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1ª Explique a noção de “ninguendade”, criada por Darcy Ribeiro para pensar o processo de formação do povo brasileiro. Comente a frase que inicia e fecha o documentário. “A coisa mais importante é inventar Brasil que nós queremos” (Darcy Ribeiro). Acredito que Darcy Ribeiro, ao pronunciar essa frase, se inspirou no povo brasileiro, que considera o Brasil um país subdesenvolvido, onde existe muito violência e desigualdade desde a época da colonização. Com isso, chegam a elogiar países estrangeiros, copiando-os e agindo contra a própria cultura e seguindo os povos desses países considerados desenvolvidos, mesmo que seus atos e pensamentos sejam contrários ás suas vontades e crenças. A noção de “ninguendade”, criada por Darcy Ribeiro, dirigi-se aos filhos de mulheres indígenas com homens lusitanos, que fizeram parte da colonização do Brasil. Juntamente com essas etnias citadas e as da África, por exemplo, tem-se a origem da etnia brasileira, conhecida como mestiços, que na época da colonização, eram considerados filhos bastados. 2ª Comente a música “Inclassificáveis” do Arnaldo Antunes e discuta o mito da democracia racial. O que Arnaldo Antunes canta em sua música “inclassificáveis” é a etnia brasileira, ou seja, a mistura de povos que gerou essa nação mestiça, com descendentes distintos e misturados, elogiando o nosso país como se nele, por haver esse misto de raças e cultura, não existisse qualquer tipo de racismo ou descriminação. Essa idéia de igualdade racial, que se caracteriza pela relação perfeita e direitos iguais de brancos e negros, é mito, pois ainda hoje no Brasil, apesar do racismo ser considerado extinto, é do conhecimento de todos, que desigualdades quanto à maneira de pensar, agir e a desigualdade social, que é a mais comum, ainda existem. 3ª Jacob Gorendes no livro “Brasil em Preto e Branco”, discute algumas das heranças da escravidão na sociedade brasileira. Sergio Bianchi, no

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Um pouco sobre a Cultura Brasileira,MAchado de Assis, Darcy Ribeiro, Arnaldo Antunes, racismo, desigualdade social, Jacob Gorendes, Sergio Bianchi, entre outras coisas...

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1ª Explique a noção de “ninguendade”, criada por Darcy Ribeiro para pensar o processo de formação do povo brasileiro. Comente a frase que inicia e fecha o documentário. “A coisa mais importante é inventar Brasil que nós queremos” (Darcy Ribeiro).

Acredito que Darcy Ribeiro, ao pronunciar essa frase, se inspirou no povo

brasileiro, que considera o Brasil um país subdesenvolvido, onde existe muito

violência e desigualdade desde a época da colonização. Com isso, chegam a

elogiar países estrangeiros, copiando-os e agindo contra a própria cultura e

seguindo os povos desses países considerados desenvolvidos, mesmo que seus

atos e pensamentos sejam contrários ás suas vontades e crenças.

A noção de “ninguendade”, criada por Darcy Ribeiro, dirigi-se aos filhos de

mulheres indígenas com homens lusitanos, que fizeram parte da colonização do

Brasil. Juntamente com essas etnias citadas e as da África, por exemplo, tem-se

a origem da etnia brasileira, conhecida como mestiços, que na época da

colonização, eram considerados filhos bastados.

 

2ª Comente a música “Inclassificáveis” do Arnaldo Antunes e discuta o mito da democracia racial.

O que Arnaldo Antunes canta em sua música “inclassificáveis” é a etnia

brasileira, ou seja, a mistura de povos que gerou essa nação mestiça, com

descendentes distintos e misturados, elogiando o nosso país como se nele, por

haver esse misto de raças e cultura, não existisse qualquer tipo de racismo ou

descriminação. Essa idéia de igualdade racial, que se caracteriza pela relação

perfeita e direitos iguais de brancos e negros, é mito, pois ainda hoje no Brasil,

apesar do racismo ser considerado extinto, é do conhecimento de todos, que

desigualdades quanto à maneira de pensar, agir e a desigualdade social, que é a

mais comum, ainda existem.

 

3ª Jacob Gorendes no livro “Brasil em Preto e Branco”, discute algumas das heranças da escravidão na sociedade brasileira. Sergio Bianchi, no filme “Quanto vale, ou é por quilo?”, traça um paralelo entre a época da escravidão e a atualidade. Comente essas heranças e a continuidade das desigualdades sociais em nossa cultura, a partir dessas fontes.  As heranças da escravidão que ainda rondam a sociedade brasileira são

aquelas já conhecidas por nós, como achar que, por uma pessoa ter um pouco mais

de melanina na pele, ela é inferior quanto a capacidade, estudo e direito, do que

aqueles que são da raça branca. Essa desigualdade e todas as outras que

acometem o racismo, são presentes em nossa cultura, apesar de serem camufladas

com uma hipocrisia generalizada de que o preconceito racial, no nosso país, é

instinto.

A continuidade dessa cultura de racismo é visivelmente aparente, por

exemplo, na necessidade de estipularem, por lei, uma quantidade exata de negros

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a entrarem em uma universidade, ou seja, as conhecidas vagas de “cotas para

negros”. Essas cotas facilitam a entrada do candidato, que após passar por uma

avaliação, que a meu ver, não é muito criteriosa, tem facilidades e vantagens

quanto aos candidatos de cor caucasiana, como se os eleitos pela cota fossem

menos capazes de concorrer, por igual, com os demais candidatos, ou como se eles

fossem mais importantes que os candidatos “comuns”.

4ª Comente como se articularam os preconceitos de raça e classe, também de gênero em nossa cultura, a partir do conto Pai contra mãe, de Machado de Assis, considerando o processo histórico e as configurações contemporâneas, das relações de poder em nossa sociedade e dos por que a brancura de Michael Jackson incomoda tanto.

Com a dificuldade de emprego e a busca da mulher pela igualdade social, é

comum hoje, que as famílias tenham uma mulher “no comando” da casa. E isso não

quer dizer que ela fique ali para cuidar dos filhos e dos afazeres domésticos, pelo

contrário, muitas vezes esse é o papel do homem, que diante do desemprego,

trabalha em casa, enquanto a esposa sai para trabalhar. O patriarca da família, já

não segue os mesmos moldes do passado, quando ele era o responsável por

manter a casa, quanto à questão financeira. Contudo, mesmo diante dos fatos, nos

deparamos com o preconceito, até mesmo nesse novo modo estrutural da família,

já que, ainda hoje, as mulheres precisam lutar por salários e cargos iguais aos dos

homens, pois ainda são vistas como inferiores e menos capazes, apesar de muitas

vezes apresentarem percentuais elevados aos companheiros de equipe e trabalho.

Esse preconceito sexual é ainda pior, se a mulher for negra e origem humilde.

Quanto a brancura de Michael Jackson, o que mais deixa as pessoas intrigadas e

incomodadas, é que apesar do astro alegar que a sua brancura é causada por uma

doença rara, a mídia, desde que o processo de despigmentação da pele iniciou-se,

afirma que o artista fez tratamentos estéticos para que a pele pudesse ser clareada.

Mesmo negando ter se submetido a esses tratamentos, Michael Jackson só piorou

sua popularidade diante o público ao alisar os cabelos e ao se submeter a diversas

cirurgias plásticas para modificar feições da raça negra, fazendo com que o próprio

público entendesse que ele renega suas origens negras.

 5ª Em que consiste o heroísmo sem caráter de Macunaíma? Como este personagem apresenta características intrínsecas da Cultura Brasileira? Compare-o a outro personagem que pretende representar o brasileiro “Zé Carioca”.

O heroísmo sem caráter de Macunaíma se caracteriza por ele ser um homem

negro, cujo sonho é se tornar branco, para isso, ele irá se transformar diversas

vezes, assumindo as feições das raças que compuseram o povo brasileiro. O anti-

herói brasileiro pode ser considerado o retrato do cidadão que renega suas origens,

por serem dos povos indígenas, europeus e o próprio negro e com isso acaba

adquirindo um pouco da cultura de cada lugar por onde passa. Ele aparece na fase

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heróica do modernismo brasileiro, na tentativa de fugir um pouco da cultura

literária européia.

Já a personagem Zé Carioca, é o principal símbolo da invasão dos Estados Unidos

da América na nossa cultura. Ou seja, o famoso jeito “americanizado” que o

brasileiro muitas vezes copia, numa tentativa de se modernizar ou acreditando

estar desenvolvendo-se.

6ª O que significa, para você, ser brasileiro? O que nos difere como membro de uma mesma cultura nacional? 

As diversas raças, que são provenientes de culturas distintas, adicionadas á

cultura nacional e muitas vezes regional, que se adapta e é inovadora, para que

consiga sobreviver, mas sempre com carisma e alegria, com dignidade, apesar das

desigualdades e a capacidade de acreditar e seguir sempre em frente, para mim, é

o que melhor caracteriza um cidadão brasileiro. O qual, apesar de passar pelos

mesmos problemas característicos de um país em desenvolvimento, onde a grande

maioria tem pouco e apenas alguns têm muito, é capaz de ser completamente

diferente quanto à cultura local. Essas pessoas que fazem a cultura de seus

estados, um marco na história do Brasil, são as mesmas que o etiquetam como o

país que tem uma explosão cultural gigantesca, a qual, ainda não se sabe como

explorar, mas nem por isso deixa de existir.