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 D O S S I Ê T É C N I C O CULTIVO DE ALHO Ivo Pessoa Neves Rede de Tecnologia da Bahia – RETEC/BA novembro 2007

Cultivo Do Alho

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    D O S S I T C N I C O

    CULTIVO DE ALHO

    Ivo Pessoa Neves

    Rede de Tecnologia da Bahia RETEC/BA

    novembro2007

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    DOSSI T NI O

    Sumrio

    1 INTRODUO 21.1 A origem do alho 21.2 Alho no Brasil 31.3 A hor talia alho 42 PREPARO DO SOLO 73 SELEO DE VARIEDADES 83.1 Caractersticas botnicas 9

    3.2 Caractersticas qumicas 104 TCNICAS DE PLANTIO 105 TRATOS CULTURAIS 115.1 Cobertura palhosa 125.2 Capinas e uso de herbicidas 136 PRINCPIOS BSICOS SOBRE PRAGAS E DOENAS 137 COLHEITA E COMERCIALIZAO 157.1 Armazenamento 167.2 Classif icao, padronizao e embalagem 167.3 Comercializao 18

    Concluso e recomendaes 19Referncias 19

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    DOSSI TCNICO

    Ttulo

    Cultivo do alho

    Assunto

    Cultivo do alho

    Resumo

    Escolha e tcnica de implantao de reas cultivveis, preparo do solo, seleo das

    variedades, tcnicas de plantio, tratos culturais, princpios bsicos sobre pragas e doenas,colheita e comercializao.

    Palavras chave

    Agricultura; alho; cultivo

    Contedo

    1 INTRODUO

    So designadas como alho algumas plantas do gneroAllium, embora o termo se aplique

    especificamente aoAllium sativum,uma planta perene cujo bulbo (a "cabea de alho"),composto por folhas escamiformes (os "dentes de alho"), comestvel e usado tanto comotempero como para fins medicinais (FIG.1)

    Figura 1: Cabeas de alho" e "dentes de alho"Fonte:

    1.1 A origem do alho

    Os estudos indicam a sia como local de origem do alho, encontrado no deserto da Sibria,sendo posteriormente levado para o Egito por tribos asiticas nmades, seguindo para oextremo oriente atravs das rotas do comrcio com a ndia, e depois chegado Europa.

    A despeito do preconceito advindo das classes dominantes, a importncia e arepresentatividade do alho na histria da humanidade so indiscutveis.

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    No antigo Egito, 7 kg de alho eram suficientes para comprar um escravo e, at meados dosculo XVIII, os siberianos pagavam os seus impostos em alho. Alho e cebola eramingredientes essenciais na dieta de escravos e operrios para que no adoecessem, no tendofaltado, por exemplo, na dos construtores das pirmides.

    Foi largamente utilizado na conservao de carnes e at mesmo de cadveres. Os egpciosusavam-no como parte do processo de mumificao dos mortos.

    Consta que no tmulo de Tutankamon foram encontrados seis dentes de alho e em cemitriospr-histricos descobriram-se bulbos de alhos moldados em argila, que l foram colocadospara afastar os espritos malignos.

    1.2 Alho no Brasil

    No Brasil o alho ocupa o quarto lugar dentre as hortalias de maior relevncia econmica, noobstante ser produzido por pequenos alicultores, geralmente. O grosso da produo nacionalconcentra-se no centro-sul e no extremo sul, sendo o estado de Minas Gerais o maior produtor

    ( QUADROS 1 e 2 ).Quadro 1. Lavoura Temporria de Alho - Quantidade produzida / Ano - 2004

    Lavoura Temporria de Alho - Quantidade produzida / Ano - 2004

    Brasi l, Regio Geogrfica, Unidade da Federao e Municpio

    Brasil 85.597

    Norte -

    Nordeste 7.042

    Sudeste 29.941

    Sul 34.266

    Centro-Oeste 14.348

    Bahia 6.867Fonte: Pesquisa Agrcola Municipal (IBGE ).

    Quadro 2: Quantidade Produzida - Ranking descendente / Ano = 2004

    Quantidade Produzida - Ranking descendente /Ano = 2004

    # Municpio Toneladas

    1 Rio Paranaba MG 14.000

    2 Cristalina GO 6.750

    3 Curit ibanos SC 6.400

    4 Guarda-Mor MG 2.880

    5 So Marcos RS 2.800

    6 Ibi MG 2.100

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    7 Muitos Capes RS 1.950

    8 Uberaba MG 1.890

    9 Ip RS 1.820

    10 Flores da Cunha RS 1.800

    11 Ibicoara BA 1.793

    12 Novo Horizonte BA 1.600

    13 Braslia DF 1.528

    Caxias do Sul RS 1.44014

    Campo Alegre de Gois GO 1.440

    16 So Francisco de Paula RS 1.260

    17 Campestre da Serra RS 1.215

    Frei Rogrio SC 1.200

    gua Fria de Gois GO 1.20018

    Catalo GO 1.200

    21 Nova Pdua RS 1.170Fonte: Pesquisa Agrcola Municipal (IBGE ).

    1.3 A hor talia alho

    Juntamente com a cebola a hortalia condimentar de mais larga utilizao popular, no centro-sul do Brasil, tambm se destacando no mbito mundial, mas ainda importa-se parte subtancialdo alho consumido.

    A espcie botnicaAlium sativum, o alho comum uma alicea anual que produz uma plantaherbcea que normalmente alcana 50 cm de altura, ou pouco mais.

    Suas folhas so lanceoladas, alongadas e estreitas, medindo entre 30 e 50 cm decomprimento, com seoo em forma de "V"; dobram-se, sobre a nervura central, em ngulo,varivel com a cultivar, a altura do tero superior ou no meio da folha. So recobertas por umaespessa camada cerosa que protege a folha contra fungos patognicos, mas que, tambm,

    dificulta a cobertura com caldas fungicidas.

    As bainhas das folhas formam um pseudocaule nico, ereto e curto, cuja parte inferior, dedesenvolvimento parcialmente subterrneo, um tpico bulbo composto a parte utilizvel. Estebulbo formado por bulbilhos, em nmero muito varivel, sendo esta uma importantecaracterstica diferencial das cultivares. Tais bulbilhos ou "dentes" so estruturas ricas emamido e substncias aromticas de alto valor condimentar, contendo, cada uma, uma gemacapaz de originar uma nova planta. Um bulbilho uma complexa estrutura, que merece serestudada, pela sua grande importncia na propagao e na utilizao do alho.

    A FIG.1 mostra, em cortes longitudinal e transversal, um bulbilho da cultivar branco mineiro,evidenciando a sua formao por diversos tipos de folhas, com funes de proteo, nutrio epropagao.

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    Figura 1:Corte longitudinal e transversal de um bulbilhoFonte: Manual de Olericultuta Volume II

    Corte longitudinal e transversal de um bulbilho:

    A Folha membranosa, envolvente; B Folha com reservas nutritivas; C Folha de brotao; D Primeira folha completa; E Segunda folha completa; F Terceira folha completa; G Caule da futura planta; H Incio da formao radicular.

    No alho, o caule da planta reduz-se a um disco comprimido, de mnima espessura, cncavo ouconvexo, situado na base do bulbo, sendo o ponto de partida das antigas razes, dos bulbilhose das folhas. Tambm h um pseudocaule, ao qual j foi feita referncia, cuja parte central - araquis - se observa ao debulhar o bulbo da maioria das cultivares.

    As razes so bem desenvolvidas, fasciculadas mas pouco ramificadas, desenvolvendo-se naforma de um cilindro alongado, alcanando mais de 50 cm de profundidade. Decididamenteno se pode alinhar o alho entre as hortalias de razes superficiais.

    Tambm observam-se bulbilhos areos, que so pequenas estruturas, que se prendem haste, comuns em certas cultivares, no final do ciclo cultural, os quais so tambm utilizadospara a propagao da cultura.

    O alho uma alicea anual, vegetativa, no florescendo sob nossas condies climticas,normalmente.

    Todavia, em certas regies da Unio Sovitica, a planta produz um pendo floral com umainflorescncia tipo umbela simples, muito semelhante da cebola, mas que no produzsementes botnicas. Alis, induzir esta espcie a produzir sementes viveis tem sido, duranteas ltimas dcadas, um objetivo perseguido alguns pesquisadores, at agora sem xito.

    Quando o bulbo amadurece, especialmente aps o perodo de cura, observam-se tnicas oucapas de proteo, envolvendo todo o bulbo. Tambm h pelculas protegendo cada bulbilho,

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    individualmente. A colorao de tais tnicas e pelculas uma outra importante caractersticadiferencial, entre os clones propagados, as cultivares comerciais.

    Estudo com base na altitude de 950 m, conduziram os plantios em solo vermelho escuro,areno-argiloso, originalmente coberto por mata ciliar, porm utilizado com culturas diversas, defertilidade natural mdia a baixa. Os bulbos utilizados so dos tipos "Floro" e "Grado",utilizando-se amostragens de 10 e 60 bulbos, respectivamente, aps 180 dias de estocagem,em galpo comum.

    Na caracterizao de cultivares vale ter em mente que a colorao das tnicas e da pelculano um critrio seguro, se usado isoladamente, que tais caractersticas variam conforme osolo, principalmente. Assim sendo, a designao popular de "alho roxo" e "alho branco" notem muito significado.

    Exemplificando: o clone Gigante-de-Lavnia considerado tipicamente um alho roxo e nobre pode apresentar tnicas brancas e pelcula clara recobrindo os bulbilhos, em certascondies ecolgicas. J o nmero de bulbilhos, por bulbo, uma caracterstica mais confivel

    e menos varivel, dentro do mesmo clone.Tambm a durao do ciclo at maturao pode ajudar na caracterizao de um clone, sebem que tambm varie, dentro de certa amplitude.

    A boa ou a m adaptao das cultivares de alho relaciona-se, muito estreitamente com ascondies ecolgicas de uma localidade, no perodo do ano escolhido para a cultura ocupar oterreno.

    Devido s incertezas quanto boa ou m adaptao de certa cultivar, a determinadascondies de cultivo, recomendam-se os plantios em escala experimental, inicialmente.

    Para se ter certeza da superioridade de uma cultivar, a ser introduzida, em relao quelas jamplamente produzidas, na localidade, preciso faz-las competir, em igualdade decondies.

    Somente depois de obtidos os resultados positivos, devero ser feitos plantios em escalamaior, com a nova cultivar. Isso uma norma importante, para qualquer hortalia, e muitoespecialmente no caso de alho e outras aliceas, cujo comportamento depende, estreitamente,do clima e do solo.

    O fotoperodo e a temperatura so os dois mais destacados fatores climticos limitantes cultura do alho, condicionando a produtividade bem como o resultado econmico final dacultura. Em alho tais fatores tm um papel visivelmente mais destacado, em relao a outras

    hortalias.

    O alho uma planta comprovadamente de dia longo para a bulbificao, somente h formaode bulbos quando os dias apresentam uma durao acima de certo nmero mnimo de horasde luz, uma caracterstica de cada clone. Assim, alguns clones somente bulbificam sob diaslongos, sendo tardios de ciclo; outros, contraria- mente, exigem dias menores, sendo, tambm,de ciclo menor, mais precoces.

    Em mbito mundial so marcantes as diferenas entre as cultivares, quanto ao fotoperodomnimo exigido.

    Para melhor elucidar o efeito do fotoperodo, em relao a uma cultivar, deve-se considerar oclone Branco Mineiro. Ele se adapta muito bem aos dias curtos, quando plantado no outono,em diferentes latitudes e altitudes, no centro-sul.

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    Cultivares de possvel origem mexicana como Gigante-de-Lavnia e Amarante, so menosprecoces, sob tais condies, parecendo mais exigentes em fotoperodo, mas tambmproduzem bons bulbos. J as cultivares argentinas vegetam, vigorosamente mas nobulbificam, devido ao seu fotoperodo mnimo no ser satisfeito.

    Note-se que cultural do alho coincide, justamente, com o outono-inverno, devido stemperaturas mais favorveis cultura, quando os dias tornam-se progressivamente menores.Ento cultivares que exigem dias muito longos so inadaptveis.

    O alho uma planta tipicamente de clima frio, suportando bem baixas temperaturas, sendo,inclusive, muito resistente a geadas, em nossas condies, quando se desenvolve sobtemperaturas amenas, em sua fase inicial, mais baixas so mais favorveis durante a fase demaior vigor vegetativo; finalmente na fase de acabamento do bulbo, temperaturas maiselevadas favorecem um amadurecimento.

    Tm - se observado na prtica com olericultores que o calor fator altamente negativo durante

    a fase vegetativa, ao bom desenvolvimento e alta produtividadeTudo indica, a nosso ver, que a planta de alho mais exigente em frio do que a da cebola,sendo menos adaptvel a localidades de outono quente. Sabe-se que ao contrrio da cebola, abulbificao em alho influenciada pelas temperaturas bulbilhos (com suas gemas vegetativasdormentes) ou as plantas foram antes da fase de iniciao do bulbo.

    2 PREPARO DO SOLO

    Quanto ao tipo de solo, a planta de alho prefere solos leves, finos, ricos em matria orgnica ebem drenados. no suporta terrenos midos, solos pesados e mau drenados no permitem obom desenvolvimento das razes, prejudicando a nutrio da planta.

    A aparente rusticidade do alho enganosa:a planta exigente em solo e em nutrientes. Assim,prefere um solo de textura areno - argilosa, ou argilo -arenosa, solto e leve, que possibilite umbom desenvolvimento dos bulbos.

    Solos excessivamente argilosos, pesados, no produzem bem alho, sendo preferveis aquelesde um tipo mais prximo ao arenoso. Um bom teor de matria orgnica no solo muitodesejvel.

    A planta pouco tolerante acidez, exigindo um pH na faixa de 6,0 a 6,5, para uma boaproduo.

    A absoro de macronutrientes diminuta at os 56 dias, elevando-se aps, muitoacentuadamente, para N e K, gradativamente, para os demais. Os micronutrientes sointensamente absorvido o incio da cultura.

    O crescimento da planta intensifica-se, aps os 71 dias, por volta dos 131 dias, aps aemergncia. O bulbo aumenta seu peso a partir dos 101 dias, atingindo o peso mximo aos131 dias, decaindo, aps.

    Decididamente, o alho cultura exigente em nutrientes, quanto sua disponibilidade de nosolo, no tolerando desequilbrios nutricionais, nem pequenos enganos nas dosagensfornecidas de nutrientes.

    A calagem, em solos pobres em Ca e especialmente em Mg, mesmo naqueles consideradosmelhores, costuma ser favorvel ao aumento na produtividade.

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    3 SELEO DAS VARIEDADES

    O alho, Allium Sativum, da famlia Liliaceae (a mesma da cebola e da cebolinha), uma plantaassexuada que se propaga atravs do plantio dos bulbilhos ou dentes. Caracteriza-se por umbulbo arredondado, conhecido como cabea, composto por 10 a 12 dentes, envoltos por umacasca, que pode ser branca, rosada ou roxa.

    Do bulbo desenvolve-se um talo, longo e fino e que no seu extremo localiza-se uma flor (FIG.2). Ele tambm apresenta folhas longas e achatadas como capim (FIG. 3) .

    Figura: 2 Bulbo Figura 3: FolhasFonte: ALMEIDA, 1999.

    Existem diferentes tipos de alho e quase todos diferem em relao a tamanho, cor, forma,sabor, nmero de dentes por bulbo, acidez e capacidade de armazenamento. Na figura (FIG. 4) possvel visualizar os alho em seus diferentes tamanhos.

    Figura 4. Alhos de tamanho diferentesFonte:ALMEIDA, 1999.

    3.1 Caractersticas Botnicas

    A botnica classifica todos os tipos de alho derivados da espcieAllium sativum. Destaespcie, origina-se duas sub-espcies: a Ophioscorodon e a Sativum.

    Uma pesquisa recente mostrou que existe, hoje em dia, oito variedades de alho provindasdestas duas sub-espcies.

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    Seis so do tipo Ophioscorodone se chamam: Asitico, Criolo, Listra Roxa, Listra RoxaMarmorizada, Porcelana e o Rocambole (Asiatic, Creole, Purple Stripe, Marbled Purple Stripe,Porcelain e Rocambole) e dois so do tipo Sativum: o Alcachofra e o Prata (Artichoke eSilverskin).

    Abaixo dessas oito variedades, existem outros 17 grupos de sub-variedades de alho. Acredita-se que exista mais de 600 sub-variedades de alho no mundo. Isso ocorre porque ascaractersticas individuais do alho so modificadas de acordo com as condies de cultivo, dosolo, da temperatura, do perodo de chuvas, da altitude e do tempo de cada lugar.

    Nas figuras abaixo possvel visualizar as duas sub-espcies de alho. Na FIG. 5 visualiza-se oalho da sub-espcieSativume na FIG. 6 observa-se o alho da sub-espcie Ophioscorodon.

    Figura 5 EspcieSativum Figura 6 : Espcie OphioscorodonFonte: ALMEIDA,1999

    Outros tipos de alho, podem ser obsrvados abaixo (FIG. 7).

    Figura 0 7. Outras espcies de alhoFonte:ALMEIDA,1999.

    A caracterstica mais marcante do alho o seu cheiro e este se deve presena da alicina(leo voltil sulfuroso). Quando as clulas do alho so quebradas, libera-se uma enzimachamada aliniase que modifica quimicamente a substncia alinia em alicina, que resulta nocheiro do alho.

    A alicia, alm de responsvel pelo odor caracterstico do alho, inibe o desenvolvimento debactrias, destri fungos, estimula o fluxo das enzimas digestivas e elimina toxinas atravs dapele. responsvel pela maioria das propriedades farmacolgicas da planta, a alicina, um

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    lquido de colorao amarelada, s aparece de fato quando o alho mastigado ou cortado,rompendo-se as clulas do bulbo.

    3.2 Caractersticas qumicas

    Em 100g de alho tm-se os seguintes valores alimentares alho:

    gua - 69,8g; Protenas - 4,4g; Gordura - 0,2g; Vitamina B2 - 0,03mg; cido nicotnico - 0,9mg; Vitamina C -3mg; Clcio - 5mg; Fsforo - 44mg; Ferro - 0,4mg; Potssio - 130mg; Sdio - 8,7mg; Magnsio - 8,3mg; Cloro - 35mg.

    Alm disso, cada 100g de folhas de alho contm 77mg de vitaminas C, que est alm, at. 20vezes, no alho.

    4 TCNICAS DE PLANTIO

    Para o cultivo do alho, devem-se separar os dentes do bulbo, enterrando-os a umaprofundidade de cerca de 6 cm, com a extremidade em bico voltada para cima. So semeados

    s fileiras (distantes entre si em cerca de 30 a 50 cm), deixando-se aproximadamente 15 cmentre uma planta e outra.

    Quanto ao tipo de solo, a planta de alho prefere solos leves, finos, ricos em matria orgnica ebem drenados, no suporta terrenos midos. Solos pesados e mau drenados no permitem obom desenvolvimento das razes, prejudicando a nutrio da planta.

    Quanto s condies climticas, o alho uma cultura de clima frio, suportando bem baixastemperaturas, sendo, inclusive, resistente a geadas.

    A planta exige pouco frio no incio da cultura, muito no meio do ciclo e dias longos no final.Portanto, temperatura e fotoperodo so fatores de clima extremamente importantes cultura

    do alho, influindo na fase vegetativa, no bom desenvolvimento e na produtividade.

    O comprimento do dia, ou fotoperodo, determina em que regio e em que poca cadavariedade deve ser plantada. No alho, tais fatores tm papel visivelmente mais destacado.Quanto a poca de plantio nas regies brasileiras, deve-se seguir ao seguinte calendrio:

    Sul maio/jun; Sudeste mar/abr; nordeste maio; Centro-oeste mar/abr Norte no recomendvel

    Geralmente usa-se a tcnica de plantar manualmente, em sulcos longitudinais, abertos emcanteiros, com ferramentas manuais, como o sacho, ou com pequenos sulcadores de madeira.

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    A profundidade do sulco deve ser aquela suficiente para promover uma boa cobertura dosbulbilhos plantados, de modo que fique uma camada de 2-3 cm de terra, sobre eles. Na prtica,sulcos abertos na profundidade de uns 10 cm permitem uma boa incorporao dos adubosminerais, no fundo dos mesmos e um plantios bem sucedidos.

    J plantios mais profundos provocam falhas, pois a plntula no consegue atravessar umacamada de solo demasiado espessa.

    O espaamento entre fileiras deve ser condicionado ao grau de mecanizao dostratos culturais, posteriores ao plantio. No afeta a produtividade, nem o tamanho dos bulbosproduzidos, to substancialmente quanto distncia dentro das fileiras plantas contguas. Naprtica, o espaamentos de 20-30 fileiras laterais, so muito utilizados.

    Para a irrigao por infiltrao menos popular em alho, marcam-se em canteirosalongados e estreitos. Para isso, na prtica, pode-se sulcar o terreno, aps arao e asgradagens, com sulcadores de "asa larga", tracionados por animal ou por trator na distncia de

    100 cm.Desse modo, aps algum trabalho manual com enxada obtm-se leitos com a largura til de 70cm, aproximadamente. Tal largura com fileiras, espaadas de 25-30 cm, to somente,resultando numa populao inicial de 300.000 plantas, por hectare. Isso, plantando-se a 10 cm,de modo a ter-se 10 bulbilhos por metro linear de sulco, ou 30, por metro quadrado de terreno.Essa indicao o nmero mnimo de "sementes", por unidade de rea.

    Figura 08. Plantio em fileirasFonte:Boletim Tcnico de Hortalias No57, 2000.

    5 TRATOS CULTURAIS

    O alho exigente em tratos culturais, durante todo o seu ciclo cultural. Alguns so inerentes dacultura, como a cobertura palhosa. Outros so comuns ao cultivo de outras hortalias.

    5.1 Cobertura palhosa

    o trato cultural mais caracterstico da cultura do alho, sendo utilizado pela maioria dosalicultores. A palha da haste de arroz bem seca considerada a melhor mata cobertura. Apalha da haste do arroz e os capins secos constituem os melhores materiais.

    A casca que envolve os gros, ao contrrio, no se presta bem para a cobertura, como

    tambm algumas espcies de capins, desde que secos e sem sementes, podem ser utilizados,capim gordura ou meloso, no sendo prticas de utilizao outros materiais.

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    Distribui-se o material palhoso, logo aps o plantio, em camada fina porm compacta,transversalmente, cobrindo toda a superfcie dos canteiros com o material, uniformemente.A irrigao por asperso a mais utilizada.

    Em plantios compactos, entre alicultores do sul de Gois, cobrem-se os talhes, deixando-seapenas livres os carregadores.

    Observa-se que a palha mantm um teor adequado de umidade no solo, evitando oressecamento rpido resultando em palpvel economia em irrigao. Tambm controla, omato, reduzindo a necessidade de capinas manuais ou mecnicas.

    O solo coberto mantm uma temperatura menor que a do ar, e muito menor em relao a umleito de plantio descoberto, sem flutuaes trmicas acentuadas, favorecendo a planta que seadapta melhor a solos mais frios. Note-se, tambm, que a emergncia prejudicada pelacobertura, pois a plntula atravessa a camada palhosa com facilidade.

    Como a cultura se desenvolve no outono-inverno e no incio da primavera, a irrigao

    indispensvel, sendo o teor de gua no solo um fator que condiciona, poderosamente, aprodutividade. A irrigao por sulco a menos favorvel, por reduzir o nmero de plantas porhectare. As cultivares tardias so altamente suscetveis ao superbrotamento ocasionada peloexcesso de gua.

    Pesquisas tm constatado que os alhos brancos precoces no suportam elevados teores degua no solo, que promovem o superbrotamento, como comum na cultivar Branco Mineiro.

    Para tais cultivares, ento, deve-se manter um teor de gua til superior a 60%, durante a fasede desenvolvimento vegetativo mais acentuado.

    Entretanto, no se deve deixar o teor aproximar-se de 100% o mximo em saturao, a

    chamada "capacidade de campo" - isso, especialmente aps a completa formao do bulbo.Para tais cultivares corta-se a irrigao, precocemente, entre o perodo que compreende o 15e o 25 dia antes da data prevista para a colheita de bulbos maduros.

    recomendvel manter o solo com 80-90% de gua til, durante os dois primeiros meses,aps a emergncia, quando maior a exigncia em gua, que favorece o crescimentovegetativo. Depois, reduz-se o nvel, que deve, todavia, ser mantido acima de 60%.

    As cultivares arroxeadas de ciclo mdio ou tardio so comprovadamente as mais exigentes emgua e mais tolerantes a um eventual excesso de umidade no solo. Estas so mais produtivasquando se mantm um nvel de 90% de gua til, na camada de solo em que h maiorconcentrao de razes, ou seja, at profundidade de 60 cm. Tal nvel de umidade deve ser

    restabelecido to logo caia, na camada mais superficial, de 30 cm.

    Um nvel prximo a 90%, ento, deve ser mantido at bem prximo colheita, suspendendo -se irrigao 10 dias antes.

    O teor de gua til no deve descer abaixo de 60%, sob pena de ocorrer uma sensvel reduona produtividade e no tamanho e peso dos bulbos.

    Tais cultivares permitem que se continue irrigando, intensivamente, mesmo aps a formaodo bulbo, pois apresentam elevada resistncia ao superbrotamento.

    Todavia, um perodo seco final, na fase de acabamento dos bulbos, muito desejvel, poiseleva o teor de matria seca e melhora a conservao.

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    A freqncia e a intensidade de aplicao de gua dependem de vrios fatores. Nairrigao por asperso, controla-se o funcionamento do conjunto de modo a saturar o terreno,em cada aplicao, porm sem deixar ocorrer perdas de gua superficial ou por percolao.

    Vale lembrar que 100% o mximo de gua til que um solo pode conter antes de iniciar-se aperda por percolao. Os nveis de umidade, na regio do solo de maior concentrao derazes, podem ser medidos com facilidade, por tensimetros.

    Na prtica, irriga-se duas vezes por semana, por asperso. Como j descrito, todavia,promove-se um amadurecimento da parte area e do bulbo mantendo-se um baixo teor deumidade no solo, ao final da cultura.

    5.2 Capinas e uso de herbicidas

    Em alho, as capinas exclusivamente manuais so um trato cultural por demais difcil eoneroso, especialmente em solos de boa fertilidade, que so aqueles utilizados geralmente.

    Nos intervalos entre canteiros possvel controlar o mato pela passagem de cultivarestracionados por animais ou por tratores. J o leito do canteiro, nos intervalos estreitos entre asplantas, deve ser capinado com os dedos, ou ento com a ajuda de um sacho,preferencialmente enxada larga.

    A utilizao de modernos herbicidas um recurso importante para o cultivo do alho. Utilizam-sebicos de jato em leque, que promovem uma "varredura" de toda a superfcie do canteiro, logoaps o plantio, em pr-emergncia da cultura e das ervas.

    So comercializados herbicidas apropriados para alho, que devem ser utilizados conforme asinstrues dos fabricantes.

    Pode-se aplicar a cobertura palhosa, aps a pulverizao do herbicida.Tambm podem sernecessrias uma ou duas pulverizaes aps a cobertura palhosa, quando se tratar de umaemergncia, quando o alho e as ervas estiverem se desenvolvendo.

    6 PRINCPIOS BSICOS SOBRE PRAGAS E DOENAS

    As principais doenas que ocorrem so a ferrugem, queima da folhas, podrido-branca e osnematides da haste e do bulbo.

    A ferrugem causada por fungo (Puccinia allii FIG.9) forma pequenas manchas nas folhas,causando seca das folhas. favorecida por temperaturas ao redor de 20 C e em climasmais secos, mas com orvalho, chuvas finas ou irrigao por asperso.

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    Figura 09. FerrugemFonte: Manual de Fitopatologia UFRGS

    A queima das folhas ou mancha-prpura causada pelo fungo (Alternaria porri). Causa

    pequenas manchas foliares brancas que evoluem para manchas alongadas e marrons. Adoena se desenvolve em locais de umidade elevada, sendo comum em cultivares precoces.

    A podrido-branca causada por fungos, (Sclerotium cepivorum) mais comum na lavoura, maspode ocorrer no armazenamento. Provoca o apodrecimento das razes e do prato (regio ondeas razes se ligam cabea do alho). No campo as folhas tornam-se amarelas, murcham emorrem. Este fungo permanece no solo por muito tempo, dificultando o plantio por mais de 15anos. Prefere regies de clima ameno e umidade elevada. A melhor forma de se evitar adoena o plantio em reas livres de contaminao.

    O nematide que causa maior prejuzo nematide da haste e do bulbo (Ditylenchus dipsaci).As plantas atacadas ficam com as cabeas esbranquiadas, chochas e com as razesdanificadas.

    O controle preventivo utilizando materiais sem contaminao, rotao de culturas, controlecultural e evaso da rea.

    As principais pragas so os tripes, caros e traas. O Tripesspp. um inseto pequeno (cercade 1 mm) que raspa as folhas e suga a seiva das plantas, deixando manchas prateadas nasfolhas, que amarelecem e secam. O controle pode ser com rotao de culturas.

    O caro dos bulbos vive nas dobras das folhas e sobre os dentes do alho, no campo causadeformao das folhas e no armazm provoca o chochamento dos dentes. O controle feito

    com pulverizao de acaricidas.Trs espcies de traas atacam ao alho: Cadra sp., Ephestiasp. e Plodiasp. So pequenasmariposas que depositam seus ovos nos bulbos armazenados e as traas penetram nosbulbilhos deixando excrementos secos (fezes secas). A limpeza do armazm, retirada do alhoda safra anterior e expurgo com fosfina, constituem importantes medidas de controle dastraas.

    7 COLHEITA E COMERCIALIZAO

    O alho deve ser colhido quando completar o ciclo vegetativo, o final do ciclo reconhecido peloamarelecimento e secamento da parte area da planta e pelo estado (tombamento) em alguns

    cultivares.

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    Dependendo da durao do ciclo cultivar, do local e da poca do plantio, a colheita ocorrer dejunho a outubro, podendo ser manual ou mecanizada. Neste processo, as plantas soarrancadas e conservadas inteiras at o final da cura (secagem do alho aps a colheita).

    Para se obter bulbos de qualidade competitiva com o alho importado imprescindvel que seaguarde o completo amadurecimento das plantas, este , iniciado pelo amarelecimento etermina pela secagem completa da parte area, que indica o trmino do ciclo cultural.

    H cultivares que apresentam o tombamento ou "estalo" das plantas maduras, outraspermanecem eretas, aps completarem a maturao.

    Geralmente a operao da colheita, no Brasil, feita manualmente, exigindo o uso intensivode mo-de-obra. Geralmente, arrancam-se as plantas secas, sem o auxlio de ferramentas,inteiras. O leito do canteiro bem seco e a ausncia de chuvas, durante a operao, favorece aqualidade do produto.

    Mantm-se a planta inteira, durante a cura, pois a presena da parte area favorece a perda de

    gua e a cicatrizao nos bulbos. J o corte da parte area, na colheita, ocasiona danos aosbulbilhos ainda tenros e trgidos, interrompe a cicatrizao natural de seu pice e facilita apenetrao de patgenos. Tudo isso resulta numa menor capacidade de conservao dobulbo, posteriormente.

    Preferencialmente, a colheita feita pela manh, em dias secos e bem ensolarados. Sobre oleito dos canteiros inicia-se a cura preliminar, arrumando-se as plantas enfileiradas, de modoque cada fileira de bulbos seja coberta pelas folhas da fileira ao lado.

    desejvel que os bulbos permaneam assim, expostos indiretamente luz solar, durante operodo de 1 a 3 dias, dependendo das condies climticas. Tempo seco e quente favorece,sobremaneira, a secagem das plantas colhidas. J a exposio direta ao sol condenvel, pois

    provoca leses - os "calos de sol" - que depreciam o bulbo. Obtm-se melhor insolao quandoos bulbos ficam dispostos para o nascente. Tal cura preliminar, ao sol, uma operaoobrigatria, independentemente de qualquer outro beneficiamento posterior, bem como do tipode embalagem.

    Segue-se uma cura mais lenta, feita em galpes meio escuros, muito secos e bemarejados. H uma gradual perda de umidade e concentrao de slidos nos bulbos,completando-se a cicatrizao dos pices dos bulbilhos, favorecendo a boa conservao dobulbo.

    O perodo varivel, conforme o destino que se pretenda dar aos bulbos, o grau inicial deumidade das plantas e a umidade relativa do ar.

    Recomenda-se um perodo de 20 a 60 dias, para a cura sombra. Todavia, se o alho forenrestiado, a cura pode ser mais curta, por cerca de 13 dias, pois preciso que a rama aindacontenha umidade suficiente para o manuseio. Note-se que o enrestiamento no interrompe oprocesso de cura lenta, pois a parte area permanece, favorecendo a perda de umidade pelosbulbos.

    7.1 Armazenamento

    O armazenamento pode ser feito em cmaras frias a 0 C, com umidade de 70 a 75%. J oalho pr-curado pode ser armazenado em galpes secos, escuros e bem ventilados. Nacomercializao, deve-se submet-lo s operaes de limpeza (toalete), eliminao dos bulboscom defeitos, classificao (seguindo normas e padres do Ministrio da Agricultura) eembalagem.

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    De acordo com Adonai Gimenez Calbo, o armazenamento refrigerado do alho facilita o controlede pragas, como os caros que causam chochamento dos bulbilhos.

    7.2 Classif icao, padronizao e embalagem

    Aps a colheita, a cura e a limpeza dos bulbos, para inserir um produto competitivo nomercado, preciso adotar outros cuidados, os bulbos devem apresentar caractersticas doclone bem definidas, estando em perfeitas condies fisiolgicas fitossanitrias, sem danosmecnicos, bem encapados. Tambm devem estar isentos de substncias txicas ao homem.Efetua-se, ento, primeiramente, uma rigorosa eliminao dos bulbos que no alcanam umbom padro de qualidade.

    Atualmente est se implantando uma classificao que obedece aos padres estabelecidospelo Ministrio da Agricultura, para bulbos inteiros, destinados comercializao interna. Deacordo com o seu maior dimetro, os bulbos so classificados em cinco classes.

    Floro: bulbos com dimetro mnimo de 55 mm;

    Grado: de 45 a menos de 55 mm; Mdio: de 35 a menos de 45 mm; Pequeno: de 25 a menos de 35 mm; Mido: de 15 a menos de 25 mm.

    Os bulbos das classes "Pequeno" e "Mido" devem ser preferencialmente comercializadoscomo bulbo-semente, ou ento reservados para o prximo plantio.

    Conforme a colorao das tnicas, conjuntamente com a cor da pelcula que envolve osbulbilhos, h as trs seguintes subclasses:

    Subclasse 1 tnicas brancas e pelcula tambm clara; Subclasse 2 tnicas brancas e pelculas roxa; Subclasse 3 tnicas roxas e pelcula roxa;

    De acordo com a qualidade o alho em bulbo ser enquadrado, de acordo com asnormas, num dos trs tipos comerciais seguintes:

    Tipo 1 ou Extra; Tipo 2 ou Especial; Ti po 3

    No QUADRO 3 so especificadas as classes de alho, de acordo com a Portaria n. 242 do

    MAPA - Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. No QUDRO 4, os nmeros depares de bulbos por rstia, no QUADRO 5 os limites mximos em percentuais de tolerncias dedefeitos por tipo e o QUADRO 6 apresenta os tamanhos dos lotes.

    Quadro 3 - Classes de alho conforme o maior dimetro transversal do bulbo.

    CLASSES DIMETRO TRANSVERSAL (mm)

    7

    mais de 56

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    6 mais de 47 at 56

    5

    mais de 42 at 47

    4 mais de 37 at 42

    3

    mais de 32 at 37

    Fonte: Portaria N. 242,MAPA, 1992

    Quadro 4 Nmero de pares de bulbos por rstia

    Classes Nmero de Pares de Bulbos

    7 6

    6

    7

    5

    8

    4 10

    3

    15

    Fonte: Portaria N. 242,MAPA, 1999.

    Quadro 5 - Limites mximos em percentuais de tolerncias de defeitos por tipo

    DEFEITOS GRAVES

    DEFEITOS

    Tipo

    BulboChocho

    Chocham.Parcial

    Danopor

    Pragae/ou

    Doena

    Brotado

    Mofado

    BulboAberto

    GeraisAgregados

    EXTRA 0

    2

    0

    0

    0

    2

    5

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    ESPECIAL 2

    6

    2

    2

    2

    3

    15

    COMERCIAL 2

    6

    2

    2

    2

    3

    20

    Fonte: Portaria n. 242,MAPA, 1999.

    Quadro 6 - Amostragem para caixas, sacos e rstia, conforme o tamanho do lote

    Nmero de Volumes que Compem o

    Lote

    Nmero de Volumes a Retirar

    001 - 100

    05

    101 - 300 07

    301 - 500 09

    500 - 1.000

    10

    Acima de 1.000 15

    Fonte: Portaria n. 242,MAPA, 1999.

    Para o enquadramento nos parmetros citados tipos, necessrio seguir as orientaes sobreas tolerncias percentuais mximas (% em nmero), considerando-se a unidade decomercializao para caixa ou para saco telado.

    7.3 Comerc ializao

    Durante a safra 1995/96, foram realizados estudos sobre o comrcio do alho, ficando

    constatada a pratica de dumping, e por esta razo, passou a ser cobrada tarifa sobre o alhoimportado da China, situao que persiste at o momento.

    Segundo relatrio da Companhia Nacional de Abastecimento Conab, sobre a safra2005/2006, grande parte dos problemas da cadeia produtiva do alho est relacionada com oproduto importado da China quando os importadores, atravs de liminares, deixaram de pagara taxa antidumping.

    O direito antidumping aplicado ao alho da China, quando a prtica anticoncorrencial foiconstatada pelo governo brasileiro. Essa taxa era de US$ 4,00 por caixa de 10 kg. Em 2001,depois de nova investigao, a Cmara de Comrcio Exterior (Camex) decidiu aumentar ovalor para US$ 4,80 por caixa de 10 quilos sobre as importaes de alhos provenientes daRepblica Popular da China.

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    A partir de 1996, as importaes de alhos chineses comearam a diminuir gradativamente,chegando em 2001, a uma quantidade mxima de 13 mil toneladas, o equivalente ao consumobrasileiro de um ms.

    Com o controle nos volumes a serem importados, os preos de mercado mantinham-seestveis e proporcionavam, tanto aos importadores, quanto aos produtores, uma margem derenda que permitia a sobrevivncia dos setores, sem que se aumentassem os preos aosconsumidores. A partir de 2001, o alho chins voltou a inundar o mercado nacional.

    Concluses e recomendaes

    O referido trabalho tem como objetivo o aprendizado de novas tcnicas produtivas no cultivo doalho com a melhoria da qualidade, aumento da produtividade e consequentemente uma maiorinsero no mercado, contribuindo assim para um retorno financeiro compensador do produtor.

    Informaes Adicionais

    O alho utilizado desde a antiguidade como remdio, sendo usado no Antigo Egito nacomposio de vrios medicamentos. Suas propriedades anti-microbianas e os seus efeitosbenficos para o corao e circulao sangunea j eram valorizados na Idade Mdia.

    Possui um timo valor nutricional, possuindo vitaminas (A, B2, B6, C), aminocidos, adenosina,sais minerais (ferro, silcio, iodo) e enzimas e compostos biologicamente ativos, como a alicina.O alho costuma ser indicado como auxiliar no tratamento de hipertenso arterial leve, reduodos nveis de colesterol e preveno das doenas aterosclerticas. Tambm se atribui ao alhoa capacidade de prevenir resfriados e outras doenas infecciosas, e de tratar infecesbacterianas e fungicas.

    Referncias

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    FILGUEIRA, F. A. R., Novo Manual de Olericultura:Agrotecnologia Moderna na Produo eComercializao de Hortalias Viosa: UFV, 2000.

    FILGUEIRA, F. A. R., 1969 - Manual tcnico da cultura do alho.ACAR Gois -Servio deExtenso Rural, Goinia.

    LEMOS, Maria Cristina.Alho:cuidados para uma boa plantao. Disponvel em:. Acesso em: 23 nov.

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    MINISTRIO DA AGRICULTURA. Portaria no. 242, de 17 de setembro de 1992 Norma deIdentidade, Qualidade, Acondicionamento, Embalagem e Apresentao do Alho.

    MURAYAMA, S. J., 1972 . Horticultura. Instituto Campineiro de Ensino Agrcola, Campinas.

    NEVES, I. P., 2006 . Planejamento Estratgico Cooperativa Agrcola Alho do Vale, NovoHorizonte, Bahia.

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    WIKIPDIA A Enciclopdia Livre.Alho . Disponvel em: .

    Acesso em: 23 nov. 2007.

    Nome do tcnico responsvel

    Ivo Pessoa Neves

    Nome da Instituio do SBRT responsvel

    Rede de Tecnologia da Bahia RETEC/BA

    Data de finalizao

    23 nov. 2007