHernandia sp.Intsia bijuga O. K.Melia dublia Cav.Memecylon pauciflorum BlumeMemecylon sp.Parinarium corymbosum Miq.Parinarium sp.Parkia sp.

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Nomes CientíficosPeltophorum pterocarpum BackerPodocarpus amara BlumePometia pinnata Forst.Pterocarpus acerifolium Willd.Pterocarpus indicus Willd.Rhizophora sp.Salmania malabarica Schott & Endl.Santalum album L.Sarcocephalus cordatus Miq.Schleichera oleosa Merr.Sterculia foetida L.Tamarindus indica L.Tectona grandis L.Terminalia cattapa L.Toona ciliana M. Roemer var. Australis, (F. Muell) C. DC.Toona sureni Merr.Vitex pubescens VahlWrightia javanica DC.

Quadro 3.6 – Colecção da Índia (geral) da xiloteca do Jardim Botânico Tropical

Nomes CientíficosAcacia arabica WilldAcacia suma Kurz.Adina cordifolia Hook. F.Albizia lebbeck Benth.Cedrela toona Roxb.Diospyros melanoxylon Ham.Hopea parviflora Redd.Lagerstroemia lanceolata Wall.Mangifera indica L.Mimusops elengi L.Morus alba L.Prioria copaifera Griseb.Pterocarpus marsupium Roxb.Shorea robusta Gaertn, f.Tectona grandis L.Terminalia tomentosa W. et Arn.Xylia xylocarpa Taub.

III. MATERIAL E MÉTODOS

Page 102: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

72

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Quadro 3.7 – Colecção da Índia Portuguesa (Goa) da xiloteca do Jardim Botâni-co Tropical

Nomes CientíficosAcacia arabica Willd.Acacia catechu Willd.Acacia leucophlaea Willd.Adina cordifolia Hook. F.Albizia lebbeck Benth.Albizia odoratissima Benth.Albizia sp.Anamirta cocculus (L.) Wight e Arn.Anogeissus latifolia Wall.Artocarpus communis I. R. Et Horst.Artocarpus hirsuta Lamk.Artocarpus lakoocha Roxb.Averrhoa carambola L.Bauhinia racemosa Lamk.Bridelia retusa Spreng.Carallia integerrima DC.Careya arborea Roxb.Chleichera trijuga WilldChrysophyllum roxburghii G. Don.Cinnamomum sp.Dalbergia latifolia Roxb.Diospyros assimilis Bedd.Diospyros montana Roxb.Ehretia laevis Roxb.Embelia robusta Roxb.Erinocarpus nimmonii Grah.Eugenia jambolana Lam.Ficus glomerata Roxb.Ficus sp.Flacourtia cataphracta Roxb.Garcinia indica ChoisyGarcinia xanthochymus Hook. F.Gmelina arborea (L) Roxb.Grewia microcos L.Hardwickia binata Roxb.Holoptelea integrifolia Planch.Lagerstroemia flos-regina Retz.Lagerstroemia parviflora Roxb.Leea sambucina Willd.Mangifera indica L.Melia dubia Cav.

Page 103: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

73

Nomes CientíficosMelia indica BrandMesua ferrea L.Michelia champaca L.Mitragyna parvifolia Korth.Ochrocarpus longifolius Benth. Et Hook.Odina wodier Roxb.Ougeinia dalbergioides Benth.Pterocarpus marsupium Roxb.Saccopetalum tomentosum Hook. F. E Th.Sapindus trifoliatus L.Semecarpus anacardium L.Spondias mangifera Willd.Sterculia foetida L.Sterculia villosa Roxb.Stereospermum xylocarpum Wight.Strychnos nox-vomica L.Tabernaemontana heyneana Wall.Tectona grandis L.Terminalia arjuna Bedd.Terminalia belerica Roxb.Terminalia chebula Retz.Terminalia paniculata W. et ATerminalia tomentosa W. et Arn.Wagatea spicata Dalz. E Gibs.Wrightia tinctoria Br. Wight.Xylia dolabriformis Benth.

3.1.3. Colecção UEM-MoçambiqueFoi feito o inventário do material existente na xiloteca do Departamento de

Engenharia Florestal da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, Moçambique,num total de 219 provetes, 2070 lâminas e de toda a bibliografia aí existente.

Provenientes desta colecção, incluiram-se quinze espécies novas na xiloteca doIICT-FLOR (Quadro 3.8), para as quais, no âmbito deste trabalho, se fez o estudoanatómico. Sabe-se que são espécies existentes em Moçambique mas desconhece-sea idade e as condições de crescimento das respectivas árvores.

Quadro 3.8 – Material de estudo da nova colecção vinda da xiloteca da UEM –Maputo, e integrada na xiloteca IICT-FLOR

Nomes CientíficosAcacia robusta BurchAmblygonocarpus andongensis (Oliv.) Excell & TorreBerchemia discolor (Klotzsch) HemsleyCedrela odorata L.

III. MATERIAL E MÉTODOS

Page 104: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

74

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Nomes CientíficosCleistanthus schlechteri (Pax) Hutch.Combretum zeyheri Sond.Diplohrunchus condylocarpon (Mull. Arg.) PichonMelaleuca leucadendron (L.) L.Morus mesozygia StapfPterocarpus antunesii (Tab.) HarmsRhodognaphalon schumannianum A. RobynsSchrebera trichoclada WelwSyncarpia glomulifera (Sm.) Wield.Syringa vulgaris L.Xylia torreana Brenan

3.2. METODOLOGIA PARA A CARACTERIZAÇÃO DE MADEIRAS

3.2.1. Registo fotográficoForam feitas 300 fotografias macroscópicas no plano tangencial para as colec-

ções de Moçambique, Timor e Índia, referentes às duas xilotecas, assim como para anova colecção estudada (IICT-FLOR, IICT-JBT, UEM-Moçambique). Tendo como baseas lâminas com os três tipos de corte (tr, tg, rd), foram seleccionados os melhores efeitas as respectivas microfotografias nos três planos de corte para as colecções IICT-FLOR e UEM-Moçambique. Usou-se um sistema de análise de imagem (Qwin daLeica) acoplado ao computador, tendo-se obtido, no total, 294 microfotografias.

3.2.2. Anatomia3.2.2.1. Preparação das amostrasDos provetes de 13 x 6 x 1 cm3, respectivamente nas direcções tangencial,

transversal e radial, destinadas às observações macroscópicas e descrição das carac-terísticas gerais da madeira, retirou-se uma amostra para preparar provetes em formade tronco de pirâmide com aproximadamente 3 cm de altura e de base quadrada com1 cm de lado, para a realização de cortes histológicos, a executar nas três secções damadeira (secção transversal, tangencial e radial), para a descrição microscópica edeterminação da biometria dos elementos estruturais da madeira.

Do resto do material prepararam-se pequenas estilhas de 2 x 2 x 0,2 cm3 destina-das à observação dos elementos dissociados da madeira.

3.2.2.2. Descrição macroscópicaPara a descrição macroscópica seguiu-se o esquema, estabelecido por Ferreirinha (1958)

para a madeira de folhosas, adaptado a descrições actuais utilizando uma lupa x10 (Anexo 5).

3.2.2.3. Descrição microscópicaa) Preparação de cortes finosOs blocos foram submetidos a uma fervura em água destilada durante aproxima-

damente 20 minutos, seguindo-se uma fervura com álcool a 70o e glicerina, em partes

Page 105: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

75

iguais. Os tempos de fervura variaram consoante o tipo de madeira, tendo sido maisprolongado nas espécies mais densas. Uma vez amaciados, os blocos de madeiraforam conservados individualmente em frascos identificados, mergulhados numa mis-tura de álcool e glicerina em partes iguais.

Os cortes foram feitos com micrótomo Reichter de faca móvel com espessurageralmente de 17 m. Nesta operação, delicada e exigindo facas perfeitamente limpase afiadas, optimizou-se a inclinação e o ângulo de corte para as diferentes madeiras.Por se ter pouco material por espécie, houve muita dificuldade na obtenção de bonscortes para a observação microscópica e biometria.

Para cada espécie foram realizados 10 cortes por secção, corados com safraninapara melhor observação e medições micrométricas, de acordo com o seguinte esquema:

1) Passagem dos cortes em água de Javel durante 10 a 15 minutos.2) Lavagem dos cortes com água corrente e destilada, eliminando bem os restos

de lixívia.3) Os cortes são mantidos em água destilada com algumas gotas de ácido

acético durante 15 minutos para a fixação posterior do corante.4) Passagem por uma solução de coloração de safranina cerca de 1-2 minutos.5) Para remoção do excesso de corante, os cortes são passados por álcool a 90o

durante 5 minutos.6) Passagem por água destilada cerca de 5 minutos.7) Desidratação dos cortes por passagem em álcool a 95o durante 5 minutos e

seguidamente em álcool absoluto, durante 5 minutos.As preparações definitivas dos cortes foram feitas utilizando como meio de

montagem Euparal. Em cada lâmina colocaram-se os três cortes correspondentes auma secção da madeira. Durante a secagem das preparações colocaram-se pequenospesos de chumbo sobre a lamela para que os cortes ficassem bem planos e fossemremovidas eventuais bolhas de ar.

Nem todos os cortes histológicos foram corados. Alguns mantiveram-se ao natu-ral, para uma melhor observação de cristais e inclusões gomosas, que têm tendênciaa desaparecer durante o processo de coloração, particularmente devido à acção daágua de Javel.

b) Preparação dos elementos dissociadosA dissociação dos elementos celulares da madeira foi feita com o soluto de

Franklin, composto por ácido acético glacial e peróxido de hidrogénio a 20% empartes iguais (Jane 1970). As pequenas estilhas foram mantidas, durante 24 a 48horas, na mistura de ácido acético e água oxigenada numa estufa a 45o C. Quando omaterial ficou com uma coloração branca, suspendeu-se o tratamento seguindo-seuma desintegração mecânica por agitação e lavagem com água destilada. O materialdissociado foi conservado em frascos com água destilada e álcool a 70o ou comalgumas gotas de timol ou formol. Para uma melhor observação, os elementosdissociados foram corados com uma solução aquosa a 1% de violeta de gencianadurante 30 minutos, seguidos de lavagem em água corrente para remoção do exces-so de corante.

III. MATERIAL E MÉTODOS

Page 106: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

76

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Estas preparações foram utilizadas para a medição do comprimento, largura eespessura de parede das fibras e para observação dos elementos vasculares, em espe-cial do tipo de placa de perfuração e apêndices terminais.

3.2.2.4. Caracterização quantitativaAs medições biométricas fizeram-se nas lâminas de cortes histológicos e nos

elementos dissociados. Utilizou-se um analisador de imagem semi-automático ASMacoplado ao microscópio, determinando os parâmetros indicados no Quadro 3.9,segundo as normas de IAWA (1989). Para cada parâmetro determinou-se a média, odesvio padrão, o valor máximo e o mínimo.

Quadro 3.9 – Medições biométricas efectuadas referindo-se o número de mediçõese secção em que se fez a observação

Nº Parâmetro Nº de medições Observação1 Diâmetro tangencial dos vasos ( m) 40 secção transversal2 Comprimento dos elementos de vaso ( m) 40 secção tangencial3 Espessura de parede dos vasos ( m) 40 secção transversal4 Pontuações intervasculares ( m) 40 secção tangencial5 Número de vasos / mm2 2 lâminas (40/lâmina) secção transversal6 Altura dos raios ( m) 40 secção tangencial7 Altura dos raios (nº de células) 40 secção tangencial8 Largura dos raios ( m) 40 secção tangencial9 Largura dos raios (nº de células) 40 secção tangencial10 Número de raios / mm 2 lâminas (40/lâmina) secções transv. / tang.11 Comprimento das fibras ( m) 40 elementos dissociados12 Largura das fibras ( m) 40 elementos dissociados13 Espessura de parede das fibras ( m) 40 elementos dissociados

3.2.2.5. Caracterização qualitativaA caracterização qualitativa do material refere-se a todas as observações realizadas

ao microscópio (DML da Leica), quer em lâminas de cortes histológicos quer em elemen-tos dissociados, no que respeita à morfologia, arranjo, distribuição dos diferentes elemen-tos estruturais no lenho, seguindo-se a terminologia proposta pelo IAWA (1989).

3.2.3. Determinação da corPara a colorometria quantitativa utilizou-se um espectrofotómetro de cor Minolta

CM – 3630 de geometria d/0o. Os dados adquiridos foram analisados pelo softwarePapercontrol Ver. 2.

A escala colorimétrica utilizada foi a CIE L*, a* e b*. Neste espaço de cor, ela édefinida pelos parâmetros L* que define a claridade e varia entre 0 (preto absoluto) e100 (branco puro), o parâmetro a* que varia entre +a* (vermelho) e o –a* (verde) e oparâmetro b* que varia entre +b* (amarelo) e –b* (azul), sendo que os parâmetros a* eb* variam, em valor absoluto, entre 0 e 60.

Page 107: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

77

Numa primeira fase, fez-se a determinação dos parâmetros L*, a* e b* das 33madeiras de Moçambique, 33 de Timor, 17 da Índia Portuguesa da xiloteca do FLOR,as 15 da colecção UEM e 26 de cores variadas, pertencentes a diferentes colecções daxiloteca, entre elas uma colecção de 12 madeiras da Costa Rica. Para tal fez-se umpolimento numa das faces de cada provete (13 x 6 x 1cm3) de modo a obter-se umaface polida que se aproximasse dos valores da amostra quando acabada de cortar,deixando a outra face para se medir a possível alteração da cor com o uso da madeirae exposta ao ambiente.

Uma vez que a madeira não é um material homogéneo fizeram-se, para cadaface do provete, polida e usada, quatro determinações, calculando-se o valor médiopara cada face do provete.

Numa segunda fase, o objectivo foi criar uma tabela de cores da madeira (Qua-dro 4.3), tendo-se escolhido, de toda esta gama de cores, 33 madeiras de cor, textura,fio e desenho diferentes.

3.2.4. Determinação do teor de humidade, da densidade e da retracçãoOs dados relativos à física da madeira, apresentados no trabalho e que resulta-

ram da pesquisa bibliográfica feita para cada madeira estudada, foram obtidos doseguinte modo:

Os provetes foram cortados em forma de cubo com cerca de 3 cm de aresta efaces correspondentes às três secções da madeira. Cada provete foi pesado e medidoem duas arestas opostas para cada direcção: axial (A), radial (R ) e tangencial (T).

Numa primeira fase procedeu-se à saturação das amostras, à qual se seguiuuma fase de secagem: secagem ao ar, depois secagem progressiva em estufa a 60o C epor fim a 100o C.

Utilizou-se uma balança e uma craveira para as medições das arestas. Com osresultados fez-se a determinação dos volumes e cálculo das densidades e retracções.

As diferentes densidades foram calculadas a partir da massa e volume dos provetesa diferentes teores de humidade; ao ar (à chegada ao laboratório) e anidra (apósretirada toda a água) e básica.

Pela Norma Portuguesa (NP-614), o teor de humidade (%) vem: Hm m

m=

−×1 2

2

100 ,sendo m

1 (massa do provete húmido, g) e m

2 (massa do provete seco, g).

A fórmula empírica para a determinação da humidade máxima para todas asespécies vem expressa, segundo a Norma Portuguesa (NP-614), do seguinte modo:

Hmax = +−

××( ,

,

,)0 28

150

1501000

0

ρρ

, sendo 0

0ρ = mvv

(densidade básica)

As retracções axial, radial e tangencial são determinadas considerando-se, parao cálculo do volume verde, o valor máximo atingido e para o volume seco, asdimensões do provete completamente seco. A retracção volumétrica calculou-se apartir do volume verde (axial x radial x tangencial) e do volume seco (axial x radial xtangencial). A anisotropia da retracção radial como o quociente entre a retracçãotangencial e a radial.

III. MATERIAL E MÉTODOS

Page 108: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

78

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Retracção linear (Segundo a Norma Portuguesa NP-615)Retracção linear, (axial, radial ou tangencial), do PSF até 0% ε =

−×1 3

3

100l ll

Coeficiente de retracção linear, (axial, radial ou tangencial), do H% até 0%

α =−×

×2 3

3

100l ll H

l1 - dimensão, numa dada direcção do provete saturado (mm), l

2 - dimensão, na

mesma direcção do provete seco ao ar (mm), l3 - dimensão, na mesma direcção do

provete seco em estufa (mm), H - teor em água do provete seco ao ar (%)

Retracção volumétrica (Segundo a Norma Portuguesa (NP-615)

Retracção volumétrica total v

v vvε =−

×1 3

3

100

Coeficiente de retracção volumétrica va v vv H

=−×

×2 3

3

100

V1 - volume do provete saturado (cm3),

V

2 - volume do provete seco ao ar (cm3), V

3 -

volume do provete seco em estufa (cm3), H - teor em água do provete seco ao ar (%)

3.3. Organização da informaçãoA existência de grande diversidade de madeiras resultante de inúmeras espécies,

sobretudo tropicais, tem levado ao interesse na criação de uma base de dados quefacilite uma consulta rápida sobre aspectos de identificação e caracterização dasmadeiras. Este capítulo do trabalho teve como objectivo integrar o conhecimentoexistente na área da identificação e caracterização das madeiras, tendo como materialde trabalho as colecções anteriormente referidas de três grandes regiões com caracte-rísticas diferentes: Moçambique, Timor e Índia.

3.3.1. Selecção dos atributosPara as 83 espécies da xiloteca FLOR, seleccionou-se a informação por espécie, referente

à pesquisa de nomes científicos, comerciais e vernáculos, distribuição geográfica, descrição daárvore, a madeira com os seus aspectos gerais, estrutura anatómica tanto no aspecto macroscópicocomo microscópico, propriedades fisico-mecânicas, colorometria quantitativa, utilizações damadeira, macro e microfotografias (transversal, tangencial e radial), num total de 194 parâmetrospor espécie, vindo a informatizar-se um total de 16102 dados.

Procedeu-se à definição da informação e o modo como viria a integrar-se na basede dados as 202 espécies da xiloteca do JBT, tendo em conta os 15 parâmetros das fichastécnicas. Seleccionou-se a informação e distribuiu-se por três fichas: ficha A com o nomecientífico da espécie, origem, família, origem das amostras; ficha B com os sinónimos,nomes vernáculos e comerciais, principais características botânicas e florestais, distribui-ção geográfica, habitat e ecologia; e ficha C com o aspecto macroscópico da madeira eoutras características, utilizações da madeira e outras, bibliografia, iconografia e materialpara estudo (vivo, herbário, museu, xiloteca), num total de 3030 dados.

Page 109: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

79

3.3.2. Construção da base de dadosDesenvolveu-se uma base de dados em Access (Microsoft) , designada e-

xiloteca, para caracterização de madeiras, tendo-se introduzido os dados reco-lhidos da caracterização e utilização de madeiras, incluindo aspectos estruturaise propriedades físico-mecânicas que permitem definir os seus usos potenciaispara as principais madeiras comerciais e com potencialidades de utilização.

Procedeu-se à definição da arquitectura lógica com planeamento e deline-amento da base de dados tendo em conta os parâmetros caracterizadores damadeira e a informação consultada e recolhida com vista a dar resposta aospotenciais utilizadores desta xiloteca virtual.

Teve como base 117 caixas de combinação e estruturou-se segundo 16tabelas num total de 194 parâmetros por espécie para a xiloteca do FLOR (Anexo6) e 15 para a do JBT (Anexo 7).

Foram incluídas as caracter ís t icas quant i tat ivas anatómicas, f ís icas e decor (Anexo 10).

O sistema integra módulos adequados para a gestão de dados e para aconsulta de informação (consulta técnica, científica, comercial e didáctica), deacordo com níveis diferenciados. Por exemplo, pretende dar resposta às diferen-tes indústrias (de serração, de mobiliário, construção civil , restauros, etc.) doponto de vista da legalidade da sua comercialização e utilização tendo em contaas restr ições impostas por convénios internacionais. Deste modo del ineou-seuma série de perguntas a fazer à base tendo em conta os possíveis utilizadores(Anexo 8).

Na fase seguinte, testou-se a base relativamente a potenciais interessadosneste t ipo de informação, tendo-se também em consideração a natureza dassolici tações ao FLOR por parte de diversos sectores. No final foram feitas asdevidas rectif icações de alguns erros detectados e até incoerências que foramsurgindo.

Foi introduzido na base de dados um glossário em duas línguas, portuguêse inglês, dos termos usados em anatomia de madeiras, num total de 337 entra-das. Também foi introduzida a informação relativa ao historial de cada uma das3 colecções do FLOR, com consulta individual e a lista das espécies madeireirascujo comércio é restringido pela CITES.

A base foi construída de modo aberto, permitindo a entrada de nova infor-mação à medida que seja disponibi l izada, incluindo também novas áreas deinteresse.

3.4. Análise multivariada de dadosPara analisar as relações entre as amostras de madeira com um conjunto

de características tão complexo, recorreu-se à análise multivariada – taxonomianumérica (agregação e análise em componentes principais) e correlação canónica.Os cálculos foram realizados na Estação Agronómica Nacional, do Instituto Na-cional de Recursos Biológicos, em Oeiras, recorrendo ao sistema de programasNTSYSpc, versão 2.1 (Rohlf 1997), para a análise por taxonomia numérica, e aoconjunto de programas NCSS (Hintze 2006), para a correlação canónica.

III. MATERIAL E MÉTODOS

Page 110: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

80

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

3.4.1. Taxonomia numéricaA taxonomia numérica é uma técnica concebida para comparar e classificar

objectivamente entidades, colocando os diferentes grupos de semelhança próximosuns dos outros. Este método permite medir a semelhança entre entidades e agrupá-lasem classes de acordo com essas semelhanças (Sneath & Sokal 1973). Será importanteprecisar o significado dos termos utilizados neste trabalho: classificar é ordenar asdiferentes entidades em grupos com base nas suas relações; taxonomia é o estudoteórico da classificação, incluindo as suas bases, princípios, processos e leis; identifi-car é atribuir a uma entidade desconhecida o seu posicionamento numa classe parti-cular de uma classificação previamente estabelecida (Simpson 1961).

A utilização destas técnicas teve como objectivo relacionar as amostras dasdiferentes madeiras tomando como base as características estudadas. Foram conside-rados apenas os dados quantitativos referentes à xiloteca FLOR e à colecção UEMnum total de 98 espécies, sendo 17 da Índia Portuguesa, 33 de Moçambique, 33 deTimor e 15 da colecção UEM de Moçambique (Anexo 9).

Das 43 características quantitativas estudadas (Anexo 10), das quais 24 no âmbito daanatomia (V1-V8, R1-R9 e F1-F7), 12 na física (FIS1-FIS12) e 7 relativos à quantificação dacor (C1-C7), não foram utilizadas nesta análise as características cujos valores resultassemde relações entre características, tais como, relação comprimento / largura das fibras (F6)e os desvios-padrão das diferentes variáveis (V8, R6, R9, F3, F5, F7). A característicaqualitativa da cor (C7) foi codificada estabelecendo uma escala de cores das amostras demadeira, da cor mais clara para a cor mais escura, passando assim esta variável a sertratada como quantitativa, representando a cor (Quadro 3.10).

Numa primeira etapa procedeu-se à análise da matriz de dados constituída portodas as amostras de madeiras com excepção das 15 da colecção UEM por estas nãopossuírem dados de características físicas (FIS1 a FIS12), assim como das madeirasT18 e T19, pelas mesmas razões, ficando assim o número total de amostras analisadasem 81. Quanto às características, foram eliminadas aquelas que apresentavam elevadacorrelação entre si. As variáveis eliminadas foram V2 e V3, que representavam osvalores mínimo e máximo de vasos, altamente correlacionadas com o valor médio V1,R2 e R4, por estarem correlacionados com o valor médio R3, FIS2 e FIS4, por estaremaltamente correlacionadas com FIS1 e FIS3, respectivamente, C1, C2 e C3 por estaremaltamente correlacionadas com os valores determinados para as amostras polidas (C4,C5, C6). Foram também eliminadas FIS6, FIS7, FIS8, FIS9, FIS10, FIS11 e FIS12, porapresentarem um elevado número de dados omissos. A matriz final e que foi sujeita àprimeira análise tinha 81 linhas, correspondentes às amostras de madeira que possu-íam dados para a maioria das 20 características (variáveis) seleccionadas e que cons-tituíam as colunas da matriz.

Numa segunda etapa eliminaram-se as amostras de madeira I5, M7, M22, M30,M32, T1, T2, T3, T12, T13 e T27, por se mostrarem diferentes de todas as outras emvárias características. A matriz ficou constituída por 70 amostras e as mesmas 20características.

A terceira etapa teve como objectivo analisar o resultado da classificação dasmadeiras tomando só em consideração as suas características anatómicas, o que permi-tiu incluir as amostras da colecção UEM que só apresentavam resultados para esse

Page 111: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

81

conjunto de características. A matriz passou assim a ser constituída por 87 amostras e13 características anatómicas. A redução do número total de 98 amostras iniciais a 87resulta das características particulares das amostras N1, N10, N14 e N15 e das amostrasM7, M22, M30, M32, T1, T24 e T27, pelas razões já anteriormente referidas.

Na quarta etapa foram seleccionadas 54 amostras que possuíam resultados paraas características físicas FIS1 e FIS4 a FIS12 (no caso desta análise a característicaFIS3 foi substituída pela característica FIS4 que apresentava valores para todas asamostras) e para a cor (C4 a C7), num total de 14 características.

Para todas as matrizes e face à diferente dimensão e natureza dos dados, proce-deu-se sempre à estandardização dos dados. Esta operação consiste em calcular, paracada característica, a respectiva média e desvio-padrão e em substituir cada valor

Quadro 3.10 – Codificação da escala de cores resultante da análise macroscópicadas amostras (C7)

III. MATERIAL E MÉTODOS

Page 112: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

82

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

original pelo quociente entre a sua diferença à média e o respectivo desvio-padrão.Obtém-se assim uma nova matriz, designada por matriz de dados estandardizados,em que a média dos valores de cada característica é zero e a respectiva variância um.

A distância entre cada par de amostras de madeira foi calculada usando adistância taxonómica média.

Das várias técnicas de agregação (cluster analysis) da matriz de distâncias foiescolhida a técnica designada UPGMA (Unweighted Pair-Group Method using arithmeticAverages), sendo o respectivo resultado expresso sob a forma de uma estruturaramificada, em que os diferentes ramos se relacionam de acordo com os valores dasdistâncias em que se baseou o método de agregação e que se designa por fenograma(Sneath & Sokal 1973, Cabral et al. 1977, Curvelo-Garcia et al. 1987). Para este fenogramafoi calculado o coeficiente de correlação cofenética (r) que mede o seu respectivograu de distorção (Sokal & Rohlf 1962).

Outra técnica de agregação usada foi a árvore de expansão mínima (SCN -Shortest Conection Network), também conhecida como árvore de conexão mínima(MST Minimum Spanning Tree), que consiste em ligar as diferentes amostras de ma-deira por linhas (conexões), obtendo-se assim uma rede de ligações entre elas.

A sobreposição da árvore de conexão mínima às projecções das madeiras obtidapela análise em componentes principais permite a detecção de distorções em paresde pontos que, estando as suas projecções muito próximas no plano definido pelasduas primeiras componentes principais, estão de facto afastados se considerarmos asua disposição espacial no plano definido pela primeira e terceira componentes.

Recorreu-se a uma análise em componentes principais (Sneath & Sokal 1973, Cabral etal. 1977, Curvelo-Garcia et al. 1987), com a qual se pretende reduzir o número de dimensõesiniciais, projectando as amostras de madeira num novo sistema de eixos ortogonais. Esteseixos são escolhidos de maneira a que o primeiro (primeira componente principal) tenha adirecção em que se verifica a maior dispersão dos pontos, o segundo (segunda componenteprincipal) numa direcção em que, sendo ortogonal à primeira, se verifica a segunda maiordispersão dos mesmos pontos, e assim sucessivamente. As componentes principais impli-cam, portanto, encontrar um novo conjunto de eixos ortogonais, formados pela combinaçãolinear das variáveis iniciais. Uma propriedade muito importante das componentes principaisé serem independentes (não correlacionadas). É possível interpretar a análise em compo-nentes principais como explorando a correlação entre as variáveis originais, substituindo-aspor outras, em menor número, não correlacionadas, com um mínimo de perda de informa-ção, que é também calculada (Lima & Clímaco 1990).

3.4.2. Correlação canónicaPara estudar a eventual correlação entre o grupo das características anatómicas com

o grupo das características físicas foi utilizada uma correlação canónica (Bilodeau &Brenner 1999, Harlow 2005) que é uma técnica multivariada que permite sintetizar eexplorar relações complexas entre dois conjuntos de variáveis.

Page 113: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

83

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. XILOTECA VIRTUAL DE MADEIRAS TROPICAIS4.1.1. Base de dados e xiloteca virtual

Tendo por base a informação disponível nas duas xilotecas existentes no Instituto deInvestigação Científica Tropical (IICT), uma no Centro de Florestas e Produtos Florestais(FLOR), com 24 colecções de madeiras tropicais de 20 origens geográficas diferentes erespectiva laminoteca, e outra no Jardim Botânico Tropical (JBT), com a maior parte dasmadeiras provenientes de missões realizadas nas regiões tropicais (Angola, Moçambique,São Tomé e Príncipe, Guiné, Goa e Timor), criou-se uma base de dados, constituindouma xiloteca electrónica (e-xiloteca), em suporte digital, com informações sobre identifi-cação, aspecto, anatomia, propriedades físicas e mecânicas, quantificação da cor e aplica-ções, assim como imagens macro e microscópicas (Figura 4.1). A e-xiloteca está organiza-da pelas duas colecções, xilotecas FLOR e JBT, com acesso independente e com estruturadiferente, dado possuírem características e informação diferentes (Figuras 4.2 e 4.3)

Figura 4.1 – Aspecto geral do menu inicial da e-xiloteca do IICT

Page 114: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

84

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Figura 4.2 – Aspecto geral do menu da e-xiloteca do FLOR

Figura 4.3 – Aspecto geral do menu da e-xiloteca do JBT

Procurou desenvolver-se um instrumento que contribua para um aumento deconhecimento técnico e científico das madeiras de espécies florestais tropicais epara a sua identificação e caracterização e que possa ser utilizado por diversostipos de utilizadores. A estrutura da base de dados foi desenhada de modo a permi-

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85

tir uma consulta fácil. As condições para o acesso dos utilizadores são a existênciado programa de base de dados Access 2003 (Microsoft Office) e uma resolução domonitor de pelo menos 1024 x 768. A e-xiloteca encontra-se em DVD inserida embolsa no final desta tese.

A base de dados inclui informação sobre 83 espécies da xiloteca FLOR e 202espécies da xiloteca do JBT, provenientes de Moçambique, Timor e Índia, cuja listagemse encontra nos Quadro 3.1 a 3.7. As informações introduzidas dizem respeito à suanomenclatura, distribuição geográfica, aspectos gerais da madeira, aspectos anatómi-cos, físicos e respectivas fichas biométricas, utilizações, macro e microfotografias,entre outras (Anexos 6 e 7).

Esta e-xiloteca fará parte do LABFLOR (Laboratório do Centro das Florestas eProdutos Florestais) do IICT, no âmbito da Acreditação de Ensaios Laboratoriais paraIdentificação e Caracterização de Física de Madeiras, que aguarda a acreditação peloIPAC (ISO 17025:2005). A base de dados foi também já instalada num dos países deorigem das madeiras, na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, Moçambique,tendo sido feitas as respectivas acções de demonstração.

A informação sistematizada já está a ser integrada em rede internacional, com acolaboração na disponibilização da informação on-line, em articulação com a Universida-de de Oxford, cujo responsável pelo programa BRAHMS, Dr. Denis Filer, irá integrar estabase de dados numa base do Património Científico do Instituto de Investigação CientíficaTropical no âmbito do Programa “Tratamento e Divulgação do Património do IICT”.

Uma outra participação encontra-se em desenvolvimento com o CRIA - Centrode Referência em Informação Ambiental, no Brasil, através do spLinker (programapara conectar à rede speciesLink).

Actualmente Peter Gasson, investigador do Royal Botanic Gardens, Kew, UKestá a organizar a 4ª edição do Index Xylariorum, que deverá actualizar os dadossobre as xilotecas do mundo, tendo contactado no sentido de se associar esta (s)xiloteca (s) do IICT ao Índex Xylariorum, sendo uma referência essencial para osanatomistas de madeira.

4.1.2. Exemplos de utilização da e-xiloteca

A base de dados permite interacções que possibilitam uma resposta rápida aquestões concretas correspondentes a diferentes tipos de consulta (técnicas, científi-cas, comercias e didácticas). Desenvolveu-se, a título demonstrativo, um conjunto deconsultas-tipo (queries), nomeadamente orientadas para agentes económicos do sec-tor, tendo em vista a comercialização, a transformação e a aplicação das madeirastropicais, como se detalha a seguir. A listagem de algumas consultas já definidasencontra-se detalhada no Anexo 8, mas é evidente que outras consultas poderão serformuladas tendo como suporte a informação existente na base de dados.

A consulta à e-xiloteca inicia-se com um menu inicial que dá acesso, emseparado, às duas xilotecas (FLOR e JBT), cada uma delas com o seu menu próprio,por terem características e informações diferentes (Figura 4.1). Do menu principalentra-se directamente para qualquer uma das duas e-xilotecas, podendo sempre numadelas passar-se para a outra ou voltar-se ao menu principal.

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 116: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

86

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Salientam-se seguidamente alguns dos aspectos mais importantes das informa-ções que é possível obter em cada uma das duas xilotecas.

Xiloteca FLORNa e-xiloteca FLOR (Figura 4.2) é possível obter a seguinte informação:1. Aspectos de nomenclatura- O nome científico a partir do nome comercial e/ou vernáculo e vice-versa- Rectificação/actualização de nomes científicos e famílias2. Aspectos gerais- Origem- Família- Distribuição geográfica- Principais características da árvore- Usos da madeira3. Aspectos macroscópicos- Cor, brilho, grão, fio, textura, desenho- Tipo de porosidade- Distribuição do parênquima- Aspectos relevantes dos raios- Presença ou ausência de caracteres acessórios4. Anatomia- Fichas biométricas dos vasos, raios e fibras- Aspectos microscópicos dos vasos, fibras, raios e parênquima- Aspectos microscópicos a ter em consideração na identificação de uma madei-

ra pesquisando por espécie5. Propriedades físicas- Humidade, densidade, retracção- Susceptibilidade à variação de humidade- Durabilidade- Parâmetros colorimétricos6. Fotografias macroscópicas e microscópicas7. Aspectos de organização- Localização na xiloteca de determinada madeira através do nome científico,

número de provete e/ou lâmina e vice-versa- Localização de determinada espécie nas duas xilotecas pesquisando pelo nome

científico, nome comercial, origem e/ou família8. Informações complementares- Glossário internacional de termos utilizados em anatomia de madeiras poden-

do pesquisar pela letra inicial, em português e em inglês, num total de 337 entradas- Notas histórias relativas às três colecções, com entradas separadas para a

colecção da Índia Portuguesa, Moçambique e Timor- Lista das espécies madeireiras cujo comércio é restringido pela CITES

Xiloteca JBTNa e-xiloteca do JBT (Figura 4.3) podem fazer-se as seguintes consultas:

Page 117: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

87

1. Aspectos de nomenclatura- Nome científico, vernáculos e comerciais- Sinónimos2. Aspectos gerais- Origem- Família- Distribuição geográfica- Principais características botânicas e florestais- Habitat e ecologia- Usos da madeira3. Aspectos macroscópicos- Cor, brilho, fio, textura, camadas de crescimento- Tipo de porosidade- Distribuição do parênquima- Aspectos relevantes dos raios4. Propriedades físicas- Densidade- Susceptibilidade à variação de humidade- Durabilidade- Resistência ao ataque de agentes externos- Conservação- Trabalhabilidade5. Fotografias macroscópicas6. Aspectos de organização- Tipo de material existente na xiloteca, através do nome científico (planta viva,

amostras em herbário, peças de madeira no museu, amostras em xiloteca)- Localização na xiloteca de determinada madeira através do nome científico- Localização de determinada espécie nas duas xilotecas pesquisando pelo nome

científico, nome comercial, origem e/ou família7. Informações complementares- Glossário internacional de termos utilizados em anatomia de madeiras podendo

pesquisar pela letra inicial, termo em português e em inglês, num total de 337 entradas- Lista das espécies madeireiras cujo comércio é restringido pela CITES- Bibliografia utilizada na descrição de cada espécie- Informação detalhada sobre a origem das amostras

4.2. FICHAS CARACTERIZADORAS DAS ESPÉCIES NOVAS ESTUDADAS

A caracterização da madeira das quinze espécies cedidas pela xiloteca da Uni-versidade Eduardo Mondlane, Maputo, Moçambique (Quadro 4.1) está compilada emfichas caracterizadoras que apresentam os resultados das determinações efectuadaspara os diferentes parâmetros. Cada ficha inclui a seguinte informação:

- Fotografia macroscópica da madeira e respectiva identificação: nome científi-co, família, sub-família, nomes comuns (Jacquiot 1955, Sousa 1966, Bolza & Keating

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Nome Científico Família Nº cod n.º pág.Acacia robusta Burch Leguminosae 188 N1 89Amblygonocarpus andongensis (Oliv.) Exell & Torre Leguminosae 27 N2 97Berchemia discolor (Klotzsch) Hemsley Rhamnaceae 191 N3 105Cedrela odorata L. Meliaceae 210 N4 113Cleistanthus schlechteri (Pax) Hutch. Euphorbiaceae 166 N5 121Combretum zeyheri Sond. Combretaceae 79 N6 129Diplorhynchus condylocarpon (Mull. Arg.) Pichon Apocynaceae 190 N7 137Melaleuca leucadendron (L.) L. Myrtaceae 129 N8 145Morus mesozygia Stapf (1) Moraceae 189 N9 153Pterocarpus antunesii (Tab.) Harms Leguminosae 208 N10 161Rhodognaphalon schumannianum A. Robyns (2) Bombaceae 196 N11 169Schrebera trichoclada Welw Oleaceae 92 N12 177Syncarpia glomulifera (Sm.) Wilde. Myrtaceae 153 N13 185Syringa vulgaris L. Oleaceae 155 N14 193Xylia torreana Brenan Leguminosae 218 N15 201

1972, Normand & Paquis 1976, Machado 1996, Doran & Turnbull 1997, Palutan 1982,ATIBT 1986, Richter & Dallwitz 2000, Palgrave 2000, Silva et al. 2004 e Bunster 2006);utilizações possíveis da madeira (Kollmann 1959, Sousa 1966, Bolza & Keating 1972,ATIBT 1986, Golding 2002, Bunster 2006 e Ali et al. 2008); distribuição geográfica dasespécies em Moçambique (Sousa 1966, Silva et al. 2004 e Ali et al. 2008) e origem,código e nº amostra;

- Características gerais e descrição macroscópica da madeira;- Microfotografias das secções transversal, tangencial e radial;- Descrição microscópica, segundo os critérios da IAWA (1989);- Ficha biométrica, que inclui as dimensões dos diferentes tipos de células

(vasos, raios e fibras) (Freitas 1955, Freitas 1958, Monteiro & França 1971, Almeida1973, Freitas 1986, Richter & Dallwitz 2000, Insidewood 2004);

- Colorometria quantitativa da madeira polida e usada segundo o espaço de corL* a* b* (CIELAB).

Quadro 4.1 – Material estudado da colecção Universidade EM – Moçambique

(1) No n.º 1 do artigo 11 do Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia (Anexo 2) aparece com o nome anterior

Morus láctea

(2) No n.º 1 do artigo 11 do Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia (Anexo 2) aparece com o nome actual

Bombax rhodognaphalon

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89

Nome científico: Acacia robusta Burch

Família: Leguminosae

Sub-família: Mimosaceae

Nomes comuns: remicaia, mungua, n’gololo, m’bhanbha, cacaua, enronga,kuckue, micaia (ronga)

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Cabo-Delgado, Nampula,Gaza, Inhambane, Manica, Sofala, Tete, Zambézia, Niassa

Origem: África

Utilizações: postes de longa durabilidade, mobiliário, construção, jardins

Código: N1Nº: 188

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 120: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

90

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 121: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

91

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento : pouco distintas

Cor: madeira castanho-amarelada com tonscinzento-esverdeada

Brilho: cerosoTextura: média

Fio: direito a onduladoDesenho: dado essencialmente pelo parênquima

listado de tom claro

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: sensivelmente uniformesLargura: médios a largos

Abundância: médiosDisposição: a porosidade é difusa com tendência a uma

disposição tangencial dos poros que estãoincluídos em faixas de parênquima contínuase onduladas

Agrupamento: os poros são isolados e agrupados (2 a 3)Forma: poros de secção oval

Parênquima

Distinção: distintoDisposição: paratraqueal em faixas tangenciais contínuas

ao longo de todo o plano lenhoso ou porvezes interrompidas. A largura dessas faixasé variável englobando 2 a 3 poros;parênquima aliforme por vezesprolongando-se em finas linhas curtas;circunvascular em porosisolados. No limite das camadas há umparênquima marginal em finas linhas, semcontinuidade

Abundância: abundante

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 122: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

92

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Raios

Largura: médiosAbundância: média

Trajecto: rectilíneo

Elementos acessórios

ausentes

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisobservam-se os raios e traços vascularesde tom mais escuro e o parênquima axialmanchado de tom claro

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93

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.4 – Estrutura geral do lenhoAcacia robusta Burch

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 124: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

94

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadas pouco distintas observando-se contudode crescimento : parênquima marginal em linhas finas e ténues

e também alguns poros de diâmetro tangencialidêntico que se dispõem tangencialmente naszonas limite de camada

Vasos

Disposição: a porosidade é difusa e os porosdispõem-se tangencialmente e estão incluídosna maioria em faixas tangenciais contínuasde parênquima axial, o que dá um aspectozonado à madeira

Agrupamento : a maioria dos poros estão isolados e quando estãoagrupados os agrupamentos são de 2 a 3 poroscom disposição sobretudo radial. Ocasionalmenteobservam-se cachos de mais de 3 poros.

Diâmetro tangencial : médioForma : circular a oval

Perfurações : simplesPontuações : parede com pontuações alternas e finas por

vezes alongadas horizontalmente,pontuações vasos-raios reduzidase aparentemente simples

Comprimento doselementos vasculares : muito curtos

Espessura da parede: espessaCaracteres acessórios: não observados

Parênquima

Natureza: séries verticais com 2 a 4 célulasDisposição: paratraqueal vasicêntrico, aliforme

e confluente em faixas tangenciais muito largas,que chegam a ter 32 células em largurae incluem os poros; parênquima apotraquealem células isoladas ou em pequenoagrupamento; algum parênquima marginalno limite das camadas, em linhas muito curtassem continuidade

Caracteres acessórios: células de parênquima pontuadas comtendência para uma disposição estratificada,cristais prismáticos

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Raios

Número de célulasem largura: raios bi a plurisseriados de 4 a 10

células, raramente unisseriadosNatureza: homocelularesTrajecto: sensivelmente rectilíneo, levemente sinuoso

junto aos porosLargura: médios

Tamanho: muito variáveisAltura: extremamente baixos

Abundância: rarosDisposição: leve tendência para estratificação dos raios

Caracteres acessórios: células com inclusões de tom amarelado,pontuações finas nas paredes radiais

Fibras

Natureza: libriformes, por vezes septadasDisposição: irregulares

Comprimento: médiasLargura: estreitas

Espessura da parede: média

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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96

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 2Nº / mm2 (mín) 1Nº / mm2 (max) 3Pontuações média ( m) 2Espessura de parede ( m) 8Comprimento dos elementos vasos ( m) 229Diâmetro tangencial

Média ( m) 148Desvio-padrão ( m) 17

RAIOSAlturaNº / mm 1-3Nº mínimo de células 8Nº médio de células 67Nº máximo de células 125Média ( m) 475Desvio-padrão ( m) 261LarguraNº mínimo de células 2Nº médio de células 6Nº máximo de células 10Média ( m) 64Desvio-padrão ( m) 12

FIBRASComprimentoMédio ( m) 1131Desvio-padrão ( m) 81LarguraMédia ( m) 21Desvio-padrão ( m) 3,0Relação comprimento /largura ( m) 54Espessura parede ( m) 5,4

COR L* a* b*Usada 60,4 6,8 24,3Polida 64,3 4,3 20,0

Page 127: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

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Nome científico: Amblygonocarpus andongensis (Oliver) Exell & Torre

Família: Leguminosae

Sub-família: Mimosaceae

Nomes comuns: mutiria (cheringoma), matindire, banga-wanga, mecurria(macua), muciria, muarandaw, mukuiria, ngilihua

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Cabo-Delgado,Inhambane, Nampula

Origem: África

Utilizações: Estruturas expostas ao tempo, construção civil, parquet, esteio,carroçarias, mobiliário, embutidos, artigos de desporto, alfaias agrícolas, marcenaria,travessas de caminho de ferro, postes, estacas, cubas, tinas, parques e arborização deestradas pela elegância de copa e cor da folhagem

EndémicaCódigo: N2

Nº: 27

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 128: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

98

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 129: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

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DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento: pouco distintas

Cor: castanho-avermelhadaBrilho: ausente

Textura: médiaFio: recto

Desenho: pouco desenhada, sendo o desenho dadopelos traços vasculares, nem sempre muitomarcados e as manchas de parênquima mais claro

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: sensivelmente uniformesLargura: médios a largos

Abundância: medianamente abundantesDisposição: porosidade difusa sem qualquer padrão

especial de distribuição de porosAgrupamento: isolados e agrupados radialmente 2 a 3

poros e também em cachoForma: secção oval

Parênquima

Distinção: distintoDisposição: paratraqueal circunvascular por vezes

aliforme, que pode abranger 2 ou mais poros;confluente em faixas ou finas linhastangenciais com alguma continuidade

Abundância: medianamente abundante

Raios

Largura: finos a médiosAbundância: mediamente abundantes

Trajecto: rectilíneo

Elementos acessórios

alguns vasos obstruídos por umasubstância amarelada a alaranjada

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 130: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

100

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaistraços vasculares curtos, alguns cavados, ondeé possível observar os elementos vascularesque os formam, incluídos por vezes com umasubstância amarelada. Em torno doselementos vasculares observa-se um manchadode tom amarelo claro que é o parênquima

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101

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.5 – Estrutura geral do lenhoAmblygonocarpus andongensis(Oliver)Exell & Torre

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 132: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

102

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadasde crescimento: marcadas por parênquima marginal

Vasos

Disposição: porosidade difusaAgrupamento: alguns isolados mas a maioria agrupados

radialmente (2 a 6 por grupo sendo o maiscomum 2 a 3) ou menos frequentes cachosde 3 poros

Diâmetro tangencial: médiosForma: circular a oval

Perfurações: simplesPontuações: intervasculares pequenas alternas com

abertura alongada por vezes coalescentee vasos raios semelhantes àspontuações intervasculares

Comprimento doselementos vasculares: médiosEspessura da parede: espessa

Caracteres acessórios: inclusões gomosas de tom amareloa castanho alaranjado

Parênquima

Natureza: em séries verticais de 2 a 5 célulasDisposição: paratraqueal circunvascular, aliforme

e confluente apresentando-se os vasossempre incluídos nas faixas onduladas(incluem 2 a 3 poros). Linhas de parênquimamarginal e algumas células isoladas

Caracteres acessórios: inclusões de tom castanho-escuro a castanho-dourado;por vezes cristais prismáticos

Raios

Número de célulasem largura: bisseriados na maioria e uni e trisseriados

Natureza: os raios são homocelulares de célulasprostradas, formados por células de diferentesdimensões. Em secção tangencial os raiosapresentam células de formato semelhantecom células terminais mais redondas que asoutras; verifica-se a anastomose de 2 ou maisraios longitudinalmente.

Page 133: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

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Trajecto: sensivelmente rectilíneo, levemente sinuosojunto aos poros

Largura: moderadamente estreitosTamanho: sensivelmente uniformes

Altura: extremamente baixosAbundância: médios

Disposição: tendência a estratificaçãoCaracteres acessórios: muitas inclusões castanhas escuras por

vezes de tonalidade dourada. Células dosraios pontuadas

Fibras

Natureza: libriformes por vezes septadasDisposição: dispostas irregularmente

Comprimento: médiasLargura: estreitas

Espessura da parede: média

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 134: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

104

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 2Nº / mm2 (mín) 1Nº / mm2 (max) 2Pontuações média ( m) 4Espessura de parede ( m) 11Comprimento dos elementos vasos ( m) 376Diâmetro tangencial Média ( m) 170 Desvio-padrão ( m) 29

RAIOSAlturaNº / mm 4-8Nº mínimo de células 4Nº médio de células 13Nº máximo de células 22Média ( m) 260Desvio-padrão ( m) 90LarguraNº mínimo de células 1Nº médio de células 2Nº máximo de células 3Média ( m) 43Desvio-padrão ( m) 0

FIBRASComprimentoMédio ( m) 1268Desvio-padrão ( m) 189LarguraMédia ( m) 18Desvio-padrão ( m) 3,1Relação comprimento /largura ( m) 70Espessura parede ( m) 5,2

COR L* a* b*Usada 34,1 14,5 11,9Polida 41,2 14,3 14,4

Page 135: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

105

Nome científico: Berchemia discolor (Klotzsch) Hemsley

Família: Rhamnaceae

Nomes comuns: metacha, datcha, m’taxa, muapu, nhire, pau-rosa, tinhirra

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Gaza, Manica, Maputo,Nampula, Sofala, Tete

Origem: África

Utilizações: construção civil (pesada), mobiliário, embutidos, ornamentos, ar-tesanato

Código: N3Nº: 191

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 136: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

106

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 137: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

107

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento: indistintas.

Cor: castanho-alaranjadaBrilho: algum brilho

Textura: fina a médiaFio: recto

Desenho: pouco desenhada sendo o desenho resultantede alguma alternância de tom mais escuroe claro em resultado sobretudo do tecidofibroso e elementos vasculares e raioscom inclusões de tom escuro

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: sensivelmente uniformesLargura: na maioria médios

Abundância: medianamente abundantesDisposição: difusa por vezes com alguma obliquidade

Agrupamento: isolados e agrupados (2 a 3 poros)Forma: difícil observação pela sua dimensão reduzida

Parênquima

Distinção: pouco distintoDisposição: não há padrão definido

Abundância: escassoRaios

Largura: finosAbundância: média

Trajecto: rectilíneo

Elementos acessórios

não observados

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 138: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

108

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisos traços vasculares são relativamente bemmarcados na secção tangencial distinguindo-semesmo os elementos vasculares que o formam.Tem conteúdos de tom escuro que se observamtambém no plano radial com aspecto ponteado

Page 139: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

109

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.6 – Estrutura geral do lenhoBerchemia discolor (Klotzsch) Hemsley

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 140: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

110

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadasde crescimento: pouco distintas marcadas por raras

células de parênquima marginal em linha

Vasos

Disposição: porosidade difusaAgrupamento: isolados e agrupados radialmente 2, 3 ou

mais, por vezes em cacho de 3 a 5Diâmetro tangencial: moderadamente estreitos a médios

Forma: sensivelmente circularPerfurações: simplesPontuações: intervasculares alternas e finas e

pontuações vasos-raios semelhantesàs pontuações intervasculares

Comprimento doselementos vasculares: moderadamente curtosEspessura da parede: espessa

Caracteres acessórios: presença de substâncias gomosas de tomcastanho dourado laranja, muitas na zonade comunicação entre elementos vascularesquando observados longitudinalmente

Parênquima

Natureza: séries verticais de 2 - 4 célulasDisposição: apotraqueal difuso e paratraqueal

circunvascular e unilateral vasicêntricoescasso, com uma única fiada de células àvolta do poro; parênquima aliformemuito ténue (linhas muitocurtas no máximo com 2 células)

Caracteres acessórios: presença de cristais nas células de parênquimaaxial em séries cristalíferas. Inclusõesno parênquima longitudinal. Presença de sílica

Raios

Número de célulasem largura: bi a plurisseriados, observando-se também

raios anastomosadosNatureza: heterocelulares sendo o corpo formado,

na maioria, por células prostradas sendoas marginais (1 a 3 células) quadradas ouerectas frequentemente com um cristal romboédrico

Page 141: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

111

Trajecto: rectilíneo a sinuoso sobretudo junto aosporos de maior diâmetro quando observadostransversalmente

Largura: moderadamente estreitosTamanho: variáveis

Altura: extremamente baixosAbundância: médios

Disposição: uma certa tendência para a estratificaçãoCaracteres acessórios: presença de alguns cristais nas células

quadradas ou erectas marginais e tambémnas células prostradas. Inclusões gomosasnas células de parênquima radial. Presençade sílica

Fibras

Natureza: libriformesDisposição: irregulares

Comprimento: médiasLargura: estreitas

Espessura da parede: fina

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 142: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

112

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 5Nº / mm2 (mín) 2Nº / mm2 (max) 7Pontuações média ( m) 2Espessura de parede ( m) 7Comprimento dos elementos vasos ( m) 312Diâmetro tangencial

Média ( m) 100Desvio-padrão ( m) 11

RAIOSAlturaNº / mm 3-6Nº mínimo de células 8Nº médio de células 22Nº máximo de células 35Média ( m) 272Desvio-padrão ( m) 37LarguraNº mínimo de células 2Nº médio de células 3Nº máximo de células 4Média ( m) 37Desvio-padrão ( m) 7

FIBRASComprimentoMédio ( m) 1272Desvio-padrão ( m) 116LarguraMédia ( m) 23Desvio-padrão ( m) 3,5Relação comprimento /largura ( m) 55Espessura parede ( m) 5,6

COR L* a* b*Usada 42,7 17,0 21,4Polida 45,6 16,9 20,4

Page 143: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

113

Nome científico: Cedrela odorata L.

Família: Meliaceae

Nomes comuns: cedro, cedro-fêmea, cedro-rosa, cedro-espanhol, cedro-ver-melho, cedro-mogno, cedro cheiroso, acaju

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Inhambane, Manica,Nampula, Niassa, Sofala, Tete

Origem: América central

Utilizações: estruturas ligeiras, construção naval, carroçarias, mobiliário, folhe-ados, contraplacados, instrumentos musicais, embalagens, decoração, painéis de fi-bras e partículas, brinquedos

Código: N4Nº: 210

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 144: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

114

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 145: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

115

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento: indistintas

Cor: castanho-alaranjadaBrilho: leve brilho acetinado

Textura: fina a médiaFio: levemente ondulado

Desenho: é dado pela alternância de zonas com maisbrilho e zonas mais baças

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: sensivelmente uniformesLargura: médios

Abundância: medianamente abundantesDisposição: difusa

Agrupamento: isolados e agrupadosForma: difícil observação pela sua pequena dimensão

Parênquima

Distinção: distintoDisposição: dado por um manchado esbranquiçado

que se destaca do tom escuro das fibrasAbundância: médio

Raios

Largura: finos (só visíveis à lupa)Abundância: média

Trajecto: rectilíneos

Elementos acessórios

observa-se um ou outro cristal

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaistraços vasculares pouco marcados e o quese torna evidente é o parênquima, com laivosde tom esbranquiçado num fundo escurodas fibras

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 146: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

116

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 147: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

117

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.7 – Estrutura geral do lenhoCedrela odorata L.

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 148: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

118

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadasde crescimento: pouco distintas

Vasos

Disposição: porosidade difusaAgrupamento: na maioria isolados e agrupados radialmente

variando entre 2 a 8 (pouco frequente)Diâmetro tangencial: médios

Forma: ovalPerfurações: simplesPontuações: intervasculares alternas com aberturas

finas alongadas e por vezes coalescentes;as pontuações vaso-raios são alternas,pequenas e arredondadas

Comprimento doselementos vasculares: muito curtosEspessura da parede: espessa

Caracteres acessórios: depósitos gomosos nos vasos e nas zonasde comunicação entre elementos vasculares

Parênquima

Natureza: células em séries verticais de 2 a 6Disposição: o parênquima abundante é na maioria

circunvascular dispondo-se em torno dos porose conferindo ao plano lenhoso um aspectomanchado; é também apotraqueal difuso emcélulas isoladas ou em linhas curtas radiais ouaglomerados de dimensão variável que podemformar faixas descontínuas entre os vasos

Caracteres acessórios: raros depósitos de tom castanho alaranjadoe raros cristais

Raios

Número de célulasem largura: plurisseriados (2 a 6) na maioria de 3 a 4

células em largura; observam-se tambémalguns raios unisseriados

Natureza: na sua maioria são heterocelulares como corpo formado por células prostradas eas margens por células quadradas.Os raios homocelulares são formadospor células prostradas

Page 149: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

119

Trajecto: sensivelmente rectilíneoLargura: médios

Tamanho: sensivelmente uniformesAltura: extremamente baixos

Abundância: médiosDisposição: irregular

Caracteres acessórios: algumas inclusões de tom castanho alaranjado

Fibras

Natureza: libriformesDisposição: irregulares

Comprimento: médiasLargura: estreitas

Espessura da parede: fina

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 150: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

120

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 2Nº / mm2 (mín) 1Nº / mm2 (max) 2Pontuações média ( m) 1Espessura de parede ( m) 12Comprimento dos elementos vasos ( m) 243Diâmetro tangencial

Média ( m) 102Desvio-padrão ( m) 28

RAIOSAlturaNº / mm 3-8Nº mínimo de células 2Nº médio de células 15Nº máximo de células 27Média ( m) 303Desvio-padrão ( m) 101LarguraNº mínimo de células 1Nº médio de células 4Nº máximo de células 6Média ( m) 65Desvio-padrão ( m) 10

FIBRASComprimentoMédio ( m) 974Desvio-padrão ( m) 64LarguraMédia ( m) 22Desvio-padrão ( m) 2,6Relação comprimento /largura ( m) 44Espessura parede ( m) 4,6

COR L* a* b*Usada 54,6 12,7 21,1Polida 50,0 15,1 23,4

Page 151: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

121

Nome científico: Cleistanthus schlechteri (Pax) Hutch.

Família: Euphorbiaceae

Nomes comuns: muchite, muti-usina-zita, Umzithi

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Nampula, Zambezia, Maputo

Origem: África

Utilizações: postes, estacaria, ferramentas, lenha, carvão, entalhe de produtosde madeira

Código: N5Nº: 166

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 152: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

122

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 153: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

123

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento: indistintas

Cor: castanho-escuraBrilho: ceroso

Textura: muito finaFio: levemente revesso

Desenho: pouco desenhada com algum manchadode tom mais claro dado pelo parênquima

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: uniformesLargura: médios a largos

Abundância: médiaDisposição: difusa

Agrupamento: isolados e agrupados radialmente até 4 porosForma: circular

Parênquima

Distinção: distinto só com a lupaDisposição: paratraqueal em linhas onduladas. Há zonas

que possivelmente correspondem a zonas decrescimento (limite de camada) onde nãoexistem poros ou há menor abundânciae parênquima circunvascular, nalguns casoscom alguma confluência

Abundância: raro a medianamente abundante

Raios

Largura: finosAbundância: medianamente abundantes

Trajecto: rectilíneo

Elementos acessórios

observação de cristais no parênquima e algumconteúdo escuro nos poros

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 154: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

124

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisem geral os elementos vasculares são curtose pouco evidentes nas secções longitudinais,no entanto observam-se alguns mais vincados.Observam-se muitas inclusões negras nosraios e muitos cristais no parênquima

Page 155: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

125

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.8 – Estrutura geral do lenhoCleistanthus schlechteri (Pax) Hutch.

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 156: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

126

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadasde crescimento: pouco distintas embora possam estar

marcadas por algumas células deparênquima marginal que sedispõem tangencialmente nesse limite

Vasos

Disposição: porosidade difusaAgrupamento: poros isolados e agrupados (2 a 5)

predominando contudo os agrupamentos de 2 e3 poros, com disposição sobretudo radial.

Diâmetro tangencial: moderadamente estreitosForma: sensivelmente circular

Perfurações: simplesPontuações: alternas finas

Comprimento doselementos vasculares: muito curtosEspessura da parede: média

Caracteres acessórios: presença de inclusões de tom castanho dourado

Parênquima

Natureza: em séries radiais de 6 células no máximoDisposição: Apotraqueal difuso e em células

isoladas. Paratraqueal circunvascularvasicêntrico ou unilateral (apenas 2 a 3células), com tendência a aliforme (pequenasalas 2-3 células) e por vezes confluente.As linhas ou faixas curtas (2 a 4 células emaltura) confluentes têm uma disposiçãotangencial ou oblíqua e geralmente nãosão contínuas, no entanto conferem umaspecto zonado à madeira. Parênquimamarginal em linhas descontínuas

Caracteres acessórios: presença de inclusões de tom castanhodourado e séries de cristaisquadrados e romboédricos, 1 por célula

Raios

Número de célulasem largura: na maioria bi a plurisseriados (2 a 5);

ocasionalmente unisseriados

Page 157: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

127

Natureza: heterocelulares com células de corpoprostradas e nas margens células quadradase erectas, por vezes de um só lado. Célulasmuito pontuadas

Trajecto: rectilíneoLargura: moderadamente estreitos a médios

Tamanho: variáveisAltura: extremamente baixos

Abundância: médiosDisposição: tendência a uma certa estratificação escalonada

Caracteres acessórios: presença de inclusões de tom castanhodourado nas células dos raios

Fibras

Natureza: libriformesDisposição: levemente sinuosas

Comprimento: médiasLargura: estreitas

Espessura da parede: fina

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 158: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

128

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 5Nº / mm2 (mín) 2Nº / mm2 (max) 8Pontuações média ( m) 1Espessura de parede ( m) 5Comprimento dos elementos vasos ( m) 238Diâmetro tangencial

Média ( m) 54Desvio-padrão ( m) 9

RAIOSAlturaNº / mm 4-7Nº mínimo de células 8Nº médio de células 25Nº máximo de células 41Média ( m) 309Desvio-padrão ( m) 96LarguraNº mínimo de células 2Nº médio de células 4Nº máximo de células 5Média ( m) 50Desvio-padrão ( m) 11

FIBRASComprimentoMédio ( m) 1086Desvio-padrão ( m) 104LarguraMédia ( m) 20Desvio-padrão ( m) 2,9Relação comprimento /largura ( m) 54Espessura parede ( m) 4,8

COR L* a* b*Usada 35,5 10,4 12,9Polida 40,2 10,4 14,5

Page 159: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

129

Nome científico: Combretum zeyheri Sond.

Família: Combretaceae

Nomes comuns: calama, eumbo, mutetepe, pidá, chiquiche (ronga), muconeze(macua)

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Cabo-Delgado,Inhambane, Manica, Maputo, Nampula, Niassa, Sofala, Tete, Zambezia

Origem: África

Utilizações: própria para jardins. Madeira rija, de grande duração mas um pou-co nodosa

Código: N6Nº: 79

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 160: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

130

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 161: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

131

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento: pouco distintas

Cor: amarelo-rosada a alaranjadaBrilho: ausente

Textura: médiaFio: ondulado a revesso

Desenho: dado sobretudo pelo ondulado dasfaixas de parênquima de tom claro queenvolvem os elementos vasculares

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: variáveisLargura: médios a largos

Abundância: médio a numerososDisposição: difusa

Agrupamento: isolados, agrupados, em cachoForma: circular

Parênquima

Distinção: distintoDisposição: circunvascular aliforme com confluência

quer em faixas tangenciais quer em faixasmais curtas e onduladas. Apotraqueal eparatraqueal em faixas. Por vezes házonas onde não existem nem poros nemparênquima, apenas tecido fibrosopossivelmente marcando uma camada decrescimento. Parênquima marginal

Abundância: muito abundante

Raios

Largura: muito finosAbundância: media

Trajecto: rectilíneo

Elementos acessórios

alguns vasos obstruídos por inclusões e tilos

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 162: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

132

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisOs traços vasculares são pouco profundosnotando-se mal os elementos vascularesque os formam, contudo é evidente o onduladodado pelas faixas de parênquima de tom claro,que incluem os elementos vasculares e quecontrasta com o fundo de tom rosado dadopelas fibras

Page 163: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

133

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.9 – Estrutura geral do lenho Combretum zeyheri Sond.

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 164: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

134

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadasde crescimento : pouco distintas

Vasos

Disposição: porosidade difusa estando todos os vasosincluídos em faixas largas de parênquima

Agrupamento: isoladosDiâmetro tangencial: médios

Forma: ovalPerfurações: simplesPontuações: opostas finas

Comprimento doselementos vasculares: muito curtosEspessura da parede: espessa

Caracteres acessórios: alguns vasos com inclusões gomosas

Parênquima

Natureza: em séries verticais de 2 a 5 célulasDisposição: parênquima predominantemente

paratraqueal, aliforme formando faixas largas,que podem atingir as 10 células em largura,e que incluem por completo os poros. Estasfaixas na sua maioria podem limitar-se acircundar os poros ou confluir dispondo-seobliquamente e com alguma continuidade noplano lenhoso, conferindo um aspectomanchado ou zonado à madeira. Observa-setambém parênquima apotraqueal difuso emcélulas isoladas e marginal

Caracteres acessórios: um ou outro cristalObservam-se células secretoras (idioblasto),de origem parenquimatosa, com contornocircular

Raios

Número de célulasem largura: na generalidade unisseriados e

ocasionalmente plurisseriados de 2 célulasem largura

Natureza: na grande maioria os raios são unisseriadose ocasionalmente plurisseriados em apenas

Page 165: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

135

uma pequena parte do corpo. A natureza évariável sendo homocelulares de célulasprostradas ou também heterocelularesde células prostradas no corpo e as margenscom uma ou duas fiadas de células quadradas,ou o corpo com células quadradase prostradas, seguida por vezes de célulasquadradas

Trajecto: sensivelmente rectilíneoLargura: muito estreitos

Tamanho: variáveisAltura: extremamente baixos

Abundância: numerososDisposição: irregular

Caracteres acessórios: inclusões no lúmen das células

Fibras

Natureza: libriformesDisposição: rectilíneas a sinuosas

Comprimento: moderadamente curtasLargura: estreitas

Espessura da parede: fina

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 166: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

136

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 2Nº / mm2 (mín) 1Nº / mm2 (max) 3Pontuações média ( m) 3Espessura de parede ( m) 8Comprimento dos elementos vasos ( m) 241Diâmetro tangencial

Média ( m) 104Desvio-padrão ( m) 12

RAIOSAlturaNº / mm 10-17Nº mínimo de células 3Nº médio de células 18Nº máximo de células 32Média ( m) 348Desvio-padrão ( m) 163LarguraNº mínimo de células 1Nº médio de células 2Nº máximo de células 2Média ( m) 17Desvio-padrão ( m) 3

FIBRASComprimentoMédio ( m) 885Desvio-padrão ( m) 87LarguraMédia ( m) 19Desvio-padrão ( m) 2,0Relação comprimento /largura ( m) 47Espessura parede ( m) 3,7

COR L* a* b*Usada 57,1 15,9 27,6Polida 60,9 14,1 24,4

Page 167: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

137

Nome científico: Diplorhynchus condylocarpon (Mull. Arg.) Pichon (=Aspidosperma condylocarpon)

Família: Apocynaceae

Nomes comuns: rocossi, tocarri, inkamamasane

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Cabo-Delgado,Inhambane, Manica, Nampula, Niassa, Sofala, Tete, Zambezia

Origem: AméricaUtilizações: Construção civil

Código: N7Nº: 190

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 168: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

138

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 169: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

139

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento: indistintas, assim como os poros e os raios.

Cor: amarelo-acastanhada com alguns laivosfinos e escuros

Brilho: pouco brilhoTextura: fina

Fio: rectoDesenho: dado pelo tecido fibroso que forma linhas

ou listas finas longitudinais escuraspodendo corresponder a diferentes camadasde crescimento

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: uniformesLargura: médios

Abundância: numerosos com alguma tendênciaa distribuição oblíqua

Disposição: porosidade difusaAgrupamento: isolados e agrupados

Forma: difícil observação

Parênquima

Distinção: pouco distintoDisposição: difusa

Abundância: escasso

Raios

Largura: muito finos, invisíveis à vistadesarmada, só observáveis com lupa

Abundância: numerososTrajecto: rectilíneo

Elementos acessórios

difícil observação

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 170: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

140

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisquer na secção tangencial quer na radialdificilmente se distinguem os elementoscelulares que formam os tecidos do lenho

Page 171: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

141

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.10 – Estrutura geral do lenhoDiplorhynchus condylocarpon(Mull. Arg.) Pichon

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 172: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

142

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadasde crescimento: marcadas por uma leve dilatação dos raios

na zona de transição de camada e um certoachatamento das fibras no sentido radial.No limite das camadas também existemporos de pequena dimensão de forma maiscircular e com uma disposição mais oumenos tangencial na camada

Vasos

Disposição: porosidades é difusa, embora se observemzonas de maior concentração de porosde maior dimensão com uma distribuiçãopor vezes oblíqua

Agrupamento: na maioria os vasos são isolados, masocasionalmente agrupamentos radiaise oblíquos de 2 raramente 3

Diâmetro tangencial: moderadamente estreitosForma: circular a oval

Perfurações: simplesPontuações: paredes dos vasos com pontuações opostas

finas, pontuações vasos - raios semelhantesComprimento dos

elementos vasculares: moderadamente curtosEspessura da parede: média

Caracteres acessórios: tendência a estratificação de vasos.Ocorrência de traqueídos vasculares

Parênquima

Natureza: seriado em séries verticais até 4 célulasDisposição: escasso, apresentando-se apotraqueal

difuso e paratraquealCaracteres acessórios: algumas células com inclusões

Raios

Número de célulasem largura: uni e plurisseriados de 2 a 4 células

Natureza: os raios na maioria são homocelularesde células prostradas; os raios heterocelularessão de células prostradas com célulasterminais quadradas e erectas.

Trajecto: rectilíneo

Page 173: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

143

Largura: moderadamente estreitosTamanho: variável

Altura: extremamente baixosAbundância: raros a médios

Disposição: irregularCaracteres acessórios: presença de tubo taniníferos e alguns

raios fusionadosCélulas dos raios muito pontuadas

Fibras

Natureza: libriformes muito pontuadas tangenciale radialmente

Disposição: irregularesComprimento: médias

Largura: estreitasEspessura da parede: média

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 174: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

144

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 6Nº / mm2 (mín) 2Nº / mm2 (máx) 9Pontuações média ( m) 2Espessura de parede ( m) 5Comprimento dos elementos vasos ( m) 281Diâmetro tangencial

Média ( m) 69Desvio-padrão ( m) 13

RAIOSAlturaNº / mm 1-5Nº mínimo de células 6Nº médio de células 22Nº máximo de células 37Média ( m) 392Desvio-padrão ( m) 97LarguraNº mínimo de células 1Nº médio de células 3Nº máximo de células 4Média ( m) 39Desvio-padrão ( m) 6

FIBRASComprimentoMédio ( m) 1211Desvio-padrão ( m) 175LarguraMédia ( m) 16Desvio-padrão ( m) 1,9Relação comprimento /largura ( m) 39Espessura parede ( m) 4,7

COR L* a* b*Usada 60,7 11,6 28,0Polida 64,9 10,0 26,8

Page 175: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

145

Nome científico: Melaleuca leucadendron (L.) L.

Família: Myrtaceae

Nomes comuns: cajepute, melaleuca, cajuput, niaouli, cajaputi, kajuputih, kayaputih, kayuputeh, cayeput, cayeputi, corcho, samed

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Maputo

Origem: Austrália

Utilizações: postes para cercas, estacas, pequenas construções

Código: N8Nº: 129

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 176: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

146

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 177: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

147

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento: observam-se camadas de crescimento

a olho nu. Com lupa observam-se linhasescuras provenientes de tecido fibrosoe por vezes algum parênquima marginal.

Cor: amarela levemente alaranjadaBrilho: pouco

Textura: finaFio: direito

Desenho: pouco desenhada, com leve listadoproveniente do contraste entre o tecidomais escuro das fibras e o mais clarodo parênquima

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: médios e alguns de menor dimensãoLargura: largos

Abundância: abundantesDisposição: difusa

Agrupamento: isolados e alguns agrupamentos radiaise também oblíquos dificilmente distintos

Forma: sensivelmente circular

Parênquima

Distinção: distintoDisposição: circunvascular e algum marginal

Abundância: média

Raios

Largura: finos de difícil distinçãoAbundância: médios

Trajecto: sensivelmente rectilíneo

Elementos acessórios

observam-se cristais no parênquima

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 178: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

148

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisos traços vasculares são relativamente curtose bem marcados na secção tangencialdistinguindo-se mesmo os elementos vascularespelo tom mais escuro. Algum manchado claroem volta desses vasos, manchadoesbranquiçado, provavelmente parênquimaassociado aos poros. Raios pouco visíveis

Page 179: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

149

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.11 – Estrutura geral do lenhoMelaleuca leucadendron (L.) L.

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 180: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

150

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadasde crescimento: indistintas

Vasos

Disposição: porosidade difusaAgrupamento: os poros são isolados com uma certa

distribuição oblíquaDiâmetro tangencial: variável e médios

Forma: sensivelmente circular a ovalPerfurações: simplesPontuações: opostas finas nas paredes dos elementos

vasculares sendo as pontuações vasos – raiosgrandes, arredondadas e aparentementesimples

Comprimento doselementos vasculares: moderadamente curtosEspessura da parede: média

Caracteres acessórios: ocorrência de traqueídos vasculares

Parênquima

Natureza: células em séries verticais até 3-4 células,por série

Disposição: paratraqueal circunvascular por vezesconfluente em manchas pouco definidasincluindo alguns poros. O parênquimaapotraqueal é difuso em células isoladasalgumas formando linhas curtas de 2 a 3células

Caracteres acessórios: não se observam

Raios

Número de célulasem largura: na maioria são uni e bisseriados. Apresentam

uma forma bastante variável, por vezes comparte do corpo do raio bisseriado muito curto(2 - 3 células) e 4 - 6 células formandoas margens unisseriadas

Natureza: homocelulares e heterocelulares com ocorpo de células prostradas e marginaisquadradas a erectas podendo atingirem as6 células. Observam-se também raios com

Page 181: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

151

o corpo de células quadradas e uma fiadade células erectas marginais

Trajecto: rectilíneoLargura: muito estreitos a moderadamente estreitos

Tamanho: variáveisAltura: extremamente baixos

Abundância: numerososDisposição: irregular

Caracteres acessórios: presença de inclusões de tom amarelo-dourado aesverdeado. Presença de alguns raios fusionados

Fibras

Natureza: libriformes muito pontuadas compontuações areoladas nas paredes tangenciaise radiais

Disposição: tendência a uma disposição regularComprimento: médias

Largura: estreitasEspessura da parede: média

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 182: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

152

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 4Nº / mm2 (mín) 2Nº / mm2 (máx) 5Pontuações média ( m) 3Espessura de parede ( m) 6Comprimento dos elementos vasos ( m) 318Diâmetro tangencial

Média ( m) 110Desvio-padrão ( m) 21

RAIOSAlturaNº / mm 8-15Nº mínimo de células 2Nº médio de células 11Nº máximo de células 20Média ( m) 226Desvio-padrão ( m) 76LarguraNº mínimo de células 1Nº médio de células 2Nº máximo de células 2Média ( m) 25Desvio-padrão ( m) 6

FIBRASComprimentoMédio ( m) 1356Desvio-padrão ( m) 97LarguraMédia ( m) 17Desvio-padrão ( m) 2,2Relação comprimento /largura ( m) 80Espessura parede ( m) 4,4

COR L* a* b*Usada 56,0 14,4 25,9Polida 60,3 12,7 23,3

Page 183: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

153

Nome científico: Morus mesozygia Stapf (Morus lactea)

Família: Moraceae

Nomes comuns: mecobze, mududula, nula, mupole, difou

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Gaza, Manica, Maputo,Sofala

Origem: África

Utilizações: Construção civil (pesada), parquet, esteios, carroçarias, mobiliário,artigos de desporto, alfaias agrícolas, folheados, contraplacados, decoração, marcena-ria, carpintaria, travessas de caminho de ferro, postes, estacas, esculturas, cubas,tinas, brinquedos

Código: N9Nº: 189

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 184: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

154

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 185: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

155

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento: marcadas por linhas tangenciais de

parênquima marginal menos onduladasdo que as faixas de parênquima associadoaos poros dentro da camada

Cor: castanho-douradaBrilho: algum, levemente acetinado

Textura: médiaFio: sensivelmente rectilíneo, levemente ondulado

Desenho: dado sobretudo pelo parênquima,de tom esbranquiçado, associado aos porosque são bem evidentes, contrastando como fundo de tom castanho dourado das fibras

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: sensivelmente uniformesLargura: estreitos a médios, alguns obstruídos

Abundância: medianamente abundantesDisposição: difusa, por vezes com alguma obliquidade

Agrupamento: há poros isolados e agrupados até 4, radiaisForma: oval

Parênquima

Distinção: observado à vista desarmadaDisposição: paratraqueal, circunvascular, em faixas tangenciais

contínuas, levemente onduladas ao longo doplano lenhoso. Observou-se tambémparênquima circunvascular unilateral e algumparênquima terminal em finas linhas direitas

Abundância: abundante

Raios

Largura: médiosAbundância: medianamente abundantes com disposição regular

Trajecto: rectilíneo, levemente sinuoso sobretudo juntoaos poros de maior diâmetro quando observadoem secção transversal

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 186: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

156

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Elementos acessórios

conteúdos cristalíferos no interiordos poros observáveis longitudinale transversalmente

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisos traços vasculares são evidentes querna secção tangencial quer na radial,distinguindo-se os elementos vasculares queos formam. Parênquima axial e raios evidentes.Observa-se uma certa estratificação dos raios

Page 187: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

157

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.12 – Estrutura geral do lenhoMorus mesozygia Stapf

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 188: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

158

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadasde crescimento: pouco distintas

Vasos

Disposição: porosidade difusaAgrupamento: isolados e agrupados radialmente de 2 a 4 poros

Diâmetro tangencial: médiosForma: circular a oval

Perfurações: simplesPontuações: nas paredes dos vasos as pontuações são

alternas pequenas contorno oval a hexagonaldispostas em filas oblíquas e as pontuaçõesvasos-raios simples são mais largas do queas pontuações intervasculares

Comprimento doselementos vasculares: muito curtosEspessura da parede: espessa

Caracteres acessórios: tilos abundantes

Parênquima

Natureza: células em séries verticais com númerovariável, frequentemente de 5 a 8 células

Disposição: apotraqueal difuso, paratraquealcircunvascular algumas vezes unilaterale também aliforme mas na maioria confluenteem faixas contínuas, levemente onduladas,que podem ir até 8 células, faixas essas quenão incluem na sua totalidade os poros,sobretudo os agrupados

Caracteres acessórios: presença de cristais (um por célula).Células de parênquima muito pontuadasnas paredes tangenciais e nas radiais

Raios

Número de célulasem largura: os raios são na maioria plurisseriados com

3 a 5 células em largura, geralmentetrisseriados. Ocasionalmente unisseriados.

Natureza: são heterocelulares com o corpo do raioformado por células prostradas e as margenspor células marginais na maioria erectas,por vezes quadradas e geralmente numa fiada.

Page 189: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

159

Trajecto: sinuosoLargura: moderadamente estreitos

Tamanho: variáveisAltura: extremamente baixos

Abundância: médiosDisposição: irregular embora se observe uma certa

tendência a estratificaçãoCaracteres acessórios: presença de cristais nas células marginais

erectas ou quadradas dos raios.Observam-se alguns raios fusionados

Fibras

Natureza: libriformesDisposição: irregulares

Comprimento: médiasLargura: estreitas

Espessura da parede: média

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 190: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

160

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 2Nº / mm2 (mín) 1Nº / mm2 (máx) 2Pontuações média ( m) 4Espessura de parede ( m) 10Comprimento dos elementos vasos ( m) 207Diâmetro tangencial

Média ( m) 182Desvio-padrão ( m) 36

RAIOSAlturaNº / mm 3-8Nº mínimo de células 9Nº médio de células 17Nº máximo de células 24Média ( m) 269Desvio-padrão ( m) 48LarguraNº mínimo de células 3Nº médio de células 4Nº máximo de células 5Média ( m) 45Desvio-padrão ( m) 6

FIBRASComprimentoMédio ( m) 1252Desvio-padrão ( m) 104LarguraMédia ( m) 16Desvio-padrão ( m) 2,3Relação comprimento /largura ( m) 78Espessura parede ( m) 4,3

COR L* a* b*Usada 48,6 14,1 26,0Polida 53,9 13,4 28,6

Page 191: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

161

Nome científico: Pterocarpus antunesii (Tab.) Harms

Família: Leguminosae

Sub-família: Papilionaceae

Nomes comuns: muaxga, muxiviri, ungune

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Manica, Sofala, Tete,Zambézia

Origem: África

Utilizações: construção civil , parquet, soalhos, esteios, construção naval,carroçarias, mobiliário, cabos, escadas, artigos de desporto, alfaias agrícolas, folhea-dos, contraplacados, decoração, marcenaria, travessas de caminho de ferro, postes,estacas, brinquedos

Código: N10Nº: 208

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 192: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

162

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 193: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

163

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento: visíveis

Cor: amarelo-douradaBrilho: algum

Textura: finaFio: recto

Desenho: pouco desenhada apenas com um finolistado de tom amarelo mais escuro

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: uniformes e finosLargura: médios

Abundância: medianamente abundantesDisposição: porosidade difusa, sem padrão embora com

zonas de maior acumulação de porosAgrupamento: isolados e agrupados

Forma: circular

Parênquima

Distinção: distintoDisposição: paratraqueal circunvascular fazendo linhas

contínuas tangenciais com confluênciaAbundância: medianamente abundante

Raios

Largura: finosAbundância: média

Tragecto: rectilíneo

Elementos acessórios

não se observam

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaistraços vasculares pouco marcados. Algunselementos vasculares são visíveis através doconteúdo castanho alaranjado que apresentam

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 194: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

164

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.13 – Estrutura geral do lenhoPterocarpus antunesii (Tab.) Harms

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

Page 195: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

165

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadasde crescimento: distintas marcadas pelo diâmetro dos poros.

Observa zona de poros de maior dimensãoseguida e de uma zona de porosde pequena dimensão

Vasos

Disposição: na amostra observada a porosidadeé intermédia entre a porosidade em anele a porosidade semi-difusa pela distribuiçãoque os poros têm no plano lenhoso de acordocom o seu diâmetro. Assim observa-se umazona de poros de maior dimensão e quegradual ou mais abruptamente, reduzem o seudiâmetro formando uma outra zona de porosmais estreitos

Agrupamento: isolados e agrupados estes sobretudoradialmente e por vezes obliquamente,variando de 2 a 4 poros apresentando-seocasionalmente em cacho de 3 poros

Diâmetro tangencial: moderadamente estreitosForma: sensivelmente circular

Perfurações: simplesPontuações: as pontuações intervasculares são alternas

finas de forma arredondada e as pontuaçõesvasos-raios semelhantes.

Comprimento doselementos vasculares: muito curtosEspessura da parede: espessas

Caracteres acessórios: inclusões gomosas de tom amarelo dourado

Parênquima

Natureza: em séries verticais com 2 célulasDisposição: apotraqueal difuso em células isoladas

e em linhas. Paratraqueal circunvascularunilateral aliforme com alguma confluênciade 1 a 2 fiadas e pequenas células, sempreem linhas e que se interrompem

Caracteres acessórios: disposição estratificada. Parênquimacristalífero presente

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 196: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

166

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Raios

Número de célulasem largura: os raios são quase exclusivamente

unisseriados, observando-se muitopontualmente a bisseriação numa pequenaporção do corpo do raio

Natureza: são homocelulares formados por célulasprostradas

Trajecto: rectilíneoLargura: muito estreitos

Tamanho: sensivelmente uniformesAltura: extremamente baixos

Abundância: numerososDisposição: estratificada

Fibras

Natureza: libriformesDisposição: em faixas tangenciais

Comprimento: médiasLargura: estreitas

Espessura da parede: média

Page 197: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

167

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 11Nº / mm2 (mín) 5Nº / mm2 (máx) 16Pontuações média ( m) 1Espessura de parede ( m) 13Comprimento dos elementos vasos ( m) 194Diâmetro tangencial

Média ( m) 69Desvio-padrão ( m) 15

RAIOSAlturaNº / mm 20-26Nº mínimo de células 4Nº médio de células 11Nº máximo de células 18Média ( m) 112Desvio-padrão ( m) 14LarguraNº mínimo de células 1Nº médio de células 1Nº máximo de células 1Média ( m) 17Desvio-padrão ( m) 3

FIBRASComprimentoMédio ( m) 1411Desvio-padrão ( m) 145LarguraMédia ( m) 23Desvio-padrão ( m) 3,2Relação comprimento /largura ( m) 61Espessura parede ( m) 5,8

COR L* a* b*Usada 75,5 8,8 34,7Polida 73,0 9,9 34,4

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 198: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

168

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 199: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

169

Nome científico: Rhodognaphalon schumannianum A. Robyns (=Bombax rhodognaphalon K.Schum)

Família: Bombaceae

Nomes comuns: meguza, kondroti, munguza, muna, sumaúma, alone, n’demo

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Cabo-Delgado, Manica,Niassa, Sofala, Tete, Zambézia

Origem: África

Utilizações: construção naval, mobiliário, carpintaria, artigos de desporto, fo-lheados, contraplacados, pasta para papel, embalagens, fósforos, painéis de fibras epartículas

Código: N11Nº: 196

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 200: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

170

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 201: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

171

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento: ligeiramente distintas. O limite das camadas

é dado por um tom levemente mais escuropossivelmente de tecido fibroso, observando-sealguma disposição tangencial dos poros nessacamada

Cor: castanha de tom claro-rosadoBrilho: ausente

Textura: médiaFio: recto

Desenho: pouco desenhada com algum listado dadopelo tecido fibroso no limite das camadasde crescimento e traços vasculares

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: medianamente variáveisLargura: médios a largos

Abundância: pouco numerososDisposição: difusa. No limite das camadas

de crescimento é marcada pela disposiçãotangencial de poros isoladosdispostos tangencialmente.

Agrupamento: isolados e agrupados radialmenteForma: circular

Parênquima

Distinção: indistintoDisposição: indistinto

Abundância: indistinto

Raios

Largura: finosAbundância: escassos a médios

Trajecto: rectilíneo (pouco visível)

Elementos acessórios

Estratificação de raios

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 202: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

172

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisobservação de traços vasculares de curtosa longos, algum conteúdo de tom escuroobservando-se uns traços vasculares doselementos que os formam. Estratificaçãode raios observável quer tangencial querradialmente dando origem a um listadode tom mais escuro

Page 203: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

173

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.14 – Estrutura geral do lenhoRhodognaphalon schumannianum A.Robyns

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 204: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

174

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadasde crescimento: Nítidas dadas pelo maior espessamento

das células no limite da camada de crescimento

Vasos

Disposição: porosidade difusaAgrupamento: isolados e agrupados radial e obliquamente

(2, 3 ou mais poros) e ainda agrupamentosem cacho de 3 a 4 poros.

Diâmetro tangencial: médiosForma: circular a oval

Perfurações: simplesPontuações: as pontuações intervasculares são alternas

circulares a hexagonais com aberturapor vezes alongada

Comprimento doselementos vasculares: muito curtosEspessura da parede: espessa

Caracteres acessórios: presença de tilos e algumas inclusõesgomosas de tom dourado. Traqueídosvasculares presentes

Parênquima

Natureza: células em séries verticais de 3 a 4Disposição: apotraqueal difuso e em linhas sem continuidade

Caracteres acessórios: disposição estratificada

Raios

Número de célulasem largura: bi e trisseriados, observando-se também

alguns unisseriadosNatureza: heterocelulares, com o corpo de células

prostradas e uma fiada de células marginaisquadradas e erectas ou apenas uma delas,com 1 a 2 cristais nas células marginais

Trajecto: sensivelmente rectilíneo apresentando-selevemente sinuoso junto aos poros de maiordiâmetro

Largura: moderadamente estreitosTamanho: variáveis

Altura: extremamente baixosAbundância: raros

Page 205: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

175

Disposição: estratificadaCaracteres acessórios: substâncias gomosas. Cristais. Presença de sílica

Fibras

Natureza: libriformes. EscassasDisposição: em séries radiais

Comprimento: médiasLargura: estreitas

Espessura da parede: média

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 206: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

176

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 2Nº / mm2 (mín) 1Nº / mm2 (máx) 2Pontuações média ( m) 2Espessura de parede ( m) 7Comprimento dos elementos vasos ( m) 249Diâmetro tangencial

Média ( m) 140Desvio-padrão ( m) 22

RAIOSAlturaNº / mm 3-4Nº mínimo de células 4Nº médio de células 15Nº máximo de células 26Média ( m) 327Desvio-padrão ( m) 51LarguraNº mínimo de células 1Nº médio de células 2Nº máximo de células 3Média ( m) 39Desvio-padrão ( m) 7

FIBRASComprimentoMédio ( m) 1362Desvio-padrão ( m) 127LarguraMédia ( m) 16Desvio-padrão ( m) 1,6Relação comprimento /largura ( m) 85Espessura parede ( m) 4,4

COR L* a* b*Usada 56,8 13,7 24,9Polida 58,9 12,7 24,2

Page 207: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

177

Nome científico: Schrebera trichoclada Welw

Família: Oleaceae

Nomes comuns: naiope, nchengele, naipope, namalango, neco, mucopela(macua), muc’ac’ata

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Cabo-Delgado, Manica,Niassa, Sofala, Tete, Zambézia

Origem: África

Utilizações: marcenaria, construção civil (madeira dura mas flexível e resisten-te ao tempo), decorações de interiores, marcenaria e carpintaria. Árvores própriaspara parques

Código: N12Nº: 92

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 208: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

178

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 209: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

179

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento: pouco distintas contudo marcadas por

linhas finas de tecido fibrosoCor: castanho-amarelado-dourada

Brilho: poucoTextura: fina

Fio: rectoDesenho: listado, de largura variável, zona mais escura

equivalente a tecido fibroso que alterna comoutra mais clara de maior acumulação de poros

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: sensivelmente uniformesLargura: estreitos, médios e largos

Abundância: abundantesDisposição: difusa

Agrupamento: isolados observando-se com muitadificuldade alguns agrupamentos

Forma: sensivelmente circular a oval

Parênquima

Distinção: muito pouco distintoDisposição: não há um padrão definido, disperso

Abundância: muito escasso

Raios

Largura: finos e difíceis de observar mesmo com lupaAbundância: médios

Trajecto: rectilíneo

Elementos acessórios

não se observam

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaistraços vasculares praticamente indistintos.Raios levemente marcados de tom mais escuro

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 210: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

180

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.15 – Estrutura geral do lenhoSchrebera trichoclada Welw

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

Page 211: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

181

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadasde crescimento: pouco evidentes

Vasos

Disposição: porosidade difusaAgrupamento: na maioria são isolados, mas observam-se

também muitos agrupamentos, sobretudoradiais de 2 a 4 poros, predominantementeos de 3 poros; menos frequentes são os cachos,na maioria de 3 poros

Diâmetro tangencial: muito estreitosForma: circular a oval

Perfurações: simplesPontuações: as pontuações intervasculares são alternas

com disposição em linha diagonal e finas;as pontuações vasos-raios são semelhantesa pontuações intervasculares

Comprimento doselementos vasculares: médiosEspessura da parede: média

Caracteres acessórios: não se observam

Parênquima

Natureza: 2 a 4 células por série verticalDisposição: escasso contudo apresenta-se apotraqueal

difuso e em fiadas curtas com uma célulade largura e algum marginal

Caracteres acessórios: não se observam

Raios

Número de célulasem largura: os raios são uni, bi e trisseriados sendo

na maioria bisseriadosNatureza: os raios na grande maioria são

heterocelulares e apresentam formas variadasno que refere à sua composição.São classificados na categoria de raios cujaporção multisseriada é tão grande como aporção unisseriada (segundo IAWA 1989).Assim observam-se raios de corpo formadopor células prostradas e margens de célulasquadradas e erectas que podem atingir as 10

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 212: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

182

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

fiadas de células e raios onde o corpoé formado por células quadradas e prostradasque se intercalam e com margens de célulasquadradas cujo número é variável e podematingir mais de 10 células

Trajecto: levemente sinuosoLargura: moderadamente estreitos

Tamanho: variáveisAltura: extremamente baixos

Abundância: médiosDisposição: irregular

Caracteres acessórios: presença de muitas inclusões gomosas

Fibras

Natureza: libriformes pontuadasDisposição: irregular

Comprimento: médiasLargura: estreitas

Espessura da parede: fina

Page 213: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

183

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 12Nº / mm2 (mín) 7Nº / mm2 (máx) 16Pontuações média ( m) 3Espessura de parede ( m) 3Comprimento dos elementos vasos ( m) 360Diâmetro tangencial

Média ( m) 48Desvio-padrão ( m) 5

RAIOSAlturaNº / mm 4-9Nº mínimo de células 7Nº médio de células 14Nº máximo de células 20Média ( m) 300Desvio-padrão ( m) 130LarguraNº mínimo de células 1Nº médio de células 2Nº máximo de células 3Média ( m) 30Desvio-padrão ( m) 5

FIBRASComprimentoMédio ( m) 1396Desvio-padrão ( m) 107LarguraMédia ( m) 20Desvio-padrão ( m) 2,8Relação comprimento /largura ( m) 70Espessura parede ( m) 4,5

COR L* a* b*Usada 55,3 13,3 24,3Polida 59,0 12,6 24,0

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 214: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

184

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 215: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

185

Nome científico: Syncarpia glomulifera (Sm.) Wilde.

Família: Myrtaceae

Nomes comuns: árvore da trementina, syncarpia, turpentine, luster

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Maputo

Origem: Austrália

Utilizações: construção civil, parquet, esteios, construção naval, cabos, esca-das, alfaias agrícolas, marcenaria, travessas de caminho de ferro, postes, estacas,brinquedos, moldes

Código: N13Nº: 153

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 216: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

186

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 217: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

187

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento: pouco distintas

Cor: castanho-acinzentadaBrilho: ceroso

Textura: finaFio: recto

Desenho: pouco desenhada, traços vascularespouco marcados

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: variáveisLargura: médios a largos

Abundância: medianamente abundantesDisposição: difusa

Agrupamento: observa-se alguns, mas poucos, agrupamentosde 2 poros dispostos radialmente

Forma: circular a oval

Parênquima

Distinção: difícil de observarDisposição: não tem um padrão definido, é difuso

Abundância: escasso

Raios

Largura: muito finos por vezes difíceis de observar à lupaAbundância: médios

Trajecto: rectilíneo

Elementos acessórios

não se observam

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisos traços vasculares são marcadose de tom mais escuro, por vezes é possívelobservar os elementos vasculares que

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 218: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

188

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

os formam, tanto na secção tangencial comona radial. É possível observar um conteúdode tom mais claro. Os raios também sãovisíveis pelo tom escuro no fundo e otom avermelhado das fibras, quandoobservados tangencialmente

Page 219: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

189

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.16 – Estrutura geral do lenhoSyncarpia glomulifera (Sm.) Wilde.

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 220: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

190

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadasde crescimento: pouco distintas

Vasos

Disposição : porosidade difusaAgrupamento: a maioria dos poros são isolados e os

agrupamentos são sobretudo radiais e de 2 a 3 porosDiâmetro tangencial: moderadamente estreitos

Forma: sensivelmente circular a ovalPerfurações: simplesPontuações: as pontuações são alternas finas por vezes com

abertura alongada e dispostas em diagonal; aspontuações vasos-raios têm aureola reduzida,aparentemente simples e maiores que aspontuações intervasculares

Comprimento doselementos vasculares: moderadamente curtosEspessura da parede: média

Caracteres acessórios: presença de gomas nos poros de tomcastanho-escuro, por vezes obstruindotodo o poro. Tendência a estratificação

Parênquima

Natureza: células em séries verticais de 3 a 4Disposição: apotraqueal difuso em células isoladas

e por vezes criando linhas com pequenaconfluência. Há algum parênquimaparatraqueal circunvascular unilateral

Caracteres acessórios: não se observaram

Raios

Número de célulasem largura: a maioria são unisseriados e em menor

número bisseriadosNatureza: os raios são heterocelulares de células

prostradas e margens de células quadradase erectas que podem atingir mais de 4 fiadasde células. O corpo do raio é formado porcélulas quadradas e/ou prostradas conjuntase com margens de células quadradas e erectas,cujo número é variável, podendo atingirmais de 4 células

Page 221: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

191

Trajecto: sinuosoLargura: muito estreitos

Tamanho: variáveisAltura: extremamente baixos

Abundância: medianamente abundantesDisposição: irregular

Caracteres acessórios: células com inclusões de tom castanho dourado

Fibras

Natureza: libriformesDisposição: em séries radiais a irregularmente dispostas

Comprimento: moderadamente curtasLargura: estreitas

Espessura da parede: média

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 222: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

192

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 6Nº / mm2 (mín) 4Nº / mm2 (máx) 8Pontuações média ( m) 3Espessura de parede ( m) 3Comprimento dos elementos vasos ( m) 264Diâmetro tangencial

Média ( m) 62Desvio-padrão ( m) 12

RAIOSAlturaNº / mm 4-10Nº mínimo de células 7Nº médio de células 20Nº máximo de células 33Média ( m) 355Desvio-padrão ( m) 132LarguraNº mínimo de células 1Nº médio de células 2Nº máximo de células 2Média ( m) 22Desvio-padrão ( m) 5

FIBRASComprimentoMédio ( m) 851Desvio-padrão ( m) 65LarguraMédia ( m) 16Desvio-padrão ( m) 1,9Relação comprimento /largura ( m) 53Espessura parede ( m) 4,7

COR L* a* b*Usada 44,9 11,7 17,5Polida 58,1 8,6 16,9

Page 223: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

193

Nome científico: Syringa vulgaris L.

Família: Oleaceae

Nomes comuns: common lilac, lilac, syringa, pihasyreeni, lilás

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Indefinida

Origem: Europa

Utilizações: gravuras, instrumentos musicais, cabos de facas, ornamentais emparques e jardins, uso medicinal, cosmética, óleo obtido das flores

Código: N14Nº: 155

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 224: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

194

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 225: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

195

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento: distintas com grande acumulação de poros

dispostos tangencialmente no limite de camadaCor: amarelo-esbranquiçada

Brilho: algumTextura: média a grosseira

Fio: rectoDesenho: listado com traços vasculares de cor mais escura

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: variáveisLargura: médios e largos

Abundância: médiaDisposição: grande acumulação de poros

dispostos tangencialmente no limitede camada. Porosidade de anel a semi-difusa.Nos poros de maior dimensão observa-sealgum conteúdo

Agrupamento: isolados, agrupamentos de 2 a 3 e algunscachos

Forma: circular a oval

Parênquima

Distinção: distinto mesmo sem lupaDisposição: paratraqueal e associado aos poros tendo

uma certa continuidade em faixas confluentes,faixas essas de aspecto sinuoso

Abundância: escasso

Raios

Largura: finos, visíveis apenas com lupaAbundância: médios

Trajecto: rectilíneo

Elementos acessórios

não se observam

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 226: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

196

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisos elementos vasculares são observadosnas duas secções longitudinais visíveis àvista desarmada e com conteúdo escuro.Os raios são observáveis em secção tangencialcom um tom mais escuro contrastando como fundo mais claro dado pelas fibras.Observa-se conteúdo nos vasos. Há umacerta estratificação dos raios

Page 227: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

197

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.17 – Estrutura geral do lenhoSyringa vulgaris L.

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 228: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

198

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadasde crescimento: indistintas

Vasos

Disposição: porosidade difusa com alguma tendência aosporos se disporem obliquamente

Agrupamento: isolados e agrupados, variando osagrupamentos de 2 a 4 poros e maisfrequentes os de 3-4

Diâmetro tangencial: médio, embora alguns dos poros dosagrupamentos, seja de pequeno diâmetroconfundindo-se com células de parênquima,quando são observados transversalmente

Forma: sensivelmente circularPerfurações: simplesPontuações: as pontuações intervasculares são alternas finas

com abertura inclusa, dispondo-se em linhaoblíquas; as pontuações vaso-raio sãosemelhantes ás pontuações intervasculares

Comprimento doselementos vasculares: muito curtosEspessura da parede: média

Caracteres acessórios: espessamento nas paredes dos vasos.Presença de inclusões gomosas de tomcastanho dourado

Parênquima

Natureza: células em séries verticais de 2 a 5Disposição: escasso, observando-se parênquima

paratraqueal circunvascular vasicêntricoalgumas vezes unilateral de 1 a 2 célulasem largura

Caracteres acessórios: não se observam

Raios

Número de célulasem largura: uni a plurisseriados de 2 a 7 células

(mais frequente <3)Natureza: na maioria são heterocelulares com corpo

de células prostradas com células marginaisquadradas/ou erectas de uma única célula.Raios homocelulares formados por células prostradas

Page 229: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

199

Trajecto: levemente sinuoso junto ao agrupamento de porosLargura: moderadamente estreitos

Tamanho: variáveisAltura: extremamente baixos

Abundância: médiosDisposição: tendência para estratificação

Caracteres acessórios: não se observam

Fibras

Natureza: libriformesDisposição: com tendência a uma disposição radial

Comprimento: extremamente compridasLargura: médias

Espessura da parede: fina

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 230: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

200

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 3Nº / mm2 (mín) 1Nº / mm2 (máx) 4Pontuações média ( m) 3Espessura de parede ( m) 6Comprimento dos elementos vasos ( m) 186Diâmetro tangencial

Média ( m) 103Desvio-padrão ( m) 22

RAIOSAlturaNº / mm 4-6Nº mínimo de células 6Nº médio de células 13Nº máximo de células 19Média ( m) 196Desvio-padrão ( m) 40LarguraNº mínimo de células 2Nº médio de células 5Nº máximo de células 7Média ( m) 46Desvio-padrão ( m) 7

FIBRASComprimentoMédio ( m) 3780Desvio-padrão ( m) 117,58LarguraMédia ( m) 26Desvio-padrão ( m) 4,3Relação comprimento /largura ( m) 145Espessura parede ( m) 4,9

COR L* a* b*Usada 65,5 12,0 26,1Polida 67,4 11,0 24,4

Page 231: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

201

Nome científico: Xylia torreana Brenan

Família: Leguminosae

Sub-família: Papilionaceae

Nomes comuns: mbalagoma, mecuchi, mecutchi (cheringoma)

Distribuição das espécies dentro de Moçambique: Inhambane, Manica, Sofa

Origem: África

Utilizações: marcenaria, construção civil, ornamental por ter uma boa copa eflores profusas

Código: N15Nº: 218

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 232: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

202

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 233: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

203

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA

Características geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas geraisCaracterísticas gerais

Camadasde crescimento : pouco nítidas

Cor: castanha levemente dourada e alaranjada,proveniente do conteúdo dos elementosvasculares

Brilho: ausenteTextura: media

Fio: direitoDesenho: venado dado essencialmente pelas camadas

de crescimento

Secção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversalSecção transversal (Observação lupa x10)

Vasos

Tamanho: variáveisLargura: largos e médios, estes últimos

em maior númeroAbundância: abundantes

Disposição: difusaAgrupamento: isolados e agrupados

Forma: circular

Parênquima

Distinção: distintoDisposição: paratraqueal em faixas descontínuas

e onduladas, raro parênquima terminalAbundância: média a abundante

Raios

Largura: finosAbundância: médio

Trajecto: rectilíneo

Elementos acessórios

a maioria dos poros com conteúdo brancoamarelado, levemente brilhante

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 234: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

204

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Secções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaisSecções longitudinaissecção tangencial com desenho venado.Os traços vasculares dão um tom alaranjadomas não se visualizam os elementos queos formam.

Page 235: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

205

AAAAA BBBBB

CCCCC

Figura 4.18 – Estrutura geral do lenhoXylia torreana Brenan

A: Secção transversal (x100)B: Secção tangencial (x100)C: Secção radial (x100)

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 236: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

206

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA

Camadasde crescimento: As camadas são pouco distintas, embora

marcadas por algum parênquima marginale também por fibras comprimidas radialmenteno limite da camada

Vasos

Disposição: a porosidade é difusa com uma tendência,por vezes a uma disposição obliqua dos poros

Agrupamento: isolados e agrupados de 2 a 6 poros (maisfrequentes maioria 2 - 3) na maioria agrupadosradialmente por vezes obliquamente e em cacho

Diâmetro tangencial: moderadamente estreitosForma: sensivelmente circular a oval

Perfurações: simplesPontuações: as pontuações intervasculares são alternas

finas com abertura exclusa formando linhassensivelmente oblíquas; as pontuaçõesvasos-raios distintamente aureoladassemelhantes a pontuações intervasculares

Comprimento doselementos vasculares: muito curtosEspessura da parede: espessa

Caracteres acessórios: com inclusões gomosas de tom acastanhado

Parênquima

Natureza: células em séries verticais de 2 a 4Disposição: paratraqueal circunvascular vasicêntrico, aliforme

e confluente formando faixas até 12 célulasonduladas com alguma continuidade podendoincluírem 5 a 6 poros. Raramente apotraquealdifuso em células isoladas e no limite da camadahá parênquima marginal e linhas ténues (2 -3 células)

Caracteres acessórios: inclusões gomosas de tom amarelo acastanhado.Presença de séries cristalíferas

Raios

Número de célulasem largura: os raios são na maioria uni e bisseriados,

alguns trisseriados. Existem vários raios na suamaioria unisseriados e apenas com umapequena porção do corpo bisseriada

Page 237: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

207

Natureza: praticamente homocelulares nos raiosunisseriados com corpo do raio essencialmentede células prostradas. Algumas heterocelularesnos bi e trisseriados. Observam-se célulasterminais mais ovais

Trajecto: rectilíneo a levemente sinuosoLargura: moderadamente estreitos

Tamanho: variáveisAltura: extremamente baixos

Abundância: numerososDisposição: regular

Caracteres acessórios: presença de inclusões gomosas de tomamarelo acastanhado; alguns raiossão anastomosados

Fibras

Natureza: libriformes, por vezes septadas.Disposição: irregular

Comprimento: médiasLargura: estreitas

Espessura da parede: média

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 238: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

208

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

BIOMETRIA

VASOSNº / mm2 5Nº / mm2 (mín) 3Nº / mm2 (máx) 6Pontuações média ( m) 2Espessura de parede ( m) 16Comprimento dos elementos vasos ( m) 238Diâmetro tangencial

Média ( m) 87Desvio-padrão ( m) 11

RAIOSAlturaNº / mm 12-17Nº mínimo de células 4Nº médio de células 14Nº máximo de células 24Média ( m) 189Desvio-padrão ( m) 64LarguraNº mínimo de células 1Nº médio de células 2Nº máximo de células 3Média ( m) 26Desvio-padrão ( m) 5

FIBRASComprimentoMédio ( m) 911Desvio-padrão ( m) 79LarguraMédia ( m) 18Desvio-padrão ( m) 1,7Relação comprimento /largura ( m) 51Espessura parede ( m) 5,1

COR L* a* b*Usada 49,2 14,3 22,0Polida 61,8 13,7 24,1

Page 239: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

209

4.3. COR DAS MADEIRAS TROPICAIS

4.3.1. Variabilidade da cor das madeiras tropicais

A avaliação macroscópica da cor das madeiras que fazem parte da xilotecamostra uma variação que vai desde o esbranquiçado ao negro, conforme já tinha sidoobservado e apresentado no Quadro 3.10, que codifica a escala de cores resultante daanálise macroscópica das amostras. Como esta avaliação é subjectiva, foram feitasquantificações de parâmetros colorimétricos: claridade ou luminosidade (L*) que va-ria entre 0 (preto absoluto) e 100 (branco puro) e tonalidade através dos parâmetrosa* que varia entre +a* (vermelho) e o –a* (verde) e b* que varia entre +b* (amarelo) e–b* (azul), sendo que os parâmetros a* e b* variam, em valor absoluto, entre 0 e 60. OAnexo 11 apresenta os valores obtidos para estes parâmetros medidos para 98 madei-ras numa superfície tangencial após lixagem superficial (variáveis C4, C5, C6), demodo a representar a cor natural destas amostras, bem como antes da lixagem, repre-sentando a situação da madeira após exposição ao ar em ambientes interiores (variá-veis C1, C2, C3).

Os valores obtidos confirmam a elevada variação da cor neste conjunto deamostras de madeira. Em termos de claridade, os valores de L* distribuem-se desde omínimo de 24,01 correspondendo à madeira da espécie Dalbergia melanoxylon atéum valor máximo de 84,37 correspondendo à espécie Aleurites moluccana. Relativa-mente ao parâmetro a*, os valores vão desde o mínimo de 2,55 para a espécie Dalbergiamelanoxylon até ao máximo de 20,37 na espécie Pterocarpus indicus. Para o parâmetrob*, o valor mais baixo é 1,76 correspondendo à madeira da espécie Dalbergiamelanoxylon e o mais alto 36,6 na madeira da espécie Morus lactea.

Para cada um dos parâmetros colorimétricos, fez-se uma distribuição de fre-quência através do seu agrupamento em cinco classes de intervalo, obtendo-se oshistogramas correspondentes (Figuras 4.19 a 4.21).

A distribuição de frequência dos parâmetros colorimétricos das madeiras é apro-ximadamente normal. A classe de maior frequência para o parâmetro L* é aquela cujovalor médio é 55,25 mas a classe com um valor médio de 67,75 tem também umafrequência elevada (Figura 4.19). Segundo Camargos & Gonçalez (2001), uma madeiraconsidera-se escura se L* for igual ou inferior a 56, pelo que se pode concluir que amaioria das madeiras analisadas não se pode considerar escura. A classe de menorfrequência encontra-se com um valor médio de L* de 30,25, ou seja corresponde amadeiras mais escuras. O parâmetro a* apresenta a maior frequência para um valormédio de 11,05 (Figura 4.20), e menor frequência para um valor médio de 18,45.Sabendo-se que o parâmetro a* varia de 0 a 60 e que +a* (vermelho) e o –a* (verde),pode confirmar-se no Quadro 4.3 que, quanto mais baixos os valores de a* mais seaproximam da cor verde. Para o parâmetro b* o maior destaque vai para a classe demaior frequência localizada no valor médio de 24,7, encontrando-se muito próximouma outra classe de frequência com valor médio de 17,9 (Figura 4.21) e a classe demenor frequência apresenta um valor médio de 4,3. Sabendo-se que, o parâmetro b*varia de 0 a 60 e +b* (amarelo) e –b* (azul), os valores obtidos na maior frequênciaestão mais próximos da cor amarela como se poderá observar no Quadro 4.3.

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 240: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

210

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Figura 4.19 – Distribuição da frequência dos valores do parâmetro L* de 98madeiras por 5 classes com uma amplitude de 59,20

Figura 4.20 – Distribuição da frequência dos valores do parâmetro a* de 98 ma-deiras por 5 classes com uma amplitude de 18,43

Figura 4.21 – Distribuição da frequência dos valores do parâmetro b* de 98 ma-deiras por 5 classes com uma amplitude de 33,92

Page 241: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

211

Para analisar a potencial variação de cor das madeiras em uso em condições deambientes anteriores fez-se a comparação entre os valores de L*, a* e b* obtidos nasamostras polidas (C4, C5, C6) e nas amostras expostas ao ar (C1, C2, C3), calculandoa diferença induzida pela exposição em percentagem do valor determinado na amos-tra polida (Quadro 4.2).

Quadro 4.2 – Diferença dos valores das amostras polidas (C4, C5, C6) e expostasao ar (C1, C2, C3) para os parâmetros L*, a* e b* e sua percentagem relativamente aovalor determinado na amostra polida

Código C4-C1 % C5-C2 % C6-C3 %

I1 10,32 22,2 -1,40 -8,4 1,96 8,8

I2 1,69 2,4 -0,22 -3,5 -1,05 -4,4

I3 7,75 18,9 1,37 11,3 2,38 15,9

I4 6,53 10,5 -2,66 -19,8 -2,56 -7,8

I5 -0,37 -0,6 -1,35 -21,4 -3,03 -13,1

I6 4,10 7,6 -2,44 -20,0 -2,47 -11,7

I7 6,01 16,2 -1,90 -26,1 1,09 13,1

I8 8,68 16,2 -0,79 -7,6 0,03 0,2

I9 2,49 3,8 -0,68 -19,9 -1,52 -10,6

I10 2,55 4,7 -0,86 -7,9 0,76 3,8

I11 4,91 8,1 -0,33 -5,1 0,43 2,2

I12 1,58 2,2 0,08 1,4 0,22 0,8

I13 6,12 13,1 -2,52 -28,8 0,00 0,0

I14 6,13 8,8 -1,38 -19,6 -1,23 -4,8

I15 4,67 7,6 -1,35 -17,7 -4,25 -14,8

I16 7,84 14,3 0,56 4,7 1,92 8,2

I17 2,77 6,5 -0,49 -3,8 0,98 5,3

M1 10,23 16,8 -3,42 -33,5 -5,34 -23,8

M2 3,76 8,5 -1,10 -13,9 0,15 0,8

M3 6,10 10,9 -3,10 -19,9 -2,25 -9,0

M4 3,72 5,3 -2,70 -40,2 -4,32 -13,3

M5 4,39 10,2 -1,17 -11,2 0,44 2,5

M6 5,11 12,3 -1,06 -7,4 1,00 6,6

M7 2,53 4,4 -1,12 -10,3 -1,73 -8,0

M8 6,25 12,2 -2,02 -13,5 -1,52 -6,7

M9 8,46 19,7 -2,40 -19,7 0,22 1,4

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 242: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

212

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Código C4-C1 % C5-C2 % C6-C3 %

M10 4,33 5,7 -2,23 -56,7 -5,48 -24,2

M11 4,13 5,6 -1,20 -20,3 -2,84 -12,2

M12 6,12 12,6 -2,15 -19,8 0,13 0,6

M13 6,40 17,0 -2,19 -18,7 0,45 3,5

M14 0,21 0,4 -1,57 -14,9 -1,53 -6,5

M15 3,00 4,7 -2,14 -22,6 -4,82 -20,5

M16 3,81 14,7 -1,38 -74,2 -1,57 -161,9

M17 4,05 11,8 -0,03 -0,3 1,07 9,8

M18 0,09 0,1 -2,70 -34,0 -4,23 -28,6

M19 4,36 10,7 -1,64 -11,3 0,23 1,4

M20 7,04 15,8 -1,92 -18,2 0,48 3,0

M21 16,09 30,2 -1,70 -14,3 3,86 18,3

M22 16,09 30,2 -1,70 -14,3 3,86 18,3

M23 8,95 22,5 -1,25 -16,1 1,73 13,0

M24 5,13 7,6 -1,43 -16,3 -3,42 -9,8

M25 5,78 8,2 -1,98 -26,1 -1,38 -5,1

M26 2,84 6,1 -0,02 -0,2 0,20 1,3

M27 9,27 14,0 -3,58 -31,5 -4,90 -20,6

M28 -0,01 -0,0 -0,19 -2,6 -2,99 -12,0

M29 3,22 6,4 -2,02 -16,2 -3,76 -18,2

M30 0,52 0,7 -1,36 -39,0 -2,55 -11,5

M31 0,18 0,4 -0,01 -0,1 -0,42 -2,3

M32 5,28 7,9 -1,53 -14,2 -0,58 -2,0

M33 2,27 5,7 -0,21 -1,1 -1,15 -6,9

T1 6,63 11,8 0,04 0,3 0,80 3,4

T2 1,48 1,7 -0,04 -1,2 -1,70 -7,8

T3 0,68 0,9 -1,22 -22,1 -3,59 -15,5

T4 4,65 7,6 -3,39 -30,3 -1,13 -3,3

T5 6,25 16,4 1,86 14,5 3,71 26,8

T6 5,32 8,5 -3,41 -57,7 -10,25 -73,1

T7 1,56 2,3 0,26 2,9 -0,12 -0,6

T8 6,84 11,8 -2,86 -23,0 -1,79 -9,0

T9 1,27 3,0 -3,60 -35,9 -2,91 -20,3

Page 243: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

213

Código C4-C1 % C5-C2 % C6-C3 %

T10 3,19 7,3 -0,86 -5,5 0,73 3,4

T11 3,31 5,7 -0,67 -8,4 -0,03 -0,2

T12 4,64 5,8 -1,76 -41,2 -4,42 -24,4

T13 4,02 5,5 -1,64 -23,9 -0,56 -2,1

T14 3,48 4,6 -1,24 -15,6 -3,95 -16,3

T15 6,58 12,7 2,23 34,8 -0,35 -3,8

T16 6,79 10,4 -2,91 -31,0 -5,55 -25,9

T17 1,79 4,2 -2,00 -19,4 -1,04 -6,2

T18 4,23 7,0 -0,25 -2,9 -0,60 -3,1

T19 6,73 11,3 -0,76 -6,8 -0,84 -4,6

T20 5,07 9,9 -2,01 -14,7 -2,42 -12,2

T21 7,11 14,3 -0,15 -0,7 1,25 5,4

T22 2,78 4,1 -0,34 -4,6 -0,81 -4,9

T23 2,77 4,1 0,05 0,7 -0,87 -5,0

T24 0,84 1,4 1,69 14,4 1,77 6,3

T25 10,05 18,1 -3,49 -25,3 2,52 7,8

T26 2,69 4,5 -1,27 -10,9 -0,67 -3,2

T27 6,38 10,2 -0,86 -7,9 -2,44 -10,3

T28 5,88 16,7 -0,44 -4,7 2,25 22,7

T29 4,27 7,7 -1,78 -19,9 -2,54 -10,9

T30 3,07 5,8 -0,02 -0,1 -0,65 -3,1

T31 0,93 2,0 -0,04 -0,3 0,42 2,1

T32 6,15 8,5 -1,48 -24,7 -1,91 -8,8

T33 4,57 6,5 -1,35 -20,8 -3,00 -14,1

N1 3,87 6,0 -2,51 -58,4 -4,36 -21,8

N2 7,15 17,3 -0,24 -1,7 2,49 17,3

N3 2,94 6,4 -0,05 -0,3 -1,01 -5,0

N4 -4,57 -9,1 2,36 15,6 2,34 10,0

N5 4,66 11,6 0,04 0,4 1,64 11,3

N6 3,74 6,1 -1,82 -12,9 -3,19 -13,1

N7 4,15 6,4 -1,62 -16,2 -1,11 -4,1

N8 4,30 7,1 -1,70 -13,4 -2,59 -11,1

N9 5,36 9,9 -0,75 -5,6 2,61 9,1

N10 -2,48 -3,4 1,07 10,9 -0,30 -0,9

N11 2,15 3,6 -1,02 -8,1 -0,69 -2,9

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 244: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

214

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Código C4-C1 % C5-C2 % C6-C3 %

N12 3,72 6,3 -0,68 -5,4 -0,25 -1,0

N13 13,20 22,7 -3,09 -35,8 -0,53 -3,1

N14 1,84 2,7 -1,06 -9,7 -1,70 -7,0

N15 12,58 20,4 -0,57 -4,2 2,20 9,1

As maiores diferenças observadas entre a amostra polida e a exposta ao arencontram-se no parâmetro L*, ao contrário dos parâmetros a* e b* com valoresmuito mais pequenos. Assim, ao longo do tempo e quando exposta ao ar, a madeiraaltera principalmente a claridade ou a luminosidade (L*) e não com tanta nitidez osseus pigmentos (a*, b*). Dos resultados pode concluir-se que, com excepção dequatro amostras, duas das quais com valores muito pouco significativos (I5 e M28),todas aumentam o seu parâmetro L*, quando a amostra usada (C1) é polida (C4); istosignifica que a madeira, quando exposta à luz, ar, calor ou ao longo do tempo,escurece, como é o mais vulgar, embora possa clarear, como nos casos das amostrasI5 (Bombax malabaricum), M28 (Pteleopsis myrtifolia), N4 (Cedrela odorata) e N10(Pterocarpus antunesii). Também se verificou que os valores das matrizes vermelha(a*) e amarela (b*) variam quando são polidas, mas muito menos que no caso anteri-or, aumentando ou diminuindo os seus valores. No caso do parâmetro a*, o valordiminui com o polimento, em 89% das amostras e para o parâmetro b*, em 63%.

Não se encontrou correlação entre as variações cromáticas e os valores iniciaisde L*, a* e b* das madeiras, como mostra a dispersão de pontos dos gráficos dasFiguras 4,22, 4.23 e 4.24. Deste modo pode concluir-se que a alteração de cor nãoparece depender dos valores iniciais.

Segundo Burger & Richter (1991), a variação da cor natural da madeira deve-se àimpregnação de diversas substâncias orgânicas nas células e nas paredes celulares. Hittleret al. (1972) referem que o alto teor de extractivos está relacionado com a claridade, ouseja, quanto maior a quantidade de substâncias extractáveis coloridas na madeira, maisescura ela é, sendo menor o parâmetro L*, Desh & Dinwoodie (1993) referem que amadeira quando exposta à luz, ar, calor ou mesmo, ao longo do tempo, altera a sua cor,escurecendo ou clareando. Camargos & Gonçalez (2001) observaram que, amostras demadeiras que tinham sido expostas à luz ambiente apresentaram menor claridade (L*) emaior valor na matriz amarela (b*). A mudança da cor na madeira resulta da acção demúltiplos agentes externos nos componentes estruturais e extractivos (Hon 1975). Asradiações ultravioletas provocam a degradação dos seus elementos constitutivos (Rowell1990) e o contacto com a luz pode mudar a cor da madeira através da oxidação de certosextractivos (Webb & Sullivan 1964). Segundo Chang et al. (1982) e Hon & Chang (1985), acelulose é menos susceptível aos raios ultravioletas.

Também a humidade, o contacto com determinados metais ou o ataque por certosfungos e bactérias alteram a cor da madeira (Burger & Richter 1991). A própria secagemem estufa pode escurecer a madeira, de tal forma que muitas passam por um processo devaporização para se obter um material mais escuro (Desh & Dinwoodie 1993).

Page 245: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

215

Figura 4.22 – Correlação entre os valores de L* com os valores de L* da amostrapolida

Figura 4.23 – Correlação entre os valores de a* com os valores de a* da amostrapolida

Figura 4.24 – Correlação entre os valores de b* com os valores de b* da amostrapolida

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 246: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

216

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

4.3.2. Proposta de uma tabela de cores da madeira

Seleccionaram-se 33 madeiras que representam a gama de cores encontradasnas amostras, assim como de texturas, fio e desenho, de modo a corresponder aosdiferentes aspectos visuais encontrados na totalidade das amostras de madeira estu-dadas. O Quadro 4.3 mostra os valores de L*, a* e b* para estas madeiras seleccionadas,assim como a designação qualitativa e a respectiva macrofotografia ilustrativa. Apre-sentam-se com uma ordenação das madeiras das mais claras para as mais escuras,segundo o valor decrescente do parâmetro L*.

Quadro 4.3 - Tabela de cores da madeira com os 3 parâmetros (L*, a*, b*) pelaordem decrescente do parâmetro L*

Page 247: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

217

L* a* b* Designação Espécie macrofotografias

qualitativa

84,37 3,24 22,57 esbranquiçada Aleurites moluccana

75,95 3,51 21,8 esbranquiçada Odina wodier

72,16 5,6 27,97 amarelo-clara Polyalthia fragans

71,11 11,25 29,11 amarelo-rosada Picea sitchensis

65,13 14,81 31 castanho-amarelada Pseudotsuga menziesii

62,18 12,63 31,33 amarelo-acastanhada Mastichodendron capiri

60,33 9,11 24,7 castanho-claro-rosada Quercus rubra

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 248: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

218

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

L* a* b* Designação Espécie macrofotografias

qualitativa

59 15 26 amarelo-rosado- Combretum zeyheri

-alaranjada

58,15 13,55 24,6 castanho-escura Melaleuca leucadendron

57,15 12,95 24,15 castanho-amarelado- Schrebera trichoclada

-dourada

52,3 13,9 22,25 castanho-alaranjada Cedrela odorata

51,5 10,15 17,2 castanho-acinzentada Syncarpia glomulifera

45,75 13,42 22,19 castanho-acinzentada Guibourtia arnoldiana

com tons esverdeados

44,15 16,95 20,9 castanho-alaranjada Berchemia discolor

Page 249: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

219

L* a* b* Designação Espécie macrofotografias

qualitativa

42,77 19,13 22,57 castanho-alaranjado- Hymenea courabil

-escura

42,02 16,02 21,03 castanho-clara Cedrela toona

var australis

41,57 19,51 18,15 rosada Guibourtia demeusei

40,56 14,46 20,72 castanho-rosada Entandophragma

cylindricum

40,3 8,9 10,5 castanho-alaranjada Astronium graveolens

39,27 5,19 9,39 castanho-acinzentada Juglans sieboldiana

38,83 14,93 14,71 castanho- Amblygonocarpus

-avermelhada obtusangulus

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 250: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

220

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

L* a* b* Designação Espécie macrofotografias

qualitativa

38,59 10,03 18,07 castanho-clara Tabebuia chrysantha

37,86 12,77 14,78 castanho-avermelhada Dalbergia nigra

37,85 10,4 13,7 castanho-escura Cleistanthus schlechteri

37,65 14,4 13,15 castanho- Amblygonocarpus

-avermelhada andongensis

37,53 15,08 16,21 castanho-avermelhado- Myroxylon balsamun

-escura

37,08 2,12 11,6 verde Guaiacum sanctum

36,2 10,78 10,43 castanho-escura Humiriastrum diguense

Page 251: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

221

L* a* b* Designação Espécie macrofotografias

qualitativa

35,4 15,34 14,89 castanho-escura Platymiscium

pleiostachyum

34,71 16,57 6,14 roxa Amaranth peltogyne spp

28,65 5,96 5,98 castanho-muito Millettia laurentii

escura

24,54 1,18 2,93 preto-esverdeada Diospyros crassiflora

24,01 2,55 1,76 cinzento-escura Dalbergia melanoxylon

quase negra

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores obtidos nesta escala cromática de madeiras podem ser comparados com atabela classificativa de cores feita por Camargos & Gonçalez (2001), que apresentam valoresagrupados de L*, a* e b* para vinte e cinco madeiras.

Pode verificar-se que o maior valor de claridade (L*) encontrado foi de 84,37 (esbranquiçada),e o menor valor de L* foi de 24,01 (cinzenta escura quase negra), correspondente respectivamenteao branco acinzentado (74-86) e à cor preta (26-36) na classificação de Camargos & Gonçalez(2001). Para estes autores, considera-se uma madeira de cor escura aquela cujo valor de L* formenor ou igual a 56 e, por exemplo, as cores de roxo, vermelho e preto são consideradas coresescuras e as cores branco, amarelo e rosa são consideradas claras.

O maior valor para o parâmetro a* é de 19,51 (rosada), que na classificação deCamargos & Gonçalez (2001) se encontra na tonalidade avermelhada (17-21, 17-24) e

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222

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

o menor de 1,18 (preta esverdeada) que corresponde à cor preta (1-6). O maior valorde b* é 31,33 (amarela acastanhada), que na tabela de Camargos & Gonçalez (2001)corresponde à cor amarelada (26-37) e o menor é 1,76 cuja cor mais próxima, segun-do estes autores é preta (2-8).

4.4. ANÁLISE MULTIVARIADA E CLASSIFICAÇÃO DE MADEIRAS TROPICAIS

4.4.1. Classificação geralOs resultados obtidos nos estudos anatómico, físico e de quantificação da cor para

todas as madeiras incluídas neste trabalho estão compilados no Anexo 11. O Quadro 4.4apresenta os valores extremos encontrados para cada variável.

Do ponto de vista anatómico, a madeira Androstachys johnsonii (M7) destaca-se peloseu elevado nº de vasos por milímetro quadrado (193), seguindo-se Santalum album (T24)com 63. A espécie que apresentou o maior diâmetro médio das pontuações nos vasos foiRicinodendron rautanenii (M30) com 16 m. Relativamente ao comprimento dos elementosdos vasos, destaca-se a Aleurites moluccana (T2) com 850 m. Encontrou-se maior espessu-ra de parede dos vasos na Xylia torreana (N15) com 16 m. Quanto ao nº médio de célulasem altura dos raios obteve-se o maior valor na Acacia robusta (N1) com 67 células, seguidada Milicia excelsa (M12) com 52. A Sterculia quinqueloba (M32) apresenta o maior valor daaltura média dos raios com 1500 m, seguindo-se a Sterculia foetida (T27) com 1042 m.Relativamente ao nº de células em largura dos raios, o valor mais elevado aparece naSterculia quinqueloba (M32), apresentando também a segunda maior dimensão relativamen-te à largura média dos raios (205), tendo a Albizia lebbeckioides (T1) ainda um valor maiselevado (215). A Syringa vulgaris (N14) destaca-se muito das outras espécies no que dizrespeito ao comprimento médio das fibras com 3780 m. A largura média das fibras variaentre 13 m na Morus lactea (Celtis lactea) (M24) e 46 m no Ricinodendron rautanenii(M30).

Do ponto de vista físico, a espécie Tamarindus indica (T28) é a que apresenta osmaiores valores de densidade, tanto ao ar (1,4 g/cm3) como anidra (1,3 g/cm3) e oRicinodendron rautanenii (M30) os valores mais baixos nas duas densidades (0,2 g/cm3).

Relativamente aos valores das retracções, a Aegle marmelos (I2) apresenta os doismaiores resultados, com 13,6% de retracção volumétrica e 9,2% de retracção tangencial,enquanto que os valores mais baixos se encontram na Cordyla africana (M15) com 3,5% e1,6% respectivamente. Na retracção radial, o valor mais elevado encontrou-se na Terminaliatomentosa (I16) com 5,2% e o menor na Albizia adianthifolia (M4) com 1,2%. A retracçãoaxial mais baixa apresenta-se na Aegle marmelos (I2) e na espécie Ficus indica (I9) (0,01%).

Em consequência da diversidade das propriedades estudadas e do elevado nú-mero de variáveis quantificadas, bem como da elevada variabilidade dos resultadosobtidos tendo como base 98 madeiras de origens geográficas diferentes, optou-se pelaaplicação da taxonomia numérica de forma a estabelecer uma classificação das amos-tras estudadas, considerando a totalidade das características analisadas.

A taxonomia numérica, que foi utilizada neste estudo para analisar as diferençasentre madeiras do ponto de vista das suas características anatómicas e físicas, foitambém já aplicada por outros autores. Carneiro (1987), faz uma aplicação à

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223

Característica Valor máximo e mínimo Espécie

V1 (nº vasos/mm2) Min 1 Bombax malabaricum A. DC.Max 193 Androstachys johnsonii Prain,

V2 (nº min. vasos/mm2) Min 0 Aegle marmelos CorreaMax 150 Androstachys johnsonii Prain.

V3 (nº máx. vasos/mm2) Min 1 Ostryoderris stuhlmannii Dunn ex Baker f.Max 235 Androstachys johnsonii Prain.

V4 (micra) Min 1,16 Cleistanthus schlechteri (Pax) Hutch.Max 15,85 Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-Sm.

V5 (micra) Min 3,1 Khaya spMax 15,6 Xylia torreana Brenan

V6 (micra) Min 150 Dalbergia sissoo Roxb.Max 850 Aleurites moluccana Willd.

V7 (micra) Min 45 Androstachys johnsonii Prain.Max 285 Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-Sm.

V8 (micra) Min 5 Schrebera trichoclada WelwMax 85 Sterculia quinqueloba (Garcke) K. Schum.

R1 (nº raios/mm) Min 2 Acacia robusta BurchMax 23 Pterocarpus antunesii (Tab.) Harms

R2 Min 1 Adina microcephala (del.) HiernMax 12 Dialium schlechteri Harms

R3 Min 5 Calophyllum inophyllum L.Max 67 Acacia robusta Burch

R4 Min 9 Pterocarpus indicus WilldMax 125 Acacia robusta Burch

R5 (micra) Min 101 Dalbergia sissoo Roxb.Max 1500 Sterculia quinqueloba (Garcke) K. Schum.

R6 (micra) Min 14 Pterocarpus antunesii (Tab.) HarmsMax 725 Sterculia quinqueloba (Garcke) K. Schum.

R7 Min 1 Lagerstroemia parviflora Roxb.Max 11 Sterculia quinqueloba (Garcke) K. Schum.

R8 (micra) Min 13 Ganophyllum falcatum BlumeMax 215 Albizia lebbeckioides (DC) Benth

R9 (micra) Min 0 Amblygonocarpus andongensis (Oliv.) Excell & TorreMax 85 Sterculia quinqueloba (Garcke) K. Schum.

F1 (micra) Min 2,4 Elaeocarpus sphaericus K. Schum.Max 7,2 Ostryoderris stuhlmannii Dunn ex Baker f.

F2 (micra) Min 700 Dalbergia melanoxylon Guill. & PerrMax 3780 Syringa vulgaris L.

F3 (micra) Min 64 Cedrela odorata L.Max 337 Bombax malabaricum A. DC.

F4 (micra) Min 12 Colophospermum mopane KirkMax 46 Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-Sm

F5 (micra) Min 2 Rhodognaphalon schumannianum A. RobynsMax 11 Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-Sm.

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quadro 4.4. – Espécies que apresentam os valores mínimos e máximos encontra-dos para as variáveis estudadas

Page 254: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

224

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Quadro 4.4. – Espécies que apresentam os valores mínimos e máximos encontra-dos para as variáveis estudadas (continuação)

Característica Valor máximo e mínimo EspécieF6 (micra) Min 29 Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-Sm.

Max 145 Syringa vulgaris L.F7 (micra) Min 6 Macaranga tanarius Muell.

Max 24 Piptadenia buchananii Bak. (Newtonia buchanii)C1 (L*) Min 22,1 Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr

Max 83,63 Aleurites moluccana Willd.C2 (a*) Min 3,24 Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr

Max 20,44 Pterocarpus indicus Willd.C3 (b*) Min 2,54 Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr

Max 38,31 Morus lactea Mildbr. (Celtis lactea Sim.)C4 (L*) Min 25,91 Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr

Max 85,11 Aleurites moluccana Willd.C5 (a*) Min 1,86 Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr

Max 20,29 Pterocarpus indicus Willd.C6 (b*) Min 0,97 Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr

Max 34,89 Morus lactea Mildbr. (Celtis lactea Sim.)C7 Min 1 Diospyros mespiliformis Hochst. ex A. DC.

Max 27 Dalbergia melanoxylon Guill. & PerrFIS1 (g/cm3) Min 0,23 Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-Sm.

Max 1,37 Tamarindus indica L.FIS2 (g/cm3) Min 0,21 Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-Sm.

Max 1,31 Tamarindus indica L.FIS3 (%) Min 10,0 Pterocarpus indicus Willd.

Max 16,9 Bischofia javanica BlumeFIS4 (%) Min 9,1 Pterocarpus indicus Willd.

Max 31,0 Ficus indica Roxb.FIS5 (%) Min 3,50 Cordyla africana Lour.

Max 14,33 Terminalia tomentosa W. et Arn.FIS6 (%) Min 1,60 Cordyla africana Lour.

Max 9,17 Aegle marmelos CorreaFIS7 (%) Min 1,20 Albizia adianthifolia W. F. Wight

Max 5,17 Terminalia tomentosa W. et Arn.FIS8 (%) Min 0,01 Aegle marmelos Correa

Max 0,65 Terminalia belerica RoxbFIS9 (%) Min 0,26 Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-Sm.

Max 0,77 Casuarina junghuniana Miq.FIS10 (%) Min 0,14 Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-Sm

Max 0,50 Casuarina junghuniana Miq.FIS11 (%) Min 0,09 Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-Sm.

Max 0,30 Tamarindus indica L.FIS12 (%) Min 0,00 Eugenia jambolana Lam.

Max 0,04 Pterocarpus indicus Willd.

ampelografia de Vitis vinifera L., Moreira (1999) analisa as relações entre propriedadesfísico-mecânicas e características anatómicas e químicas da madeira, Bukhari et al.

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225

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

(1999) utilizam esta técnica para a análise filogenética de 22 espécies do géneroAcacia tendo em conta a origem geográfica, Bessa (2000) utilizou-a para relacionar 14amostras de espécies diferentes tomando como base 29 características anatómicas,físicas, químicas e acústicas, Cabrera & Ferriz (2004) fazem o estudo de seis espéciesdo género Tapirira tendo como base seis características anatómicas, Barros et al.(2006) estudaram 26 espécies pertencentes a 14 famílias, tendo aplicado esta técnicaàs características anatómicas qualitativas e quantitativas, Wickremasinghe & Heart(2006) para o género Diospyros L. e Pande et al. (2007) para o género Shorea.

A matriz constituída por 81 amostras de madeira caracterizadas por 20 caracte-rísticas anatómicas e físicas, ordenada segundo o fenograma de distâncias, permitin-do uma mais fácil comparação das características das amostras de madeira maissemelhantes entre si, é apresentada no Anexo 12. O fenograma de distâncias (Figura4.25) obtido usando o método UPGMA aplicado à matriz de distâncias, apresenta umcoeficiente de correlação cofenética de r = 0,798, indicando este valor ser o fenogramauma boa cópia das distâncias implícitas na respectiva matriz.

Pode considerar-se a existência dos seguintes grupos de semelhança no fenograma:(I1, T31, T21),(M15, T33, M29, T6, T8),(I3, I13, T10, M3, T29, M27, M5),(T17, I9, I11, T15),(I2, I6, I8, I10, I15, I16, I17, Y20),(I4, I14, M4, M24, M25),(M8, M12, M21, M22),I2,(M10, M11, M28, T14, T24),(T3, T13, T7, T22, T23),(I7, T28, M16)[(M2, M23, M6, M9, M19, M17), (M13, T9, M33)],[(M14, M18, M31, T11, T26),(M20, M26)],(M1, T16, T32),(T4, T25),(T5, T1)(M30,T2, T12),(I5, M32, T27),M7Os grupos (T5, T1), (M30, T2, T12), (I5, M32, T27) e a amostra M7 mostram

possuir características que as diferenciam de todas as outras.

A distribuição das 81 amostras de madeira no plano definido pelos primeiro(I=23,0%) e segundo (II=15,4%) eixos principais (Figura 4.26) e pelos primeiro eterceiro (III=11,2%) eixos principais (Figura 4.28), às quais foi sobreposta a árvore deconexão mínima, representa 49,6% da variância total implícita na matriz original. NasFiguras 4.27 e 4.29 são apresentadas as projecções das variáveis nos mesmos planos,respectivamente, indicando a importância relativa de cada variável na distribuiçãoespacial das amostras de madeira.

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226

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Figura 4.25 – Fenograma de distâncias das 81 madeiras, obtido usando o métodoUPGMA aplicado à matriz de distâncias (coeficiente de correlação cofenética = 0,798)

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227

Figura 4-26 - Projecção das 81 madeiras no plano definido pelas primeira (I=23,0%) esegunda (II=15,4%) componentes principais à qual foi sobreposta a árvore de conexão mínima

Figura 4.27 - Projecção das 20 características em estudo no plano definido pelaprimeira (I=23,1%) e segunda (II=15,1%) componentes principais

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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228

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Figura 4.28 – Projecção das 81 madeiras no plano definido pelas primeira(I=23,0%) e terceira (III=11,2%) componentes principais à qual foi sobreposta a árvorede conexão mínima

Figura 4.29 – Projecção das 20 características em estudo no plano definido pelaprimeira (I=23,1%) e terceira (III=11,2%) componentes principais

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229

Embora a percentagem de variância explicada pelas três primeiras componentesprincipais seja relativamente baixa (49,6%), o coeficiente de correlação cofenéticaentre as distâncias implícitas nas três primeiras componentes principais e as distânci-as originais é de r=0,87, o que permite tirar conclusões na base deste modelo, umavez que as distâncias originais foram praticamente nele preservadas.

Da observação das Figuras 4.26 e 4.28, pode verificar-se que o grupo de amos-tras constituído por M30, T2, T3, T12, e T13 se diferenciam de todas as outras, assimcomo as M7, M22 e M32, T1 e T27 e a amostra I5. A diferenciação destas amostras naanálise em componentes principais confirma os resultados anteriormente obtidos naanálise de grupos (Figura 4.25).

Não é possível definir um padrão de distribuição geográfico das amostras demadeira, embora se verifique uma tendência para as madeiras de Timor se agregarementre si, assim como as amostras provenientes de Moçambique e da Índia mostraremtambém essa tendência (Figuras 4.26 e 4.28).

No Quadro 4.5 pode ser observada a correlação entre as variáveis originais e astrês primeiras componentes principais, que indica a sua importância relativa na distri-buição espacial das amostras de madeira em análise.

Da observação do Quadro 4.5 e da Figura 4.27 pode concluir-se que a distribui-ção das amostras na primeira dimensão é controlada principalmente pelas caracterís-ticas anatómicas comprimento dos elementos dos vasos (V6), diâmetro tangencialmédio dos vasos (V7), número de raios / mm (R1), altura média dos raios (R5),número de células em largura dos raios (R7), largura média dos raios (R8), compri-mento médio das fibras (F2), largura média das fibras (F4), valor de b* da cor (C6) edensidade ao ar (FIS1). No segundo eixo, as características com maior preponderân-cia são: o número médio de células em altura dos raios (R3), a espessura de parededas fibras (F1), a cor (C4, C5 e C7), e no terceiro eixo, as características número devasos / mm2 (V1), diâmetro médio das pontuações (V4), espessura de parede dosvasos (V5), humidade (FIS3) e retracção volumétrica (FIS5).

Ao longo do primeiro eixo principal (Figura 4.26), as madeiras Casuarinajunghuniana Miq. (T9), Colophospermum mopane Kirk. (M13), Dialium schlechteriHarms (M17), Dalbergia sissoo Roxb. (I7), Tamarindus indica L. (T28), Dalbergiamelanoxylon Guill. & Perr (M16) situadas do lado inferior direito da figura possuemvalores mais elevados de densidade (FIS1) e menor comprimento dos elementos dosvasos (V6), menor largura média de fibras (F4) e menores valores de b* (C6). Do ladoesquerdo da figura localizam-se as amostras da Índia, de Moçambique, e algumas deTimor, com valores mais elevados de altura e largura dos raios (R5, R7, R8), compo-nente b* (C6), fibras mais compridas e largas (F2, F4), e vasos mais compridos emaior diâmetro tangencial médio dos vasos (V6 e V7).

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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230

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Quadro 4.5 – Correlação entre as três primeiras componentes principais e as 20variáveis originais, indicando-se também o valor próprio, a percentagem da variância ea variância acumulada para cada uma das componentes

Variáveis Componentes principais1 2 3

V1 0,2515 0,2309 0,4690V4 -0,3038 -0,0050 -0,4060V5 -0,1231 -0,2070 -0,5405V6 -0,4745 0,3481 0,0915V7 -0,6173 -0,2679 -0,4981R1 0,5057 0,2433 -0,0057R3 -0,2567 -0,4913 -0,0094R5 -0,7234 -0,3546 0,4290R7 -0,6060 -0,4831 0,4593R8 -0,6626 -0,4092 0,2799F1 -0,0092 -0,4795 0,2951F2 -0,7265 -0,2865 0,0060F4 -0,5913 0,3130 -0,4423C4 -0,5512 0,6898 0,1776C5 0,1819 -0,4806 0,0332C6 -0,5281 0,2970 0,2259C7 0,4070 -0,6119 -0,0536FIS1 0,7012 -0,3895 0,3006FIS3 -0,0387 -0,3688 -0,5274FIS5 0,1614 -0,3091 -0,3094Valor próprio 4,6062 3,0788 2,2404Variância (%) 23,0 15,4 11,2Var.acumulada (%) 23,0 38,4 49,6

Ao longo do segundo eixo principal (Figura 4.26), destaca-se a importância dovalor da componente cor L* (C4), separando um grupo de madeiras de Timor, inclu-indo Aleurites moluccana Willd. (T2), Alstonia scholaris (L.) R. Br. (T3), Elaeocarpussphaericus K. Schum. (T12) e Ficus macrophyla Roxb. (T13), e uma de MoçambiqueRicinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-Sm (M30), com elevados valores desta ca-racterística (madeiras mais claras). Em sentido contrário, mostram maior importân-cia o número médio de células em altura dos raios (R3), espessura de parede dasfibras (F1) e a cor das madeiras (C7), predominando na parte inferior da figura asmadeiras de Moçambique (mais escuras).

Ao longo do terceiro eixo principal (Figura 4.28), as amostras com elevado númerode vasos por milímetro quadrado (V1) situam-se na parte superior da figura e do ladooposto localizam-se as amostras em que é mais elevado o diâmetro médio das pontuações

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231

(V4), maior espessura de parede dos vasos (V5), e maior humidade e retracção volumétrica(FIS3 e FIS5) onde se situam, em maior número, amostras provenientes de Timor.

Numa segunda etapa foi construída uma matriz em que as 11 amostras que semostraram diferentes de todas as outras foram retiradas, para permitir uma maiordispersão e assim melhor observação das restantes amostras, ficando a matriz com 70linhas e as mesmas 20 características (colunas). A matriz 70 X 20 ordenada segundo ofenograma de distâncias, para mais fácil comparação entre os diferentes grupos desemelhança, pode ser observada no Anexo 13.

O fenograma de distâncias (Figura 4.30), com um coeficiente de correlaçãocofenética de r=0,703, pode considerar-se uma representação relativamente pobre darespectiva matriz. Neste fenograma pode considerar-se a existência dos seguintesgrupos de semelhança:

[(I1, T31, T21, I3, I7), (M15, T33, M29, T6, T8)],[(I17, T20), (T17, T30)][(M2, M6, M9, M19), M23, M33, (M13, M17, T9, T28), (M14, M20, M26)],(M18, M28, T14, M31, T11, T26),(I2, I10, I15, I16),[(I4, I13, T10, M3, T29), M21, (M5, M12), (T7, T22, T23), (I14, M4, M27, M24),

(I9, I11, T5), (I6, I8), M25, (I12, M10, M11)],[(M1, T16, T32), (T4, T25), (M8, T5)],M16, T24,As duas últimas madeiras apresentam características que as distinguem de todas

as outras.

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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232

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Figura 4.30 – Fenograma das 70 amostras de madeira, obtido usando o métodoUPGMA aplicado à matriz de distâncias (coeficiente de correlação cofenética r=0,703)

A distribuição das 70 amostras de madeira no plano definido pelos primeiro(I=20,9%) e segundo (II=15,4%) eixos principais (Figura 4.31) e pelos primeiro e terceiro

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233

(III=11,2%) eixos principais (Figura 4.33), às quais foi sobreposta a árvore de conexãomínima, representa 47,5% da variância total implícita na matriz original (Quadro 4.6).Nas Figuras 4.32 e 4.34, são apresentadas as projecções das variáveis nos mesmosplanos, respectivamente, indicando a importância relativa de cada variável na distribui-ção espacial das amostras de madeira. Embora a percentagem de variância explicadapelas três primeiras componentes principais seja relativamente baixa (47,5%), o coefici-ente de correlação cofenética entre as distâncias implícitas nas três primeiras compo-nentes principais e as distâncias originais é de r=0,81, o que permite concluir que asdistâncias originais foram praticamente preservadas neste modelo.

No Quadro 4.6 pode ser observada a correlação entre as variáveis originais e astrês primeiras componentes principais, que nos indicam a sua importância relativa nadistribuição espacial das amostras de madeira em análise, indicando-se também orespectivo valor próprio e a percentagem de variância explicada por cada componen-te e a variância acumulada.

Quadro 4.6 – Correlação entre as três primeiras componentes principais e as 20variáveis originais, indicando-se também o valor próprio, a percentagem da variância ea variância acumulada para cada uma das componentes

Variáveis Componentes principais1 2 3

V1 0,3614 0,5266 0,1548V4 -0,2054 -0,4465 0,0096V5 -0,1241 -0,4331 -0,1642V6 -0,3260 0,4045 0,6901V7 -0,4818 -0,5520 -0,4130R1 0,4799 0,1344 0,5157R3 -0,4884 -0,3088 -0,1586R5 -0,7087 0,1885 0,3689R7 -0,5968 0,1684 -0,1092R8 -0,8236 -0,0972 0,0142F1 -0,0708 -0,1910 0,6706F2 -0,7121 -0,0267 0,5271F4 -0,6038 -0,0860 0,1275C4 -0,3216 0,7722 -0,2351C5 -0,0038 -0,3206 0,1147C6 -0,4152 0,5443 -0,2103C7 0,1733 -0,6252 0,1434FIS1 0,6284 -0,2662 0,3510FIS3 -0,2595 -0,4341 0,2092FIS5 -0,0783 -0,2619 0,2436Valor próprio 4,1832 3,0779 2,2404Variância (%) 20,9 15,4 11,2Var. acumulada (%) 20,9 36,3 47,5

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Figura 4.31 – Projecção das 70 madeiras no plano definido pelas primeira(I=20,9%) e segunda (II=15,4%) componentes principais à qual foi sobreposta a árvorede conexão mínima obtida a partir da matriz de distâncias

Figura 4.32 – Projecção das 20 características em estudo no plano definido pelaprimeira (I=20,9%) e segunda (II=15,4%) componentes principais

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Figura 4.33 – Projecção das 70 madeiras no plano definido pelas primeira(I=20,9%) e terceira (III=11,2%) componentes principais à qual foi sobreposta a árvorede conexão mínima obtida a partir da matriz de distâncias

Figura 4.34 – Projecção das 20 características em estudo no plano definido pelaprimeira (I=20,9%) e terceira (III=11,2%) componentes principais

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Na Figura 4.31, pode verificar-se a definição de grupos de amostras como, por exemplo,os constituído por (I12, M10, M11), (T4, T25, M1, T16, T32), (M13, M17, T9, T28), (M18, M28,T24, T14, M31, T11, T26), (I4, I13, T10, M3, T29) que confirmam os mesmos grupos que seobservavam no fenograma (Figura 4.30).

Mais uma vez não é possível definir um padrão geográfico nítido. Nesta matriz verifica-se uma tendência para um grupo de madeiras de Moçambique se agregarem entre si, encon-trando-se as madeiras de Timor, da Índia e um outro grupo de Moçambique mais dispersos.

Da observação simultânea das Figuras 4.31 e 4.32, pode concluir-se que a distribuiçãodas amostras de madeira na primeira dimensão é controlada pela densidade ao ar (FIS1), emoposição ao número médio de células em altura dos raios (R3), altura média dos raios (R5),número de células em largura dos raios (R7), largura média dos raios (R8), comprimentomédio das fibras (F2), largura média das fibras (F4). No segundo eixo as características maismarcantes são, número de vasos por milímetro quadrado (V1), as características da cor (C4,C6), em oposição a (C5 e C7), humidade (FIS3), retracção volumétrica (FIS5), diâmetro médiodas pontuações (V4), espessura de parede dos vasos (V5) e a diâmetro tangencial médio dosvasos (V7). No terceiro eixo, a disposição espacial das amostras é controlada pelas caracterís-ticas do número de raios por milímetro (R1), comprimento dos elementos dos vasos (V6), eespessura de parede das fibras (F1).

Ao longo do primeiro eixo principal, orientado segundo a direcção de maiordispersão, as madeiras situadas do lado direito da Figura 4.31, revelam possuir densida-de ao ar (FIS1) mais alta e raios mais curtos e mais estreitos (R3, R5, R7, R8), onde selocalizam amostras de madeira de Timor e algumas de Moçambique. Do lado esquerdoda figura localizam-se as amostras de Moçambique e algumas da Índia, com raios maisaltos e mais largos (R3, R5, R7, R8), assim como maior comprimento e largura das fibras(F2 e F4). A primeira componente principal define um gradiente de densidade e dascaracterísticas anatómicas dos raios e fibras.

Trugilho et al. (2003) referem que, madeiras com fibras mais compridas e paredesmais espessas estão associadas a madeiras de alta densidade básica.

Ao longo do segundo eixo, destaca-se a importância das características da cor (C4 e C6)situando-se na parte superior da Figura 4.31 as amostras de madeira de cor mais clara Polyalthiafragans Benth. e Hook (I12) (Figura 4.35), Celtis durandii Engl. (M10), Celtis kraussiana Bernh.(M11), Timonius rumphii DC. (T32), Homalium tomentosum Benth. (T16), Adina microcephala(del.) Hiern (M1), Sarcocephalus cordatus Miq. (T25) e Artocarpus integrifolia L. (T4) e na zonainferior da mesma figura as amostras de madeira de cor mais escura (C5 e C7), com valoresmais elevados de humidade (FIS3), retracção volumétrica (FIS5), diâmetro médio das pontua-ções dos vasos (V4), maior espessura de parede dos vasos (V5) maior diâmetro tangencialmédio dos vasos (V7) onde se encontram as madeiras Intsia bijuga O. K. (T17), Terminaliacattapa L. (T30), Afrormosia angolensis (Bak.) Harms (M2), Amblygonocarpus obtusangulusHarms (M6), Burkea africana Hook. (M9), Erythrophleum africanum (Benth.) Harms (M19),Millettia stuhlmannii Taub. (M23), Swartzia madagascariensis Desv. (M33) e Xylia dolabriformisBenth. (I17), predominando, nitidamente, madeiras originárias de Moçambique. A segundacomponente principal, controlada fundamentalmente pelas características físicas, estabeleceum gradiente da cor, assim como da humidade e retracção volumétrica. Nesta segunda com-ponente principal também pode observar-se a oposição entre a frequência de vasos e o seudiâmetro tangencial, à semelhança de observações de Carlquist (2001). Também Wheeler et al.

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237

(2007) referem ser comum espécies de regiões como América do Norte, a Europa e ÁsiaTemperada terem vasos estreitos e com uma frequência acima dos 40 vasos / mm2 emoposição a espécies da África e América Tropical, Sudoeste Asiático e Índia com 5-10 vasos /mm2 mas diâmetros acima dos 100 µm.

Ao longo do terceiro eixo principal, as amostras são separadas em função dosvalores do número de raios por milímetro (R1), comprimento dos elementos dosvasos (V6) e espessura de parede das fibras (F1) situam-se na parte superior da Figura4.33, as amostras de madeira que apresentam valores mais elevados destas caracterís-t icas Artocarpus integrifolia L. (T4), Sarcocephalus cordatus Miq. (T25), Adinamicrocephala (del.) Hiern (M1), Homalium tomentosum Benth. (T16), Timonius rumphiiDC. (T32), Bischofia javanica Blume (T5), Careya arborea Roxb. (I6) e Eugeniajambolana Lam. (I8), em oposição à maior parte das outras amostras que revelamvalores mais baixos naquelas variáveis.

Figura 4.35 – Exemplo de uma madeira clara Polyalthia fragans Benth. e Hook(C7=5) e escura Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr M16 (C7=27)

4.4.2. Classificação com base em características anatómicasEsta análise teve a preocupação de observar o comportamento das amostras quan-

to às propriedades anatómicas, utilizando-se apenas as 13 características (Quadro 4.7).Das 98 amostras iniciais de madeira, retiraram-se 11 amostras (N1, N10, N14, N15, T1,T24, T27, M7, M22, M30, M32) pelos motivos já referidos anteriormente que as diferen-ciam de todas as outras, impedindo uma perfeita análise das restantes amostras. Assima matriz de trabalho para analisar as relações entre as amostras com base somente nascaracterísticas anatómicas ficou com 87 amostras de madeira (linhas) e as 13 caracterís-ticas da anatomia (colunas). A matriz assim constituída (87x13), ordenada segundo ofenograma de distâncias, o que permite uma melhor comparação entre os diferentesgrupos de semelhança que se formaram, é apresentada no Anexo 14.

I12 M16

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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238

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

O fenograma de distâncias obtido pelo método UPGMA, apresenta um coefici-ente de correlação cofenética (r=0,695), relativamente baixo, indicando que o fenogramanão é uma muito boa cópia das distâncias implícitas na respectiva matriz. Contudo,pode indicar-se a constituição dos seguintes grupos de semelhança (Figura 4.36):

[(I1, T31), (T33, M16, M33)],[(I2, I7, T6, T21, M15, I3), (I15, I16, M17), (I10, M29), (I17, T8, T20, N8), (M6,

M20), (I14, M4, M27)],[(M14, M26, M18), N6],[(M13, T28), (T19, T26), (M28, T9), (M31, T11), T14],[(I4, I13, T15, T29, T10), (I9, M3), (M10, M21), (T3, T7, T22, T23, T13), (I11, M24,

M5, M12)],[(N3, N11, N5, N7), (N12, N13) ],[(I6, I8, T32), (M2, M9, M19), (M23, M25)],[(T17, T30, N2), (N4, N9)],(I12, M11),(M1, T16),(T4, T25, T5),(T12, T18),(I5, M8) eT2.

Quadro 4.7 – Correlação entre as três primeiras componentes principais e as 13variáveis originais, indicando-se também o valor próprio, a percentagem da variância ea variância acumulada para cada uma das componentes

Variáveis Componentes principais1 2 3

V1 0,5427 0,6141 0,0681V4 -0,0818 -0,4814 0,5111V5 -0,3007 -0,4093 -0,0822V6 -0,2649 0,5069 0,6807V7 -0,4665 -0,7444 0,2250R1 0,6176 0,0928 0,4587R3 -0,5295 -0,1746 -0,2768R5 -0,6095 0,6320 -0,0169R7 -0,6135 0,2791 -0,4570R8 -0,8422 0,1954 -0,2551F1 -0,1737 0,1947 0,0662F2 -0,6578 0,1878 0,5585F4 -0,4596 -0,0435 0,6334Valor próprio 3,4726 2,2170 2,0654Variância (%) 26,7 17,1 15,9Var. acumulada (%) 26,7 43,8 59,7

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Figura 4.36 – Fenograma das 87 amostras de madeira, obtido usando o método UPGMAaplicado à matriz de distâncias (coeficiente de correlação cofenética r=- 0,695)

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

A distribuição das 87 amostras de madeira no plano definido pelos primeiro(I=26,7%) e segundo (II=17,1%) eixos principais (Figura 4.37) e pelos primeiro eterceiro (III=15,9%) eixos principais (Figura 4.39), às quais foi sobreposta a árvore deconexão mínima, representam 59,7% da variância total implícita na matriz original(Quadro 4.7).

A correlação entre as três primeiras componentes principais e as variáveis origi-nais, permite avaliar a contribuição de cada uma para a distribuição espacial dasamostras de madeira (Quadro 4.7).

Nas Figuras 4.38 e 4.40, são apresentadas as projecções das variáveis nosmesmos planos das projecções das amostras de madeira, respectivamente, indican-do a importância relativa de cada variável na distribuição espacial das amostras demadeira.

A percentagem de variância total explicada pelas três primeiras componentesprincipais é de 59,7% mas o coeficiente de correlação cofenética entre as distânci-as implícitas nas três primeiras componentes principais e as distâncias originais éde r = 0,87, o que permite concluir que as distâncias originais foram praticamentepreservadas.

Com base no Quadro 4.7 e na observação da Figura 4.38, pode concluir-se quea distribuição das amostras na primeira dimensão é controlada pelo número de raiospor milímetro (R1), número médio de células em altura dos raios (R3), número decélulas em largura dos raios (R7), largura média dos raios (R8) e o comprimentomédio das fibras (F2). A primeira componente principal define um gradiente do nú-mero, altura e largura dos raios.

No segundo eixo as características com maior preponderância são o número devasos por milímetro quadrado (V1), altura média dos raios (R5), espessura de parededas fibras (F1), situando-se as amostras com valores mais elevados nestas caracterís-ticas na parte superior da Figura 4.37, em oposição às amostras com maior espessurade parede dos vasos (V5) e maior diâmetro tangencial médio dos vasos (V7) que secolocam na parte inferior da mesma figura. A segunda componente principal defineum gradiente dos vasos.

No terceiro eixo (Figura 4.39), as características diâmetro médio das pontuações(V4), comprimento dos elementos dos vasos (V6) e largura média das fibras (F4)separam as amostras com valores mais elevados destas características (parte superiorda figura) das restantes amostras.

Da observação da Figura 4.37, pode verificar-se que o grupo de amostras cons-tituído por Bombax malabaricum A. DC. (I5), Bombax rhodognaphalon K. Schum.Ex. Engl. (M8), Chlorophora excelsa (Milicia excelsa) (Welw.) Benth. Hook (M12),Afzelia quanzensis Welw. (M3), Careya arborea Roxb. (I6), Ficus indica Roxb. (I9), sediferenciam ligeiramente de todas as outras, e em oposição ao grupo constituídopelas amostras Decaspermum paniculatum Kurz (T11), Homalium tomentosum Benth.(T16), Casuarina junghuniana Miq. (T9), Pteleopsis myrtifolia (Lawson) Engl. & Diels(M28), Spirostachys africana Sond. (M31) Ganophyllum falcatum Blume (T14),Schleichera oleosa Merr. (T26) e Melaleuca leucadendron L. (T19). Já na observaçãoda Figura 4.39, verifica-se a existência de dois grupos de madeiras de Timor Aleuritesmoluccana Willd., Bischofia javanica Blume, Artocarpus integrifolia L., Sarcocephalus

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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 4.37 – Projecção das 87 amostras de madeira no plano definido pelasprimeira (I=26,7%) e segunda (II=17,1%) componentes principais à qual foi sobrepostaa árvore de conexão mínima obtida a partir da matriz de distâncias

Figura 4.38 – Projecção das 13 características anatómicas no plano definido pelaprimeira (I=26,7%) e segunda (II=17,1%) componentes principais

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Figura 4.39 – Projecção das 87 amostras de madeira no plano definido pelasprimeira (I=26,7%) e terceira (II=15,9%) componentes principais à qual foi sobreposta aárvore de conexão mínima obtida a partir da matriz de distâncias

Figura 4.40 – Projecção das 13 características anatómicas no plano definido pelaprimeira (I=26,7%) e terceira (II=15,9%) componentes principais

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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

cordatus Miq., Timonius rumphii DC. (T2, T5, T4, T25, T32) e Macaranga tanariusMuell., Elaeocarpus sphaericus K. Schum., Alstonia scholaris (L.) R. Br. (T18, T12 e T3)que se diferenciam de todas as outras.

Para melhor visualização das ligações entre as diferentes amostras de madeiramostram-se essas ligações na Figura 4.41, com base na árvore de conexão mínima,mas sem respeitar os comprimentos nela indicados.

Figura 4.41 – árvore de conexão mínima mostrando a forma como as diferentesamostras se ligam entre si (as distâncias não estão à escala)

Pela análise realizada onde se consideraram conjuntamente as propriedadesanatómicas e físicas da madeira não foi possível definir um padrão de distribuiçãogeográfico das amostras. No entanto, ao ser considerado individualmente o comporta-mento das madeiras face a estas propriedades, os resultados foram diferentes, deno-tando-se uma tendência para agregação entre si das madeiras de Timor e de Moçambique,encontrando-se a colecção da Índia mais dispersa.

O número, a altura e a largura dos raios, o diâmetro, o comprimento, a espessura daparede e a frequência de vasos, assim como a espessura comprimento e largura de fibraspermitiram a distribuição das amostras. Wheeler et al. (2007) assinalam a variação geográ-fica de caracteres anatómicos da madeira, indicando a incidência para os diferentes conti-nentes das características qualitativas dos vasos, por exemplo a porosidade, arranjo e

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

agrupamentos ou quantitativas como o diâmetro, nº/mm2 ou comprimento; espessura daparede das fibras, pontuações, fibras setadas; presença e tipo de parênquima axial ecaracterísticas dos raios como largura, nº de células, composição, entre outras.

Baas & Carlquist (1985) referem que, a maior incidência de madeiras com vasosagrupados ocorre na zona mediterrânea e na Nova Zelândia.

Em zonas de baixa latitude e ambiente húmido, observam-se vasos raros e demaiores dimensões enquanto que, em zonas de latitude alta e em ambiente comperíodos prolongados de pouca água disponível (desérticos, árcticos, alpinos), seassociam vasos estreitos e numerosos (Wheeler et al. 2007).

Em climas temperados da América do Norte, Ásia e Europa as madeiras apresen-tam vasos estreitos ou mesmo muito estreitos e as madeiras com vasos de diâmetrotangencial superior a 200 m têm anéis porosos (Wheeler et al. 2007).

Também Carlquist (2001) sugeriu que, em regiões mais secas, são mais frequen-tes características como maior frequência de vasos e elementos de vaso finos e cur-tos, pois proporcionam maior segurança ao transporte de água em plantas sujeitas astress.

Rodríguez & Terrazas (2001) verificaram que os elementos celulares formados quandoexiste maior humidade têm paredes relativamente delgadas e um lúmen grande. Os vasostêm tendência a mostrar um padrão a latitudes mais altas e num ambiente influenciado pelastemperaturas sazonais. Embora não seja significativo na estatística, há uma tendência parase observar perfurações múltiplas e engrossamento helicoidal da parede dos vasos emlatitudes elevadas e ambientes frios (Alves & Alfonso 2000). As espécies de terras baixas dostrópicos tendem a apresentar menor frequência de elementos de vaso largos e maior ocor-rência de placas de perfuração simples (Barros et al. 2006, Dickison 1989, Wheeler & Bass1991).

Em lugares com salinidade mais elevada e sujeitos a inundação, está presenteum maior número de vasos por mm2 pois em ambientes de stress, vasos numerososfavorecem a protecção contra a cavitação (Espinosa et al. 2001).

Zimmermann (1983) refere que, o diâmetro médio dos vasos está relacionadocom o habitat e a região geográfica.

Zimmermann (1983) e Baas et al. (2004) propõem que haja uma relação de“eficiência” (vasos largos) e “segurança” (vasos estreitos). Como as plantas da zonatropical têm normalmente entre 5 a 20 vasos / mm2 e vasos com um diâmetro superiora 100 m pode considerar-se que são menos “seguras” e mais “eficientes”.

Alguns estudos concluíram que o número de vasos por mm2 na madeira detensão é inferior ao observado na madeira normal (Jourez et al. 2001).

Tal como o diâmetro e o número de vasos / mm2, também o comprimento doselementos dos vasos está associado com o habitat (Noshiro & Baas 1998, 2000).

As fibras de parede mais espessa são mais comuns que as de parede mais fina.Quase metade das madeiras da África Tropical e do Sul têm fibras com paredes muitoespessas. Ewers (1985) propõe um diagrama triangular para as funções da madeira ecaracterísticas anatómicas associadas, sendo os vértices do triângulo (1) resistênciaao embolismo (vasos estreitos), (2) eficiência da condutividade (vasos largos) e (3)resistência mecânica (espessura da parede das fibras). Propõe que existe uma relaçãonegativa entre a resistência mecânica e a eficiência de condutividade e uma relação

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245

4.4.3. Classificação com base em características físicasProcedeu-se a uma classificação utilizando só as características físicas FIS1 e

FIS4 até FIS12, associadas às características da cor (C4, C5, C6 e C7), num total decatorze. A característica FIS3 não foi considerada por não existirem dados para asamostras da Índia, tendo-se optado por usar a característica FIS4 com dados para essacolecção.

Relativamente às amostras de madeira, foram eliminadas as que não tinham osdados físicos de FIS6 a FIS12. A matriz final foi constituída com 54 linhas, tantasquantas as amostras de madeira consideradas e 14 colunas, correspondentes às carac-terísticas com poucos dados omissos. A matriz constituída pelas 54 amostras demadeira caracterizadas pelas 14 características físicas, ordenada segundo o fenogramade distâncias é mostrada no Anexo 15.

O fenograma de distâncias desta matriz, apresenta um coeficiente de correlaçãocofenética de r = 0,720, sendo uma cópia aceitável das distâncias implícitas na res-pectiva matriz.

Pode considerar-se a existência dos seguintes grandes grupos de semelhança(Figura 4.42):

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

positiva entre resistência mecânica e segurança. Alguns estudos encontraram umacorrelação positiva entre a densidade da madeira e a resistência à cavitação (Hacke etal. 2001, Jacobsen et al. 2005). Presumivelmente as madeiras com fibras de paredeespessa têm também vasos com paredes espessas. Madeiras com altas densidades sãomais comuns em regiões áridas (Chudnoff 1976) onde deve haver uma maior pressãonegativa no xilema e uma maior necessidade de reforço das paredes dos vasos (Hackeet al. 2001).

As consequências funcionais da variação da morfologia das pontuações, inclu-indo característica da membrana e sua relação com a espessura das paredes dosvasos, é uma área de investigação com interesse (Hacke et al. 2006, Sperry et al.2006).

Existe uma tendência para a incidência de fibras com parede fina aumentar como aumento do diâmetro dos vasos enquanto que há uma incidência de fibras comparede muito espessa diminuir com o aumento do diâmetro dos vasos. Esta tendênciaé consistente com a proposta do triângulo apresentada anteriormente. Note-se contu-do que, a maioria dos géneros apresenta fibras com paredes finas a espessas e todasas categorias dos diâmetros dos vasos estão igualmente apresentados (Wheeler et al.2007).

As características dos raios não parecem estar relacionados com as condiçõesgeográficas e ecológicas (Wheeler et al. 2007).

Foi observada uma tendência geral de aumento dos cristais na madeira dasregiões temperadas para as tropicais. A ocorrência de sílica é predominantementeuma característica tropical mas inexplicavelmente a maior incidência foi encontradana zona temperada da América do Sul (Wheeler et al. 2007).

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Figura 4.42 – Fenograma das 54 amostras de madeira, obtido usando o métodoUPGMA aplicado à matriz de distâncias (coeficiente de correlação cofenética r = 0,720)

(I1, M8, T21, T10),[I3, (M2, M20, M12, M21), (M23, M26, T17), (M6, M9, M19, M13), I7, (M3, M22,

M27), (M5, M29, M15)],[(M1, T25, M14), (M4, M24), (M10, M11, M28, M25, M18)],[(I2, I12, I15), (I6, I10, I13, I8, I4, I5), (I16, I17),( I9, I11)],

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247

[(M17, T9, M33, T20, T28)],M16,(I14, M30).De notar dois grupos basicamente de madeiras de Moçambique e um grupo de

treze madeiras da Índia. Qualquer um destes grupos tem subgrupos, como se podeverificar no fenograma (Figura 4.42).

A distribuição das 54 amostras de madeira está representada no plano definidopelos primeiro (I=30,1%) e segundo (II=28,0%) eixos principais (Figura 4.43) e pelosprimeiro e terceiro (III=14,2%) eixos principais (Figura 4.45), às quais foi sobreposta aárvore de conexão mínima, representando as três primeiras componentes principais72,3% da variância total implícita na matriz original (Quadro 4.8). A importânciarelativa de cada variável na distribuição espacial das amostras de madeira, estãorepresentadas pelas suas projecções nos mesmos planos, respectivamente (Figura 4.44e 4.46), e pelos seus valores no Quadro 4.8.

Quadro 4.8 – Correlação entre as três primeiras componentes principais e as 14variáveis originais, indicando-se também o valor próprio, a percentagem da variância ea variância acumulada para cada uma das componentes

Variáveis Componentes principais1 2 3

C4 0,4160 0,6318 0,3112C5 -0,0583 -0,4194 0,3181C6 0,3687 0,4180 0,5789C7 -0,3926 -0,4750 -0,4826FIS1 -0,4748 -0,6593 -0,2174FIS4 -0,4066 0,8428 -0,0486FIS5 -0,7757 0,5559 0,2020FIS6 -0,7441 0,6105 0,1241FIS7 -0,7862 0,3534 0,2720FIS8 0,4033 -0,2183 0,6122FIS9 -0,6473 -0,5457 0,4163FIS10 -0,6045 -0,3683 0,3129FIS11 -0,5972 -0,5443 0,3820FIS12 0,5275 -0,4700 0,5041Valor próprio 4,2128 3,9254 1,9920Variância (%) 30,1 28,0 14,2Var. acumulada (%) 30,1 58,1 72,3

A percentagem de variância explicada pelas três primeiras componentes princi-pais (72,3%) é muito satisfatória e o coeficiente de correlação cofenética entre asdistâncias implícitas nas três primeiras componentes principais e as distâncias origi-nais é de r = 0,92, o que nos indica que as distâncias originais foram perfeitamentepreservadas.

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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248

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Figura 4.43 – Projecção das 54 amostras de madeira no plano definido pelasprimeira (I=30,1%) e segunda (II=28,0%) componentes principais à qual foi sobrepostaa árvore de conexão mínima obtida a partir da matriz de distâncias

Figura 4.44 – Projecção das 14 características físicas no plano definido pela pri-meira (I=30,1%) e segunda (II=28,0%) componentes principais

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249

Figura 4.45 – Projecção das 54 amostras de madeira no plano definido pelasprimeira (I=30,1%) e terceira (III=14,2%) componentes principais à qual foi sobrepostaa árvore de conexão mínima obtida a partir da matriz de distâncias

Figura 4.46 – Projecção das 14 características físicas no plano definido pela pri-meira (I=30,1%) e terceira (III=14,2%) componentes principais

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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250

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Da observação simultânea do Quadro 4.8 e da Figura 4.44, pode concluir-se que adistribuição das amostras na primeira componente principal é controlada pelo coeficientede retracção axial (FIS12), em oposição à retracção volumétrica (FIS5), retracção tangencial(FIS6), retracção radial (FIS7), coeficiente de retracção volumétrica (FIS9), coeficiente deretracção tangencial (FIS10) e coeficiente de retracção radial (FIS11).

No segundo eixo, as características com maior preponderância são a componente L*da cor (C4), em oposição à componente a* da cor (C5) e a humidade (FIS4) em oposiçãoà densidade ao ar (FIS1).

As características que controlam o terceiro eixo, são a componente b* da cor (C6) ea retracção axial (FIS8), em oposição à intensidade de cor (C7).

Da observação da Figura 4.43, pode verificar-se que o grupo constituído pela quasetotalidade das amostras com origem na Índia Xylia dolabriformis Benth., Terminaliatomentosa W. et Arn., Careya arborea Roxb., Eugenia jambolana Lam., Lagerstroemiaparviflora Roxb., Tectona grandis L., Mangifera indica L., Terminalia paniculata W. et A.,Ficus indica Roxb., Artocarpus integrifolia L., Bombax malabaricum A. DC., Polyalthiafragans Benth. e Hook, e Aegle marmelos Correa (I17, I16, I6, I8, I10, I13, I11, I15, I9, I4,I5, I12 e I2), se diferenciam completamente de todas as outras. Estas amostras possuem osvalores mais elevados da humidade (FIS4) e também valores elevados das retracçõesvolumétrica, tangencial e radial (FIS5, FIS6 e FIS7) e coeficientes de retracção axial (FIS12)mais baixos. Estas características e os coeficientes de retracção volumétrica, tangencial eradial (FIS9, FIS10 e FIS11) controlam a distribuição das amostras ao longo do primeiroeixo principal, apresentando as amostras Albizia versicolor Welv. ex Oliv. (M5), Pterocarpusangolensis DC. (M29), Cordyla africana Lour. (M15) e Ricinodendron rautanenii (Schinz)Radcl.-Sm (M30), do lado direito da Figura 4.43, os valores mais baixos nestas caracterís-ticas. A primeira componente principal define um gradiente de retracção das amostras.

Ao longo do segundo eixo principal, destaca-se a importância da componente L* dacor (C4) e da humidade (FIS4), separando um grupo de madeiras da Índia Eugeniajambolana Lam., Lagerstroemia parviflora Roxb., Mangifera indica L., Terminalia paniculataW. et A., Ficus indica Roxb., Artocarpus integrifolia L., Polyalthia fragans Benth. e Hook,Bombax malabaricum A. DC., Aegle marmelos Correa (I8, I10, I11, I15, I9, I4, I12, I5 e I2)com elevados valores destas características. Em sentido contrário mostram maior impor-tância a componente a* da cor (C5) e a densidade (FIS1) predominando na parte inferiorda figura as madeiras de Moçambique Adina microcephala (del.) Hiern, Amblygonocarpusobtusangulus Harms, Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr, Swartzia madagascariensisDesv., Colophospermum mopane Kirk., Burkea africana Hook., Erythrophleum africanum(Benth.) Harms, Erythrophleum guineense Don, Afrormosia angolensis (Bak.) Harms (M1,M6, M16, M33, M13, M9, M19, M20, M2), com a presença de algumas de Timor Tamarindusindica L. (T28), Casuarina junghuniana Miq. (T9) e Pterocarpus indicus Willd. (T21). Asegunda componente principal define um gradiente de cor, de densidade e de humidadedas amostras.

Ao longo do terceiro eixo principal, as amostras com valores elevados da compo-nente b* da cor (C6) e da retracção axial (FIS8), situam-se na parte superior, como é ocaso das madeiras Cedrela toona var australis Roxb. C. DC. (T10), Ostryoderris stuhlmanniiDunn ex Baker f. (M25) e Terminalia belerica Roxb. (I14) e do lado oposto localizam-se as amostras em que a intensidade da cor (C7) é mais importante como são as

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251

madeiras de cor mais escura Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr (M16), Ficus indicaRoxb. (I9) e Mangifera indica L. (I11).

Verifica-se que as análises com base nas características anatómicas e nas físicassão independentes e que determinam classificações diferentes.

4.4.4. Análise de semelhanças dentro da espécie e género

4.4.4.1. Análise de semelhanças anatómicasNo conjunto das amostras que integram este estudo existem algumas que perten-

cem à mesma espécie, embora com origens geográficas distintas e outras amostrasque são de espécie diferentes do mesmo género (Quadro 4.9).

Quadro 4.9 – Conjunto de amostras pertencentes à mesma espécie ou só ao mes-mo género, que integram a análise com base nas características anatómicas

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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252

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Para verificar a disposição espacial das amostras de madeira nas diferentessituações acima referidas analisam-se os resultados da análise em componentes prin-cipais efectuada com base nas características anatómicas (Figura 4.47), uma vez que oconjunto de dados utilizado nesta análise cobre a quase totalidade das amostras, oque não acontece nas outras análises.

Figura 4.47 – Figura 4.37 em que as projecção das 87 amostras de madeira noplano definido pelas primeira (I=26,7%) e segunda (II=17,1%) componentes principaisà qual foi sobreposta a árvore de conexão mínima obtida a partir da matriz de distân-cias, são agora identificadas por um código representativo dos seus nomes científicos

Das três situações em que existem espécies iguais Artocarpus integrifolia L. (I4,T4), a Melaleuca leucadendron (L.) L. (N8, T19) e a Tectona grandis L. (I13, T29),somente no caso desta última espécie as duas amostras se ligam entre si. Nos doisprimeiros casos, o par de amostras representativo das duas espécies não se apresen-tam ligadas entre si, posicionando-se em situações muito diferentes, ou encontram-seligadas a outro género como são os casos da Artocarpus integrifolia L. (I4) que se ligaexclusivamente à Tectona grandis L. (T29) e da Melaleuca leucadendron (L.) L. emque a amostra T19 se liga à Schleichera oleosa Merr. (T26) e a amostra N8 se liga àPometia pinnata Forst. (T20).

No conjunto existem 15 casos de amostras de espécies diferentes pertencentesao mesmo género (Quadro 4.9). Só num caso as duas espécies do mesmo género

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253

aparecem ligadas entre si, Celtis durandii Engl. (M10) e Celtis kraussiana Bernh.(M11), mas a uma distância que marca bem as suas diferenças.

São exemplo de amostras de espécies diferentes do mesmo género sem qualquersemelhança entre si as seguintes: as quatro Albizia M4, M5, I3 e T1, as duas CedrelaN4 e T10, as duas Sterculia T27 e M32, sendo esta última diferente de todas as outrasexistentes nas colecções. Também os casos seguintes se mostraram diferentes:Amblygonocarpus andongensis (N2) e Amblygonocarpus obtusangulus (M6); Bombaxrhodognaphalon (M8) e Bombax malabarium (I5); Combretum imberbe (M14) eCombretum zeyheri (N6) e Dalbergia melanoxylon (M16) e Dalbergia sissoo (I7).

Por outro lado, pode constatar-se que espécies diferentes apresentam maioresafinidades entre si do que as verificadas nos casos anteriores, de que são exemplo:Tectona grandis (I13) e Hibiscus tiliaceus (T15); Schleichera oleosa (T26) com a Melaleucaleucadendron (T19); Tectona grandis (T29) com a Artocarpus integrifolia (I4); Intsiabijuga (T17) e Terminalia cattapa (T30); Combretum imberbe (M14) e Piliostigmathonningii (M26) e Tectona grandis (I13) e Cedrela toona (T10).

Nas quatro colecções existem três Pterocarpus (M29, T21, N10), o Pterocarpusangolensis (M29) o Pterocarpus indicus (T21), que não se ligam entre si, e o Pterocarpusantunesii (N10) que se diferencia de todas as madeiras em análise.

Também as quatro espécies do género Terminalia (I14, I15, I16, T30), se mostramdiferentes: a Terminalia tomentosa (I16) liga-se à Terminalia belerica (I14) pelo Pterocarpusindicus (T21); a Terminalia belerica (I14) liga-se à Terminalia cattapa (T30) pela Intsiabijuga (T17). A Terminalia paniculata (I15) é totalmente diferente de todas as outras.

Outras ligações de carácter anatómico podem ainda encontrar-se, como porexemplo: a Acacia catechu (I1) e a Thespesia populnea (T31), a Amblygonocarpusobtusangulus (M6) com a Terminalia belerica (I14) e também com a Xylia dolabriformis(I17), esta última com a Pometia pinnata (T20), que por sua vez também tem ligaçõescom a Melaleuca leucadendron (N8), a Canarium commune (T7) com a Pterospermumacerifolium (T22), Afrormosia angolensis (M2) com a Sterculia quinqueloba (M32) etambém com a Burkea africana (M9), a Ficus indica (I9) com a Afzelia quanzensis(M3), a Ostryoderris stuhlmannii (M25) com a Millettia stuhlmannii (M23).

Um dos aspectos com interesse na análise de semelhanças, é o facto de seencontrar ligações, neste caso de carácter anatómico, entre espécies. No caso concre-to da Cedrela odorata (N4), espécie proposta recentemente para a listagem do AnexoII do CITES, encontrou-se uma ligação com a Morus mesozygia (N9), o que provaserem duas madeiras com características semelhantes, sugerindo-se uma possívelsubstituição. Foi analisado este caso e encontrou-se, em comum, algumas utilizaçõestais como, mobiliário, folheados, contraplacados, decoração, brinquedos e carroçarias,o que está também de acordo com Bolza & Keating (1972) e Keating & Bolza (1982).São duas espécies próximas na sua descrição microscópica e quanto à biometria aMorus mesozygia (N9) destaca-se essencialmente nos valores superiores no compri-mento médio das fibras (F2) quando comparados com os da Cedrela odorata (N4) eesta por sua vez apresenta valores superiores no comprimento e no diâmetro tangencialmédio dos vasos (V6 e V7), conforme também descrito em Insidewood (2004).

O mesmo raciocínio pode seguir-se relativamente à Dalbergia melanoxylon (M16)que se encontra na listagem do CITES como espécie protegida, levando a fortes

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

restrições e proibição do seu corte e comercialização. Por este facto pode encontrar-sesolução nesta análise de semelhança, ao encontrar-se uma outra espécie que lhe estejaassociada por características de semelhança. Neste caso, da observação da Figura 4.47,a ligação mais próxima é com a Swartzia madagascariensis (M33). Foi possível encon-trar algumas semelhanças entre elas: são ambas de Moçambique, M16 (pau-preto) eM33 (pau-ferro) e na classificação com base em características físicas, ao longo do 2ºeixo principal, que definiu um gradiente de cor, densidade e humidade, encontraram-seas duas espécies no mesmo grupo de semelhança. Affre et al. (2004) referem semelhan-ças entre espécies do género Dalbergia e Swartzia, como por exemplo Dalbergia nigratambém incluída na listagem CITES e Swartzia leiocalycina (Guiana, Suriname) ouSwartzia benthamiana (Brasil, Colômbia) e que no comércio são confundidas.

4.4.4.2. Análise de semelhanças físicasDa mesma maneira que para as características anatómicas, analisou-se como se

comportam as amostras pertencentes à mesma espécie ou só do mesmo género, combase nas características físicas (Quadro 4.10). No caso da análise em componentesprincipais utilizando só as características físicas, lembra-se que o número de amos-tras em análise é menor, com 54, uma vez que só puderam ser usadas as amostraspara as quais estas características tinham sido determinadas. Por esta razão, as amos-tras comuns aos dois tratamentos não coincidem, sendo o seu número muito maisreduzido neste caso.

Quadro 4.10 - Conjunto de amostras pertencentes à mesma espécie ou só ao mes-mo género, que integram a análise com base nas características físicas

Em todos os casos de amostras de espécies diferentes do mesmo género não severificam ligações entre si (Figura 4.48).

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Figura 4.48 – Figura 4.43 em que as projecção das 54 amostras de madeira noplano definido pelas primeira (I=30,1%) e segunda (II=28,0%) componentes principaisà qual foi sobreposta a árvore de conexão mínima obtida a partir da matriz de distân-cias e estão identificadas por um código dos seus nomes científicos

Ligações com mais afinidade nas características físicas ocorrem por exemploentre Pteleopsis myrtifolia (M28) e Celtis kraussiana (M11); Burkea africana (M9) eErythrophleum africanum (M19); Albizia versicolor (M5) e Pterocarpus angolensis (M29).Ligeiramente mais afastadas podemos referir Burkea africana (M9) e Colophospermummopane (M13); Erythrophleum guineense (M20) e Burkea africana (M9); Burkea afri-cana (M9) e Amblygonocarpus obtusangulus (M6) e Afrormosia angolensis (M2) eErythrophleum guineense (M20).

Relativamente à Dalbergia melanoxylon (M16) que se encontra na listagem doCITES, pode concluir-se da análise da Figura 4.48 que a ligação que apresenta maiorafinidade nas características físicas é com a Millettia stuhlmannii (M23). O teor dehumidade e as retracções apresentam valores muito próximos mas relativamente àdensidade isso não se passa, a Dalbergia melanoxylon com 1,250 g/cm3, enquanto aMillettia stuhlmannii com 0,868 g/cm3, valores que estão de acordo com ATIBT (1986).Esta é uma das características que determina as diferentes utilizações da madeira,sendo a primeira utilizada em torneados e decoração e a segunda em marcenaria,construção civil, construção naval e travessas de caminhos-de-ferro (Freitas 1986,ATIBT 1986, Ali et al. 2008).

Como se constatou neste estudo, a variabilidade da madeira ocorre numa mes-ma espécie. As diferenças podem ser atribuídas às condições ecológicas onde a árvo-

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

re cresce, por exemplo Rodríguez et al. (2006) referem a influência do clima (ex:temperatura e precipitação) nas características da madeira em diferentes regiões eBarros et al. (2006) concluíram que as características ecológicas se sobrepõem àstaxonómicas. A idade da árvore, localização da amostra no tronco, os defeitos damadeira, são entre outros factores de variação (Burger & Richter 1991). Assim avariabilidade natural está sujeita a diversas influências e não se estranha que espéciesiguais não se apresentem ligadas entre si,. Herendeen & Miller (2000) mencionam aconsiderável variação que os caracteres anatómicos da madeira, quer qualitativosquer quantitativos, podem apresentar devendo por isso serem cautelosamente analisa-dos e seleccionados para análises estatísticas de modo a não comprometer resultados.

4.5. CORRELAÇÃO CANÓNICA ENTRE CARACTERÍSTICAS ANATÓMICASE FÍSICAS

A análise de correlação canónica tem como objectivo principal explicar a relaçãoentre dois conjuntos de variáveis, desenvolvendo uma combinação linear em cada umdesses conjuntos de modo a maximizar a correlação entre os dois conjuntos. Na corre-lação canónica não existe a distinção entre variável independente e dependente, existin-do apenas dois conjuntos de variáveis entre os quais se procura a máxima correlação.

Neste caso, a correlação canónica foi usada para ilustrar as relações entre os doisconjuntos de variáveis anatómicas (V1, V4, V5, V6, V7, R1, R3, R5, R7, R8, F1 e F2) efísicas (C4, C5, C6, C7, FIS1, FIS3, FIS5, FIS7, FIS8 e FIS12). Como os programas dispo-níveis para o cálculo da correlação canónica não aceitam matrizes com dados omissos,foi seleccionado um grupo de 28 amostras de madeira (23 amostras de Moçambique e 5de Timor) (Quadro 4.11) com registo completo das características anatómicas e físicas.O objectivo é, portanto, estimar a máxima correlação entre combinações lineares decaracterísticas do grupo das variáveis anatómicas e do grupo das variáveis físicas damadeira. A correlação canónica aplicada a estudos de anatomia da madeira é usadacomo, por exemplo, Alfonso & Miller (2002), quando fazem o estudo da anatomia damadeira das espécies brasileiras do género Swartzia e Rodríguez et al. (2006) ao estu-darem a variação da madeira de Buddleja cordata, fazendo a avaliação relativamenteao tamanho da planta, altitude, latitude, solos e clima.

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Colecção Nome científicoM2 Afrormosia angolensis (Bak.) HarmsM3 Afzelia quanzensis Welw.M4 Albizia adianthifolia W. F. WightM5 Albizia versicolor Welv. ex Oliv.M6 Amblygonocarpus obtusangulus HarmsM8 Bombax rhodognaphalon K. Schum. Ex. Engl.M9 Burkea africana Hook.M11 Celtis kraussiana Bernh.M12 Chlorophora excelsa (Milicia excelsa) (Welw.) Benth. HookM13 Colophospermum mopane Kirk.M15 Cordyla africana Lour.M16 Dalbergia melanoxylon Guill. & PerrM18 Diospyros mespiliformis Hochst. ex A. DC.M19 Erythrophleum africanum (Benth.) HarmsM20 Erythrophleum guineense Don

M21 Khaya sp.M23 Millettia stuhlmannii Taub.M24 Morus lactea Mildbr. (Celtis lactea Sim.)M25 Ostryoderris stuhlmannii Dunn ex Baker f.M26 Piliostigma thonningii (Schumach.) Milne-RedheadM27 Piptadenia buchananii Bak. (Newtonia buchanii)M29 Pterocarpus angolensis DC.M30 Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-SmT9 Casuarina junghuniana Miq.T10 Cedrela toona var australis Roxb. C. DC.T20 Pometia pinnata Forst.T21 Pterocarpus indicus Willd.T28 Tamarindus indica L.

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quadro 4.11 – As 28 espécies seleccionadas para a correlação canónica

No Quadro 4.12 é mostrada a significância estatística das duas primeiras corre-lações canónicas, indicando que ambas são significativas (Wilks 0.05). A Figura4.49 apresenta os gráficos com os coeficientes de correlação canónica estandardizadospara os dois grupos de variáveis (físicas e anatómicas), assim como o gráfico dacorrelação resultante entre as duas primeiras correlações canónicas. Os coeficientesde correlação canónica estandardizados representam a influência de cada variável nacorrelação. Deste modo, as variáveis cujos valores têm sinais opostos mostram umarelação inversa entre si e variáveis com o mesmo sinal exibem uma relação directa.

Quadro 4.12 – Significância estatística das duas primeiras correlações canónicasentre as variáveis anatómicas e físicas da madeira

Função Correlação Wilks’ canónica

1 0,991 0,000042 0,926 0,00204

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Figura 4.49 – Correlação canónica entre o grupo de variáveis físicas e o grupo devariáveis anatómicas para um conjunto de 28 amostras de madeira

A alta correlação encontrada neste estudo entre as variáveis anatómicas e físicasda madeira, tanto para a 1ª função como para a 2ª função, estão em consonância comEsau (1974) e Moreira (1999) quando referem que os factores que determinam aspropriedades físicas da madeira são a composição do lenho, a estrutura e a organiza-ção dos seus elementos constituintes.

Pode verificar-se que as variáveis que mais contribuem para a correlação naprimeira função (Figura 4.49) são a retracção radial (FIS7 = 1,081), a cor b* (C6 =0,872) a retracção volumétrica (FIS5 = -1,770), a cor L* (C4 = -1,259) e cor a* (C5 =-0,899), por parte das características físicas, estando relacionadas com as variáveisanatómicas diâmetro tangencial médio dos vasos (V7 = 0,473), espessura de parededos vasos (V5 = -0,700), e número de vasos por milímetro quadrado (V1 = -0,535).

A análise realizada e que resulta da 1ª função, permitiu as seguintes conclusões:a) a retracção radial e o parâmetro colorimétrico b* mostram estar relacionados direc-tamente com o diâmetro tangencial médio dos vasos e têm uma relação inversa com onúmero e espessura da parede dos vasos; b) a retracção volumétrica e os parâmetroscolorimétricos L* e a* mostram uma relação directa com o número e espessura deparede dos vasos e uma relação inversa com o diâmetro tangencial médio dos vasos.

Estes resultados estão de acordo com vários estudos que incidem sobre a influ-ência das características anatómicas nas propriedades dimensionais da madeira (Yi-Qiang et al. 2006), indicando a grande variabilidade estrutural da madeira como causapara as suas diferentes propriedades dimensionais. Zhang & Zhong (1990) referem

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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

que a influência dos factores anatómicos varia consoante o tipo de retracção, porexemplo, o diâmetro das fibras influencia a retracção tangencial e radial e a propor-ção de tecidos influencia a retracção volumétrica; Yi-Qiang et al. (2006) para Eucalyptusreferem que a proporção da parede celular, a espessura da parede das fibras e oângulo microfibrilar afectam a retracção.

As correlações encontradas neste trabalho e que reflectem a influência das pro-priedades anatómicas nas propriedades físicas da madeira são também apoiadas poroutros trabalhos: Boyce et al. (1970) indicam uma correlação negativa entre o númerode vasos e a retracção tangencial na madeira de nogueira, Trenard & Guéneau (1977)indicam que a dimensão do lúmen e a espessura da parede das células explicammelhor a retracção do que certas características macroscópicas, como o anel decrescimento; Zhang (1990) refere que a retracção volumétrica depende, em primeirolugar, da percentagem de vasos e, para Moreira (1999), a retracção volumétrica temelevada correlação com as dimensões dos vasos. Trabalhos recentes de Almeida (2006)e Almeida & Hernández (2006) mencionam que os parâmetros anatómicos que maisinfluenciam a retracção estão relacionados com os elementos vasculares e assinalamque espécies com maior dimensão de vasos apresentam maior variação do lúmen dascélulas.

Nesta análise, a relação directa encontrada entre a retracção volumétrica e aespessura de parede dos vasos está ainda de acordo com Trendelenburg & Mayer-Wegelin (1955), Bosshard (1956) e Stamm (1964) que referem, que a retracção é maiselevada em madeiras de densidades altas devido à grande espessura das paredescelulares e menores lúmenes, aspecto também referido por Spear & Walker (2006). Asespécies tropicais geralmente apresentam grande quantidade de extractivos na paredecelular, que normalmente é ocupada pela água e a presença de extractivos promove aestabilidade dimensional limitando a retracção (Hernández 1989, Arévalo 2002). Estefacto de certo modo pode explicar as observações de Almeida & Hernández (2006)que mencionam menor retracção das espécies tropicais relativamente a espécies tem-peradas para valores semelhantes de densidade, verificando-se que a remoção dosextractivos aumenta a retracção (Brown et al. 1952, Nearn 1955).

Neste estudo, a relação directa encontrada entre a retracção volumétrica e odiâmetro tangencial médio dos vasos também foi observada por Carvalho (1970) e porSpear & Walker (2006) quando referem que, quanto maior o diâmetro dos poros,menor a espessura de parede. As diferenças na retracção radial e tangencial de muitasespécies que crescem em regiões temperadas é atribuída às diferentes densidades dolenho de início e fim de estação, dado que lenho final mais denso e menos poroso émais retráctil do que o lenho inicial (Spear & Walker 2006).

Yi-Qiang et al. (2006) e Spear & Waker (2006) referem que a percentagem detecidos dos raios é um factor importante para a retracção da madeira e nesta análisetambém se encontrou proporcionalidade directa entre a retracção volumétrica e onúmero e a largura média dos raios mas com uma menor contribuição para a correla-ção (R1= -0.312) e (R8= -0,352) respectivamente, quando comparada com outras vari-áveis referidas anteriormente. Almeida & Hernández (2006) referem a existência deuma maior retracção tangencial e volumétrica da madeira em espécies com raiosmuito largos, como na faia, e Tsoumis (1991) e Siau (1984) atribuem a anisotropia da

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

retracção à presença de raios uma vez que a orientação radial no lenho é responsávelpela menor retracção nesse sentido. Leal et al. (2008) referem que o efeito dos raioslargos na anisotropia da retracção não é tão acentuada em Quercus suber comonoutros carvalhos.

Apesar de a espessura e o comprimento das fibras não serem duas das variáveisque mais contribuíram para a correlação na primeira função com (F1= 0,151) e (F2=-0,356) é possível observar através da Figura 4.49 que a retracção radial tem umarelação directa com a espessura das fibras e inversa com o comprimento das fibrashavendo uma relação inversa entre o comprimento e a espessura da parede das fibras.Burger & Richter (1991) e Trugilho et al. (2003) referem que madeiras de fibras deparedes mais espessas e de pequeno comprimento estão associadas com a madeira dealta retracção radial, pelo que madeiras de fibras mais compridas e de paredes maisdelgadas estarão associadas a madeiras de baixa retracção.

Relativamente à cor da madeira, neste estudo encontrou-se uma relação inversado parâmetro L* com o diâmetro tangencial dos vasos, confirmada pela possibilidadeda presença de inclusões nos vasos e encontrou-se uma relação positiva da coordena-da a* com a espessura da parede celular, como referem Mori et al. (2004).

Na segunda função, as variáveis físicas de maior importância são a humidade(FIS3 = 0,618), a cor L* (C4 = 0,684), a cor a* (C5 = 0,658), a retracção axial (FIS8 =-0,899), a densidade ao ar (FIS1= -0,598), e a cor b* (C6= -0,848); das anatómicas, asmais importantes são comprimento médio das fibras (F2 = 0,577), número de célulasem largura dos raios (R7 = 0,561), comprimento dos elementos dos vasos (V6 = 0,507)e número médio de células em altura dos raios (R3 = -0,708).

As variáveis anatómicas que para a humidade se encontram numa relação direc-ta, como o comprimento médio das fibras, o número de células em largura dos raiose o comprimento dos elementos dos vasos, encontram-se numa relação inversa para adensidade.

A análise realizada e que resulta da 2ª função, permitiu as seguintes observa-ções: a) a humidade e os parâmetros colorimétricos L* e a* apresentam uma relaçãodirecta com o comprimento médio das fibras, o número de células em largura dosraios e o comprimento dos elementos dos vasos mas mostra ter uma relação inversacom o número de células em altura dos raios.

Para estas três variáveis, encontrou-se uma relação directa com a claridade damadeira (L*) e para o número médio de células em altura dos raios, uma relaçãoinversa. Este resultado poderá ser explicado pelo facto de os raios desempenharemfunções de armazenamento, transformação e condução transversal de substânciasnutritivas (Burger & Richter 1991) que podem escurecer a madeira. A relação positivada coordenada a* e a negativa da coordenada b* com o comprimento das fibras foramtambém verificadas por Mori et al. (2004).

Macedo (2002) refere que a claridade da madeira (L*) diminui à medida que ocomprimento das fibras e espessura da parede celular aumentam. Contudo, nestaanálise, a relação inversa mais determinante foi com o número médio de células emaltura dos raios, e com uma menor contribuição o número de vasos por milímetroquadrado (V1= -0,419), o diâmetro médio das pontuações (V4= -0,246) e a larguramédia dos raios (R8= -0,250).

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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

b) A densidade, a retracção axial e o parâmetro colorimétrico b* mostram estarrelacionados directamente com o número de células em altura dos raios e inversa-mente com o comprimento médio das fibras, o número de células em largura dosraios e o comprimento dos elementos dos vasos.

Espécies que apresentam fibras com paredes espessas a muito espessas, confe-rem altos valores de massa específica e, consequentemente, são mais resistentes aesforços mecânicos e elasticidade alta como referem Paula & Alves (1997) e Mady(2000). Nesta análise encontrou-se uma relação directa entre a densidade e a espessu-ra de parede das fibras mas com uma participação muito reduzida (F1=-0,137) quandocomparada com o número médio de células em altura dos raios (R3= -0,708).

A densidade varia de espécie para espécie, de acordo com algumas característi-cas como a humidade, a estrutura anatómica, a composição química e o teor emextractivos (Giordano 1971, Ilston et al. 1979, Kellogg 1981, Kollmann & Côté 1968,Wangaard 1950). As diferentes estruturas anatómicas, tendo em conta os diferentestipos de células, determinam diferentes proporções de paredes celulares e espaçosvazios presentes num determinado volume, obtendo-se assim densidades diferentes.Para Shimoyama & Barrichelo (1991), a densidade resulta da combinação dos elemen-tos anatómicos e dos componentes químicos da madeira e depende portanto dodiâmetro do lúmen e da espessura da parede das fibras, pois quanto maior o diâmetrodo lúmen mais espaços vazios tem a madeira, logo menor será a sua densidadebásica. Segundo Filho (1994), a densidade é resultado de diferentes percentagens dediversos tipos de células que variam em diâmetro, em espessura da parede e compri-mento, contendo teores variáveis de extractivos. A densidade básica depende dasdimensões das fibras, particularmente a espessura das paredes, o volume dos vasos, oparênquima e o arranjo dos elementos anatómicos (Bamber 1985, Oliveira 1990).

Relativamente à densidade, foram encontradas nesta análise outras associaçõesdirectas como o número de vasos por milímetro quadrado (V1= -0,419), o diâmetromédio das pontuações (V4= -0,246) e a largura média dos raios (R8= -0,250) mas comuma menor contribuição para correlação. Também Burger & Richter (1991) referemque o comprimento, a espessura das paredes e a quantidade de pontuações nasparedes são algumas das variáveis que influenciam a densidade da madeira.

4.6. RELAÇÕES ENTRE PROPRIEDADES DA MADEIRA

A análise de correlação canónica entre as variáveis anatómicas e as variáveisfísicas determinadas para estas madeiras mostrou ser possível estabelecer funçõesentre cada grupo destas variáveis com valores elevados de correlação.

Das propriedades físicas da madeira, a densidade é uma das mais importantes,pois está relacionada com características de resistência e de desempenho das madei-ras. Deste modo considerou-se útil analisar, por um lado, se existe influência de cadauma das variáveis anatómicas para o estabelecimento da densidade da madeira e, poroutro, que outras propriedades físicas a densidade pode explicar.

Também a cor da madeira constitui uma característica de grande relevância paraa sua apreciação visual e, portanto, para a sua aplicação. De modo semelhante,

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analisou-se qual a influência que as características anatómicas poderão ter para adefinição da cor da madeira e se a cor da madeira estará relacionada com algumasdas outras propriedades físicas.

4.6.1. DensidadeSerá de esperar que a densidade de uma madeira seja o resultado das suas

características anatómicas e químicas. De facto, a densidade da madeira é determina-da pela quantidade de massa existente (que corresponde principalmente às paredescelulares e aos depósitos e inclusões no lúmen) na unidade de volume da madeira.

Neste trabalho apenas se dispõe de informação anatómica, não existindo da-dos sobre a composição química das madeiras, nomeadamente sobre teor deextractivos e elementos inorgânicos. Na própria caracterização anatómica não existeinformação sobre a proporção dos diferentes tipos de células, pelo que a análise selimita à influência de características biométricas de cada tipo celular.

Seleccionaram-se as variáveis anatómicas para as quais seria de esperar maiorrelação com a densidade: a) para os vasos, o número de vasos / mm2 (V1), ocomprimento dos elementos dos vasos (V6) e o diâmetro tangencial médio (V7); b)para as fibras, a espessura de parede (F1), uma variável composta da razão daespessura pela largura (F1/F4), o comprimento (F2) e a largura (F4); c) para osraios, a altura (R5) e a largura (R8).

O Quadro 4.13 resume os valores encontrados para o factor de relação entre adensidade e estas variáveis anatómicas. As relações foram quase todas significati-vas. Os maiores valores do factor de correlação encontram-se para o diâmetrotangencial dos vasos (V7), numa relação inversa (Figura 4.50), ou seja, quanto maiorfor o diâmetro dos vasos menor será a densidade da madeira e, numa relaçãodirecta, para a razão entre espessura e largura das fibras (F1/F4) (Figura 4.51), ouseja, quanto maior for a proporção de parede das fibras na secção transversal maiorserá a densidade. A densidade também varia positivamente com a espessura deparede das fibras (F1) e negativamente com a sua largura (F4) e com o seu compri-mento (F2).

Verifica-se, por outro lado, que a relação com o número de vasos/mm2 (V1) édirecta e não muito elevada (Figura 4.50), mostrando que uma madeira com maiordensidade de vasos terá alguma tendência para uma maior densidade. Tal certamen-te resulta do facto de um maior número de vasos estar associada, em geral, a vasosmais pequenos, como se pode verificar da relação entre o número de vasos/mm2

(V1) e o diâmetro tangencial médio dos vasos (V7), que apresenta um valor decorrelação de -0,629. Esta relação inversa mas não linear entre o diâmetro e onúmero de vasos /mm2 foi referida por diversos estudos reportados por Wheeler etal. (2007), mostrando que madeiras com vasos largos têm um menor número devasos/mm2 do que madeiras com vasos estreitos. O comprimento dos elementos dosvasos (V6) apresenta uma relação inversa com a densidade.

Em relação à influência dos raios, observam-se factores de correlação meno-res, significativo para a largura (R8) mas não significativo para a altura (R5). Trata-se de relações inversas, ou seja, raios maiores tanto em altura, como e principal-mente em largura, contribuem para uma menor densidade da madeira (Figura 4.52).

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Quadro 4.13 – Valores de correlação da densidade da madeira (FIS1) com algu-mas variáveis anatómicas

Variáveis anatómicas RNúmero de vasos / mm2 (V1) 0,285 **Comprimento dos elementos dos vasos (V6) - 0,271 *Diâmetro tangencial médio dos vasos (V7) - 0,502 **Espessura de parede das fibras (F1) 0,372 **Espessura / Largura das fibras (F1 / F4) 0,684 **Comprimento médio das fibras (F2) - 0,350 **Largura média das fibras (F4) - 0,677 **Altura média dos raios (R5) - 0,106 n.s.Largura média dos raios (R8) - 0,240 *

(n.s.) Não significativa; (*) Significativa a 5%; (**) Significativa a 1%

Os resultados obtidos estão de acordo com observações anteriores sobre a influ-ência da anatomia na densidade: Trendelenburg & Mayer-Wegelin (1955), Bosshard(1956), Stamm (1964) e Spear & Walker (2006) referem que madeiras de densidadesaltas têm maior espessura das paredes celulares e menores lúmenes. Paula & Alves(1997) e Mady (2000) referem que espécies que apresentam fibras com paredes espes-sas a muito espessas, conferem altos valores de densidade à madeira. Para Shimoyama& Barrichelo (1991), a densidade depende do diâmetro do lúmen e da espessura daparede das fibras. Filho (1994) refere que a densidade resulta de diferentes percenta-gens de diversos tipos de células que variam em diâmetro, em espessura da parede ecomprimento. O comprimento, a espessura das paredes e a quantidade de pontuaçõesnas paredes são algumas das variáveis que influenciam a densidade da madeira (Burger& Richter 1991). Bamber (1985) e Oliveira (1990) referem também que a densidadedepende das dimensões das fibras, particularmente a espessura das paredes, o volu-me dos vasos, o parênquima e o arranjo dos elementos anatómicos.

a

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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b c

Figura 4.50 – Representação gráfica da variação da densidade da madeira comcaracterísticas biométricas dos vasos: a) número de vasos / mm2 (V1); b) comprimentodos elementos dos vasos (V6); c) diâmetro tangencial médio dos vasos (V7)

Figura 4.51 – Representação gráficada variação da densidade da madeira comcaracterísticas biométricas das fibras: a)espessura de parede (F1); b) comprimento(F2); c) razão entre espessura e largura (F1/F4)

a b

c

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a b

Figura 4.52 – Representação gráfica da variação da densidade da madeira comcaracterísticas biométricas dos raios: a) altura média (R5); b) largura média (R8)

Por outro lado, a informação existente permite analisar a influência que a densi-dade da madeira poderá ter em algumas das outras propriedades físicas, por exemplo,nas retracções, na humidade de equilíbrio, e nos parâmetros de cor.

Seleccionaram-se as variáveis físicas que se poderia esperar com maior relação:a) para as retracções, a retracção volumétrica (FIS5), a retracção tangencial (FIS6), aretracção radial (FIS7) e a anisotropia (FIS6/FIS7); b) para a humidade de equilíbrioao ar (FIS3); c) para os parâmetros colorimétricos, L* (C4), a* (C5) e b* (C6). OQuadro 4.14 resume os valores encontrados para o factor de relação entre a densida-de e estas variáveis físicas.

Quadro 4.14 – Valores de correlação da densidade da madeira (FIS1) com algu-mas propriedades físicas

Propriedade física RRetracção volumétrica (FIS5) 0,105 n.s.Retracção tangencial (FIS6) -0,072 n.s.Retracção radial (FIS7) 0,067 n.s.Anisotropia (FIS6/FIS7) -0,110 n.s.Humidade de equilíbrio ao ar (FIS3) -0,053 n.s.L* (C4) -0,600 **a* (C5) 0,237 *b* (C6) -0,427 **(n.s.) Não significativa; (*) Significativa a 5%; (**) Significativa a 1%

Relativamente a estes resultados, as relações da densidade com as retracções e ahumidade de equilíbrio ao ar não são significativas, o que significa que, para estasamostras, a estabilidade dimensional não se apresenta relacionada com a sua densi-dade, nem com a sua humidade de equilíbrio. A densidade influencia de modo signi-ficativo os parâmetros colorimétricos. A relação mais significativa encontrou-se entre

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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a densidade e o parâmetro L*, ou seja, a claridade da madeira, numa relação inversa.Assim, quanto mais densa a madeira mais escura ela será. Também são significativasa relação inversa com o parâmetro b* e directa mas menos elevada com o parâmetroa* (Figura 4.53).

a b

c

Figura 4.53 – Representação gráficada variação da densidade da madeira comos parâmetros colorimétricos: a) L* (C4); b)a* (C5); c) b* (C6)

Os resultados obtidos na relação entre a densidade e os parâmetros colorimétricosapontam para a influência do teor de extractivos na densidade da madeira de queresultará uma influência na respectiva cor. Segundo Walker (2006), a variação da cornatural da madeira deve-se à impregnação de diversas substâncias orgânicas nascélulas e nas paredes celulares e quanto maior a quantidade de substâncias extractáveiscoloridas na madeira, mais escura ela será, ou seja, menor o seu parâmetro L* (Hittleret al. 1972). Por outro lado, a densidade da madeira depende, entre outros factorestambém da quantidade de extractivos presentes (Hakkila 1989, Tsoumis 1991).

Os resultados obtidos mostram a importância que as características químicas damadeira têm para o estabelecimento das propriedades da madeira nomeadamente aestabilidade dimensional e a humidade de equilíbrio e a contribuição que terão na

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definição da cor da madeira. Deste modo, não parece possível, apenas com base nadensidade da madeira, prever este tipo de propriedades da madeira.

4.6.2. CorSerá de esperar que a cor da madeira seja determinada pela quantidade de

massa existente (principalmente as paredes celulares e os depósitos e inclusões nolúmen) num determinado volume. Aqui intervêm a densidade, as características ana-tómicas e químicas.

Como referido anteriormente, neste trabalho não existem dados sobre a compo-sição química das madeiras, pelo que a análise se baseia nas características anatómi-cas e físicas.

Seleccionaram-se as mesmas variáveis anatómicas para determinar a sua relaçãocom os parâmetros colorimétricos: a) para os vasos, o número de vasos/mm2 (V1), ocomprimento dos elementos dos vasos (V6) e o diâmetro tangencial médio (V7); b)para as fibras, a espessura de parede (F1), uma variável composta da razão da espes-sura pela largura (F1/F4), o comprimento (F2) e a largura (F4); c) para os raios, aaltura (R5) e a largura (R8). O Quadro 4.15 resume os valores encontrados para acorrelação entre os parâmetros colorimétricos e estas variáveis anatómicas.

Verifica-se para a maior parte dos casos que não existe uma relação com signi-ficado estatístico entre os parâmetros da cor e as características biométricas dosdiferentes tipos celulares. Exceptua-se a relação com a variável F1/F4 que representaa proporção em secção da massa das fibras e com a espessura das fibras. Existe umarelação inversa entre a claridade da madeira (L*) e a razão entre espessura e larguradas fibras e também inverso, mas ligeiramente menor, entre a claridade e a espessurade parede das fibras (Figura 4.54), o que significa que quanto mais espessas forem asfibras e maior a sua proporção de parede mais escura é a madeira. Estas variáveisanatómicas também influenciam a tonalidade da cor quer directamente (a*) querinversamente (b*). Encontra-se ainda significado estatístico para as relações doparâmetro b* com, o comprimento médio das fibras, a largura média dos raios e odiâmetro tangencial médio dos vasos (Figura 4.55).

Quadro 4.15 – Valores de correlação dos parâmetros colorimétricos (L*, a*, b*)com algumas variáveis anatómicas

Parâmetros Variáveis Rcolorimétricos anatómicasL* Número de vasos / mm2 (V1) 0,003 n.s.a* Número de vasos / mm2 (V1) -0,001 n.s.b* Número de vasos / mm2 (V1) -0,04 n.s.L* Diâmetro tangencial médio dos vasos (V7) 0,091 n.s.a* Diâmetro tangencial médio dos vasos (V7) 0,018 n.s.b* Diâmetro tangencial médio dos vasos (V7) 0,221 *L* Espessura de parede das fibras (F1) -0,266 *a* Espessura de parede das fibras (F1) 0,187 n.s.

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Parâmetros Variáveis Rcolorimétricos anatómicasb* Espessura de parede das fibras (F1) -0,076 n.s.L* Espessura / Largura das fibras (F1 / F4) -0,382 **a* Espessura / Largura das fibras (F1 / F4) 0,205 *b* Espessura / Largura das fibras (F1 / F4) -0,201 *L* Comprimento médio das fibras (F2) 0,135 n.s.a* Comprimento médio das fibras (F2) 0,057 n.s.b* Comprimento médio das fibras (F2) 0,294 **L* Altura média dos raios (R5) 0,14 n.s.a* Altura média dos raios (R5) -0,088 n.s.b* Altura média dos raios (R5) 0,022 n.s.L* Largura média dos raios (R8) 0,147 n.s.a* Largura média dos raios (R8) 0,096 n.s.b* Largura média dos raios (R8) 0,234 *

Alguns autores indicam uma influência da anatomia da madeira nos parâmetroscolorimétricos. Por exemplo, Mori et al. (2004) referem uma relação positiva da coor-denada a* com a espessura da parede celular e Macedo (2002) refere que a claridadeda madeira (L*) diminui à medida que o comprimento das fibras e espessura daparede celular aumentam. Os elementos anatómicos e os extractivos da madeira sãocomponentes importantes na formação da cor (Camargos & Gonçalez 2001).

No entanto, os resultados são claramente indicativos de que a cor da madeira serádeterminada principalmente por outras características que não as anatómicas aqui estuda-das. A composição química da madeira será determinante para estabelecer a sua cor,como referido por vários autores (Webb & Sullivan 1964, Kollmann & Côté 1968, Giordano1971, Hittler et al. 1972, Hon 1975, Ilston et al. 1979, Kellogg 1981, Chang et al. 1982, Hon& Chang 1985, Hakkila 1989, Rowell 1990, Tsoumis 1991, Walker 2006).

Figura 4.54 – Representação gráfica da variação do parâmetro colorimétrico L*(C4) com: a) razão entre espessura e largura das fibras (F1/F4); b) espessura de parededas fibras (F1)

a b

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a b

c

Figura 4.55 – Representação gráficada variação do parâmetro colorimétrico b*(C6) com: a) comprimento das fibras (F2);b) largura média dos raios (R8); c) diâme-tro tangencial médio dos vasos (V7)

Por outro lado, a informação existente permite analisar se os parâmetroscolorimétricos poderão estar relacionados com algumas das outras propriedades físi-cas, por exemplo, com as retracções e a humidade de equilíbrio. Seleccionaram-se asseguintes variáveis físicas: a) retracção volumétrica (FIS5), retracção tangencial (FIS6),retracção radial (FIS7) e anisotropia (FIS6/FIS7); humidade de equilíbrio ao ar (FIS3).O Quadro 4.16 resume os valores encontrados para o factor de relação entre osparâmetros colorimétricos e as variáveis físicas referidas anteriormente.

Na maior parte dos casos não se encontrou significado estatístico para estasrelações. Exceptuam-se a relação directa da anisotropia com o parâmetro L* e inversacom o parâmetro a* (Figura 4.56) e a relação inversa da humidade de equilíbrio ao arcom o parâmetro L* e com o parâmetro b* (Figura 4.57).

A relação encontrada entre a anisotropia da retracção e a cor da madeira poderáestar relacionada com a densidade. Em madeiras de maior densidade a diferençaentre a retracção tangencial e radial é mais pequena (Bosshard 1956, Kollmann & Côté1968).

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Parâmetros Variáveis Rcolorimétricos físicas

L* Retracção volumétrica (FIS5) -0,121 n.s.

L* Retracção tangencial (FIS6) 0,026 n.s.

L* Retracção radial (FIS7) -0,137 n.s.

a* Retracção volumétrica (FIS5) 0,061 n.s.

a* Retracção tangencial (FIS6) -0,153 n.s.

a* Retracção radial (FIS7) 0,076 n.s.

b* Retracção volumétrica (FIS5) -0,007 n.s.

b* Retracção tangencial (FIS6) -0,012 n.s.

b* Retracção radial (FIS7) -0,113 n.s.

L* Anisotropia (FIS6/FIS7) 0,226 *

a* Anisotropia (FIS6/FIS7) -0,34 **

b* Anisotropia (FIS6/FIS7) 0,173 n.s.

L* Humidade de equilíbrio ao ar (FIS3) -0,28 *

a* Humidade de equilíbrio ao ar (FIS3) 0,085 n.s.

b* Humidade de equilíbrio ao ar (FIS3) -0,251 *

Figura 4.56 – Representação gráfica da variação da anisotropia: a) com oparâmetro L* (C4); b) com o parâmetro a* (C5)

a b

Quadro 4.16 – Valores de correlação dos parâmetros colorimétricos (L*, a*, b*)com algumas variáveis físicas

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271

Figura 4.57 – Representação gráfica da humidade de equilíbrio ao ar (FIS3): a)com o parâmetro L* (C4); b) com o parâmetro b* (C6)

a b

No entanto, os resultados obtidos não mostram o efeito dos extractivos namadeira, cuja presença se poderia manifestar através da cor da madeira. Como referi-do anteriormente, a presença de extractivos promove a estabilidade dimensional damadeira (Hernández 1989, Arévalo 2002), e Almeida & Hernández (2006) mencionammenor retracção das espécies tropicais relativamente a espécies temperadas para va-lores semelhantes de densidade, verificando-se que a remoção dos extractivos au-menta a retracção (Brown et al. 1952, Nearn 1955).

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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272

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

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5. CONCLUSÕES

A utilização racional de uma madeira deve basear-se em diversas característicasque se traduzem em aspectos estruturais, físicos e que são de grande importânciaquando se pretende a sua identificação, pelo que daí advém o interesse na criação deuma e-xiloteca.

Foi criada uma xiloteca em suporte electrónico, e-xiloteca, que compila e siste-matiza a informação disponível (identificação, caracterização e utilização) relativa aduas xilotecas do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT) das quais foramseleccionadas as colecções de Moçambique, Timor e Índia, num total de 285 madei-ras. Esta e-xiloteca prevê interacções que possibilitam a rápida resposta a questõesconcretas, como resultado de diferentes tipos de consulta (técnicas, científicas, co-mercias, didáctica), a diferentes tipos de utilizadores e para diversos fins.

A sistematização da informação permite também a colaboração internacionalcom outras bases de dados ou levantamentos de repositórios, que se encontra já emcurso. Uma das aplicações directas da e-xiloteca é a sua contribuição para o FLORque desenvolve uma competência especial no domínio da caracterização e identifica-ção de madeiras, especialmente de origem tropical.

Foi feito o estudo anatómico de 15 novas espécies provenientes de Moçambique,cujos resultados das determinações efectuadas para os diferentes parâmetros se en-contram compilados em fichas caracterizadoras incluindo a seguinte informação:

- nome científico, família, sub-família, origem, nomes comuns, utilizações pos-síveis da madeira, distribuição geográfica das espécies em Moçambique;

- características gerais, descrição macroscópica e microscópica da madeira;- ficha biométrica, que inclui as dimensões dos diferentes tipos de células;- macro e microfotografias digitais das secções transversal, tangencial e radial.

A quantificação da cor das madeiras tropicais através da determinação dosparâmetros colorimétricos L*, a* e b*, feita para 124 espécies numa face polida,representativa da cor natural da madeira, e numa face não polida representativa dacor da madeira em uso em ambientes interiores permite:

- quantificar a grande variação natural da cor das madeiras tropicais, comvalores de L* entre 22,10 e 85,11, de a* entre 1,18 e 20,44 e de b* 0,97 e 38,31;

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

- concluir que a madeira escurece, diminuindo o parâmetro L* com a exposiçãoda superfície a ambientes interiores e que também altera os parâmetros cromáticos;

- estabelecer uma escala cromática, com 33 madeiras, onde se pode observar agrande variabilidade da cor nas madeiras.

Através do método da taxonomia numérica foi possível:- medir a semelhança entre madeiras de origens diferentes e as suas caracterís-

ticas anatómicas e físicas e agrupá-las em classes de acordo com essas semelhanças;- os grupos de semelhança das madeiras permitem verificar se madeiras seme-

lhantes têm os mesmos usos e é possível saber a que grupo de semelhança uma novamadeira vai pertencer, ou sugerir espécies alternativas com características semelhan-tes preservando assim as espécies protegidas ou sobre exploradas.

A análise estatística através de correlação canónica entre as características ana-tómicas e físicas das madeiras mostrou uma correlação elevada, das quais se podedestacar:

- a retracção radial e o parâmetro colorimétrico b* mostram estar relacionadosdirectamente com o diâmetro tangencial médio dos vasos e inversamente com onúmero e espessura da parede dos vasos;

- a retracção volumétrica e os parâmetros colorimétricos L* e a* mostram umarelação directa com o número e espessura de parede dos vasos e uma relação inversacom o diâmetro tangencial médio dos vasos;

- a humidade de equilíbrio ao ar e os parâmetros colorimétricos L* e a* apresen-tam uma relação directa com o comprimento médio das fibras, o número de célulasem largura dos raios e o comprimento dos elementos dos vasos e inversa com onúmero de células em altura dos raios;

- a densidade, a retracção axial e o parâmetro colorimétrico b* mostram estarrelacionados directamente com o número de células em altura dos raios e inversa-mente com o comprimento médio das fibras, o número de células em largura dosraios e o comprimento dos elementos dos vasos.

Foram também analisadas as características anatómicas que estão relacionadascom a densidade, através de análise de correlação simples, verificando-se que, apesarde quase todos os factores estudados terem significado estatístico na variação dadensidade, as maiores correlações se verificam para o diâmetro tangencial dos vasosnuma relação inversa e, numa relação directa, para a razão entre espessura e larguradas fibras.

Verificou-se que a variação da densidade é um factor significativo para a varia-ção de cor das madeiras.

Quanto á cor das madeiras conclui-se que ela não é determinada pelas variáveisanatómicas estudadas, que mostraram factores de correlação muito baixos e na maio-ria dos casos não significativos. Estes resultados são claramente indicativos de que acor da madeira será determinada principalmente por outras características que não asestudadas neste trabalho, salientando-se a importância da composição química damadeira.

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291

ANEXO 1

Processo de organização do 4º Index Xylariorum por Peter Gasson

IX4

Index Xylariorum – 4

Index Xylariorum is an essential reference for wood anatomists worldwide. It lists allthe known institutional wood collections of the world, giving details of their size and scope(geographical and botanical coverage, herbarium vouchers, reference microscope slides,historically important collections, periodical published by the institution etc), and whetherthey are willing to exchange samples. The third edition was written by W.L. Stern andpublished in IAWA Bulletin in 1988 (ns9: 203-252), and is now in much need of revision.Although many (or most?) of the collections detailed in IX3 still exist, I know that at least onehas been moved, some collections have grown, and that there have been many changes inpersonnel since then. Bill Stern has passed on the task of compiling the new version to me.Before circulating a questionnaire to the curators of all the collections listed in IX3, I wouldvery much like to receive from any readers information on the whereabouts of any collectionsthat were not included or have come into being since IX3, and any changes in the addressesof existing collections that will let me contact the right people whilst compiling IndexXylariorum 4. The new edition will be published in IAWA Journal, and will take much thesame form as IX3. I intend to do as much as possible of the correspondence for the newedition via email, and will send questionnaires to curators in the next few months. In themeantime, please send me any relevant information, comments or suggestions that might beof help. For those of you who are ready to supply the information I will need, the questionnaireis reproduced below. If you would like me to email you a copy, here is my address:

Peter GassonJodrell Laboratory, Royal Botanic Gardens, Kew, Richmond, Surrey, TW9 3DS, UK.Fax: +44-208-332-5310([email protected])

Questionnaire

1. Complete name and address of the institution in which the wood collection is housed.

2. If your wood collection has a special name, please state it.

3. Year of foundation of the collection.

4. Name of the curator or individual in charge of the collection, his/her officialinstitutional title (e.g. Prof., Curator, Keeper); degree title (e.g. Dr., Ing.) andarea of research. Please give email address(es) if available.

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292

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

5. Other personnel associated with the collection, their titles and areas of researchif relevant. Please give email address(es) if available.

6. Number of specimens in the wood collection.

7. Number of genera represented in the collection.

8. Regions, countries or taxa in which your wood collection specialises.

9. Is a herbarium containing vouchers for the wood collection associated withthe wood collection?(a) If so, how many specimens are in the whole herbarium?(b) If there is no herbarium directly associated with the wood collection, do

you maintain records showing where herbarium vouchers are deposited?

10. About what proportion of the wood collection is associated with herbariumvouchers?

11. List any major special collections, e.g. Desch’s Malayan woods, Gamble’sIndian woods, Jessup collection of woods of North America, Krukoff’s Brazilianwoods, Koorder’s Javanese woods.

12. Are any periodicals dealing wholly or in part with woods published by yourinstitution? If so, please name them.

13. Will you make available small samples of wood suitable for research toqualified scientists?

14. Do you maintain a microscope slide collection of woods?(a) How many slides are in the collection?(b) Are these slides available on loan to qualified investigators?(c) Do you have any slides for exchange?

15. Are duplicate wood specimens available for exchange or distribution?(a) From what areas or taxa are wood specimens desired?(b) From what areas or taxa can wood specimens be provided?

16. Is there a catalogue of the wood collection? If so, what form does it take(e.g. hard copy, computer database, internet site)?

17. Please record below any other information of importance concerning yourwood collection.

18. Do you know of any institutional wood collections which were not includedin Index Xylariorum 3? If so, please give the names and addresses of these below.

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293

ANEXO 2

ANEXO I: Listas de classificação das espécies produtoras de madeira previstasno n.º 1 do artigo 11 do Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia.

N.º Nome Científico Nomes Nomes Locais DAPComerciais ou Vernaculares mín.

(cm)

01 Berchemia zeyheri pau-rosa mulatchine, sungagoma 3002 Dalbergia melanoxylon pau-preto mpinge, mpivi, n’mico 2003 Diospyros kirkii mucula-cula, muoma 4004 Dyospiros mespiliformis ébano mfuma,ntoma 5005 Ekebergia capensis inhamarre inhamarre 5006 Entandophragma caudatum mbuti bubuti, mubuti 5007 Guibourtia conjugata chacate-preto chacate 4008 Milicia excelsa tule megunda, mecuco, mahundo 5009 Spirostachys africana sândalo chilingamache, mucunite 30

ANEXO I: Listas de classificação das espécies produtoras de madeira previstasno n.º 1 do artigo 11 do Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia. Cont.

Espécies Produtoras de Madeira Preciosa

Espécies Produtoras de Madeira da 1ª Classe

N.º Nome Científico Nomes Nomes Locais DAPComerciais ou Vernaculares mín.

(cm)

10 Afzelia quanzensis chanfuta mussacossa, mugengema, 50muoco

11 Androstachys johnsonii mecrusse cimbirre 3012 Albizia glaberrima mutivera 4013 Albizia versicolor tanga-tanga tingare, mpovera 4014 Balanites maughamii nulo muvando, nanluve, sacanono 3015 Breonardia microcephala mugonha muonha, nkonha 5016 Baikiaea plurijuga chiti 3017 Combretum imberbe mondzo munagari, mungari, ehupu 4018 Cordyla africana mutondo bonjua, murroto 5019 Diospyros spp mucucul-cula, muoma 4020 Erythrophloeum suaveolens missanda muave 4021 Faurea speciosa muxiri, nthethere, mussossola 40

22 I nhambanella henriquesii mepiao mepiao 50

Page 324: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

294

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

N.º Nome Científico Nomes Nomes Locais DAPComerciais ou Vernaculares mín.

(cm)

23 Khaya nyasica umbáua mbawa 5024 Millettia stuhlmannii jambirre panga-panga, panguire 4025 Monotes africanus muculala 3026 Morus lactea mecobeze mecobeze 5027 Pterocarpus angolensis umbila mbila, mucurambira 4028 Podocarpus falcatus gogogo, izulambite, chongue 5029 Pseudobersama mossambicensis tondue, minhe-minhe 4030 Swartzia madagascariensis pau-ferro nhaquata, pau-rosa, cimbe 30

ANEXO I: Listas de classificação das espécies produtoras de madeira previstasno n.º 1 do artigo 11 do Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia. Cont.

Espécies Produtoras de Madeira da 2ª Classe

N.º Nome Científico Nomes Nomes Locais DAPComerciais ou Vernaculares mín.

(cm)

31 Albizia adianthifolia mepepe goana, megerenge 4032 Amblygonocarpus andongensis mutiria banga-wanga, mutindire 4033 Bombax rhodognaphalon sumauma meguza, mefuma 5034 Brachystegia boehmii mafuti mfuti, mopwo 4035 Brachystegia bussei kokoro 4036 Brachystegia longifolia tagate, takata, itakhata 4037 Brachystegia manga messassa mpapa rupakhole 4038 Brachystegia spiciformis messassa mpapa, tsondo 4039 Brachystegia utilis nankweso, mucoio 4040 Burkea africana mucarala mucarati, nkarara, mecimbe 4041 Julbernadia globiflora messassa encarn. muhimbe, mpacala 4042 Newtonia buchananii mafumuti nipovera 5043 Newtonia hildebrandtii infomoze infomoze 5044 Parkia filicoidea mucuti mucuti 5045 Pteleopsis myrtifolia mungoroze mduro, nleva 4046 Ricinodendron rautanenii mungomo ngomo, iphaka 5047 Sclerocarya birrea canho mfula, tsula, nkokwo 5048 Sterculia quinqueloba metonha ntonha, nthumpu 4049 Stercurlia appendiculata metil njale 5050 Terminalia sp messinge meculungo 4051 Trichilia emetica mafurreira muciquiri, mafurra 40

Page 325: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

295

ANEXO I: Listas de classificação das espécies produtoras de madeira previstasno NC º 1 do artigo 11 do Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia. Cont.

Espécies Produtoras de Madeira da 3ª Classe

N.º Nome Científico Nomes Nomes Locais DAPComerciais ou Vernaculares mín.

(cm)

52 Acacia nigrescens namuno mecungo, micaia 4053 AnthocLeista grandiflora mezambe rotanda 3054 Avicennia sp mangal branco mangal branco 3055 Bridelia micrantha metacha melelha, mussaba 4056 Barringtonia recemosa mangal massinhama 3057 Bruguiera gymnorhiza mangal encarn. mangal encarnado 3058 Cassipourea gummiflua mezambe mezambe 3059 Celtis africana messucandiri 4060 Celtis gomphophylla mrtuzite 5061 Cleistanthus holtzii nacuva.Nacura 5062 Cynometra carvalhoi evate evate 4063 Ceriops tagal mangal branco mangal branco 3064 Dialium schlechteri ziba nziba, ziva 4065 Dialium sp. mepepete 4066 Erythrophloeum sp incalazi, tchaia, muacari 4067 Funtumia latifolia nhapwepwa 3068 Guibourtia coleosperma chacate encarn. chacate encarnado 4069 Heritiera littoralis mangal branco luabo 3070 Kigelia pinnata vunguti, nrikiriki 4071 Parinari curatellifolia muhula, mahula, mtupio 3072 Pericopsis angolensis muanga chuanga, muaca, muanka 4073 Phyllanthus sp. chire, mecua 5074 Piliostigma thoningii mucequece mucequece 4075 Pseudolachnostylis maproneifolia messolo, ntholo, mussonjoa 3076 Ptaeroxylon obliquum tchetcheretane 4077 Rhyzophora mucronata mangal encarn. mangal encarnado 3078 Sapium ellipticum tchaia tchaia 4079 Sideroxylon inerme mebope 4080 Syzygium cordatum mecurri, tucura, mudlho 4081 Syzygium guineense jambaloeiro mecurre, nakuthanthe, mecuti 4082 Terminalia sericea inconola sai-sai, kassanche, messusso 3083 Terminalia stenostachya sai-sai, kassanche 3084 Uapaca kirkiana metongoro metela, nahunkwo 3085 Uapaca nitida metongoro metela, nakachunkwo 3086 Uapaca zanguebarica metongoro kochokore 3087 Vitex doniana nhazuovo 40

ANEXO 2

Page 326: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

296

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

N.º Nome Científico Nomes Nomes Locais DAPComerciais ou Vernaculares mín.

(cm)

88 Vitex sp nakuna 4089 Xeroderris sthulmannii mulonde merunde, nlothe 4090 Xylia sp 4091 Xylopia aethiopica mepeza 40

ANEXO I: Listas de classificação das espécies produtoras de madeira previstasno n.º 1 do artigo 11 do Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia. Cont.

Espécies Produtoras de Madeira da 4ª Classe

N.º Nome Científico Nomes Nomes Locais DAPComerciais ou Vernaculares mín.

(cm)

92 Acacia albida micaia, dzungua, sango 4093 Acacia burkei micaia, munga 4094 Acacia erioloba micaia, mung 4095 Acacia karroo micaia, munga 4096 Acacia nilotica micaia, munga 3097 Acacia polycantha micaia, n’roca 4098 Acacia robusta micaia, massadzi 4099 Acacia senegal micaia, munga 30100 Acacia sieberana micaia, gunga 40101 Acacia tortilis micaia, munga 30102 Acacia xanthophloea micaia, megerenge 40103 Antidesma venosum nhonge, chongue 30104 Borassus aethiopiocum mudicua, palmeira 30105 Colophospermum mopane chanato, nissano, missanye 30106 Cussonia sp capwapwa, nampuko-puko 50107 Dolichandrone alba tsani 30108 Erytrina livingstonei titi, nancilacona 40109 Fernandoa magnifica tondjua, mpovataci 30110 Hirtella zanguebarica cimboma, mucimboma 30111 Hyphaene sp micheu, palmeira 30112 Kirkia acuminata mtumbui, poko-poko 40113 Lannea sp chiucanho, msatoto,cimuili 40114 Lecanidiscus fraxinifolia mutarara 30115 Manilkara sp nheve, nhewa 40116 Mimusops sp ntzole, bengwerwa 40117 Treculia Africana tchaia 50118 Tamarindus indica tamarindo tamarinho, wepa 50

Page 327: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

297

ANEXO 3

Colecções da xiloteca do FLOR/IICT

Origens Código da Colecção

África (F.R.L. – Inglaterra) X

África (M.R.A.C. – Bélgica) OÁfrica C.T.F.T. (França) HÁfrica do Sul UÁfrica, América (Holanda) QAngola C / GBrasil IEstados Unidos da América AGuiana Francesa WGuiné NÍndia VJava (Holanda) PMoçambique E / F / MOrigens diversas B / LOrigens Diversas (I.R. – Alemanha) ZPortugal DS. Tomé RSuriname e Indomésia (Holanda) STimor TVenezuela J

20 Origens diferentes24 Colecções

Page 328: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

298

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 329: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

299

ANEXO 4

Ficheiros da xiloteca do JBT

origem geográfica nº de espécies

Abissínia 2Açores 15África do sul 21África ocidental 188Alemanha 12América central 1Angola 391Argentina 41Austrália 266Áustria 29Bélgica 16Brasil 372Burma 1Cabo verde 14Camarões 15Canadá 59Canárias 0Chekoslovakia 25Chile 50China continental 73China formosa 45Colómbia 51Congo 1Congo Francês 6Congo médio 16Costa do Marfim 1Costa do Ouro 1Cuba 3Egipto 1Equador 1Eritreia 42Espanha 3Europa 3Fichi 50Filipinas 15Finlândia 18França 15Gabão 1

Page 330: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

300

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

origem geográfica nº de espécies

Gâmbia 1

Grécia 45Guatemala 4Guiana FrancesaGuiana Holandesa (Vêr Suriname) 34Guiné 25Guiné Espanhola 1Haiti 1Holanda 71Honduras 2Ilha da Madeira 18Ilha Sacalina 6Ilhas Andaman (Ilhas Adamão) 1Ilhas Canárias 19Índia 78Índia Goa 7Indochina 3Indonésia 28Inglaterra 24Itália 4Jamaica 202Japão 2Java 1Jordânia 2Jugoslávia 1Katanga 7Kénia 1Libéria 28Macau 14Madagáscar 8Malaia 1Marrocos Espanhol 76México 109MoçambiqueNicarágua 4Niderland – Holanda (Vêr Holanda) 18Nigéria 8Nova Caledónia 116Nova Guiné 32Nova Zelândia 21Palestina 1Panamá 55Paquistão 65

Page 331: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

301

origem geográfica nº de espéciesPorto Rico 127Portugal 174Portugal JMAT 3República do Salvador 6Rodésia 8Ruanda 2S. Tomé 106Santa Lúcia 1Senegal 1Serra LeoaSião (Vêr Tailândia) 1Somália 4Sudão 20Suécia 48Suíça 49Suriname 3Tailândia 9Tanzânia 23Tasmânia 58Timor 1Trinidade 2Tunísia 30Uganda 251USA 91Venezuela 3Zâmbia 53

4082

ANEXO 4

Page 332: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

302

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 333: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

303

ANEXO 5

Descrição macroscópica segundo esquema proposto por Ferreirinha (1958) parao lenho das Folhosas

A. Secção transversalI. Vasos

a. Tamanho:1. Variável ou desigual2. Uniforme

b. Largura:1. Poros estreitos (poro muito fechado)2. Poros médios (poro fechado)3. Poros largos (poro aberto) 4. Poros muito largos ( poro muito aberto)

c. Abundância (nº / mm2)1. Poros raros2. Poros numerosos3. Poros muito numerosos

d. Disposição (dos poros ou grupo de poros)1. Porosidade em anel2. Porosidade semi-difusa3. Porosidade difusa (poros dispersos)

3.1. Dispersão uniforme3.2. Dispersão especial

3.2.1. Em fiadas ou camadas3.2.1.1. Radiais ou oblíquas3.2.1.2. Tangenciais

3.2.2. Em faixase. Agrupamentos:

1. Poros isolados2. Poros agrupados ou múltiplos

2.1. Radialmente2.2. Diagonal ou tangencialmente2.3. Sem ordem nítida2.4. Em “cachos” (poros racemiforme)

f. Forma:1. Circular2. Oval 3. Poligonal

II. Parênquimaa. Distinção:

1. Indistinto

Page 334: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

304

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

2. Distintob. Disposição:

1. Apotraqueal (sem ligação com os poros)1.1. Difuso1.2. Zonado ou em faixas (metatraqueal)1.3. Marginal

2. Paratraqueal (associado aos poros) 2.1. Circunvascular

2.1.1. Vasicêntrico2.1.2. Aliforme2.1.3. Confluente

2.2. Unilateral2.3. Irregular (escasso)

c. Abundância:1. Escasso2. Médio 3. Abundante

III. Raiosa. Largura:

1. Estreitos (finos)2. Médios3. Largos4. Muito largos

b. Abundância:1. Raros2. Em número médio3. Numerosos

c. Trajecto:1. Rectilíneo2. Ondulado

IV. Elementos acessóriosa. Tilos nos porosb. Inclusões nos porosc. Inclusões no parênquima e nos raiosd. Nódulos medularese. Líber inclusof. Tecido excretor diferenciado

1. Células ou bolsas2. Canais verticais:

2.1. Normais 2.2. Traumático

Page 335: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

305

B. Secções longitudinais

B1. tangencialI. Estrutura estratificada (listrado de estratificação):

a. Dos raios e restantes elementos (vasos, parênquima e fibras)b. Do parênquima e elementos dos vasos, mas não dos raios

II. Raios:a. Escalonamento dos raiosb. Tamanho dos raios:

1. Indistintos2. Distintos

2.1. Altura2.2. Largura

III. Canais secretores e lacticíferos horizontais

B2. radial I. Raios:

a. Espelhado:1. Evidente2. Não evidente

3. Estrutura dos raios:4. Homocelulares 5. Heterocelulares

C. Outras características resultantes da estruturaI. Camadas de crescimentoII. Textura (grão da madeira)III. Fio da madeiraIV. Veio da madeira V. Desenho da madeira

ANEXO 5

Page 336: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

306

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 337: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

307

(1) ASPECTOS GERAISNome científicoNome científico rectificadoOrigemFamíliaNome comercialNomes vernáculos (máx. 39)Distribuição geográficaÁrvoreObservações

(2) FIBRAS MICROSCOPIANaturezaDisposiçãoComprimentoExtremidadesLarguraNº células em larguraEspessura de paredePontuaçõesTrajectoSecçãoCaracteres acessóriosObservações

(3) FICHA BIOMÉTRICA FEspessura paredeComprimento paredeComprimento desvio-padrãoLargura médiaLargura desvio-padrão (Comprimento/largura-médiaComprimento/largura d-padrão

(4) FICHA BIOMÉTRICA RNº por mmAlt nº min célulasAlt nº med células

Alt nº max célulasAltura médiaAltura desvio-padrãoLarg nº célulasLarg médiaLarg desvio-padrão

(5) FICHA BIOMÉTRICA VNº por mm2

Nº por mm2 (min)Nº por mm2 (máx)Pontuações médiaEspessura paredeComprimento elementosDiâmetro tangencial médiaDiâmetro tangencial desvio-padrãoObservações

(6) FICHA CARACT. FÍSICASDensidade seco arDensidade anidraHumidade seco ar rel. peso secoHumidade seco ar rel. peso humidoRetracção volumétrica seco ar ao anidroRetracção volumétrica coef var por 1% huRetracção tangencial seco ar ao anidroRetracção tangencial coef var por 1% huRetracção radial seco ar ao anidroRetracção radial coef var por 1% huRetracção axial seco ar ao anidroRetracção axial coef var por 1% hu

(7) FÍSICADensidade ao arDensidade anidraHumidade em % de peso secoHumidade em % de peso húmidoRetracção volumétrica

ANEXO 6

Estrutura da base de dados para a xiloteca FLOR (16 tabelas num total 194parâmetros por espécie)

Page 338: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

308

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Retracção tangencialRetracção radialRetracção axialCoef. retracção volumétricaCoeficiente retracção tangencialCoeficiente retracção radialCoeficiente retracção axial

(8) IDENTIFICAÇÃONºMacrofotografiaMicrofotografia transversalMicrofotografia tangencialMicrofotografia radial

(9) LOCALIZAÇÃO XILOTECASérieGaveta do provete (G)Nº provete na gavetaLâmina cortes histológicos (G)Blocos para cortes (F)Frascos elem. dissociados (F)Lâmina das fibras (G)Lâmina elem. dissociados (G)Bibliografia

(10) MACROSCOPIACor do borneTom do borneCor do cerneTom do cerneBrilhoOleosidadeDensidade do borneDensidade do cerneCamadas de crescimentoTexturaSensibilidade ao tactoGrãoFioDesenhoCheiro do borneCheiro do cerneSusceptibilidade var. humidadeRetracção volumétrica unitária

TrabalhabilidadeAcabamentoSusceptibilidade ataque insectosDurabilidadeAspecto geralObservações

(11) OBS. MACROSCÓPICASTransversal-camadas crescimento-distinçãoTransversal-camadas crescimento-contornoTransversal-porosidade-abundânciaTransversal-porosidade-agrupamentoTransversal-porosidade-tamanhoTransversal-porosidade-larguraTransversal-porosidade-distribuiçãoTransversal-porosidade-disposiçãoPresença de tilosPresença de inclusõesObservaçõesTransversal-parênquima-abundânciaTransversal-parênquima-distinçãoTransversal-parênquima-disposiçãoTransversal-raio-larguraTransversal-raio-abundânciaTransversal-raio-corTransversal-raio-brilhoTransversal-canais traumáticos verticaisObservaçõesTangencial-raio-larguraTangencial-raio-alturaTangencial-raio-abundânciaTangencial-raio-estratificaçãoTangencial-superfície-naturezaTangencial-traços vasculares-corTangencial-traços vasculares-abundânciaTangencial-traços vasculares-comprimentoTangencial-traços vasculares-larguraRadial-desenhoRadial-espelhado raiosRadial-raio-alturaRadial-raio-naturezaRadial-raio-evidenciaRadial-traços vasculares-abundânciaRadial-traços vasculares-evidênciaObservações

Page 339: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

309

(12) PARÊNQUIMA MICROSC.AbundânciaNaturezaDisposição apotraquealDisposição paratraquealParênquima terminalCaracteres acessóriosObservações

(13) QUANTIFICAÇÃO DA CORAmostra usada L*Amostra usada a*Amostra usada b*Amostra polida L*Amostra polida a*Amostra polida b*

(14) RAIOS MICROSCOPIANº células em larguraObservações nº célulasNº células em secção tgLarguraTamanhoAlturaNº células em alturaAbundânciaContorno das célulasEstratificação dos raiosTrajecto em secção transversalPresença de raios fusionadosObservaçõesNaturezaDisposiçãoCaracteres acessórios

(15) UTILIZAÇÕESUtilizações 1 – 13Observações

(16) VASOS MICROSCOPIADisposiçãoAgrupamentoTamanhoLarguraSecção

AbundânciaDiâmetro tangencialComprimento elem. vascularesEspessura de paredeApêndices elem. vascularesPerfuraçãoPontuações intervascularesPontuações intervasculares (observações)Pontuações vasos-raios (abundância)Pontuações vasos-raios (contorno)Pontuações vasos-raios (calibre)Caracteres acessóriosObservações

ANEXO 6

Page 340: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

310

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 341: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

311

TABELA ANome científicoOrigemFamíliaOrigem das amostras

TABELA BNome científicoOrigemSinónimosNomes vernáculos e comerciaisPrincipais características botânicas e comerciaisDistribuição geográficaHabitat e ecologia

TABELA CNome científicoOrigemMadeira aspecto macroscópico e outras característicasUtilização da madeira e outrosBibliografia e iconografiaMaterial para estudo vivoMaterial para estudo em herbárioMaterial para estudo museuMaterial para estudo xilotecaObservações

MACROFOTOGRAFIAS

ANEXO 7

Estrutura da base de dados para xiloteca JBT (3 tabelas num total 15 parâmetrospor espécie)

Page 342: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

312

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 343: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

313

ANEXO 8

Algumas perguntas possíveis à base de dados

NomenclaturaQue espécie corresponde a um nome comercial?Dados de entrada: Nome comercialResposta: Nome científico, nome científico rectificado, nomes vernáculos e família

Que espécie corresponde a um nome científico?Dados de entrada: Nome científicoResposta: Nome científico rectificado, nome comercial, nomes vernáculos e família

Que espécie corresponde a um nome vernáculo?Dados de entrada: Nome vernáculoResposta: Nomes vernáculos, nome comercial, nome científico e família

UtilizaçõesQuais as utilizações de uma espécie?Dados de entrada: Nome científico e/ou nome comercialResposta: Utilizações e alguma observação associada à utilização

Qual a (s) espécie (s) com determinada utilização?Dados de entrada: UtilizaçãoResposta. Nome (s) científico (s), origem

Aspectos gerais da madeiraQuais aspectos gerais de uma espécie?Dados de entrada: Nome científicoResposta: Nome científico rectificado, nome comercial, família, distribuiçãogeográfica e aspectos relativos à árvore

Macro e microfotografiasQue macro e microfotografias corresponde a um nome científico?Dados de entrada: Nome científicoResposta: Macro e microfotografias (cortes transversal, tangencial e radial)

Aspectos macroscópicosQuais os aspectos macroscópicos de uma madeira?Dados de entrada: Nome científicoResposta: Presença ou ausência de inclusões, t i los , canais t raumáticos,estratificação dos raios, tipo de disposição do parênquima, distribuição e dispo-sição dos vasos.

Page 344: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

314

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Quais os aspectos macroscópicos e físicos de uma madeira?Dados de entrada: Cor, desenho, densidade, retracção volumétrica, susceptibili-dade às variações de humidade e/ou nome científicoResposta: Cor, desenho, densidade, retracção volumétrica, susceptibilidade àsvariações de humidade, brilho, grão, fio, textura, durabilidade, nome científico

Quantificação da cor da madeiraQuais os parâmetros colorimétricos de uma madeira?Dados de entrada: Nome científicoResposta: Parâmetros colorimétricos L*, a* e b* das amostras polidas e usadas

Física da MadeiraQue espécie tem determinada humidade, densidade, retracções e coeficientes deretracção?Dados de entrada: Valores de humidade, densidade, retracções e coeficientes deretracçãoResposta: Nome científico

Que humidade, densidade, retracções e/ou coeficientes de retracção tem determi-nada madeira?Dados de entrada: Nome científicoResposta: Valores de humidade, densidade, retracções e coeficientes de retracção

Caracterização de madeirasQuais os aspectos microscópicos de uma madeira?Dados de entrada: Nome científico e/ou nome comercialResposta: Descrição dos aspectos microscópicos

Biometria das madeirasQual a biometria (vasos, raios, fibras) de uma espécie?Dados de entrada: Nome científico e/ou nome comercialResposta: Ficha biométrica (vasos, raios, fibras)

Aspectos de organizaçãoOnde se pode localizar na xiloteca determinada espécie?Dados de entrada: Nome científico, número do provete e/ou lâminaResposta: Número da respectiva gaveta e secção

A que espécie corresponde determinado provete e/ou lâmina?Dados de entrada: número do provete e/ou lâminaResposta: Nome científico

Page 345: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

315

Informações complementaresO que significa determinado termo, usado em anatomia, em Português ou Inglês?Dados de entrada: termo, usado em anatomia, em Português ou InglêsResposta: Descrição do respectivo termo em Português

Qual o historial de cada uma das colecções (Moçambique, Timor e Índia Portuguesa)?Dados de entrada: Colecção Moçambique, Timor ou Índia PortuguesaResposta: Historial da respectiva colecção

Qual a lista das espécies madeireiras cujo comércio é restringido pela CITES?Dados de entrada: listagem CITESResposta: lista das espécies madeireiras restringidas pela CITES

ANEXO 8

Page 346: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

316

DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Page 347: Criação de uma xiloteca electrónica (e-xiloteca)

317

Colecção * Nome científicoI1 Acacia catechu Willd.I2 Aegle marmelos CorreaI3 Albizia lebbeck Benth.I4 Artocarpus integrifolia L.I5 Bombax malabaricum A. DC.I6 Careya arborea Roxb.I7 Dalbergia sissoo Roxb.I8 Eugenia jambolana Lam.I9 Ficus indica Roxb.I10 Lagerstroemia parviflora Roxb.I11 Mangifera indica L.I12 Polyalthia fragans Benth. e HookI13 Tectona grandis L.I14 Terminalia belerica Roxb.I15 Terminalia paniculata W. et AI16 Terminalia tomentosa W. et Arn.I17 Xylia dolabriformis Benth.M1 Adina microcephala (del.) HiernM2 Afrormosia angolensis (Bak.) HarmsM3 Afzelia quanzensis Welw.M4 Albizia adianthifolia W. F. WightM5 Albizia versicolor Welv. ex Oliv.M6 Amblygonocarpus obtusangulus HarmsM7 Androstachys johnsonii Prain.M8 Bombax rhodognaphalon K. Schum. Ex. Engl.M9 Burkea africana Hook.M10 Celtis durandii Engl.M11 Celtis kraussiana Bernh.M12 Chlorophora excelsa (Milicia excelsa)

(Welw.) Benth. HookM13 Colophospermum mopane Kirk.M14 Combretum imberbe WawraM15 Cordyla africana Lour.M16 Dalbergia melanoxylon Guill. & PerrM17 Dialium schlechteri HarmsM18 Diospyros mespiliformis Hochst. ex A. DC.M19 Erythrophleum africanum (Benth.) HarmsM20 Erythrophleum guineense DonM21 Khaya sp.M22 Khaya spp.M23 Millettia stuhlmannii Taub.M24 Morus lactea Mildbr. (Celtis lactea Sim.)M25 Ostryoderris stuhlmannii Dunn ex Baker f.M26 Piliostigma thonningii (Schumach.) Milne-RedheadM27 Piptadenia buchananii Bak. (Newtonia buchanii)M28 Pteleopsis myrtifolia (Lawson) Engl. & DielsM29 Pterocarpus angolensis DC.M30 Ricinodendron rautanenii (Schinz) Radcl.-SmM31 Spirostachys africana Sond.M32 Sterculia quinqueloba (Garcke) K. Schum.M33 Swartzia madagascariensis Desv.

ANEXO 9Código e identificação das 98 espécies estudadas por taxonomia numérica

T1 Albizia lebbeckioides (DC) Benth.T2 Aleurites moluccana Willd.T3 Alstonia scholaris (L.) R. Br.T4 Artocarpus integrifolia L.T5 Bischofia javanica BlumeT6 Calophyllum inophyllum L.T7 Canarium commune L.T8 Cassia fistula L.T9 Casuarina junghuniana Miq.T10 Cedrela toona var australis Roxb. C. DC.T11 Decaspermum paniculatum KurzT12 Elaeocarpus sphaericus K. Schum.T13 Ficus macrophyla Roxb.T14 Ganophyllum falcatum BlumeT15 Hibiscus tiliaceus L.T16 Homalium tomentosum Benth.T17 Intsia bijuga O. K.T18 Macaranga tanarius Muell.T19 Melaleuca leucadendron L.T20 Pometia pinnata Forst.T21 Pterocarpus indicus Willd.T22 Pterospermum acerifolium Will.T23 Pygeum sp.T24 Santalum album L.T25 Sarcocephalus cordatus Miq.T26 Schleichera oleosa Merr.T27 Sterculia foetida L.T28 Tamarindus indica L.T29 Tectona grandis L.T30 Terminalia cattapa L.T31 Thespesia populnea Soland, ex CorreaT32 Timonius rumphii DC.T33 Vitex pubescens VahlN1 Acacia robusta BurchN2 Amblygonocarpus andongensis (Oliv.)

Excell & TorreN3 Berchemia discolor (Klotzsch) HemsleyN4 Cedrela odorata L.N5 Cleistanthus schlechteri (Pax) Hutch.N6 Combretum zeyheri Sond.N7 Diplohrunchus condylocarpon (Mull.

Arg.) PichonN8 Melaleuca leucadendron (L.) L.N9 Morus mesozygia StapfN10 Pterocarpus antunesii (Tab.) HarmsN11 Rhodognaphalon schumannianum A. RobynsN12 Schrebera trichoclada WelwN13 Syncarpia glomulifera (Sm.) Wield.N14 Syringa vulgaris L.N15 Xylia torreana Brenan

* I – Índia Portuguesa; M – Moçambique; T – Timor;N – Moçambique, colecção UEM.

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ANEXO 10Características quantitativas estudadas e respectivos códigos usados

Código Característica

ANATOMIA – VASOSV1 Nº de vasos / mm2

V2 Nº min de vasos / mm2

V3 Nº max de vasos / mm2

V4 Diâmetro médio das pontuações (micra)V5 Espessura de parede dos vasos (micra)V6 Comprimento dos elementos dos vasos (micra)V7 Diâmetro tangencial médio dos vasos (micra)V8 Desvio-padrão do diâmetro tangencial dos vasos (micra)

ANATOMIA – RAIOSR1 Nº raios / mmR2 Nº min de células em altura dos raiosR3 Nº médio de células em altura dos raiosR4 Nº máx de células em altura dos raiosR5 Altura média dos raios (micra)R6 Desvio-padrão da altura média dos raios (micra)R7 Nº células em largura dos raiosR8 Largura média dos raios (micra)R9 Desvio-padrão da largura média dos raios (micra)

ANATOMIA – FIBRASF1 Espessura de parede das fibras (micra)F2 Comprimento médio das fibras (micra)F3 Desvio-padrão do comprimento médio das fibras

(micra)F4 Largura média das fibras (micra)

F5 Desvio-padrão da largura média das fibras(micra)

F6 Relação comprimento/largura das fibrasF7 Desvio-padrão da relação comprimento/largura

das fibrasFÍSICA

FIS1 Densidade ao ar (g/cm3)FIS2 Densidade anidra (g/cm3)FIS3 Humidade peso seco (%)FIS4 Humidade de peso húmido (%)FIS5 Retracção volumétrica (%)FIS6 Retracção tangencial (%)FIS7 Retracção radial (%)FIS8 Retracção axial (%)FIS9 Coeficiente de retracção volumétrica (%)FIS10 Coeficiente de retracção tangencial (%)FIS11 Coeficiente de retracção radial (%)FIS12 Coeficiente de retracção axial (%)

CORC1 L* amostra usadaC2 a* amostra usadaC3 b* amostra usadaC4 L* amostra polidaC5 a* amostra polidaC6 b* amostra polidaC7 Designação qualitativa (obs macroscópica)

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ANEXO 11Valores obtidos para as características anatómicas, físicas e de cor das 98 espécies

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Valores obtidos para as características anatómicas, físicas e de cor das 98 espé-cies (continuação)

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Valores obtidos para as características anatómicas, físicas e de cor das 98 espé-cies (continuação)

ANEXO 11

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Valores obtidos para as características anatómicas, físicas e de cor das 98 espé-cies (continuação)

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Valores obtidos para as características anatómicas, físicas e de cor das 98 espé-cies (continuação)

ANEXO 11

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Valores obtidos para as características anatómicas, físicas e de cor das 98 espé-cies (continuação)

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ANEXO 12Matriz dos dados originais em que as 81 amostras de madeira (linhas da matriz)

estão ordenadas segundo o fenograma de distâncias para permitir melhor comparaçãoentre as suas diferentes 20 características (colunas da matriz)

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Matriz dos dados originais em que as 81 amostras de madeira (linhas da matriz)estão ordenadas segundo o fenograma de distâncias para permitir melhor comparaçãoentre as suas diferentes 20 características (colunas da matriz) (continuação)

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(continuação)

ANEXO 12

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(continuação)

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ANEXO 13

Matriz dos dados originais em que as 70 amostras de madeira (linhas da matriz)estão ordenadas segundo o fenograma de distâncias para permitir melhor comparaçãoentre as suas diferentes 20 características (colunas da matriz).

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Matriz dos dados originais em que as 70 amostras de madeira (linhas da matriz)estão ordenadas segundo o fenograma de distâncias para permitir melhor comparaçãoentre as suas diferentes 20 características (colunas da matriz) (continuação)

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Matriz dos dados originais em que as 70 amostras de madeira (linhas da matriz)estão ordenadas segundo o fenograma de distâncias para permitir melhor comparaçãoentre as suas diferentes 20 características (colunas da matriz) (continuação)

ANEXO 13

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DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Matriz dos dados originais em que as 70 amostras de madeira (linhas da matriz)estão ordenadas segundo o fenograma de distâncias para permitir melhor comparaçãoentre as suas diferentes 20 características (colunas da matriz) (continuação)

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ANEXO 14

Matriz dos dados originais em que as 87 amostras de madeira (linhas da matriz)estão ordenadas segundo o fenograma de distâncias para permitir melhor comparaçãoentre as suas diferentes 13 características (colunas da matriz)

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Matriz dos dados originais em que as 87 amostras de madeira (linhas da matriz)estão ordenadas segundo o fenograma de distâncias para permitir melhor compara-ção entre as suas diferentes 13 características (colunas da matriz) (continuação)

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ANEXO 15

Matriz dos dados originais em que as 54 amostras de madeira (linhas da matriz)estão ordenadas segundo o fenograma de distâncias para permitir melhor comparaçãoentre as suas diferentes 14 características (colunas da matriz)

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Matriz dos dados originais em que as 54 amostras de madeira (linhas da matriz)estão ordenadas segundo o fenograma de distâncias para permitir melhor comparaçãoentre as suas diferentes 14 características (colunas da matriz) (continuação)

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