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Av. Prof. Mário Werneck, 1685 - Estoril - CEP: 30455-610 BH/MG
(31)3319.9500
O IMPACTO DAS EMOÇÕES NA VIDA FINANCEIRA: UMA ANÁLISE
COM ESTUDANTES DE ESCOLAS DE MATURIDADE E
ADMINISTRAÇÃO
Claudio Henrique de Lelis1
Cristina Dorneles Mendes2
Wendel Alex Castro Silva3
RESUMO
O estudo constituiu-se em analisar os impactos das emoções na vida financeira dos estudantes
de administração e dos estudantes das escolas de maturidade. Foi realizada uma pesquisa de
campo, cujos dados foram coletados por meio de um questionário com escala de Likert. Para
compreender como as emoções impactam na vida financeira utilizou-se a abordagem
conceitual de Klontz e Klontz. A análise dos dados obtidos permitiu observar que ambos os
grupos entrevistados não possuem predisposição a concordarem com os itens relacionados ao
distúrbio de rejeição ao dinheiro. Já os estudantes das escolas de maturidade possuem maior
propensão a concordar com as questões que estão relacionadas ao distúrbio de adoração ao
dinheiro e aos distúrbios relacionais. Infere-se que os grupos pesquisados possuem opiniões
divergentes em relação ao tema além de demonstrar que as emoções tem maior impacto na
vida financeira dos estudantes das escolas de maturidade. Este resultado corrobora as
pesquisas de Klontz e Klontz que afirmam que as emoções podem influenciar na vida
financeira das pessoas.
PALAVRAS-CHAVE: Impacto das emoções; Distúrbios Financeiros; Educação Financeira;
Finanças Pessoais.
1. INTRODUÇÃO
Durante a década de 1980 a 1990 o Brasil vivenciou a insegurança na economia devido ao
processo inflacionário. As famílias eram obrigadas a utilizar todos os recursos em
1 Graduando em Administração de Empresas do Centro Universitário UNIBH – [email protected]
2 Graduanda em Administração de Empresas do Centro Universitário UNIBH – [email protected]
3 Professor Orientador – Doutor em Administração – [email protected]
2
consequência do constante aumento dos preços. Tanto os hábitos de compra como a forma de
gerir o dinheiro eram diferentes, devido à instabilidade econômica.
A partir do Plano Real houve uma mudança significativa nesses hábitos devido ao processo
de estabilização da economia. Deste modo houve maior abertura de crédito, além da redução
das taxas de juros o qual permitiu aos consumidores maior planejamento frente as suas
escolhas. Diante deste cenário, o público escolhido para realização da pesquisa foi, os
estudantes das escolas de maturidade e os estudantes de administração. Estes estudantes
presenciaram fases diferentes da economia do país, o que pode provocar hábitos financeiros
diferentes em cada um dos grupos.
Neste contexto, a educação financeira passou a ser um elemento fundamental para a
administração de recursos financeiros. O tema educação financeira tem sido utilizado como
um processo de interpretação de números e transformação de informações que auxiliam na
tomada de decisão financeira (BCB, 2015).
No entanto, há de se ressaltar que não basta apenas o individuo ter uma boa educação
financeira, ele tem que estar preparado para enfrentar não somente as constantes mudanças do
mercado, mas também outros aspectos que podem influenciar diretamente na hora de tomar
uma decisão. Esses aspectos estão relacionados aos distúrbios financeiros, que segundo
Klontz e Klontz (2011) podem ser divididos em três categorias: rejeição ao dinheiro,
distúrbios relacionais e adoração ao dinheiro.
Estes distúrbios prejudicam tanto a vida emocional quanto a financeira, e na maioria das vezes
estão vinculados aos relacionamentos interpessoais e às emoções envolvidas nestes
relacionamentos. A partir deste momento, neste estudo surge o seguinte questionamento: Qual
o impacto das emoções na vida financeira?
O objetivo geral do presente trabalho é analisar o impacto a partir da abordagem conceitual de
Klontz e Klontz (2011), a fim de compreender como as emoções influenciam os estudantes de
administração e os estudantes das escolas de maturidade, diante de uma crise como a que
3
ocorreu no ano de 2008 nos Estados Unidos, do crescimento econômico ocorrido nos últimos
anos no Brasil e dos recentes problemas políticos que afetam a vida financeira das pessoas.
Para atingir o objetivo deste estudo foram elaboradas algumas etapas: (1) Verificações que
requerem conhecimentos em conceitos bibliográficos; (2) pesquisa de campo, com o intuito
de compreender como os estudantes de administração e estudantes das escolas de maturidade,
se posicionam em relação à determinada situação; (3) comparar o posicionamento de ambos
os grupos.
Diante disto espera-se que este estudo contribua de forma positiva para a sociedade, uma vez
que as finanças pessoais para muitas famílias às vezes é um assunto sigiloso e muito
complexo, a ponto de ser um tabu. Já no âmbito acadêmico pretende-se que este estudo
contribua para a compreensão da emoção em detrimento da vida financeira e difundir o tema
para pesquisas futuras.
Salienta-se ainda que esta pesquisa torna-se importante devido ao fato dos consumidores
almejarem cada vez mais produtos e serviços de qualidade por um preço justo. A partir do
discernimento do planejamento e percepção dos estudantes em relação ao dinheiro, é possível
pressupor como reagem diante das variáveis externas e relacionam finanças pessoais às suas
emoções.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 FINANÇAS PESSOAIS E EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Desde a infância as pessoas passam a lidar com uma série de situações relacionadas ao
dinheiro. De acordo com o Banco Central do Brasil (2015) para ter um melhor
aproveitamento dos recursos financeiro é essencial saber utilizá-lo da forma mais favorável
possível, ainda ressalta que o aprendizado e a utilização de conhecimentos práticos
relacionados à educação financeira podem auxiliar no controle das finanças pessoais.
4
Recente pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (2015) revelou que o
principal problema para um bom planejamento financeiro dos orçamentos pessoais é a falta de
disciplina, que está relacionada ao não controle sistemático de seu orçamento financeiro
pessoal, por meio de planilhas ou caderno de anotações, ao consumo sem planejamento, entre
outros. De acordo com esse estudo, quatro em cada dez consumidores não se consideram
pessoas financeiramente organizadas. A pesquisa ainda comprova que não é comum entre os
brasileiros o hábito de administrar as finanças pessoais.
De acordo com Seiglie (1996) citado por Halfeld (2001) os indivíduos que conseguem
dominar os instintos naturais demonstram mais responsabilidade. Do ponto de vista
financeiro, é o mesmo que dizer que estes possuem autoconfiança na gestão do seu dinheiro.
Halfeld (2001) ressalta que o controle das finanças pessoais é muito importante para qualquer
indivíduo e para qualquer nação que deseja se livrar da pobreza. Saber investir os recursos é
essencial tanto para o indivíduo quanto para a Economia de um país. Afirma ainda que, o
maior desafio para se obter o controle financeiro pessoal está na dor ou nos impactos nas
emoções que é sentida instantaneamente quando se renuncia a um consumo imediato, na
esperança de ser recompensado num futuro ainda muito distante.
De acordo com Cherobim e Espejo (2010) finanças pessoais é a ciência que estuda como os
conceitos financeiros são aplicados nas decisões financeiras de uma pessoa ou família,
considerando sua fase de vida e os eventos relacionados a cada indivíduo, para auxiliar no
planejamento financeiro. Frankenberg (1999) afirma que para se ter um bom planejamento
financeiro é necessário “estabelecer e seguir uma estratégia que permita acumular bens e
valores que formaram o patrimônio de uma pessoa ou família” e passa ainda por uma fase
identificada como sendo de conscientização.
Frankenberg (2012) afirma ainda que a atitude perante a vida e o dinheiro possui alto grau de
dependência da herança genética que o indivíduo recebe, além dos fatores preponderantes
existentes para alcançar o chamado “sucesso financeiro”.
5
Em contra partida, Foulks e Graci, (1989) citado por Lizote et al. (2012) argumenta que
finanças pessoais tem como objetivo a transmissão dos conceitos financeiros a um indivíduo
para que ele aplique estes conhecimentos nos processos de tomada de decisão, mantendo um
comportamento equilibrado de seus orçamentos perante o mercado financeiro.
Ao abordar este assunto, Ferreira (2006) enfatiza que, para organizar as finanças pessoais e ter
um bom planejamento financeiro é preciso determinar os objetivos e detalhar os planos
necessários para atingi-los da melhor maneira possível.
Por sua vez, Burigo (2011) chama a atenção para a importância da criação de valores,
objetivos e prioridades para o desenvolvimento do planejamento financeiro pessoal. Desta
forma um planejamento financeiro adequado irá auxiliar na identificação e destino do
dinheiro, possibilitando a formação de uma reserva com redução de gastos.
Para Monteiro (2012, p.2) citado por Lucena e Marinho (2013) finanças pessoais é tudo
aquilo que está relacionado à gestão do próprio dinheiro, passando pela organização de
contas, administração das receitas, das aplicações financeiras, previsão de rendimentos e
priorização de investimentos. Refere-se ainda ao planejamento da renda pessoal, qual a
quantia que deve ser utilizada para as despesas gerais, a parcela que deve ser utilizada para as
eventualidades em momentos de crise, como também os investimentos que podem ser
realizados a fim de obter rentabilidade e alcançar sonhos materiais.
Para compreender com maior propriedade o planejamento das finanças pessoais é
imprescindível ter uma clara definição de educação financeira. Mediante isto, a Associação de
Educação Financeira do Brasil (2010) esclarece que a aplicação de conhecimentos financeiros
é de suma importância para que as pessoas possam gerir sua renda, poupar, investir e garantir
uma condição financeira tranquila, ainda ressalta que sua relevância cresce cada vez mais
devido ao desenvolvimento econômico, abertura de novos mercados e com mudanças
politicas. Por outro lado, o BCB conceitua educação financeira como:
[...] processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram sua
compreensão dos conceitos e produtos financeiros. Com informação, formação e
orientação claras, as pessoas adquirem os valores e as competências necessárias para
se tornarem conscientes das oportunidades e dos riscos a elas associados e, então,
6
façam escolhas bem embasadas, saibam onde procurar ajuda e adotem outras ações
que melhorem o seu bem-estar. Assim, a Educação Financeira é um processo que
contribui de modo consistente, para a formação de indivíduos e sociedades
responsáveis, comprometidos com o futuro. (BCB, 2015).
De acordo com Toledo (2012) quando um individuo não é educado financeiramente acaba a
gerando gastos que superam suas receitas, com isto ele tem dois caminhos a seguir: aumentar
seus ganhos ou reduzir seus gastos. No entanto, conforme o autor, para que uma pessoa
consiga trilhar este caminho é necessário observar dois pontos importantes: ter disciplina e
conhecimento na gestão das finanças pessoais.
O autor observa que a união destes fatores evitará gastos desnecessários sem análise prévia e
facilitará o controle dos gastos, a fim de formar uma poupança que permitirá novos
investimentos de maneira consciente e eficaz. Há de ressaltar que educar-se financeiramente
possibilita uma autonomia e confiança para gerir suas finanças e ainda prepara para novas
oportunidades oferecidas pelo mercado. (TOLEDO, 2012).
Segundo Goddi at. al. (2004) o entendimento do campo das finanças poderá beneficiar muitas
pessoas, permitindo tomar melhores decisões. Em contra partida Martins (2004) expõe que a
pouca relevância atribuída a este assunto nas escolas e faculdades levam a consequências
perversas, fazendo com que a maior parte das pessoas ao chegarem à fase adulta continuam
ignorando este assunto e seguem sem instrução ou habilidades para gerir de forma eficiente
seu dinheiro.
Tyson (1997) citado por Halfeld (2001), buscou relacionar as questões financeiras ao ciclo de
vida do individuo. Assim, ele afirma que pessoas na maturidade carecem de recursos
financeiros disponíveis para subsidiar sua aposentadoria e eventuais problemas de saúde.
Portanto, elas não podem manter grandes proporções de seus ativos correndo riscos no
mercado de ações, ou no mercado de imóveis, ou presos em negócio próprio.
O autor cita ainda que estudantes jovens não necessitam e nem devem permanecer com muito
dinheiro disponível. Eles podem começar um consumo demasiado, dificultando o controle das
finanças pessoais. Por outro lado possuem bastante tempo para enfrentar um eventual período
de crise e se recuperarem, diferentemente dos Estudantes das Escolas de Maturidade.
7
Com uma percepção mais crítica, Wills (2009) citado por Augustinis et al. (2012) defende
outro ponto de vista, para ele a educação financeira irá validar e fundamentar processos de
tomada de decisão relativos à questões financeiras, o que não é suficiente. O autor, ainda
afirma que, esta falta ocorre por existir fatores emocionais que interferem diretamente no
comportamento das pessoas em relação às finanças e não é possível separá-lo pela educação.
Além disso, existe uma visão otimista recorrente acerca de consumidores educados
financeiramente transformados em atores responsáveis, empoderados, motivados e
competentes por meio da educação financeira.
2.2 EMOÇÕES
Segundo Myers (1999) a emoção acrescenta animação na vida de todas as espécies, e com
maior frequência os seres humanos parecem ser mais emotivos, pois, expressam
constantemente sentimentos como raiva, medo, tristeza, alegria e amor.
Para Davidoff (2001) as emoções nascem de componentes subjetivos, fisiológicos e
comportamentais.
Para o autor os componentes subjetivos são sentimentos e pensamentos que os seres humanos
mais vivem. Ainda ressalta que, componentes fisiológicos são respostas fisiológicas
associadas às emoções que irá proporcionar energia para que os indivíduos atendam a suas
emergências. Portanto imagina-se que situações que evocam dor, raiva ou medo produza
mudanças corporais especificas que possibilite os organismos a enfrentar os desafios. Já os
fatores comportamentais no decorrer das respostas emocionais, incluem expressões faciais,
gestos e ações.
Diferente de Davidoff, Myers (1999) diz que as emoções são uma mistura de excitação
fisiológica, comportamentos expressivos e experiências conscientes, ou seja, um fato depende
do outro para que a pessoa chegue ao ápice emocional. Ele ainda destaca que os ingredientes
8
da emoção não são apenas a excitação fisiológica e o comportamento expressivo, mas
também a experiência consciente.
Por sua vez, Frijda (2000) citado por Mayer e Avila (2010) diz que as emoções têm várias
fontes e origens. Conceitualmente, emoção é um fenômeno que inclui: sentimentos, mudanças
no comportamento e nos pensamentos, comportamentos impulsivos e involuntários, a
emergência ou a tenacidade de crenças, mudanças no relacionamento com o ambiente e
mudanças psicológicas não causadas por condições físicas. O autor ainda ressalta que todos
estes fenômenos geralmente acontecem devido a eventos4 que ocorram externamente ao
individuo, seja por ação da própria pessoa ou até mesmo por pensamentos.
O autor ainda ressalta que, para surgir a emoção é necessário existir algum evento que crie um
processo a fim de transformá-lo em evento avaliado. Tal processo é chamado de apraisal, ou
seja, avaliação. Esta avaliação é o resultado de um estímulo ou de um julgamento cognitivo
do significado do evento.
Já Lazarus (1991) citado por Mayer e Avila (2010) propõem que emoções são “resultados de
avaliações cognitivas de um evento em termos do significado do evento para o bem estar do
indivíduo (avaliação primária) e em termos do potencial de enfrentamento da situação
considerada pelo individuo (avaliação secundária)”.
Para Davidoff (2001) as emoções surgem por meio de reações determinadas por algumas
situações que irá despertar respostas periféricas por meio de atividades autonômicas como:
suor, coração disparado, respiração ofegante entre outros. O autor ainda ressalta que as
respostas periféricas são distintas para cada emoção, de modo que existe diferença nos
padrões característicos de uma emoção.
Na perspectiva biológica de acordo com Damásio (2000) as emoções possuem duas funções.
A primeira ocasiona uma reação específica para a situação indutora e a segunda função é de
Homeostase, que regula o estado interno do organismo, obtendo uma reação específica. Ou
4 Evento: Acontecimento ou eventualidade
9
seja, as emoções são as formas que a natureza encontrou para proporcionar aos organismos
reações rápidas e eficazes orientados para a sua sobrevivência.
Por sua vez Newen (2009) diz que as emoções cumprem funções importantes. Dentre elas o
autor cita quatro: prepara e motiva para as ações, possibilita o individuo avaliar os estímulos
do ambiente de maneira rápida, contribuem para o controle das relações sociais e são
maneiras de se expressar que indica aos outros as próprias intenções.
A percepção biológica defendida por Maturana (2004) está relacionada a um “domínio ao
domínio de ações em que um ser animal se move; às ações possíveis do outro, seja ele um
animal ou uma pessoa”. Diante de tal afirmativa o autor esclarece que não existe uma ação
humana sem uma emoção que a estabeleça como tal e a torne possível.
Klontz e Klontz (2011) afirmam que as experiências emocionais intensas relacionadas ao
dinheiro, moldam os preceitos financeiros – ou padrões de raciocínio e comportamento – que
determina – se para o indivíduo.
2.3 DISTÚRBIOS FINANCEIROS
Estudos específicos da psicanálise contribuem com referências ao tema do dinheiro, como a
seção dedicada à “loucura do dinheiro – dinheiro e saúde mental” em Furnham e Argyle
(1998), que citam teorias desenvolvidas por Freud (1908), Ferenczi (1926) e Fenichet (1947)
sustentadas por trabalho empírico (Beloff, 1957; Grygier, 1961; Kline, 1967, 1971; Goldberg
e Lewis, 1978; Howart, 1980, 1982; Fornan, 1987; O’ Neill et. al., 1992 e outros), citados por
Ferreira (2007).
De acordo com Mauro Halfeld (2001) dinheiro é um meio de trocas que foi muito importante
para o desenvolvimento de nossa sociedade. A obtenção do dinheiro, para muitos de nós
torna-se um processo que resulta em grandes conflitos. Alguns indivíduos acreditam que tudo
será solucionado se ficarem ricos. Outras, em contradição, tratam o dinheiro com desprezo ou
como algo menor.
10
Os distúrbios financeiros, de acordo com Klontz e Klontz (2011, p.125) “são padrões
persistentes, previsíveis e frequentemente rígidos de comportamentos autodestrutivos
relacionados ao dinheiro”. Estes padrões trazem estresse, ansiedade, sofrimento e
incapacidade a áreas importantes da vida. As pessoas que estão sujeitas aos distúrbios
financeiros, mesmo que estes provoquem caos e tristeza, parece não conseguir se livrar de
conceitos falhos ou transformar seu comportamento prejudicial.
Afirmam ainda que, a combinação entre o desequilíbrio familiar, as dificuldades emocionais,
a frustração nas estratégias para solução, as experiências de infância profundamente dolorosas
ou – com muita frequência – originam os distúrbios financeiros. Os sintomas destes distúrbios
estão associados a temas não resolvidos devido a um passado difícil.
Klontz e Klontz (2011) consideram que os distúrbios financeiros podem incluir sintomas
como: ansiedade, preocupação ou desespero sobre situação financeira; ausência de
economias; excesso de dívidas; falência, empréstimos pendentes, ou ambos; conflito sobre
dinheiro com familiares, amigos ou colegas de trabalho e incapacidade de manter as
mudanças nos comportamentos financeiros.
Os autores ainda indicam que até mesmo os comportamentos financeiros mais irracionais
fazem sentido quando se descobre os preceitos financeiros subjacentes e o contexto no qual
nasceram. Quando esses comportamentos problemáticos tornam-se rotineiros, podem surgir
problemas significantes nos relacionamentos, no trabalho, na saúde psicológica, e no bem-
estar geral e financeiro.
Klontz e Klontz (2011) enfatizam que os distúrbios entrelaçados aos relacionamentos podem
ser descritos como mostra o quadro a seguir:
Quadro 1 – Resumo dos principais distúrbios financeiros
Rejeição ao Dinheiro Negação Financeira;
Rejeição Financeira;
Gastando Menos;
Excessiva Aversão ao Risco.
Adoração ao Dinheiro Acumulação Compulsiva;
11
Correndo Riscos Irracionais;
Jogo Patológico;
Viciados em trabalho;
Excesso de gastos;
Comprador compulsivo;
Distúrbios Relacionais Infidelidade Financeira
Incesto Financeiro
Facilitação Financeira
Dependência Financeira
Fonte: Klontz e Klontz (2011)
2.3.1 Distúrbio de Rejeição ao Dinheiro
De acordo com Klontz e Klontz (2011), este distúrbio envolve uma sistemática fuga ou
rejeição ao dinheiro. O autor explica que este tipo de distúrbio nasce de situações em que as
pessoas equiparam o dinheiro a algum acontecimento que lhe tenha ocasionado uma emoção
negativa. Em outras palavras, elas carregam consigo uma convicção de que o dinheiro é algo
ruim.
O autor ainda esclarece, que o dinheiro pode se tornar um vilão, quando estimula o medo e a
ansiedade das pessoas. Tal fato pode fazer com que elas, ao invés de lutar contra o problema,
procurem fugir dele.
Klontz e Klontz (2011) destaca que nesta categoria de distúrbios possuem: negação e rejeição
financeira, contenção exagerada de gastos e aversão excessiva ao risco.
Para os autores, a negação financeira é uma maneira clássica de defesa, utilizada para
diminuir a ansiedade e a vergonha que as pessoas enfrentam em relação aos problemas
financeiros. Por conseguinte, isto acontece quando o individuo tenta o máximo possível não
pensar em seus problemas financeiros. Normalmente, estas pessoas vivem a angústia de
examinar extratos bancários, faturas de cartão de crédito e falar com seus parceiros sobre
dinheiro.
12
Em relação à negação financeira os autores dizem que, este distúrbio acontece quando as
pessoas passam por algumas experiências emocionais intensas ou inesperadas, ligadas ao
dinheiro, o qual ocasionou algum efeito negativo em suas vidas.
Quando se fala no distúrbio gastando menos, os autores asseguram que, a economia levada ao
extremo pode levar à “pobreza emocional”, que está relacionada ao fato das pessoas
guardarem muitas economias e se recusarem a usar e desfrutar do que possuem. Isto acontece
pelo fato destes indivíduos possuírem sentimentos subconscientes irracionais de medo e
ansiedade, um senso de culpa ou de não merecimento de boa sorte. Já o distúrbio de excessiva
aversão ao risco, é o fato da pessoa ter uma relutância em assumir qualquer tipo de risco com
o dinheiro.
2.3.2 Adoração ao Dinheiro
Neste distúrbio as pessoas concedem ao dinheiro uma significância desproporcional. Logo, a
vida destas pessoas baseia-se em ganhá-lo, poupá-lo e por fim gastá-lo. Acreditam na
proposição de que o dinheiro se associa à segurança e/ou à felicidade. Klontz e Klontz (2011)
relacionam este distúrbio com: acumulação compulsiva, correr riscos irracionais, jogo
patológico, viciados em trabalho, excesso de gastos e comprador compulsivo.
O ato de acumular excessivamente é uma característica do distúrbio de acumulação
compulsiva. Klontz e Klontz (2011) dizem que, as pessoas com este distúrbio não se
contentam apenas em comprar ou gastar, elas precisam acumular coisas para se sentirem
seguras e aliviadas.
Já correr riscos irracionais, para os autores significa colocar o bem estar financeiro de outras
pessoas sobre risco desnecessário, a fim de alcançar ganhos incertos. Citam ainda que jogo
patológico é o risco associado a jogos. Neste caso as pessoas que sofrem com este distúrbio
necessitam jogar para se sentirem melhor ou escapar dos problemas.
13
Ainda nesta categoria de distúrbios, os autores descrevem sobre os viciados em trabalho. Este
distúrbio está relacionado a pessoas que acreditam que mais dinheiro lhe tornará mais feliz e
provará o seu valor. Diante disto estas se tornam viciadas em trabalho, ficam tão imersas que
se esquecem da família, filhos, lazer, entre outros.
No que diz respeito ao excesso de gastos, este está associado ao fato dos gastadores ao
procurar por sentimentos de segurança, conforto, admiração e plenitude, acabam gastando de
maneira excessiva consigo e com os outros. E por fim os autores falam do distúrbio do
comprador compulsivo, que é a prática de comprar em excesso, como forma de preencher um
sentimento de vazio ou uma fuga temporária dos problemas.
2.3.3 Distúrbios Relacionais
Klontz e Klontz (2011) relatam que neste distúrbio em geral as pessoas provocam dano na
vida emocional e financeira na própria vida e na vida de outras pessoas, devido seu
comportamento perturbado. Este distúrbio está atrelado aos relacionamentos e as emoções que
o envolve. Os distúrbios nesta categoria são: infidelidade, incesto, facilitação e dependência
financeira.
Os autores esclarecem que a infidelidade leva em consideração nossa complexa relação com o
dinheiro, não é surpreendente o fato de muitos casais evitarem conversar sobre este assunto. O
tema dinheiro possui uma grande carga emocional e o sigilo ou a desonestidade a ele
relacionado pode se transformar num distúrbio chamado de infidelidade financeira.
A expressão usada para descrever o uso do dinheiro para controle ou manipulação de uma
criança e para satisfazer alguma necessidade de um adulto é denominado incesto financeiro.
Este distúrbio surge quando um dos pais não consegue distinguir de maneira adequada as suas
necessidades e as necessidades da criança.
Klontz e Klontz (2011) afirmam que a facilitação financeira esta relacionada a uma
necessidade irracional de dar dinheiro aos outros, independente das condições financeiras que
14
o facilitador se encontra no momento. Envolve também a dificuldade de dizer não a
solicitações de dinheiro e talvez sacrificar o bem estar financeiro pelo bem ao próximo.
Os autores consideram que a dependência financeira ocorre porque muitas pessoas preferem
permanecer dependente financeiramente de outras, para que estas as impeçam de assumir sua
própria educação, preparo e planejamento financeiro. O facilitador financeiro e o dependente
financeiro caminham juntos. A dependência extrapola a ambição e o senso de autonomia das
pessoas e fazem com que se sintam perdidas e sem esperança.
3. METODOLOGIA
A pesquisa realizada possui uma abordagem quantitativa, que de acordo com Michel (2009)
este tipo de pesquisa, quantifica e percentualiza opiniões, submetendo seus resultados a uma
análise crítica. A abordagem utilizada na pesquisa possibilitou levantar a percepção dos
estudantes a respeito do impacto das emoções na vida financeira. Os dados alcançados, foram
quantificados por meio de testes estatísticos, o que permitiu aos autores associar as respostas a
um determinado comportamento.
Em relação aos objetivos, o tipo de pesquisa utilizada foi a descritiva que, segundo Gil (1994,
pag.46) assim a define: “As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição
das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de
relações entre variáveis.” A presente pesquisa verificou a variável emoção e sua relação com a
vida financeira de estudantes do curso de administração e das escolas de maturidade.
Em função da natureza da pesquisa, ela é considerada básica, pois de acordo com Michel
(2009) a mesma não tem o propósito de ser aplicada imediatamente, ela é generalista e
voltada para a descoberta de fenômenos naturais e físicos, ou seja, seu propósito é unicamente
a geração de novos conhecimentos e desvendar características básicas dos fenômenos. De fato
esta é a perspectiva deste estudo, pois tem como objetivo contribuir para novas pesquisas
relacionadas ao tema, vida financeira e emoção, assunto este pouco difundido entre os
estudiosos.
15
Quanto aos procedimentos, utilizou-se a pesquisa de campo e o survey. A pesquisa de campo
segundo Michel (2009) trata-se da coleta de dados do ambiente natural, com o objetivo de
observar, criticar a vida real, com base em teoria para verificar como a teoria estudada se
comporta na prática.
Michel (2009) define o survey como o método que utiliza escalas de medidas, muito usado na
pesquisa quantitativa, cujo propósito é medir e quantificar opiniões e atitudes. O survey
contempla apenas uma amostra da população. Este método de pesquisa pretende medir,
através de uma amostra menor definida, a opinião de uma população também definida de
pessoas. O survey adotado foi o cross section, relevante para este estudo uma vez que se
pretende medir a opinião de uma população por meio de uma amostra definida.
Quanto a unidade de análise a população escolhida foi, estudantes das escolas de maturidade
de Belo Horizonte e estudantes do curso de administração dos Centros Universitários de Belo
Horizonte. A pesquisa foi aplicada para uma amostra de 122 alunos do 1º ao 8° período do
curso de administração e para 109 alunos das escolas de maturidade localizadas em Belo
Horizonte, sendo que a população dos estudantes de administração corresponde a 650 alunos
e a população das escolas de maturidade corresponde a 550 alunos. A amostra utilizada foi a
não probabilística e aleatória em relação aos sujeitos, pois permite que todas as unidades
tenham as mesmas chances de serem escolhidas. Em relação ao ambiente foram escolhidos
devido à acessibilidade.
A técnica utilizada na pesquisa de campo foi a observação direta a partir de dados primários,
que para Michel (2009) compreende o questionário, o formulário e o questionário que utiliza
escalas de medida, para medir opinião, atitudes e técnicas mercadológicas. Utilizou-se ainda
um questionário com escalas como instrumento de coleta de dados. Esse tipo de questionário
é composto por afirmações, proposições, juízos de valor, seguidos de uma escala ascendente
de opiniões a respeito daquela proposição, na qual os estudantes se posicionaram.
O questionário (ver apêndice) é composto também por uma escala nominal, com três
perguntas referentes a dados sociodemográficos e uma escala ordinal, composta por vinte e
16
cinco afirmações relacionadas aos distúrbios financeiros. A escala de Likert foi utilizada no
questionário, composta por cinco itens ascendentes que variam de “discordo totalmente” a
“concordo totalmente”. A aplicação desse questionário foi realizada no período de agosto a
setembro de 2015.
A análise de dados de acordo com Gil (1994) tem como objetivo, organizar e sintetizar os
dados de forma que possibilite o fornecimento de respostas ao problema proposto para
investigação. O tipo de análise utilizada foi a Análise de Correspondência, que é uma técnica
multivariada para análise exploratória de dados categorizados, ideal para utilização em escalas
ordinais. Os dados coletados foram armazenados em uma base de dados adequadamente
preparada para seu devido tratamento e, em seguida, foram submetidos à utilização do
programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 22.
Segundo Goode e Hatt (1969 p. 75) hipótese “é uma proposição que pode ser colocada à
prova para determinar sua validade”. Utilizou-se referências empíricas, que segundo o autor,
envolve conceitos que podem ser verificados pela observação.
A hipótese da pesquisa estabelece relações entre os construtos teóricos e os grupos, sendo: H0
não há diferenças e H1 existem diferenças entre os grupos pesquisados, em relação aos
distúrbios financeiros. Todas as afirmativas correspondentes aos distúrbios foram analisadas a
partir do teste T, a fim de verificar a concordância ou não dos grupos.
4. DADOS E ANÁLISE DA PESQUISA
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
De acordo com os dados da tabela 1, percebe-se que 53% dos pesquisados correspondem a
estudantes do curso de administração e 47% a estudantes das escolas de maturidade. Dentre os
respondentes, 60% pertencem ao sexo feminino.
Tabela 1 - Distribuição entre Estudantes de Administração e Estudantes das Escolas de Maturidade.
Público Frequência Percentual
Estudantes de Adm. 122 52,81
17
Estudantes de Escolas de Maturidade 109 47,19
Total 231 100,0 Fonte: Dados da Pesquisa (2015)
A tabela 2 identifica o grau de escolaridade dos entrevistados e aponta que 55% possui ensino
superior incompleto. Ao adicionar ao resultado 25%, referente aos que possuem apenas o
ensino fundamental, o percentual é elevado para 80% das pessoas pesquisadas.
Tabela 2 - Distribuição dos entrevistados segundo a escolaridade.
Fonte: Dados da Pesquisa (2015)
4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS LATENTES
Este tipo de caracterização descreve as respostas que foram obtidas para cada uma das
afirmações utilizadas na avaliação das variáveis do impacto das emoções na vida financeira, e
tem como finalidade definir a percepção geral dos estudantes sobre cada uma das questões
estudadas.
Para realizar a avaliação foi utilizada a média obtida em cada uma das questões, com 95% de
confiança (IC 95%), a fim de definir a tendência geral de resposta do grupo pesquisado com a
margem de erro especifica.
Com o objetivo de verificar a concordância dos grupos em relação às afirmativas, utilizou-se
como base, médias com valores acima de 3. Em relação a grande variabilidade das respostas
dentro de um mesmo grupo adotou–se como referência o desvio padrão acima de 1. Com o
intuito de aferir estatisticamente se existe ou não diferenças entre os grupos empregou-se o
p≤0,05 para confirmar a hipótese.
4.2.1 Avaliação de Rejeição ao dinheiro
Escolaridade Frequência Percentual Percentual Ac.
Ensino Fundamental 57 24,68 24,68
Ensino Médio 34 14,72 39,39
Ensino Superior Incompleto 127 54,98 94,37
Ensino Superior Completo 8 3,46 97,84
Pós- graduação 5 2,16 100,00
Total 231 100,0 -
18
Este quesito avalia a composição dos itens em relação à rejeição ao dinheiro, para isto
elaborou-se a tabela 3.
Na questão em que compara o valor financeiro ao valor como pessoa, apenas os Estudantes de
Administração concordaram. Já em relação à afirmativa sobre preocupação com as finanças
pessoais, apenas os estudantes das escolas de maturidade estão de acordo. Nas questões
relativas à administração dos recursos, aplicações financeiras, dividas gerando estresse e mais
dinheiro como uma forma de se sentir mais feliz, ambos os grupos são favoráveis. Nas
demais afirmações houve discordância dos grupos.
Nas questões Q2, Q7, Q8, Q10 houve diferenças estatísticas a 0,01 de significância. Em
relação a Q6 ambos os grupos não concordaram com a afirmativa e teve diferenças estatísticas
a 0,05 de significância.
Tabela 3 – Rejeição ao dinheiro
Questões Estudantes de
Administração
Estudantes das Escolas
de Maturidade
Teste T
P(T<=t)
Q1- O dinheiro que não ganhei não é
realmente meu. Deus cuida dos “pardais”. Se
eles não precisam se preocupar, porque eu
deveria.
Q2- Você compromete o lazer, educação,
alimentação e outros, para economizar e ter
um padrão de vida modesta.
Q3- Você administra bem os seus recursos
para tirar o melhor proveito do que possui.
Q4- A família concordaria aplicar a sobra do
mês em poupança ou em outro investimento.
Q5- Desfrutar de uma herança ou seguro é o
mesmo que dizer que estou feliz pela morte
de alguém.
Q6- Você pode ter amor ou dinheiro, mas não
pode ter os dois.
Q7- Sua família presta pouca ou nenhuma
atenção as finanças pessoais.
Q8- Meu valor como pessoa é igual meu
valor financeiro.
Q9- Dívida gerando dívidas poderá contribuir
para um estresse financeiro.
Q10- As coisas seriam melhores se eu tivesse
mais dinheiro.
Média
2,34
1,72
3,89
3,86
1,54
1,50
2,39
3,02
4,42
4,19
DP
1,49
1,18
1,19
1,22
1,04
0,95
1,33
1,33
1,11
1,19
IC
0,27
0,21
0,21
0,22
0,19
0,17
0,24
0,23
0,20
0,21
Média
3,34
2,35
4,06
3,67
1,39
2,53
3,29
1,64
4,28
3,54
DP
1,71
1,74
1,40
1,56
1,08
1,72
1,70
1,38
1,50
1,69
IC 95%
0,32
0,33
0,27
0,30
0,20
0,33
0,32
0,26
0,28
0,32
0,19
0,00**
0,41
0,61
0,24
0,05***
0,01**
0,00**
0,70
0,00**
Fonte: Dados da Pesquisa (2015)
Legenda:
** 0,01 de significância *** 0,05 de significância *0,10 de significância
19
4.2.2 Avaliação do item distúrbios financeiros relacionais
Nesta seção criou-se a tabela 4 para demonstrar os distúrbios financeiros relacionais, a fim de
verificar a concordância entre os respondentes.
Por meio das médias obtidas houve concordância de ambos os grupos em relação à questão
que aborda a dependência financeira quando não se discute sobre dinheiro com os filhos e
nestas afirmativas houve diferenças estatísticas a 0,05 de significância.
Os estudantes das escolas de maturidade admitiram que o ato de utilizar o dinheiro como
mecanismo de controle pode ser uma prática comum na educação. Em todas as questões
houve uma variabilidade de resposta dentro do mesmo grupo.
Tabela 4 - Distúrbios Relacionais
Questões Estudantes de
administração
Estudantes das escolas
de maturidade
Teste T
P(T<=t)
Q11- Usar o dinheiro como mecanismo
de controle dos filhos pode ser
considerado uma prática comum na
educação.
Q12-Os pais podem criar uma
dependência financeira no momento que
não discutem o funcionamento do
dinheiro com os filhos.
Média
2,87
3,33
DP
1,32
1,41
IC
0,24
0,25
Média
3,10
3,71
DP
1,77
1,61
IC 95%
0,33
1,31
0,20
0,04***
Fonte: Dados da pesquisa (2015)
Legenda:
** 0,01 de significância *** 0,05 de significância *0,10 de significância
4.2.2 Avaliação da adoração ao dinheiro
Nesta seção, foram estudados os itens utilizados para mensurar a adoração ao dinheiro. Na
tabela 5, é possível verificar que nas questões sobre: dinheiro como uma forma de adquirir
mais dinheiro; a vida é curta viva um pouco; tenho que trabalhar para garantir que tenha
dinheiro e se eu não trabalhar pensarão que sou preguiçoso, ambos os grupos entrevistados
foram favoráveis a estas afirmativas.
20
Apenas os estudantes de administração consentiram que mais dinheiro e mais bens iriam
torná-los mais felizes e que se alguém tem que ganhar muito dinheiro que sejam eles. Os
estudantes das escolas de maturidade admitiram que não se deve confiar em ninguém no que
se refere a dinheiro; se continuar tentando seu dia chegará e que gastar com alguém é como
demonstrar amor.
Nas questões Q14, Q19, Q20 e Q24 houve divergências nas opiniões dos grupos, com
diferenças estatísticas a 0,01 de significância. No que diz respeito a Q15 e Q23 os pesquisados
discordam desta afirmativa, e teve diferenças estatísticas a 0,01 de significância. E em Q18
teve concordância dos grupos e estatisticamente teve diferenças a 0,01 de significância.
Em Q13 teve discordância entre os grupos com diferenças estatísticas a 0,05 de significância.
Nos quesitos Q17 e Q25 os grupos discordam da afirmativa e as médias tiveram diferenças
estatísticas a 0,05 de significância.
Tabela 5- Adoração ao dinheiro
Questões Estudantes de
administração
Estudantes das escolas de
maturidade
Teste T
P(T<=t)
Q13- Mais dinheiro/bens me farão mais
feliz.
Q14- Não se deve confiar em ninguém
no que se refere a dinheiro.
Q15- Nunca terei dinheiro o suficiente.
Q16- Dinheiro traz dinheiro
Q17- Ter segurança é chato.
Q18- A vida é curta: viva um pouco.
Q19- Se alguém tem que ganhar muito
dinheiro que seja eu.
Q20- Se eu continuar tentando meu dia
vai chegar.
Q21- Tenho que trabalhar para garantir
que tenha dinheiro.
Q22- Se eu não trabalhar muito, vão
pensar que sou um preguiçoso.
Q23- Nunca serei capaz de pagar pelas
coisas que realmente quero na vida.
Q24- Gastar com alguém é como
demonstrar amor.
Q25- O ato de comprar fora do
orçamento mensal previsto, omitir sobre
itens comprados com o marido ou
Média
3,33
2,98
2,06
3,61
1,66
3,52
4,35
2,68
4,34
3,61
1,76
2,65
2,59
DP
1,51
1,33
1,34
1,37
1,13
1,58
1,11
1,33
1,02
1,26
1,15
1,40
1,42
IC 95%
0,27
0,24
0,2
0,25
0,20
0,30
0,20
0,23
0,18
0,22
0,20
0,25
0,25
Média
2,83
4,18
2,75
3,63
2,05
4,13
2,94
3,59
4,39
3,47
2,23
3,11
2,94
DP
1,77
1,37
1,79
1,70
1,63
1,46
1,86
1,68
1,33
1,67
1,67
1,80
1,82
IC 95%
0,34
0,26
0,33
0,32
0,31
0,28
0,35
0,32
0,25
0,31
0,32
0,34
0,34
0,02***
0,00**
0,00**
0,75
0,02***
0,00**
0,00**
0,00**
0,50
0,48
0,01**
0,01**
0,05***
21
mulher pode ser considerado como
infidelidade no casamento.
Fonte: Dados da pesquisa (2015)
Legenda:
** 0,01 de significância *** 0,05 de significância *0,10 de significância
4.3 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
Distúrbios financeiros para Klontz e Klontz (2011), são padrões resistentes, previsíveis e
inflexíveis de comportamentos que normalmente causam algum dano destrutivo relacionado
ao dinheiro. Estes distúrbios normalmente trazem sofrimento emocional ligado a estresse,
ansiedade e a falta de capacidade em lidar com áreas importantes da vida.
Os autores asseguram que quando nascem atitudes e preceitos nos quais as pessoas equiparam
o dinheiro a emoções negativas ou a algum acontecimento doloroso, isto é considerado
rejeição ao dinheiro. Por se ter a crença de que o dinheiro é algo ruim este distúrbio envolve
uma sistemática fuga ou rejeição a ele. O resultado da pesquisa evidencia que ambos os
grupos tendem a discordar dos distúrbios de rejeição ao dinheiro, nos itens que afirmam haver
o comprometimento do lazer e educação para economizar e ter uma vida modesta, desfrutar
de uma herança é o mesmo que estar feliz pela morte de alguém e você pode ter amor ou
dinheiro, mas não pode ter os dois. Assim sendo, este distúrbio não possui um impacto efetivo
na vida financeira dos pesquisados.
Os distúrbios relacionais estão atrelados ao relacionamento com outras pessoas e as emoções
ligadas a esses relacionamentos. As pessoas que sofrem com este distúrbio geralmente causam
algum tipo de dano na vida financeira emocional de outros e também na própria vida. Além
disso, tem a tendência de guardar segredo e serem desonestas em relação ao dinheiro, mesmo
com pessoas queridas. A análise dos dados permite inferir que, os estudantes das escolas de
maturidade tendem a concordar com os itens relacionados a este distúrbio, pois houve
concordância com mais de 50% das afirmativas. Desta forma os distúrbios relacionais
refletem impactos na vida financeira destes estudantes.
No item de adoração ao dinheiro, Klontz e Klontz (2011) estabelece que as pessoas tendem a
atribuir ao dinheiro uma significância desproporcional. Logo, a vida destas pessoas, se baseia
em ganhá-lo, poupá-lo e por fim gastá-lo. Acreditam na proposição de que o dinheiro se
22
associa à segurança e à felicidade. Na pesquisa, foi possível observar que apenas os
estudantes das escolas de maturidade tem predisposição a concordar com as questões que se
relacionam a esse distúrbio.
Dentre as afirmativas que se relacionam ao distúrbio de adoração ao dinheiro os estudantes
das escolas de maturidade consentiram que não se deve confiar em ninguém no que se refere a
dinheiro; dinheiro traz dinheiro; a vida é curta viva um pouco; tenho que trabalhar para
garantir que tenha dinheiro e se eu não trabalhar muito pensarão que sou um preguiçoso.
Em relação aos distúrbios estudados percebe-se que os distúrbios relacionais e de adoração ao
dinheiro, tiveram maior influência na vida financeira dos estudantes das escolas de
maturidade, pois o grupo concordou com 60% das afirmativas relacionadas a esses distúrbios.
Dentre as categorias desses distúrbios, os que representam maior impacto na vida financeira
destes estudantes são: facilitação financeira, dependência financeira. acúmulo compulsivo e
viciados em trabalho.
Klontz e & Klontz (2011) alega que para algumas pessoas, é suficiente apenas o acúmulo
compulsivo do dinheiro, para outras a compulsão pode ser pelo acumulo de vários objetos, na
maioria das vezes estranhos. Além disso, alguns acumuladores se tornam gastadores ou
compradores compulsivos. É importante ressaltar que, não é o ato de comprar ou gastar que
traz segurança ao acumulador e sim o acúmulo de estoque.
O distúrbio de adoração ao dinheiro também pode refletir como impactos na vida financeira
destes estudantes, quando na busca pelo dinheiro concedem ao trabalho uma dedicação
extraordinária. Esta procura pelo dinheiro é apenas um dos aspectos que causam este interesse
desproporcional pelo trabalho. É provável que os melhores relacionamentos, o sentimento de
pertencimento, de competência e controle estejam presentes no ambiente de trabalho.
Estas pessoas acreditam de forma inconsciente que precisam trabalhar para que tenham algum
valor e que quanto mais trabalharem, mais valor elas terão. Acreditam ainda que a melhor
forma de ser responsável com as pessoas queridas é trabalhar muito e se sacrificar no
trabalho, mas na verdade ocorre o inverso, as famílias se sentem mal pelo fato do trabalho
estar sempre em primeiro lugar.
23
Grande parte das pessoas na fase de maturidade que já se aposentaram, estão retomando ao
mercado de trabalho. Um estudo apresentado pelo site G1 (2014) aponta que os motivos para
este acontecimento se deve ao fato de que muitas pessoas não estão conseguindo pagar o que
devem e chegam à fase de aposentadoria sem nenhum dinheiro guardado para emergências.
Este fato ocorre devido à falta de controle das finanças e, além do salário, estas pessoas
querem continuar trabalhando para se sentirem ativas.
Klontz & Klontz (2011) acentuam que a facilitação financeira, acontece de preceitos que
igualam dinheiro ao amor. Este fato demonstra que quando as pessoas utilizam o dinheiro
como uma maneira de mitigar suas culpas, de se sentirem importantes e como forma de
estreitar as relações com pessoas queridas, podem até mesmo torna-las dependentes
financeiramente.
De acordo com a análise dos dados, rejeita-se H0 de que não há diferenças entre os
pesquisados, pois, nos distúrbios relacionais e de adoração ao dinheiro houve concordância
apenas pelos estudantes de maturidade.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES
O objetivo do estudo fundamentou-se em apurar e analisar o impacto das emoções na vida
financeira dos estudantes de administração e dos estudantes das escolas de maturidade. A
pergunta que norteou a pesquisa foi: Qual o impacto das emoções na vida financeira?
Para a realização do objetivo geral, foram realizadas verificações que requerem
conhecimentos em conceitos bibliográficos, pesquisa de campo, em que se almejou verificar
as percepções de ambos os grupos em relação ao tema da pesquisa e comparar o
posicionamento dos estudantes com as questões relacionadas aos distúrbios.
24
A pesquisa possui abordagem quantitativa e o tipo de pesquisa utilizada foi a descritiva. Os
dados obtidos foram quantificados por meio de testes estatísticos e quanto aos procedimentos,
foi utilizado o survey .
Referente aos distúrbios financeiros empregou-se a abordagem conceitual de Klontz e
Klontz(2011), e percebeu-se que em relação à rejeição ao dinheiro os respondentes tem
propensão a discordar com 50% dos itens que se relacionam a este distúrbio.
A pesquisa demonstra que os distúrbios financeiros relacionais são nocivos tanto à vida
financeira quanto à emocional dos estudantes da maturidade quando o seu comportamento
perturbado de atrair a atenção e o carinho dos outros com dinheiro e objeto, faz com que estes
se tornam dependentes financeiramente.
Em relação ao distúrbio de adoração ao dinheiro foi possível inferir que o maior grau de
concordância foi obtido pelos estudantes das escolas de maturidade, consequentemente, as
emoções podem impactar na vida financeira deste grupo, quando eles atribuem um valor
imensurável ao dinheiro e ao trabalho. Este resultado vai de encontro com os apontamentos de
Klontz e Klontz (2011), ao dizer que as pessoas compartilham de ensinamentos que igualam o
dinheiro à segurança, ao valor próprio e/ou felicidade.
A pesquisa demonstra que estudantes das escolas de maturidade são mais favoráveis aos
distúrbios do que os estudantes de administração, pois em relação às afirmativas tiveram
concordância de 60%. Desta forma, as emoções possuem maior impacto na vida financeira
dos estudantes das escolas de maturidade.
A partir das análises, foi possível identificar que os objetivos gerais e específicos desta
pesquisa foram alcançados.
Sugere-se que novas pesquisas sejam feitas nessa área com jovens e pessoas na fase de
maturidade de forma geral e de diferentes estados do país, para analisar como as emoções
influenciam na vida financeira destas pessoas e verificar o posicionamento de ambos os
25
grupos. Sugere - se também que novas pesquisas sejam realizadas por ser um assunto ainda
pouco difundido e para verificar possíveis modificações nos resultados alcançados.
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26
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em Belo Horizonte.
SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO, Quatro em cada dez consumidores não se
consideram organizados financeiramente, revela SPC Brasil. Disponível em:
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TOLEDO, Elaine. Saiba mais para gastar menos: aprenda a desenvolver sua
inteligência financeira. 2 ed. São Paulo: Alaúde, 2012.
28
APÊNDICE
Esta é uma pesquisa acadêmica, que tem como objetivo geral observar “O impacto das
Emoções na Vida Financeira: Uma análise com estudantes de escolas de maturidade e
administração”.
Não há necessidade de identificação
A finalidade é apenas verificar o perfil e o impacto das emoções na vida financeira e não
avalia-lo, sendo assim, não existe afirmativa certa ou errada.
Antecipadamente, agradecemos a sua colaboração.
Parte I – Dados sociodemográficos
1) Faixa etária: ________ anos. 2) Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
3) Grau de escolaridade:
( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio (científico)
( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Pós – graduação
Questionário sobre os distúrbios relacionais financeiros
Assinale com um “X” a afirmativa que expressa a sua opinião, em uma escala de 1 a 5,
sendo:
1) Discordo totalmente 2) Discordo em partes 3) Indiferente
4) Concordo em parte 5) Concordo totalmente
Nº Quesito 1 2 3 4
1 O dinheiro que não ganhei não é realmente meu. Deus cuida dos “pardais”. Se
eles não precisam se preocupar, porque eu deveria.
2 Você compromete o lazer, educação, alimentação e outros, para economizar e ter
um padrão de vida modesta.
3 Você administra bem os seus recursos para tirar o melhor proveito do que
possui.
4 A família concordaria aplicar a sobra do mês em poupança ou em outro
investimento.
5 Desfrutar de uma herança ou seguro é o mesmo que dizer que estou feliz pela
morte de alguém.
6 Você pode ter amor ou dinheiro, mas não pode ter os dois.
7 Sua família presta pouca ou nenhuma atenção as finanças pessoais.
8 Meu valor como pessoa é igual meu valor financeiro.
9 Dívida gerando dívidas poderá contribuir para um estresse financeiro.
10 As coisas seriam melhores se eu tivesse mais dinheiro.
11 Usar o dinheiro como mecanismo de controle dos filhos pode ser considerado
uma prática comum na educação.
12 Os pais podem criar uma dependência financeira no momento que não discutem
o funcionamento do dinheiro com os filhos.
13 Mais dinheiro/bens me farão mais feliz.
14 Não se deve confiar em ninguém no que se refere a dinheiro.
15 Nunca terei dinheiro o suficiente.
16 Dinheiro traz dinheiro
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17 Ter segurança é chato.
18 A vida é curta: viva um pouco.
19 Se alguém tem que ganhar muito dinheiro que seja eu.
20 Se eu continuar tentando meu dia vai chegar.
21 Tenho que trabalhar para garantir que tenha dinheiro.
22 Se eu não trabalhar muito, vão pensar que sou um preguiçoso.
23 Nunca serei capaz de pagar pelas coisas que realmente quero na vida.
24 Gastar com alguém é como demonstrar amor.
25 O ato de comprar fora do orçamento mensal previsto, omitir sobre itens
comprados com o marido ou mulher pode ser considerado como infidelidade no
casamento.