Cuidados Ao RN

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    CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO RECM-NASCIDO: UMA REVISO

    LITERRIA

    Maryell Alexsandro1

    Wescley Moitinho Cardoso

    ricka Samanta Dorfey2

    RESUMO

    O recm-nascido (RN) um ser vulnervel a infeces e patologias, pois seu sistema est se

    adaptando ao novo meio. exatamente nesta fase que ocorre o maior ndice de mortalidade e

    morbidade infantil. Ao decorrer do artigo foram abordadas tcnicas e procedimentos para

    identificar e intervir na sade do neonato. Este estudo foi realizado de forma exploratria,

    onde se fez um levantamento de literaturas j existentes em livros e artigos (Scielo) alm de

    dados de entidades pblicas (Ministrio da Sade, UNICEF) e foram analisados dados

    epidemiolgicos, teve-se como objetivo enfatizar os cuidados necessrios que o enfermeiro e

    sua equipe devem executar em uma assistncia eficaz ao recm-nascido, oferecendo assim um

    ambiente propcio para o seu desenvolvimento.

    PALAVRAS-CHAVE:Recm-Nascido; Cuidados; Enfermagem peditrica.

    1 INTRODUO

    De acordo com a Organizao Mundial de Sade (OMS), toda criana at o 28 dia de

    vida considerada recm-nascido (RN), muitos autores consideram as quatro semanas

    subseqentes ao nascimento como perodo neoatal(ORLANDI; SABR, 2005).

    1 Acadmicos do curso de Enfermagem do 7 semestre da Faculdade So Francisco de Barreiras FASB.2 Especialista em Sade Pblica e PSF, professora do Estagio Curricular I e II da Faculdade So Francisco deBarreiras - FASB

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    Ao longo dos anos a mortalidade dos RNs vem diminuindo graas ao avano

    cientfico e a uma assistncia primaria efetiva, em sculos passado o ndice de mortalidade

    infantil era elevado devido a criana ser afastado dos pais porque cuidar dos filhos era um

    visto como um fardo pesado, e ento as crianas eram cuidadas por amas de leite. Outro fator

    que contribua para o alto ndice de mortalidade na fase neonatal era as precaridades

    (KLIEGMAN, 2004).

    Com os avanos da medicina, em especial da rea de obstetrcia, houve uma

    considervel diminuio nos ndices de mortalidade de RNs. Mesmo assim, ainda h durante

    o perodo neonatal, um grande percentual de morbidade e mortalidade infantil. Dados do

    Fundo das Naes Unidas para a Infncia (UNICEF) (2009) indicam que mais de um milho

    de recm-nascidos morrem por ano nas primeiras 24 horas de vida, por falta de assistncia

    qualificada. Dessa forma, h uma necessidade de uma assistncia eficaz, exigindo do

    enfermeiro e sua equipe um conhecimento e habilidades tcnico-cientficas.

    Para uma assistncia de enfermagem efetiva ao neonato, necessita que a equipe de

    enfermagem tenha conhecimento da histria familiar, histria das gestaes prvias e atual e

    dos eventos durante o trabalho de parto (KLIEGMAN, 2004).

    Para Paterson apud Rolim & Cardoso (2009), a enfermeira deve ajudar o beb a

    tornar-se o mais humanamente possvel em uma circunstncia particular de sua vida, ou seja,

    a vir-a-ser, quando a enfermeira dirige o seu cuidar a esse beb, vendo-o em seu todo,

    buscando maneiras de valorizar o seu potencial, considerando suas limitaes e imaturidade

    psicobiolgica. O interesse da enfermeira no deve estar direcionado apenas ao seu bem-estar,

    mas tambm ao seu estar - melhor.

    A enfermagem esta presente nos momentos cruciais do ser humano, acompanhando

    desde o nascimento at sua morte, com isso, os enfermeiros em especial precisa conhecer os

    mtodos de comunicao seja o paciente adulto ou recm-nascido. Para que isso acontea

    com o RN ele necessita identificar as anormalidades apresentadas. Pois todos os sinais que o

    recm-nascido apresente devem ser interpretados pelo enfermeiro, com isso ele poder ter

    uma assistncia intervencionista.

    Quando o feto ainda esta no meio uterino os aspectos ambientais esto favorveis para

    a sua manuteno, isto, devido ao ambiente uterino lhe fornecer proteo, temperaturaagradvel e nutrio. Aps o nascimento o beb comea a ter uma vida independente, na qual

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    sofrer alteraes drsticas e, precisar se adaptar ao meio extra-uterino e os profissionais de

    sade devem proporcionar ao RN um ambiente parecido com o meio intra-uterino.

    Com base na necessidade de uma assistncia integral e efetiva desde as primeirashoras de vida at a maturao do ser - humano, o presente artigo surgi da pergunta quais os

    cuidados de enfermagem ao recm-nascido?. O objetivo deste estudo sensibilizar os

    profissionais de enfermagem sobre a importncia de um cuidado simples e eficiente ao recm-

    nascido, bem como, faz um levantamento das intercorrncias mais freqentes no perodo

    neonato e intervenes de enfermagem ao RN. Este artigo enfoca mtodos atualizados e

    fidedignos para assistncia de enfermagem ao recm-nascido desde o momento ps-parto at

    o fim do perodo neonatal, perodo que a criana esta mais vulnervel a doenas.

    2 DESENVOLVIMENTO

    2.1 REFERENCIAL TERICO

    2.1.1 Recm-Nascido

    O recm-nascido composto por especificidades, no qual podemos destacar a instabilidade

    dos diversos sistemas de controle hormonais e neurognicos. Em parte, isto decorre, da

    imaturidade do desenvolvimento dos diferentes rgos corporais e, em parte, do fato de que o

    mtodo de controle simplesmente no se ajustaram ao modo de vida totalmente novo(GUYTON; HALL, 2008).

    de suma importncia conhecer e estar atenta comunicao verbal e no-verbal

    emitida pelo beb e pelas prprias profissionais durante o desenvolvimento do cuidado. A

    criana recebe influncia do meio ambiente, nos vrios contextos que exibem as pessoas e

    seus gestos, sons e movimentos, sendo o estmulo importante como eixo para prover seu bom

    desempenho, afetivo, cognitivo, psicolgico e social (CAMPUS; CARDOSO, 2009).

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    2.1.2 Enfermagem e o Recm Nascido

    A enfermagem juntamente com a equipe mdica, que estiver dando assistncia ao

    trabalho de parto, ir necessitar de recursos fsicos, e materiais para uma assistncia eficaz.

    indispensvel que a equipe tenha a sua disposio uma sala de parto bem aparelhada, com

    aspirador, compressas e lenis esterilizados, material para ligadura do cordo, fonte de

    aspirao, sondas, conjunto instrumental destinado ao tratamento da anoxia neonatal e bero

    de calor irradiante. Alm disso, os mdicos e a equipe de enfermagem devem estar

    familiarizados com as medidas exigidas pela criana, sendo necessrio o reconhecimento de

    patologias no primeiro instante de vida (ORLANDI; SABR, 2005).

    Para Orlandi & Sabr (2005) aps o nascimento, o recm-nascido (RN) necessitar de

    cuidados para se recuperar do traumatismo do parto, seja ele concebido em parto normal ou

    cesrio. Os cuidados ao recm nascido so divididos em imediatos e gerais. Os cuidados

    imediatos so os cuidados que a equipe deve ter ainda na sala de parto para manter a vida do

    RN e evitar futuras sequelas, j os cuidados gerais, so os cuidados durante o perodo de

    neonatal, onde a criana estar se adaptando a vida extra-uterina.

    2.1.1.1 Cuidados Imediatos

    A assistncia de enfermagem ao recm-nascido inicia-se com o nascimento do beb.

    No perodo imediatamente aps o parto, o beb precisa ser assistido para estabelecer e manter

    sua respirao, e precisa ser imediatamente protegido contra a perda de calor ou receberaquecimento (ZIEGEL & MECCA, 1986).

    A escala de Apgar (TABELA 1) um instrumento de rastreamento inicial, que deve

    ser aplicado para uma avaliao do lactente imediatamente aps o parto. Reflete a condio

    do beb depois da tenso do trabalho de parto e do parto, e permite uma avaliao daquelas

    funes essenciais vida e que precisam comear imediatamente para que se processe a

    adaptao a vida extra-uterina. A contagem de Apgar realizada no primeiro e quinto minuto,

    encontrando valores menores que seis, este mtodo deve ser repetido entre cinco e dez

    minutos, at que se estabilize organismo do RN (ZIEGEL; MECCA, 1986).

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    TABELA 1 ndice de Apgar

    Sinal 0Nota

    1 2Frequncia

    (bat/min)

    Ausente < 100 > 100

    RespiraoAusente Fraca, Irregular

    (Choro Dbil)Forte, regular (Choro

    Vigoroso)

    Tono Muscular Flacidez Flexo pequena dasextremidades

    Movimentos ativosgeneralizados

    Irritabilidadereflexa

    Ausente Caretas Choro

    Cor Azul, plido Corpo rseo,extremidades azuis

    Corpo todo rseo

    Fonte: Montenegro & Filho.

    A primeira ateno que o enfermeiro deve tomar ao nascimento da criana o

    estabelecimento da respirao, pois quando o cordo umbilical pinado, a placenta

    desativada, rgo que at ento em meio uterino tinha a funo de hematose (troca gasosa). J

    na vida extra-uterina, os pulmes tomam esta funo, nos primeiros trinta segundos de vida

    deve ocorrer primeira respirao normalmente seguida de choro em crianas saudveis, casoisso no acontea equipe tem que estar habilitada a identificar o problema e logo intervir

    com manobras cordiorespiratrias, at a criana estabelecer os movimentos respiratrios

    (ORLANDI; SABR, 2005).

    Gerk (2006) relata que a respirao um dos sinais vitais, exigindo que a monitorao

    seja rigorosa, a freqncia respiratria tendo como valor de referencia para RNs entre 30 a 60

    rpm, devido a necessidade da criana de grande quantidade de O2. Os movimentos

    respiratrios do RN so curtos e irregulares, devem-se monitorar quanto presena de apnia

    acima de quinze segundos.

    Alguns bebs, especialmente os prematuros, apresentam grave angstia respiratria

    durante um perodo que vai de algumas horas a vrios dias aps o nascimento, frequentemente

    vindo a falecer nas primeiras 24 horas de vida (GUYTON; HALL, 2008).

    Para Orlandi & Sabr (2005), deve ser rotina da equipe de sade aps

    restabelecimento respiratrio, que a equipe faa limpeza facial do RN com gazes estreis e adesobstruo das suas vias oronasais e se caso no houver banimento de mecnio durante o

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    parto deve-se desobstruir o canal anal utilizando sondas de borracha flexvel que evita

    ferimentos das mucosas.

    Na sala de parto a equipe deve ter a sua disposio um bero de calor irradiante, paraonde a criana deve ser conduzida logo depois do desmembramento da placenta onde todos os

    procedimentos realizados no RN sero sobre o bero onde ter manuteno de temperatura. A

    criana tem que manter a temperatura axilar por volta de 36 a 37C, caso isso no ocorra

    temperatura do RN baixa faz com que o organismo tenha um maior consumo de O2 levando a

    uma hipxia ocasionando uma acidose, ou seja, diminuio do pH sanguneo (GERK, 2006).

    Conforme Queenan (1993) uma vez fora do tero, todavia, a criana torna-se sujeita a

    fatores extremos que provocam e, por sua vez, regulam as manobras de adaptao necessriaspara manter a estabilidade trmica. Essas manobras invocam o conceito de conforto trmico

    mximo, definida como a temperatura ambiente, em que o metabolismo, tal como refletido

    pelo consumo de oxignio, mnimo, porm suficiente para manter a temperatura corporal.

    Reduzir a temperatura ambiental abaixo dessa zona causar uma elevao no metabolismo,

    assim como o far a elevao da temperatura acima dela.

    Para Orlandi & Sabr (2005) afirmar ainda que, quando a criana j estiver respirando,

    procede-se ao pinamento e a ligadura do cordo. Vrias tcnicas tm sido relatadas para tal

    procedimento, porm a de uso mais corrente faz o esmagamento do cordo com duas pinas,

    com aproximadamente a 4 cm de distancia de insero do abdmen.

    O cordo seccionado entre duas pinas e a ligadura se faz com fio grosso esterilizado

    ou grampo. Alguns hospitais adotam tcnica simples e elegante de ligadura, constituindo na

    substituio do fio por um pequeno anel de borracha que constringe a extremidade distal do

    colo umbilical (MONTENEGRO; FILHO, 2008).

    Segundo Ziegel & Mecca (1985) o cuidado do cordo umbilical prontamente aps o

    nascimento deve ser feito para se prevenir uma hemorragia sria no coto umbilical, este deve

    ser observado atentamente pelo enfermeiro durante as primeiras 24 horas para verificar

    evidncia e sangramento, se for necessrio exige uma inspeo a cada meia ou uma hora at

    que se tenha certeza que o sangramento provavelmente no mais ocorrer.

    A profilaxia de oftalmia gonoccica ser feita na primeira hora de vida pingando-se 1 ou 2

    gotas de soluo de nitrato de prata a 1% nos olhos dos recm nascidos (mtodo de Cred). A

    soluo deve ser recm-preparada e guardada em frasco escuro, com rolha de vidro, porque o

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    nitrato de prata, sob a ao da luz, torna-se bastante irritativo para conjuntiva ocular

    (MONTENEGRO; FILHO, 2008).

    Clayton & Stock (2006) indica para prevenir o neonato das oftalmias causadas pelosmicroorganismos como a Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia no ps-parto, um antibitico

    macroldio que a pomada oftalmolgica de eritromicina, o enfermeiro dever estar

    investigando se existe drenagem ativa no olho ou nas plpebras.

    Durante a assistncia de enfermagem ao recm-nascido na sala de parto devem-se

    investigar anomalias nos genitais do beb. Devemos inspecionar a genitlia masculina e

    identificar presena de edemas na bolsa escrotal, observar amide, hidrocele congnita, o

    prepcio cobre a glande e em raros casos a sua retrao possvel. A genitlia feminina,

    frequentemente as ninfas no so cobertas pelos grandes lbios, h edema dos rgos genitais

    nos primeiros dias, o hmem sempre perfurado (ORLANDI; SABR, 2005).

    Segundo Orlandi & Sabr (2005), recomenda-se que a identificao seja realizada na

    sala de parto, quando a me e filho ainda se encontram nela. Utiliza-se braceletes nos punhos

    ou tornozelos, preferencialmente com material a prova de gua ou de leos. No bracelete ser

    identificado, com tinta indelvel, o nome completo da genitora, sexo da criana, data e hora

    de nascimento.

    2.1.1.2 Cuidados Gerais

    De acordo com Ziegel & Mecca (1985), o enfermeiro deve incluir em sua assistncia

    diria ao beb a observao cuidadosa, o banho, a alimentao, a profilaxia das infeces, o

    preenchimento das necessidades do beb, a facilitao do processo de relacionamento

    materno-infantil e a instruo materna na assistncia ao beb.

    O maior perigo ps-natal o primeiro dia de vida. A enfermeira precisa examinar o

    beb bem de perto durante esse perodo, no qual se realizam ajustamentos traumticos ao

    meio extra-uterino (ZIEGEL & MECCA, 1985).

    De acordo com Gerk (2006), deve ser adotado nos sistemas hospitalares que o recm-

    nascido sadio, logo aps o nascimento, permanece ao lado da me, 24 horas por dia, num

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    mesmo ambiente, at a alta hospitalar. Tal processo possibilita a prestao de todos os

    cuidados assistenciais, bem como a orientao a me sobre a sade do binmio me e filho.

    Todo recm-nascido deve ser manuseado com parcimnia e acolhido tendo sempre emmente a possibilidade de ser um portador de infeces. Em conseqncia necessrio lavar as

    mos antes e depois de toc-lo por qualquer motivo, toda assistncia lhe ser oferecida no

    prprio bero (ORLANDI; SABR, 2005).

    A preveno de infeco uma parte importante no plano de assistncia de

    enfermagem e igualmente uma responsabilidade individual na assistncia ao recm-nascido

    (ZIEGEL & MECCA, 1985)

    importante que a enfermagem saiba que o RN deficiente de produo de

    protrombina, que dependente de vitamina K, predispondo o RN a hemorragias (GERK,

    2006).

    A vitamina K absorvida da alimentao e torna-se a ser produzida normalmente pela

    flora bacteriana no trato gastrintestinal, onde absorvida e levada ao fgado para produo

    dos fatores de coagulao. Os recm-nascidos ainda no tm o colo colonizado com bactrias

    e so frequentementes deficiente de vitamina K. Tambm podem ser deficientes nestes fatoresde coagulao tornando-as mais suscetveis s doenas hemorrgicas nos primeiros cinco a

    oito dias de vida (CLAYTON & STOCK, 2006).

    Geralmente se prescreve a vitamina K, como uma dose nica de 1,0 mg,

    administrada por via intramuscular logo aps o nascimento a fim de evitar uma deficincia

    passageira na coagulao do sangue (ZIEGEL & MECCA).

    O cuidado dirio de rea umbilical geralmente consiste em limpar o coto e a rea em

    torno do umbigo com uma tcnica assptica, esta prtica deve ser diria durante o banho,

    podendo utilizar o lcool a 70% diariamente at sua queda (ORLANDI; SABR, 2005).

    No perodo neonatal o organismo do recm-nascido est deficiente de determinadas

    substncias essenciais para a sobrevivncia. Existe a obrigao de a criana obter

    administrao de clcio devido ao RN necessitar de suprimento para sua ossificao, ferro,

    caso a me no obteve ferro necessrio no perodo gestacional, a criana pode apresentar

    anemia aps cerca de trs meses de vida, vitamina C, o cido ascrbico no armazenado em

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    quantidade suficiente nos tecidos, entretanto, ele necessrio para a adequada formao de

    cartilagem, osso e outras estruturas intercelulares da criana (GUYTON & HALL, 2008).

    Todo recm-nascido deve receber rotineiramente, ainda na maternidade, a 1 dose devacina para hepatite B. Se durante a gestao foi constatado hepatite B na me ou apresente

    teste sorolgico positivo para os antgenos de superfcie do viro B, o recm-nascido deve

    receber uma injeo IM de globulina hiperimune anti-B e ser imediatamente imunizado com a

    vacina para hepatite B (ORLANDI; SABR, 2005).

    Orlandi & Sabr (2005) indica o teste do pezinho como diagnostico da fenilcetonria e

    do hipotireoidismo congnito, onde ambos quando diagnosticados nos primeiros meses de

    vida, leva a criana deteriorao mental.

    A fenilcetonria um teste em recm-nascidos, para detectar o distrbio metablico

    hiperfenilalaninemia. Casi no seja tratado, esse distrbio pode causar o retardo mental ao

    RN. As linitaloes alimentares da fenilalanina apresentaram bons resultados. J o

    rastreamento de hipotireoidismo um teste no qual o achado hipertireoidismo ocorre retardo

    no crescimento e retardo mental no recm-nascido (FISCHBACH & DUNNING, 2005).

    Conforme Orlandi & Sabr (2005), a tcnica da vacinao antituberculosa pelo BCG(Bacilo Calmette e Guerin), nos recm nascidos foi trocada de via oral para via intradrmica

    com dosagem de 0,1 ml por ser a taxa de viragem bem maior. O BCG intradrmico produz

    ndulo endurecido no local da vacina que envolve para supurao. O processo at a

    cicatrizao leva cerca de 2 ou 3 meses, sem dor ou febre.

    Para Orlandi & Sabr (2005) afirmar que 50% dos RNs a termo desenvolva ictercia,

    em grau varivel. Essa ictercia, de resoluo rpida, dificilmente resistir depois da 2

    semana de vida. No exigindo na maioria das vezes h necessidade de tratamento, mas

    quando a bilirrubina, no sangue, se eleva, existindo o perigo de alcanar ou passar os 15 ou 20

    mg%, nvel de alarme, preciso intervir com teraputica segura, contudo necessita de um

    acompanhamento minucioso. Dispomos de dois mtodos capazes de promover a reduo da

    bilirrubinemia; a exsanquinotransfuso, quando os nveis de bilirrubina srica extrapolam

    10% do peso corporal ou mais de 20 mg% e a fototerapia, quando os nveis de bilirrubina

    srica forem maiores de 5% do peso corporal. O tratamento da hiperbilirrubinemia em recm-

    nado normal pode se estabelecer associando-se a idade do RN em horas de vida com os nveisde bilirrubina em mg/dL.

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    O enfermeiro deve estar atento aos seguintes cuidados necessrios durante o

    tratamento fototerpico, tais como: a exposio indevida do RN, que deve estar totalmente

    despido, a mudana de decbito a cada quatro horas, a monitorizaro da temperatura axilar a

    cada duas horas, o balano hdrico rigoroso e a proteo ocular (CAMPOS & CARDOSO,

    2009).

    Em relao ao peso corporal, o metabolismo normal do recm nascido tem

    praticamente o metabolismo duplicado comparando a um adulto, explicando assim o fato de o

    dbito cardaco e o volume-minuto respiratrio serem duas vezes maiores no RN (GUYTON

    & HALL, 2008).

    Brasil (2009) informa que nascem anualmente 20 milhes de bebs prematuros e combaixo peso. Para se ter uma idia, nove em cada dez recm-nascidos tem peso inferior a 1kg.

    Com isto fundamental que o enfermeiro esteja analisando diariamente o desenvolvimento do

    RN.

    Conforme Orlandi & Sabr (2005), nos 2 ou 3 primeiros dias de vida, as glndulas

    mamrias produza um lquido amarelo e espesso, diferentemente do leite, denominado

    colostro, sendo mais rico que o leite, composto por 5 ou 6 vezes mais protenas que o leite,

    duas vezes mais minerais (sdio e fsforo), e muito rico em globulinas, com isso, o leite

    materno um alimento que fornece todos os nutrientes, podendo ser a nica alimentao do

    RN.

    bem provvel que na primeira semana ps-parto a criana tenha uma perda

    fisiolgica de peso, por volta do 5 dia de vida, o aumento dirio de 25 g ou mais um bom

    sinal de que a alimentao est sendo eficaz; a ausncia do aumento gradual de peso, sem

    qualquer processo patolgico indica a possibilidade de se tratar a hipogalactia (ORLANDI;

    SABR, 2005).

    O enfermeiro deve ser facilitador o relacionamento entre os pais e o beb e contribuir

    com o conhecimento para assistncia do RN, um aspecto muito importante da assistncia ao

    recm-nascido (ZIEGEL; MECCA, 1985).

    Ziegel & Mecca (1985) completa ao afirmar que a enfermeira pode realizar uma

    avaliao fsica e com isso traar um planejamento e assistncia adequada de modo que o

    beb se ajuste de maneira correta vida extra-uterina, para identificar quaisquer fatores de

    risco e para notificar o mdico o mais precocemente possvel da existncia de qualquer

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    anormalidade a fim de que se estabelea rapidamente o tratamento necessrio. A avaliao

    fsica realizada pela enfermeira e pelo mdico praticamente igual. medida que os dados

    so compartilhados e somados pode-se realizar um planejamento efetivo prevenindo e

    protegendo o beb contra problemas que possam surgir, para tratar qualquer problema que j

    se apresente, para auxiliar o beb em seus esforos para ajustar-se nova vida e, para suprir

    suas necessidades fsicas e emocionais.

    2.2 METODOLOGIA

    Este presente estudo foi de forma exploratria, onde foi feita reviso literria onde

    buscamos fazer o levantamento dos cuidados de enfermagem ao recm-nascido, o presente

    estudo teve como base artigos do scielo e livros de autores bem conceituados alm de dados

    de entidades pblicas (Ministrio da Sade; UNICEF).

    O estudo exploratrio trata-se de uma forma de pesquisa, que se caracteriza pela busca,

    recorrendo a documentos j existentes, de uma resposta a uma dvida, uma lacuna de

    conhecimento. Este tipo de pesquisa procura explicar um problema a partir de refernciastericas publicadas em documentos, dispensando a elaborao de hipteses (MICHEL, 2005).

    Aps a leitura de todos os textos, selecionamos o que o profissional de enfermagem deve

    priorizar durante uma assistncia ao recm-nascido. Onde organizamos um desenvolvimento

    coerente e lgico, para que com isso possamos alcanar os nossos objetivos no qual habilitar

    o enfermeiro a oferecer uma assistncia de qualidade diminuindo assim o ndice de

    mortalidade e morbidade no perodo neonatal, podendo tambm saber qual o perfil ideal do

    enfermeiro na assistncia ao recm-nascido.

    3 CONCLUSO

    No perodo neonatal, o recm-nascido est se adaptando a vida extra-uterina, e ao

    chegar este novo ambiente o RN deve encontrar um ambiente favorvel para que seu

    organismo se desenvolva de uma forma saudvel. Os modelos assistenciais desenvolvidos

    pela enfermagem tm que buscar suprir as necessidades do beb, j que aps o nascimento

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    que se previnem e identificam muitas doenas. Existe certa dificuldade devido aos

    profissionais no estarem habilitados a reconhecer as exigncias da criana, por isso ateno

    sobre o RN

    A equipe de sade deve estar com ateno dobrada ao RN, devido ao mesmo no

    poder comunicar, sendo assim, a equipe deve coletar todas as alteraes no beb. Para uma

    assistncia eficaz necessrio que tanto os dados coletados pela equipe de enfermagem

    quanto equipe mdica seja compartilhado, e juntos elaborarem um planos de interveno. A

    enfermagem deve orientar os pais os cuidados que devem ser tomados com a criana,

    evitando possveis complicaes, e orientar a me sobre a importncia do aleitamento materno

    como sendo insubstituvel no desenvolvimento da criana.

    Esta pesquisa reuniu dados e informaes necessrias voltadas para a enfermagem

    peditrica. Sendo identificados, de acordo com a literatura, dois tipos de cuidados: cuidados

    imediatos, executados no momento ps-parto, disponibilizando ao beb condies fsicas para

    a manuteno da vida e os cuidados gerais que so as assistncias dirias que devem ser

    oferecidas ao RN no perodo neonatal. A enfermagem deve orientar os pais os cuidados que

    devem ser tomados com a criana, evitando possveis complicaes

    REFERNCIAS

    BRASIL, MINISTRIO DA SADE. Mtodo Canguru. 2009. Disponvel em:

    . Acesso em

    21 de maio de 2009.

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    CLAYTON, Bruce D,; STOCK, Yonne N. Farmacologia na Prtica de Enfermagem. 13

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