O Coordenador Pedagógico e os desafios na gestão da formação

contínua e desenvolvimento profissional na escola.

Como, quando e onde são construídos os saberes docentessaberes docentes?

Muitos dos saberes docentes são construídos durante o exercício da prática docente.

Os saberes da docência são construídos a partir da interação recíproca entre o sujeito, o outro e contexto.

Portanto, a reflexão sobre as práticas pedagógicas cotidianas, sobre as concepções que se tem de seu próprio fazer pedagógico, sobre as contradições e dilemas presentes no cotidiano escolar, são importantes no desenvolvimento profissional.

Diversos teóricos apontam a prática de formação contínua como importante possibilidade do professor refletir sobre a própria prática pedagógica no cotidianono cotidiano, dentro e no espaço escolardentro e no espaço escolar, a partir do movimento de reflexão-ação-reflexão.

Donald Schon (1995), Antonio Nóvoa (1995), Angel Pérez Gómez (1998), Ken Zeichner (1995), Carlos Marcelo Garcia (1999), entre outros.

a formação continuada, aquela que acontece fora da escola, [ou no Cefaproou no Cefapro] é muito requerida pelos professores, na expectativa de que esta responda às interrogações e angústias de um mundo em constante transformação (CANÁRIO, 2000a), no entanto, é no interior da escola que as possíveis respostas serão encontradas.

A formação de professores tendo a escola como a escola como locuslocus, requer investigação que envolva esforço e reflexão na e sobre a ação do cotidiano escolar, no sentido de encorajar e apoiar pesquisas, a partir da investigação no contexto prática. Schon (1995)

O professor compromissado com a busca de soluções para seus problemas e que é capazes de refletir sobre os dilemas da prática, está em processo permanente de desenvolvimento profissionaldesenvolvimento profissional, e, ao assumir uma postura investigativa, constitui-se em um professor-pesquisador.

Quando falamos de formação centrada na escola, entendemos que ela transforma-se em lugar de formação prioritária e necessária diante de outras ações formativas. A formação centrada na escola é mais que uma simples mudança de lugar da formação, representa uma mudança de paradigma, uma vez que ela norteia o desenvolvimento da formação baseados na colaboraçãocolaboração entre os profissionais da escola.

Diante dessas discussões, lhes pergunto:

De quem é a responsabilidade na implementação, organização e gestãoimplementação, organização e gestão da formação contínua e desenvolvimento profissional da escola, visando intermediar as dificuldades de ordem teórico-práticas dos professores?

O papel de gestor da formação contínuagestor da formação contínua de professores deve ser exercida pelo coordenador pedagógico coordenador pedagógico da escola.

A convivência diária com o grupo de professores permite conhecer bem seus pares, observar seus comportamentos e saber quais são as suas necessidades e limitações e potencialidades.

Ao subsidiar e organizar a reflexão dos professores sobre as razões que justificam suas opções pedagógicasopções pedagógicas e sobre as dificuldades que encontram para desenvolver seu trabalho, o professor coordenador está favorecendo a tomada de consciênciatomada de consciência dos professores sobre suas ações e o conhecimento sobre o contexto escolar em que atuam.

Ao estimular a tomada de decisão, visando as intervenções necessárias para superar os problemas de ensino/aprendizagem, e ao promover a constante retomada da atividade reflexiva para readequar e aperfeiçoar as intervenções implementadas, o coordenador pedagógico está propiciando condições para o desenvolvimento profissional desenvolvimento profissional dos seus pares, tornando-os autores de suas próprias práticas.

Mas como isso é possível?Como o coordenador pedagógico, enquanto gestor da formação contínua implementa as ações de formação na escola?Quais instrumentos legais instituem essas ações?Que subsídios são garantidos ao coordenador pedagógico para a efetiva gestão da formação contínua?

A Portaria Nº 161/2016/GS/SEDUC/MT é o instrumento legal que instituirá a Política de Formação e Desenvolvimento Profissional dos Profissionais da Educação Básica de Mato Grosso disciplinando de forma mais específica o Núcleo de Desenvolvimento Profissional na Escola (NDPE) e dá outras orientações.

Formação Contínua dos Profissionais da Educação Básica

NDPE é uma célula escolar dinâmica cuja finalidade é o desenvolvimento de estudos formativos, pesquisas, projetos de intervenção pedagógica, projetos socioeducativos ou culturais de caráter educativo a serem previstos na Política de Formação e Desenvolvimento Profissional dos Profissionais da Educação Básica do Estado de Mato Grosso e contemplados no Projeto Político Pedagógico da Escola, ou articulados pela SEDUC-MT e MEC (União).

No NDPE estão contidos: o Projeto de Estudos e Intervenção Pedagógica (PEIP) e oProjeto de Formação Contínua dos Profissionais Técnicos e Apoio Administrativos Educacionais (PROFTAAE)

NDPE (PEIP e PROFTAAE) NDPE (PEIP e PROFTAAE)

Responsabilidade do(a) Responsabilidade do(a) Coordenador(a) Pedagógico(a)Coordenador(a) Pedagógico(a)

PEIP - Docentes PEIP - Docentes

• Grupos de Estudos podem ser formados: - Por Disciplina;

- Por Área de Conhecimento.

Foco no Diagnóstico, Situações-problemas e a Ação de Intervenção Pedagógica.

• Projeto de Intervenção Pedagógica;

• Teorias de Aprendizagem;

• Avaliação de Aprendizagem, incluindo Métodos de Ensino como: Transposição Didática, Pesquisa-ação, em sala de aula, Pedagogia de Projetos, Sequência Didática, Resolução de Problemas, Ensino e Aprendizagem baseada em Investigação, etc...

RETOMADA E SEQUÊNCIA DE ESTUDOS RETOMADA E SEQUÊNCIA DE ESTUDOS

CRONOGRAMA DE CRONOGRAMA DE EXECUÇÃOEXECUÇÃO

PORTARIA Nº 322/2016/GS/SEDUC/MT.

- Encaminhar ao CEFAPRO até 15/10/2016;

- Estudos até o final do ano letivo 2016;

Nos meses de novembro e dezembro, durante as quatro horas formativas do PEIP, as Unidades Escolares que participaram da Avaliação Diagnóstica do Ensino Público do Estado de Mato Grosso (ADEPE-MT) devem estudar as Revistas da ADEPE-MT (site http://www.adepemt.caedufjf.net/). E as Unidades Escolares que não participaram da ADEPE-MT devem estudar também os Resultados das Avaliações Externas e Internas.

O PROFTAAE – Não-docentesO PROFTAAE – Não-docentesAs ações formativas desenvolvidas na escola contribuem para a melhoria das práticas educativas, este Orientativo sugere que os TAEs e AAEs se organizem em uma das seguintes forma:

• Grupos formados por profissionais da mesma área de atuação: AAE (nutrição escolar, infraestrutura escolar, vigilância, segurança, limpeza);TAE (secretaria escolar, multimeios didáticos, biblioteca e laboratório de informática);

• Grupos formados entre profissionais, da mesma área de atuação, de escolas que se encontram geograficamente próximas, umas das outras, no mesmo município;

• Outras possibilidades de organização encontradas pelas escolas e Cefapro.

Para escolha coletiva das temáticas de estudos deve levar em consideração Situações Problema do cotidiano escolar, que esteja relacionada a prática dos profissionais TAE e AAE.

Fazer uso dos resultados da avaliação do Projeto de Formação Contínua para os Profissionais Administrativos na Escola, com orientação do diretor da escola e do Cefapro, para melhorar as práticas profissionais;

Utilizar-se da formação como meio para melhorar o desenvolvimento pessoal, profissional e institucional com vistas à promoção da qualidade da educação.

- Carga Horária até 31/10/2016.

CertificaçãoCertificação

ReferênciasAZZI, Sandra. Trabalho docente: autonomia didática e construção do saber pedagógico. In: PIMENTA, Selma Garrido (org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2005.CANÁRIO, R. A experiência portuguesa dos Centros de Formação das Associações de Escolas. In: MARIN, A.J. (Org.). Educação continuada. Campinas: Papirus, 2000b. p.63-88.FUSARI, José Cerchi. Formação contínua de educadores na escola e em outras situações. In: BRUNO, E.B.G.; ALMEIDA, L.R. e CHRISTOV, L.H.S. O coordenador pedagógico e a formação docente. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001.MARCELO GARCÍA, C. A formação de professores: Novas perspectivas baseadas na investigação sobre o pensamento do professor. Os professores e sua formação: 3. ed. Lisboa: Dom Quixote, 1997. p. 50-76.______. Formação de professores: para uma mudança educativa. Tradução Isabel Narciso. Portugal: Porto, 1999.NÓVOA, A. (org.). Profissão Professor. Porto: Porto, 1995.______. Os professores e sua formação. 3ª ed. Lisboa: Dom Quixote, 1997.PIMENTA, Selma Garrido; GHEDIN, Evandro (org.) Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2005a.SCHÖN, Donald. Formar professores como profissionais reflexivos. In: Nóvoa, A. (org.) Os professores e a sua formação. 3. ed. Lisboa: D. Quixote, 1997.TARDIF, Maurice. Saberes docente e formação profissional. Petrópolis, Rj: Vozes, 2002.ZEICHNER, K. A formação reflexiva de professores. Idéias e práticas. Lisboa: Educa, 1993.PORTARIA Nº 161/2016/GS/SEDUC/MTPORTARIA Nº 322/2016/GS/SEDUC/MT