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FÉ
© Instituto Bíblico da Igreja Cristã Maranata – 2015
Todos os direitos reservados.
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui
violação dos direitos autorais (Lei n° 9610).
Publicado no Brasil. IGREJA CRISTÃ MARANATA.
INFORMAÇÕES E CONTATOS
INSTITUTO BÍBLICO DA IGREJA CRISTÃ MARANATA
Rua Torquato Laranja nº 92 – Vila Velha – ES
CEP 29.100-370 – Telefone: 27 3320-3400
E-mail: [email protected]
Site: www.institutoicm.org.br
O ensino à distância é regulamentado pela lei 9.394/96-Artº 80 e é
considerado um dos mais modernos sistemas de ensino da atualidade.
Título Original: PALAVRA REVELADA
ASSUNTO: FÉ
CATEGORIA: RELIGIÃO
Presidente da Igreja Cristã Maranata
Gedelti Victalino Teixeira Gueiros
Diretor do Instituto Bíblico da Igreja Cristã Maranata
José de Anchieta Carvalho
Vice-Diretor do Instituto Bíblico da Igreja Cristã Maranata
Gerson Belucci
Coordenador do Curso e do Material Didático
Luiz Eugenio do Rosário Santos
Colaboradores
Antônio Carlos de Oliveira
Éber Gonzaga de Novaes
Eduardo Rosetti
Revisão ortográfica e metodológica
Lauro Venturini
Iolanda Melo Brasil Aguiar
Carla Soares
Edna Maria Froede Santos
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Prezado (a) aluno (a),
Bem-vindo (a) ao Instituto Bíblico da Igreja Cristã Maranata!
O conteúdo deste material didático deverá ser utilizado como ponto de partida,
que ajudará os seus passos no alcance relacionado à disciplina “FÉ”, levando
você a aprofundar-se neste assunto. Todo aprendizado adquirido terá grande
importância e servirá de auxílio nos posicionamentos diante de problemas do
dia a dia da sua vida espiritual.
É importante ressaltar que o estudo da Palavra de Deus de forma
permanente, bem como a operação do Espírito Santo, se faz necessário para
que seja possível alcançar o profético e conhecer a revelação da pessoa
gloriosa do Senhor Jesus em toda a “Palavra”.
A Palavra de Deus, à luz da revelação do Espírito Santo, tem o intuito de levar
você a alcançar maior intimidade com Deus, desfrutando da comunhão e de
uma caminhada dirigida por Ele.
Desta forma, este material didático possibilita um entendimento mais
aprofundado com todo embasamento bíblico sobre esta importante doutrina.
Bom estudo a todos!
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 6
1.1 CONCEITO DE FÉ .................................................................................... 6
1.2 DIVERGÊNCIAS SOBRE CONCEITOS DA FÉ ........................................ 7
2. OBRA CRIADORA E OBRA REDENTORA .................................................. 8
2.1 OBRA CRIADORA .................................................................................... 8
2.1.1 Fé histórica ........................................................................................ 9
2.1.2 O Projeto de Deus para o Homem .................................................. 10
2.1.3 O louvor da criação ......................................................................... 11
2.1.4 Autoestima e autoajuda .................................................................. 11
2.1.5 Materialização ou Coisificação da Fé (uso de objetos) ................ 13
2.1.6 Descaracterização da Fé ................................................................. 15
3. OS PROFETAS PARARAM DE FALAR, SURGIU A FILOSOFIA .............. 16
3.1 FILOSOFIA E A REFLEXÃO COSMOLÓGICA ....................................... 17
3.2 FILOSOFIA E A REFLEXÃO ANTROPOLÓGICA ................................... 18
3.3 O NASCIMENTO DE JESUS .................................................................. 21
3.4 O ESFORÇO PARA ALCANÇAR A ETERNIDADE PELA RAZÃO ......... 22
3.5 FILOSOFIA CRISTÃ................................................................................ 23
3.6 O CRISTÃO E A FILOSOFIA .................................................................. 24
3.7 A TEOLOGIA E FILOSOFIA .................................................................... 25
3.8 PERIGOS PARA A FÉ ............................................................................ 26
4. A TEOLOGIA ............................................................................................... 27
5. FÉ PROFÉTICA OU DA OBRE REDENTORA ............................................ 31
6. O FIRME FUNDAMENTO ............................................................................ 32
6.1 JESUS É O FIRME FUNDAMENTO DA NOSSA FÉ .............................. 33
6.2 POR QUE A FÉ É FIRME FUNDAMENTO? ........................................... 34
6.3 A FÉ PROFÉTICA É ETERNA ................................................................ 35
6.4 A FÉ O SANGUE DE JESUS .................................................................. 37
6.5 SANGUE DE JESUS: O SELO PARA ETERNIDADE ............................. 37
6.6. A FÉ GENÉTICA E A HERANÇA ........................................................... 38
6.7 A FÉ CONSTATADA E A VERDADE ...................................................... 39
6.8 O CRISTIANISMO E A VERDADE .......................................................... 50
6.9 A IGREJA PRIMITIVA TINHA A FÉ COMO BASE DO CRISTIANISMO . 53
6.10 HAVERÁ FÉ NA TERRA? ..................................................................... 54
6.11 FÉ – A PROVA DO QUE NÃO SE VÊ ................................................... 55
6.12 O ESPÍRITO SANTO, AGENTE QUE MOVE A FÉ EM NÓS ................ 57
6.13 A PALAVRA DE DEUS REVELADA, ALIMENTO PARA A FÉ .............. 60
6.14 TENTATIVAS DO ADVERSÁRIO DE DESTRUIR A FÉ ....................... 61
6.15 OBSERVAÇÕES FINAIS SOBRE A FÉ ................................................ 63
6.16 FORTALECIMENTO DA FÉ COM RECURSOS DA GRAÇA ................ 67
APRESENTAÇÃO DE ILUSTRAÇÕES ........................................................... 79
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................ 79
LISTA DE QUADROS ...................................................................................... 79
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 80
6
1. INTRODUÇÃO
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das
coisas que se não veem”. (Heb. 11.1).
1.1 CONCEITO DE FÉ
De acordo com a etimologia, a palavra fé tem origem no Grego "pistia"
(“πιστις ou pistis” convicção da verdade), que indica a noção de acreditar,
e no Latim "fides", que remete para uma atitude de fidelidade.
Fé, no NT, significa convicção da verdade de algo; uma convicção ou crença
que diz respeito ao relacionamento do homem com Deus e com as coisas
divinas, geralmente com a ideia inclusa de confiança e fervor; a convicção de
que Deus existe e é o criador e governador de todas as coisas, o provedor.
Versículos-Chave desta Apostila
"[...] Contudo quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?”.
(Luc.18.8)
"[...] porque a fé não é de todos”. (2 Tess 3.2)
“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas
de sabedoria humana [...] para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos
homens, mas no poder de Deus”. (1 Cor 2.4-5) grifo nosso)
OBJETIVOS DA MATÉRIA FRASES PARA REFLEXÃO
Apresentar ao aluno a diferença entre a origem da fé da obra criadora e a da obra redentora.
Mostrar ao aluno a diferença entre a fé que vem de Deus e a que vem do homem. Apresentar ao aluno a diferença entre o misticismo e a fé que vem de Deus.
“A fé é viva porque Deus é vivo”. “A fé que emerge do homem é racional e não transcende”. “A fé não é firme pensamento, mas fundamento porque veio da eternidade”. “Fé é deixar o Espírito Santo dirigir”. “A fé usa a razão e não a razão que usa a fé”. “Fé salvadora tem origem na eternidade”
Gedelti Gueiros
A FÉ E AS ORIGENS
7
A FÉ TEM DUAS ORIGENS:
No sentido geral a fé pode ser entendida como proveniente de duas origens: OBRA CRIADORA: A fé que resulta do esforço humano através de sua concepção racional. OBRA REDENTORA: A fé que tem origem na obra redentora é a que vem
da eternidade como favor de Deus para com o homem.
1.2 DIVERGÊNCIAS SOBRE CONCEITOS DA FÉ O homem entende fé pela razão. O conceito que as pessoas têm a respeito
de fé é divergente daquilo que nos ensina a Palavra. Para o mundo, fé
significa “crer em alguma coisa”, tais como: “Eu tenho “fé” no remédio tal, eu
só melhoro com ele”. “Olha, eu tenho “fé” naquele médico, só em conversar
com ele e eu já melhoro”. Essa “fé” é firme fundamento? Não! Ela é firme
pensamento (algo racional). “Olha, eu tenho fé que eu vou conseguir fazer
aquele negócio”.
Figura 01: Divergências sobre conceitos da fé.
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
As pessoas confundem a fé profética – “firme fundamento” – com muitas
crenças terrenas (superstição, religiosidade, estilo de vida, dentre outras).
Tais noções são antagônicas em relação à fé verdadeira. Coloca-se um
chaveirinho de pé de coelho no carro e crê-se que vai tudo bem; uma
Força de
Vontade
Ideal de vida FÉ Emoções
Desejo
de
vencer
8
ferradura atrás da porta; não passa debaixo de escada; deposita a sua crença
na superstição; mistifica; não crê que Deus fala, mas se o horóscopo disser,
acredita.
O homem tem suas próprias ideias a respeito da fé; ele também confunde fé
com determinação. Ele diz: “Fulano é um bom profissional porque teve “fé”
naquilo que fazia. Lutou para alcançar o seu objetivo”.
A Fé de que a Palavra fala não vem do homem, não emerge do homem. O
apóstolo Paulo disse o seguinte em sua carta aos efésios: “Porque pela graça
sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus”. (Ef.
2.8).
A Fé é algo que Deus coloca dentro do coração do homem, porque ela é
salvadora. A “fé” que emerge do homem não é salvadora; morre com o
homem.
Figura 02: Tempo de Deus.
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
2. OBRA CRIADORA E OBRA REDENTORA 2.1 OBRA CRIADORA Todo fundamento na obra criadora é material e, nesse contexto, a união do
pensamento ou esforço filosófico e/ou teológico converge para o relativismo
da fé. “E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma
oferta ao Senhor.” (Gn. 4.3). A posição relativa do homem não consegue
9
alcançar a Deus com seu desejo temporal. Baseia-se apenas na letra, em
simples textos bíblicos e suas interpretações literais e técnicas.
Figura 03: Obra Criadora.
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
2.1.1 Fé histórica
"Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a
criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém." (Rom.1. 25).
A “fé” histórica é um agente interior que promove estímulos indispensáveis e
necessários às diversas conquistas do homem em sua vida no mundo. Pode
ser entendida como:
Força de vontade.
Amor próprio.
Autossuficiência.
Pensamento positivo.
Determinação.
Ideal.
Desejo de vencer.
Criatividade, etc.
Existem outras variantes pela qual tal “fé” se manifesta. Quando se observa o
desejo do desconhecido estimulado pelos desvios impostos até pela religião
10
levando alguns ao fanatismo cego, ao misticismo e à superstição. Por meio de
uma forte dose de dogmatismo materialista em manifestações exteriores de
liturgias repetitivas, vazias e enfadonhas muitos são direcionados a uma
crença insubsistente mesmo acreditando que venha de Deus. Essa é a crise
de fé profetizada por Jesus para o tempo presente:
“[...] Contudo quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na
terra?”. (Luc. 18.8, grifo nosso)
A forte expressão tratada no último parágrafo advém da palavra do Apóstolo
Paulo quando se refere à fé temporal. “Se cremos só para esta vida somos as
mais miseráveis das criaturas”(1 Cor. 15.19). Não apenas Paulo, mas o
próprio Senhor Jesus censurou os religiosos da sua época quanto à forma
exterior de conduzir a fé ou de expressá-la quando valorizavam extremamente
os ritos e tudo que era material. Fé que, enfim, definia obras como meio de
salvação.
A “fé” histórica é temporal, baseia-se ou tem a sua origem no homem, cujos
conceitos podem ser falíveis por falta de uma base sólida, sem um projeto
definido, enquanto a fé profética tem a sua origem no Deus Pai criador, cujo
objetivo para o homem é a eternidade na pessoa de Jesus Cristo, o filho,
autor e consumador da nossa fé. (Heb. 12.2).
2.1.2 O Projeto de Deus para o Homem
Deus fez o homem com a capacidade de entender, diferentemente dos outros
animais. Pela sua razão o homem conhece, entende e por isso tem a
capacidade de escolher. Assim nasce o livre-arbítrio, a ideia de liberdade do
homem. Só o homem, e nenhum outro animal, conhece, entende, escolhe e
exercita liberdade ou livre-arbítrio.
11
2.1.3 O louvor da criação
Essa capacidade foi dada por Deus ao homem porque Deus anelava do
homem um louvor que não fosse resultado de um comportamento instintivo,
mas de um comportamento de escolha do exercício de sua liberdade, do
exercício de seu livre-arbítrio.
“Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!” (Sl. 150.6).
A Bíblia diz a todos os seres que têm fôlego para “louvar ao Senhor”, mas eles
o fazem instintivamente. O trilar do pássaro é um louvor ao Senhor; o mugir
do boi é um louvor ao seu criador. Instintivamente eles “louvam ao Senhor”.
Deus esperou que o homem usasse os atributos que o Senhor Deus lhe deu,
e que, usando esses atributos, ele se voltasse para o seu criador e o
adorasse. Por isso Deus o fez com a capacidade de entender e de escolher. A
adoração a Deus é o exercício de sua escolha e por isso “a salvação é
pessoal”; você escolhe ser ou não ser participante da eternidade.
2.1.4 Autoestima e autoajuda "Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no
poder de Deus." (1 Cor. 2.5).
AUTOESTIMA: promove estímulos indispensáveis e necessários às diversas
conquistas do homem, principalmente quando se observa o desejo do
desconhecido. No entanto, esta “fé” é temporal e está relacionada com esta
vida apenas, e, pelo fato de estar presa ao tempo, por maior que seja esse
tempo, ela tem fim.
Esta “fé” está baseada em princípios humanos, quais sejam:
Razão
Intuição
Emoção
12
E se manifesta na forma de:
Filosofia - Princípios até nobres, mas que não revelam o Projeto de
Deus.
Cultura- (autossuficiência),
Ideologia - (greve de fome, atentados).
Religião - Superstição - chinelo virado, ferradura.
Misticismo- adesivo, crer em fadas, gnomos.
Idolatria
Fanatismo
Tradições
Figura 04: Autoajuda.
. Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
A “fé” temporal não sai dos limites do plano do homem; emerge do homem e
portanto, morre com ele, é TEMPORAL.
“[...] os mais miseráveis de todos os homens” (1 Cor. 15.19)
Esses princípios humanos são expressões de “Fé” como FIRME
PENSAMENTO. A verdadeira fé é um elo perdido entre o homem e Deus,
por isto ele (o homem) tenta substituir por uma FÉ TEMPORAL.
Autoajuda: A mensagem deixou de ser a voz de Deus e passou a ser algo da
preferência do homem. Os pregadores pregam não o que o povo precisa
ouvir, mas o que o povo quer ouvir.
O misticismo está tomando o lugar da verdade. A autoajuda está ocupando o
lugar da mensagem da salvação; assim, o homem não precisa de
13
arrependimento, mas apenas de libertação, visto que ele não é culpado, mas
apenas uma vítima. O pragmatismo pós-moderno está substituindo o genuíno
evangelho.
2.1.5 Materialização ou Coisificação da Fé (uso de objetos)
Coisificar: Reduzir a valores exclusivamente materiais.
Os praticantes do moderno movimento conhecido como “batalha espiritual” se
baseiam no uso de objetos que alegam ter poder de abençoar e amaldiçoar
aqueles que os ‘tocam’ ou ‘possuem’. Tal prática, na verdade, acaba criando
uma nova modalidade de idolatria.
Figura 05: Uso de objetos para trazer bênção.
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
Os objetos mais usados são a água colocada sobre a TV durante a oração, a
rosa ungida, tapetes, fotos, carteiras de trabalho, sal grosso, óleo, pedrinhas
trazidas do rio Jordão, fitinhas, pulseiras, lenços, peças de roupas e outros.
Objetos que dizem ser "carregados" de poder espiritual.
É importante dizer que não duvidamos da sinceridade destes irmãos.
Entretanto, estão enganados no que diz respeito ao culto a Deus.
14
A fé profética não vem com uso de objetos “abençoados ou ungidos” como
temos visto hoje em muitos lugares. São misticismos copiados do catolicismo,
religiões orientais e africanas.
A Fé Verdadeira: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de
Deus”. (Rom. 10.17)
O evangelho de Jesus Cristo é suficiente para que o homem alcance à
libertação dos seus pecados e transformá-lo numa nova criatura. Não há
necessidade que se recorra a essas práticas místicas e pagãs para receber a
graça divina.
Graças a Deus que há no Sangue do Senhor Jesus Cristo poder suficiente
para desfazer todo mal, sem necessitar de qualquer acessório!
"Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado."
(1João 1.7).
"Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." (João 8.36).
"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (João 8.32).
Aqueles que usam tais objetos justificam que a prática tem base na Bíblia. A
passagem bíblica mais citada é Atos 19. 11-12 “E Deus pelas mãos de
Paulo fazia maravilhas extraordinárias. De sorte que até os lenços e
aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades
fugiam deles, e os espíritos malignos saíam”. (Atos 19. 11-12, grifo nosso),
que relata o uso dos aventais e lenços de Paulo para expulsar demônio e
curar. Mas, esse acontecimento é o único do gênero, registrado no Novo
Testamento, e certamente não era rotina na igreja primitiva, .mas foi algo
extraordinário.
15
2.1.6 Descaracterização da Fé
Figura 06: O Sacrifício.
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
O que aconteceu com a religião?
Descaracterizou a fé. Tirou a fé do projeto de Deus, que está ligado a um
pacto (novo testamento) em Jesus. A religião tirou o homem desse pacto,
desse projeto, porque misturou a fé com objetos e pessoas (que até foram
pessoas boas, na terra) e misturou com boas obras, quebrando, dessa forma,
o pacto com Deus, criando um projeto religioso.
Paulo disse: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”. (Ef.
2.8- 9).
Não se pode admitir que a fé seja o mesmo que ‘boas obras’. Quais ‘boas
obras’ tinha o ladrão da cruz? Nenhuma!! Mas ele creu que Jesus era o
Senhor de um reino eterno e que poderia levá-lo para viver neste reino. Foi a
sua fé que o salvou!
Deus rejeitou a oferta de Caim. Por quê? Porque Caim ofereceu-lhe o fruto da
terra. Caim era trabalhador, cheio de boas intenções, no entanto, Deus
aceitou a oferta de Abel e rejeitou a dele. Por quê? Porque a oferta de Abel
era profética, estava debaixo de um segredo: lembrou-se de como Deus fizera
16
para cobrir o pecado dos seus pais (sacrificando um animal...). Não era algo
que provinha da exclusiva inventividade do homem tentando agradar a Deus!
Não se alcança a Deus com aquilo que emerge do homem, que é próprio do
homem, da razão humana, do entendimento humano. O projeto de Deus não
consiste nisso, mas com o que está ligado com o Seu pacto eterno, que se
alcança pela fé que vem de Deus.
Alguns religiosos dizem: “O Brasil precisa ser cristão para ser melhor!”. Mas o
Brasil já é cristão. Qual foi a primeira coisa que os colonizadores fizeram
quando desembarcaram aqui? Não foi celebrar um culto “cristão”? Em
contrapartida, vemos o Japão, uma nação poderosa e próspera, no entanto,
não é um país cristão. As religiões predominantes no Japão são a Xintoísta
e Budista.
3. OS PROFETAS PARARAM DE FALAR, SURGIU A FILOSOFIA
“Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, tu, ó terra; porque o SENHOR tem falado: Criei filhos, e engrandeci-os; mas eles se rebelaram contra mim” [...] “O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende”. (Is. 1.2-3)
Surgimento da Filosofia: Surge no momento do chamado Silêncio de Deus,
400 A.C., antes da vinda de Jesus. Deus parou de falar ao seu povo por meio
dos profetas.
O Sobrenatural: A alma anseia pelo sobrenatural, desde o primeiro homem.
Ele deseja a explicação para a morte e os sonhos. Há fenômenos que
impressionam o homem desde os dias primitivos. A psicologia depois tentou
explicar, e para muitos explicou os sonhos. A morte, porém, sempre
assombrou.
Mitos: A árvore crescia e o homem não tinha explicações científicas para o
crescimento; seu deus era, então, a árvore. A água se movia e ele não sabia
explicar; via o sobrenatural, assim como o sol, a lua e as estrelas. Assim o
17
homem criava mitos. O homem buscava o sobrenatural e existiam muitos
deuses.
Figura 07: Os Pensadores.
Fonte:Disponível<http//www.google.com.br/url=//profellingtoalexandreblogspost.com/2012/09> Acessado em: 18Nov2015.
3.1 FILOSOFIA E A REFLEXÃO COSMOLÓGICA A filosofia grega surgiu no século VI, com Tales da cidade de Mileto. Portanto,
naquele momento, depois de Tales, os homens passaram a usar a razão, que
é a capacidade de entender, porque eles queriam uma explicação sobre o
universo, a natureza e sobre tudo que existe, e isso era denominado de
“cosmos” e também de “fisis”, relacionado com a natureza física.
Então, esses primeiros filósofos tiveram sua capacidade de entender voltada
para esse tipo de reflexão que era física, naturalista e cosmológica. Entende-
se que eram mais físicos do que filósofos, pois foi precisamente naquele
momento que nasceu a física.
No século VI, aproximadamente 450 A.C., o pensamento grego estava voltado
para entender os fenômenos da natureza porque tudo estava voltado para
isso naquele momento. A mitologia que foi construída culturalmente até a vida
dos orientais estava totalmente voltada para a natureza, e todos os deuses
eram relacionados com a natureza: a água, o ar, o vento e o infinito. Os
filósofos físicos não foram diferentes em suas reflexões, mas os escritos dão
18
conta de que eles acreditavam num ser criador por detrás de tudo, embora
não tivessem elementos para essa afirmativa.
3.2 FILOSOFIA E A REFLEXÃO ANTROPOLÓGICA
Quando o centro da reflexão saiu da natureza e veio para o homem, foi
precisamente o momento em que Deus parou de falar por meio dos profetas.
Deus continuou a falar por outros meios, inclusive preparando o mundo para
uma atuação político-administrativa, por meio de Alexandre, o Grande. Isto até
mesmo conduziu o mundo para conhecer melhor um idioma que foi o grego
“koinê” ou grego da massa, preparando assim o mundo para a vinda do
Senhor Jesus.
Cremos que Deus continuou atuando de várias formas, usando o homem para
o grande acontecimento que seria a vinda do Messias, mas houve um
arrefecimento espiritual do povo. Em Malaquias, esse período é conhecido
como “Silêncio de Deus” que tem sido objeto de estudos e escritos, sobre o
qual muitos já devem ter ouvido falar, que precedeu a vinda do Senhor Jesus.
Precisamente, naquele momento, em que Deus parara de falar é que se deu o
acontecimento mais marcante na vida do homem, que foi a falta de identidade
absoluta de si mesmo. O homem perdeu o significado de sua própria
existência e tornou-se ansioso por encontrar uma dimensão maior para sua
vida (quem sou eu? De onde eu vim? Por que estou aqui? Para que estou
aqui? Para onde eu vou?). Eram indagações naturais do homem, sobretudo
quando ele era tomado com as preocupações e medo da morte.
Nesse momento, a filosofia voltada para o homem, deixa de trabalhar com a
natureza, como o centro do pensamento racional e volta-se para o ser
humano. A partir de Protágoras, o filósofo, sentenciou “o homem é a medida
de todas as coisas”.
Toda atividade intelectual dos grandes filósofos, dentre os quais se destacam
Protágoras, Sócrates, Platão e Aristóteles, foi voltada para o homem e não
mais para a natureza.
19
Quadro 01: Cronologia dos filósofos até Jesus.
Fonte: (BURNHAM; BUCKENGHAM, 2011).
20
Figura 08: Alexandre, o Grande.
Fonte: Disponível em <http// www.brasilescola.com> Acessado em: 18Nov2015.
Quando os profetas do Velho Testamento silenciaram, Israel se distanciou de
Deus, não dando mais ouvidos à profecia. Conhecia o culto, as profecias,
entretanto voltou-se ao histórico, à cultura e à filosofia. A natureza
cosmológica cede lugar a uma natureza antropológica. O homem passou a ter
necessidade de conhecer a essência das coisas e da sua própria natureza.
Ele necessitava ser feliz e buscava uma explicação para a vida após a morte.
Em 586 A.C., Nabucodonosor invadiu Jerusalém; em 528. A.C., Dario, Medo-
Persa, destruiu a Babilônia e tomou conta de Jerusalém. A essa altura, o povo
de Israel já estava cativo. Jeremias começou a profetizar 527 em A.C. Nessa
época surgiram na China as primeiras religiões, voltadas à busca de Deus por
meio do esforço pessoal.
Os profetas pararam de falar. Quando a voz de Deus se cala, surge a voz do
homem, da razão. Toda essa explicação histórica é importante para
entendermos que o evangelho não é razão. Toda vez que alguém tenta
explicar a Bíblia através da razão, teoriza algo que é profético. A filosofia
apresenta um deus para cada coisa: um deus para o sol, para a lua, o deus
mitológico (um ser criado pelo homem). A cultura grega influenciou todo o
mundo, inclusive Israel, quando introduziu o pensamento filosófico.
21
3.3 O NASCIMENTO DE JESUS
Figura 09: Cidade de Belém.
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
O nascimento de Jesus se dá no período do “silêncio de Deus”. O
pensamento filosófico dominava o mundo. Israel havia falhado por não
anunciar ao mundo a vinda do Messias. Os religiosos dormiam e não estavam
em condições de anunciar o nascimento de Jesus. Uma situação muito
semelhante com a da religião que vemos hoje.
A VINDA DO SENHOR JESUS
Jesus veio para apresentar-se como o homem perfeito, mostrar o caminho
para o homem e dizer porque ele estava perdido. Jesus encontra um mundo
místico, dominado por religiões que já existiam e que foram estabelecidas por
outros povos, tais como, o judaísmo, o budismo e outras originárias da Índia,
ou seja, uma cultura mitológica e politeísta.
CHAMADOS PARA UMA MENSAGEM Como Igreja do Senhor Jesus, fomos chamados para entregar uma
mensagem para o mundo. Se deixarmos de anunciá-la, quem irá? Se
cometermos as mesmas falhas que Israel cometeu, deixando de ouvir a voz
do Senhor, permitindo a entrada da apostasia, quem entregará a mensagem?
Precisamos entender que, se Deus parar de falar conosco, caminharemos
para apostasia, que é a negação da fé. A “fé” que o mundo prega é a razão do
homem. Não é isso que queremos, não formos chamados para isso.
22
3.4 O ESFORÇO PARA ALCANÇAR A ETERNIDADE PELA RAZÃO
Figura10: Os Filósofos.
Fonte: https://www.mensagenscomamor.com.
Figura 11: Razão X Revelação.
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
Os filósofos falaram da plenitude dos valores que cercam o homem em sua
existência no mundo. Falaram do amor e dos mais sublimes sentimentos que
permeiam a vida do homem, em sua viagem no tempo. Contudo, não
conseguiram transcender, alcançar a Eternidade, sair da razão e entrar na
revelação. Não foi possível alcançar a eternidade pela filosofia, através da
razão.
A religião não consegue sair da razão, porque isso somente é possível
através da operação do Espírito Santo. É o próprio Espírito Santo que dirige o
homem para que penetre na revelação. Sem revelação, caminha-se para a
razão, o mesmo caminho percorrido por Israel, que é o abandono da
revelação. A consequência natural é a apostasia e, por fim, a ruína espiritual.
Razão=Filósofos e Revelação=Deus
23
A mesma situação vivida por Israel há mais 2.000 anos tem sido identificada
hoje. O mesmo pensamento cultural, racional, filosófico. A diferença é que
hoje ela se apresenta com o nome de cristianismo. O mesmo cristianismo se
encontra, hoje, marcado pelo desvio da fé (a apostasia) quando se volta para
o pensamento carnal e o materialismo. Paulo advertiu a seus leitores
colossenses:
"Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de
filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os
rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;" (Col.2. 8, grifo nosso).
A igreja de Corinto declarou: "Visto como na sabedoria de Deus o mundo
não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes
pela loucura da pregação." (1Cor.1.21).
3.5 FILOSOFIA CRISTÃ Com o nascimento de Jesus estabeleceu-se um confronto entre a verdadeira
Fé e as demais religiões estabelecidas até ali. Iniciou-se ali confronto entre a
filosofia e a religião. Na tentativa de conciliar esse confronto é que nasce a
filosofia cristã. Deus passou a ser estudado pela razão filosófica pelos
filósofos que sucederam ao nascimento de Jesus. Surgiram algumas escolas
de pensamento: os estóicos, epicureus, gnósticos, dentre outras.
Desde o Éden as más escolhas veem afastando a criatura do criador e se
tornaram responsáveis por todo desvio doutrinário da igreja. O mau uso da
capacidade de conhecer, entender e escolher sempre foi responsável por
todos os desmandos ou desvios doutrinários ocorridos no curso da Igreja
histórica, e não tem sido diferente neste momento.
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3.6 O CRISTÃO E A FILOSOFIA Figura 12: Filosofia X Fé Cristã.
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
Se há algo que se destaca em nosso panorama de mais de dois mil anos de
debates entre os filósofos e os cristãos do mundo é o fato de que nenhum
sistema filosófico se revelou completo e perfeito.
Não é raro observar-se um sistema de pensamento que ao ser desenvolvido
proponha explicar tudo. Mais tarde, porém, seus defensores se veem
obrigados a negar a eficácia desse sistema, por dificuldades em explicar
aquilo que inicialmente propunha. Finalmente, as pessoas ficam desiludidas e
saem em busca de outro modelo.
Os racionalistas do século XVII sentiram a necessidade de se dedicar ao
raciocínio claro e à demonstração racional. Os idealistas do século XIX
sentiram a necessidade de relacionar a totalidade da experiência a uma causa
espiritual suprema. No mesmo Século, Kierkegaard sentia que a explicação
dada pelos idealistas deixava fora de consideração o indivíduo e a vida real.
É preciso estar de sobreaviso contra o alinhamento do cristianismo
estreitamente com qualquer filosofia. Esta é uma armadilha perene que
sempre espreita os que têm mentalidade filosófica.
O Teólogo Rudolf Bultmann (falava que a Bíblia tinha histórias míticas,
portanto não cria na Bíblia) viu o existencialismo de Heidegger como base
filosófica do cristianismo, por excelência.
FILOSOFIA X FÉ CRISTÃ
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Tais considerações não têm a intenção de afirmar que a filosofia não possua
qualquer importância para a vida do homem na terra. Quando se trata da
questão espiritual, há que se esclarecer que ela serve para alimentar somente
a razão, não a fé.
3.7 A TEOLOGIA E FILOSOFIA
Figura 13: Filosofia e Teologia X Fé.
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
Na filosofia de Sócrates, o poeta é um intérprete de Deus. No texto de Lucas
24.25-27, Jesus ressuscitado aparece aos discípulos e explica primeiramente
que Ele se achava em todas as escrituras. Mostra o sentido oculto do texto e
explicou-se a si mesmo em função deles. “Jesus, aqui, se revela”.
Tanto a teologia quanto a filosofia podem dispensar a inspiração e a
revelação. A filosofia está nos limites da razão. Não há pecado e nem
demérito algum em ser filósofo ou gostar de filosofia: “um encanto para quem
lê, pode e gosta de filosofar”.
A filosofia tem o mérito de sobreviver além da fé religiosa sem vida, pois
filosofia não se esconde nos subterfúgios das culturas teológicas que tentam
explicar Deus independente da ação reveladora do Espírito Santo.
FÉ
26
A filosofia pode ser útil a tudo, pode se unir a todos os segmentos da vida do
homem e do universo, incluindo as ciências exatas, poesia, artes e tantas
outras, sem se preocupar com o projeto de salvação e vida eterna.
A filosofia é a razão pura, sem a intervenção do Espírito Santo. Como se
sabe, razão pura não transcende. Também não transcende a teologia
(como ciência racional) pelo fato de ser teologia e falar em Deus ou em seu
nome.
O que se nota é que, na verdade, a teologia (como ciência racional) tem
falhado porque se associou a conceitos filosóficos que entendem um deus
atuante no universo, apenas com nome, sem as qualidades do Deus revelado
nas Escrituras Sagradas.
Tal teologia, em grande parte, capitulou diante do marxismo, por causa da
filosofia que, no entendimento dos teólogos da libertação, fala de um deus
fora da Bíblia, e para Marx, não tem sentido prático.
Não se pode culpar a filosofia por introduzir-se na chamada teologia medieval.
Sabe-se, perfeitamente, que existe um caráter incompleto do sistema
filosófico que vem mudando de figura desde o seu início. Baseando-se em
todo tipo de pensamentos, ideias e doutrinas, a filosofia conseguiu se abrigar
efetivamente no cristianismo a partir de Agostinho. Consolidou-se de forma
transubstancial nos conceitos de Tomás de Aquino (que materializaram a fé)
e, finalmente, penetrar nos ensinos de Aristóteles que se tornaram base e
sustentação da doutrina romana.
3.8 PERIGOS PARA A FÉ
Nossa preocupação está no sentido de prevenir sobre os perigos de se aliar a
fé cristã verdadeira a qualquer sistema filosófico, específico ou não, que seria,
portanto, um casamento perigoso e espúrio, que não se pode igualar à
experiência real de salvação, através do encontro pessoal com o Senhor
Jesus, por Obra do Espírito Santo.
O perigo de a base da fé se tornar intelectual é apenas o de fazer que essa fé
se torne insubsistente. Não pode ser atribuído ao homem o crédito de ter
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direito à salvação pelos seus próprios méritos sem, com isso, anular a
salvação pela graça por meio da fé.
Hoje, é muito difícil estabelecer uma diferença entre filosofia Cristã e Teologia
Cristã, haja vista o número de tolices pensantes que veste qualquer roupa
contanto que permita exibir tantos ridículos oferecidos pelo pensamento
religioso citado por pseudofilósofos apenas de imitação e teólogos de título
comprado dos “professores de catecismo” chamados mestres.
Jesus e o Espírito Santo são os únicos mestres e teólogos confiáveis, porque
revelam o Deus verdadeiro; o Deus vivo e salvador eterno do qual são parte
integrante.
Para a filosofia e a teologia já transformadas em religião, a razão religiosa é o
agente funcional de toda interpretação da Bíblia e dispensa ou pode
dispensar a operação do Espírito Santo como verdadeiro agente funcional da
interpretação bíblica genuína.
Enfim, qualquer falha deverá ser atribuída a Deus, que legou ao homem,
através de Pedro, o direito ao céu e ao inferno, dependendo da sua escolha.
4. A TEOLOGIA TEOLOGIA do grego “theos” (deus) + “logia” (estudo). Teologia é o estudo
da existência de Deus.
ALGUNS ESCLARECIMENTOS:
1. O termo TEOLOGIA, tal qual conhecemos na língua portuguesa, não se
encontra nas escrituras.
2. No original grego, procede de dois substantivos:
Theou = Deus
Logia = Tratado ou fala
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Assim, TEOLOGIA é o ensino, tratado ou ciência sobre Deus e dos assuntos
relacionados com divindade, não sendo um monopólio do chamado
cristianismo.
3. Como ciência, dependendo da religião, TEOLOGIA é o estudo do deus
de qualquer religião, até das variáveis do cristianismo romano ou protestante.
4. TEOLOGIA é um termo elástico que engloba toda e qualquer controvérsia
dentro e fora do cristianismo. Diacronia fala de estudos evolutivos de
fenômenos, transformações diversas, semânticas, etc.
5. A diacronia do termo “TEOLOGIA” revelará que ele não se constitui
monopólio dos cristãos, já que os poetas gregos criaram a teologia do mito e
mais tarde a teologia do logos filosófico (Platão).
O conceito de teologia aparece pela primeira vez no pensamento grego,
através de Platão, no diálogo “A República” para referir-se à compreensão da
natureza divina por meio da razão, em oposição à compreensão literária
própria da poesia, feita por seus conterrâneos.
Na época da escolástica medieval, a TEOLOGIA era entendida de duas
maneiras:
a) Doutrina de Deus.
b) Como ensino da Igreja (Católica Romana).
6. Sem considerar TEOLOGIA como base para qualquer ensino monoteísta
ou politeísta em suas variáveis como ciência, ela serve de base para abrigar
tanto os conceitos mitológicos dos gregos como de outras teologias:
Filosófica - (um deus para cada coisa).
Muçulmana.
Tomista - (transubstanciação - princípio aristotélico).
Kardecista.
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Modernista - Teologia de resultados materiais (político e social).
Para quem pretende estudar Teologia: cuidado com as diversas opções
oferecidas.
É importante ressaltar que a palavra “teologia” sugere um estudo
racional acerca da divindade. Assim, a teologia pode referir-se a
várias religiões. Existem, portanto, as teologias hindu, judaica, budista,
islâmica cristã (incluindo a católica romana e a protestante), a mórmon, a
umbandista, entre outras.
7. A TEOLOGIA chamada cristã não é confiável a partir dos seus estudiosos,
que agregam tantas rupturas e controvérsias, tornando-se, portanto, um termo
elástico, que inclui e abriga um sistema teológico divorciado da verdade
bíblica.
8. O termo teológico pode também ser decorrente ou classificado de acordo
com sua origem geográfica, como: Ex.: Teologia Alexandrina; Teologia de
Princeton; etc.
9. O emprego de teologia exegética, histórica, bíblica, sistemática é uma
prática que pode conduzir o estudioso aos limites da razão, excluindo a
operação reveladora do Espírito Santo do projeto de salvação.
10. É bom tornar bem clara a nossa posição quanto ao termo TEOLOGIA,
para não embarcarmos na “tudologia”, na “psicoteologia”, na “teologia
patológica”.
11. Enfim, a TEOLOGIA dogmática por vezes pode se tornar uma inversão
do seu conteúdo, porque pode se expressar a partir de símbolos e ensinos
contidos nos credos decorados e recitados por qualquer religioso e não de
experiência real com Deus.
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Teorizar a experiência de salvação, bem como do Novo Nascimento, a partir
apenas de conhecimento dos textos bíblicos das escrituras, sem buscar sua fé
na inspiração do livro sagrado com a experiência do encontro pessoal com
Jesus, o Espírito Santo, também pode dispensar perfeitamente o termo
TEOLOGIA, pois, em outras épocas e hoje, esse termo engloba uma
miscelânea de conceitos religiosos de toda ordem, fazendo uso do nome de
Deus e de Jesus para louvar o homem que, em muitas teologias, já ocupa
o lugar de Deus como salvador, abençoador, mediador, perdoador;
alguns até conhecidos como libertinos, caídos, idólatras, alcoólatras,
contestadores e ateus.
Se estudar teologia é ser teólogo, devemos ter o cuidado para não ser
pichados também de teólogos, ainda mais quando o nome até de pastor já
é tão criticado pelo mundo através da mídia. A Igreja do Novo Testamento
não fazia menção do título aos seus fiéis.
Vale concluir que, apesar de tudo, sabemos que o título não pode
comprometer a verdade, já que a verdade não deve estar no título. Fazer o
quê? “Não queira ser mestre, nem Doutor em divindade”, porque seu
julgamento será mais severo, lembrando que nem Paulo, o grande apóstolo,
foi chamado de teólogo na Bíblia.
Procure evitar contatos com teólogos caídos, tirados a mestre. “E a palavra
desses roerá como câncer [...]” (2 Tim. 2.17).
Estudar teologia ou filosofia para encontrar Deus é o mesmo que procurar um
gato preto numa sala totalmente escura e depois concluir que o gato não
estava lá.
CONCEITOS TEOLÓGICOS:
A conversão baseada em conceito teológico é útil mesmo para teólogos que
escrevem livros para vendê-los. Dizer que a teologia é necessária à
conversão em Jesus é desconhecer a salvação profética. O verdadeiro ato da
revelação de Jesus ao homem através do Espírito Santo o torna dependente
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desse mesmo Espírito em toda sua caminhada como processo, onde
interage a fé que é a base da comunhão. Nesse processo, o homem
convertido valoriza todos os dias tal ato da graça que parte de Deus,
caminhando na obediência, submissão e dependência do Espírito Santo, que
é o caminho.
5. FÉ PROFÉTICA OU DA OBRE REDENTORA OBRA REDENTORA: É a ação eterna, que vem da eternidade, o favor de
Deus para com o homem. A fé é geradora de vida, absoluta, profética e
eterna.
“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos
nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de
que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” (Jo
15.16, grifo nosso).
A fé verdadeira é genética. A fé e a revelação emergem do caos, dispensam
o tempo, agindo no tempo da eternidade. A fé é o agente gerador e
dinâmico da vida espiritual que se manifesta e se move fazendo a história
da relação do homem com Deus.
A FÉ É GENÉTICA: O sangue de Jesus é o agente de união entre Deus e o homem. Sendo o
sangue de Jesus a figura do Espírito Santo que foi derramado no
Pentecostes, como a figura do sangue que foi derramado na cruz do calvário,
a mesma figura evidencia a fé na Igreja como corpo de Cristo.
Alimentar e purificar são as funções do sangue no corpo. As mesmas funções
da fé.
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6. O FIRME FUNDAMENTO Figura 14: Rocha=Tipo de Jesus.
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
A fé é o firme fundamento porque tem sua origem na eternidade, cujo autor é
Deus Pai, o criador (“é prova do que não se vê”), cuja ação é invisível, mas
existe pelo Espírito Santo e resulta de um pacto baseado em uma promessa,
selado com o sangue de Jesus. O mecanismo da fé pode ser entendido como
uma vida trazida por Jesus, que foi enviado da eternidade, cujo sangue, ou
seja, o seu Espírito (Espírito Santo) foi dado para selar o pacto a todos que o
aceitam e querem este projeto de vida eterna.
O fundamento é firme porque decorre de uma aliança eterna segundo a qual
Deus, o Pai, envia Jesus, o seu único Filho, para derramar o seu Espírito (seu
sangue) sobre todo aquele que crê. Assim, todo homem que crê tem a vida
eterna que se descobre em um caminho de experiências com o autor da fé,
Jesus.
Existem, portanto, na concepção humana, variáveis diversas para representar
a fé; algumas úteis, outras dispensáveis e algumas até perniciosas. A
descoberta de que a fé verdadeira vem de Deus é fruto de uma aliança que foi
feita na eternidade desde a criação, que sela o compromisso de resgatar o
homem para a eternidade, tendo como selo o sangue de Jesus.
A fé, portanto, é algo que expressa vida, uma vida que vem da eternidade,
transmitida pelo sangue de Jesus, uma vida inerente a Ele, o Espírito Santo,
para dar ao homem uma direção, tornando-se o caminho mais curto entre a
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criatura e o Criador. Disse Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14:6).
Paulo teve o encontro com Jesus no caminho de Damasco; foi uma
experiência com a fé e com a vida que excluiu da sua mente toda contestação
a respeito de fé, inclusive fê-lo abandonar a própria religião. “[...] A vida que
agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus”. (Gál. 2.20).
6.1 JESUS É O FIRME FUNDAMENTO DA NOSSA FÉ
Deus estabeleceu uma aliança eterna para resgatar o homem e providenciou
um agente de união ou elo, a fé. A fé foi dada como presente ao mundo,
profetizada e enviada ao mundo “Boa vontade de Deus para com o homem”.
Jesus morreu para dar o sangue, uma vida que trouxe da eternidade e que
sela o homem para ter posse da herança com Ele no mesmo sangue.
Herdeiro com Ele pelo selo da promessa que é o seu Espírito derramado no
Pentecostes, simbolizado pelo seu sangue, figura da vida que Ele transmite
ao seu corpo pelo Espírito Santo que nada mais é do que a fé.
A fé que nós estamos vivendo hoje (como também viveram aqueles nossos
irmãos no passado) é o firme fundamento porque Jesus é o firme fundamento.
A nossa fé está baseada nele. Agora eu vivo a fé; eu não vivo a cultura, nem a
religião que eu tinha nem os conceitos que eu aprendi, nem a filosofia de vida
que eu praticava.
Paulo diz que Jesus “[...] é o autor e consumador da fé” (Hb. 12:2). A fé está
em Jesus; Ele é o firme fundamento da nossa fé, da fé da Igreja. Há um hino
que diz: “Em nada ponho a minha fé, senão na graça de Jesus... A minha fé e
o meu amor estão firmados no Senhor”.
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Essa experiência de fé muda totalmente aquele nosso antigo conceito, e
passamos a entender que a fé é um mistério que o Espírito Santo revela a
nós, e que ela é uma herança que o Espírito Santo transmitiu a nós.
O inimigo oferece os seus argumentos, mas ninguém consegue derrotar os
argumentos dele pela letra da Bíblia. Ele quebrou todos os argumentos da
letra. Mas nesta hora, o Senhor nos muniu da Palavra revelada. A Igreja
agora é a experiência de Jesus, que é a fé.
Ela derrota o inimigo; é o clamor pelo sangue de Jesus, é a luz, é a revelação.
Quando a revelação (luz) veio, o inimigo ficou perdido e, então, a Palavra
revelada (espada) entrou para desfazer todos os seus argumentos. É por isso
que a fé, para nós, é uma experiência diferente daquilo que a Religião prega.
6.2 POR QUE A FÉ É FIRME FUNDAMENTO?
A fé da qual a Palavra fala não vem do homem, não emerge do homem.
O apóstolo Paulo disse o seguinte em sua carta aos efésios: “Porque pela
graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus”.
(Ef. 2:8). A fé é algo que Deus coloca dentro do coração do homem, porque
ela é salvadora. A fé que emerge do homem não é salvadora; ela morre com o
homem.
Figura 15: Fé.
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
A fé salvadora é aquela que tem origem na eternidade e vai volta para
eternidade, por isso ela é firme fundamento. Deus fez um pacto com o Filho
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na eternidade: “Você, meu Filho, vai descer e resgatar o homem. Você vai
derramar o seu sangue e salvar o homem e trazê-lo para a eternidade com
você”.
Em sua carta aos romanos, Paulo diz o seguinte: “E, se nós somos filhos,
somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo: se
é certo que com Ele padecemos, para que também com Ele sejamos
glorificados”. (Rm. 8.17). Esse é o pacto, e a fé está ligada a ele. Como posso
alcançar isso? Através de quem?
Através do Espírito Santo que Ele coloca em mim. É pela graça que somos
salvos, mediante a fé, e isso é dádiva de Deus. Ela veio da eternidade para
nós e volta para a eternidade, porque só volta para a eternidade aquilo que
veio de lá.
Essa é a diferença entre a fé que é do homem (a que é racional, a que é do
sentimento humano) e a fé que é do Espírito, que é eterna, que é firme
fundamento. Você vê essa diferença de uma maneira muito clara quando
Deus opera na vida do homem.
A fé é o firme fundamento daquilo que você não vê; ela não está desenhada
numa gravura, nem numa cruz na parede. Ela é firme fundamento porque é o
resultado desse pacto de Deus Pai com o Filho.
6.3 A FÉ PROFÉTICA É ETERNA
A fé profética, cuja base e origem são eternas, situa-se num contexto de
regras e prática que é a Bíblia Sagrada dentro de um projeto definido,
enquanto a fé histórica é tão inconsistente que se desagrega com a mesma
facilidade do barro, figura do homem na sua temporalidade.
A fé profética está presente em todos os momentos da vida do homem e
apresenta uma visão nova da história do mundo, operando no interior do
homem. Ela opera uma vida também nova, antes inconcebível, agora
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designada de novo nascimento, que se estenderá para a eternidade, a eterna
e longa vida.
É a FÉ VERDADEIRA (conceito de verdade) que emana de Deus – “[...] não
vem de vós; é dom de Deus.” (Ef. 2.8, grifo nosso). Não emerge do homem
e da sua temporalidade. Não se baseia em princípios falíveis do homem, mas
está fundada na eternidade, por meio de uma ALIANÇA que é o SANGUE
DO CORDEIRO.
É profética porque está prenunciada em todo o VT e apresentada no NT
“passarão os céus e a terra [...] examinai as escrituras[...] de mim testificam
[...]”. É um AGENTE DE UNIÃO criado por Deus no propósito de resgatá-lo
para a ETERNIDADE.
A Fé é a direção do Espírito Santo nas nossas vidas. Ter fé é deixar o
Senhor dirigir o nosso caminho. A fé é uma confiança tão forte que
normalmente dirige nossas vidas. A fé é uma atitude e deve ser um impulso.
A fé cristã é uma completa confiança em Cristo, pela qual se realiza a união
com o Seu Espírito, havendo a vontade de viver a vida que Ele aprovaria. Não
é uma aceitação cega e desarrazoada, mas um sentimento baseado nos fatos
da Sua vida, da Sua obra, do Seu Poder e da Sua Palavra.
A fé é descrita como "uma simples mas profunda confiança Naquele que de
tal modo falou e viveu na luz, que instintivamente os Seus verdadeiros
adoradores obedecem à Sua vontade, estando mesmo às escuras". A mais
simples definição de fé é uma confiança que nasce do coração.
"E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; porque a fé
não é de todos". (2 Tess.3. 2, grifo nosso).
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6.4 A FÉ O SANGUE DE JESUS
Figura 16: Gênesis a Apocalipse.
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
A fé é o firme fundamento porque tem sua origem na eternidade, e seu autor é
Deus Pai, o criador (“É prova do que não se vê”), cuja ação é invisível, mas
existe pelo Espírito Santo e resulta de um pacto baseado em uma promessa,
selado com o sangue de Jesus. O mecanismo da fé pode ser entendido como
uma vida trazida por Jesus, que foi enviado da eternidade, cujo sangue, ou
seja, o seu Espírito (Espírito Santo) foi dado para selar o pacto a todos que o
aceitam e querem este projeto de vida eterna.
6.5 SANGUE DE JESUS: O SELO PARA ETERNIDADE
O simbolismo do sangue derramado chegou até nós no Pentecostes, quando
foi cumprida a promessa de Jesus em “[...] eu estou convosco, todos os dias
até a consumação dos séculos.” (Mat. 28.20)
A figura bíblica do Espírito Santo é também traduzida pelo vinho referido na
primeira carta de Paulo aos Coríntios, cap. 11, mencionada por Jesus na
última ceia com seus discípulos: “[...] Este cálice é a nova aliança no meu
sangue, é o novo testamento”, é a bênção do Espírito Santo na vida do
homem. O sangue de Jesus é, portanto, um selo para a eternidade, ao qual
Paulo se refere quando se dirige à Igreja Fiel nos seguintes termos: “[...]
fostes selados com o Espírito Santo da promessa.” (Ef. 1.13). Que promessa?
Vida eterna.
APOCALIPSE GÊNESIS
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6.6. A FÉ GENÉTICA E A HERANÇA
Figura 17: Tempo de Deus.
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
A fé é genética porque provém da eternidade e transmite caracteres especiais
para o homem, e somente ela, a fé, poderá conduzi-lo à eternidade. Tudo que
Deus quis para o homem foi oferecer vida de valor totalmente intrínseco
baseado na fé que é Jesus. Jesus veio, portanto, ao mundo para trazer vida.
“[...] Eu vim para que tenhais vida e vida em abundância.” (João 10.10).
A fé profética é viva porque seu autor está vivo (Jesus). Fé sem Jesus é,
portanto, fé sem vida, sem o sangue (o Espírito Santo), sem herança (sem
eternidade). “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus”. Jesus é a fé;
portanto, sem Jesus ninguém pode agradar a Deus. (Hb. 11.6)
A fé é uma herança
A fé veio da eternidade mediante o Filho e foi passada a nós como herança.
Você diz assim: “Olha, eles são irmãos, é o mesmo tipo de sangue, é o
mesmo código genético, eles foram gerados do mesmo pai”. Nós fomos
gerados do mesmo Pai. Temos uma herança e ela está identificada em nós.
Nós podemos fazer o teste do DNA e constatar que o sangue que circula no
corpo de Cristo, que é a Igreja, é de um tipo único porque é o Espírito Santo.
A Igreja que vai para a eternidade tem o Espírito Santo. Ela tem as evidências
da fé.
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Tiago disse em sua carta: “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta
em si mesma”. (Tg. 2.17). Essa palavra não contradiz aquela de Paulo aos
Efésios: “A fé não vem das obras”. Paulo falava das obras materiais e Tiago
das obras que são do Espírito. Então, quais são as obras da fé?
Tomemos o exemplo de Abraão. Ele era um homem que tinha fé. Deus lhe
disse: “Sai da tua terra”. Ele saiu. Deixou tudo para trás e foi para um lugar
que desconhecia completamente. Abraão não tinha grupo de intercessão e
nem de pastores para confirmar a revelação. Abraão creu e foi. Deus lhe
disse: “Eu te darei um filho”, e ele creu. E quando Isaque ainda era um
menino, Deus lhe disse: “Sobe ao monte e sacrifica o teu filho a mim”. Ele
subiu com o menino para sacrificá-lo.
Eu tenho três meninas, mas se o Senhor me desse um menino agora e depois
de seis, sete anos me dissesse: “Agora Eu vou querer o teu filho”, eu ia dizer:
“De jeito nenhum. O Senhor não vai fazer isso comigo não! Esse não foi o
trato, eu estava satisfeito com as três meninas. O Senhor quis me dar um
menino e agora quer tirá-lo de mim? Eu não aceito, não vou deixar”.
Abraão creu; por isso ele é um exemplo de fé, porque a fé que foi gerada nele
veio do Senhor.
6.7 A FÉ CONSTATADA E A VERDADE
A fé é uma manifestação concebida e contestada ao mesmo tempo, em razão
da suas múltiplas origens que derivam de pensamentos e manifestações
diversas baseadas em filosofias, ideologias, cultura e religião. Difícil, portanto,
de ser conceituada, por isso mesmo polêmica e até inacessível.
A verdade
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (Jo.32).
O argumento humano nem sempre é verdade. A verdade não é apenas um
ato isolado de uma pessoa. É um caminho no processo para Vida Eterna.
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Sem verdade não existe vida, porque a verdade é eterna e a vida humana
é passageira e mentirosa.
A verdade da profecia incomoda a religião.
A mentira do homem combina mais com a religião.
O homem está doente porque a sua alma está morta em seu interior. Os
religiosos dormem quanto ao compromisso profético. Dormiam no nascimento
de Jesus e estão acordados para perseguir a verdade. Mataram Jesus,
dormem para o profético e estão acordados para perseguir a Igreja Fiel -
O Corpo de Cristo – Crucificaram (mataram) Jesus.
Nascimento de Jesus:
“Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho. [...] E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. [...] E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. (Luc. 2.8-11)
Quando mataram Jesus, o que fizeram com o seu corpo? O mesmo que
fazem hoje. Excluem a salvação, rasgaram as suas vestes, pregos nas
mãos (unem o santo ao profano) – Lança no corpo (Ministério – usam a
letra para ferir o corpo).
Verdade – conhecereis a verdade – remédio
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (Jo. 8.32).
Alma, centro do amor de Deus, a cura da alma (só com a verdade). A
caminhada do homem:
Inocência.
Consciência.
Mortos em delitos.
Salvação – Um processo.
Ressurreição – Vida – Sangue – O Espírito Da Verdade.
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Artifícios e Enganos - a verdade dos enganos
Religião, remédio sem ação, fórmula sem conteúdo, meia verdade, farsa.
Embalagem, misticismo, teatro, propaganda, show. Não cura a alma. A alma
anseia por vida. “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando
entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Sl. 42.2).
O homem não tem vida para dar, nem a religião; vive de argumentos.
Novo Nascimento.
Partícula Divina (alma).
Para morte da alma só existe o remédio da vida – ressurreição.
Inventar a verdade é coisa do homem - A verdade é uma descoberta
A função da Igreja Fiel é ser portadora da mensagem da Verdade. Quando o
homem crê nessa verdade, o Espírito que regenera, opera o processo da
ressurreição, atuando dentro do cativeiro do pecado que estava cercando e
cerceando a vida. “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê
em mim, ainda que esteja morto, viverá.” (Jo 11.25).
Não há como regenerar a alma com argumentos humanos (filosofia,
ética, religião). Só o Espírito Santo pode regenerar ou transformar,
libertando e abrindo um caminho, que é Jesus, caminho da Salvação.
A regeneração da alma se chama Novo Nascimento (vida).
A doença da alma leva à morte.
A verdade da Religião: filosofia, folclore, história, verdades da
mentira.
A cura da alma.
O remédio da alma.
Relativismo não é verdade pura nem absoluta porque não é eterna
Verdade pura é o único remédio para a alma do homem, que é o centro do
amor de Deus, mas que hoje está doente. A religião tem sido responsável por
esse desvio. Escribas, Fariseus, Hipócritas.
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Quem é a verdade? O que é verdade?
"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao
Pai, senão por mim." (João 14.6).
Figura 18: O que é a verdade?
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015.
Segundo o dicionário escolar da língua portuguesa, verdade é: exatidão;
realidade; sinceridade; coisa verdadeira; princípio certo; qualidade pela qual
as coisas se apresentam como são.
O mundo anseia por uma verdade. A religião não apresenta uma verdade que
possa se inteirar com a verdade humana que está no seu interior.
A verdade regenera. Tempo, vida e verdade, algo imutável pelo homem.
Verdade que leva ou conduz às guerras.
Verdade que tira a vida, que mata.
Verdade que é puro engano.
Verdade que destrói.
Verdade que prega violência, ódio, traição.
Verdade que nega a verdade.
Verdade que esconde os grandes mentirosos ou que abriga o
sindicato da mentira.
Verdade que prega a verdade e não crê nela.
Verdade é tudo que constrói ou tudo que destrói.
A verdade pura não é filosófica, nem poética; é profética.
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A verdade é algo relativo, tem alguma semelhança com a teoria da
relatividade? Existe Verdade Pura? Existe injeção de mentiras chamada
Religião.
O mundo está doente, a culpa é da religião. Não existe remédio para curar o
homem. A sociedade não é capaz de produzir nenhum remédio que possa
atacar o mal que se enraizou no homem que o torna refém das vãs sutilezas e
filosofias que nada mais são do que um pano velho, desbotado, cisternas
rotas que não têm água.
A própria sociedade criou o mal e o nutre com o caldo da cultura tão a
gosto dos elementos nocivos ao próprio homem.
Argumentos:
A religião vive de artifícios. Usa o artifício para desviar a atenção do religioso.
A religião não tem o remédio para alma. Ela usa placebos, depósito de almas
enganadas.
A alma foi dada por Deus na pureza e na santidade de Deus. Tudo aquilo que
vem que não é verdade ou que é meia verdade não cura a doença da alma.
A verdade pura veio ou vem da Eternidade de onde emergiu a alma. No caso
de sua contaminação, a verdade pura começa a trabalhar e interagir no
sentido de curar e libertar o interior do homem, e age como parâmetro para
medir a fé.
Pensamento Hebraico:
A palavra verdade evoca essencialmente: solidez; certeza; paz verdadeira.
A vida é uma verdade? A morte também é.
No NOVO TESTAMENTO vemos a palavra grega “aletheia” – algo a ser
descoberto, livre de aparências. No vocabulário religioso e teológico, designa
o que é estável e certo, fiel e constante. A palavra aplica-se comumente ao
comportamento de Deus em face do homem, a maneira de Deus fazer-se
presente e agir na existência humana.
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“Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me redimiste, Senhor Deus da
verdade.”( Sl. 31.5) – Deus de verdade, como se expressa no Salmo.
“Passando, pois, o Senhor perante ele, clamou: O Senhor, o Senhor Deus,
misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e
verdade;” (Êx. 34.6).
“As palavras da sua boca são malícia e engano; deixou de entender e de fazer
o bem.” (Sl. 36:3). Assim são os ímpios, mas Deus é imutável.
VERDADE constitui a manifestação da aliança que fundamenta para
sempre as relações de Deus com o seu povo (ou Igreja) através de
Jesus.
“Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor,
para sempre.” (Sl. 93.5).
A verdade só está qualificada no caminho e na vida.
“Por isso, o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece, e quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado; e o Senhor viu, e pareceu mal aos seus olhos que não houvesse justiça.” (Is. 59.14-15).
A alma criada por Deus, jamais iria voltar para Ele contaminada pelo pecado,
por isso toda a preocupação de Deus em regenerar ou remir a alma pagando
o preço da remissão, da regeneração, incluindo no processo da salvação a
consciência do homem que, conhecedor da verdade, aceita a verdade de
Deus que é o Espírito Santo de Jesus, a verdade eterna que regenera.
O que é a verdade?
Com quem está a verdade?
Ela realmente existe?
Onde está a fonte da Verdade?
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“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao
Pai, senão por mim.” (Jo. 14.6, grifo nosso).
O que crê em Jesus recuperará o lugar que lhe está destinado por Deus, onde
a vida não é mais objeto de cobiça, mas dom de Deus. A verdade de Deus
não é senão sua fidelidade às promessas feitas a seu povo. Jesus é a
verdade.
“E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre: E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:” (Ap. 3.7,14). “Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo. Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.” (Ap. 3.9,11).
Jesus cumpre, com respeito à Igreja e ao mundo, os desígnios de Deus,
salvando e julgando. O homem entregue a si mesmo fragmenta a verdade
que escapa à realidade. Os inimigos da verdade divina não creem em
Jesus porque recebem glória uns dos outros, procuram fundamento
estável em si mesmos, com aprovação de seus semelhantes.
Os processos dialéticos não descobrem a verdade. Jesus não é como o
homem ávido da própria glória e amigo apenas de si próprio.
O homem não pode carregar o que Jesus lhe diz, e será mister que o Espírito
Santo (Espírito da Verdade) o conduza à verdade cabal, que lhe faça
conhecer Jesus, que tome o que é de Jesus para dar-lhe:
“Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.” (Jo. 16.12-15).
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Artifício:
“Por isso o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a
verdade anda tropeçando pelas ruas, e a equidade não pode entrar.” (Is
59:14)
O homem está doente na sua parte mais sagrada, a mais delicada, que é
alma. A religião tem sido a grande responsável por isso porque apresenta
remédios falsificados, sem conteúdo, sem nenhum efeito, alguns já sem
validade, outros diluídos, inadequados, usando a mentira, o engano, a farsa, a
falsidade, argumentos temporais sem nenhum resultado. É mais comum
apresentar a fórmula com grandes propagandas, um cristianismo marqueteiro
que maquia a mentira para que se pareça com a verdade.
Religião:
Remédio só para o exterior, sem efeito nenhum para a cura interior. Outras
vezes, só a embalagem rotulada, sem conteúdo, placebo. Cego conduzindo
cego. O homem de hoje mais do que nunca quer ouvir a verdade. Sem saber,
anda aflito porque a alma se alimenta e se nutre com a verdade que está
sendo falseada de todas as formas, apresentada com aparência de verdade.
Verdade pela metade, verdade não vivida, sem experiência, verdade que
interessa a homens que amam mais a mentira, que encobrem seus
sentimentos. O único remédio para alma é a verdade. Não é meia verdade.
Só há cura se a alma for atingida. A religião não tem como fazer isto. Nem
mulçumanos, nem judeus, nem cristãos, principalmente, têm condições de
atingir os anseios da alma além do misticismo.
Está provado que meia verdade, verdade sem vida, sem experiência com a
eternidade, verdade filosófica, verdade religiosa não é remédio para curar a
doença da alma. Só haverá cura para alma se ela for atingida com a verdade,
porém a religião não está em condições de fazê-lo.
O conhecimento da verdade não é teórico mas existencial, vital, acarretando o
compromisso do homem inteiro, um conhecimento que ilumina e converte,
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que conduz o homem à verdade da Vida Eterna. Qual a origem da verdade?
Do mesmo sopro de vida que saiu da boca de Deus.
O mundo anseia por verdade. Por onde anda a verdade? A verdade é, pois, a
manifestação da aliança que fundamenta para sempre as relações de Deus
com o seu povo (sua igreja) através de Cristo Jesus.
“O SENHOR reina; está vestido de majestade. O Senhor se revestiu e cingiu de poder; o mundo também está firmado, e não poderá vacilar. O teu trono está firme desde então; tu és desde a eternidade. Os rios levantam, ó Senhor, os rios levantam o seu ruído, os rios levantam as suas ondas.” (Sl. 93.1-3).
Só há cura se a alma for atingida pela verdade. A religião não está em
condição de fazê-lo.
Verdade – Uma Descoberta – Um Milagre – Uma Crise – Uma Revelação
“Por isso o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece, e quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado; e o Senhor viu, e pareceu mal aos seus olhos que não houvesse justiça.” (Is. 59.14-15).
A verdade do homem pode conduzir à morte.
Jairo- Sua filha está morta.
Lázaro- Já cheira mal.
A Verdade (Jesus), não está morta, tirai a pedra. A maior verdade para o
homem: morte, um dia vai morrer. Para Jesus: Vida.
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda
que esteja morto, viverá”. (Jo. 11.25).
A verdade sempre esteve presente nas crises do homem. Verdade do
homem = traição, ódio, violência, longe da moral.
“Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. E, contudo, também estes, semelhantemente adormecidos,
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contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as dignidades.” (Jd. 1.7 e 8).
A verdade da religião: violência, sexo, dinheiro. Em seus próprios princípios
e argumentos.
O momento
Para cada época, uma ação de Deus; uma intervenção divina. O homem
quer sempre inventar a verdade usando a mentira. Não há como
regenerar.
Vida – Tempo – Verdade
Figura 19: Vida – Tempo – Verdade
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015
Medidas que só existem na eternidade. Alma, um sopro de verdade imortal.
O Espírito Santo fá-lo-á lembrar as coisas ditas por Jesus revelando-lhe a
realidade divina. “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará
em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo
quanto vos tenho dito.” (Jo 14.26).
Pão do céu: comida e bebida. “Porque a minha carne verdadeiramente é
comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida.” (Jo 6.55).
“E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo. [...] E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis.” (1 João 20;27)
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“Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam o Senhor da glória. Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.” (1Cor 2.6-16)
Como conhecer a verdade?
O conhecimento da verdade não é teórico, mas existencial, viral, acarretando
o compromisso do homem inteiro. Um conhecimento que ilumina e
converte (conversão). Conhecer a verdade é ser santificado por ela. A
verdade plena está no conhecimento pleno de Jesus. É uma resposta à
obediência.
“Mandamento e palavra” - sinônimos.
“Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele.” (1 Jo. 2.4-5, grifo nosso).
“Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas,
mentimos, e não praticamos a verdade”. (1João1.6, grifo nosso).
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6.8 O CRISTIANISMO E A VERDADE
Figura 20: A balança
Fonte: Disponível em <http//www.globoesporte.globo.com>Acessado em: 18Nov2015
No passado, a dúvida dos não-cristãos era se o cristianismo era a única
religião verdadeira, se alguma das outras religiões era verdadeira ou se Deus
existia. Mas, de maneira geral, eles não estavam sobrecarregados pelo fardo
de determinar se havia a assim chamada verdade.
Nossa cultura pós-moderna apresenta uma série de ideias sobre a verdade.
Ela ensina que a verdade e a moralidade são relativas, que não existe essa
coisa de verdade absoluta. Para a elite intelectual que domina as nossas
universidades e os principais meios de comunicação, essas ideias são
consideradas sábias e progressistas, embora todos compreendamos,
intuitivamente, que existe uma verdade absoluta.
Tolerância e Pluralismo
Sim, a verdade é uma vítima de nossa cultura popular. Quando a verdade
desaparece, a autoridade do evangelho diminui, porque o evangelho diz tudo
sobre a Verdade. Podemos ver evidência disso em todos os lugares hoje. As
noções atuais de "tolerância" e "pluralismo" são um resultado direto do ataque
direto por parte da cultura à verdade.
Os secularistas liberais insistem que a tolerância é a mais elevada virtude.
Mas não dizem o que realmente entendem por "tolerância”. Para eles, a
tolerância não envolve simplesmente tratar com respeito e civilidade aqueles
que têm ideias diferentes. Significa afirmar que suas ideias são válidas, algo
que os cristãos não podem fazer sem renunciar a suas próprias crenças. Se,
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por exemplo, você defende a posição bíblica de que o comportamento
homossexual é pecaminoso, então você não pode afirmar ao mesmo tempo
que tal comportamento não é pecaminoso.
Os mercadores da tolerância são ainda mais expostos como fraudulentos
quando verificamos que simplesmente não praticam aquilo que pregam —
pelo menos com aqueles servos de Cristo chatos e teimosos. Absolutamente
não estão dispostos a "tolerar" a premissa cristã de que Jesus Cristo é o
Caminho, a Verdade e a Vida. Para eles, reconhecer isso seria,
necessariamente, refutar seu conceito de tolerância, o qual afirma que todas
as ideias são do mesmo mérito. Em sua infinita criatividade, encontram uma
exceção para sua exigência de tolerância universal quando a questão é lidar
com cristãos.
As Religiões e a Verdade
O cristianismo não é a única religião com afirmações exclusivas da verdade.
Todas as grandes religiões fazem tais afirmações. Muitas ideias centrais das
principais religiões não podem ser reconciliadas, o que dá margem à última
mentira da moda que diz que, em seu cerne, todas as religiões são iguais.
É comum ouvirmos ou lermos que todas os pessoas, em todos os lugares,
adoram o mesmo Deus por meio de diferentes linguagens e culturas. Essa
ideia, com o devido respeito, é absurda pelo que se apresenta. O islamismo,
por exemplo, ensina que Cristo foi simplesmente um profeta, e não uma
divindade.
Se Cristo não é Deus, então não poderia ter sido um profeta exemplar ou um
grande professor de moralidade, pois ele afirmava ser Deus. Outro exemplo
bastante óbvio é a afirmação de certas religiões orientais de que Deus está
em tudo e que não existe uma distinção clara entre o Criador e a criação, o
que é totalmente conflitante com o cristianismo.
Os exemplos são infindáveis, mas a questão é que, embora as várias
religiões possam compartilhar de valores semelhantes, muitas crenças
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fundamentais não podem se ajustar. Fazer de conta que todas as religiões
são essencialmente as mesmas pode levar as pessoas a se sentirem melhor,
mas é muito fácil demonstrar que esse conceito é falso.
Mas o politicamente correto em nossa cultura acaba sendo vitorioso. Até
mesmo muitas igrejas se corromperam com essas noções erradas de
tolerância e pluralismo. Elas permitiram que sua teologia se diluísse e que a
autoridade das Escrituras fosse denegrida em favor das ideias "evoluídas" que
a sociedade tem sobre moralidade. Somente uma versão de cristianismo que
prega que todas as religiões são iguais é tolerante e amorosa.
Tradicionalmente, o cristianismo fundamentado na Bíblia é intolerante,
insensível, exclusivo e não amoroso.
Portanto, até que ponto ser amoroso é tornar-se cúmplice da destruição da
própria verdade, a ponto do esvaziamento do evangelho? Ser sensível é
ajudar as pessoas a se afastarem do caminho da vida? Como cristão, de que
maneira se pode explicar a decisão de Cristo de voluntariamente se submeter
à indignidade e à humilhação da forma humana, a experimentar a total
separação do Pai, a fisicamente aceitar toda a ira real do Pai pelos pecados
do passado, do presente e do futuro de toda a humanidade e sofrer o
indescritível tormento e morte na cruz se todos os outros caminhos levam
igualmente a Deus? Que imensurável afronta à obra completa de Cristo na
cruz! Que ato de deliberada desobediência às orientações de Cristo para que
levemos o evangelho a todos os cantos da Terra!
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Tipos de Crenças no Mundo
Figura 21: As três principais visões religiosas mundiais
Teísmo Panteísmo Ateísmo
Deus fez tudo Deus é tudo Não há Deus
Judaísmo
Cristianismo
Islamismo
Zen-budismo
Hinduísmo
Nova Era
Humanistas
Fonte: Próprio autor
6.9 A IGREJA PRIMITIVA TINHA A FÉ COMO BASE DO CRISTIANISMO
A era apostólica vivida pela igreja primitiva não tinha rótulo religioso. Os que
se convertiam ao cristianismo eram doutrinados no sentido de que fossem
evitadas as distorções da fé e na forma como deviam se comportar diante da
doutrina pagã dos seus dominadores, do Império Romano, bem como das
tradições religiosas dos judeus que se baseavam na lei ou no Velho
Testamento cuja estrutura doutrinária se baseava nas obras da lei.
A carta aos Hebreus foi a eles dirigida porque as seitas que representavam a
religião dominante tentavam impor todos os conceitos do Velho Testamento e
alguns hebreus que se tinham convertido ao cristianismo e precisavam
entender que o evangelho de Jesus veio para inaugurar uma nova fase,
estabelecendo uma nova ordem de coisas, afastando, portanto, todas as
dúvidas que existiam no Velho Testamento embutidas em sua doutrina.
Nos primeiros capítulos da carta aos Hebreus, nota-se claramente que o
autor apresenta Jesus como superior aos anjos e um sumo sacerdote perfeito,
tirando assim qualquer dúvida quanto à sua superioridade com relação aos
patriarcas, reis, sacerdócio levítico. Enfim, toda doutrina da lei, apresentando
Jesus como substituto de toda lei quando inaugura uma nova aliança de
54
origem eterna (Melquisedeque) e não humana (segundo Aarão). Os sacrifícios
estavam assim abolidos bem como os rituais do culto levítico porque se
tinham tornado estranhamente exteriores e não iriam interessar a Deus, já que
um caminho novo estava sendo aberto através da fé por meio de Jesus.
A palavra fé não é usada no Velho Testamento, nem era conhecida pelos
judeus, embora se saiba hoje que estava implícita em alegorias, tipologias e
em todas as partes do culto judaico.
A definição de fé que surge no verso 1, do cap. 11, da carta aos Hebreus, se
robustece em toda descrição dos atos de fé de uma galeria de homens
chamados heróis da fé, saltando para o capítulo seguinte na conclusão dos
atos daqueles heróis que viveram em busca de uma pátria que não era a
terrestre, atos que foram aperfeiçoados pelo sacrifício de Jesus (fé) conforme
o verso 14 do cap. 11 “Porque os que isto dizem claramente mostram que
buscam uma pátria.” (Hb. 14.11, grifo nosso).
A partir de Jesus, a fé ficou estabelecida como base do cristianismo e do
ensino cristão. Foi excluída, de uma vez por todas, a ideia de obras concebida
pela lei como base do culto judaico, que levou também o apóstolo Paulo a
divulgar a nova doutrina disposta na carta aos Efésios “Pela graça sois alvos
por meio da fé, isto não vem de vós é dom de Deus, não vem pelas obras
para que ninguém se glorie”. (Ef. 2.8-9, grifo nosso). A fé é, portanto, um
agente de união, criado por Deus no propósito de resgatá-lo para a
eternidade, ou seja, um elo entre o Criador e a criatura.
"Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que
vence o mundo, a nossa fé". (1 João 5.4).
6.10 HAVERÁ FÉ NA TERRA?
Falando propriamente de sua Segunda Vinda à terra, Jesus perguntou,
profeticamente: "Quando porém vier o filho do homem, porventura achará fé
na terra?" (Luc. 18.8.).
55
Ao proferir estas palavras, Jesus olhava para o futuro – especificamente para
nossa geração atual – que Ele claramente antevia. E, prevendo a ausência
quase total de fé em nossos dias, formulou essa pergunta.
Sem dúvida, o mundo quase perdeu a memória do significado da fé real. Não
é de admirar que tão poucos a tenham, nem que tantos digam: "Minha fé não
é muito forte" – ou, "Simplesmente não consigo ter fé". As pessoas, hoje em
dia, não sabem o que é a fé nem por que não a possuem. Mesmo assim, sem
fé ninguém jamais será salvo.
Estamos em uma sociedade que está vivendo uma crise existencial; essa
crise é decorrente da CRISE DE FÉ. O homem está insatisfeito com a sua
própria vida e por isto lança mão de todos os seus recursos na tentativa de
superar essa crise, buscando um estímulo interior que o impulsione.
“[...] quando vier o Filho do Homem, achará fé na terra?” (Luc.18.8, grifo
nosso).
6.11 FÉ – A PROVA DO QUE NÃO SE VÊ
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova
das coisas que se não vêem.” (Heb. 11.1, grifo nosso).
A fé existe independentemente da história, porque sua dinâmica está no
profético. A história é simplesmente o espaço entre as promessas e o
resultado ou seu cumprimento. O fato de que Deus não é apenas Deus de
perto, mas também de longe, demonstra que se trata de um gerenciamento
que faz com que a fé esteja sempre se deslocando para o campo profético,
em que o tempo só tem valor para o homem que vive na experiência do
profético.
A profecia é tanto mais abrangente quando está fora do limite humano e só
pode ser entendida quando o homem transcende através da experiência da
fé. A profecia é tão grande quando está fortalecida pelos fatos que a
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compõem, de geração em geração, imbricada na história do homem que
envolve passado, presente e futuro, num contexto de pessoas, famílias,
povos, raças, tribos, nações e línguas.
O elemento que exprime a fé é o que não se vê, é a prova do que se vive
sem se ver, que é o Espírito Santo. A fé cresce no caminho da espera,
porque nesse caminho, quem se move é o Espírito Santo, que conduz o
homem em Jesus. “[...] Eu sou o caminho [...]” (Jo 14.6, grifo nosso).
A fé é um projeto sem limites, operado pelo Espírito Santo por meio de um
convencimento daquilo que não se vê. É o convencimento em diversos
níveis e de diversas formas, e a sua maior expressão está na certeza da
ressurreição de Jesus e não apenas na mensagem, mas na experiência
pessoal de que Jesus está vivo.
O espetáculo do Pentecostes foi à confirmação de que a fé estava sendo
dada aos santos, apresentando o fenômeno da ressurreição que basearia
toda a doutrina do Cristianismo, a grande mensagem:
Jesus está vivo, já ressuscitou, esteve com os apóstolos e estará
conosco todos os dias até a consumação dos séculos. A fé viva nos insere
num projeto que a cada momento se apresenta vivo em nós, ou seja, na
caminhada do homem dentro desse projeto que vai muito além do nosso
tempo e que nos leva a viver nele, uma caminhada segura através do Espírito
Santo. De fé em fé é a sequência inserida em cada experiência.
Sem o Espírito Santo (fé) é impossível agradar a Deus, porém, apesar de não
se ver a fé, sabemos que ela é viva, está viva e faz morada em nós, através
da manifestação viva de Jesus por meio do Espírito Santo. Não é apenas
um convencimento que ocorreu um dia quando aceitamos e cremos que
Jesus existe, mas é uma sequência de experiências que estão expostas na
palavra de Deus, que marcaram o início da Igreja e que são as mesmas e
maiores ainda para os que crêem.
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“E o Verbo – (Logos-Sabedoria - Espírito Santo) - se fez carne (Jesus), e
habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do
Pai (filho de Deus), cheio de graça e de verdade.” (Jo. 1.14, grifo nosso; as
expressões entre parênteses são nossas).
O mesmo Verbo opera no corpo, dando vida a esse corpo, conduzindo-o
dentro de um projeto, para que ele caminhe em direção à eternidade, que é a
consumação da fé - Uma salvação, uma vida, uma experiência que
transcende.
A fé viva é o Espírito Santo (penhor) em nós. É uma caminhada dentro de
um projeto que vai além do nosso tempo e que nos leva a viver nele, na
experiência que vivemos a cada momento com o Espírito Santo, que é de fé
em fé.
A fé é, portanto, a prova que se move em nós em todas as ações, escondida,
porém vivida, já que é totalmente invisível a outros, porém experimentada e
movida pelo Espírito Santo (Espírito de Jesus), que não se vê.
A fé, portanto, é de Jesus, ou melhor, é Jesus - Fé viva – O encontro de Paulo
no caminho de Damasco – Viu a luz – Ouviu a voz e encontrou o caminho –
(Fé Viva).
Jesus virá buscar o que lhe pertence, a Fé que está no corpo (seu corpo) que
está na Igreja Fiel. Nada ficará após o arrebatamento da Igreja. “[...] Quando
porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Luc. 18.8,
grifo nosso). A crise da fé já está, portanto, estabelecida antes do
arrebatamento.
6.12 O ESPÍRITO SANTO, AGENTE QUE MOVE A FÉ EM NÓS
Qual é o agente que move a fé em nós? É o Espírito Santo. O agente não
é a cultura. Não! A fé veio por uma operação do Espírito Santo na nossa vida.
A fé é um mistério e há um agente que opera esse mistério em nossa vida.
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Experiência:
Uma moça, noiva, se converteu, e o noivo fez uma cena terrível, queria
terminar o noivado, fez questão de dizer que não cria em nada. Ele disse: “Eu
não creio em nada disso, é tudo conversa, esse negócio de visão, que Deus
falou que você viu anjo, eu não creio em nada disso aí.”
O pastor disse para ele: “tudo bem. Volte sempre. Você está vindo pela
primeira vez, é assim mesmo. Você não crê porque você não tem experiência
com Deus, vai buscar uma experiência com Deus.” Ele deu uma risadinha e
olhou para a noiva (ela estava completamente sem graça) e foram embora.
Na semana seguinte, ele voltou ao culto, estava no final chorando muito. O
pastor perguntou: “o que houve?” Ele disse: “eu creio!”
Disse: “Quando eu cheguei aqui, eu vi um ser de branco, um ser majestoso, e
quando Ele olhou para mim, eu não aguentei, eu tive que chorar. Deus está
aqui realmente”.
Qual foi o agente causador dessa fé? Quem lhe abriu os olhos para ver aquilo
que estava além da sua razão? Foi o Espírito Santo. Se fosse aberta uma
porta para uma outra dimensão, nós veríamos que este lugar está lotado de
anjos, de seres celestiais, que o Senhor está operando. Essa não é a fé que o
misticismo e a Tradição estão ensinando, eles ensinam a fé racional.
O homem é limitado. A cabeça do homem é igual a um disquete de
computador, algo rígido, cheio de informações; esse é o homem natural. Um
homem espiritual diz: “Vi um anjo”. Então, o que não viu, aperta a tecla em
anjo e não obtém nenhuma informação. Essa palavra é desconhecida para
ele. Dentro da sua mente, anjo não existe.
Você diz: “Deus falou”. Ele, então, procura dentro da sua memória esta
informação, mas não encontra, ele diz: “Deus não fala, você está doido,
59
porque isso não está compreendido dentro deste meu limite racional. Esse
negócio de eternidade não está dentro da minha razão”.
O homem é limitado, mas o Espírito Santo, através da fé, leva o homem além
desse limite, além da sua razão e o leva até a revelação.
O que é revelação? A revelação é o homem saindo dos limites da razão. E a
fé é levada ao homem através da revelação. Você só alcança a fé pela
revelação, não é pela razão, e é por isso que a Tradição está aí se batendo
com conceitos, com doutrinas, com ensinos sem alcançar a fé, porque eles
estão com a fé misturada com a razão.
Essa fé genuína, a que veio pela revelação e que está fora da razão, é a fé
viva, e ela é viva porque é eterna. Ela se revelou ao homem e vai com ele
para a eternidade.
Fé e vida em comunhão:
A fé está ligada à fidelidade, à obediência. É o servo fiel, é o resultado da fé.
Nós vemos Abraão, Jacó, Davi, todos eles alcançaram o resultado da fé pela
obediência.
A Religião colocou a fé como um conceito, uma expressão, como alguma
coisa sem sentido. A fé é uma herança do Espírito Santo e ela é transmitida
para nós pelo mesmo Espírito Santo. É tudo isso que o Senhor faz conosco,
tudo isso que Ele coloca em nós, que é a fé, que é esse firme fundamento.
O inimigo se empenhou ao máximo para destruir a fé porque “sem fé é
impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que Ele existe [...]” (Hb. 11.6, grifo nosso).
Quando eu ainda pensava em fé como sinônimo de crer, eu dizia:
“Mas às vezes, o pobrezinho não consegue crer”. No entanto, a Palavra diz:
“Tu crês que há um só Deus, fazes bem. Também os demônios o creem e
estremecem.” (Tg. 3.19).
60
6.13 A PALAVRA DE DEUS REVELADA, ALIMENTO PARA A FÉ
De que se alimenta a fé?
A fé viva se alimenta da Palavra revelada, e é por isso que os cultos estão
sendo feitos por revelação. A revelação é o único alimento da fé viva. Se não
houver revelação, não há fé viva.
Você chegou à igreja triste, angustiado, teve um problema, e o Senhor revelou
a sua situação: “Tem um irmão aqui que está com uma dificuldade no
trabalho, o seu chefe disse que vai despedi-lo...”, você vai glorificar a Deus, é
a sua situação. A revelação alimentou a sua fé, renovou a sua fé, fortaleceu a
sua fé.
Uma semana depois o Senhor dá a seguinte revelação: “O Senhor revelou
que hoje operou um grande livramento no trabalho daquele irmão que estava
sendo ameaçado de demissão”. Aí você diz: “Glórias a Jesus! O meu chefe é
que foi demitido”. Você foi alimentado, a sua fé foi fortalecida.
Essas experiências alimentam a fé. Por isso a nossa preocupação com o culto
profético, porque no culto profético o Senhor fala não somente ao visitante,
mas também aos membros da Igreja, aos servos, a respeito das suas
dificuldades, das suas lutas, e a Igreja está sendo alimentada, a fé da Igreja
está sendo alimentada pela revelação.
Quem alimenta a fé nesta Obra, neste corpo, na Igreja, é a revelação.
A Religião deturpou a fé. Ela misturou a fé com um monte de coisas. A fé para
ela deixou de ser firme fundamento.
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6.14 TENTATIVAS DO ADVERSÁRIO DE DESTRUIR A FÉ
Figura 22: O Tesouro
Fonte: Disponível em <http//www.institutoicm.org.br> Acessado em: 18Nov2015
Quais foram as tentativas do adversário para destruir a fé? Nós já sabemos
que a fé está ligada a um projeto. Ela foi colocada pelo Espírito Santo dentro
do coração da Igreja primitiva. Então, o adversário pensou: “Como a fé está
no coração deles, eu vou matá-los, e assim a fé morre com eles”.
Mas a fé que estava no coração da Igreja primitiva não havia emergido do
homem; ela veio do Espírito Santo, era uma herança. Por isso, quando uns
morriam, essa herança era passada para os outros que ficavam e para os que
eram acrescentados à Igreja. A fé permaneceu e a Bíblia foi escrita. Todo o
ensinamento para a Igreja estava agora registrado: os evangelhos, os atos
dos apóstolos, as cartas, as profecias.
Como isso não acabou com a fé, o adversário pensou: “Agora a Bíblia está
escrita, então vou escondê-la e deturpar a fé”. Ele escondeu o projeto, ele
escondeu a Palavra nos mosteiros e ditou a Bíblia como quis. Ele deturpou a
fé, todo o mundo começou a crer naquilo que ele ditava, nos “santos”, na
infalibilidade do Papa, na remissão das almas após a morte, em tudo aquilo
que nós vemos ainda hoje. Houve uma deturpação da fé porque o projeto de
Deus com relação à fé, o agente mencionado, estava na Palavra, mas ela
estava escondida.
62
Quando Lutero abre a Palavra (séc. XVI), ele mostra a todos que a salvação
é pela fé, essa foi a base de todas as suas teses. A fé, que era o pacto de
Deus feito com o seu Filho Jesus na eternidade, então, emergiu novamente e
com ela emergiram homens fiéis, os heróis da fé, os grandes avivadores dos
séculos XVI, XVII e XVIII.
O que o adversário fez? Ele pensou: “A Palavra foi aberta para todos verem o
que é fé realmente. Então eu vou secularizar a Palavra, eu vou racionalizar a
Palavra, torná-la como letra, vulgarizá-la”.
Começaram a surgir, então, as correntes modernistas e as correntes
conservadoras e isso tornou a Palavra numa coisa comum. O projeto ficou
camuflado e a fé também. Tudo desapareceu sob a aparência de letra, aquilo
que mata.
Com a revelação, no entanto, o Espírito Santo resgata a fé como projeto de
Deus para o homem, e ele entra novamente neste novo tempo, que é o tempo
da fé resgatada. Deus nos colocou no tempo que se chama revelação e nos
resgatou.
Nós rejeitávamos isso porque nós levávamos a fé para o lado da razão, do
materialismo, da desobediência, da inconstância, para tudo aquilo que a
Religião havia nos ensinado. A Religião descaracterizou a fé.
Para nós, a fé não vai ficar no túmulo, ela vai nos acompanhar além da morte.
A Bíblia nos afiança isso num dos seus textos mais belos, que diz:
“Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória”? (1 Co. 16.53 - 55).
63
Paulo falava do corpo físico, do corpo que adoece que envelhece que morre e
se decompõe. A fé de Paulo era a fé que veio da eternidade, aquela fé que
era o resultado do pacto de Deus Pai com o seu Filho, feito na eternidade.
Paulo participava desse pacto e dizia: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo
não mais eu, mas Cristo vive em mim.” (Gl. 2.20)
Paulo sabia que ele passaria junto com aquilo para a eternidade porque veio
da eternidade para transformar a sua vida e o levaria para a eternidade. A fé é
a ressurreição.
6.15 OBSERVAÇÕES FINAIS SOBRE A FÉ
1. O PACTO É A FIRMEZA DA FÉ:
É firme porque DEUS NÃO MUDA;
Baseia-se no PROJETO entre o Pai e o Filho, selado com o Seu sangue,
isto é o Seu Espírito;
É firme porque baseia-se em um encontro com O JESUS VIVO;
É firme porque está fundada na ETERNIDADE DE DEUS e não na
temporalidade do homem. “[...] de eternidade em eternidade tu és Deus
[...]”. (Sl. 90.2, grifo nosso).
2. O FUNDAMENTO: A HERANÇA
Porque o fundamento não muda e o FUNDAMENTO É JESUS( ninguém pode
lançar outro fundamento). Jesus é quem liga o homem a Deus, pois ELE É O
“AUTOR E CONSUMADOR DA FÉ.”
Os Patriarcas passaram uma HERANÇA TEMPORAL. ADÃO, ABEL,
ISAQUE, JACÓ, JOSÉ, NÃO SE FALAVA EM FÉ, MAS SE VIVIA. Jesus
“inaugurou” a FÉ PROFÉTICA, não explícita no VT, tornando-a clara no NT
com a promessa de uma HERANÇA ETERNA=>VIDA ETERNA=> A SUA
VIDA
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“ESTAIS SELADOS COM O ESPÍRITO SANTO DA PROMESSA [...]” VEM
DA ETERNIDADE, VOLTA PARA A ETERNIDADE (consumador da nossa
fé).
TODO O PROJETO ESTÁ FUNDAMENTADO EM JESUS. ELE É A RAZÃO
DE NOSSA FÉ. POR ISTO, NÃO É O HOMEM QUE CONDUZ A FÉ, MAS A
FÉ CONDUZ O HOMEM (POR INTERMÉDIO DA REVELAÇÃO).
3. A TRANSMISSÃO: O CORDEIRO
É a figura visível da fé. ”Onde está o cordeiro [...]”. Em toda a “transmissão” no
VT aparece a figura do cordeiro como um testemunho, um selo. SEM O
SANGUE NÃO EXISTIA O PACTO.
O pacto da SALVAÇÃO foi selado com o SANGUE DE JESUS. “[...] a NOVA
ALIANÇA no meu SANGUE [...]”. O sangue era a vida, a vida é o Espírito. O
Espírito Santo da promessa consumará a fé, levando-a com ele de volta para
a eternidade no arrebatamento da Igreja.
OS PATRIARCAS PASSARAM UMA HERANÇA ASSIM COMO HOJE NÓS
FAZEMOS COM A FÉ. A fé está no seio da Igreja: brota no interior do
homem e manifesta-se em forma de vida. “Abrãao viu o meu dia e se
alegrou.” Sem sangue não existe PACTO, porque SANGUE É VIDA. É O
SELO DE UM COMPROMISSO. NÃO EXISTE FÉ SEM COMPROMISSO.
FÉ É VIDA: OBRA
A fé é viva porque Deus é vivo. A maior expressão de vida é a VIDA
ETERNA.
FÉ GENÉTICA: A natureza de Deus em nós a partir do novo nascimento.
“[...] tendo renascido de semente [...]”. (1 Pe.1.23). Jesus vivendo em nós (não
mais vivo eu, Cristo em vós esperança da glória).
A FÉ PROCEDE DE UM ENCONTRO COM JESUS:
Não é apenas conhecer sua história, não é entrar para um grupo religioso
(Jesus da história é diferente da história de Jesus). Paulo no caminho de
65
Damasco - encontro pessoal. Trago comigo as marcas, assim como a Igreja
também as traz. "Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu
corpo as marcas do Senhor Jesus". (Gal. 6. 17, grifo nosso).
É UMA REVELAÇÃO:
“QUANDO APROUVE A DEUS REVELAR SEU FILHO A MIM [...]”. A fé só
é viva quando Jesus se revela ao homem, pois só pela revelação
descobrimos o projeto que aponta para a eternidade.
SÓ VAI ENTRAR NA ETERNIDADE AQUILO QUE VEIO DA ETERNIDADE.
A FÉ NÃO É AQUILO QUE CONDUZIMOS COMO QUEREMOS, MAS
AQUILO QUE NOS CONDUZ COMO DEUS QUER.
FÉ é direção do Espírito Santo (ABRÃAO). É a maior expressão de vida
porque está relacionada com a ETERNIDADE e ela se RENOVA EM SEU
PRÓPRIO LEITO QUE É A IGREJA. (COMO?).
EXEMPLOS DOS QUE ALCANÇARAM A FÉ(REVELAÇÃO) PARA A VIDA:
Adão=Revelação.
Jacó=Comunhão.
José=Fidelidade.
Davi=Obediência.
FÉ E REJEIÇÃO: RELIGIÃO
É falsa, pois aponta para esta vida. Apóstata, é social, matrial, troca o eterno
(pão vivo) pelo material(pão da padaria), pelo temporal, A RAZÃO PELA
REVELAÇÃO. A OBRA TEM OS SEUS SEGREDOS: CORPO, GOVERNO,
DISCIPLINA, OBEDIÊNCIA E REVELAÇÃO.
FÉ E RESSURREIÇÃO
“EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA...” A FÉ SALVADORA é um selo
para a ETERNIDADE. “Estais selados com o ESPÍRITO SANTO da
PROMESSA [...]”
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CONCLUSÃO: FIRME FUNDAMENTO, VIDA ETERNA C/ JESUS, DIREÇÃO
DO ESPÍRITO SANTO, VEIO DA ETERNIDADE PARA NOS LEVAR PARA
LÁ.
BATALHAR PELA FÉ.
A banalização do sagrado é vista claramente nas Escrituras no livro de (Judas
3-4) que fala Contra os ímpios e falsos mestres:
Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. [...] Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo. (Jd. 3-4)
Somos ensinados e corrigidos a batalhar pela Fé:
“[...] e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” Há
uma batalha travada constantemente. A luta da Igreja só acabará quando ela
chegar à eternidade, e ela só chegará à eternidade dirigida pelo Espírito
Santo.
Quando Judas fala a respeito de batalhar pela fé, ele fala em tom de
exortação como o próprio texto diz; e exortação significa corrigir ensinando, ou
seja, a Igreja precisa ser corrigida (amadurecida) todos os dias no tocante ao
entendimento de fé, para que não se torne algo como misticismo, pois fé não
é crer em alguma coisa simplesmente, mas fé é saber com certeza que aquilo
que o Espírito Santo disser para fazermos é o melhor para as nossas vidas.
A fé está intimamente ligada com a obediência, pois não adianta nada ouvir o
que o Espírito tem a dizer se não vamos por em prática. Saul ouviu o que o
Senhor queria, mas não obedeceu então ele não teve fé. Por isso o profeta
Habacuque diz: “[...] mas o justo pela sua fé viverá”, ou seja, só há vida
eterna se o Espírito Santo nos dirigir para Jesus. O justo é aquele que
está justificado pelo Santo do Justo (Jesus).
67
6.16 FORTALECIMENTO DA FÉ COM RECURSOS DA GRAÇA
A fé é alimentada com recursos da graça se ela está fraca. Os recursos
da graça: jejum oração, clamor, dons espirituais, etc. vão fortalecê-la. A
fé cresce no caminho da espera.
RECURSOS DA GRAÇA:
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom
de Deus.” (Ef. 2.8).
GRAÇA:
Graça marca o período de uma dispensação em que os celeiros foram
abertos por Jesus, como: Pão da vida e Água da vida. “Se é que tendes
ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada.” (Ef.
3.2).
ACESSO À FÉ:
“Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos
firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” (Rom. 5.2, grifo
nosso).
RECURSOS DA GRAÇA:
“Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros
segundo a esperança da vida eterna.” (Tt. 3.7, grifo nosso).
São os recursos da graça que alimentam a fé salvadora:
A oração
Clamor
O Louvor
A Madrugada
O Jejum
Dons
Comunhão
Palavra do Deus vivo.
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RIQUEZAS DA SUA GRAÇA:
“Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas,
segundo as riquezas da sua graça.” (Ef. 1.7, grifo nosso).
CORAÇÃO FORTALECIDO:
“Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas, porque bom
é que o coração se fortifique com graça, e não com alimentos que de nada
aproveitaram aos que a eles se entregaram.” (Hb. 13.9, grifo nosso).
FORTALECIMENTO:
“Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.”
(2 Tm 2.1, grifo nosso).
JUSTIFICADOS PELA SUA GRAÇA:
“E a graça de nosso Senhor superabundou com a fé e amor que há em
Jesus Cristo.” (2 Tm. 1.14 grifo nosso).
JUSTIFICADOS GRATUITAMENTE:
“Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há
em Cristo Jesus.” (Rom. 3.24, grifo nosso).
GRAÇA COM FÉ:
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso
Senhor Jesus Cristo;” (Rom. 5.1, grifo nosso).
“Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros
segundo a esperança da vida eterna.” (Tt. 3.7, grifo nosso).
CHAMADOS PARA VIVER NA GRAÇA:
“Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as
nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi
dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos.” (2 Tm. 1.9, grifo
nosso).
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OPOSIÇÃO À GRAÇA E SEUS PERIGOS:
1. APOIO NA SABEDORIA HUMANA:
“Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no
poder de Deus.” (1 Co. 2.5, grifo nosso).
2. ABANDONO DA GRAÇA:
“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou
à graça de Cristo para outro evangelho.” (Gl. 1.6, grifo nosso).
3. PRIVAÇÃO DA GRAÇA (RAIZ DE AMARGURA):
“Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que
nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se
contaminem.” (Hb. 12.15, grifo nosso).
4. CAIR DA GRAÇA:
“Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça
tendes caído.” (Gl 5:4, grifo nosso).
5. CONVERTER A GRAÇA EM DISSOLUÇÃO1:
“Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este
mesmo juízo, homens ímpios [...]” (Jd. 1.4, grifo nosso).
“[...] que convertem em dissolução a graça de Deus [...]” (Jd. 1.4, grifo
nosso).
“[...] E negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” (Jd.
1.4, grifo nosso).
“E os anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua
própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo
daquele grande dia.” (Jd. 1.6).
“Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que,
havendo-se corrompido como aqueles, e ido após outra carne, foram postas,
por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.” (Jd. 1.7). 1 Dissolução: Perversão de costume, extinção do contrato, decomposição.
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BENÇÃO APOSTÓLICA:
“A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós amém.” (Ap. 2).
GRAÇA E FÉ:
Graça e fé são dois elementos ou partes que fundamentam a salvação, que
englobam o sacerdócio universal do crente. Graça e fé são fundamentos que
integram a vida do crente, insubstituíveis, inseparáveis e indivisíveis, que
relacionam a vida do crente com a eternidade, transportando o homem para o
âmbito espiritual por um caminho que se abriu na cruz do calvário pelo sangue
de Jesus, o filho de Deus.
Tal caminho aberto liga a alma do crente à eternidade através do Espírito
Santo que nos constituiu reis e sacerdotes - uma porta, onde só você
pode passar; direito intransferível que temos para entrada na eternidade a
qualquer momento, sem pedir licença a ninguém, exceto e somente através
do Espírito Santo (pelo sangue de Jesus).
“Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de
Jesus.” (Hb. 10.19, grifo nosso).
A salvação é a apropriação do mistério da graça, um caminho que se abre
pela fé quando do encontro com o Senhor Jesus, uma porta que se abre
para o salvo penetrar nos mistérios reservados por Deus para os seus fiéis.
Palavra de Deus em Efésios “Porque pela graça sois salvos, por meio da
fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que
ninguém se glorie.” (Ef. 2.8-9, grifo nosso).
O ENTENDIMENTO DA RELIGIÃO:
O pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana, João Paulo II, em sua
Décima Segunda Encíclica – Fides et Ratio (Fé e Razão) – publicada em
1998, afirma: “Fé desprovida de razão descamba para o misticismo e para
superstição e se arrisca a deixar de uma proposição universal.”
71
Tal concepção tenta anular o caráter eterno e imutável da fé. Esse
pensamento reflete o esforço dos religiosos em negar o verdadeiro
projeto de Deus, e, pior, oferecendo ao mundo, sob a autodesignação como
representante de Deus na terra, um projeto alternativo, cujo caráter
gerador da fé é dispensável. Em contraposição, admite e se utiliza de
princípios humanos, tão corruptíveis quanto o homem, no caso a razão
descrente.
GRAÇA E FÉ: PROJETO DA ETERNIDADE
A definição de graça e fé está clara como projeto de Deus para os crentes,
um projeto profético, porque vem da eternidade, não necessitando passar
pela economia do homem, algo programado na eternidade para alcançar o
homem, não importando sua condição social, econômica, política, cor,
aparência, tão somente uma alma igual à de todos, com o mesmo direito,
dispensando culturas, títulos, vestes reais ou religiosas, não importa.
A graça foi derramada para que você tenha acesso aos meios disponíveis
para alcançar a eternidade pela fé, direito esse que não emerge do homem,
já que este não consegue alcançar, com seus conceitos racionais, teológicos
ou filosóficos, nem penetrar nos mistérios de Deus, pois a graça é profética
(vem da eternidade).
As diversas formas e a condição do homem de se apresentar com sua mente
ou sua razão devem ficar claras considerando-se dois aspectos:
No primeiro aspecto vemos que Deus construiu o mundo, fruto da obra
criadora. O homem é o centro de tudo, coroa da criação, com sua
extraordinária capacidade, cujos pensamentos voam a qualquer distância,
tendo Deus colocado o mundo à sua disposição e debaixo de seus pés toda a
obra criadora. Com esta capacidade, o homem filosofa, cria em artes,
música, poesia, através dos dons naturais, lembrando que, apesar de toda
beleza e alcance da mente, não conseguiria por seus méritos entrar na
eternidade.
72
Este é o mundo visível do homem, com sua razão, capacidade e
tendências, que além de tudo, segue caminhando para a sepultura, uma
realidade também da obra criadora, em que a fé por vezes tem sido
confundida com manifestação de projetos de interesse humano, religioso,
místico e supersticioso. A fé como força de vontade pode ser também a
teimosia que o mundo vive, prega e entende como fé, sem censura, até
elogiável.
No segundo aspecto, a fé como dádiva de Deus, e como dádiva não pode
ser negociada, doada, emprestada e nem vendida; é um elemento que vem
da eternidade, portanto, profética, ao contrário quando dos fatos criados que
emergem do homem, que em nada alteram ou acrescentam a sua relação
com o Deus vivo.
O ensino do cristianismo, em sua grande parte, tem se resumido em dizer que
Jesus é bom, fazendo elogios merecidos à sua pessoa, uma grande
verdade, enquanto se esquece do ensino verdadeiro, que é viver os seus
ensinos, e prática dos ensinos de Jesus. O homem não vai a Deus por
outro caminho senão por Jesus, que é um encontro real com a fé, e
Paulo teve esse encontro com o autor e consumador da fé.
Deus enviou essa fé (o Espírito Santo de Jesus) para que o homem
pudesse alcançá-la; fé que chegou ao homem através da Palavra e se
consolidou quando o Autor da Fé voltou para a eternidade e enviou de lá o
seu Espírito (Espírito Santo), fazendo parte na vida interior do homem,
ressuscitando a sua alma, como parte da Obra Redentora. Deve-se lembrar,
no caso, que a obra redentora não está submissa à obra criadora.
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao
Pai senão por mim.” (Jo. 14.6).
“E vos vivificou, estando vós mortos em delitos e pecados.” (Ef. 2.1).
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Esse segundo aspecto já abordado, ou seja, como fruto da obra
redentora, está à disposição do homem que pode englobar também a obra
criadora. A obra redentora não está apenas no desejo do homem de viver
junto a Deus, que depende da fé que está exatamente no coração daqueles
que estão ouvindo a voz do Senhor Jesus, daqueles que foram selados
com o Espírito Santo da promessa. A obra criadora no caso estaria
submissa à obra redentora. “[...] Fostes selados com o Espírito Santo da
promessa.” (Ef. 1.13, grifo nosso).
Quando o homem pensa que pode ir a Deus por meio da razão, fruto de
concepções de pensadores, escritores, estudiosos, homens notáveis que
influenciaram a tantos, mesmo alguns chamados santos, está perdendo
tempo, porque a Palavra de Deus nos afirma em I Timóteo “Porque há um só
Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.”
(1 Tim. 2.5, grifo nosso)
O EVANGELHO: UM PROJETO QUE VEIO DA ETERNIDADE
O Evangelho veio ao mundo trazendo da eternidade um projeto para a nossa
vida, e somos felizes por termos um dia conhecido esse projeto. Se alguém
quiser, até que pode por engano e “ingenuidade” trocar, vender ou tentar
comprá-lo, já que existem pessoas humildes e simples sendo levadas por
certas tolices que resultam na queda do homem e o afastam do Deus vivo,
claro, do projeto de salvação já estabelecido na eternidade.
A GRAÇA É PARA TODOS.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único filho para
que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha vida eterna.” (Jo.
3.16, grifo nosso).
“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado,
porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (Jo. 3.18, grifo
nosso).
74
RECURSOS DA GRAÇA
Clamor: “[…] Ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus.”
(Hb. 10.19, grifo nosso).
Comunhão.
Louvor e adoração.
Dons (naturais).
Ministérios.
Palavra.
EVANGELHO:
A graça foi derramada para todos. Essa graça se revelou em Jesus, na sua
Palavra, no Novo Testamento, chamado de Evangelho. “Então vi outro anjo
voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno [...]”. (Ap. 4.16, grifo
nosso).
O Evangelho é eterno, não é criação do homem. Vemos um evangelho que o
homem tenta criar ou inventar, que não é mais Evangelho, deixa de pregar
Jesus ou tenta anular ou substituir o seu sacrifício por símbolos, objetos
materiais, como panos, madeiras, chaves de plástico, flor, pedras, vela,
água especial, materializando o que é espiritual, valendo-se da razão, de até
boas ideias.
Não somos contra quem gosta dessas coisas, mas se o Evangelho de Jesus
dependesse ou precisasse de teatro, show, vendas de produtos religiosos,
tapete vermelho, estaria sendo decretada a total falência do Evangelho pelo
homem, que já pode também dispensar a operação do Espírito Santo,
transformado em market.
A razão ou raciocínio do religioso não é a mesma do Espírito Santo, e a
grande luta que se trava hoje não é contra irmãos, nem contra aquilo que se
vê em diversos grupos, que difere daquilo que cremos (sem censura).
Apenas queremos evitar que certas novidades entrem no meio da Igreja,
embora não seja da nossa conta o que possa ocorrer em outros grupos
desatentos.
75
A doutrina da Igreja Cristã Maranata é bíblica, e não somos nem
neopentecostais, nem pentecostais, nem tradicionais. Queremos lutar
para viver a mesma doutrina pregada pela igreja primitiva, ditada pela obra do
Espírito Santo nesse tempo.
Na prática, queremos viver tudo o que a experiência do Pentecostes nos
proporciona, fruto da bênção do batismo com o Espírito Santo e ministérios
outorgados pelo mesmo Espírito Santo, sem querer mudar a verdade, uma
luta ou batalha que precisa ser vencida.
A FÉ NÃO É DE TODOS:
“E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; porque a fé não é
de todos.” (2 Tess. 3.2, grifo nosso).
A graça é para todos; a fé não é de todos. O alcance dos benefícios da
graça é pela fé em Jesus, que é a ligação espiritual entre o homem e Deus.
Não se expressa pelo lado material ou por símbolos, mas por sua própria
alma que se derramou no calvário quando entrou no Santíssimo no grito de
dor, sofrendo a morte pela minha vida.
Pode até haver deslizes naturais, falhas e dificuldades humanas nesta vida,
mas trocar tais dificuldades pelo amor de Deus em Jesus, jamais! Há
pessoas que confundem fé com graça porque se baseiam no que dizem
pensadores, teólogos cheios de títulos e diplomas diversos que nada
acrescentam, ainda que admirados. É bom saber que nenhum teólogo pensa
nem crê no que outro teólogo prega.
Os chamados teólogos modernos, tidos como “grandes teólogos”, como
Bart, Bultmann, Bruner e Thomas Altzer nunca foram poupados por seus
colegas, e Arkeman chegou a criticar ensinos do passado, dizendo:
“abafaram o cristianismo”, “quem crer no que esses pensadores propagam
está morto”.
76
O fato é que a união do homem ou comunhão com Deus não se dá por meio
de objetos materiais, concebidos pela razão religiosa, nem por sentimentos
nobres, senão pela união com o corpo de Jesus mediante a fé. A carne, os
sentimentos e toda essa estrutura religiosa ficam fora do plano de salvação
quando dispensam a direção do Espírito Santo no querer e no efetuar.
“E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o
reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção”. (1 Co. 15.50, grifo
nosso).
Certas exigências tidas como culturais e teológicas próprias da religião,
que depende e necessita de estudos exegéticos, hermenêuticos,
apologéticos que excluem a fé nos seus escritos, incluindo elementos que
não estão no anseio da alma, Esqueçam!
Filosofia existe e, apesar de ser coisa boa, não transcende, e com tais
artifícios da razão também não tem valor, já que o caminho para a vida eterna
exige a experiência de novo nascimento. Um tempo novo para uma vida
nova transformada para entrar na vida eterna.
“Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.” (Jo.
3.7, grifo nosso).
EVIDÊNCIAS DA FÉ:
Fé no Velho Testamento: Resultado do Pacto (aliança).
No ministério de Jesus: Ele (Jesus) é a fé.
A fé na Igreja: A partir do Pentecostes.
Graça, para muitos, é aceitar Jesus e erradamente continuar pecando e até
escrever livros para dizer que está na graça, defendendo seu próprio pecado
emoldurado com textos bíblicos para atrair libertinos e caídos na fé que
entendem graça como generalização no consentimento de Deus a todo
tipo de pecado. No caso, se graça é isso, para que salvação? Salvação
de quê? Para que a ação do Espírito Santo? Para que santificação? Para
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que serve ou de que valeu o sacrifício de Jesus? O pai teria de ficar com
o filho pródigo na pocilga? Permaneceremos no pecado?
“Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este
mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus,
e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” (Jd. 1.4).
SOMOS DEVEDORES
O homem é devedor. A graça está derramada para todos de forma
generalizada, porém salvação é para quem crê, enquanto a fé é um dom
de Deus e ninguém que recebe essa fé pode ficar longe do olhar de Deus.
Deus quer mudar a sua mente, seu coração, quer te mostrar um caminho
novo que te conduzirá à vida eterna.
A generalização do projeto de Deus para o homem, quando exclui a ação
do Espírito Santo, o torna insubsistente; e quando prega graça para
defender o seu pecado, evidentemente encontrará alguém que irá se valer
dos mesmos argumentos dos autoperdoados, que sublimam o pecado, e
dos psicoperdoados, que dispensam ou desprezam e pisam o sangue de
Jesus e seu sacrifício. Não é assim, meu irmão. CREIA!
Os tais falam até em cura interior como argumento psicopedagógico e não
como operação do Espírito Santo. Só para esta vida (se for verdade); está no
âmbito da medicina. Jesus seria, então, salvador apenas da carne,
dispensando a fé em troca dos ensinos de Hipócrates, notável pai da
medicina.
CONCLUSÃO:
É bom avaliar:
Se existe outra Bíblia.
Se existe outra doutrina de graça e fé fora da Bíblia sem a mensagem
apostólica.
Se existe substituto para Jesus como único e suficiente salvador.
Se existe alguém no mundo colocando-se no lugar do Espírito Santo.
78
Se existe alguém dono da terra e céu por “decreto”.
Por certo deve estar oferecendo religião e não salvação. É coisa de
pecador e não de Deus.
RESUMO:
A fé se fortalece usando os recursos da graça.
A verdadeira fé não está no âmbito da religião.
Fé viva é como a vida de uma criança que necessita de alimento, cuidados
contra acidentes, contra enfermidades e descanso.
A fé pode:
enfraquecer;
adoecer, e
morrer.
Os alimentos da fé estão no celeiro da graça, que são recursos à
disposição do crente:
oração;
jejum;
madrugada;
comunhão;
dons;
adoração e louvor.
Palavra:
Viva: Fortalece a fé.
Da vida: Aponta o caminho.
Consulta.
Palavra Revelada.
Escudo e Broquel.
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APRESENTAÇÃO DE ILUSTRAÇÕES LISTA DE FIGURAS Figura01: Divergências sobre conceitos da fé 07
Figura02: Tempo de Deus 08
Figura 03: Obra Criadora 09
Figura 04: Autoajuda 12
Figura 05: Uso de objetos para trazer bênçãos 13
Figura 06: O Sacrifício 15
Figura07: Os Pensadores 17
Figura 08: Alexandre o Grande 20
Figura 09: Cidade de Belém 21 Figura 10: Os Filósofos 22 Figura 11: Razão x Revelação 22 Figura 12: Filosofia x Fé Cristã 24 Figura 13: Filosofia e Teologia x Fé 25 Figura 14: Rocha=Tipo de Jesus 32 Figura 15: Fé 34 Figura 16: Gênesis a Apocalipse 37 Figura 17: Tempo de Deus 38 Figura 18: O que é a verdade? 42 Figura 19: Vida-Tempo-Verdade 48 Figura 20: A Balança 50 Figura 21: As três principais visões religiosas do mundo 53 Figura 22: O Tesouro 61
LISTA DE QUADROS Quadro 01: Cronologia dos filósofos até Jesus 19
80
REFERÊNCIAS
BROWN, Colin. Filosofia e Fé Cristã. São Paulo: Vida Nova, 2007.
CHAMPLIN, R.N.Enciclopédia de Bíblia: Teologia &Filosofia. São Paulo:
Hagnos,2014.
GEISLER, Norman; TUREK, Frank. Não tenho FÉ suficiente para ser ATEU.
São Paulo: Vida Nova, 2011.
GUEIROS, Gedelti Victalino. Apostilas de seminário da Igreja Cristã
Maranata. Espírito Santo, 2014.