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CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MARANHÃO: UMA PRIORIDADE FORA DO ORÇAMENTO São Luís - 2006

CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MARANHÃO: UMA

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CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MARANHÃO: UMAPRIORIDADE FORA DO ORÇAMENTO

São Luís - 2006

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Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Pe. Marcos Passerini

Conselho de Associados:Maria Ribeiro da Conceição - Presidente

Denise Maia Correia de Albuquerque - Secretária de FinançasPe. Luigi Fernando Codianni - Secretário Geral

CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MARANHÃO: UMA PRIORIDADE FORA DO ORÇAMENTO

Apoio: UNICEFFundo Estadual da Infância

Coordenação da Pesquisa:Nelma Pereira da SilvaMaria Ribeiro da Conceição

Consultoria Técnica da Pesquisa:Cândida da Costa - Doutora em Ciências Sociais

Pesquisadores e autores:Cândida da Costa - Doutora em Ciências SociaisValdeny Barros - Economista

Realização:Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do AdolescenteCentro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Pe. Marcos Passerini

Colaboradores:Salvador Jackson Nunes Fernandes - EconomistaCynthia Carvalho Martins - Mestra em Políticas PúblicasHelciane de Fátima Abreu Araújo - Mestra em Políticas PúblicasBernardo Felipe Leal - EconomistaEnivaldo Martins - Estudante

Marca Observatório Criança:Alberes de Siqueira Cavalcanti

Diagramação e arte:Raimundo Nonato Penha Soares

Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente / Centro de Defesa dos Direitos da Criança e doAdolescente Pe. Marcos Passerini.

Crianças eAdolescentes no Maranhão: uma prioridade fora do orçamento.São Luís: 2006.

v. 3: il –(Projeto Observatório Criança).

104 p. il

1. Políticas Públicas – Maranhão. 2. Criança eAdolescente. I. Titulo.

CDU 347.64

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Jean Marie Alfons Emerentia Van DammeLindalva Maria Sousa dos Santos

PASTORAL DA CRIANÇA

Nelma Pereira da SilvaMaria Ribeiro da Conceição

CENTRO DE DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PE. MARCOS PASSERINI - CDMP

Lissandra Nazaré RomaAssunção LeiteCláudio MarceloAraújoAmorim

AGÊNCIA DE NOTÍCIA DA INFÂNCIA - MATRACA

George Washington Castelo BrancoClaudia Rejane Fontes Melo

COMITÊ PARA DEMOCRATIZAÇÃO DA INFOMÁTICA - CDI

Raquel Pereira CristinaLetícia Pio de Carvalho

SOCIEDADE DO BEM-ESTAR FAMILIAR - BEMFAM

Natalia SoaresDolores Ferreira Mendes

COLETIVO DE MULHERES TRABALHADORAS RURAIS DO MARANHO

Ana Célia Miranda Fonseca ValinhasLoide Gomes da Silva Ferreira

CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL - CRESS

Eny de Jesus Maranhão Cardoso SáPauliana Melo Batista Figueiredo

ASSOCIAÇÃO DOS PAIS E AMIGOS DOS ESPECIAIS - APAE's

Lindomar Lopes RochaZeni Pinheiro

PASTORAL DA JUVENTUDE

ManoelAlves PereiraEliane Cantanhede Vera Cruz

OBRAS SOCIAIS DA DIOCESE DE IMPERATRIZ - OSDI

DADOS INSTITUCIONAIS

Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Maranhão - Gestão 2006/2007

Sociedade Civil

Poder Público

Diretoria

Titulares / Suplentes Instituições

Ana Flávia Melo e Vidigal SampaioAna Lourena Moniz Costa

DEFENSORIA PÚBLICA GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO

José Magno Moraes de SousaLuis Marcos Medeiros Carvalho

SECRETARIA DE ESTADO DE JUSTIÇA E CIDADANIA

Marcus Felipe KlamtAna ClaudiaAmorim

SECRETARIA EXTRAORDINÁRIA DE SOLIDARIEDADE HUMANA

AnaAmélia Silva BragaMaria da ConceiçãoAbreu

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

Elizabeth SantanaAlves deAlbuquerqueJosé Carlos Ribeiro

SECRETARIADE ESTADO DO ESPORTE

Cleonice Serra FróesHilzi Cristina Oliveira Fecury Ferreira

SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO,ORÇAMENTO E GESTÃO SEPLAN

Rosa Maria Castro CamposMarcos Wallace Silva Pereira

SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICASSP

Valda Maria Rodrigues de SausaRosangela Mendes Costa

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Rosângela Carvalho BertoldoRaimundo José CoelhoAbreu

SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTOSOCIAL - SEDES

Antonio Guedes de Paiva NetoDione Maria Pereira Baquil

FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DOADOLESCENTEFUNAC / MA

Titulares / Suplentes Instituições

Presidente - Lissandra Leite / Agência de Notícia da Infância MatracaVice Presidente - Manoel Alves Pereira / Obras Sociais da Diocese de ImperatrizSecretária Geral - Ana Flávia Melo e Vidigal Sampaio / Defensoria Pública Geral do Estado do Maranhão

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Às crianças e adolescentes, pelos seus direitos às políticas públicas, através da garantia orçamentária.

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Agradecimentos

Ao UNICEF pelo apoio técnico e financeiro ao projeto Observatório Criança.

À SEPLAN pela disponibilização dos dados sobre o orçamento público.

Ao Ministério Público, pelo acesso à sua biblioteca.

Ao Gabinete da dep. Helena Barros Heluy, pela disponibilização de seus dados, sobre o orçamento estadual.

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LISTA DE TABELAS

LISTA DE GRÁFICO

LISTA DE SIGLASS

APRESENTAÇÃO

PARTE IUM PRIMEIRO OLHAR SOBRE OS GASTOS SOCIAIS: a relação com os indicadores sociais

PARTE IIANÁLISE DOS GASTOS SOCIAIS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO ORÇAMENTOESTADUAL DO MARANHÃO DE 2000 A 2005

1. INTRODUÇÃO

2. O ORÇAMENTO PÚBLICO E A MENSURAÇÃO DO GASTO SOCIAL DESTINADO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE

2.1 Localizando as informações

3. CRESCIMENTO VERSUS DESENVOLVIMENTO: O CONTEXTO DO PLANEJAMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA NO MARANHÃO

3.1 Análise do PPA de 2000/20033.2 Análise do PPA de 2004/2007

4. ANÁLISE COMPARATIVA DOS GASTOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MARANHÃO 2000 A 2005

5. GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE A PARTIR DAS FUNÇÕES ORÇAMENTÁRIAS2000 A 2005

6. ANÁLISE DOS GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE EM EDUCAÇÃO 2000 A 2005

6.1 Gastos com criança e adolescente em educação 20006.2 Gastos com criança e adolescente em educação 2001 6.3 Gastos com criança e adolescente em educação 20026.4 Gastos com criança e adolescente em educação 20036.5 Gastos com criança e adolescente em educação 20046.6 Gastos com criança e adolescente em educação 2005

SUMÁRIO

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7. ANÁLISE DOS GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE EM SAÚDE 2000 A 2005

7.1 Gastos com criança e adolescente em saúde 20007.2 Gastos com criança e adolescente em saúde 20017.3 Gastos com criança e adolescente em saúde 20027.4 Gastos com criança e adolescente em saúde 20037.5 Gastos com criança e adolescente em saúde 20047.6 Gastos com criança e adolescente em saúde 2005

8. ANÁLISE DOS GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE EM ASSISTÊNCIA SOCIAL - 2000 A 2005

8.1 Gastos com criança e adolescente em assistência social 20008.2 Gastos com criança e adolescente em assistência social 20018.3 Gastos com criança e adolescente em assistência social 20028.4 Gastos com criança e adolescente em assistência social 20038.5 Gastos com criança e adolescente em assistência social 20048.6 Gastos com criança e adolescente em assistência social 2005

9. ANÁLISE DOS GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE NA FUNAC - 2000 A 2005

9.1 Gastos com criança e adolescente na FUNAC 20009.2 Gastos com criança e adolescente na FUNAC 20019.3 Gastos com criança e adolescente na FUNAC 20029.4 Gastos com criança e adolescente na FUNAC 20039.5 Gastos com criança e adolescente na FUNAC 20049.6 Gastos com criança e adolescente na FUNAC 2005

10. A EXECUÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDO ESTADUAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE FEDCA 2000 A 2005

11. SUGESTÕES PARA O CONTROLE SOCIAL E MONITORAMENTO DO ORÇAMENTOPÚBLICO

11.1 O papel dos Conselhos na elaboração e acompanhamento do orçamento para a criança e o adolescente

11.2 Abrindo as contas do governo

CONCLUSÃO

ANEXO - PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA DOS GASTOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTESPARA 2006

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LISTA DE TABELAS

Tabela I PARTICIPAÇÃO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO TOTAL DO ORÇAMENTO E NASEGURIDADE- 2002/2003

Tabela II PARTICIPAÇÃO DO FNAS NOS GASTOS DE ESTADOS E MUNICÍPIOS2002/2003

Tabela III PERCENTUAL DA DESPESAS POR FUNÇÃO 2000 A 2005

DESPESAS POR FUNÇÃO ESTADO DO MARANHÃO 2000 A 2005

Tabela IV EVOLUÇÃO NOMINAL DAS PRINCIPAIS FONTES DE RECEITAS 2000 A 2005Tabela V COMPARATIVO ENTRE DESPESA ORÇADA E REALIZADA 2000 a 2005Tabela VI DESPESA ORÇADA E REALIZADA POR ÓRGÃO EM RELAÇÃO AO TOTAL DO

ESTADO 2000 a 2005Tabela VII PERCENTUAL DA DESPESA REALIZADA SOBRE A DESPESA ORÇADA 2000 a

2005Tabela VIII DESPESA EVOLUÇÃO NOMINAL DO VALOR ORÇADO 2000 A 2005Tabela IX DESPESA EVOLUÇÃO NOMINAL DO VALOR REALIZADO 2000 A 2005Tabela X CRESCIMENTO NOMINAL DAS PRINCIPAIS FONTES DE RECEITA 2000 A 2005Tabela XI Tabela XII PERCENTUAL DA DESPESA POR FUNÇÃO 2000 a 2005Tabela XIII GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SEDUC 2000Tabela XIV GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / FUNDAÇÃO NICE LOBÃO 2000Tabela XV GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SEDUC 2001Tabela XVI GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / FUNDAÇÃO NICE LOBÃO 2001Tabela XVII GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SEDUC 2002Tabela XVIII GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / FUNDAÇÃO NICE LOBÃO 2002Tabela XIX GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SEDUC 2003Tabela XX GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / FUNDAÇÃO NICE LOBÃO 2003Tabela XXI GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SEDUC 2004Tabela XXII GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / FUNDAÇÃO NICE LOBÃO 2004Tabela XXIII GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SEDUC 2005Tabela XXIV GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / FUNDAÇÃO NICE LOBÃO 2005Tabela XXV GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SES 2000Tabela XXVI GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SES 2001Tabela XXVII GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SES 2002Tabela XXVIII GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SES 2003Tabela XXIX GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SES 2004Tabela XXX GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SES 2005Tabela XXXI GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SEDES 2000Tabela XXXII GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SEDES 2001Tabela XXXIII GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SEDES 2002Tabela XXXIV GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SEDES 2003Tabela XXXV GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SEDES 2004Tabela XXXVI GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE / SEDES 2005Tabela XXXVII FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 2000Tabela XXXVIII FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 2001Tabela XXXIX FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 2002Tabela XL FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 2003Tabela XLI FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 2004Tabela XLII FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 2005Tabela XLIII FEDCA 2000 A 2005

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico I PARTICIPAÇÃO DOS ENTES NOS GASTOS COM ASSISTÊNCIA SOCIAL - 2002Gráfico II PARTICIPAÇÃO DOS ENTES NOS GASTOS COM ASSISTÊNCIA SOCIAL - 2003Gráfico III GASTOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES - EVOLUÇÃO DA DESPESA

ORÇADA E REALIZADA NO TOTAL NO ESTADOGráfico IV SEDESGráfico V FUNDO DE SAÚDEGráfico VI SEDUCGráfico VII FUNACGráfico VIII ASSCOMGráfico VIX AMORTIZAÇÃO DA DIVIDAGráfico X GASTOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES – PERCENTUAL DE

REALIZAÇÃOGráfico XI COMPARATIVO DA DESPESA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM

OUTRAS FUNÇOESGráfico XII DESPESA POR FUNÇAO – ORÇAMENTO 2000Gráfico XIII COMPARATIVO DE GASTOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM

OUTRAS FUNÇÕES (%)Gráfico XIV DESPESAS POR FUNÇÃO – ORÇAMENTO 2005Gráfico XV EVOLUÇÃO DO FEDCAGráfico XVI EVOLUÇÃO DO FEDCA COMPARATIVAMENTE COM RECEITAS E ORÇAMENTO

DO GOVERNO

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ASSCOM - Assessoria de Comunicação

CeA - Criança e Adolescente

CEDCA - Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente

ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente

FEDCA - Funda Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente

FPE - Fundo de Participação dos Estados

FNAS - Fundo Nacional de Assistência Social

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias

LOA - Lei orçamentária Anual

OCA - Orçamento Criança e Adolescente

PPA - Plano Plurianual

RREO - Relatório Resumido da Execução Orçamentária

SEDES - Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social

SEDUC - Secretaria de Estado da Educação

SEPLAN - Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão

SES - Secretaria de Estado da Saúde

SIAFEM - Sistema de Administração Financeira para Estados e Municípios

SISPCA - Sistema Informatizado de Planejamento, Coordenação e Avaliação

MDS - Ministério do Desenvolvimento Social

MSE - Medidas Sócio-Educativas

LISTA DE SIGLAS

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“Uma prioridade fora do orçamento” é o terceiro volume do Observatório Criança. Éuma obra pioneira no Estado do Maranhão, voltada para o controle do orçamento naspolíticas infanto-juvenis.

Executar este trabalho foi um grande desafio: primeiro, pela falta de familiaridadecom o assunto; segundo, pela não disponibilização, de forma transparente, dos dadosorçamentários e de sua execução à população - apesar de ser um direito constitucional oacesso aos mesmos.

Mergulhar nesta pesquisa foi um grande aprendizado.Aos poucos os contornos doorçamento e gastos com crianças e adolescentes foram aparecendo, demonstrando oespelho das políticas públicas para o segmento da infância e adolescência: umaprioridade verdadeiramente fora do orçamento.

Saúde, educação, assistência social, habitação, esporte, cultura e lazer,profissionalização e dignidade são direitos assegurados com prioridade absoluta peloEstatuto da Criança e do Adolescente. Contudo, sua efetivação depende da sua inclusãono orçamento público, nas três esferas de governo: federal, estadual e municipal – o quenão tem ocorrido, após 15 anos da promulgação desta lei federal.

Nesta publicação, priorizou-se a análise das políticas de saúde, educação eassistência social nos anos de 1998 a 2005. Foram 08 anos onde se constatou um relativocrescimento e adequação do orçamento a esta garantia constitucional, mas de formainsuficiente para reduzir significativamente os trágicos indicadores sociais de um dosestados mais pobres da federação, situação esta, afetada pela falta de compromisso eresponsabilidade dos gestores públicos.

Ficam aqui os dados, os gráficos, as análises e proposições para uma política maisdemocrática e voltada para a melhoria da qualidade de vida do povo maranhense, naperspectiva de que as crianças e adolescentes possam ser de fato prioridade absoluta,neste Estado Democrático de Direitos, cumprindo realmente com a primazia do Estatutoda Criança e do Adolescente e dos princípios internacionais dos direitos humanos destesegmento social.

APRESENTAÇÃO

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PARTE I

UM PRIMEIRO OLHAR SOBRE OS GASTOS SOCIAIS: a relação com os indicadores sociais

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UM PRIMEIRO OLHAR SOBRE OS GASTOS SOCIAIS: a relação com os indicadores sociais

1Cândida da Costa

O direito a uma vida digna está sendo frontalmente desrespeitado quando nos deparamoscom o crescente nível de miséria que assola as famílias maranhenses, já que 63,4% dosmaranhenses estavam na linha de indigência/miséria (ganhando R$ 79,00/mês) em 1999. Em2000, este percentual aumenta, chegando a 68,42% dos maranhenses como integrantes do Mapada Fome no Brasil. Enquanto nos demais estados brasileiros, há uma redução nos índices de

2indigência , o Maranhão apresenta tendência inversa.

É inegável a relevância de conhecermos com exatidão o montante de recursosdisponíveis e aquele efetivamente gasto em áreas sociais, englobando os diversos contextospolítico, social e econômico. Ao conhecermos a dimensão do gasto social, conhecemos não sóo dispêndio de recursos orçamentários e financeiros entre os diversos setores de atuaçãogovernamental, ma mensurar a importância dada a cada área social e indicar adireção da ação estatal, bem como os ajustes realizados por dentro do conjunto da políticasocial, quando detalhada por áreas.

Detendo-nos sobre os dados apontados acerca dos gastos sociais efetuados pelo governoestadual em 2003, “as despesas com saúde, educação e assistência social, respondem por33,47%” (BARROS, 2006). Interessante registrar que os encargos com a dívida atingem, em 2004,24,80% . Entretanto, em 2002, 74,2% de crianças e adolescentes na faixa etária entre 0 a 17 anosestavam inseridos em famílias com renda per capita de até meio salário-mínimo, experimentandocrescente situação de indigência..

Não é de se estranhar, portanto, que pesquisa do IBGE (2004) sobre insegurançaalimentar, tenha relacionado o Maranhão como o estado mais afetado pela fome. Enquanto asegurança alimentar consiste no direito ao acesso regular e permanente de alimentos dequalidade, em quantidade suficiente, sem comprometer outras necessidades essenciais, ainsegurança alimentar está dividida em diferentes níveis: o leve inclui a preocupação com apossível falta de comida; o moderado representa perda da qualidade da alimentação e algumarestrição na quantidade de alimentos; o grave evidencia a fome.

A extrema concentração de renda no Maranhão e a imensa dívida social acumuladahistoricamente conferem centralidade ao debate acerca do enfrentamento dos problemaseconômicos e sociais presentes no Estado. Este debate necessariamente se articula, por um lado,às causas da distribuição desigual de renda e, de outro, à forma de condução e aos resultadosobtidos no terreno das políticas públicas.

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_________________________1Doutora em Ciências Sociais e Professora do Departamento de Serviço Social da UFMA. Consultora do Observatório Criança.2Define-se como indigentes aqueles cuja renda familiar per capita é inferior ao valor necessário para atender tão somente àsnecessidades básicas de alimentação. U

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Mais da metade (52%) das pessoas afetadas pela fome em seu domicílio vivia noNordeste, que concentrava 7,24 milhões de pessoas com insegurança alimentar grave. OMaranhão é o Estado com maior percentual de lares nos quais as pessoas passam fome, atingindo18% das famílias.

Enquanto a sociedade clama pela priorização à garantia do atendimento das necessidadesbásicas de todos os cidadãos, o que significa eliminar a pobreza absoluta, as iniciativas dogoverno estadual parecem ir em direção contrária, não obstante a tônica do discurso oficial emaumentar o IDH - Índice de Desenvolvimento Humano da população maranhense.

No que tange aos gastos com educação em 2000, cabe ressaltar o grande investimentofeito na Fundação Nice Lobão, cujo montante maior dos gastos foi para sua própria manutenção.Ressalte-se que o foco da Secretaria Estadual de Educação - SEDUC não envolveu ampliaçãodos programas educacionais nem manutenção dos espaços de desportos e lazer/promoção eapoio a essas atividades, que não chegaram a 30% de execução. Em 2001, cabe ressaltar que nãohouve nenhum investimento, por parte da SEDUC, em capacitação de recursos humanos doensino fundamental nem daqueles envolvidos em ensino profissionalizante. A diferença em 2002,é que os primeiros tiveram 1% de recursos executados para sua capacitação ao passo que ossegundos ficaram na mesma situação, sem nenhum investimento. Tampouco houve investimentoem capacitação de recursos humanos do ensino médio. Destaque-se, ainda, a redução de 15%de recursos nos programas de educação, atingindo desenvolvimento e manutenção dos ensinosfundamental e médio.

Nesse período, vale destacar que o Maranhão possuía 5,5% de crianças e adolescentesfora da escola, na faixa etária entre 07 a 14 anos, ocupando o 4º lugar dos estados brasileiros quemais tem alunos fora da escola. Na região Nordeste esta colocação sobe para o segundo lugar,perdendo apenas para o Estado de Alagoas (5,7%). As taxas de distorção idade/série seapresentam altas em todos os níveis de ensino das escolas municipais e estaduais. Os índicesencontrados nos anos consecutivos são: 53,7% em 2000, 51% em 2001, 47,8% em 2002 noensino fundamental da rede estadual. Para o Ensino Médio, a taxa é de 73% em 2000; 79% em 2001 e 76,4% em 2002 (HORA, 2004, in Observatório Criança). Completando esse quadro crítico,os índices do Sistema de Avaliação da Educação Básica do MEC - SAEB revelaram que os alunosmaranhenses estão em estágio crítico ou muito crítico em disciplinas básicas, como Português eMatemática, o que evidencia que a ampliação do acesso à escola não tem sido acompanhado dequalidade, fazendo com que o Maranhão em 2001, ficasse em 2º lugar entre os estadosnordestinos com alunos em estágio muito crítico em Língua Portuguesa e o pior lugar emMatemática, na 8ª série do ensino fundamental.

Em 2004, apesar da vulnerabilidade social crescente que assolava os maranhenses,situação reconhecida pelo próprio governador do estado, José Reinaldo Tavares, o qual assumiuem seu discurso que “O Maranhão é, hoje, o Estado da federação com 70% da população abaixoda linha de pobreza, com um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano IDH, e o últimocolocado em renda per capta do País”, os investimentos sociais do governo para os setores maisvulnerabilizados são sofríveis: nenhum investimento nas áreas quilombolas, foram executadosapenas 4% do previsto nos assentamentos rurais, somente 27% para os indígenas e 3% parapessoas com deficiência. Quanto a iniciativas que poderiam melhorar a qualidade da educação,como melhoria e desenvolvimento da escola, foram reservados apenas 8%; para a expansão dasescolas, 14%; para a saúde na escola, 16%, e para educação física, 14%. Quanto à inserção dealunos em atividades de geração de emprego e renda, não foi executado nenhum percentual do

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que estava orçado. Esta situação se repete em 2005 para a educação no campo, com apenas1,83% de recursos executados, 1,34% para construção de centro de atendimento para pessoascom deficiência. Há maior investimento na educação indígena (executando 81,71%), mas nenhuminvestimento em ações educacionais nas áreas quilombolas.

Quanto aos gastos com saúde em 2000, é importante notar os parcos investimentos ou atotal falta de investimento nas unidades de saúde dos interiores e os pífios gastos com a proteçãoda saúde da mulher, da criança e do adolescente (apenas 10,32% do valor orçado). No ano de2001, a mortalidade atingiu principalmente as crianças menores de um ano, com 10,8%, seguidosdos que se encontravam entre um a nove anos, com 3,9%; dos que se encontravam entre 10 a 19anos, com 3,8% e dos que estavam acima de 20 anos, com 12,7%. No período de 2000 a 2001foram cadastradas nas Unidades de Saúde do Estado, 9.063 gestantes com idade inferior a 20anos (SILVA, 2004, in Observatório Criança).

Os baixos investimentos persistem em 2004, com a execução de apenas 12% dosrecursos orçados para proteção e recuperação da saúde da mulher e do idoso, 0% no programasaúde da família e controle antidrogas, com apenas 8%.

Quanto aos gastos relacionados à assistência social, em 2000 tiveram execução deapenas 43,12%. Uma das ações com maior percentual de execução foi o Programa deErradicação do Trabalho Infantil: 222,04% em 2000; 794% em 2001; 626% em 2002; 282% em2003; 224% em 2004. Não obstante os gastos, cujos recursos advém da União, em 2001, oMaranhão possuía 417.291 crianças e adolescentes trabalhando no universo de 1.877.076 depessoas na faixa etária de 5 a 17 anos, correspondendo a 22,23%. Esta situação localiza oMaranhão em primeiro lugar em ocorrência de trabalho infanto - adolescente.

Na área rural, o universo de crianças e adolescentes entre os trabalhadores é de 62,77%,enquanto na área urbana é de 37,23%. A jornada de trabalho é de até 20 horas semanais para43,35% das crianças e adolescentes, de 21 a 39 horas a porcentagem cai para 29% e acima de 40horas atinge 25% das crianças e adolescentes.

Quanto às populações vulneráveis, como indígenas, idosos, quilombolas e pessoas comdeficiência, os gastos são ínfimos ou inexistentes. Senão, vejamos: nenhum recurso em 2000,2001, 2002 e 2003. Não foi executado nenhum recurso, em 2004, para proteção e promoção dascomunidades quilombolas, para proteção e promoção social da mulher. Para a proteção epromoção social da pessoa idosa, foi executado 32%, para a pessoa com deficiência, apenas 2%.Para atendimento à juventude, foram executados tão somente 1% e nenhum recurso para a açãoJovem Vida.

No que concerne ao controle social, ressaltamos a baixa liberação dos recursos para oConselho Estadual da Criança e doAdolescente CEDCA(34,62%), nenhum recurso para geraçãode emprego e renda (situação que se repete em 2001 e 2002); somente em 2004, serãoexecutados 40% dos recursos destinados para essa ação. Apenas em 2002, registramos umaexecução acima do orçado para o CEDCA (130%), retornando ao patamar anterior em 2003, com36% de execução e alcançando, 53% em 2004. Em 2005, excepcionalmente, ocorreu umaexecução de 99,93% para o CEDCA(R$ 39.970,00).

Em 2004 não foi destinado nenhum recurso para o Conselho Estadual da Mulher, apenas36% para o Conselho deAssistência Social, 26% para o Conselho Estadual do Idoso e 30% para oConselho Estadual do Trabalho. Frente a esse baixo investimento, os Conselhos enfrentammuitas limitações para exercer o seu papel de propositores e fiscalizadores das políticas públicas.

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Este elemento evidencia que o modelo de gestão adotado pelo governo estadual não prioriza aparticipação efetiva da sociedade, não cumpre o papel de elaborador, fomentador e executor depolíticas públicas que enfrentem o cenário social devastador que assola o Estado, seu projeto dedesenvolvimento social e econômico não privilegia o desenvolvimento sustentável nem rompeucom os elementos estruturais que condenam a população do Maranhão a viver sem emprego, semrenda, sem moradia, sem terra, sem dignidade.

Quanto aos gastos com a FUNAC, apenas nos anos de 2001 e 2002, a execução atinge 100% ou acima de 100%. Em 2000, atinge 85,32%; em 2003, 79,46%; em 2004 78%. Valeressaltar que a reforma dos prédios para atender às normativas do Estatuto da Criança e doAdolescente não foi sequer iniciada. Destaca-se a falta de prioridade para medidas sócioeducativas em meio aberto e as debilidades no atendimento do adolescente em conflito com a lei,para o qual foi destinado apenas 3%. É importante lembrar que, os adolescentes denominados

3infratores vêm de vários municípios . No caso de Imperatriz, a FUNAC atende também algunscasos dos municípios que ficam próximos, como é o caso deAçailândia e João Lisboa.

Podemos inferir que o Sistema sócio-educativo em funcionamento do Maranhão não temconseguido atender às diretrizes do ECA e da Resolução 005/98, do CEDCA/MA, o que colocacomo urgente a necessidade de ser dotado das condições necessárias para o funcionamento,sendo uma das prioridades para investimento governamental.

Ressalte-se, ainda, que crianças e adolescentes compõem quase a metade da populaçãodo Estado mas, apesar disso, os programas específicos para esse setor são poucos e sem açõesconjuntas com outros programas assistenciais.

Percebe-se que o número de denúncias relativas a agressões físicas, negligência, fuga de crianças com vivência de rua apresenta índices crescentes. Foram registrados 6.054 casos,dos quais a modalidade espancamento/maus tratos/agressão física, com 2.196, corresponde a36% das ocorrências de violência. Em seguida, a modalidade negligência aparece com 1.027ocorrências, equivalendo a 16%. A ocorrência e a persistência de violência contra crianças eadolescentes indicam uma cultura autoritária, que impõe um padrão de relação que desrespeita osdireitos preconizados na doutrina de proteção integral.

Nos últimos 04 anos, foram aplicadas 2.353 medidas sócio-educativas aos adolescentes maranhenses, tendo sido atendidos nas modalidades de internação 1.404 sendo, 587 eminternação e 817 em internação provisória. Em liberdade assistida, foram 796; em semiliberdadesão 104 e prestação de serviços à comunidade, 49 adolescentes.

As causas das debilidades apresentadas na aplicação e execução das medidas sócio-educativas residem principalmente na ausência de investimentos na área estadual. Embora oorçamento estadual previsse os recursos para atendimento das necessidades das Unidades, estaárea tem sido penalizada com cortes orçamentários e contingenciamentos pelo governo estadual.A não liberação de recursos impediu a realização de reformas nas Unidades de Atendimento,deixando-as sem condições para um atendimento adequado aos adolescentes. A falta deinvestimentos também dificultou a qualificação de recursos humanos e aquisição de

_________________________3Cumpriram medida de internação em São Luis adolescentes oriundos de Imperatriz, Timo, Codó, São João dos Patos, Caxias, Balsas,S. José de Ribamar, São Domingos, Itapecuru, Pinheiro, Bacabeira, Viana, Bacabal, Vitorino Freire, Paço do Lumiar, Porto Fraco,Anajatuba, Mirador, S. Bento, Pres. Dutra, D. Pedro, Matões, Paraibano, S. Mateus, vitória do Mearim, Coelho Neto, João Lisboa, BuritiBravo e outros municípios de outro Estado, como por exemplo:Araguaína e Paraíso do Tocantins.

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Gráfico I: Participação dos entes nos gastoscom assistência social - 2002

Gráfico II: Participação dos entes nosgastos com assistência social - 2003

Nota-se que os gastos com a assistência social têm pequena participação nos gastos coma seguridade social, oscilando entre 3,70% e 4,13% (União); 5% nos Estados e 10% nosmunicípios, tomando como referência os anos de 2002 e 2003. O percentual nos gastos totaischega próximo a 1% na União, 1% nos estados e 3% nos municípios.

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equipamentos, a conclusão de reformas iniciadas, não propiciando as condições necessárias parao adequado atendimento das MSE.

Analisando os gastos sociais no Brasil, Pochmann conclui que “ainda que nos últimos cincoanos, o comportamento real e per capita do gasto social tenha mantido relativa estabilidade, deve-se considerar a sua contribuição tanto na geração de quase 34% dos postos de trabalho urbanoscomo na redução do Índice de Gini” (42% da queda de 6,5% entre 1995 a 2004).

Os efeitos do gasto social não são ainda maiores porque há uma restrição importante quederiva do pagamento dos encargos da dívida pública, equivalente, em 2003, a 72% de todo ovolume de recursos comprometidos com a área de educação, saúde e assistência social dogoverno estadual. Além de improdutivas, as despesas financeiras deprimem a geração doemprego e contribuem para a maior transferência de renda aos segmentos mais ricos dapopulação.

Tomando como exemplo a assistência social, a União responde pela maior parcela dogasto social do País: 49% e 58% dos gastos sociais foram realizados por esta esfera, ao longo doperíodo 2002/2003. Os Estados e Município foram responsáveis apenas por 31% e 20% em 2002,e 18% e 29%, em 2003, dessas despesas.

Fonte: MDS Fonte: MDSU

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Municípios31%

Municípios29%

Estado20%

União49%

União53%

Estado18%

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Porém, existe uma tendência de aumento da participação das esferas descentralizadas deGoverno no conjunto dos gastos sociais. Estes dados desmistificam a idéia de que nos Estados eMunicípios existe maior inversão relativa em gastos sociais. Este fenômeno pode ocorrerisoladamente em algumas áreas, como é o caso da Educação e da Saúde, mas não se verifica noconjunto das políticas sociais. É de notar, ainda, que nas três esferas administrativas (União,Estados e Municípios), a participação do gasto social no conjunto das despesas teria sido bemmaior, se não fosse o grande crescimento do custo da administração e dos encargos relacionadosà dívida pública.

Percebe-se como os recursos comprometidos com o pagamento da dívida públicaterminam sendo improdutivos do ponto de vista da geração dos postos de trabalho (POCHMANN,2005). Exemplificando: a cada 100 postos de trabalhos abertos atualmente no setor urbano, 34dependem diretamente do gasto social, enquanto na metade da década de 1990 eram somente 18em cada 100 novas vagas geradas. Sem a elevação do gasto social, a taxa de desemprego de9,03% (8,2 milhões de desempregados) registrada em 2004 (IBGE-PNAD), poderia ter alcançadoa 11,4% (10,4 milhões de desempregados) da população economicamente ativa. Ou seja, 2,2milhões de desempregados a mais no país.

Em 1992, a taxa de desemprego no Maranhão era de 3,1%; em 2002, já chegava aos5,4%, o que diferencia do balanço do IPEA (2003), que mensurou a taxa de desemprego em 4%,aparentemente, menor do que a do Brasil e a do nordeste. Pelo corte étnico/racial foi percebido queo desemprego atinge mais a população negra do que a branca.

Entretanto, a utilização da categoria ocupação no lugar da categoria emprego, que supõeum vinculo formal de trabalho, coloca em questão a qualidade do emprego, o qual figura integradoao mercado informal de trabalho, vez que apenas 15% dos trabalhadores tem carteira assinada.

Imersos em um mercado de trabalho precário, com baixa remuneração ou mergulhadosna informalidade, os trabalhadores maranhenses necessitam de políticas de geração de empregoe renda e de serviços públicos de qualidade.Os gastos sociais: que prioridade?

Note-se, porém, que os repasses do Fundo Nacional de Assistência Social colabora com quase 1/3 dos recursos para a assistência social nos municípios e estados:

Tabela I: Participação da assistência social no total do orçamento e na seguridade-2002/2003

Tabela II: Participação do FNAS nos gastosde estados e municípios 2002/2003

Fonte: MDS Fonte: MDS

Participação daassistência

no totalna

seguridade

2002 0,97% 3,70%União

2003 0,96% 4,13%

2002 1,01% 5,50%Estados

2003 1,02% 5,38%

2002 3,04% 10,86%Municípios

2003 3,12% 10,81%

Participação do FNAS nos Gastosde Estados e Municípios

2002 2003

Municípios 33% 26%

Estados 31% 37%

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FUNÇÃO2000 2001 2002 2003 2004 2005

LEGISLATIVA 2,90% 2,49% 2,77% 2,59% 4,36% 4,66%JUDICIÁRIA 2,84% 2,84% 3,14% 3,31% 6,02% 4,79%ESSENCIAL À JUSTIÇA 1,69% 1,53% 1,60% 1,89% 2,91% 3,01%ADMINISTRAÇÃO 25,28% 16,55% 6,22% 6,62% 7,02% 5,78%SEGURANÇA PÚBLICA 0,29% 0,60% 6,68% 7,80% 8,83% 8,33%ASSISTÊNCIA SOCIAL 0,84% 0,70% 0,78% 0,75% 0,63% 0,49%PREVIDÊNCIA SOCIAL 12,06% 11,49% 11,47% 12,69% 16,95% 16,40%SAÚDE 3,16% 3,63% 6,79% 7,02% 5,50% 8,70%TRABALHO 0,39% 0,72% 0,32% 0,22% 0,06% 0,11%EDUCAÇÃO 13,25% 22,78% 23,91% 25,70% 17,17% 17,68%CULTURA 0,37% 0,67% 0,72% 0,93% 0,77% 0,69%DIREITO DA CIDADANIA 0,21% 0,27% 0,26% 0,29% 0,71% 0,71%URBANISMO 1,61% 3,28% 1,93% 1,35% 0,41% 1,04%HABITAÇÃO 0,47% 0,34% 0,17% 0,21% 0,09% 0,15%SANEAMENTO 2,28% 4,15% 5,77% 2,98% 1,37% 0,45%GESTÃO AMBIENTAL 0,02% 0,06% 0,01% 0,07% 0,08% 0,09%CIÊNCIA E TECNOLOGIA 0,11% 0,83% 0,23% 0,55% 0,20% 0,29%AGRICULTURA 0,49% 0,17% 0,71% 0,86% 0,51% 0,58%ORGANIZAÇÃO AGRÁRIA 0,10% 0,13% 0,12% 0,09% 0,08% 0,10%INDÚSTRIA 0,13% 0,12% 0,04% 0,05% 0,10% 0,08%COMÉRCIO E SERVIÇOS 1,80% 0,89% 0,33% 0,44% 0,22% 0,14%COMUNICAÇÕES 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%ENERGIA 0,63% 0,14% 0,90% 0,27% 0,18% 0,00%TRANSPORTE 4,94% 6,24% 4,44% 2,25% 0,88% 1,26%DESPORTO E LAZER 0,02% 0,05% 0,08% 0,17% 0,14% 0,17%ENCARGOS ESPECIAIS 24,12% 19,32% 20,61% 20,89% 24,80% 24,30%TOTAL 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

Tabela III: 2000 a 2005PERCENTUAL DA DESPESA POR FUNÇÃO

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Fonte: BARROS, 2006 (Anos 2000, 2001 e 2002.SEPLAN – Maranhão em dados 2003 / Anos de 2003, 2004 e 2005: MF/STN/COREM)

A área de educação observa um ligeiro aumento dos gastos em 2001, 2002 e 2003(22,78%, 23,91%, 25,70%, respectivamente), voltando a cair em 2004 e 2005 (16,20% e 18,57%).O aumento de gastos com saúde é o diferencial na tendência geral de redução dos gastos sociais:passa de 3,16% em 2001 para 11,24% em 2005.

Olhando atentamente estes gastos, percebemos que eles têm muito a nos dizer, revelandoa lógica da política implementada no Maranhão. Os baixíssimos investimentos na área deassistência social junto a um universo de pobres de 68,42% é uma declaração de que a proteçãosocial dos maranhenses em situação de vulnerabilidade social está longe de ser prioridade.

A tabela a seguir expõe os gastos por função e demonstra o crescimento dos gastos nasáreas legislativa e judiciária nos anos de 2004 e 2005, redução dos gastos com administração,redução nos gastos com assistência social (cai de 0,84 para 0,52%), ínfimos gastos com otrabalho (0,08% em 2004 e 0,10% em 2005), redução dos gastos com saneamento (que cai para0,50% em 2005), redução dos gastos com agricultura (que passa 0,86% em 2003 para 0,49% em2004 e 0,61% em 2005), gastos irrisórios com a organização agrária (oscilando entre 0,10% e0,11% no período de 2000 a 2005). Há um aumento de gastos na área de segurança pública apartir de 2002 que se mantém até 2005. Ao mesmo tempo, o pagamento de encargos sociaisresponde por mais de 20% em cada ano.

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O aumento dos gastos com as funções judiciárias e de segurança pública revelam que o foco dasações de governo é a correção em detrimento da prevenção. Percebe-se essa mesma tendência,avessa à prevenção, nos gastos com saneamento que, em 2005, representam tão somente 0,52%do orçamento bem como em relação à função direito de cidadania, que corresponde a 0,62% doorçamento geral do Estado. Ao mesmo tempo, são destinados entre 24,12% a 24,30% dosrecursos para encargos especiais com a dívida pública. Com esta opção, o governo não conseguefazer investimentos no Estado que gerem emprego e renda nem tampouco amplia o nível decobertura das políticas sociais.

Um bom exemplo da ineficiência deste governo pode ser visto no relatório do IBGEdivulgado neste ano, com bases na PNAD 2004. A expectativa de vida no Brasil passou de 67,7anos, em 1991, para 71,7 anos em 2004, sendo que no Maranhão ela aumentou de 54,5 em1980, para 62,6 anos em 2004.

Ataxa de mortalidade infantil no Maranhão foi de 43,6%, acima da nordestina, de 39,5%,e da brasileira, 26,6. Enquanto isso, o governo investe 9,24% na área de saúde e 23,18% em encargos especiais.

No mercado de trabalho, a taxa de desocupação no Maranhão, 6,7%, ficou abaixo dataxa brasileira, 8,9%. Em compensação, o percentual de empregados com carteira assinada éde 10,8% no Estado, enquanto no Brasil é de 30,4%.

O Maranhão paga a segunda pior remuneração do Brasil a quem tem nível de instruçãomais baixo e é o Estado onde as mulheres que trabalham também dedicam mais tempo àstarefas domésticas, a chamada dupla jornada.

Em relação ao rendimento por hora da população com até quatro anos de estudo, o valorpago no Maranhão, R$ 1,30, só é superior ao do vizinho Estado do Piauí, R$ 1,20. Estaproblemática não tem sido atacada pelo governo estadual, o qual investiu entre 0,32% e 0,10%,entre 2002 e 2005 na área do trabalho, a partir de recursos do governo federal que foramdescentralizados para a gestão estatal. Vale destacar, ainda, que os investimentos naagricultura não chegam a 1% em todos os anos listados, embora quase a metade da populaçãomaranhense viva no meio rural.

Que modelo de desenvolvimento é este e quais os seus focos? No caso específico doMaranhão, é de se notar que o Plano Plurianual 2003-2007, do governo estadual, define quatromacroeixos econômicos (agronegócio, minerometalurgia, turismo e construção civil) para omodelo de desenvolvimento no Estado do Maranhão. Estes macroeixos têm condições de se articular com uma proposta de desenvolvimento sustentável? Podem ampliar os mínimossociais e ampliar a cobertura das políticas? Responde aos interesses da maioria dosmaranhenses?

A julgar pela persistência dos baixos indicadores sociais no Estado do Maranhão, é urgentea necessidade de redirecionar os gastos na área social e as prioridades de investimento.

Fica patente que, no caso do Maranhão, a inversão de prioridades no gasto social poderiaafetar beneficamente 68,42% da população abaixo da linha de pobreza, afetando positivamente ascrianças e adolescentes que fazem parte dessas famílias.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BARROS, Valdeny. Análise dos gastos sociais com crianças e adolescentes no orçamentoestadual do Maranhão de 200 a 2005. São Luís, 2005 (Relatório de Pesquisa).

COSTA, Cândida da. Indicadores da política de assistência. In: Observatório Criança , vol. 1. SãoLuís: CEDCA/MA: CDMP, 2004.

HORA, Licia Cristina Araújo da. Indicadores da política de educação. In: Observatório Criança ,vol. 1. São Luís: CEDCA/MA: CDMP, 2004.

LEMOS, Francisco. Indicadores de aplicação de medidas socioeducativas. In: ObservatórioCriança , vol. 1. São Luís: CEDCA/MA: CDMP, 2004.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL.Gastos com assistência social no Brasil.Disponível em htpp://www.mds.gov.br/conselhos/down_cnas/15_reuniao_descentralizada_ampliada/15_7_apresentacao_gastos_assistencia_social_2002_2003.

POCHMANN, Marcio. Gasto social e seus efeitos recentes no nível de emprego e na desigualdadeda renda do trabalho no Brasil. Disponível em: http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/art-pochmann060321.pdf.Acessado em: fevereiro de 2006.

SILVA, Selma Maria Marques Muniz. Indicadores da política de saúde. In: Observatório Criança ,vol. 1. São Luís: CEDCA/MA: CDMP, 2004.

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PARTE II

ANÁLISE DOS GASTOS SOCIAIS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO ORÇAMENTO ESTADUAL DO

MARANHÃO DE 2000 A 2005

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_________________________4Economista e Pesquisador do “Observatório Criança”.5Constituição Federal. Coletânea de Legislação Administrativa. Orgs. Odete Medauar e Maurício Antônio Ribeiro Lopes. Ed. Revista dos Tribunais. São Paulo em 11/01/2001.6 Lei 8069/90 CEDCA/MA Edição comemorativa dos 10 anos do ECA.

ANÁLISE DOS GASTOS SOCIAIS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTESNO ORÇAMENTO ESTADUAL DO MARANHÃO DE 2000 A 2005

1- INTRODUÇÃO

4Valdeny Barros

Passados 15 anos da aprovação do ECAmuito se fez pela garantia dos direitos de criançase adolescentes. No entanto, fica evidente a partir dos indicadores sociais, que muito mais sepoderia ter feito, não fosse a falta de prioridade nos gastos sociais voltados à infância e juventude.

Nesse contexto, o presente estudo busca demonstrar o grau de priorização dado aosegmento criança e adolescente no âmbito do orçamento público do Estado do Maranhão nosúltimos 06 anos.

Está implícita, portanto, como objetivo secundário deste trabalho, a avaliação degovernantes, ou gestores públicos, que, ao representarem os aparelhos de Estado, estãoobrigados, perante as normas legais, como a Lei 8.069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente -ECA, e outras que regulamentam o orçamento público, a atenderem as demandas da sociedade.

A democratização do Estado brasileiro logrou para a sociedade civil organizada uma sériede desafios, entre os quais o da construção de políticas públicas universais, descentralizadas eparticipativas.

O Estatuto da Criança e do Adolescente é fruto deste momento de redemocratização do País, sendo, portanto, o resultado de muitos esforços para dotar a sociedade de mecanismos deproteção, promoção e defesa de crianças e adolescentes no Brasil. Um dos marcos fundamentaispara que se construísse o ECA foi a aprovação do artigo 227 da Constituição Federal,assegurando ali o dever do Estado, da sociedade e da família em prover o segmento infanto-juvenil

5das condições básicas para o seu desenvolvimento sadio .

São vários artigos no ECA que definem a criação de políticas públicas que privilegiem ainfância e a adolescência. É o caso do artigo 4º, nas suas alíneas c e d, que fixam as prioridadesem relação aos orçamentos e políticas públicas:

“c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à6

infância e à juventude .”

O artigo 7º, que abre o capítulo do direito à vida e à saúde, reforça o acima exposto, aoafirmar que a efetivação da vida e da saúde se dá com a criação e manutenção de políticaspúblicas. Continua no artigo 23, prevendo programas governamentais de auxílio aos pais,garantindo-lhes condições de exercício do pátrio poder. Já o artigo 34, prevê outras formas deintervenção do Estado, através de incentivos fiscais e subsídios, para assegurar a proteção à

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criança. Em relação à questão da educação, por exemplo, é obrigatória a manutenção daeducação pública, conforme explícito nos artigos 53 e 54.

O trabalho ora apresentado, diante desta obrigação legal, vem demonstrar a dificuldade dese verificar o montante do gasto social presente no emaranhado contábil do orçamento públicotradicional, isto no item II. O item III tem como finalidade contextualizar, em termos deplanejamento, a definição dos gastos sociais com infância e juventude. Já a evolução das receitase das despesas é demonstrada no item IV. Também neste capítulo são comparados os gastos comcriança e adolescente com outros gastos, tais como comunicação e dívida pública, fazendo umasérie de demonstrações do que se orçou e se executou efetivamente.

No item V, são demonstrados os gastos com as funções orçamentárias, procurando fazerum paralelo entre as funções educação, saúde e assistência social, com as demais funçõesvinculadas a atividades não prioritárias, como encargos com dívida e a administração. Os itens deVI a X, trazem os programas, atividades e ações voltadas para a área de criança e adolescente,formatadas a partir dos gastos com este segmento.

O controle social é tratado no último item, onde se lista os principais instrumentos decontrole do gasto público no âmbito do Estado do Maranhão e os desafios que a sociedade civilenfrenta no sentido de efetivar este controle, donde este estudo se propõe a ser uma ferramenta detrabalho para vencer estes desafios.

2 - O ORÇAMENTO PÚBLICO E A MENSURAÇÃO DO GASTO SOCIAL DESTINADO ÀCRIANÇAEAOADOLESCENTE

A perspectiva deste trabalho é apresentar ao público em geral e, especialmente, aosparticipantes do movimento pelos direitos da criança e do adolescente, uma ferramenta deaferição da realidade orçamentária, enfocando a criação de programas e a destinação de recursospara o segmento infanto-juvenil. Desse ponto de vista várias questões são postas: o que é o gastosocial com criança e adolescente? Como selecionar os gastos orçamentários destinadosexclusivamente para crianças e adolescentes? Quais são as variáveis de comparação dodesempenho do gasto com criança e adolescente?

Essas perguntas de algum modo se encontram subjacentes aos objetivos do “ObservatórioCriança”, que é a produção de pesquisas e estudos sobre indicadores sociais nas áreas deeducação, saúde, assistência, entre outras, bem como orçamento público e execução financeira,onde, neste último grupo, depreendem-se os seguintes indicadores para monitoramento dosgastos sociais: formas de composição e aprovação da peça orçamentária; percentuais doorçamento e dos gastos públicos com ações diretas e indiretas de atenção à infância e aadolescência; atividades agrupadas na prestação de contas, relacionadas com a previsão contida

7na legislação e a execução dos fundos setoriais (saúde, assistência e educação) .

_________________________7 COSTA, mimeógrafo, 2004

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Um ponto de partida é a análise da peça orçamentária e o outro é a definição temporal doestudo e da abrangência institucional. O tempo de análise são os últimos 6 (seis) anos e o espaçoinstitucional, os gastos públicos da esfera estadual, notadamente as secretarias e órgãosexecutores da política para a infância. Fez-se necessário, no entanto, estabelecer um método quepossibilitasse apresentar os gastos e compará-los, avaliando o seu desempenho. Daí que se vaitomar como parâmetro metodológico uma experiência já utilizada, pelo INESC, denominadaOrçamento Criança eAdolescente-OCA.

O estudo do orçamento público, em geral, é considerado assunto para especialista. Defato, do modo como vinha se estruturando a chamada peça orçamentária poucos eram aqueles que poderiam intervir no emaranhado de números e tabelas que compõem um orçamento. Noentanto, com o advento das experiências de elaboração participativa dos orçamentos públicos,muito se avançou na assimilação, por parte de uma relevante parcela da população, do processoorçamentário. Nesse contexto de ampliação da participação popular na elaboração do orçamento,surgiram experiências de desvelamento dos “segredos” da formatação de orçamento epriorização de políticas públicas. Dentre essas experiências destaca-se a metodologia do

8Orçamento Criança e Adolescente OCA , ora incorporado, parcialmente, à finalidade doObservatório Criança.

A metodologia do OCA é relativamente simples, pois consiste em selecionar programas,projetos, órgãos e funções cuja definição finalística seja a realização de políticas públicas voltadaspara o segmento infanto-juvenil, com seus respectivos montantes de recursos, e compará-lo comas demais rubricas orçamentárias, descobrindo-se, assim, o grau de priorização de crianças eadolescentes no orçamento público.

Como o OCA é um gasto aproximado, representando um índice de acompanhamento daspolíticas para crianças e adolescentes, há a necessidade de compará-lo com indicadoresmacroeconômicos. Em termos de análise do OCA, selecionou-se alguns indicadoresmacroeconômicos no intuito de fornecer uma visão mais abrangente da representatividade dogasto público com crianças e adolescentes. Pela dimensão macroeconômica analisa-se o impactodo gasto público com crianças e adolescentes, considerando como instrumento e mecanismo deajuste, as relações entre esse gasto e o desempenho geral da economia, ou seja, mede-se eavalia-se a relação entre o OCA e outros agregados relevantes (gasto público total, PIB, massa de

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salários, etc) .

A análise dos dados, com base nesta metodologia, permite que se cruze as informações das áreas orçamentárias voltadas para a infância e a adolescência com o gasto total do governo, aevolução do PIB ou mesmo os gastos com o endividamento público.

2.1 - Localizando as informações

Devido à série longa de dados (06 anos) optou-se por analisar, inicialmente, a peçaorçamentária que poderia exprimir uma longevidade de informações e definições institucionais,situando os dados no planejamento governamental. Os PPA´s de 2000/2003 e 2004/2007 são as_________________________8O Orçamento Criança e Adolescente - OCA é um recurso metodológico não oficial ou governamental utilizado para identificar asdespesas com políticas públicas focalizadas com infância e juventude nos orçamentos públicos.9METODOLOGIA PARAAVALIAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO DO ORÇAMENTO CRIANÇA E ADOLESCENTE.Elaborado pelo Consultor: Francisco Sadeck. Disponível em www.orcamentocrianca.org.br.Acesso em abril de 2005. A

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_________________________10MACHADO JR, J. T. ; REIS, H. C. p. 63. Rio de Janeiro.1995

bases das primeiras informações acerca da priorização dos gastos com criança e adolescente. Aintenção é verificar a coerência entre o planejamento de longo prazo e a execução orçamentáriaano após ano.

Após isto, definiu-se levantar as informações acerca da orçamentação e execução dosgastos sociais a cada ano. Logo, a primeira dificuldade: qual a fonte de dados mais objetiva, já quea peça orçamentária, conforme define a Lei 4.320/64, é composta pela discriminação da receita edespesa, detalhadas em vários quadros explicativos e atendendo à variada classificação,elaborados segundo as técnicas contábeis. A esse problema encontrou-se como solução adotaros dados dos quadros orçamentários, especialmente os definidos pelo artigo 22, inciso III, da

10mencionada Lei , juntamente com a base de dados da classificação funcional-programática.

Definida esta fonte de informação, coletou-se os dados junto aos Balanços Gerais doEstado, constante no SIAFEM, para os anos de 2000 a 2003, e SISPCA para os anos de 2004 e2005. De fato, as dificuldades para homogeneizar as informações se avolumam na medida em quesão alteradas ano a ano as definições de atividade e programa constante na propostaorçamentária, além de mudança nas unidades administrativas e orçamentárias, sem contar adificuldade de acesso aos relatórios financeiros.

A opção que se fez, após a coleta das informações, foi de verificar a priorização ou não degastos com crianças e adolescentes na lei orçamentária, analisando a proposta orçamentáriaanual para determinada Secretaria ou órgão e como se processou ao final o cumprimento daquelaproposta. Nesse aspecto, ao detectar a margem ou o percentual de execução de determinadadespesa ao final do ano, verifica-se o quanto se cancelou ou suplementou de recursos naquelaproposta. É, então, a comparação entre o orçado e o liquidado, começo e fim, deixando de captar omomento em que a despesa foi autorizada e empenhada.

Após analisarmos os gastos a partir dos agregados da classificação funcional-programática, passa-se a uma investigação destes gastos no menor nível em que ele se encontraque são os programas, projetos ou atividades, e ações. Para os anos de 2000 a 2003, as tabelasmostram os programas e suas respectivas atividades com valores orçados e executados,extraindo um percentual de aplicação, ou realização de gasto. Em relação ao anos de 2004 e2005, as tabelas trazem os programas, atividades e as ações do plano interno de cada órgão. É umnível de detalhamento que possibilita focar com mais clareza o objeto de análise deste estudo.

Além deste aspecto, carecia se definir o que é o gasto com criança e adolescente, o queinevitavelmente nos remete à discussão sobre o que é o gasto social ou política social. A questãoposta era qual a melhor definição se utilizar para identificarmos os valores alocados no orçamentopúblico.

Observa CASTRO (2003, p.39) que não há um consenso definitivo e aceito universalmenteacerca do que seja a política social, podendo esta advir tanto da formatação institucional vigente,quanto de determinada concepção teórica, ou combinando-as. Portanto, não basta agruparvalores vinculados a determinados órgãos cujo sentido institucional estejam ligados às políticas sociais, pois, a rigor, o conjunto de ações governamentais prospera para o benefício da sociedade,estando aí o segmento de crianças e adolescentes.

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O marco decisório para uma definição foi encontrado no ECA, quando esta normapreconiza a obrigatoriedade de oferecer-se as condições para o desenvolvimento (promoção) dacriança e do adolescente, prioritariamente oferecendo educação, saúde e assistência social. Aose optar por este marco institucional, selecionou-se os órgãos ligados a estas áreas para aidentificação dos programas, atividades e ações direcionados a crianças e adolescentes (CeA).

No entanto, fica evidente a exclusão de outras áreas, ou funções estatais, indispensáveispara a promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes, como agricultura, segurança,justiça, trabalho etc, apesar de se incorporar uma análise mais geral dos gastos do Estado, no itemem que se resgata a classificação funcional-programática.

Os valores que aparecem nas tabelas, a partir do item VI, trazem os recursos envolvidoscom crianças e adolescentes, excluindo-se os gastos com previdência social e seus encargos,mantendo-se as despesas com funcionamento dos órgãos executores das políticas sociais nasáreas da educação, saúde e da assistência social. Este método de seleção de gastos nosaproxima do que se convencionou chamar ORÇAMENTO CRIANÇA E ADOLESCENTE-OCA emcada uma destas áreas. No entanto, o fato de não conseguirmos coletar todos os dados a partir deúnica classificação orçamentária, a funcional-programática, destacando projetos e atividades nafase em que eles se encontram como créditos autorizados e liquidados, ou em processo deliquidação, diferencia-nos desta metodologia, fazendo com que se opte pela terminologia “Gastoscom CeA” para apresentarmos o agregado de despesas com crianças e adolescentes nas áreasde educação, saúde e assistência social.

3 - CRESCIMENTO VERSUS DESENVOLVIMENTO: O CONTEXTO DO PLANEJAMENTO DASPOLÍTICAS PÚBLICAS PARAAINFÂNCIAEADOLESCÊNCIANO MARANHÃO

No período que se determinou para análise do orçamento, 2000 a 2005, o Estado doMaranhão passa por um acentuado processo de mudança na sua estrutura político-administrativo.Com efeito, nesses anos será consolidada uma reforma administrativa, cujos pilares seriam a

11democratização, a desestatização e a flexibilização , mas que fundamentalmente reproduzia emescala estadual o conjunto de objetivos e ações levado a cabo na reforma do Estadodesencadeada pelo Governo Federal, onde, sob inspiração dos pressupostos neoliberais, reduziuos direitos trabalhistas, privatizou os serviços públicos e vendeu o patrimônio público.

Ainda neste período, os programas do Governo Estadual foram e estão sendodesenvolvidos sob a orientação das leis que criaram os planos plurianuais PPA´s dos quadriênios2000 a 2003 e 2004 a 2007, e do Plano de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável do

12Estado do Maranhão . É com a avaliação das diretrizes fundamentais e metas apresentadasnestas leis que se inicia a análise da priorização das políticas voltadas para a criança e oadolescente nestes últimos 06 anos.

_________________________11REFORMA DO ESTADO - um novo modelo de gestão para o Maranhão. Secretaria de Estado de Administração. Dez/1998. p.1512Plano de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Estado do Maranhão. Gerência de Planejamento e Gestão. Texto mimeo. SãoLuis, 2002. A

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3.1 - O PPAde 2000/2003

Inicialmente reforça-se o pressuposto de que as leis que criam os PPA´s são parte dasdeterminações constitucionais, tanto federal, art. 165 da Constituição Federal, quanto estadual, oart. 136 da Constituição Estadual, além da lei federal nº. 4.320/64 e da lei complementar nº.101/2000. Dito isto, passa-se a descortinar as diretrizes contidas na lei que criou o Plano Plurianual2000/2003.

O diagnóstico da realidade maranhense, apresentado na Lei que estabelece o PPA2000/2003, sinteticamente, era de um estado pobre, com baixíssimos indicadores sociais. OMaranhão possuía, quando da elaboração do plano, uma população estimada em 5.398.654habitantes. Essa população se distribuiria em termos de sobrevivência material da seguinte forma:

a) 28,8% dos domicílios particulares permanentes são ocupados por moradores comrendimento médio mensal domiciliar de até 1 salário mínimo;

b) do total de moradores, 4.540.804 ocupam imóveis próprios, sendo que, destes, apenas51,7% têm paredes consideradas duráveis, e 63,8% têm cobertura igualmente durável;

c)evidencia-se um déficit habitacional seco de 189.169 unidades, considerando-se aqui aspessoas que ocupam domicílios alugados, cedidos ou sob outra modalidade, não secontabilizando nesse número as unidades multifamiliares;

d) 53,0% do total de domicílios não têm abastecimento de água (40,0% desse totalapresenta rendimento médio mensal domiciliar de até 1 salário mínimo); 51,6% dosdomicílios não apresentam qualquer forma de esgotamento sanitário, sua grandemaioria concentrada nas classes de 1 a 2 salários de rendimento;

e) 75,5% dos domicílios não possuem qualquer tipo de coleta (direta ou indireta) de lixo eeste número é significativo até para aqueles domicílios com até 20 salários derendimento médio mensal domiciliar;

f) os serviços de energia elétrica alcançam 71,6% dos domicílios e os não contemplados correspondem, principalmente, às classes de 1 a 2 salários médios mensais de rendafamiliar;

g) apenas 11,0% contam com telefones e sua maior concentração está naqueles cujorendimento mensal domiciliar é superior a 3 salários mínimos;

h) 85,2% têm fogão, independentemente de residirem em área urbana ou rural (nesta, adisponibilidade de fogão é até maior);

i) 56,8% dos domicílios não possuem geladeira, mais da metade dos quais, habitam a zonarural;

j) 36,5% não dispõem de rádio, acentuadamente nas áreas rurais;

k)menos de 6,0% dos domicílios dispõem de freezer ou máquinas de lavar;

l) 55,4% têm televisão;

m) 45,6% dos domicílios não têm filtro de água.

Para reverter esse precário quadro social, o Plano Plurianual 2000/2003 apresentou oseguinte conjunto de macro-objetivos:

�Modernização e Dinamização doAparelho Produtivo;

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�Conservação e Proteção do MeioAmbiente;

�Promoção do Desenvolvimento Sustentável, visando à Redução das DesigualdadesEspaciais e Sociais de Renda e Riqueza;

�Modernização do Estado e Fortalecimento da Cidadania.

Este conjunto de macro-objetivos tinha um eixo comum que era a execução da reforma doEstado, dando prosseguimento ao processo de privatização de empresas públicas e a extinção eincorporação de órgãos. Apontava também os investimentos em infra-estrutura, destacando-seenergia, transporte e telecomunicações. Investimentos esses, segundo o Governo, capazes deelevar o crescimento da economia, através da priorização dos setores de mineração, metalurgia,siderurgia, papel e celulose, açúcar e álcool, madeira e mobiliário, a produção de embalagens,além da verticalização da produção de alumínio.

Quanto ao macro-objetivo Promoção do Desenvolvimento Sustentável, visando àRedução das Desigualdades Espaciais e Sociais de Renda e Riqueza, o eixo encontrava-se noenfrentamento da questão da pobreza e da desigualdade social, cuja diretriz era destinar-se 3bilhões reais para a implementação de vários programas, dentre eles o programa “PromoçãoSocial”, com o objetivo de suprir os rendimentos das unidades familiares em condições de pobrezaabsoluta, com previsão de beneficiar cerca de 440 mil pessoas.

Na área educacional, os investimentos orientavam-se pela necessidade de reduzir osíndices de analfabetismo, de evasão e de repetência escolar, especialmente no ensinofundamental. Aos jovens acima de 14 anos de idade, seriam propiciadas condições para queseqüenciassem seus estudos, aumentando a proporção entre os que concluem o 1º grau e os queingressam e concluem o 2º grau. Entre as previsões estava o atendimento a 1,5 milhões de alunosno ensino fundamental, ao longo do período, assim como a criação de 92,6 mil novas vagas noensino médio. Para tanto, especial atenção seria dispensada à qualificação e formaçãocontinuada dos professores e pessoal técnico das escolas das redes pública estadual e municipal.

Nas áreas de saúde e saneamento, ainda segundo o Plano Plurianual 2000/2003, as açõesdestinavam-se à ampliação dos serviços básicos de saúde dirigidos às crianças, aos jovens,mulheres e idosos. Por exemplo, através do Programa de Redução dos Índices de Morbidade,promover-se-ia a aplicação de 13,2 milhões de doses de vacinas (pólio, sarampo, tuberculose,raiva, etc); e ainda realizar-se-ia 4,2 milhões de atendimentos de assistência básica de saúde,além da intensificação do controle de doenças naAmazônia Legal, assim como especial atenção àsaúde da população indígena. A expansão do número de agentes comunitários de saúde e dasequipes de saúde da família, era a principal estratégia para atingir essas metas.

Em termos de saneamento básico, o Plano previa ações destinadas a ampliar a coberturado abastecimento de água e da coleta de esgotos sanitários, através do Programa “Melhoria dosÍndices deAbastecimento D`Água”.

No tocante às políticas públicas voltadas para o segmento infanto-juvenil, destacavam-seos programas:

�Apoio à Criança e aoAdolescente; e

�Melhoria da Infra-estrutura Física das Unidades deAtendimento.

O primeiro previa o atendimento a 25,8 mil crianças e adolescentes, através das ações deapoio ao adolescente trabalhador; serviços de abrigo; serviços de atendimento em meio aberto;desenvolvimento da auto-estima da criança negra; serviços de liberdade assistida; iniciação do A

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adolescente no mercado formal de trabalho, inclusive com treinamento profissional; atividades dereciclagem de papel; SOS criança e adolescente; implantação de unidades de profissionalização eprodução; instalação do plantão institucional. Enquanto o segundo programa previa a realizaçãodos serviços de reforma de 03 unidades de medidas sócio-educativas: da Maiobinha, do Anil e doVinhais.

Ao final do período de implementação deste PPA, infere-se que seus grandes objetivos nãolograram êxito. Aduz-se como comprovação a manutenção dos baixos indicadores sociais, comobem elenca algumas das conclusões do Observatório Criança, em seu volume inicial em 2004:

�O direito a uma vida digna está sendo frontalmente desrespeitado quando nosdeparamos com o crescente nível de miséria que assola as famílias maranhenses, já que63,4% dos maranhenses estavam na linha de indigência/miséria (ganhando R$79,00/mês) em 1999. Em 2000, este percentual aumenta, chegando a 68,42% dosmaranhenses como integrantes do Mapa da Fome no Brasil.

�O quadro permanece semelhante em 2001. 57,9% das famílias maranhenses ganhavamaté ½ salário-mínimo; 23% ganhavam de 1/2 até 1 salário-mínimo; 9,3% recebiam maisde 1 a 2 salários-mínimos; 3,9% recebiam mais de 2 a 3 salários-mínimos; 2,3%ganhavam mais de 3 a 5 salários-mínimos. Apenas 1,8 % conseguiam perceber mais de5 salários-mínimos. No universo dos trabalhadores maranhenses, apenas 0,3%percebiam acima de 10 salários-mínimos.

�Aproporção entre mais pobres e mais ricos é outro forte indicativo da desigualdade socialexistente no Estado. Em 2001, a distribuição do rendimento dos 50% mais pobres e do1% mais rico em relação ao total de rendimentos, no Maranhão, é de 15,8% e 15,6%,respectivamente.

�Crescente situação de indigência, pois o percentual de crianças e adolescentes na faixaetária entre 0 a 17 anos inseridos em famílias com renda per capita de até meio salário-mínimo, passou de 70,8% em 1999 para 74,2% em 2002.

�No contexto brasileiro, o Maranhão possui 5,5% de crianças e adolescentes fora daescola, na faixa etária entre 07 a 14 anos, ocupando o 4º lugar dos estados que mais têmalunos fora da escola. Na região Nordeste esta colocação sobe para o segundo lugar,perdendo apenas para o Estado deAlagoas (5,7%).

�A escola pública estadual, no Ensino Fundamental do ano de 2002, apresentou 9,8% derepetência e 7,7% de evasão; na escola particular temos 4,2% de repetência e 2,5% deevasão no Ensino Fundamental. No que se refere ao Ensino Médio, no ano de 2002,encontramos taxas de 4,7% de repetência e 13,8% de evasão na escola pública da redeestadual, na escola particular tem-se 4,3% de repetência e 6,3% de evasão.

�Na educação municipal, em nível de Ensino Fundamental, tem-se em 1999, 15,1% derepetência; em 2000, se mantêm os mesmo índices; em 2001, são 13,8% e em 2002,14%. Nos índices de evasão, as taxas são de 15,3%, em 1999; em 2000, 15,2%; 2001,13,6% e, em 2002, 11,7%. No Ensino Médio, os dados revelam 13,8% de repetência, em2001 e 13,6% de evasão; 2002, 5,2% de repetência e 13% de evasão. Observa-seregularidade e maior taxa destes índices sobre as escolas municipais.

�As taxas de distorção idade/série se apresentam altas em todos os níveis de ensino dasescolas municipais e estaduais. Os índices encontrados nos anos consecutivos são:

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57,2% em 1999, 53,7% em 2000, 51% em 2001, 47,8% em 2002 no ensino fundamentalda rede estadual. Para o Ensino Médio, a taxa é de 73,2% em 1999; 73%; em 2000; 79%em 2001 e 76,4% em 2002. No ensino fundamental da Rede Municipal, os índices sãocrescentes: corresponde no ano de 1999, à taxa de 69,5%; 68,6% no ano de 2000; 65,7%em 2001 e 71,8% em 2002. Na Rede Federal, as distorções idade-série variam entre12,3% a 15,8%, sendo bem menores que os números apresentados pelas redes estadualmunicipal e particular. Em todo o nível médio de ensino, em 2001, a taxa geral dedistorção idade-série corresponde a 73,7%.

�O reduzido número de alunos matriculados em educação especial, tomando-se comoreferência o ano de 2002 (2.548 na rede estadual, 1.016 na rede municipal e nenhumamatrícula na rede federal) não revela um número pequeno de portadores de algumanecessidade especial no Estado, revela um outro fator, a insuficiência do atendimento atodas as crianças portadoras de alguma necessidade física ou cognitiva, seja porestarem localizadas em regiões de difícil acesso na zona rural do Estado, seja porque asEscolas municipais não possuem infra-estrutura adequada

�A razão entre nascidos vivos e óbitos de menores de um ano foi de 66,7% e 35,5%. Estequadro mostra a permanência de elevada taxa de mortalidade infantil no Estado doMaranhão.

�Quanto às causas de mortalidade de crianças observamos que as chamadas causas poralguma doença infecciosa e parasitária, que geraram 367 casos, sofreram uma ligeiraqueda nos anos de 1999 e 2000, voltando a elevar-se em 2002, com 399 casos. Asdoenças endócrinas, nutricionais e metabólicas, no período analisado mantiveram umacerta oscilação com manutenção nos últimos dois anos, de uma evolução crescente. Asdoenças do aparelho respiratório vitimizaram 167 crianças em 1998, 147 em 1999, 180em 2000 e 167 em 2002, mantendo a mesma tendência. As afecções originadas noperíodo perinatal foram responsáveis pelo óbito de 1.219 crianças em 1998, 1.176 em1999, 1.494 em 2000 e 1.830 em 2002. A morte sem assistência médica vitimou 252crianças em 1998, 325 em 1999, 368 em 2000 e 394 em 2002.

Além dos indicadores sociais, outra demonstração do não cumprimento das metas do PPA2000/2003 encontra-se na evolução dos gastos sociais, onde, pari-passu ao crescimento do PIB edo nível de execução do recurso orçado, houve a redução dos recursos orçados para importantesprogramas nas áreas de educação, saúde e assistência, como se verificará ao longo destetrabalho.

3.2 - O PPAde 2004/2007

No processo de elaboração deste PPA, incorporaram-se os elementos que nortearam oprocesso de criação da Lei do PPA do Governo Federal para o mesmo quadriênio. Notadamente,possibilitou a participação de parcela da sociedade civil organizada, que via audiências públicasregionalizadas, apresentou um conjunto de metas e prioridades historicamente demandadas. Istode fato representou uma novidade na formatação orçamentária do Governo Federal, repercutindonas unidades da federação brasileira.

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O governo estadual utilizou um instrumento de consulta denominado de Fórum de GestãoCompartilhada, reunindo em setores ou região geográfica, para levantar as propostas queintegrariam o PPA do quadriênio 2004/2007. Do ponto de vista técnico, no entanto, o poderexecutivo procedeu, tradicionalmente, da forma que se elabora os planos de gestão do GovernoEstadual, via de regra pela contratação de escritório especializados em programas e projetos,geralmente localizados no sul e sudeste do Brasil.

O diagnóstico apresentado nesta peça orçamentária e sua diretriz de enfrentamentoconstituem de fato o seu grande mérito. Neste diagnóstico reconhece-se cabalmente a clementesituação de pobreza da imensa maioria da população maranhense, expressa no pior índice dedesenvolvimento humano - IDH do Brasil. O objetivo central do Plano, segundo seus idealizadores,

13será a reversão desta realidade, elevando o IDH de 0.647 em 2000 para 0.700 em 2007 .

Para atingir este objetivo, foi definido um conjunto de programas e ações (orçamentárias enão-orçamentárias) governamentais, classificados como finalísticos, de gestão de políticaspúblicas, apoio administrativo e serviços ao Estado. O próprio texto da Lei define o que é cada um:

�O programa é um instrumento de organização da ação governamental com vistas aoenfrentamento de um problema, demanda ou oportunidade.

�Os finalísticos são aqueles que resultam em bens ou serviços ofertados diretamente àsociedade;

�Os de gestão de políticas públicas se destinam ao planejamento e à formulação depolíticas setoriais;

�Os de apoio administrativo contemplam as despesas de natureza tipicamenteadministrativas de suporte operacional e os de serviços ao Estado são aqueles queresultam em bens ou serviços ofertados diretamente ao Estado, por instituições criadaspara este fim específico.

A ação por sua vez é a operação ou conjunto de operações temporárias (projetos) oucontínuas (atividades) da qual resulta um produto (bem ou serviço) ofertado à sociedade ou aopróprio Estado que contribui para atender aos objetivos de um programa.

Seguindo orientação dos instrumentos que regulamentam a elaboração do orçamento, o PPA 2004/2007 se estrutura em programas e ações governamentais, organizados segundo osórgãos e entidades da estrutura administrativa dos três poderes do Estado, assim como aspolíticas setoriais, por sua vez, estão organizadas em macro-políticas públicas:

Bem-Estar Social (Educação, Saúde, Assistência Social, Segurança, Habitação,Saneamento, Cultura, Esporte e Lazer);

Geração de Emprego e Renda (Agricultura e Reforma Agrária, Indústria, Comércio,Turismo e Infra-Estrutura);

Ciência, Tecnologia e Inovação (Ciência e Tecnologia, Inovação e Ensino Superior);

Ambiental (MeioAmbiente); e

Planejamento e Gestão Pública (Planejamento, Gestão e Seguridade).

_________________________13Cabe destacar que o IDH é o resultado da combinação da longevidade de uma População, expressa pela esperança de vida aonascer, que reflete as condições de saúde da população, o grau de conhecimento, expresso através de duas variáveis (a taxa dealfabetização de adultos e a taxa combinada de matrículas nos três níveis de ensino), e a evolução da renda ou PIB per capita, emresumo: as condições de saúde, educação e renda.

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Aqui se apresenta o conjunto de programas constantes da macro-política pública de Bem-Estar Social, envolvendo os órgãos ligados à área de assistência, educação, saúde e direitoshumanos. São eles:

SEDECID Secretaria de Estado de Desenvolvimento das Cidades e Municípios

�Moradia Cidadã - redução do déficit habitacional

�PRODEURB Programa de Desenvolvimento Urbano

�SANESTADO - cobertura de saneamento básico

SEDES Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social

�Apoio à Promoção Social

�Promoção doAcesso ao Trabalho e Renda

�Proteção Especial à Criança eAdolescente

SEDUC Secretaria de Estado da Educação

�Universalização do Ensino Fundamental

�Expansão e Melhoria do Ensino Médio

�Desenvolvimento da Educação de Jovens eAdultos

�Ações Complementares a Educação

�Expansão da Oferta de Educação Especial

SES Secretaria de Estado da Saúde

�Promoção da Saúde, Prevenção e Controle de Doenças eAgravos Prioritários

�Promoção e Proteção à Saúde em Vigilância Sanitária

�Criança Futuro

�Saneamento Básico em PequenosAglomerados

�Saúde Dez

�Programa Estadual de Sangue e Hemoderivados

�Universalização doAbastecimento d`água

�Universalização do Esgotamento Sanitário

�Otimização de Sistemas

�ControleAntidrogas

SESP Secretaria de Estado de Esporte e Lazer

�Incentivo ao Desporto Estudantil

SEJUC Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania

�Maranhão Cidadão

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Estes são alguns dos programas dentro desta macro-política que afetam a área de criançae adolescente. Não constam aqui algumas ações, em face do nível de detalhamento do PPA,como

_________________________14AVALIAÇÃO DO PLANO PLURIANUAL2004/2007. Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão. p.17. Março de 2005.15 Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para o exercício de 2006.Diário Oficial do Estado. 19/04/2005. p.5

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ESPECIFICAÇÃO 2000 2001 2002 2003 2004 2005

TOTAL DASTRANSFERÊNCIAS(1)

1.086.122.952,71 1.245.750.574,42 1.516.234.462,00 1.559.536.185,35 1.779.758.004,12 2.180.617.792,61

FPE (2) 879.354.221,83 1.034.837.090,59 1.280.697.762,36 1.332.314.314,16 1.468.582.664,73 1.838.006.495,27

ICMS (3) 625.401.664,62 798.496.697,98 897.073.003,37 970.207.588,00 1.183.961.483,00 1.500.000.000,00

COMPARATIVO AOORÇAMENTOGLOBAL DOGOVERNO

2.376.752.570,00 2.764.335.579,00 3.127.607.723,00 3.468.360.490,00 3.621.750.000,00 3.780.373.000,00

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TABELA IV - EVOLUÇÃO NOMINAL DAS PRINCIPAIS FONTES DE RECEITAS 2000 A 2005

Fonte. www.stn.fazenda.gov.br para as linhas 1 e 2 e www.sefaz.ma.gov.br. SIAT, acesso dia 03/03/2006

Fica perceptível pelos dados anteriores que, nos últimos anos, são mantidos os patamares16de repasses das transferências constitucionais. Estas representam mais de 50% das receitas

orçamentárias, mostrando que o Estado, destarte o grande crescimento na arrecadação do ICMSem 2005, não consegue ampliar sua arrecadação própria a ponto de diminuir sua dependênciadesta fonte de receita.

Como se percebe, nas tabelas que se seguem, adota-se o critério de apresentação dadotação nas definições de Secretaria, Programas, Fundos, Fundações, Órgãos Internos,estabelecendo uma comparação dos recursos destinados para as áreas da educação, saúde eassistência, com outras, como comunicação (ASSCOM), acompanhamento geral da gestão(Gabinete do Governador/Casa Civil), recursos destinados para pagamento de encargos eamortização da dívida pública e o total geral do orçamento do Estado.

_________________________16Maranhão em Dados 2003.p.73 A

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ESPECIFICAÇÃO 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Orçado 82.255.056,00 75.983.165,00 110.664.877,00 155.100.431,00 126.843.446,00 277.328.699,00SEDUC

Realizado 131.512.424,00 191.585.149,00 176.551.519,00 151.857.930,00 185.873.499,21 318.848.795,00

Orçado 82.255.056,00 75.983.165,00 110.664.877,00 154.700.431,00 126.843.446,00 277.328.699,00GASTOS COMCeA -SEDUC* Realizado 128.139.935,00 182.094.873,97 150.468.795,05 132.487.854,92 185.873.499,21 318.604.372,00

Orçado 76.929.942,00 20.317.179,00 2.325.061,00 - - -SES

Realizado 17.333.977,00 32.771.305,00 9.223,00 - - -

Orçado 120.522.692,00 101.776.319,00 263.394.434,00 256.671.402,00 434.258.443,00 376.344.693,00GASTOS COMCeA -SES* Realizado 40.944.012,00 116.281.404,12 200.721.849,96 221.417.393,02 225.663.072,74 338.385.769,00

Orçado 42.526.814,00 18.387.402,00 12.126.860,00 20.183.344,00 11.629.480,00 13.690.526,00SEDES

Realizado 34.687.191,00 35.966.885,00 22.239.849,00 19.179.792,00 11.339.879,32 13.068.557,00

Orçado 22.386.606,00 9.770.459,00 5.392.643,00 6.141.880,00 27.839.519,00 16.930.106,00GASTOS COMCeA -SEDES* Realizado 9.654.358,00 8.919.844,76 10.199.871,04 7.563.774,49 17.276.538,47 17.127.943,00

Orçado 120.522.692,00 85.578.369,00 264.826.449,00 355.650.062,00 434.572.873,00 387.652.251,00FUNDO DESAÚDE ** Realizado 48.272.270,00 64.088.556,00 332.743.069,00 298.252.437,00 446.079.055,00 345.500.847,00

Orçado 6.512.234,00 13.471.787,00 12.391.296,00 11.281.902,00 16.210.039,00 3.239.580,00FUNDO DEASSISTÊNCIASOCIAL Realizado 4.469.715,00 13.406.332,00 15.518.650,00 15.701.377,00 5.936.659,15 4.059.386,00

Orçado 315.600,00 543.666,00 603.248,00 1.100.600,00 1.079.300,00 240.000,00FEDCA

Realizado 315.600,00 441.099,00 345.318,00 530.491,00 205.909,35 228.000,00

Orçado 92.135,00 92.135,00 77.367,00 92.220,00 18.360,00 40.000,00CEDCA

Realizado 31.894,00 28.527,55 100.345,61 32.788,01 9.700,39 -

Orçado 5.404.568,00 5.254.814,00 4.467.621,00 9.348.241,00 7.921.999,00 7.981.582,00FUNAC

Realizado 4.611.308,00 5.324.841,87 5.689.752,39 8.025.206,00 5.994.968,92 7.277.077,00

Orçado 3.880.269,00 1.702.589,00 4.358.313,00 2.889.942,00 3.825.436,00 3.814.580,00FUNDAÇÃONICE LOBÃO Realizado 6.305.408,00 5.583.902,07 5.809.554,72 6.156.490,00 3.036.164,21 3.320.644,00

Orçado 8.322.937,00 8.869.095,00 12.698.114,00 14.857.592,00 15.652.145,00 22.052.770,00FUNDAÇÃOCULTURAL/SEC. DE CULTURA Realizado 12.491.839,00 17.238.970,00 12.698.114,00 27.734.489,00 25.326.045,44 26.015.850,00

Orçado 7.776.878,00 7.363.115,00 9.841.366,00 11.355.156,00 28.597.890,00 37.079.225,00GAB.DO GOV/CASA CIVIL Realizado 9.867.088,00 11.853.183,00 17.914.832,00 46.029.999,00 51.792.539,00 52.231.732,00

Orçado 7.937.880,00 7.937.880,00 10.420.080,00 10.475.800,00 6.000.000,00 12.252.980,00ASSCOM

Realizado 10.459.788,00 12.564.703,00 12.213.989,00 2.979.397,00 23.869.002,02 29.500.480,00

Orçado 141.790.687,00 120.618.000,00 165.491.092,00 169.431.298,00 180.387.748,00 182.514.532,00ENCARGOS DADÍVIDA Realizado 102.488.117,00 118.362.379,00 129.877.579,00 141.071.220,00 198.210.000,00 220.099.264,59

Orçado 136.582.650,00 103.025.271,00 216.677.000,00 220.568.726,00 268.950.659,00 322.288.649,00AMORTIZAÇÃODA DÍVIDA Realizado 287.288.074,00 162.742.023,00 223.362.485,00 261.602.771,00 244.854.000,00 271.419.489,34

Orçado 1.980.237.139,00 2.225.993.261,00 2.703.368.917,00 3.155.952.607,00 3.354.779.690,00 3.538.963.716,00ORÇAMENTOTOTAL*** (R$) Realizado 2.376.752.570,00 2.764.335.579,00 3.127.607.723,00 3.468.360.490,00 3.621.750.000,00 3.780.373.000,00

TABELA V - COMPARATIVO ENTRE DESPESA ORÇADA E REALIZADA 2000 a 2005

Fonte: Leis Orçamentárias do Estado dos anos de 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, quadro Evolução da Despesa do Tesouro / *Balanço Geral do Estado. SIAFEM nos anos de 2000, 2001, 2002, 2003 e SISPCApara anos de 2004 e 2005. **O valor dos gastos comCeA-SES a partir do ano de 2003, incluem recursos do Fundo de Saúde. *** A totalização do orçamento realizado para 2005 refere-seao RREO do bimestre Nov./Dez - 2005.

Analisando-se a evolução da despesa orçada, conforme a Tabela VI, onde se apresenta aexecução de alguns órgãos, juntamente com o total executado por programas, período de 2000 a2005, é possível concluir que houve uma redução, em alguns setores, dos gastos com criança eadolescente no total do orçamento do tesouro estadual. Um exemplo disto é a Secretaria de

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ESPECIFICAÇÃO 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Orçado 4,15% 3,41% 4,09% 4,91% 3,78% 7,84%SEDUC

Realizado 5,53% 6,93% 5,64% 4,38% 5,13% 8,43%Orçado 4,15% 3,41% 4,09% 4,90% 3,78% 7,84%

GASTOS COM CeA - SEDUC *Realizado 5,39% 6,59% 4,81% 3,82% 5,13% 8,43%

Orçado 3,88% 0,91% 0,09% 0,00% 0,00% 0,00%SES

Realizado 0,73% 1,19% 0,00% 0,00% 6,23% 0,00%Orçado 6,09% 4,57% 9,74% 8,13% 12,94% 10,63%

GASTOS COM CeA - SES *Realizado 1,72% 4,21% 6,42% 6,38% 6,23% 8,95%

Orçado 2,15% 0,83% 0,45% 0,64% 0,35% 0,39%SEDES

Realizado 1,46% 1,30% 0,71% 0,55% 0,31% 0,35%Orçado 1,13% 0,44% 0,20% 0,19% 0,83% 0,48%

GASTOS COM CeA - SEDES*Realizado 0,41% 0,32% 0,33% 0,22% 0,48% 0,45%

Orçado 6,09% 3,84% 9,80% 11,27% 12,95% 10,95%FUNDO DE SAÚDE **

Realizado 2,03% 2,32% 10,64% 8,60% 12,32% 9,14%Orçado 0,33% 0,61% 0,46% 0,36% 0,48% 0,09%FUNDO DE ASSISTÊNCIA

SOCIAL Realizado 0,19% 0,48% 0,50% 0,45% 0,16% 0,11%Orçado 0,02% 0,02% 0,02% 0,03% 0,03% 0,01%

FEDCARealizado 0,01% 0,02% 0,01% 0,02% 0,01% 0,01%

Orçado 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%CEDCA

Realizado 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%Orçado 0,27% 0,24% 0,17% 0,30% 0,24% 0,23%

FUNACRealizado 0,19% 0,19% 0,18% 0,23% 0,17% 0,19%

Orçado 0,20% 0,08% 0,16% 0,09% 0,11% 0,11%FUNDAÇÃO NICE LOBÃO

Realizado 0,27% 0,20% 0,19% 0,18% 0,08% 0,09%Orçado 0,42% 0,40% 0,47% 0,47% 0,47% 0,62%FUNDAÇÃO CULTURAL/

SEC. DE CULTURA Realizado 0,53% 0,62% 0,41% 0,80% 0,70% 0,69%Orçado 0,39% 0,33% 0,36% 0,36% 0,85% 1,05%

GAB.DO GOV./ CASA CIVILRealizado 0,42% 0,43% 0,57% 1,33% 1,43% 1,38%

Orçado 0,40% 0,36% 0,39% 0,33% 0,18% 0,35% ASSCOM

Realizado 0,44% 0,45% 0,39% 0,09% 0,66% 0,78%Orçado 7,16% 5,42% 6,12% 5,37% 5,38% 5,16%

ENCARGOS DA DÍVIDARealizado 4,31% 4,28% 4,15% 4,07% 5,47% 5,82%

Orçado 6,90% 4,63% 8,02% 6,99% 8,02% 9,11% AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA

Realizado 12,09% 5,89% 7,14% 7,54% 6,76% 7,18%

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17Estado de Desenvolvimento Social, antiga Gerencia de Desenvolvimento Social , que em 2000representava 2,15% do orçamento do tesouro e chega a 2005 representando 0,39%(Tabela VI). Em termos nominais é uma involução de uma proposta de R$ 42.526.814,00 em 2000 para R$13.690.526,00.

Felizmente para a área de educação, há um crescimento no percentual de recursosorçados neste período, conforme as Tabelas V e VI. Em 2000 o percentual era de 4,15%, ou R$82.255.056,00, chegando em 2005 a 7,84%, R$ 277.328.699,00.

Em relação à saúde, o importante é observar a evolução dos programas, tanto do Fundoquanto da Secretaria, dado que houve no período mudanças institucionais na própriaapresentação da proposta orçamentária nesta área. Temos, portanto, recursos na Secretaria e noFundo Estadual de Saúde. A análise nos mostra, segundo as Tabelas V e VI, que a evolução aquifoi de 6,09% (ou R$ 120.522.692,00) em 2000 para 10,96% (ou R$ 233.428.382,00) em 2005.

TABELA VI - PERCENTUAL DA DESPESA ORÇADA E REALIZADA POR ÓRGÃO EM RELAÇÃO AO TOTAL DO ESTADO 2000 a 2005

Fonte: Leis Orçamentárias do Estado dos anos de 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, quadro Evolução da Despesa do Tesouro / * Balanço Geral do Estado. SIAFEM nos anos de 2000, 2001, 2002, 2003 e SISPCA para anos de 2004 e 2005. **O valor dos gastos com CeA-SES a partir do ano de 2003, incluem recursos do Fundo de Saúde. *** A totalização do orçamento realizado para 2005 refere-se ao RREO do bimestre Nov./Dez - 2005.

_________________________17Em dezembro de 2003, o Governo do Maranhão realizou uma reforma administrativa, alterando a nomenclatura das GerenciasCentrais que passaram a se denominar Secretarias de Estado. A

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2005

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G A S T O S Ce A- Evoluçã o d a De sp e sa O rça da e R e a liz a da n o T ota l d o Esta d o

0 ,00%

2 ,00%

4 ,00%

6 ,00%

8 ,00%

10 ,00%

12 ,00%

14 ,00%

Or ç ado Realiz ado Or ç ado Realiz ado Orç ado Realiz ado

GA STOS COM CeA - SEDUC * GA STOS COM CeA - SES * GA STOS COM CeA - SEDES*

2 000

2 001

2 002

2 003

2 004

2 005

GRÁFICO III

GRÁFICO IVSEDES- EvoluçãodaDespesaOrçadae Realizadano Total do Estado

0,00%

0,20%

0,40%

0,60%

0,80%

1,00%

1,20%

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Orçado

Realizado

GRÁFICO V

FUNDODESAÚDE- EvoluçãodaDespesaOrçadae RealizadanoTotal doEstado

0,00%

2,00%

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2000 2001 2002 2003 2004 2005

Orçado

Realizado

SEDUC- Evolução daDespesaOrçadae Realizada no Total doEstado

0,00%

1,00%

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4,00%5,00%

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2000 2001 2002 2003 2004 2005

Orçado

Realizado

FUNAC- EvoluçãodaDespesaOrçadae RealizadanoTotal doEstado

0,00%

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0,30%

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2000 2001 2002 2003 2004 2005

Orçado

Realizado

ASSCOM -EvoluçãodaDespesaOrçadae Realizadano Total do Estado

0,00%

0,10%

0,20%

0,30%

0,40%

0,50%

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0,80%

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2000 2001 2002 2003 2004 2005

Orçado

Realizado

Amortização da Dívida-Evolução da Despesa Orçada e Realizada noTotal do Estado

0,00%

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14,00%

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Orçado

Realizado

GRÁFICO VI GRÁFICO VII

GRÁFICO VIII GRÁFICO IX

SEDES - Evolução da Despesa Orçada e Realizada no Total do Estado FUNDO DE SAÚDE - Evolução da Despesa Orçada e Realizada no Total do Estado

FUNAC - Evolução da Despesa Orçada e Realizada no Total do Estado

AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA - Evolução da Despesa Orçada e Realizada no Total do Estado

SEDUC - Evolução da Despesa Orçada e Realizada no Total do Estado

ASSCOM - Evolução da Despesa Orçada e Realizada no Total do Estado

46

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2000

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05

Page 47: CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MARANHÃO: UMA

47

Na Tabela VII, apresenta-se a evolução do realizado em face do orçado, dando umadimensão da construção real das prioridades durante a gestão. Nela explicita-se a intenção dogestor na efetivação da política orçamentária. Nesta tabela fica evidenciada a perspectiva de se priorizar ou não a alocação dos recursos, observando, então, o quanto se efetivou do orçamentoproposto. É a concretização do que era apenas autorizativo.

Logo se ressalta que a execução, ou seja, o gasto realizado, foi maior do que o valor orçadono total geral do orçamento. Em 2000 na casa dos 120,02% sobre o orçado e em 2005, 106,82%.Além disto há órgãos que, em 2000, têm superado o orçado em até 162,50%, como a FundaçãoNice Lobão, atingindo um patamar ainda maior em 2001, com 327,97% de execução.

Quanto às secretarias e programas na área da assistência, educação e saúde, estas têmum aumento no percentual da aplicação neste período. No entanto, uma análise mais atentademonstra que, apesar da elevação do percentual da execução, o montante do valor executado não aumenta significativamente.ASEDES aumentou o seu nível de execução ao longo do período,contudo, diminui o montante. Passa de R$ 34.687.191,00 em 2000 para R$ 13.068.557,00 ou R$17.127.943,00 se incluirmos o Fundo Estadual de Assistência Social, em 2005, sendo que comexecução, respectivamente, de 81,57% e 95,46%, tendo atingindo, ainda, em 2001 a 195,61% deexecução.

TABELA VII - DESPESA REALIZADA SOBRE A DESPESA ORÇADA 2000 a 2005

Fonte: Leis Orçamentárias do Estado dos anos de 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, quadro Evolução da Despesa do Tesouro / *Balanço Geral do Estado. SIAFEM nos anos de 2000, 2001, 2002, 2003 e SISPCA para anos de 2004 e 2005. **O valor dos gastoscom CeA-SES a partir do ano de 2003, incluem recursos do Fundo de Saúde. *** A totalização do orçamento realizado para 2005refere-se ao RREO do bimestre Nov./Dez - 2005.

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05

REALIZADO/ORÇADOESPECIFICAÇÃO

2000 2001 2002 2003 2004 2005 SEDUC 159,88% 252,14% 159,54% 97,91% 146,54% 114,97% GASTOS COM CeA - SEDUC * 155,78% 239,65% 135,97% 85,64% 146,54% 114,88% SES 22,53% 161,30% 0,40% - - - GASTOS COM CeA - SES * 33,97% 114,25% 76,21% 86,26% 51,97% 89,91% SEDES 81,57% 195,61% 183,39% 95,03% 97,51% 95,46% GASTOS COM CeA - SEDES* 43,13% 91,29% 189,14% 123,15% 62,06% 101,17% FUNDO DE SAÚDE ** 40,05% 74,89% 125,65% 83,86% 102,65% 89,13% FUNDO DE ASSISTÊNCIASOCIAL

68,64% 99,51% 125,24% 139,17% 36,62% 125,31%

FEDCA 100,00% 81,13% 57,24% 48,20% 19,08% 95,00% CEDCA 34,62% 30,96% 129,70% 35,55% 52,83% 0,00% FUNAC 85,32% 101,33% 127,36% 85,85% 75,67% 91,17% FUNDAÇÃO NICE LOBÃO 162,50% 327,97% 133,30% 213,03% 79,37% 87,05%FUNDAÇÃO CULTURAL/SEC. DE CULTURA

150,09% 194,37% 100,00% 186,87% 161,81% 117,97%

GAB.DO GOV./ CASA CIVIL 126,88% 160,98% 182,04% 405,37% 181,11% 140,87%ASSCOM 131,77% 158,29% 117,22% 28,44% 397,82% 240,76% ENCARGOS DA DÍVIDA 72,28% 98,13% 78,48% 83,26% 109,88% 120,59%AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA 210,34 % 157,96% 103,09% 118,60% 91,04% 84,22% ORÇAMENTO TOTAL *** 120,02% 124,18% 115,69% 109,90% 107,96% 106,82%

Page 48: CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MARANHÃO: UMA

ESPECIFICAÇÃO EV.01/00 EV.02/01 EV.03/02 EV.04/03 EV.05/04

SEDUC -8% 46% 40% -18% 119%GASTOS COM CeA - SEDUC * -8% 46% 40% -18% 119%SES -74% -89% -100% - -GASTOS COM CeA - SES * -16% 159% -3% 69% -13%SEDES -57% -34% 66% -42% 18%GASTOS COM CeA - SEDES* -56% -45% 14% 353% -39%FUNDO DE SAÚDE** -29% 209% 34% 22% -11%FUNDO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 107% -8% -9% 44% -80%FEDCA 72% 11% 82% -2% -78%CEDCA 0% -16% 19% -80% 118%FUNAC -3% -15% 109% -15% 1%FUNDAÇÃO NICE LOBÃO -56% 156% -34% 32% 0%FUNDAÇÃO CULTURAL/SEC. DE CULTURA 7% 43% 17% 5% 41%

GAB.DO GOV./ CASA CIVIL -5% 34% 15% 152% 30%ASSCOM 0% 31% 1% -43% 104%ENCARGOS DA DÍVIDA -15% 37% 2% 6% 1%AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA -25% 110% 2% 22% 20%ORÇAMENTO TOTAL *** 12% 21% 17% 6% 5%

GASTOS CeA - Percentual de Realização

0%

50%

100%

150%

200%

250%

300%

350%

400%

450%

2000 2001 2002 2003 2004 2005

GASTOS COMCeA - SEDUC *

GASTOS COMCeA - SES *

GASTOS COMCeA - SEDES*

FUNAC

GAB.DO GOV./CASA CIVIL

ASSCOM

ENCARGOS DADÍVIDA

AMORTIZAÇÃODA DÍVIDA

ORÇAMENTOTOTAL ***

GRÁFICO X

Sobre a despesa realizada, conforme a Tabela VII, comprova-se que, exceção da área deeducação, os gastos realizados, via a execução dos programas ou do fundo, têm peso aindamenores no total do orçamento realizado se comparado ao que estes representam em relação aoorçamento total proposto.

Quanto ao acompanhamento da evolução da despesa, orçada (Tabela VIII) e realizada(Tabela XIX), verifica-se que esta não acompanha o aumento gradual do orçamento total. Oorçamento, do ponto de visto do orçado, evolui 12% de 2000 para 2001; 21% de 2001 para 2002;17% de 2002 para 2003; 6% de 2003 para 2004 e 5% de 2004 para 2005.

TABELA VIII - DESPESA EVOLUÇÃO NOMINAL DO VALOR ORÇADO 2000 a 2005

Fonte: Leis Orçamentárias do Estado dos anos de 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, quadro Evolução da Despesa do Tesouro / *Balanço Geral do Estado. SIAFEM nos anos de 2000, 2001, 2002, 2003 e SISPCA para anos de 2004 e 2005. **O valor dos gastoscom CeA-SES a partir do ano de 2003, incluem recursos do Fundo de Saúde. *** A totalização do orçamento realizado para 2005refere-se ao RREO do bimestre Nov./Dez - 2005.

48

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DE

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05

Page 49: CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MARANHÃO: UMA

ESPECIFICAÇÃO EV.01/00 EV.02/01 EV.03/02 EV.04/03 EV.05/04

SEDUC 46% -8% -14% 22% 72%

GASTOS COM CeA - SEDUC * 42% -17% -12% 40% 71%

SÉS 89% -100% -100% - -

GASTOS COM CeA - SES * 184% 73% 10% 2% 50%

SEDES 4% -38% -14% -41% 15%

GASTOS COM CeA - SEDES* -8% 14% -26% 128% -1%

FUNDO DE SAÚDE** 33% 419% -10% 50% -23%

FUNDO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 200% 16% 1% -62% -32%

FEDCA 40% -22% 54% -61% 11%

CEDCA -11% 252% -67% -70% -100%

FUNAC 15% 7% 41% -25% 21%

FUNDAÇÃO NICE LOBÃO -11% 4% 6% -51% 9%FUNDAÇÃO CULTURAL/ SEC. DECULTURA

38% -26% 118% -9% 3%

GAB.DO GOV./ CASA CIVIL 20% 51% 157% 13% 1%

ASSCOM 20% -3% -76% 701% 24%

ENCARGOS DA DÍVIDA 15% 10% 9% 41% 11%

AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA -43% 37% 17% -6% 11%

ORÇAMENTO TOTAL*** 16% 13% 11% 4% 4%

49

As secretarias e demais órgãos, bem como os gastos com criança e adolescente oscilamentre crescimentos e reduções, conforme a Tabela VIII. Repete-se a mesma situação do ponto devista da aplicação, que mesmo aparecendo elevadas execuções, há uma redução nos montantesde aplicação ano após ano.

Em 2001 a SEDES executou 4% a mais que em 2000, havendo uma redução de 38% de2002 em relação a 2001 e outra de redução de 14% de 2003 em relação a 2002; assim como novaredução de 41% de 2004 em relação a 2003, tendo um aumento de aplicação de 15% de 2005 emrelação a 2004 (Tabela IX).

Na SEDUC, o montante realizado evolui, em 2001, 46% em relação a 2000; menos 8% em2002 em relação a 2001; e menos 14% em 2003 em relação a 2002, obtendo um crescimento de22% no comparativo de 2004 em relação a 2003 e chegando ao surpreendente patamar de 72% de2005 em relação a 2004.

Com relação à saúde, utilizando-se a análise da evolução dos gastos com crianças eadolescentes (CeA), verifica-se um crescimento de 184% de 2001 em ralação a 2000; de 73% de2002 em relação a 2001 e de 10% de 2003 em relação a 2002, chegando ao patamar de 2% de 2004 em relação a 2003 e retoma um forte crescimento de 2005 em relação a 2004, na casa de50%.

TABELA IX - DESPESA EVOLUÇÃO NOMINAL DO VALOR REALIZADO 2000 a 2005

Fonte: Leis Orçamentárias do Estado dos anos de 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, quadro Evolução da Despesa do Tesouro /* Balanço Geral do Estado. SIAFEM nos anos de 2000, 2001, 2002, 2003 e SISPCA para anos de 2004 e 2005. **O valor dosgastos com CeA-SES a partir do ano de 2003, incluem recursos do Fundo de Saúde. ***A totalização do orçamento realizado para2005 refere-se ao RREO do bimestre Nov./Dez - 2005.

Finalizando esta seqüência de tabelas e dados sobre os gastos com crianças eadolescentes, distribuídos em órgãos e secretarias nas áreas de educação, saúde e assistência,onde se percebe grandes oscilações tanto nas dotações, quanto nas execuções, apresenta-semais uma tabela, a X. Nela se expressa os montantes das duas principais fontes de receita doorçamento estadual, o FPE e o ICMS, acompanhando sua evolução. A

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00A

2005

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TABELA X - CRESCIMENTO NOMINAL DAS PRINCIPAIS FONTES DE RECEITA 2000 A 2005

Fica evidente, nestes últimos 06 anos, que as receitas têm uma elevação contínua, não sejustificando, portanto, cancelamentos e contingenciamentos de recursos orçamentários nas áreasprioritárias neste período analisado. A redução de recursos, levado a cabo, confirma onegligenciamento dos ditames do Estatuto da Criança e do Adolescente, quando obriga apriorização dos gastos com este segmento da sociedade.

Fonte. www.stn.fazenda.gov.br para as linhas 1 e 2. e www.sefaz.ma.gov.br. SIAT, Acesso dia 03/03/2006.

5 - GASTOS COM CRIANÇA E ADOLESCENTE A PARTIR DAS FUNÇÕES ORÇAMENTÁRIAS- 2000A2005

No tópico anterior analisamos o orçamento pela lógica dos recursos do Tesouro,distribuído por órgãos e unidades orçamentárias. Neste ponto, enfoca-se o orçamento de outromodo, a partir de sua classificação por função, onde se percebe a distribuição de recursos entre asvárias finalidades do Estado.

Na tabela XI observa-se o volume monetário para os anos de 2000 a 2005, sendodespesas efetivamente realizadas dentro desta definição agregada.

EVOLUÇÃO NOMINAL DA RECEITA

ESPECIFICAÇÃO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 01/00 02/01 03/02 04/03 05/04Total dasTransferências (1)

46% 45% 48% 45% 49% 58% 15% 22% 3% 14% 23%

FPE (2) 37% 37% 41% 38% 41% 49% 18% 24% 4% 10% 25%ICMS* 26% 29% 29% 28% 33% 40% 28% 12% 8% 22% 27%ORÇAMENTO DO GOVERNO 16% 13% 11% 4% 4%

50

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DE

2000

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05

Page 51: CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MARANHÃO: UMA

FU

ÃO

2000

2001

2002

2003

2004

2005

LEG

ISLA

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A72

.511

.320

,16

73.6

78.0

43,7

696

.047

.536

,15

95.6

89.8

28,0

014

4.67

3.26

6,92

176.

050.

182,

00

JUD

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RIA

71.0

30.5

96,9

883

.960

.020

,26

108.

689.

790,

4812

2.33

3.56

8,00

200.

110.

521,

5918

0.95

2.60

1,00

ES

SE

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IAL

ÀJU

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42.2

60.8

10,7

645

.355

.882

,76

55.2

79.3

77,0

669

.821

.642

,00

96.7

57.3

84,3

111

3.90

7.54

8,00

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MIN

IST

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ÇÃ

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1.47

3.12

1,77

490.

062.

744,

9821

5.48

9.19

8,25

244.

561.

305,

0023

3.11

9.09

2,75

218.

406.

097,

00

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LIC

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158.

624,

6217

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5.64

1,90

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574.

643,

6428

8.10

3.17

6,00

293.

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5131

4.97

6.27

6,00

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21.0

75.0

86,1

820

.867

.797

,10

26.9

62.3

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727

.711

.690

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.671

.790

,00

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NC

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301.

350.

714,

1934

0.26

1.88

4,64

397.

283.

440,

0346

8.65

8.46

2,00

562.

964.

920,

7261

9.87

3.28

4,00

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E78

.935

.166

,35

107.

576.

915,

1823

5.10

8.70

1,07

259.

288.

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0018

2.71

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9,59

328.

768.

252,

00

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,00

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63.5

38,3

97.

940.

693,

002.

110.

801,

554.

300.

345,

00

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331.

056.

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4394

9.04

4.60

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4766

8.40

7.90

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34.3

87.2

02,0

025

.489

.962

,49

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10.6

17,0

0

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10.5

81.1

85,0

023

.519

.777

,70

26.8

68.1

39,0

0

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40.1

82.2

60,4

697

.235

.309

,17

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12.5

43,7

549

.690

.592

,00

13.7

07.6

02,0

539

.294

.934

,00

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11.6

76.4

88,4

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.145

.296

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8.94

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5.80

8.93

1,00

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56.9

53.7

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312

2.91

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199.

970.

929,

9911

0.18

0.16

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45.6

46.6

26,3

717

.016

.411

,00

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233.

376,

00

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101.

236,

3720

.423

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6.55

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0

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A12

.177

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,16

4.96

0.22

7,22

24.7

38.9

99,5

431

.824

.194

,00

17.1

08.0

76,1

221

.978

.934

,00

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2.40

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3.75

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7,28

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7.21

6,00

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981.

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00

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07.

226.

399,

145.

292.

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15.8

32.3

94,0

74.

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326,

1431

.173

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,85

9.83

5.93

2,00

6.03

2.07

2,66

0,00

TR

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123.

309.

331,

2818

4.72

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654,

3283

.148

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,00

29.1

20.0

52,5

147

.720

.706

,00

DE

SP

OR

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8.64

0,38

1.51

1.54

7,33

2.92

9.25

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8.42

2,00

4.73

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3,92

6.44

2.58

9,00

EN

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1,05

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771.

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0082

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1.75

5,30

918.

535.

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00

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6,00

51

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ÃO

DE

2000

A20

05

Page 52: CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MARANHÃO: UMA

Comparativo da Despesa com CeA com outras funções

0,00

100.000.000,00

200.000.000,00

300.000.000,00

400.000.000,00

500.000.000,00

600.000.000,00

700.000.000,00

800.000.000,00

900.000.000,00

1.000.000.000,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005

ADMINISTRAÇÃO

ASSISTÊNCIASOCIAL

SAÚDE

EDUCAÇÃO

ENCARGOSESPECIAIS

GRÁFICO XI

Na tabela XII, apresenta-se a composição percentual dos gastos em relação ao orçamentototal. Como diretriz de análise, agregou-se os percentuais das funções educação, assistência esaúde, contrapondo-as às despesas das funções administração e encargos especiais.

TABELA XII - PERCENTUAL DA DESPESA POR FUNÇÃO 2000 a 2005

Fonte: Anos 2000, 2001 e 2002.SEPLAN Maranhão em dados 2003 / Anos de 2003, 2004 e 2005: MF/STN/COREM.

FUNÇÃO2000 2001 2002 2003 2004 2005

LEGISLATIVA 2,90% 2,49% 2,77% 2,59% 4,36% 4,66%JUDICIÁRIA 2,84% 2,84% 3,14% 3,31% 6,02% 4,79%ESSENCIAL À JUSTIÇA 1,69% 1,53% 1,60% 1,89% 2,91% 3,01%ADMINISTRAÇÃO 25,28% 16,55% 6,22% 6,62% 7,02% 5,78%SEGURANÇA PÚBLICA 0,29% 0,60% 6,68% 7,80% 8,83% 8,33%ASSISTÊNCIA SOCIAL 0,84% 0,70% 0,78% 0,75% 0,63% 0,49%PREVIDÊNCIA SOCIAL 12,06% 11,49% 11,47% 12,69% 16,95% 16,40%SAÚDE 3,16% 3,63% 6,79% 7,02% 5,50% 8,70%TRABALHO 0,39% 0,72% 0,32% 0,22% 0,06% 0,11%EDUCAÇÃO 13,25% 22,78% 23,91% 25,70% 17,17% 17,68%CULTURA 0,37% 0,67% 0,72% 0,93% 0,77% 0,69%DIREITO DA CIDADANIA 0,21% 0,27% 0,26% 0,29% 0,71% 0,71%URBANISMO 1,61% 3,28% 1,93% 1,35% 0,41% 1,04%HABITAÇÃO 0,47% 0,34% 0,17% 0,21% 0,09% 0,15%SANEAMENTO 2,28% 4,15% 5,77% 2,98% 1,37% 0,45%GESTÃO AMBIENTAL 0,02% 0,06% 0,01% 0,07% 0,08% 0,09%CIÊNCIA E TECNOLOGIA 0,11% 0,83% 0,23% 0,55% 0,20% 0,29%AGRICULTURA 0,49% 0,17% 0,71% 0,86% 0,51% 0,58%ORGANIZAÇÃO AGRÁRIA 0,10% 0,13% 0,12% 0,09% 0,08% 0,10%INDÚSTRIA 0,13% 0,12% 0,04% 0,05% 0,10% 0,08%COMÉRCIO E SERVIÇOS 1,80% 0,89% 0,33% 0,44% 0,22% 0,14%COMUNICAÇÕES 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%ENERGIA 0,63% 0,14% 0,90% 0,27% 0,18% 0,00%TRANSPORTE 4,94% 6,24% 4,44% 2,25% 0,88% 1,26%DESPORTO E LAZER 0,02% 0,05% 0,08% 0,17% 0,14% 0,17%ENCARGOS ESPECIAIS 24,12% 19,32% 20,61% 20,89% 24,80% 24,30%TOTAL 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

52

AN

ÁL

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MA

RA

NH

ÃO

DE

2000

A20

05

Page 53: CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MARANHÃO: UMA

53

O orçamento total do Estado para o ano de 2000, segundo os dados da SEPLAN -Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão foi de R$ 2.498.000.015,11. Naanálise dos gastos por função, verifica-se a concentração dos gastos nas áreas da administração eencargos especiais, correspondendo à quase metade da execução, 49,40%. Já em relação aosgastos com educação, assistência social e saúde, atinge-se o patamar de 17,25%, portanto,menos da metade do que se gastou com as atividades meio (como a função administração) epagamento das obrigações com o endividamento público.

Para o ano de 2001, a despesa resultou em um total de R$ 2.961.070.889,51.Adistribuiçãopor área demonstra, tal qual o ano anterior, uma concentração nas áreas ligadas à administração epagamento dos encargos especiais, 35,87%, iniciando um movimento decrescente, como severificará nos anos seguintes. Quanto às áreas de educação, saúde e assistência social, elaspassam a responder por 27,11% dos gastos, tendo destaque a educação que responde por

1822,78%. Este é o ano que se inicia a implantação do “Viva Educação ”, residindo aí a explicaçãopara este aumento vertiginoso, apesar de ainda estar abaixo da obrigação constitucional deaplicação de 25% das receitas em educação.

Cabe destacar, ainda, o crescimento da função saneamento, que chega aos 4,15%, e dacultura, praticamente com o mesmo peso da assistência social, respondendo por 0,67%.

Em 2002, a despesa total por função alcança a casa dos R$ 3.464.218.049,46. É neste anoque as despesas com as funções educação, saúde e assistência social vão ultrapassar asdespesas com administração e encargos especiais: as primeiras atingiram 31,42% enquanto queas últimas responderam por 26,83%. Destaca-se aqui o fato de que se mantém a elevação daeducação, sendo que a função saúde, neste ano, praticamente dobra o seu peso em relação aototal da despesa, bem como vai ocorrer uma significativa redução do peso da funçãoadministração, saindo de 16,55% em 2001 para 6,22% em 2002._________________________18

vídeos em série, produzidos pela Fundação Roberto Marinho, repassa o conteúdo de todas as disciplinas aos alunos.Programa de massificação da educação no nível médio, através do Sistema Tele-Ensino, onde um professor, com auxilio de uma TV e

GRÁFICO XII

AN

ÁL

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DO

SG

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DO

LE

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DO

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NH

ÃO

DE

2000

A20

05

D ESPESA POR FU N Ç ÃO – OR Ç AMEN TO D E 2000

ASSISTÊNCIA SOCIAL

SEGURANÇA PÚBLICA

ADMINISTRAÇÃO

EDUCAÇÃO

ENCARGOS ESPECIAIS

PREVIDÊNCIA SOCIAL

SAÚDE

LEGISLATIVAJUDICIÁRIA

ESSENCIAL À JUSTIÇA

TRANSPORTE

ENERGIA

URBANISMO

SANEAMENTO

COMÉRCIO E SERVIÇOS

INDÚSTRIA

ORGANIZAÇÃO AGRÁRIA

HABITAÇÃO

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

COMUNICAÇÕES

GESTÃO AMBIENTAL

CULTURA

DIREITO DA CIDADANIA

TRABALHO

DESPORTO E LAZER

AGRICULTURA

Page 54: CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MARANHÃO: UMA

Para o ano de 2003, as despesas com as 26 funções da classificação orçamentária,somaram R$ 3.692.817.108,00. Deste total, as despesas com educação, saúde e assistênciasocial, respondem por 33,47% e as despesas com as funções administração e encargos especiaisresponderam por 27,51%, mantendo praticamente os mesmos patamares de 2002, sendo que aeducação continua crescendo, já respondendo por ¼ do total da despesa.

O destaque neste ano fica por conta da função cultura, respondendo por 0,93%, ou R$34.382.202,00, ultrapassando a função assistência social, que respondeu por R$ 27.711.690,00,ou 0,75%.

19O Orçamento de 2004 é marcado pela propalada crise financeira do Estado , portanto, doponto de vista da sua execução, é caracterizado por uma anormalidade. De todo modo, o total dasdespesas nas diversas funções atingiu a casa dos R$ 3.321.960.769,51. Educação, Saúde eAssistência Social representaram 23,30%, uma redução em relação ao ano anterior, enquanto queas funções administração e encargos especiais totalizam 31,82%, representando um crescimentosignificativo.

O destaque neste ano é o crescimento do peso das funções legislativa, judiciária eessencial à justiça, que juntas vão responder por 13,29% do total das despesas, e a reduçãodrástica na função educação, sendo responsável por 17,17%.

Outro ponto a destacar, é a retomada do crescimento do pagamento dos encargos com adívida, neste ano responsável por 24,80%, semelhante ao patamar de 04 anos antes, quandoatingiu em 2000 a casa dos 24,12%.

O orçamento de 2005 é marcado pela busca do ajuste das despesas face aos limites da receita. Segundo o Secretário de Estado do Planejamento, Simão Cirineu, a propostaorçamentária para 2005 fazia previsão de um déficit ordinário na casa dos R$ 174 milhões de

20reais . A execução mostrou que as funções de educação, saúde e assistência social,

GRÁFICO XIII

COMPARATIVO DE GASTOS COM CeA e OUTRAS FUNÇÕES

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

2000 2001 2002 2003 2004 2005

ADMINISTRAÇÃO

ASSISTÊNCIA SOCIAL

SAÚDE

EDUCAÇÃO

ENCARGOSESPECIAIS

_________________________19

20

A crise, segundo o documento “Avaliação do Plano Plurianual 2004/2007”, p. 13, seria de natureza fiscal, tendo inicio ainda em 2003,decorrente na diminuição das receitas. Esta crise teria levado o Estado a contingenciar 40% das despesas de custeio de todos osórgãos da administração pública. Conforme dados de www.seplan.ma.gov.br, acessado em abril de 2005.

Conforme matéria divulgada na página do governo www.ma.gov.br, do dia 01/01/2004.

54

AN

ÁL

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MA

RA

NH

ÃO

DE

2000

A20

05

Page 55: CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MARANHÃO: UMA

55

GRÁFICO XIV

responderam por 26,87% das despesas, enquanto que administração e encargos especiais a30,08%. Aqui, mais uma vez, a previsão de gasto com cultura é maior do que com a assistência social. Ao contrário do que foi previsto, a partir de dados preliminares, o orçamento de 2005 foisuperavitário, evidenciando uma possível subestimação.

Ao final deste período analisado, as funções que dizem respeito ao cumprimento daspolíticas sociais básicas e de proteção à criança e ao adolescente, não atingiram os patamares decrescimento do próprio orçamento global. A saúde não atingiu os 12% das despesas, conformedita Emenda Constitucional 29. A educação manteve-se praticamente todo o período abaixo dos25%, ultrapassando este patamar apenas em 2003. E a assistência social sequer atingiu 1% dadespesa orçamentária.

AN

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NH

ÃO

DE

2000

A20

05

DESPESA POR FUNÇÃO – ORÇAMENTO DE 2005

SANEAMENTO

GESTÃO AMBIENTAL

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

ORGANIZAÇÃO AGRÁRIA

INDÚSTRIA

ENERGIA

AGRICULTURA

COMÉRCIO E SERVIÇOS

COMUNICAÇÕES

TRANSPORTE

DESPORTO E LAZER

JUDICIÁRIALEGISLATIVA

ENCARGOS ESPECIAIS

URBANISMO

HABITAÇÃO

CULTURA

DIREITO DA CIDADANIA

EDUCAÇÃO

TRABALHO

SAÚDE

ESSENCIAL À JUSTIÇA

ADMINISTRAÇÃO

SEGURANÇA PÚBLICA

ASSISTÊNCIA SOCIAL

PREVIDÊNCIA SOCIAL

Page 56: CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MARANHÃO: UMA

6 -ANÁLISE DOS GASTOS COM CRIANÇAEADOLESCENTE EM EDUCAÇÃO - 2000A2005

Apresenta-se neste ponto os gastos com criança e adolescente na área educação,enfocando os programas e atividades na Secretaria de Educação (SEDUC) e na Fundação NiceLobão, excluindo-se os gastos executados diretamente pelas Gerências Regionais. Neste períodoos gastos executados com CeA, exclusivos da Secretaria, passam de R$ 128.139.935,00 em 2000para R$ 318.604.372,00 em 2005, representando 4,15% e 8,43%, respectivamente, do totalrealizado no Estado.

A Fundação Nice Lobão vem destacada na analise em face desta receber somasconsideráveis de recursos, crescentes em maior proporção que os demais órgãos analisados, epor se constituir numa forma diferenciada de gerir a educação pública no Maranhão.A Fundação émantida com verbas públicas, porém com administração privada.

6.1 - Gastos com criança e adolescente em educação 2000

Os gastos e os programas diretamente relacionados à educação encontram-se a seguir,em dois órgãos, a SEDUC e a Fundação Nice Lobão. Observa-se que, para o ano de 2000, o nívelde execução total foi elevado na somatória dos programas, chegando a 155,78%, para aSecretaria, e 162,50% para a Fundação. Destaque para a maior execução da atividade dedesenvolvimento e manutenção do ensino médio, com 465,68%, enquanto outras atividadessequer foram executadas, a exemplo da atividade de capacitação de recursos humanos no ensinoprofissionalizante, imprescindível para o aprimoramento de novas práticas qualificadas, como seobserva na Tabela a seguir.

TABELA XIII - GASTOS COM SEDUC 2000CRIANÇA E ADOLESCENTE /

PROGRAMA/ ATIVIDADE ORÇ. EXEC. APLIC.

Apoio administrativoManutenção dos serviços administrativos 30.191.782,00 59.871.621,00 74,66%Redução do analfabetismo e evasão escolarEstatística educacional 109.016,00 100.787,00 92,45%Assistência alimentar 8.552.944,00 8.328.992,00 97,38%Desenvolvimento e manutenção do ensino fundamental 17.874.603,00 24.824.939,00 138,88%Capacitação de recursos humanos do ensino fundamental 2.659.101,00 2.116.812,00 79,61%Expansão e desenvolvimento do ensinoDivulgação de ações educacionais 272.900,00 733.823,00 268,90%Desenvolvimento da escola 2.933.042,00 316.563,00 10,79%Ampliação dos programas e serviços educacionais 1.643.717,00 298.243,00 18,14%Desenvolvimento e Manutenção do Ensino Médio 6.598.222,00 30.726.602,00 465,68%Capacitação de recursos Humanos do Ensino Médio 666.681,00 130.482,00 19,57%Atividade sem descrição especifica na LOA 3.810.877,00 0,00 0,00%Manutenção dos centros profissionalizantes 2.449.260,00 82.432,00 3,37%Capacitação de recursos humanos do ensinoprofissionalizante 389.214,00 0,00 0,00%Esporte, lazer e integração comunitáriaManutenção dos espaços de desportos e lazer 1.934.902,00 8.578,00 0,44%Promoção e apoio ao desenvolvimento das atividades dedesporto e lazer 2.030.377,00 581.700,00 28,65%Capacitação de recursos humanos 138.418,00 18.361,00 13,26%TOTAL 82.255.056,00 128.139.935,00 155,78%

Fonte: SIAFEM. Balanço Geral do Estado de 2000.AN

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Em relação à Fundação Nice Lobão, todas as atividades, com exceção da atividade defuncionamento, tiveram baixa execução. A atividade de funcionamento mais que dobrou a suaexecução, atingindo 233,02%, o que elevou a execução total do órgão. Isto significou umasuplementação de recursos de mais de R$ 3.000.000,00 (três milhões).

TABELA XIV - GASTOS COM FUNDAÇÃO NICE LOBÃO2000

CRIANÇA E ADOLESCENTE /

PROGRAMA / ATIVIDADE ORÇ. EXEC. APLIC.

Expansão e desenvolvimento do ensino

Construção do prédio anexo da fundação Nice Lobão 500.000,00 0,00 0,00%

Capacitação de recursos humanos 85.993,00 0,00 0,00%

Desenvolvimento do Ensino Formal 275.700,00 160.504,00 58,22%

Desenvolvimento do Ensino Médio 75.000,00 52.270,00 69,69%

Fomento ao ensino profissionalizante 417.000,00 205.164,00 49,20%

Apoio administrativo

Funcionamento da Fundação Nice Lobão – CINTRA 2.526.576,00 5.887.470,00 233,02%

TOTAL 3.880.269,00 6.305.408,00 162,50%

Fonte: SIAFEM. Balanço Geral do Estado de 2000.

Neste ano os dados oficiais, entretanto, apontam para a manutenção de indicadorespreocupantes: de um total de 533.034 alunos matriculados no ensino fundamental e médio, teve-se taxas de reprovação e abandono na ordem de 11,4 e 10,4% no ensino fundamental e 9,0 e

2119,4% no ensino médio .

6.2 - Gastos com criança e adolescente em educação 2001

Os gastos com educação no ano de 2001, relacionados abaixo, tiveram uma extraordináriaexecução, chegando na SEDUC a 240% e na Fundação Nice Lobão a 327,96%. Em termos dosprogramas listados, corresponde a um aumento do orçamento proposto de R$ 75.983.165,00 paraR$ 182.094.873,97. Isto é resultado da execução de algumas atividades na ordem de 2.689%,como o desenvolvimento do ensino médio. Outra atividade que chama atenção é a de divulgaçãodas ações educacionais, com 984% de execução.

_________________________21Maranhão em Dados. 2003. P.37 A

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PROGRAMA / ATIVIDADE ORÇ. EXEC. APLIC.

Apoio Administrativo

Funcionamento da Fundação Nice Lobão 1.632.020,00 5.102.595,14 313%

Expansão e Desenvolvimento do Ensino

Capacitação de Recursos Humanos 6.099,00 0,00 0%

Desenvolvimento do Ensino Formal 27.570,00 120.087,60 436%

Desenvolvimento do Ensino Médio 7.500,00 36.540,91 487%

Fomento ao Ensino Profissionalizante 29.400,00 324.678,42 1104%

Total 1.702.589,00 5.583.902,07 327,96%

TABELA XV - GASTOS COM SEDUC 2001CRIANÇA E ADOLESCENTE /

PROGRAMA / ATIVIDADE ORÇ. EXEC. APLIC.

Apoio Administrativo

Manutenção dos Serviços Administrativos 25.000.446,00 40.587.176,88 162%

Redução do Analfabetismo e Evasão Escolar

Assistência Alimentar 4.565.500,00 12.327.312,54 270%

Estatísticas Educacionais 79.500,00 109.986,71 138%

Desenvolvimento e Manutenção do Ensino Fundamental 39.465.135,00 45.943.440,84 116%Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental 1.782.000,00 4.025,85 0%

Expansão e Desenvolvimento do Ensino

Divulgação de Ações Educacionais 100.000,00 983.579,48 984%

Desenvolvimento da Escola 294.885,00 747.974,69 254%

Ampliação dos Programas e Serviços Educacionais 368.250,00 987.227,45 268%

Desenvolvimento e Manutenção do Ensino Médio 2.933.444,00 78.869.736,51 2689%

Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Médio 20.000,00 25.021,62 125%

Manutenção dos Centros Profissionalizantes 65.000,00 60.359,00 93%Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Profissionalizante 35.000,00 0,00 0%

Esporte, Lazer e Integração Comunitária

Manutenção dos Espaços de Desportos e Lazer 313.950,00 315.595,52 101%

Promoção e Apoio ao Desenvolvimento das Atividadesde Desporto e Lazer 960.055,00 1.133.436,88 118%

TOTAL 75.983.165,00 182.094.873,97 240%

Fonte: SIAFEM. Balanço Geral do Estado de 2001

Chama a atenção, também, o vultuoso aumento na atividade fomento ao ensinoprofissionalizante, na Fundação Nice Lobão, com uma aplicação de 1.104%, como se vê abaixo.

TABELA XVI - GASTOS COM FUNDAÇÃO NICE LOBÃO 2001CRIANÇA E ADOLESCENTE /

O universo de estudantes na rede de ensino estadual, fundamental e médio, é da ordem de592.272 ou 31,90% do total de alunos de todas as redes nestas fases. A reprovação neste anoatingiu 10,3% no ensino fundamental e 3,50 no ensino médio. Já o abandono atingiu 8,2 % no

22fundamental e 14,5% no ensino médio, mostrando uma melhora em relação ao no anterior .

Fonte: SIAFEM. Balanço Geral do Estado de 2001

_________________________22Idem.A

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PROGRAMA / ATIVIDADE ORÇ. EXEC. APLIC.

Apoio administrativo

Apoio administrativo 31.574.845,00 44.053.150,87 140%

Redução do analfabetismo e evasão escolar

Assistência alimentar 11.917.300,00 10.594.183,96 89%

Estatísticas educacionais 60.600,00 28.535,88 47%

Desenvolvimento e manutenção do ensino fundamental 38.294.023,00 58.454.991,00 153%

Capacitação de recursos humanos do ensino fundamental 549.000,00 3.775,13 1%

Expansão e desenvolvimento do ensino

Divulgação de ações educacionais 200.000,00 1.307.298,33 654%

Desenvolvimento da escola 2.009.399,00 2.295.019,43 114%

Ampliação dos programas e serviços educacionais 3.302.270,00 9.177.124,65 278%

Desenvolvimento e manutenção do ensino médio 17.957.665,00 24.486.476,64 136%

Capacitação de recursos humanos do ensino médio 150.000,00 0,00 0%

Manutenção dos centros profissionalizantes 2.622.272,00 25.132,00 1%

Capacitação de recursos humanos do ensino profissionalizante 150.000,00 0,00 0%

Esporte, lazer e integração comunitária

Manutenção dos espaços de desportos e lazer 848.000,00 11.476,16 1%

Promoção e apoio ao desenvolvimento das atividades de desportos e lazer

1.029.503,00 31.631,00 3%

TOTAL 110.664.877,00 150.468.795,05 136%

59

6.3 - Gastos com criança e adolescente em educação 2002

No ano de 2002, os gastos com criança e adolescente na SEDUC somaram R$150.468.795,05 de execução, correspondendo a 136% de realização, enquanto que na FundaçãoNice Lobão esta somatória chegou a R$ 5.809.559,74 ou 96% acima do valor orçado (R$4.358.331,00). Isto significou expressivo aumento na atividade de desenvolvimento e expansão doensino fundamental, atingindo os R$ 58.454.991,00 ou mais que dobro do que se gastou em 2001.Também evidencia a redução da atividade de desenvolvimento e manutenção do ensino médio,que chega a R$ 24.486.476,64 de execução enquanto em 2001 foi de R$ 30.726.602,00.

A maior aplicação neste ano ficou por conta da atividade divulgação de açõeseducacionais, atingindo 654%.

A Fundação, além de manter uma elevada execução de recursos, teve em algumasatividades uma suplementação acentuada, como na atividade de funcionamento, que cresceu deR$ 1.632.020,00 para R$ 5.102.595,14, elevando a execução para 313% nesta atividade

Um dado importante neste ano é que há uma redução no número de alunos atendidos pelarede estadual no nível fundamental e médio: são 554.715 alunos. Essa diminuição corrobora,portanto, com a execução de um montante menor de recursos em relação ao ano de 2001.

TABELA XVII - GASTOS COM SEDUC 2002CRIANÇA E ADOLESCENTE /

Fonte: SIAFEM. Balanço Geral do Estado de 2002

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PROGRAMA / ATIVIDADE ORÇ. EXEC. APLIC.

Apoio Administrativo

Funcionamento da Fundação Nice Lobão - CINTRA 3.874.013,00 5.340.983,38 138%

Expansão e desenvolvimento do ensino

Capacitação de recursos humanos 22.600,00 4.560,00 20%

Desenvolvimento do ensino formal 249.900,00 134.841,02 54%

Desenvolvimento do ensino médio 50.000,00 12.583,58 25%

Fomento ao ensino profissionalizante 161.800,00 316.586,74 196%

TOTAL 4.358.313,00 5.809.554,72 133%

TABELA XXIX - GASTOS COM SEDUC 2003CRIANÇA E ADOLESCENTE /

TABELA XVIII - GASTOS COM FUNDAÇÃO NICE LOBÃO2002

CRIANÇA E ADOLESCENTE /

Neste ano as taxas de reprovação são de 9,8% no ensino fundamental e 4,7% no ensino23médio e as taxas de abandono são de 7,7% no fundamental e 13,8% no médio .

6.4 - Gastos com criança e adolescente em educação 2003

Em 2003, o nível de execução da somatória dos programas de educação chegou a 85%,uma grande redução em relação a 2002. Isto significou R$ 132.487.854,92 diante dos R$150.468.795,05 de 2002. Esse dado reflete na redução nos valores executados das atividades dedesenvolvimento e manutenção do ensino fundamental e do ensino médio em relação ao anoanterior.

Fonte: SIAFEM. Balanço Geral do Estado de 2002

PROGRAMA / ATIVIDADE ORÇ. EXEC. APLIC.

Apoio administrativo

Apoio administrativo 27.617.144,00 44.176.047,80 160%

Redução do analfabetismo e evasão escolar

Estatísticas educacionais 116.300,00 13.165,90 11%

Assistência alimentar 11.200.000,00 10.291.810,56 92%

Desenvolvimento e manutenção do ensino fundamental 68.688.166,00 50.155.538,10 73%

Expansão e desenvolvimento do ensino

Divulgação de ações educacionais 300.000,00 567.741,91 189%

Desenvolvimento da escola 2.459.750,00 971.415,46 39%

Ampliação dos programas e serviços educacionais 8.173.011,00 13.589.903,50 166%

Desenvolvimento e manutenção do ensino médio 34.946.060,00 12.316.454,23 35%

Manutenção dos centros profissionalizantes 1.200.000,00 405.777,46 34%

TOTAL 154.700.431,00 132.487.854,92 85%

Fonte: SIAFEM. Balanço Geral do Estado de 2003_________________________23Observatório Criança.v. I.p.A

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