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Sumário1 – Histórico, origem e importância2 – Aspectos botânicos2.1 – Principais espécies2.2 – Aspectos morfológicos2.3 – Aspectos fenológicos3 – Utilização e aspectos nutricionais3.1 Uso3.2 – Aspectos nutricionais4 – Exigências edafoclimáticas5 – Propagação5.1 – Propagação por sementes6- Implantação e condução do pomar6.1 – Plantio6.2 Podas6.3 – Irrigação6.4 - Controle de plantas daninhas6.5 – Adubação6.6 – Manejo de pragas e doenças7 – Colheita e pós-colheita8 - Aspectos econômicos9 - Processamento do fruto (receitas caseiras)10 - Bonsai de jabuticabeira11 – Sites com informações sobre a jabuticabeira, seu fruto e utilizaçãoReferência bibliográfica
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Sumário
1 – Histórico, origem e importância
2 – Aspectos botânicos
2.1 – Principais espécies
2.2 – Aspectos morfológicos
2.3 – Aspectos fenológicos
3 – Utilização e aspectos nutricionais
3.1 Uso
3.2 – Aspectos nutricionais
4 – Exigências edafoclimáticas
5 – Propagação
5.1 – Propagação por sementes
6- Implantação e condução do pomar
6.1 – Plantio
6.2 Podas
6.3 – Irrigação
6.4 - Controle de plantas daninhas
6.5 – Adubação
6.6 – Manejo de pragas e doenças
7 – Colheita e pós-colheita
8 - Aspectos econômicos
9 - Processamento do fruto (receitas caseiras)
10 - Bonsai de jabuticabeira
11 – Sites com informações sobre a jabuticabeira, seu fruto e utilização
Referência bibliográfica
Jabuticabeira
1 – Histórico, origem e importância
. “Tempos atrás, provavelmente, as jabuticabeiras vegetavam nas áreas que margeavam
os rios e córregos da região Sudeste, dando formação a extensas capoeiras e matas repletas pela árvore, tendo se expandido tanto naturalmente como através do cultivo.
Desde sempre, quando o homem aprendeu a cultivá-la e a saborear seus frutos, a jabuticabeira é árvore obrigatória em qualquer pomar ou quintal. Nas fazendas do sul de
Minas Gerais e de São Paulo foi bastante freqüente - e seria bom que continuasse a sê-lo - o costume de se manterem extensos pomares formados, exclusivamente, por diferentes
variedades de jabuticabeiras: verdadeiros jabuticabais que, sem qualquer pretensão
comercial, proviam de seus deliciosos frutos as afortunadas famílias e a comunidade de
seus agregados” (Jabuticaba in Bibvirt, on line...).
Planta frutífera de origem sul-americana (brasileira), conhecida há mais de 400
anos, também existente no Paraguai, Uruguai e Argentina. A jabuticabeira, mirtácea, espontânea em grande parte do Brasil, mais comum em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio
de Janeiro, São Paulo e Paraná, encontradiça noutras, como Bahia, Pernambuco, Paraíba, Pará, Ceará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso (Jabuticaba in
Catálogo Rural, on lin...).
O nome jabuticaba tem origem indígena, e foi assim denominado pelos tupis , que
saboreavam seu fruto, tanto na forma natural como fermentada e a chamavam jaboticaba: jaboti (cágado), caba (lugar onde) (Jabuticaba... in Coopercampus, on
line...), ou iapoti'kaba, cujo significado é "frutas em botão" (Sales, 2002) “Foi o primeiro [fruto indígena] a ser introduzido em pomares” (Dicionário... in Sociedade Brasileira...,
on line...).
Pode também ser conhecida como jaboticaba-assu, jaboticaba-de-campinas, jaboticabeira, jabuticatuba (Jabuticaba in Plantas Medicinais, on .line...), jabuticaba-
paulista, jabuticaba-açu, jabuticaba-do-mato, jabuticaba-panhema. (Bela Ishia, on line...), entre outros.
De acordo com Mattos apud Donadio (2000) as jabuticabeiras, ou jaboticabeiras (nome mais comum) pertencem à família Myrtaceae, uma das mais importantes famílias
frutíferas de ocorrência no Brasil. Dela também fazem parte, frutíferas como: guabiroba, Cambuí, cambucí, araçá, goiaba, grumixama, cambucá, pitanga e pêssego-do-mato.
Dentre as várias espécies de jaboticabeira que são citadas, Myrciaria jaboticaba,
comhecida como Sabará, é a principal de cinco espécies cuja distribuição geográfica é
descrita por Mattos, citado por Donadio (2000), e ocorre principalmente entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Donadio (2000) menciona, ainda, várias espécies como Myrciaria
trunciflora Ber citando Lorenzi (1992), a qual ocorre de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, nas matas pluviais atlânticas e nas submatas; M. ibarrae Lundell, da Guatemala, M
baporeti Legrand, da Argentina e Uruguai, M. floribunda Berg, das Antilhas e Sul do México ao Brasil e M. vismeifolia Berg, das Guianas, citando Fouqué (1974). Segundo
Donadio (2000), não foram mencionadas espécies nativas de Myrciaria na África e Ásia em citação feita por Martin et al (1987). Donadio (2000) ressalta, ainda, que existem
outras espécies de Myrciaria que não são do grupo das jabuticabas, dentre elas, M. dubia Macvaug L., o camu-camu. Também menciona outras espécies que são ornamentais.
Ressalta ainda, que a jabuticaba brava do Pantanal não é uma Myciaria, mas pertence a espécie Myrcia tomentosa.
2 – Aspectos botânicos
2.1 – Principais espécies
De acordo com Mattos, citado por Donadio (2000) algumas espécies podem ser descritas com algumas características, das quais mencionamos algumas:
a) Myrciaria coronata Mattos: árvore de pequeno porte, medindo
aproximadamente 3m de altura, possui ramos terminais achatados, folhas com pecíolos curtos, frutos globosos com aproximadamente 2,7cm de diâmetro.
Comumente conhecida como jaboticaba coroada, ou jaboticaba de coroa, ocorre principalmente em São Paulo.
b) Myrciaria oblongata Mattos: árvore de aproximadamente 5m de altura; ramos terminais subachatados,;folhas de pecíolo curto, avermelhadas, muito
glandulosas; frutos ovado-elípticos a elípticos autopurpúreos de 2 a 3,2 cm de
comprimento por 2 a 2,7 cm de diâmetro; 1 a 4 sementes. Conhecida como
jaboticaba azeda, ocorre principalmente em São Paulo.
c) Myrciaria spirito-santensis Mattos: porte de aproximadamente 4m de altura,
ramos castanhos, com raminhos terminais e novos pilosos; folhas opostas ou subopostas de pecíolos curtos. Ocorre principalmente no Espírito Santo.
d) Myrciaria grandifolia Mattos: árvore de aproximadamente 5m de altura,
ramos cilíndricos, com extremidade subachatada, acinzentados e ramos terminais seríceos. Folhas com pecíolos de 5 a 6mm de comprimento; frutos com 2,2 cm de
diâmetro, globosos, lisos, atropurpúreos. Conhecida como jabuticaba graúda, ou
jaboticatuba, ocorre principalmente em Minas Gerais.
e) Myrciaria peruviana (Poir) var. trunciflora (Berg) Mattos: árvores com cerca de 8m de altura; ramos cilíndricos, e raminhos novos achatados; folhas
escuras com pecíolos de aproximadamente 3mm de comprimento; bagas globosas, com cerca de 2cm de diâmetro, negras; 1 a 4 sementes. Conhecida como
jabuticaba de cabinho, ocorre nos Estados de MG e ES, no Brasil, e também no Paraguai e Argentina.
f) Myrciaria aureana Mattos– árvore de aproximadamente 3 m de altura; casca amarelada; ramos cilíndricos, com desprendimento de casca sendo os ramos
terminais e novos cinza-amarelados possuindo pilosidade seriácea; folhas opostas, com pecíolos de 3mm de comprimento, cactáceas, possuem glândulas escuras,
numerosas e pouco visíveis; frutos subgloboso-oblíquos, de 15 a 18mm de comprimento por 19 a 21mm de diâmetro, verde-claros; 1 a 4 sementes lisas,
amarelo-claras. Conhecida como branca, ocorre em São Paulo.
g) Myrciaria phitrantha (Kiaersk) Mattos – porte de aproximadamente 7m de
altura; ramos cilíndricos; folhas com pecíolos de 5 a 10mm de comprimento, possuem pontuações semi-translúcidas; bagas com cerca de 2,4 cm de diâmetro,
subglobosas. Conhecida como costada. Ocorre em São Paulo.
h) Myrciaria jaboticaba (Vell) Berg– árvore de 6 a 9m de altura; ramos finos e cilíndricos, sendo os ramos terminais e novos, achatados; folhas com pecíolo de 1,5
a 2mm de comprimento, ciliadas quando novas; frutos de 1,6 a 2,2 cm de diâmetro, subglobosos ou globosos, negros e lisos; 1 a 4 sementes. Conhecida
como sabará, ocorre no Brasil, Paraguai e Argentina.
i) Myrciaria cauliflora (DC) Berg – possui ramos terminais glabros e achatados;
folhas com pecíolos de 3mm de comprimento, membranáceas; frutos globosos, de cor negra, 2,2 a 2,8 cm de comprimento por 2,2 a 2,9 cm de diâmetro; 1 a 4
sementes. Conhecida como paulista, assu (ou açu), e ponhema. Ocorre no Brasil, de forma geral.
2.2 – Aspectos morfológicos
a) Folhas: de acordo com Moura, citado por Donadio (2000), a jabuticabeira
apresenta folhas com epiderme glabra, a folha é hipostomática, com estômatos paracíticos, com glândulas; colênquima com parênquima paliçádico e lacunoso;
idioblastos incolores, desenvolvidos; tecido formado por esclerênquima e pouco colênquima; possuem transpiração cuticular baixa, sem restrição o dia todo, sendo
do tipo heterobárica; possui células de contorno irregular com paredes espessas e pontuações simples na epiderme abaxial, e células maiores, com paredes pouco
espessas e pontuações simples e estômatos numerosos na epiderme adaxial; os idioblastos são freqüentes, e estão em contato com a epiderme adaxial; as
glândulas são esparsas e estão no nível do parênquima paliçádico, em contato com a epiderme adaxial, e são compostas de duas células; o sistema fibrovascular é
bem desenvolvido, formado da nervura central, floema, xilema e nervuras laterais; o bordo da folha possui células epidérmicas com paredes espessas, e com células
do parênquima lacunoso irregulares e de tamanhos variáveis, o que permite
diferencia-la de outras Mirtáceas.
b) Inflorescência: conforme Handro (1953) e Mattos (1983) em citação de
Donadio (2000), a inflorescência de M. cauliflora, é assim descrita: “pedúnculos com cerca de 1mm e comprimento, aglomerados sobre o tronco e ramos mais ou
menos velhos protegidos por 4 séries de brácteas ciliadas. Botão floral glabro. Cálice com lobos ovado-oblongos, agudos ou obtusos, ciliolados, mais ou menos
separados entre si, com 1,5 mm de comprimento. Pétalas largamente oblongas de 2,5 –3mm de comprimento. Ovário glabro; estilete com cerca de 6mm de
comprimento; estigma peltado”.
c) Fruto: “Pequenas, redondas, nas cores roxa ou preta... com polpa suculenta,
mole e esbranquiçada, a pequena frutinha...” (Sales, 2002) “...negros, quando maduros e se fixam em toda a superfície da planta, em suas raízes aéreas, no
tronco e em todos os galhos e [...] de ótimo sabor...”. (Bela Ishia, on line...)
De acordo com Duarte citado por Donadio (2000), o fruto de M. cauliflora apresenta crescimento lento até os 12 dias. Após esse período a o crescimento é mais
rápido, fazendo com que a fruta passe de 2g para 4g em 20 em 8 dias, continuando crescendo até os 28 dias, quando há um período de estabilidade até os 30 dias do
florescimento. O fruto final (avaliado) pesa em torno de 5g. M. jaboticaba, estudada por
Magalhães citado por Donadio (2000), também apresenta crescimento lento durante cerca de 20 dias para comprimento e volume e 35 dias para volume, sendo que o volume
máximo é alcançado entre o 40o. e 44o. dia, estabilizando-se após 50 dias. De acordo com Duarte et al citados por Donadio (2000), o comportamento reprodutivo da
jabuticabeira mostra que ramos mais grossos possuem maior ocorrência de flores e frutos. A quantidade de frutos varia de 30 a 400 por metro de ramo.
De acordo com estudos realizados por Gurgel & Soubihe Sº- citados por Donadio
(2000), as jabuticaba geralmente são poliembrionias, a exceção da jabuticaba branca, e produzem mais de um embrião em cada semente. Conforme estudos de Soubihe Sº e
Gurgel citados por Donadio (2000), as jabuticabeiras apresentam em média, de 1,2 a 2,6
sementes por fruto, sendo que a Sabará apresenta o menor número, e a paulista, o maior. O número de sementes pode variar de 1 a 5 por fruto.
2.3 – Aspectos fenológicos
A vegetação ocorre de forma intensa no fim do inverno, e início da primavera, antecedendo a época principal de floração, que ocorre nos troncos e ramos, após a
ruptura da casca. Em relação ao processo de reprodução, cada flor produz grande quantidade de pólem que fica disponível para polinização e fecundação, ao passo que o
estigma está disponível desde o momento de abertura da flor. Isso permite auto-polinização e polinização cruzada. O índice de pegamento varia de 7 a 30%, podendo
subir para 60-70% em cultivo protegido, conforme Duarte, citado por Donadio (2000). Ainda segundo Duarte, sementes de frutos imaturos, com 15 a 17 dias já podem
germinar.
Em condições ideais de clima e cultivo, até 5 floradas podem ocorrer no ano. Em
relação à época de frutificação, de acordo com Matos, citado por Donadio (2000), pode variar conforme as diferentes espécies e locais. Por exemplo, M. cauliflora, de setembro a
janeiro, em Campinas e São Paulo; M. grandiflora e M. peruviana var trunciflora, de março a setembro, em Curitiba, no Paraná.
3 – Utilização e aspectos nutricionais
3.1 Uso
A madeira é resistente e pode ser destinada ao preparo de vigas, esteios,
dormentes e outras obras internas.
Fruto: pode ser consumido ao natural ou usado no preparo de doces, geléias,
licores, vinho, vinagre. Na indústria, o fruto é usado para o preparo de aguardente, geléias, jeropiga (vinho artificial), licor, suco, e xarope, sendo que o extrato do fruto é
usado como corante, de vinhos e vinagres.
Na medicina caseira utiliza-se o chá-de-cascas para tratar anginas, e erisipelas; a entrecasca do fruto, em chá, destina-se ao tratamento de asma. (Jabuticaba... in
Coopercampus, on line...) , usadas também para gargarejos, pois o caldo da jabuticaba é
eficaz contra as inflamações agudas e crônicas da boca. (Bela Ishia, on line…) .
A jabuticabeira possui ainda as seguintes indicações fitoterápicas: antiasmática, inflamação das amídalas, inflamação dos intestinos, hemoptise, erisipela, e esquinencia
crônica (Jabuticaba in Plantas Medicinais, on line...)
3.2 – Aspectos nutricionais
São boas fontes de vitaminas B2 e B3, proteína e cálcio. Disponíveis a partir da primavera. São usadas contra a asma. Cada 100g do fruto possui 44,9 cal; 11,2g de
glicídios; 0,54g de proteínas; 9mg de cálcio; 60mg de fósforo; 1,26mg de ferro; 8,3mg de sódio e 13g de potássio. (Diário dos alimentos, in Sociedade..., on line...). Possuem
ainda, par cada 100g, 60mg de vitamina B1; 160mg de vitamina B2, 12,80 mg de vitamina C, 2mg de Niacina (Bela Ishia, on line...).
4 – Exigências edafoclimáticas
A jabuticabeira é considerada uma planta de origem subtropical, porém com boa
adaptação ao clima tropical (Andersen & Andersen; Phillips & Goldweber, citados por Donadio (2000), suportando bem até –3 ºC, suportando, porém, curto período de falta de
água, e requerendo boa umidade do solo (Ahsens apud Donadio, 2000). Necessita de temperaturas baixas para florescer (Simão apud Donadio, 2000).
Em relação à altitude, ocorre no Brasil, desde o nível do mar, até 1.400m de altitude (Wiltbank citado por Donadio, 2000). É classificado por Lorenzi (Donadio, 2000)
como mesófita ou heliófita e seletiva higrófila.
Em relação ao solo, desenvolveu-se bem em vários tipos de solo, com preferência, os sílico-argilosos, ou argilo-silicosos, profundos, férteis e bem drenados
(Gomes citado por Donadio, 2000).
5 – Propagação
5.1 – Propagação por sementes
De acordo com Donadio (2000), a propagação por sementes deve ser evitada, sempre
que possível, por vários motivos. A propagação por sementes nem sempre assegura a reprodução das características da planta que forneceu a semente, além do que, o início
da produção é tardio em relação às plantas propagadas vegetativamente.
Entre os critérios para a escolha das sementes, recomenda-se que a planta mãe tenha
alta produção, boas características para os frutos, sanidade e vigor. Os frutos devem ser colhidos maduros, escolhidos e cortados para extração das sementes. As sementes
devem ser selecionadas, eliminando-se as mais leves, danificadas ou de menor tamanho. Para que a germinação seja mais rápida, deve-se retirar a polpa, lavando as sementes
com água corrente.
Recomenda-se a imersão das sementes em água quente a 20 ºC, e o seu tratamento
com fungicida em pó.
A semeadura pode ser feita em recipientes ou canteiros, para posterior plantio em local definitivo. A semeadura é feita colocando-se de 1 a 5 sementes por recipiente, a 1cm de
profundidade. No caso dos canteiros, pode-se semear a lanço ou em linha com espaçamentos de 10 a 20 cm. A germinação ocorre de 10 a 40 dias, após o que, se
recomenda cuidado com pragas como: lagarta rosca, grilo, vaquinhas e formigas.
O desbaste deve ser feito quando as mudas estiverem com 5cm, retirando-se as
mais fracas, deixando-se uma por recipiente. No canteiro não há necessidade de se desbastar.
As plantas semeadas em canteiro devem ser transportadas para recipientes após
6 meses a 1 ano. A muda estará formada de 1 a 2 anos. Usualmente, a planta de jabuticaba propagada por semente leva mais de 10 anos para entrar em produção. A
estocagem das sementes pode ser feita até por 6 meses, porém, com substantiva
redução do poder germinativo. Recomenda-se a estocagem em frasco plástico, a 12 ºC e 85-90% de umidade relativa (Donadio, 2000).
b) Propagação vegetativa
Segundo Donadio (2000), várias técnicas de propagação vegetativa são citadas por vários autores, porém, poucos são os detalhes específicos sobre a propagação
vegetativa da jabuticabeira. Entre os métodos citados, estão a garfagem, mergulhia e estaquia.
De acordo com Mattos, citado por Donadio (2000) a garfagem tipo incrustação no topo,
ou inglês complicado deve ser feita em porta-enxerto com 1 ano de idade, no fim do
inverno. São utilizados ramos terminais com 0,5cm de diâmetro, que devem ser preparados e encaixados no cavalo perfeitamente. No caso de enxertia por borbulhia.
Este autor recomenda cavalos de dois anos e borbulhas de ramos vigorosos, da grossura de 1 lápis. Os ramos devem ser preparados na planta matriz, um mês antes, cortando-se
as pontas dos ramos, um mês antes da enxertia, para induzir brotação das gemas.
As mudas enxertadas ficam prontas para o transplantio aproximadamente após 2 anos. De acordo com estudos relatados por Duarte, citado por Donadio (2000), a
propagação por garfagem em fenda é superior à fenda parcial, e borbulhia, que é a pior. A estaquia não produz resultados satisfatórios, mesmo com o uso de estimuladores de
crescimento como auxinas. De acordo com estudos desenvolvidos por Andersen &
Andersen, citados por Donadio (2000), a jabuticabeira propagada por enxertia começa a produzir após o 5o. ano.
6- Implantação e condução do pomar
6.1 – Plantio
Segundo Donadio (2000), a jabuticabeira é muito sensível ao transplantio. Por esta razão o transplantio deve ser efetuado com muito cuidado, preservando-se o torrão
e de preferência, em dia nublado. As covas devem ser de 60cm de diâmetro por 60cm de profundidade. Recomenda-se incorporar 15g de superfosfato, e 200g de esterco curtido
por cova. As mudinhas devem ser regadas até o pegamento.
Em relação ao espaçamento, Donadio (2000) salienta que o espaçamento ideal é
aquele que possibilita o crescimento da planta e a iluminação adequada da sua copa, visando sua plena produção, sem necessidade de manejo da copa.
De acordo com Gomes citado por Donadio (2000), o espaçamento recomendado
pode ser 6x6 até 10 x 10m conforme a variedade, o clima e a fertilidade do solo.
Dado que a jabuticabeira leva muito tempo para crescer e começar a produzir, Donadio
(2000) recomenda intercalar outras frutíferas mais precoces ou culturas anuais.
6.2 Podas
Inicialmente, as mudas devem ser formadas de modo que os troncos tenham de 40 a 60cm do solo, permitindo engalhamento simétrico e copa aberta.
A poda de frutificação deve ser feita para que se obtenha 4 a 6 ramos primários, que devem duplicar-se a partir de 1,2 – 1,5m e depois sucessivamente a cada 0,6-1,0m.
Também é necessário que os ramos fiquem 20 a 30cm uns dos outros. (Andersen & Andersen, citados por Donadio (2000), que explica que as podas de limpeza devem ser
realizadas de modo a manter o arejamento e expor os ramos mais grossos à luz solar. O autor não informa qual deve ser o intervalo de poda. Segundo ele, podas drásticas não
são recomendadas, porque a regeneração da planta é lenta.
6.3 - Irrigação
No Triângulo Mineiro, em MG, Informações populares dão conta de que a jabuticabeira
próxima a cursos d’água normalmente floresce várias vezes no ano, ao contrário de plantas do mesmo local, porém com disponibilidade de água limitada ao período chuvoso.
Segundo Mattos citado por Donadio a florada, usualmente, está associada às primeiras
chuvas de primavera.
Segundo Donadio (2000), a irrigação é prática comum para a jabuticabeira, embora não existam dados experimentais sobre o seu efeito na produção e qualidade dos frutos.
De acordo com Andersen & Andersen, citados por Donadio (2000), um sistema de
irrigação eficiente para a jabuticabeira é viável e alertam para o fato de que o
encharcamento do solo é prejudicial e pode matar as raízes da planta.
6.4 - Controle de plantas daninhas
Recomenda-se manter o pomar limpo, roçando-se as entrelinhas, e capinando ou
usando-se herbicidas na linha. Donadio (2000) recomenda cautela na utilização de
herbicidas de pré-emergência pois não se tem conhecimento sobre a tolerância da
jabuticabeiras.
6.5 - Adubação
Citando Souza, Donadio (2000) salienta que os frutos de jabuticabeira constituem um forte dreno de minerais, e grandes quantidades de nutrientes são extraídos durante a
colheita. Segundo ele, as recomendações de adubação para a jaboticabeira existenes são todas adaptadas de outras culturas. Entre elas, o autor cita a recomendação de Andersen
& Andersen indicando a aplicação de 30 a 50Kg de esterco + 250g de NPK/planta/ano. A adubação deve ser feita no período das chuvas, preferencialmente, de forma parcelada, e
deve ser incorporada na área da coroa. Segundo Gomes, citado por Donadio, a jabuticabeira responde muito bem à adubação orgânica.
6.6 – Manejo de pragas e doenças
Segundo Donadio (2000), apesar de várias pragas e doenças serem citadas em literatura, para a jabuticabeira, a maioria é de ocorrência esporádica, não se
recomendando controle, a menos que sejam observados danos econômicos.
Entre as várias doenças fúngicas que podem atacar a jabuticabeira, destaca-se a
podridão de raízes, que tem ocorrido em pomares comerciais paulistas com mais de 15 anos, causado, provavelmente, pelo fungo Rosellinia. O controle é difícil pois ocorre
morte da planta (Mattos apud Donadio, 2000). Para Andersen & Andersen, também citados por Donadio (2000), a principal doença da jabuticabeira é a ferrugem da
goiabeira, causada por Puccinia psidii, que ataca os frutos, principalmente em anos quentes e chuvosos. Segundo Donadio (2000), o controle, neste caso, é feito por meio de
pulverizações quinzenais de caldas cúpricas, inciando-se antes da florada e fazendo-se mais duas em seguida, podendo prosseguir após a colheita, se a doença persistir.
Donadio salienta, ainda, a importância dada a esta doença por Simão, que recomenda a retirada de ramos em excesso, e de árvores em pomares densos, como medida de
controle por meio da penetração de luz.
Entre as várias pragas citadas, Donadio salienta que a mosca das frutas, e as
formigas são citadas por Mattos como tendo uma certa importância, porém Gomes considera a cochonilha Capulinia jaboticabae como o grande inimigo da jabuticabeira. O
controle desta praga deve ser feito raspando e pincelando-se os ramos atacados com calda sulfocálstica. Segundo Andersen & Andersen citados por Donadio (2000), o controle
da mosca das frutas pode ser realizado mediante o uso de iscas envenenadas, sendo que a jaboticaba Sabará é menos atacada por esse inseto.
7 – Colheita e pós-colheita
A colheita se dá 1 a 1,5 mês após a florada, podendo ocorrer em diferentes épocas
do ano, conforme a região de cultivo. Deve ser manual e cuidadosa, recomendando-se recipientes pequenos, e o seu transporte até o consumidor no mesmo dia da colheita. O
rendimento da colheita é baixo e por isso o custo é elevado (Donadio, 2000).
De acordo com estudos desenvolvidos por Duarte et al citados por Donadio
(2000), não se recomenda armazenar os frutos maduros em bandejas plásticas a 85-90% de umidade. Isto permite a conservação e comercialização dos frutos por até dois
dias à temperatura ambiente. Se acondicionado nessas condições à temperatura de 12
ºC, podem ser conservados por até 3 semanas. Relata-se ainda, que a temperatura de 6 ºC os frutos se queimaram.
Mota (2002), estudou a influência do tratamento pós colheita com cálcio, e
concluiu que não houve grande contribuição desse tratamento, na sua conservação.
8 - Aspectos econômicos
De acordo com Magalhães et al, citado por Mota (2002) o potencial econômico dessa fruta é grande, devido às suas características organolépticas para consumo "in
natura", e a possibilidade de ser utilizada na fabricação de licores e geléias. Entretanto, por ser muito perecível, seu período de comercialização pós-colheita é curto, porque há
uma rápida alteração da aparência, devido à intensa perda de água, ocorrendo deterioração e fermentação da polpa, dois a três dias após a colheita.
Segundo Donadio (2000), a jabuticaba ainda é considerada uma fruta de pomares, mas a
sua comercialização vem crescendo. Segundo o autor, em 1980, a CEAGESP
comercializou em torno de 900.000Kg, e em 1998, este valor subiu para mais de 4.000.000Kg. De acordo com os dados pela CEAGESP, 95% da produção está
concentrada nos meses de agosto a novembro, principalmente, setembro.
9 - Processamento do fruto (receitas caseiras)
Vários produtos podem ser obtidos a partir da jabuticaba. A seguir são relatadas
algumas receitas obtidas em sites da internet.
a) Torta de jabuticaba
“Ingredientes:
100 gramas biscoitos água
1 colher de sopa de margarina derretida
1 colher de café de canela em pó
1 colher de sopa de adoçante em pó
3 xícaras de jabuticaba
2 xícaras de água
½ xícara de adoçante em pó
1 colher de chá de amido de milho
1 ½ envelopes de gelatina em pó sem sabor
3 claras em neve
½ xícara de creme de leite light
Modo de Preparar: Bater os biscoitos no processador até formar uma farofa. Colocar em uma panela com a margarina até começar a dourar. Retirar e adicionar o adoçante e
a canela. Colocar no fundo de uma forma de abrir. Levar a jabuticaba com a água ao fogo e deixar cozinhar até que a casca arrebente. Deixar ficar morno e bater no liquidificador.
Passar por um coador e torrar ao fogo com o adoçante, o amido. Deixar encorpar. Dissolver a gelatina em 4 colheres de sopa de água e em banho-maria. Reservar 1 xícara
da geléia de jabuticaba. Misturar o restante, a gelatina, a clara batida em neve e o creme de leite. Colocar sobre a massa de torta e levar à geladeira. Quando firmar, retirar do aro
e servir com a calda.”
Fonte: Cozinha light, on line...
b) Geléia de Jabuticaba
“Ingredientes:
- 3 litros de jabuticaba
- cerca de cinco copos americanos de açúcar cristal, de acordo com a quantidade de suco
da fruta
Modo de Preparar
Lavar a jabuticaba. Espremer numa panela e levar ao fogo com a casca e o caroço. Assim que ferver, mexer e retirar do fogo. Deixar esfriar, passar na peneira de taquara,
facilmente encontrada em mercados municipais. Tornar a coar o líquido no coador. Medir seis copos do suco e cinco copos americanos de açúcar. Levar ao fogo e deixar dar o
ponto. Dica importante: deixar pingar a geléia em um copo com água. Quando a bolinha bater no fundo do copo e dissolver, já está no ponto. Aí é só colocar em um copo de vidro
esterilizado.
Tampar só depois que a geléia estiver fria”.
Fonte: Jornal Alterosa, on line...
c) Sorvete de Jabuticaba
“Ingredientes:
-1 litros de suco de jabuticaba
-1 xícara e meia de açúcar cristal
-1 xícara de leite em pó
-1 colher de sopa de liga neutra
-1 colher de sopa rasa de gordura hidrogenada
Modo de preparar
Lavar bem as jabuticabas. Depois espremer a fruta numa panela, deixando a casca e o caroço. Levar ao fogo. Assim que ferver, passar na peneira de taquara, facilmente
encontrada em mercados municipais. Pode-se usar, também, a peneira de plástico. A de alumínio não serve. Coar num coador de pano e então o suco estará pronto. Em seguida
colocar todos os ingredientes no liquidificador, menos a gordura hidrogenada. Bater por aproximadamente 20 minutos. Deixar no freezer de um dia para outro. No outro dia
dividir a massa em duas partes, porque a batedeira caseira não comporta tudo de uma só
vez. Bater cada parte com meia colher de gordura hidrogenada. A massa vai crescer e o sorvete estará pronto. Ponha em potes e leve à geladeira.”
Fonte: Jornal Alterosa, on line...
d) Licor
Ingredientes:
400g de jabuticaba
200g de açúcar
200cm3 de água
200cm3 de álcool 95 G.L.
Modo de preparar:
Esmagar as jabuticabas, aproveitando toda a fruta. Deixar em infusão no álcool durante
24 horas. Coar em flanela. Fazer um xarope de água com açúcar e mistura-lo à infusão. Engarrafar e deixar envelhecer por 6 meses, depois filtrar.
Fonte: Donadio, 2000
10 - Bonsai de jabuticabeira
O site http://www.bonsaibrasil.com.br/myrciaria.htm apresenta uma receita para
o cultivo do bonsai de jabuticabeira.
O autor recomenda a obtenção de mudas através da alporquia de um galho que
já esteja produzindo. Neste caso, deve-se fazer o anelamento completo do tronco, e utilizar algum hormônio enraizante. A obtenção de mudas através de raízes também pode
ser feita, todavia, neste caso, deve demorar a produzir frutos. Os brotos devem ser podados no segundo ou quarto par de folhas, quando estiver com seis ou oito pares de
folhas desenvolvidas. Podas vigorosas podem ser feitas, preferencialmente na primavera. A raiz pivotante deve ser eliminada aos poucos para que se consiga o plantio em um vaso
raso. As plantas devem ser transplantadas a cada dois anos, de preferência na primavera, fazendo-se uma poda moderada das raízes.
Deve-se regar, de forma a manter o solo úmido de maneira uniforme. O autor recomenda adubação com fertilizante líquido a cada quinze dias, desde o início da primavera até o
final do verão, e no outono e inverno, uma vez por mês.
Em climas amenos, as plantas podem ficar próximas a uma janela bem iluminada. No caso de ambientes externos, deve ficar em local ensolarado ou de meia sombra no
período que vai da metade da primavera até o final do verão. A planta não suporta
geadas fortes.
11 – Sites com informações sobre a jabuticabeira, seu fruto e utilização
http://agri-asp.prodemge.gov.br/precos/bolproduto2resp.asp
http://www.acessa.com/projetos/Sabor/arquivo/dicas/2002/10/03-jabuticaba/
http://www.agricultura.gov.br/snpc/lst1100.htm
http://www.agrov.com/vegetais/fru/jabuticaba.htm
http://www.alterosa.com.br/ja/receitas/ja_receita-3-11-2001.htm
http://www.belaischia.com.br/jabuti.htm
http://www.bibvirt.futuro.usp.br/especiais/frutasnobrasil/jabuticaba.html
http://www.bonsaibrasil.com.br/myrciaria.htm
http://www.copercampos.com.br/agricultura/frutijaboticaba.htm
http://www.diabetes.org.br/Diabetes/dicionario/dic_gij.html#J
http://www.esalq.usp.br/trilhas/fruti/fr26.htm
http://www.estado.estadao.com.br/edicao/especial/brasil/brasil14.html
http://www.geomagna.com.br/news106.htm
http://www.nacamura.com.br/Arquivos_Culturas/Culturas/Jabuticaba.htm
http://www.ouropreto-ourtoworld.jor.br/a_jabuticaba.htm
http://www.redemulher.com.br/cozinhalight/receitas_doces_paves/receita_05.htm
http://www.ruralnews.com.br/agricultura/frutas/jabuticaba.htm
http://www.scielo.br/scielo.php
http://www.topnet.com.br/vparaiso/curioso.html
http://www.unesp.br/not/arq_26.htm
Referência bibliográfica
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Dicionário dos Alimentos. In: Sociedade Brasileira de Diabetes. [on line]. Disponível: ‹Disponível:‹http://www.diabetes.org.br/Diabetes/dicionario/dic_gij.html#J› [Acessado em 03 de julho de 2003].
DONADIO, LUIZ CARLOS. Jabuticaba (Myrciaria jaboticaba (Vell.) Berg). Jaboticabal: Funep, 2000. 55p. (Série Frutas Nativas, 3).
JABOTICABA (M. coronata, M. cauliflora, M. peruviana, M. grandi flora, M. jaboticaba). In: Coopercampus. [on line]. Disponível: ‹http://www.copercampos.com.br/agricultura/frutijaboticaba.htm)› [Acessado em 03 de julho de 2003].
Jaboticaba. IN: Plantas medicinais. [on line]. Disponível: ‹http://www.ciagri.usp.br/planmedi/pm0399.htm› [Acessado em 03 de julho de 2003].
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MOTA, WAGNER FERREIRA DA, SALOMAO, LUIZ CARLOS CHAMHUM, PEREIRA, MARLON CRISTIAN TOLEDO et al. Influência do tratamento pós-colheita com cálcio na conservação de jabuticabas. Rev. Bras. Frutic. [on line]. abr. 2002, vol.24, no.1 [citado 03 Julho 2003], p.49-52. Disponível na World Wide Web: http://www.scielo.br/scielo.php?
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