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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS D E SAÚDE
JULIANA VASCONCELOS AREAL CABRAL FARIAS
CUIDADO À SAÚDE DAS GESTANTES ADOLESCENTES NO CONTEXTO DAS ESF’s NO MUNICÍPIO DE CAMOCIM
DE SÃO FÉLIX/PE
RECIFE
2010
2
JULIANA VASCONCELOS AREAL CABRAL FARIAS
CUIDADO À SAÚDE DAS GESTANTES ADOLESCENTES NO CONTEXTO DAS
ESF’s NO MUNICÍPIO DE CAMOCIM DE SÃO FÉLIX/PE
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz para a obtenção do título de especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.
Orientadora: Vera Lucia de Vasconcelos Chaves
ECIF
E
RECIFE
2010
3
Catalogação na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães
Farias, Juliana Vasconcelos Areal Cabral.
Cuidado à Saúde das Gestantes Adolescentes no Contexto das ESF´s no Município de Camocim de São Félix / PE. Juliana Vasconcelos Areal Cabral Farias. - Recife: [s.n.], 2010.
38 p. Monografia (Especialista em Gestão de Sistemas e
Serviços de Saúde) - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, 2011.
Orientadora: Vera Lucia de Vasconcelos Chaves 1. Estratégia de Saúde da Família. 2. Gestantes
Adolescentes. 3. Camocim de São Félix. I. Chaves. Vera Lucia de Vasconcelos. II. Titulo.
CDU
4
JULIANA VASCONCELOS AREAL CABRAL FARIAS
CUIDADO À SAÚDE DAS GESTANTES ADOLESCENTES NO CONTEXTO DAS
ESF’s NO MUNICÍPIO DE CAMOCIM DE SÃO FÉLIX/PE
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz para a obtenção do título de especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.
Aprovada em: 05/11/2010
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Maria Valéria Gorayeb de Carvalho
SES/PE
____________________________________________________________
Vera Lucia Vasconcelos Chaves
CPqAM/Fiocruz
5
AGRADECIMENTOS
A Deus que me proporcionou força a cada dia para a concretização deste árduo
trabalho.
Ao meu marido, pela compreensão, dedicação e carinho, incentivando-me sempre a
almejar mais esta conquista.
Aos meus pais, pelo amor, carinho, apoio e incentivo constante. A minha irmã,
Priscila, que com sua força e garra em nenhum momento deixou de impulsionar essa nova
conquista e ao meu irmão, Túlio César, por sempre acreditar em mim.
A querida orientadora Vera Lucia de Vasconcelos Chaves que com sua dedicação,
paciência e serenidade, compartilhou na elaboração deste trabalho.
A equipe da Secretaria de Saúde de Camocim de São Félix, pelo auxílio na coleta dos
dados dos programas SISPRENATAL e SINASC, sempre dispostos as minhas solicitações,
colaborando na realização deste trabalho.
Muito Obrigada a todos!
6
“Só é útil o conhecimento que
nos torna melhores”
Sócrates
7
FARIAS, Juliana Vasconcelos Areal Cabral. Cuidado à Saúde das Gestantes Adolescentes no Contexto das ESF´s no Município de Camocim de São Feliz / PE. 2010. Monografia (Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde) - Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2010.
RESUMO
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) surge como um novo modelo de atenção à saúde e de reorientação da assistência. Para garantir a qualidade da assistência pré-natal, o Ministério da Saúde (2000), estabeleceu diretrizes para a atenção pré-natal. Na prática médica, associa-se a gravidez na adolescência à probabilidade de aumento das intercorrências clínicas e morte materna, porém, quando devidamente acompanhada no pré-natal, a idade ginecológica não se associa a nenhuma complicação da gravidez, de parto ou a intercorrências neonatais. Partindo deste pressuposto, o presente estudo tem como objetivo avaliar a assistência prestada às gestantes adolescentes cadastradas nas Equipes Saúde da Família no município de Camocim de São Félix - PE, no período de janeiro de 2007 a julho de 2010, a fim de subsidiar ações, visando melhorar a qualidade da assistência prestada neste município. Participaram deste estudo, 164 (cento e sessenta e quatro) gestantes adolescentes usuárias das ESF’s, com idades compreendidas entre 10-19 anos. O estudo analisou como as ESF’s do município de Camocim de São Félix, têm prestado assistência à saúde das gestantes adolescentes, através da análise detalhada de dados secundários, bem como identificar o perfil destas gestantes.
Palavras-chave: Estratégia de Saúde da Família, Gestantes adolescentes, Camocim de São Félix.
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FARIAS, Juliana Vasconcelos Areal Cabral. Cuidado à Saúde das Gestantes Adolescentes no Contexto das ESF´s no Município de Camocim de São Feliz / PE. 2010. Monografia (Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde) - Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2010.
ABSTRACT
The Family Health Strategy (FHS) has emerged as a new model of health care and retraining assistance. To ensure the quality of prenatal care, the Ministry of Health (2000), established guidelines for prenatal care. In medical practice, is associated with teenage pregnancy increase the likelihood of clinical complications and maternal deaths, however, when properly monitored in the prenatal, gynecological age is not associated with any complication of pregnancy, delivery or neonatal complications . Under this assumption, this study aims to evaluate the care provided to pregnant adolescents enrolled in Family Health Teams in the municipality of Sao Felix Camocim - PE, from January 2007 to July 2010 in order to support actions, to improve the quality of care in this county. The sample consisted of 164 (one hundred and sixty-four) pregnant teenage users of the ESF's, aged 10-19 years. The study analyzed how the city of ESF's Camocim of St. Felix, has provided health care for pregnant teenagers through the detailed analysis of secondary data and identify the profile of these women.
Keywords: Family Health Strategy, Pregnant adolescents, Camocim São Félix.
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LISTA DE ILUSTAÇÕES
Gráfico 1 – Distribuição das gestantes adolescentes de acordo com o estado civil ................ 25
Gráfico 2 – Distribuição do número de consultas de pré-natal realizadas pelas gestantes
adolescentes no município de Camocim de São Félix ............................................................ 25
Gráfico 3 – Distribuição dos exames realizados no pré-natal de adolescentes atendidas nas
ESF’s no município de Camocim de São Félix/PE, no período de janeiro de 2007 a julho de
2010 ......................................................................................................................................... 26
Gráfico 4 – Distribuição da imunização antitetânica nas gestantes adolescentes usuárias das
ESF’s no período de janeiro de 2007 a julho de 2010 ............................................................ 27
Gráfico 5 – Distribuição do tipo de parto vaginal das gestantes adolescentes acompanhadas
nas ESF’s no município de Camocim de São Félix no período de Janeiro de 2007 a Julho de
2010 que tiveram seus filhos na Unidade Mista Nossa Senhora do Bom Parto ..................... 28
Gráfico 6 - Distribuição do peso ao nascer dos filhos das gestantes adolescentes que nasceram
de parto vaginal na Unidade Mista Nossa senhora do Bom Parto no período de janeiro de
2007 a julho de 2010 no município de Camocim de São Félix/PE ......................................... 29
Gráfico 7 – Distribuição do número de consultas puerperais das gestantes adolescentes
usuárias das ESF’s do município de Camocim de São Félix/PE ............................................ 29
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Distribuição do número de gestantes adolescentes atendidas de acordo com as
ESF’s do município de Camocim de São Félix ...................................................................... 24
Tabela 2 – Distribuição da idade das gestantes adolescentes cadastradas nas ESF’s do
município de Camocim de São Félix ...................................................................................... 24
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LISTA DE SIGLAS
AB Atenção Básica
BPN Baixo Peso ao Nascer
DST Doença Sexualmente Transmissível
ESF Estratégia de Saúde da Família
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana
MS Ministério da Saúde
NOAS Norma Operacional da Assistência à Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
PACS Programa de Agentes Comunitários de Saúde
PHPN Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento
SINASC Sistema de Informação Sobre Nascidos Vivos
SISPRENATAL Sistema de Acompanhamento do Programa de Humanização no Pré-
Natal e Nascimento
SUS Sistema Único de Saúde
VAT Vacinação antitetânica
VDRL Venereal Diseases Reserch Laboratory
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 15
2.1 Objetivo Geral …………………………………………………………………….. 15
2.2 Objetivos Específicos ……………………………………………………………... 15
3 REFERENCIAL TEÓRICO ……………………………………………………. 16
3.1 Dimensão Biológica ……………………………………………………………….. 16
3.2 Dimensão Econômica e Educacional-Escolar …………………………………….. 18
3.3 Planejamento da Gravidez e uso de Métodos Anticonceptivos …………………… 19
3.4 Aspectos Emocionais ……………………………………………………………… 20
4 ASPECTOS METODOLÓGICOS ……………………………………………... 22
4.1 Tipo de estudo ……………………………………………………………………... 22
4.2 Caracterização da área de estudo ………………………………………………….. 22
4.3 População e Amostra ……………………………………………………………… 22
4.4 Critérios de inclusão ……………………………………………………………… 23
4.5 Coleta dos dados …………………………………………………………………... 23
4.6 Análise dos dados …………………………………………………………………. 23
4.7 Aspectos éticos ……………………………………………………………………. 23
5 RESULTADOS …………………………………………………………………... 24
6 DISCUSSÃO ……………………………………………………………………... 31
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ……………………………………………………. 34
8 RECOMENDAÇÕES ……………………………………………………………. 35
REFERÊNCIAS ………………………………………………………………….. 36
13
1 INTRODUÇÃO
A gravidez na adolescência tem sérias implicações biológicas, familiares, emocionais
e econômicas, além das jurídico-sociais, que atingem o indivíduo isoladamente e a sociedade
como um todo, limitando ou mesmo adiando as possibilidades de desenvolvimento e
engajamento dessas jovens na sociedade. Devido às repercussões sobre a mãe e sobre o
concepto, a gravidez na adolescência é considerada gestação de alto risco pela Organização
Mundial da Saúde, postulando-se que o risco seja mais social do que biológico (BRASIL,
1977, 1978).
Do ponto de vista obstétrico, a gravidez na adolescência é considerada de alto-risco,
devido ao elevado índice de morbidade materno-fetal. Existe maior incidência de anemia,
toxemias (pré-eclâmpsia e eclâmpsia), infecção urinária, baixo ganho de peso materno,
prematuridade, baixo peso ao nascer, baixo índice de Apgar e desmame precoce, além da
baixa cobertura pré-natal (VIÇOSA et al, 1992).
A atividade sexual na adolescência vem se iniciando cada vez mais precocemente,
com consequências indesejáveis imediatas como o aumento da frequência de doenças
sexualmente transmissíveis (DST) nessa faixa etária; e gravidez, muitas vezes também
indesejável e que pode terminar em aborto (BASSO et al, 1991; MIMICA; PIATO, 1991;
TAQUETE, 1992; OH et al, 1993; CRESAPIN, 1998; CHABAN et al, 2000).
A gravidez na adolescência, pode ocasionar transtornos a longo prazo e tardiamente,
tanto para a adolescente quanto para o recém-nascido. A adolescente pode apresentar
problemas de crescimento e desenvolvimento, emocionais, comportamentais e educacionais,
além de possíveis complicações na gestação e no parto (CREATSAS et al, 1991; PIYASIL,
1998; WILCOX; FIELD, 1998).
O pré-natal deve ser organizado para atender as reais necessidades da população de
gestantes por meio da utilização de conhecimentos técnico-científicos e recursos adequados,
disponíveis para cada caso. Reforça-se, ainda, que as ações de saúde precisam estar voltadas
para cobertura de toda a população alvo da área de abrangência da unidade de saúde,
assegurando a continuidade no atendimento, o acompanhamento e a avaliação dessas ações
sobre saúde materna-perinatal (BRASIL, 2000).
A assistência pré-natal tem ainda o objetivo de orientar e esclarecer sobre o parto e os
cuidados com o recém-nascido, visando à redução das taxas de morbi-mortalidade materno-
infantil, baixo peso ao nascer e retardo do crescimento intra-uterino, visto que estas causas
14
são evitáveis dependendo da qualidade assistencial prestada neste período (BALLONE,
2000).
Pelo exposto, fica claro que as adolescentes grávidas necessitam de atenção
especializada e, para tanto, têm sido criado programas de assistência pré-natal específicos
para este grupo, os quais buscam, através de uma equipe multidisciplinar, implementar uma
assistência pré-natal integral, visando também melhorar a auto-estima, diminuindo a
ansiedade da gestante, favorecendo a formação de uma futura mãe estruturada para construir
uma família (VIÇOSA et al, 1992).
15
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Avaliar a assistência prestada às gestantes adolescentes cadastradas nas Equipes Saúde
da Família no município de Camocim de São Félix - PE, no período de janeiro de 2007 a
julho de 2010, a fim de subsidiar ações, visando melhorar a qualidade da assistência prestada
neste município.
2.2 Objetivos Específicos
- Descrever a prevalência de gestantes adolescentes, identificando o tipo de parto, peso
ao nascer, estado civil das adolescentes e número de consultas de pré-natal no município de
Camocim de São Félix, tomando como referência informações contidas no Sistema de
Informação Sobre Nascidos Vivos (SINASC).
- Investigar a assistência prestada as gestantes adolescentes em Camocim de São Félix,
procurando verificar os seguintes aspectos: exames realizados, vacinas, número de consultas
de puerpério, tomando como referência informações contidas no Sistema de
Acompanhamento do Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento
(SISPRENATAL).
– Analisar a assistência prestada por Estratégia de Saúde da Família (ESF) no
município de Camocim de são Félix/PE, procurando fazer uma análise comparativa entre os
mesmos.
16
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Dimensão Biológica
A adolescência é o período que se caracteriza pela transição da infância para a idade
adulta, ou seja, pela perda da identidade infantil, busca da identidade adulta, sendo, assim,
uma fase de profunda instabilidade emocional e mudanças corporais (GOLDENBERG et al,
2005). Considerando que a adolescência é social e historicamente modelada, tal afirmação
remete à perspectiva de sua significação no mundo contemporâneo ocidental.
Mais freqüente nos segmentos sociais mais desfavorecidos, a gravidez na adolescência
representa, um significativo número de casos, um agravante no complexo quadro existencial,
comprometendo o futuro profissional, dificultando o retorno à escola e limitando as
oportunidades de trabalho (FUJIMORI et al, 1997). A propósito, mesmo lembrando que nem
toda gravidez na adolescência é indesejada, como aponta Daadorian (2002), não se pode
deixar de disponibilizar serviços assistenciais condizentes e orientações que facultem práticas
contraceptivas responsáveis no exercício da sexualidade para esse segmento social. Em meio
à diversidade e complexidade de injunções associadas à ocorrência da gravidez na
adolescência, seu enfrentamento configura, certamente, um desafio à sociedade.
Ao lado das potenciais repercussões, no plano existencial, associadas à gravidez na
adolescência, há indícios, no plano biológico-social, de maior concentração de agravos à
saúde materna, bem como de complicações perinatais, particularmente entre adolescentes
mais jovens. Dentre as complicações maternas e neonatais mais freqüentes da gravidez na
adolescência, são referenciados o baixo ganho de peso materno, a desproporção céfalo-
pélvica, a pré-eclampsia, a prematuridade, o baixo peso ao nascer e o Apgar baixo no quinto
minuto (GOLDENBERG et al, 2005). O baixo peso ao nascer é o mais importante fator
associado à mortalidade e morbidade perinatais, segundo a Organização Mundial de Saúde
(BRASIL, 1997), quando se avalia o desfecho de uma gravidez. Segue, em importância, a
prematuridade – considerada a idade gestacional abaixo de 37 semanas – na medida em que
pode predispor a problemas imediatos ao nascimento ou tardios, tais como: hipóxia, síndrome
da membrana hialina, tocotraumatismos, hemorragias intracranianas, infecções, hipoglicemia
e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor futuro. O Apgar no quinto minuto, referindo o
estado de oxigenação do recém-nascido no período ante e intraparto, é considerado importante
17
preditor da avaliação do bem-estar e do prognóstico inicial do recém-nascido, sinalizando
para um bom estado deste a partir de valores acima de 7 (CORREA, 1999).
Compreendendo-se a importância da avaliação da cobertura do acompanhamento pré-
natal, foi introduzido no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), a partir de
1995, um campo referente ao número de consultas de pré-natal realizadas durante a gestação
(SILVA, 1993-1996). Neste sentido, visando garantir, entre outras, a identificação precoce de
todas as gestantes da comunidade e o pronto início do acompanhamento no primeiro trimestre
da gravidez, foram estabelecidas condições para uma assistência pré-natal efetiva objetivando
garantir a continuidade da assistência em todos os níveis de complexidade do sistema de
saúde (BRASIL, 2000).
Para garantir a qualidade da assistência pré-natal, o Ministério da Saúde (2000),
estabeleceu diretrizes para a atenção pré-natal, dentre elas figuram desde rotinas preconizadas
para consultas até a definição de fatores de risco na gravidez, de forma que se possa ampliar a
assistência pré-natal incluindo, entre outras formas, a participação do enfermeiro como
membro da equipe de saúde que presta assistência direta à mulher durante o ciclo gravídico-
puerperal. Cabe lembrar, de acordo com a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem,
Decreto n° 94.406/87, o pré-natal de baixo risco na gravidez pode ser inteiramente
acompanhado pela enfermeira (o).
Além de incluir mais um elemento da equipe de saúde no atendimento direto às
gestantes, o Ministério da Saúde (MS) estabeleceu critérios para avaliação da qualidade da
assistência, a saber: número de consultas (seis no mínimo), início do acompanhamento pré-
natal o mais precoce possível (obrigatoriamente até a 14° semana de gestação), distribuição
das consultas durante o pré-natal (no mínimo uma consulta no 1° trimestre, duas no 2°
trimestre, três no 3° trimestre e uma até 42 dias do puerpério), solicitação de exames
complementares obrigatórios, realização do exame obstétrico durante o pré-natal (medida do
peso, verificação da pressão arterial, medida da altura uterina, auscuta dos batimentos
cardíaco fetal e toque vaginal quando necessário), realização de atividades educativas,
orientação quanto amamentação e parto, vacinação antitetânica (VAT) e coleta de
citopatológico de colo uterino.
Na prática médica, associa-se a gravidez na adolescência à probabilidade de aumento
das intercorrências clínicas e morte materna. Quando indesejada, ou sem apoio social e
familiar, a gravidez frequentemente leva adolescentes à prática do aborto ilegal e em
condições impróprias, constituindo-se esta em uma das principais causas de óbito por
problemas relacionados à gravidez. Porém, quando devidamente acompanhadas nos pré-
18
natais, têm desempenho obstétrico comparável ao de mulheres de 20 a 29 anos, ou seja, a
idade ginecológica não se associa a nenhuma complicação da gravidez, de parto ou a
intercorrências neonatais (PINTO, 1982).
Do ponto de vista social, evidenciam-se implicações como abandono da escola, maior
dificuldade de inserção no mercado de trabalho, diminuição do padrão de vida,
desestruturação familiar e conseqüente circularidade da pobreza (BRASIL, 1989).
3.2 Dimensão Econômica e Educacional-Escolar
O impacto adverso da gravidez precoce emerge de forma mais clara quando se
examina a relação entre educação, pobreza e maternidade precoce.
O grau de escolaridade está vinculado ao índice de gravidez em menores de 18 anos.
Quanto menor o número de anos de escolaridade, maior é a incidência de gestações entre
adolescentes, sendo este índice três vezes superior em jovens com o fundamental incompleto
quando comparadas com as que estudaram oito ou mais (GOMES, 2002).
Já durante a gravidez, as adolescentes abandonam escola e emprego. Quando muito
estudam ou trabalham até o sétimo mês de gravidez (SOF, 1997). Constrangimento e pressões
de diretores, professores, colegas e pais de colegas estão entre os fatores que determinam a
saída da escola antes do nascimento do filho. Alguns pais contribuem decisivamente para esse
abandono ao preferirem esconder a situação "vexatória" da gravidez de sua filha.
Após o nascimento, o abandono da escola é a saída que se impõe às mães jovens,
sejam as que necessitam pagar com o seu trabalho doméstico a família que a abriga e ao seu
filho, sejam as que necessitam ganhar o sustento para ambos. Neste último caso, diante das
dificuldades em encontrar vaga em uma creche gratuita próxima ou sequer em qualquer
creche gratuita, a adolescente busca o apoio da sua família para a guarda do bebê durante sua
jornada de trabalho, o que torna ainda mais frágil sua já complicada relação com o filho. O
apoio da família, em especial nos estratos de baixa renda, significa uma diluição, ou
atenuação, da legitimidade da autoridade da mãe adolescente sobre o filho/filha
(DESSER,1993). Quando não conseguem esse apoio familiar, não raro destinam parte de seus
parcos vencimentos a outra mulher que cuidará de seu filho durante essa jornada. No fim do
dia, ir à escola diante desse contexto torna-se uma tarefa impossível de ser cumprida. Jovens
oriundas de famílias com maior poder econômico e que aceitam a gravidez podem vislumbrar
a possibilidade de completar seus estudos e retomar seu projeto de vida. A não-continuidade
dos estudos significará menor qualificação, portanto, menos chances de competir num
19
mercado cada vez mais exigente e com menos ofertas, além da submissão ao trabalho
informal e mal remunerados.
Uma outra faceta da relação entre escolaridade e gravidez na adolescência é a que
aponta significativas influências do nível de escolaridade na ocorrência desse tipo de
gravidez. Henriques, et al, (1989), apresentam evidências de que a menor escolaridade é uma
característica geral das adolescentes que tiveram filho, independentemente de seu nível de
renda ou sua residência (áreas urbanas ou rurais). Fertilidade, em geral, apresenta uma relação
inversa com nível educacional das mulheres: mulheres sem educação formal têm, em média, o
dobro do número de filhos do que aquelas com sete ou mais anos de escolaridade.
Boletim da SOF (1997), aponta que entre as meninas que ficam mais de cinco anos na
escola, 5 em cada 100 engravidam antes de fazer 19 anos. Entre as meninas sem instrução, a
proporção sobe para 17 em cada 100. Para as autoras, esses dados podem significar que a
escola está ensinando algo sobre corpo, sexualidade e relações afetivas. Uma outra hipótese é
que o fato de continuar os estudos aumente a auto-estima e proporcione à adolescente projetos
de vida profissional mais amplos que o de ser apenas esposa e mãe.
3.3 Planejameno da Gravidez e uso de Métodos Anticonceptivos
A utilização de métodos contraceptivos não ocorre de modo eficaz na adolescência, e
isso está vinculado inclusive aos fatores psicológicos inerentes ao período, pois a adolescência
nega a possibilidade de engravidar e essa negação é tanto maior quanto menor for a faixa
etária (VITALLE; AMÂNCIO, 2000).
O encontro sexual é mantido de forma eventual, não justificando, conforme acreditam,
o uso rotineiro da contracepção. Não assumem perante a família a sua sexualidade e a posse
do contraceptivo seria a prova formal de vida sexual ativa.
A gravidez e o risco de engravidar podem estar associados a uma menor auto-estima,
ao funcionamento intrafamiliar inadequado ou à menor qualidade de atividades do seu tempo
livre e a facilidade de acesso à informação sexual não garante maior proteção contra doenças
sexualmente transmissíveis e gravidez não desejada (CAMPOS, 2000).
A quase total ausência da educação para o exercício saudável da sexualidade, nas
diferentes fases da vida, precisa ser enfrentada mediante esforços articulados visando à
construção de políticas e práticas que a favoreçam, incluindo outros grupos/fases da vida
numa abordagem interdisciplinar, dentro e fora dos muros dos serviços de saúde, investindo-
20
se no desenvolvimento da participação social para a cidadania e responsabilização com o
cuidado em saúde reprodutiva e sexual.
Interpretar toda gravidez na adolescência como problema e educar coercitivamente
para a sua prevenção, através de métodos de uso contraceptivos ou práticas comportamentais
restritivas, são negar o direito à escolha e a responsabilidade da sociedade e do setor saúde,
em particular, na oferta de suporte aos adolescentes para que desenvolvam conhecimentos e
habilidades que os ajudem a questionar, propor e apoiar ações voltadas ao resgate da
cidadania e de todos e ao desenvolvimento de comportamentos seguros e desejados à sua
saúde reprodutiva e sexual (PEDROSA, 1999).
Essa percepção recoloca a questão da gravidez na adolescência para além do rótulo de
problema, apresentando-se como alternativa à orientação das ações profissionais em torno da
questão; através deste olhar valoriza-se a individualidade e a construção de elementos para
sua participação autônoma e comprometida nas questões que lhes dizem respeito, incluindo a
concepção/contracepção.
3.4 Aspectos Emocionais
Muitos são os fatores ambientais que influenciam a gravidez na adolescência, os quais
podem, inclusive, travar o potencial da adolescente, ou agir como uma barreira para o seu
crescimento e desenvolvimento futuros. Para Logsdoson e Gennaro (2005), o suporte social é
uma importante força, prevenindo adversidades maternas e infantis, e podem vir de diferentes
instâncias do ambiente. O apoio social é também uma variável significativa, influenciando os
sintomas de depressão entre as adolescentes grávidas (BARNET, 1996).
De modo geral não se pode dizer que as depressões previamente presentes piorem na
gravidez, obrigatoriamente, pois se observa exatamente o contrário na prática clínica, algumas
mulheres apresentam uma melhora da sintomatologia depressiva quando se encontram
grávidas. Também não é possível tentar estabelecer alguma regra geral, segundo a qual a
gravidez de adolescentes predispõe ao estado depressivo. E a base destas alterações de humor
para melhor, quando ocorrem, parece estar relacionada a alguma alteração hormonal, sendo a
progesterona, o hormônio dominante na gravidez (BALLONE, 2003).
Se existe algum período da gravidez onde possa ser observada uma melhor
performance emocional, essa época é entre 17 e 20 semanas de gestação. Isso parece estar
relacionado à produção hormonal pela placenta. Nessa fase da gravidez, o sistema endócrino
da mulher trabalha ativamente para promover o crescimento uterino e do bebê. No entanto,
21
passado algum tempo, a placenta torna-se a principal responsável pela produção hormonal.
Este fato explica, em parte e como vimos acima, as sensações de melhora física, pois, a
produção placentária não tem tantos efeitos secundários quanto a produção endócrina
(BALLONE, 2003).
Mesmo assim, as reações emotivas da grávida tornam-se mais intensas e muitas delas
ficam surpreendidas com a labilidade emocional. Além desses determinantes biológicos e
hormonais, a grávida adolescente teria ainda razões de ordem existencial para alimentar a
extrema labilidade afetiva.
O trabalho de parto é receado por muitas adolescentes, sobretudo porque é
amplamente desconhecido. A melhor forma de ultrapassar o medo é falar abertamente sobre o
assunto. A partilha de idéias com outras mulheres que sentem o mesmo pode ser uma ajuda
preciosa.
Geralmente a adolescente grávida passa a ser rodeada de conselhos, críticas, sugestões
e advertências. Todos parecem ter algo a dizer; alguns amigos querem contribuir para o
crescimento do filho, professores e parentes procedem com críticas amargas e dissimuladas,
familiares mais próximos com veementes censuras... e assim por diante (RAQUEL, 2000).
Segundo Raquel (2000), adolescentes que engravidam precocemente, apresentam um
ponto em comum: a fragilidade no processo de formação de sua identidade.
22
4 ASPECTOS METODOLÓGICOS
4.1 Tipo de estudo
Esse é um estudo de caráter descritivo e explanatório com vistas a desenvolver uma
avaliação do cuidado à saúde das gestantes adolescentes no contexto das ESF’s no município
de Camocim de São Félix.
4.2 Caracterização da área de estudo
O município de Camocim de São Félix fica situado a 102 km da capital do estado de
Pernambuco – Recife e tem uma população de aproximadamente 16.000 mil habitantes (IBGE
2009). Está localizado na mesorregião Agreste do estado, tendo como principal fonte de renda
a agricultura e a pecuária.
Na área da saúde, o município está habilitado na condição de Gestão da Atenção
Básica Municipal pela Norma Operacional da Assistência à Saúde (NOAS/2002), possuindo,
portanto, as responsabilidades na gestão da atenção básica, vigilância em saúde e assistência
farmacêutica básica.
A rede municipal de saúde na atenção primária possui cinco equipes de ESF, todas
com a estratégia de saúde bucal implantadas, o Programa de Agentes Comunitários de Saúde
(PACS) e os serviços básicos de clínica médica, pediatria, ginecologia e urgência básica. Em
todas as ESF’s, funcionam os programas prioritários do Ministério da Saúde que são: saúde da
mulher, saúde da criança, saúde do idoso, atenção ao parto e puerpério, serviço de citologia,
hipertensão e diabetes, hanseníase e tuberculose e planejamento familiar.
Na Média complexidade o município de Camocim de São Félix é prestador de serviços
do estado de Pernambuco nas especialidades: fisioterapia, ultrassonografia, cardiologia,
psicologia, nutrição, colposcopia e laboratório de análises clínicas.
4.3 População e amostra
A população foi composta pelas gestantes adolescentes usuárias das cinco ESF’s do
município de Camocim de São Félix, no período de janeiro de 2007 a julho de 2010, fazendo
parte da amostra 164 (cento e sessenta e quatro) gestantes adolescentes, na faixa etária de 10 a
19 anos.
23
4.4 Critérios de inclusão
• Gestante adolescente;
• Faixa etária de 10 a 19 anos;
• Natural de Camocim de São Félix;
• Cadastradas nas ESF’s do município;
• Acompanhadas de Janeiro de 2007 a julho de 2010.
4.5 Coleta dos dados
Esse projeto se pautou na utilização de abordagem quantitativa para a coleta de dados
secundários. Os dados secundários foram obtidos a partir dos programas SISPRENATAL e
SINASC, em relação às informações contidas por ESF’s do município de Camocim de São
Félix/PE.
4.6 Análise dos dados
Os dados secundários foram analisados através do programa Excel for Windows e os
resultados apresentados através de gráficos e tabelas de freqüências simples e relativas.
Inicialmente selecionamos dados cadastrais das gestantes adolescentes de 10 a 19 anos
nas cinco ESF’s existentes no município, no período de Janeiro de 2007 a julho de 2010. Em
seguida realizamos uma análise de freqüência procurando observar o número de gestantes
adolescentes inscritas e acompanhadas por ESF, idade gestacional, estado civil, número de
consultas de pré-natal, exames realizados no pré-natal, imunização antitetânica das gestantes
adolescentes, tipo de parto e peso do recém nascido ao nascer.
4.7 Aspectos éticos
Trabalhamos com dados secundários, que por sua natureza não oferece risco a
população em análise, sendo dispensável a necessidade de encaminhamento para aprovação
do Comitê de Ética.
24
5 RESULTADOS Tabela 1 – Distribuição do número de gestantes adolescentes atendidas nas ESF’s do município de Camocim de São Félix (2007 a 2010).
ESF RURAL ESF URBANA TOTAL ANO ESF 1 ESF 2 ESF 3 ESF4 ESF5 N° % 2007 01 03 16 03 10 33 20,1 2008 02 05 12 09 16 44 26,8 2009 01 09 18 09 15 52 31,7 2010 02 01 19 04 09 35 21,4
TOTAL 06 3,65%
18 10,97%
65 39,63%
25 15,25%
50 30,50%
164 100
Fonte: SISPRENATALWEB - dados sujeitos a alterações para o ano de 2010. Nota: ESF 1- ESF Dr. Antônio Fonseca Barbosa; ESF 2- ESF Dr. José de Melo Filho; ESF 3- ESF Afro Alves de Oliveira; ESF 4- ESF José Antônio dos Santos Filho e ESF 5- ESF São José.
Como podemos observar na tabela 1, o município de Camocim de São Félix apresenta
cinco Estratégias Saúde da Família, sendo duas rurais e três urbanas.
No ano de 2007, observam-se 33 (20,1%) gestantes adolescentes, em 2008, 44
(26,8%) gestantes adolescentes, em 2009, 52 (31,7%) gestantes adolescentes e para finalizar,
em 2010, 35 (21,4%) gestantes adolescentes.
De acordo com a tabela 1, é perceptível que a área urbana apresenta maior percentual
de gestantes adolescentes cadastradas nas ESF’s quando comparadas com a área rural.
Tabela 2 – Distribuição da idade das gestantes adolescentes cadastradas nas ESF’s no município de Camocim de São Félix.
IDADE 2007 2008 2009 2010 TOTAL 10 11 12 01 01 13 01 01 01 03 14 04 02 02 01 09 15 03 06 05 06 20 16 12 11 12 05 40 17 06 07 09 06 28 18 03 06 10 06 25 19 04 11 12 11 38
TOTAL 33 44 52 35 164 Fonte: SISPRENATALWEB - dados sujeitos a alterações para o ano de 2010
Analisando a tabela 2, podemos verificar que o município de Camocim de São Félix
apresentou como início para a gravidez na adolescência a idade de 12 anos, ocorrendo apenas
um registro na ESF Dr. José de Melo Filho (zona rural), não havendo, portanto, registros para
as idades de 10 e 11 anos, no período de janeiro de 2007 a julho de 2010.
25
Gráfico 1 - Distribuição das gestantes adolescentes de acordo com o estado civil Fonte: SINASCWEB – dados sujeitos a alterações para o ano de 2010 Analisando o gráfico 1, podemos observar que no ano de 2007, o município de
Camocim de São Félix, apresentou 1 (3%) gestante adolescente com estado civil de solteira e
32 (97%) gestantes adolescentes sem informação do estado civil.
Este mesmo fato também pode ser observado para o ano de 2008, onde existe apenas 1
(2,2%) gestante adolescente com estado civil de solteira e 43 (97,8%) gestantes sem
informações do estado civil.
Em 2009, foi verificado que das 52 gestantes adolescentes, 49 (94,2%) eram solteiras e
3 (5,8%) casadas.
Em 2010, das 35 gestantes adolescentes, 30 (85,7%) são solteiras, 4 (11,5%) casadas
e existe 1 (2,8%) gestante com ausência de informação sobre o estado civil.
Gráfico 2 - Distribuição do número de consultas de pré-natal realizadas pelas gestantes adolescentes no município de Camocim de São Félix. Fonte: SINASCWEB – dados sujeitos a alterações para o ano 2010 Analisando o gráfico 2, podemos observar que no ano de 2007, o município de
Camocim de São Félix, apresentou 1 (3%) gestante adolescente que realizou ≥ 7 consultas de
pré-natal e 32 (97%) gestantes adolescentes que não foram informadas as quantidades de
consultas de pré-natal realizadas.
26
Em 2008, o município de Camocim de São Félix, apresentou 1 (2,2%) gestante
adolescente que realizou ≥7 consultas de pré-natal e 43 (97,8%) gestantes adolescentes que
não foram informadas as quantidades de consultas de pré-natal realizadas.
No ano de 2009, 6 (11,5%) gestantes realizaram entre 1-3 consultas de pré-natal, 22
(42,3%) realizaram 4-6 consultas de pré-natal e 24 (46,2%) realizaram ≥ 7consultas de pré-
natal.
Em 2010, 2 (5,7%) gestante adolescente realizou entre 1-3 consultas de pré-natal, 13
(37,1%) gestantes adolescentes realizaram entre 4-6 consultas de pré-natal e 20 (57,2%)
gestantes adolescentes realizaram ≥ 7 consultas de pré-natal.
Analisando ainda o gráfico 2, podemos observar que nos anos de 2009 e 2010
existiram quantidades do número de consultas de pré-natal inferior ao que é preconizado pelo
MS.
Gráfico 3 - Distribuição dos exames realizados no pré- natal de adolescentes atendidas nas ESF’s no município de Camocim de São Félix/PE, no período de janeiro de 2007 a julho de 2010. Fonte: SISPRENATALCWEB – dados sujeitos a alterações para o ano 2010 Analisando o gráfico 3, podemos observar que os exames realizados foram agrupados
em três níveis: exames completos, exames especiais e exames incompletos.
Consideramos exames completos, quando a gestante adolescente realizou ao longo do
pré-natal duas vezes os seguintes exames: sumário de urina, glicemia de jejum e VDRL
(Venereal Diseases Research Laboratory), assim como, a realização da tipagem sanguínea,
hemograma e HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). Consideramos exames especiais,
quando a gestante adolescente realizou ao longo do pré-natal: sorologia para rubéola, hepatite
e toxoplasmose. Consideramos exames incompletos, quando a gestante adolescente ao longo
do pré-natal deixou de realizar o esquema completo de exames exigidos e preconizados pelo
MS.
27
No ano de 2007, as gestantes adolescentes do município de Camocim de São Félix
realizaram 8 (24,2%) exames completos, 9 (27,3%) exames especiais, 9 (27,3%) exames
incompletos e 7 (21,2%) gestantes deixaram de realizar qualquer tipo de exame obrigatório
durante o pé-natal.
Em 2008, 17 (38,6%) gestantes realizaram os exames por completo, 12 (27,3%)
realizaram os exames especiais, 7 (15,9%) realizaram os exames de forma incompleta e 8
(18,2%) gestantes não realizaram qualquer tipo de exame obrigatório durante o pré-natal.
Em 2009, 11 (21,1%) gestantes adolescentes realizaram os exames por completo, 16
(30,8%) realizaram os ditos especiais, 16 (30,8%) realizaram os exames incompletos e 9
(17,3%) deixaram de realizar qualquer tipo de exame obrigatório durante o pré-natal. O
número elevado de gestantes adolescentes que realizaram os exames de forma incompleta,
deu-se ao fato do município no referido ano ter enfrentado problemas no processo licitatório,
ficando desta forma, incapacitado de adquirir materiais laboratoriais.
Em 2010, 5 (14,3%) gestantes adolescentes realizaram os exames por completo, 8
(22,8%) realizaram os chamados exames especiais, 5 (14,3%) gestantes adolescentes
realizaram os exames de forma incompleta e 17 (48,6%) deixaram de realizar exames.
Gráfico 4 - Distribuição da imunização antitetânica nas gestantes adolescentes usuárias das ESF’s no período de janeiro de 2007 a julho de 2010, no município de Camocim de São Félix. Fonte: SISPRENATALCWEB – dados sujeitos a alterações para o ano 2010 O esquema completo de imunização é importante para gestantes adolescentes para
prevenir contra o tétano neonatal, também conhecido como mal dos sete dias. Estudos
mostram que a vacinação antitetânica durante a gravidez é segura e não causa danos à mulher
nem ao bebê.
Observando o gráfico 4, podemos observar que no ano de 2007, 22 (66,7%) das
gestantes adolescentes realizaram o esquema completo de imunização e 11 (33,3%) gestantes
adolescentes realizaram o esquema incompleto.
28
Em 2008, 24 (54,5%) gestantes adolescentes realizaram o esquema completo, 12
(27,3%) incompleto e 8 (18,2%) não realizaram qualquer tipo de esquema, ficando portanto
não imunizadas.
No ano de 2009, 21 (40,4%) gestantes adolescentes realizaram o esquema completo,
24 (46,1%) incompleto e 7 (13,5%) deixaram de realizar qualquer tipo de imunização.
Em 2010, 7 (20%) gestantes adolescentes realizaram o esquema de imunização
completo, 6 (17,2%) incompletos e 22 (62,8%) não realizaram qualquer tipo de imunização.
Através da análise dos resultados obtidos, verificamos que um grande número de gestantes
adolescentes deixaram de realizar qualquer tipo de imunização.
Gráfico 5 - Distribuição do tipo de parto vaginal das gestantes adolescentes acompanhadas nas ESF’s no município de Camocim de São Félix no período de Janeiro de 2007 a Julho de 2010 que tiveram seus filhos na Unidade Mista Nossa Senhora do Bom Parto. Fonte: SINASCWEB – Dados sujeitos a alterações para o ano 2010 Nos anos de 2007 e 2008, o município de Camocim de São Félix registrou no
Programa SINASC, um único parto do tipo vaginal para gestante adolescente.
Em 2009, apresentou um total de 41 partos do tipo vaginal em gestantes adolescentes,
sendo 21 (51,2%) realizados no município e os demais 20 (48,8%) evadiram-se para cidades
circunvizinhas por opção da gestante.
No ano de 2010 foram registrados 30 partos do tipo vaginal em gestantes adolescentes,
sendo 14 (46,6%) realizados no município e os demais 16 (53,4%) evadiram-se para cidades
circunvizinhas por opção da gestante.
Analisando o gráfico 5, há um aumento no número de partos nos anos de 2009 e 2010,
quando comparados com os anos de 2007 e 2008. Este achado deve-se ao fato da Unidade
Mista Nossa Senhora do Bom Parto ter ficado fechada para reforma por um período de três
anos. Consequentemente, a população passou a evadir-se para as cidades circunvizinhas a
procura de atendimento específico na atenção básica municipal.
29
Para os partos do tipo cesário, a gestante adolescente obrigatoriamente tiveram que
procurar outro serviço de saúde uma vez que no município de Camocim de São Félix na
ocasião não dispunha deste tipo de assistência.
Gráfico 6 - Distribuição do peso ao nascer dos filhos das gestantes adolescentes que nasceram de parto vaginal na Unidade Mista Nossa senhora do Bom Parto no período de janeiro de 2007 a julho de 2010 no município de Camocim de São Félix/PE. Fonte: SINASCWEB – Dados sujeitos a alterações para o ano 2010
Analisando o gráfico 6, podemos observar que o município de Camocim de São Félix
apresentou no período de janeiro de 2007 a julho de 2010 um total de 7 crianças consideradas
de baixo peso ao nascer (BPN). É considerado BPN, todo recém nascido com peso inferior a
2500 gramas. Estes achados podem ser encontrados em 2009 � 4 (19%) crianças e em 2010
� 3 (21,5%) crianças.
Para o peso compreendido entre 2500-2999 gramas, verificamos em 2009, o registro
de 7 (33,4%) nascidos vivos e para 2010, o registro de 5 (35,7%) nascidos vivos.
Com o peso compreendido entre 3000-3999 gramas, podemos constatar que nos anos
de 2007 e 2008, apenas uma gestante adolescente em cada ano deu a luz a um bebê de peso ao
nascer normal; em 2009, 9 (45%) registros de nascidos vivos e em 2010, seis (42,8%)
registros de nascidos vivos no município de Camocim de São Félix.
E, finalmente para o peso compreendido entre 4000-4999, há um único registro de
nascido vivo para o ano de 2009, totalizando 4,8% do total de nascidos vivos para o referido
ano.
Gráfico 7 – Distribuição do número de consultas puerperais das gestantes adolescentes usuárias das ESF’s do município de Camocim de São Félix/PE. Fonte: SINASCWEB – dados sujeitos a alterações para o ano 2010
30
O puerpério é o período pós-parto cronologicamente variável, de âmbito impreciso,
durante o qual acontecem todas as manifestações involutivas e de recuperação das estruturas
do sistema reprodutor e do corpo e da mulher após o parto (REZENDE, 2005).
O puerpério é dividido em três fases: imediato (do primeiro ao décimo dia), tardio (do
décimo ao quadragésimo quinto dia) e remoto (além do quadragésimo quinto dia, até retornar
a função reprodutiva da mulher).
Analisando o gráfico 7, podemos observar que no município de Camocim de São
Félix, ocorreu em 2007, 11 consultas puerperais para o período 1-10 dias, 5 consultas
puerperais para o período 10-45 dias, 1 consulta puerperal para o período 45 e + dias e 16
ausências de registros para consultas puerperais.
Para o ano de 2008, registrou 19 consultas puerperais para o período 1-10 dias, 11
consultas puerperais para o período 10-45 dias e 14 ausências de registros para consultas
puerperais.
Em 2009, podemos observar através do gráfico 7, vinte e duas consultas puerperais
para o período 1-10 dias, 10 consultas puerperais o período 10-45 dias e 10 ausências de
registros para consulta puerperal.
No ano de 2010, onze consultas puerperais para o período 1-10 dias, 6 consultas
puerperais para o período 10-45 dias e 2 ausências de registros para consultas puerperais.
Diante do exposto, podemos verificar que houve um decréscimo do não registro de
consultas puerperais quando comparados os anos 2007-2010, confirmando melhora na
qualidade da assistência prestada às gestantes adolescentes.
31
6 DISCUSSÃO
O município de Camocim de São Félix apresentou no período de janeiro de 2007 a
julho de 2010, 164 (cento e sessenta e quatro) gestantes adolescentes com idades variando
entre 12-19 anos de idade. Não obstante, é fundamental que as ESF’s conheçam o perfil da
comunidade na qual estão inseridas, suas demandas, e peculiaridades, a fim de que as
propostas de preservação, manutenção e restauração da saúde sejam mais diretas e eficientes.
Levando em consideração o estado civil, podemos perceber um aumento gradativo do
estado civil de solteira para amostra em estudo, revelando que o início precoce da atividade
sexual pode afetar diretamente na fase mais produtiva de suas vidas. Entendendo-se esta
produtividade de forma ampla, as relações com os amigos, o lazer, a dignidade, a produção é
essencial ao “bem-viver”. Desta forma, fica clara a necessidade de criação de mecanismos de
mobilização e mobilidade que promova uma qualidade de vida mais digna e saudável
(KAPLAN; SADOCK, 2000), bem como, ampliação de programas sociais.
No contexto da assistência integral à saúde da mulher, a assistência pré-natal deve ser
organizada para atender às reais necessidades da população de gestantes, através da utilização
dos conhecimentos técnico-científicos existentes e dos meios e recursos mais adequados e
disponíveis e as ações de saúde devem estar voltadas para a cobertura de toda a população-
alvo da área de abrangência da unidade de saúde, assegurando continuidade no atendimento,
acompanhamento e avaliação destas ações sobre a saúde materna e perinatal.
Assim sendo, a assistência pré-natal visa manter a integridade das condições de saúde
materna e fetal. Para isso, é necessário que o início do pré-natal seja o mais precoce possível,
de preferência antes da 12ª semana de gestação, a fim de identificar e prevenir intercorrências
clínicas, cirúrgicas e obstétricas que possam trazer agravos à gestante ou ao feto.
Observa-se que o número de consultas de pré-natal realizadas pelo município de
Camocim de São Félix teve um aumento gradativo nos anos de 2007-2010, mostrando que o
município tem a preocupação de seguir as recomendações do Programa de Humanização no
Pré-natal e Nascimento (PHPN) que estabelece o número mínimo de consultas de pré-natal:
ser seis consultas, preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e
três no último trimestre (BRASIL, 2005).
O Ministério da Saúde (2000), estabeleceu critérios para avaliação da qualidade da
assistência em todos os níveis de complexidade do sistema de saúde, incluindo solicitação de
exames complementares obrigatórios. Assim sendo, as ESF’s são as portas de entrada do
Sistema Único de Saúde (SUS) e o ponto de partida para a estruturação no âmbito local, só
32
uma Atenção Básica (AB) organizada e resolutiva dá acesso aos demais níveis do Sistema.
Portanto, a AB caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e
coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o
diagnóstico, o tratamento e a reabilitação.
Desta forma, o acolhimento nas ESF’s pode interferir positivamente na satisfação das
usuárias, evidenciando a aceitabilidade e o acesso delas aos serviços de saúde. Portanto, não
podemos considerar a existência de sete casos de BPN no município de Camocim de São
Félix, nos anos de 2009-2010, ter relação ao pré-natal, porém pode ter associação significativa
com as seguintes variáveis maternas: idade menor que 20 anos e não ter companheiro.
Apesar da baixa ocorrência de BPN, no município, os resultados evidenciaram a
importância do pré-natal para reduzir este fato, especialmente por meio do controle do ganho
de peso na gestação, controle da gestação na adolescência, priorizando a atenção das mulheres
sem companheiros.
O peso ao nascer, obtido na primeira hora após o nascimento, reflete as condições
nutricionais do recém-nascido e da gestante, sendo considerado indicador apropriado de saúde
individual. Esse indicador influencia o crescimento e o desenvolvimento da criança e, em
longo prazo, repercute nas condições de saúde do adulto (MOTTA, 2005).
O BPN é definido pela OMS como todo nascido vivo com peso ao nascer inferior a
2.500 gramas, e a prematuridade é classicamente definida como o nascimento que ocorre
antes da 37ª semana de gestação (GUIMARÃES, 2002).
Assim como a obrigatoriedade na realização dos exames, o MS (2000), também exige
administração da VAT, recomendadas de rotina, devendo ser administrada até 20 dias antes
da data provável do parto e, por esta razão, o município de Camocim de São Félix,
disponibiliza em toda ESF, sala de vacina equipada para acondicionar de forma correta as
vacinas, garantindo a imunização com segurança, não havendo necessidade de deslocamento a
sala de vacina da Unidade Mista Nossa Senhora do Bom Parto.
Finalmente, conforme o Manual Técnico de Pré-natal e Puerpério do MS (2005), o
retorno à ESF da mulher e do recém-nascido deve acontecer na primeira semana após o parto
– Primeira Semana de Saúde Integral. A atenção no puerpério é uma prática ainda pouco
consolidada nos serviços de saúde. A grande maioria das mulheres retorna ao serviço de saúde
no primeiro mês após o parto. Entretanto, sua principal preocupação, assim como a dos
profissionais de saúde, é com a avaliação e vacinação do recém-nascido. Isso pode indicar que
as mulheres não recebem informações suficientes para compreenderem a importância da
33
consulta puerperal. A partir deste estudo, buscamos aprimorar nossos conhecimentos sobre a
saúde da mulher ressaltando a atenção no puerpério e sua prática na ESF.
Os resultados obtidos através do gráfico 7, mostram que o município de Camocim de
São Félix, apresentou decréscimo para ausência de registros de consultas puerperais durante
o período analisado e, nos leva a concluir que grande parte das mulheres que fizeram pré-natal
retornou para realizar a consulta puerperal, sendo este um indicador de bom atendimento,
acompanhamento e abrangência dos serviços da ESF.
34
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As atribuições das ESF’s são bastante amplas e têm como principais objetivos
proporcionar uma atenção integral as famílias, identificar os problemas de saúde, incentivar
ações comunitárias, bem como estimular e desenvolver a participação da população local na
solução de seus problemas e no exercício do controle social sobre os serviços que recebe.
Compreender a dinâmica que rege a construção social de adolescentes e jovens na
contemporaneidade é uma via fundamental para se discutir as trajetórias sexuais e
reprodutivas juvenis em diferentes segmentos sociais. O lugar que a sexualidade ocupa no
processo de autonomização juvenil, ainda hoje muito marcado pela hierarquia de gênero,
torna-se a chave para uma leitura mais acurada do fenômeno da gravidez na adolescência.
É necessário ampliar ainda mais as formas de atenção à saúde, promovendo ações de
prevenção e educação para a promoção da saúde. Tais avanços devem contribuir com o
fortalecimento da implementação do SUS, conforme preconizado em suas diretrizes, além de
colaborar para a melhora das condições de acesso aos serviços de saúde, bem como sua
resolutividade, trazendo benefícios diretos para os usuários.
Apesar de inegáveis avanços na produção de serviços e dos princípios de
universalidade e equidade que regem o SUS, ainda se observam importantes desigualdades na
oferta de recursos e serviços, assim como uma forte influência da posição social dos
indivíduos no acesso, utilização e qualidade de serviços de saúde.
35
8 RECOMENDAÇÕES
Sugere-se ao município de Camocim de São Félix, uma maior atenção à gravidez na
adolescência, criando estratégias que minimizem os índices encontrados no período de janeiro
de 2007 a julho de 2010, através de:
• Potencializar o parto humanizado no município;
• Realizar busca ativa de todas as gestantes;
• Programas de prevenção da gravidez na adolescência, tais como a educação sexual,
junto à família e à escola através da criação de um programa de orientação sexual,
buscando parcerias entre as secretarias de Saúde, Assistência Social e Educação;
• Formalização de um Projeto de Lei municipal para criação de campanhas anuais e
fornecimento de métodos contraceptivos suficientes para atendimento da demanda;
• Articulação com as autoridades locais visando à criação de áreas de lazer e incentivo
para a formação de escolas profissionalizantes;
• Formação de grupos de adolescentes, com a finalidade de trabalhar a contracepção e a
sexualidade;
• Organização de um programa de acompanhamento pré-natal específico para gestantes
adolescentes, onde a família e o parceiro sejam parte integrante deste
acompanhamento;
36
REFERÊNCIAS
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